LUIZ CARLOS D’AQUINO

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LUIZ CARLOS D’AQUINO CAPACIDADE VITAL FORÇADA REDUZIDA COM RELAÇÃO VEF 1 /CVF NORMAL OU ELEVADA: DISTÚRBIO VENTILATÓRIO RESTRITIVO OU INESPECÍFICO? Tese apresentada ao programa de Pós-Graduação em Medicina Interna, Setor de Ciências da Saúde, da Universidade Federal do Paraná, para a obtenção de título de Doutor em Medicina Interna. Orientador: Prof.Dr. Nelson Augusto Rosário Filho CURITIBA 2009

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LUIZ CARLOS D’AQUINO

CAPACIDADE VITAL FORÇADA REDUZIDA COM RELAÇÃO VEF 1/CVF NORMAL OU ELEVADA: DISTÚRBIO VENTILATÓRIO RESTRITIV O OU

INESPECÍFICO?

Tese apresentada ao programa de Pós-Graduação em Medicina Interna, Setor de Ciências da Saúde, da Universidade Federal do Paraná, para a obtenção de título de Doutor em Medicina Interna. Orientador: Prof.Dr. Nelson Augusto Rosário Filho

CURITIBA 2009

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Dedico este trabalho:

Aos meus pais, que nunca mediram esforços para minha formação ( in memoriam)

À minha esposa, Jane, companheira de 30 anos, pela ajuda, compreensão e estímulo constante. Aos meus filhos, Vicente e Carolina, pelo amor, compreensão e paciência.

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AGRADECIMENTOS.

Agradeço a todos a que tiveram presentes direta ou indiretamente na realização deste trabalho, em especial: Ao Prof.Dr. Nelson Augusto Rosário Filho, Professor Titular de Pediatria da Universidade Federal do Paraná (UFPR), médico pesqu isador na área de alergia e imunologia, orientador deste trabalho, pe lo apoio, estímulo, orientação criteriosa e ensinamentos, colaborando d e forma ímpar na orientação desta tese de doutorado. Ao Prof. Dr. Carlos Alberto Castro Pereira (SP), Di retor do Serviço de Doenças Respiratórias do HSPE-SP, médico pesquisado r nas áreas de : doenças intersticiais pulmonares, Asma, DPOC e Test es de função pulmonar, pelo incentivo , grande colaboração e val iosas sugestões na realização deste trabalho. Ao Dr. Israel Maia,de Florianópolis-SC pelos casos enviados, tornando possível a concretização do meu trabalho. Ao Prof.Dr. Adalberto Sperb Rubin, de Porto Alegre- RGS pelos casos enviados, tornando possível a concretização do meu trabalho. Ao Prof. João Adriano de Barros,de Curitiba-PR pelo s casos , disponibilizados no laboratório de função pulmonar do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná, tornando possíve l a concretização do meu trabalho. Ao Prof. Inácio Andrade Guimarães,de Curitiba-PR p elo ajuda na realização dos cálculos de reamostragem através do método do Bootstrap. Ao Profs. Drs. Carlos Antonio Riedi-UFPR, Paulo Rob erto Miranda Sandoval-PUC-PR e José Gastão Rocha de Carvalho-UFPR, por su gestões no aperfeiçoamento deste trabalho.

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SUMÁRIO LISTA DE TABELAS.........................................................................................................vi LISTA DE FIGURA E GRÁFICOS.................................................................................vii LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS......................................................................viii RESUMO..............................................................................................................................ix ABSTRACT...........................................................................................................................x 1.INTRODUÇÃO..................................................................................................................1 1.1 OBJETIVO .....................................................................................................................3 2 REVISÃO DA LITERATURA.......................................................................................4 2.1 HISTÓRICO....................................................................................................................4 2.2 MECÂNICA RESPIRATÓRIA......................................................................................5 2.2.1 Propriedades Elásticas..................................................................................................5 2.2.2 Função Pulmonar........................................................................................................10 2.3 DETERMINANTES DOS VOLUMES PULMONARES.............................................11 2.3.1 Capacidade Residual Funciona (CRF)........................................................................11 2.3.2 Capacidade Pulmonar Total (CPT).............................................................................12 2.3.3 Volume Residual (VR)................................................................................................13 2.3.4 Capacidade Vital (CV e CVF)....................................................................................13 2.3.5 Fluxos Expiratórios.....................................................................................................15 2.4 INTERPRETAÇÃO DOS TESTES DE FUNÇÃO PULMONAR ...............................16 2.4.1 Considerações Gerais..................................................................................................16 2.4.2 Definição dos Distúrbios Ventilatórios......................................................................17 3 MATERIAL E MÉTODOS...........................................................................................21 3.1 PERÍODO DE ESTUDO................................................................................................21 3.2 DELINEAMENTO GERAL DO ESTUDO...................................................................21 3.3 CASUÍSTICA.................................................................................................................21 3.3.1 Fluxograma..................................................................................................................22 3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO........................................................................................22 3.5 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO.......................................................................................23 3.6 PROTOCOLO DE ESTUDO.........................................................................................24 3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA.............................................................................................27 4 RESULTADOS .............................................................................................................30 5 DISCUSSÃO..................................................................................................................42 5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS........................................................................................42 5.2 CAUSAS.........................................................................................................................44 5.2.1 Doenças das Vias Aéreas............................................................................................44 5.2.2 Obesidade....................................................................................................................49 5.2.3 Doenças Pulmonares Intersticiais Difusas (DPID)....................................................54 5.2.4 Insuficiência Cardíaca.................................................................................................59 5.2.5 Doenças Neuromusculares, de Pleura e de Parede Torácica.......................................60 5.3 ESPIROMETRIA E PADRÃO RESTRITIVO.............................................................61 6 CONCLUSÃO................................................................................................................63 7 REFERÊNCIAS.............................................................................................................65

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8 ANEXOS ........................................................................................................................78 ANEXO 1: APROVAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA PELO COMITÊ DE ÉTICA

E PESQUISA EM SERES HUMANOS DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ.

ANEXO 2: TABELA DE VARIÁVEIS ESPIROMÉTRICAS DOS PACIENTES ESTUDADOS.

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LISTA DE TABELAS

TABELA 1 - DISTRIBUIÇÃO DOS VALORES DE FUNÇÃO PULMONAR DE ACORDO COM CAPACIDADE PULMONAR TOTAL REDUZIDA (DVR) E CAPACIDADE PULMONAR TOTAL DENTRO DA FAIXA PREVISTA (DVI)...................................................................................31

TABELA 2 - DIAGNÓSTICOS CLÍNICOS PROVÁVEIS E PROPORÇÃO DE

CASOS COM CAPACIDADE PULMONAR TOTAL REDUZIDA (DISTÚRBIO VENTILATÓRIO RESTRITIVO) EM 318 PACIENTES

COM CVF% REDUZIDA E RELAÇÃO VEF1/CVF NORMAL OU ELEVADA.......................................................................................32 TABELA 3 - SENSIBILIDADE, ESPECIFICIDADE, FALSO POSITIVO (1-

ESPECIFICIDADE) VALORES PREDITIVOS POSITIVO E NEGATIVOS, E RAZÃO DE PROBABILIDADE PARA VÁRIOS PONTOS DE CORTE ÚTEIS EM PREDIZER CPT REDUZIDA EM PACIENTES COM CVF BAIXA E RELAÇÃO VEF1/CVF NORMAL OU ELEVADA.......................................................................................37

TABELA 4 - ESCALA DE PONTUAÇÃO PARA ESTIMATIVA DE PROBABILIDADE DA PRESENÇA DE DISTÚRBIO

VENTILATÓRIO RESTRITIVO PELA ESPIROMETRIA MOSTRANDO CVF REDUZIDA E RELAÇÃO VEF1/CVF NORMAL OU ELEVADA.....................................................................38

TABELA 5 - MODELO BOOTSTRAP. ESTIMADORES PARA O MODELOS ORIGINAL E BOOTSTRAP E INTERVALO DE CONFIANÇA

(95%).......................................................................................................40 TABELA 6 - ESTIMADORES PARA O MODELO ORIGINAL E BOOTSTRAP E VIÉS DOS ESTIMADORES..............................................................41

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LISTA DE FIGURAS E GRÁFICOS

FIGURA 1 - GRÁFICO REPRESENTATIVO DA CURVA PRESSÃO- VOLUME PULMONAR.............................................................................7 FIGURA 2 - CURVA DE PRESSÃO-VOLUME DO SISTEMA RESPIRATÓRIO.......9 FIGURA 3 - FORMAS DE REDUÇÃO DA CV(F)......................................................15 FIGURA 4 - CURVA DE ROC E ÁREA SOB A CURVA DE DIVERSOS PARÂMETROS ESPIROMÉTRICOS PARA PREDIÇÃO

DE CPT REDUZIDA................................................................................35 FIGURA 5 - PERCENTAGEM DE RESTRIÇÃO (REDUÇÃO CPT) DE ACORDO COM ESCORE DE PONTOS...................................................................39

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS. ATS American Thoracic Society BTPS Temperatura corporal, pressão ambiente saturada com vapor

d’água. Bd Broncodilatador DVR Distúrbio Ventilatório Restritivo DVI Distúrbio Ventilatório Inespecífico DP Desvio Padrão CV Capacidade Vital CVF Capacidade Vital Forçada CPT Capacidade Pulmonar Total VR Volume Residual VR/CPT% Razão entre Volume Residual e Capacidade Pulmonar Total,

expressa como percentagem CRF Capacidade Residual Funcional Gva/Vp Condutância das vias aéreas, corrigida para o volume pulmonar. VEF1 Volume Expiratório Forçado no primeiro segundo VEF1/CVF% Razão entre Volume Expiratório Forçado no 1º segundo e

Capacidade vital Forçada FEF 25-75% Fluxo Expiratório Forçado entre 25 e 75% da capacidade vital

forçada. FEF25-75%/CVF Razão entre Fluxo Expiratório Forçado entre 25-75% da

Capacidade Vital Forçada e Capacidade Vital Forçada FEFmax Fluxo Expiratório Forçado Máximo PFE Pico de Fluxo Expiratório D%(VEF 1vs.CVF) Diferença entre VEF1 vs. CVF e CVF vs. VEF1 expressos em percentagem do valor previsto DCO Capacidade de Difusão do monóxido de carbono DPOC Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica DNM Doença Neuro muscular DPI Doença Pulmonar Intersticial DPID Doença Pulmonar Intersticial Difusa IMC Índice de Massa Corpórea TCT Tomografia Computadorizada de Tórax TCAR Tomografia Computadorizada de Alta Resolução PH Pneumonia por Hipersensibilidade DTC Doenças de Tecido Conjuntivo LES Lupus Eritematoso Sistêmico ICC Insuficiência Cardíaca Congestiva PA Pressão alveolar Ppl Pressão pleural

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RESUMO Distúrbio ventilatório restritivo é caracterizado fisiologicamente pela redução da capacidade pulmonar total (CPT). A redução da CV(F) na ausência de obstrução ao fluxo aéreo (relação VEF1/CVF preservada) é utilizada para inferir a presença de distúrbio ventilatório restritivo (DVR); entretanto em muitos destes testes funcionais não há redução da capacidade pulmonar total (CPT). Este achado é denominado de disturbio ventilatório inespecífico (DVI). O objetivo deste estudo foi determinar o valor preditivo para o diagnóstico de DVR com base no diagnóstico clínico provável e nos achados de espirometria em pacientes com CVF baixa e relação VEF1/CVF normal ou elevada. Pacientes com diagnóstico clínico definida na requisição do exame, redução da CV(F) sem relação VEF1/CVF reduzida e com medida dos volumes pulmonares foram selecionados em quatro diferentes laboratórios de função pulmonar no Brasil, durante o período de 1999 a 2006. Espirometria e medidas de volumes pulmonares foram realizadas na mesma visita de acordo com as normas da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Sociedade Americana de Tórax. Os testes foram classificados de acordo com os valores obtidos para a CPT em: restritivos (CPT reduzida) e inespecíficos (CPT normal). Diversos parâmetros funcionais foram comparados nos dois grupos, incluindo o diagnóstico clínico e diversos dados derivados da espirometria. Foram incluídos 318 pacientes. A CPT estava reduzida em 218 casos (DVR), e dentro dos parâmetros normais em 100 (DVI). As causas mais comuns para o diagnóstico provável de DVI foram: asma, Insuficiência cardíaca, DPOC, obesidade, bronquiolite obliterante, sarcoidose e doenças neuromusculares. Pacientes com fibrose pulmonar, e doenças da pleura e parede tinham um valor preditivo positivo (VPP) para restrição acima de 90%. Por curva de ROC (receiver operator curve), CVF% previsto e D%(VEF1-CVF) foram os parâmetros com maior área sob a curva para separar os dois grupos. Homens com CVF≤60% do previsto tinham um VPP para restrição de 98.8%, e mulheres com CVF≤50% do previsto tinham um VPP para restrição de 84.4%. A diferença VEF1% - CVF% ≥0 teve um VPP para restrição de 89.5%. Após análise logística uma escala de pontos foi desenvolvida para predizer a presença de distúrbio ventilatório restritivo. Uma análise de bootstrap mostrou que o modelo desenvolvido é robusto. Em conclusão, levando em conta o diagnóstico clínico e alguns dados na espirometria permite inferir a presença de distúrbio restritivo em muitos casos, em substituição a medida da CPT, devido a ser um exame de alto custo , tempo de realização prolongado e disponível em poucos centros. Palavra-Chave: volumes pulmonares;testes de função pulmonar;doenças pulmonares restritivas;espirometria;capacidade vital.

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ABSTRACT. Restrictive ventilatory defect (RVD), is characterized physiologically by reduction of total lung capacity (TLC). Reduction of FVC without airways obstruction ( non-reduced FEV1/CVF ratio) can be used to infer the presence of the restrictive ventilatory defect (RVD); however many patients (with reduced FVC, FEV1, and non-reduced FEV1/CVF ratio) do not have a restrictive defect, as defined by a reduced TLC. This finding, can be defined by non specific defect. The objective of the present study was to determine the predictive value of clinical and spirometric findings for the diagnosis of the true restrictive pattern in patients with low FVC and normal or elevated FEV1/CVF ratio. Patients with clinical diagnosis on the request form , reduced FVC, and non-reduced FEV1/CVF ratio and lung volume measurement were selected in four different laboratories in Brazil, from 1999 to 2006. Spirometry and lung volume measurement on the same visit, were performed, in keeping with the American Thoracic Society (ATS) and the Brazilian Pneumology Society’s rules (BPS). Lung function tests were classified according to value obtained by total lung capacity (TLC) in restrictive (TLC reduced) and nonspecific (TLC normal). Several functional parameters were compared between two groups, including clinical diagnosis and other spirometric findings. It was included 318 patients. TLC was in the normal range in 100 and was reduced in 218 cases. The most common causes for nonspecific defect were asthma, CHF, COPD, obesity, bronchiolitis obliterans , sarcoidosis and neuromuscular diseases. Patients with working diagnosis of lung fibrosis, and those with pleural or chest wall diseases had a predictive positive value (PPV) for restriction above 90%. By ROC curves FVC% predicted and D%FEV1-FVC were the best discriminators between the two groups. Males with a FVC ≤ 60% of predicted had a PPV for restriction of 98,8%, and females with FVC≤ 50% had a PPV for restriction of 84.4%. A difference between FEV1% - FVC% ≥ 0, had a PPV for restriction of 89.5%.After a logistic regression, a point scale was developed for predicting restrictive defect. Logistic regression model were subsequently validated by Bootstrap procedure. In conclusion, taking into account the clinical diagnosis and some spirometric measurement can make a confident diagnosis of true restriction, avoiding lung volume measurements, because measurement of lung volumes is time-consuming expensive and is not available in all centers. Key Words: lung volumes; respiratory function tests; restrictive lung disease; spirometry;vital capacity.

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1 INTRODUÇÃO

Os testes de função pulmonar têm ampla aplicação clínica, podendo caracterizar o

tipo de distúrbio ventilatório existente, avaliar objetivamente a gravidade funcional da

doença, monitorizar a resposta a intervenções terapêuticas, bem como auxiliar na avaliação

pré-operatória e determinação de incapacidade funcional (1). Tradicionalmente, os

distúrbios ventilatórios são classificados em obstrutivos, restritivos, ou uma combinação de

ambos (2).

Distúrbio ventilatório restritivo (DVR) é caracterizado fisiologicamente por redução

da capacidade pulmonar total (CPT) (3-5). A Capacidade Vital (CV) pode ser considerada

fisiologicamente como a diferença entre a CPT e o volume residual (VR) e, portanto poderá

ser reduzida por doenças que reduzem a complacência do pulmão ou da caixa torácica ou

ambos, ou que elevam a relação VR/CPT tais como doenças obstrutivas que causam

aprisionamento de ar (6-10), doenças neuromusculares que diminuem a capacidade dos

músculos respiratórios para encher e esvaziar os pulmões e outras (11-12). A redução da

CV(F) na ausência de obstrução ao fluxo aéreo (relação VEF1/CVF preservada) é utilizada

para inferir a presença de distúrbio ventilatório restritivo, mas o diagnóstico de um processo

restritivo não pode ser feito com confiança a menos que a CPT esteja reduzida (13-16). Em

um estudo, Aaron e colaboradores, demonstraram que a combinação de CV(F) reduzida

com a relação VEF1/CVF normal ou elevada (CVF<80% previsto com a relação

VEF1/CVF% acima do limite inferior da normalidade definido pelo 5º percentil da

população de referência) , resultou em um valor preditivo positivo para DVR de sòmente

58%, quando comparado com o padrão ouro de medidas da CPT (13). Estudo recente,

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publicado por Venkateshiah e colaboradores confirmaram estes achados (17) Este distúrbio

foi denominado de inespecífico (18). Por outro lado CPT reduzida foi raramente observada

em casos com CV(F) na faixa prevista, resultando num valor preditivo negativo acima de

95% em ambos os estudos (13,17).

A CV(F) constitui a maior parte da CPT, de modo que reduções acentuadas da

CV(F) na ausência de obstrução ao fluxo aéreo devem refletir CPT reduzida.

Em estudo recente, por meio de uma análise de regressão logística, Vandevoorde e

colaboradores sugerem que CVF menor que 55% do previsto em homens e menor que 40%

de previsto em mulheres pode predizer uma redução da CPT e que restrição pode ser

excluída se CVF estiver acima de 100% do previsto para homens ou acima de 85% do

previsto para mulheres (19). Nos laboratórios de função pulmonar, a informação clínica é

mais frequentemente disponível do que as radiografias de tórax. A probabilidade prévia de

uma doença restritiva, com base neste dado, poderia aumentar o valor preditivo positivo

para o diagnóstico de um DVR. Outros dados derivados da espirometria poderiam ser

utilizados para aumentar o valor preditivo de DVR, tais como aumento da relação

VEF1/CVF ou fluxos expiratórios forçados elevados. Por outro lado, uma diferença

elevada entre CV e CVF (sugerindo aprisionamento aéreo), e uma resposta significativa

ao broncodilatador, poderia indicar uma doença pulmonar obstrutiva com aprisionamento

aéreo, apesar de uma relação VEF1/CVF normal, reduzindo assim o valor preditivo para o

diagnóstico de DVR (10,18,20-24). Ao determinar o valor preditivo da espirometria associado

ao diagnóstico clínico na requisição do exame, para diagnosticar e ou excluir distúrbio

ventilatório restritivo, evitaremos o uso da capacidade pulmonar total (CPT) por ser um

exame disponível em poucos laboratórios de função pulmonar.

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1.1 OBJETIVO.

O objetivo foi avaliar a presença de DVR, com base no diagnóstico clínico provável na

requisição dos exames e nos achados de espirometria em pacientes com CVF reduzida com

a relação VEF1/CVF normal ou elevada.

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2 REVISÃO DA LITERATURA. 2.1 HISTÓRICO.

A mais antiga, descrição de medida de volume respiratório foi atribuída a um

matemático e fisiologista italiano, Giovanni Alfonso Borelli (1681), que tentou medir o

volume pulmonar em uma respiração única (25-26). Todas as medidas que se seguiram foram

individuais ou em pequenos grupos, e foram inexpressivas em comparação ao trabalho de

John Hutchinson (1846) (27) que há mais de 150 anos definiu e mediu a capacidade vital em

mais de 4000 indivíduos considerados saudáveis e estabeleceu uma relação linear com a

altura e notou que estava reduzida em doenças, particularmente tuberculose (25-26).

Hutchinson demonstrou que a medida da capacidade vital (CV) era mais sensível que o

estetoscópio (que tinha sido inventado por Laennec 30 anos antes) para detecção de

doenças pulmonares. Isto ocorreu 50 anos antes da introdução da radiografia e 40 anos

antes da descoberta do bacilo da tuberculose por Robert Koch.

Após Hutchinson, um sistema de registro de gráfico foi adicionado ao espirômetro em 1879

e um sofisticado instrumento de circuito fechado, ainda em uso, foi desenvolvido por Tissot

em 1904, Bohr em 1907 e Krogh em 1916 (28).

O VEF1 foi descrito independentemente por Tiffenau e Pinelli em Paris (1947)e

Gaensler no Estados Unidos (1951). O tempo de um segundo foi escolhido porque

corresponderia aproximadamente à duração da fase expiratória observada na manobra de

Ventilação Voluntária Máxima (VVM). Nesta época já era bem definido que o volume total

de ar mobilizado em um minuto (VVM) tinha boa correlação com a dispnéia e com a

capacidade de exercício nas doenças pulmonares. Gaensler examinou a relação entre a

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VVM e vários volumes obtidos em diferentes tempos expiratórios, demonstrando que VEF1

se exibia a maior correlação. Desde então VEF1 tornou-se medida regular obtida ao longo

da CV(F) (26).

Leuallen e Fowler (29) definiram o FEF25-75% em 1955, então designado fluxo médio

expiratório forçado. VEF6 tem recentemente sido defendido como uma alternativa para

CVF, com a vantagem que o tempo expiratório necessária possa ser reduzido (19).

Em 1962 Bartlett e Phillips (30) usaram um espirômetro e um potenciômetro para registrar a

curva fluxo-volume. O advento de pneumotacógrafos linearizados e espirômetros com

débitos elétricos e a disponibilidade de registradores mecânicos X-Y de resposta rápida

logo trouxeram a curva de fluxo volume expiratória máxima para uso universal nos

laboratórios de função pulmonar. O processamento automático dos sinais e a computação

aumentaram enormemente a quantidade de dados provenientes da manobra expiratória

forçada, facilitando a impressão dos resultados obtidos e previstos (28). Ambos,

espirômetro com deslocamento de volume e espirômetro baseado em fluxo, são usados para

registrar a mesma manobra, representando o volume máximo de ar exalado com esforço

máximo, a partir do ponto de máxima inspiração.

2.2 MECÂNICA RESPIRATÓRIA.

2.2.1 Propriedades Elásticas.

Elasticidade é a propriedade da matéria que faz com que uma estrutura volte à forma

de repouso por efeito de uma força externa. A tendência de retração de uma mola pode ser

expressa em termos do comprimento de repouso e sua relação tensão-comprimento.

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Em estruturas volumétricas, como os pulmões, as propriedades relevantes são o

volume de repouso e a relação entre o volume e a pressão transmural necessária para atingir

aquele volume. Por convenção, a pressão transmural é expressa como a diferença entre a

pressão interna e a pressão externa à estrutura. É conveniente imaginar esta, como a

pressão de distensão necessária para atingir certo volume pulmonar. Em adição, esta

pressão de distensão representa a pressão de retração, ou a tendência da estrutura para

voltar a seu volume de repouso (onde a pressão transmural é zero). Uma pressão de retração

positiva indica uma tendência para a estrutura tornar-se menor e uma negativa, o inverso.

Os pulmões são estruturas elásticas com tendência a se retraírem a um volume

mínimo (geralmente abaixo do VR). Para expandir os pulmões, uma força de distensão é

necessária. Esta força é a diferença entre a pressão alveolar (PA) e a pressão pleural (Ppl);

esta diferença de pressão é denominada de pressão transpulmonar. As propriedades

elásticas dos pulmões são representadas por um gráfico que relaciona o volume e a pressão

transpulmonar (Figura-1)

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FIGURA 1 - GRÁFICO REPRESENTATIVO DA CURVA DE PRESSÃO-VOLUME PULMONAR. FONTE:(ADAPTADO DE PEREIRA CAC E COLETTA ENAM, 2006)(31).

A inclinação desta curva de pressão volume (PV) representa a complacência dos

pulmões, representada pela equação Cp= ∆V/∆P. Observa-se na figura-1 que os pulmões

são poucos distensíveis em altos volumes pulmonares. Em respiração normal,

considerando-se um volume corrente de 0,5 L, a complacência pulmonar é de 0,2

L/cmH20. A retração elástica pulmonar deve-se em parte à presença de fibras colágenas e

elásticas nos pulmões, porém o maior componente advém das forças de superfície. Os

alvéolos são recobertos de uma fina camada líquida. As moléculas situadas na superfície

desta interface ar-líquido são atraídas para o interior do líquido, o que induz uma força de

tensão superficial; isso tende a reduzir a superfície a seu menor volume possível. O

surfactante, líquido que reveste a superfície dos alvéolos, diminui a tensão superficial , o

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que reduz o trabalho necessário para expandir os pulmões, estabiliza os alvéolos e as vias

aéreas terminais e ajuda a prevenir edema pulmonar.

Complacência é um termo da física que relaciona a mudança no volume de um

sistema fechado com a mudança na pressão que o distende. O pulmão com alta

complacência é o que pode ser distendido facilmente. O pulmão com complacência

reduzida é aquele difícil de distender. A complacência reduzida ocorre em doenças, como

fibrose intersticial, atelectasia ou edema pulmonar. Complacência aumentada ocorre no

enfisema, por destruição do arcabouço elástico pulmonar.

A caixa torácica tem propriedades elásticas semelhantes às dos pulmões. A posição

de repouso da caixa (onde a pressão de retração é zero) ocorre em torno de 75% a 80% da

CPT. Acima deste volume, a caixa torácica tende a retrair-se, mas, em baixos volumes

pulmonares, a caixa torácica é reduzida a um volume menor, e sua tendência é expandir o

sistema. A pressão de retração para a caixa torácica relaxada é a pressão pleural menos a

pressão atmosférica (Ppl-Patm), ou simplesmente Ppl, considerando-se a pressão

atmosférica como zero. A complacência da caixa torácica em volume corrente é semelhante

a dos pulmões, mas, em altos volumes, é maior que a dos pulmões. No tórax intacto, os

pulmões e a caixa torácica estão juntos. O esforço muscular requerido para inspirar um

volume de ar ou a pressão que deve ser desenvolvida por um ventilador para atingir a

mesma mudança de volume é determinada pela curva combinada de pressão volume dos

sistemas respiratório combinado, como mostrado na (figura -2).

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FIGURA 2 - CURVA DE PRESSÃO-VOLUME DO SISTEMA RESPIRATÓRIO. FONTE: (ADAPTADO DE AGOSTONI E MEAD J, 1967(32).

No final de uma respiração normal (CRF), na ausência de contração muscular, as

forças de retração elástica dos pulmões e da caixa torácica são iguais e opostas. Qualquer

mudança nas propriedades elásticas dos pulmões ou da caixa torácica resulta em uma nova

CRF. Na obesidade, por exemplo, a complacência da caixa torácica cai e a CRF diminui. O

enfisema aumenta a complacência estática dos pulmões e a CRF se eleva (18,31,33-37).

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2.2.2 Função Pulmonar.

Os testes de função pulmonar constituem um importante instrumento no diagnóstico

e tratamento das doenças pulmonares. A realização dos testes de função pulmonar deve ser

considerada quando existem sintomas ou história de doença pulmonar e quando fatores de

riscos estão presentes, como tabagismo (31)

Na avaliação da função pulmonar, os parâmetros mais frequentemente medidos são

obtidos por espirometria, por parâmetros derivados das manobras de capacidade vital lenta

e manobras de capacidade vital forçada. Após o término de uma expiração máxima resta

nos pulmões um volume de ar, o Volume Residual, que não é mensurado pela espirometria.

A soma do VR e da CV constitui a CPT. O volume que permanece nos pulmões ao final de

uma expiração realizada em volume corrente (VAC) constitui a capacidade residual

funcional (CRF). As medidas da CPT e da CRF exigem métodos mais complexos de

mensuração em comparação à espirometria. Os volumes pulmonares podem ser medidos

pela diluição de gases inertes e por pletismografia ou ainda por técnicas radiográficas. As

técnica dos gases inertes subestimam os volumes pulmonares absolutos em pacientes com

obstrução ao fluxo aéreo porque algumas áreas dos pulmões são insuficientemente

ventiladas para se exporem ao gás traçador. Em geral, quanto mais grave o estreitamento

das vias aéreas maior é subestimação. Doenças com fechamento precoce das vias aéreas

podem resultar em extensas áreas de aprisionamento de ar com elevação do volume

residual e redução da CVF.

Em teoria o pletismógrafo corporal mede todo o gás torácico mais qualquer gás

dentro do corpo que compartilhe as mudanças de pressão que acompanham os esforços

respiratórios, como bolhas enfisematosas e pneumotórax. Contudo, a presunção de que as

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mudanças da pressão na boca e pressão alveolar sejam idênticas não se aplica em todas as

circunstâncias. Isto é particularmente relevante para pacientes com obstrução das vias

aéreas. Nesta situação o volume de gás torácico pode ser superestimado devido a mudanças

dinâmicas nas vias aéreas superiores durante a manobra de arquejamento na presença de

resistência aumentada das vias aéreas. O erro é maior quanto maior o grau de obstrução das

vias aéreas. O erro pode ser minimizado encorajando-se um arquejamento suave em baixa

freqüência (< 1 Hz) e pedindo-se ao paciente que suporte as bochechas e o assoalho da

boca com as mãos para reduzir a complacência e minimizar as mudanças de volume da

boca e faringe.

2.3 DETERMINANTES DOS VOLUMES PULMONARES.

2.3.1 Capacidade Residual Funcional (CRF)

A CRF é igual ao volume dos pulmões ao final de uma expiração em volume

corrente, frequentemente chamado volume pulmonar expiratório final (VPEF). Em

indivíduos normais, relaxados e em repouso, a CRF representa a posição mecanicamente

neutra do sistema respiratório como um todo, e corresponde à posição do tórax durante o

relaxamento completo. Contudo, na CRF os pulmões têm uma retração positiva (para

dentro) e a parede torácica uma retração elástica negativa (para fora), isto é, se o tórax é

aberto os pulmões se esvaziam enquanto a caixa torácica se expande. Em pacientes com

doença difusa das vias aéreas, a CRF é frequentemente elevada. Em parte isto resulta de

uma alteração na posição das curvas de pressão volume dos pulmões e parede torácica de

modo que o balanço de forças passivas ocorre em um volume maior (hiperinsuflação

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12

estática). Em adição pode haver um grau variável de hiperinsuflação dinâmica que ocorre

como uma adaptação ao estreitamento das vias aéreas e como conseqüência do fluxo

expiratório acentuadamente limitado. Maior fluxo expiratório pode ser alcançado

respirando-se em volumes pulmonares maiores. Como resultado do fluxo limitado em

baixos volumes, a expiração corrente é completada e a próxima inspiração é iniciada antes

que o sistema possa atingir o volume de relaxamento.

2.3.2 Capacidade Pulmonar Total (CPT).

Um balanço de forças opostas também determina o volume pulmonar em inspiração

máxima. Neste caso a retração para dentro do sistema respiratório é contrabalançada pela

expansão gerada pela contração dos músculos inspiratórios. A efetividade da contração dos

músculos inspiratórios (vantagem mecânica) diminui à medida que as fibras musculares se

encurtam. Em geral quanto maior o volume pulmonar, mais curtas são as fibras musculares.

Consequentemente a pressão resultante da contração inspiratória declina à medida que o

volume pulmonar aumenta, até que um ponto (CPT) é atingido onde a retração elástica do

sistema respiratório se iguala a força muscular e maior inspiração é impossível. Em

condições tais como fibrose pulmonar, onde os pulmões encolhidos têm uma complacência

reduzida, este balanço é alcançado em um volume menor que o normal e consequentemente

a CPT é reduzida. A situação inversa é observada no enfisema onde a complacência

pulmonar é maior que o normal e os pulmões podem ser inflados a uma CPT anormalmente

grande na qual a pressão de retração elástica pulmonar é menor que o normal.

Page 24: LUIZ CARLOS D’AQUINO

13

2.3.3 Volume Residual (VR).

Em indivíduos jovens, saudáveis, a posição do volume residual é também

dependente de um equilíbrio, desta vez entre a retração para fora do sistema respiratório e a

força gerada pelos músculos expiratórios, principalmente os abdominais. Em indivíduos

mais velhos o estreitamento dinâmico das vias aéreas e o fechamento tornam-se

importantes durante a expiração em volumes abaixo da CRF. Isto limita a deflação dos

pulmões e explica o volume residual crescente observado com a idade. Este efeito de

envelhecimento é exagerado em pacientes com estreitamento difuso das vias aéreas (asma,

DPOC), nos quais um volume residual anormalmente grande (e relação VR/CPT elevada) é

característico.

2.3.4 Capacidade Vital (CV e CVF).

A CVF é normalmente igual à CV lenta. Em indivíduos sem obstrução ao fluxo

aéreo a CVF e a CV devem diferir menos de 0,2 L. CVF maior que CV significa em geral

falta de colaboração na manobra lenta. A CVF pode ser menor do que a CV em indivíduos

com distúrbio obstrutivo (diferença significativa acima de 0,2 L), se a expiração forçada

causa colapso de vias aéreas, com resultante aprisionamento de ar (1-2).

A CVF pode ser reduzida no enfisema pela perda do suporte elástico das pequenas

vias aéreas. A CVF também pode ser reduzida por tampões de muco e estreitamento

bronquiolar, como se encontra na bronquite crônica, asma e bronquiectasias. CVF reduzida

também pode ser vista em alguns indivíduos com obstrução de vias aéreas centrais como

tumores (3). Neste caso também a CV pode ser muito maior que a CVF.

Page 25: LUIZ CARLOS D’AQUINO

14

Muitos indivíduos com obstrução ao fluxo aéreo têm CVF na faixa prevista.

Contudo, o tempo requerido para expirar a CVF (tempo expiratório forçado) é

freqüentemente prolongado. Indivíduos normais expiram a sua CVF em geral em menos de

6 s. Indivíduos com obstrução acentuada ao fluxo aéreo podem requerer 20 s ou mais para

expirar totalmente a CVF. CV(F) reduzida é também achado comum de doenças restritivas

(4). Neste caso, diferentemente das doenças obstrutivas, a redução percentual do VEF1

acompanha de perto a redução da CV(F) (5).

Uma CV(F) menor que o previsto em indivíduos com restrição pode resultar de um

aumento na quantidade ou tipo de colágeno como na fibrose pulmonar. Fibrose pulmonar

também pode decorrer de inalação de poeiras, efeito de drogas ou radiação. Restrição

também pode resultar do acúmulo de líquido intrapulmonar, transudato ou exsudato, como

em edema pulmonar ou pneumonias. Lesões que ocupam espaço tais como tumores ou

derrames pleurais também podem reduzir a CV(F) ao comprimir o tecido pulmonar (4).

Doenças neuromusculares tais como miastenia gravis, ou deformidades da parede

torácica como escoliose, limitam a mobilidade da parede torácica. Qualquer doença que

afete a função de fole da parede torácica ou a distensibilidade do tecido pulmonar tende a

reduzir a CV(F).

Obesidade e gravidez podem causar CV(F) reduzida, porque interferem com a

movimentação do diafragma e a excursão da parede torácica.

Page 26: LUIZ CARLOS D’AQUINO

15

Do exposto acima se conclui que a redução da CV(F) é um achado funcional

inespecífico. Formas de redução da CV(F) são mostrados na ( figura 3)

FIGURA 3 - FORMAS DE REDUÇÃO DA CV(F)

FONTE:(ADAPTADO DE DIRETRIZES PARA TESTES DE FUNÇÃO PULMONAR, 2002)(5)

2.3.5 Fluxos Expiratórios

A partir da capacidade vital forçada (CVF), curva fluxo volume pode ser construída.

Esta expressa uma medida do fluxo máximo possível nos vários volumes pulmonares

dentro da capacidade vital. Além da capacidade vital forçada (CVF), também podem ser

avaliados outros parâmetros. O VEF1 representa o volume de ar exalado num tempo

especificado durante a manobra da CVF, no caso o primeiro segundo. O FEF25-75%

representa o fluxo expiratório forçado médio de um segmento obtido durante a manobra

expiratória de CVF, isto é, entre 25 e 75% da curva de CVF ( 4,5,38). Outro teste também

Page 27: LUIZ CARLOS D’AQUINO

16

obtido pela curva da CVF é Fluxo Expiratório Forçado Máximo (FEFmax), que representa

o fluxo máximo de ar durante a manobra de capacidade vital forçada (CVF). Esta grandeza

também é denominada de Pico de Fluxo Expiratório (PFE) (4,5).

2.4 INTERPRETAÇÃO DOS TESTES DE FUNÇÃO PULMONAR.

2.4.1 Considerações Gerais.

A interpretação deve ser iniciada com comentários sobre a qualidade do teste.

Testes que estão fora dos padrões ainda podem conter informações úteis, porém os

problemas devem ser identificados e a magnitude destes erros quantificada. Uma vez

assegurada a qualidade do teste, o próximo passo consiste na comparação dos valores

obtidos com valores de referência, de preferência obtidos de uma amostra de indivíduos

sadios da população de origem (39-42).

A interpretação da prova de função pulmonar deve ser clara, concisa e informativa.

De uma forma ideal os princípios de uma decisão clínica deveriam ser aplicados à

interpretação dos testes de função pulmonar (43), onde a probabilidade pós-teste da doença é

estimada após levar em consideração a probabilidade pré-teste da doença, a qualidade do

teste, os falsos positivos e negativos e, finalmente os resultados dos testes e em comparação

com os valores de referência. Para tanto, um questionário respiratório sumário deve ser

aplicado aos candidatos aos testes de função pulmonar. Entretanto, em muitos laboratórios

os exames são interpretados na ausência de informações clínicas.

Page 28: LUIZ CARLOS D’AQUINO

17

2.4.2 Definição dos Distúrbios Ventilatórios

Seis padrões de resultados de testes espirométricos são encontrados: normal,

distúrbio ventilatório restritivo, inespecífico, obstrutivo, obstrutivo com CV(F) reduzida e

misto ou combinado (5).

Distúrbio ventilatório obstrutivo pode ser definido com uma redução

desproporcional dos fluxos máximos com respeito ao volume máximo (CVF) que pode ser

eliminado do pulmão (4,5,40,42). VEF1 reduzido e relação VEF1/CVF% reduzida são os

índices mais usados e melhor padronizados para caracterizar a presença de um distúrbio

ventilatório obstrutivo.

Distúrbio ventilatório restritivo é caracterizado fisiologicamente por redução na

CPT (3,40,42). Quando a CV e a CVF são reduzidas na presença da relação VEF1/CVF%

e FEF 25-75 %/CVF normais ou elevadas, DVR é inferido (4,5). Diferente da obstrução na

qual a limitação ao fluxo aéreo é o problema primário, a restrição resulta em volumes

pulmonares reduzidos. A perda de volume pulmonar pode ocorrer quando o parênquima

pulmonar é deslocado (tumores, derrames pleurais) ou removido (ressecção). Afecções que

afetam a parede torácica ou o aparelho neuromuscular também podem causar restrição.

Restrição também é um achado em condições não pulmonares tais como obesidade ou

gravidez, porém muitos obesos, mesmo mórbidos, tem volumes pulmonares na faixa

prevista (44).

Distúrbio ventilatório misto ou combinado (DVC) é caracterizado pela coexistência

de obstrução e restrição, e é definido fisiologicamente quando a relação VEF1/CVF está

reduzida e a CPT situa-se abaixo do limite inferior do previsto ou do esperado para a

presença de obstrução, já que nesta circunstância a CPT tende a se elevar (45,46). Na

Page 29: LUIZ CARLOS D’AQUINO

18

presença de achados de obstrução e na ausência de medida da CPT, o distúrbio não deve ser

chamado de misto ou combinado apenas porque a CV e a CVF estão reduzidas (5). Este

distúrbio pode ser caracterizado como “obstrutivo com CV(F) reduzida”. Uma

interpretação alternativa considera que a extensão da queda da CV(F) pode ser de auxílio na

caracterização do distúrbio (45). DVC deve-se a doença única ou a combinação de doenças.

Na combinação de doenças destaca-se a associação de tuberculose residual e DPOC (5).

Em um estudo Aaron e colaboradores demonstraram que 42% dos casos tidos como

restritivos pela espirometria, a CPT não estava reduzida (13). Este distúrbio foi chamado de

inespecífico (18).

A CV(F) constitui a maior parte da CPT, de modo que reduções acentuadas da

CV(F) na ausência de obstrução ao fluxo aéreo devem refletir CPT reduzida (13). Os

resultados de um estudo recente indicam que uma CVF<55% em homens a <40% em

mulheres é preditiva de CPT reduzida (19).

A velocidade de esvaziamento pulmonar é influenciada pela resistência das vias

aéreas e pela elasticidade pulmonar. O produto da resistência e da complacência pulmonar

constitui uma constante de tempo. É bem reconhecido que a condutância específica das vias

aéreas e a relação VEF1/CVF% são freqüentemente maiores que o normal na fibrose

pulmonar, implicando que o calibre das vias aéreas está aumentado em relação ao volume

pulmonar. Isto é claro, por exemplo, pela observação da curva de fluxo-volume expiratória

máxima, a qual frequentemente demonstra um pico de fluxo bem preservado e fluxos

máximos que são maiores para o volume pulmonar absoluto (33).

A relação VEF1/CVF% é semelhante à constante de tempo de esvaziamento

pulmonar (1/R x C). Na realidade, a unidade da relação VEF1/CVF% é 1/tempo, desde que

a relação reflete volume/tempo/volume=1/tempo. De modo semelhante, a inclinação da

Page 30: LUIZ CARLOS D’AQUINO

19

curva de fluxo-volume (pico de fluxo/CVF) é a constante média de tempo de esvaziamento

pulmonar e se correlaciona com a relação VEF1/CVF% (77).

Pelo exposto, pode-se esperar que reduções de CVF acompanhadas de relação

VEF1/CVF% elevada, ou fluxos instantâneos corrigidos para a CVF elevados, expressem

mais provavelmente doenças verdadeiramente restritivas, isto é, a medida da CPT deve

estar reduzida.

Na asma e em bronquiolites diversas, em tomografias obtidas em expiração, é

comum a observação de áreas de aprisionamento de ar. Isto pode resultar em esvaziamento

de áreas não obstruídas em tempo normal, mas com redução do volume expirado (CVF

reduzida) e relação VEF1/CVF% preservada (18,47).

Nas doenças intersticiais, pode haver obstrução associada de vias aéreas periféricas,

o que poderia resultar em VR elevado, mas com aparente restrição pela espirometria (48).

Em portadores de obstrução ao fluxo aéreo, após administração de placebo, o VEF1

varia menos de 0,20 L e 12% do previsto (49). Pacientes com doença obstrutiva, como

asma, e aparente distúrbio restritivo na espirometria, poderiam responder mais

acentuadamente a broncodilatador, porém a variação após placebo em pacientes com

doenças verdadeiramente restritivas é desconhecida.

Em resumo o diagnóstico clínico poderia mudar o valor preditivo dos resultados

espirométricos para caracterização de distúrbio verdadeiramente restritivo ou não. Outros

dados derivados da espirometria, tais como relação VEF1/CVF elevada ou aumento na

diferença percentual entre VEF1 e CVF e fluxos corrigidos para o volume supranormais,

poderiam ser utilizados para aumentar o valor preditivo positivo para o padrão restritivo.

Uma grande diferença entre CV e CVF, ou uma resposta significativa a

broncodilatador poderiam, na presença de razão VEF1/CVF normal, indicar doença

Page 31: LUIZ CARLOS D’AQUINO

20

pulmonar obstrutiva com aprisionamento de ar, assim reduzindo o valor preditivo para o

diagnóstico de padrão restritivo.

Page 32: LUIZ CARLOS D’AQUINO

21

3 MATERIAL E MÉTODOS. 3.1 PERÍODO DE ESTUDO

Foram analisadas provas funcionais, não consecutivas, com medidas dos volumes

pulmonares, com diagnóstico clínico, provenientes de quatro laboratórios diferentes de

função pulmonar no Brasil, obtidas durante o período de 1999 a 2006.

3.2 DELINEAMENO GERAL DO ESTUDO.

Foi realizado um estudo transversal, com amostra baseada no resultado dos testes.

Conforme o anexo-1, o projeto de pesquisa foi analisado pelo Comitê de Ética em Pesquisa

em Seres Humanos , tendo sido aprovado em 31 de março de 2009.

3.3 CASUÍSTICA

De um total de 729 testes de função pulmonar, foram elegíveis para a análise 318

provas funcionais não consecutivas com CVF reduzida e relação VEF1/CVF normal ou

elevada.

Os dados da análise foram obtidos em quatro cidades, assim distribuídas: 185 casos

provenientes de São Paulo-SP, 60 casos provenientes de Curitiba-PR, 44 casos

provenientes de Porto Alegre-RS e 29 casos provenientes de Florianópolis-SC.

Os dados de cada paciente no momento da solicitação dos exames continham: idade, sexo,

altura, peso, hábito tabágico e diagnóstico clínico provável.

Page 33: LUIZ CARLOS D’AQUINO

22

Um fluxograma para a entrada destes pacientes no estudo foi criado.

3.3.1 Fluxograma de entrada dos pacientes no estudo:

729 testes

411 excluídos por causas diversas

3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO.

Foram incluídos os testes que:

1-Preencheram os critérios de aceitabilidade e reprodutibilidade para espirometria e

volumes pulmonares (4-5,42,50-52). Especial atenção foi dada ao platô do final da manobra

CPT (%)

CPT ≤ 80% previsto CPT > 80%previsto n=218 n=100

DVR DVI

CVF reduzida e relação VEF1/CVF normal ou elevada e diagnóstico clínico que resulta em padrão obstrutivo, restritivo ou ambos n=318

Page 34: LUIZ CARLOS D’AQUINO

23

expiratória, desde que interrupção precoce da expiração pode resultar em falso distúrbio

ventilatório restritivo.

2-Exibiram redução da CVF, definida por valores situados abaixo do limite inferior do

previsto, definido pelo 5° percentil da população de referência (39,40,42,53).

3-Tinham um diagnóstico clínico provável na requisição do exame que poderia resultar em

doença restritiva ou obstrutiva ou ambas.

4- Os testes em que a relação VEF1/CVF% situava-se igual ou acima do limite inferior da

normalidade, definido pelo 5° percentil da população de referência (39,54).

3.5 CRITÉRIOS DE EXCLUSÃO.

Foram excluídos:

1-Todos os casos com idade e estatura fora da faixa de referência das equações utilizadas:

homens-estatura 152-192 cm, idade 26-86 anos; mulheres-estatura 137-182 cm, idade 20-

85 anos (39,54).

2-Casos em que o diagnóstico clínico não permitiria inferir a possibilidade do tipo de

distúrbio ventilatório, como por exemplo, dispnéia a esclarecer.

3- Casos com CPT elevada (acima de 120% do previsto) e capacidade vital lenta (CV) na

faixa prevista.

Page 35: LUIZ CARLOS D’AQUINO

24

3.6 PROTOCOLO DE ESTUDO.

Os valores previstos para a espirometria e para os volumes pulmonares foram

baseados nos valores de referência derivados para a população brasileira adulta (39-54). Os

valores previstos derivados por Neder e colaboradores (54) para volume residual (VR)

foram adicionados à capacidade vital forçada (CVF) derivados por Pereira e colaboradores

(39), para estimar o valor previsto da capacidade pulmonar total (CPT) .O valor da CPT ≤

80% previsto foi considerado como reduzido. Valor ≥ 130% previsto para volume residual

(VR) foi considerado elevado.

Para os pacientes que realizaram mais de um exame neste período de tempo, foi

utilizada somente a medida observada na primeira visita. Os testes de espirometria foram

realizados em três centros com um sensor de fluxo (Sensor Medics model 2200; Viasys

Health Care,Yorba Linda,CA,USA) e os volumes pulmonares foram medidos por

pletismografia de volume constante (SensorMedics model 6200 Bodybox;Viasy Health

Care). No quarto centro os testes foram realizados em dois modelos de espirômetros

computadorizados Collins Survey Plus e Collins GS Modular System (Warren E.

Collins,Inc., Braintree,Mass) ambos pertencentes ao laboratório de Provas Funcionais do

Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná. Neste centro os volumes

pulmonares foram medidos pelo método de diluição de hélio, assim como alguns casos do

estado de São Paulo.

Espirometria e volumes pulmonares foram todas realizadas de acordo com as

normas da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Sociedade Americana de

Tórax e da Sociedade Européia de Doenças Respiratórias (40-42,50-52,55,56), por técnicos

Page 36: LUIZ CARLOS D’AQUINO

25

treinados para realização das provas de função pulmonar (50).Todos os laboratórios são

certificados pela Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT).

Em um subgrupo de pacientes (n=169), a espirometria foi repetida 15 minutos após

fornecimento de broncodilatador (salbutamol 400mcg).

Os pacientes com CVF reduzida e CPT na faixa prevista foram classificados como

portadores de distúrbio ventilatório inespecífico (DVI) e aqueles com CPT reduzida como

portadores de distúrbio ventilatório restritivo (DVR) (18,42).

Como fatores preditivos para tentar separar DVR de DVI inicialmente foi analisada

a probabilidade clínica de restrição, nos pacientes separados por grupos com diferentes

fisiopatologias. Os diagnósticos foram classificados em oito grupos. No grupo 1 foram

incluídos os pacientes com doenças pulmonares intersticial difusa (DPID) tais como

fibrose pulmonar idiopática, sarcoidose, silicose, colagenoses e pneumonia de

hipersensibilidade. No grupo 2 os pacientes, que apresentaram possibilidade de doença

obstrutiva, tais como asma, DPOC, bronquiolite e bronquiectasias. Quando mais de um

diagnóstico estava presente, a presença de qualquer possível doença obstrutiva situava o

paciente no grupo 2. Casos associados de DPOC e apnéia do sono foram também incluídos

neste grupo. Pacientes com diagnóstico de insuficiência cardíaca foram incluídos no grupo

3. No grupo 4 foram situados os pacientes com envolvimento da pleura e parede torácica

tais como cifoescoliose, derrames ou seqüelas pleurais e toracoplastias. No grupo 5 os

casos com doenças neuro-musculares (DNM). No grupo 6 foram incluídos os casos de

ressecção pulmonar. No grupo 7 foram incluídos os pacientes com obesidade

(IMC≥30kg/m2) com ou sem apnéia do sono ou hipoventilação alveolar, mas sem ICC ou

DPOC associadas. No grupo 8 foram incluídos pacientes que apresentaram condições

diversas tais como tuberculose residual, hipertensão pulmonar, pneumonias e tumores

Page 37: LUIZ CARLOS D’AQUINO

26

pulmonares com ou sem atelectasia associada. Os diagnósticos clínicos foram reagrupados

a priori em três categorias, de acordo com a probabilidade (alta ≥90%=2; intermediária 50-

89%=0; baixa <50%=-2) de resultar em DVR.

Alta probabilidade para DVR entraram os diagnósticos clínicos incluídos no grupo

1, todos com FPI, pacientes do grupo 4 com envolvimento da pleura e parede torácica tais

como cifoescoliose, derrames ou seqüelas pleurais e toracoplastias e do grupo 6 todos os 3

casos com ressecção pulmonar.

Baixa probabilidade para DVR os pacientes com doença potencialmente obstrutivas

foram incluídos, asma, DPOC, bronquiolite, bronquiectasias, quando mais de um

diagnóstico estava presente, a presença de qualquer possível doença obstrutiva situava o

paciente nesta categoria. Casos associados de DPOC e apnéia do sono foram também

incluídas nesta categoria.

Probabilidade intermediária para DVR entraram outras doenças pulmonares

intersticiais, sarcoidose, esclerodermia, artrite reumatóide, lupus eritematoso sistêmico e

doença mista do tecido conjuntivo, PH, pneumonia actínica, asbestose, granuloma

esinofílico (GE), silicose, pneumoconiose, BOOP, todos os casos de ICC, DNM,

obesidade, casos diversos tais como como linfoma, tuberculose residual, nódulos

pulmonares, metástases pulmonares, hipertensão pulmonar primária, leptospirose e

criptococose pulmonar.

As medidas espirométricas comparadas para separar os grupos com DVI e DVR

foram:

1) CVF%

2-Diferença entre CV e CVF.

Page 38: LUIZ CARLOS D’AQUINO

27

3) Relações VEF1/CVF% e FEF25-75/CVF% expressas como valores encontrados e como

percentagem do valor previsto

4-Diferença entre VEF1% e CVF % e o inverso antes da administração de broncodilatador.

5- Resposta a broncodilatador. Foi considerada resposta positiva após uso de

broncodilatadores elevação no VEF1 ≥ 0,20 L e ≥12% do valor basal(5,40,42).

Foram ainda comparados nos dois grupos a medida da difusão do CO expressa em %

previsto (5) e a condutância específica das vias aéreas (Gva/Vp), medida em todos os casos

em que volumes pulmonares foram medidos por pletismografia. Valores para a condutância

específica ≤0.12 L/s/cmH20 foram considerados reduzidos (5).

O estado nutricional; foi determinado por meio da análise do índice de massa

corpórea (IMC) (57-59). Valores de IMC ≥ 30 kg/m2 foram utilizados para definir obesidade

(57).

3.7 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Os valores foram expressos como x ± DP. As comparações entre os dois grupos

foram feitas por meio do teste t, de Student, no caso de variáveis independentes contínuas, e

por meio do teste qui-quadrado (χ2), para variáveis nominais. Foi realizada uma curva

ROC (Receiver-operating characteristic curve) e as variáveis com maior poder discriminante

foram incluídas em um modelo de regressão logística, para estimar a probabilidade de

restrição, definida por redução da CPT. Após múltiplas simulações, um escore foi derivado,

considerando-se vários pontos de corte para determinar os valores com maior poder

discriminatório entre os padrões ventilatórios inespecífico e restritivo. A análise estatística

Page 39: LUIZ CARLOS D’AQUINO

28

foi realizada usando o pacote estatístico “Statistical Package for the Social Sciences”,

versão 10.0 para Windows (SPSS Inc.,Chicago,IL). O nível de significância foi

estabelecido em α=0.05.

Em seguida considerou-se o problema decorrente do viés dos estimadores, que pode

comprometer a acurácia dos mesmos, sobretudo quando o objetivo é classificar novas

observações, isto é, utilizar o modelo obtido para novos diagnósticos. Para estimar o viés

dos estimadores foi utilizado o Método Bootstrap, brevemente descrito adiante (60). Foram

geradas 1000 amostras bootstrap, também chamadas replicações, com a finalidade de

validar o modelo no que se refere ao viés acima mencionado. Cada amostra bootstrap foi

formada com o mesmo número de observações da amostra original, sendo que as

observações contidas em cada replicação foram extraídas com reposição, o que é inerente

ao próprio método utilizado. Para cada replicação foi ajustado um modelo de regressão

logística, considerando as mesmas variáveis empregadas no modelo logístico original. Na

seqüência calculou-se a média dos estimadores bootstrap obtidos para cada covariável. O

passo seguinte foi comparar os estimadores do modelo original com o modelo bootstrap, a

fim de estimar o viés dos mesmos. O modelo de regressão logística é dado por:

( )

β+β+

β+β

=

=

=

p

iii

p

iii

xexp

xexp

|YP

10

10

1

X ,

Onde P(Y | X) é a probabilidade de DVR presente (Y = 1) ou ausente (Y = 0). O vetor dado

por X = [ x1 , x2 , ... , xn ]T é o vetor das variáveis independentes, ou explanatórias, e β0 , ... ,

βp são os parâmetros do modelo.

Page 40: LUIZ CARLOS D’AQUINO

29

Na estimação dos parâmetros de modelos de regressão logística, a aplicação do método

Bootstrap segue o raciocínio apresentado na seqüência.

Passo 1: A partir da amostra original, X = [ x 1 , x 2 , ... , x n ]T, são selecionadas B amostras

independentes X*1 , X*2 , ... , X

*B , todas de tamanho n, selecionadas com reposição. De

acordo com Bussab e Morettin (61), um valor razoável é B ≈ 200.

Passo 2: Ajusta-se um modelo logístico a cada uma das amostras geradas no Passo 1,

obtendo os vetores β*1 , β*

2 , ... , β*B de parâmetros.

Passo 3: Os estimadores bootstrap são dados por:

∑=

=B

jij

iB

1

** 1ˆ ββ ,

Isto é, pela média aritmética dos estimadores bootstrap.

Passo 4: O viés do estimador jβ̂

é dado por:

( ) *ˆˆˆjjjb βββ −= .

Page 41: LUIZ CARLOS D’AQUINO

30

4 RESULTADOS.

A média de idade dos pacientes foi de 55 ± 15 anos (20-81 anos), dos quais 54%

pertenciam ao sexo feminino.

Foram incluídos testes realizados em 318 pacientes. Os volumes foram medidos por

pletismografia em 241 casos, e pelo método de diluição do hélio em 77 casos, sendo 60

provenientes de Curitiba e o restante de São Paulo. Uma maior, embora não significante

proporção de casos com CPT normal foi encontrada quando os volumes pulmonares foram

medidos por pletismografia (34.2 vs. 22.7%, p=0.061). Do total de casos, 218 mostraram

CPT reduzida (distúrbio ventilatório restritivo, DVR) e 100 CPT normal (distúrbio

ventilatório inespecífico, DVI). A proporção de fumantes/ex-fumantes não diferiu nos dois

grupos (18,5% em DVI e 24,5% em DVR, p=0,46).

A comparação entre os pacientes com distúrbio ventilatório restritivo e distúrbio

ventilatório inespecífico mostrou diferenças significantes em diversas variáveis (Tabela 1).

No grupo com DVR, a capacidade vital lenta (CV), capacidade vital forçada (CVF) e DCO,

apresentaram valores menores. Ao contrário, as relações VEF1/CVF e FEF25-75/CVF foram

maiores no grupo com DVR. Como esperado, o volume residual (VR) foi maior no grupo

inespecífico. As diferenças entre CV e CVF foram semelhantes nos dois grupos.

Page 42: LUIZ CARLOS D’AQUINO

31

TABELA 1 - DISTRIBUIÇÃO DOS VALORES DE FUNÇÃO PULMONAR DE ACORDO COM CAPACIDADE PULMONAR TOTAL REDUZIDA (DVR) E CAPACIDADE PULMONAR TOTAL DENTRO DA FAIXA PREVISTA (DVI). DVR DVI Parâmetro (Pré-Bd) n=218 n=100 t p* X ±±±± DP X ±±±± DP CV(%previsto) 58±13 70±8 10,27 <0,001 CVF(%previsto) 56±12 68±9 9,99 <0,001 CV-CVF(L) 0,075±0,11 0,074±0,10 0,038 0,97 VEF1(%previsto) 54±13 59±10 3,59 <0,001 VR(%previsto) 80±25 133±32 14,92 <0,001 CPT(%previsto) 65±12 91±9 22,26 <0,001 VEF1/CVFx100 84±7 81±7 3,30 0,001 VEF1/CVFx100 % previsto 105±9 102±8 3,14 0,002 D%(VEF1-CVF) -2±7 -9±7 8,10 <0,001 FEF25-75/CVF x 100 112±52 88±35 4,78 <0,001 FEF25-75/CVF %previsto 143±69 113±43 4,73 <0,001 DCO % previsto (n=113 e 51) 47±23 57±25 2,48 0,014 * Teste t de Student

Os diagnósticos clínicos mais comuns e a proporção de casos com distúrbio ventilatório

restritivo encontrados, são mostrados na (tabela 2).

Page 43: LUIZ CARLOS D’AQUINO

32

TABELA 2 - DIAGNÓSTICOS CLÍNICOS PROVÁVEIS E PROPORÇÃO DE CASOS COM CAPACIDADE PULMONAR TOTAL REDUZIDA ( DISTÚRBIO VENTILATÓRIO RESTRITIVO) EM 318 PACIENTES COM CVF% REDUZIDA E RELAÇÃO VEF1/CVF NORMAL OU ELEVADA Diagnóstico clínico Total

n=318 CPT reduzida n=218 (%)

1. Doenças pulmonares difusas 135 111 (82)

Fibrose pulmonar 64 58 (91)

Sarcoidose 20 13 (65)

Doença do Tecido Conjuntivo 23 19 (83)

Outras (inclui “doença intersticial”) 28 21 (75)

2. Doenças obstrutivas* 75 32 (43)

Asma (isolada) 25 6 (24)

DPOC (isolada) 25 15 (60)

Bronquiolites 8 1

Bronquiectasias 7 4

Combinado 10 6

3. Insuficiência cardíaca 24 13 (54)

4. Doenças da pleura e parede

17 16 (94)

5. Doenças neuromusculares 23 16 (70)

6-Ressecção Pulmonar 3 3

7. Obesidade ( isolada) 27 18 (67)

8.Diversos 14 9 (64)

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33

Obesidade foi evidenciada em 100 (31,4%) casos. Destes 27 tinham obesidade

como único diagnóstico, 15 com FPI, 12 com asma, 11 com DPOC e o restante com causas

diversas. Havia mais pacientes obesos no grupo inespecífico, DVI (40%), em comparação

aos restritivos, DVR (27,5%), χ 2= 4,95, p=0,026.

Os diagnósticos clínicos prováveis mais comuns demonstrados na requisição dos

exames, e a proporção de casos com DVR nas várias categorias diagnósticas, são mostrados

na tabela 2.

Baseado nos achados da tabela-2, os casos foram separados, de acordo com os

resultados das provas de função pulmonar (volumes) em três categorias:

1- Alta probabilidade para DVR (acima de 90%). Havia neste grupo 84 pacientes,

64 com fibrose pulmonar, 17 casos com doenças da pleura e parede e 03 casos de ressecção

pulmonar (02 pneumectomia e 01 caso de lobectomia). Entre estes 84 pacientes, distúrbio

ventilatório restritivo foi observado em 77 (92%).

2- Baixa probabilidade para DVR (<50%). Situaram-se neste grupo todos os casos

onde a suspeita era de doença obstrutiva. Neste grupo foram situados 76 casos. DVR foi

demonstrado em 33 (43%).

3- Probabilidade intermediária para DVR (50-90%). Neste grupo entraram 158

casos. DVR foi confirmado em 108 (68,4%).

A diferença nas freqüências de DVR foram significativas (x2= 43,09, p<0,001) entre os

grupos.

Volume residual elevado (≥130% do valor previsto) foi observado em 54

indivíduos. Destes 46 (85%) tinham CPT normal e oito (15%) tinham CPT reduzida. O

VR% em relação às categorias diagnósticas foi em média menor nas doenças intersticiais

Page 45: LUIZ CARLOS D’AQUINO

34

(81±33%), ressecção pulmonar (84±11%) e de pleura e parede (88±31%) em comparação

aos demais grupos (ANOVA, com teste Tukey, p<0,05).

Foram realizadas medidas da DCO em 164 indivíduos. A DCO estava reduzida

(<70% do previsto) em 92 de 113 (81%) pacientes com DVR comparados a 33 de 51 (65%)

com DVI (χ 2= 5,41,p=0,020).

A condutância específica das vias aéreas (Gva/Vp) foi medida nos 241 casos

submetidos à pletismografia, estando reduzida (<0,12 L/s/cmH20) em 13 de 158 (8%)

pacientes com padrão restritivo, DVR, comparado a 28 de 83 (34%) com padrão

inespecífico, DVI (χ 2 = 25,08 p<0,001).

As espirometrias foram repetidas após administração de broncodilatador em 169

pacientes. Elevação do VEF1 ( ≥0,2L e >12% acima do valor basal) foi observada em 10 de

107 casos (9%) com DVR, comparado a 8 de 62 (13%) dos casos com DVI, não havendo

diferença significativa ( χ 2 = 0,52, p=0,47). No grupo de pacientes com possível doença

obstrutiva, 52 tiveram espirometrias repetidas após broncodilatador. A proporção de

respondedores não diferiu entre os grupos com CPT reduzida 5/25 (20%) e CPT normal

4/27 (14,8%) (χ 2=0,244 p=0,621).

As áreas sob curvas ROC foram construídas e comparadas para os diversos

parâmetros funcionais que diferiram entre os grupos com DVR e DVI (tabela-1). Os

achados para as variáveis com maior poder discriminante são mostradas na (figura-4)

Page 46: LUIZ CARLOS D’AQUINO

35

Curva ROC

1 - Especificidade

1,00,75,50,250,00

Se

nsib

ilida

de

1,00

,75

,50

,25

0,00

Linha de Referência

VEF1/CVFx100

FEF25-75/CVF/%Prev

FEF25-75/CVFx100

CV%Prev/PréBd.

CVF%Prev/PréBd.

D%(VEF1-CVF)

FIGURA 4 - CURVAS ROC E ÁREAS SOB A CURVA DE DIVERSOS PARÂMETROS ESPIROMÉTRICOS PARA PREDIÇÃO DE CPT REDUZIDA.

As áreas sob as curvas, calculadas para a CVF e CV foram praticamente iguais. A

partir destes dados optamos por seguir a análise multivariada utilizando a CVF, por ser este

o parâmetro mais comumente usado nas espirometrias. Em seguida à CVF, a diferença

entre o VEF1 e a CVF, expressos como porcentagem em relação ao valor previsto, foi a

variável que mostrou a maior área sob a curva.

A relação entre FEF25-75/CVF x 100 exibiu maior área sob a curva quando

comparado com a relação FEF25-75/CVF expresso como porcentagem do valor previsto. A

relação VEF1/CVF x100 teve a menor área sob a curva. Quando as áreas sob a curva foram

comparadas entre homens e mulheres, o valor para homens para a CVF foi maior (0,846

versos 0,763) e para a CV (0,844 versos 0,752); Já para a D%(VEF1-CVF) a área sob a

curva foi maior nas mulheres (0,713 versus 0,649).

Homens tinham CPT reduzida mais comumente (123/146, 84%) em comparação às

mulheres (95/172, 55%) (χ 2= 30,84, p<0,001). Baixa probabilidade clínica para DVR foi

IC 95% Área sob a curva

0,709-0,825 0,767

0,774-0.847 0,796

0,742-0,842 0,792

0,583-0,710 0,646

0,576-0,703 0,639

0,557-0,691 0,624

Page 47: LUIZ CARLOS D’AQUINO

36

mais comum nas mulheres (29,1%) em comparação aos homens (17,8%) e alta

probabilidade clínica para DVR foi mais freqüente nos homens (34,9% versus 18,6%). A

probabilidade clínica intermediária para DVR foi similar entre homens e mulheres (47,2% e

52,3%, respectivamente). Estas diferenças foram significantes (χ 2= 12,661,p=0,002 ).

Para investigar a relação entre as variáveis envolvidas no estudo e a probabilidade

de ocorrência de um distúrbio ventilatório restritivo, ajustou-se um modelo de regressão

logística onde permaneceram como significantes: CVF%,D%(VEF1-CVF) e probabilidade

clínica (p<0,05). Para cada variável independente (x), a probabilidade “p” de um paciente

ter DVR é dada por: p=e(a+bx)/(1+e(a+bx)), onde “a”é a constante e “b” o coeficiente de cada

variável encontrada no modelo logístico. Com o modelo selecionado, incluindo as

variáveis apresentadas, juntamente com o coeficiente estimado para o respectivo parâmetro,

a expressão para cálculo da probabilidade de um DVR foi:

e 6,384-CVF% x 0,094+ p restrição x 0,901+Diferença % VEF1-CVF x0,083, onde “e” é a base do logaritmo

natural=2,7183, e considerando alta probabilidade clínica =2, intermediária probabilidade

clínica =0, e baixa probabilidade clínica =-2.

Considerando-se todos os casos, por meio de tabelas de contingência foram

calculados diversos pontos de corte para as variáveis funcionais, tomando-se como valores

positivos verdadeiros os associados ao DVR, e os valores falso-positivos (1-especificidade)

aqueles associados ao DVI. Os resultados e os pontos de corte para CVF, expressos como

percentagem em relação ao valor previsto, bem como a diferença na percentagem entre

VEF1 e CVF, associado com a probabilidade clínica são mostrados na (tabela-3).

Page 48: LUIZ CARLOS D’AQUINO

37

TABELA 3 - SENSIBILIDADE, ESPECIFICIDADE, FALSO POSITIVO (1- ESPECIFICIDADE),VALORES PREDITIVOS POSITIVO E NEGATIVO, E RAZÃO DE PROBABILIDADE PARA VÁRIOS PONTOS DE CORTE ÚTEIS EM PREDIZER CPT REDUZIDA EM PACIENTES COM CVF BAIXA E RELAÇÃO VEF1/CVF NORMAL OU ELEVADA (TESTE Χ2 ). Parâmetro

Sens (%)

Esp (%)

1-Espec (%)

VPP (%)

VPN (%)

Rp (%)

p

CVF/PréBd ≤50%prev.mulheres 28.4 93.5 6.5 84.4 51.4 4.37 <0.001 CVF/PréBd ≤50%prev.homens 29.3 95.7 4.3 97.3 20.2 6.81 0.008 CVF/PréBd ≤60%prev. mulheres 53.7 84.4 15.6 80.9 59.6 3.44 <0.001 CVF/PréBd ≤60%prev homens 66.7 95.7 4.3 98.8 34.9 15.51 <0.001 D%(CVF vs FEV1):1-5 24.8 84.0 16.0 77.1 33.9 1.58 <0.001 D%(VEF1 vs CVF): ≥0 43.1 89.0 11 89.5 41.8 3.92 <0.001 Alta probabilidade clínica DVR 34.9 93.0 7 91.6 39.6 4.99 <0.001 VPP=valor preditivo positivo;1-especificidade=falso positivo; Rp=razão de probabilidade;D%(CVF vs VEF1) e D%(VEF1 vs CVF)=Diferença na percentagem entre VEF1 e CVF

Após várias simulações através da análise de regressão logística e de dados obtidos

da curva ROC, uma tabela de pontos (tabela 4) foi derivada para estimar a probabilidade

de distúrbio ventilatório restritivo.

Page 49: LUIZ CARLOS D’AQUINO

38

TABELA 4 - ESCALA DE PONTUAÇÃO PARA ESTIMATIVA DE PROBABILIDADE DA PRESENÇA DE DISTÚRBIO VENTILATÓRIO RESTRITIVO PELA ESPIROMETRIA MOSTRANDO CVF REDUZIDA E RELAÇÃO VEF1/CVF NORMAL OU ELEVADA.

Parâmetro Pontos CVF ≤60% homens 3 CVF ≤50% mulheres 2 CVF >60% homens ou >50% mulheres 0 Probabilidade clinica de restrição Alta* 2 Intermediária** 0 Baixa *** -2 D %(VEF1 vs. CVF) CVF% vs VEF1%>5 -1 CVF% vs VEF1%=1-5 1 VEF1% vs CVF%≥0 2

D%(VEF1 vs CVF)=diferença na percentagem entre VEF1 vs CVF e CVF vsVEF1 * fibrose pulmonar; doença de pleura/parede torácica; ressecção pulmonar. **doenças intersticiais sem fibrose pulmonar, obesidade, ICC, colagenoses e outras. ***doenças obstrutivas como asma, DPOC, bronquiectasias e bronquiolites. 3 ou mais pontos=Distúrbio ventilatório restritivo. Valor preditivo positivo (VPP) geral =95%; 2 pontos ou menos = Distúrbio ventilatório inespecífico.

Page 50: LUIZ CARLOS D’AQUINO

39

A percentagem de restrição de acordo com a escala de pontos é mostrada na (figura 5).

FIGURA 5 - PERCENTAGEM PROVÁVEL DE RESTRIÇÃO (REDUÇÃO CPT) DE ACORDO COM ESCORE DE PONTOS

Avaliou-se 108 pacientes (34%) com escore ≥3 pontos. Destes 108 pacientes, 105

(97%) tinham CPTP reduzida.

Foram geradas 1000 replicações da amostra, com as variáveis estudadas que apresentaram

maior significância para o diagnóstico de DVR, isto é, CVF, expressos como percentagem

em relação ao valor previsto, diferença em percentagem entre VEF1 e CVF e a

probabilidade clínica de DVR. Os coeficientes obtidos pelo modelo bootstrap juntamente

com intervalo de confiança são mostrados na tabela-5. Pode-se observar que todos os

Escore de Pontos

Page 51: LUIZ CARLOS D’AQUINO

40

valores encontrados para os estimadores pertencem aos respectivos intervalos de confiança,

o que indica um baixo viés dos mesmos em relação aos parâmetros estudados.

Modelo : ( )

( )321

321

45170082700933025371

4517008270093302537

x,x,x,,exp

x,x,x,,expy

−+−−+−+−−

=

TABELA 5 - MODELO BOOTSTRAP. ESTIMADORES PARA O MODELOS ORIGINAL E BOOTSTRAP E INTERVALO DE CONFIANÇA (95%)

Variável Coeficiente (ß) Coef. bootstrap Intervalo confiança

CVF% 0.0933 0.0959 0.0600 - 0.1318

D%(VEF1 vs CVF) -0.0827 -0.0853 -0.1276—0.0430

P.clín.DVR -0.4517 -0.4581 -0.7033—0.2129

Intercepto -7.253 -7.447 -9.7927—5.1013

O viés pode ser medido pela diferença entre os valores encontrados para os dois modelos,

conforme a tabela-6, a seguir.

Page 52: LUIZ CARLOS D’AQUINO

41

TABELA 6 - ESTIMADORES PARA O MODELO ORIGINAL E BOOTSTRAP E VIÉS DOS ESTIMADORES.

Variável Coeficiente (ß) Coef. bootstrap viés

CVF% 0.0933 0.0959 0.0026

D%(VEF1 vs CVF) -0.0827 -0.0853 0.0026

P.clín.DVR. -0.4517 -0.4581 0.0064

Intercepto -7.253 -7.447 0.1940

Page 53: LUIZ CARLOS D’AQUINO

42

5 DISCUSSÃO

O estudo mostrou que, a partir dos diagnósticos clínicos dos pacientes e dos

achados funcionais derivados da espirometria é possível aumentar a acurácia para um

diagnóstico de doença pulmonar restritiva em uma significativa quantidade de casos com

CVF reduzida e a relação VEF1/CVF normal ou elevada. Entretanto, os dados mostraram

que o diagnóstico de padrão restritivo baseado apenas na presença de CV(F) reduzida e

relação VEF1/CVF normal pode ser errôneo em muitos casos, como tem sido demonstrado

(13,17,19). Isto inclui casos nos quais o diagnóstico da requisição parecem corroborar o

diagnóstico funcional, tais como obesidade e insuficiência cardíaca congestiva(62-64).

5.1 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Expiração incompleta pode resultar em falsa restrição, de modo que os critérios para

final da curva expiratória merecem especial atenção (4-7,18,24,40-42,56). A redução da CV(F) na

ausência de obstrução ao fluxo aéreo (relação VEF1/CVF preservada) é tida como

diagnóstico de distúrbio ventilatório restritivo (DVR) por diversos autores, porém esta

premissa nem sempre é válida (42,65). Em um estudo demonstrou-se que em 42% dos

pacientes tidos como restritivos pela espirometria, a CPT não estava reduzida (13). Estes

distúrbios são denominados de “inespecíficos” (18). Dos 318 casos com CVF reduzida

incluídos no estudo e sem obstrução ao fluxo aéreo, a CPT estava na faixa prevista em 100

pacientes (31%), porém os casos não foram estudados de maneira consecutiva para

estabelecer a freqüência de DVI.

Page 54: LUIZ CARLOS D’AQUINO

43

No estudo as medidas dos volumes pulmonares foram feitas pela pletismografia em

241 casos e por diluição de gás hélio em 77 casos. Em comparação à pletismografia,

considerado o “padrão-ouro”, a medida dos volumes pelo método de diluição do gás hélio,

pode resultar em subestimação do VR e da CPT em pacientes com acentuado

aprisionamento aéreo, por obstrução de vias aéreas periféricas ou pela presença de bolhas

pulmonares, que em geral são não ventiladas. No grupo de pacientes com diagnóstico

clínico de possível doença pulmonar obstrutiva, os volumes pulmonares foram derivados

pelo método de diluição do gás hélio em 18/77 (23 %); destes a CPT estava reduzida em

dez. Destes dez casos, sete tinham DPOC, um caso bronquiectasias, e dois tinham DPOC

associada à TB residual, e um a paralisia diafragmática . É provável que em vários destes

casos a medida dos volumes por diluição do He resultou em falso distúrbio restritivo, à

custa de uma subestimação do volume residual (2,6,46).

Na suspeita clínica de doença obstrutiva ou doença bolhosa, portanto, os volumes

pulmonares devem ser medidos por pletismografia. Em um estudo recente, Miller e

colaboradores, entretanto, encontraram verdadeiro distúrbio restritivo em um pequeno

grupo de asmáticos (66).

A combinação de obesidade e uso de corticosteróides, pode causar fraqueza de

musculatura respiratória em certos pacientes obesos com asma e resultar em CPT reduzida

(67,68).

Espirometria é de grande utilidade em excluir Distúrbio Ventilatório Restritivo

(DVR). Quando a CVF está dentro dos parâmetros normais a probabilidade de DVR é

bastante baixa (13,17,19,69,70), exceto em casos com doença pulmonar intersticial, onde a CPT

pode estar reduzida e a CVF normal ( 71). Por outro lado, diversos pacientes com aparente

Page 55: LUIZ CARLOS D’AQUINO

44

restrição pela espirometria, incluindo casos com doença pulmonar intersticial, podem ter

medida da CPT normal(65).

Várias condições podem resultar em um padrão “inespecífico”(65). Obstrução com

elevação do volume residual (VR) é encontrada em muitos destes casos. Stanescu sugeriu

que este padrão fosse chamado de “síndrome de obstrução das vias aéreas de pequeno

calibre”(47). Contudo, em asma, constrição das vias aéreas de grande calibre pode também

causar fechamento das mesmas durante a expiração(72). Por este motivo nem sempre é

correto inferir que obstrução das vias aéreas de pequeno calibre é o mecanismo básico em

todos estes casos.

5.2 CAUSAS:

5.2.1 Doenças das Vias Aéreas.

Uma amostra randomizada de 100 pacientes com diagnóstico de distúrbio

ventilatório inespecífico foi selecionada por Hyatt e colaboradores (65). Obesidade estava

presente em 50 casos, porém, seu papel não ficou bem estabelecido. As causas de DVI

foram atribuídas a: asma (n=50); doenças crônicas de vias aéreas (DPOC, bronquite,

bronquiectasias), 12; obesidade 12 e causas diversas 26 casos. Em 33 pacientes o

diagnóstico de asma foi feito por resposta significativa ao Bd ou teste de broncoprovocação

com metacolina. Pacientes com capacidade de difusão do monóxido de carbono (DCO)

reduzida foram excluídos. No estudo, a causa mais comum de padrão ventilatório

inespecífico (n=100) foram em ordem decrescente: asma (n=19), insuficiência cardíaca

Page 56: LUIZ CARLOS D’AQUINO

45

congestiva (n=11), DPOC (n=10), obesidade (n=9), bronquiolite obliterante (n=7),

sarcoidose (n=7), doenças neuromusculares (n=7), fibrose pulmonar idiopática ( n=6), e

bronquiectasias ( n=3).

O uso de broncodilatador não demonstrou valor discriminatório entre os padrões

restritivo e inespecífico. A asma é a causa mais comum de DVI na prática clínica. A

inclusão de maior número de casos com asma poderia mostrar que a resposta a

broncodilatador tem valor diagnóstico, mas o ponto de corte a ser utilizado nesta separação

é incerto, desde que a definição de resposta significativa a broncodilatador em portadores

de doenças restritivas não é disponível.

A DCO%, realizada em um subgrupo de pacientes, foi menor nos casos com DVR,

porém foi encontrada uma ampla sobreposição de valores com os observados em casos com

CPT normal. Exceto em pacientes com asma, pacientes com outras doenças obstrutivas

difusas, tais como DPOC, bronquiolite obliterante (73), e bronquiectasias podem ter DCO

reduzida.

Na asma o padrão “inespecífico” é comum (8-10,14) por obstrução das vias aéreas e

aprisionamento de ar. O volume de ar expirado é proveniente das áreas não obstruídas (74).

O envolvimento das vias aéreas neste grupo de pacientes pode ocorrer em pequena,

intermediária e grande calibre (72,75). Este mecanismo foi inicialmente proposto por Olive

(14).

Estudo recente de imagem com hélio hiperpolarizado com de ressonância magnética

em pacientes asmáticos durante indução de broncoconstrição foi consistente com os

achados de fechamento focal de vias aéreas segmentares e subsegmentares e não de

maneira difusa e periférica como habitualmente suposto(74). Em diversos testes

espirométricos de pacientes com asma, o ramo descendente da alça fluxo-volume é paralelo

Page 57: LUIZ CARLOS D’AQUINO

46

à curva prevista e após o uso de broncodilatador há um deslocamento para direita,

refletindo o recrutamento de unidades antes excluídas da ventilação(14). Em testes de

broncoprovocação um padrão inverso pode ser observado, com redução proporcional da

CVF e do VEF1 (14).

Em um estudo funcional importante (75) Brown e colaboradores propuseram que o

remodelamento brônquico contribuia para hiperreatividade através de uma interação

estrutural e funcional nestes pacientes com asma moderada a severa. Foram analisados

através de tomografia computadorizada de tórax as vias aéreas de pequeno, médio e grande

calibre em 21 pacientes, e correlacionadas com função pulmonar ; neste caso, a medida

era uma simples espirometria e subdivisão do volume pulmonar. Hiperreatividade mais

precisamente o papel da broncoconstrição ativa, foram avaliadas em condições basais e

após dose máxima de broncodilatador ( albuterol)

As alterações que ocorreram foram consideradas ser uma manifestação do efeito

primário do tônus brônquico elevado sobre a função pulmonar que ocorria por aumento do

volume residual, que se correlacionava com parâmetros que poderiam ser altamente

influenciados pelo remodelamento das vias aéreas, tais como o espessamento das vias

aéreas centrais e o diâmetro luminal relaxado das vias aéreas de médio calibre. O efeito

deste aumento do volume residual sobre os parâmetros de função pulmonar era dependente

de um estreitamento crítico das grandes vias aéreas medido na ausência do tônus brônquico

(após broncodilatador).

A queda do VEF1 na maioria dos pacientes com asma foi devido à queda da CVF

secundária a um aumento da CRF, CPT, e em particular VR. Eles também demonstraram

que a alteração da relação VEF1/CVF após broncodilatador estava relacionado com o

diâmetro das vias aéreas de grande calibre (>13mm)(76), e que a queda da CVF ( ou VEF1)

Page 58: LUIZ CARLOS D’AQUINO

47

ocorria sòmente quando o mecanismo compensatório do aumento da CPT era inadequado

(76) .

Quando as vias aéreas de grande calibre estavam criticamente estreitada, CRF e

CPT não aumentavam e portanto CVF era reduzida. Com estreitamento crítico das vias

aéreas de grande calibre, a CRF já elevada, presumivelmente decorrente de hiperinsuflação,

dinâmica, não se elevava com o aumento do tônus brônquico, resultando em limitada

elevação da CPT e redução da CVF.

Estes achados são compatíveis com a hipótese de que a magnitude da

hiperinsuflação dinâmica causada por estreitamento das vias aéreas de grandre calibre é o

determinate mais importante da hiperreatividade na asma (75).

O aumento da CPT na asma provavelmente resulta de um maior estímulo neural

para os músculos inspiratórios, o que faria com que o balanço entre as forças expansoras da

caixa torácica e as forças retráteis dos pulmões seja atingido em uma maior CPT (77).

Em uma pequena proporção de pacientes com asma pode-se observar uma redução na CPT,

medida por pletismografia (66). O mecanismo é desconhecido, tendo-se proposto que a

constrição de ductos alveolares poderia gerar um efeito de pneumoconstrição, devido ao

significativo volume de ar presente nestas regiões pulmonares.

Hyatt (65) aceitou o diagnóstico de asma em sua série na presença de aparente

restrição pela espirometria com teste de broncoprovocação positivo. Entretanto,

hiperresponsividade brônquica determinada através do teste de broncoprovocação não é

específica para o diagnóstico de asma. Resultados positivos têm sido encontrados em

pacientes com DPOC, bronquiectasias, bronquiolites, assim como em pacientes com

algumas formas de doença pulmonar intersticial, como sarcoidose e pneumonia por

hipersensibilidade (PH)(78). São necessários mais estudos para determinar o valor preditivo

Page 59: LUIZ CARLOS D’AQUINO

48

de teste positivo de broncoprovocação para o diagnóstico de asma em pacientes com

aparente distúrbio restritivo pela espirometria.

No estudo, a segunda causa mais comum de distúrbio ventilatório inespecífico

(DVI), foi a DPOC. Neste caso, mudanças estruturais nas vias aéreas periféricas fazem

parte da resposta inflamatória e incluem: 1) infiltrado de células inflamatórias, 2) alterações

epiteliais e oclusão da luz por tampões de muco, e 3) hipertrofia da musculatura lisa e

fibrose da parede das vias aéreas (79). A correlação entre as alterações de vias aéreas de

pequeno calibre e limitações ao fluxo aéreo é bem estabelecida em pacientes com DPOC.

Por definição, na DPOC, a relação VEF1/CVF está reduzida; entretanto, relação VEF1/CVF

normal não exclui a presença de obstrução de vias aéreas periféricas (70). Em um estudo

clássico, Gilbert demonstrou que a sensibilidade da relação VEF1/CVF para diagnóstico de

obstrução ao fluxo aéreo, em comparação a uma combinação de dados clínicos e

pletismográficos, foi de 82% (80).

O volume residual é elevado precocemente em fumantes, mesmo com espirometria normal

(81,82), o que decorre da doença de pequenas vias aéreas e alterações anatômicas nos

espaços aéreos terminais (83). Em fumantes demonstra-se frequentemente, em tomografias

obtidas em expiração, áreas de aprisionamento de ar as quais, quando extensas, podem

resultar em elevação da relação VR/CPT% (84-85).

Bronquiolite foi uma causa comum de DVI, no estudo. Várias doenças podem

causar bronquiolite obliterante. Pacientes com padrão espirométrico aparentemente

restritivo e volume residual (VR) elevado têm, na maioria das vezes obstrução de vias

aéreas. Entretanto, doenças neuromusculares, devem ser excluídas, por poder apresentar

padrão semelhante (12,86-87). Na ausência de uma causa aparente de DVR, uma TCAR em

expiração pode revelar áreas de aprisionamento de ar (88,89).

Page 60: LUIZ CARLOS D’AQUINO

49

Dos sete casos com bronquiectasias incluídos no estudo, três tinham CPT normal. Doença

de vias aéreas de pequeno calibre é comum em pacientes com bronquiectasias mesmo em

formas leves da doença (90). Em bronquiectasias, áreas com atenuação em mosaico na

TCAR denotam bronquiolite constritiva (91,93). A extensão destas áreas se correlaciona com

aumento do VR (90-93).

Obstrução acentuada unilateral de um brônquio fonte pode levar a uma importante

redução da CVF, causada por compressão dinâmica das vias aéreas e aprisionamento aéreo

em altos volumes pulmonares, o que acarretaria esvaziamento apenas do pulmão

contralateral e aparente restrição (94). Esta ocorrência pode ser semelhante ao modelo

sugerido por Olive e Hyatt para explicar o deslocamento paralelo para a esquerda da curva

fluxo volume, durante uma broncoconstrição induzida em alguns pacientes asmáticos(14).

5.2.2 OBESIDADE

Numerosos estudos chamam a atenção para a crescente elevação da prevalência de

obesidade na população mundial (95-97).

Obesidade pode ser classificada utilizando-se o índice de massa corporal (IMC), obtido

pela equação peso/estatura2, sendo definida como maior ou igual a 30 kg/m2 (

57-59).

É cada vez mais evidente a prevalência de obesidade e do sobrepeso nos diferentes

segmentos da população brasileira. Aproximadamente 40(%) da população adulta brasileira

apresenta algum grau de sobrepeso (IMC entre 25,0 e 29,9 kg/m2), sendo que , a obesidade

(IMC>30kg/m2) afeta aproximadamente 10% da população (98-99) .

Obesidade está relacionada com diversas anormalidades do sistema respiratório, tão

mais intensa quanto maior for o grau . Acredita-se que a obesidade leva a uma deterioração

Page 61: LUIZ CARLOS D’AQUINO

50

restritiva da função pulmonar devido a diminuição da excursão diafragmática pelo aumento

da adiposidade abdominal ou do peso na parede torácica, levando a uma redução dos

volumes pulmonares quando comparados com os valores previstos (94,100-104). Podem

causar alterações na mecânica respiratória, reduções da força e da capacidade de resistência

dos músculos respiratórios, distúrbios da função pulmonar e da capacidade de exercício

(7,105).

Uma importante anormalidade respiratória evidenciada em indivíduos obesos é uma

diminuição da complacência do sistema respiratório total (105-107). Naimark e Cherniack

demonstraram em seu estudo, que a complacência do sistema respiratório total estava

reduzida em 2/3 do normal. Estas alterações, em parte, são devido a diminuição da

complacência pulmonar, que pode estar relacionada ao fluxo sanguíneo aumentado nestes

pacientes obesos. Entretanto, a causa primária é devido a uma diminuição da complacência

torácica associada com o acúmulo de gordura no tórax e abdomen(102). Embora,

considerável perda de energia possa ser gasta para superar esta redução da complacência

torácica, ela representa somente 1/3 do trabalho respiratório. O restante é provavelmente

devido ao trabalho inelástico ou ineficácia dos músculos respiratórios, necessários para

superar a limitação ao fluxo aéreo e a resistência das vias aéreas, que foi demonstrada estar

aumentada neste grupo de pacientes obesos (106). Rubinstein e colaboradores (108)

demonstraram em 103 pacientes obesos, não fumantes, sem doenças cardiovasculares e

comparados com 190 indivíduos eutróficos, não fumantes. O VEF1 estava reduzido em

ambos os sexos, porém no sexo masculino a obesidade parece resultar em redução

desproporcional do calibre das vias aéreas. A resistência das vias aéreas estava também

mais elevada em obesos do sexo masculino (108). Estas observações fora confirmadas por

Zerah e colaboradores(105), que examinaram a resistência das vias aéreas em um grupo de

Page 62: LUIZ CARLOS D’AQUINO

51

indivíduos obesos, divididos por classes (leve, moderada e mórbida) e observaram que a

resistência aumentava de acordo com o aumento do nível de classe, e que estava

inversamente relacionada com alteração da CRF. Estes achados sugerem, que além da carga

elástica, estes indivíduos obesos devem superar um aumento da resistência das vias aéreas

resultante de uma redução do volume pulmonar devido a obesidade.

A função dos músculos respiratórios e a movimentação diafragmática estão

alteradas na obesidade. Devido à ineficácia dos músculos respiratórios, a força muscular e a

endurance desses músculos podem estar reduzidas, quando comparadas às dos não obesos

(30). Todos esses fatores levam a uma sobrecarga inspiratória, aumentando o trabalho

respiratório, o consumo de oxigênio e o custo energético da respiração (105)

Kelly e colaboradores (109) examinaram a pressão inspiratória e expiratória máxima

em diferentes volumes pulmonares em 45 pacientes morbidamente obesos e compararam

com 25 não obesos. Para todos os volumes pulmonares as pressões geradas eram menores

nos obesos do que naqueles não obesos(109). É estimado que ventilação voluntária máxima

(VVM) , medida de resistência dos músculos respiratórios , está reduzida em 20% nos

obesos saudáveis e em 40% nos obesos com apnéia do sono(62,101). Isto pode resultar da

disfunção diafragmática devido a gordura armazenada na cavidade abdominal.

Como conseqüência da obesidade, principalmente nos casos de deposição adiposa

abdominal, a ventilação da base dos pulmões é reduzida, especialmente nos casos que

apresentam menores valores de VRE. Estas anormalidades da ventilação perfusão (V/Q)

foram demonstradas no trabalho realizado por Holey e colaboradores onde 4 de 8 pacientes

obesos tiveram uma redução da pressão arterial de oxigênio (Pa02) (104).

Hipoxemia resultante em indivíduos obesos é atribuída em parte ao fechamento das

vias aéreas dependentes, conseqüência de um volume de ar corrente reduzido (110).

Page 63: LUIZ CARLOS D’AQUINO

52

Weiner e colaboradores estudaram obesos mórbidos antes e após gastroplastia e

demonstraram significante aumento nos volumes pulmonares e na resistência dos músculos

respiratórios representados por uma medida da pressão inspiratória e expiratória máxima

(68).

Os testes de rotina de função pulmonar são geralmente normais nos pacientes com

obesidade leve (24,101,111,112). Em particular, a relação VEF1/CVF não está reduzida, ao

contrário, por causa do peso, e por ter um efeito relativamente maior sobre a CV do que

sobre VEF1 (113), a relação VEF1/CVF tende a aumentar proporcional à gravidade da

obesidade, refletida pelo aumento do IMC(114). Fluxos expiratórios máximos, com volumes

pulmonares reduzidos, FEF 25-75% e PEF estão todos geralmente dentro da normalidade

(105,115).

Dispnéia e sibilos são queixas muito comuns em indivíduos obesos( 11). Obesidade é

um fator de risco para dispnéia porém, não para obstrução (116). Schachter e colaboradores,

descreveram que indivíduos obesos com sintomas de dispnéia e presença de sibilos são

frequentementes diagnosticados como asma muito embora, não haja evidência de atopia,

hiperreatividade das vias aéreas e obstrução (115). Aaron e colaboradores, foram

consistentes com os achados de Schachter, demonstrando em um estudo de 58 mulheres

obesas, sendo 24 asmáticas, que a redução de peso pode melhorar a função pulmonar,

entretanto, a melhora pareceu ser independente das alterações da reatividade das vias aéreas

( 117).

A obesidade, tem sido associado com um aumento na incidência e prevalência da

asma em estudos epidemiológicos de adultos e crianças (59,118-120). Por sua vez, é também

um fator de risco para o desenvolvimento de asma nas mulheres, especialmente nas obesas

(119,121). Nicolacakis e colaboradores, estudaram 52 individuos normais , 53 asmáticos, 52

Page 64: LUIZ CARLOS D’AQUINO

53

obesos e 53 asmáticos e obesos. Neste trabalho foi demonstrado que asma e obesidade

influenciam no aparelho respiratório de formas diferentes. Coexistência produz uma

somação algébrica de anormalidades individuais e não uma interação sinérgica(122). Na

asma o impacto é sobre o tônus brônquico e alterações obstrutivas das vias aéreas ( 100,123).

Nos indivíduos obesos a deposição de tecido adiposo limita a expansão pulmonar e de

forma secundária atua nas vias aéreas ( 44,68,103,106-107,110). Funcionalmente, o tórax atua

como se estivesse imerso dentro em água causando uma redução da CPT, CRF e CVF e em

menor proporção o VR (122).

A combinação de obesidade e obstrução de vias aéreas periféricas pode resultar em

elevação do VR, sem aumento correspondente na CPT, pela baixa complacência do tórax,

reduzindo de maneira proporcional a CVF e o VEF1 (59,100,102,106,123,124)

A perda de peso em obesos com asma resulta em elevação significativa e

proporcional da CVF e do VEF1 e da CPT medida por pletismografia (125).

A obesidade é um fator confundidor e também pode ser a causa isolada de DVI. No

estudo de Hyatt, metade tinha IMC acima de 30 kg/m2, sendo considerada a causa de DVI

em 12 de 100 casos (124). No estudo de Miller e Palecki, de 100 pacientes asmáticos com

restrição, 63 tinham IMC>30 kg/m2 (e 17 tinham DCO reduzida)(66). Em obesidade, a

redução da CVF não deve ser atribuída a princípio ao excesso de peso, a menos que outras

condições comuns como asma e insuficiência cardíaca diastólica, sejam excluídas por testes

adicionais.

Dos 318 pacientes incluídos na presente série, 100 (31%) apresentaram

IMC>30Kg/m2 o que excede a freqüência de obesidade no Brasil, situada em torno de 10%

da população (98). No estudo, em 74 casos, existiam condições associadas à obesidade (15

casos de FPI, 12 casos de asma, 12 casos de DPOC, 7 casos de ICC, 4 casos de bronquiolite

Page 65: LUIZ CARLOS D’AQUINO

54

e o restante de causas diversas). Nos 27 pacientes com apenas obesidade com diagnóstico

no pedido, em 9 a CPT estava na faixa prevista e em 2 destes o VR estava elevado.

5.2.3 Doenças Pulmonares Intersticiais Difusas (DPID).

Na presença de doenças pulmonares intersticiais (DPI), o encontro de CVF reduzida

com relação VEF1/CVF preservada indica redução da CPT na maioria dos casos, contudo a

CPT pode estar normal. O aumento da retração elástica e a redução da resistência das vias

aéreas, decorrente de bronquiectasias de tração, elevam a diferença entre o VEF1-CVF e a

relação entre FEF25-75/CVF em percentagem, permitindo a inferência segura de DVR pela

espirometria nas doenças intersticiais fibrosantes (20). Fluxos supranormais são

caracterizados em nossa população por uma relação FEF25-75/CVF % >1,5 (39,126), porém

no presente estudo um ponto de corte de 1,20 foi adotado devido a maior sensibilidade,

devendo ser associado com os outros achados para sugerir DVR. O envolvimento das vias

aéreas periféricas e enfisema concomitante são comuns em muitas doenças pulmonares

intersticiais(48), reduzindo os fluxos relativos ao volume pulmonar, os quais podem

permanecer na faixa prevista. O VR, entretanto, pode estar elevado e a CPT na faixa normal

(48). Este achado foi observado em 6/64 (9,4%) dos casos de FPI na presente série.

Pacientes com doenças pulmonares ocupacionais e ambientais (silicose, asbestose,

pneumonia de hipersensibilidade) tem comprometimento freqüente de vias aéreas de

pequeno calibre. Enfisema pode também se associar a estas condições(127-129).

No estudo, dos 20 casos de sarcoidose, 13 (65 %) tinham CPT reduzida e sete CPT

normal. Destes sete, dois tinham VR elevado (VR% previsto>130%). Dos seis casos de PH,

3 tinham CPT normal, e destes 1 apresentava VR elevado.

Page 66: LUIZ CARLOS D’AQUINO

55

Sarcoidose é uma doença multissistêmica de etiologia desconhecida caracterizada

histologicamente pela presença de lesões granulomatosas que afetam frequentemente o

pulmão e os linfonodos mediastinais . A doença tem um amplo espectro de manifestações

clínicas que vai desde um processo inflamatório agudo associado com eritema nodoso,

artralgia e linfonodomegalia mediastinal bilateral, até uma doença insidiosa crônica

associada com fibrose pulmonar irreversível (130). Testes de função pulmonar estão

alterados em cerca de 2/3 dos pacientes, demonstrando anormalidades funcionais

restritivas, obstrutivas ou uma combinação de ambas (130-132).

O padrão de distribuição linfática é uma característica distinta da sarcoidose que é

extremamente útil no diagnóstico. Os granulomas estão situados preferencialmente dentro

do interstício envolvendo feixe broncovascular e septos interlobulares. Na sarcoidose, a

redução da CVF reflete principalmente uma baixa complacência pulmonar, mas também

obstrução com VR elevado (133). O envolvimento das vias aéreas é quase universal e

frequentemente resulta em limitação ao fluxo aéreo (134,135). Levinson e colaboradores

concluíram que a sarcoidose sozinha, independente de qualquer efeito do tabagismo, estava

associada com distúrbio ventilatório obstrutivo (54), assim como Harrison que demonstrou

em uma grande série a presença de casos com obstrução ao fluxo aéreo em todos os

estágios da sarcoidose (137).

Aprisionamento de ar é comum na sarcoidose e sua extensão se correlacionou com

a elevação da relação VR/CPT% em alguns estudos (133,138,139). Em outros estudos, porém,

as correlações entre os achados na TCAR e os parâmetros funcionais foram variáveis

(53,56,57,60,82,83,115). Reduções de calibre das pequenas vias aéreas pode ser resultante da

distribuição peribrônquica dos granulomas como se evidencia na doença, mas este achado

nem sempre está associado com anormalidades espirométricas (137,144).

Page 67: LUIZ CARLOS D’AQUINO

56

A pneumonia de hipersensibilidade (PH) antigamente chamada na Europa também

alveolite alérgica extrínseca, é uma doença pulmonar de natureza imunológica causada pela

exposição e inalação repetida de poeiras orgânicas ou substâncias químicas. Os antígenos

inalados são depositados predominantemente no epitélio bronquiolar e alveolar (145). A PH

é frequentemente dividida em aguda, subaguda e crônica ou simplesmente aguda e crônica.

Estes termos tem sido inconsistentemente aplicados, refletindo significante superposição

entre estas categorias (129,146,147). Na maioria dos casos, a confirmação histológica é

desnecessária para o diagnóstico (148). A bronquiolite na PH se resume num infiltrado

celular peribronquiolar, frequentemente acompanhado de um agregado de tecido linfóide. A

gravidade da inflamação depende da susceptibilidade do indivíduo (149). A bronquiolite

obliterante está presente em torno de 50% dos casos e é caracterizada por uma proliferação

de tecido de granulação no interior de pequenas vias aéreas e ductos alveolares ao lado de

um processo inflamatório crônico ao redor dos alvéolos (148). A possibilidade de que as

alterações nas vias aéreas e no interstício tenham vários graus de envolvimento, e a

coexistência de formas subagudas e crônicas , explicam muitas vezes a heterogeneidade

encontradas nos testes de função pulmonar (150-154). As alterações nos testes de função

pulmonar são inespecíficos; geralmente, encontra-se DVR, diminuição DCO e hipoxemia

que se agrava ou surge no esforço. A obstrução pode ser evidenciada em alguns casos, bem

como a presença de hiperresponsividade brônquica, que tem sido demonstrada na forma

aguda e crônica da doença (129). As alterações de imagem também apresentam grande

variabilidade. Os principais padrões observados na TCAR incluem: nódulos centrolobulares

mal definidos difusos ou focais, vidro fosco, atenuação em mosaico ou aprisionamento de

ar, fibrose, consolidações peribrônquicas e cistos pulmonares (147,155). Existe uma forte

Page 68: LUIZ CARLOS D’AQUINO

57

correlação entre áreas de diminuição da atenuação e perfusão em mosaico com as

anormalidades funcionais obstrutivas causada pela bronquiolite (127,128).

Nas doenças de tecido conjuntivo (DTC) diversos tipos de bronquiolite podem ser

observados (156,157). A bronquiolite obliterante com pneumonia em organização em geral

resulta em padrão restritivo, mas a bronquiolite constritiva e a bronquiolite folicular podem

resultar em padrão obstrutivo. Nas doenças de tecido conjuntivo, a tomografia

computadorizada de alta resolução (TCAR) pode mostrar áreas de aprisionamento aéreo,

sendo a espirometria normal, devido à pobre contribuição das pequenas vias aéreas para a

resistência ao fluxo aéreo (Perez,1998). Por outro lado, diversos estudos têm demonstrado a

presença de obstrução de pequenas vias aéreas nas doenças do tecido conjuntivo (156).

Na artrite reumatóide (AR) existe uma alta prevalência de envolvimento de vias

aéreas, incluindo bronquiectasias e bronquiolite. Aprisionamento de ar é freqüentemente

observado na TCAR (158). Bronquiolite constritiva, nas DTC, se associa caracteristicamente

com AR, e resulta em padrão obstrutivo. Na presente série, todos os sete casos de AR

tinham DVR, presumivelmente por doença intersticial. Em um de nove casos de

esclerodermia no presente estudo havia DVI. Doença de pequenas vias aéreas ou VR

elevado são observados em 12-15% dos pacientes com esclerodermia (156), mas doença de

pequenas vias aéreas clinicamente significativa é considerada rara em não fumantes.

Entre os seis casos de Lupus Eritematoso Sistêmico (LES) com diversas formas de

comprometimento respiratório foram estudados. Em um caso foi feito o diagnóstico de

bronquiolite. O VR era 201% do previsto e a GVA/Vp estava reduzida (0,09 L/s/cmH20).

Raros casos de bronquiolite obliterante, sem pneumonia em organização, foram descritos

no LES. Godeau e colaboradores publicaram um caso com presumida bronquiolite

obliterante no LES, com redução proporcional da CVF e do VEF1, sem medida do VR (159).

Page 69: LUIZ CARLOS D’AQUINO

58

A disseminação hematogênica da tuberculose (TB) pode ocorrer tanto na doença

primária quanto na pós-primária (160,161). A tuberculose (TB) miliar ocorre quando os

microrganismos que estão no sangue ficam aprisionados e saem dos pequenos vasos

(geralmente dos capilares). A reação inflamatória que se segue tem início no interstício

alveolar, mas rapidamente vai para os espaços aéreos adjacentes. Na TCAR a

apresentação clássico evidenciada é o padrão miliar, com nódulos geralmente menores que

2mm de diâmetro, distribuídos aleatoriamente por todo o pulmão. Frequentemente é

evidente um espessamento dos septos interlobulares e finas redes intralobulares (162).

Sharma e colaboradores observaram uma significante correlação entre os achados na

TCAR, caracterizados por áreas de redução da atenuação também definidas como áreas de

aprisionamento aéreo, com a função pulmonar. De um total de 26 pacientes, 14

apresentaram áreas de aprisionamento. Destes, todos apresentaram elevação da relação

VR/CPT(%) sugerindo aprisionamento de ar com conseqüente redução da CVF. Estas

alterações estariam relacionadas com possível bronquiolite por tuberculose (163). Na nossa

série, tivemos um caso de TB miliar em que a relação VR/CPT (%) também estava elevada.

Na linfangite carcinomatosa os achados da TCAR normalmente mostram detalhes

da estrutura pulmonar periférica em relação ao lóbulo secundário. Entretanto, às vezes as

alterações tomográficas são ausentes ou sutis. Em alguns pacientes as alterações funcionais

são mais evidentes no início da doença, quando nenhuma anormalidade radiológica está

presente , enquanto que em outros as anormalidade funcionais são detectáveis numa fase

mais tardia (164). Nesta série, tivemos um caso de metástase pulmonar em que a CPT estava

normal. A redução acentuada da (CVF) e do gradiente alvéolo arterial de 02 ocorrem

principalmente em pacientes com espessamento intersticial difuso e periférico (165).

Page 70: LUIZ CARLOS D’AQUINO

59

5.2.4 Insuficiência Cardíaca.

Na série atual, foram incluídos 24 casos de insuficiência cardíaca congestiva (ICC);

11 tinham CPT na faixa prevista. As anormalidades funcionais descritas em pacientes com

ICC variam desde um distúrbio ventilatório restritivo até obstrutivo, sendo último mais

raramente observado (166-167). Independente do mecanismo básico, é também observada

fraqueza dos músculos inspiratórios e expiratórios (168-171). Pacientes com ICC grave

frequentemente tem DVR. Esta anormalidade pode ser atribuída à insuficiência cardíaca,

por redução da complacência e do volume pulmonar por aumento de tamanho do coração

(172).Obstrução das vias aéreas é evidenciada mais na descompensação cardíaca aguda

(63,173,174) ou após infarto do miocárdio(175). Considera-se em geral, que em pacientes não

portadores de valvulopatia, e com ICC compensada, o padrão funcional mais encontrado é

restritivo (174), porém diversos fatores, como tabagismo, cirurgia torácica prévia e

obesidade, podem influenciar a função pulmonar em portadores de ICC (64). Em um estudo

de função pulmonar em 78 pacientes, não fumantes, portadores de ICC, Johnson e

colaboradores observaram uma leve DVR com a CVF% média de 79%, relação VEF1/CVF

de 75%, e CPT medido por pletismografia de 92%, sugerindo a presença de DVI(64) .

Resultados similares foram obtidos por Light e George (63), em 28 casos (13 fumantes),

sugerindo que o DVI é comum em indivíduos com insuficiência cardíaca congestiva (ICC).

No estudo de Light e George a recuperação do edema pulmonar estava associado com

melhora da CPT, CVF e VEF1, com adicional melhora na relação VEF1/CVF ocorrendo em

não fumantes(63). Posteriormente Faggiano e col., confirmaram os estudos prévios de Light

e George, sobre a melhora dos parâmetros espirométricos em pacientes com ICC, após

tratamento, atribuindo estas alterações também a redução da congestão pulmonar(176).

Page 71: LUIZ CARLOS D’AQUINO

60

Diferente de Hosenpud e col. (172), a melhora da função pulmonar, observada por Faggiano

e Light , ocorreu sem qualquer mudança no tamanho do coração, sugerindo que estes

distúrbios seriam melhor explicados pela redução da pressão vascular pulmonar, que

parece ser o principal mecanismo fisiopatológico vistos nos pacientes com ICC (176). Em

indivíduos com ICC, limitação ao fluxo resulta do aumento da reatividade das vias aéreas e

da elevação da pressão vascular pulmonar (173). Desde que DPOC e ICC são condições

clínicas comuns, eles frequentemente coexistem. Em tais casos, congestão pulmonar pode

mascarar os achados espirométricos de DPOC.

Hipertensão pulmonar primária é uma doença rara, que é diagnosticada geralmente

anos após o paciente tornar-se sintomático. Cardiomegalia com hipertrofia de ventrículo

direito, acrescido da perda da distensibilidade arterial periférica pode ser responsável pelo

distúrbio ventilatório restritivo nestes pacientes (177). Foi observado um caso de hipertensão

pulmonar primária onde a CPT encontrava-se reduzida.

5.2.5 Doenças Neuromusculares, de Pleura e de Parede Torácica.

No estudo, 22 pacientes tinham doenças neuromusculares (DNM). O VR estava

elevado em sete; um paciente adicional com asma e miastenia tinha GVA/Vp reduzida.

Nas DNM, fraqueza dos músculos respiratórios é comum (86,87). A restrição

resultante provavelmente se deve a perda do tônus muscular da caixa torácica, com

alterações secundárias nas propriedades elásticas do pulmão (11,12,86,87,124). Fraqueza dos

músculos expiratórios pode resultar em elevação precoce do volume residual(43,178-180) e a

CPT pode estar normal. Além disso, observa-se uma correlação inversa entre VR (% do

previsto) e pressão expiratória máxima. Pico de fluxo mais tardio e reduzido, terminação

Page 72: LUIZ CARLOS D’AQUINO

61

abrupta da curva expiratória e achatamento da alça inspiratória são sugestivos de DNM na

presença de aparente restrição (87).

Na presença de cifoescoliose, as alterações pulmonares funcionais podem resultar

em uma profunda redução da CPT e CV(F), embora o VR esteja frequentemente próximo

do normal. Estas alterações são atribuídas à disfunção dos músculos respiratórios bem

como deformidades da caixa torácica (181-182). Estas alterações, quando acentuadas, podem

levar a insuficiência cardio respiratória (183-184).

As doenças de pleura e de parede incluídas no presente estudo foram: derrame

pleural (n=3); paquipleuriz (n=8); cifoescoliose (n=4) e toracoplastia (n=2). 16/17 (94%)

resultaram em padrão restritivo.

5.3 ESPIROMETRIA E PADRÃO RESTRITIVO.

Estudos prévios têm demonstrado que a espirometria é melhor para excluir restrição

do que para confirmar a sua presença (13,17,19). Entretanto, os dados mostraram que pelo

uso combinado de diagnóstico clínico com dados espirométricos, distúrbio ventilatório

restritivo (DVR), pode ser diagnosticado de maneira confiável.

Redução importante da CVF sugere CPT reduzida, na presença da relação

VEF1/CVF normal ou acima da faixa prevista. Aaron e colaboradores encontraram que em

pacientes com CVF<60% do previsto e relação VEF1/CVF entre 80.1 e 100% do previsto, a

probabilidade de DVR era de 80% (13).

Vandevoorde e colaboradores, em um estudo recente envolvendo pacientes sem

obstrução (19), demonstraram que DVR pode ser previsto, com uma probabilidade de mais

de 95%, se o valor medido da CVF estiver abaixo de 55(%) do valor previsto para homens

Page 73: LUIZ CARLOS D’AQUINO

62

ou abaixo de 40(%) do valor previsto para mulheres. No estudo também observamos um

menor ponto de corte para caracterizar com maior segurança a presença de DVR nas

mulheres. O motivo para este achado é obscuro.

No estudo o diagnóstico clínico foi importante para aumentar ou diminuir o valor

preditivo para o diagnóstico de restrição. Entretanto, excetuando-se casos com FPI, vários

pacientes com doença pulmonar intersticial apresentaram CPT normal, o que pode ser

atribuído a envolvimento concomitante das vias aéreas (133).

Como esperado muitos pacientes com diagnóstico clínico inicial de provável doença

obstrutiva tinham CPT normal.

A diferença entre VEF1 e CVF expressa em percentagem, provou ser de valor em

estimar a probabilidade de restrição. É esperado, que em doenças pulmonares tais como a

fibrose, o aumento da retração elástica resulte em maior redução da CVF(%) em relação

VEF1(%), aumentando assim a probabilidade de restrição. Inversamente, uma maior

redução da VEF1% resulta em uma menor probabilidade de restrição.

No estudo , a diferença entre CV e CVF e resposta ao uso de broncodilatador não

foram úteis para separar DVR de DVI.

Page 74: LUIZ CARLOS D’AQUINO

63

6 CONCLUSÃO.

Pacientes com relação VEF1/CVF não reduzida e CVF(%) reduzida podem ter CPT

reduzida (DVR) ou não (DVI).

O diagnóstico clínico pode ser de auxílio na estimativa da probabilidade de DVR.

Doenças de vias aéreas, insuficiência cardíaca, doenças neuromusculares, algumas doenças

intersticiais e eventualmente obesidade isoladamente podem resultar em DVI. Na presença

de aparente restrição pela espirometria, pacientes com fibrose pulmonar e doenças da

pleura e parede tem CPT reduzida em >90% dos casos.

A intensidade de queda da CVF(%) pode auxiliar na separação de casos com DVR e

DVI. No sexo masculino, CVF≤60(%) do previsto indica elevada probabilidade de DVR.

No sexo feminino valores de CVF≤50% do previsto indicam razoável probabilidade de

DVR.

Diversos parâmetros derivados da espirometria sugerem encurtamento das

constantes de tempo de esvaziamento pulmonar. No estudo, por curva ROC, o melhor

parâmetro para separar DVR de DVI após CV(F), foi a diferença entre VEF1 e CVF

expressa em percentagem. Valores ≥0 indicam DVR em 90% dos casos.

Em conclusão a probabilidade de interpretação correta da presença de DVR pela

espirometria pode ser incrementada pela incorporação da magnitude da redução da CVF,

probabilidade baseada no diagnóstico clínico provável e consideração de variáveis que

expressam a velocidade de esvaziamento pulmonar, como diferença entre VEF1 e CVF

expressa em percentagem.

Page 75: LUIZ CARLOS D’AQUINO

64

Um escore foi derivado considerando vários pontos de corte para o melhor poder

descriminatório entre os padrões ventilatórios restritivos e inespecíficos.

Em pacientes com baixa probabilidade clínica para DVR, deve ser indicada medida da

CPT.

Page 76: LUIZ CARLOS D’AQUINO

65

REFERÊNCIAS.

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ANEXOS

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ANEXO 1 - APROVAÇÃO DO PROJETO DE PESQUISA PELO COMITÊ DE

ÉTICA E PESQUISA EM SERES HUMANOS DO HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ.

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ANEXO -2 TABELA DE VARIÁVEIS ESPIROMÉTRICAS DOS PACIENTES

ESTUDADOS.

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Número Diagnóstico Idade Pêso Altura IMC CVF CV VEF1 FEF25-75% D%VEF1-CVF CPT VR>130% CPT BAIXA

1 FPI 52 86 1,68 30 2,66 2,66 2,29 3,3 4 3,66 0 12 FPI 63 79 1,75 26 3,03 3,08 2,46 2,48 4 4,31 0 13 FPI 74 88 1,76 28 2,37 2,33 2,19 3,41 12 3,73 0 14 FPI 76 61 1,59 24 1,56 1,74 1,28 1,75 -9 3,22 0 15 FPI 64 61 1,55 25 1,92 1,97 1,79 2,88 8 3,22 0 16 PN ACTÍNICA 45 75 1,7 26 2,53 2,53 1,88 1,37 -5 4 0 17 FPI 69 103 1,78 33 2,37 2,53 2,01 2,63 6 4,48 0 18 FPI 72 69 1,6 27 1,75 1,78 1,45 1,82 3 3,5 0 19 FPI 65 78 1,66 28 2,46 2,68 2,17 2,29 7 4,78 0 1

10 AR 54 37 1,45 18 1,23 1,23 1,09 1,28 -6 2,63 0 111 FPI 65 51 1,52 22 1,79 1,83 1,55 1,43 -8 3,85 1 012 FPI 55 57 1,47 26 1,46 1,54 1,29 1,87 -6 3,59 1 013 FPI 70 59 1,64 22 1,95 1,95 1,93 6,61 14 3,37 0 114 AR 62 59 1,57 24 1,62 1,7 1,5 2,59 -4 2,69 0 115 FPI 66 81 1,67 29 2,28 2,35 2,08 3,69 9 3,94 0 116 FPI 72 72 1,55 30 1,44 1,44 1,44 4,42 1 2,69 0 117 PN ACTÍNICA 52 67 1,63 25 1,94 2,09 1,77 2,99 -5 3,41 0 118 FPI 59 89 1,68 32 2,48 2,58 2,2 3,74 7 4,47 0 119 FPI 74 70 1,53 30 1,58 1,58 1,4 2,54 -6 3,54 1 020 PH 74 88 1,77 28 1,76 1,94 1,51 2,34 5 3,26 0 121 FPI 73 77 1,8 24 1,7 1,79 1,52 2,41 7 3,34 0 122 DOENÇA MISTA 33 52 1,57 21 1,27 1,3 1,02 1,12 -7 2,35 0 123 FPI 37 73 1,75 24 2,35 2,35 2,26 3,88 8 3,86 0 124 FPI 68 50 1,5 22 1,16 1,16 1,12 3,26 -1 2,27 0 125 ESCLERODERMIA 24 37 1,52 16 1,23 1,23 1,19 2,24 -1 2,14 0 126 FPI 73 39 1,39 20 0,72 0,72 0,72 2,25 0 2,3 1 127 FPI 45 73 1,74 24 1,64 1,61 1,44 2,26 2 2,8 0 128 FPI 77 70 1,7 24 0,99 1,17 0,97 2,01 7 2,06 0 129 FPI 67 79 1,52 34 1,34 1,36 1,2 2,43 4 2,1 0 130 FPI 61 86 1,75 28 2,33 2,33 1,99 2,75 4 3,54 0 131 FPI 56 80 1,57 32 1,45 1,48 1,37 3,34 -2 1,91 0 132 FPI 71 66 1,6 26 1,71 1,94 1,57 3,33 8 2,74 0 133 FPI 66 77 1,7 27 2,33 2,33 1,87 2,07 2 3,33 0 134 FPI 61 82 1,62 31 2,2 2,17 1,68 1,34 -16 3,8 0 035 FPI 56 93 1,75 30 2,75 2,82 2,6 8,25 12 4,3 0 1

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Número Diagnóstico Idade Pêso Altura IMC CVF CV VEF1 FEF25-75% D%VEF1-CVF CPT VR>130% CPT BAIXA

36 FPI 37 71 1,62 27 1,7 1,69 1,5 2,31 -5 2,53 0 137 FPI 47 96 1,65 35 2,33 2,33 2,14 4,38 -5 3,35 0 138 FPI 67 69 1,7 24 1,79 1,79 1,44 1,5 2 3,18 0 139 FPI 67 79 1,74 26 2,65 2,78 2,41 3,92 11 3,77 0 140 FPI 75 96 1,73 32 2,1 2,18 1,56 1,18 -1 3,72 0 141 FPI 54 118 1,75 39 2,87 3,18 2,54 4,31 7 4,74 0 142 PH 60 72 1,73 24 2,6 2,8 2,27 3,33 7 4,27 0 143 FPI 66 71 1,5 32 1,68 1,75 1,45 1,98 -9 2,81 0 144 FPI 66 78 1,7 27 2,15 2,28 2,03 4,09 11 3,64 0 145 AR 56 70 1,68 25 2,37 2,37 1,98 2,35 -11 3,66 0 146 PH 66 62 1,55 26 1,71 1,81 1,43 2,15 -9 3,06 0 147 FPI 56 68 1,55 28 2,1 2,1 1,82 3,21 3 3,45 0 148 FPI 41 69 1,61 27 2,67 2,67 2,35 3,47 3 3,93 0 149 PH 73 102 1,63 39 2,06 2,06 1,56 1,22 -17 5,13 1 050 SILICOSE 41 101 1,77 32 3,84 4,26 3,43 5,22 7 5,15 0 151 SARCOIDOSE 46 75 1,53 32 1,92 2,01 1,55 1,69 -12 2,74 0 152 SARCOIDOSE 46 58 1,52 25 2,11 2,25 2 3 -4 3,11 0 153 GE 33 62 1,68 22 3,41 3,54 2,81 3,31 -2 4,9 0 154 META 48 70 1,58 28 2,2 2,29 1,86 2,2 -10 3,72 0 055 BOOP 48 75 1,72 25 3,4 3,51 2,9 3,43 4 5,71 0 056 GE 21 59 1,68 21 2,77 2,91 2,27 2,49 -12 4,58 0 057 LES 66 56 1,52 24 1,5 1,5 1,14 0,87 -14 3,21 0 058 SILICOSE 50 57 1,63 21 2,05 2,05 1,82 4,24 4 3,13 0 159 SARCOIDOSE 60 62 1,58 25 2,13 2,13 1,96 3,81 7 3,88 0 160 SILICOSE 30 56 1,7 19 1,68 1,68 1,37 1,38 -1 3,1 0 161 PNEUMOCONIOSE/TB 55 82 1,69 29 1,8 1,84 1,5 1,44 1 3,77 0 162 BOOP 63 60 1,57 24 0,94 1,19 0,87 1,6 -3 2,64 0 163 SARCOIDOSE 39 76 1,65 28 3,02 3,2 2,44 2,3 -2 4,29 0 164 SARCOIDOSE 53 88 1,58 35 2,31 2,31 1,72 1,34 -18 3,74 0 065 BRONQUIOLITE 72 106 1,65 39 2,1 2,35 1,74 1,49 -10 4,73 1 066 SARCOIDOSE 60 90 1,8 28 3,51 3,51 2,62 1,93 -3 6,1 0 067 DPOC 66 79 1,6 31 2,09 2,09 1,73 1,9 3 3,56 0 168 DPOC 71 87 1,73 29 2,41 2,42 1,67 0,92 -5 4,22 0 169 ESCLERODERMIA 43 74 1,53 32 2,2 2,18 1,76 1,8 -14 3,15 0 170 DPOC 44 57 1,62 22 2,34 2,52 1,89 2,06 -13 3,74 0 1

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Número Diagnóstico Idade Pêso Altura IMC CVF CV VEF1 FEF25-75% D%VEF1-CVF CPT VR>130% CPT BAIXA

71 DPOC 62 87 1,57 35 2,12 2,12 1,94 2,97 -6 3,6 0 072 DPOC 45 68 1,58 27 2,08 2,15 1,67 1,89 -13 3,69 0 173 DPOC 60 74 1,59 29 1,78 1,92 1,54 1,92 -8 3,62 0 174 DPOC 70 80 1,58 32 1,89 1,89 1,44 1,15 -16 3,73 0 075 DPOC/TB RESIDUAL 64 61 1,68 22 2,08 2,14 1,53 1,12 -3 4,75 0 176 DPOC 49 57 1,58 23 2,45 2,45 1,86 1,76 -18 4,18 0 077 ASMA 62 64 1,65 24 1,61 1,99 1,47 1,88 -3 4,2 1 078 DPOC 66 98 1,75 32 2,97 3,1 2,29 1,99 0 6,28 1 079 DPOC/TB RESIDUAL 65 45 1,63 17 2,48 2,48 2,17 2,65 6 5,91 1 080 ASMA 39 65 1,68 23 3,03 3,07 2,33 1,91 -18 5,73 1 081 BRONQUIECTASIAS 57 38 1,45 18 1,78 1,74 1,65 2,17 -5 3,06 0 082 BRONQUIECTASIAS 76 52 1,58 21 1,76 1,8 1,45 1,41 -11 3,95 1 083 BRONQUIECTASIAS 21 86 1,51 38 2,16 2,12 1,79 2,18 -11 3,43 1 184 DPOC 65 84 1,58 34 1,45 1,81 1,33 2,68 -3 3,51 0 185 DPOC 62 81 1,56 33 1,38 1,4 1,11 0,98 0 2,47 0 186 ASMA 66 63 1,62 25 2,1 2,1 1,68 1,76 -13 3,86 0 087 ASMA 48 101 1,66 37 2,22 2,24 1,72 1,55 -13 5,97 1 088 BRONQUIECTASIAS 36 39 1,56 16 1,84 1,84 1,55 1,69 -9 3,44 1 189 PH+DPOC 60 63 1,7 22 3,08 3,08 2,25 1,51 -6 5,21 0 090 DPOC 62 84 1,52 36 2 2 1,48 1,06 -19 3,67 0 091 DPOC 74 84 1,66 30 1,7 1,64 1,34 1,21 -11 3,85 0 192 ASMA 44 103 1,65 36 2,69 2,74 2,13 2,07 -15 4,27 0 093 ASMA/DPOC 53 94 1,66 34 2,84 3,1 2,32 2,47 1 4,79 0 194 DPOC 46 87 1,75 28 2,73 3 2,25 2,43 1 4 0 195 OBESIDADE 54 79 1,5 35 1,83 1,87 1,56 2,2 -10 3,9 1 096 ICC 69 66 1,56 27 1,83 1,84 1,49 1,26 -12 3,22 0 197 ICC 62 72 1,55 30 1,62 1,62 1,43 2,12 -7 3,16 0 198 ICC 56 60 1,45 29 1,54 1,54 1,41 2,09 -5 2,83 0 199 ICC 52 61 1,5 27 1,79 1,79 1,42 1,06 -13 3,3 0 0

100 DPOC, ICC 52 57 1,65 21 2,74 2,87 2,34 2,82 3 5,6 1 0101 SEQUELA PL/ICC 48 65 1,78 21 2,27 2,31 2,04 3,06 6 3,05 0 1102 ICC 77 71 1,7 25 2,46 2,48 1,74 1,01 -3 4,6 0 1103 ICC 55 83 1,57 34 1,95 1,95 1,59 1,95 -11 3,52 0 1104 CALC. PLEURAL 55 48 1,65 18 1,62 1,57 1,55 2,2 8 3,6 0 1105 DERRAME PLEURAL 40 56 1,62 21 2,46 2,46 1,85 2,58 -16 3,85 0 1

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Número Diagnóstico Idade Pêso Altura IMC CVF CV VEF1 FEF25-75% D%VEF1-CVF CPT VR>130% CPT BAIXA

106 SEQUELA PLEURAL 56 50 1,62 19 2,11 2,25 2,07 3,92 11 3,64 0 1107 SEQUELA PLEURAL 22 45 1,42 22 1,58 1,58 1,58 3,11 0 2,58 1 1108 SEQUELA PLEURAL 45 82 1,81 25 2,11 2,11 1,74 1,86 1 3,19 0 1109 CIFOESCOLIOSE 46 47 1,65 17 0,76 0,85 0,63 0,9 -3 1,76 0 1110 CIFOESCOLIOSE 28 30 1,41 15 0,87 0,79 0,73 0,88 -5 1,48 0 1111 TORACOPLASTIA 49 60 1,55 25 1,24 1,24 0,95 0,81 -10 2,16 0 1112 TORACOPLASTIA 35 40 1,67 14 1,05 1,09 0,87 0,7 -4 2,2 0 1113 SEQUELA PLEURAL 36 47 1,62 18 1,65 1,74 1,61 2,38 6 3,39 0 1114 PARALISIA DIAFRAG. 36 70 1,63 26 3,11 3,11 2,53 2,61 -3 4,33 0 1115 PARALISIA DIAFRAG. 59 77 1,6 30 1,56 1,56 1,24 1,47 -10 2,88 0 1116 DNM 51 61 1,61 24 2,59 2,55 2,54 4,97 -1 3,6 0 1117 PNEUMECTOMIA E 49 77 1,68 27 2,02 2,13 1,66 1,8 -10 3,32 0 1118 PNEUMECTOMIA E 45 62 1,69 22 2,61 2,67 2,02 1,88 -3 4,33 0 1119 CRIPTOCOCO PULM. 46 63 1,65 23 2,5 2,5 1,94 1,78 -4 3,99 0 1120 TBC RESIDUAL 49 53 1,45 25 1,29 1,29 1,07 1,11 -8 2,2 0 1121 LES 51 80 1,56 33 2,18 2,22 1,87 2,4 -10 3,6 0 0122 PSEUDO LINFOMA 47 59 1,55 25 2,19 2,19 2,06 3 -4 3,77 0 0123 LES 66 36 1,41 18 1,01 1,26 0,96 0,75 -2 3,48 1 0124 LOBECTOMIA 75 51 1,73 17 2,07 2,13 1,45 1,06 -3 4,35 0 1125 LES 27 63 1,57 26 1,67 1,69 1,37 1,7 -9 2,28 0 1126 OBESIDADE 63 80 1,56 33 1,9 1,9 1,58 1,96 -11 3,29 0 1127 OBESIDADE 63 81 1,56 33 1,85 1,87 1,48 1,42 -12 3,27 0 1128 SARCOIDOSE 46 73 1,64 27 2,57 2,63 2,1 2,4 -1 3,89 0 1129 SARCOIDOSE 36 57 1,73 19 2,84 2,8 2,2 1,89 -4 3,86 0 1130 SARCOIDOSE 62 77 1,74 25 2,28 2,25 1,78 1,57 0 4,28 0 1131 SARCOIDOSE 47 52 1,54 22 2,36 2,34 1,94 2,05 -13 4,01 1 0132 SARCOIDOSE 51 72 1,6 28 2,43 2,47 2,1 2,83 -10 4,03 0 0133 SARCOIDOSE 35 54 1,6 21 2,73 2,74 2,21 2,28 -14 4,09 0 0134 FPI 59 56 1,66 20 2,83 2,88 2,84 2,05 0 4,53 0 1135 DPOC 48 102 1,81 31 2,75 2,68 2 1,32 -4 5,3 0 1136 FPI 36 47 1,63 18 0,96 0,96 0,76 0,55 -1 3,47 1 1137 FPI 73 90 1,58 36 1,73 1,89 1,47 2,09 4 2,66 0 1138 FPI 66 67 1,63 25 2,49 2,49 2,17 3,76 7 3,35 0 1139 DPOC 67 61 1,55 25 1,99 1,99 1,52 1,13 -3 3,21 0 1140 FPI 71 98 1,74 32 2,57 2,57 1,99 2,14 1 4,54 0 1

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Número Diagnóstico Idade Pêso Altura IMC CVF CV VEF1 FEF25-75% D%VEF1-CVF CPT VR>130% CPT BAIXA

141 ICC 74 79 1,71 27 2,76 2,76 1,94 1,21 -5 5,21 0 0142 FPI 73 65 1,54 28 1,72 1,81 1,53 1,91 -6 2,87 0 1143 DPOC 55 81 1,78 26 3,37 3,65 2,81 3,43 4 5,56 0 1144 DPOC 48 62 1,67 22 2,98 2,98 2,48 2,72 1 4,7 0 1145 LEPTOSPIROSE 75 55 1,68 19 2,36 2,43 2,24 3,66 -3 5,14 1 0146 TMO 42 100 1,8 31 3 3,36 2,72 3,72 7 4,6 0 1147 DPOC 48 76 1,7 26 3,24 3,49 2,64 3,02 0 4,74 0 1148 TMO 53 108 1,74 36 1,9 1,92 1,46 1,19 -1 3,54 0 1149 ICC 57 97 1,68 34 1,97 2,12 1,72 2,6 -7 3,65 0 1150 SARCOIDOSE 45 74 1,71 25 2,66 2,66 2,16 2,33 0 3,36 0 1151 AR 34 55 1,61 21 2,08 2,2 1,94 2,58 -4 3,57 0 1152 DPOC 58 78 1,69 27 2,65 2,95 2,24 2,89 4 4,25 0 1153 DNM 34 38 1,72 13 2,32 2,45 2,32 5,29 10 4,76 0 1154 DNM 27 71 1,66 26 3,58 3,71 3,35 4,75 7 5,03 0 1155 DNM 57 38 1,6 15 2,4 2,4 2,22 3,42 9 4,26 0 1156 DNM 23 52 1,51 23 2,04 2,13 1,69 1,78 -10 2,98 0 1157 DNM 44 59 1,6 23 2,46 2,55 2,28 4,74 6 3,81 0 1158 DNM 53 80 1,82 24 4,09 4,27 3,55 4,72 8 6,54 0 0159 DNM 35 62 1,54 26 2,35 2,35 2,08 2,89 -8 3,45 0 1160 PARALISIA DIAFRAG. 68 54 1,5 24 1,19 1,22 0,99 1,16 -8 2,35 0 1161 DNM 52 90 1,76 29 3,4 3,47 2,93 4,56 6 4,88 0 1162 DNM 54 28 1,52 12 1,07 1,16 1,07 1,56 0 3,17 1 1163 FPI 75 75 1,75 24 2,33 2,41 1,83 1,89 3 4,01 0 1164 LINFOMA 74 89 1,75 29 2,26 2,4 1,75 1,56 -14 4,64 0 0165 AR 65 66 1,6 26 2,11 2,19 1,79 2,24 -10 3,39 0 1166 DPOC 75 79 1,54 33 1,47 1,5 1,1 0,82 -14 3,76 1 0167 FPI 60 74 1,68 26 1,52 1,52 1,17 1,02 -1 2,75 0 1168 DNM 41 48 1,46 23 1,98 1,98 1,76 2,85 -7 2,85 0 1169 DNM 54 44 1,41 22 1,11 1,11 0,93 1,12 -7 2,71 1 0170 BRONQUIECTASIAS 71 56 1,55 23 1,93 1,93 1,67 3,13 -9 4 1 0171 OBESIDADE 75 105 1,76 34 2,85 3,07 2,39 3,11 8 5,27 0 1172 OBESIDADE 65 96 1,72 32 2,81 3,07 2,45 3,37 8 5,78 0 0173 MIASTENIA + ASMA 69 74 1,77 24 2,56 2,72 1,86 1,32 -2 5,39 0 1174 BRONQUIOLITE 73 64 1,51 28 1,7 1,75 1,31 1,16 -15 3,59 0 0175 SEQUELA PLEURAL 24 38 1,49 17 1,9 1,94 1,87 3,22 -1 3,31 1 1

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Número Diagnóstico Idade Pêso Altura IMC CVF CV VEF1 FEF25-75% D%VEF1-CVF CPT VR>130% CPT BAIXA

176 ICC 59 63 1,65 23 2,58 2,83 2,15 2,39 3 4,81 0 1177 ICC 20 49 1,65 18 2,79 2,79 2,47 2,87 -8 4,22 0 1178 DNM 51 79 1,53 34 1,79 2,08 1,72 3,24 -2 3,19 0 1179 OBESIDADE 60 115 1,73 38 3,17 3,2 2,61 2,7 4 4,93 0 1180 ICC 58 66 1,55 27 2,01 2,01 1,53 1,31 -17 4,75 1 0181 ICC 63 84 1,52 36 1,48 1,54 1,27 1,97 -8 3,02 0 1182 DNM 31 53 1,62 20 2,64 2,75 2,62 5,32 0 4,83 1 0183 ICC 57 54 1,56 22 2,19 2,19 1,8 1,96 -13 3,94 0 0184 ESCLERODERMIA 63 63 1,65 23 2,1 2,11 1,56 1,05 -16 3,46 0 1185 DERRAME PLEURAL 58 89 1,54 38 1,52 1,58 1,21 1,27 -10 2,65 0 1186 OBESIDADE 64 83 1,5 37 1,69 1,75 1,34 1,4 -13 3,8 1 0187 DNM 61 67 1,75 22 3,31 3,61 2,74 4,13 -16 6,52 1 0188 DPOC 54 89 1,64 33 2,29 2,55 1,92 2,35 -10 4,19 0 0189 ICC 48 61 1,6 24 2,28 2,28 1,99 2,87 -8 3,44 0 1190 BRONQUIOLITE 64 55 1,51 24 1,58 1,58 1,2 0,93 -14 3,61 1 0191 PN ACTÍNICA 63 51 1,5 23 1,32 1,35 1,05 0,95 -10 2,41 0 1192 BLASTOMICOSE 52 55 1,68 19 3,14 3,14 2,63 2,95 2 4,43 0 1193 ICC 52 53 1,6 21 2,44 2,52 1,89 1,66 -17 3,79 0 0194 ICC 50 66 1,67 24 2,55 2,55 2,09 2,28 -12 4,27 0 0195 SARCOIDOSE 35 64 1,78 20 3,48 3,48 2,73 2,47 -17 5,85 1 0196 BRONQUIOLITE 33 93 1,68 33 3,21 3,22 2,51 2,23 -5 4,71 0 1197 ASBESTOSE 35 89 1,71 30 3,81 3,87 3,22 3,25 1 5,54 0 0198 DPOC 76 71 1,58 28 2,28 2,44 1,7 1,24 -3 5,49 1 0199 OBESIDADE 35 126 1,77 40 3,84 3,84 3,14 3,24 0 5,18 0 1200 OBESIDADE 58 130 1,6 51 2,42 2,42 1,89 1,64 -2 4,24 0 1201 OBESIDADE 46 94 1,62 36 2,59 2,59 2,08 2,14 -15 4,17 0 0202 OBESIDADE 57 97 1,53 41 1,48 1,55 1,28 1,53 -6 3,27 0 1203 OBESIDADE 41 137 1,76 44 1,74 1,8 1,44 1,51 1 4,24 0 1204 OBESIDADE 54 114 1,7 39 3,45 3,45 2,9 3,45 4 0,51 0 1205 ESCLERODERMIA 23 57 1,59 23 2,4 2,75 2,09 2,88 -8 3,86 0 1206 LES 47 82 1,58 33 2,11 2,2 1,7 1,64 -12 3,27 0 1207 FPI 57 61 1,65 22 2,38 2,41 1,97 2,19 2 3,33 0 1208 TBC RESIDUAL 68 67 1,64 25 1,68 1,74 1,24 0,82 -2 3,69 0 1209 ASMA 73 75 1,46 35 1,33 1,37 1,08 1,32 -10 3,67 1 0210 CIFOESCOLIOSE 69 60 1,52 26 1,16 1,19 0,86 0,57 -11 0,25 0 1

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Número Diagnóstico Idade Pêso Altura IMC CVF CV VEF1 FEF25-75% D%VEF1-CVF CPT VR>130% CPT BAIXA

211 BRONQUIOLITE 65 55 1,51 24 1,48 1,59 1,18 1,1 -11 3,83 1 0212 ASMA 64 77 1,56 32 2,09 2,26 1,63 1,51 -16 3,88 0 0213 ASMA 64 62 1,58 25 1,8 1,83 1,27 0,85 -18 4,04 1 0214 ASMA 30 60 1,71 21 2,71 2,8 2,3 2,43 -10 5,09 1 0215 DNM 24 40 1,61 15 2,42 2,42 2,39 4,64 -1 4,14 1 0216 ASMA 27 61 1,67 22 3,04 3,04 2,45 2,34 -15 4,23 0 1217 ASMA 68 70 1,49 32 1,72 1,86 1,4 1,38 -13 3,84 1 0218 ASMA 40 113 1,65 42 2,3 2,64 1,89 1,92 -11 0,04 0 1219 DNM 39 83 1,65 30 1,2 1,62 1,17 1,34 -1 2,91 0 1220 DPI 69 108 1,84 32 2,6 2,85 1,95 1,39 0 4,01 0 1221 ASMA 69 98 1,66 36 2,36 2,43 1,69 1,1 -20 0,42 0 1222 ASMA 60 62 1,54 26 1,92 2,02 1,46 1,25 -16 4,14 1 0223 OBESIDADE 61 79 1,57 32 2,2 2,2 1,83 2,35 -12 3,84 0 0224 ICC 54 97 1,73 32 3,44 3,68 2,56 1,85 -5 6,01 0 0225 OBESIDADE 48 141 1,77 45 3,42 3,59 2,66 2,3 -2 5,25 0 1226 OBESIDADE 63 117 1,71 40 3,01 3,15 2,51 3,14 5 0,42 0 1227 ASMA 67 77 1,57 31 1,59 1,72 1,28 1,29 -11 3,96 1 0228 DPI 81 78 1,72 26 3,08 3,08 2,2 1,35 -2 4,08 0 1229 ASMA 50 70 1,55 29 2,26 2,42 1,88 2,16 -12 4,11 0 0230 ICC 70 71 1,52 31 1,89 2,13 1,45 1,34 -17 3,66 0 0231 BRONQUIECTASIAS 76 52 1,6 20 1,26 1,26 0,9 0,56 -12 3,27 0 1232 ESCLERODERMIA 33 59 1,55 25 1,75 1,75 1,5 2,24 -7 2,07 0 1233 SARCOIDOSE 46 77 1,8 24 2,56 2,68 1,84 1,16 -5 5,15 0 1234 OBESIDADE 66 104 1,54 44 1,97 2,16 1,53 1,34 -16 3,75 0 0235 DPOC 66 80 1,63 30 2,92 3,07 2,08 1,3 -7 5,57 0 0236 OBESIDADE 67 95 1,55 40 2,04 2,04 1,51 1,12 -19 3,19 0 1237 SEQUELA PLEURAL 70 74 1,65 27 2,31 2,62 1,65 1 -20 0,45 0 1238 ICC 74 86 1,79 27 2,43 2,56 1,94 2 4 3,44 0 1239 ASMA 61 82 1,48 37 1,84 1,84 1,49 1,69 -13 3,31 0 0240 OBESIDADE 79 102 1,69 36 2,37 2,42 1,83 1,5 -16 3,87 0 1241 OBESIDADE 53 91 1,67 33 3,24 3,32 2,45 1,99 -4 5,37 0 0242 ICC 54 73 1,57 30 2,15 2,44 1,63 1,29 -4 3,59 0 1243 OBESIDADE 47 105 1,72 35 3,7 3,86 2,74 2,03 -7 5,05 0 1244 LES 55 78 1,53 33 0,88 0,82 0,83 1,84 -2 2,06 0 1245 FPI 74 62 1,57 25 2,16 2,21 1,97 3,25 11 5,56 1 0

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Número Diagnóstico Idade Pêso Altura IMC CVF CV VEF1 FEF25-75% D%VEF1-CVF CPT VR>130% CPT BAIXA

246 SARCOIDOSE 81 85 1,72 29 2,6 2,6 2,13 2,53 7 3,55 0 1247 DPI 54 53 1,51 23 1,9 2,25 1,72 2,4 -6 3,45 0 0248 DERRAME PLEURAL 30 69 1,57 28 2,68 2,68 2,15 2,1 -15 4,15 0 0249 ASBESTOSE 62 63 1,64 23 2,78 2,79 2 1,39 -6 3,97 0 1250 OBESIDADE 59 140 1,59 55 2,12 2,17 1,84 3,08 -9 2,98 0 1251 FPI 72 54 1,56 22 1,8 1,8 1,46 1,33 2 3,04 0 1252 OBESIDADE 38 175 1,75 57 3,56 3,56 3,01 3,39 2 5,02 0 1253 DPI 67 86 1,73 29 3,21 3,22 2,74 4,59 8 4,89 0 1254 BRONQUIOLITE 66 74 1,44 36 1,41 1,47 1,09 1 -14 3,45 1 0255 POLIMIOSITE/ASMA 44 78 1,73 26 2,88 3,1 2,39 2,8 1 4,31 0 1256 ESCLERODERMIA 37 56 1,52 24 1,65 1,65 1,43 3,39 -7 2,35 0 1257 FPI 65 65 1,55 27 1,12 1,12 0,92 1,07 -7 1,99 0 1258 CIFOESCOLIOSE 45 58 1,54 24 0,96 0,96 0,76 0,77 -6 1,63 0 1259 FPI 67 81 1,66 29 1,63 1,77 1,37 1,92 3 2,91 0 1260 FPI 71 77 1,47 36 1,23 1,23 1,04 1,59 -8 1,78 0 1261 OBESIDADE 28 150 1,78 47 3,77 3,88 3,15 3,44 0 5,24 0 1262 FPI 72 62 1,5 28 1,21 1,21 1,04 1,67 -6 2,56 0 1263 ASMA 32 65 1,62 25 2,47 2,53 1,94 1,68 -14 3,96 0 1264 BRONQUIECTASIAS 56 67 1,56 28 2 2,13 1,65 2,15 -11 0,33 0 1265 ICC 54 75 1,64 28 1,72 1,87 1,35 1,28 -1 3,63 0 1266 DPI 55 72 1,54 30 1,46 1,46 1,11 0,88 -12 2,35 0 1267 PH 76 94 1,61 36 2,07 2,07 1,52 1,04 -19 4,28 0 0268 DPI 65 80 1,65 29 2,37 2,53 1,95 2,46 3 4,45 0 1269 ASMA 26 65 1,7 22 2,89 2,89 2,49 3,16 -9 4,83 1 0270 TBC RESIDUAL 68 59 1,54 25 1,36 1,37 1,04 0,86 -12 2,67 0 1271 OBESIDADE 73 94 1,53 40 1,56 1,75 1,14 0,75 -16 3,36 0 0272 ASBESTOSE 63 79 1,68 28 3,12 3,16 2,28 1,5 -5 5,21 0 0273 OBESIDADE 70 86 1,53 37 1,9 1,9 1,57 1,69 -12 3,27 0 0274 ASMA 62 78 1,54 33 2,24 2,36 1,7 1,47 -4 4,31 0 0275 ICC 50 98 1,67 35 3,02 3,32 2,31 2,24 -4 5,79 0 0276 DPI 44 95 1,69 33 2,93 2,93 2,39 2,42 0 3,74 0 1277 BRONQUIOLITE 73 62 1,5 28 0,9 1,34 0,7 0,63 -8 4,34 1 0278 AR 28 69 1,7 24 2,7 2,7 2,49 4,36 -5 3,22 0 1279 OBESIDADE 27 107 1,55 45 2,44 2,44 2,18 3,94 -7 3,39 0 1280 ICC 77 45 1,6 18 1,52 1,52 1,16 0,98 -12 4,73 1 0

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Número Diagnóstico Idade Pêso Altura IMC CVF CV VEF1 FEF25-75% D%VEF1-CVF CPT VR>130% CPT BAIXA

281 HPP 30 64 1,77 20 3,76 3,76 2,94 2,58 -4 5,17 0 1282 ASMA 20 47 1,54 20 2,29 2,31 2,28 4,47 0 3,38 0 1283 DPOC 53 71 1,68 25 2,69 2,69 2,34 2,91 5 4,66 0 1284 SARCOIDOSE 61 91 1,79 28 3,44 3,74 2,6 2,01 -1 6,04 0 0285 DPOC 50 99 1,61 38 2,16 2,16 1,62 1,32 -16 4,52 1 0286 ASMA 39 63 1,58 25 2,62 2,62 2,57 3,93 -1 4,21 0 0287 FPI 51 52 1,57 21 1,38 1,71 1,27 2,52 -3 3,09 0 1288 SARCOIDOSE 44 68 1,75 22 2,67 2,79 2,07 1,85 -14 3,98 0 1289 FPI 62 75 1,76 24 2,43 2,52 1,87 1,53 0 4,48 0 1290 FPI 72 77 1,71 26 2,45 2,45 2,22 3,26 11 4,22 0 1291 AR 75 104 1,73 35 2,18 2,54 1,89 2,75 8 3,11 0 1292 POLIMIOSITE 36 59 1,72 20 3,48 3,48 3,4 5,87 13 5,71 0 0293 LINFOMA 25 70 1,62 27 2,67 2,67 2,04 1,7 -17 3,8 0 1294 SARCOIDOSE 33 76 1,69 27 2,45 2,55 2,03 2,32 0 3,71 0 1295 FPI 57 63 1,6 25 1,5 1,5 1,38 3,45 5 2,17 0 1296 FPI 76 71 1,71 24 2,22 2,22 1,81 2,22 5 3,63 0 1297 FPI 43 56 1,73 19 2,23 2,23 2,02 2,8 5 3,34 0 1298 FPI 77 70 1,63 26 1,88 1,88 1,32 0,79 -19 3,47 0 1299 NÓDULO PULMONAR 65 68 1,52 29 1,96 1,97 1,67 2,54 -11 3,28 0 0300 FPI 74 54 1,6 21 1,76 1,76 1,36 0,99 -14 4,84 1 0301 ASMA 21 63 1,63 24 3,12 3,12 2,41 2,12 -18 4,8 1 0302 FPI 72 65 1,55 27 1,43 1,44 1,3 2,03 -4 3,04 0 1303 ASMA 45 65 1,63 24 2,26 2,26 1,88 1,93 -11 5,64 1 0304 SARCOIDOSE 59 72 1,62 27 1,26 1,33 1 1,03 -1 3,28 0 1305 TBC RESIDUAL 66 89 1,75 29 2,52 2,64 1,97 1,66 1 4,8 0 1306 PN ACTÍNICA 26 60 1,72 20 3,81 3,82 3,6 5,2 8 5,3 0 1307 ESCLERODERMIA 40 61 1,54 26 1,89 1,96 1,67 2,77 -6 3,49 0 1308 ESCLERODERMIA 76 61 1,48 28 1,39 1,39 1,07 0,95 -14 2,52 0 1309 ESCLERODERMIA 74 49 1,54 21 1,63 1,63 1,23 1,02 -15 3,29 0 0310 DNM 62 85 1,71 29 1,93 2,2 1,4 0,93 -3 4,46 0 1311 ICC 57 87 1,47 40 1,59 1,59 1,35 2,02 -9 3,61 1 0312 DNM 71 46 1,64 17 1,76 1,76 1,7 2,96 11 5,12 1 0313 ASMA 60 92 1,53 39 1,81 2,58 1,31 0,86 -17 0,41 1 1314 BRONQUIOLITE 59 86 1,65 32 1,37 1,48 1 0,6 -11 4,81 1 0315 FPI 80 70 1,56 29 2,16 2,38 1,77 2,07 5 4,17 0 1

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Número Diagnóstico Idade Pêso Altura IMC CVF CV VEF1 FEF25-75% D%VEF1-CVF CPT VR>130% CPT BAIXA

316 ASMA 56 138 1,7 48 2,96 3,02 2,12 1,46 -7 5,26 0 0317 DPI 64 83 1,76 27 2,9 2,99 2,24 1,97 0 4,34 0 1318 FPI 69 71 1,77 23 2,46 2,49 2,08 2,83 6 3,28 0 1