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Cem tecnotogias pesquisadas em 17Unidades da Embrapa vão estar

demonstradas em uma área de 32 ha. Éa maior feira de. técnicas e

conhecimentos para a agriculturafamiliar do Nordeste

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JORNAL DO SEMI-ÁRIDO

v.a, n.023, JUL 2007.

o evento integta instituições públicas,organizações não governamentais e a

iniciativa privada num esforço conjunto detransferência de tecnologia e de inovaçãopara o maior segmento agricola do Semi.

Árido.

.

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Jornal 110Semi-Aril10 Julho de 2007

. Pesq.up~a

Desenvolv ~mento

Agrofuturo

o BancoInteramericano deDesenvolvimento (BID) e oGoverno do Brasil vãoinvestir 3 milhõesde dólaresdurante cinco anos naconsolidação de trêsexp.eriências de de-

Isenvolvimento sustentávelda agricultura familiarsediadas em Dourados(MS), Aurora do Pará (PA) e Valente (BA). Este trabalho integra oPrograma de Inovação Tecnológica e Novas Formas de Gestão daPesquisaAgropecuária (Agrofuturo), que seráexecutado e coordenadopela Embrapa,nospróximos cmco anos, comfinanciamento parcial doBID. .

Aescolhadasexperiênciasjá em desenvolvimentoem Dourados,Aurorado Paráe Valente levou em conta aorganizaçãolocal de agricultores, oapoio dos poderes públicos (municipal, estadual e federal), além deáreascom um mínimo de aptidão para a produção agrossilvopastoril ea proximidade de um centro de pesquisada Embrapa.

Nócaso de Valente, centro do chamadoTerritório do Sisal, que reúnecerca de 20 municípios, pesquisadores da Embrapa Semi-Árido jáparticipam das atividades para articular soluções inovadoras paraproblemas enfrentados pelos agricultores.

CO.chonilha

Pesquisadoresda EmbrapaSem.i-Áridoacabam de instalar no CampoExperimental da EmpresaPernambucanade PesquisaAgropecuária -IPA,el'!l Sertânia, dois laboratórios para testes de controle biológicoda cochonilha-do-carmim - praga que ameaça seriamente 100 milhectares de palma em 112municípios de quatro estados do Nordeste:Pernambuco, Paraíba, Cearáe RioGrande do Norte.

Emum dos laboratórios, vãos'ertestadasvárias espéciesdoschamadosfungos entomopatogênicos, que são microrganismos que atacaminsetos. No outro, a avaliação será com insetos parasitóides e

. predadores, que se alimentam de outros insetos. Os ~estes de campodevem começar em breve e visam identificar aqueles que são eficientesno controle da praga sem a necessidade de recorrer a insumos químicos.

Os trabalhos serão realizados nos municípios de Sertânia -PEe Monteiro- PB e realizados em parceria com as secretarias de Agricultura eReforma, Agrária, de Pernambuco, e a do Desenvolvimento daAgropecuária e da Pesca, da Paraíba. O Ministério da Ciência eTecnologia, por meio da Financiadora de Estudose Projetos - FINEP,realiza os investimentos nos laboratórios.

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Expediente

Semi-Áridoé umapublicação doCentrode PesquisaAgropecuáriado Trópico Semi-Árido,da Em-presa Brasileira de PesquisaAgropecuária - Embrapa,vincu-lada ao Ministério da Agricultu-ra, Pecuáriae Abastecimento.

ChefeGeralPedroCarlosGamada Silva

ChefeAdju,ntodePesquisae Desenvolvimento

Natoniel Franklin de Melo

ChefeAdjuntodeComunicaçãoe Negócios

GhermanGarcia Leal de, Araújo

ChefeAdjuntodeAdministraçãoRebertCoelhoCorreia

ÁreadeComunicaçãoe NegóciosMarcosAntonio Drumond

Redação/Edição/JornalistaResponsável

Marcelino L. Ribeiro Neto(Reg.Prof.1127DRT/BA)

[email protected]

FotosCarlosAlberto da Silva

Luiz Gustavo Ribeiro Pereira

Arquivo EmbrapaSemi-Árido

EmbrapaSemi-ÁridoBR428- km 152- ZonaRural-

C.P.23Fone:87 38621711Fax:87 38621744

CEPo56302- 970Petrolina- PE

http://[email protected]

Tiragem:1000exemplares

E~a

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GOnUOFfOfUL

Jornal do semi-Arido JulhO de 2007EnJ'Ipa

Parceria dos segmentos público e privado favoreceapropriação de tecnólogias pela agricultura familiar

A realização da Agrishow Semi-Árido é importante porqueapresenta a amplos segmentos daagricultura familiar um conjuntode alternativas para a convivên-cia com as áreas dependentes dechuva no N6rdeste, destaca opesquisadorPedroCarlosGamadaSilva, Chefe Geral da EmbrapaSemi-Árido.

Noevento deste ano, 17 Unidadesda Embrapa e instituições de pes-quisa de estados da regiãoéxpõelT! cerca de 100 tecnologiasger~das para'desenvolver aagricultura, pecuária, conservar omeio ambiente e melhorar aqualidade de vida das famílias nasáreas rurais.-

Ministérios da Agricul-tura, Pecuária e Abas-tecimento (MAPA), oDesenvolvimento Agrá-rio (MDA)e o Governode Pernambuco,. alémde agentes de fomentocomo o Banco do Brasil,Bradesco, Sebrae,além da Prefeitura dePetrolina.

Segundo o Diretor ."'t'Executivoda Embrapa,José Geraldo"Eugêniode França, a interaçãoentre ossetores públicos,privadose os segmentos agrícolas tem opoder de transformar a variedadede conhecimentos e tecnologiasexpostas na Feira em efetivaapropriação pelos ,agricultoresfamiliares.

Juntas, iniciativaprivadae instituiçõespúblicasfavoreceminovações,afirmaPedraGama

participa da abertura da Feira,representando o Presidente daEmbrapa, Silvio Crestana.

A Agrishow vai ser uma grandedemonstração das possibilidadesprodutivas para a convivênciacom o Semi-Árido,explica PedroGa-ma. Neste ano, a Feira vaiampliar sua área de exposiçãopara tecno-logias com aintrodução de variedades etécnicas de manejo irrigado deolerícola,s (cenoura, cebola,melão, melancia) cultiva-das pelaagricultura familiar.

De produtor para produtor: experiências de sucesso no sertão

Inovação - Outro aspecto que fazcrescer a relevância do evento éa parceria estabelecida entre ainiciativa privada, com'oé o casoda Abimaq- AssociaçãoBrasileirada Indústria de Máquinas eEquipamentos, e instituições pú-blicas que concebem e executampolíticas de governo como os

Quatro experiências de convivên-cia com o Semi-Árido qos estadosda Bahia, Piauí, Paraíba e Rio

, Grandedo Nortevão merecer des-taque especial na Agrishow. Con-tadas pelos próprios agricultoresque estão à frente das experiên-cias, elas inauguram um novoespaço de debate dentro da feira:De produtor para produtor.

Segundo o pesquisador ClóvisGui-marães Filho, da comissão organi-zadora do evento, o diálogo entreos próprios agricultores esclarecemelhor as dificuldades e oportuni-dades das atividades agrícolas nosemi-árido. Em geral, as expe-riênEias consolidadas ao longo devários anos revelam não apenasagricultores de sucesso em suasregiões. Eles alcançaram um nívelde organização e qualidade da sua

Desta forma, é' possível agilizaros mecanismos de inovação nossistemas agrícolas e integrar aregião lieca de forma mais igualao processo de desenvolvimentodo país, afirma. Geraldo Eugênio

Elias destaca as muit(Js tecnologias

produção (mel, .castanha de caju,sisal, leite de cabra) que os trans-formaram em exportadores parao mercado europeu.

Para EliasMoura Reis, da Comis-são de Organização, esta segun-da versão da Agrishowconsolidaa Feira,como o maior evento detransferência de tecnologia detodo o Nordeste. Emum únic910-cal, os agricultores podem ter a-

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cesso a uma grande quantidade detécnicas e d~ manejo dos cultivosno campo, como se estivessemem uma grande roça, explica.

HiroyukiSato, Gerente Geral doSistema Agrishow- que compre-ende cinco Feiras - considera quea do Semi-Áridoenfrenta o desa-fio de apoiar os pequenos agri-cultores da região seca a saíremde uma situação de subsistênciapara entrarem no negócioagrícolade forma produtiva e sustentável.Esta versão da feira deve promo-ver um grande impacto entre osprodutores familiares, ao apre-sentar tecnologias e proporcionardebates que devem melhorar agestão e o desempenho das pro-priedades.

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Jornal do SemHlrido Julho de 2007

Lançam,

Novasvariedadesdão maior compeFeijão caupi produtivo e boa de panela

Submetida a cultivos em áreas desequeiro ou sob irrigação no sertãonordes'tino, a "BRSPujante" surpree-nde pela produtividade~m adubações:705 kg/ha e 1586 kg/ha,respectivamente. Sãoquantidades quesuperam às obtidas por variedades decultivos tradicionais na região. Ahabilidadepara alcançar boas safrasemsituações agrícolas tão diversas tornaa variedade uma importante inovaçãotécnica para a cadeia produtiva dofeijão caupi no Vale do rio SãoFrancisco, afirma o pesquisador CarlosAntonioFernandesSantos, da Embrapa

. Semi-Árido.

No Dicionário Houaiss, a palavrasignifica robusto, exuberante, bemdesenvolvido. Para CarlosAntonio,sãoas qualida<;lesexpressas na variedade.Além de boas safras de grãos, elaapresenta resistência às principaisviroses que atacam a cultura. Em 10'ensaiosde competição realizadosentre2004 e 2005 nas áreas de s~queiro (6)e de irrigação (4), nã0 foramobservados sintomas de campo' davirose mosaico dourado e apenas umapequena incidência das virosesmosaico severo e do grupo Potyvirus,explica animado.

Bomna panela - Essefeijão ainda temum ciclo rápido de produção: vai doplantio à primeira ~afrade grãos secosem apenas 70 dias. Para a agriculturadependente de chuva, a rapidez comque a planta chega ao pontode colheitaé uma grande vantagem tecnológica

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para os sistemasagrícola de pequenosprodutores, revela opesquisador. Estes atri-butos da variedade no _campo são arrematados ',..

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com a qualidade do grão . ./ \ '-, _ .I.~.:;] ';;I~'para cozimento e uso na .! " .,,~ ",' ~cul~nári~das ~amília~.~e 1 '., ~

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não são recomendadas. ~Ij; , , ~., ,SegundoCarlosAntonio,. -. ", -_<~! . A. ~''''é...~ .elas podem levar a planta' '. .-Y' LiI11 "" ~ ~a umgrandecrescimentode folhas e prejudicar a produção de seleções de característicasgrãos. Poroutro lado, na área plantada interessantes aos agricultores depois,é preciso realizar umcontrole eficientede ervas daninhas e com a aplicaçãoadequada de insumos químicos: vintedias após a emergência, para controledo pulgão, e outra no p~ríodo dafloração, para impedir a infestação dogorgulho.

Previsibilidade -A BRS Pujante tem oque os técnicos chamam de amplaadaptação e previsibilidade. Ou seja,pode ser empregada em variadassituações agrícolas (sequeiro eirrigada) e responde de maneirapositiva ao uso intensivo de recursostecnológicos. Por conta disto, éindicada para consórcio com fruteirasirrigadas na fase inicial deestabelecimento do pomar..I

Avariedade é resultado de pesquisasde melhoramento genético iniciadasem 1995 e coordenadas pelopesquisadorCarlosAntonio.Apartir docruzamento de uma linhagemde feijãocaupi (TE90-180-26F)procedente daEmbrapa Meio Norte, com a cultivarEpace 10- desenvQlvidana instituiçãode pesquisa do Ceará, ele obteve um'material que, muitos cruzamentos e

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chegou à "Pujante". A cada teste,Carlos Antonio explica que eramseparados os grãos das plantas quemostr~vam tolerância ao calor nosmeses de setembro a novembro, bomtamanho dos grãos e da vagem eprodução em área de sequeiro eirrigada.

Ofeijão-caupi (Vignaunguiculata L.),também conhecido como feijão-macassar ou feijão-de-corda, é umaexcelente fonte de proteínas (23-25%em média) e carboidratos (62%,emmédia) para a população das áreassecas do Nordeste. Plantado em umaárea de 1.600.000 hectares noNordeste, que produzem cerca de 550mil toneladas por ano, a cultura docaupi é importante fonte de renda ede emprego nessa região, explicaCarlosAntonio.

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A variedade foi registrada junto aoMinistério da Agricultura, Pecuária eAbastecimento - MAPA.As sementes

.básicas poderão ser adquiridas embreve no Escritório de Petrolina daEmbrapaTransferência de Tecnologia.

Jornal 110Semi1\ril1o Julho de 2007

~ntos

~titividade à agricultura familiarPrimeira melancla resistente 'ao oidio

Comíndicesde produtividadeoscilandoentre 40 e 60 toneladas por hectare, avariedade BRSOpara apresenta grandepotencial produtivo para"'dcultura nopaís. Sua,maiorqualidade, porém, é aresistência ao oídio, uma doença queataca a planta na sua fase de formaçãodos frutos. Folhas muito atacadassecam e morrem: os frutos perdemtamanho e são menos saborosos, debaixo valor comercial.

Essavariedade é a primeira resistenteao oídio, desenvolvida para ascondições irrigadas do Semi-Áridobrasileiro. O seu lançamentoacrescentará à cadeia produtiva damelancia boas qualidades para omercado e o meio ambiente. Areduçãoda quantidade de insumos químicospara controle da"'doençafará baixar ocusto de produção e os riscos decontaminação ambiental de umacolheita de frutos saudáveis,'explica apesquisadora Rita de Cássia SouzaDias, da Embrapa Semi-Árido.

Doce" "Opara" é como os índioschamavam o rio, hoje batizado de SãoFrancisco. Às suas margens, emJuazeiro-BA/Petrolina-PE,as águas dorio irrigam uma das principais áreasde produção de.hortaliças e frutas dopaís. Até chegar à variedade,pesquisadores e técnicos realizarammais de mil testes de campo e emlaboratório, a partir de umcruzamentoinicial entre um material genético semvalor c'omerciaJ, mas com gen deresistência ao oídio (CPATSA-2)e avariedade "Crimson Sweet", a maiscultivada no Brasil.

aposentado da Embrapa eprofessordo Depar-tamento deTecnologiae Ciência SociaisdaUniversidade do Estado daBahia (DTCS-UNEB), emJuazeiro-BA.

A "Opara" vai chegar ao mer-cado com frutos de boa acei-tação comercial, do tipo"Crimson Sweet", arredon-dados e grandes ~11a 14 kg),casca verde escura com estriasclaras e boa resistência aotransporte. Apolpaé levementecrocante e com alto teor deaçúcares (em tomo de 12o

Brix). A resistência ao oídio,ainda torna viávelumasegundacolheita de frutos de qualidadejá que a planta não sofre osdanos causados pela doença:perda de área foliar e queima-duras nos frutos pela exposiçãodireta aós raios solarés,ressalta Rita de Cássia.

Novas pesquisas - O cultivo da BRSOpara, de modo geral, é semelhanteao das demais cultivares de melancia.Oplantiopode ser realizadoo ano todo.A pesquisadora, no entanto, sugereevitar plantios em períodos detemperaturas mais baixas, em soloscomdificuldadede drenagense sujeitosa alagamentos, ou excessivamentecultivados com cucurbitáceas (melan-cia, melão, abóboras, pepinos,maxixe).

O esforço de combinar as qualidadesgenéticas desejadas dos doismateriaisna "Opara" foi bem recompensado. Aseleção dos frutós a cada teste deuênfase à obtenção de plantasprodutivas: ao menos um f t. ru o porplanta, o que nem sempre acontececom as variedades disponíveis nomercadoe cultivadasna região,explicaManoelAbíliode Queirós, pesquisador

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Para ManoelAbílio, a "BRSOpara" é oponto de partida para se ter umaprodução menos dependente deinsumos químicos. Diante da grandequantidade de materiais testados

, qúeapresentam boas.qualidadesde frutos,as pesquisas devem se aprofundarpara identificar melancias comresistência às principais viroses queatacam a cultura (vírus da manchaanelar do mamão, esttrpe melancia;virus do mosaico da melancia e vírusdo mosaico amarelo da abobrinha).Estamos avançando para oferecer aosagricultores mais opções de cultivo_demelancia com menor uso de insumosquímicos, afirma Rita de Cássia.

Os pesquisadores e técnicos queparticiparam dos estudos que gerarama BRSOpara são da Embrapa Semi-Árido, (DTCS.UNEB) e EmbrapaRondônia. Foi um trabalho de longoprazo apoiado por recursos da Fun-dação de Amparoà Ciênciae tecnologiado Estado de Pernambuco - FACEPE -,Conselho Nacionalde DesenvolvimentoCientífico e Tecnológico - CNPq - eBancodo Nordeste.

Jornal 110Semi-Arillo JulhO lIe 2007

Melancia forrag.eira para alimentar rebanhos na secabactérias que podempenetrar nos frutosjuntamente com a águapor meio de furoscausados por animais,como ratos.

Após maduro, os frutosdessa melancia podemser deixados sob o solescaldante do sertão

nordestino por muitotempo, sem se estraga-rem. Nas condições dePetrolina-PE já se ob-servou -frutos cem até

um ano depois de ma-duro, sem apodrece-rem. Armazenados

nesta condicão. não _ _ ~perdem as qualidades Especiepode ficar até um ano sob o'sol sem se estragarnutricionais. Para os pesquisado- não a torna muito apreciada parares - o consumo humano.

da Embrapa Semi-Árido da áreade produção animal, 'esta re-sistência é um recurso importantee, de certa forma, único entre as

plantas forrageiras disponíveispara 'o~ rebanhos da região, des-taca José Nilton Mbreira.

Na Agrishow Semi-Árido, queacontece em Petrolina de 3 a 7 dejulho, ãcultura está instalada emuma área de demonstração, dasalternativas forrageiras para os

pecuaristas do Semi-.Àrido. De coramarela, ela é diferente das varie-dades comuns de melancia comer-cializadas em feiras livres e su-

permercados, de casca verde, pol-pa vermelha e alto teor de açúcar.A espécie forrageira, ao contrário,possui a casca dura que.a tornamuito resistente a impactos e adeterioração. Também, tem polpabranca e muito pouco açúcar, o

Muita água - Nas roças do sertão,a colheita da melancia forrageiraproduz, em média, de 25 a 30 to-

/ neladaspor hectare, podendo a-tingir até 80tlha. E uma carac-terística importante desta produ-ção é que na composição dofruto, cerca de 90%é água. Éumaquantidade quase que bastantepara suprir as necessidades diá-rias dos animais, explica o pes-quisado[ da Embrapa. O fruto ain-da contém níveis de proteína bru-ta e minerais semelhantes aos en-

contrados em outras forrageiras.Asquarltidades de elementos co-mo potássio e cobre são elevadas.

A estocagem da produção nopróprio campQ é barata e práticapara conservar os frutos na épocade seca. Contudo, se chover noperíodo, pode ocorrer algumaperda provocada por fungos e

Água, carne e leite .. Naspropriedades, porém, faza diferença. Durante aseca que ocorreu entre osanos de 1990 e 1994, adisponibilidade damelan-cia forrageiragarantiu a muitos

criadores a alimentação paramant~r .os seus rebanhos sem ane-cessidade de vender ani-mais

a preços baixos ou gastar re-cursos elevados na transferência

dos animais para locais distantesonde há forragens disponíveis.

Os percentuais de proteína brutae fibra bruta nos frutos e semen-

tes da melancia forrageira seequi-param aos de outrasforrageiras cultivadas no Semi-Árido. Sua in-clusão na dieta dos

animais con-tribui para amanutenção e ganho de peso,afirma o pesquisador. No caso devacas em lactação, a in-gestãodiária de'30 a 40 quilogra-mas da,melancia junto com outrocomplemento forrageiro - mesmoaqueles constituídos por restos decultura ou capim búfel combaixos níveis protéicos - faz comque a produção de leite chegue

a atingir entre 5 e 7 litros por d!a.

Feira vai receber muitas caravanas de produtor-esMais de 250 caravanasestão agroecologiae desenvolvi-programadas para visitarem a mento sustentado e o progra-Agrishow Semi-Árido2007. No ma de biodiesel e o agricul-local da Feira, o Escritório de tor da região. .Petrol-ina da Embrapa Trans-ferência de Tecnologia, estãodemonstradas ,cerca de 100tecnologias. Além disto, os vi-sitantes poderão assistir a. Fó-runs de Debates sobre potencia-lidades e limitações para odesenvolvimentodo Semi-Árido,valoriz~ção e certificação dosprodutos da agricultura familiar,

Os organizadores ainda pro-gramaram a realização de 24Bate-papos Tecnológicos en-tre pesquisadores e agricul-tores. Aestrutura da feira pa-rareceber estes evento foiampliada: o auditóriocresceu para abrigar 200 pessoase estão instaladas 4 salas com

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capacic!ade para 40 pessoas cadauma.

Jornal 110Semi-Àrillo Julho lIe 2007 Em'Ifa

Boas práticas para a criação bovina no N,ordesteo rebanho bovino da regiãoNordeste, com maisde 15milhõesde cabeças destinados à pecuáriade corte está entre osdez maioresdo planeta. Noentanto, a produ-tividade desta imensa quantidadede animais é muito baixa. Aim-plantação do Programa de BoasPráticas Agropecuárias - BPA- Ga-do de Corte na região busca rever-ter esta situação, declara o pesqui-sador Tadeu Vinhas Voltolini, da

Em~rapa Semi-Árido.

Coordenadordo BPAno Nordeste,ele explica que o objetivo doprogramaé produzircarne de qua-lidade e de forma diferenciada:permitir que a propriedadeexerçasua função social, que é a de for-necer' alimentos, sem agredir omeio ambiente nem desrespeitardireitos trabalhistas de fundo-nários.

SegundoTadeu, o que se preten-de levar para ossistemasagricolasé a prática da sustentabilidade,da qualidade e a segurança dosalimentos. Apropriedade que a-

tender às exigências doprogramaserá certificadapor atender às normasdoprograma. Acertificaçãoapontará a melhoria daprodução, mais produti-vidade e qualidade dosprodutos. Será tambémuma ferramenta para ne-gociare valorizara vendada carne nos. mercadosinterno e externo, ex-plica.

Brasil - Elaborado por pesquisa-dores da EmbrapaGadode Corte,em conjunto comentidades vincu-ladas à cadeia produtiva de carnebovina, o primeiro estado a ado-tar o BPAfoi o Mato Grosso do Sul,em 2005. Os bons resultados al-cança,dosvão ampliar a implanta-ção do programa para todas as re-giões do Brasil, já em 2007. NoNordeste, ele foi lançado no es-tado da Bahia, onde aconteceu oprimeirocursopara a formaçãodemultiplicadores.

Programacnegaao Nordeste,

Nosúltimos anos, o Brasil alcançoubons índices de produção e expor-tação de carne bovina. Este suces-so, em boa parte, tem relação coma adoção do conceito de alimentoseguro ao ~ongodos segmentos dacadeia produtiva do setor. Destaforma é que o Brasil amplia suaparticipação no seleto negócio dealimentos de qualidade superior,livre de restrições não-tarifáriasque recaem sobre os países quetêm rebanhos doentes, trabalhoescravo e destroem o meio ambi-ente, além de outras imposiçõesdo comércio mundial. No BPA,aprodução limpa, livre de práticasagr~ssivas, é fundamental, ressal-ta Tadeu.

.Mamãozinhoresiste à escassez de água

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Na paisagem da caatinga o ma-.mãozinho-de-veado é pouco maisque uma planta de tronco fino comalguns pouco galhos laterais. Con-tudo, quando se cava o solo à pro-cura de suas raízes se sobressaiuma batata, ou xilopódio, que po-de alcançar o peso de 350 quilogra-mas e rico em sais minerais, pro-teína, fibra, amido e água. Parao pesquisador Nilton de Brito Ca-valcanti, da Embrapa Semi-Árido,é um conjunto de ingredientes quedistingue o potencial forrageiro daplanta. .

O mamãozinhoé planta típica daregiãosemi-árida do Nordeste. Araiz armazena as águas da chuvaque a planta usa comoreserva pa-ra sobreviver no tempo seco. Se-gundo Nilton, esta característicapraticamente torna a planta ade-quada para uso pelos agricultoresdurante o ano todo.

Cuítivar - O pe~quisador revelaque a espécie é quase que desco-nhecida pelá literatura sobre ascaatingas. Noentanto, vaqueiros,caçadores, trabalhadores de cam-po e as pessoas que habitam oambiente semi-árido conhecemmuito bem. Nasfases de estiagemmais intensa, e em áreas onde sepratica uma pecuária extensiva,é comumao agricultordisporape-nas de plantas de mandacaru emamãozinho pa~a cortar e

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fornecer aos animais.

Esta forma de uso, indo à caatingae cortando a planta, ameaça a es-pécie de extinção. Aretirada dabatata significa a morte do ma-mãozinho. Com as informaçõesdas pesquisas realizadas na Em-brapa, Nilton recomenda que osagricuttores cultivem a espécienas suas propriedades da mesmaforma que faz com a palma forra-geira, o capimbuffele outras plan-tas utilizadas na alimentação dosrebanhos. Nasáreas onde a vege-tação nativa está preservada épossível encontrar cerca de 16plantas por hectare. Contudo, nacaatinga degradada, a densidadeé de 3 a 5 pés por hectare.

Pelagrande resistência à seca, elapode ser cultivada como uma re-'serva fOrréigeiraestratégica paraos sistemas de criação pecuáriano semi-árido.

Jornal 110Semi-Árillo JulhO lIe 2007 Em'Ifa

Água de chuva para o desenvolvimento sustentável,

A captação e a guarda das águasdas chuvas que caem sobre o ser-tão são fundamentais para a sus-tentação das familias de agricul-tores no Semi-Árido nordestino.

Bem a~mazenadas: essas águaspodem estar disponiveis para aslavouras, os rebanhos e o consumodas familias mesmo nas estiagensmais intensas, .garante a pesqui-sadora Luiza Teixeira de Lima Bri-

to, da Embrapa Semi-Árido.

Elacoordenouo projeto "Captaçãoe manejo de água de chuva paraaumentar a oferta de água noSemi-Árido visando à produçãoagrícola, consumo humano eanimal", que, de 2004a julho de2007, avaliou tecno-logias de

,armazenamento das chuvas emcampos experimentais e roças ecomunidades de ágricul-tores dePetrolina e Ouricuri (PE),Canudose Uauá (BA). Foram es-tudadasas cisternas rurais, barra-gemsubterrânea e a'captaçãode águain situo

Maior umidade - Em geral, as tec-nologias são eficientes. Com for-mas simples de manejo do solo, épossivel elevar os niveis de umida-de em 25%.Muitas vezes, é o'bas-tante, para ampliar as chances dec;olheita de 10% para 80-90% emuma cultura como a do milho, quechega a exigir precipitações vari-ando entre 500 e 800 milimetros

para completar seu ciclo produtivo(a média na região é de 400 mm).

Em áreas de teste do projeto nomunicipio de Petrolina, com regis-tro de 300mm de chuvadistribui-dos irregularmente, os pesquisa-dores e técnicos chegaram a co-lher numplantio demilho davarie-dadeBRCaatingueirocerca de600quilogramaspor hectare. Naáreacultivada, foi utilizada a técnicade, entre os sulcos e a espaçosregulares, construir paredes queseguremachuvano lõcal ondeelacai. É um grande resultado,considerando a produtividade

.,,,.

Cisternas em área de capim, usadas para abastecer os rebanhos, ,

média de milho ,de 350 quilo- é vital para o sucessodo Progra-gramas por hectare na região,' ma 1Milhão de Cisternas (P1MC),destaca Luiza. afirma. Elaconsidera ainda como

muito promissora a iniciativa deorganizaçõesnãogovernamentaisde implantar unidades-piloto empropriedades com duas tecnolo-giaspara armazenaráguacom ob-jetivos diferentes: consumo hu-manoe agropecuário. Essasexpe-riências das-ONGstêm sido cha-madas de P1+2 (Programa UmaTerra, Duas,Águas).

Duas águas - Sobressaem da pes-quisa, contudo, problemas queprecisam de urgente solução. Emalgumas das cisternas se registrou

, práticas de uso que elevam os ris-cos de contaminação microbio-lógica daságuasacumuladase do-enças de veiculação hidrica. Emoutras, a capacidade de armaze-namento estava aquémdo neces-sário ao abastecimento dasfami-lias. Comrelação àsbarragens,e-xistemconstruções com baixa ca-pacidade de reter água, em solosde reduzido teor de matéria orgâ-nicae fertilidade e comtendênciade salinização.

Para a pesquisadora, a solução pa-ra os problemas identificados estárelacionada à capacitação dos a-gricultores e de suas familias. Isto

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Animais - Uma inovação testadano projeto éoordenado por LuizaBrito é a construção de cisternascom o fim de abastecer pequenos

\ ruminantes como caprinos e ovi-nos. Em uma área experimentalde criação pecuária da 'EmbrapaSemi-Árido, foram construidasduas cisternas -cada umacortl ca-

pacidadede armazenar16metroscúbicos de água - para forneceráguaa um rebanho composto por30animais. Segundoela, conside-ral1doum consumo médio de 4,5litro~ de águapor dia por animal,o volume dasduascisternas é su-ficiente para suprir de água esterebanho por 240 dias (oito me-ses).

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o projeto foi executado comrecursosdo ConselhoNacionaldeDesenvolvimento Cientifico eTecnológico-CNPq/FundoSetorialde RecursosHidricos-CT-Hidro.