LONA 581 - 30/08/2010

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Curitiba, segunda-feira, 30 de agosto de 2010 - Ano XII - Número 581 Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo - [email protected] DIÁRIO d o B R A S I L Divulgação JB coloca em discussão as necessidades de mudanças no jornalismo impresso brasileiro Opinião Pág. 2 Debate promovido pelo Núcleo de Ciências Humanas e Sociais Aplicadas da UP discute oportunidades e ameaças com o avanço da internet É hoje Pág. 3 Professor Sergio Czajkowski Júnior fala sobre a influência digital no mundo real Entrevista Pág. 4 e 5 Edição especial

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JORNAL LABORATÓRIO DO CURSO DE JORNALISMO DA UNIVERSIDADE POSITIVO

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Curitiba, segunda-feira, 30 de agosto de 2010 - Ano XII - Número 581Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo - [email protected]

DIÁRIO

do

BRASIL

Divulgação

JB coloca emdiscussão asnecessidades demudanças nojornalismoimpresso brasileiro

Opinião

Pág. 2

Debate promovidopelo Núcleo deCiências Humanase Sociais Aplicadasda UP discuteoportunidades eameaças com oavanço da internet

É hoje

Pág. 3

Professor SergioCzajkowski Júniorfala sobre ainfluência digitalno mundo real

Entrevista

Pág. 4 e 5

Edição especial

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Curitiba, segunda-feira, 30 de agosto de 20102

Opinião

No último mês de julho, o empresário e acionista ma-

joritário do Jornal do Brasil, Nelson Tanure, anunciou que

o periódico deixará de ser veiculado em versão impres-

sa a partir de 1º de setembro.

De acordo com Tanure, foi realizada uma pesquisa

com os leitores que aprovaram a ideia de manter o jor-

nal somente pela internet, além de ser uma medida eco-

logicamente correta, já que milhares de árvores serão

poupadas com a não-circulação em papel.

Outro fator é a longa crise financeira pela qual a em-

presa passa há alguns anos. Reflexo dessa crise foi a ex-

tinção de outro título de peso no ano passado, a Gazeta

Mercantil, pertencente ao grupo.

Com o anúncio do fim do JB na versão em papel, vem

à tona uma das questões que mais se estudam nos ban-

cos acadêmicos dos cursos de jornalismo: os jornais im-

pressos irão acabar? Pergunta incômoda, principalmente

aos amantes do jornalismo de papel.

Questionamentos como esse já eram feitos há algumas

décadas. Nos anos 1960, muito se falava que, com o sur-

gimento da televisão, o rádio deixaria de existir — o que

não ocorreu. Não aconteceu porque, no caso do rádio, tri-

lhou-se um novo caminho.

E uma característica marcante favoreceu a permanên-

cia do rádio: a sua rapidez ainda não foi alcançada por

nenhum outro meio — nem mesmo pela internet. Sob este

aspecto, os impressos acabam em desvantagem.

Neste ponto surge outra questão: o que é preciso para

que os impressos não percam mais espaço e conquistem

mais leitores? É evidente que o impresso tem menores

chances de dar furo de reportagem: enquanto os outros

Maria Carolina Lippi

Reitor: José Pio Martins.Vice-Reitor: Arno Anto-nio Gnoatto; Pró-Reitorde Graduação: RenatoCasagrande; Pró-Reitorde Planejamento e Ava-liação Institucional: Cos-me Damião Massi; Pró-Reitor de Pós-Gradua-ção e Pesquisa e Pró-Reitor de Extensão: Bru-no Fernandes; Pró-Reitorde Administração: ArnoAntonio Gnoatto; Coor-denador do Curso deJornalismo: Carlos Ale-xandre Gruber de Cas-tro; Professores-orienta-dores: Ana Paula Mira eMarcelo Lima; Editores-chefes: Nathalia Caval-cante ([email protected]), Daniel Cas-tro ([email protected]) e Diego Henri-que da Silva (ediegohen-rique@ hotmail.com).

“Formar jornalistas com

abrangentes conhecimen-

tos gerais e humanísticos,

capacitação técnica, espí-

rito criativo e empreende-

dor, sólidos princípios

éticos e responsabilidade

social que contribuam

com seu trabalho para o

enriquecimento cultural,

social, político e econô-

mico da sociedade”.

O LONA é o jornal-laboratório diário doCurso de Jornalismo daUniversidade Positivo –UPRedação LONA: (41)3317-3044 Rua Pedro V.Parigot de Souza, 5.300 –Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR -CEP 81280-30. Fone (41)3317-3000

Expediente

Missão do cursode Jornalismo

de um grande jornalFIM

É necessário que asredações pensem emmudanças. Que façam seutrabalho de maneiradiferente do que vemsendo feito durantedécadas da mesmamaneira

meios conseguem apurar o acontecimento e divulgar com ra-

pidez, o impresso limita-se ao prazo diário de fechamento. É

barrado pela dificuldade de apurar constantemente novos

dados que sucedem o primeiro.

O furo só é possível em casos de investigações, como a sé-

rie “Diários Secretos”, divulgada pela Gazeta do Povo e pela

RPCTV sobre a descoberta de funcionários fantasmas na As-

sembleia Legislativa do Paraná.

Além de investigações e publicação de matérias especiais,

outra maneira de não apenas reproduzir o que já foi divul-

gado pelos outros meios é contextualizar. Se houve um aci-

dente em determinada rodovia, deve-se não somente relatar

os danos, mas falar sobre por que ocorrem acidentes naquele

local; o número de casos; se em toda a rodovia há grande nú-

mero de colisões, entre outros fatos.

Exige tempo, o que nem sempre há numa redação, mas é

com a captação dessas informações que podem surgir novos

enfoques e grandes matérias.

É necessário que as redações pensem em mudanças. Que

façam seu trabalho de maneira diferente do que vem sendo feito

durante décadas da mesma maneira. Os jornais não podem ir a

reboque das mudanças sociais e tecnológicas que continuam

ocorrendo. Que outros impressos não sigam os passos do Jor-

nal do Brasil.

Redação do JB nos anos 80

Arquivo pessoal | Sergio Fleury

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Luzimary Cavalheiro

Hoje, para ser cidadão noconceito pleno da palavra, “deveo ser humano aprender e apre-ender as formas de manipulaçãodo digital – ser ‘info-incluído’.A educação, por ser um proces-so social, está intimamente liga-da a essas mudanças, fazendosurgir novas formas educacio-nais para responder às novasdemandas do mundo e, neces-sariamente, às exigências de umnovo ser humano, o ser humanoda hodiernidade”, afirma o pes-quisador Glaucio José CouriMachado, em seu texto “Educa-ção e Ciberespaço”.

Com isso, o papel da tecno-logia na contemporaneidade eas novas tendências para o

aprendizado têm sido discuti-das em vários setores da socie-dade. O otimismo da revoluçãodigital é predominante em ummundo cada vez mais depen-dente de recursos tecnológicos.A pedagoga Tania Mara Fanti-nato, responsável pela área deInformática Educativa do Proje-to Digitando o Futuro, conside-ra que o uso de tecnologias emsalas de aula aumenta muito amotivação e participação dosalunos. “Por serem ferramentasatrativas, os alunos interagem otempo todo, deixando as ativi-dades realizadas mais estimu-lantes. É a linguagem das novasgerações”, diz.

No entanto, muitos professo-res carecem de uma alfabetiza-ção digital para que o conteúdo

pedagógico seja efetivamenteproveitoso em sala de aula. Asimples utilização da tecnologiasem uma reflexão tem geradodiversas críticas por parte dealguns estudiosos. “Será funda-mental que, urgentemente, seorganizem cursos de alfabetiza-ção digital para os professores,cursos capazes de torná-los ra-pidamente aptos a lidar com astecnologias da informação e dacomunicação e, por consequên-cia, mudar também sua manei-ra de relacionamento com osalunos”, afirma o jornalista epesquisador Antonio Hohlfeldt.

Sala de aulaO professor de radiojornalis-

mo Luiz Witiuk acredita que ouso de notebooks em salas de

educação:Tecnologia nada imaturidade à urgência

aula ainda é muito imaturo.“Quando utilizado dentro deuma didática é uma poderosaferramenta, mas sem um direci-onamento específico só causadistração”, opina.

O aluno André Rosas discor-da. “Uso o notebook para fazeranotações, já que tenho mais agi-lidade ao digitar do que ao es-crever. Acho que a responsabili-dade em decidir como utilizar ocomputador durante a aula é doaluno”, declara.

Por isso, o simples uso datecnologia não é o responsávelpor resolver os problemas deimaturidade na sua utilização.“É responsável a pessoa que uti-liza corretamente esta tecnologia.O computador é uma ferramen-ta importantíssima no processo

ensino-aprendizagem, contri-bui para que o aluno amplie suabagagem científica pessoal e co-letiva. Favorece, e muito, a pes-quisa, a interpretação, transfor-ma-se e transforma a realidade”,comenta a pedagoga Fantinato.

Onde está então o elo per-dido da funcionalidade des-tas tecnologias tanto na edu-cação quanto em outros seto-res da sociedade? Seria o tem-po um fator importantíssimopara o ganho de maturidade?E a falta de reflexão no usodas tecnologias, pode repre-sentar de alguma forma per-das para a sociedade no pre-sente e no futuro? Estes e ou-tros questionamentos serãodiscutidos no debate desta se-gunda-feira.

Willian Bressan

Acontece hoje, às 7h30 e às19h, mais uma edição dos Gran-des Debates, promovida peloscursos do Núcleo de CiênciasHumanas Sociais e Aplicadas(NCHSA), integrante do projeto“Simpósios do Conhecimento”,da Pró-Reitoria de Graduação

Projeto Grandes Debatesdiscute oportunidades eameaças da cultura digital

Evento acontecehoje em doismomentos noauditório do blocoazul da UniversidadePositivo

da Universidade Positivo.O tema desta vez é “Cultu-

ra Digital: oportunidades eameaças”, e pretende colocarem pauta o assunto a partir daótica do Direito, da Publicida-de e Propaganda, do Jornalis-mo e da Pedagogia.

Pela manhã, os debatedo-res serão Eros Berlin de Mou-ra (mestre em Direito das Re-lações pela UFPR e professorda Universidade Positivo eUniBrasil), Liliamar Hoça (Pe-dagoga da Rede Municipal deEnsino de Curitiba) e NiltonCezar Tridapalli (ex-professorde Literatura e coordenador

do blog Mídia e Educação, docolégio Medianeira). À noite, amesa contará também com oprofessor Nilton, mas ele terácomo colegas Alexsandra Ma-rilac Belnoski (graduada pelaFaculdade de Direito de Curiti-ba; pós-graduada com especia-lização em Direito Empresari-al) e Luca Rischbieter (geógra-fo pela UFPR, pedagogo pelaUniversidade Paris V e partici-pante do Portal Educacional doGrupo Positivo).

A abordagem de Luca Risch-bieter será a partir da educação,área em que é especialista. “Atecnologia abre tantas possibi-

lidades que a escola pode se tor-nar a maior a inimiga da educa-ção”, afirma.

Já o professor Cezar, pela ex-periência com a literatura, fala-rá do futuro do livro. Afinal, coma chamada cultura digital e osfamosos e-books, o livro de pa-pel estaria mesmo fadado ao de-saparecimento e esquecimento?Não, para Cezar.

Segundo ele, as mídias aca-bam se completando. “Não creioque o livro de papel acabará,mas existem bons e fortes argu-mentos para defender tanto o depapel quanto o digital”, diz.

Para Ana Paula Mira, pro-

fessora da disciplina de “Comu-nicação e Cultura Digital” docurso de Jornalismo da Univer-sidade Positivo, a espera é porum equilíbrio na hora do de-bate.

“Espero que não haja a de-monização da internet comoacontece atualmente ou um en-deusamento, colocando-a comoa salvadora de todos os proble-mas”, diz.

Da mesma forma, espera ha-ver a discussão do uso que sefaz da internet. “Dependendode como se usa, aí sim, ela podese tornar uma ameaça à privaci-dade da pessoa”.

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Entrevista

Diego Silva

A juventude está protegendo bem os seus dados na

internet?

O que eu vejo, hoje em dia, é que o usuário da internet

tem uma postura contraditória. Se por um lado você tem

um apelo muito forte à privacidade - você quer ficar na

sua casa, na sua segurança - a internet possibilita a aber-

tura dessa sua segurança para outras pessoas. O que eu

noto é que, muitas vezes, essa onda do voyerismo/

exibicionismo a pessoa deixa, por exemplo, uma foto

constrangedora no seu Orkut, às vezes, não só dela, mas

também do seu colega. A pessoa deixa uma senha em

aberto. A pessoa não dá a devida atenção para o comér-

cio on-line. O que vejo em especial na questão da internet

é que o público jovem não está 100% consciente dos ris-

cos que se corre com uma exposição desnecessá-

ria. Coloca uma foto sua com o seu amigo e nem

sequer imagina que o seu colega não está autori-

zando que a imagem dele apareça lá.

A comunicação na web está roubando as rela-

ções presenciais?

Se por uma lado ela aproxima – você pode co-

nhecer alguém da Nova Zelândia –, o contato diá-

rio está sendo fragilizado. Sinto isso muito. O que

se nota com a pós-modernidade é a negação do

espaço público. E se o espaço público, outrora, era

o espaço da relação, onde as pessoas iam se en-

contrar para trocar experiências, hoje você perce-

be que tem, não só uma privatização constante do

espaço público, chegando a achar que espaço pú-

blico é o shopping center.

Mas, com a internet, ao mesmo tempo que se

cr ia essa sensação de pr ivacidade, ocorre

distanciamento. Quer dizer, a pessoa prefere ter um

relacionamento, teoricamente mais próximo via

MSN ou via Orkut. Às vezes a pessoa mora há 10

ou 15 anos num prédio, mas mal sabe o nome do

cara que mora em cima ou embaixo. Mas, em com-

pensação, ela fala todos os dias com um cara que

mora do outro lado do mundo. Aí é que está a con-

tradição. Ela aproxima, por um lado, mas distan-

cia, por outro.

Como as pessoas estão aproveitando a oportuni-

dade de se comunicar por blogs?

Acredito, particularmente, que superamos a era

do acesso. O Brasil – nem todo o Brasil, mas mas

em especial as regiões Sul e Sudeste – superou essa

barreira do acesso. As pessoas conseguem ter aces-

so à informação, seja através de uma lan house,

do trabalho, do estágio, alguns com internet em

casa. Hoje, o grande desafio do gestor é a informa-

ção de qualidade. Temos, por um lado, uma quan-

tidade gigantesca de blogs, sites, fóruns de dis-

cussão... Entretanto, filtrar o certo do errado, o pro-

veitoso do não proveitoso é complicado. Cito como

exemplo a Wikipédia. É um instrumento superútil

para o nosso aluno, mas eu falo para eles: “Não

usem isso numa monografia, nem em trabalho aca-

dêmico, porque não tem validade científica”. É fá-

cil de acessar, mas não há como confiar na infor-

mação. Até que algum especialista no assunto vá

confirmar aquela informação, ela fica lá por me-

ses. Nada impede que eu, que sou professor de co-

municação, faça uma menção a a lgo de

biotecnologia, escreva um monte de insanidades e

aquilo fique na web até que alguém que entenda

diga que está errado.

Quando é a hora de abandonar uma rede social?

Quando a rede está trazendo mais malefícios

do que benefícios para você enquanto pessoa ou

para as suas relações sociais. A internet se torna

um vício quando você fica tão ansioso para saber

se recebeu um email que não consegue mais viver

sem isso. Quando você percebe que ao ficar um dia

sem usar a internet , você se sente mal ,

desatualizado. Não digo se afastar por completo,

mas começar a rever certas práticas, determinar

naweb

O bem

Procurando abordar umpouco de tudo, no que diz res-peito a coisas boas e ruinspara se fazer na web, é queentrevistamos o professor Sér-gio Czajkowski, dos cursosde Jornalismo e Publicidadee Propaganda da Universida-de Poitivo.

Graduado em Direito pelaUniversidade Federal doParaná (UFPR) e em Comuni-cação Social pelas Faculda-des Integradas Curitiba

As possibilidades de usar a internetcomo ferramenta de comunicaçãopodem ir desde um “cartão de visita”até um “tiro pé”

male o

(UniCuritiba), Sergio também éespecialista em Marketing pelaPontifícia Universidade Cató-lica do Paraná (PUCPR), emSociologia Política pela UFPRe em Filosofia e Psicanálise,também pela UFPR. Como senão bastasse, também temMBA em Comunicação eMarketing (FIC), é mestre emGestão Urbana (PUCPR) edoutorando em História(UFPR). A íntegra da entrevis-ta você confere a seguir.

PEDOFILIAA pedofilia na internet movimenta hojemilhões de dólares em todo o mundo.Pedófilos de todos os continentesencontram, na rede mundial decomputadores, um campo fértil epraticamente impune para atuar – sejapara satisfazer seus fetiches, ou paraaliciar suas vítimas.

Fonte: Campanha MS contra apedofilia

Imagens: Divulgação

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tempos.

E a melhor hora para entrar?

A hora que a pessoa se sentir suficientemente

confortável em adentrar nesse universo virtual,

imaginando que a sua privacidade vai ser coloca-

da em risco. Ao colocar dados na web, você estará

sendo invadido. Existem mecanismos que prote-

gem a privacidade, mas nada impede que alguém

tenha acesso a uma foto sua da mesma forma. A

pessoa precisa ter consciência que o que é postado

na web, não é mais domínio dela. Por mais que ela

queira retirar essa informação, a dificuldade é

muito grande.

Você conhece alguma história curiosa sobre al-

guém que se viciou em internet?

Um dos pr inc ipais países em termos de

ludopatia virtual (vício em jogos virtuais) é a

Coreia do Sul, que é um dos principais produtores

de jogos e le trônicos . Lá existem c l ín icas

especializadas para tratar jovens que não conse-

guem viver sem ficar várias horas jogando. No Bra-

sil, não soube de nenhum caso concreto, mas exis-

tem estudos clínicos demonstrando que as pesso-

as têm que passar por um processo de

desintoxicação parecido com uma droga. A pes-

soa tem que se acostumar a viver sem aquele jogo,

tem que reconstituir a vida dela sem precisar

atrelá-la tão fortemente à rede social.

O que o impressiona com relação aos seus alunos

de Comunicação e Cultura Digital?

Existem muitos alunos que estão usando a web

de maneira inteligente, para mostrar trabalhos, pu-

blicar crônicas, ou seja, usando com princípio

construtivo, como um portfólio online, que todo

mundo pode acessar e é uma alavanca importante

para a carreira dele. Já que a gente tem tantos

comunicólogos formados por semestre no Brasil, a

internet nesse caso é interessante. Se por um lado

você vê isso, por outro também há exemplos nega-

tivos, como quem fica o dia inteiro no Twitter só

postando amenidades, vasculhando particulari-

dades dos outros nas redes sociais. Existem tan-

tos os casos positivos, quanto o bisbilhoteiro vir-

tual, cujo principal objetivo é descobrir minúcias

da vida alheia.

Como a internet está ajudando as pessoas a con-

seguir emprego?

Você pode postar seu currículo em redes como

a LinkedIn, que é eminentemente focada no uni-

verso de trabalho, e ir atrás de vagas. A internet

facilita bastante, mas você corre o risco. Muitas

empresas, inclusive instituições de ensino, ao con-

tratar alguém, recorrem ao Orkut para conhecer

um pouco mais sobre a pessoa; o que ela faz, quais

as comunidades de que participa, então tem que

tomar cuidado com isso. Se por um lado é bacana

você mostrar determinados trabalhos que você te-

nha feito, também deve cuidar para não postar

dados que comprometam sua vida profissional.

Qual é o principal desafio pra combater a

pedofilia na internet?

A internet só escancarou esse problema, que

sempre existiu. O que ela fez, ao facilitar o fluxo

de informação, foi tornar isso mais evidente. Não

vejo a internet como um mal em si, mas como um

instrumento utilizado pelo pedófilo para passar

informações para os outros. O combate que a polí-

cia tem que fazer não é à internet pura e simples-

mente, é ao pedófilo. Ela tem que utilizar a internet

enquanto ferramenta para descobrir onde essas

pessoas se localizam, mas tomando como ponto

de partida que a internet é simplesmente o espaço

de troca, e não culpada pela pedofilia, como mui-

tas pessoas pensam.

Qual é o grande desafio das próximas décadas

quanto ao uso da internet como meio de

comunicação?

O que eu vejo como grande desafio, e que vai

ganhar espaço no Brasil mais cedo ou mais tar-

de , é o aumento das poss ibi l idades de

interat iv idade. Hoje se t rabalha com

videoconferência, ensino a distância, e vejo que

mais cedo ou mais tarde vai ser possível, por

exemplo, conduzir operações de web, trocar in-

formações de maneira mais concreta, usar uma

luva que possa transmitir sensações. O desafio

da web é isso, trazer sensações que você tem no

dia a dia para essas trocas que se dão virtual-

mente. Se isso vai resultar em uma sociedade me-

lhor ou pior, a gente vai ter que perceber. Eu te-

nho um pouco de medo com essas novas

tecnologias, as pessoas colocam cenas da sua

vida cotidianas na internet, mas é o caminho que

está sendo trilhado.

Em poucas palavras, você pode definir o que a

internet tem de melhor? E de pior?

De melhor, o acesso. De pior, a invasão de pri-

vacidade.

Quando as classes sociais mais pobres terão um

melhor acesso à internet?

Assim como com outros meios de comunica-

ção de massa, vejo uma contínua popularização.

Nos anos 80 nem se falava de internet no Brasil,

nos anos 90 era uma exclusividade da classe A,

depois da classe B, agora classe C, que é o grande

mercado emergente. Vejo com bons olhos as polí-

ticas governamentais para facilitar o uso da

internet em colégios, não colocar mais a lan house

como espaço só de entretenimento, mas de busca

de informações. A tendência para os próximos

anos - caso não aconteça nada de muito diferen-

te, alguma política autoritária como são os casos

da China e Irã, de restringir informações - é que

as classes consideradas excluídas do universo

virtual, os analfabetos digitais, consigam paula-

tinamente se inserir.

SAÚDEO uso do computador podeprejudicar também a saúde dosolhos, e os sintomas sãoconhecidos pela sigla CVS(síndrome de visão de computador).Os sintomas da CVS são olhosirritados, vermelhos, coceira, olhossecos, lacrimejamento, fadiga,sensibilidade à luz, sensação depeso nas pálpebras ouda fronte, dificuldade em conseguirfoco, enxaquecas, dores lombarese espasmos musculares. Muitosindivíduos que sofrem de CVS nemmesmo sabem que têm a

condição.

Fonte: Grupo de Pesquisas em

Informática, Bacharelado em

Sistemas de Informação,

Sociedade Paranaense de Ensino e

Informática - Faculdades SPEI

SEGURANÇA FINANCEIRAMais de 90% dos "vírus" no Brasilroubam dados bancários. A informação édo especialista em segurança e fundadorda Kaspersky, Eugene Kaspersky.

Fonte: Macworld Brasil/ Revista PCWorld

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Oportunidades de emprego

e ganho de popularidade não

resumem o uso das redes soci-

ais eletrônicas e nem discutem

um dos principais problemas

que elas podem causar, que é a

invasão de privacidade.

As facilidades encontradas

pelos usuários da web para se

comunicar esbarram constante-

mente com o roubo de senhas,

que podem ser passaportes

para que o usuário tenha suas

mensagens e dados violados.

Quem possui contas em si-

tes como Facebook, Orkut, Twit-

ter, ou mesmo um email, certa-

mente já ouviu algum caso so-

bre a ação de hackers, que com

acesso à senha de alguém, inva-

dem as páginas dessas pessoas

e podem prejudicá-las mudan-

do informações e expondo con-

teúdo não autorizado; tudo isso

em nome de quem sofreu a in-

vasão.

Naiana Cruz é estudante

de Direito e recentemente pas-

sou por essa situação. Sua

conta no Orkut foi invadida e

a senha modificada. Além dis-

so, o e-mail de cadastro foi tro-

cado, fazendo com que ela não

tivesse mais acesso ao próprio

perfil. Naiana já criou uma

nova página no site, mas a an-

tiga continua disponível para

todos visualizarem, mesmo

com as denúncias feitas pelos

seus amigos para a adminis-

tração da rede, argumentando

que o perfil fora hackeado e

tornara-se falso. Felizmente,

ela não passou por grandes

constrangimentos, mas o mes-

mo não acontece em todos os

casos.

Prejuízos

Luzimary Cavalheiro é estu-

dante de jornalismo e há um

mês teve o seu e-mail pessoal

hackeado. Como ele era vincu-

lado à conta de trabalho, o in-

vasor teve acesso aos seus da-

dos profissionais, o que lhe

causou grande prejuízo. “O

meu material de faculdade e os

contatos profissionais estavam

todos no e-mail. Precisava dar

respostas para os clientes e não

tinha mais o contato, porque

não havia nada impresso”,

conta.

Além de estudar, Luzi-

mary possui um sebo que aten-

de virtualmente. Portanto, ela

não pode filtrar contatos em re-

des de mensagens instantâneas

como o MSN, e precisa adicio-

nar todos os possíveis clientes

no programa. No dia em que

teve as suas contas violadas, a

estudante recebeu uma mensa-

gem irônica de um desconheci-

do, que afirmou que faria as

vendas do sebo aumentar.

Apesar da perda parecer

insignificante, para muitas pes-

soas pode representar uma

grande baixa no que diz respei-

to ao trabalho. “Nesse momen-

to você começa a dar valor a

tudo o que você tem no e-mail.

Eu pensava que não era nada,

mas fiquei muito frustrada por

perder os contatos. Agora eu

vejo que poderia estar receben-

do muitas informações que não

recebo”, lamenta Luzimary.

OlhosabertosExposição na rede pode trazer prejuízos àprivacidade dos usuários

Daniel Castro

Todo mundo sabe que ninguém confia em grandes corporações. Mas então, em quem confiamos?Basicamente em dois tipos pessoas: especialistas e pessoas como nós.

Em se tratando de mídias sociais, ninguém costuma confiar muito em textos de blogs; preferem osportais oficiais. Mesmo assim, as pessoas acabam se relacionando mais intimamente com algunsblogs de interesse, seguindo e então desenvolvendo uma confiança neles.

A eMarketer fez um estudo sobre este caso, chamado “O que faz uma mídia social confiável?”,demonstrando que tipo de informação e quais fontes são merecedoras de confiança:

Em quem você confia?Fernando Mad

Perceba as porcentagens acima. Menos de 30% acreditam em alguma marca, produto ou companhiabaseados no Twitter e cerca de 40% acreditam em postagens de blogs ou na participação de algumacomunidade virtual das empresas. No entanto, mais de 60% das pessoas confiam nos blogs ou atualiza-ção de perfis de alguém que já conheçam.

O que isso significa para as empresas? Significa que elas precisam sair de trás de suasmarcas e deixem seus empregados representá-las de um jeito mais humano. Deixar claro queexistem pessoais reais trabalhando e que elas podem representar suas marcas ou produtosde uma maneira autêntica em lugares que importam para o seu público-alvo.

A plataforma e mesmo a personalidade são uma coisa. Mas e a forma com que a interaçãoé conduzida nas redes sociais? É mais do que “o que você faz” e “onde você está”. É sobre ovalor que você dá ao seu público além das várias plataformas que você utilizar. Os partici-pantes da pesquisa ainda responderam:

As pessoas dizem que querem uma chance de manter um diálogo, não um monólogo de sua marcae nem mesmo um lugar onde eles apenas fazem divulgação. Elas querem conversar. Afinal, é assim quepessoas reais se comunicam.

Mas os dados são apenas algumas maneiras de medir a confiança. Em quem você confia e por quevocê confia são conceitos que somente você pode analisar e considerar.

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Tálita Rasoto

Retratos dos avanços e dasmazelas do povo brasileiro fi-guram nos meios de comuni-cação desde que o homem, emum anseio por interação soci-al e ligação com o mundo, des-cobriu que a tecnologia seriaaliada e benéfica para a socie-dade. Na prática, a televisãono Brasil surgiu neste contex-to e participou da moderniza-ção do país, que nos anos de1950 assistia a conflitos emque a inteligência prevaleciasobre a força, como na GuerraFria.

Relembrar os momentosem que a TV no Paraná davaos primeiros passos em bus-ca de espaço no cenário naci-onal é um bom motivo parauma exposição. Ainda maisquando se fala de uma “se-nhora” de 50 anos de existên-

cia. O glamour do rádio nosanos 1930 deu espaço, impor-tância e impacto à televisãoduas décadas depois, quandoas primeiras transmissões fo-ram feitas no país através deum aparelho chamado iconos-cópio. No Paraná, ela chegouem 1960.

É sobre essa história que oMuseu de Imagem e do Som,com colaboração da Secretariade Estado da Cultura, expõealgumas peças utilizadas nasantigas transmissões. Além docontato com equipamentos an-tigos, o público pode observarimagens da época e textos ex-plicativos sobre as fases da TVno Estado. Os nomes impor-tantes que formaram as pri-meiras emissoras também sãolembrados na exposição, comfotos dos principais progra-mas veiculados a partir dos

anos 1960.O caminho para conseguir

a concessão para a primeiratransmissão no Paraná não foimuito fácil. Nagib Chede, pro-prietário da Rádio EmissoraParanaense, valeu-se da influ-ência que tinha com o gover-nador Moysés Lupion, em1958, além de alguns contatoscom empresários dispostos aimpulsionar os próprios negó-cios e, então, em outubro de1960, inaugurou-se a TV Para-naense Canal 12. Acontecia apartir desse ano a tão sonha-da transmissão televisiva he-gemonicamente paranaense.

Se essa história rendeu todoo investimento e esforço deChede, alguns ilustres conhe-cidos da telinha na época po-dem contar. É o caso de OsiresHaddad que, aos 68 anos, re-lembra o tempo em que era apre-

50 anos de TVExposição destaca

no Paranásentadora de um programa deauditório infantil chamado“Floresta Encantada”, no anti-go Canal 12, em 1961.

Ela interpretava uma coe-lhinha que contava histórias,fazia gincanas e conversavacom o público e com o telespec-tador sobre escola e tudo o quecercava o universo infantil.Para a antiga apresentadora egarota-propaganda de algunsprodutos, o “Paraná é muito tí-mido em relação à televisão”,mas Osires sabe o quanto eradivertido e encantador o mun-do por trás da telinha.

Naquele mundo de inova-ções nas tecnologias e pro-duções, o resultado quasesempre era inesperado .Quem figurava os programassentia o ritmo das transmis-sões ao vivo, muitas vezescom o público presente. Ape-

sar de todo esse fascínio, aspressões eram inúmeras e emalguns programas umaconstante ameaça, princi-palmente quando ficavamevidentes as pequenas fa-lhas, que eram imediata-mente visíveis. Depois do vi-deoteipe, a televisão revolu-cionou-se e aquele friozinhona barriga de antes deu lu-gar a uma TV comercial ,com formato padronizadopelas emissoras.

As novas tecnologias tam-bém contribuíram para que aTV ficasse mais atraente e in-terativa.

ServiçoOnde: Ébano Pereira, 240Horário: De segunda à sexta,das 9 horas às 18 horas.Entrada franca. A exposiçãovai até 15 de outubro.

Memória, imagens, história: televisão e inovação contada há meio século no Paraná

No Paraná1954 – Uma multidão aglomera-se diante do Edifício Morei-ra Garcez, no centro de Curitiba para ver dois receptores.1960 - Inaugurada a TV Paranaense Canal 12.1965 - A TV Paranaense começa a utilizar o videotape.1967 - Inaugurada a TV Iguaçu, canal 4, primeira emissora aser projetada especialmente para ser uma geradora detelevisão.1968 – TV Paranaense exibe a programação da Rede Globo,do Rio de Janeiro e começa a perder telespectadores para asnovelas da TV Excelsior. Encanto e memória de Osires Haddad ao

estrelar um dos primeiros programas da TVno Paraná

Os equipamentos transformavam emimagem tudo aquilo que estava apenas naimaginação das pessoas

No Brasil1950 – Assis Chateaubriand inaugura a TV Tupi Difusora deSão Paulo.1953 - Entra ao ar o telejornal Repórter Esso.1965 - Estreia o Programa Silvio Santos, exibido pela TVGlobo.1967 - A Rede Bandeirantes é fundada por João Saad.1968 – Morre Assis Chateaubriand.

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Curitiba, segunda-feira, 30 de agosto de 20108

Adrenalina high techAdrenalina high techAdrenalina high tech

É possível imaginar quehaveria a possibilidade deum homem ser obrigado amanter distância de lojasde aparelhos eletrônicos?A probabilidade de encon-trar casos como esse au-mentaria, se ocorresse nastelonas. E, se esse empeci-lho é o resultado de desco-bertas realizadas nas ope-rações tecnológicas do FBI,a situação pode piorar. Omundo digital fez com queo hacker Stanley Jobson,personagem de Hugh Jack-man, em A senha -Swor-dfish, se tornasse refémdeste meio. Envolvendoação e tecnologia, o filmerevela que a era ciber podeser perigosa.

Em um cenário que en-volve ambição e anseio deretomar a guarda da filha,Jobson entra em um jogo,em que a vantagem sobre osoutros e o dinheiro impe-ram. Mesmo com a proibi-ção imposta, o hacker nãoencontra outra alternativa,e aceita conversar com Ga-briel Shear, vivido por JohnTravolta. O pedido foi rea-lizado por intermédio deGinger, a misteriosa cúm-plice de Shear, que HalleBerry interpreta. Ela oferecea Jobson, 100 mil dólaressomente para ele ficar pordentro do que se trata, emesmo não entrando nojogo, levaria as notas. Atentadora proposta não deuescolhas para o mestre dacomputação, e assim, o es-pião o atraiu para seu mun-do. No encontro inusitado,Jobson foi obrigado a de-monstrar as suas aptidõescom as senhas. Shear mos-traria que ele não poderiarecusar, e deveria fazer par-

te do plano. Jobson passa pelo teste, e

uma nova oferta, de Shear,fez com que o hacker entras-se de vez na jogada. Ele,agora, poderia faturar 10 mi-lhões de dólares. Shear apos-tava em Jobson, pois para elenada era impossível. A par-tir desse momento, ele mer-gulha novamente no espaçoonde se manteve afastado. Oseu novo desafio era desco-brir o funcionamento do sis-tema de um banco, e tomarposse de uma quantia milio-nária. Swordfish é a senhapara este novo desafio; oúnico meio de entrar na redede computadores do alvo.

No mundo paralelo deShear, tudo é atraente. A fa-cilidade é o carro-chefe. Mas,por ser um universo em quea clandestinidade é vigente,cada dia é uma nova vida.Sobreviver pode ser uma vi-tória, pois os valores em di-nheiro aumentam com o pe-rigo. Jobson deixa o traileronde morava e sai rumo àsfacilidades proporcionadaspelo ciberespaço.

O hacker sente-se à von-tade por voltar a fazer aqui-lo que realmente sabe. Com-putadores de alta tecnologiae telas, em que códigos sãoos principais meios para sechegar a resultados satisfa-tórios, fazem parte da reali-dade dessa personagem. Po-rém, no decorrer da trama Jo-bson percebe que a adrenali-na high tech, nem sempre, éa melhor opção.

O longa, de 2001, apre-senta em 99 minutos, um en-redo envolvente regado aação, suspense e tecnologia.O diretor Dominic Senaaposta em cenas marcadaspelo inesperado.

Tecnologia eperigo domundoparalelo

Quais foram os impactos dos avanços das novas mídiasnos jornais brasileiros tradicionais nos últimos anos? Pararesponder a esta pergunta, o jornalista Lourival Sant’Annaentrevistou diretores de dois importantes veículos impres-sos brasileiros — Otavio Frias Filhos, da Folha de S. Paulo;Rodolfo Fernandes, de O Globo — e de laboratórios de mí-dia na Espanha (Ramón Salavería) e nos Estados Unidos(Nicholas Negroponte). Embora o autor retrate um cenáriopouco favorável às mídias tradicionais, os entrevistados re-velam que as grandes empresas estão investindo na integra-ção dos veículos para sobreviverem e essa estratégia tem ga-rantido bons resultados.

O destino do jornal, de Lourival Sant’Anna (Record, 276páginas)

O avanço da internet trouxe um importante impacto naindústria da mídia no mundo todo. Desde o início dos anos2000, tem havido diminuição do poder do jornalismo impres-so, que tem sofrido com a diminuição das tiragens e a redu-ção das receitas publicitárias. Considerados desde o inícioda modernidade como os pilares da democracia e da esferapública, os jornais estão perdendo espaço para o entreteni-mento. Diante desse cenário, a pergunta é: em que medida anova mídia é realmente democrática? Até que ponto o enfra-quecimento dos veículos tradicionais não prejudica a éticada informação? Baseando-se em autores como os sociólogosZygmunt Bauman e Octavio Ianni, o jornalista Caio TúlioCosta faz uma ampla discussão sobre a questão da ética emseu livro.

Ética, jornalismo e nova mídia: uma moral provisória, deCaio Túlio Costa (Zahar, 290 páginas)

Publicado no meio acadêmico anglo-americano na déca-da de 1960, este livro olha os avanços tecnológicos de umamaneira otimista. Para McLuhan, os progressos realizadosno âmbito da mídia — a invenção do rádio, da televisão edo computador — tiveram um impacto tão positivo que fo-ram capazes de expandir a sensibilidade do ser humano. Amaior crítica que se faz às teorias de McLuhan é a sua faltade visão crítica sobre os meios de comunicação. Mesmo as-sim, algumas teorias suas têm sido retomadas pelos pesqui-sadores, como a relação escrita-oralidade e a aldeia global.

Os meios de comunicação como extensões do homem, deMarshall McLuhan (Cultrix, 408 páginas)

Este ensaio filosófico, lançado nos Estados Unidos logodepois da Segunda Guerra, escrito por dois intelectuais ju-deus refugiados na América, denuncia o uso ideológico dosmeios de comunicação de massa pelos regimes totalitários.Para os autores, o projeto da modernidade — que surgiucom o Iluminismo, no século XVIII — entrou em colapso noinício do século XX, com a ascensão da indústria cultural edo controle do conhecimento a partir de um viés utilitário etécnico. Para esses pensadores, a indústria cultural — tãolouvada por McLuhan — está a serviço do capital e dos re-gimes totalitários.

Dialética do esclarecimento, de Max Horkheimer eTheodor Adorno (Zahar, 256 páginas)

Nathalia Cavalcante

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