Livro Inovacao Na Construcao Civil

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    INOVAOEM CONSTRUO CIVIL

    Coletnea - 2006

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    DIRETORIA EXECUTIVAMau ricio Pra tes de Campos Filho

    Diretor Executi vo

    Nelson Antonio Pereira CamachoDiretor para Assuntos Administrativos e Financeiros

    Saul Gonalves dvilaDiretor para Assuntos Cient f icos e Tecnolgicos

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    Organizao

    Claudia Prates Faria

    INOVAOEM CONSTRUO CIVILColetnea - 2006

    Eri c Cozza Ascanio Merri ghi de Figuei redo Si l va

    Mar t i n Paul Schwark Andr Jacques PasternakMarco Antonio Manso Cludio Vicent e Mi t i dieri Fi l ho

    Francisco Pedro Oggi Paul o Sophi a Lus Henr ique PiovezanRi ta Cri sti na Fer rei ra Cri sti na Gui mares Cesar

    Humbert o Ramos Roman Raphael Pi l eggi

    Cole o UNIEMP Inova o

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    Av. Pau lista , 2.2 00 - 16 o andar

    Tel. (11) 21 78-0466Fax. (11) 3283 -3386

    [email protected]

    www.uniemp.org.br

    013 10-300 So Pau lo - SP

    Produ zido no Brasil2006

    ISBN 85-98951-07-2

    INOVAO EM CONSTRUO CIVIL - COLETNEA - 2006

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    SUMRIO

    Apresentao7

    Golpe na mesmiceEric Cozza

    Constru toras podem driblar as adversidades se apostaremna re-valorao da atividade e na busca por mercados inexplorados

    9

    Projeto Habit acional com Elementos Estruturaise Construtivos Feitos a Partir de Aos Planos

    Ascanio MerrighiAplicao de sistemas constru tivos com ma ior ndice de produt ividade

    para soluo dos problemas habitacionais no Brasil

    17

    Inovao Porque o desinteresse na indst ri a da construo civi lMart in Schwark

    Fatores externos e internos indstria da construo civilque explicam porque este setor tmido em termos de inovao

    43

    Inovao na Construo Civil

    Andr PasternakAs amplas mudanas estru tura is das grandes empresas em seus modelos

    de gesto e ferramentas de desenvolvimento de seus executivos55

    Sistemt ica de gesto e coordenao de projetos:a viso da empresa construtora

    Claudio Mitidieri e Marco Antnio MansoA tica da empresa const rutora para gesto do conhecimento,

    anlise de riscos, gesto da comunicao, a fim de buscar a excelnciaoperacional atravs da qualidade do processo de projeto

    59

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    Inovao na Construo Civil BrasileiraFrancisco Pedro Oggi

    Introduo de a lguma novidade nos costumes, na cincia,nas a rtes - Renovao81

    Arquitetando o espao pedaggico-Inovaespara alm de seus limites

    Paulo SophiaNovos horizontes, novos projetos por fazer,

    novas escolas por edificar, inovaes por arqu itetar

    103

    O papel da educao prof issional na inovaotecnolgica da construo civil

    Luiz Henrique PiovezanA relao da melhoria da capacidade da mo-de-obra em absorver e

    em utilizar a inovao relacionada com uma melhor educao e formao109

    Projeto de vedaes: i novao na prestao de serviosRita Cri stina FerreiraProjeto raciona lizado, ao da s empresas de const ruo civil para t rata r su a

    produo de uma ma neira mais indust rializada127

    Painis pr-fabricados gda/labsisco/ufsc - SCUma nova opo para habi tao popular

    Cristina Guimares Cesar e Humberto Ramos Roman

    Busca pela racionalizao e industrializao e procura por novosprocessos construtivos conformados fora do canteiro de obra137

    Programa de reduo de despesas de ps-ocupaoem conjuntos habitacionais de interesse social

    Raphael PileggiProjeto piloto Moca B, C, D, e E

    153

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    O Instituto UNIEMP Frum Permanente das Relaes Univer-sidade-Empresa, vem atravs desta coletnea apresentar em sua segundaedio, idias , pesquisas , intenes argumentos e prticas inovadoras ,dentro do segmento da Indstria da Const ruo Civil, completando commais esta edio sua Coleo UNIEMP Inovao.

    A idia bsica da primeira edio continuou a mesma: divulgar oque consideramos importante e fundamental no que diz respeito Inova-

    o, neste setor econmico que produz tanto impacto no desenvolvimentohumano e social do Brasil. E to pouco servido de iniciativas inova-doras.

    A idia do Institu to UNIEMP com suas publicaes no a de expres-sar a s idias do prprio Instituto, mas dos agentes a tuantes na Indstriada Const ruo Civil, que de uma forma ou outra esto agindo com ino-vao.

    Nesta edio contamos com uma coletnea de artigos e monografias,organizadas sem temas especficos. Os autores, estes pesquisadores,profissiona is do mercado, professores, t iveram liberdade para expressa rsuas experincias dentro do contexto em que inserimos o termo Inovaona Indstria da Construo Civil e analisarem: o drible das Construtorasquanto s adversidades apostando na re-valorao da atividade e nabusca por mercados inexplorados (Editora PINI); a aplicao de sistemasconstrutivos com maior ndice de produtividade a travs das est rutu ras

    metlicas (USIMINAS); os fatores externos e internos indstria daconstruo civil que explicam a timidez em termos de inovao (GrupoMora Schwark); as amplas mudanas estruturais das grandes empresas

    APRESENTAO

    Claudia Prates Faria

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    em seus modelos de gesto e desenvolvimento de seus execut ivos (FESAGlobal Recruiters); a tica da empresa construtora pa ra gesto do conhe-

    cimento, anlise de riscos, gesto da comunicao (IPT); a renovao noscostumes, na cincia, nas artes em busca de Inovao (Emprio do Pr-Moldado); novos horizontes para , novas escolas por edificar evidenciandonovos contextos pa ra os espaos pedaggicos (Pau lo Sophia Arquiteto &Associados); a relao da melhoria da capacidade da mo-de-obra inovandoquanto a uma melhor educao e formao (SENAI-SP); a digitalizao eincluso social em condomnios de baixa renda (CDHU); projeto raciona li-

    zado para execuo (DWG Arquitetu ra e Sistemas); a busca pela racionali-zao e industrializao dos novos processos construtivos conformadosfora do canteiro de obra (UFSC).

    Esta edio vem ento, completar a an terior na tenta tiva de continui-dade na promoo da Inovao, seja no mbito acadmico, industrial,social, que contribui para o desenvolvimento da Indstria da ConstruoCivil no Brasil.

    CLAUDIA PRATES FARIA

    Arquiteta e Consultora para Cons tru o Civil - Ins tituo UNIEMP

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    Os principais males que afetam a lucratividade das constru toras bra-sileiras, como a carga tributria, a burocracia, as confuses jurdicas e aconcorrncia desleal, costumam ser declamados em alto e bom som tantopelas empresas quanto pelas entidades setoriais. Nada mais justo e correto.O problema que ningum est muito interessado em ouvir. Nem o governo,nem os clientes e muito menos os numerosos aventureiros que insistemem prejudicar a imagem do setor. E uma grande mudana talvez demoretanto tempo que muitas empresas no estaro mais abertas para usufruirdos possveis benefcios.

    Resta uma nica alternativa s empresas srias que buscam, ao mesmotempo, resultado e longevidade: a inovao. Nenhuma companhia conse-guir se destacar em um mercado t o competitivo quanto o da construo

    civil sem inovar. Segundo Peter F. Drucker, em artigo adaptado de seu livroInovao e Esprito Empreendedor: Prticas e Princpios(Thomson Pio-neira, 1998), ningum pode dizer se determinada inovao vai virar um

    GOLPE NA MESMICEConstrutoras podem dr iblar

    as adversidades se apostaremna re-valorao da ati vidade

    e na busca por mercados inexplorados

    Eric Cozza

    A inovao propositada e sistemtica comeacom a a nlise das fontes de novas oportunidades.

    Peter F. Dru cker

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    grande negcio ou uma realizao modesta. Mas ainda que os resultadossejam modestos, a inovao de sucesso visa desde o comeo se tornar a

    definidora de padres, determina r a direo de uma nova tecnologia ou deum novo setor, criar a empresa que est e permanece frente dasdemais.

    O risco certamente existe. Advm, entre outras coisas, da incertezado ambiente de negcios no Brasil. Mas ficar parado no ajuda em nada.O desafio consiste em desenvolver estratgias capazes de transformar cadacentavo investido em retorno financeiro. Infelizmente, ainda faltam empre-

    endedores e profissionais que valorizem a inovao no Pas. Bhaskar Cha -kravort, scio da Monitor Group, empresa global de est ratgia, afirma emart igo publicado na revista Har vard Business Review (HBR Brasil vol.82n o 3) que num mercado interconectado, um competidor s adotar umanovidade quando acreditar que os demais t ambm o faro. Para muitasconstrutoras brasileiras, a frase poderia ser adaptada para um competidors adotar uma novidade qua ndo tiver certeza que os demais j o fizerame no deu nenhum problema. Com pensamentos do gnero, d para

    imaginar a dificuldade de introduzir a inovao no setor. Ainda assim,muita coisa caminhou nos ltimos anos.

    Avanos recentes

    Com o fim do ciclo inflacionrio brasileiro em 1994, algumas constru -toras perceberam que teriam duas formas de substituir os ganhos entoobtidos na ciranda financeira: avanar rumo informalidade (infeliz-mente, muitas trilharam esse caminho) ou investir em uma nova forma deconstruir: racional, eficiente e de custo mais baixo. As empresas que apos-taram no desenvolvimento tecnolgico e gerencial j tm muita histriapara contar. Ainda que no tenha proporcionado todos os efeitos desejados,n o seria jus to menosprezar, por exemplo, o esforo de milhares de cons-trutoras brasileiras para obter a certificao ISO 9000. A introduo denovas tecnologias e sistemas construtivos nos can teiros de obras a pa rtir

    de 1995 tambm constitui fato inegvel.Mas, por que, ento, as dificuldades continuam sendo to grandes

    em tantas empresas? Alm do j citado precrio ambiente de negcios e

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    todas a s suas variantes, arrisco-me a apontar a falta de alguns princpiosda boa gesto como causa de muitos insucessos. Dentre eles, destacaria o

    baixo investimento em inovao e a lentido na busca por novas oportu-nidades em mercados inexplorados. Vale ressalta r que a inovao pode virsob formas diversas: produtos, processos, marketing, modelos de negcioetc. Na construo, entretanto, parece estar sempre muito vinculada aosprocessos. H um foco predominante nesse aspecto. Enquan to isso, outrospontos importan tes so esquecidos. Exemplo: de que adianta uma cons-trutora / incorporadora trabalhar com sistemas construtivos inovadores

    se simplesmente copia seus concorrentes na hora de lanar novos empre-endimentos? De que adianta investir exclusivamente em um processo decertificao se o juiz final da inovao, o cliente, no percebe ali nenhumvalor agregado? Por que insist ir apenas em mercados alta mente competi-tivos, quando h muitas oportun idades em nichos pouco explorados?

    Em um artigo para a publicao Inovao em Construo Civil doInstituto Uniemp (2005), o professor e diretor da Escola Politcnica daUniversidade de So Paulo, Vahan Agopyan aponta trs tpicos relacionados

    ao setor que esto sendo discutidos internacionalmente: a sustentabilidadeda construo, a construo baseada no seu desempenho e a re-valoraoda Constru o, isto , a re-engenharia do processo e do objeto. Int ituladoA Construo Civil rompendo paradigmas, o texto defende que os pro-cessos e as prt icas do setor devem passar por uma reviso radical, emvirtude das a lteraes de mercado, a introduo de novas tecnologias e oau mento das expectativas dos clientes. O principal aspecto, aponta o pro-fessor Vahan , a forma como a Ind stria est operando e como ela incor-pora valor ao produto final.

    Vamos pensar, por exemplo, no caso do Hotel Unique, projetado peloarquiteto Ruy Ohtake, em So Paulo. Aprecie-se ou no o resultado, aedificao tornou-se referncia a rquitetnica na capita l paulista , devido sua ousadia, tanto na s formas qua nto na s solues de engenharia civil. difcil ficar indiferente s curvas e ao formato inusitado os mais crticosdizem que se assemelha a uma melancia do prdio, que se transformou

    em uma nova a trao da metrpole. No ra ro vislumbr -lo em vdeos oumateriais de estmulo ao turismo na cidade. O projeto arquitetnico, nessecaso, tornou-se importante diferencial e elemento decisivo na valorao

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    do empreendimento. Ser que o custo da hospedagem no Unique seria omesmo se o projeto fosse, digamos, comum? Qua l o valor que a arquite-

    tura e a engenharia civil agregaram ao empreendimento? claro que,para ser bem sucedido, o hotel precisa reunir outros fatores crticos de su-cesso, tais como o servio, conforto, facilidades etc. Mas inegvel quesai na frente dos concorrentes por despertar no imaginrio dos clientesconceitos abstratos como ousadia e sofisticao.

    Casos de sucesso

    Maior empresa bras ileira no setor e 21a colocada no ranking da revistanorte-americana ENR (Engineering News-Record) que leva em contaapenas o faturamento das companhias fora de seu pas de origem (TopInternational Contractors 2005), a Construtora Norberto Odebrecht aprimeira colocada mundial quando se trata de barragens. O processo deinternacionalizao comeou no final da dcada de 70, no Peru, e se esten-deu aos poucos pelos pases onde havia uma geopoltica favorvel ao Brasil,

    como Equador e Angola. importante ressaltar que, exatamente nessapoca, os investimentos pblicos em infra-estru tura no Brasil comearama mingua r. Na dcada de 90, depois de se consolidar na Amrica do Sul, aconstrutora partiu t ambm para Portugal, Inglaterra e Estados Unidos.

    Atualmente, a operao no Exterior, alm de rentvel, responsvelpor 70% da receita da constru tora . Mas nada disso foi fcil. De acordo comEmlio Odebrecht, presidente do Conselho de Administrao da OdebrechtS.A., h 25 anos, empreender fora do Pas era para ns uma barreira psi-colgica. O brasileiro no estava acostumado a trabalha r em comunidadescom lngua, hbitos e cultura diferentes.

    Para driblar as adversidades e obter resultados em ambientes atento desconhecidos, a CNO apostou firmemente na sua filosofia de tra ba-lho. Denominada TEO (Tecnologia Empresarial Odebrecht), possui entreseus valores a confiana no homem e os princpios da descentralizao,da parceria e da delegao planejada. De acordo com Emlio Odebrecht, a

    nossa filosofia gera um ambiente favorvel formao do empresrio,pois cria condies de au todesenvolvimento. A TEO prega que cada empre-srio-parceiro (gerente de contrato) tenha uma viso geral e no especfica

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    das coisas. Ele passa a t er conscincia de que est ali para se estru turar ealcanar resu ltados. Sabe que ser cobrado pela lucrat ividade do negcio

    e no por meras at ividades desempenhadas. Esteja no Brasil ou no Exterior,tem total delegao para tomar as decises do dia-a-dia. O escritrio centra lprocura fazer apena s com que cada unidade independente tenha as compe-tncias necess rias pa ra tocar a operao por l. Com isso, a Constru toraNorberto Odebrecht constitui hoje praticamente uma confederao depequenas empresas.

    Outro ponto interessan te, no caso da CNO, a viso de oportunidades

    da companhia. A empresa pra ticamente se especializou em executar obrasem situaes complicadas, por vezes, caticas. Caso da Colmbia (guer-rilha), Angola (guerra civil) e Venezuela (ins tabilidade poltica). Em entre-vista revista Construo Mercado (no 34; maio/2004), Marcelo Ode-brecht, a tual presidente da construtora, deixou escapar um pouco dessaviso ao responder uma pergunta sobre a atuao da CNO no mercadoimobilirio: nessa rea, trabalhamos somente em funo de oportunidades.No vamos produzir apartamentos em massa , em escala, ter a obrigao

    de produzir determinada quantidade de unidades por ano. O que ns pro-curamos identificar a oportunidade diferenciada para agregar valor.Perguntado, ento, sobre o que ele considerava uma oportunidade diferen-ciada, respondeu: em So Paulo conseguimos identificar uma srie deterrenos nos quais havia dificuldades para a obteno de licenas. Nor-malmente, tais dificuldades afugentavam os investidores. Procuramos utili-zar nossa competncia para resolver os problemas. E encontramos, digamosassim, verdadeiras pepitas de terreno. Repare como a busca de oportu-nidades inu sitadas so importantes para o sucesso da CNO.

    A histria da Matec Engenharia caso de sucesso em um mercadocompletamente distinto da CNO mais recente. Fundada na cidade deSo Pau lo em 1990 pelo Eng. Luiz Augusto Milano, a empresa deixou deser, em poucos a nos, um pequeno escritrio de engenharia para dar lugara uma grande construtora. Com 2 milhes de m2 de rea construda exe-cutados, possui 280 obras no currculo. Em 2006, deve atingir cerca de R$

    220 milhes em novos contratos com as unidades comerciais, R$ 75 milhescom as unidades industriais e R$ 30 milhes na rea imobiliria. O desem-penho da Matec nas concorrncias privadas j se tornou lend rio no mer-

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    cado. Tanto sucesso fez a empresa chegar, em 2004, ao topo do rankingdas Melhores Construtoras, da revista Exame. A explicao, segundo o

    prprio fundador, a forma de trabalhar da construtora, que ostenta oEstado de Inovao como um de seus fundamentos empresariais.

    Em entrevista revista Construo Mercado (no 43; fevereiro/2005)Milan o declarou: part imos do princpio de que o cliente no obrigado aentender de const ruo civil. Ento tentamos compreender profundamentea finalidade e o peso da obra para o seu negcio, e aplicamos esse conhe-cimento no projeto, do comeo ao fim. Obra, para a Matec, no apenas

    erguer paredes. Chegamos at a ajudar a montar o interior do estabeleci-mento. Mais que uma obra, ns fornecemos um pacote completo de solu-es. Milano no esconde de ningum que nunca pensou na Matec comouma construtora, mas como uma empresa de engenharia com foco no rela-cionamento e na necessidade do cliente. Ou seja, uma viabilizadora deprocessos. A grande inovao, no caso da Matec, est exatamente nessenovo modelo de negcios.

    Oceanos azuis

    O objetivo das citaes da CNO e da Matec no enaltecer os feitosdas construtoras, mas indicar como a inovao est sempre presente nasempresas de sucesso. Algumas delas so especialistas em se diferenciarem mercados maduros, por vezes satu rados, outra s em descobrir os cha-mados oceanos azuis. Os professores W. Cha n Kim e Rene Mauborgnedescreveram tal conceito em artigo int itulado A estra tgia do oceano azulpublicado na revista Harvard Business Review(HBR Brasil vol.82 no10).Segundo eles, o un iverso dos negcios formado de dois tipos distintosde espao: um o oceano vermelho, o outro o oceano azul. O oceanovermelho representa setores existentes, ou seja, o mercado conhecido. Nele,as fronteiras j foram definidas e a s regras do jogo j esto assimiladas .Todos tentam se sair melhor do que os rivais para abocanhar uma fatiamaior da deman da existen te. Conforme o espao fica mais lotado, as pers-

    pectivas de lucro e de crescimento diminuem. A concorrncia cada vezmaior tinge a gua de sangue, afirmam os professores. J o oceano a zulrepresenta todo o setor que a inda no nasceu, ou seja, o espao de mercado

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    desconhecido, ainda inexplorado pela concorrncia. Ali, a demanda criadae no disputada. H a mpla oportunidade de crescimento rpido.

    O ponto que levanto ao concluir este art igo simples: ou a s constru-toras, independentemente do porte e da rea de atu ao, descobrem comoincorporar um novo valor ao produto final e, ao mesmo tempo, partem embusca dos mercados inexplorados ou tendem a ficar parada s, fazendo coroao justo, mas nem sempre prtico, discurso contra a carga tributria, aburocracia, as confuses jurdicas e a concorrncia desleal. Imagino queseja possvel fazer as duas coisas, com bons resultados, em ambas as

    frentes.

    ERIC COZZA

    Jornalista formado pela Faculdade de Comunicao Csper Lbero em 1995,atua h 12 anos na rea de comunicao especializada na indstria da ConstruoCivil e Arquitetura. Colaborador de diversos veculos especializados, foi reprtere editor da revista Construo, publicada pela PINI. Atualmente, dirige a reaeditorial da empresa, que inclui as revistas Construo Mercado, Tchne, AU Arquitetura & Urbanismo e Equipe de Obra alm dos departamentos de Livros,Manuais Tcnicos e Cursos da Editora. Realizou reportagens em vrios pases,como Estados Unidos, Can ad , Alemanha , Itlia, Fran a, Espanh a e Chile.

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    Resumo

    As tcnicas construtivas convencionalmente adotadas no Brasil apon-tam, por suas prt icas e mtodos de controle, na direo oposta indicadapelo dficit habitacional do pas. Em 2004 estimava-se uma defasagemem torno de 6,65 milhes de novas unidades residenciais e um n mero damesma ordem de grandeza de habitaes existentes em condiesimprprias subsistncia bsica. O objetivo deste trabalho foi desenvolverum anteprojeto arquitetnico de edifcio residencial que incorporasse asvantagens detectadas em quat ro estudos de casos diferenciados, com um

    raciocnio prprio, condizente com o cenrio esta tstico descrito e outrosparmetros de projeto pr-estabelecidos. Premissas estru turais, jun tamentecom outros desa fios arquitetnicos ta is como configuraes volumtricas,aspectos expressivos e sua relao com a coordenao modular entre ossistemas propostos, consideraes ambientais e aclimatao n atu ral dosambientes foram especialmente abordadas pela soluo desenvolvida. A

    PROJETO HABITACIONALCOM ELEMENTOS ESTRUTURAIS

    E CONSTRUTIVOS FEITOSA PARTIR DE AOS PLANOS1

    Ascan io Merr ighi d e Figueiredo S i lva

    1

    Artigo sobre disserta o de mes tra do defendida na UFOP, Universidade Federal de OuroPreto, em outubro de 2004, sob a orientao da Prof Dr Arlene Maria Sarman ho Freitas.Colaborao: Arq . Alessa ndra Marfar , Arq. Henrique Gazzola , Eng. Ferna ndo Fran co daCunha e equipe tcnica CSD-USIMINAS.

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    definio do programa arquitetnico buscou atender tanto demandatipicamente abordada pelo mercado de habitaes de interesse social quanto

    incorporar elementos que possibilitem evolues de planta suficientes paraatender um universo mais amplo de tipologias residenciais

    Palavras-chave: arquitetura, residencial, aos planos

    1. In t roduo

    A atua l situao habitacional do Brasil revela um quadro a larmante.Dados de 2004 da Secretaria Naciona l de Habitao, Ministrio das Cidades,aponta m um dficit habitaciona l direto de 6,65 milhes de moradias e umnmero muito prximo de unidades residenciais em situao precria desubsistncia bsica. Em conjun to, as duas consideraes anteriores dobra-riam a estimativa da demanda social brasileira no mbito da habitao.Para lelamente, pesquisas esta tsticas com abordagens focadas em desen-volvimento econmico e social evidenciam um cenrio de crescente con-

    centrao u rbana da populao brasileira, fato relevante na definio datipologia de projeto a ser desenvolvida neste trabalho. Estima-se uma con-centrao de 90% na s regies urbanas at o fim desta dcada .

    Figura 1 Edifcio Copan, em So Paulo -SP, esquerda e Conjunto JK,Belo Horizonte-MG projetos do Arquiteto Oscar Niemeyer (Sampaio, 2002)

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    A bagagem histrica da abordagem do tema habitacional no pas fortemente relacionada com a herana da arquitetura moderna . As princi-

    pais experincias a lidar com a questo habitacional em larga escala podemser representadas pelos edifcios de Oscar Niemeyer em So Paulo e BeloHorizonte da dcada de cinqenta, o Copam e o Conjunto J.K. respecti-vamente (Fig. 1), ou pelo edifcio conhecido como O Pedregulho de AfonsoReidy e Carmem Portinho na cidade do Rio de Janeiro (Fig. 2). Estes edifciosso exemplos tambm de concepo focada na execuo integral no canteirode obras , com uso intensivo de mo de obra desqua lificada e soluo com

    estrutura independente de pilares, vigas e lajes em concreto armado mol-dado in loco. O arquiteto e u rbanista Lcio Costa desenvolve trabalhoscom enfoques tecnolgicos que podem ser considerados precursores naincorporao da mentalidade de pr-fabricao em projetos residenciaiscom grande escala de implantao, com sua proposta no executa da paraa Vila Operria de Joo Monlevade-MG, de 1934 (fig. 3). Sob o aspectotecnolgico, este projeto destaca-se pela especificao de painis pr-fabricados nas vedaes e divisrias em alterna tiva ao mtodo convencional

    das alvenarias de blocos cermicos. Soluo dos painis, diga-se, desen-volvida a part ir de mtodos constru tivos tpicos dos edifcios do perodocolonial brasileiro.

    Figura 2- Pedregulho, projeto de Affonso Reidy e Carmem Portinho, Rio de Janeiro-RJ(Cavalcanti, 1987)

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    Figura 3- Sistema const ru tivo da Vila Operria de Joo Monlevade MG,pelo arquiteto Lcio Costa (Costa,1995)

    Preocupaes em aplicar sistemas constru tivos com maior ndice deprodutividade que os convenciona is n o fazem parte de uma amostragemconsidervel de experincias e estra tgias do mercado de construo nacio-nal, principalmente de seu segmento residencial. Casos isolados podemser ressaltados, como a experincia prtica precursora do arquiteto JooFilgueiras Lima nos edifcios de apartamentos para professores da UnB(Universidade Nacional de Braslia), em 1962 (Fig.4). O autor concebe econstri ento edifcios com soluo estrutural de elementos pr-fabricadosde concreto armado como um de seus componentes constru tivos. Nas suasexperincias seguintes, o mesmo arquiteto desenvolve e aprimora seusprojetos com sistema construtivo totalmente industrializado em estruturasindependentes de ao, sistemas estruturais de lajes com elementos pr-

    fabricados em concreto arma do, vedaes e divisrias de pa inis de arga-massa armada e vrios outros componentes const rut ivos fabricados, se-gun do orientaes de projeto, na un idade do CTRS (Centro Tecnolgico da

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    21PROJETO HABITACIONAL COM ELEMENTOS ESTRUTURAIS E CONSTRUTIVOS...

    Rede Sara) em Salvador. Sendo esta a ma ior e mais bem sucedida experin-cia, em vrios aspectos, de construes tota lmente indus trializadas j im-

    plantadas no Brasil, infelizmente no estendida s construes residenciais.Srgio Bernardes, arquiteto vanguardista no desenvolvimento e aplicaesprticas de solues construtivas industrializadas em seus trabalhos,projetou conjunto com un idades residenciais e servios pblicos sobre aslinhas frreas da cidade do Rio de Janeiro na dcada de setenta (Fig. 5) emoutro exemplo de iniciativas que visam intensificar a aplicao de soluesindust rializadas em const rues habitaciona is. Outra s experincias mais

    recentes podem ser tambm destacadas como a iniciativa do arquitetoJoan Vill para un idades geminada s em Cotia-SP (sistema painis de alve-naria a rmada) e no projeto vencedor do Segundo Prmio Usiminas de Arqui-tetu ra em Ao dos arquitetos Mateus Pontes e Sylvio Podest com unidadesresidenciais moduladas a partir do espao de um container.

    Figura 4- Moradias de professores da UnB em Braslia-DF,projeto de Joo Filgueiras Lima (Latorraca, 2000)

    Figura 5- Estu do de Srgio Bernardes sobre linha frreano Rio de Janeiro -RJ (Revista Mdulo, 1983)

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    No contexto global, a incorporao de mtodos constru tivos industria-lizados em construes residenciais constante desde as necessidades

    emergenciais de reconst ruo em grande escala, conseqentes das guerrasmundiais. Vrias experincias podem ser mencionadas, sendo uma dasmais significativas o empreendimento da Vila Operria de Weissenhof, comimplantao urbana projetada por Mies van der Rohe e projetos de edifciosconcebidos pelos mais importantes arquitetos modernistas europeus, comoLe Corbusier, Walter Gropius e o prprio Mies van der Rohe (Fig. 6). A expe-rincia, implementada na dcada de trinta incorpora em suas constru es

    solues hbridas, semi industrializadas, com interao entre estru turasmetlicas e alvenarias.

    Figura 6- Vila oper ria de Wiessen hof, por Ludwig Mies van der Rhoe (Villinger, 1998)

    Estas referncias ilustram o envolvimento constante de arquitetosdestacveis frente a um dos principais temas enfocados em sua at ividadeprofissiona l. A abordagem do tema habitacional, levando-se em conside-rao tan to a breve base histrica ilustrada quanto os nmeros inicialmentemostrados, no passa exclusivamente pelos aspectos tecnolgicos. Estetrabalho objetiva contribuir para o enfoque do tema sob ponto de vistaarqu itetnico configurando-se como uma soluo de projeto com especifi-cidades e situao de contorno esta belecidas a partir das seguintes estra -

    tgias e definies:

    Elaborao de qua tro estudos de caso sobre experincias brasileirasde projeto e construes por construtoras privadas e entidades pblicas

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    23PROJETO HABITACIONAL COM ELEMENTOS ESTRUTURAIS E CONSTRUTIVOS...

    Configurao de parmetros de projeto sob limitaes da condiomais restritiva e vivel sob vrios aspectos .

    Definies de modulaes arquitetnicas e sistemas cons tru tivos

    Apresenta o dos resu ltados de desenvolvimento do projeto2 - Estudos de Caso

    Quatro edifcios, escolhidos de experincias de construes e projetosrecentes no Brasil tero sintetizados seus aspectos de projeto e obra sob

    uma abordagem especialmente desenvolvida dentro do escopo destetraba lho. Foram evidenciados os aspectos estrutu rais e construtivos desta spropostas com o intu ito de filtrar os aspectos tcnicos, com suas vantagense desvantagens, para embasar a configurao da base de dados de projetoque a limentar as decises do desenvolvimento proposto neste trabalho.As caractersticas dos projetos selecionados foram agrupadas para umadefinio mais abrangente de sua performance global sob trs diferentescritrios: aspectos dimensionais da soluo, os est rutu rais e os construti-

    vos. Juntos, estes critrios possibilitam uma avaliao mais conclusivasobre a maior ou menor viabilidade de determinada es tra tgia de projeto.Os aspectos dimensiona is incorporados metodologia de configurao daperformance construtiva das solues no restringem-se queles semprelembrados como rea total construda e rea lquida por unidade. Levan-tamentos que permitam calcular a rea total de fachada construda porrea plana constru da tambm foram contemplados, sendo este um impor-tan te item no impacto do custo fina l da constru o, pelas necessidades deestanqueidade e isolamento termo-acstico. Na mensurao dos a spectosestruturais foi considerado tan to o consumo de material estrutra l por reaconstru da quando parmetros balizadores da performance de montagemda soluo estrutural, como nmero de peas (pilares e vigas) e nmerode ligaes por rea construda.

    A principal entidade pblica do esta do de So Pau lo para empreendi-mentos habitacionais, a CDHU (Companhia de Desenvolvimento Habitacio-

    na l e Urbano de So Paulo), recentemente contratou obras para vrios can-teiros com sistemas constru tivos homologados tecnicamente na entidade.Duas destas solues, desenvolvidas por diferentes parcerias tcnicas , so

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    concebidas com solues estruturais em perfis de ao formados a frio, lajesem painis pr-moldados, vedaes externas e divisrias internas em s iste-

    mas convencionais de alvenaria de blocos cermicos. Juntas estas duassolues foram responsveis pela construo de 360 edifcios de 5 e 7pavimentos representando um total de mais de 8.000 unidades residenciais.

    O consrcio representado pela Constru tora Mltipla e pelas empresasAlphametal e Interamericana (fig. 7) fornece material para o primeiro estudode caso. Trata-se de um edifcio com cinco andares e estru tura em pilarese vigas fabricados por perfis formados a frio em espessuras de chapa de 2

    a 6,3mm em ao estrutural patinvel, tipo USISAC 300. Dos elementosselecionados para representar a performance global da soluo destacam-se a soluo estrutural com vigas mistas em perfis caixa (dois Us enrije-cidos soldados), perfilados de chapas com 2mm de espessura. As vigasforam projetadas em interao parcial com o concreto da la je. Este caminhoresulta numa baixa taxa de consumo de ao estrutural por rea constru dacom boa performance constru tiva. Suas propriedades, segundo os critriosdestacados para definir a performance global da soluo, so descritas

    aba ixo (tabela 1).

    Figura 7- Edifcios do consrcio Mltipla, Alphametal e Interamericanapara a CDHU-SP (Silva, 2004)

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    25PROJETO HABITACIONAL COM ELEMENTOS ESTRUTURAIS E CONSTRUTIVOS...

    Tabela 1 Qua dro resumo Edifcio Mlt ipla / Alphameta l. Desenvolvimento do Autor.

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    A segunda anlise tem os mesmos parmetros dimensiona is, estru-turais e construtivos avaliados na soluo de edifcio com sete pavimentos

    apresen tado na CDHU pelo consrcio das empresas Alusa e Brastubo (Fig.8). Os principais aspectos detectados na anlise desta soluo so as liga-es parafusa das entre os elementos est rutura is, tambm em perfis for-mados a frio a partir de a o estrutural pat invel, tipo COS AR COR 300, eo recobrimento tota l dos elementos estruturais pelo prprio processo cons-trutivo. Esta ltima caracterstica minimiza necessidades especiais de prote-o passiva contra incndio da estrutura requerida, segundo a norma

    NBR14432, para este edifcio. Esta soluo teve sua performance globalotimizada pela concepo do projeto arquitetnico, desde o incio desen-volvido com foco na definio da s solues construt ivas jun tamente comaquelas relativas ao programa arquitetnico. Caractersticas desta soluoesto descritas na Tabela 2.

    Figura 8- Edifcios do consrcio Alusa e Brastubo para a CDHU-SP (Silva, 2004)

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    27PROJETO HABITACIONAL COM ELEMENTOS ESTRUTURAIS E CONSTRUTIVOS...

    Tabela 2 Qua dro resumo Edifcio Alusa / Brastubo. Desenvolvimento do Autor.

    O levan tamento feito em u m edifcio constru do na cidade de Conta -gem-MG (Fig. 9) traz material para a terceira anlise deste estudo, ilus-trando uma iniciativa de construo com componentes industrializadosem todos os seus sistemas, estrutura is ou const rut ivos. Esta torre de apar-

    tamentos, com doze pavimentos, construda pela Construtora Castro Pi-menta , utiliza elementos de aos planos em seu sistema estrutural principal,nas formas incorporadas das lajes com ao estrutural galvanizado NBR

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    ZAR 280, nos perfis da estrutura auxiliar do sistema de fachada em aoestrutura l patinvel USI SAC 300 e nos perfis tambm em ao galvanizado

    NBR 7008 ZC das divisrias internas em sistema cons tru tivo a seco. Almdo aspecto de industrializao completa da soluo constru tiva, este casoestudado traz uma importante contribuio na quebra de paradigmas sobreaplicao dos conceitos de const ruo industrializada em edifcio do mer-cado imobilirio convenciona l. A soluo tcnica pa ra a s vedaes externa ,por exemplo, traz placas de granito fixadas diretamente sobre uma estruturaauxiliar na face externa e placas de gesso acartonado fixadas em estru tura

    de ao galvanizado na face interna da parede de fachada. No h umbloco de alvenaria em nenhum outro elemento a no ser na s paredes dacaixa de escadas e dos pavimentos de garagem. As caractersticas tcnicasdesta experincia esto descritas na Tabela 3.

    Figura 9- Torre Residencial da Cons trutora Cas tro Pimenta em Contagem-MG(Silva, 2004)

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    29PROJETO HABITACIONAL COM ELEMENTOS ESTRUTURAIS E CONSTRUTIVOS...

    Tabela 3 Qua dro resumo de da dos Edifcio Bouganville. Desenvolvimento do Autor.

    A ltima experincia ana lisada traz um projeto desenvolvido pela em-presa 1001 Arquitetos sob coordenao da equipe por tcnicos da Cons-trutora Camargo Corra e da rea de desenvolvimento da construo emao da Usiminas (Fig. 10). Sendo o nico de todos os projetos estudados,no relacionado a experincias de canteiro de obras esta soluo tem por

    destaque ser um projeto desenvolvido, desde sua fase inicial, para umamodulao constru tiva totalmente definida pelas caractersticas dimen-sionais de seus componentes pr-fabricados. A modulao construtiva,

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    definida principalmente pelos painis pr-moldados de la jes, em 1250mmde largura e a configurao da plan ta tpica evitando a obrigatoriedade da

    proteo passiva contra incndio da estrutura so duas das principaiscaratersticas deste projeto, descritas sob os mesmos aspectos da s an te-riores na Tabela 4. A baixa taxa de consumo de ao estrutural desta soluodeve-se ao carter misto da estru tura no apenas a plicvel no plano dasvigas e lajes, mas ta mbm na interao da ma lha estrutural com painisverticais de paredes autoportantes. Esta soluo, apesar de muito leve,inviabilizou-se pela necessidade de est rutura auxiliar de montagem.

    Figura 10- Edifcio Cons tru tora Camargo Corra e Usiminas(Silva, 2004)

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    31PROJETO HABITACIONAL COM ELEMENTOS ESTRUTURAIS E CONSTRUTIVOS...

    Tabela 4 Qua dro resumo Edifcio Camargo Corra / Usiminas .Desenvolvimento do Autor.

    Vale ressa ltar que, dos projetos an alisados, apena s dois foram desen-volvidos desde seu incio com definio prvia do sistema construtivo eestrutural, sendo estes o segundo e o ltimo. Os demais so adaptaes

    de projetos feitos sem definies estruturais e construtivas prvias paraos sistemas em que foram constru dos ou adaptaes de uma concepode projeto existente para as solues constru tivas implantadas . Ambos os

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    caminhos comprometem relativamente as performances dos projetos, oque est retratado na an lise comparativa entre as solues estudadas ao

    fim do trabalho.

    3 - Parmetros de Projeto e Desenvolvimento

    Dos exemplos descritos na ltima seo, trs trazem o programa arqui-tetnico mais freqente na a bordagem do tema da habitao de interessesocial: tipologia com quatro unidades (por pavimento) de apartamentos com

    dois quartos, sala de jan tar e estar, banheiro e cozinha. Os empreendimentosnormalmente planejados e construdos com foco no segmento da habitaosocial normalmente congelam as poss ibilidades das unidades residenciaisdentro dos limites estabelecidos por este programa bsico. A chave paraestabelecer um primeiro diferencial de projeto a ser explorado na soluoem desenvolvimento est justamente neste ponto: incorporar a este pro-grama tpico um artifcio que permita flexibilizar suas possibilidades eabrir espao para configurao de novas unidades habitacionais seria o

    primeiro desafio no desenvolvimento do projeto. Pesquisas feitas nas mes-mas bases h istricas j mencionada s da arquitetura modernista brasileira(Sampaio, 2002) apontam para uma possvel soluo: a incorporao naplanta dos andares tpicos de unidades compactas com sala e qua rto inte-grados nos moldes dos quartos de hotis tpicos ou das chamadas quiti-netes. Este caminho serviria a dois propsitos: possibilitar a construode unidades compactas e econmicas para potenciais moradores transit-rios ou permanentes e criar bolses de expanso para unidades tpicas dedois quartos a elas adjacentes em planta. Resolver o pavimento tipo doprojeto com duas unidades t picas de dois quartos e de duas compactas dequarto conjugado possibilitaria evolues progressivas da planta inicialdos apartamentos de dois quartos que acompanhariam as diferentes neces-sidades dos proprietrios ao longo da vida. Estas evolues de planta devemser associadas aos acrscimos proporcionais de espaos de servio e estar,relativos aos acrscimos de quartos/moradores previstos em cada possi-

    bilidade futura.A out ra delimitao inicial de projeto refere-se ao espao de desenvol-

    vimento da soluo. Como a idia desenvolver um exerccio sobre uma

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    33PROJETO HABITACIONAL COM ELEMENTOS ESTRUTURAIS E CONSTRUTIVOS...

    situao de projeto genrica, optou-se por trabalhar dentro dos limitesdos lotes mais tpicos das regies urbanizadas brasileiras, sendo estes os

    de 14 x 30 metros e os de 12 por 30 metros. Para respaldar ainda mais asoluo final, definiu-se que esta deveria desenvolver-se nos limites dasituao ma is restritiva: a rea definida pelos recuos mnimos no lote demenor dimenso. O espao para desenvolvimento da soluo seria o retn -gulo de um lote com 12 x 30 metros considerando-se um recuo fronta l de3 metros e recuos laterais e de fundos mnimos de 1,5 metros. Resta entoo retngulo de 9 x 25,5 metros no qual, segundo uma outra definio de

    projeto deveria ser implantada metade do edifcio da soluo projetada(Fig 11). Optou-se por desenvolver um edifcio totalmente compartimentadoem duas metades independentes mas complementares: o projeto consi-derado completo em sua verso geminada destas duas metades, quenecessita de dois lotes tpicos de 12 x 30 metros para ser implanta da. Ametade independente desta soluo geminada pode ser constru da emapenas um destes lotes, sem prejuzo de seu funcionamento. A versointegral do edifcio mais vivel (cus to por unidade habitaciona l ou rea

    constru da) que su a verso independente.

    Figura 11- Esboo inicial com os limites de projeto considerados (Silva, 2004)

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    As definies da modulao de projeto com coordenao entre par-metros estrutura is, parmetros construtivos e definies de programa so

    as prximas consideraes do projeto. Seu desenvolvimento, neste caso,segue com definies prvias de sistema estrutura l e cons tru tivo e as mo-dulaes definidoras da plan ta sero configuradas sob as bases de melhorperformance dos diversos sistemas integrados na construo. Um mdulobsico de 1200 mm serviria bem ao propsito de ordenar os principaisitens constru tivos pr-estabelecidos (Fig. 12): malha estru tural com ml-tiplos deste valor, sistema de lajes com formas metlicas incorporadas

    cujo vo ideal para esta situao de projeto, um mltiplo deste valor ,2400mm, e, por fim, as modulaes de sistemas de parede a seco cujosmontantes internos so espaados a cada 600mm, sub-mltiplo do mdulobsico estipulado, bem como as placas de revestimento com 1200mm.Tambm a modulao bsica de alvenarias convencionais em blocos,cermicos ou de concreto com 300mm de comprimento seria contempladonesta modulao. Este valor (1200mm) comporta ainda grande parte dasdimenses t picas dos materiais de acabamentos em dimenses ta is como

    100x100mm, 150x150mm, 300x300mm, 400x400mm etc.

    Figura 12- Parmetros de coordenao modular entre s istemas (Silva, 2004)

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    A consolidao da soluo a rquitetnica fina l ocorre tambm em con-sonncia com as decises pr-estabelecidas do conceito estru tural. Definiu-

    se trabalha r com pilares de seo retangular (tipo caixa composto por doisUs enrigecidos ou tubos com costura ) e vigas de seo I eletrossoldadasou compostas por duas sees U formadas a frio. Esta combinao depilares e vigas permite soluo de ligaes parafusada s e abre espao tam-bm para uma composio de pilares mistos, com preenchimento dos tubosem concreto estrutural. A utilizao de sistemas de lajes apoiados nasmesas inferiores das vigas, como no sistema slimflor(Lawson, 1997),

    combinadas com estas definies, reduz significativamente a superfcieexposta dos elementos em ao estrutura l, minimizando sua rea de pintura.O recurso de projeto utilizado pa ra definio do sistema de esta bilizaovertical da malha estrutural permite a aplicao de contraventamentos,estratgia ma is econmica, sem interferncia direta nas fachadas do edi-fcio: todo o conjunto organ izado ao redor de um p tio interno onde sodispostos duas circulaes verticais independentes e os contraventamentosda estabilizao estru tura l. Este p tio tambm o elemento arquitetnico

    que garante a boa climatizao natural dos espaos internos do edifcio,inserindo possibilidade de ventilao cruzada em todos os apartamentosprevistos em planta .

    O arranjo das unidades disposto em planta estabelecido para gerarum volume fina l constru do mais heterogneo que o dos prismas retan-gulares comumente abordados nas tipologias habitaciona is econmicas .A insero de elementos como varandas e beirais avanados contribuempara diversificar ainda ma is esta configurao final. A defasagem ent re ossistemas de vedao e os eixos estru turais permite mostrar a estrutura emalguns pontos do projeto e resguard-la em outros, participando da imagemfina l do conjunto e ficando a favor de sua ma ior proteo frente a intem-pries respectivamente. Esta defasagem o que tambm permite a trans-posio direta das dimenses presentes na malha estrutural para a dossistemas de vedao e divisrias, que, assim dispostos, ficam sujeitos smesmas regras dimensiona is da modulao estabelecida. Uma frao me-

    nos s ignificativa de rea de fachada por rea tota l constru da ta mbm foipretendida duran te o desenvolvimento do projeto, sendo este um item toimportante quanto a taxa de ao estrutural na determinao de sua viabili-

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    dade. A configurao construtiva das paredes externas alia o custo baixodas alvenarias convencionais com a praticidade dos sistemas a seco,

    restringindo a contribuio da primeira at a altura dos peitoris, acimados quais, a soluo a seco faria toda a parte mais complexa com aberturas ,vergas e fixao de esquadrias.

    O desafio de elaborar uma soluo arquitetnica, sob quaisquer cir-cunstncias , deve ser abordado de forma inclusiva, buscando soluo globalque aborde todos os aspectos envolvidos na configurao inicial de seuproblema. Esta soluo nem sempre traz os melhores parmetros para

    todos os aspectos que envolvem, devendo alguns itens sofrer adequa esque a a proximem de sua melhor performance ou mesmo a comprometam,sempre em nome de atingir um resultado final com melhor combinaoentre os fatores envolvidos. A conseqncia deve sempre ser uma melhorperformance global do caso estudado e suas diversas consideraes. Asconcluses deste projeto so representadas pelos desenhos tcnicos doante-projeto arquitetnico expostos a seguir pelas imagens (Figuras 13 a16) e na Tabela 5, que ana lisa o projeto desenvolvido sob os mesmos crit-

    rios dos estudos de caso da segunda seo.

    Figura 13- Possibilidades de evoluo da planta no Pavimento Tipo (Silva, 2004)

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    Figura 14- Plantas do pavimento trreo e do ltimo pavimento (Silva, 2004)

    Figura 15- Cortes longitudinal e transversal pelo edifcio (Silva, 2004)

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    Figura 16- Fachadas frontal e lateral do edifcio (Silva, 2004)

    Tabela 5 Quadro resumo das caractersticas dimens ionais e construt ivas da concepo de projeto

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    Tabela 6 Quadro comparat ivo entre valores levantados nos projetos an alisados

    PROJETOS: MLTIPLA ALUSA CAMARGO C. PIMENTA ESTE

    mfac./mconst. 1,15 1,11 0,98 0,85 0,65

    Taxa Estrutura 27Kg/m 30Kg/m 20Kg/m 42Kg/m 33Kg/m

    PIL.+VIG. /m 0,29/m 0,29/m 0,22/m 0,19/m 0,26/m

    LIGAES/m 0,52/m 0,43/m 0,26/m 0,39/m 0,40/m

    No. UNIDADES 20 28 20 20 32

    REA TOTAL 995m 1491m 995m 2886m 1520m

    4. Concl uses

    A soluo desenvolvida cabe ainda ser evoluda em seus aspectosarquitetnicos para uma melhor depurao do resultado fina l. Esta umacaracterstica comum a todo anteprojeto arquitetnico, por mais rico emdeta lhes que esteja definido. Apesa r de no ocorrer com freqncia, defini-es como conceito est rutura l, sistemas de estabilizao e definies cons-trutivas cabem ao arquiteto ou equipe autora do projeto que, claro, sero

    depuradas e sofrero contribuies valiosas no envolvimento deste com orestante da equipe multidisciplinar responsvel pelo pacote completo desolues tcnicas, como projeto estrutura l e ins ta laes complementa res.Os princpios para uma depurao evolutiva devem entretanto estar pre-sentes na abordagem inicial do tema de projeto.

    Ao colocarmos lado a lado os dados mais relevantes levan tados sobreos estudos de casos da seo 2 e com os do anteprojeto exposto na seoan terior, verificamos que houve a incorporao dos a spectos positivos veri-ficados nas bem sucedidas iniciativas de mercado estudadas. Nem todosos dados do projeto elaborado tm melhor performance que aqueles maisdesta cveis nos demais projetos descritos, o que se deve principalmente tentativa de incorporar solues tcnicas inovadoras como utilizaomista de lajes apoiadas tanto nas mesas inferiores das vigas, como emalgumas situaes convencionalmente sobre suas mesas superiores. Aconfigurao proposta absorveria tambm uma soluo de estru turas de

    ao totalmente convencional o que reduziria a taxa de consumo estruturalmas no atenderia ao carter experimenta l deste trabalho. Esta comparaopode ser visualizada na Tabela 6.

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    41PROJETO HABITACIONAL COM ELEMENTOS ESTRUTURAIS E CONSTRUTIVOS...

    ASCANIO MERRIGHI DE FIGUEIREDO SILVA

    Graduao: Arquiteto e Urbanista pela Escola de Arquitetura da Universidade

    Federa l de Minas Gerais - UFMG, em dezembro de 1995.

    Ps Graduao: Diplomado Mestre em Cons trues Metlicas pela Escola deMinas da Universidade Federa l de Ouro Preto UFOP, ten do defendido em outubrode 2004 a disserta o: Uma concepo a rquitetnica de edifcio residencial comestru tura e componentes construt ivos fabricados a partir de aos planos.

    Experi ncia profi ssional: Entre dezembro de 1995 e a bril de 1997 t rabalhaem projetos de pequeno porte de prpria autoria.

    Em abril de 1997 inicia eta pa profissional que ir a t agosto de 2000 como

    arquiteto contratado da Empresa GSI Architects s ediada em Cleveland, EUA, ondecolabora na concepo e no desenvolvimento de diversos projetos de mdio egrande porte.

    Retorna ao Brasil em setembro do ano 2000 quando retoma o foco em projetosde prpria au toria.

    Inicia, em junho de 2001, sua colaborao como arquiteto da CSD-Superin-tendncia de Desenvolvimento da Aplicao do Ao da USIMINAS, Usinas Sider r-gicas de Minas Gerais, onde a tualmente t rabalha. Nesta empresa tem como princi-pais atividades a divulgao e o desenvolvimento tecnolgico de sistemas constru-tivos industrializados e consultoria a projetos que valem-se de vantagens dasestru turas met licas em sua s concepes.

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    Neste texto apresento uma interpretao pessoal do fato de a indstriada const ruo civil no apresentar um nvel de inovao coerente com sua

    importncia relativa na economia do pas. Minhas percepes e opiniesse baseiam, principalmente, na minha experincia pessoal enquanto agenteneste mercado, como gestor principal de duas empresas de construo queprestam servios iniciativa privada, em segmentos especficos, e comodocente em cursos de engenharia e arquitetura. Meu contato direto comprofissionais, o meio acadmico e alunos de graduao complementa abase para a a nlise apresentada.

    H fatores externos e internos indstria da construo civil queexplicam porque este setor t mido em termos de inovao. A inteno deutilizar o termo desinteresse, que aloca responsabilidade ao prprio setor, uma provocao, com base na crena de que o contexto no melhorarseno a travs de iniciat ivas dentro do prprio setor. Assim, a passividadepode ser interpretada como desinteresse. O setor no promover mudanasenfatizando apenas os fatores externos e se lamentando por eles, nemesperando que algum faa alguma coisa por ele.

    O mundo est passando por uma rpida transformao. Ainda recen-temente, os diferenciais competitivos das empresas eram baseados em fa-tores quan tita tivos, como poder econmico e maior disponibilidade de re-

    INOVAO PORQUE O DESINTERESSE

    NA INDSTRIADA CONSTRUO CIVIL

    Mar t in Pau l Sch w ark

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    cursos fsicos. Cada vez mais, no entanto, o poder lcito e sustent vel dasempresas se baseia na sua diferenciao qua lita tiva. A importncia dos

    ativos intangveis est sendo cada vez mais promovida diante daquelados tangveis. Ativos tangveis tpicos so imveis, equipamentos e capital.Entre os ativos intangveis podemos destacar a imagem e reputao daempresa; a solidez das relaes com seus clientes e fornecedores; a quali-dade, motivao e lealdade de sua equipe de colaboradores; o conhecimentocoletivo compartilhado por esta equipe e as competncias que a organizaotem para realizar sua misso, isto , sua capacidade de a tender s necessi-

    dades sociais que justificam sua existncia.Estas necessidades sociais, no entan to, esto em mutao acelerada.Da decorre uma curiosa reorganizao no poder relativo das empresas,passando a privilegiar aquelas que tm uma equipe capaz de se adaptars mudanas com maior velocidade, em detrimento daquelas que baseiamseu poder nos velhos paradigmas. Muitos pensadores da a tualidade explo-ram estes temas com profundidade, alertando para a necessidade de reveras organizaes com este cenrio em mente. Como exemplos, Toffler, Sveiby,

    Nonaka & Takeuchi e Senge ana lisam e descrevem estes novos conceitos esugerem mensuraes e aes com eles relacionadas; Porter recentementemudou seu discurso, chamando a ateno para a necessidade de as em-presas no serem simplesmente melhores que as outras, mas nicas einimitveis.

    A inovao est intimamente relacionada com esta nova ordem, quetorna urgente a necessidade de inovar e pensar de forma diferente nasorganizaes. Isto passa a ser n o uma questo de capricho e sofisticao,mas de sobrevivncia em mdio e longo prazo.

    Por surpreendente que possa parecer para muitos profissionais daconstruo civil, no h nada que indique que a inovao no se tornecada vez mais necessria tambm para este setor. Digo isto desta forma,pois sinto que muitos so resistentes a mudanas, realmente desinteres-sados em inovao. Vejo diversas explicaes para este fato, mas no aceitonenhuma como justificativa. Estou convicto de que podem ser contornadas ,

    se os atores envolvidos souberem se livrar de pensamentos superados eadotarem uma nova atitude. O primeiro passo para a inovao no setor inovar em suas prprias crenas .

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    Eu entendo o conceito de inovao na construo civil como sendomais amplo que o simples aperfeioamento tcnico da obra. Da mesma

    forma como nos at ivos, existe, tambm, a inovao nos a spectos tangveise intan gveis. H, pelo menos, duas dimenses n as quais vejo maior am-plitude:

    1. Quanto ao nvel hierrquico da inovao. O produto em si apenasa base de uma pirmide, subordinada a nveis superiores, como os processosde produo das obras e de gesto das empresas; as relaes entre aspessoas, sua motivao e atitude; e, no mais a lto nvel, identidade, cultura,

    conceitos e crenas que orientam todas as aes e pensamentos de cadaempresa.2. Quanto ao nvel de originalidade da inovao. Para uma empresa,

    pode ser a primeira aplicao de um conceito novo que outras empresas japlicam. Para o pas ou uma regio, analogamente, pode ser uma novidade

    j conhecida em outros locais. Em nvel mais a lto, encontra-se a inovaode fato, origina l e nica, pioneira no mercado, fruto de criatividade, pes-quisa e desenvolvimento, passvel de registro de patente.

    Tomando por base alguns dados da PAEP/2001 Pesquisa da AtividadeEconmica Paulista, pesquisa realizada pela SEADE Fundao SistemaEsta dual de An lise de Dados, do Governo do Estado de So Pau lo no anode 2001 entre ma is de 41 mil empresas, com cinco ou mais colaboradores,pode-se evidenciar o fato de a ind stria da construo civil inovar menosque a mdia da indstria Pau lista :

    Entre as empresas industriais pesquisadas no Estado, 4,02%afirma-ram ter introduzido um produto tecnologicamente novo ou significa-tivamente aperfeioado no mercado nacional no perodo de 1999 a 2001.

    Setores de ponta , como os de material de escritrio e equipamentosde informtica, apresenta ram ndice de 32%.

    Dentre as 8.062 empresas de construo civil pesquisadas , o ndicemdio 2 ,84%, e da const ruo de edificaes, 1,36%.

    Das empresas de construo inovadoras, apenas 50%realizam ativi-dades de P&D internas , abaixo do ndice de 75% para as indstrias inova-

    doras como um todo.Vejo diversas explicaes para a acomodao no setor, todas relacio-

    nadas entre si. Observo trs subconjuntos de razes, um ligado organi-

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    zao do setor, outro, conjuntura do pas e o ltimo, cultura da cons-truo civil.

    Os fatores ligados organizao do setor so:

    1. O setor pulverizado, ou seja, existe um grande nmero de peque-nas empresas atuando no mercado. Apenas a s maiores tm porte e estruturasuficientes para poderem dedicar-se com eficcia inovao. Estatisti-camente, as empresas maiores tm maior possibilidade de introduo denovidades. Segundo a pesquisa mencionada, na totalidade da indstria,as empresas com 500 ou ma is colaboradores tm ndice de inovao 20%,

    e, na indstria da cons truo civil, 10%, ambos bem acima da mdia, de4% e 3% respectivamente. Segundo pesquisa com out ros critrios abran-gendo outro perodo, o IPEA Instituto de Pesquisa Econmica Aplicada,ligado ao Ministrio do Desenvolvimento, registra que, de 2000 a 2004,30% das indstrias com mais de 10 funcionrios realizaram algum tipo deinovao nos produtos ou processos. Este ndice 74% para as empresasbrasileiras com mais de 500 colaboradores.

    2. O setor promoveu diversas iniciativas louvveis e consistentes, masainda no se organizou de forma su ficientemente ampla focando o quesitoda inovao. Outros setores o fizeram e conseguiram se desenvolver, comoenfatizou Walter Cirillo no 1 seminrio ICCB da Uniemp em maro de2005, atravs do exemplo da Embrapa Empresa Brasileira de PesquisaAgropecuria. Esta iniciativa, ao longo de 30 anos, elevou o setor do agro-negcio, antes extremamente ineficiente, pulverizado e despreparado, aum n vel de inovao, qualidade e competitividade que se transformou em

    referncia internaciona l.Quanto conjuntura brasileira, tenho a s seguintes interpretaes:

    1. Parece existir um conflito de interesses subjacente ao pensamentopoltico, que limita o incentivo amplo e factua l inovao. Diversas ini-ciativas de inovao que tenho observado, especialmente no campo dahabitao popular, no perceberam vontade poltica efetiva em seu esforode implementao. O problema parece ser que, em geral, a inovao apre-

    senta aumento de produtividade, que induz a pensar que necessita menorempenho de mo de obra, portanto menor nmero de empregos, espe-cialmente da mo de obra no especializada. Isto no interessa politica-

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    mente. Nesta lgica so ignorados fatores como o maior retorno socialsobre o recurso financeiro investido, a qua lidade dos empregos envolvidos

    e a prpria qualidade do produto da construo. Os dados da pesquisa doIPEA mencionada contradizem esta crena poltica, demonstrando que asempresas ma is inovadoras registraram crescimento no nmero de empregosformais de 29% no perodo de 2000 a 2004, contra 19% em toda a economianaciona l. Ademais, consta tou que nas empresas inovadoras , os sa lriosso 23,4% maiores que naquelas que no inovam, e 12% maiores que atotalidade das empresas, alm de apresentarem maior permanncia dos

    colaboradores no emprego.2. A consolidao das leis do t rabalho, nossa CLT, foi concebida nosanos 40 no governo de Getlio Vargas e est tota lmente desa tualizadapara a situao atual. Isto tem conseqncias diretas e indiretas sobre ainovao no setor da construo civil. Muitos aspectos mudaram desdeent o, como as empresas em si, as comunicaes, os meios de transporte,as tecnologias construtivas, os conceitos de liderana e as relaes entreempregado e empregador. A CLT, no entanto, a inda incent iva o oper rio a

    manter sua produtividade baixa, realizar o mximo possvel de horas extra-ordinrias e desejar ser dispensado com o pagamento de seus direitos nofina l da obra, estabelecendo o mnimo vnculo possvel com e empresa emque trabalha . No h motivao para evoluir na carreira de forma consis-tente e duradoura. Pelo lado do empregador, o nus de manter os operriosem seu quadro e remanej-los para outras obras, eventualmente emlocalidades distintas, tambm tem como conseqncia o estabelecimentode vnculo mnimo, portan to pouco promotor das iniciativas com viso delongo prazo como mudanas de cultura ou inovao em si.

    3. No Brasil, o setor da construo civil cumpre a funo social deincluir os operrios menos qualificados na cadeia produtiva. Este fatoimpe limitaes para a promoo de inovao no canteiro de obra, quedepende de ma ior discernimento, qualificao, motivao, participao etreinamento da equipe.

    4. O Brasil no tem um projeto de longo prazo. No existe poltica

    tecnolgica e industria l consistente, nem um plano estratgico claro parao futuro do pas. Os ciclos de investimentos so descontnuos e tm, emgrande parte, motivao eleitoreira. Apesar de visveis esforos em diversas

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    mesmo acreditava. Tenho esta convico no mbito da humanidade, donosso pa s e, por que n o, tambm da cultura do nosso setor.

    Acredito no poder de iniciat ivas como eventos pa ra Inovao na Cons-truo Civil do Instituto Uniemp, de discut ir o tema entre formadores deopinio e divulgar as discusses para o pblico especializado, na motivaogerada por um ndice de inovao que servir de balizamento daquelasempresas que conseguiram se sensibilizar para o tema, na criao daEmbrapa da construo civil, na criao e facilitao do acesso a linhasde crdito para pesquisa por entidades como a FAPESP e o BNDES, nas

    iniciativas isoladas das empresas e na influncia que podemos exercersobre nossos profissionais e estudantes. Acredito, tambm, que a maiorestabilidade econmica que o Brasil est conquistando fornecer uma basepara permitir esta reverso. No acredito, no entanto, que teremos umaajuda substancial dos nossos polticos, pois as preocupaes da maioriadeles ainda so muito primrias.

    No pequeno universo das empresas Moura Schwark e Munte, que dirijo,temos tomado iniciativas prprias para reverter o quadro da acomodao

    ao longo dos ltimos anos. Como exemplo, na Munte investimos fortementena reorganizao dos sistemas de produo a partir de uma nova mentali-dade, baseada no Sistema Toyota de Produo, obtendo resultados s ignifi-cativos. Desenvolvemos, internamente e com a a juda de consultores espe-cializados, diversas inovaes tecnolgicas nos produtos, rompendo segui-damente as barreiras do convencional e os limites das crenas vigentes.Publicamos um livro, em que todo o conhecimento tcnico de projetos daempresa detalhado, forando-nos a seguir evoluindo para continuar nadianteira tecnolgica. A segunda edio deste livro ser lanada em breve.Ele j se transformou em um importante manual de referncia para osespecialistas. Na Moura Schwark, alm dos tradicionais programa s de me-lhoria baseados no sistema de qua lidade, promovemos diversas inovaesem nossos processos internos. Estamos investindo na criao de ambientede aprendizagem e na organizao do conhecimento da empresa, ma-peando-o, ancorando-o e disponibilizando-o de forma a dequada s neces-

    sidades dos profissionais. Promovemos fruns de discusso entre espe-cialistas, para definir as solues a serem oradas naquelas propostasque passam pelo crivo de uma cuidadosa anlise da oportunidade, discu-

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    tindo, entre outros temas, as inovaes a serem introduzidas. Estamosproporcionando aos colaboradores programas a nuais a brangentes de trei-

    namento, ministrados por consultores externos, para sensibilizao e acul-turao dos profissionais.

    Sou da opinio que a primeira inovao necessria na construocivil deve ser na s crenas da ma ioria dos agentes deste mercado.

    Precisamos sensibilizar nossos colegas para a necessidade e urgnciade uma melhoria ampla e profunda no nosso negcio. Na minha percepo,em termos absolutos e relat ivos, a const ruo civil no Bras il est entre os

    setores tecnologicamente mais at rasados da economia. No entanto, ela um dos mais importantes, pois representa, segundo o IBGE de 2001, 9%do PIB nacional. Somada com os setores diretamente adjacentes e deladependentes como materiais, equipamentos, manuteno e a tividades imo-bilirias , corresponde a mais de 15%. Ela emprega diretamente 4 milhese indiretamente outros 11 milhes de pessoas, sendo, com distncia, amaior empregadora indu strial. Os n veis de desperdcio so absurdos, con-forme amplamente divulgado. Considera-se que a t 30% dos ma teriais so

    perdidos. Pessoa lmente, com base em minhas experincias e observaes,arrisco afirmar que mais de 50% das horas-homem aplicada s na s obraspoderiam ser economizadas. No preciso mencionar a baixa qualidadefina l de grande parte de suas obras. O obstculo que esta situao repre-senta para o desenvolvimento do pas assustador. Vendo pelo lado po-sitivo, esta lamentvel situa o tem enorme potencial de melhoria e cor-responde a uma oportunidade nica de atuar na reverso da pobreza donosso pas.

    Felizmente, noto tambm uma grande melhoria na atitude das geraesmais novas . Muitos profissiona is jovens, em fase de crescimento, annimosnos mdios escales das empresas, ainda no em evidncia no mercado,

    j dominam diversos idiomas , se dedicam a estudar em cursos de extensoou mestrados, se interessa m por seu crescimento e pela evoluo daquiloque fazem. Avalio este como um fator decisivo para nosso desenvolvimento.

    Cada colega que se conscientizar precisa ter a coragem de atuar com

    firmeza no un iverso em que exerce influncia, a proveitando-se da energiados novos profissiona is que esto amadurecendo. Em um mercado pulve-rizado, apenas os entendimentos, as crenas e a motivao podem ser

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    un ificados. As aes, em sua grande maioria, tambm sero pulverizada s.Nem por isso sero de menor importncia, porque podem ter massa crtica

    em seu somatrio. Este movimento, mais algumas iniciativas amplas, comoa organizao do setor em torno de aes institucionais a brangentes e delongo prazo, certamente constituiriam a reverso do estado das coisas,fazendo um profundo bem para o futu ro do nosso pas.

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    MARTIN PAUL SCHWARK

    Diretor Presidente da MUNTE CONSTRUES INDUSTRIALIZADAS LTDA.

    Diretor Superintendente da CONSTRUTORA MOURA SCHWARK LTDA.Docente na ESCOLA POLITCNICA DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO

    ESCOLARIDADE

    Mestre em EngenhariaESCOLA POLITCNICA DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO 1996

    Engenheiro CivilESCOLA POLITCNICA DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO 1988

    Tcnico tradutor e intrprete portugus/alemo/inglsESCOLA SUIO BRASILEIRA DE SO PAULO 1983

    ATIVIDADES

    CONSTRUTORA MOURA SCHWARK LTDA.

    Diretor Superintendente a partir de 1999

    MUNTE CONSTRUES INDUSTRIALIZADAS LTDA.

    Diretor Superintendente a partir de 1993Diretor Presidente a part ir de 2005

    CONSTRUTORA MOURA SCHWARK LTDA. Engenheiro

    Implantao de Sis tema In tegrado de Informaes 1989-1993Criao de Procedimentos de Planejamento e Controle de Obras(fsico-financeiro)

    ESCOLA POLITCNICA DA UNIVERSIDADE DE SO PAULO

    Docente no Departamento de Engenharia de Estru tura s e a partir de 1989Fundaes

    MAUBERTEC ENGENHARIA E PROJETOS LTDA Estagirio

    Clculo de gran des est ruturas de Concreto Armado e Protendido 1988

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    A part ir da abertura da economia no comeo dos an os 90, iniciou-seum lento processo de quebra de paradigmas no mercado de trabalho. Numsetor que emprega mais de um milho de trabalhadores formais como oda construo civil, as mudanas tambm foram rpidas. As transformaesincluram mudanas no estilo de gesto, na cultura organizacional, nos

    controles logsticos e na estrutura mais sofisticada de formao de cus tosetc. Tudo pela busca de eficincia e, claro, lucratividade.

    Passado o furaco, surgiu um cenrio de mais competitividade e oingresso do capita l estrangeiro no financiamento de obras. Neste contexto,tanto as grandes empresa s de construo pesada como Cama rgo Corra eAndra de Gut ierrez, at incorporadoras e constru toras como Cyrella, Gafisa ,Mtodo Engenharia, dentre outras , passa ram por amplas mudanas estru-turais em seus modelos de gesto e ferramentas de desenvolvimento deseus execut ivos.

    As organizaes h ierarquizadas que tanto caracterizaram as grandesempreiteiras e construtoras na poca do milagre brasileiro precisaram demais agilidade e eficcia para sobreviver. Atualmente, uma parcela signi-ficat iva das at ividades no relacionadas inteligncia do negcio passoua ser terceirizada . Empresas que, no passado, chegaram a empregar quase2 mil funcionrios, tiveram seu quadro significativamente reduzido.

    Esta onda de globalizao e crescente competitividade interna trouxe-ram para o profissiona l da construo civil a necessidade de agregar novascompetncias. A era dos grandes tecnocratas, em que o engenheiro de

    INOVAONA CONSTRUO CIVIL

    An dr Jacqu es Pas t erna k

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    prancheta progredia com relativo sucesso somente com sua capacidadetcnica, chegou ao fim.

    Atualmente, o mercado busca gestores de projetos com esprito empre-endedor e conhecimentos slidos em aplicao e implantao de mtricasde performance em seu cotidiano. O profissiona l da construo deve con-siderar ainda outras variveis, como taxa de retorno do empreendimento,impacto ambiental da obra na sociedade e tempo mdio de expedio damatria-prima a t os canteiros. Toda esta necessidade de absoro de novosconhecimentos tambm precisou ser acompanhada por habilidades de

    gesto e liderana de equipes, e a cobrana por resultados aumentou aindamais.Todos os pontos citados acima agora se inserem num contexto mais

    amplo e complexo, no qua l a aplicao de ferramentas voltadas ao controlede cus tos, qua lidade, racionalizao de processos, alm de gesto de pes-soas , hoje uma realidade inquest ionvel.

    Mesmo para os operrios de menor nvel de instruo, o avano tecno-lgico e a utilizao de insumos mais modernos nos ltimos anos exigiram

    que todo e qualquer detalhe de um projeto necessitasse de melhor quali-ficao da mo de obra. Um trabalhador da construo civil deve saberinterpreta r plan tas, operar mquinas e conhecer bem hidru lica, eltrica ealvenaria. Ou seja, um ajudante de obras cedo ou tarde ter que ter, nomnimo, o ensino bsico. Iniciativas louvveis de alfabetizao e cursosde capa citao nos canteiros de obras como as rea lizadas por Cyrella, Men-des Jn ior e Tecnisa j produzem efeitos benficos, incrementa ndo a pro-dutividade nas obras , diminuindo a rotatividade de pessoal e reduzindoos acidentes de trabalho. J um comeo, mas os resultados s surgirono longo prazo e devero engajar um envolvimento completo da maioriadas empresas do setor.

    Adiciona lmente, o mercado imobilirio do Brasil destaca-se como umreduto de investidores internacionais. Em pases de economia mais madura,o lucro, apesar de ainda estar em bons patamares, vem gradativamentebaixando e empreendedores enxergam nos pases emergentes uma boa

    alternativa de incremento da rentabilidade sobre o capital investido emtodos os nichos de a tuao do setor de imveis (escritrios, residenciais ,shopping centers, resorts hoteleiros e inds trias). Este movimento ajudou

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    a impulsionar a lgumas recentes aberturas de capital de empresas de cons-truo e incorporao na bolsa de valores, que podem continuar seu ciclo

    de crescimento com menor dependncia de emprstimos bancrios.Um dos grandes conglomerados de construo pesada do pas, a Ode-

    brecht, est ima ganhos superiores a R$ 200 milhes na venda de condom-nios no Nordeste. Incorporadoras tambm expandiram seus empreendimen-tos para alm dos grandes centros urbanos do pas, caso especfico daGafisa, que recebeu injeo de capital da GP Investimentos e de um dosmaiores investidores imobilirios dos Estados Unidos, a Equity International.

    O movimento de internacionalizao do setor e aporte de investimentoslocais e estrangeiros tambm cria oportunidades de ampliar mercados paraalm das nossas fronteiras. Algumas incorporadoras j disponibilizam hojeum canal especializado de atendimento para estrangeiros e brasileirosque residem no exterior interessados na aquisio e investimentos de im-veis no pas. Ou seja, alm de toda a complementao na formao comdisciplinas de finanas, logstica e recursos humanos, o movimento deinvestidores de fora tambm cria a necessidade de fluncia em outros idio-

    mas, no mnimo o ingls. Um setor que a t pouco tempo at rs no propor-cionava possibilidades de carreira internacional, hoje j permite que seusexecutivos mais talentosos possam atuar mundo afora.

    O mercado imobilirio nacional tambm promete altos ganhos em2006. Antes vistos como uma m alternat iva de aplicao financeira, a tua l-mente casas , aparta mentos e conjuntos comerciais so as grandes vedetesde investidores dispostos a realizar lucros. Este cenrio vem se desenhandoem funo da gradual queda dos juros, da oferta maior de crdito e doelevado volume de dinheiro em circulao no mu ndo. Em comparao aospases desenvolvidos, o preo de imveis no Brasil ainda muito compen-sador. Investidores com apetite continuam aplicando na compra de terrenospara fechar contratos de longo prazo de aluguel de depsitos, fbricas ecentros de distribuio, j que muitas empresas vm optando por no seremmais donas dos imveis que ocupam. Bom para as empresas que econo-mizam recursos e concentram sua ateno na est ratgia do seu negcio. E

    igua lmente vantajoso aos investidores, que conta m com mais garantias emenos aborrecimentos, o que certamente no ocorreria em contratos con-vencionais de aluguel.

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    RESUMO

    Este trabalho apresenta uma sistemtica de gesto e coordenao deprojetos elaborada sob a tica da empresa cons tru tora, procurando incor-porar alguns conceitos inovadores que nem sempre so utilizados de formaadequada pela maioria dos coordenadores, ta is como a gesto do conhe-cimento, an lise de riscos, gesto da comunicao, entre outros, a fim debuscar a excelncia operacional atravs da qualidade do processo deprojeto.

    A sistemtica foi desenvolvida a partir da premissa de que o coordena-dor de projetos o principal facilitador do processo, integrando os diversosintervenientes atravs das ferramentas disponveis, principalmente comtcnicas de gesto do conhecimento, sendo sua atu ao norteada pelo pla-

    nejamento estratgico da empresa.Palavras-chave: coordenao, gesto, gerenciamento, qualidade, pro-

    jeto.

    SISTEMTICA DE GESTOE COORDENAO DE PROJETOS:

    A VISO DA EMPRESACONSTRUTORA

    Marco An t on io Man so

    Clu dio Vicen t e Mit id ier i Fi lho

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    INTRODUO

    Para elaborao deste trabalho procurou-se abordar a viso que asempresas construtoras tm das sistemticas de gesto e coordenao deprojetos, identificar suas necessidades e apresentar a lgumas ferramentasdisponveis para desenvolvimento dessa importante atividade dentro dociclo de vida de um empreendimento imobilirio.

    Para identificao das necessidades definiu-se como foco do trabalhoas empresas de mdio porte, cujas est ratgias competitivas estejam basea-

    das na excelncia operacional, ou liderana em custo, e que atuem nosegmento de mercado relativo a empreendimentos imobilirios da Cidadede So Paulo, operando principalmente com empreendimentos verticaisresidenciais e/ou comerciais.

    Segundo ASSUMPO (1996), nesse segmento de mercado que asempresas operam com maior nvel de risco, pois atuam num cenrio deelevada ins tabilidade, em razo da no existncia de um controle sobre aoferta de produtos, da impossibilidade de identificao total da demanda ,

    alm do fato dos produtos serem comercializados a preo fechado, nor-malmente antes do incio do ciclo de produo, muitas vezes no existindoum vnculo entre o ingresso de receitas e o planejamento da produo.

    Em funo desse a lto risco, em especial nas fases iniciais do empre-endimento, aliado escassez de recursos financeiros nessa etapa inicialdo processo, segundo FONTENELLE (2002), muitos empres rios, a despeitoda influncia do projeto no desempenho competitivo da empresa, entendemo projeto como uma despesa a ser minimizada o quan to for possvel.

    Essa falta de investimentos em projeto e na coordenao de seu pro-cesso de elaborao, em especial nas etapas iniciais do empreendimento,pode levar a uma srie de problemas de incompatibilidades entre elementosconstru tivos, com reflexos negativos na qua lidade do produto final, almda possibilidade de reduo dos resultados econmico-financeiros definidosou esperado do empreendimento.

    Por outro lado, com o processo de reestruturao competitiva da inds-

    tria da construo civil, iniciado a part ir do fina l dos anos de 1980, algunsempreendedores atenta ram para a importncia do projeto e da necessidadeda gesto e coordenao de seu processo de elaborao. Contriburam tam-

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    61SISTEMTICA DE GESTO E COORDENAO DE PROJETOS: A VISO DA EMPRESA...

    bm para essa valorizao a forte especializao por parte de cada inter-veniente, inclus ive do prprio arquiteto, autor conceitual do projeto, que

    acabou se a fastando das a tividades de coordenao, seja pelo aumento dovolume de projetos, seja pelo aumento da complexidade dos empreendi-mentos, o que demanda um trabalho maior de compatibilizao.

    Atualmente pode-se observar um movimento por parte das constru-toras mais bem estruturadas no sentido de valorizao dos aspectos deordem tcnica, com a valorizao do projeto e do processo de gesto ecoordenao, seja atravs da contratao de empresas ou profissionais

    especializados em coordenao, seja at ravs da estruturao de departa-mentos e procedimentos internos que visam, alm da garantia da compati-bilidade e qualidade dos projetos, o desenvolvimento dos mesmos de acordocom as estratgias competitivas definidas pela empresa.

    A certificao dos sistemas de gest o da qua lidade atra vs da NBRISO 9001:2000 tambm contribuiu para essa valorizao do projeto, namedida em que resgata o conceito de responsabilidade da empresa certi-ficada pelo produto final entregue, onde o processo de projeto possui

    papel cha ve para a qua lidade final do produto e sa tisfao de seus clien-tes.

    Alm da possibilidade de reduo de problemas de incompatibilidade,a adoo de uma adequada sistemtica de gesto e coordenao de projetos,assim como o envolvimento de toda a equipe, em especial o coordenador,desde o incio do desenvolvimento do projeto, pode gerar ganhos s ignifi-cat ivos de qualidade e desempenho para o empreendimento, pois muitomais conveniente simular, ou testa r alternativas nessa etapa. Reforandoessa idia, (MANSO, 2003) afirma que os ganhos que se pode conseguiraps a comercializao e duran te a fase de construo do edifcio, quandoos projetos j esto finalizados, so muito pequenos, pois as principaisdecises j foram tomada s.

    Em funo dessa possibilidade de simulaes durante a fase de projeto,pode-se verificar um grande nmero de decises ao longo de seu desen-volvimento, sendo que jus tamente nessa fase as decises possuem a ma ior

    capacidade de influenciar o desempenho e o custo global do empreendi-mento, podendo definir, dessa forma, a competitividade da empresa. Nessesentido, MELHADO (1994) lembra que a equipe de projeto deve estar capaci-

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    tada para formular alternativas e estud-las dentro de um processo decriao e otimizao que visa a ntecipar no papel o ato de constru ir.

    Dentro desse contexto, procurou-se apresentar, sob a tica da empresaconstru tora, uma sistemtica de gesto e coordenao de projetos baseadana gesto do conhecimento e anlise de riscos, que possa orientar o de-senvolvimento dos projetos, a partir das diretrizes definidas nas estrat-gias competitivas da empresa, a fim de sat isfazer as necessidades de todosos clientes do processo de produo do empreendimento, sejam do clienteinvestidor, do incorporador, do constru tor, dos projetistas e, principalmente,

    do usurio final.

    SISTEMTICA DE GESTO E COORDENAO DE PROJETOS

    Elaborao da sistemtica:

    A sistemtica foi idealizada a partir do esquema geral apresentadona figura 1, que representa um sistema de gesto e coordenao de projetos

    tendo como principal facilitador a figura do coordenador, como elementogestor e difusor de todo o processo, promovendo a integrao dos diversosintervenientes a travs da gesto do conhecimento e das ferramentas dis-ponveis para gesto dos processos de anlise de riscos, seleo de alter-na tivas de projetos, anlise de custos, planejamento e controle, contratao,gesto do escopo, integrao, compatibilizao, gest o da qualidade e ges-to da comunicao, sendo todo o processo norteado pelo planejamentoestra tgico da empresa e/ou do empreendimento.

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    63SISTEMTICA DE GESTO E COORDENAO DE PROJETOS: A VISO DA EMPRESA...

    Como a sistemtica est baseada na gesto do conhecimento e noplanejamento estratgico, sendo algumas ferramentas idealizadas paradar su porte s decises a partir de an lises comparat ivas de dados hist-ricos, muita s vezes caractersticos da empresa e de seus mtodos constru-tivos, optou-se pelo coordenador de projetos como parte integrante dosquadros da empresa, ou coordenador interno empresa constru tora1, par-

    Figura 1: Sistema de gesto e coordenao de projetos

    1

    Atualmente observam-se trs principais formas de coordenao de projetos: realizada porprofissional ligado aos quadros da empresa construtora ou incorporadora, realizada porempresa ou profissional contratado especificamente para um projeto ou realizada peloarquiteto au tor do projeto.

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    ticularmente em razo de seu vnculo com a estratgia competitiva daempresa.

    A partir do esquema geral apresentado na figura 1 e da premissa dacoordenao interna empresa, foi identificado um fluxo de atividadesnecessrias ao desenvolvimento dos projetos para um empreendimentoimobilirio, conforme apresentado na figura 2, e, a partir desse fluxo, iden-tificadas as ferramentas necessrias para o desenvolvimento das ativi-dades.

    Para cada a tividade foi definido um responsvel dentro do quadro da

    empresa construtora e as ferramentas necessrias para sua realizao,tentando inserir, sempre que possvel, instrumentos que possibilitem aan lise de riscos e a gest o do conhecimento.

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    65SISTEMTICA DE GESTO E COORDENAO DE PROJETOS: A VISO DA EMPRESA...

    Figura 2: Fluxo de desenvolvimento de projeto de um empreendimento imobilirio

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    1) Planejamento estratgico

    Todo o processo de desenvolvimento de projeto deve ser dirigido porum planejamento estra tgico definido pela empresa a fim de que o mesmoatinj