LOGICA

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Pobreza e indigência Como se quantifica o número de pobres existentes no Brasil? É necessário, em primeiro lugar, definir o que é um pobre. Pouca gente teria dificuldade em dar sua própria definição. Provavelmente a maioria diria que os pobres são aqueles que ganham mal e têm pouco ou nenhum patrimônio. São as pessoas que pedem dinheiro nas ruas ou vivem de trabalhos precários. Embora suficiente para conversas informais sobre o assunto, trata-se de definição muito imprecisa. Um exemplo: como qualificar empregadas domésticas que trabalham em casas de famílias ricas de São Paulo, Porto Alegre ou Rio de Janeiro? Em comparação com os patrões, é razoável imaginar que elas sejam consideradas pobres, mas em comparação com um miserável do interior do Nordeste, que passa fome durante vários meses do ano, certamente isso não seria verdade. Para que a discussão sobre o tema possa ser feita em bases mais sólidas, é vital avançar para uma definição mais rigorosa. Na maioria dos trabalhos acadêmicos, a contagem dos pobres é realizada da seguinte forma: admite-se, em primeiro lugar, uma cesta de bens e serviços (alimentos, transporte, moradia etc.) à qual todo mundo deveria ter acesso para não ser considerado pobre. A seguir, atribui-se um valor monetário a essa cesta (que pode variar de região para região), também chamado de linha de pobreza. A partir daí, verifica-se quem tem renda superior ao valor da cesta (os que não são pobres) e quem tem renda inferior (os que são pobres). É claro que aqueles com renda inferior não conseguem comprar todos os bens e serviços da cesta. Portanto, o número de pobres depende sempre da definição do que é a linha de pobreza. O mesmo argumento vale para a linha de indigência. A cesta de bens inclui, nesse caso, apenas os alimentos mínimos necessários para que a pessoa permaneça viva, de acordo com os padrões da Organização Mundial da Saúde. Ou seja, teoricamente, quem está abaixo da linha de indigência não conseguiria sequer sobreviver – se o faz é porque complementa minimamente sua renda com esmolas ou algum tipo de cultura de subsistência, que representa um recurso adicional que não é levado em conta pelos pesquisadores. (André Lahóz. Revista VEJA, 15/05/2002) 1. De acordo com o texto, uma quantificação objetiva do número de pobres no Brasil depende: (A) de uma fixação criteriosa do que seja, exatamente, a linha de indigência. (B) da fixação do valor monetário de uma determinada cesta de bens e serviços. (C) dos padrões que venham a ser fixados pela Organização Mundial de Saúde. (D) dos critérios acadêmicos que permitem subestimar as diferenças regionais. (E) de pesquisas orientadas por diferentes critérios e metodologia. 2. Considere as seguintes afirmações: I. A maioria das pessoas tem uma precária definição do que seja pobreza, precariedade que compromete o nível das pesquisas acadêmicas sobre o tema. II. O acesso ou falta de acesso a determinados bens e serviços é um critério pelo qual se identificam os que estão acima e os que estão abaixo da linha de pobreza. III. A linha de indigência é definida pelo acesso parcial de um indivíduo tanto aos bens como aos serviços considerados essenciais para o pleno exercício de sua cidadania. Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em (A) I. (B) I e II. (C) II. (D) II e III. (E) III. 3. No segundo parágrafo, a utilização das expressões em primeiro lugar, a seguir e a partir

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Pobreza e indigência

Como se quantifica o número de pobres existentes no Brasil? É necessário, em primeiro lugar, definir o que é um pobre. Pouca gente teria dificuldade em dar sua própria definição. Provavelmente a maioria diria que os pobres são aqueles que ganham mal e têm pouco ou nenhum patrimônio. São as pessoas que pedem dinheiro nas ruas ou vivem de trabalhos precários. Embora suficiente para conversas informais sobre o assunto, trata-se de definição muito imprecisa. Um exemplo: como qualificar empregadas domésticas que trabalham em casas de famílias ricas de São Paulo, Porto Alegre ou Rio de Janeiro? Em comparação com os patrões, é razoável imaginar que elas sejam consideradas pobres, mas em comparação com um miserável do interior do Nordeste, que passa fome durante vários meses do ano, certamente isso não seria verdade. Para que a discussão sobre o tema possa ser feita em bases mais sólidas, é vital avançar para uma definição mais rigorosa. Na maioria dos trabalhos acadêmicos, a contagem dos pobres é realizada da seguinte forma: admite-se, em primeiro lugar, uma cesta de bens e serviços (alimentos, transporte, moradia etc.) à qual todo mundo deveria ter acesso para não ser considerado pobre. A seguir, atribui-se um valor monetário a essa cesta (que pode variar de região para região), também chamado de linha de pobreza. A partir daí, verifica-se quem tem renda superior ao valor da cesta (os que não são pobres) e quem tem renda inferior (os que são pobres).É claro que aqueles com renda inferior não conseguem comprar todos os bens e serviços da cesta. Portanto, o número de pobres depende sempre da definição do que é a linha de pobreza. O mesmo argumento vale para a linha de indigência. A cesta de bens inclui, nesse caso, apenas os alimentos mínimos necessários para que a pessoa permaneça viva, de acordo com os padrões da Organização Mundial da Saúde. Ou seja, teoricamente, quem está abaixo da linha de indigência não conseguiria sequer sobreviver – se o faz é porque complementa minimamente sua renda com esmolas ou algum tipo de cultura de subsistência, que representa um recurso adicional que não é levado em conta pelos pesquisadores.(André Lahóz. Revista VEJA, 15/05/2002)

1. De acordo com o texto, uma quantificação objetiva do número de pobres no Brasil depende:(A) de uma fixação criteriosa do que seja, exatamente, a linha de indigência.(B) da fixação do valor monetário de uma determinadacesta de bens e serviços.(C) dos padrões que venham a ser fixados pelaOrganização Mundial de Saúde.(D) dos critérios acadêmicos que permitem subestimaras diferenças regionais.(E) de pesquisas orientadas por diferentes

critérios emetodologia.

2. Considere as seguintes afirmações:

I. A maioria das pessoas tem uma precária definição do que seja pobreza, precariedade que compromete o nível das pesquisas acadêmicas sobre o tema.

II. O acesso ou falta de acesso a determinados bens e serviços é um critério pelo qual se identificam os que estão acima e os que estão abaixo da linha de pobreza.III. A linha de indigência é definida pelo acesso parcial de um indivíduo tanto aos bens como aos serviços considerados essenciais para o pleno exercício de sua cidadania.Em relação ao texto, está correto SOMENTE o que se afirma em(A) I. (B) I e II. (C) II. (D) II e III. (E) III.

3. No segundo parágrafo, a utilização das expressões em primeiro lugar, a seguir e a partir daí presta-se a descrever uma metodologia de trabalho baseada em:(A) um alargamento de possibilidades.(B) uma concomitância de fatos.(C) uma série de alternativas.(D) um encadeamento de operações.(E) uma sucessão de hipóteses.

4. Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o sentido de uma expressão do texto em(A) embora suficiente = ainda que bastante(B) em bases mais sólidas = de modo mais especulativo(C) atribui-se um valor monetário = calcula-se a demanda(D) cultura de subsistência = hábitos da pobreza(E) recurso adicional = atribuição necessária

RACIOCÍNIO LÓGICO

1.  (Ufmg 2007) Raquel, Júlia, Rita, Carolina, Fernando, Paulo, Gustavo e Antônio divertem-se em uma festa.Sabe-se que

            - essas pessoas formam quatro casais; e            - Carolina não é esposa de Paulo.

Em um dado momento, observa-se que a mulher de Fernando está dançando com o marido de Raquel, enquanto Fernando, Carolina, Antônio, Paulo e Rita estão sentados, conversando.

Então, é correto afirmar que a esposa de Antônio éa) Carolina.b) Júlia.c) Raquel.d) Rita.

2. (Enem 2008) O jogo-da-velha é um jogo popular, originado na Inglaterra. O nome

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"velha" surgiu do fato de esse jogo ser praticado, à época em que foi criado, por senhoras idosas que tinham dificuldades de visão e não conseguiam mais bordar. Esse jogo consiste na disputa de dois adversários que, em um tabuleiro 3 × 3 devem conseguir alinhar verticalmente, horizontalmente ou na diagonal, 3 peças de formato idêntico. Cada jogador, após escolher o formato da peça com a qual irá jogar, coloca uma peça por vez, em qualquer casa do tabuleiro e passa a vez para o adversário. Vence o primeiro que alinhar 3 peças.

 

No tabuleiro representado na figura estão registradas as jogadas de dois adversários em um dado momento. Observe que uma das peças tem formato de círculo e a outra tem a forma de um xis. Considere as regras do jogo-da-velha e o fato de que, neste momento, é a vez do jogador que utiliza os círculos. Para garantir a vitória na sua próxima jogada, esse jogador pode posicionar a peça no tabuleiro de:a) uma só maneira.b) duas maneiras distintas.c) três maneiras distintas.d) quatro maneiras distintas.e) cinco maneiras distintas.

 

3) (Fgv 2005) Em relação a um código de 5 letras, sabe-se que o código- CLAVE não possui letras em comum;- LUVRA possui uma letra em comum, que está na posição correta;- TUVCA possui duas letras em comum, uma na posição correta e a outra não;- LUTRE possui duas letras em comum, ambas na posição correta.

Numerando, da esquerda para a direita, as letras do código com 1, 2, 3, 4 e 5, as informações dadas são suficientes para determinar, no máximo, as letras em

A) 1 e 2.b) 2 e 3.c) 1, 2 e 3.d) 1, 3 e 4.e) 2, 3 e 4.

4) (Ibmec rj 2009) Durante uma conversa de bar, seis professores discordaram sobre quais times foram campeões cariocas em três anos remotos (A, B, C). Seus palpites estão na tabela a seguir:

Verificou-se, depois, que cada um havia acertado ao menos um palpite. Pode-se garantir que os campões, nos anos A e C, foram, respectivamente:

a) Botafogo e Botafogo.b) Fluminense e Fluminense.c) Botafogo e Fluminense.d) Botafogo e Flamengo.e) Flamengo e Botafogo

5) (Uff 2003) As três filhas de Seu Anselmo - Ana, Regina e Helô - vão para o colégio usando, cada uma, seu meio de transporte preferido: bicicleta, ônibus ou moto. Uma delas estuda no Colégio Santo Antônio, outra no São João e outra no São Pedro.

Seu Anselmo está confuso em relação ao meio de transporte usado e ao colégio em que cada filha estuda. Lembra-se, entretanto, de alguns detalhes:

- Helô é a filha que anda de bicicleta;- a filha que anda de ônibus não estuda no Colégio Santo Antônio;- Ana não estuda no Colégio São João e Regina estuda no Colégio São Pedro.

Pretendendo ajudar Seu Anselmo, sua mulher junta essas informações e afirma:

I) Regina vai de ônibus para o Colégio São Pedro.II) Ana vai de moto.III) Helô estuda no Colégio Santo Antônio.

Com relação a estas afirmativas, conclui-se:

a) Apenas a I é verdadeira.b) Apenas a I e a II são verdadeiras.c) Apenas a II é verdadeira.d) Apenas a III é verdadeira.e) Todas são verdadeiras.

6) (Ufmg 2003) Num campeonato de futebol, 16 times jogam entre si apenas uma vez. A pontuação do campeonato é feita da seguinte maneira: 3 pontos por vitória, 1 ponto por empate e nenhum ponto por derrota.Considere que um desses times obteve 19 pontos ao final do campeonato.

Assim sendo, é INCORRETO afirmar que, para esse time,

a) o número de derrotas é, no máximo, igual a sete.b) o número de vitórias é, pelo menos, igual a dois.c) o número de derrotas é um número par.d) o número de empates não é múltiplo de três.