Livro-UFBA-2013
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1 Edio So Paulo 2014Dlemos Publish Design
CRDITOS
PresidenteLo Pinheiro
Vice-PresidenteCesar Mata Pires Filho
Diretor Superintendente NordesteElmar Juan Varjo Diretor AdministrativoDilson Paiva Filho
Reitora Dora Leal Rosa
Vice-reitor Luiz Rogrio Bastos Leal
Diretor da Escola PolitcnicaLuis Edmundo Prado de Campos Coordenadora Vanessa Silveira Silva
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5Mensagem da OAS
Mensagem da Universidade Federal da Bahia
Comparativo entre sistemas de vedaes verticais: parede de concreto x alvenaria estruturalMurilo Arajo Messias Bomfim, Tatiana Bittencourt Dumt
Modelagem 4D aplicada ao planejamento e controle de obrasDouglas Malheiro de Brito, Emerson de Andrade Marques Ferreira
Diretrizes para projetos de produo de impermeabilizao para edificaesRodrigo Farias Russ, Jardel Pereira Gonalves
Perdas por improvisao em obras e sua relao com o planejamento de mdio prazoCamila de Oliveira Veloso, Iamara Rossi Bulhes
Cobertura em tensoestrutura da Arena Fonte NovaMarcio Jos Serra Paixo, Alberto Borges Vieira Jnior
Contrapiso autonivelante: diretrizes para execuoHelen Miranda Barbosa dos Santos, Vanessa Silveira Silva
Uso de indicadores de produtividade em paredes de concreto visando melhorias de desempenhoTlio Rodrigues Torres, Dayana Bastos Costa
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SUMRIOCOMISSO JULGADORAAraken Ribeiro Dias Trindade (OAS)Daniel Veras Ribeiro (UFBA)Elmar Juan Passos Varjo Bomfim (OAS)
PRODUO EDITORIAL OAS
CAPAPaulo Vincius Scocuglia Martines
PROJETO GRFICODlemos Publish Design
DIREO DE ARTEPriscilla Lemos (Dlemos Publish Design)Marina Garcia de Lemos (Dlemos Publish Design)
REVISOLuiz M. Leito da Cunha DRT 57.952/SP
PRODUO GRFICAPriscilla Lemos (Dlemos Publish Design)
PRODUO GRFICAUniongraph Grfica e Editora Ltda.11 3903.5012 [email protected] / www.uniongraph.com
IMPRESSO NO BRASIL2014
DADOS INTERNACIONAIS PARA CATALOGAO NA PUBLICAO (CIP)
Inovao, Produtividade e Empreendedorismo na Engenharia Civil: melhores de 2013 / Murilo Arajo Messias Bomfim; Tatiana Bittencourt Dumt; Douglas Malheiro de Brito; Emerson de Andrade Marques Ferreira; Rodrigo Farias Russo; Jardel Pereira Gonalves; Camila de Oliveira Veloso; Iamara Rossi Bulhes; Marcio Jos Serra Paixo; Alberto Borges Vieira Jnior; Helen Miranda Barbosa dos Santos; Vanessa Silveira Silva; Tlio Rodrigues Torres; Dayana Bastos Costa; Alex Dias; Ceclia Robbe; Pedro Henrique do Prado Oliveira; Emerson de Andrade Marques Ferreira; Elana da Silva Pessoa; Dayana Bastos Costa - Bahia, 2014.
192 p.; 150 cm x 230 cm.
Inclui bibliografia.
ISBN: 978-85-99758-14-4
1. Inovao. 2. Produtividade. 3. Empreendedorismo. 4. Engenharia Civil. I. Universidade Federal da Bahia. II. Escolpa Politcnica. III. OAS. IV. Ttulo.
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Caro leitor,
O Prmio OAS/EP-UFBA foi institudo em 2012 com o propsito de incentivar, nos
futuros engenheiros, a postura empreendedora e a criao de solues inovadoras para os
desafios da engenharia, propiciando ganhos de produtividade e qualidade e assegurando
a rentabilidade dos projetos.
Essa postura se torna cada vez mais necessria na atuao profissional e, seguramente,
o ser ao longo do tempo, uma vez que os desafios so crescentemente complexos, de
maior porte e risco.
Estes desafios so, de fato, oportunidades que devem ser aproveitadas e enfrentadas
com obstinao, vontade, motivao e, sobretudo, comprometimento e paixo. Tambm
requerem do engenheiro uma formao ampla e de competncias plurais, que dever ser
continuamente complementada.
Este prmio tambm aprofunda a relao da OAS com a universidade, com base na
convico de que a busca pela evoluo e melhoria constantes se torna muito mais eficaz
quando universidade e empresa somam esforos.
Os 10 melhores trabalhos apresentados no prmio compem este livro e materializam
esta parceria. Autores e seus orientadores compartilham aqui as suas contribuies, que,
como facilmente constatar o leitor, tm relevncia e aplicabilidade.
A OAS, empresa regida por valores como Garra, Confiana, Competncia Profissional
e Orientao para Resultados, e que busca em seus colaboradores este perfil de inovao,
produtividade e empreendedorismo, entende que o incentivo formao de profissionais
cada vez mais comprometidos com a busca pela excelncia sua contribuio para a
profisso e para a sociedade.
Boa leitura!
MENSAGEM DA OASUtilizao de resduos da construo na fabricao de blocos de concreto para alvenariaAlex Dias, Ceclia Robbe
Modelagem 4D aplicada ao planejamento de curto prazo de um pavimento tipoPedro Henrique do Prado Oliveira, Emerson de Andrade Marques Ferreira
Avaliao do Sistema Last Planner: integrao entre planejamento e produo de obrasElana da Silva Pessoa, Dayana Bastos Costa
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Durante a cerimnia de formatura do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal
da Bahia (UFBA), no segundo semestre de 2011, na qual o Presidente da OAS, Lo Pinheiro,
foi paraninfo da turma, o Diretor da Escola Politcnica, Prof. Luis Edmundo Prado de
Campos apresentou a proposta para criao de um prmio destinado aos graduandos.
A ideia consistia no desenvolvimento de trabalhos visando gerar melhorias na rea da
construo civil, propondo aproximao da Universidade com as empresas.
A partir disso, todo ano, profissionais da OAS e UFBA elegem os dez melhores Trabalhos
de Concluso de Curso (TCC), desenvolvidos na temtica de Inovao, Produtividade
e Empreendedorismo na Engenharia Civil. Os trabalhos so publicados em um livro
referente ao Prmio e os cinco primeiros colocados recebem uma premiao em dinheiro.
Acredita-se que essa iniciativa contribui para o desenvolvimento desses novos
profissionais, proporcionando o envolvimento deles com temais atuais e o crescimento dos
conhecimentos na rea.
A Escola Politcnica da Universidade Federal da Bahia (EP-UFBA) agradece o apoio da
OAS por acreditar e incentivar este processo de integrao entre Empresa e Universidade,
contribuindo de forma decisiva para a divulgao de boas prticas na rea de Inovao,
Produtividade e empreendedorismo na Engenharia Civil.
MENSAGEM DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
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Resumo
Nos ltimos anos, a Construo Civil brasileira viveu, e ainda vive, um momento de grande crescimento. Incentivadas por programas habitacionais desenvolvidos pelo governo federal que buscam suprir o dficit de moradia existente, as empreiteiras
investiram em sistemas construtivos que aumentam a produtividade e reduzem custos e
prazo de obra. Em meio a este cenrio, destacam-se os sistemas construtivos que utilizam
como elemento de vedao vertical a parede de concreto e a alvenaria estrutural. Tendo
isso em vista, o objetivo principal deste trabalho realizar um comparativo entre esses dois
sistemas construtivos, avaliando as vantagens e desvantagens de ambos e relacionando
aspectos que influenciam o tempo e os custos de construo. Para tal, foi realizado um
estudo comparativo a partir de dados levantados em uma empresa de construo civil de
grande representatividade na cidade de Salvador, que utilizou os dois sistemas de vedao
vertical em empreendimentos diferentes. Sendo assim, com os parmetros adotados de
acordo com o projeto base do estudo, o sistema estrutural parede de concreto, em relao
alvenaria estrutural, apresentou reduo de custos e prazo de execuo da obra, diminuio
de interferncias e ndices de perdas, e uma maior racionalizao dos processos. A partir
deste estudo, fazem-se necessrias novas abordagens que otimizem a utilizao de cada
modelo construtivo, a fim de estabelecer construes mais racionalizadas e com menos
interferncias entre os seus servios.Palavras-chave parede de concreto; alvenaria estrutural; modelos construtivos.
COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS DE VEDAES VERTICAIS: PAREDE DE
CONCRETO X ALVENARIA ESTRUTURALMurilo Arajo Messias Bomfim 1
Tatiana Bittencourt Dumt 2
1 E-mail: [email protected] E-mail: [email protected].
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1 INTRODUO
De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios PNAD de 2008, o dficit
habitacional no Brasil est estimado em 5,5 milhes de domiclios (FJP, 2011 apud IBGE,
2009), variando de acordo com a localizao geogrfica. Devido a esse dficit, o governo
federal vem promovendo aes como o programa Minha Casa, Minha Vida, onde as
construtoras brasileiras atuam atravs de uma construo civil mais industrializada,
enxuta e com maior rentabilidade.
Recentemente, o coordenador do Conselho de Competitividade Setorial da Construo
Civil (uma das reas estratgicas do Plano Brasil Maior- PBM), ligado Agncia Brasileira
de Desenvolvimento Industrial-ABDI, Marcos Prates, revelou que a construo civil no
Brasil est vivendo uma expanso h algum tempo. Isso positivo para a gerao de
emprego e renda, e para a reduo do dficit habitacional. Entretanto, traz muitos desafios
no que diz respeito melhoria da produtividade na cadeia de produo (ABDI, 2012).
Tendo em vista o cenrio que a construo civil brasileira tem vivido nos ltimos
anos, em que os incentivos do governo federal alavancaram o crescimento de construes
residenciais para a populao de baixa renda, ao mesmo tempo em que as incorporadoras
imobilirias buscam tecnologias construtivas que reduzam custos e prazos, torna-se
importante o estudo dos sistemas de vedaes verticais parede de concreto e alvenaria
estrutural que, aparentemente, atendem s necessidades empresariais dos construtores e
demanda de domiclios por parte do governo.
A parede de concreto, tambm conhecida como parede macia moldada in loco,
caracterizada por ser uma estrutura monoltica. Quando solicitada, tem capacidade de
distribuir continuamente os esforos por toda a parede, por no apresentar juntas aparentes
(LORDSLEEM JNIOR et al. 1998).
A alvenaria estrutural consiste em um processo construtivo no qual vedao e
estrutura so executadas ao mesmo tempo. Nesse modelo, no h a necessidade de pilares
e vigas, ficando a cargo da alvenaria e da laje a funo de suportar os esforos do sistema
e transferi-los fundao. Esta soluo permite construir desde simples muros e
residncias at edifcios de diversas alturas, hipermercados e indstrias. (Comunidade da
Construo, 2013).
Este trabalho tem por objetivo fazer um estudo de caso com os dois sistemas construtivos
em questo, analisando dados reais obtidos em campo e concluindo com qual dos sistemas
resulta em obras mais rentveis e rpidas.
2 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a realizao deste artigo foi dividida em trs partes: (a) e
(b) anlise comparativa dos dados de duas obras, realizadas por uma mesma empresa,
que utilizaram tais sistemas construtivos; e (c) anlise final dos resultados obtidos e
apresentao das consideraes finais sobre o artigo.
Em (a) foi realizada uma anlise oramentria dos sistemas construtivos parede de
concreto e alvenaria estrutural atravs de uma planilha eletrnica de parametrizao de
ambos os sistemas, disponvel no site Comunidade da Construo. Neste momento, so
analisados os custos globais do empreendimento. Para melhor compreenso do texto, esta
etapa ser denominada linha de estudo 1. J em (b), foi dado um enfoque anlise das
composies de custos unitrias dos servios de estrutura at o revestimento de pintura
interna das duas obras, momento em que se destacam as principais diferenas entre os
sistemas. Esta etapa ser denominada linha de estudo 2.
Visto que a linha de estudo 2 baseada em resultados reais de produtividade em
campo, esta foi utilizada para ratificar, ou no, a confiabilidade dos resultados obtidos
para um estudo j consolidado na bibliografia atual. importante salientar que,
neste artigo, partiu-se da premissa de que a produtividade coletada das obras levou em
conta o efeito de aprendizagem. Como a finalidade aqui realizar um comparativo, e
muitos dos resultados obtidos so apontados em porcentuais, torna-se vlida a adoo
desta premissa.
Como parmetro, adotou-se o projeto da obra de parede de concreto como o projeto
base que se assemelha obra de alvenaria estrutural para aplicao dos ndices
colhidos em cada uma delas. A partir desse projeto, foi concebido o empreendimento
em cada um dos dois sistemas construtivos e, ento, encontraram-se os resultados para o
comparativo em questo deste artigo.
COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS DE VEDAES VERTICAIS
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3 RESULTADOS E DISCUSSO
A seguir, so apresentados os resultados das duas linhas de estudo citadas e a anlise
comparativa das mesmas.
3.1 Resultados da linha de estudo 1: planilha de parametrizao (Comunidade da Construo)
Neste momento, foram gerados os dados para o comparativo dos sistemas de vedaes
verticais, levando-se em conta os custos do oramento global para o objeto de
estudo. Foram consideradas todas as etapas da obra, e no somente aquelas
diretamente ligadas elevao da parede. A planilha de parametrizao entre os sistemas
de vedaes verticais alvenaria estrutural e parede de concreto utilizada neste trabalho
composta de seis abas; so elas: informaes gerais; dados bsicos de entrada; alvenaria
estrutural (informaes especficas); parede de concreto (informaes especficas);
resumo sinttico.
Na aba informaes gerais so inseridos os dados de construo do empreendimento,
tipologia da obra e estimativa de prazo mximo de concluso, entre outros. importante
salientar que nem todas as informaes so preenchidas pelo responsvel do estudo, mas
apenas algumas delas, tais como: nmero de unidades (224); nmero de unidades por
pavimento (8); nmero de pavimentos por torre (14); rea construda (21.866 m); rea
privativa (12.517 m); rea til (21.866 m). Outras clulas so bloqueadas com frmulas
para clculos da prpria planilha de parametrizao.
A aba dados bsicos de entrada caracteriza-se pelas informaes bsicas do
empreendimento, principalmente com relao aos custos das etapas principais. Foram
lanados os valores comuns das etapas de estrutura para os dois sistemas construtivos,
alm dos outros subsistemas e frentes de servio da obra. Como o comparativo est sendo
realizado tomando-se o projeto do empreendimento de parede de concreto como base, os
custos lanados se baseiam principalmente na planilha oramentria deste.
Em parede de concreto (informaes especficas) so consideradas as variveis
especficas do sistema de vedao vertical parede de concreto, para que haja a
parametrizao dos dados e uma comparao equivalente com o outro sistema em estudo.
Torna-se imprescindvel destacar que as informaes de custo de aquisio, quantidade de
utilizaes e depreciao (e, consequentemente, manuteno) das frmas so informadas e
influenciam diretamente o custo final da obra.
Da mesma forma que o item anterior, em alvenaria estrutural (informaes
especficas) foram consideradas as variaes especficas do sistema de vedao vertical
parede de concreto, tais como os consumos e custos dos principais insumos e o ciclo de
produo desejado, entre outros.
A aba resumo sinttico apresenta um resumo final comparativo feito com base nos
dados lanados nas abas anteriores. Uma viso global da ordem de grandeza dos valores
de custos (Tabela 1) apresentada.
ITEM ALVENARIA ESTRUTURAL PAREDE DE CONCRETO
Implantao / Infraestrutura / Terraplanagem / Fundaes
R$ 4.967.801,23 19% R$ 4.967.801,23 22%
Superestrutura - Transio R$ - 0% R$ - 0%
Superestrutura - Concreto R$ 1.617.102,69 6% R$ 2.715.053,17 12%
Superestrutura - Ao R$ 58.790,84 0% R$ 1.301.941,11 6%
Superestrutura - Frmas R$ 297.721,21 1% R$ 449.049,35 2%
Superestrutura - Blocos Estruturais R$ 1.047.581,72 4% R$ - 0%
Superestrutura - Pr-fabricados R$ 2.488.038,43 10% R$ - 0%
Superestrutura - Mo de Obra R$ 1.189.754,82 5% R$ 2.579.692,62 12%
Alvenaria de Vedao R$ - 0% R$ - 0%
Revestimentos Externos R$ 538.465,54 2% R$ 151.209,07 1%
Revestimentos Internos R$ 2.478.830,95 10% R$ 1.795.244,24 8%
Instalaes R$ 3.403.241,33 13% R$ 3.171.872,49 14%
Esquadrias R$ 1.200.973,47 5% R$ 1.200.973,47 5%
Elevadores R$ 572.442,95 2% R$ 572.442,95 3%
Coberturas R$ 130.390,85 1% R$ 130.390,85 1%
Impermeab./Isolamentos R$ 64.987,65 0% R$ 64.987,65 0%
Pisos e Forros R$ 533.900,07 2% R$ 533.900,07 2%
Vidros R$ 114.961,48 0% R$ 114.961,48 1%
Despesa Indireta de Canteiro / Equipamentos R$ 5.308.047,38 20% R$ 2.548.225,71 11%
TOTAL: R$ 26.013.032,59 100% R$ 22.297.745,48 100%
CUSTO/M DE REA TIL: R$ 1.189,66 R$ 1.019,75
CUSTO/M DE REA PRIVATIVA: R$ 2.078,30 R$ 1.781,47
TEMPO DE OBRA: 29,2 meses 13,8 meses
TABELA 1 Resumo comparativo entre os sistemas (linha de estudo 1)
COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS DE VEDAES VERTICAIS
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3.2 Resultados da linha de estudo 2: composies de custo especficas
Ao contrrio do item 3.1, foram gerados, posteriormente, os dados para o comparativo de
custos dos sistemas de vedaes, levando-se em conta somente as atividades que esto
intimamente ligadas parede. Para tal, partiu-se das composies de custos de servios,
desde a fase de estrutura at o revestimento interno, colhidas nas duas obras que serviram
de base para este estudo.
3.2.1 Parede de concreto
No caso desse sistema, foram analisadas composies dos seguintes servios: montagem
de frma (desde a marcao das paredes at o final da sua elevao); armao das
paredes (vergalho e tela soldada); concretagem das paredes; revestimento interno
(emassamento e pintura).
importante salientar que o custo do subitem da composio Frma de alumnio
para parede de concreto foi obtido levando em conta o custo de aquisio, quantidade
de utilizaes, depreciao e manuteno das frmas. De acordo com a obra na
qual a parede de concreto foi executada, a quantidade de utilizaes fornecida pelo
fabricante da frma foi de 1.500, porm, como o sistema at ento ainda era desconhecido,
a quantidade considerada para a composio foi de 1.000 utilizaes.
Ainda segundo as informaes coletadas, esta composio apresentada foi elaborada
no intervalo entre o final da obra na qual a parede de concreto foi executada e que
foi utilizada neste estudo e o incio de outro empreendimento com o mesmo sistema
construtivo. Sendo assim, o custo da composio j leva em conta os custos resultantes da
manuteno realizada na frma.
Na sequncia, a partir de informao prvia dos ciclos de produo para cada servio
fornecida pelas obras, foram dimensionadas as equipes que utilizariam a mo de obra
prpria da construtora. Esses dados so importantes, pois afetaro significativamente os
custos finais da obra. Vale ressaltar que no sistema de parede de concreto foi utilizada
a mo de obra de empreiteiro para a execuo da concretagem das paredes. Logo, esta
equipe no ser dimensionada, pois no ir interferir nos custos diretos de mo de obra do
servio; seus custos foram includos por unidade de m no resumo do custo final.
Em seguida, foi elaborado um planejamento dos servios baseado no modelo do grfico
de Gantt para se estimar um prazo de execuo das atividades e, consequentemente, gerar
os custos diretos de mo de obra. A anlise foi realizada para uma torre e, no custo final,
ampliada obra como um todo. A folga entre o trmino do servio de estrutura e o incio
do revestimento interno de 21 dias corridos. Este o prazo para a retirada do ltimo
escoramento da laje, que impede a execuo do servio posterior. Foi considerado que para
execuo da estrutura de parede de concreto foram utilizados dois jogos de frma, ou seja,
duas torres sendo executadas de uma vez. Sendo assim, o prazo de 18 semanas encontrado
no grfico de Gantt para execuo dos servios de 1 torre resulta em um perodo igual
para a execuo das 2 torres do objeto de estudo. Foram considerados 5 dias para o ciclo
de concluso do servio de estrutura (frma, armao e concretagem) de 1 pavimento, bem
como para o servio de revestimento interno (emassamento e pintura).
Com o planejamento elaborado, foi montado um histograma de consumo de
mo de obra prpria a cada semana. E, finalmente, elaborou-se uma tabela de resumo
de custo final de materiais e mo de obra, que servir de base para a discusso dos
resultados (Tabela 2).
ITEM CUSTO TOTAL
MATERIAL R$ 1.972.021,33 100%
Frma de alumnio para parede de concreto R$ 109.604,63 6%
Desmoldante R$ 3.706,80 0%
Finca pino R$ 94,08 0%
Pino hilti R$ 3.570,38 0%
Camisinha para gravata R$ 31.046,80 2%
Ao CA 50 12,5 mm R$ 90.667,29 5%
Tela soldada comum R$ 119.245,80 6%
Tela soldada especial R$ 287.043,14 15%
Arame recozido 18BWG R$ 16.201,90 1%
Concreto usinado 35Mpa bombevel brita 0 slump 22+-3 R$ 1.049.110,25 53%
Taxa de bombeamento de concreto por m R$ 106.689,18 5%
Microfibra de poliestireno R$ 17.070,27 1%
Espaador plstico R$ 8.128,70 0%
Massa PVA R$ 37.348,05 2%
Tinta ltex PVA interior R$ 30.532,71 2%
Lquido selador R$ 21.250,39 1%
Lixa para parede R$ 2.391,64 0%
COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS DE VEDAES VERTICAIS
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ITEM (cont.) CUSTO TOTAL
Massa acrlica R$ 19.896,57 1%
Tinta ltex acrlica interior R$ 12.316,65 1%
Lquido selador acrlico R$ 6.106,10 0%
MO DE OBRA R$ 1.121.737,47 100%
Carpinteiro R$ 287.588,45 26%
Armador R$ 184.878,29 16%
Pintor R$ 308.130,48 27%
Ajudante prtico de carpinteiro R$ 178.943,92 16%
Servente de armador R$ 108.188,04 10%
Servente de pintor R$ 24.041,79 2%
Lanamento de concreto (Empreiteiro) R$ 29.966,51 3%
TABELA 2 Resumo final dos custos para execuo da parede de concreto (linha de estudo 2)
Vale ressaltar que as premissas adotadas na sequncia do estudo seja para a definio
da durao dos ciclos de produo, a utilizao de mo de obra prpria ou de empreiteiro
para os servios esto de acordo com as duas obras, tanto a executada com o sistema de
vedao vertical parede de concreto como a construda com a alvenaria estrutural, que
serviram de apoio para o embasamento deste trabalho.
3.2.2 Alvenaria estrutural
Antes de dar prosseguimento anlise, semelhante realizada no item anterior, necessrio
esclarecer alguns pontos. Como o objeto de estudo utilizado como base para o comparativo
foi o da obra executada em parede de concreto, os pontos de grauteamento e a armao
utilizada na alvenaria estrutural tiveram que ser estipulados. Isso foi feito de acordo com
a orientao tcnica da obra na qual foi executada a alvenaria estrutural. Sendo assim, os
pontos de grauteamento vertical foram definidos onde h mudanas de direo e trmino
das paredes, enquanto o grauteamento horizontal da 6 fiada de blocos foi determinado
para as paredes de fachada e para as mais solicitadas, e da 13 fiada para todas as paredes.
Com relao armao, foi considerada a utilizao de uma barra de 10 mm ao longo do
comprimento dos pontos de graute.
Dando prosseguimento anlise, da mesma forma que foi realizado com a parede
de concreto, o estudo da alvenaria estrutural se baseou nas composies de custos dos
seguintes servios: marcao e elevao de alvenaria; armao das paredes; grauteamento;
revestimento interno (gesso projetado e pintura).
Em sequncia, vieram os dimensionamentos de equipes, a elaborao do planejamento
e o histograma, e, por fim, o resumo dos custos finais para este sistema.
No planejamento atravs do grfico de Gantt, os servios foram divididos em
trs grupos: estrutura (marcao de alvenaria, elevao, armao e grauteamento),
gesso projetado e pintura interna. No h folga entre o trmino da estrutura e a
execuo do gesso projetado, porm, entre o trmino deste e o incio da pintura
necessria uma folga de 10 dias para que o gesso esteja apto a receber a pintura.
importante lembrar que, no caso da alvenaria estrutural, foi considerada uma equipe
em cada torre, logo, o prazo demonstrado de 32 semanas para execuo dos servios
analisados vale para as 2 torres do objeto de estudo.
O ciclo de produo considerado para a estrutura foi de 10 dias por pavimento,
enquanto para os servios de projeo de gesso e pintura interna foi considerado o ciclo de
cinco dias por pavimento em cada um.
Sendo assim, o resumo dos custos para o sistema de alvenaria estrutural pode ser
observado na Tabela 3.
ITEM CUSTO TOTAL
MATERIAL R$ 1.758.857,33 100%
Bloco de concreto estrutural - Resistncia: 8Mpa R$ 1.011.135,13 57%
Cimento CP II F32 Portland R$ 53.369,76 3%
Areia limpa grossa R$ 13.845,36 1%
Ao corte e dobra R$ 54.455,50 3%
Arame recozido 18BWG R$ 1.976,92 0%
Graute Pronto Fgk=10Mpa R$ 129.055,75 7%
Massa PVA R$ 41.305,16 2%
Tinta ltex PVA interior R$ 33.767,72 2%
Lquido selador R$ 23.501,92 1%
Lixa para parede R$ 2.645,04 0%
Massa acrlica R$ 22.004,65 1%
Tinta ltex acrlica interior R$ 13.621,62 1%
Lquido selador acrlico R$ 6.753,06 0%
COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS DE VEDAES VERTICAIS
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ITEM (cont.) CUSTO TOTAL
Gesso projetado (Empreiteiro) R$ 351.419,77 20%
Tinta ltex PVA interior R$ 30.532,71 2%
Lquido selador R$ 21.250,39 1%
Lixa para parede R$ 2.391,64 0%
Massa acrlica R$ 19.896,57 1%
Tinta ltex acrlica interior R$ 12.316,65 1%
Lquido selador acrlico R$ 6.106,10 0%
MO DE OBRA R$ 1.729.979,76 100%
Pedreiro R$ 493.008,77 28%
Armador R$ 41.084,07 2%
Pintor R$ 308.130,48 18%
Servente de pedreiro R$ 312.543,22 18%
Servente de armador R$ 24.041,79 1%
Servente de pintor R$ 24.041,79 1%
Gesso projetado (Empreiteiro) R$ 527.129,66 30%
TABELA 3 Resumo final dos custos para execuo da alvenaria estrutural (linha de estudo 2)
3.3 Anlise comparativa
Confrontando-se os resultados obtidos atravs da utilizao da planilha de parametrizao
da Comunidade da Construo (linha de estudo 1) com o uso das composies de custos
para servios especficos (linha de estudo 2) fornecidas pelas obras estudadas, foram
obtidos resultados relativamente prximos para o comparativo de custo e prazo dos
sistemas de vedaes verticais.
Analisando primeiramente os custos, a planilha de parametrizao gerou um oramento
de R$ 26.013.032,59 para o sistema de alvenaria estrutural, enquanto a parede de concreto
resultou em um custo de R$ 22.297.745,48 para o objeto de estudo deste trabalho. Isso
representa uma variao de, aproximadamente, 14,3%; ou seja, a utilizao da parede
de concreto reduz este percentual no custo global do empreendimento em relao
utilizao da alvenaria estrutural. Enquanto isso, a anlise focada nas composies de
custos especficas de ambos os sistemas gerou valores da ordem de R$ 3.488.837,09 para
a alvenaria estrutural e de R$ 3.093.758,80 para a parede de concreto, representando uma
variao de, aproximadamente, 11,32%.
Entretanto, quando so comparados os prazos resultantes utilizando-se as duas linhas
de estudo, enquanto a planilha de parametrizao gera um prazo de 29,2 meses para a
execuo do empreendimento com a alvenaria estrutural, e de 13,8 meses com a parede
de concreto resultando em uma variao de, aproximadamente, 52,7% , a anlise das
composies de custos de servios especficos gera um prazo de 8 meses para alvenaria
estrutural, e de 4,5 meses para parede de concreto resultando em uma variao de,
aproximadamente, 43,75%.
Estes valores porcentuais obtidos indicam que a maior parte do ganho em custo e prazo
do sistema de parede de concreto se d quando todas as etapas do empreendimento so
analisadas. notvel uma das principais vantagens da parede de concreto em relao
alvenaria estrutural: a maior velocidade de execuo por conta da eliminao de alguns
servios. Alm deste sistema estrutural j ser mais rpido na simples elevao crua da
parede, neste momento a parede de concreto j est pronta para receber os revestimentos
interno e externo, enquanto a alvenaria estrutural ainda necessita de taliscamento, alm de
camadas de regularizao da superfcie e do tempo de cura destas, para s depois receber
o acabamento de pintura.
Observando-se os resultados, podem ser destacados alguns que merecem ateno. So
eles: superestrutura (mo de obra); revestimentos interno e externo (material e mo de
obra); despesas indiretas de canteiro/equipamentos.
Seguindo a linha de raciocnio j mencionada anteriormente, a vantagem da rapidez de
execuo resultante do sistema de parede de concreto implica diretamente nas diferenas
de valores destes itens. No caso da obra estudada que utilizou este sistema construtivo,
com o cenrio propcio a elevao de duas torres por vez devido quantidade de jogos
de frma de alumnio adquiridas, o prazo de execuo do servio consegue ser quase 2
vezes mais rpido que a alvenaria estrutural, levando-se em conta somente os servios
especficos estudados no item 3.2.
Por ser a montagem de frma um servio mais simples do que a elevao de alvenaria
estrutural, possuir etapas de execuo mais bem definidas, possibilitar o efeito aprendizagem
mais rapidamente, no exigindo alta especializao do operrio, e permitindo que o ajudante
auxilie o profissional mais do que no caso de outros sistemas construtivos, a velocidade
de execuo do servio aumenta e os custos com a mo-de-obra se reduzem, tanto pela
sua especializao como pelo menor tempo necessrio de permanncia da frma na obra.
COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS DE VEDAES VERTICAIS
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22 23
Por conta disso, os treinamentos de mo de obra devem ser intensificados, e realizados
sempre que necessrio.
Os resultados ainda indicam um custo com mo de obra da estrutura maior para a
parede de concreto do que para a alvenaria estrutural. Esta representao pode gerar um
equvoco, haja vista que o custo deste insumo maior para a alvenaria estrutural. Isso pode
ser justificado pelo fato de a planilha de parametrizao utilizada no item 3.1 estratificar
os custos de execuo das lajes pr-fabricadas para a alvenaria estrutural com os custos de
mo de obra da estrutura, quando parte desses pertence a estes.
Devido ao fato de a frma de alumnio para parede de concreto poder garantir uma
maior linearidade vedao vertical, por conta do seu sistema de travamento e fixao,
os gastos com regularizao de superfcies para o acabamento so menores em relao
alvenaria estrutural, o que justifica a diferena de valores de revestimentos interno e
externo. Este ltimo ainda tem um peso maior por necessitar de tempo de cura para a
massa nica, e quando usado para o chapisco, afetando ainda o tempo de aluguel de
equipamentos, como o balancim.
Devido ao tempo de execuo da alvenaria estrutural ser consideravelmente maior que
o da parede de concreto, as despesas de fiscalizao com os cabos de turma, encarregados
e mestres, por exemplo, tambm aumentam. Este fator, juntamente com um tempo de ciclo
de produo maior, gera um prazo de obra mais extenso, afetando diretamente as despesas
indiretas do canteiro, como o tempo de aluguel de equipamentos, alm de exigir uma
maior logstica e movimentao de materiais, justificando a discrepncia nos resultados de
despesas indiretas e equipamentos.
Comparando-se os sistemas, outros itens tambm foram discrepantes, porm ambos
so naturais de cada um, como, por exemplo, os valores de concreto e ao que, obviamente,
sero maiores para a parede de concreto, assim como os valores de blocos estruturais sero
maiores para a alvenaria estrutural.
O peso dos insumos materiais e mo de obra uma variao que tambm merece
ser observada. Considerando o comparativo da linha de estudo 2, a parede de concreto
possui uma diviso de seu custo em 64% para material e 36% para mo de obra, enquanto
a alvenaria estrutural consiste em 50% para material e 50% para mo de obra.
Esses dados remetem a um aspecto que constante quando se fala em industrializao
da construo civil: diminuio do nmero de operrios no campo. Os nmeros
encontrados demonstram que o sistema de vedao vertical parede de concreto possibilita
uma diminuio de funcionrios dentro do canteiro, pois possui menos servios em sua
linha de produo e um menor prazo de execuo. Essa informao importante, pois a
possibilidade de interferncias dentro do sistema construtivo menor quando se depende
mais do material do que da mo de obra.
Sendo assim, com os parmetros adotados neste trabalho, o sistema estrutural parede de
concreto em relao alvenaria estrutural, em resumo, apresentou as seguintes vantagens:
reduo de custos; reduo de prazo de execuo de obra; reduo das interferncias;
reduo dos ndices de perdas; racionalizao do processo.
Variantes como oscilao de produtividade de mo de obra e erros de execuo no
foram levados em conta nesse estudo. Tendo isso em vista, torna-se necessrio dizer
que erros de execuo na parede de concreto tais como abertura de frma durante
uma concretagem e inverso de posicionamento de placas, com consequentes erros de
dimenses das paredes podem impactar mais no custo deste sistema do que na alvenaria
estrutural. Um erro de prumo de uma parede quando executada neste sistema pode ser
reparado mais facilmente do que na parede de concreto, enquanto uma parede concretada
com dimenso equivocada representa um erro difcil de ser reparado. Em contrapartida,
por ser um sistema com processos mais racionalizados, a parede de concreto, quando conta
com uma mo de obra bem treinada, reduz a ocorrncia destes erros.
4 CONSIDERAES FINAIS
No momento em que a construo civil brasileira cresce significativamente, torna-se
cada vez mais importante a presena efetiva da tecnologia nos processos construtivos,
que, de certa forma, no acompanharam as inovaes de outros setores das economias
brasileira e mundial.
A parede de concreto um sistema construtivo que, atravs de aperfeioamentos
tecnolgicos, otimizou o processo da construo civil, mas ainda no muito difundido entre
as empresas nacionais. O objetivo deste trabalho no dizer se a parede de concreto ou a
alvenaria estrutural o melhor tipo de vedao vertical, mas, sim, realizar um estudo de caso
de um empreendimento tpico das construes atuais e comparar os seus custos e prazos.
COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS DE VEDAES VERTICAIS
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REFERNCIAS
AGNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL. Governo e entidades
privadas debatem melhorias na construo civil. Assessoria de Comunicao da
ABDI, 2012. Disponvel em: . Acesso em: 21 de fevereiro de 2013.
COMUNIDADE DA CONSTRUO. Aplicativo de parametrizao: Parede de
Concreto, Alvenaria Estrutural e Estrutura Convencional. Disponvel em: . Acesso em: 10 de julho de 2013.
COMUNIDADE DA CONSTRUO. Sistemas Construtivos Alvenaria Estrutural.
Disponvel em: . Acesso em: 18 de maro de 2013.
FUNDAO JOO PINHEIRO, CENTRO DE ESTATSTICA E INFORMAES. Dficit
habitacional no Brasil 2008. Ministrio das Cidades, Secretaria Nacional de Habitao,
Braslia, 2011.
IBGE. CD-ROM Pesquisa Nacional por Amostra de Domiclios 2008. Rio de Janeiro, 2009.
LORDSLEEM JUNIOR, A. C.; FONTENELLE, E. C.; BARROS, M. M. B.; SABBATINI, F. H.
Estgio atual do uso de paredes macias moldadas no local em So Paulo. In: Congresso
latino americano tecnologia e gesto na produo de edifcios - Solues para o terceiro
milnio. So Paulo. Anais. So Paulo: Escola Politcnica, Universidade de So Paulo
Departamento de Engenharia Civil PCC, 1998.
COMPARATIVO ENTRE SISTEMAS DE VEDAES VERTICAIS
sempre importante mencionar que a concepo do sistema construtivo a ser adotado
em um empreendimento depende das peculiaridades de cada um, e de um estudo
de viabilidade.
A parede de concreto uma tima opo para empreendimentos verticais que
necessitem de velocidade de execuo. Alm disso, torna-se vivel quando h a pretenso
de grande nmero de pavimentos e/ou obras repetidas, devido ao alto custo de aquisio
da frma metlica e da dificuldade de modificao do layout da planta baixa do projeto.
Geralmente, utilizado em obras destinadas ao pblico de baixa renda e, por isso,
um importante aliado das construtoras em programas habitacionais do governo federal
brasileiro. Quando se busca a construo de obras de menor porte, sem grandes repeties
e com diferentes arranjos, a alvenaria estrutural pode passar a ser a melhor opo.
A partir desse estudo, fazem-se necessrias novas abordagens que otimizem a utilizao
de cada modelo construtivo, a fim de estabelecer construes mais racionalizadas e com
menos interferncias entre os seus servios.
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Resumo
Planejamento e controle so atividades essenciais para concluir um projeto dentro das especificaes de qualidade, custo e prazo definidas. Isso reforado ainda mais em tempos de pouca disponibilidade de recursos, instabilidade do mercado e sob influncia
da incerteza e variabilidade a que cada processo se submete na construo civil. O
desenvolvimento tecnolgico aparece como um facilitador dessa dinmica medida
que novas tecnologias como o BIM (Building Information Modeling) so lanadas. A
Modelagem da Informao da Construo consegue reunir toda a informao necessria
s diversas fases do ciclo de vida do empreendimento, incluindo o gerenciamento antes
e durante a construo. Esse trabalho teve como objetivo principal aplicar a modelagem
4D ao planejamento e controle de um empreendimento em execuo, o que possibilitou
a simulao do processo construtivo e o acompanhamento do avano fsico. O modelo
4D proporcionou uma viso temporal e espacial conjunta do projeto, o que elevou,
consideravelmente, o poder de visualizao, compreenso e interpretao do cronograma
pelos usurios, reduzindo falhas e problemas potenciais antes que acontecessem, tendo
possibilitado um melhor acompanhamento e controle. Os resultados obtidos indicam ser
til o uso da modelagem 4D para planejar e controlar projetos e sugerem a necessidade da
criao de mais elementos para melhor visualizao dos servios internos do modelo.Palavras-chave BIM; modelagem 4D; planejamento; controle; construo virtual.
MODELAGEM 4D APLICADA AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS
Douglas Malheiro de Brito 1Emerson de Andrade Marques Ferreira 2
1 E-mail: [email protected] E-mail: [email protected].
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1 INTRODUO
A concepo adequada e o bom gerenciamento de um projeto so condies essenciais para
a obteno dos resultados desejados em termos de qualidade, custo e prazo. Os processos
de planejamento tradicionais consistem em cronogramas, diagramas de rede e linhas de
balano, sendo os primeiros mtodos os mais difundidos.
Com a complexidade de alguns projetos da construo civil, os cronogramas e diagramas
de rede encontram fortes limitaes com atividades muito interligadas ou mudanas nos
caminhos crticos. J a linha de balano encontra dificuldades em atividades no repetitivas
ou discretas, as quais costumam ocorrer em muitas obras, inviabilizando a produo do
planejamento de todo o projeto at que essas atividades estejam bem sincronizadas com as
demais (LIMMER, 1997).
Um dos grandes problemas que as empresas vm enfrentando ultimamente a
dificuldade de visualizar corretamente o planejamento de uma obra no espao, gerando
cronogramas de interpretao abstrata (KOO; FISCHER, 1998). Essa limitao motivou a
adoo da modelagem 4D, na qual o projeto 3D pode ser associado ao cronograma, gerando
uma visualizao espacial do planejamento ao longo do tempo de execuo.
A visualizao de uma obra em 4D apresenta uma viso mais real da sequncia de
construo, conectando, intimamente, aspectos temporais e espaciais. Alm disso, o
planejamento com o uso da tecnologia BIM possibilita anlises sobre a melhor forma
de realizar o empreendimento, simulando opes e as consequncias dessas escolhas em
todo o ciclo.
Outro desafio do processo de planejamento e controle a deteco de possveis
interferncias da produo com o entorno, o prprio canteiro de obras e demais
atividades do cronograma. Hartmann et al. (2008) afirmam que modelos 4D podem
melhorar a confiabilidade dos cronogramas definidos antes da execuo, o que permite o
aperfeioamento do desenvolvimento das atividades no canteiro.
A visualizao do modelo 4D permite diminuir as diferenas de interpretao do
cronograma, minimizando problemas de comunicao (KOO; FISCHER, 1998). Esse
outro item em que a modelagem 4D supera as tcnicas tradicionais. A comunicao entre os
nveis gerenciais e entre as partes interessadas (stakeholders) mais objetiva e clara quando
o planejamento apresentado por meio de uma simulao grfica, reduzindo as falhas
de comunicao causadas por diferentes nveis de conhecimento e pela anlise mental do
cronograma que o planejamento tradicional exige dos envolvidos.
O gerenciamento de obras com uso do BIM tambm tem funo importante no perodo
de execuo do empreendimento, sendo uma ferramenta essencial para controle contnuo
e replanejamento da proposta inicial quando necessrio. Este trabalho tem como objetivo
aplicar a modelagem 4D ao planejamento e controle de um empreendimento em execuo,
acompanhando os avanos da obra e o alinhamento entre o planejado e o executado.
2 PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUO
O planejamento possui diversos conceitos devido sua aplicabilidade em vrias reas.
Podem-se destacar os conceitos de Ackoff (1976) planejamento algo que fazemos antes
de agir, isto , a tomada antecipada de deciso e planejamento um processo que se
destina a produzir um ou mais estados futuros desejados e que no devero ocorrer, a
menos que alguma coisa seja feita, corroborando a importncia do planejamento como
condio para se obter o resultado desejado. Alm disso, o planejamento e o controle esto
inseridos em um mesmo processo de maneira complementar.
O controle da produo , para Limmer, (1997) conhecer e corrigir os desvios que
venham a ocorrer em relao ao planejado e, ainda, avaliar a qualidade do que foi
planejado e programado de maneira contnua. O controle e a anlise de desempenho em
projetos so necessrios a fim de atingirem os objetivos dentro dos padres definidos. O
controle a finalizao do ciclo lgico de gerenciamento de um projeto, atravs da aferio
do executado, comparando-o com o planejado, buscando determinar o avano, detectar
desvios e definir correes, em uma retroalimentao contnua do processo.
Mattos (2010) considera ainda que o processo de planejamento e controle tem forte
impacto no desempenho da produo, j que deficincias nesse processo esto entre as
causas mais importantes de baixas produtividades, elevados desperdcios e baixa qualidade
dos produtos gerados. Para ele, o planejamento de uma obra no se resume preparao
do cronograma inicial, exige tambm o monitoramento do avano das atividades e a
averiguao do cumprimento do plano.
MODELAGEM 4D APLICADA AO PLANEJAMENTO
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3 BIM (BUILDING INFORMATION MODELING)
A viso do National Intituite of Building Sciences (NIBS) sobre a tecnologia BIM
(Building Information Modeling) a define como um processo melhorado de planejar,
projetar, construir, usar e manter uma instalao, nova ou velha, atravs de um modelo
de informao normalizado que contm toda a informao apropriada, num formato que
possa ser utilizado durante todo o seu ciclo de vida.
O BIM, tambm conhecido como Modelagem da Informao da Construo,
compreende muitas das funes bsicas para modelar todo o ciclo de vida de um projeto,
fornecendo a base para uma nova forma de projetar e promovendo mudanas nos papis
e nas relaes entre os envolvidos. Quando adotado corretamente facilita um processo de
concepo e construo mais integrado, o que gera empreendimentos de maior qualidade
a custos e duraes menores (EASTMAN et al., 2011).
A Modelagem da Informao da Construo possibilita, entre outros aspectos, a
incluso de informaes em projetos em 3D, relacionadas ao calendrio das atividades,
custos, caractersticas dos materiais e anlise de interferncias no projeto e entre projetos,
contribuindo para a coordenao e o desenvolvimento integrado de projetos, para um
melhor planejamento da execuo e do canteiro de obras, e para uma operao e manuteno
mais eficientes dos empreendimentos aps a sua concluso. Segundo Eastman et al. (2011),
o BIM mais do que um software ou produto; uma atividade humana que implica uma
nova forma de projetar, construir e gerenciar.
3.1. Modelo 4D
Eastman et al. (2011) conceituam a modelagem 4D como a ligao entre o planejamento
da construo com objetos 3D do projeto, possibilitando a simulao do processo
construtivo que mostra como a edificao e o canteiro de obras estariam em qualquer
ponto do tempo.
Koo e Fischer (1998) afirmam que os cronogramas tradicionais no fornecem quaisquer
informaes referentes ao contexto espacial e complexidade dos componentes de
um projeto, e constituem uma representao abstrata do cronograma, exigindo uma
interpretao dos usurios que pode ser errnea em funo do grande nmero de
atividades e precedncias.
No modelo 4D, os aspectos temporais e espaciais do projeto esto intimamente
conectados, permitindo aos planejadores a visualizao do processo de construo,
maior compreenso do cronograma, e deteco de erros e problemas potenciais antes
da execuo (KOO; FISCHER, 1998). Os principais benefcios do modelo 4D esto em
seu poder de anlise, integrao e visualizao dos processos, conforme detalhamento
no Quadro 1.
Ainda segundo Koo e Fischer (1998), a maioria dos gerentes de obras visualiza o plano
do processo construtivo atravs das suas cabeas, a partir da prpria experincia de campo,
e encontra dificuldades em transmitir ou discutir as informaes com colegas menos
experientes. Com isso, torna-se difcil formar um consenso entre os envolvidos quanto ao
mtodo ideal de construo, e os problemas que os softwares tradicionais de gerenciamento
no detectam so deixados sem soluo at o momento da execuo, o que faz com que as
mudanas no cronograma durante a construo sejam comuns.
A capacidade de comunicar eficazmente informaes de progresso e discrepncias
em relao ao planejado considerada estratgica para a gesto de um projeto bem
sucedido, permitindo a tomada de aes corretivas em tempo hbil. Golparvar-Fard
et al. (2008) desenvolveram uma tcnica de monitoramento do progresso a partir da
visualizao do modelo 4D sobreposto a fotografias do avano real. A modelagem 4D
permite que os envolvidos no projeto e os clientes compreendam as dificuldades
espaciais, explorem alternativas, sem depender do nvel de conhecimento e experincia
prvia dos envolvidos.
O Modelo 4D deve ter a capacidade de importar e mesclar modelos criados em
diversas ferramentas BIM em uma nica ferramenta. H possibilidade tambm de
adicionar componentes temporrios ao modelo, como andaimes, reas de escavao e
de armazenamento e guindastes; entretanto, alguns usurios ainda precisam criar esses
componentes. O ideal existir uma biblioteca que permita uma adio rpida desses
componentes. Como o modelo de construo deve refletir o processo de construo,
estruturas temporrias, como os andaimes, so importantes por que vo influenciar em
restries espaciais para pessoas e equipamentos, constituindo-se em um instrumento de
avaliao da construtibilidade do plano (EASTMAN et al., 2011).
MODELAGEM 4D APLICADA AO PLANEJAMENTO
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FERRAMENTAS CRONOGRAMAS TRADICIONAIS
MODELOS 4D
Visualizao
Visualizao e interpretao da sequncia planejada
Fora os usurios a visualizar mentalmente
Elimina processo de interpretao
Antecipao de conflitos espao tempo durante a construo
Dificuldade de detectar apenas com o cronograma
Identifica potenciais conflitos
Transmisso do impacto da mudana no cronograma
Dificuldade de detectar apenas com o cronograma
Mostra claramente o impacto
Integrao
Formalizao de informaes de projeto e construo
Baseado em um processo de produo fragmentado
Facilita o compartilhamento de informaes e a integrao
Promoo da integrao entre os participantes do projeto
No promove integrao Promove integrao
Anlise
Apoio em anlises de custo e produtividade
Apoio em anlises de custo e produtividade
Permite facilmente a deteco
Antecipao de situaes de risco Antecipao de situaes de risco Permite facilmente a deteco
Alocao de recursos e equipamentos no espao
Alocao de recursos e equipamentos no espao
Permite facilmente a alocao
Simulaes de execuo Simulaes de execuo Permite a gerao de cenrios alternativos
QUADRO 1 Ferramentas de Utilizao do Modelo 4D (KOO; FISCHER, 1998)
3.2. Ferramentas de Anlise e Representao
Em trabalho apresentado por Song et al. (2012), um projeto pode ser acompanhado
atravs da simulao 4D de vrias formas. Eles sugerem ajustar algumas funes
da simulao, como alterar a velocidade, pausar e voltar, para auxiliar na anlise.
Outro mecanismo desenvolvido para acompanhamento consiste na exibio de
dois esquemas diferentes de simulao simultnea, lado a lado. Essa ferramenta
permite que o usurio visualize, dentre outras possibilidades, dois mtodos
de construo ou o planejado contra o executado, escolhendo o mtodo mais
apropriado ou identificando as discrepncias no cronograma.
Chang et al. (2009) e Chen et al. (2013) perceberam em suas pesquisas que
os planejadores selecionam os esquemas de cores dos modelos com base em
preferncias pessoais. Durante a construo, o controle por meio de modelos
4D acontece por mudanas de cores para representar o avano no tempo
e, portanto, os usurios precisam lembrar de todas as cores e seus estados
correspondentes para entender o processo, o que pode ser muito complicado de
memorizar, causando erros de interpretao.
Em seus esquemas de cores, Chang et al. (2009) escolheram cores frias
para atividades dentro do previsto devido sensao de calma que causam
na natureza, adequadas para condies de construo estveis e seguras de
prazo. J as cores quentes representavam atrasos por serem vivas e capazes de
despertar e estimular o espectador, atraindo a sua ateno para condies crticas,
como as de atrasos. Ainda em seu trabalho, eles detectaram que cores com
efeito de transparncia confundem os usurios por se misturarem com cores de
fundo do modelo.
Russell et al. (2009) acrescentam que os modelos 4D precisam de mecanismos
para visualizar o progresso das atividades internas, ou seja, a capacidade de
enxergar por dentro da estrutura. Esse um tpico que no vem recebendo
ateno significativa, mas essencial para a visualizao do avano de um
empreendimento. Um acesso visual restrito s atividades que acontecem no
interior de uma edificao limitam a usabilidade do modelo 4D. Para combater
essas dificuldades, alguns mecanismos foram propostos, como ocultar os nveis
acima dos locais onde esto acontecendo atividades internas para facilitar a
visualizao, ajustar a transparncia de alguns elementos para que se possa ver o
interior do edifcio e diferenciar cores para distinguir atividades.
4 MTODO DE PESQUISA
O presente trabalho tem carter de estudo de caso por aprofundar-se em
uma unidade, neste caso, a obra analisada, permitindo sua ampla e detalhada
investigao. Para a realizao da pesquisa foi selecionada uma obra em Imbassa,
pertencente ao municpio de Mata de So Joo, no litoral norte da Bahia. Visando
conhecer o processo de planejamento e controle com uso da modelagem 4D e
suas particularidades em relao s tcnicas tradicionais, foi realizada uma
reviso bibliogrfica sobre o tema. O Quadro 2 apresenta a metodologia utilizada
neste trabalho.
MODELAGEM 4D APLICADA AO PLANEJAMENTO
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OBJETIVO GERAL APLICAO DA MODELAGEM 4D AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS
Objetivos EspecficosMetodologia
Atividades Ferramentas Resultados
Conhecer o processo de planejamento e controle sob a tica BIM
Reviso Bibliogrfica Livros tcnicos, artigos nacionais e internacionais.
Perceber as diferenas entre as tcnicas tradicionais e a modelagem 4D
Realizar simulaes do planejamento e acompanhar o avano fsico com o Modelo 4D
Reviso do Planejamento Software Microsoft Project Revisar e definir as atividades a serem modeladas no planejamento
Construo do Modelo 4D Softwares Microsoft Project, Revit e Navisworks
Representao das atividades planejadas, podendo simular e acompanhar o cronograma
Avaliar a implantao do modelo 4D
Avaliar as aplicaes da Modelagem 4D
Anlise dos resultados obtidos, avaliao qualitativa com os envolvidos
Identificar as vantagens, limitaes e potencialidades
QUADRO 2 Metodologia do trabalho
Para o estudo de caso foram realizadas, inicialmente, uma reviso do planejamento
do empreendimento e a integrao com o projeto em 3D. Posteriormente, a coleta
de dados e o acompanhamento do planejamento traado para a obra se deram em
visitas de campo quinzenais. Tambm foram realizadas reunies com o gerente
do empreendimento para apresentar e discutir o andamento da obra em relao
ao planejado, para possveis ajustes, quando necessrio.
Para o desenvolvimento do trabalho foram utilizados os softwares Revit no
projeto 3D e o Navisworks para a realizao do modelo 4D, o qual pde ser
desenvolvido atravs da integrao do modelo 3D com o planejamento elaborado
no Microsoft Project.
5 ESTUDO DE CASO: APLICAO DA MODELAGEM 4D AO PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS
Este captulo tem o objetivo de apresentar o desenvolvimento da pesquisa,
incluindo a caracterizao do empreendimento analisado, informaes dos
softwares utilizados, as etapas da modelagem 4D e a sua aplicao.
5.1. Empreendimento
A escolha do empreendimento se deu em razo de a construtora ter iniciado a
utilizao da tecnologia BIM em seus projetos e ter demonstrado interesse na
implantao de um sistema de planejamento e controle atravs da modelagem
4D para visualizar espacialmente a sequncia construtiva e o plano de ataque,
alm de acompanhar o avano fsico do projeto e facilitar a comunicao com
investidores. O empreendimento um condomnio com 6 mdulos residenciais
de 2 pavimentos, constituindo-se em uma obra horizontal com 64 unidades, a
qual a empresa planejou executar em 18 meses.
5.2. Etapas da Modelagem 4D
O processo para desenvolvimento do modelo 4D, utilizado no estudo de
caso, seguiu uma sequncia envolvendo as seguintes atividades: reviso do
planejamento inicial, exportao dos projetos 3D do Revit e a importao deles
no Navisworks, importao do planejamento redefinido no Microsoft Project
e a associao das atividades do cronograma com os elementos do projeto no
Navisworks, conforme esquematizado na Figura 1.
Inicialmente, na reviso do planejamento, foram selecionadas as atividades
que seriam representadas no modelo 4D. Em seguida, foram exportados os
arquivos do projeto 3D do Revit em formato NWC, os quais so menores que
os arquivos originais, o que ideal em grandes projetos por acelerar o processo,
j que a utilizao no formato tradicional RVT aumenta, consideravelmente, o
tempo demandado na abertura e atualizao do modelo.
J no Navisworks, os arquivos NWC foram importados e salvos no formato
NWF para utilizao no modelo, bem como o cronograma com as atividades,
o nvel de detalhamento, as duraes e precedncias definidas. Para a gerao
do modelo 4D foram vinculadas as atividades do cronograma com os sets
(conjuntos de elementos do modelo), criados a partir de agrupamentos de
MODELAGEM 4D APLICADA AO PLANEJAMENTO
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depsito, almoxarifado, guarita, escritrio, refeitrio e vestirio. Os elementos
em azul demonstram as atividades que esto acontecendo, na data em questo,
de acordo com o planejado. Optou-se por no usar efeitos de transparncia para
no confundir os usurios, e selecionou-se a cor azul para representar as atividades
planejadas, por pertencer ela escala de cores frias, conforme pesquisado na
reviso bibliogrfica.
Ainda nessa figura, h o predomnio de atividades que no ocorrem
internamente, o que facilita a visualizao, o contrrio de quando esto
acontecendo muitas atividades internas diferentes na obra, ou em um mesmo
mdulo. Nessa ltima situao, perceberam-se dificuldades nos usurios para
diferenci-las no modelo 4D.
A Figura 3 representa a execuo simultnea dos servios de assentamento de
cermica interna e de fachada no Mdulo 5, revestimento de argamassa externa
no Mdulo 6, madeiramento do telhado no Mdulo 1, assentamento de cermica
interna e pintura externa no Mdulo 4. Pode-se observar a dificuldade encontrada
para a visualizao eficiente em virtude da utilizao de apenas uma cor para
representar todas as atividades, especialmente as internas, as quais, muitas vezes,
so encobertas por outros elementos do modelo.
FIGURA 2 Simulao da execuo da obra e vista do canteiro
selees baseados em critrios relacionados s tarefas.
Visando a automao do processo de associao dos sets com as atividades,
optou-se por utilizar a mesma nomenclatura para ambos, de modo a possibilitar a
utilizao de regras de associao de nomes permitidas pelo software.
FIGURA 1 Etapas do desenvolvimento do modelo 4D
5.3. Modelo 4D para Anlise do Planejamento
Uma das utilizaes da modelagem 4D realizadas nesse trabalho foi a visualizao
da simulao da construo, com sua aplicao ao planejamento da obra. O
grande diferencial da modelagem 4D em relao s formas mais conhecidas de
se planejar , justamente, a possibilidade de visualizao da estratgia do plano.
Diferentemente dos cronogramas tradicionais, os quais indicam, por exemplo,
em que pavimento e mdulo uma equipe est trabalhando, o modelo 4D fornece
tambm a dimenso espacial, o deslocamento das equipes e a localizao dentro
do contexto global, analisando os melhores sequenciamentos que combinem esses
deslocamentos com o layout do canteiro.
A Figura 2 apresenta a simulao da execuo da obra em certa data,
representando as atividades que ocorrem em cada mdulo, os elementos presentes
do canteiro e sua posio, com os estoques de bloco, ao e tubos, as betoneiras,
MODELAGEM 4D APLICADA AO PLANEJAMENTO
Reviso do planejamento
inicial no Microsoft Project
Importao doplanejamentono Navisworks
Associao das atividades do
cronograma com os componentes
do projeto
Exportao dos projetos 3D
do Revit
Importao dosProjetos 3D
no Navisworks
Modelo 4D para simulao e
acompanhamentodo avano fsico
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FIGURA 3 Dificuldades na visualizao de muitas atividades simultaneamente
5.4. Representao das Atividades Internas com Cores
A partir dos entraves encontrados na representao das atividades internas da
maneira inicial, desenvolveu-se um modelo 4D utilizando cores definidas para
representar cada tipo de atividade interna, com a exigncia desta representao
aparecer na fachada de cada mdulo para facilitar a boa visualizao, j que
muitos elementos internos so encobertos por outros, externos.
Foi preciso buscar uma alternativa flexvel para exibir, de maneira clara,
as atividades internas e, ao mesmo tempo, no impedir a exibio normal das
atividades externas. Para isso, foram criados elementos geomtricos no Revit,
como faixas quase transparentes prximas a cada pavimento de cada mdulo,
com pequena altura, de modo que no atrapalhassem a visualizao das fachadas.
Esses elementos foram adicionados ao modelo 4D. Nesse trabalho, representamos
sete atividades internas por meio dessa tcnica com cores diferentes.
Para facilitar a visualizao e o entendimento dos envolvidos com as cores
escolhidas para cada tipo de atividade interna, optou-se por criar uma legenda de
representao no formato de uma figura e abr-la junto com a simulao, conforme
a Figura 4. Na data selecionada, as seguintes atividades internas esto ocorrendo:
assentamento de azulejo no Mdulo 3 (representado na cor cinza), assentamento
de piso no Mdulo 6 (amarelo), revestimento de argamassa no Mdulo 2 (creme),
forro no Mdulo 5 (roxo); e as seguintes atividades de fachadas: assentamento de
cermica no Mdulo 3 e pintura no Mdulo 6, representadas na cor azul, como
no modelo inicial.
FIGURA 4 Simulao com as atividades internas representadas por cores
A representao, criada para diferenciar as atividades internas das demais,
contribuiu para deixar os usurios com maior capacidade de interpretao das
informaes que surgiram ao longo do tempo. Essa percepo se tornou mais
evidente nos perodos em que a obra possua diversas atividades, externas e
internas, acontecendo simultaneamente em vrios mdulos como na Figura 4.
5.5. Modelo 4D para Acompanhamento do Avano Fsico
Outro objetivo estabelecido neste trabalho foi a aplicao da modelagem 4D para
acompanhamento do avano fsico, transformando-a, assim, em uma ferramenta
de controle importante para os construtores e gestores. Como a obra estudada
MODELAGEM 4D APLICADA AO PLANEJAMENTO
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pde ser acompanhada desde o seu incio, durante cerca de nove meses, a
comparao entre o planejado e o executado foi til para verificar se o plano estava
sendo cumprido de acordo com o estabelecido e contribuir para o replanejamento
quando necessrio.
O modelo possibilita a visualizao das discrepncias do executado em relao
ao planejado por diferenciao de cores. Na Figura 5, a execuo da platibanda no
Mdulo 1 encontra-se em atraso, e representada na cor vermelha, selecionada
para esse fim, enquanto as atividades de madeiramento no Mdulo 4 e as vigas
da estrutura no Mdulo 2 aparecem na cor fria azul, indicando que acontecem
conforme a data prevista.
FIGURA 5 Acompanhamento do avano fsico com cores
No controle representado por diferenas de cores para indicao do avano
fsico da obra foram notadas, mais uma vez, algumas dificuldades na anlise
de muitas atividades ao mesmo tempo em uma mesma tela. A partir dessa
demanda, buscaram-se estratgias para visualizar o planejado x real lado a lado
por duas telas. A soluo encontrada foi abrir dois arquivos e dividir a tela ao
meio verticalmente, configurando uma simulao para exibir o Planejado, e a
outra, o Real, diferentemente da forma anterior de acompanhamento, na qual era
selecionado o Planejado contra o Real em uma mesma tela.
Para o acompanhamento do avano fsico com duas telas no possvel a
simulao de ambas as telas ao mesmo tempo, sendo realizado o acompanhamento
por anlises de datas especficas. Para isso, define-se cada tela para mostrar o
empreendimento numa mesma data e, visualmente, por meio de duas imagens, o
usurio identifica as discrepncias entre o planejado e o real com mais preciso e
tempo de anlise para interpretar possveis causas e gargalos.
FIGURA 6 Acompanhamento do avano fsico por meio de duas telas
Na Figura 6, do lado esquerdo, tm-se o planejado e, do lado direito, o real, na
mesma data. O usurio pode constatar que a colocao das telhas no Mdulo 4
est atrasada, as lajes superiores dos Mdulos 2 e 6 ainda no foram concretadas
e as platibandas dos Mdulos 3 e 1 no foram executadas como o planejamento
inicial previa. O gestor pode ter essa informao sempre que quiser, de acordo
com o intervalo de controle definido para atualizao do planejamento, e realizar
avaliaes do impacto de alteraes no avano fsico em datas futuras do projeto.
MODELAGEM 4D APLICADA AO PLANEJAMENTO
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6 CONSIDERAES FINAIS
Diante do que foi discutido, e tendo em vista o objetivo deste trabalho, de avaliar a
aplicao do modelo 4D ao planejamento e controle de obras, foram identificadas
algumas vantagens e potencialidades, dentre as quais podemos destacar:
eliminao do esforo de visualizar e interpretar mentalmente o cronograma;
capacidade de identificao de possveis conflitos de espao e tempo durante
a construo, os quais reduzem a produtividade e causam interferncias;
transmisso do impacto de mudanas no cronograma com maior preciso;
acompanhamento do avano fsico de maneira clara e visual;
possibilidade de simular cenrios alternativos de execuo;
apoio na alocao de equipamentos e recursos no espao;
facilidade na integrao e comunicao entre os envolvidos.
importante ressaltar que o grande benefcio da modelagem 4D a sua
capacidade de considerar todos esses fatores em um nico meio atravs da
integrao da informao lgica, temporal e espacial do projeto. Isto foi percebido
durante o estudo de caso e a avaliao com o gerente da obra.
Com vista a melhorar a visualizao em projetos complexos, com muitas
atividades ou maior nvel de detalhe, desenvolveram-se mecanismos para
contornar a limitao da visualizao interna, que geraram resultados positivos
e mais eficincia nas anlises. Entretanto, essencial a automatizao dessas
ferramentas. O mesmo pde ser estendido para o acompanhamento fsico via
duas telas lado a lado, o qual no era possvel no software utilizado, e motivou a
criao de uma soluo alternativa.
A disseminao ainda baixa no Brasil da modelagem 4D a coloca como uma
ferramenta em potencial para auxiliar o processo de planejamento e controle,
combatendo algumas dificuldades das tcnicas tradicionais. Acredita-se que,
a curto e mdio prazo, o competitivo mercado da construo civil assimile o
paradigma BIM e suas aplicaes no ciclo de vida dos empreendimentos.
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MODELAGEM 4D APLICADA AO PLANEJAMENTO
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Resumo
As falhas no processo de impermeabilizao das edificaes tm se mostrado recorrentes em estudos realizados na rea. A reduo do desempenho deste subsistema, os retrabalhos e desperdcios, aliados aos demais gastos com reparos de patologias oriundas
desse processo geram prejuzos impactantes no oramento dos empreendimentos onde
ocorrem. Assim, a anlise dessas falhas/erros do processo em conjunto com o estudo das
atividades que envolvem a definio do sistema de impermeabilizao podem resultar em
sugestes de controle de operaes condizentes com os conceitos da construo enxuta e
industrializao da construo civil. Com o objetivo de criar diretrizes para um projeto de
produo de impermeabilizao, trs canteiros de obras, onde estavam sendo executados
sistemas de impermeabilizao, foram utilizados como estudos de caso. Esses estudos
de caso mostraram que os processos de impermeabilizao ainda possuem deficincias
oriundas da falta de conhecimento dos sistemas, falta de planejamento e controle das
atividades e projeto, com informaes insatisfatrias para execuo. Para suprir essas
deficincias, este trabalho prope como ferramenta diretrizes e o desenvolvimento do
projeto de produo para o sistema de impermeabilizao. A partir dos resultados dos
estudos de caso e da proposta do projeto de produo para o sistema de impermeabilizao,
acredita- se que as edificaes podem ser executadas de forma mais eficiente, reduzindo-se
os erros e falhas durante este processo.Palavras-chave edificaes; impermeabilizao; projeto de produo.
DIRETRIZES PARA PROJETOS DE PRODUO DE IMPERMEABILIZAO
PARA EDIFICAESRodrigo Farias Russo 1
Jardel Pereira Gonalves 2
1 E-mail: [email protected] E-mail: [email protected].
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1 INTRODUO
O subsistema de impermeabilizao corresponde a uma pequena parcela do cronograma e
do oramento de uma obra. Quando planejada de forma adequada, seu custo no ultrapassa
2% do valor total do empreendimento, e seus servios no costumam demorar mais
de dois meses para serem executados, salvo em casos de obras que requeiram cuidados
especficos quanto estanqueidade das suas estruturas, ou de sistemas no convencionais
de impermeabilizao.
Segundo Santos (2013), estudos realizados sobre as patologias decorrentes de falhas
no processo ou da falta de impermeabilizao revelam que a instalao e os reparos de
sistemas convencionais, como mantas asflticas e argamassa polimrica, aps o trmino
da obra, podem gerar um acrscimo de at 12% do valor da obra, alm de um grande
desconforto ao usurio da edificao.
Fora da esfera econmica do empreendimento, um sistema adequado garante, em
alguns aspectos, a integridade da estrutura e de outros sistemas da construo. Em
alguns casos, a agressividade do ambiente, principalmente quanto umidade e
salinidade, eleva a necessidade desses sistemas evitando a deteriorao precoce, como no
caso de Salvador, cidade litornea com zonas que detm alguns dos maiores ndices de
salinidade do Brasil.
Alm das patologias, outro aspecto que demanda ateno no estudo das
impermeabilizaes so as dificuldades encontradas durante a execuo dos seus sistemas.
Entre as principais dificuldades, nota-se a ausncia de um projeto executivo adequado
o sistema de impermeabilizao e obra. Em obras onde h algum tipo de projeto, os
mesmos no possuem informaes (detalhes) suficientes para o planejamento adequado
das atividades, e deixam de analisar possveis interferncias de outros sistemas, como a
estrutura, piso, revestimento vertical e instalaes. Isso contribui para que a gerncia
da produo da edificao defina solues tcnicas muitas vezes sem a compatibilizao
adequada ao que foi projetado.
Sendo assim, torna-se de fundamental importncia que sejam implementadas propostas
de controle das atividades relacionadas impermeabilizao das construes. Modelos
de produo industrial ou projetos adequados produo especficos tm por objetivo
otimizar esses processos, evitando falhas, economizando recursos e agregando qualidade
ao produto final.
A fim de implementar os conceitos da construo enxuta, reduzir atividades que no
agregam valor e minimizar a possibilidade de erros, o projeto de produo foi a ferramenta
escolhida para elevar a qualidade da impermeabilizao. Como ser demostrado ao
longo desse trabalho, essa ferramenta permite controlar cada atividade do processo
atravs de conceitos adaptados do planejamento de operaes industriais que, por terem
uma padronizao maior que na construo civil, tendem a diminuir os coeficientes de
incerteza, gerando economia em todos os aspectos da impermeabilizao.
Em outros subsistemas (alvenaria de vedao, revestimento vertical, etc), o projeto
de produo se mostrou uma ferramenta de grande eficincia no controle da execuo,
com impactos positivos para a obra. O detalhamento do projeto executivo e a definio
de estratgias de produo (passo a passo executivo ajustado ao fluxo de materiais at o
produto final no canteiro) contribui com o planejamento das atividades e torna possvel a
aplicao dos princpios da construo enxuta. Dessa forma, se espera que, assim como na
produo de alvenarias de vedao, por exemplo, a aplicao de um projeto de produo de
impermeabilizao resulte na racionalizao dos processos, melhor controle da qualidade,
e na gerao de valor para os clientes internos e externos.
2 PROJETO DE PRODUO
Oliveira (2014) ressalta que os elevados ndices de desperdcio, retrabalhos e patologias na
construo civil, fruto da falta de planejamento e dos processos ineficientes de operao,
fazem da construo civil um campo promissor nos estudos sobre a produo limpa, uma
vez que h ainda notveis oportunidades de melhorias que podem aumentar a eficincia
dos processos de um canteiro.
O projeto de produo tende a agregar aos conceitos da construo enxuta por levar ao
campo no apenas solues executivas, mas, tambm, o planejamento das atividades, que
podem ser divididas em atividades que agregam valor (processamento) e atividades de
fluxo (estoque, transporte e inspeo).
PROJETOS DE PRODUO DE IMPERMEABILIZAO
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Segundo Melhado (1994) apud Oliveira (2014, p. 03), o projeto de produo :
Um conjunto de elementos de projetos elaborados de forma simultnea ao detalhamento do projeto executivo, para utilizao no mbito das atividades de produo em obra, contendo as definies
de disposio e sequncia de atividades de obra e frentes de servio,
uso de equipamentos, arranjo e evoluo do canteiro de obras, dentre
outros recursos vinculados s caractersticas e recursos prprios da
empresa construtora.A Figura 1 demostra a insero do projeto de produo no processo integrado da
construo civil. Verifica-se na Figura 1 que a ferramenta em questo est essencialmente
inserida entre a concepo do projeto executivo e a produo, tendo como principal
objetivo definir seus meios.
FIGURA 1 Fluxograma do projeto de produo
Segundo Chalita (2010), o projeto de produo fruto do amadurecimento da
construo civil, a partir do sucesso das tcnicas adaptadas da linha de gerenciamento
de processos industriais modernos oriundos do Sistema de Produo Toyota, onde o foco
da gesto passou a ser o sistema de produo. Ainda conforme a autora, o projeto de
produo tem como dados de entrada (inputs) as informaes referentes ao sistema de
produo da empresa, se tornando especfico para cada organizao e requerendo uma
equipe interdisciplinar para a sua elaborao, sendo capaz de analisar todas as possveis
interferncias das demais disciplinas naquela que objeto do projeto, alm de possveis
gargalos de produo. Essa demanda por dados referentes eficincia dos processos de
cada organizao torna a gesto da informao fundamental para que a implantao de
um projeto de produo possa amadurecer projetos futuros.
Analisando os objetivos da elaborao de um projeto para a produo de um subsistema
de uma edificao, pode-se resumir um projeto de produo nas seguintes etapas:
a) Compatibilizao de sistemas
b) Anlise tcnica do sistema
c) Quantificao de materiais e servios
d) Planejamento estratgico das atividades
2.1 Vantagens do projeto de produo
Como citado no incio deste item, o projeto de produo foi uma ferramenta criada para
atender atividades industriais, e tem se mostrado eficiente na construo civil, pois o seu
nvel de detalhamento, se comparado ao projeto executivo, catalisa o planejamento de
cada atividade do processo estudado.
A aplicao de projetos de produo em outros sistemas tem sido determinante para o
atendimento dos conceitos de produo enxuta, uma vez que suas interfaces so objetivas
e de fcil entendimento, permitindo que a informao circule em todos os nveis da
produo. Assim, as falhas e incertezas, ora intrnsecas ao processo, tendem a ser anuladas
com o amadurecimento dessa ferramenta dentro de uma corporao.
A Figura 2 o exemplo de um projeto de produo de alvenaria, em sua principal
interface, a planta. Nela, notamos que as principais diferenas entre um projeto executivo
e um projeto de produo so traduzidas pelo nvel de detalhamento do segundo. Verifica-
se que as informaes so dispostas de maneira mais explcita e detalhada, evitando que
os responsveis pela operao adotem solues que sejam incompatveis com os requisitos
do sistema ou dos demais.
Muito embora o projeto de produo tenha demostrado excelente desempenho
em outros susbsistemas da construo civil como, por exemplo, em alvenarias e
PROJETOS DE PRODUO DE IMPERMEABILIZAO
Projeto ExecutivoCompatibilizaodos Sistemas
Planejamento Estratgico
PlanejamentoTtico
Planejamentooperacionalda Produo
Detalhamento doPlanejamento Op.da Produo
Produo
RETROALIMENTAO DAS INFORMAES
Projeto de produoLegenda:
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fachadas, no foram encontradas referncias sobre a aplicao dessa ferramenta na
execuo de impermeabilizaes.
FIGURA 2 Projeto de Produo de Alvenaria (FONTE: Inovatec Consultores Associados)
Na impermeabilizao, o projeto de produo tem por objetivo elevar o nvel da
produo nos seguintes aspectos:
a) Logstica e quantificao de materiais.
b) Dimensionamento de mo de obra.
c) Reduo de interferncias de projetos.
d) Padronizao de detalhes tcnicos.
e) Garantia de qualidade.
3 PATOLOGIAS DOS PROCESSOS DE IMPERMEABILIZAO
As patologias mais recorrentes nos processos de impermeabilizao so decorrentes de
falhas em detalhes construtivos executados em desacordo com a norma NBR 9574 (2008).
O descumprimento das recomendaes dessa norma pode acarretar avarias no sistema
adotado, ou at mesmo da estrutura, trazendo ao usurio no s desconfortos, como
tambm danos integridade da estrutura devido sua exposio a fluidos indesejveis.
Lima (2010) destaca em seu trabalho que o projeto de produo sofre forte dependncia
do detalhamento de outros sistemas. As interferncias de outros projetos, principalmente
os de instalaes, alvenarias e estruturas, costumam ocasionar a maior parte das patologias
do processo de impermeabilizao.
Algumas das interferncias levantadas por Lima (2012) so recorrentes do processo
e devem ser previamente analisadas, adotando-se solues adequadas que atendam s
necessidades dos sistemas envolvidos, tanto no carter tcnico quanto no construtivo.
Dentre essas interferncias, destacam-se as de maior incidncia:
a) Falta de rebaixo entre lajes internas e externas, atrapalhando a implantao de certos
sistemas e impedindo grandes caimentos.
b) Localizao de juntas estruturais em piscinas ou locais de difcil acesso, o que
aumenta a ocorrncia de falhas na sua estanqueidade.
c) Restrio do posicionamento e nmero de ralos pela escolha dos
sistemas estruturais.
d) ngulos muito pequenos entre as faces impermeabilizadas, dificultando, ou at
mesmo impedindo, a instalao da maioria dos sistemas.
e) Tubulaes passantes prximas s superfcies impermeabilizadas, tornando o
acabamento nesses pontos vulnervel.
f) Coletores de gua dimensionados com dimetros inferiores a 75 mm podem resultar
no estrangulamento da sua boca quando impermeabilizados com manta asfltica.
g) Posicionamento dos condutes nas caixas de passagem e pontos eltricos, o que
possibilita a entrada de gua pelos condutes.
h) Embutimento da impermeabilizao em alvenarias de reas molhadas, aumentando
a espessura do revestimento.
O estudo dessas interferncias tem por objetivo nortear o detalhamento do projeto
PROJETOS DE PRODUO DE IMPERMEABILIZAO
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de produo, criando diretrizes de orientao para que os sistemas sejam executados de
maneira adequada.
Desta forma, o objetivo deste trabalho desenvolver diretrizes para a elaborao
de projetos de produo do subsistema impermeabilizao levando em considerao a
satisfao dos clientes externos e internos, e a reduo das patologias durante sua execuo.
4 ESTUDOS DE CASO
Com o intuito de traar o perfil das atividades associadas ao processo da impermeabilizao
no atual cenrio da construo civil, foram realizadas visitas a trs canteiros de obra em
Salvador. As visitas tiveram o objetivo de avaliar os processos de execuo dos servios
ligados s impermeabilizaes, ratificando a alta incidncia de determinadas patologias
e verificando em qual etapa do processo de produo estas ocorrem. Foi averiguado que,
durante a preparao do substrato, atividade executada pelas prprias construtoras, h um
dficit de qualificao dos profissionais e de informaes sobre as recomendaes tcnicas,
resultando na ocorrncia da maior parte das falhas, principalmente quando executados
detalhamentos especficos.
Falhas nos processos logsticos e os consequentes desperdcios de materiais,
como mantas e asfalto, foram detectadas, com grande responsabilidade por parte
da empresa responsvel pela execuo, uma vez que ao requisitar os insumos do processo,
ela os superdimensiona, e suas sobras no so reaproveitadas, nem armazenadas de
maneira adequada.
Outra grande deficincia do processo foi averiguada durante a definio dos sistemas
de impermeabilizao e especificaes dos materiais. Na presena das trs envolvidas
no processo (terceirizada que executa a impermeabilizao, fabricante dos materiais e
construtora) nota-se um conflito de interesses, onde a construtora, por falta de orientaes
(projetos) tende a apenas mediar as recomendaes das demais partes, que podem ser
parciais em certos aspectos, visando valorizar seus produtos. Da, verifica-se que h
necessidade de maior responsabilidade por parte do construtor nas definies dos sistemas.
Embora as obras fossem de trs construtoras diferentes, tratavam-se, todas elas,
de edifcios residenciais, e as reas impermeabilizadas e os mtodos escolhidos tambm
seguiam um padro. O estabelecimento dessas semelhanas foi de suma importncia para
que as diretrizes do projeto de produo fossem elaboradas buscando a aplicabilidade
e eficincia dessa ferramenta. Abaixo, so listados os principais aspectos dos processos
relacionados impermeabilizao, detectados durante os estudos de caso:
a) Os sistemas utilizados (mantas asflticas e argamassa polimrica).
b) reas impermeabilizadas (jardins, reservatrios, lajes descobertas e piscinas).
c) A preparao do substrato era sempre realizada pela construtora.
d) A execuo da impermeabilizao era sempre realizada por terceirizados.
e) No havia qualquer tipo de projeto de impermeabilizao.
f) Grandes evidncias de retrabalhos na preparao do substrato (Figura 4.1).
g) Dificuldades de logstica de material.
h) Ausncia de controle de qualidade e indicadores de produo.
FIGURA 3 Ratificao do substrato
5 DIRETRIZES DO PROJETO DE PRODUO DE IMPERMEABILIZAO
Uma vez levantados os dados necessrios, torna-se possvel a elaborao das diretrizes
em funo dos estudos feitos sobre o projeto de produo. O objetivo dessas diretrizes
orientar a elaborao de um projeto de produo que contemple todo o processo da
impermeabilizao. Dessa forma, espera-se a reduo das principais falhas encontradas
durante o planejamento e operao das atividades dessa macro.
PROJETOS DE PRODUO DE IMPERMEABILIZA