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LUCAS LIMA DA CUNHA

A EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO BRASIL E O IMPACTO NA VIDA

DOS BRASILEIROS

Assis/SP 2020

LUCAS LIMA DA CUNHA

A EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO BRASIL E O IMPACTO NA VIDA

DOS BRASILEIROS

Projeto de pesquisa apresentado ao curso de Administração do Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis – IMESA e a Fundação Educacional do Município de Assis – FEMA, como requisito parcial à obtenção do Certificado de Conclusão.

Orientando(a): Lucas Lima da Cunha Orientador(a): Profº. Ma. Patrícia Irina Loose de

Moraes

Assis/SP 2020

FICHA CATALOGRÁFICA

CUNHA, LUCAS LIMA. A Educação Financeira no Brasil e o Impacto na Vida dos Brasileiros / Lucas Lima da Cunha. Fundação Educacional do Município de Assis –FEMA – Assis, 2020. Número de páginas. 1. Educação Financeira. 2. Dinheiro. 3. Investimentos. 4. Ativos. 5.Independência Financeira. CDD: Biblioteca da FEMA

A EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO BRASIL E O IMPACTO NA VIDA DOS

BRASILEIROS

LUCAS LIMA DA CUNHA

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Municipal de Ensino Superior de Assis, como requisito do Curso de Graduação, avaliado pela seguinte comissão examinadora:

Orientador:

Profº. Ma. Patrícia Irina Loose de Moraes

Examinador:

Profº Dr. Osmar Aparecido Machado

Assis/SP

2020

DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho a todos aqueles que passaram por dificuldades financeiras em algum momento de sua vida e desta forma trazer conhecimento para que mudem suas vidas.

RESUMO

Este estudo objetiva observar o cenário da educação financeira no Brasil e o seu

impacto na vida dos brasileiros. A pesquisa bibliográfica se alicerça em autores que

trabalham a temática, de forma a contribuir para a construção de conhecimento na

área de finanças pessoais, de forma a promover a melhoria da qualidade de

vida das pessoas. Entre os objetivos específicos busca-se desmistificar no lato

sensu o conceito de finanças e investimento. O trabalho abarca ainda observações

sobre alguns equívocos que ocorrem quando não se possui a educação financeira,

abrangendo a área dos ativos e passivos, investimentos, e planejamento financeiro.

Desta forma, usando como base os dados do projeto foi elaborado o E-book: 10

Passos para Atingir a Liberdade Financeira, que visa ensinar qual o caminho trilhar

para se atingir a liberdade financeira.

Palavras-chaves: Educação Financeira, Endividamento, Dinheiro, Investimentos,

Independência Financeira.

ABSTRACT

This study aims to observe the scenario of financial education in Brazil and its impact

on the lives of Brazilians. Making use of authors attesting to the importance of having

knowledge in the area of personal finance and thus contributing to improving

people's quality of life. Among the specific objectives, it seeks to demystify in the

broad sense the concept of finance and investment.

The work also includes observations on some misconceptions that occur when

financial education is lacking, covering the area of assets and liabilities, investments,

and financial planning. This way using the Project was elaboraded the E-book Ten

Steps to Archieve Financial Independence.

Keywords: Financial Education, Quality life, Finance, Investments, Financial

planning.

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1: Organização de Objetivos 23

Figura 2: Organização do Perfil 24

Figura 3: Guia Básico para Independência Financeira 34

Figura 4: Índice E-book Guia Básico para Independência Financeira 35

SIGLAS

ANBIMA: Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de

Capitais.

BDR: Brazilian Depositary Receipt.

BCB: Banco Central do Brasil.

BM&FBOVESPA: Bolsa de Mercadorias e Futuros.

CDB: Certificados de Depósito Bancário.

CDI: Certificado de Depósito Interbancário.

ENEF: Estratégias Nacional de Educação Financeira.

ETF: Exchange Traded Fund.

FGC: Fundo Garantidor de Crédito.

FIIs: Fundos Imobiliários.

IPCA: Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.

LCA: Letra de Crédito do Agronegócio.

LCI: Letra de Crédito Imobiliário.

OCDE: Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico.

RDB: Recibos de Depósito Bancário.

SELIC: Sistema Especial de Liquidação e de Custódia.

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ............................................................................ 10

2. A EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO BRASIL ................................. 12

2.1 ENDIVIDAMENTO DOS BRASILEIROS 14

2.2 PLANEJAMENTO FINANCEIRO 15

2.3 INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA 16

2.4 ATIVOS E PASSIVOS 18

2.5 MODALIDADES DE INVESTIMENTO 20

3. JUROS COMPOSTOS ................................................................ 27

3.1 PERFIL DO INVESTIDOR 30

3.2 ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTO 31

3.3 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL 34

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................ 59

5. REFERÊNCIAS ........................................................................... 60

10

1. INTRODUÇÃO

A educação financeira tem o propósito de auxiliar as pessoas a administrar seus

rendimentos da melhor forma possível, rendimentos estes provenientes do

emprego, renda fixa e variável, entre outros. Este tema passa a ter importância no

momento que estamos inseridos em um ambiente complexo que é o mercado

financeiro, onde que sofre interferências por parte de fatores externos tais como

demográficos, econômicos e políticos.

Em determinado momento nos deparamos com situações que nos obrigam a tomar

alguma decisão e é neste momento que o conhecimento sobre educação financeira

se faz essencial. É natural não possuirmos tal conhecimento, devido a vivermos em

um país onde o assunto dinheiro e o como replicá-lo é pouco discutido. O que

conhecemos sobre dinheiro são alguns mitos, como por exemplo, quando ouvimos

que dinheiro não traz felicidade ou que ter muito dinheiro é ruim.

Quando nos deparamos com estas declarações deveríamos questionar, por quê

dinheiro não traz felicidade, ou por quê que ter muito dinheiro é ruim. Portanto, além

da subjetividade que a discussão que a reflexão entre promover ou não felicidade

pode comportar, outro fator real se apresenta, é aquele que nos leva a entender que

é por meio dele que suprimos nossas necessidades. Suprir necessidades, por mais

simples e básicas, pode trazer um estado de bem estar, de certa felicidade aos

sujeitos. Logo, projetar um certo conforto de recursos para suprir necessidades

pode permitir o prolongamento do estado de bem estar.

Normalmente as pessoas quando não possuem dinheiro, costumam sofrer, sendo

assim, talvez seja melhor nos aprofundarmos no assunto para então entender que

reflexos positivos o hábito de poupar pode promove. Como exemplo, pode-se

imaginar uma situação onde o sujeito adoece e ao mesmo tempo não dispõe de

dinheiro para custear seu tratamento que precisa ser imediato e no qual o auxílio

via os órgãos de saúde pública não oferecem socorro imediato como merece o caso,

como a compra imediata de remédios necessários ou o tratamento ideal para a

enfermidade. Uma reserva permitiria a esse sujeito buscar mais rapidamente a

11

solução ou amenização de seu problema de saúde. E esse é apenas um dos

inimagináveis fatores que poderiam convencer um indivíduo a ter uma reserva, a

poupar. A persecução dessa reserva de valores exige conhecimentos técnicos, e

tais conhecimentos podem garantir resultados mais efetivos do hábito de poupar,

como por exemplo uma remuneração maior a depender da escolha do tipo de

aplicação, segundo o perfil e necessidades individuais.

Portanto, o presente estudo abarca, no segundo capítulo, assuntos relacionados à

educação financeira, discutindo o endividamento, o planejamento financeiro como

precursor do hábito de poupar, suscita a questão da independência financeira,

discute o conceito de ativos e passivos para então apresentar modalidades de

investimento.

No capítulo três, apresenta-se uma introdução básica sobre juros para entender o

como capitalizar, para tratar do perfil do investidor e de estratégias de investimentos.

12

2. A EDUCAÇÃO FINANCEIRA NO BRASIL

Para entender a importância do tema, primeiramente é preciso entender o conceito

de educação financeira, de forma que seja permitido compreender o por que é tão

necessário possuir conhecimentos sobre assuntos financeiros.

A educação financeira, embora não seja novidade, ainda é um tabu, um tema

desconhecido para muitos sujeitos. Embora preceda de conhecimentos conceituais

básicos, quando combinados, podem proporcionar uma mudança extraordinária na

vida de qualquer sujeito, quando o assunto é dinheiro e rentabilidade.

Segundo a Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico – OCDE

(2005) educação financeira pode ser definida como:

[...] o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, de maneira que, com informação, formação e orientação, possam desenvolver os valores e as competências necessários para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos neles envolvidos e, então, poderem fazer escolhas bem informadas, saber onde procurar ajuda e adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar. Assim, podem contribuir de modo mais consistente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro (OCDE, 2005, p.13).

Uma outra definição mais simples seria que a educação financeira é o ato de saber

como utilizar o dinheiro. Segundo ENEF (Estratégias Nacional de Educação

Financeira, 2017), “Trata-se do processo no qual os indivíduos melhoram a sua

compreensão em relação ao dinheiro e produtos com informação, formação e

orientação”. A chave para compreensão é educar-se, aprender sobre o tema para

que desta forma possa usufruir uma vida mais tranquila e sem imprevistos.

O uso do dinheiro é um assunto polêmico por conta da maior parte da riqueza se

concentrar em poder de uma porcentagem pequena dos brasileiro. Segundo

pesquisa realizada pelo economista Marcelo Medeiros, da Universidade de Brasília

(UnB, 2018):

1% dos milionários brasileiros detém quase 30% da renda do país – eles estão à frente dos milionários do Oriente Médio, que aparecem com 26,3%.

13

Se o leque for ampliado para os 10% mais ricos, a concentração é ainda maior, eles possuem cerca de 55% da riqueza brasileira.

Medeiros, apresenta a disparidade da riqueza no Brasil e como resultado é

observado um cenário de riqueza acentuada entre uma minoria, e por uma outra

perspectiva a pobreza acentuada.

A educação financeira é assunto que requer tanta atenção que a Base Nacional

Comum Curricular (BNCC)1, prevê e regula quais são os conteúdos essenciais que

as escolas brasileiras, a partir deste ano de 2020 devem apresentar às crianças e

jovens. Ainda, o BNCC, regulamentou que a matéria “educação financeira” deve ser

inserida como componente da grade curricular do ensino infantil, ensino

fundamental e médio.

Atualmente os brasileiros ainda possuem receio de comentar sobre o uso do

dinheiro. Todos buscam, desejam ter dinheiro, porém ainda não entendem que

assim como para ser médico é necessário cursar uma faculdade de medicina, se

quiser possuir dinheiro é necessário dedicar algum tempo para estudá-lo.

Segundo pesquisa realizada no início de 2020 pela CNC (Confederação Nacional

do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) cerca de 65,6% de toda população

brasileira é tomadora de crédito, isto é, mais da metade possui alguma dívida em

seu nome.

Independente de quanto seja a dívida, sempre é possível saná-la, antes é preciso

entender as alternativas para solução do problema. São alguns hábitos pouco

discutidos que devem ser dadas maior atenção, por exemplo, quando preferimos

pagar apenas uma parte do cartão de crédito que possui uma taxa de rotativo de

14% a.m. (ao mês) ao invés de realizar o parcelamento da dívida que possui uma

taxa de juros, de aproximadamente 7,2% a.m. (considerando o período em que

escrevo esta pesquisa, março de 2020, cujos, valores, foram retirados da página de

contrato da fintech Nubank) ou substituir por algo menos danoso como um crédito

1 Sobre BNCC pesquisar em

http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf

14

pessoal com taxa de aproximadamente 0,95% a.m., e assim então pagar o

endividamento feito por meio de uso do cartão de crédito.2

Sendo assim, é possível observar que os brasileiros contratam serviços financeiros

e na maioria dos casos não sabem o que estão adquirindo ou como funciona. Desta

forma entrando em dívidas que caso tivessem recebido orientação financeira, não

estariam em situação de endividamento e descapitalizada.

2.1 ENDIVIDAMENTO DOS BRASILEIROS

O endividamento presente na atualidade está ligado diretamente a falta de

educação financeira, no início da formação básica.

Segundo a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor

(Peic Nacional, 2019) apontam que 77,6% das pessoas endividadas, estão nesta

situação por não ter um planejamento financeiro.

Em situação de emergência é comum brasileiros tomarem crédito nos bancos ou

financeiras, dispostos a pagar juros extremamente exorbitantes.

Segundo relatório da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados

Financeiro e de Capitais, 2018) aponta que 40% dos brasileiros não poupam

nenhuma quantia e apenas 10% separam alguma quantia por mês para a poupança.

Sendo assim, os brasileiros sofrem com a falta da educação financeira e o reflexo

disso é o que verificamos no cenário atual, pessoas cada vez mais endividadas e

que se não tomarem iniciativa e buscarem conhecimento, entraram na famosa “bola

de neve” e levaram às dívidas para toda vida.

O problema se inicia com a facilidade de obter dinheiro nas financeiras, isso leva as

pessoas a inverterem a ordem das coisas, isto é, por que juntar dinheiro para

comprar algo, se hoje já posso comprar sem ter dinheiro. Não é difícil encontrar

pessoas endividadas justamente por conta das pessoas nunca terem tido alguém

que as ensine como fazer um planejamento.

2Tarifas cobradas obtidas através do site https://nubank.com.br/contrato/

15

Segundo Maximiano(2004, p. 131) “[...] Planejamento é o processo de tomar

decisões sobre o futuro, ou que serão colocadas em prática no futuro, são decisões

de planejamento.[...]” Neste momento devemos refletir o que será preciso para que

se possa alcançar um objetivo, um sonho e assim, buscar alternativas.

Para Chiavenato (2004, p. 152) “O planejamento é a primeira das funções

administrativas e é a que determina antecipadamente quais são os objetivos a

serem atingidos e como alcançá-los”. É importante o planejamento, pois ele

aumenta a chance de atingir os objetivos que sonhamos , quando seguido a risca,

evita que atropelamos a ordem das coisas. As pessoas costumam pensar que

planejar é sonhar, mas a realidade é outra, é importante colocar no papel e traçar

caminhos para chegar no objetivo. Todas as pessoas caso soubessem que

poderiam adquirir algo pagando menos certamente fariam um planejamento

financeiro.

2.2 PLANEJAMENTO FINANCEIRO

Segundo o Dicionário Financeiro: “O planejamento financeiro é um processo

desenvolvido a partir de estratégias com o objetivo de atingir as melhores metas

financeiras, seja para a vida pessoal, familiar ou das empresas.” O planejamento

financeiro é essencial para a educação financeira, pois é o momento onde todas

as informações devem ser ordenadas, listadas e inseridas em registros escritos

manuais ou digitais, tais como a entrada de dinheiro e a sua a saída.

Segundo observações da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) presentes no livro

intitulado “Top Planejamento Financeiro Pessoal” (2019):

“Planejamento Financeiro é um processo que ajuda as pessoas e as famílias a

organizarem a sua vida financeira, por meio da elaboração de estratégias, a fim de

atingirem seus objetivos de vida.” Objetivos estes que podem ser atingidos de várias

formas porém, caso tenha um planejamento financeiro pode ser atingido de forma

mais rápida.

16

Para o BACEN no Caderno de Educação Financeira – Gestão de Finanças

Pessoais (2013): “O planejamento financeiro possibilita consumir mais e melhor.

Consumir “mais” por meio da potencialização do dinheiro e “melhor” via eliminação

de desperdícios.” A potencialização do dinheiro pode ser obtida de diversas

maneiras, tais como poupando para comprar à vista, pedindo desconto e a

eliminação de desperdícios reutilizando a água da máquina de lavar, fechando a

torneira enquanto escova os dentes ou no banho.

2.3 INDEPENDÊNCIA FINANCEIRA

A independência financeira é um termo, cujo, sentido varia de pessoa para pessoa.

Para alguns independência financeira é ter liberdade de agir como bem entender

em relação ao tempo do consumo de qualquer necessidade, já outros entendem ser

a possibilidade de poder viajar quando assim decidir, ou, realizar sonhos como

afirma Gustavo Cerbasi, consultor financeiro e autor do best seller “Casais

Inteligentes Enriquecem Juntos” (2004). Para Cerbasi, “Quando vocês se propõem

organizar e controlar com mais carinho sua vida financeira, o objetivo principal

certamente é viabilizar a conquista de sonhos.” Todo sonho para ser realizado se

faz necessário um planejamento, quando bem organizado e controlado o êxito é

alcançado.

O ponto é que existem estágios para se alcançar a liberdade financeira, podemos

dizer que a independência financeira é composta por quatro estágios como

descritos no blog Mag Seguros, são eles:

O primeiro estágio é viabilizado quando formamos uma reserva de emergência, isto

é um dinheiro para que possamos viver um curto prazo de tempo sem dependem

de um trabalho.

17

É importante ressaltar que esta reserva de emergência de regra deve ser composta

por um montante que possa sustentar o custo de vida do indivíduo por 6 meses ou

12 meses no caso de um empresário.

O segundo estágio ocorre quando não possuímos dívidas, as dívidas são o que

impedem que possamos guardar mais dinheiro e dessa forma investir mais dinheiro

para um futuro melhor.

De modo geral as dívidas possuem juros mais altos do que os rendimentos que

investindo o dinheiro, sendo assim, quase sempre o mais conveniente é quitar as

dívidas primeiro.

O terceiro momento acontece quando o trabalho não é mais a renda principal do

orçamento, isto é, um complemento. Com o passar do tempo já possua outras

fontes de renda.

Tais fontes de renda são as oriundas dos investimentos realizados com o passar do

tempo, como será visto logo adiante.

O quarto estágio consiste na Independência total, onde já se é possível viver apenas

dos rendimentos das aplicações financeiras, sem ter que depender de um emprego

e adquirimos o poder de escolher o que queremos fazer, quando ou como fazer.

Este último requisito leva muitos indivíduos a perceberem que trabalharam a vida

inteira que sem planejamento para poupar, se tornam “escravos” do dinheiro. Assim

conseguir obter rendimentos financeiros que lhe permitam abdicar e ao mesmo

tempo ter condições econômicas que o habilite suprir seus desejos e necessidades

seria o ápice do objetivo de muitos poupadores para poder inclusive dedicarem-se

ao que realmente sempre sonharam fazer.

De modo geral, todos sonham possuir a liberdade financeira mas, o que as pessoas

não possuem é a dedicação e a paciência para passar por todos os estágios mas,

para aqueles que conseguem no final existe um prêmio maior a independência

financeira. Para que isto ocorra se faz necessário compreender o que são ativos e

passivos, pois quando entendido a trajetória rumo a independência financeira se

torna mais fácil.

18

2.4 ATIVOS E PASSIVOS

De maneira simples podemos definir que “ativos” são todos os bens que geram

dinheiro e “passivos” são os que geram despesas. Uma representação é quando

um carro é comprado, como ele possui despesas mensais, tais como manutenção,

seguro e combustível, ele é um passivo. Porém caso o automóvel fosse usado como

ferramenta de trabalho no caso dos motoristas de aplicativo como Uber, neste caso

são considerados ativos, pois o carro é uma ferramenta de auxílio e com ele é

possível obter renda oriundo de trabalho como motorista.

Segundo Robert T. Kiyosaki, autor do livro Pai Rico, Pai Pobre (2017), obra

considerada um divisor de águas no mundo das finanças comportamentais, explica

que:

Os ativos são definidos como algo que produza renda ao longo do tempo, como aluguéis de propriedades, ações de empresas e seus dividendos ou mesmo a participação como proprietário em empresas. Os passivos, por sua vez, referem-se aos bens ou ao consumo que geram gastos. Assim, considerando estas definições, quando a renda por esses ativos exceder as despesas geradas pelos passivos podemos estar adentrando a uma situação de independência financeira.(KIYOSAKI, 2017,n.p).

Kiyosaki aborda em seu livro que basicamente que para atingir a independência

financeira, basta adotar uma filosofia focada na compra de ativos e não ter passivos,

desta forma em determinado momento os rendimentos dos ativos ultrapassam o

valor necessário para sobrevivermos.

Segundo o site Terra (2017), os ativos são: “os bens ou posses de uma pessoa que

podem ser capitalizados e, ao longo do tempo, geram renda para o seu dono - ações

e títulos, por exemplo.”

Assim enquadramos ativos e passivos:

Ativos: imóveis alugados, ações, títulos de renda fixa, títulos privados, fundos de

investimento, previdência privada.

19

Passivos: carros, casa própria, financiamentos, empréstimos, despesas do cartão

de crédito.

Entre os passivos, está a casa própria. É um equívoco pensar que casa própria

seja investimento, isto se deve ao fato que o imóvel para uso próprio é gerador de

despesas, tais como IPTU, reformas, manutenções, serviços de coleta de lixo, etc.

A partir deste ponto é possível entender melhor o que de fato são investimentos,

que em linhas gerais quando trata-se do mundo das finanças é todo aquele dinheiro

aplicado para que produza um retorno futuro, sendo assim são ativos.

Existem algumas siglas que estão vinculadas aos investimentos, e por conta disso,

são essenciais para que se entenda sobre a rentabilidade dos mesmos, a seguir

expõem-se as mais utilizadas:

Taxa SELIC: Conforme a London Capital, mídia informativa sobre finanças e

economia, a taxa Selic, também conhecida como taxa básica de juros da economia

do Brasil, é utilizada no mercado interbancário para financiamentos de operações

com duração diária, sua sigla vem do Sistema Especial de Liquidação e de

Custódia.3

Segundo BCB(Banco Central do Brasil): “Quando o Banco Central altera a meta

para a taxa Selic, a rentabilidade dos títulos indexados também se altera e, com

isso, o custo de captação dos bancos muda”. Esta redução da taxa Selic, faz com

que o custo de captação de recursos diminua e os bancos emprestem dinheiro com

o emprego de taxa de juros menores.

CDI (Certificado de Depósito Interbancário):

3 Dados sobre a taxa Selic retirados do site da London Capital, no link:

https://londoncapital.com.br/blog/taxa-selic/

20

Segundo o BTG Pactual Digital, o maior banco de investimentos da América Latina:

“Para os bancos, o CDI serve para lastrear as operações interbancárias. Já para o

investidor, o CDI funciona como uma referência para os rendimentos em aplicações

de renda fixa e variável.”

Desta forma, o CDI é visto como um dos mais importantes índices cujo os bancos

utilizam para demonstrar a rentabilidade esperada dos investimentos, como

exemplo podemos citar o CDB.

IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo): é um índice criado pelo

IBGE para medir os níveis de inflação.4

Existem investimentos que possuem sua rentabilidade atrelada aos índices citados

acima, tais como Tesouro IPCA, Tesouro Selic, CDB atrelado ao CDI. Sendo assim,

é fundamental seu entendimento para que consiga saber o retorno dos

investimentos.

A partir do conhecimento das siglas e sua relação com os investimentos e a relação

destes com a rentabilidade torna-se possível estabelecer índices que se prestem a

referência para simular retornos de rendimentos e compará-los. Mas o assunto está

se relaciona estreitamente com as duas classes de investimentos, os de renda fixa

e renda variável.

2.5 MODALIDADES DE INVESTIMENTO

Investimentos de ”renda fixa” são os ativos que possuem rentabilidade previsível,

normalmente atrelados a algum índice como a taxa SELIC, o CDI, IPCA, etc.

Possuem também garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) que oferece uma

4 Sobre IPCA pode ser encontrado em: https://www.ibge.gov.br/estatisticas/economicas/precos-e-

custos/9256-indice-nacional-de-precos-ao-consumidor-amplo.html?=&t=o-que-e

21

garantia, em termos de resgate e liquidez de até R$ 250 mil reais por CPF em cada

instituição financeira.5

Isto é, caso um indivíduo possua um dinheiro investido no valor de até 250 mil reais

em um investimento que possua cobertura do FGC e a instituição “quebre” ou feche

as portas, o investidor pode ficar tranquilo, pois todo o dinheiro será garantido pelo

FGC.

A seguir estão relacionados os investimentos em renda fixa como:

Poupança:

Segundo a Caixa Econômica Federal, instituição financeira controlada pelo governo

brasileiro, poupança é :

a opção de investimento mais popular entre os brasileiros, possui uma rentabilidade de 0,5% ao mês caso a taxa SELIC esteja em 8,5% ou

remunera a 70% da taxa SELIC mais variação da TR-Taxa Referencial.6

É importante ter atenção aos índices, pois como visto anteriormente a poupança

possui sua rentabilidade atrelada à taxa SELIC, atualmente data que escrevo

Abril/2020 a taxa SELIC está em 3,75% , sendo assim, sua rentabilidade atual é de

0,21% ao mês.

Títulos Públicos ou Títulos do Tesouro:

Segundo o Tesouro Nacional, Títulos Públicos ou Títulos do Tesouro são:

ativos de renda fixa, ou seja, seu rendimento pode ser dimensionado no momento do investimento, ao contrário dos ativos de renda variável (como ações), cujo retorno não pode ser estimado no instante da aplicação. Dada

5 Dados do FGC pode ser encontrados no site Portal do Investimento no link abaixo:

https://portaldoinvestimento.com.br/guias/entendendo-o-papel-do-fgc-na-seguranca-dos-investimentos/fgc-o-que-e-o-fundo-garantidor-de-credito?from=gads-dsa&gclid=CjwKCAjwssD0BRBIEiwA-JP5rCZ0bJt4qVohU4HBvhI24WDarUpH8BALTRWhpwJXbxtsJlx5dRdFVRoCHkYQAvD_BwE 6 Sobre a poupança pode ser visto em: http://www.caixa.gov.br/voce/poupanca-e-

investimentos/poupanca/Paginas/default.aspx

22

a menor volatilidade dos ativos de renda fixa frente aos ativos de renda variável, este tipo de investimento é considerado mais conservador, ou seja, de menor risco.

Quando compramos um Título Público, estamos emprestando dinheiro para o

governo, a fim de financiar as atividades da União. Tais como a educação, saúde e

infraestrutura.

CDB (Certificados de Depósito Bancário)/RDB(Recibos de Depósito Bancário): são

títulos que permitem emprestar dinheiro para os bancos, a fim de captar recursos

para financiar atividades do setor.

Para Assaf Neto (2001), os Certificados de Depósito Bancário e os Recibos de

Deposito Bancário são títulos de renda fixa, emitidos por instituições financeiras

comerciais e de investimento, com juros pré ou pós-fixados e definidos no momento

do contrato, de acordo com as políticas de crédito de cada instituição financeira.

LCI (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio): são

títulos que permitem que os bancos emprestem dinheiro para os setores imobiliário

ou do agronegócio, afim de financiar atividades dos setores.

Segundo a ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro

e de Capitais): após os bancos emprestarem dinheiro para o setor imobiliário ou

para o agronegócio, eles utilizam essa dívida para levantar recursos, emitindo tanto

LCIs (lastreadas com créditos cedidos ao setor imobiliário) quanto LCAs (lastreadas

com créditos cedidos ao agronegócio).

Já os debêntures, estes são títulos de dívidas de empresas de capital aberto,

usados para financiar seus projetos.

Para BM&FBOVESPA debenture é:

A debênture é um título de dívida que gera um direito de crédito ao

investidor. Ou seja, o mesmo terá direito a receber uma remuneração do

emissor (geralmente juros) e periodicamente ou quando do vencimento do

título receberá de volta o valor investido (principal). No Brasil, as debêntures

23

constituem uma das formas mais antigas de captação de recursos por meio

de títulos.

Desta forma, podemos ver que a única diferença de um CDB para uma debênture

são os nomes, mas em ambos os casos são operações realizadas para captar

recursos de terceiros.

Os “Fundos de Renda Fixa”, formam uma carteira de investimentos composta por

diversos ativos de renda fixa, como títulos públicos, debêntures, CDBs e LCI/LCA.

Segundo a Infomoney, canal de notícias do mundo do financeiro:

As carteiras de renda fixa funcionam como os fundos de outras categorias. São uma espécie de “condomínio” que reúne recursos de vários investidores para que sejam aplicados em conjunto no mercado. Os ganhos obtidos são divididos entre os participantes, na proporção do valor depositado por eles.

Sendo assim, como o capital do fundo é composto pelo dinheiro dos investidores,

todo lucro que o fundo obtém com os investimentos são divididos entre os cotistas

ou reinvestidos no próprio fundo.

A Renda Variável são ativos que não possuem rentabilidade dimensionada, isto é

não é conhecida no momento da aplicação. Podendo variar positivamente ou

negativamente logo após a aplicação.

Ainda, sobre os investimentos de renda variável têm-se:

As Ações que Segundo o Portal do Investidor:

Ação é a menor parcela do capital social das companhias ou sociedades anônimas. É, portanto, um título patrimonial e, como tal, concede aos seus titulares, os acionistas, todos os direitos e deveres de um sócio, no limite das ações possuídas.

24

Sendo assim, são pequenas partes de grandes empresas, que podem ser

adquiridas por qualquer um através da Bolsa de Valores.

Os ETFs (Exchange Traded Funds), são fundos de ações que têm como referência

um índice da bolsa de valores.

Segundo a B3 (Bolsa de Valores):

O ETF Internacional, também conhecido como Exchange Traded Fund (ETF), é um fundo negociado em Bolsa considerado investimento em renda variável. O produto representa uma comunhão de recursos destinados à aplicação em carteira de ativos estrangeiros que busca retornos que correspondam, de forma geral, à performance, antes de taxas e despesas, de um índice de referência. Como índice de referência do ETF admite-se qualquer índice internacional reconhecido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Os ETFs, costumam ser utilizados quando os investidores querem investir no

exterior, sem ter que comprar vários papéis, desta forma comprando um ETF,

exemplo disto é o investidor que compra IVVB11 e assim, consegue ter um ativo

atrelado ao dólar e também consegue investir em 500 ativos diferentes sendo um

único.

Fundos Imobiliários(FIIs): são fundos compostos por investimentos do setor

imobiliário.

Segundo a Suno Research, casa de análises financeiras :

Fundos imobiliários são fundos de investimento fechados e sem resgate possível, porém que investidores podem vender suas cotas, sempre constituídos por um administrador com o principal objetivo de investir em ativos imobiliários, tais como hospitais, imóveis residenciais, lajes corporativas, galpões logísticos, sedes empresariais, shoppings, imóveis residenciais, imóveis de varejo e títulos de dívida imobiliária. Exemplos: CRI e LCI.

Fundos Imobiliários é umas das formas utilizadas pelos investidores que possuem

interesse em receber uma renda mensal em sua conta, como os fundos imobiliários

são cotas de imóveis, todo mês o investidor recebe um aluguel proporcional a

quantidade de cotas que possui.

25

Fundos de Ações: são fundos compostos por ações.

Segundo a BM&FBOVESPA:

O Fundo de Investimento em Ações (FIA) tem como principal fator de risco a variação dos preços de ações, admitidas à negociação em mercados organizados, que compõem sua carteira de ativos. Cabe ao administrador do fundo constituir o fundo e realizar o processo de captação de recursos junto aos investidores através da venda de cotas.

Assim como os FIIs, os Fundos de Ações possuem um gestor que controla as

operações de compra e venda dos recursos que são administrados por ele, sendo

assim quando um cotista solicitar o resgate dos recursos, o gestor precisa realizar

a venda de uma parte do capital investido para efetuar o resgate do investidor.

Contratos Futuros:

Segundo a Genial Investimentos, uma plataforma de investimentos:

Os contratos futuros são investimentos de renda variável, isto é, você nunca saberá de forma definitiva e prévia qual será a sua rentabilidade. Eles se enquadram no que o mercado conhece como derivativos, instrumentos financeiros cujo preço deriva do valor de mercado de uma commodity (milho, café, soja, boi gordo etc.) ou de um outro ativo (dólar, índice Bovespa, taxa de juros etc.).

De modo geral, contratos futuros são contratos que garantem direito de comprar ou

vender produtos por preço definido em contrato da data de compra.

Opções:

Segundo a B3, opções são:

Contratos cujo garantem o direito de exercer compra de ações, estes instrumentos derivativos foram criados para mitigar riscos de oscilação de preço, de modo a oferecer um mecanismo de proteção ao mercado contra possíveis perdas, além de servir para criar estratégias especulativas em relação a trajetória de preço e a ampliação a exposição e do potencial de retorno de um investidor, já que o capital inicialmente investido para comprar uma opção é relativamente pequeno.

26

Sendo assim, são contratos onde se negociam o direito, de comprar ou vender um

lote de ações por um preço fixado. Onde podem ser acima ou abaixo do valor de

mercado.

Commodities:

Segundo a London Capital, publicadora de conteúdos técnicos nas áreas de

finanças e economia:

Commodity ou commoditie, como é usado no Brasil, é o termo singular usado para definir uma vasta gama de produtos. Entre eles, estão as matérias-primas e os materiais crus, metais como ouro, prata ou cobre, e culturas de milho, soja e grãos variados.

Commodities são matérias primas que possuem baixo nível de industrialização que

são negociadas na bolsa de valores. Podendo ser negociadas sem que tenha uma

mercadoria física, isto é, direito sobre a venda ou compra.

É importante lembrar que investimentos não são jogos de sorte ou azar, quando

existe dedicação de tempo para estudá-los, isto torna mais fácil tomar decisões de

maneira inteligente que possam trazer resultados positivos no futuro em relação ao

investimento pretendido.

Mas há um outro fator fator que impacta diretamente nos resultados que é o tempo

de programação do investimento, pois há várias regras de rentabilidade atreladas a

esta variável, regras estas que podem maximizar ou diminuir os ganhos no

investimento, como a regras de tempo que envolvam a cobrança do imposto de

renda, o resgate antecipado ou posterior implicará diretamente na composição dos

juros, inclusive dos juros compostos.

27

3. JUROS COMPOSTOS

Segundo o Caderno de Educação Financeira - Gestão de Finanças Pessoas

redigido pelo Banco Central:

Juros compostos são aqueles que, após cada período de capitalização – normalmente um mês –, são incorporados ao capital principal e passam, por sua vez, a também render juros. Tratam-se dos chamados “juros sobre juros” ou “juros capitalizados”.

Para a Modal Mais, corretora de valores e banco digital:

Os juros compostos são calculados através de acréscimos somados ao capital total no fim de cada período. Isso significa, então, que seu crescimento se dá de maneira exponencial. No dia a dia, é muito comum se referir ao fenômeno como juros sobre juros.

Desta forma juros compostos consiste no regime de remuneração do mundo das

finanças, onde as aplicações rendem juros e os juros são reaplicados ao montante

de cada período.

O juros compostos são expressos a partir da seguinte forma:

Fonte: Fórmula retirada do livro Do Mil ao Milhão (2018), autor Thiago Nigro pág. 47

Onde:

M representa o montante

C representa o capital

i representa a taxa de juros

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T representa o período ou prazo

Quando os sujeitos pensam em juros é comum pensar que ele é ruim, mas a

questão é que existem dois lados para a questão. O cenário onde pessoas se

endividam e suas dívidas aumentam absurdamente por conta dos juros compostos

e o que muitos desconhecem é que o mesmo juros compostos são empregados no

mundo dos investimentos.

Sendo possível fazer o dinheiro investido crescer rapidamente, desta forma

acelerando o processo de enriquecimento.

Segundo pesquisa realizada pela Croma, encomendada pela Creditas, os

brasileiros possuem como sonho de longo prazo atingir a independência financeira,

isto é, ficarem deitados à sombra de palmeiras na praia, não precisar mais acordar

com o alarme tocando para ir trabalhar, ou então simplesmente não precisar

trabalhar.7

São sonhos como este citado anteriormente que motivam as pessoas a buscarem

o controle de suas vidas e buscar a independência financeira. Sendo assim, é

possível atingir a independência financeira de forma simples e sem muita

complicação.

Um exemplo de como atingir 1 milhão de reais, considerando um dado cenário onde

uma dada taxa de juros em um determinado tempo pode ser expressa da seguinte

forma: caso um sujeito aplique todos os meses R$ 1.000,00, a uma taxa de juros de

0,5% a .m.(sem que exista variação ao longo do tempo), em 30 anos terá acumulado

um patrimônio de mais de 1 milhão de reais. Conforme expressa a tabela a seguir:

Mês Aportes Juros Total Acumulado

1 1.000,00 R$0,00 R$1.000,00

2 2.000,00 R$5,00 R$2.005,00

3 3.000,00 R$15,02 R$3.015,02

7Pesquisa pode ser encontrada em

https://www.newsrondonia.com.br/noticias/pesquisa+mostra+os+principais+sonhos+de+consumo+dos+brasileiros/142215

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4 4.000,00 R$30,10 R$4.030,10

5 5.000,00 R$50,25 R$5.050,25

6 6.000,00 R$75,50 R$6.075,50

7 7.000,00 R$105,88 R$7.105,88

8 8.000,00 R$141,41 R$8.141,41

9 9.000,00 R$182,12 R$9.182,12

10 10.000,00 R$228,03 R$10.228,03

— — — —

358 358.000,00 R$634.559,63 R$992.559,63

359 359.000,00 R$639.522,43 R$998.522,43

360 360.000,00 R$644.515,04 R$1.004.515,04 Tabela 1 - Aportes Regulares de R$1.000,00 Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2020)

-A primeira coluna ilustra quantos aportes foram realizados.

-A segunda coluna demonstra o valor dos aportes já realizados.

-A terceira coluna mostra o juros acumulados.

-A quarta coluna apresenta o valor do patrimônio acumulado ao longo do

tempo.

Desta forma é possível verificar que, para aqueles, cuja, renda da qual será extraído

o valor a ser poupado, ter 1 milhão de reais não é algo impossível, mas é algo que

exige dedicação, assim como um jogador de basquete que treina todos os dias para

nunca errar uma cesta, isto implica dizer que este sujeito deve ter a mesma

dedicação nos aportes mensais.

Sendo assim, enquanto os juros compostos realizam o processo de acelerador da

riqueza, do outro lado o indivíduo precisa ter a dedicação e o pensamento de longo

prazo, para então, lá no futuro possa usufruir de uma vida tranquila e sem

preocupações que a falta de dinheiro carrega.

O processo se torna mais simples quando o investidor entende qual é seu perfil de

risco e seus objetivos de vida. E diante disto, é importante lembrar que antes de

começar o processo de investir, cada um tenha a ciência de que é único e seus

30

objetivos são diferentes, fazendo com que cada indivíduo se encaixe corretamente

no seu perfil de investidor adequado.

3.1 PERFIL DO INVESTIDOR

De acordo com a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados

Financeiro e de Capitais), o perfil do investidor é traçado através de uma pesquisa

que contempla algumas questões. Com base em algumas perguntas, que devem

ser feitas para o investidor considerando padrão de consumo e expectativas que

envolvam sua vida e a relação que tem com o dinheiro e o como busca ou

pretendem investir, pode ser criando um perfil, a fim de se avaliar de forma geral, o

risco que o investidor está disposto a correr em suas aplicações. Muitos

desconhecem o próprio perfil, principalmente aquela parcela de sujeitos que

acreditam que o fato de poupar, mesmo que uma pequena soma monetária não lhe

promoveria benefícios.

Essa sondagem, junto aos sujeitos, permitiu aos especialistas observarem 3 tipos

de perfis de investidores recorrentes, a saber:

● Investidor conservador: o investidor que prioriza o segurança em suas

aplicações financeiras e assim não tolera riscos de perdas do seu patrimônio.

Segundo a XP Investimentos (2019), a maior corretora de valores independente do

Brasil: “Se você prefere investir em produtos de baixo risco e ganhar menos, mas

ganhar sempre, isso indica que você tem um perfil conservador.” O indivíduo que

possui perfil conservador, possui aversão a correr risco de perder dinheiro, desta

forma não se importa caso tenha uma rentabilidade menor.

31

● Moderado: o investidor que busca segurança na hora de investir seu capital,

mas busca uma rentabilidade acima média, sendo assim, está disposto a diversificar

seu capital em ativos de renda fixa e renda variável.

Para a Toro Investimentos (2019), fintech de investimentos e educação financeira:

“Em muitos casos, um investidor moderado já tem um pouco mais de conhecimento

sobre o mercado e está no processo para fazer seu patrimônio crescer.” Não é uma

regra, mas normalmente, quando a pessoa possui um perfil de risco moderado ela

em algum momento da vida passou pelo perfil conservador e hoje possui mais

conhecimento sobre o mercado.

● Agressivo: o investidor agressivo é aquele que já possui grande

conhecimento sobre o mercado financeiro e desta forma assume correr altos riscos

para conseguir altos ganhos em suas operações.

Segundo a Clear Corretora (2018), corretora de valores subsidiária do Grupo XP

Investimentos: “Neste tipo de perfil, ter equilíbrio emocional faz toda a diferença já

que as chances de perdas são muito maiores do que no perfil conservador e

moderado.” O perfil agressivo é aquele indivíduo que possui uma maturidade dentro

do mercado financeiro e sendo assim, está ciente que caso uma ação sofra uma

queda de 50% em um dia para voltar ao patamar anterior precisa de uma

valorização de 100%, sendo assim, o dobro.

Tomando base do conhecimento sobre o perfil de investidor que possui, o próximo

passo é buscar criar uma estratégia de investimento e assim criar uma carteira de

investimento.

3.2 ESTRATÉGIA DE INVESTIMENTO

Existem diversas estratégias de investimento, algumas mais simples outras mais

complexas. Podemos iniciar a vida de investidor com uma organização por objetivos

de curto, médio e longo prazo. Assim podemos observar na figura abaixo:

32

Figura 1: Organização por Objetivos

Fonte: https://comoinvestir.anbima.com.br/planeje/investimentos/defina-sua-estrategia-de-

investimento/

A Estratégia de investir por objetivos, está atrelada a cada tipo de investimento ter

uma característica relacionada ao tempo, isto é, por exemplo para o curto prazo até

2 anos, o mais correto é investir em CDBs com liquidez diária ou Tesouro Selic, que

possuem a característica de resgate rápido, 1 dia útil ou imediato.

Para o médio prazo de 3 a 10 anos, já é possível encontrar CDBs, LCIs, LCAs,

Tesouro Pré Fixado, Tesouro com Juros Semestrais, Debêntures, Fundos de Renda

Fixa ou Multimercado.

O longo prazo são investimentos que visam um horizonte acima de 10 anos existem

as ações, previdência complementar, FIIs. Fator a ser considerado sempre são os

aportes constantes que são o que realmente irão fazer o patrimônio crescer.

Outra forma simples que costuma ser a mais utilizada é a organização por perfil de

investidor, muitas vezes por conta da orientação de instituições financeiras que

33

possuem profissionais já qualificados a disposição de auxiliarem nas tomadas de

decisões dos investidores. Como exemplo na imagem abaixo:

Figura 2 - Organização por Perfil

Fonte: https://comoinvestir.anbima.com.br/planeje/investimentos/defina-sua-estrategia-de-

investimento/

A estratégia de investir por níveis de risco se dá por conta da volatilidade do tipo de

investimento, por exemplo quando analisamos produtos de baixo risco, lembrando

de imediato da poupança e dos CDBs, pois são investimentos que não existe a

possibilidade de perda do capital principal e ainda que algo aconteça algo com a

instituição financeira existe a garantia do Fundo Garantidor de Crédito.

34

3.3 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL

De forma simples e objetiva para maior absorção do conteúdo deste trabalho trago

como contribuição para a sociedade a criação do E-book Guia Básico para

Independência Financeira, formado por dez capítulos que trazem os conhecimentos

essenciais para alcançar a Independência Financeira.

Sendo assim, utilizam como base teórica diversos autores e trabalhos sobre o meio

financeiro, também traz consigo uma planilha criada pelo autor onde demonstra

como é possível alcançar a independência financeira com aportes mensais,

desmistificando as crenças sobre a liberdade financeira.

Figura 3 – E-book Guia Básico para Independência Financeira

Fonte: Elaborado pelo próprio autor (2020).

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Este E-book foi criado para que você possa mudar a situação e o rumo da sua vida,

desta forma, espero que seja feliz, prospero e que alcance todos os seus sonhos.

Segundo Benjamin Disraeli, “O maior bem que você pode fazer pelo outro não é

somente dividir suas riquezas, mas revelar a ele as dele. ”

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4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os brasileiros possuem uma grande carência em educação financeira e desta forma

as informações aqui prestadas se fazem tão importantes no presente momento, pois

de forma geral o mercado financeiro mudou drasticamente e as pessoas devem

buscar mais conhecimento, para que atinjam outros patamares financeiros e assim,

se tornem verdadeiramente mais afortunadas e ricas.

A educação financeira é apenas o início da relação com o dinheiro, mas se faz

necessário explicar a importância de realizar planejamento financeiro e estabelecer

métricas para avaliar o impacto quando o planejamento financeiro é posto em

prática, em linhas gerais apresenta-se ao leitor a possibilidade de ter uma

experiencia diferente de tudo que já se vivenciou sobre dinheiro. Este guia é um

presente, cujo o conteúdo abarca uma vasta gama de conhecimentos, que podem

propiciar um enriquecimento e o desfrute de uma vida mais tranquila.

A vida não foi feita apenas para pagar contas, antes é preciso buscar a

independência financeira, pois este é o caminho certo para que acelerar o processo

de enriquecimento na vida de cada indivíduo.

60

5. REFERÊNCIAS

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dezembro diz CNC. Agência Brasil, Janeiro, 2020.

Disponível em: < http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2020-

01/percentual-de-familias-endividadas-chega-656-em-dezembro-diz-cnc>. Acesso

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do_do_seu_dinheiro_Gestao_de_Financas_Pessoais/caderno_cidadania_financeir

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Disponível em: <http://www.bmfbovespa.com.br/pt_br/produtos/listados-a-vista-e-

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d=Cj0KCQiA7aPyBRChARIsAJfWCgI1JzH1vUN5EJ9202qUc2hs3-

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