Livro_ Álgebra Linear Com Aplicacoes (8 Ed) - Howard Anton e Chris Rorres
LIVRO_-_FUNDAMENTOS_DA_FISICA
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Queda d’água, 1961 (fonte: ESCHER)
Fundamentos da Física
Ednaldo Tenório Barros
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Introdução......................................................................................................... 04
Unidade 1 – Energia
Introdução......................................................................................................... 06
Grandezas Físicas.............................................................................................. 06
Notação Científica............................................................................................. 11
Algarismos Significativos................................................................................... 14
Leis de Newton.................................................................................................. 15
Hidrostática....................................................................................................... 20
Trabalho e Potência.......................................................................................... 24
Energia.............................................................................................................. 26
Referências........................................................................................................ 33
Unidade 2 – Calor
Introdução......................................................................................................... 35
Conceitos Fundamentais................................................................................... 35
Calor Latente e Mudanças de Fase.................................................................... 42
Termodinâmica.................................................................................................. 48
Dilatação térmica............................................................................................... 60
Referências......................................................................................................... 65
Unidade 3 – Óptica
Introdução......................................................................................................... 67
Conceitos Fundamentais e Espelhos................................................................. 67
Refração da Luz................................................................................................. 72
Lentes Esféricas................................................................................................. 79
Referências........................................................................................................ 86
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Para uma grande parte dos estudantes das ciências da vida, ainda não são
claras as razões pelas quais eles devem estudar Física. Hoje, o estudo das ciências
biológicas está se tornando cada vez mais quantitativo em seus aspectos teóricos e
experimentais, aproximando-se cada vez mais dos métodos e conceitos desenvolvidos
na Física. Diante disso, e também com uma conseqüência da visão do universo como
um todo, faz-se necessária a utilização de conhecimentos multidisciplinares,
contribuindo para que tenhamos uma percepção mais fiel da realidade.
O grande Físico Richard Feynman já chamava a atenção para isso nos anos
sessenta: houve uma interessante relação inicial entre a Física e a Biologia, em que a
Biologia ajudou a Física na descoberta da conservação da energia, demonstrada
inicialmente por Mayer em conexão com a quantidade de calor cedida e recebida por
um ser vivo.
Se examinarmos mais detidamente os processos biológicos dos animais, haverá
muitos fenômenos físicos: a circulação do sangue, bombas, pressão etc. Há nervos:
sabemos o que está ocorrendo ao pisarmos em uma pedra afiada e que, de certo
modo, a informação segue perna acima. É interessante como isso acontece. (...) Sem
dúvida, os efeitos elétricos associados a esse impulso nervoso podem ser captados
com instrumentos elétricos, e, porque há efeitos elétricos, a Física teve uma enorme
influência na compreensão destes fenômenos. (FEYNMAN, 1963).
Nesta edição da disciplina FUNDAMENTOS DA FÍSICA, desenvolveremos
inicialmente, na unidade 1, o instrumental necessário para os tópicos seguintes, os
quais envolvem notação científica, algarismos significativos e sistemas de unidades.
Ainda nesta unidade, veremos uma breve discussão das leis de Newton, além dos
conceitos de trabalho e energia e sua conservação. Em seguida, o principio da
conservação da energia, será analisado em conexão com as noções de calor e entropia,
na unidade 2. Para a unidade 3, faremos uma análise dos fundamentos da ópticageométrica, relacionando-os com suas aplicações na Biologia e na Medicina.
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Energia
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1. Introdução
O termo Física vem do grego φύσις ( physis), que significa natureza. Os Físicos
estudam uma vasta gama de fenômenos em diversas escalas de comprimento: das
partículas subatômicas das quais toda a matéria é originada até o comportamento do
universo material como um todo (cosmologia). Sendo a física uma ciência
experimental , o físico deve ser capaz de lidar com os valores numéricos de grandezas e
de expressar corretamente os resultados de medidas físicas.
Sir Isaac Newton (Woolsthorpe, 4 de janeiro de 1643 — Londres, 31 de março
de 1727) foi um cientista inglês, mais reconhecido como físico e matemático, embora
tenha sido também astrônomo, alquimista, filósofo natural e teólogo.
Sua obra, Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, é considerada uma das
mais influentes em História da ciência. Publicada em 1687, esta obra descreve a lei da
gravitação universal e as três leis de Newton, que fundamentaram a mecânica clássicae sobre as quais faremos uma breve análise, pois elas formam a base do conhecimento
que estamos prestes a adquirir.
O conceito de Energia é um dos conceitos essenciais da Física. Nascido no
século XIX pode ser encontrado em todas as disciplinas da Física (mecânica,
termodinâmica, eletromagnetismo, mecânica quântica, etc.) assim como em outras
disciplinas, particularmente na Química e Biologia.
A palavra é usada em vários contextos diferentes. Porém o uso científico tem
um significado bem definido e preciso, o qual será explorado nesta unidade,
procurando estudá-lo em suas estreitas ligações com o fenômeno da vida.
2. Grandezas Físicas
Grandeza é um atributo de um fenômeno, corpo ou substância que pode ser
percebido qualitativamente e determinado quantitativamente. Grandeza física é
aquela que é suscetível de ser medida. Mas, e o que é medir?
Medir uma grandeza é compará-la com outra, da mesma espécie, denominada
unidade. Unidade é uma grandeza usada como termo de comparação para grandezas
de sua espécie. Padrão é a representação material de uma unidade.
O Sistema Internacional de Unidades – SI
A necessidade de medir é muito antiga e remonta à origem das civilizações. Por
longo tempo, cada país, cada região teve o seu próprio sistema de medidas, baseado
em unidades arbitrárias e imprecisas, como por exemplo, aquelas baseadas no corpo
humano: palmo, pé, polegada, braça, côvado.
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Isso criava muitos problemas para o comércio, porque as pessoas de uma
região não estavam familiarizadas com o sistema de medida das outras regiões.
Imagine a dificuldade em comprar ou vender produtos, cujas quantidades eram
expressas em unidades de medida diferentes e que não tinham correspondência entre
si.Em 1789, numa tentativa de resolver o problema, o Governo Republicano
Francês pediu à Academia de Ciências da França que criasse um sistema de medidas
baseado numa "constante natural". Assim, foi criado o Sistema Métrico Decimal.
Posteriormente, muitos outros países adotaram o sistema, inclusive o Brasil, aderindo
à "Convenção do Metro". O Sistema Métrico Decimal adotou, inicialmente, três
unidades básicas de medida: o metro, o litro e o quilograma.
Entretanto, o desenvolvimento científico e tecnológico passou a exigir
medições cada vez mais precisas e diversificadas. Por isso, em 1960, o sistema métrico
decimal foi substituído pelo Sistema Internacional de Unidades - SI, mais complexo esofisticado, adotado também pelo Brasil em 1962 e ratificado pela Resolução nº 12 de
1988 do Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial -
Conmetro, tornando-se de uso obrigatório em todo o Território Nacional.
As sete unidades de base do SI, listadas na tabela 1, fornecem as referências
que permitem definir todas as unidades de medida do Sistema Internacional. Com o
progresso da ciência e com o aprimoramento dos métodos de medição, torna-se
necessário revisar e aprimorar periodicamente as suas definições. Quanto mais exatas
forem as medições, maior deve ser o cuidado para a realização das unidades de
medida.As sete grandezas de base, que correspondem às sete unidades de base, são:
comprimento, massa, tempo, corrente elétrica, temperatura termodinâmica,
quantidade de substância e intensidade luminosa. As grandezas de base e as unidades
de base se encontram listadas, juntamente com seus símbolos, na tabela 2. (INMETRO,
2009)
Protótipo internacional do quilograma, de platina iridiana,
depositado no Pavilhão de Breteuil, Sèvres, em França.
O protótipo internacional do quilograma é o único padrão
materializado, ainda em uso, para definir uma unidade de base
do SI.
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Todas as outras grandezas são descritas como grandezas derivadas e são
medidas utilizando unidades derivadas, que são definidas como produtos de potências
de unidades de base. Exemplos de grandezas derivadas e de unidades derivadas estão
listadas na tabela 3.
Algumas unidades derivadas recebem nome especial, sendo este simplesmente
uma forma compacta de expressão de combinações de unidades de base que são
usadas freqüentemente. Existem atualmente 22 nomes especiais para unidades
aprovados para uso no SI, das quais algumas estão listados na tabela 4. (INMETRO,
2009)
Para maiores informações: http://www.inmetro.gov.br/consumidor/Resumo_SI.pdf
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de uma unidade é escrito por extenso, deve começar com letra minúscula (exceto no
início de uma sentença), para distinguir o nome da unidade do nome da pessoa.
3. Notação Científica
É um procedimento matemático que nos possibilita trabalhar com números
muito grandes ou muito pequenos. Exemplos:
Número de átomos numa dada célula = 2 000 000 000 000 átomos
Raio do átomo de hidrogênio = 0,000 000 005 cm
Regra Geral:
Um número qualquer pode sempre ser expresso como o produto de um
número compreendido entre 1 e 10 por uma potência de 10 adequada.
Regra prática:
a. conta-se o número de casas que a vírgula deve ser deslocada para a esquerda;
este número nos fornece o expoente de 10 positivo.
2 000 000 000 000 átomos = 2 x 10 12 átomos
b. conta-se o número de casas que a vírgula deve ser deslocada para a direita,
este número nos fornece o expoente de 10 negativo.
0,000 000 005 cm = 5 x 10 -9 cm
Lembre-se: a notação cientifica exige que o número que multiplica a potência de 10seja um número que esteja compreendido entre 1 e 10.
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Operações com notação científica
Adição e Subtração
Para somar ou subtrair números escritos em notação científica, é necessário
que o expoente seja o mesmo. Se não o for temos que transformar uma das potênciaspara que o seu expoente seja igual ao da outra.
Exemplo: (5 . 104) + (7,1 . 102)
= (5 . 104) + (0,071 . 104)
= (5 + 0,071) . 104
= 5,071 . 104
Multiplicação
Multiplicamos os números sem expoente, mantemos a potência de base 10 e
somamos os expoentes de cada uma.
Exemplo: (4,3 . 103) . (7 . 102) = (4,3 . 7) . 10(3+2) = 30,1 . 105
Divisão
Dividimos os números sem expoente, mantemos a potência de base 10 e
subtraímos os expoentes.
Exemplo: 6 . 103
____________ = (6/8,2) . 10(3-2) = 0,73 . 101
8,2 . 102
Ordem de Grandeza
A Ordem de Grandeza de um número é a potência de dez mais próxima deste
número.
Exemplo:
Qual a ordem de grandeza da massa da Terra?
M = 5 980 000 000 000 000 000 000 000 Kg
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1° Passo. Passe o número para a notação científica: x = N.10n
M = 5,98 x 1024 kg
2° Passo. Se N > 3,16, faça n + 1.
Se N < 3,16, n fica com o mesmo valor.
Portanto teremos: O. G. ... 1025 kg
Por que esse estranho valor de 3,16 foi adotado como referência?
O fato é que o ponto médio entre o intervalo de duas potências consecutivas,
tipo 100 e 101 é 100,5, pois
mas
Mais um exemplo:
Número de Avogadro = 6.0221367 x 1023 moléculas/mol
O. G .... 1024 moléculas por mol
Observação: O conceito de mol está intimamente ligado à constante de
Avogadro (antigamente chamada de número de Avogadro), onde 1 mol tem
aproximadamente 6,022 × 1023 entidades.
0,52
10
1010 =
+
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4. Algarismos Significativos
Definição: algarismos significativos de uma medida são os seus algarismos corretos
(a contar do primeiro diferente de zero) e o seu primeiro algarismo duvidoso.
Operações com Algarismos Significativos
Adição e subtração
Exprime-se a soma dos números fatorando-se a maior potência de dez;
verifica-se, então, qual desses números tem o algarismo duvidoso de maior
ordem;
o algarismo duvidoso do resultado da adição e/ou subtração estará nessa
mesma ordem.
Exemplos:
a) 3,18 × 104 + 2,14 × 102 = (3,18 + 0,0214) × 104
Observe que os algarismos duvidosos em 3,18 e 0,0214 pertencem a ordens
distintas: respectivamente centésimos e décimos de milésimos. Nesse caso, o
resultado da soma será significativo até a ordem dos centésimos apenas:
(3,18 + 0,02) × 104 = 3,20 × 104
b) 2550,0 + 0,75 = 2550,0 + 0,8 = 2550,8
Nesse caso, o resultado da soma será significativo até a ordem dos décimos.
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Multiplicação e Divisão
Mantém-se no resultado uma quantidade de algarismos idêntica à da grandeza
com menor número de dígitos significativos.
Exemplo:
2,3 × 3, 1416 × 245 = 1770, 2916 = 1, 7702916 × 103 = 1,8 × 103
O número 1, 7702916 foi arredondado para 1,8 porque seu terceiro dígito (7) é
maior do que 5.
Regra para arredondamento
Como regra geral adiciona-se uma unidade ao último algarismo significativo, se
o dígito seguinte a ele for maior ou igual a 5. Mantém-se o último algarismo
significativo inalterado se o dígito seguinte a ele for menor que 5.
Exemplos: 250,657 => 250,6 0,0648 => 0,1
5. Leis de Newton
Força
Quando o vento sopra na vela de um barco, está "forçando-o" para frente.
Trata-se de uma interação que podemos representar da seguinte forma:
A flecha indica que o vento aplica uma força na vela para frente. Seu
comprimento indica a intensidade da força: uma força maior seria indicada por uma
flecha mais comprida. Essa é a forma de representar uma quantidade física chamada
de vetor , o qual representa quantidades físicas que têm valor, direção e sentido e por
isso são chamadas vetoriais. Exemplos: força, velocidade. Quantidades que são
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representadas apenas por um valor, como a massa, o comprimento ou a temperatura
são chamadas escalares.
Para aumentar sua velocidade, o barco precisa sofrer uma força no mesmo
sentido do seu movimento. Uma força no sentido contrário faria sua velocidade
diminuir. É o que aconteceria se, de repente, o vento passasse a soprar para trás.Por trás deste e de outros exemplos estão as leis do movimento, conhecidas
como "Leis de Newton". Conhecendo essas leis e as várias interações, podemos prever
os movimentos e as condições para que os objetos fiquem em equilíbrio. (GREF, 2008)
Antes de Galileu, a maioria dos pensadores acreditava que um corpo em
movimento encontrar-se-ia num estado forçado, enquanto que o repouso seria o seu
estado natural.
A experiência diária parece confirmar essa afirmativa. Quando depositamos
um livro sobre uma mesa, é fácil constatar seu estado natural de repouso. Se
colocarmos o livro em movimento, dando-lhe apenas um rápido empurrão, notamosque ele não irá se mover indefinidamente: o livro deslizará sobre a mesa até parar.
Ou seja, é fácil observar que cessada a força de empurrão da mão, o livro retorna ao
seu estado natural de repouso. Logo, para que o livro mantenha-se em movimento
retilíneo uniforme é necessária a ação contínua de uma força de empurrão.
Galileu, entretanto, foi contra essa idéia de movimento ser um estado
necessariamente forçado, argumentando que o livro só interrompeu seu
deslizamento (vindo a parar) em razão da existência de atrito com a mesa. Isto é, se
lançássemos o livro sobre uma mesa menos áspera, haveria menos resistência ao seu
deslizamento. Se o seu lançamento ocorresse sobre uma mesa perfeitamente polida,livre de atritos, o livro manter-se-ia em movimento retilíneo uniforme
indefinidamente, sem a necessidade de estar sendo continuamente empurrado.
Em virtude disso, Galileu conclui ser uma tendência natural dos corpos a
manutenção de seu estado de repouso ou de seu estado de movimento retilíneo
uniforme, promovendo nos corpos uma propriedade denominada inércia.
Inércia consiste na tendência natural que possuem em manter velocidade
constante. Assim, todo corpo em repouso tende a permanecer em repouso e todo
corpo em movimento tende a permanecer em movimento retilíneo uniforme. Como
exemplo, quando o ônibus arranca, o passageiro por inércia tende a permanecer em
repouso em relação ao solo terrestre. Se o ônibus estivesse em movimento e de
repente freasse: o ônibus para, o passageiro não.
Princípio da Inércia ou Primeira Lei de Newton
“Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento em uma
linha reta, a menos que ele seja forçado a mudar aquele estado por forças imprimidas
a ele.”
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Notamos, no enunciado acima, a clara intenção de se definir força como o
agente que altera a velocidade do corpo, vencendo assim a inércia (A variação de
direção e a deformação seriam outros efeitos; o corpo sofre uma modificação em seu
formato, sob a ação de uma força.). Podemos concluir, então, que um corpo livre de
ação de forças, ou com resultante de forças nula, conservará (por inércia) suavelocidade constante.
Princípio Fundamental ou Segunda Lei de Newton
“A mudança de movimento é proporcional à força motora imprimida e é
produzida na direção da linha reta na qual aquela força é impressa.”
Como poderíamos expressar isso (argh!) matematicamente?
amF .=
F: forçaM: massa
a: aceleração
Isso significa que, sendo a massa do corpo constante, a força resultante e a
aceleração produzida possuem intensidades diretamente proporcionais. Ou seja,
quanto mais intensa for a força resultante, maior será a aceleração adquirida pelo
corpo.
A massa de um corpo deve ser vista como uma propriedade da matéria que
indica a resistência do corpo à alteração de sua velocidade, ou seja, a massa mede a
sua inércia.
A aceleração mede a rapidez com que se muda a velocidade.
t
va
∆
∆=
Na Física o Δ (delta) representa variação. Então estamos dizendo que a
aceleração média é a variação da velocidade dividida pela variação
(intervalo) do tempo. (Mais fórmulas, argh!)
Podemos definir a unidade de força newton (N) pela segunda lei de Newton,
relacionando-a com as unidades internacionais de massa e aceleração. 1 N = 1 kg . 1
m/s2. Ou seja:
“Um newton (1 N) é a intensidade de força que produziria, numa massa de um
quilograma (1 kg), uma aceleração de módulo um metro por segundo, por segundo (1
m/s2)”.
Exemplo: Aceleração de um carro
O que conta não é somente a força motriz que o motor proporciona às rodas,
mas também as demais forças. Por isso falamos em força resultante, ou seja, o
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resultado de todas as forças que estão agindo. Numa pista horizontal, por exemplo,
teríamos as forças:
Na vertical, temos a força gravitacional (peso), que é equilibrada pela força que
o chão faz nos pneus. Veja que a soma das normais traseira e dianteira é igual ao peso.
Como essas forças estão em sentidos opostos, elas se anulam. Na horizontal, há a
força motriz de 2955 N para frente, mas também há um total de 560 N para trás,somando atrito e resistência. “Sobram” apenas 2395 N para acelerar o carro. Você
pode encontrar sua aceleração dividindo essa força resultante pela massa do carro.
(GREF, 2008)
Lei da Ação e Reação ou Terceira Lei de Newton
“A toda ação há sempre uma reação oposta e igual, ou, as ações mútuas de
dois corpos um sobre o outro são sempre iguais e dirigidas a partes opostas...”
Força é fruto da interação, ou seja, uma força atuante em um corpo
representa a ação que este corpo recebe de outro corpo. Isaac Newton percebeu que
toda ação estava associada a uma reação, isto é, em toda interação teríamos o
nascimento de um par de forças: ação e reação.
Ao aplicarmos a terceira lei de Newton, não podemos esquecer que as forças
de ação e reação, FAB = - FBA:
- possuem mesma intensidade, mesma direção e sentidos opostos;
- estão associadas a uma única interação, ou seja, correspondem às forças
trocadas entre apenas dois corpos;
- têm sempre a mesma natureza (ambas de contato ou ambas de campo);
- atuam sempre em corpos diferentes, logo, não se equilibram.
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Exemplos de Interações:
Peso de um corpo
Qualquer corpo próximo à superfície da Terra é atraído por ela e adquire uma
aceleração cujo valor independe da massa do corpo em questão, denominada
aceleração da gravidade g.
Se o corpo adquire certa aceleração, isso significa que sobre o mesmo atuou
uma força. No caso, diremos que a Terra atrai o corpo e chamaremos de pesor
P do
corpo à força com que ele é atraído pela Terra. De acordo com o 2º princípio, podemos
escrever:
amF .= , Portanto: gmP .=
O pesor
P de um corpo varia de local para local, porque
o valor da aceleração da gravidader
g se altera de local para
local, mas sua massa m é a mesma em todos os lugares, pois
depende apenas do corpo em estudo.
Portanto, é o campo gravitacional da Terra que faz com que os objetos sejam
atraídos em direção a ela. Esse campo preenche todo o espaço ao redor do planeta e
nos mantém sobre ele. Também é ele que mantém a Lua girando em torno da Terra e
“segura” a atmosfera em nosso planeta.
Se não houvesse um campo gravitacional suficientemente forte, a atmosfera se
dispersaria pelo espaço.
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6. Hidrostática
Pressão
Considere a ação de polimento de um automóvel. Suponha que neste trabalho
esteja sendo aplicada uma força F constante, esfregando-se a palma da mão sobre a
superfície do carro. (Figura 1)
Imagine, agora, que se deseja eliminar uma mancha bastante pequena
existente no veículo. Nesta ação esfregam-se apenas as pontas dos dedos na região da
mancha, a fim de aumentar o “poder de remoção” da mancha. (figura 2)
Nos dois casos, a força aplicada F foi a mesma, porém os resultados obtidos no
trabalho foram diferentes. Isto acontece por que o efeito do “polimento” depende não
apenas da força que a mão exerce sobre o carro, mas também da área de aplicação. Agrandeza que relaciona a força F aplicada com a área “A” de aplicação denomina-se
“pressão”.
Pressão p, da força F, sobre a área A, é o quociente entre a força e a área sobre
a qual ela atua, isto é:
A
F p =
Deve-se observar que o valor da pressão depende não só do valor da força
exercida, mas também da área A na qual esta força está distribuída. Assim, se a área A
for muito pequena se poderá obter grandes pressões, mesmo com pequenas forças.
Por este motivo, os objetos de corte (faca, tesoura, enxada, etc.) devem ser bem
afiados e os objetos de perfuração (prego, broca, etc.) devem ser pontiagudos. Desta
maneira, a área na qual atua a força exercida por estes objetos será muito pequena,
acarretando uma grande pressão, o que torna mais fácil obter o efeito desejado.
Figura A
Figura B
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Em outros casos, quando desejamos obter pequenas pressões devemos fazer
com que a força se distribua sobre grandes áreas. Para caminhar na neve, uma pessoa
usa sapatos especiais, de grande área de apoio, para diminuir a pressão que a impede
de afundar.
Pressão de uma coluna de líquido ou pressão hidrostática
Pressão hidrostática ou pressão efetiva (Pef ) num ponto de um fluido em
equilíbrio é a pressão que o fluido exerce no ponto em questão.
Considere-se um copo cilíndrico com um líquido até a altura h e um ponto B no
fundo; sendo a área A do fundo, o líquido exerce uma pressão no ponto B, dada por:
Agh A
AgV
Agm
AP pb
...... µ µ ==== ,
Portanto:
hg pb ..=
Levando-se em conta a pressão atmosférica (patm), a qual atua sobre a
superfície liquida, a pressão absoluta (pabs) no fundo do copo é calculada por:
hg p p atmabs ..+=
Onde µ é a densidade. Se tivermos um corpo de massa m e volume v,
definimos sua densidade µ através da relação:
v
m= µ
A unidade de densidade no Sistema Internacional de unidades é o kg/m3. No
entanto, usualmente são utilizados o g/cm3 e o kg/l , que são unidades equivalentes.
Por exemplo, a densidade da água vale: d = 1 000 kg/m3 = 1 kg/l = 1 g/cm3.
Medidas de pressão: Sendo a pressão definida como o quociente entre uma
força e a área sobre a qual ela atua, suas unidades são:
p = N/m2 = 1 pascal ou p = dina/cm2
h
B
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Essas unidades, no entanto, nem sempre são utilizadas. Por exemplo, a
calibração de pneus é expressa em lb/pol2 = psi (libra/polegada2); ou a pressão
atmosférica é dada em atm (atmosferas); existem ainda as unidades dadas em termos
da altura de colunas de mercúrio e água.
A medida da pressão atmosférica, em termos da altura de uma coluna de
mercúrio, foi efetuada por Evangelista Torricelli (1608-1647). Por meio de um
barômetro de mercúrio que consistia em um tubo de vidro contendo mercúrio e
invertido numa cuba contendo esse líquido, como indica a figura abaixo. O espaço
acima da coluna contém apenas o vapor de mercúrio, cuja pressão e praticamente
nula quando comparada com a pressão atmosférica.
A coluna de mercúrio possui uma altura h acima do nível de referencia
(z = 0) e a pressão exercida por essa coluna sobre uma seção do tubo ao nível de
referencia é igual a pressão atmosférica, isto e, P1 = Patm , devido ao equilíbrio dosistema.
Como P(h) e aproximadamente nula, a pressão no nível z = 0 é hg p Hg ..1
µ =
Assim,
hg p Hgatm.. µ = = 13,6. 103 (kg/m3). 9,8 (m/s2). 0,76 (m) = 1, 013. 105 N/m2
1 atm = 1,013 . 105 Pa = 760 mmHg
(OKUNO, CALDAS, CHOW, 1982)
Isso significa que a pressão que a
atmosfera exerce sobre uma superfície ao
nível do mar e igual ao peso, 1,01 x 105 N, de
uma coluna de ar de 1 m2 de seção aplicado
sobre uma área de 1 m2.
Como o valor da aceleração da gravidade
pode ser considerado praticamente constante
na extensão da atmosfera, a massa dessa
coluna de ar e, aproximadamente, igual a:
m x 9,8 m/s2 = 1,01 x 105 N
m = 1 x 104 kg
O resultado obtido significa que a pressão atmosférica ao nível do mar equivale
a aplicação da força peso de 10 toneladas de ar sobre 1 m2. Os seres vivos não são
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esmagados por essa enorme massa de ar porque o interior dos corpos desses seres
exerce uma pressão para fora igual a pressão exercida pela atmosfera sobre eles.
Principio de Pascal
O princípio de Pascal diz que quando um ponto de um líquido em equilíbrio
sofre uma variação de pressão, todos os outros pontos também sofrem a mesma
variação: a pressão aplicada a um fluido no interior de um recipiente é transmitida sem
nenhuma diminuição a todos os pontos do fluido e para as paredes do recipiente.
Uma aplicação importante desse princípio é a prensa hidráulica, que consiste
em dois vasos comunicantes, com êmbolos de áreas diferentes (A1 e A2) sobre as
superfícies livres do líquido contido nos vasos. Aplicando-se uma força F1 sobre o
êmbolo de área A1, a pressão exercida é propagada pelo líquido até o êmbolo de área
A2. Portanto teremos que:
Fonte: http://www.colegioweb.com.br/
“A prensa hidráulica é um dispositivo que multiplica a intensidade de forças”
Principio de Arquimedes
“Todo corpo imerso, total ou parcialmente, num fluido em equilíbrio, dentro
de um campo gravitacional, fica sob a ação de uma força vertical, com sentidoascendente, aplicada pelo fluido. Esta força é denominada empuxo (E), cuja
intensidade é igual ao peso do líquido deslocado pelo corpo.”
Onde d é a densidade do fluido e V é o volume do fluido deslocado.
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Fonte: http://educar.sc.usp.br/licenciatura/1999/empuxo/Empuxo-pg-02.htm
O empuxo se deve à diferença das pressões exercidas pelo fluido nas
superfícies inferior e superior do corpo. Sendo as forças aplicadas pelo fluido à parte
inferior maiores que as exercidas na parte superior, a resultante dessas forças forneceuma força vertical de baixo para cima, que é o empuxo.
Sendo dc a densidade do corpo mergulhado no fluido de densidade df :
Se dc < df ⇒ O corpo pode flutuar na superfície do fluido.
Se dc = d f ⇒ O corpo fica em equilíbrio no interior do fluido (com o corpo
totalmente imerso).
Se dc > df ⇒ O corpo afunda no fluido.
Para um peixe manter-se parado dentro da água, deve ter densidade igual a da
água. Como as densidades dos tecidos e ossos do peixe são pouco maiores que a da
água, alguns possuem um sistema que lhes permite modificar sua densidade. Esse
sistema é a bexiga natatória que contém gás e está localizada na cavidade abdominal.
A variação do volume de gás dessa bolsa permite variar a densidade do peixe de modo
a igualar o seu valor ao da água, possibilitando a permanência do mesmo, em repouso,
em diferentes profundidades. Os peixes que não possuem a bexiga natatória não
conseguem permanecer parados em relação à água. Estão sempre em movimento.
7. Trabalho e Potência
O conceito científico de trabalho nem sempre coincide com o que se pensa
vulgarmente sobre trabalho (geralmente tido como “qualquer esforço do corpo ou da
mente”). A idéia de trabalho, portanto, não está relacionada apenas a uma atividade
humana. Animais e máquinas também realizam trabalho, substituindo atividades
humanas. A Física fornece uma forma geral de medir o trabalho de máquinas, ou de
qualquer outra coisa.
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Quanto maior a força e a distância percorrida,
maior o trabalho. Isso pode ser expresso assim:
θ cos..d F T =
T: trabalho
F: força
d: distância
O último termo é uma grandeza matemática chamada co-seno, a qual pode ser
obtida numa tabela apropriada, associada ao ângulo que a força faz com a distância
(Ai, ai, e agora essa...). Se a força for paralela à distância, não devemos nos preocupar
com ela. Logo: T = F. d. Unidade: joule (J)
Vemos que se a força for perpendicular à
distância (ângulo de 90°), teremos cos 90°
= 0. Logo, forças que apenas sustentam oudesviam não estão realizando nenhum
trabalho.
Da próxima vez que estiver carregando um objeto sem deslocá-lo na vertical,
lembre-se de que, fisicamente, você não está trabalhando.
O trabalho realizado por uma máquina (ou qualquer outra coisa) está ligado à
tarefa que ela realiza. Mas, dependendo da máquina, ela pode realizar esse trabalho
mais rapidamente ou mais lentamente. Compare como exemplo, uma viagem de avião
e uma de ônibus. Qual dos veículos é mais potente?
t
T P
∆=
P: potência
T: trabalho
Δt: tempo
Portanto, potência é uma relação entre trabalho realizado por uma força e o tempo
gasto na sua realização. Para um mesmo trabalho realizado por duas máquinas, a mais
potente é aquela mais rápida na realização do trabalho
Unidades:
No Sistema Internacional, usa-se o watt como unidade de potência. Um watt
significa 1 joule por segundo. Um quilowatt (kW) são 1000 watts, e um megawatt
(MW) vale 1 milhão de watts. Cavalo-vapor (cv) e cavalo de força (HP) são unidades
criadas nos primórdios dos estudos sobre máquinas. Seus nomes indicam sua origem:
medidas de potência com cavalos. O cv vale 735 watts e é usado muito em
automóveis, e o HP vale 745,7 watts, sendo empregado comercialmente em motores
diversos (barcos, compressores etc.). (GREF, 2008).
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8. Energia
Embora não se tenha uma definição de energia, podemos dizer que a presença
de energia implica a “possibilidade de produzir movimento” ou “a capacidade de
realizar trabalho”. A energia que uma pessoa armazena ao alimentar-se, por exemplo,possibilita o funcionamento de seus órgãos, permite que ela se movimente e mova
outros corpos. A energia dos combustíveis usados nos automóveis também possibilita
seus movimentos. Da mesma forma, a energia elétrica produzida por uma bateria
possibilita o movimento de elétrons em fios condutores.
Energia potencial gravitacional
Você já viu um bate-estaca de construção?
Seu princípio de funcionamento é muito simples: um
motor eleva um bloco muito pesado a certa altura.
Quando ele atinge o ponto mais alto, é solto sobre a
estaca de concreto que se pretende fincar no solo. A cada
impacto, a estaca entra um pouco, até que finalmente ela
atinge a profundidade desejada.
O exemplo do bate-estaca irá nos fornecer uma fórmula geral para calcular a
energia potencial gravitacional. Suponha que a estaca tenha uma massa de 200 kg.
Qual será o trabalho realizado para elevá-la a 5 metros de altura?
Basta usar a fórmula: T = F x d. O valor da força será igual ao peso do bloco, se a
máquina elevá-lo com velocidade constante, ou seja, P = m x g.
Teremos então:
P = m x g = 200 kg x 10 N/kg = 2.000 N
T = F x d = 2.000 N x 5 m = 10.000 J
Esse valor corresponde à energia que ficou armazenada no bloco, como energia
potencial gravitacional. Observe que para calcular essa energia você acabou
multiplicando três coisas: massa x campo gravitacional x altura.
Essa é a nossa fórmula para a energia potencial gravitacional, que pode ser
escrita assim: (GREF, 2007)
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hgm E p ..=
O corpo possui energia potencial gravitacional, em virtude da posição ocupada
por ele em relação a um nível de referência. A palavra potencial é usada quando
estamos falando de um tipo de energia que está acumulada ou armazenada de algumamaneira. Não está em uma forma perceptível como o movimento, o som ou a luz, mas
pode vir a se manifestar.
Energia potencial elástica
Quando você estica ou comprime algo, tem de consumir energia para realizar
esse trabalho. Essa energia que você "consumiu" fica armazenada no material, desde
que ele seja elástico, quer dizer, retorne à sua forma original depois de cessada sua
ação. Isso é devido ao que chamamos de elasticidade dos materiais. Essa energiaacumulada se chama Energia Potencial Elástica, e pode ser calculada por uma fórmula
simples:
2
.2 xK
E p =
Um corpo possui energia potencial elástica em virtude de uma posição ligada a
uma mola comprimida ou esticada. A energia elástica é chamada "potencial" porque
pode ser armazenada, a exemplo da energia gravitacional. Mas o que significam o x e o
K nesta fórmula?
Imagine, por exemplo, um menino puxando o elástico de um estilingue.
Quanto mais o garoto puxa a borracha, maior é a força que ele tem de fazer para
mantê-la esticada. Esse fato revela uma importante relação entre a força aplicada e a
deformação do elástico. Na medida em que este é puxado, seu comprimento aumenta
e a força por ele aplicada também aumenta. Podemos estabelecer a seguinte relação:
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O que pode ser traduzido pela seguinte
equação:
xK F elástica .=
Nessa fórmula, a letra k representa as propriedades elásticas do objeto, ou seja,se ele se deforma facilmente ou não. Esse valor é chamado de constante elástica.
Quanto maior for o valor de k, mais rígido será o objeto. Por exemplo, um colchão de
espuma mole possui um valor de constante elástica pequeno, ao passo que um
colchão ortopédico tem um grande valor de k. O valor x representa a deformação
sofrida pelo objeto. É preciso lembrar que a força será sempre no sentido oposto ao da
deformação: se você forçar um colchão com as mãos para baixo ele irá forçar suas
mãos para cima. (GREF, 2008)
Energia cinética
Qualquer corpo em movimento tem capacidade de realizar trabalho e,
portanto, possui energia. Essa energia é denominada energia cinética.
Em um motor de carro, a energia química do combustível é convertida em
energia térmica, ou seja, em calor, durante a explosão do combustível. Essa energia
térmica liberada faz com que o ar superaquecido dentro do cilindro do motor do carro
empurre o pistão do motor, produzindo movimento, ou seja, energia cinética.
Portanto, a energia química que estava armazenada no combustível se transformou
em energia térmica, que em parte é convertida em energia cinética.
A tabela mostra quanto um
carro percorre antes de parar em uma
brecada numa estrada. Após ver algo
que exija a freada, o motorista leva
certo tempo para reagir e o carro
percorre alguns metros. Essa distância
será proporcional ao tempo de reaçãodo motorista e à velocidade do carro.
Na terceira coluna, está a distância percorrida após o acionamento do freio, até
o veículo parar. A tabela acima está diretamente ligada à ideia de energia cinética. Por
quê?
Porque ao efetuar uma brecada, o carro está perdendo toda a sua energia
cinética, que será convertida em calor pelo atrito entre os pneus e o asfalto. A força
responsável por esse trabalho é, portanto, uma força de atrito.
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O trabalho realizado por ela será igual ao valor da energia cinética perdida. Se
você olhar na tabela verá que quanto maior a velocidade do veículo, maior a distância
de freada, o que indica que o trabalho foi maior, porque o carro tinha mais energia.
Porém, quando a velocidade dobra de valor, a distância fica quatro vezes maior:
2 x 36 km/h = 72 km/h
4 x 6 metros = 24 metros
E quando a velocidade triplica, a distância fica nove vezes
maior e não apenas três vezes. Observe:
3 x 36 km/h = 108 km/h
9 x 6 metros = 54 metros
Isso ocorre porque a energia cinética depende do quadrado da velocidade.
A energia cinética depende também da massa, já que frear um veículo de
grande porte é mais difícil do que parar um carro pequeno. Portanto:
2
.2vm
E c =
Podemos usar essa fórmula para determinar a energia cinética de um carro a
várias velocidades: (GREF, 2007)
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Conservação da energia mecânica
As forças cujo trabalho não depende do caminho são denominadas forças
conservativas. Já as forças cujo trabalho depende do caminho são denominadas forças
dissipativas ou não-conservativas. Um exemplo típico de força dissipativa é a força deatrito. De fato, se você deslocar um corpo sobre uma superfície, levando-o de um
ponto A a outro ponto B, o trabalho realizado pelo atrito terá valores diferentes,
conforme o caminho seguido.
A soma da energia cinética de um corpo com sua energia potencial, em dado
ponto, é denominada energia mecânica total do corpo.
Quando atuam apenas forças conservativas, se a Ep de um corpo diminuir (ou
aumentar), sua Ec aumentará (ou diminuirá), de modo que sua energia mecânica total,
E, permaneça constante, isto é, se conserve. É por esse motivo que essas forças são
denominadas conservativas. (LUZ & ALVARENGA, 2006)
Assim,
tecons E E E pc tan==+
Transformações de Energia
O que o motor de um carro tem em comum com os músculos de um animal? Se
você respondeu “os dois começam com M”, tudo bem, mas não é nisso que estávamos
pensando...
Tanto os músculos dos animais (nos quais estamos incluídos) quanto os
motores de carros, motos e caminhões produzem movimento a partir de uma reação
química conhecida por combustão. A queima dentro de um motor ocorre por uma
reação química entre o oxigênio do ar e os combustíveis. Nos músculos, ocorre um
processo semelhante, porém mais lento e com várias etapas, no qual os açúcares
provenientes da digestão dos alimentos fazem o papel de combustível. Poderíamos
resumir essas reações químicas da seguinte forma:
COMBUSTÍVEL + OXIGÊNIO => GÁS CARBÔNICO + ÁGUA
Porém, algo mais aparece como resultado dessa reação química. Nas
substâncias do combustível estava armazenada certa quantidade de energia, que é
liberada durante a reação química. Essa energia é que irá possibilitar o surgimento do
movimento.
Podemos dizer que está havendo uma transformação de energia química em
energia de movimento, que na Física é chamada de energia cinética.
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A gravidade também armazena energia. Quando uma bomba de água eleva a
água de um poço até uma caixa d’água, está usando a energia elétrica para efetuar
certa tarefa. Mas para onde vai essa energia? Perde-se?
Não, a energia fica armazenada na forma de energia gravitacional. Quando a
torneira é aberta, a atração gravitacional faz a água se mover e você pode lavar suasmãos.
Mas a energia da água armazenada em lugares altos poderia ser usada para
realizar outras tarefas, como, por exemplo, produzir energia elétrica em uma usina
hidrelétrica. Portanto, a energia elétrica que a usina produz tem origem na energia
gravitacional armazenada pela água, que se transforma em energia cinética,
movimentando as turbinas. A energia elétrica é transmitida pela rede elétrica para ser
convertida em outras formas de energia, como energia térmica em um chuveiro, em
cinética em um ventilador, e até novamente em energia gravitacional em uma bomba
de água elétrica.Esses exemplos nos mostram que a energia, de fato, sofre transformações. Na
verdade, ela não pode ser “produzida” nem ”eliminada”. O que ocorre, na verdade, é
sua conversão de uma forma em outra. Estamos falando de uma lei fundamental da
Física:
Lei da Conservação da Energia:
“A energia pode ser transformada de uma forma em outra, mas não
pode ser criada nem destruída; a energia total é constante.”
Esse principio é sempre válido, em qualquer fenômeno que ocorre na natureza.
A conservação da Energia mecânica é um caso particular do principio geral de
conservação de energia. A energia mecânica se conserva quando atuam, no corpo,
apenas forças conservativas, e a energia total (considerando-se todas as formas)
conserva-se sempre.
Exemplo: O carro conta com duas fontes principais de energia: a bateria e o
combustível.
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A parte elétrica do carro é acionada pela bateria, que transforma a energia
química em energia elétrica. Os faróis usam essa energia para gerar luz, que é energia
eletromagnética na forma radiante. A buzina e os alto falantes geram energia
“sonora”, que é uma forma específica da energia cinética do ar: as ondas sonoras. A
partida do carro consome grande energia elétrica, que é convertida em energia
cinética no chamado motor de arranque.
Quando o carro está em movimento, a energia química do combustível é
transformada em energia térmica, e parte dessa energia se converte em energia
cinética. Parte dessa energia cinética é usada para recarregar a bateria por meio de um
elemento chamado dínamo ou alternador, que transforma energia cinética em energia
elétrica. (GREF, 2008)
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8. Referências
FEYNMAN, R.P., LEIGHTON, R.B. & SANDS, M., The Feynman Lectures on Physycs, vol I,
Addison-Wesley, Reading, Mass., 1963
GREF (Grupo de Reelaboração do Ensino de Física). Mecânica. 2a edição revista e
ampliada: 2006/2008 (IF-USP e CENP).
Internet: http://cenp.edunet.sp.gov.br/fisica/gref/
LUZ, A.M.R., ALVARENGA, B.A., Curso de Física, volume 2, São Paulo: Scipione, 2006.
OKUNO, E., CALDAS, I.L. & CHOW, C., Física para Ciências Biológicas e Biomédicas, São
Paulo: Harper & Row do Brasil, 1982.
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Calor
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1. Introdução As principais formas de energia encontradas na Terra, com exceção da nuclear,
têm sua origem na energia solar. Essa energia é utilizada pelas plantas na produção de
energia química, através da fotossíntese, estando toda a cadeia alimentar baseada
nesse processo.
Parte da energia recebida pela Terra é convertida em calor. Isso é uma amostra
da contínua transformação de energia em calor que ocorre no Universo. Mostraremos
nesta unidade que todas as coisas recebem e cede calor o tempo todo. Quando esta
troca é equilibrada, diz-se que elas estão em equilíbrio térmico. Quando cedem mais
do que recebem, ou vice-versa, é porque estão mais quentes ou mais frias que seu
ambiente.
Faremos um resumo dos principais conceitos relacionados com o calor, além de
tentar mostrar sua presença universal na nossa vida diária.
2. Conceitos Fundamentais
Temperatura
As partículas constituintes dos corpos estão em contínuo movimento. Entende-
se temperatura como sendo uma grandeza que mede o grau de agitação das partículas
de um corpo, caracterizando o seu estado térmico.
As unidades de temperatura são o kelvin (K) que expressa a temperatura
absoluta, e o grau Celsius (°C). A relação entre essas é dada por
15,273)()( −=° K T C t
São iguais os intervalos em ambas as escalas, ou seja,
)()( K T C t ∆=°∆
A escala Kelvin, proposta por Lord Kelvin, surgiu de discussões sobre
temperaturas máximas e mínimas que podem ser atingidas por um corpo. Verificou-se
teoricamente que, apesar de não existir um limite superior para a temperatura que um
corpo pode alcançar, observa-se um limite natural, quando tentamos abaixar sua
temperatura. Estudos realizados em grandes laboratórios mostraram que é impossível
obter uma temperatura inferior -273 ºC. Essa temperatura é denominada zero
absoluto. Na realidade, o zero absoluto é uma temperatura limite, que não pode ser
alcançada, tendo-se, entretanto, conseguido valores muito próximos a ela.
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Calor
Quando a temperatura de um corpo é aumentada, a energia que ele possui em seu
interior, denominada energia interna, também aumenta. Se esse corpo é colocado em
contato com outro, de temperatura mais baixa, haverá transferência de energia doprimeiro corpo para o segundo, energia essa que é denominada calor. Deve-se
observar que o termo calor só deve ser usado para designar a energia em trânsito, isto
é, enquanto ela está sendo transferida de um corpo para outro, em virtude de uma
diferença de temperatura. O que o corpo possui é energia interna e quanto maior for a
sua temperatura maior a sua energia interna. (LUZ & ALVARENGA, 2006)
http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Fluxo_de_calor_correto.jpg
Unidade de medida de calor
A substância utilizada como padrão para definir a unidade de quantidade de
calor, a caloria (cal), foi a água. “Uma caloria é a quantidade de calor necessária para
que 1 grama de água pura, sob pressão normal, sofra a elevação de temperatura de
1oC”.
Outra unidade usada principalmente quando se trata de alimentação ou dietas
é a Caloria alimentar (Cal, com C maiúsculo) é uma unidade de energia usada para
determinar o conteúdo energético de alimentos. Ela equivale a uma quilocaloria (kcal),
ou 1000 calorias (cal, com c minúsculo).
Como calor é energia, Joule estabeleceu experimentalmente o equivalente mecânico
do calor:
1 cal 4,186 J≅
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Transmissão de calor
Condução: A condução é um processo de transmissão de calor que ocorre, por
exemplo, através de uma barra metálica.
Neste processo, os átomos do metal que estão em contato com a fonte térmica
recebem calor desta fonte e aumentam sua agitação térmica. Devido a isso, colidem
com os átomos vizinhos, transmitindo-lhes agitação térmica. Assim, de partícula para
partícula, a energia térmica flui ao longo da barra,aquecendo-a por inteiro. Portanto
condução é o processo de transmissão de calor de partícula para partícula. Observeque essa transmissão foi feita pela agitação dos átomos da barra, transferida
sucessivamente de um para outro, sem que esses átomos sofressem translação ao
longo do corpo.
Considere dois ambientes a temperaturas 1 e
2, tais que 2 > 1, separados por uma parede
de área A e espessura e. O fluxo de calor
através da superfície A é dado pela relação
entre a quantidade de calor ∆ Q que
atravessa a superfície e o intervalo de tempo
∆ t decorrido.
t
Q
∆
∆=Φ
A experiência mostra que:
Em regime estacionário, o fluxo de calor por condução num material
homogêneo é diretamente proporcional à área da seção transversal atravessada e à
diferença de temperatura entre os extremos, e inversamente proporcional à espessura
da camada considerada.
Esse enunciado é conhecido como lei de Fourier, e expresso pela equação:
e
T T KA 12
−=Φ
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A constante de proporcionalidade K depende da natureza do material da
parede, sendo denominado, coeficiente de condutibilidade térmica. Seu valor é
elevado para os bons condutores, como os metais, e baixo para os isolantes térmicos.
Convecção: A convecção é uma forma de transmissão de calor que ocorre em fluidos,ou seja, em líquidos ou gases, porém, juntamente com transporte de matéria. Quando
um recipiente, com água, é colocado sobre uma chama, a camada de água do fundo do
recipiente recebe calor da chama por condução. Consequentemente, o volume dessa
camada aumenta e sua densidade diminui, fazendo com que ela se desloque para a
parte superior do recipiente e seja substituída por água mais fria e mais densa
proveniente desta região superior.
O processo continua, com uma circulação contínua de corrente de água mais
quente para cima e mais fria para baixo, denominadas correntes de convecção.
Em uma geladeira observa-se, também, a formação de correntes deconvecção. Na parte superior, as camadas de ar, em contato com o
congelador, cedem calor a ele por condução. Por causa disso, o ar desta
região torna-se mais denso e dirige-se para a parte inferior da geladeira,
enquanto as camadas de ar dessa parte se deslocam para cima. Essa
circulação de ar, causada pela convecção, faz com que a temperatura
seja, aproximadamente, a mesma em todos os pontos em seu interior.
Radiação ou Irradiação: É uma forma de transmissão de calor através de ondas
eletromagnéticas. Dois corpos em temperatura diferentes tendem ao equilíbriotérmico, mesmo que entre eles não haja nenhum meio material. Ex.: Sol esquentando
a Terra (existe vácuo entre eles).
Estufa: Numa estufa, a radiação luminosa do sol atravessa o vidro e é absorvida pelos
objetos que estão no interior, aquecendo-os. Em seguida, os objetos emitem radiação
do infravermelho, mas este é barrado pelo vidro. Assim, é pelo fato de o vidro ser
transparente à radiação luminosa e opaco ao infravermelho que as estufas conservam
uma temperatura superior à do meio externo. (O mesmo fenômeno ocorre quando um
automóvel, com os vidros fechados, fica exposto ao sol.)
Efeito Estufa: De dia a radiação solar aquece a Terra, que, à noite, é resfriada pela
emissão da radiação do infravermelho. Esse resfriamento é prejudicado quando há
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excesso de gás carbônico (CO2) na atmosfera, pois o CO2 é transparente à luz, mas
opaco ao infravermelho.
Nos últimos anos, a quantidade de gás carbônico na atmosfera tem aumentado
consideravelmente em razão da queima de combustíveis fósseis (petróleo e carvão).Se essa demanda continuar crescendo no ritmo atual, em meados do século XXI a
quantidade de CO2 na atmosfera, além de trazer outras consequências drásticas,
provocará um aumento da temperatura média da Terra. Tal aquecimento poderá
provocar o derretimento de parte do gelo acumulado nos pólos e elevar o nível do mar
em algumas dezenas de metros.
A garrafa térmica. O cientista inglês Dewar inventou a garrafa térmica no fim do
século passado. Ele a utilizava para conservar certos líquidos sem se evaporarem. Hoje
em dia, nós usamos as garrafas térmicas para manter frios líquidos frios, e quentes os
líquidos quentes.
A garrafa térmica é um excelente isolante de calor, porque se opõe à
transferência de calor por convecção, por condução e por radiação. A garrafa é um
frasco de parede dupla em que o ar foi praticamente retirado todo do espaço entre as
paredes (Fig. abaixo). Como há pouco ar nesse espaço fechado, o calor não pode ser
praticamente perdido por convecçao. Também, praticamente nenhum calor pode ser
conduzido através do espaço vazio. Pequena quantidade de calor circula pelas paredes
finas até o gargalo da garrafa.
Por que há pouca perda de calor por radiação?
Porque as paredes da garrafa são prateadas (como os espelhos).
Quando a garrafa contém um líquido frio as paredes prateadas
refletem as ondas de calor que vêm de fora, impedido-as de
penetrar. Suponha que ela contenha um líquido quente. Então a
parede prateada interna sendo um mau emissor irradia pouco
calor.
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40
Capacidade térmica e calor específico
Suponhamos que ao fornecer certa quantidade de calor Q a um corpo de massa
m, sua temperatura varie t ∆ . Definimos Capacidade Térmica C de um corpo como
sendo a quantidade de calor necessária por unidade de variação da temperatura do
corpo:
t
QC
∆=
A capacidade térmica é uma
característica do corpo e não
da substância.
Unidade usual:
cal/°C
Quando consideramos a capacidade térmica da unidade de massa, temos o
calor específico c da substância considerada.
m
C c =
Calor específico é uma característica
da substância e não do corpo.
Portanto, cada substância possui o
seu calor específico.
Unidade usual:
Cal/g.°C
Confira a tabela de alguns valores de calor específico:
SubstânciaCalor Específico
(cal/g.oC)Substância
Calor Específico
(cal/g.oC)
água 1, 000 gelo 0, 550
álcool 0, 580 mercúrio 0, 033
alumínio 0, 219 prata 0, 056
chumbo 0, 031 vidro 0, 200
cobre 0, 093 vapor d'água 0, 480
ferro 0, 110
Calor específico é igual à quantidade de calor que deve ser cedida a 1 grama da
substância para provocar nela uma variação de temperatura de 1ºC.
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Curiosidade: A brisa marítima e a brisa terrestre são devido ao calor específico
da água e da terra. Por a água ter um dos maiores calores específicos, ela não só custa
a aumentar a temperatura como também custa a ceder. O ar ficando mais denso nas
proximidades da água devido a temperatura mais baixa durante o dia (do que a areia
da terra) fará com que surja a brisa marítima. A noite o processo se inverte. Elatambém é que regula a temperatura terrestre.
Equação fundamental da calorimetria
Combinando os conceitos de calor específico e Capacidade Térmica, temos a
equação fundamental da Calorimetria:
t cmQ ∆= .. Onde: Q é a quantidade de calor, m é massa da substância, c
é o seu calor específico e o último termo é variação de
temperatura.
Trocas de calor
Se vários corpos, no interior de um recipiente isolado termicamente, trocam
calor, os de maior temperatura cedem calor aos de menor temperatura, até que seestabeleça o equilíbrio térmico. E de acordo com o princípio de conservação temos:
Observação: Se tf > ti, o corpo recebe calor, isto é, Q > 0.
Se tf < ti, o corpo cede calor, isto é, Q < 0.
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3. Calor Latente e Mudanças de Fase
As substâncias se apresentam, na natureza, em três fases (ou estados)
diferentes, denominadas fase sólida, fase líquida e fase gasosa. A pressão e a
temperatura a que uma substância for submetida determinarão a fase na qual ela seencontrará. Quando uma substância passa de uma fase para outra, dizemos que ela
sofreu uma mudança de fase ou uma mudança de estado.
Estado sólido: Os átomos da substância se encontram muito próximos uns dos
outros e ligados por forças eletromagnéticas relativamente grandes. Eles não sofrem
translação ao longo do sólido, mas se encontram em constante movimento de
vibração (agitação térmica) em torno de uma posição média de equilíbrio. Em virtude
da forte ligação entre os átomos, os sólidos possuem algumas características, tais
como o fato de apresentarem forma própria e de oferecerem certa resistência a
deformações.
Na natureza, quase todos os sólidos se apresentam em forma de cristais, isto é,
os átomos que os constituem são organizados de maneira regular, numa estrutura que
se repete ordenadamente ao longo do sólido, denominada rede cristalina. A repetição
desta estrutura regular faz com que os cristais apresentem uma aparência externa
também regular, como no caso do cloreto de sódio.
Alguns sólidos deixam de apresentar, em sua estrutura interna, a regularidade
dos cristais, isto é, seus átomos não estão distribuídos em uma estrutura regular,
sendo denominados sólidos amorfos. Um exemplo de sólido amorfo é o vidro,
podendo-se citar ainda, o asfalto, plásticos, a borracha etc.
Estado líquido: Os átomos de uma substância líquida se apresentam mais
afastados uns dos outros do que no estado sólido e, consequentemente, as forças de
ligação entre eles são mais fracas. Assim, o movimento de vibração dos átomos se faz
mais livremente, permitindo que eles sofram pequenas translações no interior do
líquido. É por isso que os líquidos podem escoar com certa facilidade, não oferecem
resistência à penetração e tomam a forma do recipiente onde estão colocados.Do mesmo modo que nos sólidos amorfos, os átomos, nos líquidos, não estão
distribuídos ordenadamente. Portanto, quando um cristal se funde passando para o
estado líquido, a sua rede cristalina é desfeita.
Estado gasoso: A separação entre os átomos ou moléculas de uma substância
no estado gasoso é muito maior do que nos sólidos e líquidos, sendo praticamente
nula a força de ligação entre estas partículas. Por esse motivo, elas se movimentam
livremente em todas as direções, fazendo com que os gases não apresentem forma
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definida e ocupem sempre o volume total do recipiente onde estão contidos. (LUZ &
ALVARENGA, 2006)
Vimos que quando cedemos calor a um corpo, este aumentará sua
temperatura, devido a um aumento na energia de agitação de seus átomos. Porém,
esse calor pode ser utilizado para fazer com que a força de ligação entre os átomosseja alterada, podendo acarretar modificações na organização e separação destes
átomos, ou seja, modificar o estado físico do corpo. Tal calor é denominado calor
latente.
As mudanças de estado podem ser:
O calor latente de mudança de estado de uma substância é igual à quantidade
o calor que devemos ceder ou retirar de um grama da substância para que ela mude
de estado.
LmQ .= Onde L é o calor latente da
substância.
A quantidade de calor latente L pode ser positiva ou negativa conforme o corpo
receba ou ceda calor.
Em nosso curso adotaremos:
Calor latente de fusão do gelo (a 0ºC) Lf = 80cal/g
Calor latente de solidificação da água (a 0ºC) Ls = -80cal/g
Calor latente de vaporização da água (a 100ºC) Lv = 540cal/g
Calor latente de condensação do vapor (a 100ºC) Lc = -540cal/g
Fusão e solidificação
Podem-se estabelecer leis gerais que descrevem a fusão dos sólidos:
1) A uma dada pressão, a temperatura na qual ocorre a fusão (ponto de
fusão), é bem determinada para cada substância.
2) Durante a fusão, a temperatura do sólido permanece constante.
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Isso ocorre porque o calor que é fornecido ao sólido, para ele se fundir, é usado
para aumentar a separação entre seus átomos, rompendo a rede cristalina, sem
ocasionar variação na agitação térmica destes átomos.
Na solidificação, os processos ocorrem em sentido inverso ao da fusão. Desta
maneira, se nós retirarmos calor de um líquido, sua temperatura diminui e, quando elaatinge certo valor, inicia-se a solidificação.
Vaporização: Evaporação e Ebulição
Ponha um pouco de água num pires e deixe-a por um dia ou dois. Suas
moléculas se movem para um lado e para outro, chocando-se umas com as outras.
Algumas das moléculas se movem mais depressa que as outras e podem então vencer
a camada superficial da água e escapar. O líquido aos poucos se evapora, isto é,
transforma-se em vapor. Essas moléculas, então, se movem livremente e rapidamentepelo ar, como moléculas de um gás (Fig. A). As moléculas do álcool (ou da gasolina) se
atraem umas às outras menos fortemente que as da água, sendo que sua camada
superficial é mais frágil. Por isso o álcool (ou a gasolina) se evapora mais
rapidamente. Verifica-se que, quanto maior for a temperatura de um líquido, maior
será a rapidez com que ele evapora.
Evaporação. (A) Moléculas de água passam pela
camada superficial e escapam. (B) No vaso
fechado as moléculas de vapor se acumulam atéque elas se condensem com a mesma rapidez com
que se evaporam. O espaço está então saturado.
Quando a água se evapora de um vaso aberto, algumas das moléculas do vapor
se chocam com moléculas do ar, recuam, e tornam a entrar no líquido. O ar se
comporta, portanto, como uma coberta que se opõe à evaporação e a retarda. Porém,
em dia úmido (grande quantidade de vapor d’água na atmosfera) uma roupa molhada
demora mais a secar. Removendo-se o vapor do líquido que vai se formando junto a
sua superfície, a velocidade de evaporação aumenta.
Se você tampa o vaso, o vapor se acumulará no espaço acima do líquido (Fig.
B). O número de moléculas que voltam para o líquido, isto é, que se condensam,
aumentará até que as moléculas se condensem na mesma proporção das que se
evaporem. Assim a quantidade de vapor será constante; nós dizemos que o espaço
está saturado. Um espaço está saturado de vapor quando ele contém todo o vapor que
pode conter na temperatura existente.
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Alguns sólidos evaporam-se. As bolas de naftalina colocadas num armário, para
matar traças, vão aos poucos diminuindo de tamanho até desaparecer. O naftaleno
(substância de que são formadas essas bolas) aos poucos se vai evaporando, ou
melhor, sublimando. O gelo seco (bióxido de carbono congelado) evapora-se
rapidamente. Coloque uma moeda sobre um bloco de gelo seco. O vapor que seescapa do gelo desloca a moeda fazendo-a saltitar irregularmente. O iodo, a cânfora e
outros poucos sólidos sublimam como o naftaleno. As moléculas da maioria dos
sólidos, no entanto, se atraem tão fortemente que não podem escapar facilmente.
Experimentalmente, verifica-se que o processo de ebulição obedece a leis
semelhantes àquelas para a fusão:
1) a uma da dada pressão, a temperatura na qual ocorre a ebulição (ponto de
ebulição) é bem determinada para cada substância.
2) Durante a ebulição, sua temperatura permanece constante vapor que vai seformando encontra-se à mesma temperatura do líquido.
A condensação é um processo inverso ao da vaporização, o vapor deverá
liberar calor para se liquefazer, sendo o calor latente de condensação igual ao calor
latente de vaporização.
Influência da pressão
Quando uma substância se funde, de modo geral aumenta de volume. Parauma substância que tenha esse comportamento, observa-se que um aumento na
pressão exercida sobre ela acarreta um aumento em sua temperatura de fusão (e,
consequentemente, em sua temperatura de solidificação).
Algumas poucas substâncias, entre elas a água, diminuem de volume ao se
fundirem. Portanto, o volume de uma dada massa de água aumenta quando ela se
transforma em gelo. Um garrafa cheia de água, colocada em um congelador, parte-se
quando a água se solidifica. Para estas substâncias, um aumento na pressão acarreta
uma diminuição na temperatura de fusão.
Para pensar: Regelo
Por que a pressão do arame
funde o gelo abaixo dele?
Porque a água acima do
arame se congela
novamente?
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Qualquer substância, ao se vaporizar, aumenta de volume. Por esse motivo, um
aumento na pressão acarreta um aumento na temperatura de ebulição, pois uma
pressão mais elevada tende a dificultar a vaporização. Esse fato ocorre nas panelas de
pressão. Em uma panela aberta, com pressão de 1 atm, a água entra em ebulição a
100ºC e sua temperatura não ultrapassa esse valor. Na panela de pressão, os vaporesformados e impedidos de escapar ajudam a pressionar a superfície da água, podendo a
pressão total atingir cerca de 2 atm. Com isso, a água só entrará em ebulição nas
proximidades de 120ºC, fazendo com que os alimentos sejam cozidos mais
rapidamente.
Naturalmente, uma diminuição na pressão provoca um abaixamento na
temperatura de ebulição. Em locais situados acima do nível do mar, onde a pressão
atmosférica é menor que 1 atm (76cmHg), a água entra em ebulição a uma
temperatura inferior a 100ºC. No alto do monte Evereste, cuja altitude é 8800 m e a
pressão atmosférica é de cerca de 26 cmHg, a água entra em ebulição a 72ºC, o quetorna difícil cozinhar no monte Everest sem panela de pressão. (ALVARENGA, 2006)
Diagrama de fases
É um diagrama dividido em três regiões correspondentes aos estados sólido,
líquido e gasoso. Se forem fornecidos os valores de pressão e temperatura em que
uma substância se encontra, o seu diagrama de fases nos permitirá determinar se ela é
sólida, líquida ou gasosa.
As linhas que aparecem no diagrama de fases que o dividem nas regiões S, L e G
correspondem aos valores de pressão e temperatura nos quais podemos encontrar a
substância, simultaneamente em dois estados. O ponto de encontro dessas três linhas
nos fornece os valores de pressão e temperatura nos quais a substância pode se
encontrar, simultaneamente, nos três estados. Este ponto é chamado ponto triplo da
substância. Observe, por exemplo, que uma substância só pode se sublimar se a
pressão a que ele estiver submetido for menor que o seu ponto triplo.
Ao contrário do sólido e do gás, o líquido é estável numa gama de temperaturas
limitada pelo ponto triplo e pelo ponto crítico, onde termina a linha de condensação,
ao longo da qual coexistem uma fase líquida e outra gasosa. O ponto crítico é um
exemplo de transição de fase contínua, isto é, que não envolve calor latente.
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Pressão de vapor
Quando um gás sofre compressão, ao ser alcançado um determinado valor da
pressão, percebe-se que começam a se formar pequenas gotas de líquido no interior
do cilindro, isto é, naquela pressão inicia-se a condensação do gás. Tal pressão é
denominada pressão de vapor do gás na temperatura da experiência. A partir daí,
quando se comprime mais o gás, sua pressão não mais varia, mas a quantidade de
líquido condensado aumenta gradativamente, até que todo o gás tenha se liquefeito.
Quando se repete a experiência com o gás numa temperatura mais elevada,todas as condições anteriores se repetirão, porém o valor da pressão no qual o gás
começa a se condensar se torna mais elevado. Em outras palavras, a pressão de vapor
do gás apresenta agora um valor maior. Esse resultado é geral: A pressão de vapor de
um gás é tanto maior quanto maior for sua temperatura. Assim quanto maior a
temperatura de um gás, maior deverá ser a pressão que teremos que exercer sobre ele
para condensá-lo.
No entanto, existe um limite superior de temperatura. De fato, se o gás se
encontrar nesta temperatura limite ou num valor superior ela, não conseguiremos
liquefazê-lo, por maior que seja a pressão exercida sobre ele. Esta temperaturacorresponde exatamente á temperatura crítica tc do gás. Portanto, só é possível
liquefazer um gás, por aumento de pressão, se ele estiver a uma temperatura inferior
à sua temperatura crítica.
Alguns autores costumam fazer distinção entre os termos gás e vapor. Quando
uma substância se encontra no estado gasoso, em temperatura inferior a tc, diz-se que
ela é vapor, e se sua temperatura for superior a tc, diz-se que ela é um gás.
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4. TERMODINÂMICA
Sabe-se que quando a temperatura de um corpo é aumentada, a energia que
ele possui em seu interior, denominada energia interna, também aumenta. Se este
corpo é colocado em contato com outro, de temperatura mais baixa, haverá
transferência de energia do primeiro para o segundo, energia esta que é denominada
calor .
Observa-se, no entanto, que a energia interna de um corpo pode aumentar
sem que o corpo receba calor, desde que receba alguma outra forma de energia.
Quando, por exemplo, enchemos um pneu de bicicleta, utilizando uma bomba,
observamos que sua temperatura se eleva, apesar de não ter recebido calor. O
aumento da energia interna, neste caso, ocorreu em virtude da transferência da
energia mecânica à bomba, ao realizarmos o trabalho de comprimir e puxar o pistom.
A palavra sistema é usada, na Física, para designar um corpo (ou um conjunto
de corpos) sobre o qual fixamos nossa atenção a fim de estudá-lo. Tudo aquilo que não
pertencer ao sistema, isto é, o resto do universo, denomina-se vizinhança do sistema.
Um sistema pode trocar energia com a sua vizinhança sob a forma de calor ou
pela realização de trabalho.
Trabalho realizado em um sistema
Para efeito de simplificação, consideraremos como sistema um gás ideal,
encerrado em um cilindro provido de um êmbolo (pistom) que pode se deslocar
livremente.
Suponha que o gás esteja em um estado inicial i, ocupando um volume Vi. (veja
figura). Em virtude da pressão do gás, ele exerce uma força F sobre o pistom que,
estando livre, desloca-se de uma altura h. Assim, o gás se expandiu até o estado final f
onde o seu volume é Vf , e realizou um trabalho T. Se a pressão, p, do gás continuar
constante, o valor da força F também será constante durante a expansão e trabalho, T,
realizado pelo gás, pode ser facilmente calculado.
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Para este caso, tendo força constante e no mesmo sentido do deslocamento,
teremos: T = F . h. Mas F = p . A, onde A é área do pistom.
Então: T = p . A . h, e observando que A . h é o volume varrido pelo pistom
durante a expansão, que é igual a variação de volume do gás, isto é, V ∆ . Logo,
i f V V pT −=
Expressão esta que permite calcular o trabalho que um gás realiza, ao sofrer
uma variação de volume, sob pressão constante.
Expansão: Vf > Vi => V ∆ > 0 e portanto T > 0, nesse caso dizemos que o
trabalho foi realizado pelo sistema.
Compressão: Vf < Vi => V ∆ < 0 e portanto T < 0, , nesse caso dizemos que otrabalho foi realizado sobre o sistema.
Se o volume permanece, não há deslocamento e, como sabemos, nestas
condições não há realização de trabalho.
Num diagrama pressão x volume, o
trabalho realizado pela força que o gás
exerce sobre o êmbolo numericamente
igual à área sob a curva. T An
=
Energia Interna
Representa a soma das diversas formas de energia que os átomos e moléculas
deste corpo possuem. De maneira geral, em um sistema qualquer, a energia interna
deste sistema, representada por U, nada mais é do que a energia total existente em
seu interior.
Quando um sistema vai de um estado inicial i a outro estado final f , ele
geralmente troca energia com a vizinhança. Com conseqüência, sua energia interna
sofre variações, passando de valor inicial Ui para um estado final Uf , isto é, a energia
interna varia de:
i f U U U −=∆
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1ª Lei da Termodinâmica (Conservação da Energia)
Consideremos um sistema recebendo certa
quantidade de calor Q, como o gás da figura ao lado.Esta energia é acrescentada ao interior do sistema
e, pelo Principio da Conservação da Energia,
tenderia a provocar um aumento U ∆ na sua
energia interna.
Porém, se o sistema, ao mesmo tempo, tiver se expandido, realizando um
trabalho T sobre a vizinhança, este trabalho será feito às expensas da energia do
sistema, a qual tenderia a decrescer na mesma medida.
Generalizando, quando uma quantidade de calor Q é absorvida (Q positivo) ou
cedida (Q negativo) por um sistema e um trabalho T é realizado por este sistema (T
positivo) ou sobre ele (T negativo), a variação da energia interna, U ∆ , do sistema é
dada por:
T QU −=∆
Aplicações da primeira Lei da Termodinâmica
Transformação isotérmica: Como a temperatura do sistema se mantémconstante, a variação da energia interna é nula.
Por exemplo, considere um gás sofrendo uma expansão isotérmica conforme
mostra as figuras.
∆U = Q - T Como ∆U = 0 ⇒ 0 = Q – T ⇒ Q = T
A quantidade de calor que o gás recebe é exatamente igual ao trabalho por ele
realizado. A área sombreada sob a curva é numericamente igual ao trabalho realizado.
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Transformação isométrica: como o volume do sistema se mantém constante, não há
realização de trabalho.
∆U = Q - τ Como τ = 0 ⇒ ∆U = Q – 0 ⇒ ∆∆∆∆U = Q
Todo o calor trocado com o meio externo é transformado em variação daenergia interna. Se:
Q > 0 ⇒⇒⇒⇒ ∆U > 0: temperatura aumenta se o sistema recebe calor.
Q < 0 ⇒⇒⇒⇒ ∆∆∆∆U < 0: temperatura diminui se o sistema cede calor.
Transformação isobárica: Numa transformação onde a pressão permanece constante,
a temperatura e o volume são diretamente proporcionais, ou seja, quando a
temperatura aumenta o volume também aumenta.
Parte do calor que o sistema troca com o meio externo está relacionado com o
trabalho realizado e o restante com a variação da energia interna do sistema.
Q = ∆U + T
Transformação adiabática: Nessa transformação, o sistema não troca calor com o
meio externo; o trabalho realizado é graças à variação de energia interna.
∆U = Q - T como Q = 0 ⇒ ∆U = Q – T
T = - ∆U
Numa expansão adiabática, o sistema realiza trabalho sobre o meio e a energia interna
diminui.
Expansão adiabática ocorre um abaixamento de temperatura.
Durante a compressão adiabática, o meio realiza trabalho sobre o sistema e a
energia interna aumenta. Ocorre uma elevação de temperatura.
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Transformação Cíclica:
Denomina-se transformação cíclica ou ciclo de um sistema o conjunto de
transformações sofridas pelo sistema de tal forma que seus estados final e inicial são
iguais.
Num diagrama p x V uma transformação cíclica é representada por uma curva
fechada. A área interna do ciclo é numericamente igual ao trabalho total trocado com
o meio exterior.
Quando o ciclo é percorrido no sentido horário, o sistema recebe calor e realiza
trabalho; e no sentido anti-horário o sistema cede calor e recebe trabalho.
Como a temperatura final é igual à temperatura inicial, a energia interna do
sistema não varia, havendo uma igualdade entre o calor e o trabalho trocados em cada
ciclo, isto é, em uma transformação cíclica existe equivalência entre o calor Q trocado
pelo gás e trabalho T.
Como ∆U = 0 ⇒ Q = T
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Segunda Lei da Termodinâmica
1ª Situação
2ª Situação
Os dois exemplos aqui mencionados, assim como outros tantos, seriam
perfeitamente viáveis pela 1ª lei da termodinâmica. Nos dois casos há conservação da
energia! O que faz com que estes eventos não sejam observados?
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A Segunda Lei da Termodinâmica adiciona certas restrições, quanto ao
comportamento e ao modo de utilização das transformações energéticas.
O enunciado de Clausius
“É impossível realizar um processo cujo único efeito seja transferir calor de um
corpo mais frio para um corpo mais quente”.
O enunciado de Clausius não implica que não se possa transferir calor de um
corpo mais frio para um corpo mais quente. Podemos expandir um gás ideal
isotermicamente a T 1 e depois comprimi-lo adiabáticamente até T 2 > T 1 de forma que
Ttotal = 0.
Porém observa-se que há mudança do estado final do gás ideal. A completa
transferência de calor de um corpo para o outro não é o único efeito.
O enunciado de Kelvin-Plank
“É impossível realizar um processo cujo único efeito seja remover calor
de um reservatório térmico e produzir uma quantidade equivalente de trabalho”
O enunciado de Kelvin não implica que não se possa transformar calor
completamente em energia mecânica. Na expansão isotérmica de um gás ideal tem-se:
Q = T.
Mas o estado final do sistema não é o mesmo que o inicial pois há variação da
pressão do gás. A completa transformação de calor em trabalho não é o único efeito.
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Máquinas térmicas
Máquina térmica é todo dispositivo que converte continuamente calor em
trabalho útil, utilizando um fluido, dito fluido de trabalho, e que realiza ciclos, isto é,
retorna periodicamente às condições iniciais.
Uma máquina térmica ideal (M) funcionaria como em (a) da figura abaixo. Todo
o calor Q 1 de uma fonte quente (exemplo: a combustão de uma substância) seria
transformado em trabalho T.
O rendimento de uma máquina térmica é definido como a razão entre o
trabalho que dela pode ser aproveitado e a quantidade de calor recebido da fonte
quente.
1QT =η
Assim, T = Q 1 e teríamos rendimento (ou eficiência) η = 1 ou 100 %. Mas é
claro que isso nunca ocorre, de acordo com o enunciado de Kelvin-Plank. Uma
máquina real opera como em (b) da mesma figura. Há sempre uma parcela de calor Q 2
que é trocada com uma fonte fria (o próprio ambiente na maioria dos casos).
O trabalho realizado pela máquina térmica é igual à diferença entre o calor
recebido (retirado) e o calor rejeitado.
21 QQT −=
Logo o rendimento de uma máquina térmica, será dado por:
1
21
Q
QQ −=η ⇒
1
21Q
Q−=η
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A máquina térmica operando em ciclos retira uma determinada quantidade de
calor da fonte quente, transformando parte desse calor em trabalho. A parte restante
é rejeitada à fonte fria.
Numa máquina frigorífica, ou refrigerador, ou bomba de calor, o fluido de
trabalho realiza um ciclo de sentido contrário, retirando calor Q 2 de uma fonte fria ecedendo calor Q 1 a uma fonte quente. Obviamente essa passagem de calor de uma
fonte fria para uma fonte quente não é espontânea, visto que se realiza à custa de um
trabalho externo; portanto não viola a segunda lei da termodinâmica.
A geladeira doméstica, por exemplo, é uma máquina frigorífica na qual a fonte fria
é o congelador, a fonte quente é o meio ambiente e o trabalho é realizado pelo
compressor.
Ciclo de Carnot
Dize-se que um gás executa um ciclo termodinâmico quando ele é submetido a
sucessões repetitivas de transformações termodinâmicas. Na prática, os ciclos
termodinâmicos são usados para produzir trabalho (motores, turbinas), aquecimento
ou refrigeração.
Observar que não é necessário que a mesma massa de gás execute cada ciclo.
A característica básica é a repetição dos estados termodinâmicos. Exemplo: num
equipamento de refrigeração (circuito fechado), a mesma massa de gás retorna para oinício de cada ciclo, mas em um motor de combustão interna ela é renovada a cada
ciclo.
O cientista Sadi Carnot idealizou uma máquina térmica que proporcionaria um
rendimento máximo. O Ciclo de Carnot consiste de duas transformações adiabáticas
alternadas com duas transformações isotérmicas, sendo que todas elas seriam
reversíveis.
O ciclo de Carnot é considerado o ciclo básico da Termodinâmica por ser o mais
eficiente. É também é perfeitamente reversível, isto é, se trabalho for fornecido, elefunciona como bomba de calor ou refrigerador.
Notar, entretanto, que o ciclo de Carnot é uma operação ideal, não pode ser
usado em máquinas práticas. Um processo real, para ser próximo do isotérmico,
precisaria ser tão lento que o seu uso seria inviável.
Pode-se traçar o ciclo de Carnot em um diagrama p x v conforme figura ao
lado. Cada trecho do ciclo tem sua curva característica (isotérmica ou adiabática).
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Analisam-se agora as relações entre calor, trabalho e outras variáveis para cada trecho
do ciclo.
Partindo de A, o gás realiza uma expansão isotérmica AB, recebendo calor de
Q 1
(fonte quente). A seguir, ocorre a expansão adiabática BC, durante a qual não há
troca de calor. A compressão isotérmica CD se verifica à temperatura T2 da fonte fria, e
nesta etapa o gás “rejeita” a quantidade Q 2 que não foi transformada em trabalho. A
compressão adiabática DA se completa sem a troca de calor.
Reforçando o enunciado de Planck, Carnot demonstrou que as quantidades de
calor Q 1 e Q 2 seriam proporcionais às temperaturas T1 e T2 :
1
2
1
2
T
T
Q
Q= , e como o rendimento é dado por :
1
21Q
Q−=η , teremos:
1
21T T −=η
Então para o Ciclo de Carnot temos que o rendimento é função exclusiva das
temperaturas absolutas das fontes quentes e fria.
Este é o rendimento máximo de uma máquina térmica, e como nunca podemos
ter T1 = 0 e |T2| > |T1| constatamos que uma máquina térmica jamais terá
rendimento 1 (100%), ou seja, não poderemos transformar todo o calor fornecido em
trabalho.
O caos e a ordem
A vida em grandes metrópoles – como São Paulo, Tóquio, Nova York e Paris –
apresenta uma série de vantagens que tornam essas cidades especiais. Nelas
encontramos muitos dos atributos que consideramos sinônimos de progresso, como
facilidades de acesso aos bens de consumo, oportunidades de trabalho, lazer, serviços,
educação, saúde, etc.
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Por outro lado, em algumas delas, devido à grandiosidade dessas cidades e aos
milhões de cidadãos que ali moram, existem muito mais problemas do que benefícios.
Seus habitantes sabem como são complicados o trânsito, a segurança pública, a
poluição, os problemas ambientais, a habitação etc. Sem dúvida, são desafios que
exigem muito esforço não só dos governantes, mas também de todas as pessoas quevivem nesses lugares. Essas cidades convivem ao mesmo tempo com a ordem e o caos,
com a pobreza e a riqueza, com a beleza e a feiúra.
A tendência das coisas a se desordenarem espontaneamente é uma
característica fundamental da natureza. Para que ocorra a organização, é necessária
alguma ação que restabeleça a ordem. É o que acontece nas grandes cidades:
despoluir um rio, melhorar a condição de vida dos seus habitantes e diminuir a
violência, por exemplo, são tarefas que exigem muito trabalho e não acontecem
espontaneamente. Se não houver qualquer ação nesse sentido, a tendência é queprevaleça a desorganização.
Em nosso cotidiano percebemos que é mais fácil deixarmos as coisas
desorganizadas do que em ordem. Quando espalhamos objetos pela casa, temos
muito trabalho para colocarmos as coisas em ordem. Organizar é sempre mais difícil
que bagunçar. A ordem tem seu preço.
Entropia
A existência da ordem/desordem está relacionada com uma característica
fundamental da natureza que denominamos entropia. A entropia está relacionada
com a quantidade de informação necessária para caracterizar um sistema. Dessa
forma, quanto maior a entropia, mais informações são necessárias para descrevermos
um sistema.
Para facilitar a compreensão desse conceito, podemos fazer uma analogia com
algo bastante comum: cartas de baralho. Se inicialmente tivermos o baralho com as
cartas organizadas de acordo com a sua seqüência e naipes, o nosso sistema (baralho)
contém certo grau de informação. Rapidamente descobrimos qual é a regra que está
organizando as cartas.
Por outro lado, quando embaralhamos as cartas, bastam apenas alguns
movimentos para que a seqüência inicial seja desfeita, ou seja, as cartas ficam mais
desorganizadas. Para recolocá-las na ordem inicial, necessitaremos de muito mais
informações a respeito da posição da carta (teremos que descobrir onde está o 5 de
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copas para colocá-lo após o 4 de copas). As cartas embaralhadas apresentam, então,
uma entropia maior do que a das cartas organizadas.
A tendência do aumento da entropia está relacionada com uma das mais
importantes leis da física: A segunda lei da termodinâmica. Essa lei mostra que, toda
vez que realizamos algum trabalho, parte da energia empregada é perdida para oambiente, ou seja, não se transforma em trabalho útil. Ao organizarmos as cartas,
gastamos energia e, conseqüentemente, liberamos algum calor para o meio ambiente.
A energia liberada ajudará a desorganizar as moléculas de ar ao nosso redor,
aumentando a entropia ao nosso redor. Dessa forma, para diminuir a entropia de um
determinado lugar é necessário aumentar a entropia em outro.
Embate constante
A manutenção da vida é um embate constante contra a entropia. A luta contraa desorganização é travada a cada momento por nós. Desde o momento da nossa
concepção, a partir da fecundação do óvulo pelo espermatozóide, nosso organismo vai
se desenvolvendo e ficando mais complexo. Partimos de uma única célula e chegamos
à fase adulta com trilhões delas, especializadas para determinadas funções. A vida é,
de fato, um evento muito especial e, até o momento, sabemos que ela ocorreu em um
único lugar do universo – o nosso planeta.
Entretanto, com o passar do tempo, nosso organismo não consegue mais
vencer essa batalha. Começamos a sentir os efeitos do tempo e envelhecer. Nossocorpo já não consegue manter pele com a mesma elasticidade, os cabelos caem e
nossos órgãos não funcionam mais adequadamente. Em um determinado momento,
ocorre uma falha fatal e morremos.
Como a manutenção da vida é uma luta pela organização, quando esta cessa,
imediatamente o corpo começa a se deteriorar e rapidamente perde todas as
características que levaram muitos anos para se estabelecer. As informações
acumuladas ao longo de anos, registradas em nosso cérebro a partir de configurações
específicas dos neurônios, serão perdidas e não poderão ser novamente recuperadas
com a completa deterioração do nosso cérebro.
A entropia nos mostra que a ordem que encontramos na natureza é fruto da
ação de forças fundamentais que, ao interagirem com a matéria, permitem que esta se
organize. Desde a formação do nosso planeta, há cerca de cinco bilhões de anos, a vida
somente conseguiu se desenvolver às custas de transformar a energia recebida pelo
Sol em uma forma útil, ou seja, capaz de manter a organização.
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Para tal, pagamos um preço alto: grande parte dessa energia é perdida,
principalmente na forma de calor. Dessa forma, para que existamos, pagamos o preço
de aumentar a desorganização do nosso planeta. Quando o Sol não puder mais
fornecer essa energia, dentro de mais cinco bilhões de anos, não existirá mais vida na
Terra. Com certeza a espécie humana já terá sido extinta muito antes disso.O universo também não resistirá ao embate contra o aumento da entropia. Em
uma escala inimaginável de tempo de 10 100 anos (10 seguido de 100 zeros!), se o
universo continuar a sua expansão, que já dura aproximadamente 15 bilhões de anos,
tudo o que conhecemos estará absolutamente disperso. A entropia finalmente
vencerá.
Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/55440
DILATAÇÃO TÉRMICA
Dilatação dos sólidos
Se analisarmos a estrutura interna de um sólido, poderemos entender porque
ocorre a dilatação. Os átomos que constituem o sólido se distribuem ordenadamente,
dando origem a uma estrutura denominada rede cristalina do sólido. A ligação entreesses átomos se faz por meio de forças elétricas, que atuam como se existissem
pequenas molas unindo um átomo a outro. Esses átomos estão em constante vibração
em torno de uma posição média, de equilíbrio.
Quando a temperatura do sólido é aumentada, há um aumento na agitação de
seus átomos, fazendo com que eles, ao vibrar, afastem-se mais da posição de
equilíbrio. Entretanto, a força que se manifesta entre os átomos atua como se a
“mola” fosse mais dura para ser comprimida do que para ser distendida. Em
conseqüência, a distância média entre os átomos torna-se maior, ocasionando a
dilatação do sólido.
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Para pensar :
Após um incêndio numa floresta, oque aconteceu com esses trilhos?
Por que ocorre esta dilataçãodesigual numa lâmina bimetálica?
Os músicos geralmente deixam para afinar seus instrumentos no local da
apresentação. A que você atribui essa medida?
Dilatação dos líquidos
Como os líquidos não apresentam forma própria, ao estudar a dilatação dos
líquidos tem de se levar em conta a dilatação do recipiente sólido que o contém. De
maneira geral, os líquidos dilatam-se sempre mais que os sólidos ao serem igualmenteaquecidos.
No aquecimento de um líquido contido num recipiente, o líquido irá, ao dilatar-se juntamente com o recipiente, ocupar parte da dilatação sofrida pelo recipiente,além de mostrar uma dilatação própria, chamada dilatação aparente.
A dilatação aparente é aquela diretamente observada e a dilatação real é
aquela que o líquido sofre realmente.
Consideremos um recipiente
totalmente cheio de um líquido àtemperatura inicial t0.
Aumentando a temperatura do conjunto
(recipiente + líquido) até uma
temperatura t, nota-se um
extravasamento do líquido, pois este se
dilata mais que o recipiente.
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A dilatação anômala da água.
Quando você aquece a maioria dos líquidos, seus volumes aumentam; a água,
porém, constitui uma exceção. Aqueça um pouco de àgua gelada num pequeno frasco
fechado com um tubo estreito, capilar, passando pela rôlha para ver o nível da água no
tubo. fàcilmente a água se contrairá. Quando sua temperatura atingir 4ºC, ela se
dilatará como os outros líquidos . A água tem a densidade máxima a 4ºC.
A dilatação anômala da água. Aquecida desde 0º, a água primeiro se contrai,
depois se dilata. O álcool, como muitos outros líquidos, sempre se dilata quando
aquecido. Os gases, a pressão constante, dilatam-se mais que os líquidos.
O fato de que à água é mais densa a 4ºC do que na temperatura de
congelamento é muito importante. Quando um lago está parcialmente congelado, a
temperatura da água mais densa, isto é, a da que fica no fundo do lago é de 4ºC. Aágua mais fria, menos densa, fica na superfície onde se congela primeiro (Figura
abaixo). Se a água mais fria fosse para o fundo não haveria congelamento do lago até
que toda a água estivesse a 0ºC.
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Apêndice: Termômetros e Escalas Termométricas
Termômetro é um aparelho que permite medir a temperatura dos corpos.
Uma escala termométrica corresponde a um conjunto de valores numéricos
onde cada um desses valores está associado a uma temperatura. Para a graduação da
escala Celsius foram escolhidos, para pontos fixos, dois fenômenos que se reproduzem
sempre nas mesmas condições: a fusão do gelo e a ebulição da água, ambos sob
pressão normal.
1º . Ponto Fixo: corresponde à temperatura de fusão do gelo, chamado ponto do gelo.
2 º. Ponto Fixo: corresponde à temperatura de ebulição da água, chamado ponto de
vapor.
O intervalo de 0ºC a 100ºC é dividido em 100 partes iguais e cada uma das
divisões corresponde a 1ºC. A escala Kelvin adota como zero de sua escala a
temperatura do zero absoluto e um intervalo unitário igual ao intervalo de 1ºC. Na
escala Fahrenheit o intervalo de 32ºF a 212ºF é dividido em 180 partes.
A escala Fahrenheit é usada, geralmente, nos países de língua inglesa. A escala
Kelvin é chamada escala absoluta de temperatura, muito utilizada em comunicações
científicas.
Zero absoluto
A escala Kelvin, proposta por Lord Kelvin, surgiu de discussões sobre
temperaturas máximas e mínimas que podem ser atingidas por um corpo. Verificou-se
teoricamente que, apesar de não existir um limite superior para a temperatura que um
corpo pode alcançar, observa-se um limite natural, quando tentamos abaixar sua
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temperatura. Estudos realizados em grandes laboratórios mostraram que é impossível
obter uma temperatura inferior -273 ºC. Essa temperatura é denominada zero
absoluto. Na realidade, o zero absoluto é uma temperatura limite, que não pode ser
alcançada, tendo-se, entretanto, conseguido valores muito próximos a ela.
Relações entre as escalas
Supondo que a grandeza termométrica seja a mesma, podemos relacionar as
temperaturas assinaladas pelas escalas termométricas da seguinte forma:
32212
32
273373
273
0100
0
−
−
=−
−
=−
− F C t T t
Portanto:
9
32
5
273
5
−=
−= F C t T t
Entre as escalas Celsius e Kelvin:
273+= ct T 180
32
100
273
100
−=
−= F C t T t
Variação de temperatura
Note-se que as escalas Celsius e Kelvin são divididas em 100 partes, portanto
uma certa variação de temperatura numa escala será igual à variação na outra. Já a
Escala Fahrenheit é dividida em 180 partes e não corresponde à mesma variação nas
outras duas escalas. Podemos então construir uma relação de conversão de variações:
955
F C t T t ∆=
∆=
∆
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5. Referências
LUZ, A.M.R., ALVARENGA, B.A., Curso de Física, volume 2, São Paulo: Scipione, 2006.
GREF (Grupo de Reelaboração do Ensino de Física). Mecânica. 2a edição revista e
ampliada: 2006/2008 (IF-USP e CENP).
Internet: http://cenp.edunet.sp.gov.br/fisica/gref/
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Óptica
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1. Introdução
Como parte da física, a óptica é o estudo de fenômenos ligados à luz e à visão.
A visão é responsável por grande parte das informações que recebemos. Nossos olhos
são sensíveis à luz, como nossos ouvidos ao som, ou nossa pele ao calor e ao toque. Senenhuma fonte emitir o som, nada há que os ouvidos escutem. Da mesma forma, as
coisas têm de ser iluminadas ou luminosas, para que as enxerguemos, ou seja, devem
emitir ou refletir a luz para ser vistas.
A óptica permite compreender muitos instrumentos, nos quais lâmpadas, telas,
lentes e espelhos são partes essenciais, entender a natureza das cores, nas figuras
impressas, nas fotos, na tela de TV e, antes de qualquer coisa, a óptica permite
compreender a visão.
Em todos esses casos estamos olhando apenas para o que acontece com a trajetória
da luz ao atravessar algum meio material, como uma lente ou a sua reflexão na
superfície de um espelho. Esse tipo de comportamento da luz nos leva a um dos ramos
da óptica, denominado de óptica geométrica, que nos permitirá descrever, além
desses casos, o caminho da luz no interior de microscópios, projetores de slides,
periscópios, lunetas e outros instrumentos ópticos, ou seja, estuda as leis que
descrevem o comportamento geométrico da luz nos fenômenos ópticos. Na óptica
física a luz é considerada uma forma de energia que interage com a matéria. (GREF,
2008)
Nesta unidade resumiremos os principais resultados da óptica geométrica,
procurando entender os fenômenos da reflexão e refração da luz e suas aplicações no
estudo de espelhos e lentes, para finalmente culminarmos com o estudo do olho
humano.
2. Conceitos fundamentais e espelhos
Raio de luz
Raio de luz é uma linha orientada que representa a direção e o sentido de
propagação da luz. Ao conjunto de raios de luz provenientes de uma mesma fonte
damos o nome de feixe luminoso, que pode ser dividido em divergente (a),
convergente (b) e paralelo (c).
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Independência e reversibilidade dos raios luminosos
Uma importante propriedade da luz é a independência que se observa na
propagação dos raios ou feixes luminosos. Após dois feixes se cruzarem, eles seguem
as mesmas trajetórias que iriam seguir se não tivessem se cruzado, isto é, um feixe não
interfere no outro.
A trajetória seguida pelo raio de luz, num sentido, é a mesma quando o raio
troca o sentido de percurso.
Velocidade da luz
Durante muito tempo, pensou-se que a luz se transmitia instantaneamente de
um ponto a outro. Entretanto, experiências cuidadosas, realizadas durante os séculos
XVIII e XIX, vieram mostrar que, na realidade, a velocidade da propagação da luz é
muito grande, mas não infinita. Esse valor desempenha papel muito importante nodesenvolvimento da Física.
Baseando-se em medidas atuais, o valor da velocidade da luz no vácuo (que é
normalmente representado por c) pode ser considerado como sendo c = 3,00 x 108
m/s, isto é, c = 300 000 Km/s. Para se ter uma ideia do significado desse valor, pode-se
observar que, se um objeto possuísse esta velocidade, ele poderia dar cerca de sete
voltas e meia ao redor da Terra em apenas um segundo. Aliás, devemos ressaltar que,
de acordo a Teoria da Relatividade de Einstein, esse valor representa um limite
superior para a velocidade dos corpos, isto é, nenhum objeto material pode alcançar
uma velocidade igual ou superior à velocidade da luz.A velocidade da luz foi medida, também, em vários meios materiais,
encontrando-se sempre um valor inferior a c. Por exemplo, na água, a luz se propaga
com uma velocidade v = 220 000 Km/s e, no diamante, com
v = 120 000 Km/s. (LUZ & ALVARENGA, 2006)
Propagação retilínea da luz
Observando os corpos que nos rodeiam, verificamos que alguns deles emitem
luz, isto é, são fontes de luz, tais como o Sol, uma lâmpada acesa, a chama de uma vela
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etc. Outros não emitem luz, mas podem ser vistos porque são iluminados pela luz
provenientes de alguma fonte.
Um dos fatos que podemos observar facilmente sobre o comportamento da luz
é que, quando a luz se propaga em um meio homogêneo, a sua propagação é retilínea.
Isto pode ser constatado quando a luz do sol passa através da fresta de uma janela,penetrando em um quarto escurecido.
Sabendo que a luz se propaga em linha reta, podemos determinar o tamanho e
aposição da sombra de um objeto sobre um anteparo.
Sombra e penumbra: Eclipses do Sol e da Lua
Denominamos eclipse a qualquer obscurecimento total ou parcial da luz de um
astro por outro. Existem vários tipos de eclipses embora, geralmente, usamos esse
termo, para nos referir aos eclipses do Sol pela Lua ou da Lua pela Terra. Um eclipse solar ocorre quando a Lua se interpõe entre o Sol e a Terra,
impedindo a visibilidade do Sol para uma pequena região terrestre, o que só pode
ocorrer em uma Lua Nova.
Eclipse total do Sol: a Lua se interpõe entre a Terra e o Sol.
Já os eclipses lunares ocorrem quando a Lua adentra ao cone de sombra da
Terra. Estando, portanto, oposta ao Sol, os eclipses lunares só podem se dar por
ocasião de uma Lua Cheia.
Eclipse total da Lua: a Lua entra no cone de sombra da Terra.
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Espelho Plano
Qualquer superfície lisa e plana que reflita especularmente a luz.
Propriedades Dos Espelhos Planos
1ª. O objeto e a imagem são simétricos em relação ao espelho.
Fig. 1 Fig. 2
2ª. A imagem é virtual, ou seja, forma-se atrás do espelho, na interseção dos
prolongamentos dos raios refletidos. (Fig. 1)
3ª. As imagens formadas num espelho plano são enantiomorfas, ou seja, existe uma
inversão “direita para a esquerda” e vice-versa. (Fig. 2)
4ª. O objeto e a imagem possuem o mesmo tamanho, e, em caso de movimento
relativo ao espelho, possuirão iguais velocidades.
Campo visual
Campo Visual de um espelho plano é a
região do espaço que pode ser vista por
um observador através de um espelho.
Para determinarmos o Campo Visual,
basta tomar o ponto O’, simétrico de O,
e uni-lo às extremidades do espelho
plano E.
Associação de espelhos planos
Um espelho plano fornece apenas uma imagem de cada objeto. Porém se
colocarmos o objeto entre dois espelhos que formam um ângulo entre si, notaremos
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mais de duas imagens em geral. O número de imagens é resultado de reflexões
sucessivas nos dois espelhos, e aumenta a medida que o ângulo diminui.
De maneira geral, determina-se o número de imagens n utilizando-se a
expressão matemática:
360n 1= −
α
onde α é o ângulo
formado entre os espelhos.
3. Refração da luz
A velocidade de uma dada luz monocromática assume valores diferentes em
diferentes meios de propagação tais como: vácuo, ar, água, vidro, etc. A luz sofre
refração quando passa de um meio para outro, modificando sua velocidade. Em geral,
a refração é acompanhada por um desvio na trajetória da luz, conseqüência da
mudança de velocidade. O único caso de refração no qual a luz não sofre desvio é
quando incide perpendicularmente à superfície S de separação dos meios.
Os dois meios de propagação, A e B, e a superfície de
separação S constituem o que chamamos de dioptro.
Nos dioptros reais, o raio de luz incidente na superfície
S divide-se em dois raios, um refratado e outro
refletido.
Também ocorre em S o fenômeno da absorção da luz,
onde parcela da energia luminosa é transformada em
energia térmica, por exemplo.
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As leis da refração
1ª Lei: O raio de luz incidente RI, a reta normal N e o raio
de luz refratado RR estão situados num mesmo plano
(coplanares)
Como mostra a figura, os ângulos 21 θ θ e não são iguais
entre si e pode-se verificar experimentalmente que,
aumentando-se 1θ , o ângulo 2θ , também aumenta.
2ª Lei ou Lei de Snell: É constante a relação entre os senos dos ângulos de incidência e
refração.
Durante muitos séculos tentou-se descobrir uma relação entre esses ângulos.
Finalmente, em 1620, o matemático holandês Snell, analisando um grande número de
medidas de ângulos de incidência e de refração, chegou à conclusão de que havia uma
relação constante entre os senos destes ângulos. Em outras palavras, Snell descobriu
que, quando a luz se refrata ao passar de um meio (1) para um meio (2), tem-se:
=2
1
θ
θ
sen
senConstante
Esta constante é característica dos dois meios e,
portanto, para cada par de meios ela tem um valor
diferente. O sen θ é uma grandeza matemática
associada ao ângulo θ.
Consideremos um caso particular importante no qual um raio luminoso,
propagando-se no vácuo, sofre refração ao penetrar em outro meio material qualquer.
(LUZ & ALVARENGA, 2006)
Neste caso, teremos:
vc
sensen =
2
1
θ θ , em que c é a velocidade da luz no vácuo e v é a
velocidade da luz no meio em questão.
O quocientev
cé muito importante no estudo da refração e se
denomina índice de refração do meio.
Ou seja:
v
cn =
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Observe que n é um número puro (sem unidades). Seu valor é maior do que
um para qualquer meio material, uma vez que a velocidade da luz no vácuo (3 x 108
m/s) é maior do que em qualquer meio. Para o ar, podemos considerar 1=n , pois a
velocidade da luz é aproximadamente igual a 3 x 108 m/s.
No estudo do movimento ondulatório, mostra-se que:
2
1
2
1
v
v
sen
sen=
θ
θ , onde 1v é velocidade da luz no meio (1) e 2v é a velocidade da luz no
meio (2).
Vamos escrevê-la da seguinte maneira: 2
2
1
1
11θ θ sen
vsen
v= .
Multiplicando ambos os membros dessa igualdade por c , temos:
2
2
1
1
θ θ senv
csen
v
c= , mas
1v
cé 1n (índice de refração do meio 1) e
2v
cé
2n (índice de refração do meio 2). Então:
2211θ θ sennsenn =
Essa equação é uma das formas mais comuns de apresentar a Lei de Snell, e
descrever matematicamente o fenômeno da refração.
Observação1: Quando a luz passa de um meio menos refringente (menor índice de
refração) para um meio mais refringente (maior índice de refração), o raio de luz se
aproxima da normal e a velocidade de propagação diminui.
Reciprocamente, quando a luz passa de um meio mais refringente para um
meio menos refringente, o raio de luz se afasta da normal e a velocidade de
propagação da luz aumenta.
Observação2: Se 1n e 2
n são, respectivamente, os índices de refração absolutos dos
meios 1 e 2 para uma dada luz monocromática, então definimos o índice de refração
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relativo do meio 1 em relação ao meio 2, 2,1n como sendo a razão dos índices de
refração absolutos do meio 1 e 2:
2
1
2,1n
nn =
Tabela de índices de refração
Gelo 1,21 Rutilo 2,80
Sal de cozinha 1,54 Vidro 1,50
Quartzo 1,54 Álcool Etílico 1,36
Zircônio 1,92 Água 1,33
Diamante 2,42 Glicerina 1,47
Bissulfeto de carbono 1,63
Exercício Resolvido: Na figura a seguir, está esquematizado um aparato experimental
que é utilizado para estudar o aumento do número de bactérias numa solução líquida
(meio de cultura), através de medidas de ângulos de refração. Um feixe de luz
monocromático I, produzido por um laser, incide do ar para a solução, fazendo um
ângulo θi = 60° com a normal à superfície líquida. A densidade absoluta inicial da
solução, quando as bactérias são colocadas nela, apresenta certo valor mínimo ρ i,
dado em g/cm³. Para esse valor da densidade absoluta, o ângulo de refração medido éθr = 45°. O índice de refração da solução, ns, varia em função da densidade absoluta ρ
de acordo com a expressão
Dados:
C = 1,19
nar = 1
sen 60° = , sen 45° =
Com base na expressão para ns acima, e na Lei de Snell, calcule a densidade absoluta
inicial ρi da solução.
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Solução:
Sabemos que a Lei de Snell n1. senθ1 = n2.senθ2 , relaciona os índices de refração
dos meios 1 e 2, com os senos dos ângulos de incidência θi e refração θr, que para esse
caso poderá ser escrita:
nar . senθi = ns . senθr
Podemos então calcular o índice de refração da solução ns, como a seguir:
nar . sen60° = ns . sen45° 1 . = ns .
Agora podemos calcular a densidade pela fórmula dada no texto da questão:
1,22 = 1,19. = 1,22/1,19 = 1,02
Elevando os dois lados da equação ao quadrado, teremos:
ρ = 1,04 g/cm3
Este é o valor da densidade inicial ρi da solução na qual as bactérias estão.
Reflexão total
Consideremos dois meios (1) e (2), tais que n1 > n2, como a água (meio 1) e o ar
(meio 2). Um objeto luminoso O, situado no meio (1), emite um raio OA que, ao passar
pelo meio (2), refrata-se, afastando-se da normal, pois n1 > n2. Já sabemos pela Lei de
Snell que, quanto maior for o ângulo de incidência, maior será o ângulo de refração.
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Então, um raio como OB, depois de refratado, afastar-se-á mais da normal do
que AO. Como o ângulo de refração se mantém sempre maior do que a incidência (n1 >
n2), um determinado raio incidente OC apresentará um raio refratado tangente à
superfície de separação dos dois meios, isto é, o ângulo de refração correspondente a
este raio é de 90°. O ângulo de incidência o raio que se refrata desta maneira édenominado ângulo limite, L, como podemos ver na figura acima.
Qualquer outro raio luminoso que parta de O e cujo ângulo de incidência seja
maior do que L, como o raio OD, não emergirá no meio (2). Verifica-se que esse raio é
totalmente refletido na superfície de separação dos dois meios, voltando a se propagar
no meio (1). Esse fenômeno é denominado reflexão total porque, nessas condições, a
totalidade de luz incidente é refletida, o que não acontece nem mesmo nos melhores
espelhos, os quais, ao refletirem a luz, absorvem uma pequena fração do feixe
incidente. (LUZ & ALVARENGA, 2006)
Usando a lei de Snell, 2211 θ θ sennsenn = , podemos obter uma expressão quenos permite calcular o valor do ângulo limite L. De acordo com a figura acima, para o
raio OC, temos L=1θ e °= 902θ , logo o valor do ângulo limite L é dado por:
°= 9021sennsenLn Ou:
1
2
n
nsenL =
Aplicações da reflexão total
A fibra ótica é usada nos sistemas de comunicação e na
medicina para examinar internamente o corpo humano. É
constituída de um fio muito fino de quartzo (1/10 mm de diâmetro,
aproximadamente). Quando um feixe de luz penetra em uma fibra
ótica, sofre múltiplas reflexões totais nas paredes internas, fazendo
com que a luz seja conduzida ao longo de uma trajetória qualquer.
Um prisma de vidro, como o da figura abaixo, cuja seção é um triânguloretângulo isósceles, é usado para refletir totalmente a luz, substituindo os espelhos em
alguns instrumentos óticos. A figura mostra, em corte, como isto ocorre: a luz penetra
perpendicularmente à face AB, encontra a face BC com um ângulo de incidência de
45°, sofrendo reflexão total nesta face e saindo perpendicularmente à face AC.
Podemos entender por que o raio luminoso se refletiu totalmente em BC,
calculando o ângulo limite entre o vidro e o ar. Na equação1
2
n
nsenL = , temos n2 = 1,0
(ar) e n1 = 1,5 (vidro).
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Assim, 67,05,1
0,1==senL ∴ °= 42 L
Então, como o ângulo de incidência na face BC (45°) é
superior ao valor do ângulo limite (42°), o raio luminoso é
totalmente refletido nesta face.No caso do diamante o índice de refração é muito maior do
que no vidro. Conseqüentemente, o ângulo limite entre o
diamante e o ar (24°) é bem menor do que o do vidro (42°).
Esse fato faz com que grande parte da luz que penetra em uma das faces do
diamante seja totalmente refletida nas demais, retornando, então, à primeira face e
emergindo através dela. Por esse motivo, o diamante apresenta os eu brilho
característico, que o torna de grande valor.
A reflexão total também explica a miragem. Quando o dia está muito quente
no deserto ou em uma estrada asfaltada, o ar próximo ao asfalto ou à estrada
apresenta densidade menor que nas camadas superiores. A luz, ao incidir sobre um
objeto, sofre refrações sucessivas e quando chega às camadas de ar próximas às
superfícies do asfalto ou do areia, sofre reflexão total, fazendo com que estas
superfícies funcionem como espelhos. Você já deve ter observado essa formação de
imagem na estrada; você tem a impressão que tem uma poça d'água na estrada.
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4. Lentes esféricas
Podemos defini-las como sendo um meio transparente e homogêneo limitado
por duas superfícies curvas, ou por uma curva e outra plana. A lente será denominada
esférica, quando pelo menos uma de suas faces o for.
Elementos geométricos de uma lente
C1 e C2 => Centros de Curvatura;
R1 e R2 => Raios de Curvatura;
V1 e V2 => Vértices;
e => Espessura da lente;
e.p. => Eixo óptico principal.
Observação: Uma lente é delgada quando a espessura (e) for desprezível em relação
aos raios de curvatura. (e << R).
Classificação das lentes
1. Classificação quanto às faces:
Os nomes das lentes seguem
a convenção que devemos
citar em primeiro lugar a face
de maior raio de curvatura.
2. Classificação quanto ao Comportamento Óptico:
Os raios luminosos que incidem numa lente podem ser desviados, convergindo
para o eixo principal ou divergindo dele. Isso depende da forma das lentes e do índice
de refração do meio onde se encontram.
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Nessas figuras, consideramos que as lentes são
de vidro e estão imersas no ar (nvidro > nar), que
é o caso mais comum na prática. Nessas
condições, as lentes de bordos finos são
convergentes e as lentes de bordos grossos sãodivergentes.
Se o índice de refração da lente for menor que
o do meio em que ela está: as de bordas finas
são divergentes; as de bordas grossas,
convergentes.
Tipos de focos
Vamos considerar neste estudo, lentes delgadas e raios de luz dentro das
condições de Gauss. Condições de Gauss: lentes com abertura menor que 10° e raios
incidentes próximos ao eixo principal.
Foco principal objeto F de uma lente é o ponto do eixo principal ao qual ela conjuga
raios emergentes paralelos ao eixo principal. Isto é, uma imagem imprópria.
Foco principal imagem F’ de uma lente é o ponto do eixo principal que ela conjuga a
raios incidentes paralelos ao eixo principal, isto é, a um objeto impróprio.
Observe que os focos principais são reais na lente convergente, isto é, definidos
pelo cruzamento efetivo de raios luminosos e virtuais na lente divergente, pois
definidos pelo prolongamento do cruzamento dos raios.
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Raios notáveis
Todo raio que incide paralelamente ao eixo principal emerge numa direção que
passa pelo foco imagem.
Todo raio que incide sob o foco objeto emerge paralelo ao eixo principal.
Todo raio que incide no centro óptico atravessa a lente sem sofrer desvio.
Construção de imagens
1º Exemplo – O objeto AB da figura encontra-se em frente a uma lente convergente
cujos focos, estão localizados em F e F’. A distância do objeto à lente é maior do que o
dobro de sua distância focal.
Traçamos, a partir do ponto A, os dois raios principais. Os raios refratados se
encontram em A’, onde se forma a imagem A’B’ real, invertida e menor que o objeto.
2º Exemplo – Considere o objeto AB em qualquer posição diante de uma lente
divergente, como na figura.
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Nesse caso, observe que os raios refratados não se cruzam. Seus
prolongamentos cortam-se no ponto A’, onde o observador verá a imagem A’B’ virtual,
direita e menor que o objeto. Numa lente divergente, a imagem terá sempre essas
características.
Determinação analítica da imagem
As equações que utilizaremos para a determinação da posição e tamanho da
imagem são análogas às utilizadas no estudo de espelhos esféricos.
Equação de Gauss Equação do Aumento Linear Transversal
1 1 1
f p p'= +
i p 'A o p= = −
F => distância focal;
p => posição do objeto;
p’=> posição da imagem;
A=> aumento linear transversal;
o => altura do objeto;
i => altura da imagem;
Convenções de sinais
Objeto Real => p > 0 Virtual => p < 0Imagem Real => p’ > 0 Virtual => p´< 0
Lente Convergente => R > 0 e f > 0 Divergente => R < 0 e f < 0
Altura da Imagem: o > 0 Direita => i > 0 Invertida => i < 0
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Exercício Resolvido: (UESP) Sabe-se que a imagem de um objeto real, formada por
uma lente delgada, é três vezes maior que o objeto e forma-se a 120 cm da lente.
Nessas circunstâncias qual é a distância focal da lente?
Solução: Pela equação do aumento linear transversal, na qual temos que i é altura daimagem e o a altura do objeto, além disso, p é a distância do objeto à lente e p’ é a
distância da imagem à lente:
i p 'A
o p= = −
Verifica-se que sendo a imagem invertida, então o aumento é A = - 3, então:
A = - p’ / p - 3 = - 120 / p
p = 120 / 3 = 40 cm
Da equação de Gauss, 1/f = 1/p + 1/p’ 1/f = 1/40 + 1/120
1/f = 3 + 1 / 120 1/f = 4/120 f = 120 / 4 f = 30 cm
Vergência (ou convergência) de uma lente
Verifica-se que quanto menor a distância focal de uma lente, mais ela converge
ou diverge um feixe de luz. Essa “potência” da lente de convergir ou divergir a luz é
caracterizada por uma grandeza denominada vergência que é comumente chamada de
grau dos óculos. A vergência V de uma lente de distância focal f é definida como:
1V
f=
Se f é medido em metros (m), a unidade de V é m-1, que recebe o nome de dioptria (di)
(no popular grau dos óculos).
1 di = 1 m-1
MICROSCÓPIO COMPOSTO
É um instrumento de observação constituído essencialmente por um tubo,
tendo em cada extremidade uma lente convergente. Trata-se de uma associação de
duas lentes separadas de uma distância d. A lente próxima do objeto é denominada de
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objetiva (distância focal da ordem de milímetros); e a outra, onde fica o globo ocular
do observador, é denominada ocular (distância focal da ordem de centímetros).
A objetiva fornece uma imagem (i1) real, invertida e maior que o objeto. Essa
imagem é o objeto real para a ocular, que funciona como lupa e, portanto, fornecepara o observador uma imagem final (i2) virtual, invertida e maior em relação ao
objeto. Concluindo, o microscópio composto fornece uma imagem final duplamente
ampliada, o que permite uma ótima observação de objetos de pequenas dimensões.
O aumento linear transversal (A) do microscópio composto é dado peloproduto dos aumentos lineares transversais da objetiva (Aob.) e da ocular (Aoc.).
ocular objetiva A A A .=
Em resumo, a ocular atua como uma lupa, ampliando a imagem fornecida pela
objetiva, que já era ampliada em relação ao objeto.
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Apêndice: Fórmula dos fabricantes de lentes
A distância focal f de uma lente (e sua vergência V) pode ser determinada a
partir dos índices de refração dos meios e dos raios de curvatura de suas faces, a partir
da denominada fórmula dos fabricantes de lentes, proposta pelo astrônomo inglêsEdmond Halley:
+
−=
2
111
1
11
2
R Rn
n
f
Na fórmula acima n2 é o índice de refração da lente n1 é o índice de refração do
meio que a envolve. Para os raios de curvatura R1 e R2, deve-se usar a seguinte
convenção de sinais:
Face convexa => raio positivo Face côncava => raio negativo
Quando uma das faces da lente é plana, seu raio pode ser considerado
infinitamente grande, e fórmula anterior se torna:
Rn
n
f
11
1
1
2
−=
Onde R é o raio da face curva.
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5. Referências
LUZ, A.M.R., ALVARENGA, B.A., Curso de Física, volume 2, São Paulo: Scipione, 2006.
GREF (Grupo de Reelaboração do Ensino de Física). Mecânica. 2a edição revista e
ampliada: 2006/2008 (IF-USP e CENP).
Internet: http://cenp.edunet.sp.gov.br/fisica/gref/