Livro eBook o Prazer de Deus Em Seu Filho
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O Prazer De Deus em Seu FilhoA divindade de Cristo
Baseado em sermo do pastor batista John Piper, do ministrio Desiring God
(http://www.desiringgod.com); Traduzido, revisado e editado por Beatriz Rustiguel da
Silva.
*
Capa: Beatriz Rustiguel da Silva
Diagramao: Beatriz Rustiguel da Silva
*
TODOS os direitos reservados. Permitida a reproduo deste material de forma
gratuita, sem modificaes e citando o blog Hermeneutica Particular
(http://www.hermeneuticaparticular.com).
*
Contatos:
http://www.hermeneuticaparticular.com
@Hermeneutica_P
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O Prazer De Deus em Seu Filho
Este o meu Filho amado de quem me
agrado. (Mateus 17:5)
Ver Tornar-se
Quando se trata do entendimento de o que deve acontecer no ato da pregao, eu sou
guiado por vrios textos bblicos, especialmente 2 Corntios 3:18:
E todos ns, que com a face descoberta
contemplamos a glria do Senhor, segundo a sua
imagem estamos sendo transformados com glria
cada vez maior, a qual vem do Senhor, que o
Esprito.
Eu acredito que este texto nos ensina que uma das maneiras em que somos
transformados progressivamente semelhana de Cristo olhando para sua glria.
Todos ns, que com a face descoberta contemplamos a glria do Senhor, segundo a
sua imagem estamos sendo transformados. A maneira de tornar-se mais e mais como
o Senhor fixar seu olhar em sua glria e mant-lo em foco.
Ns cantarolamos a msica que escutamos. Ns falamos como os nossos amigos.
Ns pegamos as manias dos nossos pais. E ns, naturalmente, tendemos a imitar
aqueles que mais admiramos. E do mesmo jeito com Deus. Se ns fixarmos nossa
ateno nele e mativermos sua glria em foco, ns seremos transformados de glria
em glria, sua semelhana. Se os adolescentes tendem a usar o mesmo penteado
que os artistas que eles admiram, do mesmo modo Cristos tendero a formar seu
carter como o Deus que eles admiram. Nesse processo espiritual ver no apenas
crer; ver tornar-se.
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A Pregao Como a Revelao da Glria de Deus
A lio que eu tiro disso para a pregao que em grande parte ela deve ser a
revelao da glria de Deus, porque o objetivo da pregao transformar as pessoas
selhana de Cristo. Eu acho que isto bate com a viso de Paulo sobre a pregao
porque apenas quatro versculos depois, em 2 Corntios 4:4, ele descreve o contedo
de sua pregao como a luz do evangelho da glria de Cristo, que a imagem de
Deus. E logo depois, no versculo 6, ele o descreve um pouco diferente como a
iluminao do conhecimento da glria de Deus na face de Cristo.
Ento, de acordo com Paulo, a pregao um meio de se iluminar coraes
obscurecidos de homens e mulheres.
No versculo 4 a luz chamada de luz do evangelho, e no versculo 6 a luz
chamada de luz do conhecimento.
No versculo 4 o evangelho o evangelho da glria de Cristo, e no versculo 6 o
conhecimento o conhecimento da glria de Deus. Portanto, nos dois versculos a luz
transmitida para dentro do corao a luz da glria a glria de Cristo e a glria de
Deus.
Mas estas no so realmente duas glrias diferentes. No versculo 4 Paulo diz que a
glria de Cristo, que a imagem de Deus. E no versculo 6 ele diz que a glria Deus
est na face de Cristo. Portanto a luz transmitida na pregao a luz da glria, e
pode-se referir a esta glria como a glria de Cristo que a imagem de Deus, ou a
glria de Deus perfeitamente refletida em Cristo.
A pregao a revelao ou a demonstrao ou a exibio da glria divina ao corao
de homens e mulheres ( 4:4-6), de maneira que pela contemplao desta glria eles
sejam transformados semelhana do Senhor com glria cada vez maior (3:18).
Conhecimento Pela Prpria Experincia
Esta no uma construo artificial ou meramente intelectual. Ela precisamente o
que eu conheo como verdade por minha prpria experincia (como muitos de vocstambm sabem!): Ver Deus como ele realmente tem se provado, vez aps vez, uma
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fora poderosa e constrangedora motivando-me em minha busca por santidade e
alegria nele.
Voc e eu sabemos por experincia prpria que o conflito principal na alma humana
entre duas glrias a glria do mundo e todos os breves prazeres que ele pode
oferecer, contra a glria de Deus e todos os prazeres eternos que ela pode oferecer.
Estas duas glrias competem pela fidelidade, admirao e deleite dos nossos
coraes. E o papel da pregao demonstrar, descrever, retratar e exibir a glria de
Deus de um modo que sua excelncia e valor superiores brilhem no seu corao para
que voc seja transformado com glria cada vez maior.
O Desafio Perante o Pregador
Isso significa que como um pregador eu sou, continuamente, confrontado com a
questo: Como eu posso retratar da melhor maneira a glria de Deus de modo que o
mximo de pessoas a ver e ser transformado por ela? Enquanto eu me fazia esta
pergunta no retiro, duas semanas atrs, uma nova resposta veio minha mente.
Eu estava lendo novamente parte de A vida de Deus na alma do homem (The Life of
God in the Soul of Man) de Henry Scougal. Ele fez esse intrigante comentrio: O valor
e a excelncia de uma alma devem ser medidos pelo objeto do seu amor (p. 62).
Aquilo me bateu como uma grande verdade. E me veio o pensamento que se
verdade para o homem, como Scougal sugeriu, certamente tambm verdade para
Deus: O valor e excelncia da alma de DEUS deve ser medido pelo objeto de seu
amor.
Eu ento procurei nas Escrituras por vrios dias todos os lugares que nos dizem o que
que Deus ama, em que ele se alegra, se deleita, se agrada e se regozija. Oresultado um plano para pregar 13 messagens entituladas Os prazeres de Deus.
Ento minha orao, e eu espero que voc a far sua orao, que ao ver os objetos
do prazer de Deus ns veremos a excelncia e o valor de sua alma; e ao vermos sua
glria ns seremos transformados com glria cada vez maior sua semelhana; e ao
sermos transformados sua semelhana ns confrontaremos essa cidade, e os povos
inalcanados da Terra, com um testemunho vivo de um Salvador grande e
irresistivelmente atraente. Que o Senhor se agrade em nos mandar um grande
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reavivamento de amor, santidade e poder enquanto ns olhamos para ele e oramos
seriamente durante as prximas 13 semanas.
Exposio
Para retratar o valor da alma de Deus no objeto do seu amor ns devemos comear
do incio. A primeira e mais fundamental coisa que podemos dizer sobre os prazeres
de Deus que ele tem prazer em seu Filho. Eu vou tentar desenrolar esta verdade em
5 afirmaes.
1. Deus tem prazer em seu Filho.
Em Mateus 17 Jesus leva Pedro, Tiago e Joo a uma montanha. Quando eles esto
sozinhos algo completamente surpreendente acontece. De repente Deus d a Jesus
uma aparncia de glria. Versculo 2: Sua face brilhou como o sol, e suas roupas se
tornaram brancas como a luz. Depois, no versculo 5 uma nuvem resplandecente os
envolve e Deus fala da nuvem: Este o meu Filho amado de quem me agrado.
Ouam-no!
Primeiro, Deus d aos discpulos um breve lampejo da verdadeira glria celestial de
Jesus. Isto o que Pedro diz em 2 Pedro 1:17 [Cristo] recebeu honra e glria da
parte de Deus Pai. Da Deus revela seu corao pelo Filho e diz duas coisas: Eu
amo meu Filho (Este o meu Filho amado) e eu tenho prazer em meu filho (de
quem me agrado).
Ele diz isso em uma outra ocasio: no batismo de Jesus, quando o Esprito Santo
desce e unge Jesus para o seu ministrio, significando o amor e o apoio do Pai Este
o meu Filho amado de quem me agrado.
E no evangelho de Joo, Jesus fala vrias vezes sobre o amor do Pai por ele: por
exemplo, Joo 3:35, O Pai ama o Filho e entregou tudo em suas mos. Joo 5:20, O
Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que faz.
(Veja tambm Mateus 12:18 onde Mateus cita Isaas 42:1 em referncia a Jesus: Eis
o meu servo, a quem escolhi, o meu amado, em quem tenho prazer. A palavra
hebraica traduzida como tenho prazer ratsah, e significa deileitar-se.)
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Ento nossa primeira afirmao que Deus Pai ama seu Filho, no com auto-
negao, misericrdia sacrificial, mas com o amor de deleite e prazer. Ele se agrada
de seu Filho. Sua alma deleita-se no Filho. Quando ele olha para seu Filho ele gosta,
trata com carinho, admira, estima e aprecia o que v.
2. Filho de Deus totalmente divino.
Esta verdade vai nos livrar de cometermos um erro sobre a primeira. Voc deve
concordar com a afirmao de que Deus tem prazer em seu Filho mas talvez cometa o
erro de pensar que o Filho , meramente, um homem extraordinariamente santo que o
Pai adotou como Filho porque deleitava-se muito nele.
Mas Colossenses 2:9 nos d uma perspectiva muito diferente das coisas. Em Cristo
habita corporalmente toda a plenitude da divindade. O Filho de Deus no
meramente um homem escolhido. Ele tem a plenitude da divindade nele.
E Colossenses 1:19 relaciona isso com o prazer de Deus: Toda a plenitude [da
divindade] agradou-se em habitar nele. Ou voc poderia dizer (com a NVI), Foi do
agrado de Deus que nele habitasse toda a [sua] plenitude. Em outras palavras, Deus
teve prazer em fazer isso. Deus no olhou para o mundo a fim de achar um homem
que se qualificaria para seu deleite para da adot-lo como seu Filho. Ao contrrio, o
prprio Deus tomou a iniciativa de colocar sua plenitude em um homem no ato da
incarnao. Ou ns poderamos dizer que ele tomou a iniciativa de cobrir a plenitude
de sua prpria divindade com a natureza humana. E Colossenses 1:19 diz que foi do
seu agrado faz-lo. Foi o seu prazer e deleite.
Ns podemos tender a dizer que Deus no encontrou um Filho que o agradasse, mas
ele fez um Filho que o agradasse. Mas isto tambm induziria a um erro porque estaplenitude da divindade, que agora habita corporalmente (Colossenses 2:9) em Jesus,
j existia de forma pessoal antes que ele tomasse a naturaza humana em Jesus. Isto
nos leva adiante na Divindade e afirmao 3.
3. O Filho em que Deus se deleita a imagem eterna e reflexo de Deus e , por
conseguinte, o prprio Deus.
Aqui em Colossenses 1:15 Paulo diz,
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Ele a imagem do Deus invisvel, o primognito de
toda a criao [isto , aquele que tem a posio
exaltada de Filiao divina sobre toda a criao,
como mostra a prxima frase], pois nele foram
criadas todas as coisas nos cus e na terra.
O Filho a imagem do Pai. O que isto significa? Antes de dizermos, vamos considerer
outras designaes similares.
Hebreus 1:3 diz do Filho,
O Filho o resplendor da glria de Deus e a
expresso exata do seu ser, sustentando todas as;
coisas por sua palavra poderosa.
Em Filipenses 2:6 Paulo diz,
Embora sendo Deus (ou embora existindo na forma
de Deus), no considerou que o ser igual a Deus
era algo a que devia apegar-se; mas esvaziou-se a
si mesmo, vindo a ser servo.
Ento, o Filho em quem Deus se deleita sua prpria imagem; o resplendor da sua
prpria glria; a expresso exata do seu ser; existe na forma de Deus; e igual a
Deus. Logo, ns no devemos ficar surpresos quando o apstolo Joo, em Joo 1:1,
diz:
No princpio era aquele que a Palavra. Ele estava
com Deus, e era Deus.
Seria um grande erro dizer que o Filho de quem Deus se agrada foi feito ou criado naincarnao ou em qualquer tempo. No princpio era aquele que a Palavra. Ele
estava com Deus, e era Deus. Pelo mesmo tempo em que existe Deus, tem existido a
Palavra de Deus, o Filho de Deus, que tomou a natureza humana em Jesus Cristo.
Agora ns podemos ter uma melhor idia de o que a Bblia quer dizer quando o chama
de a imagem ou resplendor ou expresso exata ou forma de Deus que igual a Deus.
Por toda a eternidade at hoje a nica realidade que sempre existiu Deus. Isto umgrande mistrio, porque muito difcil para ns pensarmos em Deus no tendo uma
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origem, apenas estando l para todo o sempre sem nada ou ningum tendo feito com
que ele l estivesse uma realidade absoluta qual cada um de ns deve ajustar-se,
goste ou no.
A Bblia ensina que esse Deus eterno tem tido por todo o sempre:
uma imagem perfeita de si mesmo;
uma reflexo perfeita de sua essncia;
um perfeito estigma ou impresso de sua natureza;
uma perfeita forma ou expresso da sua glria.
Ns estamos no limite do inefvel aqui, mas talvez ns possamos ousar dizer a
seguinte grandeza: Deus tem, por todo o sempre, sendo Deus, tido consincia de si
mesmo, e a imagem que ele tem de si mesmo to perfeita e to completa e
abundante assim como a reproduo (criao) viva e pessoal dele mesmo. E esta
imagem ou reflexo ou forma viva e pessoal de Deus Deus, a saber, Deus Filho. E,
logo, Deus Filho co-eterno com Deus Pai e igual em essncia e glria.
4. O Prazer de Deus em seu Filho prazer em si mesmo.
Sendo o Filho a imagem de Deus e o resplendor de Deus e a expresso exata de
Deus e a forma de Deus, igual a Deus e, de fato, sendo Deus, logo, o deleite de Deus
no Filho deleite em si mesmo. Logo, a alegria fundamental, mais profunda, primria
e original de Deus a alegria que ele tem em suas prprias perfeies conforme ele
as v refletidas em seu Filho. Ele ama o Filho e se deleita no Filho e se alegra no Filho
porque o Filho o prprio Deus.
A princpio isso soa como vaidade e passa o sentimento de convencimento e
presuno e egosmo, porque isto o que seria se algum de ns encontrasse suamaior e mais profunda alegria olhando-se no espelho. Seriamos vaidosos,
convencidos, presunosos e egostas.
Mas por qu? Porque ns fomos criados para algo infinitamente melhor e mais nobre e
maior e mais profundo que auto-contemplao. O qu? A contemplao e o gozo de
Deus! Qualquer coisa a menos que isso seria idolatria. Deus o mais glorioso de
todos os seres. No am-lo e deleitar-se nele um grande insulto ao seu valor.
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Mas o mesmo verdade para Deus. Como poderia Deus no insultar o que
infinitamente belo e glorioso? Como poderia Deus no cometer idolatria? H somente
uma resposta possvel: Deus deve amar e deleitar-se em sua prpria beleza e
perfeio acima de todas as coisas. Ns fazermos isso em frente ao espelho a
essncia da vaidade. Deus fazer isso em frente ao seu Filho a essncia da retido.
No a essncia da retido ser movido por um delite perfeito no que perfeitamente
glorioso? E no o oposto da retido quando ns colocamos nossas maiores afeies
nas coisas de menor ou nenhum valor?
E ento, a retido de Deus o infinito zelo e alegria e prazer que ele tem em seu
prprio valor e glria. E se ele, em algum momento, agisse contra essa eterna paixo
por suas prprias perfeies, ele seria inquo. Ele seria um idlatra.
Nisso est o maior obstculo para nossa salvao: pois como poderia esse Deus justo
colocar suas afeies em pecadores como ns? Mas nisso tambm est o fundamento
da nossa salvao, pois precisamente a infinita estima que o Pai tem pelo Filho que
faz possvel para mim, um pecador perverso, ser amado e aceito no Filho; porque em
sua morte ele restaurou todo o insulto e dano que eu causei glria de Deus pelo meu
pecado.
Ns veremos isso vez aps vez nas semanas seguintes como o prazer infinito do Pai
em suas prprias perfeies a fonte de nossa redeno e esperana e eterna
alegria. Hoje apenas o comeo.
Eu encerro com a quinta afirmao e aplicao final. Se Scougal est certo que o
valor e a excelncia de uma alma devem ser medidos pelo objeto ( e eu acrescentaria,
pela intensidade) do seu amor ento...
5. Deus o mais excelente e digno entre todos os seres.
Por qu? Porque ele tem amado seu Filho, a imagem de sua prpria glria, com
energia infinita e perfeita, por toda a eternidade. Quo gloriosos e felizes tm sido o
Pai, o Filho e o Esprito Santo, juntos, por toda a eternidade!
Que ns reverenciemos este grande Deus! E que ns abandonemos todos osressentimentos insignificantes, todos os prazeres efmeros e buscas vazias da vida, e
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participemos do contentamento que Deus tem na imagem de suas prprias perfeies
seu Filho. Oremos:
Deus justo, infinito e eterno, ns confessamos que temos, freqentemente, o
diminudo e exaltado ns mesmos ao centro das nossas afeies, onde somente voc
pertence na imagem de seu Filho. Ns arrependemos e deixamos nossa presuno e ,
alegremente, reverenciamos sua felicidade eterna e auto-suficiente na unio da
Trindade. E nossa orao, nas palavras de seu Filho (Joo 17:26), que o amor com
que voc o amou esteja em ns, e ele esteja em ns, para que participemos dessa
relao de alegria e desse oceano de amor para todo o sempre. Amm.