Logística Aula 6

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Centro Universitário Planalto do Distrito Federal - UNIPLAN

Armazenagem de Estoques

1. INTRODUÇÃO

A Gestão de Estoques tem reflexos diretos e significativos na eficiência operacional (desempenho) e nas finanças da empresa. Para apoiar o processo de gestão, os indicadores mais comuns são: Giro de Estoque, Prazo Médio de Estoque e Lote Econômico de Compra (LEC), conceitos definidos na literatura e amplamente aplicados pelas práticas empresariais.

O Giro do Estoque é um indicador financeiro que mede a velocidade com que alguns elementos (material/estoque) se renovam na empresa; o Prazo Médio de Estoque indica, na média, quantos dias um elemento (material/estoque) permanece em estoque ao longo do ano; LEC representa a quantidade ideal de compra, aquela que proporciona o menor custo de manutenção e o menor custo de aquisição do estoque.

Os indicadores variam em função da indústria, da complexidade de produtos, do comportamento do mercado e da Gestão de Estoques da empresa.

2. PRINCIPAIS INDICADORES

Os indicadores que permitem a comparação, de forma mais consistente, entre as empresas e os setores são:

As decisões de Posicionamento das empresas estão relacionadas com a rede logística, os modais de transporte utilizados, a alocação de estoque e o fluxo de produtos ao longo da cadeia de suprimento. A cadeia de distribuição de uma empresa é, geralmente, constituída pela Fábrica, que pode, ou não, ter estoque de produto acabado, Centros de Distribuição, que são pontos de armazenagem, e os Clientes.

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Uma cadeia de distribuição não tem necessariamente todos estes elos, podendo, contudo, apresentar várias fábricas e/ou vários centros de distribuição. As decisões de posicionamento podem ser divididas em quatro grupos:

• Decisões de Alocação de Estoque • Decisões de Fluxo de Produtos (Coordenação e Planejamento) • Decisões de Rede Logística • Decisões de Transporte

As principais decisões analisadas nesta pesquisa são as relacionadas com a alocação de estoque e com a coordenação e o planejamento do fluxo de produtos.

2.1 Decisão de Alocação de Estoque

A decisão de Alocação de Estoque está relacionada com o número de pontos de armazenagem na cadeia de distribuição do produto. Quando existe apenas um ponto de armazenagem na cadeia de distribuição, seja um armazém de fábrica ou um centro de distribuição, consideraremos que os estoques estão CENTRALIZADOS. Quando existe mais de um ponto de estocagem do produto, independente do elo (fábrica ou centro de distribuição) em que o estoque se encontra, diremos que os estoques estão DESCENTRALIZADOS.

Estoque DESCENTRALIZADO indica uma decisão de antecipação no espaço, uma vez que se busca colocar os produtos fisicamente mais próximos dos clientes. Já o estoque CENTRALIZADO indica uma postergação no espaço, ou seja, espera-se haver demanda para levar o produto ao próximo elo da cadeia.

2.2 Análise das Características dos Setores

2.2.1 Características do Produto

Algumas características dos produtos, tais como: valor agregado do produto, peso, dimensões, perecibilidade, obsolescência e complexidade no fornecimento, podem influenciar as decisões de posicionamento logístico. Para analisar que tipo de influência as características do produto tem sobre as decisões de posicionamento, foram criados três indicadores, que, além disso, permitem comparar setores diferentes.

Cada um dos indicadores tem relação com uma ou mais características do produto. São eles:

• Densidade de Valor; • Grau de Obsolescência;e • Grau de Perecibilidade.

2.2.1.1 Densidade de Valor

Este indicador é resultado da divisão do CPV (dado em R$) pelo peso (em Kg) do produto. A Densidade de Valor permite uma comparação mais consistente entre produtos diferentes de um mesmo setor, bem como, a comparação entre os diferentes setores.

Podemos notar, pelos resultados apresentados abaixo, que, para o SKU de maior importância para as empresas (SKU A), os produtos do setor de Tecnologia e

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Computação são os que têm uma maior Densidade de Valor. O setor de Alimentos, com produtos de baixo valor agregado, apresenta a menor Densidade de Valor entre os setores pesquisados.

2.2.1.2 Grau de Obsolescência

O tempo do ciclo de vida dos produtos é um fator fundamental para a estruturação da cadeia logística. Com a tendência atual de encolhimento do tempo do ciclo de vida, as empresas tendem a estruturar suas operações de forma a permitir um rápido escoamento da produção, ou mesmo, em alguns casos, produzir contra-pedido do cliente.

Este indicador é dado pelo inverso do tempo do ciclo de vida do produto em meses. Com isso, dados que poderiam variar de poucos meses, como no setor de tecnologia e computação, a muitos anos, como em alguns casos da indústria farmacêutica, são normalizados, permitindo uma comparação mais consistente.

Conforme esperado, os mais elevados graus de obsolescência são dos setores Eletro-Eletrônico, Tecnologia e Computação e Automobilístico. O setor de Alimentos apresenta grau de obsolescência igual a zero, uma vez que seus produtos não têm um ciclo de vida determinado.

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2.2.1.3 Grau de Perecibilidade

O Grau de Perecibilidade é o inverso do prazo de validade dos produtos em dias. Note que para os setores Eletro-Eletrônico, Automobilístico e de Tecnologia e Computação, o Grau de Perecibilidade é zero, já que o prazo de validade para produtos destes setores é indeterminado.

Os produtos do setor de Alimentos são, em média, os mais perecíveis, sendo seguido pelos produtos do setor Farmacêutico. Estes setores sofrem rígida fiscalização pelos Ministérios da Agricultura e da Saúde respectivamente.

A perecibilidade dos produtos é fator de extrema importância na tomada das decisões relativas ao posicionamento logístico e a gestão de estoques.

2.2.2 Características da Demanda

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As características da demanda, tais como visibilidade, sazonalidade e giro de estoque, têm influência direta sobre algumas decisões de posicionamento, sobretudo aquelas relacionadas com a alocação dos estoques.

Os indicadores relacionados com a demanda são:

- Giro de Estoque; - Amplitude das Vendas; e - Visibilidade da Demanda.

Estes indicadores permitirão uma análise mais consistente entre os setores.

2.2.2.1 Giro de Estoque

O giro é um dos indicadores mais importantes para o adequado gerenciamento dos estoques da empresa. Este indicador é obtido pela divisão do número de dias do ano (aproximadamente 365 dias) pelo número de dias de venda em estoque do produto.

O setor de Alimentos é o que apresenta maior giro dos estoques, chegando a girar, na média dos SKU`s A, 65 vezes por ano, o que representa, aproximadamente, um giro a cada 5 dias. No setor de Tecnologia e Computação, todos os produtos citados como SKU A são feitos contra-pedido dos clientes, e, por isso, não apresentam estoque.

2.2.2.2 Amplitude das Vendas

A Amplitude das Vendas permite analisar a sazonalidade dos produtos. Este indicador é obtido pelo resultado da divisão da venda mensal máxima pela venda mensal mínima de um produto. Como a venda máxima sempre é maior ou igual à venda mínima, a escala no gráfico começa com o número 1.

Os setores de Alimentos e o Automobilístico são os que apresentam uma menor sazonalidade. Já o setor Farmacêutico, no SKU A, e o setor de Tecnologia e Computação, no SKU E, apresentam uma elevada amplitude nas vendas, o que caracteriza uma elevada tendência sazonal.

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Vale ressaltar que esta amplitude pode não representar a sazonalidade do consumo final do produto. Ela representa sim, a sazonalidade de vendas da indústria para o elo seguinte da cadeia de suprimento.

2.2.2.3 Visibilidade da demanda

A empresa possui Visibilidade se ela acessa informações de venda pelo menos de seu principal cliente.O gráfico abaixo apresenta o percentual de empresas que acessam informações sobre a venda de seus produtos em seus principais clientes. Estas informações são de extrema importância para as empresas, permitindo uma reação mais ágil frente às mudanças que venham a ocorrer no mercado. A Visibilidade é mais freqüente nos produtos que são mais importantes para as empresas (SKU A).

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3. CONCLUSÃO

Num cenário de intensa concorrência global, as entidades estão sofisticando

os processos gerenciais, ampliando os recursos tecnológicos e capacitando cada vez mais seus colaboradores, notadamente em ambientes de manufatura avançada. A visão de negócios focada no desempenho excelente das competências centrais das organizações, não admite a miopia gerencial outrora tão presente. O aprimoramento no grau de integração das atividades logísticas passou a ser estendido a todos os elos da cadeia. Nesse mesmo sentido, o aspecto custo tomou dimensões de importância jamais vistas. O incremento dos custos indiretos nos vários setores da economia sublinhou a necessidade de se ter métodos e sistemas gerenciais de custeio que traduzissem a ocorrência real dos custos dentro da empresa e ao longo da cadeia.

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Com a evolução da logística empresarial e a maior ênfase que as empresas vêm atribuindo às suas atividades, os custos logísticos passaram a exercer forte influência, uma vez que outros setores da empresa não mais comportam a redução de custos, inclusive a manufatura. A logística provém de espaços generosos e oferece grandes lacunas gerenciais quanto à minimização dos custos logísticos. Transportes e estoques são as operações que mais absorvem custos dentro da organização. Uma gestão eficaz e racional dos estoques pode trazer benefícios circunstanciais para os participantes da cadeia, já que parte expressiva do capital financeiro das entidades está aplicada nos estoques.

Referências MARTINS, P.G. ; Alt, P.R.C. Administração de Materiais e recursos patrimoniais. São Paulo: Ed. Saraiva, 2005. Aspectos ocultos do custo logístico de oportunidade em Gestão de Estoques. Disponível na internet em: http://www. congressodecustos.com.br/trabalhos. Acesso em: 26/02/2007