LONA 503- 09/06/2009
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Curitiba, terça-feira, 9 de junho de 2009 - Ano XI - Número 503Jornal-Laboratório do Curso de Jornalismo da Universidade Positivo [email protected]
DIÁRIO
do
BRASIL
STF julga amanhãobrigatoriedade dediploma para jornalista
Geral
Os juízes do Supremo Tribunal Federal (STF) vão decidir amanhã, em Brasília, se vão manter ounão a exigência do diploma de jornalista para o exercício da profissão. A proposta de desregula-mentação da atividade, feita pelo sindicato patronal em 2001, possibilitará que profissionaissem diploma sejam contratados por empresas jornalísticas. Contrários à proposta, estudantes,entidades de classes dos jornalistas e instituições do ensino superior farão manifestações emdiversas capitais do país. O principal foco dos protestos é Brasília.
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Fernando Emmendoerfer de Castro/LONA
Há 22 anos, Riad Bark deixou paratrás sua formação acadêmica parafazer o que gosta. Formado em di-reito pela UFPR, largou a advoca-cia para abrir o bar Ponto Final.Com sua simpatia, Riad canta à noi-te e faz de seu próprio bar refe-rência em MPB em Curitiba.
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Perfil
Do direito ao
barbar
Oficinas ajudamna reabilitação deusuários de drogas
O Centro de ConvivênciaMenina Mulher (CCMM) pro-move a reabilitação social paraadolescentes. Rosimeire Mar-tins de Oliveira é uma das edu-cadoras do local e tem uma his-tória de força e determinação.
Ensaio
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Ponto turístico da cidade deFüssen, no sul da Alemanha, ocastelo é um dos poucos da Eu-ropa, a não ser em Portugal,que oferece guias de idioma emportuguês.
Fotos mostramcastelo queinspirou contosde Walt Disney
Colunista
“Em comemoração ao Dia dosNamorados, juntei cinco dos me-lhores episódios que se passamna televisão nesta data”. Por Ca-mila Picheth
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Expediente
O LONA é o jornal-laboratório diário do Curso de Jornalis-mo da Universidade Positivo – UP,
Rua Pedro V. Parigot de Souza, 5.300 – Conectora 5. CampoComprido. Curitiba-PR - CEP 81280-30. Fone (41) 3317-3000
Reitor: Oriovisto Guimarães. Vice-Reitor: José Pio Martins.Pró-Reitor Administrativo: Arno Antônio Gnoatto; Pró-Reitorde Graduação: Renato Casagrande; Pró-Reitora de Extensão:Fani Schiffer Durães; Pró-Reitor de Planejamento e Avalia-ção Institucional: Renato Casagrande; Coordenador do Cur-so de Jornalismo: Carlos Alexandre Gruber de Castro; Profes-sores-orientadores: Ana Paula Mira, Elza Aparecida e Mar-celo Lima; Editores-chefes: Antonio Carlos Senkovski, Cami-la Scheffer Franklin e Marisa Rodrigues.
“Formar jornalistas comabrangentes conhecimentosgerais e humanísticos, capa-citação técnica, espírito cria-tivo e empreendedor, sólidosprincípios éticos e responsa-bilidade social que contribu-am com seu trabalho para oenriquecimento cultural, so-cial, político e econômico dasociedade”.
Missão do cursode Jornalismo
OpiniãoPolítica Tecnologia
Katherine Dalçoquio
Nas últimas semanas, pra-ticamente todos os telejornaisdas tevês abertas, todos osgrandes jornais, todos os gran-des portais de internet, todas asemissoras de rádio entraramem pânico, quando Lula, ques-tionado por um repórter sobrese cogita tentar voltar ao poderem... 2014 (?!), disse que “sóDeus sabe a resposta a essapergunta, porque nem sabe-mos o que acontecerá em 2010,que ainda está longe”. Pareceestar bastante confiável nossoPresidente, que em meio a mo-mentos de “tensão” entre seusaliados, por causa da doençada Ministra da Casa Civil Dil-ma Rousseff, comemora o au-mento de popularidade. Seusaliados devem estar pensandoque vão conseguir o terceiromandato. Mas não, não se de-pender de algumas pessoasque conseguem enxergar todasas besteiras que o Excelentíssi-mo Senhor Presidente já vezcom nosso país. Essas pesqui-sas devem ser encomendadaspelo próprio Partido dos Traba-lhadores. Onde já se viu a ex-guerrilheira – candidata deLula – ser “quem sabe” nossapróxima presidente da Repú-blica? Falando em candidata
de Lula, deve ser por isso queestão falando dessas pesquisassobre o aumento de sua popu-laridade. Para que o povo nãoesqueça do presidente quenunca está no Brasil e paraque os que ainda não conhe-cem Dilma, escutem falar seunome. Afinal quem escuta umpouco sobre política sabe mui-to bem que Lula já afirmou queDilma é sua candidata e querque ela seja sua sucessora.
Candidata que no últimomês descobriu estar com um cân-cer. Não fez o que a maioria dospacientes com essa doença faz,mas... Foi até um palanque juntocom o Lula e através das palavrasde “ajuda” do presidente e con-tou com o apoio do povo para anova caminhada que está por en-frentar. Desculpe-me, Dilma, maso que parece é que o seu partidoestá aproveitando da sua doençapara a próxima eleição. Todas es-sas notícias estão diretamente li-gadas ou pelo menos, indireta-mente, à campanha do próximoano. E acredite, não temos medodo que pode ficar na história so-bre Lula, quando ele deixar oplanalto no dia primeiro de2011, sobre ter sido o presiden-te mais popular da história,mas sim se ele conseguir conti-nuar seu mandato através desua candidata.
Sem prosseguir
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Leonardo Schenato Barroso
O Brasil, assim como o res-to do mundo, sempre foi um lu-gar de divisão social. Bares,clubes e outros lugares destina-dos a agrupar a burguesia dasociedade cobram caro pelaentrada para ter apenas umafreguesia seleta participandode seus eventos.
Mas, neste mês, os membrosda elite puderam celebrar - comuma festa bastante “seletiva” -algo ainda novo no Brasil: a eli-tização digital.
Esta é a proposta do site derelacionamentos Elisyants,uma espécie de Orkut grã-finoque estreou em São Paulo nodia 12 do mês passado.
Lançado em Hong-Kong efuncionando, além de São Pau-lo, nas cidades de Dubai e Cu-raçao, o Elisyants só aceita aentrada de pessoas convidadaspelos seus organizadores.
Entre eles, estão principal-mente celebridades e indivídu-os que costumam estar presen-tes em eventos luxuosos. Con-firmando isso, notamos que, nalista dos brasileiros convida-dos, estão nomes como do atorBruno Gagliasso e do estilista
Carlos Miele, figuras tambémconhecidas pelo seu alto poderde compra.
E o mais interessante sobreo site é o argumento dos quedefendem a sua criação.
Eles dizem que será feito nainternet o mesmo que acontecefora dela, no mundo real. Ouseja, ao invés de utilizarem ainternet para promover o aces-so das classes mais pobres dasociedade, os idealizadores doElisyants querem manter naweb a discriminação socialque existe nas ruas.
Pois é assim mesmo que asruas são: diferentes classesprecisam delas para sobrevivere, por isso, acabam se en-contrando. Mas há espa-ços muito bem deter-minados para cadaclasse social: pesso-as que moram na fa-vela não são as mes-mas que frequentamum iate-clube.
Essa divisão es-pacial que reforça asdiferenças sociais difi-culta a interação entreos grupos, fazendo comque a exclusão seja cadavez maior.
Com a criação do Elisyants,a internet ficou igual. Diferen-tes classes sociais vão utilizá-la para fazer pesquisas, ler blo-gs, utilizar e-mails e tudo o quea internet possibilita. Mas só oschamados “novos ricos” pode-rão fazer parte de determina-das comunidades virtuais.
A internet, com todo o po-tencial que tinha para revolu-cionar e democratizar a socie-dade, acabou servindo de fer-ramenta para uma minoria eco-nomicamente favorecida man-ter seu status de superioridade.É a exclusão social na era di-gital.
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GeralImprensa
STF julga a obrigatoriedadedo diploma de jornalista
Eli Antonelli
Está previsto para amanhã ojulgamento pelo Supremo Tribu-nal Federal (STF) da obrigatori-edade do diploma de jornalistapara o exercício da profissão. Adiscussão se originou em 2001,a partir de uma liminar suspen-dendo a exigência do diplomacom parecer favorável ao Sindi-cato das Empresas de Rádio eTelevisão de São Paulo. A deci-são foi revogada em 2005, maso Ministério Público Federal re-correu, e o processo está em an-damento no Supremo TribunalFederal.
Atualmente, a necessidadedo diploma está suspensa e osdesdobramentos dependerão dadecisão do Supremo. Há umapossibilidade de que o julga-mento seja adiado mais umavez. O ministro Marco Auréliode Mello poderá solicitar a subs-tituição do julgamento pelo casoda guarda do menino que estásendo disputado pelo pai nor-te-americano.
A Federação Nacional dosJornalistas - FENAJ e o GT Co-ordenação Nacional da Campa-nha em Defesa do Diploma es-tão organizando diversas mani-festações em prol do diploma.Em todo o país ocorrerá carava-nas a Brasília para a manifesta-ção pública em frente ao STF. OSindicato dos Jornalistas do Pa-raná está organizando uma ma-nifestação na Boca Maldita às13h. Outra ação que está sendodivulgada é o envio de e-mailsao STF. A lista de e-mails dosministros, bem como a sugestãode texto, pode ser obtida na pá-gina: http://www.fenaj.org.br/materia.php?id=2615.
DiscussãoO Lona entrevistou duas
profissionais da área de comu-nicação com opiniões diferen-tes, para exporem sua posiçãonesta discussão. Uma das pro-fissionais, a jornalista PaulineMachado, está entrando nomercado de trabalho, e a segun-da, a pesquisadora de comuni-cação Ivana Bentes, possui am-pla experiência na área de co-municação.
EntrevistadasA jornalista Pauline Macha-
do é recém formada em Comu-nicação Social – Jornalismopela Universidade Positivo eatualmente, está em busca desua colocação no mercado detrabalho. Escreve voluntaria-mente para a Agência de Notí-cias do Direito dos AnimaisANDA – e mantém um blog,“um olhar estrangeiro sobre to-das as coisas”: http://www.paulinemachado.com.br .A dire-tora da Escola de Comunicaçãoda Universidade Federal do Riode Janeiro, Ivana Bentes, temmestrado e doutorado pelaUFRJ. Atua principalmente emestética, teoria da comunicaçãoe pensamento contemporâneo.Dedica-se a dois campos depesquisa: estéticas da comuni-cação, Novos Modelos Teóricosno Capitalismo Cognitivo(CNPq) e Periferias Globais:produção de imagens no capi-talismo periférico. Apresenta oprograma de debate Curta-Bra-sil, sobre cinema e cultura, natelevisão Educativa (TVE) doRio. É autora dos livros “Joa-quim Pedro de Andrade: a revo-lução intimista” (Ed. Relume-
Dumará.1996), “Cartas ao Mun-do: Glauber Rocha” (organiza-ção e apresentação), Compa-nhia das Letras, 1997. É co-edi-tora de Cinemais: Revista de Ci-nema e Outras Questões Audi-ovisuais e de Lugar Comum:Comunicação e Política, revistade ensaios no campo da comu-nicação. E escreve sobre cultu-ra para o jornal Folha de S.Paulo e Jornal do Brasil. Man-tém o blog com o tema “O devirestético do capitalismo cogniti-vo" http://www.midiarte.blogspot.com
A favor do diploma – Pau-line Machado
“Parto do princípio de que,assim como qualquer outra pro-fissão regulamentada, o jorna-lista deve sim ter a obrigatorie-dade do diploma para exercerlegalmente a profissão. Se anosatrás o pessoal não precisavado diploma para vivenciar a ro-tina das redações dos jornais eestá até hoje no mercado, tudobem, faz parte da história do jor-nalismo e do nosso país; agora,a partir do momento em que aprofissão foi regulamentada,deve ser obrigatório o diploma,caso contrário, estaríamos an-dando para trás.
Se for assim, penso que pos-so exercer qualquer outra profis-são – advogada, engenheira,psicóloga, dentista, socióloga,filósofa e até ser veterinária, queé o meu sonho, pois não preci-saria de diploma para exercertal função; mas não posso, ain-da que tenha total aptidão paraisso.
Ser jornalista não é tão sim-ples assim, embora para algunspareça. É preciso técnica (obti-
da na faculdade ou na prática,não importa), mas é preciso trei-no, é preciso orientação, é pre-ciso muitos outros detalhes, eextinguir o diploma é desmere-cer os profissionais da impren-sa.
Sem falar na moral, ou faltadesta, do ministro relator docaso. Será que essa importantedecisão está em boas mãos? Oumelhor, em mãos justas? Enfim,essa já é uma outra história.”
Contra o diploma – IvanaBentes
“Por que a FENAJ e outrasentidades corporativas não es-clarecem que o fim da exigênciade diploma para trabalhar emjornalismo não significa o fimdo ensino superior em jornalis-mo?
Ao invés de esclarecer quesão duas coisas distintas, con-fundem a todos! É a pedagogiada desinformação e do ‘medo’,a pedagogia da ‘reserva de mer-cado’ para um único grupo deprofissionais, os ‘jornalistas’, ti-rando a oportunidade e a em-pregabilidade de tantos outrosjovens formados em comunica-ção e não reconhecendo a po-tência da mídia livre. (...)
O ‘capital’ e as corporaçõessão os primeiros a contrataremos jornalistas com formação su-perior. Na UFRJ os estudantesde Comunicação e Jornalismosão ‘caçados’ pelas empresasque dão preferência aos forma-
dos, com nível superior!Os jornais já burlam a exi-
gência de diploma pagando osmaiores salários da Redaçãoaos não-jornalistas, cronistas,articulistas, colunistas, todossem diploma (os sindicatos fize-ram o quê?) (...) Estou defenden-do a empregabilidade das cen-tenas de jovens formados emComunicação.
Ao invés de se preocuparemcom as condições de trabalhode um contigente de jovens quejá estão exercendo jornalismode forma nova e profissional, ascorporações impedem o exercí-cio da profissão destes e decentenas de jovens no exercícioprofissional de jornalismo, res-trito pelo poder cartorial e cor-porativo de um diploma, que jánão tem valor de mercado, oque tem valor de mercado e va-lor simbólico é a formação dequalidade.
O raciocínio de parte da FE-NAJ e FNPJ está na vanguardada retaguarda, no século fabril,corporativo, estanque. Na defe-sa de ‘postos de trabalho estan-ques’, quando no capitalismocognitivo, no capitalismo dosfluxos e da informação, o queinteressa é qualificar não para‘postos’ ou especialidades (ooperário substituível, o saláriomais baixo da redação!), maspara campos de conhecimento,para a produção de conheci-mento, como o campo da Comu-nicação”.
Ser jornalista não é tão simples assim.É preciso técnica,treino, orientação emoral”PAULINE MACHADO, JORNALISTA
Entidades de classe promovem manifestações a favor do diploma em várias capitais e em Brasília
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EspecialCentro de Convivência Menina Mulher
Um modelo de meninaUma história de sofrimento que se tornou exemplo de salvação
Renata de Andrade
Numa sala de mais ou me-nos seis metros de comprimen-to e quatro de largura, dez me-ninas entre 12 e 16 anos conver-savam. A pouca luz que entra-va pela janela iluminava as seiscadeiras no fundo da sala e aúnica lâmpada não queimada,entre quatro, se encarregava deiluminar um sofá de quatro lu-gares e o resto da sala. Essasadolescentes não estavam lápara simplesmente bater papo,mas sim para conversar sobreassuntos sérios e realizar ativi-dades no horário em que não
deveriam estar na escola.Era o fim de uma das ofici-
nas, e as meninas já estavam in-quietas. Um pedaço de papel foidistribuído e, para terminar,elas tinham que escrever algu-ma coisa sobre suas vidas, algoque a Ong ajudara a mudar.Como que mecanicamente, elascomeçaram a escrever. De fren-te para elas, estavam sentadasa coordenadora e assistente so-cial Simone Taborda SantosHaertel e a educadora Rosimei-re Martins de Oliveira. Uma auma, elas leram seus papéis.Sinceros agradecimentos dequem foi instruído a resistir às
tentações da droga e da violên-cia, que aparentemente eram osúnicos e mais fáceis caminhospara se seguir.
A última a ler foi Rosimeire.A força e determinação estam-padas no rosto franzido de mu-lher, que junto às meninas des-mancha-se em um sorriso ingê-nuo e num olhar compreensivo,marcaram a leitura. Rosimeiresurpreendeu a todos. Mesmodepois de quase nove anos detrabalho na Ong, ninguém sa-bia de sua história.
O Centro de ConvivênciaMenina Mulher (CCMM) existehá quase quatorze anos. Com
o apoio do Ministério do Desen-volvimento Social e Combate aFome e do Fundo Municipal deAssistência Social, a instituiçãoatende meninas de 6 a 18 anos,a maioria da Vila Parolin, emestado de vulnerabilidade. Sãofamílias que, em sua maioria,trabalha na coleta de materialreciclado e são beneficiárias doprograma de Erradicação doTrabalho Infantil ou Bolsa Famí-lia. Lá, as meninas e mulheresse dedicam a aulas de capoei-ra, corte e costura, teatro, eti-queta, ballet, oficinas de infor-mática e outras atividades quepropiciem a reinserção social ea melhoria da autoestima.
Quando a Ong foi fundada,em 1995, uma das que partici-pava das oficinas era Rosimei-re. Na época, com 14 anos, elaachou no CCMM uma oportu-nidade de mudar o rumo quesua vida tinha tomado desdeque saíra de casa.
Rosimeire nasceu em Borra-sópolis, no norte do Paraná. Foicriada por um casal de agricul-tores, desde que era bebê.“Meus pais não tinham condi-ções de me criar. A solução queencontraram foi me entregar aosmeus ‘padrinhos’”. Na cidadeinteriorana, ela nunca precisoutrabalhar. Sua vida se restringiaem estudar e brincar, enquantoseus novos pais dedicavam-se àroça.
Porém, aos 11 anos, Rose –como é chamada na Ong – quisconhecer sua família verdadei-ra, que morava em Curitiba.Num gesto de compreensão,seus padrinhos a levaram paraa capital e a ajudaram a encon-trar a casa onde seu pai bioló-gico estava morando. Ficou sa-bendo que sua mãe tinha se
mudado há vários anos paraSão Paulo e lá tinha falecido. Sónão soube o motivo da morte.Ela despediu-se de seus padri-nhos e afirmou, com um largosorriso no rosto, que ela ficariamuito bem ali, com sua nova equase verdadeira família. Issoporque seu viúvo pai já tinha secasado novamente.
Porém, não foi fácil convivercom a madrasta. Com toda aautoridade e respaldo do mari-do, ela mandava e desmandavaem Rose, que não gostava nadada ideia de conviver com umamulher que não a queria bem.
Então, com alguns poucosmeses de muitas brigas, a meni-na decidiu sair de casa. Masnão quis voltar para o interior.A capital a encantara. Toda abeleza da Cidade Sorriso a se-duziu para o que havia de maiscruel e degradante das cidadesgrandes – o vício.
Rose passou anos pulandode casa em casa. Dormia umdia na casa de colegas da esco-la, de companheiros da noitadae de pessoas que mal conhece-ra. Ou que conhecera quandonão estava em condições de selembrar no dia seguinte. Passoupor abrigos, pensões, repúbli-cas. Para ela, essa foi a épocamais difícil de sua vida.
Lembra-se angustiada dodia em que quase foi levadapara o reformatório. Estava aperambular pelas ruas, à procu-ra de outra casa que a aceitassepor pelo menos uma noite,quando foi surpreendida pelapolícia. O policial, um robustohomem que a aparentou ter me-nos de 35 anos, a pegou pelobraço e perguntou se ela era Ro-simeire Martins de Oliveira. As-sentindo com a cabeça que sim,
Por meio da produção de jornais, as meninas aprendem a valorizaro espaço social em que vivem
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Fotos: Renata Andrade
ela já estava se preparandopara o que se acostumara a vernas ruas. “Autoridades abu-sando do poder, aproveitando-se de nós, meninas que não tí-nhamos com quem reclamar”.Por um ato de sorte ou consci-ência, o policial nem chegou atocar na menina. Ele apenas in-formou que seu pai e seu irmãoforam os mandantes da apreen-são. Eles exigiam o seu retornoà casa.
Rosimeire desconfiava quepor trás dessa preocupaçãocom ela estivesse a vergonha deserem reconhecidos como a fa-mília da menina que viva semcasa, perambulando por aí comos “noiados”. Essa é a expres-são que se usa para designaraos usuários de drogas.
No último abrigo pelo qualpassou, o Abrigo Madre Antô-nia, arranjou um emprego. Pas-sou a auxiliar a coordenadoraa ministrar atividades para osadolescentes. Como uma dissi-dência do Madre Antônia, sur-giu o CCMM. Enquanto o abri-go serviria de casa para as ado-lescentes, o CCMM seria o lugaronde elas ocupariam o tempoocioso, para que não se deixas-sem levar pelas dificuldades davida.
Simone e todo o resto da salaficaram quietas, atentas às pa-lavras de Rosimeire. Era umahistória que serviria de modelopara as meninas dali em dian-te. Foi difícil imaginar que aeducadora que elas incluíamnas brincadeiras de menina se-ria personagem de uma vida tãocheia de aventura, que para afelicidade geral, teve um finalfeliz.
Terminada a oficina, as me-ninas se dirigiram para o pátio
da Ong. Atravessaram o corre-dor, que abria espaço para osoutros quatro cômodos – cozi-nha, sala de costura, sala decomputadores e banheiro – e fi-caram sentadas no chão de con-creto. Naquela tarde, até a som-bra castigava-as com o calorque fazia com que a sensaçãotérmica não estivesse abaixodos 30 graus. São poucos osdias quentes de céu limpo emCuritiba. Isso era motivo paraquererem aproveitar muito bemo verão.
Vendo a animação das me-ninas, Rosimeire saiu da Ong,andou cinco quarteirões atéchegar a um minimercado ecomprou um saquinho de bexi-gas. Encheu-as de água e jogoupara as meninas brincarem.Olhando de longe, não se dis-tinguia quem era a educadora equem eram as alunas. Emboraa aparência de mulher vivida,Rosimeire tem apenas 24 anos.Junto com as meninas, teria aomenos 12.
Quando percebeu que o ris-co de se molhar ficava cada vezmaior, ela se distanciou da brin-cadeira. “Eu tinha que pegarônibus para ir pra casa”. Essefoi o único motivo pelo qualnão continuou brincando comelas.
Debruçada na janela da salade computadores que dava parao quintal, Rosimeire analisavaa cena das bexigas espatifando-se no chão, causando euforianas meninas que não fugiamda água refrescante. Lembrou-se de quando tinha a mesmaidade. Não se sentiu triste, ape-nas agradeceu por poder pro-porcionar aos outros o que elanão pôde ter quando era ape-nas uma menina.
Centro de Convivência conscientiza crianças e adolescentes pormeio de atividades extra-escolares
A força e determinação estampadas norosto franzido de mulher, que junto àsmeninas desmancha-se em um sorrisoingênuo e num olhar compreensivo,marcaram a leitura. Rosimeiresurpreendeu a todos. Mesmo depois dequase nove anos de trabalho na Ong,ninguém sabia de sua história
O Centro de Convivência Menina Mulher (CCMM) existe háquase 14 anos. Com o apoio do Ministério doDesenvolvimento Social e Combate a Fome e do FundoMunicipal de Assistência Social, a instituição atendemeninas de seis a 18 anos, a maioria da Vila Parolin, emestado de vulnerabilidade. São famílias que, em suamaioria, trabalha na coleta de material reciclado e sãobeneficiárias do programa de Erradicação do TrabalhoInfantil ou Bolsa Família
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GeralComunicação
Feliz Episódio dosNamoradosCamila Picheth
Para comemorar a ocasião, juntei cinco dos melhores episódi-os que se passam durante o Dia dos Namorados. Tem episódiospara todos os gostos: bonitinho, engraçado ou dramático.
Bewitched, Bothered andBewildered – Buffy (2x16)
Na época em que Buffy ain-da tinha uma trama decente,tiradas inteligentes e episódi-os comemorativos legais, o Diados Namorados é lembradocom mais um feitiço que saipela culatra. Depois que Cor-delia termina com Xander noDia dos Namorados, ele tentarecuperá-la por meio de magia.
Coluna - Televisão
St. Valentine’s Day30 Rock (3x11)
Acidentalmente, Liz marcaseu primeiro encontro comDrew no Dia dos Namorados.A partir de então tudo começaa dar errado, como um inciden-te com a porta do banheiro euma revelação familiar. En-quanto isso, Jack planeja umjantar romântico com Eliza,mas as coisas não ocorremcomo planejado quando ele éobrigado a ir à igreja.
Vineyard Valentine – Gil-more Girls (6x15)
Lorelai, Luke, Rory e Lo-gan viajam até Martha’s Vi-neyard para passar o fim desemana do Dia dos Namora-dos. Além do episódio acon-tecer fora de Stars Hollow,outra peculiaridade da tramaé a ida dos quatro até umaacademia de ginástica.
The One With UnagiFriends (6x17)
E é claro que Friends nãopoderia ficar de fora. Chandlere Monica comemoram o diados namorados duas semanasmais tarde, e combinam de fa-zer seus próprios presentes (osquais não são feitos por ne-nhum dos dois). Enquanto isso,Ross quer ensinar a Rachel ePhoebe uma técnica japonesachamada “Unagi”.
All In The FamilyER (6x14)
Em um dos episódios maismarcantes da série, esse diados namorados não foi nadabom para os que trabalhavamno hospital. Carter e Lucy sãoatacados por um paciente es-quizofrênico e toda a equipese mobiliza para tentar salvara vida dos dois.
Curso discute jornalismoaplicado ao esporteJuliane Moura
A pró-reitoria de Extensãoda Universidade Positivo or-ganizou o curso JornalismoEsportivo Aplicado, que teveseu início no dia 8 de maio,com aulas nas sextas e sába-dos, durante um mês.
Esta foi a segunda ediçãodo curso, que teve um acrés-cimo de 20% em relação ao doano passado. Contando comótimos palestrantes, ajudou aentender e a desenvolver osconhecimentos relacionadosàs mídias impressa, televisivae na internet. Falou tambémsobre a história e as tendên-cias do mercado de trabalho.O curso foi direcionado paraestudantes de comunicação,profissionais da área e inte-ressados no assunto.
Para ministrar o curso, fo-ram convidados jornalistascomo Cristian Toledo, sube-ditor de esportes da Tribunae apresentador do Tribuna noFutebol, da Rede Indepen-dência (RIC) e plantonista darádio Transamérica; IrapitanCosta, setorista do ParanáClube; Joyce Carvalho, repór-ter da Tribuna, produtora eapresentadora do Transamé-rica Esportes; o editor de es-portes da Tribuna do Paranáe editor da Tribuna Radical,Carlos Henrique Bório; Leo-nardo Mendes Junior, da Ga-zeta do Povo; Marcelo DiasLopes, editor no núcleo es-portivo da Rede Paranaensede Comunicação (RPC).
Ao longo do curso foramapresentados diversos temas,desde ética na profissão, as-sessoria de imprensa e ma-rketing, novos e velhos con-ceitos nas áreas, os diferentesmodos de trabalho em rádio,TV, jornal e internet, até ahistória de todas as mídias.Cada assunto foi exposto demodo simples e direto, sendodiscutido entre os jornalistasconvidados e a turma com-posta por mais de 30 partici-pantes.
Com aulas dialogadas,descontraídas e com muitainformação, o jornalista Cris-tian Toledo comandou os pri-meiros dias do curso, semprena companhia dos demaisjornalistas, que alternavam ocomando de acordo com aárea e o tema definido. Commuita interatividade, os diasde curso foram de grandeproveito para os participan-tes, abrangendo os conheci-mentos já existentes e acres-centando informações aindadesconhecidas.
O jornalista Cristian Tole-do falou como é importanteesse tipo de conhecimentopara quem deseja atuar nojornalismo esportivo. “A nos-sa ideia é tentar aproximarum pouco mais os estudantese os recém-formados no mer-cado de trabalho. Ter um co-nhecimento de assuntos queas faculdades às vezes nãoconseguem mostrar justa-mente porque são institui-ções de ensino. Procuramos
mostrar um pouco a realida-de do dia-a-dia do trabalhodos profissionais da área.”
Participar de um curso deextensão é sem dúvida mui-to importante. Toledo fala so-bre a diferenciação da pri-meira edição do curso nesteano. “Primeiro, o número depessoas aumentou, principal-mente o de estudantes. Naprimeira edição nós tivemosmuito mais participantes re-cém-formados ou até traba-lhando há mais tempo nomercado. Neste ano mais dametade era de estudantes, oque para nós é bem legal. Eacho que principalmente foia integração do pessoal aocurso, todos me parecerammuito interessados. No anopassado todos queriam ape-nas saber a nossa preferênciapor times, faziam perguntasrelacionadas as nossos cole-gas de trabalho. Neste cursofoi diferente. os participantesse preocuparam principal-mente nas questões relacio-nadas ao mercado esportivo,fizeram perguntas pertinen-tes sobre os temas. Acheibem legal, porque afinal sãoas preocupações que vocêsestudantes têm que ter.”
Para quem deseja seguirno ramo, Toledo deixa umadica. “A princípio a pessoatem que sempre se manteratualizada. Tem que ler jor-nais, buscar notícias, procu-rar novas informações, acom-panhar programas televisi-vos, ouvir rádio”. Cristiantambém ressalta a importân-cia do aperfeiçoamento.“Tem que se aprimorar emcursos de extensão, tem quefazer uma boa faculdade. Sepossível ter uma pós-gradu-ação e tem que acreditar nopróprio esforço. Não pode sedesesperar, tem que ter paci-ência, porque muitas as opor-tunidades não vêm no mo-mento em que se espera, vêmdepois. Por isso tem que con-tinuar confiando, continuaracreditando sempre.” (Cola-boração: Aline Reis)
“A princípio a pessoa tem que semprese manter atualizada. Tem que lerjornais, buscar notícias, procurar novasinformações, acompanhar programastelevisivos, ouvir rádio”CRISTIAN TOLEDO, JORNALISTA
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GeralPerfil
Doutor em MPBAdvogado por formação e músico por natureza, Riad Bark canta e encanta
Fernando Emmendoerfer deCastro
No ano de 1979, a Univer-sidade Federal do Paraná(UFPR) formava mais uma tur-ma do curso de direito. Entreos formandos, Riad Bark, 54,realizava o sonho de muitos,obtinha o diploma da consa-grada universidade. Mas avida lhe reservava muito maisrealizações do que a advocaciapoderia lhe proporcionar. Se aempatia do “Turco” poderialhe credenciar sucesso emuma série de profissões, inclu-sive no direito, certamente ne-nhuma delas o permitiria alçarvoos tão longos como a carrei-ra de músico e proprietário debar lhe possibilitaram.
Exerceu a advocacia naárea trabalhista por cerca desete anos. Obteve certo êxitoprofissional trabalhando emprefeituras, mas, ainda assim,seu histórico de vida permitefacilmente a compreensão rela-tiva à mudança tão drástica deofício. Componente de uma fa-mília que respira música, Riadjá teve contato com o cantodesde cedo, com o coral da fa-mília Bark, composto por ele eseus irmãos. E foi para unir otalento, o prazer e o trabalhoque Riad abriu seu bar, o Pon-to Final. Então, 1987 seriamarcado como o ano em que aclasse trabalhadora perderiaum de seus defensores, para aMPB ganhar um de seus balu-artes. No comando do redutoboêmio - tão original quantoduradouro-, Riad conseguemanter a excelência e as raízesaté hoje, fato cada vez maisraro no ramo de casas notur-nas.
Se a interferência da famí-lia de Riad o auxiliou paraidentificar seu dom, com certe-
za não foi a última vez queexerceu sua influência na vidado cantor. Ao contrário do quea vida boêmia de Riad pode-ria sugerir, as referências fa-miliares podem ser notadasem seu ambiente de trabalho.O quibe, especialidade do bardo cantor, é preparado por suamãe. Riad inclusive é extrema-mente modesto – tal como umbom filho – ao creditar o dife-rencial do Ponto Final ao qui-tute materno: “Acho que o barnão tem nada de mais. Eu meesforço, tento fazer o que opessoal gosta. O quibe que mi-nha mãe faz que é o diferenci-al único”, confidencia.
E o resto da família? Estãojuntos também. As duas filhassão frequentadoras assíduasdo bar, enquanto seu sobrinhoanota os pedidos dos clientese sua esposa, Marlene, é res-ponsável pelo caixa do estabe-lecimento. Essa proximidadeque Riad mantém entre suafamília e seu local de trabalhofala por si só sobre sua perso-nalidade afetiva, o legítimopaizão. Além disso, não preci-sa nem inventar desculpaspara ficar até tarde no bar comos amigos. Precisa de mais?
Com seu tradicional bigo-de, cabelos escovados paratrás e a barriga saliente – quedemonstra sua autoridade bo-tequeira – Riad sobe ao palcodo Ponto Final por volta das23 horas nas sextas-feiras esábados, únicos dias em que obar abre. Ao longo da noite,passeia pelo seu repertório,atende aos pedidos dos clien-tes e amigos, e como se fosseapenas mais um dos frequen-tadores assíduos do local, de-gusta doses e mais doses deGuaraná Diet com Bacardi:“Whisky jamais!”, exclamaRiad para depois explicar
como evoluiu das doses deconhaque, passou pelafase da gim tônica, dacuba, até culminar no es-tágio atual, que ele mesmodenonima como “meia-cuba”. “Se eu tomar 15 do-ses de cuba, é bem menosdo que 15 doses de conha-que”, justifica o cantor.
A personalidade simplesde Riad se reflete no ambi-ente do Ponto Final e, emcada momento da noite, bare cantor unem-se mais emais para, em uníssono, tra-zer de volta aos mais anti-gos “aqueles tempos quenão voltam mais”, e tam-bém para despertar nosjovens a paixão pelaMPB. É com irreverênciaque Riad conta sobreessa união de gerações:“O bar é frequentadopor todas as camadas eidades; eu estou na ter-ceira geração já. Temuma menina que vem aquique diz ‘meu avô adorava tuavoz’”.
Tal como é evidente o toquede cantor em cada detalhe deseu bar, não é exagero afirmarque, quando Riad evoca can-ções de artistas como ChicoBuarque, Vinícius de Moraes,Tom Jobim ou Toquinho, écomo se os quadros destesgrandes nomes da música ga-nhassem vida e sentassem nasmesas quadradas do localpara apreciar o show. Falandoem mesas, essas - ao lado dascadeiras - parecem dançar ti-midamente quando os mestresCartola, Noel Rosa e AdoniranBarbosa se fazem presentes navoz do bardo. Até mesmo asparedes verdes e antigas cum-prem sua função, que vai alémde reter toda a fumaça do lo-cal, fato que, apesar de não ser
exatamente um problema, àsvezes incomoda o cantor: “Nomeu bar muita gente reclamada fumaça, se vier aquela leique tem em São Paulo, eu nãoligaria tanto assim”, afirmaRiad, referindo-se à lei queproíbe o fumo em locais fecha-dos. O vozeirão de Riad, pro-jetado para fora do bar, é oanúncio da grande noite quese aproxima, sendo essa aprincipal e verdadeira função
Quando Riad evoca canções de artistascomo Chico Buarque, Vinícius de Moraes,Tom Jobim ou Toquinho, é como se osquadros destes grandes nomes da músicaganhassem vida e sentassem nas mesasquadradas do local para apreciar o show.
das paredes locais.Mesmo com todo o sucesso
profissional e pessoal, Riad éprecavido e se antecipa aqualquer infortúnio que a vidapossa lhe reservar - continuapagando anualmente a OAB.“Vai que um dia eu perco avoz”, justifica. Os amantes daMPB fazem votos sincerospara que isto jamais aconteça– ou ao menos que Riad sejaeterno enquanto dure.
MPB
Curitiba, terça-feira, 9 de junho de 20098
EnsaioCastelo do Rei Ludwig II
Um castelo decontos de fadascontos de fadas
Texto e fotos: Gustavo Krelling
Está nas geladas terras de Füssen, no sul da Alemanha, um castelo romântico, típico de contos defadas que inspirou até Walt Disney. O castelo é considerado um tanto antiquado para a época. Issoporque, na metade do século XIX, os castelos estavam fora de moda. Mas o rei da Baviera, Ludwig II,era fascinado pelas óperas de Richard Wagner e pela monarquia francesa da época de Luís XVI, porisso construiu o castelo. Muitos cômodos são inspirados em óperas de Wagner, como Tristão e Isoldae Parsifal. Não é possível fotografar no interior do palácio, mas é claro que os orientais se arriscam. Ocastelo é um dos únicos pontos turísticos da Europa, descartando Portugal, que oferece guias de áu-dio em português.