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1 LEOPOLDO SOUZA GUIMARÃES LUIZ ANTONIO RAMALHO JUNIOR O EFEITO DO EXERCÍCIO AERÓBIO E ANAERÓBIO DE DIFERENTES INTENSIDADES NA HIPERTENSÃO ARTERIAL Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Exercício Físico e Reabilitação, sob a orientação dos Professores M.Sc. Wonder Passoni Higino e M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva. LINS – SP 2009

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LEOPOLDO SOUZA GUIMARÃES

LUIZ ANTONIO RAMALHO JUNIOR

O EFEITO DO EXERCÍCIO AERÓBIO E ANAERÓBIO DE DIFERENTES

INTENSIDADES NA HIPERTENSÃO ARTERIAL

Monografia apresentada à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, como requisito parcial para obtenção do título de especialista em Exercício Físico e Reabilitação, sob a orientação dos Professores M.Sc. Wonder Passoni Higino e M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva.

LINS – SP

2009

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Guimarães, Leopoldo Souza; Ramalho Junior, Luiz Antonio O efeito do exercício aeróbio e anaeróbio de diferentes

intensidades na hipertensão arterial / Leopoldo Souza Guimarães; Luiz Antonio Ramalho Junior. – – Lins, 2009.

42p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico

Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins, SP para Pós-Graduação “Lato Sensu” em Exercício Físico e Reabilitação, 2009

Orientadores: Wonder Passoni Higino; Heloisa Helena Rovery da Silva

1. Hipertensão Arterial. 2. Exercícios Aeróbios. 3. Exercícios

Anaeróbios. I Título.

CDU 796

G979e

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LEOPOLDO SOUZA GUIMARÃES

LUIZ ANTONIO RAMALHO JUNIOR

O EFEITO DO EXERCÍCIO AERÓBIO E ANAERÓBIO DE DIFERENTES INTENSIDADES NA HIPERTENSÃO ARTERIAL

Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Auxilium, para obtenção do título de Especialista em Exercício Físico e Reabilitação Aprovada em: _____/_____/_____

Banca Examinadora:

Prof. M.Sc. Wonder Passoni Higino

Mestre em Motricidade Humana pela UNESP – Rio Claro-SP

_______________________________________________________________

Profa M.Sc. Heloisa Helena Rovery da Silva

Mestre em Administração pela CNEC/FACECA – MG

_______________________________________________________________

LINS – SP

2009

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RESUMO

As doenças cardiovasculares constituem a maior causa de mortalidade no mundo ocidental e, por sua vez, a hipertensão arterial, mesmo leve ou moderada, eleva, de modo importante, a morbi-mortalidade. Sabe-se que o tratamento da hipertensão arterial apresenta limitações na abordagem, representada pela falta de adesão ao tratamento em decorrência de vários fatores, como o custo financeiro, os efeitos colaterais dos fármacos, o baixo nível sócio-cultural, etc. Dentre os fatores de risco de maior prevalência, pode-se citar o sedentarismo, que interfere de modo direto, na morbi-mortalidade das doenças cardiovasculares e, indireto quando se considera que tem grande representação na síndrome metabólica e, portanto, na hipertensão arterial e suas conseqüências. É de grande importância no arsenal terapêutico, em todos os casos, proceder à implementação de modificações do estilo de vida, de preferência em forma multidisciplinar, particularmente em hipertensos leves e moderados. As atividades físicas, principalmente aeróbias, leves ou moderadas, devem ser recomendadas em todos os casos, fundamentadas em numerosos trabalhos sistemáticos e de metanálise que oferecem amplo respaldo científico a este proceder. O objetivo do presente estudo é descrever e analisar os efeitos do exercício aeróbio e anaeróbio de diferentes intensidades na hipertensão arterial. Após a revisão de literatura, constatou-se que o exercício físico tem importante papel como elemento não medicamentoso para o seu controle ou como adjuvante ao tratamento farmacológico. Palavras-chave: Hipertensão Arterial. Exercícios Aeróbios. Exercícios Anaeróbios.

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ABSTRACT

The cardiovascular illnesses constitute the biggest cause of mortality in the occidental world and, in turn, the arterial hypertension, even light or moderate, raises, in important way, morbid-mortality. It is known, that the treatment of the arterial hypertension present limitations in the boarding, represented for the lack of adhesion to the treatment in result of some factors, as the financial cost, the collateral effect of the drugs, the low cultural level, etc. Amongst the factors ofrisk of bigger prevalence, the sedentarism can be cited that intervence in direct way, in the morbid-mortality of the cardiovascular illnesses and indirect when it is considered that it has great representation in metabolic syndrome and, therefore, in the arterial hypertension and its consequences. It is of great importance in the therapeutical armory in all the cases to proceeed to the implementation of modifications of the lifestyle of preference in form to multidiscipline, particularly in light and moderate hypertenses. The physical activities, mainly aerobics, lights or moderate, must be recommended in all the cases, based on numerous systematic works and of metanalisys that they offer ample scientific endorsement to this proceed. The study of the present objective is to describe and to analyze the effect of the aerobic and anaerobic exercise of different intensities in the arterial hypertension. After the literature revision, evidenced that the physical exercise has important paper as not medicamental element for its control or as adjuvant to the farmacological treatment. Keyword: Arterial Hypertension. Aerobic Exercises. Anaerobic Exercises.

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LISTA DE FIGURA

Figura 1: Classificação diagnóstica da hipertensão arterial (>18 anos)... 16

LISTA DE QUADRO

Quadro 1: Classificação do exercício físico............................................. 34

LISTA DE SIGLAS

AVE – Acidente Vascular Encefálico

DC – Débito Cardíaco

FC – Freqüência Cardíaca

HA – Hipertensão Arterial

HAP – Hipertensão Arterial Primária

MEV – Modificações do Estilo de Vida

PA – Pressão Arterial

VS – Volume Sistólico

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO............................................................................................. 7

CAPÍTULO I – HIPERTENSÃO ARTERIAL............................................... 10

1 A HIPERTENSÃO ARTERIAL E SUAS COMPLICAÇÕES......... 10

1.1 Etiologia......................................................................................... 10

1.1.1 Fatores de risco não modificáveis................................................. 11

1.1.2 Fatores de risco modificáveis........................................................ 12

1.2 Fisiologia....................................................................................... 14

1.3 Diagnóstico e classificação........................................................... 15

1.4 Tratamentos................................................................................... 16

1.4.1 Tratamento farmacológico............................................................. 17

1.4.2 Modificações do estilo de vida (MEVs).......................................... 18

1.5 Prevalência de hipertensão no Brasil............................................ 21

1.6 Prevalência do tratamento e sucesso terapêutico......................... 22

CAPÍTULO II – EXERCÍCIOS FÍSICOS NA TERIA DA HIPERTENSÃO

ARTERIAL...................................................................................................

23

2 CONSIDERAÇÕES GERAIS........................................................ 23

2.1 Atividade física............................................................................... 24

2.2 Esporte.......................................................................................... 24

2.3 O exercício físico........................................................................... 25

2.4 Prática de exercícios físicos.......................................................... 26

2.5 Classificação dos efeitos do exercício físico................................. 31

2.5.1 Efeitos agudos imediatos.............................................................. 31

2.5.2 Efeitos agudos tardios................................................................... 32

2.5.3 Efeitos crônicos............................................................................. 33

2.6 Tipos de exercícios físicos............................................................. 35

2.6.1 Intensidade do exercício................................................................ 36

CONCLUSÃO.............................................................................................. 38

REFERÊNCIAS........................................................................................... 39

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INTRODUÇÃO

Os antigos seres humanos, tidos como primitivos tinham necessidades

que lhes exigiam um esforço físico constante de forma que, precisavam suprir

suas necessidades básicas tais como a alimentação que era obtida através da

caça, pesca, coleta, necessidade de deslocamento, bem como, lutar pela

sobrevivência diante de situações mais arriscadas.

A vida evoluiu e o ser humano foi assumindo outros papéis, até que a

grande revolução industrial mudou completamente o estilo de vida das

pessoas, tirando-as do campo e pondo-as nas fábricas e, posteriormente,

mecanizando o próprio meio rural.

Esta mudança é de relevância altamente significativa em todo o

processo histórico da humanidade e com ela surgiu uma série de atitudes que

trouxeram outros frutos. Frutos estes que trouxeram, além de seus benefícios,

seus malefícios. O autor se refere ao aumento assustador que ocorreu com as

denominadas doenças crônico-degenerativas e que são, em todo o mundo

desenvolvido ou em desenvolvimento, as principais causas de morte da

população. Entre estas moléstias, menciona-se a Hipertensão Arterial.

Segundo Paffenbarger (apud REBELO, 2006), a hipertensão arterial é

responsável por 70% do risco de morte e que também tem relação com o

processo anteriormente descrito, é um importante fator de risco para o

desenvolvimento de doenças cardiovasculares que são responsáveis pela

maior parte das mortes registradas no Brasil desde a década de 60. Além de

ser um fator de risco para tais doenças, a própria hipertensão arterial é fruto de

outros comportamentos, ou seja, também possui seus fatores de risco, como a

idade, o sexo, o nível sócio-econômico, massa corporal, consumo de sal,

ingestão de álcool e, ainda, o baixo nível de atividade física ou sedentarismo.

(LOTUFO; LOLIO, 2006)

Desta forma, e em contrapartida, a adoção de um comportamento mais

ativo fisicamente, contribui para a prevenção e o tratamento da hipertensão

arterial, além de poder mencionar-se, ainda, que o sedentarismo

responsabiliza-se por 25% do risco de desenvolvimento de doenças

cardiovasculares, aí incluída a hipertensão arterial. (LOTUFO; LOLIO, 2006)

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Pode-se citar que o sedentarismo e excesso de ingestão calórica são,

dentre todas, as principais condições que levam à presente epidemia de

excesso de peso e obesidade.

Dados do IBGE indicam que apenas 7,9% dos adultos praticam

exercícios regulares três vezes por semana, sendo 10,8% dos homens e 5,2%

das mulheres e cerca de 19,2% se exercita uma vez por semana

(FRANCISCHI; PEREIRA; LANCHA JUNIOR, 2001). Nas escolas, a educação

física se resume, na maioria das vezes, a uma aula semanal. (BRASIL, 2001)

O número de pessoas portadoras de hipertensão arterial é grande.

Segundo o CBTHA III (1998), cerca de 15 a 20% da população brasileira pode

ser considerada hipertensa; e devido a sua gravidade, a preocupação dos

profissionais da saúde fez crescer o número de estudos para esclarecer um

melhor comportamento preventivo e, também, no sentido de promover um

melhor tratamento aos já hipertensos.

O tratamento da hipertensão arterial se divide em dois: farmacológico e

modificações do estilo de vida ou não-farmacológico, este último utilizador por

Santello: Krasilsic; Mion Junior (1996).

Neste trabalho, será adotado o termo Modificações do Estilo de Vida

(MEVs). Antes, porém, torna-se necessário observar quais são as medidas

ditas não farmacológicas, para justificar a adoção deste termo. Estas são:

perda da massa corporal, adoção de uma rotina de exercícios físicos,

diminuição no consumo de sal além da diminuição ou abolição da ingestão de

bebidas alcoólicas.

Ressalta-se que estas são recomendações feitas a todas e quaisquer

pessoas que tenham um mínimo de cuidado com a saúde não apenas

para os já diagnosticados hipertensos ou portadores de quaisquer outras

doenças.

Para embasar esta linha de raciocínio, apóia-se na afirmativa utilizada

por Amodeo (1993, p. 16) que diz: “devido ao fato do tratamento ‘não

farmacológico’ da hipertensão arterial estar baseado na mudança de atitudes

bio-psico-sociais por parte dos pacientes, o termo ‘não farmacológico’ é hoje

substituído por ‘modificações do estilo de vida’”.

Por isso é que será utilizado o termo modificações do estilo de vida em

lugar de tratamento não farmacológico.

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Entre as modificações do estilo de vida está o exercício físico que

provoca uma série de respostas fisiológicas dos sistemas corporais e, em

particular, no cardiovascular.

O objetivo geral do presente estudo é descrever os efeitos do exercício

físico em pessoas hipertensas. Para tanto, se faz necessário descrever sobre a

hipertensão arterial, sua classificação, etiologia, fisiologia, fatores de risco,

diagnóstico e tratamento e, também, conceituar exercícios aeróbios e

anaeróbios e expor seus efeitos no tratamento da hipertensão arterial. Para

tanto, o método utilizado será o de revisão bibliográfica, através de livros,

artigos de revista e Internet, periódicos, dentre outros, que abordam o assunto

Hipertensão Arterial.

Diante disso, o trabalho foi norteado pela seguinte pergunta problema:

Até que ponto o exercício físico pode proporcionar benefícios terapêuticos para

pessoas hipertensas?, a qual foi respondida, pois, comprovou-se que o

exercício físico, segundo World Forum on Physical Activity and Sport (1995), é

responsável por uma diminuição de 6-10mmHg em portadores de hipertensão

arterial e, ainda, estudos realizados por Bennett et al.; Wilcox et al. (apud

FORJAZ et al., 1998), demonstraram que apenas uma sessão de exercícios

reduz os níveis de pressão arterial, tanto em portadores de hipertensão como

em normotensos, quando comparados com os níveis pressóricos medidos

antes da sessão.

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CAPÍTULO I

HIPERTENSÃO ARTERIAL

1 HIPERTENSÃO ARTERIAL E SUAS IMPLICAÇÕES

1.1 Etiologia

Segundo a sua origem, a hipertensão arterial pode ser classificada em

primária ou secundária.

Para Amodeo; Santello (1998, p. 332), “a hipertensão arterial primária é

uma doença crônico-degenerativa de caráter multifatorial que inclui aspectos

genéticos, neuro-humorais, dietéticos, vasculares e cardiogênicos”, seu

diagnóstico dá-se quando não se consegue, com os meios disponíveis

atualmente, diagnosticar alguma outra doença que possa levar à elevação na

pressão arterial.

Assim, alguns fatores podem contribuir para o surgimento da

hipertensão arterial primária (HAP). Um fator de risco é uma característica

individual, física ou comportamental, associada com uma maior possibilidade

de desenvolvimento de determinadas doenças. Sua origem é desconhecida e

afeta 90 a 95% dos portadores de hipertensão arterial (HA). (LIPP; ROCHA,

1996)

A secundária, que afeta em torno de 5 a 10% deles, é decorrente de

alguma doença subjacente, entre elas:

a) A nefropatia, tais como glomerulonefrite, pielonefrite, rim policístico,

tumor renal e estenose da artéria renal;

b) A coarctação da aorta; e

c) Certas endocrinopatias, inclusive as afecções das supra-renais, tais

como aldosteronismo primário, síndrome de Cushing e

feocromocitoma. (JULIAN; COWAN apud BRUM et al., 2004)

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Os fatores de risco para a HAP são divididos em dois grupos: os não

modificáveis e os modificáveis.

1.1.1 Fatores de risco não modificáveis

Segundo Lipp; Rocha (1996) são constituídos por fenômenos oriundos

da própria geração e desenvolvimento da vida do ser humano, como:

a) idade: o aumento da idade, independentemente, representa um

aumento no desenvolvimento das doenças cardiovasculares. A

pressão sistólica aumenta progressivamente com a idade. Apesar de

ser uma evolução natural, observada com o decorrer da idade, este

aumento une-se a um maior risco de morbidade e mortalidade

cardiovascular, mesmo na terceira idade, onde a hipertensão arterial

acomete mais da metade da população, sendo que em grande parte,

os diagnósticos são de hipertensão sistólica isolada;

b) sexo: de maneira geral, as mulheres são acometidas pelas moléstias

cardiovasculares cerca de 5 a 10 anos mais tarde que os homens,

isto pode ser explicado pela natural proteção advinda do estrógeno,

mas, após a menopausa, quando as taxas de estrógeno diminuem,

as mulheres apresentam uma chance maior de desenvolverem HA

quando comparadas aos homens e, ainda, sua predominância é

maior no sexo feminino, porém, os homens têm maiores

probabilidades de desenvolverem as complicações resultantes da

HA;

c) hereditariedade: segundo Julian; Cowan (apud BRUM et al., 2004, p.

23), “a influência deste fator é inquestionável. A hipertensão é muito

mais freqüente entre os familiares dos pacientes hipertensos do que

nas famílias dos indivíduos normotenso”. Em um estudo realizado por

Veiga et al. (1993), dos 1.210 entrevistados, apenas 10%

identificaram a hereditariedade como fator de risco para a HA, o que

é um número bastante baixo quando comparado aos 25,8% que

estavam expostos a este fator, o que pode evidenciar o fato da

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população não estar devidamente informada das chances maiores de

desenvolvimento de HA quando constatadas em seus parentes

consangüíneos. Rebelo (2006) referencia o estudo de Muldoon et al.,

o qual identifica algumas características de integração genética e

ambiental existentes em sujeitos hipertensos de uma mesma família,

tais como: elevado transporte de sódio e lítio pelas células

vermelhas, normodiluição da renina-angiostensina ao responder a

alterações no consumo de sódio, hipertrofia ventricular esquerda,

além de um aumento excessivo da pressão arterial durante o

exercício. Alguns autores são de opinião de que a hipertensão é

devida a um único “gene dominante, mas a maioria das provas fala

em favor da ação de numerosos genes”. (JULIAN; COWAN apud

BRUM et al., 2004, p. 31)

1.1.2 Fatores de risco modificáveis

Os fatores de risco modificáveis são aqueles que, como o próprio termo

define, são passíveis de intervenção, como:

a) obesidade: definida como “a porcentagem de gordura corporal a qual

aumenta o risco de doença” (ACSM, 2000, p. 190). Entre as doenças

que têm o seu risco de desenvolvimento elevado pela obesidade está

a Hipertensão Arterial (GUEDES; GUEDES, 1998);

b) potássio, sódio e cálcio: o consumo elevado de sal é um dos

comportamentos responsáveis pela origem de HA, sendo que a

diminuição no seu consumo resulta em diminuição da pressão

arterial (AMODEO apud CAMARGO JUNIOR, 2001). O mecanismo

pelo qual o excesso de sódio aumentaria a pressão arterial seria,

num primeiro momento, pelo aumento na volemia seguido de

conseqüente aumento do débito cardíaco. Em seguida, por

mecanismos de auto-regulação, haveria o aumento da

resistência vascular periférica, mantendo elevados os níveis e

pressão arterial. A ingestão de potássio pode ser aumentada com

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alimentos pobres em sódio e riscos em potássio. Esta ingestão é

justificada pela possibilidade do potássio exercer efeito anti-

hipertensivo, ação protetora contra danos cardiovasculares e como

medida auxiliar em pacientes submetidos à diureticoterapia, desde

que não exista contra-indicação. Não se recomenda a

suplementação indiscriminada de cálcio ou de magnésio além dos

requerimentos básicos, exceto na deficiência deles (ROCHA et al.,

1997);

c) sedentarismo: é um importante fator de risco por si só e também

exerce influência negativa direta sobre outros fatores de risco, como

a obesidade e metabolismo do colesterol (FEDERAÇÃO

INTERNACIONAL DE MEDICINA ESPORTIVA, 1998). O exercício

físico regular, ao contrário da inatividade física, promove uma

proteção contra o desenvolvimento e a progressão de muitas

doenças crônicas, sendo um componente do estilo de vida saudável

(ACSM, 2000). Indivíduos fisicamente ativos têm menos chance de

tornarem-se hipertensos do que seus pares sedentários, além do

que, os já hipertensos têm condições de reduzir os níveis de tensão

arterial, devendo, portanto, o exercício físico ser recomendado a

todas as pessoas, de todas as idades, independente de já terem ou

não desenvolvido HA;

d) tabagismo: é o fator de risco modificável mais importante de morte.

Um a cada seis óbitos é resultante do hábito de fumar. Portadores de

HA têm um problema ainda maior com o hábito de fumar, pois ele

concorre com o feito terapêutico da medicação anti-hipertensiva. O

hábito de fumar é um fator de risco não só para a HA, mas também

para diversas outras doenças como a doença aterosclerótica

coronariana, alguns tipos de câncer, distúrbios do metabolismo dos

lipídios, devendo ser muito estimulada a eliminação de seu uso para

todas as pessoas;

e) bebidas alcoólicas: a redução ou total abstenção do consumo de

bebidas alcoólicas têm íntima relação com a diminuição dos níveis

pressóricos, tanto sistólicos como diastólicos (FURTADO apud

CAMARGO JUNIOR, 2001), estando o seu consumo exagerado,

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relacionado com o aumento agudo e crônico da pressão arterial

(ROCHA et al., 1997);

f) insulina: Godoy (apud REBELLO, 2006), aponta que a grande

maioria dos indivíduos obesos apresenta algum grau de tolerância à

insulina, possivelmente secundária, à função dos receptores

insulínicos;

g) drogas, dentre as que podem elevar a pressão arterial, tem-se:

antidepressivos tricíclicos, ciclosporina, chumbo, cádmio, tálio,

moderadores do apetite, cocaína, cafeína, etc.;

h) estresse: o estresse emocional pode elevar agudamente a pressão

arterial. O estresse psicossocial, como falta de dinheiro, insatisfação

social, desemprego, inatividade física e atividades profissionais com

forte pressão psicológica tendem a possibilitar efeitos na pressão

arterial, porém, o tratamento antiestresse e o uso de técnicas que

visam as modificações comportamentais ainda não estão definidas

(CBTHA III, 1998). Lipp; Rocha (1996) citam que o estresse já pode

ser considerado um fator de risco para a HA.

1.2 Fisiologia

Os determinantes da pressão arterial são o débito cardíaco e a

resistência vascular periférica. Qualquer alteração em um destes mecanismos

influencia na pressão arterial, podendo elevá-la ou diminuí-la. (KRIEGER;

IRIGOYEN; KRIEGER, 1999)

Pode-se, assim, determinar que a pressão arterial é igual ao débito

cardíaco x resistência vascular periférica (PA = DC x RVP) e o débito cardíaco

igual a freqüência cardíaca x volume sistólico (DC = FC x VS).

Astrande; Rodahl (1980, p. 131), dão a definição do quem a ser cada

item acima mencionado:

Freqüência cardíaca é o número de batimentos ventriculares por minutos; Débito cardíaco é o volume de sangue ejetado na principal artéria por cada ventrículo geralmente expresso em litros por minuto;

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Volume sistólico é o volume de sangue lançado na artéria principal por cada ventrículo. O volume sistólico é normalmente calculado dividindo-se o débito cardíaco pela freqüência cardíaca.

Assim quanto maior a FC, maior será o DC e, conseqüentemente, maior

será a PA. Quanto maior o VS, maior será o DC, portanto, maior será a PA.

Desta forma também se pode raciocinar considerando a RVP.

Esses mecanismos pressores e depressores interagem e se

equilibram. Quando esse equilíbrio se rompe, com predominância dos

fatores pressores, ocorre a hipertensão arterial primária. Essa ruptura

pode sofrer influência de estímulos ambientais como o excesso na

ingestão de sódio, ou estímulos psicoemocionais (KRIEGER; IRIGOYEN;

KRIEGER, 1999). Para esses autores estes mecanismos devem ser mais bem

estudados, pois atuam na musculatura que regula a luz do vaso ou na

espessura da mesma.

1.3 Diagnóstico e classificação

Medir a pressão arterial, segundo Rocha (1999), é a única forma que se

dispõe para diagnosticar a hipertensão arterial. O CBTHA III (1998) confirma tal

afirmação e esclarece que o diagnóstico é conferido pelo encontro de valores

superiores à normalidade ou quando estes são obtidos dentro das normas

prescritas.

Segundo o JNC VI (apud CAMARGO JUNIOR, 2001), os pacientes, no

ato da medição da pressão arterial devem estar sentados em uma cadeira, com

as costas apoiadas e os braços nus, na altura do coração.

No diagnóstico e classificação da hipertensão arterial, qualquer

classificação é insuficiente, porém, a necessidade de sistematização para a

separação dos indivíduos sadios e dos patológicos, obriga a uma definição

operacional.

Pelos mecanismos dados à rotina de vida dos diagnosticados como

hipertensos é necessário que o diagnóstico seja realizado com bastante

cautela para evitar o risco de um resultado falso-positivo.

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PAD

(mmHg)

PAS

(mmHg)

CLASSIFICAÇÃO

<85 >130 Normal

85 – 89 130 – 139 Normal limítrofe

90 – 99 140 – 159 Hipertensão leve (estágio 1)

100 – 109 160 – 179 Hipertensão grave (estágio 3)

>100 >180 Hipertensão moderada (estágio 2)

<90 >140 Hipertensão sistólica isolada

Fonte: AMERICAN MEDICAL ASSOCIATION (apud BRUM et al. 2004, p. 33)

Figura 1: Classificação diagnóstica da hipertensão arterial (>18 anos)

Nota-se, na figura acima, a inclusão do grupo com valores normal

limítrofe, esta se justifica pelos benefícios que sujeitos com estes valores

obtêm com medidas preventivas.

O JNC VI (apud CAMARGO JUNIOR, 2001), já acrescenta como níveis

ideais para a pressão arterial, os valores de 120/80 mmHg nas pressões

sistólica e diastólica, respectivamente.

1.4 Tratamento

Existe atualmente um grande número de produtos farmacológicos para o

tratamento da hipertensão arterial, que tem como único objetivo reduzir a

morbidade e mortalidade dela advinda e, por isso, nos últimos tempos,

ocorreram avanços significativos (JULIAN; COWAN apud BRUM et al., 2004).

Almeida (apud CAMARGO JUNIOR, 2001) assegura que, quanto ao tratamento

desta moléstia, as modificações do estilo de vida são, antes de qualquer coisa,

regras gerais para uma vida saudável.

Está provado que uma dieta adequada, redução no consumo de sal e de

álcool e os exercícios físicos regulares são medidas de maior impacto na

redução da hipertensão arterial. (JNC VI apud CAMARGO JUNIOR, 2001)

Porém, em estudo realizado por Mion Júnior et al. (1995, p. 229),

constataram que “a falta de adesão ao tratamento em hipertensão arterial é

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fato freqüentemente observado pelos profissionais da área de saúde. Os

índices de abandono, considerado o grau máximo da falta de adesão, são de

30 a 40%.

Segundo os autores, inúmeros estudos têm procurado identificar as

causas dos baixos índices de adesão ao tratamento e os fatores que possam

contribuir para aumentar estes índices.

No entanto, apesar de vários aspectos terem sido pesquisados, a preferência do paciente, fator fundamental na aceitação do tratamento instituído, não tem sido investigada. A identificação das preferências tornou-se ainda mais importante após a introdução definitiva do tratamento não farmacológico na primeira etapa da terapêutica anti-hipertensiva. O tratamento não farmacológico, efetuado através de mudanças de estilo de vida, é praticamente impossível de ser prescrito sem a total aceitação do paciente. A prescrição, por exemplo, de prática regular de exercícios e redução de peso para paciente que prefere tomar remédios pode ser o primeiro passo para a falta de adesão ao tratamento. (MION JUNIOR et al., 1995, p. 229)

Para Fajardo (2006), os pacientes freqüentemente alegam que não

tomam a medicação porque “estão se sentindo bem”. “Tratar por quê?” Não

sinto nada!” é uma frase que muitos dizem nas consultas. A dificuldade de

cumprir as recomendações quanto a dietas e medicações é atribuída à falta de

recursos, por não entendimento da receita, pelos efeitos colaterais das drogas

(importância, tosse), por problemas familiares e no trabalho, às condições e ao

estilo de vida.

O tratamento da hipertensão é constituído pelo tratamento farmacológico

e pelas modificações do estilo de vida. (ALMEIDA apud CAMARGO JUNIOR,

2001)

1.4.1 Tratamento farmacológico

Segundo Oigman (1996), o tratamento da hipertensão arterial humana

vem, nos últimos anos, saindo progressivamente do empirismo – ensaio de

acertos e erros – em direção a drogas que levam a bloqueios ou antagonismos

mais específicos.

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19

Tanto o tratamento medicamentosos como as modificações do estilo de

vida, ou não-medicamentosos visam reduzir os níveis de pressão para valores

inferiores a 140 mmHg de pressão sistólica e a 90 mmHg de pressão diastólica.

Para tanto, deve seguir uma série de princípios, tais como:

a) ser eficaz por via oral;

b) ser bem tolerado pelo paciente;

c) permitir o menor número possível de tomadas diárias, com

preferência para medicamentos de dose única;

d) o tratamento deve ser iniciado com as menores doses efetivas

preconizadas para cada situação clínica;

e) respeitar o período de quatro semanas para se proceder o aumento

da dose ou associação de drogas, com exceção em caso de

situações especiais; e

f) instruir o paciente sobre a doença, sobre os efeitos colaterais dos

medicamentos utilizados e sobre a planificação e os objetivos

terapêuticos, levando sempre em consideração as condições

socioeconômicas. (CBTHA III, 1998)

Para Nobre (1998), vários aspectos devem ser levados em consideração

para a decisão da terapia medicamentosa, devendo-se levar em conta os

dados científicos que se fundamentam nos possíveis comportamentos,

hemodinâmico e metabólico, presentes no paciente, bem como aspectos

socioeconômicos.

Mion Júnior et al. (1995), realizaram um estudo com 200 pacientes

hipertensos e, quanto a preferência destes, em realizar o tratamento com ou

sem remédios, constataram que:

a) 56% dos pacientes, na faixa etária de 41 a 50 anos ou acima de 60,

obesos e com renda salarial de 1 a 5 salários mínimos, preferiram o

tratamento medicamentoso; e

b) 44% com idade inferior a 49 anos, não obesos, e com renda salarial

de 5 a 10 salários mínimos ou não declarada, optaram pelo não

medicamentoso.

1.4.2 Modificações do estilo de vida (MEVs)

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As modificações do estilo de vida (MEVs) têm como principal objetivo,

diminuir a morbidade e mortalidade cardiovasculares, por meio de adoção de

comportamentos que ajudem na redução da pressão arterial e constitui um dos

pilares desse tratamento, podendo controlar os níveis pressóricos sem

medicamentos ou potencializar o efeito dos hipotensores.

As razões para o incentivo nas MEVs são:

a) baixo custo e risco mínimo, ou seja, boa relação custo benefício;

b) redução da pressão arterial, favorecendo o controle de outros fatores

de risco;

c) aumento da eficácia do tratamento medicamentoso; e

d) redução do risco cardiovascular, segundo CBTHA III (1998).

As modificações do estilo de vida que realmente têm demonstrado o seu

efeito na redução da pressão arterial segundo Amodeo (1993) estão abaixo

especificadas:

a) o exercício físico: mesmo que a pressão sistólica aumente durante

exercícios aeróbios, programas regulares de atividade física

aumentam a complacência vascular e reduzem a pressão

arterial de repouso dos hipertensos, independente da redução do

peso corporal. Esse tipo de exercício está recomendado, ressalvadas

as particularidades de possíveis restrições físicas de alguns

pacientes;

b) a redução da massa corporal: a obesidade encontra-se positivamente

associada à hipertensão e o grau da obesidade correlaciona-se com

a incidência de níveis pressóricos elevados. Mantendo-se o mesmo

conteúdo de sal da dieta, o emagrecimento determina redução dos

níveis tensionais;

c) redução do consumo de sal: inicialmente estudos populacionais

constataram que indivíduos sujeitos à dieta com baixo teor de sódio

apresentavam níveis pressóricos mais reduzidos que os submetidos

à dieta livre em sal. As seguintes orientações dietéticas auxiliam na

redução do sal da dieta – dar ênfase no uso de alimentos naturais,

não adicionar sal em saladas e outros alimentos temperados à mesa,

evitar enlatados e os chamados fast food, reduzir o sal adicionado no

cozimento dos alimentos, orientar para o uso de cloreto de sódio

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associado a cloreto de potássio. Neste caso, deve-se monitorizar o

nível de potássio para detectar hiperpotassemia. Deve-se evitar esta

associação nos indivíduos com insuficiência renal; e

d) diminuição ou abolição da ingestão de bebidas alcoólicas: alguns

fatos ligados ao uso de bebidas alcoólicas e hipertensão arterial

merecem destaque: pessoas que ingerem mais de 30 a 40 g de

álcool por dia apresentam maior prevalência de hipertensão arterial e

de acidente vascular cerebral, a ingestão de bebidas alcoólicas em

doses leves (menor que 30 g de álcool/dia) não se associa a

hipertensão arterial; e a suspensão do álcool reduz significativamente

os níveis pressóricos dos alcoólatras hipertensos.

Hipertensão arterial leve não-complicada é a indicação formal para as

MEVs, e em caso de hipertensão arterial moderada, as MEVs são associadas

com o tratamento medicamentoso, sendo que, na realidade, as recomendações

higieno-dietéticas que compõem as MEVs, aplicam-se a todos os casos de

hipertensão como medida de suporte ao tratamento farmacológico. (FURTADO

apud CAMARGO JUNIOR, 2001)

Pacientes com níveis de pressão arterial que os situem como portadores

de hipertensão arterial leve ou moderada devem, num primeiro estágio

terapêutico, sempre receber um programa de MEVs, antes que qualquer droga

seja prescrita. (JNC VI apud CAMARGO JUNIOR, 2001)

As modificações do estilo de vida não devem ser indicadas apenas para

os indivíduos hipertensos, mas, também, aos indivíduos que apresentam

alto risco de desenvolverem doenças cardiovasculares, compreendendo

várias medidas direcionadas ao controle da hipertensão arterial e dos

fatores de risco para desenvolvê-la, tais como: redução de peso, ingestão de

sal/sódio diminuída, diminuição ou abstenção de ingestão de bebidas

alcoólicas, prática regular e programada de exercícios físicos, controle de

dislipidemias, suplementação de potássio, cálcio e magnésio, aumento da

ingestão de fibras, medidas de controle do estresse e do diabetes melitus.

(CBTHA III, 1998)

É necessário ressaltar que nos dois tipos de tratamento, o paciente

requer grande apoio do meio social, em especial da família, para a adoção das

medidas de controle da pressão arterial.

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1.5 Prevalência de hipertensão no Brasil

Vários estudos demonstram uma prevalência elevada de hipertensão

arterial na população brasileira, sendo que, em média, essa prevalência está

em torno de 15% da população geral adulta, variando conforme o estudo e a

localidade pesquisada de 9 a 30% de prevalência. Essas pesquisas indicam

que é nos segmentos sociais mais pobres que essa prevalência é maior,

inclusive com complicações como acidentes vasculares. As regiões rurais, por

sua vez, apresentam menor prevalência de hipertensão, em relação a

metropolitana. Conforme ocorrem migrações, o índice de prevalência de

hipertensão varia numa mesma população de determinada origem, concluindo

os pesquisadores que o ambiente é um importante fator determinante. A

urbanização, os hábitos sociais e a atividade profissional são determinantes

maiores. (SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2002)

Segundo dados da Sociedade Brasileira de Hipertensão (2002), a

hipertensão é um importante fator de risco para a doença cardiovascular, seja

na forma de doença isquêmica, insuficiência cardíaca ou doença

cerebrovascular. A mortalidade por doença cerebrovascular, especificamente a

hemorragia intraparenquimatosa, é diretamente relacionada com os níveis

tensionais. Estudos americano demonstram que um aumento de 10 mmHg da

PA diastólica usual, incorre no aumento de 56% da incidência de Acidente

Vascular Encefálico (AVE) e de 37% de doença coronariana.

Em 1995, ocorreram no Brasil, 893.877 óbitos segundo registros de

mortalidade. Destes 244.605 (27,36%) foram por doenças cardiovasculares. A

doença cerebrovascular foi responsável por 81.632 óbitos. As doenças

isquêmicas do coração causaram 69.906 óbitos. A hipertensão arterial foi

considerada como responsável direta por 17.880 óbitos (7,8% dos óbitos).

Considerando-se que a hipertensão arterial contribui para morbi-mortalidade

em 80% dos casos de AVE e por 40% dos casos de doenças isquêmicas do

coração, estima-se que a hipertensão arterial esteve envolvida de forma direta

ou indireta em pelo menos 111.148 óbitos no ano de 1995, o que corresponde

a 45,44% das mortes por doenças cardiovasculares. (SOCIEDADE

BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2002)

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23

1.6 Prevalência do tratamento e sucesso terapêutico

A educação para saúde é um componente essencial do cuidado que

deve ser direcionada para a promoção, manutenção e restauração do bem

estar bio-psico-social. Uma de suas metas é encorajar o paciente a aderir ao

esquema terapêutico.

Atualmente, a grande parte da população que necessita de educação

para saúde são aqueles com doenças crônicas, pois, com o envelhecimento da

população, aumenta o número de pessoas acometidas por essas doenças.

O estímulo à atividade física aeróbia regular (caminhada, natação e

ciclismo), mesmo em níveis moderados de condicionamento físico, pode

incrementar a perda de peso, o estado geral de saúde e reduzir o risco, não

apenas cardiovascular, mas também proveniente de outras causas. Também a

pressão arterial pode ser reduzida com uma atividade física moderada, tal

como 30 a 45 minutos de caminhada durante, pelo menos, quatro dias da

semana. Os pacientes, principalmente os sedentários, devem ser

aconselhados a aumentar seu nível de atividade física lentamente.

Sabe-se que o exercício físico provoca uma série de respostas

fisiológicas, resultantes de adaptações autonômicas e hemodinâmicas que vão

influenciar o sistema cardiovascular. Diversos estudos demonstraram o seu

efeito benéfico sobre a pressão arterial. Sendo a hipertensão arterial sistêmica

uma entidade de alta prevalência e elevada morbi-mortalidade na população, o

exercício físico tem importante papel como elemento não medicamentoso para

o seu controle ou como coadjuvante ao tratamento farmacológico.

(SOCIEDADE BRASILEIRA DE HIPERTENSÃO, 2002)

O capítulo seguinte abordará os efeitos do exercício físico aeróbio sobre

a pressão arterial de pacientes hipertensos.

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CAPÍTULO II

EXERCÍCIOS FÍSICOS NA TERAPIA DA HIPERTENSÃO ARTERIAL

2 CONSIDERAÇÕES GERAIS

Há consenso de que o número absoluto e a proporção de indivíduos

idosos na população tende a crescer significativamente nas próximas décadas

(MICHEL, 2004). Existe, além disso, considerável preocupação quanto às

condições de saúde e a qualidade de vida que esses indivíduos gozarão nos

seus últimos anos de vida. Em particular, é possível que haja um aumento

desproporcional no número de indivíduos portadores de doenças crônico-

degenerativas, especialmente hipertensão arterial.

Por outro lado, a vida sedentária aumenta, isoladamente, o risco relativo

de morte em torno de 25%, enquanto que a hipertensão arterial aumenta em

70%. O inverso acontece com a prática habitual de exercício físico (WAIB;

BURINI, 1995). Em contrapartida, o exercício físico promove uma melhora

significativa na saúde e bem estar. (ACSM, 2000)

No entanto, a prevenção e o tratamento da hipertensão através de

intervenções não medicamentosas vêm conquistando vários adeptos. Médicos

e pacientes estão utilizando esta estratégia terapêutica com mais freqüência,

desfrutando dos seus benefícios a médio e longo prazo. (RONDON; BRUM,

2003)

O tratamento farmacológico pode reduzir os níveis pressóricos em

indivíduos hipertensos, mas, medicamentos anti-hipertensivos podem não ser

indicados a todos, por terem alto custo, e trazer conseqüências indesejáveis

para a saúde (OIGMAN, 2003). Por isso, tratamento da hipertensão através da

atividade física (não farmacológico) vem recebendo grande atenção. Embora a

eficácia da atividade física no tratamento não-farmacológico da pressão arterial

não deixe dúvidas, apenas 75% dos pacientes hipertensos são responsivos ao

treinamento físico. (RONDON; BRUM, 2003)

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25

Das diversas intervenções não medicamentosas, o exercício físico está

associado a múltiplos benefícios. Bem planejado e orientado de forma correta,

quanto a sua duração e intensidade, pode ter um efeito hipotensor importante.

Para Negrão; Rondon (2001), uma única sessão de exercício físico prolongado

de baixa ou moderada intensidade provoca queda prolongada na pressão

arterial.

Porém, alguns fatores devem ser considerados para alcançar os efeitos

hipotensores do treinamento. É necessária uma padronização quanto à

intensidade, freqüência e duração das sessões. (RONDON; BRUM, 2003)

2.1 Atividade física

Segundo Araújo; Araújo (2000), a atividade física é um comportamento

complexo que apresenta um espectro bastante amplo, indo desde uma tarefa

doméstica, como varrer uma casa, até uma escalada de alta montanha. Pode

ser definida como qualquer movimento corporal produzido pelos músculos

esqueléticos que resulte em gasto energético, não preocupando o nível desse

gasto de energia.

Para Wilmore; Costill (2003), atividades físicas são exercícios físicos não

isométricos que têm se relacionado com redução da pressão arterial,

independentemente dos efeitos de aumento de sensibilidade à insulina e

redução de peso. Ocorre ainda redução das taxas de colesterol total e

diminuição na taxa de mortalidade por todas as causas. O mecanismo direto de

redução da pressão arterial está relacionado com a diminuição da atividade

simpática refletida por vaso dilatação persistente pós-exercício.

2.2 Esporte

O esporte, por sua vez, pressupõe a existência de adversários e uma

maior organização, normalmente representada por um conjunto de regras.

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Brum; Forjaz; Negrão (2004) diferenciam os termos. Por exemplo, uma

caminhada até os bancos, compras ou lanchonete é uma atividade física;

quando caminhamos regular e sistemicamente, pelo menos 30 minutos, mais

de 3 dias da semana, está-se fazendo o exercício físico e, uma competição

para ver quem consegue nadar, correr, pular, etc., em menor tempo é uma

competição esportiva.

Para Carvalho et al. (1996, p. 80), “o padrão habitual de atividade física

é um dos determinantes de uma boa condição de saúde e tende a variar ao

longo da vida, sendo incomum que se mantenha praticamente constante ao

longo dos anos”. Segundo os autores, existem várias maneiras de classificar tal

padrão, sendo que em uma das mais comuns temos inativos, pouco ativos ou

fisicamente ativos. Apesar de o sedentarismo ser uma expressão comum, sua

caracterização permanece imprecisa.

Um exemplo: um carteiro é considerado fisicamente ativo,

independentemente de não praticas esportes, de modo que deve-se levar em

conta não somente exercício físico, mas, também, movimento corporal, isto é,

atividade física que possua alta demanda energética, seja em condições

laborativas ou de lazer. Utilizando as definições clássicas do sedentarismo, há

uma significativa tendência que a prevalência dessa característica aumente nas

faixas etárias mais altas. (ARAÚJO, 2007)

O corpo humano pode se apresentar em estado de repouso (sono ou vigília) ou de exercício. Na maior parte do tempo, a intensidade do exercício é muito baixa ou pouco diferente do repouso, embora eventualmente ela possa atingir níveis bastante elevados. Em qualquer dessas situações, existem mecanismos fisiológicos reflexos para aumentar o aporte de oxigênio tecidual, evitando a redução da PO2 local e, conseqüentemente, preservando a homeostasia. (RONDON; BRUM, 2003, p. 134)

2.3 O exercício físico

Caracteriza-se como uma atividade em que há intencionalidade de

movimento. É considerado como um subgrupo das atividades físicas que é

planejado, estruturado e repetitivo, tendo como objetivo manter a saúde ou a

otimização do condicionamento físico, ou, ainda, da aptidão física.

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Brum; Forjaz; Negrão (2004, p. 21), assim definem o exercício físico:

“caracteriza-se por uma situação que retira o organismo de sua homeostase,

pois implica no aumento instantâneo da demanda energética da musculatura

exercitada e, conseqüentemente, do organismo como um todo”.

2.4 Prática de exercícios físicos

“Uma boa orientação de exercício físico para a saúde contempla pelo

menos três formas de exercício: aeróbios, de fortalecimento muscular e de

flexibilidade”. (ACSM, 2000)

O exercício aeróbio, normalmente, usa grandes grupos musculares e

exercícios que não demandam habilidades muito específicas, sendo a

caminhada o melhor exemplo (nadar e pedalar já exigem uma habilidade

motora mais qualificada), na maioria dos dias, e preferencialmente em todos,

por pelo menos 30 minutos.

É possível parcelar esse tempo em diversas mini-sessões diárias de

atividade física incorporadas ao cotidiano: subir lances de escada, caminhar na

hora do almoço, etc.

A intensidade absoluta do exercício físico pode ser expressa de vários

modos. O mais comum é apresentar a demanda energética em múltiplos do

gasto em repouso. Considerando o gasto em repouso como equivalente a 1

MET (termo em inglês que significa equivalente metabólico), tem-se, por

exemplo, que caminhadas ao ritmo normal (80 m/min) ou rápido (100 m/min)

equivalem, respectivamente, a 3 e 4 METs. (ARAÚJO, 2000)

“Já para o ato de correr tem-se, simplificadamente, que para cada km/h

de velocidade consome-se o equivalente a 1 MET, ou, exemplificando, 10

km/h-1 é igual a 10 METs”. (ARAÚJO, 2000, p. 8)

A intensidade relativa de um exercício aeróbio pode ser determinada

objetivamente pelo consumo de oxigênio ou estimulada indiretamente através

da freqüência cardíaca ou, ainda, pela sensação de esforço percebido, que é

quantificada por um número entre 0 e 10, representando, respectivamente,

nenhum e máximo esforço. (ARAÚJO, 2000)

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28

No caso da freqüência cardíaca, é problemático trabalhar com valores

ou faixas estimadas por fórmulas genéricas para um dado indivíduo; é sempre

potencialmente perigoso naqueles que apresentam doença coronariana ou que

façam uso regular de bloqueadores ou outras medicações de ação cronotrópica

negativa.

De maneira geral, um percentual entre 50% e 80% da freqüência

cardíaca máxima ou valores entre 4 e 7 da escala de sensação de esforço

percebido correspondem a níveis adequados de intensidade para um programa

regular de exercício físico voltado à promoção da saúde, utilizando atividades

predominantemente aeróbias. (ARAÚJO, 2000)

Para identificar se há uma participação anaeróbia importante, existe uma

maneira simples e válida, basta avaliar a possibilidade de manter aquela dada

intensidade pelo dobro do tempo. Um indivíduo que joga dois sets de uma

partida de tênis pode informar que não toleraria manter o mesmo ritmo por

mais um set, caracterizando, assim, uma participação anaeróbia expressiva.

Necessário se faz destacar que muitas vezes uma intensidade apropriada pode

representar um nível mais alto do que o obtido simplesmente com a

caminhada, exigindo, às vezes, uma intermitência com corridas. (ARAÚJO,

2007)

A integração das informações de duração, freqüência semanal e

intensidade do trabalho, predominantemente aeróbio, representam a dose de

exercício. A maioria dos estudos epidemiológicos utiliza como unidade o gasto

energético expresso em kcal/semana. Ademais, como essa medida é

diretamente proporcional ao peso corporal e penaliza, portanto, os mais leves,

há uma tendência atual em preferir o uso de indicadores baseados em METs.

Não obstante exista um enorme interesse científico e prático na

caracterização de uma dose ótima de exercício, ainda há considerável debate

sobre a relação dose-resposta do exercício para diferentes marcadores de

saúde.

É possível, inclusive, que a dose ótima para redução da pressão arterial

seja diferente daquela recomendada para aumento da fração HDL do colesterol

e da dose mais apropriada para prevenção do câncer de mama (MARCEAU et

al. apud MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004). Em uma metanálise recém

publicada, Willians (apud MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004), concluiu que

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29

possuir uma potência aeróbia máxima (condição aeróbia) no quartil superior

para o grupo etário e gênero pode ser mais importante do que estar no quartil

superior de padrão de atividade física. Na realidade, essa opinião, ainda que

contestada por alguns, tem sido valorizada pelos resultados de outros estudos

e ganha cada vez mais adeptos. Por exemplo, um estudo de corte finlandês

(PAFFENBARGER apud MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004), mostrou que

entre homens assintomáticos de meia-idade com consumo máximo de oxigênio

superior a 37,2 ml/kg/min, ou seja, aproximadamente 11 METs, quando medido

durante cicloergometria, não havia nenhum óbito em três anos, em

comparação com um índice de cerca de 5% naqueles que possuíam VO2, mais

baixos. É possível que as duas variáveis – condição aeróbia e padrão de

atividade física – representem fatores interligados, porém, até certo ponto

independentes em termos de mecanismos de ação para preservação de uma

condição de vida saudável. Sobre esta questão, estudos futuros serão

necessários para melhor esclarecer essa importante questão.

A medida das pressões arteriais sistólica, diastólica e média durante o

exercício físico apresenta dificuldades metodológicas específicas que não são

tipicamente discutidas. Por exemplo, é relativamente comum que o som não

desapareça durante a desinflação completa do manguito em condições de

exercício, sendo provavelmente mais apropriado considerar a quarta fase

(mudança de tonalidade) representativa do nível diastólico. Além disso, a

estimativa da pressão arterial média pelas fórmulas habituais – pressão

diastólica mais um terço da pressão de pulso – pode não ser válida durante o

exercício mais interno, já que a sístole passa a ter uma duração

proporcionalmente maior dentro do ciclo cardíaco. A medida da pressão arterial

no exercício pode ser feita de forma intermitente pelo método auscultatório e de

modo contínuo com o uso do Finapress ou por meio de um cateter e transdutor

específico colocados em uma artéria. Muito embora a medida pelo método

auscultatório seja bastante limitada, especialmente quando o indivíduo está

correndo em uma esteira rolante, ele é praticamente o único usado em termos

clínicos e práticos. Deve-se, contudo, ressalvar que a medida absoluta obtida

nessas condições pode ser bastante imprecisa, especialmente no que se refere

aos níveis diastólicos, sendo mais útil para a observação de curvas ou

tendências.

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30

Uma área provavelmente nova para o cardiologista clínico é o crescente interesse nos exercícios de fortalecimento muscular. Um dos achados mais freqüentes com o envelhecimento é um lento e progressivo incremento do peso corporal, que é acompanhado de um nítido prejuízo da saúde e da qualidade de vida. Há um evidente aumento de peso que se relaciona a uma maior incidência de hipertensão arterial sistêmica, doença coronariana, colelitíase e, principalmente, de diabete tipo 2. (GALLAGHER et al. apud ARAÚJO, 2007, p. 8)

É possível que a sarcopenia, isto é, o quadro clínico caracterizado por

uma redução importante da massa muscular comumente observado no

envelhecimento, desempenhe um papel importante na etiologia de inúmeras

doenças crônico degenerativas.

Araújo (2007) relatou que estudos mais recentes têm demonstrado,

claramente, que o envelhecimento é acompanhado por significativas

modificações na composição corporal, isto é, redução da massa muscular e

aumento da gordura corporal de forma que, mesmo quando o peso corporal se

mantém constante ao longo dos anos, é possível que algum grau de

sarcopenia esteja ocorrendo.

Funcionalmente, ainda segundo Araújo (2007), parece haver uma perda

proporcionalmente mais importante da potência do que da força muscular,

prejudicando ações cotidianas básicas, tais como levantar de uma cadeira ou

do solo, colocar um saco de compras no carrinho de supermercado ou tirar

uma criança do berço.

Araújo (apud ARAÚJO, 2007), diz que interessantemente, vários estudos

têm demonstrado que a sarcopenia pode ser consideravelmente minimizada e

quiçá revertida por um treinamento físico que inclua exercícios de

fortalecimento muscular, muito embora ainda não estejam claramente

identificadas as melhores estratégias de treinamento físico para essa

finalidade.

O comportamento da pressão arterial com o exercício depende de o

componente predominante ser estático ou dinâmico. (ARAÚJO, 2007)

Na forma predominantemente dinâmica tem-se um aumento do nível

sistólico diretamente proporcional à intensidade do exercício, sem alteração e

até com discreta redução do nível diastólico. Valores sistólicos ao redor de 200

mmHg são típicos de um esforço máximo dinâmico gradativo em um adulto

saudável, com rápido descenso com a interrupção do esforço. (BARROS

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31

NETO; CESAR; TEBEXRENI, 1999)

Já no exercício predominantemente estático tem-se um aumento

bastante importante dos níveis sistólicos e diastólicos, provocado

primariamente pelo aumento da resistência periférica vascular, não sendo

incomum valores súbitos acima de 400/250 mmHg durante exercícios feitos

com cargas altas, superiores a 80% de uma repetição máxima (MACDOUGALL

apud ARAÚJO, 2007). Infelizmente, por limitações do método auscultatório,

não é possível medir habitualmente os níveis tensionais durante esse tipo de

exercício.

Essas cifras elevadas, porém, não têm sido acompanhadas de acidentes

encefálicos, mesmo em coronariopatas ou hipertensos. Na realidade, valores

diastólicos elevados acarretam maior perfusão coronariana, especialmente pela

coronária esquerda, e podem explicar a ótima tolerância relativa dos

coronariopatas a esse tipo de trabalho físico.

Barros Neto (1996) descreve que, com base nesses dados fisiológicos,

os exercícios de fortalecimento muscular passaram de proibidos a

recomendados para portadores de doenças cardiovasculares.

Hipertensos fisicamente treinados, especialmente quando através de

exercícios predominantemente aeróbios e dinâmicos, tendem a apresentar uma

redução modesta, porém, clinicamente relevante, dos seus níveis tensionais

(FUCKS apud ARAÚJO, 2007). “Exercício físico regular também tem se

mostrado uma estratégia eficaz para reduzir complicações clínicas decorrentes

da hipertensão arterial, tais como o acidente vascular encefálico” (MIYERS

apud MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004, p. 514). Esses achados não são

universais e parecem apresentar uma alta variabilidade interindividual. Essas

alterações já podem ser observadas com algumas poucas sessões e são mais

evidentes nas primeiras 16 horas seguintes ao exercício, muito embora apenas

recentemente se comece a esclarecer os mecanismos fisiológicos associados

a esse efeito agudo tardio, que é denominado hipotensão relativa pós-

exercício. (FORJAZ et al., 1998)

Beevers; Lipp; O’brien (apud MACHADO et al., 2008), estudaram a

prática de exercícios aeróbios moderados, com duração de 30-45 minutos,

como caminhar ou nadar três vezes por semana, e concluíram que estas

produziam uma redução moderada na pressão arterial. Esses resultados,

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geralmente, são obtidos a partir dos três primeiros meses de treinamento

físico. Pacientes hipertensos devem ser abordados através da aplicação

criteriosa do exercício físico para que o mesmo possa ser efetivamente

benéfico.

Para Kaplan (apud MACHADO et al., 2008), embora haja uma redução

de aproximadamente 30% na capacidade de tolerância ao exercício em

indivíduos hipertensos em relação aos normotensos, a pressão arterial poderá

diminuir em média entre 5-7 mmHg com o exercício aeróbio regular. Em seus

estudos, Papadenteriou; Kokkinos (apud MACHADO et al., 2008), afirmam que

o nível de exercício deverá ser suficiente para promover um efeito de

condicionamento, geralmente obtido com 60-70% da freqüência cardíaca

máxima.

Estudos epidemiológicos têm demonstrado relação inversa entre a

pressão arterial e o nível de atividade física habitual ou o nível de

condicionamento físico do indivíduo. Entre os hipertensos, tem sido

demonstrada que o treinamento físico diminui significativamente a pressão

arterial de repouso, em média na ordem de 10 mmHg, tanto da pressão

sistólica quanto da diastólica, nos casos de HAS leve.

2.5 Classificação dos efeitos do exercício físico

Segundo Monteiro; Sobral Filho (2004), os efeitos fisiológicos do

exercício físico podem ser classificados em agudos imediatos, agudos tardios e

crônicos.

2.5.1 Efeitos agudos imediatos

Também denominados respostas, acontecem em associação direta com

a sessão de exercício e podem ser subdivididos em imediatos ou tardios.

Os efeitos agudos imediatos são aqueles que ocorrem nos períodos pré-

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imediato, peri e pós-imediato rápido (até alguns minutos) ao exercício físico e

podem ser exemplificados pelos aumentos de freqüência cardíaca e da

pressão arterial sistólica e pela sudorese normalmente associados ao esforço.

(MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004)

Os exercícios podem ser caracterizados por dois tipos principais:

a) exercícios dinâmicos ou isotônicos (há contração muscular, seguida

de movimento articular); e

b) estáticos ou isométricos (há contração muscular, sem movimento

articular), sendo que cada um desses exercícios apresenta diferentes

tipos de respostas cardiovasculares. (BRUM; FORJAZ; NEGRÃO,

2004)

Nos exercícios estáticos observa-se aumento da freqüência

cardíaca, com manutenção ou até redução do volume sistólico e pequeno

acréscimo do débito cardíaco. Ao passo que os exercícios dinâmicos, não

apresentam obstrução mecânica do fluxo sanguíneo. (BRUM; FORJAZ;

NEGRÃO, 2004)

Vale ressaltar que a magnitude das respostas cardiovasculares durante

o exercício estático é dependente da intensidade do exercício, de sua duração

e da massa muscular exercitada, sendo maior quanto maiores forem esses

fatores. (FORJAZ; TINUCCI, 2000)

Explicam Brum; Forjaz; Negrão (2004), que a produção de metabólicos

musculares promove vasodilatação na musculatura ativa, gerando redução da

resistência vascular periférica. Assim, durante os exercícios dinâmicos,

observa-se aumento da pressão arterial sistólica e manutenção ou redução da

diastólica.

2.5.2 Efeitos agudos tardios

Além das alterações cardiovasculares observadas durante a execução

do exercício físico, algumas modificações ocorrem após a finalização do

exercício. Dentre elas, a hipotensão pós-exercício, ou seja, a redução da

pressão arterial durante o período de recuperação, fazendo com que os

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valores pressóricos observados pós-exercícios permaneçam inferiores

àqueles medidos antes do exercício ou mesmo aqueles medidos em um

dia de controle, sem a execução do exercício. (MONTEIRO; SOBRAL FILHO,

2004)

Os efeitos agudos tardios são aqueles observados ao longo das primeiras 24 ou 48 horas (às vezes até 72 horas) que se seguem a uma sessão de exercício e podem ser identificados na discreta redução dos níveis tensionais (especialmente nos hipertensos), na expansão do volume plasmático, na melhora da função endotelial e no aumento da sensibilidade insulínica nas membranas das células musculares. (MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004, p. 513)

2.5.3 Efeitos crônicos

Também denominados adaptações, são aqueles que resultam da

exposição freqüente e regular a sessões de exercício, representando os

aspectos morfofuncionais que diferenciam um indivíduo fisicamente treinado de

outro sedentário. (MONTEIRO; SOBRAL FILHO, 2004)

Alguns dos exemplos mais típicos dos efeitos crônicos do exercício físico

são a bradicardia relativa de repouso, a hipertrofia ventricular esquerda

fisiológica e o aumento do consumo máximo de oxigênio. (THOMPSON et al.

apud NEGRÃO et al., 2001)

Estudos realizados por Brum et al. (2000), Gava et al. (1995), Negrão et

al. (1993), Silva et al. (1997) e outros (apud NEGRÃO et al., 2001), têm

demonstrado que o treinamento físico pode provocar alterações autonômicas

importantes que vão influenciar o sistema cardiovascular. Assim, pode-se citar

a diminuição na atividade nervosa simpática renal (GAVA et al. apud NEGRÃO

et al., 2001) e no tônus simpático no coração, que controla a freqüência

cardíaca, em ratos espontaneamente hipertensos. Além disso, o treinamento

físico aumenta a taquicardia reflexa em ratos normotensos (BROMQVIST apud

NEGRÃO et al., 2001) e restaura, em grande parte, a bradicardia e taquicardia

reflexas em ratos espontaneamente hipertensos. A melhora no controle

barorreflexo da pressão arterial foi recentemente descrita em pacientes

hipertensos submetidos a treinamento aeróbio de intensidade moderada.

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As alterações cardiovasculares provocadas pelo exercício se estendem

à pressão arterial. Hoje, há praticamente um consenso sobre os efeitos

benéficos do exercício sobre a hipertensão arterial leve e moderada. Ensaios

clínicos trazem evidências de que o exercício físico crônico reduz

significativamente a pressão arterial em pacientes com hipertensão arterial

sistêmica.

CLASSIFICAÇÃO DO EXERCÍCIO FÍSICO

DENOMINAÇÃO CARACTERÍSTICA

PELA VIA METABÓLICA PREDOMINANTE

Anaeróbico alático Grande intensidade e curtíssima duração

Anaeróbico lático Grande intensidade e curta duração

Aeróbio Baixa ou média intensidade e longa duração

PELO RITMO

Fixo ou constante Sem alternância do ritmo ao longo do tempo

Variável ou intermitente Com alternância de ritmo ao longo do tempo

PELA INTENSIDADE RELATIVA (1)

Baixa ou leve Repouso até 30% do VO2 (Borg < 3)

Média ou moderada Entre 30% do VO2 máximo e liminar anaeróbio (2)

(Borg 3 a 6)

Alta ou vigorosa (3) Acima do liminar anaeróbico (Borg > 6)

PELA MECÂNICA MUSCULAR PREDOMINANTE

Estático Não ocorre movimento e o trabalho mecânico é zero

Dinâmico Há movimento e o trabalho mecânico positivo ou

negativo

Fonte: ARAÚJO; ARAUJO, 2000, p. 10. (1) Para exercícios com implementos ou pesos utilizando grupamentos musculares localizados, a intensidade relativa pode ser expressa em função da carga máxima possível para uma única repetição (1RM). Por exemplo: intensidade leve: até 30% de 1 RM; intensidade média entre 30 e 60% a 70% de 1 RM. Outra alternativa interessante para estimar a intensidade relativa é empregar as escalas psicofisiológicas de Borg. Para efeito da classificação acima, considerou-se a versão da escala que varia de 0 a 10. (2) Na impossibilidade da determinação do liminar anaeróbico, arbitra-se entre 60 e 70% do VO2 inglesa. (3) O termo vigoroso, ainda que provavelmente ambíguo em português, é muito adotado na literatura inglesa. Quadro 1: Classificação do exercício físico

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Conforme Shoji; Forjaz (2000, p. 7), “para que o exercício traga

benefícios ao hipertenso, deve-se atentar para o tipo, intensidade, freqüência e

duração do treinamento físico”.

2.6 Tipos de exercícios físicos

O exercício aeróbio é fundamentalmente ligado ao movimento. A energia

necessária para executá-lo é proporcionada pelo uso do oxigênio, ou seja, o

oxigênio funciona como fonte de queima dos substratos que produzirão a

energia a ser transportada para o músculo em atividade. (BARROS, 2008)

Caracteriza-se como atividade aeróbia o exercício contínuo, dinâmico e,

na maioria das vezes, prolongado que estimula a função dos sistemas

cardiorrespiratório e vascular e o metabolismo, porque aumenta a capacidade

cardíaca e pulmonar para suprir de energia o músculo a partir do consumo do

oxigênio (daí o nome aeróbio). Caminhar, andar, pedalar, nadar, dançar ou

fazer qualquer atividade que obrigue a pessoa a sustentar seu peso corporal

enquanto se movimenta são exercícios aeróbios. (BARROS, 2008)

Shoji; Forjaz (2000) afirmam que o exercício dinâmico aeróbio,

comprovadamente, reduz a pressão arterial, sendo considerado o mais

adequado para o hipertenso. A sobrecarga pressórica tem importância ao

sistema cardiovascular durante a realização de exercícios isométricos e a

efetividade duvidosa desse tipo de exercício, como agente hipotensor, levou a

desencorajar este tipo de exercício para o hipertenso. No entanto, atualmente,

tem sido recomendado que os exercícios aeróbios sejam complementados por

exercícios localizados, realizados também de forma dinâmica com baixa

intensidade e grande número de repetições. Dessa forma se obteria uma

melhor integridade do sistema músculo-esquelético e um aumento da força

muscular que levaria a uma diminuição da sobrecarga diária ao coração, por

redução da FAC e da PA durante os esforços da vida cotidiana.

“O exercício anaeróbio é um tipo de atividade física em que predomina o

fornecimento de energia por processos metabólicos que não envolvem

oxigênio”. (WIKIPÉDIA..., 2008)

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São atividades breves de alta intensidade nas quais o metabolismo

anaeróbio acontece nos músculos. Durante períodos de tempo mais longos de

exercício físico, o metabolismo aeróbio provê a energia, o que é chamado de

exercício aeróbio. (WIKIPÉDIA...., 2008)

Como exemplos de exercícios anaeróbios, na área dos esportes, pode-

se citar os exercícios de velocidade de curta duração e alta intensidade, como

a corrida de cem metros rasos, os saltos, o arremesso de peso. Já na área

ocupacional, toda atividade que demanda força física em vez de movimento é

considerada um exercício anaeróbio. Na verdade, os movimentos mais comuns

do dia-a-dia são um misto de atividades físicas aeróbias e anaeróbias.

(BARROS, 2008)

2.6.1 Intensidade do exercício físico

O exercício leve a moderado possui efeito hipotensor semelhante ou

mesmo superior ao exercício intenso, e a pressão arterial se eleva menos

durante a sua execução. Aconselha-se que o exercício aeróbio de intensidade

adequada para a redução da pressão arterial é aquele que atinge de 50 a 70%

do VO2máx. Esse valor pode ser deduzido pela FC de reserva calculada pela

fórmula:

FC treino = (FC máxima – FC repouso) x % intensidade (50 a 70) + FC repouso

Para os exercícios localizados recomenda-se o uso de 40 a 50% da

carga máxima voluntária com grande número de repetição (20 a 25).

Com relação a freqüência do exercício, para que haja algum efeito

hipotensor é recomendável uma freqüência mínima de três vezes por semana.

Freqüências de exercícios semanais maiores produzem maior efeito

hipotensor. Quanto a exercícios localizados, recomenda-se a freqüência de

duas sessões semanais.

A duração do exercício possui relação direta com a condição física do

indivíduo. Tempos maiores de exercício (40 minutos) são mais eficazes que

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períodos curtos de exercício (10 minutos) para obter o efeito hipotensor.

Recomenda-se que o exercício aeróbio tenha de 30 a 45 minutos de duração.

(SHOJI; FORJAZ, 2000)

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CONCLUSÃO

A prática regular de exercício físico tem demonstrado reduzir as

complicações clínicas decorrentes da hipertensão arterial, como o acidente

vascular encefálico (derrame), além de contribuir para a prevenção da

hipertensão arterial.

O exercício físico crônico de baixa a moderada intensidade provoca

alterações autonômicas importantes que acabam influenciando, sobremaneira,

os níveis pressóricos. Por essa razão, o exercício físico regular deve ser

incluído como uma conduta não-farmacológica no tratamento da hipertensão

arterial.

É certo que indivíduos hipertensos mantêm a redução mais intensa da

pressão arterial nas 24 horas seguintes do exercício. E, as alterações

funcionais dos pressorreceptores arteriais e cardiopulmonares, como o

aumento na sua sensibilidade e modificação no seu ponto de ativação e do

tempo de recuperação, podem também contribuir para o efeito vasodilatador

pós-exercício.

Porém, todos os benefícios só poderão ser avaliados se o indivíduo,

primeiramente, passar por uma avaliação com o profissional da área, que

indicará os tipos de exercícios ideais, bem como fatores como tempo,

intensidade, entre outros. As pessoas devem escolher uma atividade que lhe

traga prazer e seja bem tolerada. A atividade não precisa ser muito forte para

melhorar a sua saúde. O objetivo pode ser introduzir gradativamente a

atividade em sua rotina diária, podendo adicionar períodos de dez minutos ao

longo do dia.

Concluiu-se, após a revisão de literatura, que a pergunta-problema foi

respondida, à medida que se comprovou que a prática regular de atividades

físicas reflete-se na redução de diversos fatores de risco, tem efeitos positivos

na qualidade de vida e se relaciona inversamente com o aparecimento de

doenças crônico-degenerativas.

O trabalho não está esgotado, podendo outros profissionais aprofundá-lo

e redirecioná-lo.

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