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PROGRAMA GESTO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR GESTAR I

LNGUA PORTUGUESA

ATIVIDADES DE APOIO APRENDIZAGEM 3LEITURA E PRODUO DE TEXTOS NARRATIVOS

MINISTRIO DA EDUCAO SECRETARIA DE EDUCAO BSICA FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAO DIRETORIA DE ASSISTNCIA A PROGRAMAS ESPECIAIS

PROGRAMA GESTO DA APRENDIZAGEM ESCOLAR GESTAR I

LNGUA PORTUGUESA

ATIVIDADES DE APOIO APRENDIZAGEM 3LEITURA E PRODUO DE TEXTOS NARRATIVOS

BRASLIA 2007

2007 FNDE/MEC Todos os direitos reservados ao Ministrio da Educao - MEC. Qualquer parte desta obra pode ser reproduzida desde que citada a fonte.

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IMPRESSO NO BRASIL

SumrioLeitura e Produo de Textos Narrativos FiccionaisApresentao ....................................................................................................................................................................... 7 Introduo ao Caderno 3 de Atividades de Apoio Aprendizagem em Lngua Portuguesa ................................................... 9

UNIDADE 1: LEITURA DE TEXTOS NARRATIVOS FICCIONAIS Aula 1 ................................................................................................................................................................................ 13 Aula 2 ................................................................................................................................................................................ 15 Aula 3 ................................................................................................................................................................................ 18 Aula 4 ................................................................................................................................................................................ 21 Aula 5 ................................................................................................................................................................................ 24 Aula 6 ................................................................................................................................................................................ 27 Aula 7 ................................................................................................................................................................................ 30 Aula 8 ................................................................................................................................................................................ 32

UNIDADE 2: LEITURA E PRODUO DE TEXTOS NARRATIVOS FICCIONAIS Aula 1 ................................................................................................................................................................................ 37 Aula 2 ................................................................................................................................................................................ 39 Aula 3 ................................................................................................................................................................................ 44 Aula 4 ................................................................................................................................................................................ 47 Aula 5 ................................................................................................................................................................................ 50 Aula 6 ................................................................................................................................................................................ 52 Aula 7 ................................................................................................................................................................................ 54 Aula 8 ................................................................................................................................................................................ 57

UNIDADE 3: PRODUO DE TEXTOS NARRATIVOS FICCIONAIS Aula 1 ................................................................................................................................................................................ 61 Aula 2 ................................................................................................................................................................................ 62 Aula 3 ................................................................................................................................................................................ 64 Aula 4 ................................................................................................................................................................................ 66 Aula 5 ................................................................................................................................................................................ 68 Aula 6 ................................................................................................................................................................................ 70 Aula 7 ................................................................................................................................................................................ 73 Aula 8 ................................................................................................................................................................................ 76

ApresentaoProfessorVoc est recebendo o terceiro caderno de Atividades de Apoio Aprendizagem de Lngua Portuguesa e de Matemtica, elaborado para ajud-lo a desenvolver o trabalho, em sala de aula, ao rever, aprofundar e/ou ampliar a aprendizagem de conceitos, procedimentos, atitudes, relativas s duas reas de conhecimento. Este caderno, como os demais, est organizado em duas partes: a primeira contm trs unidades, as de nmeros 1, 2 e 3 relativas aprendizagem de Lngua Portuguesa e a segunda parte desenvolve as unidades 1, 2 e 3, relativas aprendizagem de Matemtica. Cada unidade composta de 8 aulas, nas verses do aluno e do professor. A verso do professor, alm de apresentar as atividades propostas para o aluno, desenvolve tambm orientaes de encaminhamento do trabalho a ser realizado em sala de aula. A partir da avaliao da aprendizagem de seus alunos, voc poder organizar o conjunto de aulas a serem desenvolvidas em sua classe para retomar as aprendizagens no realizadas. Para isso, preciso que voc conhea bem o trabalho sugerido em cada unidade, a que habilidades se refere e as necessidades de seus alunos. Os cadernos de Atividades de Apoio Aprendizagem esto atrelados aos de Teoria e Prtica. Este terceiro se relaciona ao de Teoria e Prtica 4, que trata de Leitura e Produo de Textos Narrativos Ficcionais, na rea de Lngua Portuguesa; Grandezas e Medidas, na rea de Matemtica. A observao da freqncia com que os alunos, durante os quatro primeiros anos do Ensino Fundamental, apresentam dificuldades no domnio de algumas habilidades, norteou a seleo dos objetivos das atividades. Cada conjunto de oito aulas, como vimos, desenvolve atividades para apoiar a aprendizagem de determinados contedos e possibilitar o domnio das habilidades associadas a esses contedos. Fica, no entanto, a possibilidade de rearranjar as aulas, em outras seqncias didticas a partir das necessidades de apoio que voc observa em seus alunos. Para tanto, cada aula identificada em nota de rodap a unidade em foco e nmero da aula o que facilita seu trabalho de rearranjo. A seguir, esto detalhados os contedos/habilidades a serem desenvolvidos nesse primeiro volume.

Introduo ao Caderno 3 de Atividades de Apoio Aprendizagem de Lngua Portuguesa A parte referente Lngua Portuguesa prope uma srie de atividades para apoiar aLeitura e Produo de Textos Narrativos Ficcionais. Em geral, as dificuldades dos alunos relativas leitura dizem respeito: distino entre narrativa de fatos reais e narrativa ficcional, criada pela imaginao do autor; identificao do narrador e do foco narrativo; ao reconhecimento do enredo e ordenao temporal da narrativa ficcional; identificao das caractersticas dos personagens. Em produo e reescrita de texto, as dificuldades referem-se: ausncia de planejamento do texto, considerando seu objetivo e o leitor a que se destina; falta de domnio das caractersticas prprias do texto narrativo ficcional; falta de hbito na reviso de textos, observando ajuste modalidade, a manuteno da coerncia e a utilizao dos elementos de coeso. Nessa perspectiva, as atividades, sugeridas nas trs unidades, referem-se: utilizao da leitura para alcanar diferentes objetivos; ao ajuste da leitura a diferentes objetivos, utilizando os procedimentos adequados a cada situao; relao entre o conhecimento que o leitor tem com o que apresentado pelo texto; ao planejamento do texto no ato de produo em funo do objetivo e do leitor a que se destina; produo de textos, respeitando as caractersticas prprias de cada tipo de texto; reescrita de textos. Na unidade 1, as atividades apiam a aprendizagem de habilidades de leitura do texto narrativo ficcional. Os alunos so estimulados a realizar as propostas de leitura dessa unidade, caso se observe que eles tm dificuldades em: distinguir narrativa de fatos reais de narrativa ficcional; distinguir narrador-personagem de narrador-observador; reconhecer enredo e a ordenao temporal em narrativa; distinguir autor de narrador. muito comum os alunos apresentarem, em processo de leitura, dificuldades de reconhecerem quem o narrador do texto e como esse narrador conta a histria, isto , de que perspectiva ele apresenta a trama, o enredo dessa histria. Assim, os alunos no conseguem identificar pelas palavras e expresses do texto (pronomes, verbos, advrbios), se a histria narrada em primeira pessoa, portanto, por um personagem do texto ou se em terceira pessoa. E, ainda, qual a importncia de perceber a perspectiva do narrador para compreender o sentido do texto. Para tratar destas e de outras questes, o professor vai encontrar atividades de leitura de textos e de identificao do narrador; atividades de recomposio do enredo e de ordenao temporal em textos narrativos.

Na unidade 2, estaremos oferecendo sugestes de atividades para alunos que no dominem habilidades referentes leitura e produo de textos narrativos ficcionais. Para trabalhar as atividades propostas na unidade, preciso que as dificuldades apresentadas pelos alunos se concentrem no desenvolvimento de habilidades como: identificao das caractersticas dos personagens; planejamento do texto no ato de produo em funo do objetivo e do leitor a que se destina; produo de textos, respeitando as caractersticas prprias de cada tipo de texto; reescrita de textos. O desenvolvimento das habilidades se dar a partir dos contedos: leitura de texto narrativo ficcional; produo de texto narrativo ficcional. As atividades dessa unidade buscam apoiar a aprendizagem dos alunos que, em processos de leitura, no desenvolveram uma percepo aguada das caractersticas dos personagens, marcadas no s pela presena de adjetivos, mas tambm construdas a partir das falas dos personagens. E, ainda, atividades so propostas para apoiar a elaborao de textos narrativos. A produo de textos narrativos muitas vezes difcil para o aluno porque ele no consegue organizar a histria que tem para contar: montar uma situao inicial, que oriente o leitor; criar um conflito, desenvolv-lo e criar a resoluo desse conflito. Enriquecer o esquema da histria com a caracterizao do ambiente, dos personagens tarefa s vezes complicada para alguns alunos. Nesse sentido, as atividades apresentam propostas de leitura e de produo. Na unidade 3, so apresentadas outras atividades para alunos que apresentam dificuldade de produo de texto narrativo ficcional. As propostas detalham atividades de encaminhamento de produo de textos narrativos. Para trabalhar as atividades propostas na unidade, preciso que as dificuldades apresentadas pelos alunos se concentrem no desenvolvimento de habilidades como: planejamento do texto no ato de produo em funo do objetivo e do leitor a que se destina; produo de textos, respeitando as caractersticas prprias de cada tipo de texto; reescrita de textos. O desenvolvimento das habilidades se dar a partir do contedo: produo de texto narrativo ficcional.

Unidade

1

Leitura e Produo de Textos Narrativos Ficcionais

Leitura de Textos Narrativos Ficcionais

Lngua Portuguesa Leitura e Produo de Textos Narrativos Ficcionais

Aula 1O rientaes para o professor

Leitura de Textos Narrativos Ficcionais

Atividade 1Leia os textos abaixo.

Texto A

Urubu Casemiro enterrado com pompa em Minas GeraisAve era mascote da cidade de Pains, onde assistia a jogos de futebol e ia a botequins

Solicite que leiam os textos, individual e silenciosamente. Em seguida, pea que contem o que leram em cada um dos textos. Fique atento reproduo oral que os alunos faro, grave as informaes que conseguiram apreender, na primeira leitura que fizeram. Durante a anlise do texto, aproveite para explorar aquilo que na reproduo oral eles no tenham conseguido apreender. Durante a conversa sobre os textos, importante que os alunos apreendam que, no texto1, o que se narra um fato que aconteceu de verdade, num lugar real. Animais e pessoas verdadeiros participam desse fato. J, no texto 2, narra-se um fato fictcio, ou seja, que no aconteceu de verdade, foi inventado pelo autor. Os seres que participam da histria so personagens. Em sntese, eles devem perceber que podemos narrar fatos reais (que realmente aconteceram) e fatos inventados (criados pela imaginao de quem escreve). Quanto s questes propostas, leia abaixo

BELO HORIZONTE o enterro de um urubu de nove anos, chamado Casemiro, mobilizou esta semana dezenas de moradores da cidade de Pains, a cerca de 200 quilmetros de Belo Horizonte. Criado desde pequeno pelo taxista Juarez Soares, Casemiro transformou-se, com o tempo, em uma espcie de mascote da cidade, de 10 mil habitantes. Ele era alimentado com carne fresca pelos moradores, bebia cerveja em botequins, oferecida pelos fregueses, e aproximava-se de qualquer aglomerao, como para ver o que acontecia. Era nosso conterrneo mais famoso, querido principalmente pelas crianas, disse o locutor Jsus Divino de Paiva, da rdio SuperFM, que fez diversas chamadas para o funeral do urubu, anteontem na praa principal da cidade. Ele gostava de assistir aos jogos de futebol, acompanhava enterros e at na igreja j entrou, completou. O taxista Soares suspeita que Casemiro tenha sido morto por algum desafeto, j que parte da populao no aprovava sua presena, sempre espantando e bicando os desavisados nas caladas.Folha de So Paulo/2000

Texto B

O sabi e o urubuEra tardinha. Morria o sol no horizonte enquanto as sombras se alongavam na terra. Uma sabi cantava to lindo que at as laranjeiras pareciam absortas escuta. Estorce-se de inveja o urubu e queixa-se: Mal abre o bico este passarinho e o mundo se enleva. Eu, entretanto, sou um espantalho de que todos fogem com repugnncia... Se ele chega, tudo se alegra; se eu me aproximo, todos recuam... Ele, dizem, traz felicidade; eu, mau agouro... A natureza foi injusta e cruel para comigo. Mas est em mim corrigir a natureza; mato-o, e desse modo me livro da raiva que seus gorjeios me provocam. (...)Monteiro Lobato, Fbulas.

Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 1

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provveis respostas dos alunos, fique atento a todas as respostas, por mais simples ou bvias que possam parecer. 1. Para voc, os fatos narrados no texto A so verdadeiros, ou so inventados, criados pela imaginao de quem escreveu? Por qu? possvel que os alunos achem que os fatos narrados no texto 1 no sejam verdadeiros por se tratar de um fato incomum: uma cidade inteira parar para enterrar um urubu. Discuta com os alunos o inusitado do fato e mostre-lhes que esse exatamente o motivo de o fato ter se transformado em notcia. Alm disso, recupere outros ndices no texto que garantem a veracidade dos fatos como: nome da cidade, depoimento de pessoas envolvidas nos acontecimentos (locutor da rdio local, taxista...), data em que o fato ocorreu etc... 2. E no texto B, os fatos so verdadeiros, ou inventados? 3. O que as pessoas de Pains fizeram comum? Fatos como esse acontecem com freqncia? Os comentrios feitos na questo 1 servem, tambm, para essa questo. 4. Que diferena(s) existe(m) entre o urubu do texto A e o urubu do texto B? Os alunos devem perceber que no texto A o urubu uma ave de verdade; no texto B, o urubu um personagem criado pelo autor. 5. No texto B, o urubu fala? Por que isso possvel? E se isso acontecesse no texto A, qual seria sua reao? A fala do urubu, no texto B, possvel porque ele um personagem; se isso acontecesse, no texto A, no mnimo, tiraria a veracidade dos fatos. Professor, as respostas anotadas no quadro de giz devem estar o mais prximo do ideal, j que os alunos vo copi-las depois. Caso surja para a pergunta Para voc, os fatos narrados no Texto A so verdadeiros, ou so inventados, criados pela imaginao de querer escrever? Por qu? respostas como: os fatos so verdadeiros, no so inventados, ou de verdade, importante que voc pergunte aos alunos por que os fatos so verdadeiros, a fim de que eles se habituem a justificar, pois a aprimorao de que o fato verdadeiro no suficiente. V perguntando, questionando at chegar a uma resposta adequada. Pode ser, por exemplo: os fatos so verdadeiros, pois possvel saber onde tudo aconteceu, quando tudo aconteceu, com quem aconteceu...

Aps a leitura dos textos, rena-se com seus colegas e responda s questes abaixo. Voc no precisa responder as questes por escrito. O importante que voc no deixe de conversar com os colegas sobre cada uma delas.

Qual o assunto do texto A? E do texto B? Para voc, os fatos narrados no texto A so verdadeiros, ou so inventados, criados pela imaginao de quem escreveu? Por qu? E no texto B, os fatos so verdadeiros, ou inventados? O que as pessoas de Pains fizeram comum? Fatos como esse acontecem com freqncia? Que diferena(s) existe(m) entre o urubu do texto A e o urubu do texto B? No texto B, o urubu fala? Por que isso possvel? E se isso acontecesse no texto A, qual seria sua reao?

Agora, voc e seus colegas de classe vo conversar sobre as respostas que deram. Mas, para que todos possam falar e ser ouvidos, necessrio que voc

oua com ateno as respostas de seus colegas. compare as respostas de seus colegas com as suas. pea permisso para expor a sua opinio, se no concordar com a opinio de seu colega. ao dar a resposta, indique para seus colegas em que lugar do texto se encontram as informaes que permitiram a voc dar aquela resposta.

Quando todas as perguntas forem respondidas, confira suas respostas com aquelas que a professora escreveu no quadro de giz.

Voc e seus colegas devem ter observado que...No texto A, voc leu a narrao de um fato que aconteceu de verdade, num lugar real. Pessoas e animais verdadeiros participaram desse fato. No texto B, o fato narrado no aconteceu de verdade. Ele foi inventado pelo escritor. Os seres que participam da histria so personagens. Portanto, podemos narrar fatos reais (que realmente aconteceram) e fatos inventados (criados pela nossa imaginao).

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Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 1

Lngua Portuguesa Leitura e Produo de Textos Narrativos Ficcionais

Aula2O rientaes para o professor

Leitura de Textos Narrativos Ficcionais

Na aula anterior, voc e seus colegas leram e conversaram sobre dois textos: Urubu Casemiro enterrado com pompa em Minas Gerais e O urubu e a sabi. Descobriu que existem narrativas reais e narrativas inventadas, criadas pela imaginao de quem escreve. A partir desta aula, voc vai ler e conversar sobre as narrativas inventadas, criadas pela imaginao de quem escreve, ou seja, as narrativas ficcionais.

Atividade 1Leia os textos.

Atividade 1 A leitura dos textos deve servir para despertar o interesse dos alunos para o assunto da aula. Voc vai perceber que no h a preocupao de se trabalhar exaustivamente a compreenso do texto, pois esse no o objetivo da aula. Mas, evidentemente, se voc perceber que existe um interesse dos alunos em conversar sobre o texto, aproveite, no desperdice oportunidades. Em princpio, esperamos com a leitura desses textos levar os alunos a refletirem sobre um dos elementos da narrativa: o narrador. No h nenhuma inteno, e nem poderia, devido complexidade do assunto, de querer resolver essa questo com algumas aulas, mas possvel despertar a curiosidade deles, e lev-los a refletir sobre o assunto. Antes de iniciar a atividade, destinada reflexo sobre quem conta a histria, faa relao com a aula anterior, solicitando que comentem os textos, falem se os fatos narrados so reais ou no. Pea, tambm, que justifiquem o porqu dessa ou daquela opo.

Texto 1

A linda e meiga Potyra amava o jovem e valente chefe da tribo, o guerreiro Itajib, o brao de pedra. Ambos encontravam-se freqentemente nas areias brancas do rio, onde permaneciam durante horas admirando a natureza e trocando juras de amor, enquanto aguardavam o casamento. Certo dia veio a guerra. A tribo foi atacada por inimigos, partindo Itajib para a luta. Ansiosa, Potyra esperava sua volta, caminhando s margens do rio. Muito tempo depois, os guerreiros regressaram, informando jovem que o chefe guerreiro havia morrido. Inconsolvel, Potyra voltava todos os dias praia a chorar sua grande perda. Sensibilizado com sua dor, Tup, o Deus do Bem, transformou suas lgrimas em diamantes. Desta maneira, as guas levavam as preciosas pedrinhas at a sepultura do guerreiro, como prova de seu amor.Waldemar de Andrade e Silva. Lendas e Mitos dos ndios Brasileiros.

Texto 2

A RATINHAEu era uma ratinha que morava junto com a minha famlia, numa casa de ratos construda no meio de um campo de trigo. Eu tinha o sonho de percorrer o mundo e a mania de meter o focinho pontudo em todo o lugar. Um dia, eu achei uma avel! Era uma avel enorme e bonita! Eu quis peg-la, mas... A avel foi rolando campo abaixo, passou por cima das folhas secas e sumiu ao p de uma rvore enorme. Eu sa correndo atrs e enfiei o focinho num buraco entre as razes da rvore.As Aventuras da Ratinha. Conto Popular recontado por Claude Morand, traduzido e adaptado por Monica Stahel. So Paulo: Scipione, 1994, p.5-6.Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 2

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As questes propostas na atividade permitem que o aluno tenha uma compreenso geral do texto. Abaixo voc tem sugestes de respostas. Por que Potyra e Itajib se separaram? Por causa da guerra. O que a ndia fazia enquanto esperava a volta do guerreiro? Caminhava s margens do rio, lugar onde costumava se encontrar com o guerreiro. No trecho A linda e meiga Potyra amava o jovem e valente chefe da tribo, o guerreiro Itajib, o brao de pedra., a palavra jovem se refere a quem? E a expresso chefe guerreiro? A palavra jovem se refere a Potyra e jovem guerreiro e chefe ao ndio Itajib. Na frase Tup, o Deus do Bem, transformou suas lgrimas em diamantes. De quem so as lgrimas? De que outra forma podemos dizer suas lgrimas? As lgrimas so da ndia. Uma outra forma de reescrever o trecho seria: ... transformou as lgrimas de Potyra..., ou ... transformou as lgrimas da jovem.... Voc percebeu, pela leitura e compreenso que teve do texto, que a palavra suas se refere s lgrimas de Potyra. Releia, agora, no ltimo pargrafo do texto a palavra seu. Seu amor se refere ao amor de Potyra ou ao de Itajib? Ao de Potyra. Com quem a ratinha morava? Onde ela morava? Ela morava com a famlia, no meio de um campo de trigo. Qual era o sonho da ratinha? Seu sonho era percorrer o mundo. Por que ela no conseguiu pegar a avel? Porque a avel foi rolando campo abaixo. Os textos narram fatos fictcios, inventados. O texto 1 uma lenda criada pelos ndios e o texto 2 um conto popular. importante, neste momento, chamar a ateno para o suporte. Atividade 2 Faa uma nova leitura do texto, em voz alta, a fim de que os alunos possam responder s questes propostas para a atividade. Se preferir, voc pode propor a resoluo das questes coletivamente. Para isso, faa no quadro de giz um quadro, no qual voc poder anotar as respostas dadas por ele. Lembrete. No texto 1 o narrador apresenta a histria sem participar dela (narrador-observador). No texto 2 o narrador tambm personagem da histria, a ratinha (narrador-personagem). Nas aulas da Unidade 2, essa diferena entre narrador-observador e narrador-personagem ser trabalhada mais detalhadamente.

Converse com seus colegasTexto 1

Por que Potyra e Itajib se separaram? O que a ndia fazia enquanto esperava a volta do guerreiro? No trecho A linda e meiga Potyra amava o jovem e valente chefe da tribo, o guerreiro Itajib, o brao de pedra., a palavra jovem se refere a quem? E a expresso chefe guerreiro? Na frase Tup, o Deus do Bem, transformou suas lgrimas em diamantes. De quem so as lgrimas? De que outra forma podemos dizer suas lgrimas? Voc percebeu, pela leitura e compreenso que teve do texto, que a palavra suas se refere s lgrimas de Potyra. Releia, agora, no ltimo pargrafo do texto a palavra seu. Seu amor se refere ao amor de Potyra ou ao de Itajib?

Texto 2

Com quem a ratinha morava? Onde ela morava? Qual era o sonho da ratinha? Por que ela no conseguiu pegar a avel?

Agora que voc j respondeu s questes e conversou com os colegas sobre os textos, saberia dizer se esses textos narram fatos reais ou narram fatos fictcios, inventados, criados pela imaginao de seus autores? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________

Atividade 2Leia novamente os textos 1 e 2 e responda:

Quem conta a histria no texto 1? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ Quem conta a histria no texto 2? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________

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Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 2

Explique como foi possvel identificar quem conta a histria nos dois textos. _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________

No quadro, importante que se destaquem as palavras e/ou expresses que mostrem quem conta as histrias. Veja quadro abaixo. TEXTO 1 a linda e meiga Potyra amava o jovem e valente chefe... sensibilizado com sua dor.... TEXTO 2 era Eu ratinha... uma

Eu sa correndo....

Quem conta a histria que est escrita nos livros chamado de narrador, que quer dizer aquele que narra. Nas suas respostas s questes sobre o texto 1, voc observou que o narrador do texto Potyra no est na histria. Ele o contador do que aconteceu com a ndia. J no texto 2, A ratinha, a prpria ratinha que conta a sua histria. Comparando o texto 1 ao texto 2, voc acha que diferente o modo de contar a histria? Por qu? _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ Voc gosta mais de um desses modos? Por qu? _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________

Para no esquecer!Para ficar mais fcil identificar o narrador, vamos cham-lo de narrador-observador, quando ele conta a histria, sem participar dela; vamos chamar de narrador-personagem quando ele est dentro da histria, quer dizer, vive tambm como personagem o que aconteceu na histria.

Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 2

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Lngua Portuguesa Leitura e Produo de Textos Narrativos Ficcionais

Aula3

Leitura de Textos Narrativos Ficcionais

O rientaes para o professorAtividade 1 Divida a classe em grupos de, no mximo, 4 alunos (grupos muito grandes so pouco produtivos). Depois, solicite que leiam os textos. No incio, deixe que tentem resolver sozinhos as questes propostas. Com certeza, sentiro algumas dificuldades, visto que a comparao entre textos no uma tarefa das mais simples. Exige que eles apreendam as informaes de um e outro texto e, depois, de posse dessas informaes, faam a comparao. Durante o tempo em que os alunos estiverem trabalhando em grupo, percorra a classe, a fim de observar como eles tentam resolver as questes propostas. Se possvel, registre as estratgias utilizadas por eles. Elas podem ser de grande utilidade para voc em outras aulas. Quando todos tiverem terminado, proponha a correo coletiva. Convide-os a irem ao quadro de giz colocar suas respostas. Nesse momento, o ideal que voc tenha os textos transcritos no quadro de giz, ou em papel pardo (kraft), pois, assim, os alunos podem mostrar como chegaram s respostas, apontando no prprio texto. Os alunos podem usar as mais diversas estratgias para marcar nos textos as palavras ou expresses que mostram quem conta a histria em cada texto. Eles podem, por exemplo, fazer a marcao como no exemplo abaixo. J (eu) estou cansado de ouvir a histria do meu primo que foi festa no cu escondido dentro do violo de um urubu e na volta caiu e se esborrachou em cima de uma pedra. Mesmo pedindo: Arreda pedra, seno te racho, no teve cooperao. Mas pudera! Pedra no sai do lugar sozinha! Eu tambm vou festa no cu este ano, mas (eu) tive uma idia: vou levar um pra-quedas. No final da conversa, importante que os alunos percebam que nos dois textos se narra o mesmo fato, o que muda o foco narrativo: no texto 1, os fatos so narrados por um narrador que participa da histria; no texto 2, os fatos so narrados por um narrador que no participa da histria como personagem. Nos dois textos h palavras e expresses que possibilitam a identificao desse foco narrativo.

Na aula 2, voc e seus colegas leram e conversaram sobre dois textos: A ratinha e a histria de Potyra e Itajib. Descobriu por que esses textos so narrativas ficcionais, inventadas, criadas pela imaginao de quem escreve. Hoje, voc vai ler e conversar mais sobre as narrativas inventadas, criadas pela imaginao de quem escreve, ou seja, as narrativas ficcionais.

Atividade 1Leia os textos.

Texto 1

RetetuO primo do sapo que foi festa no cuJ estou cansado de ouvir a histria do meu primo que foi festa no cu escondido dentro do violo de um urubu e na volta caiu e se esborrachou em cima de uma pedra. Mesmo pedindo: Arreda pedra, seno te racho, no teve cooperao. Mas pudera! Pedra no sai do lugar sozinha! Eu tambm vou festa no cu este ano, mas tive uma idia: vou levar um pra-quedas.BRUM, Else SantAnna. Retetu, o primo do sapo que foi festa no cu. Blumenau: EKO, 1997, p.3. (Adaptao)

Texto 2

RetetuO primo do sapo que foi festa no cuRetetu estava cansado de ouvir a histria do seu primo que foi festa no cu escondido dentro do violo de um urubu e na volta caiu e se esborrachou em cima de uma pedra. Mesmo pedindo para que a pedra arredasse, seno ele a racharia, seu primo no teve cooperao. Mas pudera! Pedra no sai do lugar sozinha! Ele tambm resolveu ir festa no cu naquele ano, mas teve uma idia: levaria um pra-quedas.BRUM, Else SantAnna. Retetu, o primo do sapo que foi festa no cu. Blumenau: EKO, 1997, p.3. (Adaptao)

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Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 3

Compare o texto 1 ao texto 2 e responda s perguntas.a) b) c) d) e) Conta-se a mesma histria? Quem conta a histria no texto 1? Quem conta a histria no texto 2? Anote as mudanas que voc observou no texto 2 em relao ao texto 1. Voc gosta mais de um dos modos de contar a histria? Por qu?

Atividade 2 Para essa atividade, continue o trabalho em grupo. importante que os alunos possam se posicionar diante das questes propostas. Tome cuidado apenas para que, em funo da quantidade de fragmentos, os alunos no se percam. Voc pode, por exemplo, fazer, coletivamente, os fragmentos A e B, registrando no quadro de giz as palavras ou expresses nos textos que permitem ao leitor saber se o narrador participa da histria como personagem, ou se apenas conta os fatos sem participar deles como personagem. Para fazer coletivamente a leitura dos fragmentos A e B, voc pode seguir a sugesto abaixo.

Ao responder as questes sobre os textos 1 e 2, voc deve ter feito algumas observaes: os textos 1 e 2 narram os mesmos fatos; no texto 1, os fatos so narrados por um narrador que participa da histria; no texto 2, os fatos so narrados por um narrador que no participa da histria como personagem.

Atividade 2 Leia os fragmentos de cada texto. Depois, converse com seus colegas de grupo sobre quem conta a histria em cada um dos textos: narrador-observador (no participa da histria como personagem, apenas conta os fatos) ou narrador-personagem (participa da histria como personagem). Fragmento A Sbado, eu e a turma resolvemos ir ao cinema. Estava em cartaz um filme de suspense superlegal que eu estava muito a fim de ver. Tivemos que escolher um cinema no shopping. Sabe como . Coisa de pai e me... Andar por a na rua, em turma, no faz muito a cabea deles... Para ns a idia tambm parecia boa.FORJAZ, Sonia Salerno. Um caso para Mister X. So Paulo: Moderna, 1997, p.5.

Transcreva os dois fragmentos no quadro de giz, lado a lado. Faa a leitura dos textos ou pea que um aluno faa. Em seguida, comente os textos com os alunos. importante que voc enfatize que os textos no aparecem na ntegra, so apenas trechos tirados de obras. Leia com eles a referncia bibliogrfica que aparece no final de cada fragmento, o nome do livro, do autor; pergunte-lhes se conhecem as obras, os autores...

Fragmento B Era um homem pobre. Vivia com a mulher, as trs filhas e um filho pequeno num casebre de madeira. Trabalhava na roa, plantando frutas e verduras que depois, com cuidado, punha na carroa e levava para vender na feira da vila, do outro lado do morro. Apesar de tudo, vivia com um sorriso desenhado nos lbios.AZEVEDO, Ricardo. A moa, o gigante e o moo. So Paulo: Studio Nobel, 1994, p. 4.

Para a leitura do fragmento A, voc pode propor as seguintes questes: Quem esse eu que aparece no texto A? ele quem conta a histria? Como possvel saber isso? Na frase Tivemos que escolher um cinema no shopping. Quem esse tivemos? O eu que aparece no incio do texto tambm est incluso em tivemos? E a palavra ns, que aparece na ltima linha do texto, ela inclui o eu do incio do texto? Afinal, quem conta a histria participa dela como personagem? J, para o fragmento B, voc pode propor questes como as sugeridas abaixo. Quem vivia com a mulher, trabalhava na roa....? ele quem conta a histria? Se ele estivesse contando a histria, o texto poderia comear assim... Era um pobre homem...? Voc acha que o personagem falaria dele mesmo como pobre homem, se ele fosse o narrador do texto? Por qu? A idia de coitado no um ponto de vista de quem v os fatos de fora, sem participar deles como personagem?

Fragmento C Quase todos os dias, eu chegava escola e encontrava a Carol chorando. Carol minha prima de 5 anos que, no sei se feliz ou infelizmente, entrou na minha escola este ano.FORJAZ, Sonia Salerno. Um caso para Mister X. So Paulo: Moderna, 1997, p.37.

Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 3

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Alm dessas questes propostas para cada texto, voc poder acrescentar outras, aquelas que surgirem durante a conversa, resultado das hipteses levantadas pelos alunos.

Fragmento D Que susto! Apareceu uma coisa horrenda, voando bem acima de ns. Era um bicho superbarulhento, cheio de humanos na barriga. Apontavam uma arma em nossa direo! Naquele momento achei que ia ter um treco. Quando vi o monstro, meu corao comeou a bater to forte, que durante alguns instantes fiquei ali, paralisada. A nica coisa que eu conseguia fazer era gritar: Meu corao vai pular pela boca! No, acho que vai parar de bater! Ai, algum me acode!HETZEL, Bia. Rosalina, a pesquisadora de homens. Rio de Janeiro

Para no esquecer!O autor pode construir uma narrativa, criando um narrador que conta a histria, estando fora dela, ou que conta a histria, participando dela como um de seus personagens.

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Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 3

Lngua Portuguesa Leitura e Produo de Textos Narrativos Ficcionais

Aula 4O rientaes para o professorAtividade 1

Leitura de Textos Narrativos Ficcionais

Na aula 3, voc teve a oportunidade de conversar com seus colegas sobre um dos elementos da narrativa: o narrador. Descobriu que existe o narrador que conta a histria, sem participar dela como personagem, e o narrador que conta a histria e tambm personagem. Hoje, voc vai ler e poder conversar um pouco mais sobre o narradorpersonagem e o narrador-observador.

Atividade 1Leia o texto. Naquela madrugada Daniel acordou. No quarto escuro, virou o travesseiro. Era gostoso e fresquinho do outro lado. Mas antes de pegar de novo no sono, escutou um rudo. O que seria? Parecia que algum estava abrindo a porta do quarto dele. Mame! Tem um ladro no meu quarto! Mas com o medo a voz nem saiu. Daniel, apavorado, se encolheu na cama.IACOCCA, Liliana. UUUUUUU, um barulho estranho. So Paulo: tica, 1996, p.1-6.

Nas aulas anteriores, todas as atividades foram desenvolvidas em grupo, ou coletivamente. Nesta aula o aluno ir reescrever vrios textos, atendendo solicitao feita nas atividades. O ideal que a atividade seja feita individualmente, a fim de que voc possa verificar os conhecimentos que os alunos j adquiriram a respeito do assunto. Estipule um tempo, no muito extenso, para a execuo da tarefa. Ao final, confira coletivamente o que os alunos fizeram. Nesse momento, importante que voc questione o que fizeram. O acerto ou o erro vai mostrar a compreenso dos alunos sobre o assunto. possvel, por exemplo, que o aluno mude o pronome, nome, indicador da 3 pessoa por um pronome de 1 pessoa e no se lembre de fazer o mesmo com o verbo. Isso muito comum. Faa com que os alunos se habituem a comparar os dois textos. Pergunte-lhes, sempre, que mudanas eles perceberam entre um e outro. Se eles tm preferncia por uma delas. Por que a preferncia. O mais importante no que eles apreendam apenas que muda a pessoa, mas, tambm, um ponto de vista em relao ao que se narra. muito importante que, ao final da atividade, vocs conversem sobre os textos produzidos pelos alunos. Pelo resultado das produes voc poder verificar as dificuldades apresentadas. possvel que reescrevam o texto no exemplo abaixo. Naquela madrugada Daniel acordou eu acordei. No escuro, virou virei o travesseiro. Era gostoso e fresquinho do outro lado. Mas antes de pegar de novo no sono, escutou escutei um rudo. O que seria? Parecia que algum estava abrindo a porta do meu quarto dele. Mame! Tem um ladro no meu quarto! Mas com o medo a voz nem saiu. Daniel Apavorado, me encolheu encolhi na cama.

O texto que voc acabou de ler narrado por um narrador-observador, ou seja, aquele que conta a histria, mas no participa dela como personagem. Agora, imagine que voc o Daniel, o personagem da histria. Reescreva o trecho da histria como um narrador-personagem. Naquela madrugada eu acordei. No quarto escuro, _________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________

Para no esquecer!Uma histria ou acontecimento pode ser narrado por algum que participou de tudo o que aconteceu, como personagem. Neste caso, quem narra ou conta a histria um narrador-personagem.

Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 4

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Se alguns alunos reescreverem o texto, com o foco em 1 pessoa, como no exemplo acima, voc poder explorar vrios itens. Quem produziu o texto preocupou-se apenas em mudar o verbo da 3 para a 1 pessoa e substituir o nome Daniel pelo pronome eu. No atentou para o fato de que outras palavras tambm deveriam ser mudadas como: o pronome dele, que aparece no 2 pargrafo; em lugar de dele, deveria ser meu quarto. O mais importante, entretanto, observar que no houve uma preocupao com o ponto de vista de quem narra. Se o texto fosse, de fato, narrado pelo menino, ser que ele assumiria o medo diante do desconhecido? Em geral os meninos assumem isso? Quais seriam, na realidade, os sentimentos de um menino diante de uma situao como essa? Esse um bom momento para voc fazer essas perguntas para a classe. Provavelmente eles daro uma nova redao ao texto. possvel que tenham uma postura de camuflar o medo. Um texto provvel ... Naquela madrugada Daniel acordou eu acordei. No escuro, virou virei o travesseiro. Era gostoso e fresquinho do outro lado. Mas antes de pegar de novo no sono, escutou escutei um rudo. No imaginava o que pudesse ser! Afinal, todos j estavam em casa... dormindo! Parecia que algum estava abrindo a porta do meu quarto dele. Pensei logo em gritar minha me, mas me contive. No queria que ela pensasse que eu estava com medo. Mame! Tem um ladro no meu quarto! Mas com o medo a voz nem saiu. Daniel Eu, apavorado, me encolheu encolhi na cama. Alm dessa possibilidade de reescrita, podem surgir muitas outras, por isso, importante que voc discuta com eles o maior nmero de textos possveis. Questione as mudanas feitas. Sugira novas formas de reescrita, em se reescrevendo o que muda etc. Atividade 2 Em funo do nmero de textos, volte a dividir a classe em grupos, e deixe-os fazer a atividade. Pea a eles para fazerem a transformao e, em seguida, registrar, por escrito, as mudanas ocorridas com a transformao; isso deve ser feito em cada texto. Alm disso, solicite que comentem se tm preferncia pelo texto em 1 ou 3 pessoa. importante que, ao final, todos os textos sejam comentados e comparados, ou seja, texto 1 verso original, narrador-observador; verso do aluno, narrador-personagem...22Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 4

Atividade 2Leia abaixo trechos de algumas histrias.

Texto 1Ento Elisa pegou a bola de barbante e foi embora. Elisa foi andando e encontrou um velhinho que tentava pegar alguma coisa dentro de um buraco. A Elisa pegou um pedao de barbante da sua bola e deu ao velhinho. O velhinho amarrou o barbante num pedao de pau e tirou seus culos de dentro do buraco. O velhinho agradeceu e Elisa foi embora.MARTINS, Mauro. A bola de barbante. Belo Horizonte: Dimenso, 1991, p.7.

Texto 2Era um menino cantador. Nasceu assim. Dizem que quando nasceu no chorou, cantou. Mas como? E quem sabia explicar?... O velho Dionsio, que era de saber muito das coisas, afirmava: passarinho! Passarinho nasce cantando. Esse menino tem parte com passarinho. E era mesmo. Ben era um menino metade gente, metade passarinho. E quem iria duvidar? Crescia pouco, como quem est esperando asas para voar. Teve que ir escola, aprender a ler e escrever, mas mesmo assim no deixava a mania de viver cantando.LOBO, Fernando. O menino que virou passarinho. So Paulo: FTD, 1993, p.1.

Texto 3Naquelas frias Rodrigo e Fbio foram para o campo de uma linda fazenda rodeada por uma grande mata. Curiosos, decidiram se aproximar daquele lugar to verde e misterioso. Era emocionante caminhar entre arbustos, esbarrar nos troncos das rvores, sentir no corpo uma tremedeira geladinha. O vento ia e vinha, forte e fraco, balanando tudo e espalhando folhas secas no cho Um riacho cortava o caminho e eles tiveram que atravessar sobre algumas pedras. A gua cristalina no parava de correr. E andando, andando, foram conhecendo a mata.IACOCCA, Liliana. SSSSSSS ...UM barulho na mata. So Paulo: tica, 1994, p. 1-5.

Agora, reescreva a histria como se fosse um narrador-personagem. No texto 1, a histria deve ser narrada por Elisa; no texto 2, por Ben; e no texto 3, por Rodrigo.

Texto 1_________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________

Texto 2_________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________

Texto 3_________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________ _________________________________________________________

Compare os textos e responda:

O que mudou de uma histria para outra? Voc tem uma opinio sobre as histrias? De que histria voc mais gostou? Por qu?

Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 4

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Lngua Portuguesa Leitura e Produo de Textos Narrativos Ficcionais

Aula5Atividade 1

Leitura de Textos Narrativos Ficcionais

O rientaes para o professorAtividade 1 As questes propostas no incio da aula permitem aos alunos ativarem conhecimentos que j tm a respeito do assunto a ser tratado. Se os alunos estiverem seguindo a contento as aulas, podero inferir, por exemplo, que no lero um texto que narre fatos reais, pois no se tem notcia, divulgada pela cincia, de que exista formiga daltnica. Atividade 2

Voc, com certeza, j viu e sabe o que uma formiga, no ? Mas... ser que voc j viu ou ouviu falar de formiga daltnica? O que voc acha que vai encontrar em um texto que tem esse ttulo: Nicolau e a formiga daltnica?

Atividade 2Leia o texto.

Solicite que leiam o texto, individual e silenciosamente. Em seguida, pea que contem a histria que leram. Fique atento reproduo oral que os alunos faro, grave as informaes que conseguiram apreender na primeira leitura que fizeram. Durante a anlise do texto, aproveite para explorar aquilo que na reproduo oral eles no tenham conseguido apreender. Voc pode optar por realizar a atividade oral e coletivamente. No incio, possvel que eles se desconcentrem com facilidade, no acompanhem passo a passo o que est sendo proposto para a leitura do texto. Isso esperado, e cabe a voc criar estratgias de encaminhamento que prendam os alunos leitura do texto. Uma das coisas que, em geral, causam desinteresse o fato de se ficar preso leitura das questes propostas na atividade. No se esquea de que essas questes servem apenas para orientar a leitura; voc pode explor-las sem precisar l-las.

Nicolau e a formiga daltnicaNicolau estava sentado na cozinha, quando de repente, ZUM! ZAS! ZIPS! PIC! AAAIII!... alguma coisa picou o seu p. Furioso, comeou a procurar o que o picara. Nada atrs. Nada frente. Nada esquerda. Nada direita. Nada acima de sua cabea. Nada no cho. O que tinha dado uma picada em seu p? J sei! gritou ele. E tirou o tnis branco com listras vermelhas. Mas tambm no encontrou nada. Muito intrigado, Nicolau tirou a meia, que era ainda mais vermelha. E, de novo, nada. U! O que ser que deu uma picada em seu p? Enquanto pensava, Nicolau sentiu uma coceguinha no tornozelo, subindo devagar pela perna. Nicolau sacudiu a perna e uma formiguinha negra como carvo e magricela como um alfinete caiu no cho. Ainda meio tonta por causa do tombo, ela cobriu a cabecinha com as antenas, como se pedisse desculpas. Percebendo que a formiga era assim to educada, Nicolau a convidou para sentar-se em um palito de fsforo e se acomodou na frente dela. Sabe, eu no queria te picar. Mas confundi sua meia com uma folha de alface e, como estava morrendo de fome, nhac!... dei uma mordida. Mas que biruta! Confundir minha meia com uma folha verde de alface... resmungou Nicolau, levantando. Ao ouvir isso, a formiga se sentiu muito ofendida e abaixou a cabea. Nicolau compreendeu que no devia ter zombado dela. Pegou um biscoito e deu um pedacinho para a formiga. Me conte uma coisa, Dona Formiga: como a senhora pde confundir minha meia com uma folha de alface, se uma vermelha e a outra verde? que eu... eu... sou daltnica. Dal... o qu? Nicolau perguntou espantado. Daltnica. Eu sou uma formiga daltnica.RITNER, Juan R. Nicolau e a Formiga daltnica. So Paulo: Letraviva, 1987.

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Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 5

Agora, rena-se com seus colegas de grupo e tente responder s questes abaixo.Nicolau estava sentado na cozinha, quando de repente, ZUM! ZAS! ZIPS! PIC! AAAIII!... alguma coisa picou o seu p. Furioso, comeou a procurar o que o picara. Nada atrs. Nada frente. Nada esquerda. Nada direita. Nada acima de sua cabea. Nada no cho. O que tinha dado uma picada em seu p? J sei! gritou ele. E tirou o tnis branco com listras vermelhas. Mas tambm no encontrou nada. Muito intrigado, Nicolau tirou a meia, que era ainda mais vermelha. E, de novo, nada.

Quem Nicolau? Onde ele est? Se os alunos reconhecerem o texto como narrativo ficcional, vo responder que Nicolau um personagem da histria e que est na cozinha, provavelmente, de sua casa. Quem Nicolau? Onde ele est? S pela leitura do primeiro no possvel afirmar o que picou o menino. O prprio uso do verbo picar j d ao leitor algumas pistas. Voc sabe o que significam as palavras ZUM! ZAS! ZIPS! PIC! AAAIII? Se os alunos ainda no conheceram, ou no tiverem ouvido falar em onomatopia, essa uma boa hora para conversar com eles. Pergunte-lhes se todos tm o mesmo significado. ZUM diferente de ZAS; Zum pode significar o som produzido pela formiga; ZAS, o movimento; PIC, a picada que ela d no menino, e a, o grito do menino. Por que voc acha que a palavra nada se repete tantas vezes? Voc acha que a repetio necessria? Os alunos devem perceber que a repetio foi uma opo do autor para enfatizar a ausncia, ou seja, embora o menino insistisse na procura, no encontrava o que o havia picado. As questes propostas na releitura deste trecho pretendem chamar ateno dos alunos para a forma como o autor caracterizou /apresentou um dos personagens da histria: a formiga. Alm da magricela e negra possvel depreender do pargrafo que a formiga pequena, j que pode sentar-se em um palito de fsforo; mas a principal caracterstica da formiga, aquela que justifique a histria, a confuso , sem dvidas o fato de ela ser daltnica. Se esta caracterstica no estivesse presente, a histria, provavelmente, no existiria.

Quem Nicolau? Onde ele est? Pela leitura do primeiro pargrafo, voc imagina o que pode ter picado Nicolau? Voc sabe o que significam as palavras ZUM! ZAS! ZIPS! PIC! AAAIII? Por que voc acha que a palavra nada se repete tantas vezes? Voc acha que a repetio necessria?

Vamos continuar a leitura?Nicolau sacudiu a perna e uma formiguinha negra como carvo e magricela como um alfinete caiu no cho. Ainda meio tonta por causa do tombo, ela cobriu a cabecinha com as antenas, como se pedisse desculpas. Percebendo que a formiga era assim to educada, Nicolau a convidou para sentar-se em um palito de fsforo e se acomodou na frente dela.

A formiga, como Nicolau, tambm personagem da histria. Para apresent-la ao leitor, o autor a compara com: o carvo porque negra (pretinha); o alfinete porque magricela (magrinha).

Neste mesmo trecho podemos perceber outras caractersticas da formiga. Caractersticas que indicam seu comportamento, seu modo de ser. Marque no trecho acima passagens que mostram como a formiga se comporta, como ela age. No trecho "Nicolau a convidou para sentar-se em um palito de fsforo..." que outra caracterstica da formiga podemos identificar? Todas as caractersticas da formiga so importantes. Mas qual delas a mais importante para a compreenso do texto?

Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 5

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Para no esquecer!O personagem um ser inventado pelo autor. Ele responsvel pelo desenvolvimento da histria. A imagem do personagem construda a partir das suas caractersticas, que podem dizer respeito a sua aparncia fsica, ao seu modo de ser e de agir. Voc acha que possvel confundir uma meia com uma folha de alface? Sabe, eu no queria te picar. Mas confundi sua meia com uma folha de alface e, como estava morrendo de fome, nhac!... dei uma mordida. Mas que biruta! Confundir minha meia com uma folha verde de alface... resmungou Nicolau, levantando. Ao ouvir isso, a formiga se sentiu muito ofendida e abaixou a cabea. Nicolau compreendeu que no devia ter zombado dela. Pegou um biscoito e deu um pedacinho para a formiga.Em princpio, a explicao da formiga no convence o menino, pois ele, ainda, no sabe que a formiga daltnica. Depois de saber o motivo da confuso de formiga, e de ter se exaltado, Nicolau tenta se desculpar oferecendo um pedao de biscoito formiga.

A explicao da formiga convenceu Nicolau? Como voc sabe disso? Por que Nicolau achou que a formiga era biruta? Se ele j soubesse do problema da formiga, ele teria agido diferente? Que atitude de Nicolau demonstra que ele compreensivo, generoso, educado?

Chame a ateno dos alunos e questione-os sobre na fala da formiga, por que a repetio do eu... eu.... Seria interessante que ele percebesse que a formiga, no fundo, se sente constrangida com a situao e sente dificuldade em falar. na fala do menino, a interrupo da pronncia da palavra daltnica e a pergunta o qu? mostram que o menino, provavelmente, desconhece o significado da palavra.

E os dois, se entenderam? que eu... eu... sou daltnica. Dal... o qu? Nicolau perguntou espantado. Daltnica. Eu sou uma formiga daltnica.

Agora, possvel compreender a confuso da formiga. Mas ser que o Nicolau tambm entendeu? Por que voc acha que o Nicolau ficou espantado? Vamos recuperar a seqncia da histria, observando a ordem em que os fatos aconteceram. Ordene as frases numa seqncia adequada e voc ter o resumo do texto. ( ) ( ) ( ) ( ) ( ( ( ( ) ) ) ) A formiga tenta explicar o motivo de ter picado o menino. Nicolau comea a procurar o que o picou. Nicolau no se conforma com a explicao da formiga e pergunta como ela pode ter confundido sua meia com uma folha de alface. Nicolau tira o tnis e a meia, na tentativa de encontrar o que o picara. Nicolau est na cozinha e leva uma picada. Nicolau sente ccegas na perna. Nicolau descobre o que o picara. A formiga explica ao menino que daltnica.

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Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 5

Lngua Portuguesa Leitura e Produo de Textos Narrativos Ficcionais

Aula 6O rientaes para o professor

Leitura de Textos Narrativos Ficcionais

Na aula 5, voc conversou com seus colegas sobre um texto muito interessante: Nicolau e a formiga daltnica. Com certeza, a conversa foi divertida, pois formiga daltnica coisa pouco comum. Hoje vamos ler outro texto, mas, principalmente, vamos falar de narrador e autor. Para isso, sugerimos, para comear, a leitura de um texto de Ziraldo. Vamos leitura?

Pea aos alunos para lerem individualmente o texto de Ziraldo. Em seguida, solicite que contem a histria que leram. Embora a anedotinha parea bastante simples, possvel que alguns alunos no a compreendam, o que exige uma nova leitura, orientada por voc. Atividade 1

Leia o texto. O Juquinha estava distrado, cabea baixa, mexendo embaixo da carteira. A professora chega perto e v que ele est desmontando a caneta. Que isso, menino? E o Juquinha: Estou tentando ver de onde saem as letrinhas!ZIRALDO. As Anedotinhas do Bichinho da Ma. So Paulo: Melhoramentos, 1997, p.11.

A confuso entre autor e narrador comum e, por isso, precisa ser tratada com tranqilidade, com muita conversa, com muitas atividades que coloquem o aluno em contato com as obras e, evidentemente, com a leitura dessas obras. Voc pode, por exemplo, se tiver disponvel na biblioteca da escola, levar para a sala de aula as obras citadas na atividade de descoberta dos livros que Ziraldo escreveu. Depois que eles fizerem a atividade, deixeos manusear os livros. Desse exerccio pode surgir a vontade de querer l-los. Proponha uma leitura (de um aluno ou sua), em voz alta, do texto sobre o autor Ziraldo. Em seguida, pea que comentem o texto. Como h muitas informaes no texto, importante que voc no deixe os alunos se desviarem do assunto proposto para a aula: diferena entre autor e narrador. Provavelmente, os alunos j ouviram falar de Ziraldo. Por isso, explore do texto as informaes que eles desconhecem. Principalmente, trechos que possam dificultar a compreenso do texto como: fenmeno editorial, chargista, caricaturista. Leia abaixo outras informaes sobre Ziraldo. Elas podero auxili-lo na aula. No ano de 1969 grandes acontecimentos marcaram a vida do artista. Ganhou o Oscar Internacional de Humor no 32 Salo Internacional de Caricaturas de Bruxelas e o prmio Merghantealler, prmio mximo da imprensa livre da Amrica Latina, patrocinado pela Associao Internacional de Imprensa, recebido em Caracas, Venezuela. Foi convidado a desenhar o cartaz anual da UNICEF, honraria concedida pela primeira vez a um artista latino. Ziraldo fez um mural para a inaugurao do Caneco, casa noturna do Rio de Janeiro, numa parede de mais de cento e oitenta metros quadrados. Esta obra foi reproduzida em vrias revistas do mundo, mas encontrase hoje escondida atrs de um painel de madeira.Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 6

Aps a leitura do texto, voc saberia dizer

quem conta a histria? quem conta a histria participa dela como personagem?

Qualquer histria que ouvimos ou lemos foi criada e escrita por algum. Quem cria e escreve uma histria o AUTOR. O autor uma pessoa real, que existe na vida real. Vamos conhecer Ziraldo, o autor do texto que voc leu na atividade 1. Mas, antes disso, teste seus conhecimentos. Das obras abaixo, assinale aquelas que foram escritas por Ziraldo. ( ( ( ( ( ( ( ( ( ) ) ) ) ) ) ) ) ) O menino marrom A fada que tinha idias O menino maluquinho Bisa Bia, Bisa Bel O planeta lils Reinaes de Narizinho O Reizinho mando Flicts Nicolau teve uma idia

O AUTORZiraldo Alves Pinto nasceu no dia 24 de outubro de 1932 em Caratinga, Minas Gerais. Comeou sua carreira nos anos 50 em jornais e revistas de expresso, como Jornal do Brasil, O Cruzeiro, Folha de Minas etc. Alm de pintor cartazista, jornalista, teatrlogo, chargista, caricaturista e escritor. Ziraldo explodiu nos anos 60 com o lanamento da primeira revista em quadrinhos brasileira feita por um s autor: A Turma do Perer.

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Foi ainda nesse ano que publicou seu primeiro livro infantil, FLICTS. a histria de uma cor que no encontrava seu lugar no mundo. Nesse livro usou o mximo de cores e o mnimo de palavras. A Embaixada Dos Estados Unidos no Brasil presenteou com um exemplar os astronautas americanos que pisaram na lua pela primeira vez, quando de sua visita ao Brasil. Neil Armstrong, um dos astronautas leu o livro e comovido, escreveu ao autor: The moon is FLICTS (A lua FLICTS). Na dcada de 70, com seu trabalho j consagrado, Ziraldo prosseguiu abrindo caminhos no Brasil e no mundo. Desde 1972 seus trabalhos so sempre selecionados pela revista Graphis Anual e Graphis Porter.

Em 1969 Ziraldo publicou o seu primeiro livro infantil, FLICTS, que conquistou fs em todo o mundo. A partir de 1979 concentrou-se na produo de livros para crianas, e em 1980 lanou O Menino Maluquinho, um dos maiores fenmenos editoriais no Brasil de todos os tempos. O livro j foi adaptado com grande sucesso para teatro, quadrinhos, pera infantil, vdeo-game, Internet e cinema. Uma seqncia do filme deve ser lanada em breve! Seus trabalhos j foram traduzidos para diversos idiomas como ingls, espanhol, alemo, francs, italiano e basco. Os trabalhos de Ziraldo representam o talento e o humor brasileiros no mundo. Esto at expostos em museu! www.ziraldo.com/livros

Para no esquecer!O narrador no se confunde com o autor do texto ou com o escritor. O autor pertence ao mundo real e o narrador um ser inventado, criado, e esse narrador quem nos conta a histria.

Atividade 2 Use uma estratgia diferente. Pea aos grupos que resolvam a atividade e, depois, leiam o que fizeram. Deixe, primeiro, que troquem informaes entre eles, dem opinies, sugiram modificaes, levantem dvidas etc.. Com certeza, eles j se sentem mais seguros para realizar essa tarefa, pois j fizeram muitas atividades. Alm dessas questes propostas na atividade, voc poder acrescentar outras, aquelas que surgirem durante a conversa, resultado das hipteses levantadas pelos alunos. Para fechar, escolha um grupo que se disponha a concluir o trabalho, expondo-o para a classe. Voc se incumbe de aparar as arestas e desfazer, na medida do possvel, as dvidas sobre o assunto. Depois que os alunos identificarem o narrador (narrador observador, no participa da histria como personagem), questione-os sobre o conhecimento que o narrador tem do personagem; se esse conhecimento especfico de Cristina, ou se do comportamento de crianas como ela. Que passagens do texto mostram esse conhecimento? Para a identificao do(a) autor(a), solicite a um aluno que aponte onde esta informao aparece no texto. Esse um bom momento para voc retomar a leitura da refernciaAtividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 6

Atividade 2Leia o texto abaixo.

Arroz com feijo e abobrinhaEram onze horas da manh de uma quarta-feira, linda, ensolarada e Cristina, de uniforme, junto mesa, esforava-se para engolir o almoo. Qual a criana que gosta de ir para a escola num dia to bonito, quando o cu parece recm-pintado de azul e os passarinhos brincam de pegador no jardim? No Cristina, por certo. Ela preferia estar de bermuda e sandlia, mordendo goiaba em cima da rvore, andando de patins ou de pernas-de-pau. Em vez disto, obrigavam-na a usar aquele uniforme quente, meias trs quartos, sapatos, e a comer arroz com feijo e abobrinha.LUZ, Flvia Ribeiro da. Arroz com feijo e abobrinha. So Paulo:Melhoramentos, 1984, p.2.

Agora, tente responder s questes. 1) Leia novamente o texto e marque as informaes que respondem s perguntas: quem o personagem? onde ele estava? o que estava fazendo? por que ele precisava almoar? como estava tentando almoar? quando aconteceu tudo isso?

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2) Quem conta a histria que voc leu? Quem conta a histria participa dela como personagem? Justifique sua resposta com passagem do texto. (3) Quem o autor dessa histria, ou seja, quem a escreveu? Como foi possvel obter essa informao?

bibliogrfica que aparece no final de todos os textos trabalhados nas atividades. Trabalhe cada item que aparece na referncia. LUZ, Flvia Ribeiro da. Arroz com feijo e abobrinha. So Paulo: Melhoramentos. 1984, p.2. 1. Quem Flvia Ribeiro da Luz? Voc j tinha ouvido falar dela? 2. Voc j viu essa informao antes? Onde? Por que ela aparece aqui? Essa informao importante para o leitor? Por qu? 3. Por que a palavra So Paulo aparece aqui? Que relao existe entre ele e a palavra Melhoramentos? 4. O que voc acha que significa essa palavra. Voc j a encontrou em outro texto? Qual? 5. Que nmero esse? um ano? Por que ele aparece, o que significa? 6. O que significa p? E o nmero 2? H alguma relao desse nmero com o nmero 1984? Atividade 3

Atividade 3Leia as capas dos livros abaixo.

Agora, converse com seus colegas.... livro 1 Quem o autor do... Qual o ttulo do... ... livro 2 ... livro 3

Se voc tiver essas obras disponveis na biblioteca da escola, leve-as para a sala de aula. Voc pode, evidentemente, alm dessas, selecionar outras. Quanto mais melhor, pois, assim, os alunos podero manusear, trocar informaes, ter seu interesse despertado para a leitura das obras. Alm das informaes sobre autor e ttulo, h as informaes sobre o ilustrador, a editora. Se eles se interessarem por essas informaes, fornea-as. Voc pode propor o desenvolvimento da atividade da seguinte forma: d a cada grupo dois ou trs livros. Pea-lhes para anotar, no caderno, todas informaes presentes nas capas dos livros, mesmo aquelas que eles no sabem o que significam como o logotipo de algumas editoras. Estipule um tempo, no muito extenso, para a execuo dessa tarefa. Em seguida, pea aos grupos para apresentarem o resultado para a classe. Para que a atividade fique mais interessante, voc pode ir, durante a apresentao dos grupos, fazendo perguntas sobre as obras apresentadas como: por que vocs acham que as letras do ttulo do livro so diferentes das letras do nome do autor? H diferena, tambm, no tamanho das letras? O que vocs acharam da ilustrao? Ela tem alguma relao com o ttulo da obra? Vocs j conheciam esse livro? Vocs gostariam de l-lo? Por qu? O que mais chamou a ateno na capa do livro?

Voc conhece os autores desses livros? Que informaes voc poderia passar aos colegas de classe sobre eles? Caso voc no os conhea, pea professora para que fale sobre eles. Depois procure na biblioteca de sua escola os livros. Leia-os. Com certeza voc vai gostar.

Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 6

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Lngua Portuguesa Leitura e Produo de Textos Narrativos Ficcionais

Aula 7

Leitura de Textos Narrativos Ficcionais

O rientaes para o professorAtividade 1 Solicite que leiam o texto, individual e silenciosamente. Em seguida, pea que contem a histria que leram. Fique atento reproduo oral que os alunos faro, grave as informaes que conseguiram apreender na primeira leitura que fizeram. Como o texto curto, passe-o no quadro de giz, a fim de que vocs possam marcar no prprio texto as palavras ou expresses que indicam se o narrador participa da histria como personagem, ou no. Faa essa atividade coletivamente, retomando, sempre, todos os conceitos que j foram vistos em aulas anteriores. Para a conversa sobre o texto, a fim de verificar se os alunos identificam o narrador do texto, voc pode propor questes como: Quem descobriu que a gansa punha ovos de ouro? ele quem conta a histria? Como possvel saber isso? Se em lugar de Apanhou o ovo, correu para casa, mostrou-o mulher.. ; tivssemos, Apanhei o ovo, corri para casa, mostrei-o minha mulher..., o narrador continuaria sendo o mesmo? Por qu? O que mudou?

Na aula 6, voc teve a oportunidade de ler um texto de Ziraldo, autor de muitas obras dirigidas ao pblico infantil como: O menino marrom, O menino Maluquinho, Flicts, O planeta lils, As anedotinhas do Bichinho da ma. Pde conversar com os colegas sobre autor e narrador. Alm disso, voc pde conversar tambm sobre dois outros autores: Ruth Rocha e Ana Maria Machado. Hoje, voc vai conhecer um outro autor: Esopo. Mas, antes, leia um dos muitos textos que ele escreveu. Talvez voc j tenha ouvido falar dele e poder contar o que sabe aos colegas.

Atividade 1Leia o texto.

A gansa de ovos de ouroEsopo Certa manh um fazendeiro descobriu que sua gansa tinha posto um ovo de ouro. Apanhou o ovo, correu para casa, mostrou-o mulher, dizendo: Veja! Estamos ricos! Levou o ovo ao mercado e vendeu-o por um bom preo. Na manh seguinte, a gansa tinha posto outro ovo de ouro, que o fazendeiro vendeu a melhor preo. E assim aconteceu durante muitos dias. Mas, quanto mais rico ficava o fazendeiro, mais dinheiro queria. E pensou: Se esta gansa ps ovos de ouro, dentro dela deve haver um tesouro! Matou a gansa e, por dentro, a gansa era igual a qualquer outra. Quem tudo quer tudo perde.

Converse com seus colegas Voc j sabe que autor diferente de narrador. Sabe tambm que quem conta a histria o narrador. Agora, voc j pode dizer quem conta a histria A gansa de ovos de ouro? Quem conta essa histria participa dela como personagem? Ou conta de fora o que se passa? Mostre aos colegas como voc descobriu as respostas para essas questes.

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Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 7

Atividade 2Voc pde perceber que os fatos ocorrem numa seqncia. Preencha o quadro observando a ordem dos fatos. O fazendeiro descobriu que sua gansa tinha posto um ovo; apanhouo e mostrou-o sua mulher, depois vendeu-o no mercado.

Atividade 2 Encaminhe a atividade de forma que os alunos possam observar que h no texto A gansa de ovos de ouro um conjunto de fatos. E que os fatos em uma narrativa tm uma motivao (causa) e sua ocorrncia desencadeia novos fatos (conseqncia). A esse conjunto de fatos articulados na histria damos o nome de enredo, que um dos elementos constitutivos do texto narrativo. Na prxima aula continuaremos a falar sobre esse assunto: enredo.

O fazendeiro resolveu matar a gansa porque achou que dentro dela havia um tesouro.

O fazendeiro descobriu que a gansa, depois de morta era igual a qualquer outra.

Voc j preencheu os quadros e, provavelmente, no encontrou dificuldade em faz-lo. Mas, voc pensou o porqu de os fatos terem seguido essa seqncia? Se o fazendeiro no tivesse descoberto que sua gansa botava ovos de ouro, ele teria ido ao mercado vend-los? Certa manh um fazendeiro descobriu que sua gansa tinha posto um ovo de ouro. Apanhou o ovo, correu para casa, mostrou-o mulher, dizendo: Veja! Estamos ricos! Levou o ovo ao mercado e vendeuo por um bom preo. Na manh seguinte, a gansa tinha posto outro ovo de ouro, que o fazendeiro vendeu a melhor preo. E assim aconteceu durante muitos dias. Mas, quanto mais rico ficava o fazendeiro, mais dinheiro queria. E pensou: Se esta gansa ps ovos de ouro, dentro dela deve haver um tesouro! Matou a gansa e, por dentro, a gansa era igual a qualquer outra.

O fazendeiro s pde levar o ovo e vend-lo, porque ele descobriu que a galinha botara um ovo de ouro.

E se a gansa no tivesse botado outro ovo de ouro, o fazendeiro teria voltado cidade para vend-lo?

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Lngua Portuguesa Leitura e Produo de Textos Narrativos Ficcionais

Aula 8

Leitura de Textos Narrativos Ficcionais

O rientaes para o professorAtividade 1 Divida a classe em grupos de, no mximo, 4 alunos (grupos muito grandes so pouco produtivos). Depois, solicite que leiam o texto. Aps a leitura, pea que resolvam as questes propostas. Durante o tempo em que os alunos estiverem trabalhando em grupo, percorra a classe, a fim de observar como eles tentam resolver as questes propostas. Se possvel, registre as estratgias utilizadas por eles: elas podem ser de grande utilidade para voc em outras aulas. Quando todos tiverem terminado, proponha a correo coletiva. No deixe nenhum aluno em atitude passiva; esses so os que mais precisam de auxlio. Deixe-os falar suas respostas, pergunte-lhes como chegaram a elas, qual foi o caminho percorrido.

Na aula 7, voc leu o texto A gansa de ovos de ouro, e pde conversar com os colegas sobre ele. Alm disso, voc teve a oportunidade de fazer uma atividade em que observou a seqncia dos fatos da histria. Ao conjunto de fatos articulados na histria damos o nome de enredo. Hoje, voc vai saber mais sobre o enredo. Descobrir como a relao de causa e conseqncia dos fatos narrados.

Atividade 1Leia o texto.

Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profisso coveiro era cavar. Mas, de repente, na distrao do ofcio que amava, percebeu que cavara demais. Tentou sair da cova e no conseguiu. Levantou o olhar para cima e viu que, sozinho, no conseguiria sair. Gritou. Ningum atendeu. Gritou mais forte. Ningum veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar, desistiu com a noite. Sentou-se no fundo da cova, desesperado. A noite chegou, subiu, fezse o silncio das horas tardias. Bateu o frio da madrugada, e, na noite escura, no se ouvia um som humano, embora o cemitrio estivesse cheio dos pipilos e coaxares naturais dos matos. S pouco depois da meia-noite que l vieram uns passos. Deitado no fundo da cova, o coveiro gritou. Os passos se aproximaram. Uma cabea bria apareceu l em cima, perguntou o que havia: O que que h? O coveiro ento gritou, desesperado: Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrvel Mas, coitado! condoeu-se o bbado Tem toda razo de estar com frio. Algum tirou a terra de cima de voc, meu pobre mortinho! E, pegando a p, encheu-a de terra e psse a cobri-lo cuidadosamente. Moral: Nos momentos graves preciso verificar muito bem para quem se apela.Millr Fernandes. Fbulas Fabulosas.

Aps a leitura do texto, rena-se com seus colegas de grupo e tente responder s perguntas.

O texto comea com a palavra ele, quem ele? Como voc sabe disso? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________

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Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 8

Qual era a profisso dele? Onde aparece essa informao no texto? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ Por que ele estava cavando? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ O que o autor pretende com a repetio de cavando, cavando, cavando? Seria diferente se ele usasse cavou muito? Por qu? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ De que forma o coveiro tentou solucionar seu problema? Onde aparece essa informao no texto? Ele conseguiu a resoluo? Por qu? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ Em quem o coveiro depositou suas esperanas? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ As expresses uns passos e uma cabea bria se referem a que ou a quem? _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________

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Atividade 2 Quando todos tiverem terminado, proponha a correo coletiva. No deixe nenhum aluno em atitude passiva; esses so os que mais precisam de auxlio. Deixe-os falar suas respostas, questione-lhes como chegaram a elas, qual foi o caminho percorridoApresenta o momento inicial que serve para orientar a leitura do texto. Essa orientao se refere situao em que os personagens esto envolvidos, ao lugar, ao tempo em que ocorrem os fatos. O momento da histria em que ocorre a transformao da situao inicial, ou seja, aparece na narrativa um elemento complicador. Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profisso coveiro era cavar. Mas, de repente, na distrao do ofcio que amava, percebeu que cavara demais.

Atividade 2Depois de ter lido e analisado o texto junto com seus colegas, tente, sozinho, completar o quadro abaixo. Ao complet-lo voc estar retomando o enredo da histria. Apresenta o momento inicial que serve para orientar a leitura do texto. Essa orientao se refere situao em que os personagens esto envolvidos, aos personagens, ao lugar, ao tempo em que ocorrem os fatos. O momento da histria em que ocorre a transformao da situao inicial, ou seja, aparece na narrativa um elemento complicador. Os momentos da histria em que se percebe o movimento para resolver a situao. 1 tentativa de resoluo do problema Gritou. Ningum atendeu. Gritou mais forte. Ningum veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar... 2 tentativa de resoluo do problema Ele foi cavando, cavando, cavando, pois sua profisso coveiro era cavar. Mas, de repente, na distrao do ofcio que amava, percebeu que cavara demais.

O personagem est habituado a cavar, pois essa sua profisso; no entanto, por distrao, acabou por cavar uma cova funda demais, da qual no consegue sair sozinho.

Os momentos da histria em que se percebe o movimento para resolver a situao.

1 tentativa de resoluo do problema Gritou. Ningum atendeu. Gritou mais forte. Ningum veio. Enrouqueceu de gritar, cansou de esbravejar... A primeira tentativa para resolver o conflito foi pedir por socorro, que aparece numa gradao do simples ato de gritar at esbravejar (que caracteriza o desespero do personagem). 2 tentativa de resoluo do problema O coveiro ento gritou, desesperado: Tire-me daqui, por favor. Estou com um frio terrvel! A segunda tentativa para resolver o conflito aparece a partir do momento em que o personagem ouve passos (passos identificam uma pessoa, mas no sabemos quem pode ser. Logo depois, temos mais informaes, que uma cabea bria (que tipo de ajuda uma pessoa que no est em suas melhores condies fsicas, poderia dar ao personagem?). Aqui, j temos indcios de que o personagem pode no ter a ajuda de que necessita.

Resoluo do problema

Novamente, voc e seus colegas vo conversar sobre o que cada um fez na atividade. No se esquea de expor suas opinies, tirar dvidas, ouvir o que os colegas tm a dizer, conferir o quadro ao final da conversa.

No se esquea!Enredo o conjunto de fatos de uma histria. Cada fato da histria tem uma motivao (causa), nunca toa e sua ocorrncia desencadeia novos fatos (conseqncia). Para se entender a organizao dos fatos no enredo no basta perceber que toda histria tem comeo, meio e fim; preciso compreender o elemento estruturador: o conflito. Conflito qualquer componente (novo fato) da histria que se ope a outro criando uma tenso que organiza os fatos da histria e prende a ateno do leitor. O conflito, via de regra, determina as partes do enredo. Se o coveiro, apesar de ter cavado muito, conseguisse sair sozinho da cova, no haveria um problema a ser resolvido e, sendo assim, no haveria conflito.

Resoluo do problema.

Mas, coitado! condoeuse o bbado Tem toda razo de estar com frio. Algum tirou a terra de cima de voc, meu pobre mortinho! E, pegando a p, encheu-a de terra e ps-se a cobri-lo cuidadosamente. Embora o personagem no consiga sair da cova, o problema resolvido com a atitude do bbado de cobrir o mortinho.

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Atividades de Apoio Aprendizagem 3 de Lngua Portuguesa Unidade 1 Aula 8

Unidade

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Leitura e Produo de Textos Narrativos Ficcionais

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Aula 1

Leitura e Produo de Textos Narrativos Ficcionais

Voc, com certeza, j leu muitas histrias. Delas guardou na memria a imagem de muitos personagens. Mas por que alguns personagens ficam to marcados em nossa memria? O que eles tm que prendem tanto a nossa ateno? Voc se lembra do nome de um personagem que ficou marcado na sua memria? O que ele tinha que o atraiu tanto? Fale sobre ele para os colegas. Hoje voc vai ler uma histria muito interessante. Conversar com seus colegas sobre ela. Ter a oportunidade de falar sobre todos os elementos da narrativa ficcional. Mas, principalmente, falar sobre personagens.

O rientaes para o professorAntes de iniciar a aula, importante que voc observe a predisposio dos alunos para o encaminhamento proposto na atividade. s vezes, a estratgia sugerida para determinada atividade adequada e eficiente para o incio do perodo escolar, mas ineficiente para o momento em que os alunos voltam do intervalo, por exemplo. Sinta-se vontade para usar outra estratgia, caso perceba que os alunos esto desestimulados. Incentive os alunos a falarem sobre os personagens que marcaram suas vidas. Se possvel, registre o nome e as justificativas para o fato de terem guardado esses personagens na memria. Nesse momento, deixe que falem de quaisquer personagens: dos desenhos animados, dos filmes, dos livros, das revistas em quadrinhos etc.. O mais importante que voc v, junto com eles, levantando caractersticas desses personagens. Depois dessa conversa inicial, explique-lhes o porqu de estarem conversando sobre personagens conhecidos. importante que eles saibam que essa conversa tem relao com o que faro na aula. Atividade 1 q Solicite que leiam, individual e silenciosamente, o texto. q Pea para que comentem o que acharam do texto, de que personagem mais gostaram, por qu... Atividade 2 Pea a um aluno para ler o texto em voz alta antes de comearem a fazer as atividades. q Aps a leitura, divida a classe em grupos de, no mximo, quatro alunos (grupos muito grandes no so muito produtivos).q q

Atividade 1Leia o texto.

Nariz em pClaudinha foi morar na rua das Palmeiras, naquela semana, e logo procurou tornar-se amiguinha de toda crianada. Com as meninas foi fcil, mas com os meninos... Numa sexta-feira, os garotos jogavam bolinhas de gude, num canto da rua. Claudinha apareceu como quem no queria nada, de saia vermelha e blusa da mesma cor e, na cabea, um lao de fita. De mos na cintura, apreciava a brincadeira. A cada gude dos garotos, ia ficando cada vez mais com vontade de participar do jogo. A vontade era tanta, que ela no agentou. Tomou coragem e pediu para entrar. Ah, Claudinha, no pode no disse Rodrigo , voc no tem bolinhas para colocar na roda! Quem disse que eu no tenho? falou a menina batendo o p. L em casa tem uma sacola cheinha! Claudinha correu em casa e, logo depois, voltou com um monte de bolinhas de vidro. Daquelas bonitas, gradas e coloridas. E agora? Posso jogar? Mas voc usa lao de fita falou Andr com pouco caso. Eu nunca vi um jogador de bolinhas de gude com lao de fita! Sem pensar um s segundo, Claudinha tirou dos cabelos o lao. Posso jogar agora? Poderia se voc no usasse saia falou Dudu com enorme cara de deboche. Claudinha virou as costas e rumou para casa. Os meninos pensaram, ento, que finalmente a tinham vencido. Mas enganaram-se redondamente. Minutos depois ela voltou usando sabe o qu? ... Calas compridas! Rodrigo, Andr e Dudu ficaram admirados com a teimosia da menina. Ela queria porque queria entrar na brincadeira. Puxa! exclamou Rodrigo. Voc no desiste mesmo, heim?

No incio, deixe que os alunos tentem, sozinhos, preencher o quadro. Fique atento apenas s estratgias usadas por eles no sentido de resolver o que foi proposto. possvel que determinado grupo volte ao texto, releia-o, procure no discurso do narrador as caractersticas; alm disso, provvel que, nesse momento, os alunos busquem apenas as caractersticas fsicas dos personagens, aquelas que esto na superfcie do texto como ...ele era alto e magro..., ou ... ela tinha sardas no rosto.... Em geral, eles ainda no tm clareza de que o personagem se constri ao longo do texto, de que preciso, durante o processo de

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leitura, ir depreendendo essa construo que pode estar presente no discurso do narrador, na fala do personagem...q

Depois que os alunos terminarem de preencher o quadro, confira coletivamente o que fizeram. No se preocupe se eles no conseguirem apreender todas as informaes nessa atividade, pois o exerccio ser retomado na aula seguinte.

Quanto caracterizao dos personagens, importante que os alunos percebam como cada um deles. Claudinha: modo de se vestir (3 pargrafo); atrao pelo jogo de bolinhas de gude; persistente, teimosa, corajosa... Andr, Dudu e Rodrigo: possvel caracterizar os trs de uma s vez, pois constituem um grupo (dos bolinhas) em que menina no entra. Eles so amigos, teimosos; percebe-se o constrangimento que os meninos tm em impedir que Claudinha entre no jogo; por isso, vrias desculpas (a falta de bolinhas de gude, a roupa) so inventadas.

Nunca vi uma menina de nariz mais em p. Eu sou mesmo. No vou desistir. Mas, desta vez, garota, pode ir tirando o seu cavalinho da chuva! falou Andr. Por qu? Porque ns no vamos deixar voc brincar com a gente afirmou Dudu. No entendo por qu. Tenho as bolinhas, j tirei o lao de fita dos meus cabelos e at troquei a saia, que era to bonitinha. Depois de um curto silncio, os meninos responderam: No pode jogar, porque voc menina!

Converse com seus colegasO que voc achou da histria? Que personagem mais chamou sua ateno? Por qu? Se voc estivesse no lugar do Dudu, agiria da mesma forma? Por qu?

Atividade 2Rena-se com seus colegas de grupo e tente preencher o quadro abaixo observando as caractersticas de cada personagem.

Antes de comear a tarefa, no se esquea de que...o personagem um ser inventado pelo autor. E que a imagem do personagem construda a partir das suas caractersticas, que podem dizer respeito a sua aparncia fsica, ao seu modo de ser e de agir. Lembre, tambm, que essas caractersticas podem aparecer nas falas dos personagens.

NOME DO PERSONAGEM Claudinha

CARACTERSTICAS DO PERSONAGEM

Rodrigo

Andr

Dudu

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Lngua Portuguesa Leitura e Produo de Textos Narrativos Ficcionais

Aula 2

Leitura e Produo de Textos Narrativos Ficcionais

O rientaes para o professorNa aula 1, voc e seus colegas leram e conversaram sobre o texto Nariz em p. Hoje vamos falar um pouco mais sobre esse texto. Ao final desta aula, volte aula 1 e confira o quadro que voc preencheu na atividade 2. COMO IDENTIFICAR A FALA DOS PERSONAGENS? POR MEIO DA FALA DELES, POSSVEL IDENTIFICAR SUAS CARACTERSTICAS? COMO? Antes de iniciar as atividades, pea a um aluno para ler o texto da aula 1, em voz alta. Se houve, por algum motivo, um intervalo grande entre as aulas, alm da leitura, importante que se comente rapidamente o texto. Atividade 1 Todas as questes propostas na atividade pretendem levar os alunos a identificarem a fala do narrador e as falas dos personagens. Mas, para que essa reflexo seja possvel, necessrio que voc instigue os alunos a falarem o que pensam sobre o assunto. Se as questes propostas no forem suficientes, proponha outras, orientando-se, evidentemente, pelas hipteses, dvidas apresentadas pelos alunos. Em geral, no fcil para o aluno perceber que num texto h falas dentro de outras falas. Por isso importante que voc tenha a sensibilidade para perceber qual exatamente a dificuldade, em que ponto a compreenso do que significa discurso direto acontece para o aluno. A fim de que os alunos possam compreender melhor o discurso direto, aconselhvel que voc retome alguns aspectos do texto narrativo como: (...) De mos na cintura, apreciava a brincadeira. A cada gude dos garotos, ia ficando cada vez mais com vontade de participar do jogo. A vontade era tanta, que ela no agentou. Tomou coragem e pediu para entrar. Ah, Claudinha, no pode no disse Rodrigo voc no tem bolinhas para colocar na roda! Quem disse que eu no tenho? falou a menina batendo o p. L em casa tem uma sacola cheinha! Quem fala a frase: De mos na cintura, apreciava a brincadeira. A cada gude dos garotos, ia ficando cada vez mais com vontade de participar do jogo. A vontade era tanta, que ela no agentou. E a frase Tomou coragem e pediu para entrar.? 0 As duas frases so ditas pelo narrador; no caso, um narrador-observador, aquele que conta a histria, mas no participa dela como personagem. Voc pode pedir aos alunos que identifiquem no texto palavras ou expresses que comprovem essa afirmao. No texto, voc encontrou o trecho que reproduz a fala de Claudinha pedindo para entrar no jogo? Solicite a um aluno que grife no texto o trechoAtividades d