LORI/LEGION MEDIA Ursos brancos, mercado negro · Ursos brancos, mercado negro MARGARITA...

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P.3 QUARTA-FEIRA, 27 DE JUNHO DE 2012 O melhor da gazetarussa.com.br Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Mainichi Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais PRODUZIDO POR RUSSIA BEYOND THE HEADLINES www.rbth.ru A Rússia finalizou a insta- lação de um novo radar, o Voronej-M, nos arredores da cidade siberiana de Ussólie- Sibírskoe. A aparelhagem é parte do sistema nacional de alerta de mísseis e é a quar- ta instalada pela Rússia nos últimos anos. Agregados a radares em ou- tras regiões russas, bem como na Bielorrússia, Azerbaijão e Cazaquistão, eles formarão Defesa Aparato vai cobrir seis mil quilômetros Todos os lançamentos de mísseis dentro da área de cobertura passam a ser detectados pelos satélites do sistema de vigilância. um arco de alerta de mísseis. O Exército não esconde que a novidade é a reação aos pla- nos dos EUA e Otan de criar um escudo de defesa antimís- sil na Europa. “O novo aparato faz parte do sistema de dissuasão nu- clear russo. É um sinal para que os EUA e a Otan repen- sem suas ações”, afirma o comandante da Defesa Ae- roespacial russa, Oleg Ostápenko. Segundo o general, o país não instalará novos radares no exterior “A ex- periência de atritos envolvendo os radares Raio da pri- meira fase cobre Japão, China, Co- reias do Sul e do Norte, Vietnã, Indo- china e parte da Índia. Fa- se seguinte terá Pacífico norte e cen- tral e costa dos EUA Confira ima- gens dos ur- sos polares da Ilha de Vrânguel: www.gazeta- russa.com. br/14147 VÍKTOR LITÓVKIN ESPECIAL PARA GAZETA RUSSA Mesmo durante o congestio- namento pesado das 9 da manhã, a moscovita Tatiana Gladicheva leva apenas cinco minutos para chegar ao tra- balho. Depois do serviço, ela vai caminhando pelo bosque para tomar um pouco de ar fresco. E isso considerando que seu apartamento está bem no centro da cidade. Migração Executivos moscovitas deixam a capital Mão de obra e aluguéis mais baratos atraem empresas, enquanto funcionários sonham com vida calma, sem trânsito, e casa própria. É fácil explicar por que a vida de Gladicheva é tão prá- tica. Embora seja natural de Moscou, ela não vive mais ali. Em 2009, a empresa onde tra- balha, a Fábrica de Doces Bol- chevique, foi transferida para Sobinka, na unidade federa- tiva de Vladímir, 160 quilô- metros a leste de Moscou. A jovem, que é gerente de pro- dução, mudou-se junto. “Imagine só poder sair de casa no verão, comer um chur- rasco e se encher de alegria com canteiros de flores. E Vla- dímir possui ainda todas as facilidades de uma cidade grande: salas de cinema, te- Empresas privadas redescobrem interior do país MARIA PORTNYAGINA, OLGA FILINA OGONIOK CONTINUA NA PÁGINA 3 CONTINUA NA PÁGINA 4 CONTINUA NA PÁGINA 3 Aquecimento Aquecimento global no fim? global no fim? Apesar das previ- sões catastróficas do IPCC, grupo de cientistas russos nega o efeito e diz que Terra resfria. P.4 CALENDÁRIO CULTURA E NEGÓCIOS EVGUÊNI KÍSSIN 27 DE JUNHO, QUA., TEATRO CULTURA ARTÍSTICA, SÃO PAULO Em tour pela América Latina, o pianista rus- so Evguêni Kíssin se apresenta em São Pau- lo. Com extensa discografia premiada com o Grammy e o Diapason d’Or, Kíssin é doutor honoris causa pela Manhattan School of Mu- sic, membro honorário da Royal Academy of Music de Londres, e detentor do Prêmio Shos- takovich, uma das mais elevadas comendas musicais concedidas pelo governo da Rússia. www.culturaartistica.com.br COLLECTION PREMIERE MOSCOW 2012 - INTERNATIONAL FASHION TRADE SHOW DE 5 A 8 DE SETEMBRO, EXPOCENTRE, MOSCOU-RÚSSIA O evento internacional reúne fabricantes, reven- dedores e compradores de roupas femininas, masculinas e infantis, lingeries, acessórios, mo- da praia e juvenil do mundo inteiro. A exibição é essencial para quem quer ingressar no merca- do russo de moda, assim como no Leste Euro- peu e países da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), reunindo também representan- tes europeus e asiáticos. www.cpm-moscow.ru Sibéria inagura super radar Risco de extinção Com documentos ilegais comprados de canadenses, russos exportam peles dos animais Organizações de defesa do meio ambiente mundiais apelam a presidente russo para que proteja espécies em risco de extinção. O Ifaw (do inglês Fundo In- ternacional para a Proteção de Animais), o NRDC (Con- Ursos brancos, mercado negro MARGARITA KAZÁNTSEVA IZVÉSTIA são vitimados pela caça ile- gal anualmente. De acordo com ambientalistas, o núme- ro de ursos polares será re- duzido a um terço do atual nos próximos 40 anos. Os grupos pedem ao presidente uma regulamentação rigoro- sa em relação à proibição Em evento paralelo, russo de- fende par- ceria com Brasil em energia selho de Defesa dos Recur- sos Naturais) e o HSI (Human Society International) pedi- ram ao presidente russo Vla- dímir Pútin que apresente uma proposta para incluir os ursos polares no “Primeiro Anexo da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Silvestres Ameaçadas de Ex- tinção” (Cites, na sigla em inglês). “Enviamos uma carta ao presidente da Rússia, ao novo ministro dos Recursos Na- turais e ao Serviço Federal de Vigilância da Natureza da Rússia, mas ainda não rece- bemos a resposta”, diz a di- retora de projetos da Ifaw, Mila Danílova. Apesar de a Rússia ter proi- bido a caça a ursos polares há mais de 50 anos, circulam pela internet vários anúncios de venda de peles, patas, pre- sas e garras desses animais, bem como de serviços de cur- timento de peles e até de emis- são de documentos legalizan- do os produtos. Mais de 300 ursos polares NOTAS Na próxima quinta-feira (28), às 18h30, Angelo Segrillo profere no auditório do departamento de História da USP pales- tra de lançamento do livro “Os Russos”, que sai neste mês pela editora Contexto. “Ao contrário de outros livros meus, este é menos acadêmico, trata dos russos em si, como povo, sua formação histórica”, disse Segrillo à Gazeta Russa. “Mas tem também o choque cultural e coisas peculiares como o nado em águas geladas no inverno.” Marina Darmaros Novas traduções diretas do russo marcam o mês de junho. Pela editora Contexto sai “O método formal nos estudos literários”, de Pável Medvedev, enquanto a Iluminu- ras publica pela primeira vez o livro de Vsévolod Meyerhold “Do Teatro”. (MD) Professor da USP lança livro sobre povo russo Novas traduções diretas A consultoria Mercer lançou, no último dia 12, sua pesquisa anual das cidades mais caras do mundo para expatriados. O ob- jetivo do estudo é auxiliar empresas mul- tinacionais a calcular os gastos de seus funcionários no exterior. Tóquio lidera o ranking, seguida por Lu- anda (Angola), Osaka (Japão), Moscou e Genebra (Suíça). São Paulo vem em 12°, seguida por Rio de Janeiro. Já Brasília, em 33°, empata com Nova York. A Rússia traz ainda São Petersburgo em 28° lugar. A pesquisa calculou os preços de mais de 200 produtos e serviços, incluindo aluguel, alimentação e combustível, em 214 países. A cidade mais barata segundo o estudo é Karachi (Paquistão), onde o custo de vida do expatriado é um terço do de Tóquio. Maria Azálina Moscou é a 4° cidade mais cara do mundo LEIA NO SITE Sharapova levará bandeira nas Olimpíadas de Londres WWW.GAZETARUSSA.COM.BR/14658 atros, cafés, restaurantes e casas noturnas”, conta. Com suas qualificações pro- fissionais, Gladicheva pode- ria ter permanecido em Mos- cou e conseguido emprego em outra companhia, mas resol- veu optar por um novo tipo de vida. Onda migratória Gladicheva não é exceção entre os funcionários que deixaram a capital. Em 2006, de acordo com pesqui- sas do portal de recursos humanos Superjob.ru, Slide Show em: www.gazetarussa.com.br/14147 GETTY IMAGES/FOTOBANK BEZRUKOV&BASHNAEVA LORI/LEGION MEDIA VIKTOR LITOVKIN Rio+20 tem bilateralismo

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QUARTA-FEIRA, 27 DE JUNHO DE 2012

O melhor da gazetarussa.com.br

Publicado e distribuído com The New York Times (EUA), The Washington Post (EUA), The Daily Telegraph (Reino Unido), Le Figaro (França), La Repubblica (Itália), El País (Espanha), Folha de S.Paulo (Brasil), The Economic Times (Índia), La Nacion (Argentina), Süddeutsche Zeitung (Alemanha), The Mainichi Shimbun (Japão) e outros grandes diários internacionais

PRODUZIDO PORRUSSIA BEYONDTHE HEADLINESwww.rbth.ru

A Rússia fi nalizou a insta-lação de um novo radar, o Voronej-M, nos arredores da cidade siberiana de Ussólie-Sibírskoe. A aparelhagem é parte do sistema nacional de alerta de mísseis e é a quar-ta instalada pela Rússia nos últimos anos.

Agregados a radares em ou-tras regiões russas, bem como na Bielorrússia, Azerbaijão e Cazaquistão, eles formarão

Defesa Aparato vai cobrir seis mil quilômetros

Todos os lançamentos de mísseis dentro da área de cobertura passam a ser detectados pelos satélites do sistema de vigilância.

um arco de alerta de mísseis. O Exército não esconde que a novidade é a reação aos pla-nos dos EUA e Otan de criar um escudo de defesa antimís-sil na Europa.

“O novo aparato faz parte do sistema de dissuasão nu-clear russo. É um sinal para que os EUA e a Otan repen-sem suas ações”, afirma o comandante da Defesa Ae-roespacial russa, Oleg Ostápenko.

Segundo o general, o país n ã o i n s t a l a r á n o v o s radares no exterior “A ex-p e r i ê n c i a d e a t r i t o s envolvendo os radares

Raio da pri-meira fase cobre Japão, China, Co-reias do Sul e do Norte, Vietnã, Indo-china e parte da Índia. Fa-se seguinte terá Pacífico norte e cen-tral e costa dos EUA

Confira ima-gens dos ur-sos polares da Ilha de Vrânguel: www.gazeta-russa.com.br/14147

VÍKTOR LITÓVKINESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

Mesmo durante o congestio-namento pesado das 9 da manhã, a moscovita Tatiana Gladicheva leva apenas cinco minutos para chegar ao tra-balho. Depois do serviço, ela vai caminhando pelo bosque para tomar um pouco de ar fresco. E isso considerando que seu apartamento está bem no centro da cidade.

Migração Executivos moscovitas deixam a capital

Mão de obra e aluguéis mais baratos atraem empresas, enquanto funcionários sonham com vida calma, sem trânsito, e casa própria.

É fácil explicar por que a vida de Gladicheva é tão prá-tica. Embora seja natural de Moscou, ela não vive mais ali. Em 2009, a empresa onde tra-balha, a Fábrica de Doces Bol-chevique, foi transferida para Sobinka, na unidade federa-tiva de Vladímir, 160 quilô-metros a leste de Moscou. A jovem, que é gerente de pro-dução, mudou-se junto.

“Imagine só poder sair de casa no verão, comer um chur-rasco e se encher de alegria com canteiros de fl ores. E Vla-dímir possui ainda todas as facilidades de uma cidade grande: salas de cinema, te-

Empresas privadas redescobrem interior do país

MARIA PORTNYAGINA, OLGA FILINAOGONIOK

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Aquecimento Aquecimento global no fim?global no fim?Apesar das previ-sões catastróficas do IPCC, grupo de cientistas russos nega o efeito e diz que Terra resfria.

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CALENDÁRIO CULTURA E NEGÓCIOSEVGUÊNI KÍSSIN 27 DE JUNHO, QUA., TEATRO CULTURA ARTÍSTICA, SÃO PAULOEm tour pela América Latina, o pianista rus-so Evguêni Kíssin se apresenta em São Pau-lo. Com extensa discografia premiada com o Grammy e o Diapason d’Or, Kíssin é doutor honoris causa pela Manhattan School of Mu-sic, membro honorário da Royal Academy of Music de Londres, e detentor do Prêmio Shos-takovich, uma das mais elevadas comendas musicais concedidas pelo governo da Rússia.

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COLLECTION PREMIERE MOSCOW 2012 - INTERNATIONAL FASHION TRADE SHOW DE 5 A 8 DE SETEMBRO, EXPOCENTRE, MOSCOU-RÚSSIAO evento internacional reúne fabricantes, reven-dedores e compradores de roupas femininas, masculinas e infantis, lingeries, acessórios, mo-da praia e juvenil do mundo inteiro. A exibição é essencial para quem quer ingressar no merca-do russo de moda, assim como no Leste Euro-peu e países da CEI (Comunidade dos Estados Independentes), reunindo também representan-tes europeus e asiáticos.www.cpm-moscow.ru

Sibéria inagura super radar

Risco de extinção Com documentos ilegais comprados de canadenses, russos exportam peles dos animais

Organizações de defesa do meio ambiente mundiais apelam a presidente russo para que proteja espécies em risco de extinção.

O Ifaw (do inglês Fundo In-ternacional para a Proteção de Animais), o NRDC (Con-

Ursos brancos, mercado negro

MARGARITA KAZÁNTSEVAIZVÉSTIA

são vitimados pela caça ile-gal anualmente. De acordo com ambientalistas, o núme-ro de ursos polares será re-duzido a um terço do atual nos próximos 40 anos. Os grupos pedem ao presidente uma regulamentação rigoro-sa em relação à proibição

Em evento paralelo, russo de-fende par-ceria com Brasil em energia

selho de Defesa dos Recur-sos Naturais) e o HSI (Human Society International) pedi-ram ao presidente russo Vla-dímir Pútin que apresente uma proposta para incluir os ursos polares no “Primeiro Anexo da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies da Fauna e Flora Silvestres Ameaçadas de Ex-

tinção” (Cites, na sigla em inglês).

“Enviamos uma carta ao presidente da Rússia, ao novo ministro dos Recursos Na-turais e ao Serviço Federal de Vigilância da Natureza da Rússia, mas ainda não rece-bemos a resposta”, diz a di-retora de projetos da Ifaw, Mila Danílova.

Apesar de a Rússia ter proi-bido a caça a ursos polares há mais de 50 anos, circulam pela internet vários anúncios de venda de peles, patas, pre-sas e garras desses animais, bem como de serviços de cur-timento de peles e até de emis-são de documentos legalizan-do os produtos.

Mais de 300 ursos polares

NOTAS

Na próxima quinta-feira (28), às 18h30, Angelo Segrillo profere no auditório do departamento de História da USP pales-tra de lançamento do livro “Os Russos”, que sai neste mês pela editora Contexto.

“Ao contrário de outros livros meus, este é menos acadêmico, trata dos russos em si, como povo, sua formação histórica”, disse Segrillo à Gazeta Russa. “Mas tem também o choque cultural e coisas peculiares como o nado em águas geladas no inverno.”

Marina Darmaros

Novas traduções diretas do russo marcam o mês de junho. Pela editora Contexto sai “O método formal nos estudos literários”, de Pável Medvedev, enquanto a Iluminu-ras publica pela primeira vez o livro de Vsévolod Meyerhold “Do Teatro”.

(MD)

Professor da USP lança livro sobre povo russo

Novas traduções diretas

A consultoria Mercer lançou, no último dia 12, sua pesquisa anual das cidades mais caras do mundo para expatriados. O ob-jetivo do estudo é auxiliar empresas mul-tinacionais a calcular os gastos de seus funcionários no exterior.

Tóquio lidera o ranking, seguida por Lu-anda (Angola), Osaka (Japão), Moscou e Genebra (Suíça). São Paulo vem em 12°, seguida por Rio de Janeiro. Já Brasília, em 33°, empata com Nova York. A Rússia traz ainda São Petersburgo em 28° lugar.

A pesquisa calculou os preços de mais de 200 produtos e serviços, incluindo aluguel, alimentação e combustível, em 214 países. A cidade mais barata segundo o estudo é Karachi (Paquistão), onde o custo de vida do expatriado é um terço do de Tóquio.

Maria Azálina

Moscou é a 4° cidade mais cara do mundo

LEIA NO SITE

Sharapova levará bandeira nas Olimpíadas de Londres

WWW.GAZETARUSSA.COM.BR/14658

atros, cafés, restaurantes e casas noturnas”, conta.

Com suas qualifi cações pro-fi ssionais, Gladicheva pode-ria ter permanecido em Mos-cou e conseguido emprego em outra companhia, mas resol-veu optar por um novo tipo de vida.

Onda migratóriaGladicheva não é exceção entre os funcionários que deixaram a capital. Em 2006, de acordo com pesqui-sas do portal de recursos humanos Super job.r u,

Slide Show em: www.gazetarussa.com.br/14147

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Rio+20 tem bilateralismo

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GAZETA RUSSAWWW.GAZETARUSSA.COM.BROpinião

EXPEDIENTEPRESIDENTE DO CONSELHO: ALEKSANDR GORBENKO (ROSSIYSKAYA GAZETA);DIRETOR-GERAL: PÁVEL NEGÓITSA (RG); EDITOR-CHEFE: VLADISLAV FRÓNIN (RG)ENDEREÇO DA SEDE: RUA PRAVDY, 24, BLOCO 4, 12º ANDAR, MOSCOU, RÚSSIA - 125993 WWW.RBTH.RU E-MAIL: [email protected] TEL.: +7 (495) 775 3114 FAX: +7 (495) 775 3114EDITOR-CHEFE: EVGUÊNI ABOV; EDITOR-CHEFE EXECUTIVO: PÁVEL GOLUB;

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ESCREVAPARA A REDAÇÃO DA

GAZETA RUSSA EM PORTUGUÊS:

[email protected]

Depois de denúncias sobre as mortes de mais de cem civis, incluindo crianças,

na cidade de Hula, na Síria, os principais países ociden-tais expulsaram de seus ter-ritórios diplomatas sírios. Já o enviado da ONU ao país, Kofi Annan, continua ten-tando convencer Bashar Assad a aceitar o plano de paz da organização.

Quantas pessoas devem morrer para a comunidade internacional começar a pressionar Bashar Assad? Aparentemente 10 mil – a estimativa mínima – ainda é pouco. Quando Rússia e China aderiram à declara-ção do Conselho da Segu-rança da ONU que conde-nava o massacre em Hula, o clima de agitação tomou po-líticos, diplomatas e jorna-listas. “Moscou se afasta do apoio incondicional ao regi-me de Assad”, lia-se nas manchetes de jornais.

Mas, mesmo sem provas, as autoridades russas con-tinuam insistindo que ape-nas poucas pessoas morre-ram em Hula pelas mãos de integrantes das forças go-vernamentais e que os ou-tros foram assassinados por “terroristas”. Reformulo, então, minha pergunta: Qual é o número aceitável de civis mortos após o bombardeio pela artilharia?

O governo russo repete as ideias propostas pelo regi-me de Assad e mitiga as pro-vas dos habitantes de Hula sobre o ataque de “shabihas”, paramilitares sob as ordens de Assad para intimidar os opositores sírios.

O recém-eleito presi-dente francês Fran-çois Hollande diz ser “inadmissível

permitir que o regime de Assad mate seu próprio povo”. Mas os próprios eu-ropeus têm a intenção de “matar o povo sírio”, vide de-clarações do ministro da De-fesa belga de que seu país está pronto a intervir mili-tarmente em Damasco. Paris também deu a entender que participaria de uma ação do gênero.

Depois da tragédia na al-deia síria de Hula, a Rússia pediu várias vezes para que fosse realizada uma investi-gação independente de modo a identifi car os culpados. No entanto, os países ocidentais tiraram conclusões baseadas apenas na oposição síria, que acusa o regime de Damasco pelo massacre. Muitos paí-ses europeus expulsaram os embaixadores sírios, embo-ra esses diplomatas não te-nham feito nada fora do âm-bito de sua profi ssão.

A má vontade latente dos adversários de Assad na Eu-ropa em aguardar os resul-tados da investigação e a pressa em expulsar os diplo-matas sírios cheiram a con-luio. A resposta bem coorde-nada do Ocidente e o surgi-mento do esquecido “Grupo de Amigos da Síria” dizem muito.

Depois de dois dias de con-versações em Damasco, o ex-presidente da ONU Kofi Annan, enviado especial da ONU-Liga Árabe, pediu no-vamente que as partes po-nham fi m à violência. No en-tanto, os clamores parecem

Na última década, Bra-sil e Rússia (além de China e Índia) pas-saram da periferia

para o centro do sistema fi -nanceiro global, que tem no G-20 sua instância política e d e g o v e r n a n ç a m a i s representativa.

O G-7 (EUA, Alemanha, Reino Unido, Canadá, Japão, França e Itália) perdeu peso relativo, sobretudo no pós-cri-se fi nanceira de 2008, por não incluir a segunda maior eco-nomia (China), tampouco a sexta (Brasil), nona (Rússia) e décima (Índia).

Segundo a consultoria Pri-cewaterhouseCoopers, o G-7 vai ser ultrapassado pelo E-7 (BRIC + México, Indonésia e Turquia) em 2032.Não se tra-tou de vitória diplomática dos emergentes ou concessão dos industrializados, mas pura constatação dos fatos.

O crítico literário brasilei-ro Roberto Schwarz publicou, em 1990, o talvez melhor es-tudo crítico sobre a obra de Machado de Assis, intitulado “Um mestre na periferia do capitalismo”. Essa ideia de pe-riferia vem da Teoria da De-pendência, concebida por in-telectuais latino-americanos nos anos 1960, entre os quais o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, para ex-plicar a inserção do subcon-tinente no capitalismo global.

Não é nenhuma novi-dade que a Rússia precisa aderir ao crescimento econô-

mico da Ásia e começar uma nova fase de desenvolvimen-to da Sibéria, com destaque para as regiões subdesenvol-vidas além do lago Baikal.

A locomotiva asiática já é aproveitada pelos EUA, que encontraram na região novas fontes de crescimento. Paí-ses desenvolvidos da Europa fazem a mesma coisa. Só a Rússia parece fi car de bra-ços cruzados, numa espécie de prazer masoquista peran-te o despovoamento da Si-béria e o receio de maior pro-ximidade com a China.

O porquê de a Rússia agir dessa maneira tem raízes his-tóricas. No século 20, a ex-ploração da Sibéria e do Ex-tremo Oriente russo foi um processo marcado por méto-dos socialistas autoritários. Após a queda do comunis-mo, o impacto foi especial-mente doloroso para a região.

A isso também se sobre-põe a incapacidade da elite russa, seja de direita ou de esquerda, de abandonar o já antiquado modelo eurocên-trico e avaliar adequadamen-

DOIS CENÁRIOS PARA A SÍRIA

DA PERIFERIA PARA O CENTRO DO MUNDO

RÚSSIA PEGA CARONA NO TRANSIBERIANO

Konstantin von Eggert

ANALISTA POLÍTICO

Evguêni Chestakov

ANALISTA POLÍTICO

Carlos Serapião

ECONOMISTA

Serguêi Karaganov

ANALISTA POLÍTICO

25.416 (Portugal), 32.230 (Es-panha), 40.464 (Irlanda), 31.954 (Itália) e 28.408 (Grécia). Po-bres relativamente à Europa continuamos nós e as demais sociedades dos BRIC. Os Piigs são ricos endividados, enquan-to os BRIC são países em de-senvolvimento com as contas em ordem.

E, neste primeiro semestre de 2012, os investidores inter-nacionais fi caram reticentes quanto aos BRIC. As taxas de crescimento na China têm sido as mais baixas desde 2004. A Índia poderá ser rebaixada pelas principais agências de risco de crédito. O Brasil de-verá crescer menos de 3% já pelo segundo ano consecuti-vo. E a Rússia continua muito dependente da variação dos preços do petróleo para se manter crescendo.

Para demonstrar que o bri-lho dos BRIC não terá sido apenas temporário, entre 2007 e 2010, o que contribuiu para amenizar os efeitos recessivos da crise fi nanceira de 2008, seus governos e sociedades têm uma enorme e diferen-ciada agenda de trabalho pela frente. Essa passagem “da pe-riferia para o centro” é uma mudança de paradigma, mas não se trata de ponto de che-gada ou de uma estável zona de conforto.

Carlos Serapião mora em Moscou e é diretor da B2U Trading. For-mou-se no Instituto Rio Branco e tem mestrado em finanças pela École Nationale des Ponts et Chaussées.

Nos anos 1990, vivi sete anos no exterior. Na década seguin-te, quatro. E sigo fora, em Moscou. Pude testemunhar a ascensão internacional do Brasil, sobretudo com o pre-sidente Lula e no pós-crise de 2008.

Nunca poderia imaginar que o Brasil viesse a ser con-siderado “cachorro grande”

no tabuleiro global, o que efe-tivamente aconteceu no uni-verso dos fluxos de investi-mento (no comércio ainda não, pois continuamos com 1% do comércio mundial).

O que diria Machado hoje, se visse o Brasil com o sexto PIB do mundo e com perspec-tivas reais de galgar ainda me-lhores posições no primeiro quarto deste século? Mas não nos deixemos iludir: os BRIC seguem sendo sociedades re-lativamente pobres, se com-paradas aos países do primei-ro mundo. E com imensos de-safi os em produtividade e qua-lidade de vida.

Em 2010, segundo o Banco Mundial, o PIB per capita da UE foi de US$ 31.745, enquan-to o do Brasil, US$ 11.210; Rússia, US$ 19.890; China, US$ 7.599; e Índia, US$ 3.425! No caso dos Piigs, foi de US$

AS MATÉRIAS PUBLICADAS NA SEÇÃO “OPINIÃO” EXPÕEM OS PONTOS DE VISTA DOS AUTORES, E NÃO NECESSARIAMENTE REPRESENTAM A POSIÇÃO EDITORIAL DA GAZETA RUSSA OU DA ROSSIYSKAYA GAZETA

ATÉ QUE A INTERVENÇÃO NOS SEPARE?

GUILHOTINA NÃO TRATA DOR DE CABEÇA

A Rússia divulga notícias sobre “terroristas estrangei-ros” que lutam contra Da-masco de igual para igual. Ao mesmo tempo, nunca fala sobre sua recusa de reconhe-cer como terrorista quem o é verdadeiramente: o movi-mento palestino Hamas ou o Hezbollah no Líbano.

Não é surpresa nenhuma que o Exército Livre da Síria seja composto por pessoas muito diferentes, incluindo militantes islâmicos. Tam-bém é claro que eles têm tan-ques, armas de todos os tipos e força aérea.

A concepção de que as for-ças são desiguais e de que o governo carrega maior res-ponsabilidade é uma conclu-são baseada no senso comum. Não há duvidas de que Assad já teve muitas oportunida-des para cessar o massacre e dar início ao processo de paz, mas está cada vez mais clara sua falta de disposição para tal.

Agora, o Kremlin deve de-cidir se a Rússia ficará ao lado de seu último cliente no Oriente Médio até o fi m. E, desta vez, não para fechar contratos militares ou pela base naval em Tartus, mas para impor a ideia de que soberania é um tipo de li-cença perpétua para a tira-nia política.

O Ocidente deverá tam-bém responder ao mundo árabe sobre qual a diferen-ça entre os caráteres auto-ritários do regime de Mu-ammar Gadaffi e o de Bashar Assad. Afi nal, ainda não se sabe por que a Líbia mere-ceu uma intervenção estran-geira e a Síria não.

Konstantin von Eggert é comen-tarista da rádio Kommersant FM.

ineficazes para a oposição síria, que é composta por uma grande quantidade de gru-pos armados insubordinados. Esses grupos dependem de patrocinadores que estão in-teressados em atrapalhar o plano de paz de Annan.

Muitos no Ocidente tam-bém apoiam a ideia de bom-bardear o país para levar ao poder as marionetes da opo-sição. Nenhum dos adversá-rios de Assad fala sobre quantos morrerão nesse tipo de pacifi cação.

Eles também não escon-dem seu apoio à oposição ar-mada da Síria. O governo holandês, por exemplo, ad-mite abertamente fornecer apoio financeiro e técnico aos opositores de Assad. Mas se as interferências em as-suntos internos alheios não são vergonhosas na Europa, a Rússia tem pelo menos o direito moral de fornecer apoio mil itar oficial a Damasco.

Moscou está tão interes-sada em pôr um fi m na vio-lência síria quanto a Euro-pa. No entanto, a Rússia considera o uso da “guilho-tina” para o tratamento de dor de cabeça nas relações internacionais como inacei-tável. O plano de Kofi Annan ainda é o único instrumen-to apoiado pela comunida-de internacional que pode ajudar a evitar o aumento de escala da violência e do confl ito religioso na Síria.

A Rússia concorda que o presidente sírio não tem o di-reito de matar civis. Mas para os russos, os militares da Otan que desejam o comba-te no país também não têm esse direito.

Evguêni Chestakov é articulista do jornal Rossiyskaya Gazeta.

te a dimensão do poderio eco-nômico da Ásia.

Nos últimos dois ou três anos, o desejo de se voltar para os países asiáticos foi diversas vezes mencionado por Vladímir Pútin e Dmítri Medvedev. O resultado foi uma maior cooperação co-mercial entre os dois lados.

Recentemente também surgiu a ideia de criar uma corporação estatal para o de-senvolvimento da Sibéria Oriental e Extremo Oriente russo, levantando extensa es-peculação da imprensa.

Economistas renomados se pronunciaram contra esse plano e foram apoiados por autoridades de alto escalão. Foi então que surgiu a pro-posta de criar um ministério

específi co para lidar com o assunto.

Antes de mais nada, não vale a pena lamentar o desi-quilíbrio da balança comer-cial com a Ásia, nem estimu-lar um processo de industria-lização do país quando a re-gião vizinha oferece uma mão de obra muito mais ba-rata e muito mais numerosa em qualquer setor.

Seria mais prático enten-

der que a industrialização asiática, acompanhada da es-cassez de água e alimentos na região, proporciona à Rús-sia vantagens competitivas e oportunidades sem preceden-tes para a produção e expor-tação de matérias-primas agrícolas com o maior valor agregado possível.

A fi m de quebrar a visão estereotipada da Sibéria, seria interessante criar uma nova capital do país no Ex-tremo Oriente. As funções de centro de decisão política, militar e diplomática pode-riam ser atribuídas a Mos-cou; São Petersburgo conti-nuaria sendo o centro cultu-ral e legislativo do país, e os aspectos econômicos pode-riam ser concentrados em uma nova cidade no Extre-mo Oriente.

Se os líderes do país anun-ciassem a intenção de concre-tizar essa ideia na próxima cúpula da Apec (Cooperação Econômica da Ásia e do Pa-cífi co) em Vladivostok, a re-levância internacional do país, que está em declínio, irá aumentar signifi cativamente. Uma das principais medidas seria o apoio a jovens espe-cialistas locais para, assim, evitar o constante fl uxo emi-gratório para demais regiões da Ásia e Europa.

O Estado deve criar con-dições para a sociedade se desenvolver economicamen-te. Para tanto, será necessá-rio investir em infraestrutu-ra básica e diminuir a pre-sença estatal nos assuntos econômicos. Afi nal, sabemos muito bem quão efi cazes são atividades econômicas exer-cidas pelo Estado.

Serguêi Karaganov é presidente do Conselho para Política Exter-na e Defesa da Rússia.

Capital no Extremo Oriente ajudaria país a ampliar relevância internacional, hoje em declínio

Pobres continuamos nós e as demais sociedades dos BRIC. Os Piigs são ricos endividados

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GAZETA RUSSAWWW.GAZETARUSSA.COM.BR Política e Sociedade

Os membros do grupo de pro-teção do patrimônio arquite-tônico Arkhnadzor distri-buem velas acesas perto das ruínas de um edifício no cen-tro da capital. “Perder uma construção do século 18 é como deixar morrer uma pes-

Urbanismo Depois da demolição de 700 edifícios históricos nos últimos 20 anos, sociedade civil passa a proteger de perto legado da cidade

Defesa dos edifícios históricos de Moscou motiva cada vez mais pessoas a desafiar autoridades em protestos urbanísticos.

Moscovitas lutam contra destruição de patrimônio

ALEKSANDRA GURKOVAGAZETA RUSSA

O que a cidade já perdeu...

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1. Propriedade dos príncipes Chákhovski-Glebov-Strechniov (1880). Arquiteto: K. Térski. Demolida em 2012, dará lugar a um teatro. 2. Mesquita (1904). Projetada por N. Jukov. Demo-lida em 2011 para contrução de um templo maior. 3. Loja “Détski Mir” (1950). Arquiteto: Dúchkin. Em demollção. 4. Casa dos Feokstístovi. Ala de madeira do século 19 foi demo-lida em 2011. Prédio quatro vezes maior vai substitui-la.

soa querida”, diz a coordena-dora dos voluntários, Iúlia Mezentseva, enquanto con-templa o vazio à sua frente.

Iúlia e seus companheiros não conseguiram preservar o pavilhão de propriedade da família Chakhovskie. Mas eles ainda têm muito traba-lho pela frente. No livro ver-melho do Arkhnadzor estão listados outros 250 edifícios que o g r upo pretende salvar.

Devido à política urbana do ex-prefeito da capital, Iúri Lu-

jkov, Moscou perdeu cerca de 700 edifícios históricos. As causas são simples: restaurar um imóvel antigo sai mais caro que construir um novo.

Política urbanaNo fi nal de 2010, com a posse do atual prefeito Serguêi So-biânin, a concessão de licen-ças para construção de novos edifícios no centro histórico foi interrompida. “Mas o pa-trimônio arquitetônico con-tinua a ser destruído”, diz a ativista.

Um dos exemplos mais cla-ros da arbitrariedade das construtoras é a propriedade dos Chakhovskie, área em que se encontra o teatro Gue-likon. A administração do edifício cultural decidiu cons-truir uma nova sala e demo-lir um antigo pavilhão situ-ado dentro da propriedade.

O movimento Arkhnadzor recolheu as informações ne-cessárias e provou ao Minis-tério Público que a demoli-ção daquele edifício era ilegal. A decisão dos juízes foi favo-

rável ao grupo. Contudo, no início de 2010, o conselho da cidade de Moscou aprovou um projeto de reconstrução que previa a demolição de edifícios do século 18 e, com fi nanciamento da prefeitura, a construção de uma sala de teatro mais moderna.

Protestos em série A partir daí, os ativistas do Arkhnadzor passaram a fazer guarda em frente à pro-priedade. “A demolição co-meçou inesperadamente às

6 de manhã”, lembra Iúlia Mezentseva. “Aproveitando-se do fato de que havia ape-nas dois dos nossos voluntá-rios no local, os operários botaram o prédio abaixo.”

Apesar dos protestos con-tra sua demolição, outra pro-priedade que deixou de exis-tir foi a dos Alekseiev, situada no rico bairro moscovita de Zamoskvoretche. O comple-xo foi construído após o grande incêndio de 1812 em Moscou, tornando-se um ícone da arquitetura impe-

rial do início do século 19, da qual restam poucos exemplos.

O Arkhnadzor foi funda-do em fevereiro de 2009, quando ativistas de diferen-tes grupos moscovitas dedi-cados ao estudo de patrimô-nios locais decidiram unir esforços para proteger o le-gado arquitetônico da cida-de. Hoje, a associação reúne cerca de 5 mil membros e o número continua a crescer, resultado do grande interes-se na questão.

só 15% dos moscovitas esta-riam dispostos a mudar para outra cidade por causa de um novo emprego. Mas, em maio deste ano, 24% dos funcioná-rios em posições de média e alta gerência afi rmavam em seus currículos que concorda-r iam em se mudar da capital.

“Muitas empresas estão dei-xando Moscou para economi-zar em custos administrati-vos e os funcionários têm que migrar junto”, afi rma a con-sultora da Malakut Soluções e Pesquisa de RH, Natália Gri-chakova. Não é preciso dizer que os gestores não estão se mudando sem a devida infra-estrutura. A realocação de companhias moscovitas em outras regiões é o motivo pelo qual os executivos estão dei-xando Moscou.

“É melhor ter a gerência próxima às facilidades de pro-dução, para que os gestores tenham ao menos alguma

noção do que estão supervi-sionando”, diz Elena Tcher-nenko, diretora do Centro de Análise e Consultoria no de-partamento de economia imo-biliária da Academia de Eco-nomia e Serviço Estatal da Rússia.

Terra do telemarketingNa cidade de Tver, que fica 170 quilômetros a noroeste da capital e cuja população é de

Redescobrindo o interior

Tatiana Gladicheva mudou-se com a empresa para Sobinka

" Muitas empresas estão deixando Moscou para economizar em custos

administrativos e os funcio-nários são obrigados a migrar junto com elas.”

FRASE

Natália Grichakova

de venda de peles de urso polar, e aumentar controle sobre a caça. Vladímir Pútin controla pessoalmente vários programas de proteção a ani-mais, como o tigre siberiano, o leopardo-das-neves e a ba-leia branca.

A pele de urso polar impor-tada do exterior, principal-mente do Canadá, custa entre 1 milhão e 3 milhões de ru-blos (de R$ 62,5 mil a R$ 187,5 mil). Já a russa sai de R$ 15,6 mil a R$ 20 mil. Na Rússia também é possível comprar, por cerca de R$ 1,9 mil, os do-cumentos da Cites que lega-lizam a pele do animal.

“A venda desses documen-tos é ilegal. As pessoas os com-pram para vender as peles de ursos russos como se fossem canadenses”, diz a diretora da IFAW, Maria Vorontsova.

A artimanha é usada no mercado negro para exportar a pele russa, já que o Canadá é o único país que não proi-biu a caça ao animal. Os ca-nadenses, que recebem cotas especias de caça, revendem esses documentos.

“A Rússia e a China são os principais mercados para venda da pele branca. Em pa-íses emergentes é prestigioso colocar uma pele de urso polar ju nt o à l a r e i r a”, d i z Vorontsova.

Hoje existem apenas 19 po-pulações de ursos polares no mundo, que somam de 20 a

25 mil animais. Desses, de 5 a 7 mil concentram-se na po-pulação Alasca-Tchukotka, de acordo com especialistas da ilha de Vrânguel, no norte da região.

De acordo com cientistas russos, o número de ursos no país está diminuindo rapida-mente. Recentemente, os ha-bitats de ursos polares na ilha de Vrânguel caíram de 300 para cerca de 60. Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN na sigla em inglês) nos próxi-mos 20 anos a população total dos ursos polares vai ser re-duzida a um terço da atual.

Para o vice-chefe do Servi-ço Federal de Vigilância da Natureza da Rússia, Ami-rkhan Amirkhanov, a legis-lação do país é sufi ciente. O animal está na Lista Verme-lha da IUCN e foi banido do comércio legal.

“É preciso lutar contra a caça ilegal em toda a Rússia. Também tentamos incentivar as populações indígenas da região de Tchukotka na luta contra a caça ilegal”, afi rma Amirkhanov. “As mudanças climáticas afetam a vida dos ursos polares e qualquer caça – legal, ilegal ou por cotas – pode prejudicar as populações do animal”, afi rma.

Esta matéria foi publicada originalmente no jornal

Izvéstia

Organizações apelam a Pútin que proteja ursos polares

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MALAKUT SOLUÇÕES E PESQUISA DE RH

cerca de 400 mil pessoas, em-presas moscovitas abriram 14 call centers, cada qual empre-gando mais de mil pessoas.

“O custo da mão de obra e o aluguel de escritórios é mais barato fora de Moscou”, ex-plica Natália Zubarevitch, di-retora de estudos regionais no Instituto Independente para Política Social.

Existe também outra van-tagem que aumenta a atrati-

Brasil e Rússia devem ter papel de liderança na tran-sição para uma economia de baixo carbono, afi rmou o di-retor-geral do Instituto de Estratégia Energética da Fe-deração Russa, Aleksêi Gro-mov, durante seminário sobre sustentabilidade em energia promovido pela Câmara de Comércio e Indústria Brasil-Rússia.

Segundo ele, ambos os pa-íses já incorporaram em seu planejamento a concepção de que os combustíveis fósseis são fi nitos e que é urgente desen-volver alternativas de menor impacto ambiental. “Os paí-

Rio+20 Em evento da programação paralela, russo expõe possíveis parcerias para gás natural

Transição para economia de baixo carbono favorece uso do gás natural, menos poluente, e investimento em novas tecnologias

ses devem investir pesada-mente em novas tecnologias”, disse Gromov.

O evento integrou a pro-gramação da Rio+20. Orga-nizado pela delegação da Fe-

serviços, em que o valor agre-gado se deslocou para a logís-tica, a capacidade de entregar no prazo e com as especifi ca-ções requeridas nos principais mercados. “Os recursos serão cada vez mais locais, para di-minuir o risco político. As tec-nologias é que serão transa-cionadas internacionalmente”, prevê Gromov.

A maior ênfase na tecnolo-gia marcará o mercado de gás natural, à medida que sua fatia na matriz energética mundial for aumentando. “O Brasil é uma país de dimen-sões continentais, como a Rús-sia. O know how russo em transporte de gás a grandes distâncias pode ser útil aos brasileiros,” argumenta Gromov.

Além disso, empresas rus-sas fi guram entre as líderes no uso das partículas mais ricas do gás natural para a cadeia de termoplásticos e in-sumos industriais. “O futuro do gás está na química. O Bra-sil pretende usar o gás que tem na fabricação de fertilizantes, do qual somos grandes pro-dutores. Podemos participar desse esforço em cooperação,” afi rma.

Gás dá novo fôlego a parceria Brasil-Rússia

Aleksêi Gromov (esq.), durante evento no Rio de Janeiro Alasca-Tchukotka concentra de 5 mil a 7 mil animais

CEZAR FACCIOLIESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

deração Russa à Rio+20, o encontro contou com o apoio da seção brasileira da Alian-ça das Civilizações, organis-mo de estudos da ONU, e do Cazaquistão.

Transição aquecidaGromov apresentou no semi-nário um estudo sobre o pa-norama da energia mundial até 2050. Alinhado com con-clusões de especialistas de pa-íses desenvolvidos e emergen-tes, o estudo aponta para o predomínio das fontes fósseis até 2030, e uma provável mu-dança de paradigma em 2050. A necessidade de controlar o aquecimento global, limitan-do as emissões que causam o efeito-estufa, será o fator pre-ponderante na guinada.

“A Rússia tem as maiores reservas de gás do planeta, mas também capacidade de investimento e desenvolvi-mento de novas tecnologias”, argumenta o especialista.

A energia já foi comercia-lizada de maneira padroni-zada, como commodity. Mas, com o tempo, sua negociação tem mudado para o setor de

vidade dos subúrbios de Mos-cou: melhores soluções para moradia.

“Depois de 2007, quando nos mudamos para o distrito de Domodêdovo [a 40 km. do centro de Moscou], nossos em-pregados conseguiram com-prar seus próprios apartamen-tos nas redondezas”, conta Oksana Rôgova, funcionária da fábrica de móveis para co-zinha Blum.

A FOLHA DE S.PAULO É PUBLICADA PELA EMPRESA FOLHA DA MANHÃ S.A., À AL. BARÃO DE LIMEIRA, 425, SÃO PAULO-SP, BRASIL, TEL: 55 11 3224 3222 O SUPLEMENTO “GAZETA RUSSA” É DISTRIBUÍDO NAS ÁREAS METROPOLITANAS DE SÃO PAULO, RIO DE JANEIRO E BRASÍLIA, COM CIRCULAÇÃO DE 128.469 EXEMPLARES (IVC MARÇO 2012 – MÉDIA MENSAL)

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O Voronej-M é capaz de loca-lizar, acompanhar e identificar os meios de ataque aeroespa-ciais modernos. Em coopera-ção com satélites de vigilância espacial, pode detectar lança-mentos de mísseis balísticos estratégicos, mísseis de curto e médio alcance, de cruzeiro e uma grande variedade de aeronaves.

Características do novo sistema

Aquecimento global está chegando ao fim

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anos 1996 e 1997. Os cientis-tas acreditam que até o início de 2015 a temperatura cairá mais 1,5 décimos de grau, o que corresponde ao clima do início dos anos 1980.

Em 2020, os habitantes do Hemisfério Norte poderão re-lembrar dos rigorosos inver-nos de 1978 e 1979 e, no iní-cio de 2040, nosso planeta começará a congelar, apre-sentando temperaturas abai-xo das médias registrados no período entre 1880 e 2006, de acordo com os cientistas.

As pesquisas mostram que a causa das mudanças climá-ticas tem origem espacial e não têm relação com as ati-vidades humanas na Terra, ao contrário do que se pensa.

Poeira espacialSegundo os cientistas, entre 400 e 1.000 toneladas de po-eira espacial atingem a at-

mosfera terrestre todos os dias, provocando a conden-sação do vapor d’água.

Assim, quanto mais poei-ra espacial cai na Terra, maior é a camada de nuvens que cobre o planeta e refl e-te a luz do Sol no espaço. Como resultado, o clima tor-

na-se mais frio. Verifi cou-se ainda que os períodos de aquecimento e esfriamento global coincidem com aque-les em que o planeta fi ca en-volto em nuvens especial-mente densas de sujeira interplanetária.

“A principal fonte de pó espacial são cometas”, afi r-ma Iúri Stojkov, do Institu-to de Física. “Ao se aproxi-mar do Sol, os cometas liberam seu ‘manto’ de pó e gás congelados, que entra na atmosfera terrestre e cai sobre a Terra”, explica.

Segundo Stojkov, a quan-tidade de pó espacial preci-pitado depende das posições dos planetas. “A mudança na concentração de poeira

dade das mudanças e negar o aquecimento global, segun-do os especialistas do Insti-tuto de Física.

Os resultados foram con-firmados pela análise de amostras de gelo extraídas de um poço perfurado no gelo que cobre o Lago Vos-tok, na Antártida. A amos-tra forneceu um panorama das mudanças de tempera-tura ao longo de 420 mil anos, quando a Terra sofreu pelo menos quatro grandes oscilações de temperatura com amplitude de 8 graus.

Os meteorologistas defen-dem ainda que mesmo 1 grau de diferença já pode ser con-siderado demais quando se fala em clima global.

de Mukatchevo e Sevastópol, na Ucrânia, e de Gabala, no Azerbaijão, nos obriga a con-tar apenas com o território nacional”, completa.

Radares serão instalados também em outras regiões do país como parte do projeto Vo-ronej-M e Voronej-DM – cujas siglas indicam o uso de ondas métricas e decimétricas.

Controle ferrenhoEm sua primeira fase, o radar pode monitorar o espaço aéreo e cósmico sob um raio de seis mil quilômetros, em um arco de 120 graus. Neste campo de visão situam-se Japão, China, Coreia do Sul e do Norte, Vietnã, Indochi-na e boa parte da Índia.

“A segunda fase entrará em operação dentro de um ano e meio, terá o mesmo al-cance e vai monitorar o Pa-cífi co norte e central, inclu-sive a costa ocidental dos EUA”, explica o projetista-chefe de radares, Serguêi Boev.

Todos os lançamentos de mísseis dentro da área de co-

Resfriamento à vista Apesar de relatórios do IPCC apontarem o contrário, russos acreditam que temperatura está caindo

Segundo cientistas russos, aumento da camada de poeira espacial envolvendo a Terra reflete a luz do Sol no espaço e esfria o clima.

Super radar russo inicia operações

ALEKSANDR TSIGANOVITAR-TASS

Espaço coberto pelo novo radar

“O processo de esfriamento global já começou”, anunciam cientistas da Estação de Pes-quisa da cidade de Dolgop-rúdni, nos arredores de Mos-cou, citando os resultados de estudos realizados com o Ob-servatório Aerológico do Cen-tro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos.

Segundo eles, depois de um pico em 2005, a temperatura média da Terra diminuiu em 0,3 graus e voltou ao nível dos

No início de 2040 planeta começará a congelar, com temperaturas abaixo das médias de 1880

O acidente de Fukushima po-deria ter dado fi m à história da energia nuclear. Mas, de acordo com estatísticas da AIEA (Agência Internacio-nal de Energia Atômica), o número de países dispostos a implementar seus próprios programas nucleares para fi ns pacífi cos não diminuiu.Mais do que isso, países eu-ropeus, árabes e asiáticos anunciaram recentemente planos de construir novas usi-nas nucleares.

Mais de um ano depois do acidente de Fukushima, gera indignação a afirmação da AIEA de que até 2030 podem ser instalados 350 novos blo-cos geradores pelas usinas nu-cleares do mundo todo. Ape-sar da ligeira desaceleração nas taxas de crescimento das capacidades de geração nucle-ar após os acontecimentos no Japão, essas continuam impressionantes.

A causa do acidente de Fukushima não tem nada a ver com a segurança e con-fi abilidade da energia nucle-ar. Os reatores nucleares da central japonesa resistiram ao terremoto e ao tsunami e foram vítimas da negligên-cia humana. Até o ano pas-sado, especialistas japoneses haviam descartado qualquer

Análise Para articulista, setor energético tem a ganhar com geração atômica

Acidente em usina nuclear japonesa após desastres naturais abalou o setor, mas países se mostram dispostos a manter seus programas.

Energia nuclear resiste a Fukushima

Até 2030, podem surgir 350 novos geradores nucleares

Informações sobre lançamentos serão enviadas a Moscou

ANDRÊI REZNITCHENKOESPECIAL PARA GAZETA RUSSA

possibilidade de um aciden-te grave na usina. Quando esse ocorreu, eles não conse-guiram reagir a tempo, nem pôr em ação o sistema de res-friamento da zona dos rea-tores devido ao corte da ener-gia elétrica provocado pelo tsunami.

“Em 1992, visitei várias ins-talações nucleares do Japão, entre as quais uma usina nu-clear, onde nos foi mostrado um simulador para o treina-mento de operadores em situ-ações de risco”, conta o dire-tor do Ibrae (da sigla em russo, Instituto de Desenvolvimen-to Seguro da Energia Atômi-ca da Academia de Ciências da Rússia), Leonid Bolchov. “Quando perguntamos sobre

simulações de acidentes gra-ves, eles nos disseram que não-valia a pena mostrar à opi-nião pública que a possibilidade de acidentes graves existia”, afi rma Bolchov.

“Aliás, nas primeiras horas após o acidente na usina ja-ponesa, os especialistas do Ibrae previram com exatidão como iriam se desenrolar os acontecimentos em Fukushi-ma-Daiichi-1 – como o com-bustível iria se fundir nos blo-

cos geradores de energia e nas piscinas de refrigeração e como seria o nível de contaminação radioativa no território do Japão e no oceano. Suas previsões, inclu-sive aquelas para o ano se-guinte, se realizaram”, completa.

Especialistas russos não perderam tempo e desenvol-veram sistemas de proteção passiva, inclusive um apanha-dor especial para a contenção de combustível fundido, e ou-tros sistemas de segurança para o novo bloco gerador de energia Aes-2006, de terceira geração, instalado pela com-panhia de energia nuclear russa Rosatom em novas cen-trais nucleares da Rússia e de outros países.

O novo bloco já foi instala-do na usina nuclear indiana Kudankulam, a ser inaugu-rada neste ano, e na turca Akkuyu, cuja construção não foi interrompida nem por um só dia, mesmo depois do aci-dente de Fukushima.

A Rússia, primeira a cons-truir uma usina nuclear civil no mundo, desenvolve novas tecnologias de uso de energia nuclear para a geração de energia elétrica. Além disso, a estatal Rosatom investe ati-vamente no desenvolvimento de novas plataformas, mais seguras e efi cientes, e em pro-jetos para evitar a poluição do meio ambiente e reciclar o combustível usado e os resí-duos radioativos.

O Brasil também faz parte do clube dos países nucleares e juntos, os dois têm um vasto leque de vertentes interessan-tes para a cooperação na ener-gia nuclear no âmbito do Brics, onde têm papel de destaque. A cooperação russo-brasilei-ra pode ser crucial para a cria-ção de uma fonte de energia eficiente e segura para a humanidade.

Andrêi Reznitchenko é chefe de redação de ciência e ecologia na agência de notícias Ria-Nôvosti

Cooperação russo-brasileira no setor pode render fonte eficiente e limpa para humanidade

bertura do radar serão de-tectados pelos satélites do sis-t e m a d e v i g i l â n c i a espacial.

As informações sobre os lançamentos serão transmi-tidas para o sistema de aler-ta de mísseis, cujos compu-tadores calcularão a trajetória do míssil, identifi carão o alvo e transmitirão os dados ob-tidos para o posto de coman-do central da Defesa Aero-espacial, em Solnetchnogorsk, nos arredores de Moscou.

Este, por sua vez, será res-

ponsável por informar o chefe de Estado russo e esperar por suas ordens. Se o míssil lan-çado ameaçar a segurança do país, o posto de comando cen-tral, em conformidade com as instruções do presidente, poderá derrubá-lo e retribuir o ataque.

“Tudo isso deve ser feito em questão de minutos. Um inimigo em potencial está ciente dessas capacidades russas, e difi cilmente se atre-verá nessa aventura”, afi rma o Boev.

cósmica e do clima da Terra deve, portanto, obedecer a periodicidades semelhantes às registradas nas posições do demais planetas”, disse.

Para verifi car suas hipó-teses, os cientistas confron-taram as periodicidades na posição de planetas e as da mudança do clima global e calcularam a relação entre os valores de temperatura e o tráfego de poeira cósmica. Com base nos resultados, pu-deram elaborar uma previ-são das mudanças climáti-cas para os próximos 50 anos.

Oscilações perenesEsse não é o primeiro traba-lho a descobrir a periodici-

O IPCC (do inglês, “Painel In-tergovernamental para Mu-dança do Clima) foi criado em 1988 para reunir dados cientí-ficos do mundo todo a respei-to das mudanças climáticas. O relatório de 2007 da organi-zação denunciava que, devido ao aquecimento, as geleiras do Himalaia desapareceriam até 2035. No ano passado, a orga-nização desmentiu a futura ex-tinção das geleiras, sem negar, porém, os impactos das ações humanas no clima.

As mudanças, segundo o IPCC

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