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2 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

O ano de 2012 já se tor-nou realidade e se aproximacada vez mais o nosso XIXEncontro Nacional a reali-zar-se nos dias 27/06 a 01/07/ numa das capitais maisbelas do Nordeste, Fortale-za, cidade da jovem dos lá-bios de mel Iracema e dogrande escritor literário Joséde Alencar. Além de uma ri-queza cultural considerável,nossa cidade possui lindaspraias, belos coqueiros euma gente acolhedora e decoração caloroso.

Aproveito o momentopara convidá-los para quefaçam suas inscrições parao Encontro e para a hospe-dagem no SESC (2 fichas),pois já temos mais de 80 pes-soas inscritas, tanto do Bra-sil, como de países vizinhos.

Lembro ainda que o En-contro não será exclusiva-mente de responsabilidade

EDITORIAL

Sim, amigos e amigas,adentramos mais um ano,2012.

Que Deus nos abençoee nos acompanhe em todosos dias deste novo ano!

Será ano mui significa-tivo para nós padres emestado leigo e para nossosmuitos amigos e amigas doBrasil e do Exterior, devidoao XIX Encontro do MFPC,a se realizar em FortalezaCE, nos próximos dias 27/06 a 01/07.

Contamos com a pre-sença e participação demuitos e muitas.

As inscrições continu-am abertas, com hospeda-gem no SESC de Fortalezaaté 30/04.

Depois disso, só em ou-tros hotéis, mais distantes.

Detalhes para preencheras 2 fichas de inscrição (aoSESC e à Associação Ru-mos) constam em nosso sitewww.padrescasados.org oucom os secretários do En-contro, Carlos e Rosa, atra-vés de seu [email protected](eles resolvem tudo...).

A Diretoria comunicacom alegria que está atingin-do uma centena de inscri-ções, a maioria delas com 2pessoas (casais).

Com a proximidade daQuaresma e da Páscoa va-mos nos associar ao projetosalvífico de nosso Senhor eSalvador Jesus Cristo, com-partilhando em nossas vidase em nossas famílias as do-res de sua Paixão e as alegri-as de sua Ressurreiçãol!

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Diretoria Executiva da Associação Rumos:biênio 2010/2012

Presidente: José Edson da SilvaVice-Presidente: Maria Lucia de Moura1º. Secretário: Enoch Brasil de Matos Neto2º. Secretário: Maria de Fátima Lima Brasil1º. Tesoureiro: José Colaço Martins Dourado2º. Tesoureiro: Maria do Socorro Santos Martins

Organismos de Apoio da AR e Conselho Gestordo Movimento de Padres Casados e suas Famílias:

Presidente da AR - José Edson da SilvaCoordenador do Encontro XIX Encontro Nacio-nal do MFPC - o mesmoModerador do e-grupo padrescasadosJoão Correia TavaresCoordenador do site www.padrescasados.orgEnoch BrasilRepresentante internacionalArmando HolocheskiCoordenador da comissão de teologiaFrancisco Salatiel A. BarbosaCoordenador da Assessoria JurídicaFrancisco Muniz de MedeirosObs. - As respectivas esposas estão incluídas nasfunções acima.Diagramação Rodrigo Maierhofer Macedo

O JORNAL RUMOS é uma publicação bimes-tral da Associação Rumos/Movimento das Famíli-as dos Padres Casados do Brasil (MFPC). A Asso-ciação Rumos é uma sociedade civil de direito pri-vado, de âmbito nacional, com finalidades assis-tenciais, filantrópicas, culturais e educacionais,sem fins lucrativos.

Conselho Fiscal da AR: Joarez Virgolino Aires e Ausilia Moraes Aires (PR), Luís Guerreiro Pinto Cacais e Irene Ortlieb GuerreiroCacais (DF) e Fernando Spagnolo e Telma Araujo de Oliveira Spagnolo (DF).JORNAL RUMOS:Coordenador do Conselho Editorial do Jornal Rumos: Gilberto Luiz GonzagaJornalista Responsável: Mauro Queiroz (MTb 15025)Correspondência: artigos, comunicações, artigos, sugestões e críticas devem ser dirigidos para o e-mail: [email protected] deGilberto Luiz Gonzaga, Porto Belo SC, fone 47-33694672Os textos assinados não representam necessariamente a opinião do jornal e são de inteira responsabilidade de seus autores.Assinatura anual:Assinatura anual: R$ 35,00 (trinta e cinco reais)Pagamento pelo BANCO ITAÚ AGÊNCIA: 4453 Nº DA CONTA: 07294-6 OUBANCO DO BRASIL AGÊNCIA 2850-9 CONTA Nº 1025-1Comunique imediatamente ao nosso tesoureiro José Colaço Martins Dourado por e-mail ([email protected]), por carta (José ColaçoMartins Dourado Rua Mário Mamede, 1209 - Aptº 602 - Bairro de Fátima CEP: 60415-000 Fortaleza-CE) ou telefone (85-8899-9287)Associação Rumos:Anuidade de sócio - R$ 120,00 (Cento e Vinte Reais) com direito a assinatura do jornal RumosContribuição para um fundo de ajuda mútua - a partir de R$ 1,00 por mês;Pague sua anuidade exclusivamente através de depósito bancário noBANCO ITAÚ AGÊNCIA: 4453 Nº DA CONTA: 07294-6Remeta cópia do comprovante para José Colaço Martins Dourado por e-mail ([email protected]), por carta (José Colaço MartinsDourado Rua Mário Mamede, 1209 - Aptº 602 - Bairro de Fátima CEP: 60415-000 Fortaleza-CE) ou telefone (85-3334-1876)

Carta do Presidente aos leitores

da diretoria do Movimentodas Famílias de Fortaleza,mas todos nós seremos res-ponsáveis por tudo que forrealizado.

Nesta perspectiva suaparticipação torna-se desuma importância e por issopeço que tragam suas expe-riências pastorais, suas pro-duções literárias, seus sorri-sos, para que vivamos defato um "Encontrão" de ir-mãos e irmãs.

Salientamos que todosos filhos dos nossos irmãose cunhadas são bem vindos;nossos filhos cearenses es-tarão de braços abertos paraacompanhá-los no que fornecessário.

Aproveito o momentopara agradecer aos nossossecretários Carlos e Rosapela agilidade e envolvimen-to fantástico.

E pelo apoio logístico

dos nossos baluartes Gil-berto e João Tavares na di-vulgação, na preocupaçãoem facilitar as fichas de ins-crições do Encontro e noacolhimento a nossos co-legas internacionais.

A todas as comissõesdo Movimento em Fortale-za quero dizer: muito obri-gado e que Deus nos ilu-mine e nos proporcionesaúde para que tudo con-corra na mais perfeita paz!!!

Grande abraço!José Edson da Silva

[email protected]

Caríssimos (as),saúde e paz!

Eis a razão da capa denosso jornal RUMOS, emsua 224ª edição, agregan-do estes 2 acontecimentosque se aproximam: a Pás-coa e o XIX Encontro Na-cional do NFPC.

Desejo a todos(as) umaboa leitura e aguardo suasapreciações construtivas.

Gilberto - [email protected]

Amigos e amigas

Vamos nos preparando, desde já,para participarmos do XIX EncontroNacional do MFPC/AR, em FortalezaCE, ano 2012, dias 27/06 a 01/07!!!

Suas presenças serão importantes!!!

O padre casado Dalcides lançou, dia 3 de fevereiro, duas novas obras:LIVRO "Meus pensamentos", coletânea de pensamentos cujo objetivo é des-pertar nas pessoas um novo modo de viver a vida.

CD "A mensagem do Dalcides", 20 reflexões sobre relacionamentos, edu-cação dos filhos, sucesso profissional, espiritualidade, busca da felicidade,superação de conflitos, perdão, escolhas e descoberta pessoal.

Edições [email protected]

LIVRO E CD DE DALCIDES BISCALQUIN

Jornal RUMOS e Associação Rumos - AR

Cupom de assinatura ou renovação 2012

( ) 35,00 - só o Jornal Rumos( ) 120,00 - sócio da AR + jornal Rumos( ) 132,00 - idem + apoio a colegas necessitados

Envie, por correio registrado, o cupom preenchido, com o cheque nomi-nal ao tesoureiro José Colaço Martins Dourado.

No endereço: José Colaço Martins DouradoR. Mário Mamede 1209 Apt. 602Bairro de Fátima60415-000 Fortaleza CE

OU: pague através de remessa bancária, conforme consta no Jornal Ru-mos, página 2, embaixo, Expediente.

Banco do Brasil Ag. 2850-9 Conta 1025-1OU: Itaú Ag. 4453 Conta 07294-6Mande comprovante ao tesoureiro, e-mail [email protected] ou fone

85-88999287

Cupom de assinatura ou renovação

Amigo(a), este jornal vem acompanhado do cupom para sua renovação ouprimeira assinatura deste RUMOS, ou melhor, da sua adesão à AssociaçãoRumos - AR, com direito ao recebimento do jornal.

Então você poderá enviar ao tesoureiro o dinheiro de sua opção de 2maneiras:

Ou por carta, incluindo este cupom e seu cheque;Ou pelo Banco do Brasil ou Itaú, conforme instruções em "EXPEDIEN-

TE" na pág. 2.

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Jornal RUMOS

3Jornal RUMOS

PÁGINA DOS LEITORES

Olá, nosso jornal polonês pu-blicou um artigo sobre o padre ho-landês. O mesmo tema apareceu naEspanha. Eu te envio o link, vocêpode usar no Rumos na próximaedição.

Durante meu trabalho comomissionário, muitas vezes vi situa-ções que o pároco e a cozinheiraeram muito mais do que o pastor efuncionárias da paróquia...

Z. BeifusBeifus [email protected]

É uma satisfação que se re-nova todas as vezes que rece-bo a edição de RUMOS. Gosteide todos os artigos. Entretantoum me chamou bastante aten-ção: Padres Casados, forcemMudanças. Sugiro que vocês(padres casados) reflitam, comcarinho, sobre a proposta queo articulista faz do COMO prin-cipiar as mudanças.

Salvo melhor juízo, torna-se ne-cessário a Associação de vocês iralém do processo de conscientiza-ção que exercitam, e o fazem muitobem, até porque esse processo li-mita-se a um número muito restritode pessoas.É preciso que vocês sevoltem para fora do âmbito de vo-cês.

Por amor a Jesus Cristo, nãopermitam que o Movimento de vo-cês venha a se constituir numaIgreja SENTADA, em que se deba-te, reflete e nada acontece.

Desculpa por me imiscuir emassunto que não me diz respeito.

João Carlos Souza [email protected]

Gil aberto, querido amigo, gos-to de tudo no jornal.

Peço, apenas, que tenha umaespaço para os que estão "solitos"encontrarem um correspondente.

Resposta do editor Giba: Cla-risse, envie-me a solicitação e eu apublico.

Clarisse [email protected]

Amigo Sr. Gilberto. Já vi o NovoJornal Rumos. Parabéns pela boni-ta apresentação que motiva a qual-quer leitor. Os artigos estão muitobons e como sempre, em caráter in-formativo e instrutivo.

O texto referente ao pequeno

grupo de Manaus servirá de incen-tivo aos outros padres casados queainda não se uniram ao nosso gru-po. No próximo dia 10 faremos onosso encontro, já nos confrater-nizando com o espírito natalino. Ogrupo é pequeno, mas a vontadede servir e atuar como verdadei-ros anunciadores da Palavra deDeus é muito grande. Desejam iraté onde não chegam os padresna ativa que são poucos para gran-de rebanho.

É uma pena que a hierarquiada Igreja Católica ainda não foidespertada a valorizar e reconhe-cer os grandes valores dos pa-dres casados! Eu acredito queainda chegará esse grande dia,pois eu aprendi na catequese eno curso de Teologia QUE AIGREJA É ASSISTIDA E GUIA-DA PELO ESPÍRITO SANTO. E,sendo por ELE, QUE É AMOR,breve suscitará na Igreja umagrande REVELAÇÃO.

Raimunda [email protected]

Amigo Gilberto, tenho admi-rado muito o seu bom trabalhojornalístico e de conteúdo. Ojornal está muito bem feito - dis-posição da matéria, temas, va-lor da maioria dos artigos, fo-tos, etc.

Parabéns, valeu a pena desen-volver a sua vocação jornalística.

Padre José [email protected]

Obrigado, caro Gilberto!Um abraço desde Portugal,

Fernando Félixfraternitasmovimento.blogspot.com

EXCELENTE, COMO SEM-PRE!

Antônio Mesquita Galvã[email protected]

Obrigado pelos jornais quevocê tem enviado. Todo ele é re-pleto de boas notícias, informa-ções, piadas e comentários.

Gostei muito da "Mensagem deum Idoso". Vou ler para meu grupoda Melhor Idade que se chama"Grupo de Convivência Vida Nova.Abraço a todos.

BrancoPU2LQR

Muito agradecido!Tenho usado o RUMOS nas

aulas de Pastoral da Comunicação,como um exemplo de ótimo jornalem PDF

[email protected]

Gil, parabéns! Que trabalheira!!!Temas muito sugestivos.

Vou esperar o meu jornal im-presso.

Pe. Júlio [email protected]

Prezado Gilberto: Meu efusi-vo aplauso ao sucesso de suaequipe no sentido de manter umjornal que prima pela qualidadedos textos, da diagramação e dasfotos. Ele se supera a cada nú-mero. Em especial, louvo a inici-ativa de juntar o e-mail e a fotode cada autor.

A essa dinâmica equipe, meusvotos de feliz Natal e Ano novo.

Oswaldo [email protected]

Giba, muito obrigado pelo tra-balho bem feito. Gostei.

Sergio Bernardoni, [email protected]

Li, sim, o Jornal. Gostei bastan-te. É lindo.

Dagmar [email protected]

Li e gostei do Rumos 223. Obri-gado e abraços.

Manoel [email protected]

O n° 223 está de fato muito rico.Está ótimo. Parabéns mais uma vez.

Conforme diz o Rogelio Pon-sard, é bom mesmo ir variando einserindo bons artigos relativosaos problemas que afligem omundo de hoje: política, econo-mia, ecologia, na certeza e no es-forço para que uma outra Igreja,Política, Economia se tornem defato possíveis.

Assim também nos inserire-mos sempre mais nos auspíciosdo Encontro de Buenos Aires,onde admiramos a preocupaçãoe a inserção na discussão e prá-tica político-social dos Padrescasados de língua espanhola,tendo como pano de fundo oConcílio Vaticano II e a DoutrinaSocial da Igreja vazada nas gran-des Encíclicas Sociais, da RerumNovarum de Leão XIII à Cente-simus Annus de João Paulo II.E, em 2009, na Caritas in Verita-te, de Bento XVI.

Se bem que eu acho que, nosnossos três meios de comunicação,nós já estamos no bom rumo. É sócontinuar e ir melhorando.

João [email protected]

Vi com muito agrado o últimojornal Rumos. Imprimi para guar-dar. Está um espanto!

Apreciei demais o discursodo Corcovado do L. Boff e tam-bém outros artigos dele e doHans. Continuem. Vale a pena lertudo, mas alguns são mesmo dese lhe tirar o chapéu. Estão deparabéns

Serafim [email protected]

Estou lendo seu jornal. Comosempre tenho certeza que merecenossos elogios.

isaniluiza [email protected]

Paz e Bem. Obrigado pela opor-tunidade de ler o Jornal Rumos.

Ernani [email protected]

Para todos ustedes también unsaludos de Natividad y que predo-mine el Amor de Dios entre todoslos hombres de buena y mala vo-luntad.

Juan Díaz Parroquín - Mé[email protected]

Quanto ao jornal, tenho dificul-dade de escolher o melhor assun-to, todos são muito bons, umaaula.

Moacyr [email protected]

Quanto a matéria escrita na pá-gina 15 desta edição, "Sugestãoaos Padres Casados", gostaria dedizer que apreciei muito o que foiexposto.

Entretanto, peço que não de-sistam do propósito que o MPCtem. Este movimento pode não terimportância ou interesse para oPapa, bispos e cia. limitada, masvejam o que vocês escreveram nostrês últimos parágrafos... não esta-ria neste grupo de "rejeitados"uma oportunidade para o MPC vi-venciar o amor de Cristo? A per-gunta elaborada no penúltimo pa-rágrafo é, na minha maneira de in-terpretar, a própria resposta ao quefoi questionado...

Façam como o apóstolo Pau-lo: se um grupo de pessoas nãoquer ouvi-los, outros certamen-

te os ouvirão.Inclusive eu! Contem comigo.

Andréa [email protected]

Saudações, Sr. Gilberto.Venho através desta felicitar o

senhor e toda sua equipe, desejan-do a todos um Feliz Ano de 2012,repleto de paz, saúde e harmonia.

Da mesma forma, que o JornalRumos continue com este conteú-do ímpar, sendo sempre um vetorde moralidade, cultura e informa-ção para os leitores.

Parabéns e um feliz ano de 2012.Odna Rezende

(esposa do falecido JoséGlicério Rezende e filho Celso)

Oi Giba, sobre o jornal Rumos:está excelente, em muito boasmãos.

Parabéns. Aplaudo seu labor eo resultado.

Bismarck Frota [email protected]

Sempre recebo com grande ex-pectativa o Jornal Rumos, pois háartigos muito interessantes assi-nados por colaboradores inteli-gentes e atualizados. Você Gilber-to é credor de minha admiração peloexcepcional trabalho de coordena-ção do jornal e também merecedordo minha gratidão por regularmen-te me enviá-lo via on-line. Vou as-sinar esse porta voz credenciadodos padres casados para dar umapequena contribuição à sua difu-são.

Antonio G. [email protected]

Gostei muito do jornal que osenhor me enviou.

Acredito que o celibato deve-ria ser opcional, e que existem mui-tos padres que não se casam, masmaculam a igreja às escondidas, enão são afastados... isso sim é gra-ve!

Padres casados devem, sim,forçar mudanças para que outrosbons padres não tenham que dei-xar de evangelizar e ajudar as pes-soas.

A mensagem de um idoso é sim-plesmente LINDA...

Líria [email protected]

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4 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Este ano de 2012 é con-siderado para a Igre-ja Católica o ano Ju-

bilar, porque se celebra eagradece ao bom Deus os 50anos do início do ConcílioEcumênico Vaticano II, mai-or acontecimento eclesial doséculo XX, com sua aulainaugural, aos 11/10/1962,pelo Papa João XXIII, oPapa da "bondade", ao afir-mar com o coração aberto eesperançoso: "Procuremosapresentar aos homens donosso tempo, íntegra e pura,a verdade de Deus de talmaneira que eles a possamcompreender".

O mesmo teve seu encer-ramento, depois de quatrosessões, no dia 08/12/1965,pelo Papa Paulo VI, com asseguintes palavras: "Paraque celebrar um Concílio?Para despertar, para renovar,para modernizar, para inten-sificar e para dilatar a vidada Igreja. De fato nós obser-vamos, felizmente, e distodamos graças a Deus detodo coração, que toda a Igre-ja está em fermentação".

Precederam e foram im-prescindíveis ao Concílioos movimentos litúrgicos,

Para o arcebispo espanholJavier Martínez, mulherque aborta merece ser es-

tuprada."O aborto voluntário é mais

grave do que os crimes provoca-dos pelo nazismo".

Causou polêmica, neste últimodomingo (31/12/2011), duranteuma missa, ao afirmar que o estu-pro é válido em mulheres que jáfizeram aborto voluntariamente.

Para Martínez, "matar uma cri-ança indefesa, em um ato proferi-do pela própria mãe, dá ao ho-mem a licença absoluta, sem limi-tes, de abusar do corpo destamulher, porque ela trouxe a tragé-dia para a própria vida".

As informações são do jornalargentino Diario Registrado.

O religioso espanhol realiza-va sua homilia no último dia doano e aproveitou para criticar aLei do Aborto, na Espanha.

A lei, aprovada pelo regimesocialista de José Luis Zapatero(2004-2011), aprovada no primei-ro ano do antigo governo, legali-zava o aborto para mulheres comaté 14 semanas de gravidez, oucom até 22, no caso de risco paragestante.

Entretanto,o dispositivo po-derá ser revogado pelo recém-em-

Júlio Bonino, bispo de Tacua-rembó, Uruguai, afirmou queatualmente se vive "uma mu-

tação histórica que afeta notavel-mente a Igreja Católica" e que seexpressa em "uma intensificaçãoda influência da população sobrea Igreja e um enfraquecimento dainfluência da Igreja sobre o povo".

"A Igreja se debilitou de umasociedade poderosa. Está nascen-do um tempo novo da Igreja e dahistória da humanidade", afirmouo religioso ao dar testemunho so-bre o seu papel de bispo duranteuma conferência no salão de hon-ra da Universidade Católica doChile, onde se analisou a influên-cia do Concílio Vaticano II e da te-ologia da libertação.

"Não sabem quanto me dóique os bispos não sejam hojeuma boa notícia. Neste momentoda Igreja católica onde existe tan-to inverno, antes de ela levantaro dedo para julgar tem que pen-sar muito", ressaltou.

Segundo o bispo uruguaio,que participa nas Jornadas Teoló-gicas do Cone Sul e Brasil, em cur-so em Santiago, "está nascendo um

BISPO ESPANHOL, ABORTO E ESTUPROINFLUÊNCIA SOCIALSOBRE A IGREJA

possado governo do PP (PartidoPopular), de tendência conserva-dora e ligado à Igreja Católica.

O arcebispo comparou a medi-da com o regime nazista de AdolfHitler. Para ele, os crimes cometi-dos pelo regime alemão não eramtão repugnantes quanto o ato doaborto.

O aborto na EspanhaEm 2010, ano em que o Minis-

tério da Saúde conduziu o últimosenso nacional do gênero, a Espa-nha registrou um total de poucomais de 100 mil procedimentosabortivos em todo seu território.Desse montante, mais de 46% doscasos envolveram mulheres comidade entre 20 e 29 anos. Apenas4% das pacientes abortaram na-quele ano por conta de gravidezde risco, enquanto que quase 43%tomaram a decisão com base emvontade própria.

Entre 2001 e 2010, o aumentona quantidade de procedimentosabortivos em clínicas autorizadasfoi gradual e constante. Em 10 anos,o crescimento desse número foi deaproximadamente 62%. A preferên-cia massiva das mulheres foi porestabelecimentos privados.

Helinho Gusmao [email protected]

www.operamundi.uol.com.br

tempo novo da igreja e da históriada humanidade".

"Este enfraquecimento do po-der e do prestígio da Igreja tem umacoisa boníssima porque possibili-ta ser e atuar como discípulos emissionários do Carpinteiro deNazaré", concluiu.

Por sua parte, o reitor da Uni-versidade Alberto Hurtado, o jesu-íta Fernando Montes, pediu à Igre-ja para "encontrar uma linguagem

para falar para a sociedade civil nãodesde o poder" indicando que odesafio é ter uma palavra e dialo-gar diante de problemas completa-mente novos em uma sociedadecentrada hoje na competência.

"A Igreja não está neste mun-do para dizer a verdade senão parafalar para a gente", disse o ex-pro-vincial dos jesuítas chilenos, acres-centando que "neste momento decrise se abre uma oportunidade àIgreja para voltar a sonhar".

Em seu testemunho, Montespediu para "repensar o papel daIgreja" e sublinhou o papel da teo-logia da libertação que efetua "umareflexão ligada à ação".

"A teologia da libertação nãofoi uma teologia nascida para teó-logos, mas para fazer crescer a vidados cristãos", ressaltou, para logoreconhecer o papel de seu impul-sor inicial, Gustavo Gutierrez, que,depois de ser criticado na Europa,recebeu o grau de doutor 'honoriscausa' por numerosas faculdadesde teologia deste continente.

Orlando Milesi, jornalista daAgência ANSA

www.adital.org.br

CONCÍLIO VATICANO II - UM MUNDO RENOVADO

bíblicos e ecumênicos, bemcomo a ação católica e o mo-vimento por um mundo me-lhor, deixando profundasmarcas, sem as quais, a pre-paração, o desenrolar e aprópria redação, conseqü-ência de uma bela caminha-da da Igreja, na iniciativa deJoão XXIII, que não sóaprofundou, mas a consoli-dou, tornando-a realidade.

As palavras perdão, mi-

sericórdia e aggiornamentomarcaram profundamente oConcílio, deixando de ladoo rigor e a severidade, numdesejo de renovação e res-tauração da unidade doscristãos, tratando concreta-mente da Igreja como sinal,fermento e presença nomundo, no que confiden-ciou Dom Helder Câmara:"Uma de minhas maioresemoções, em toda minha

vida, foi quando da abertu-ra da primeira sessão doConcílio Vaticano II. Em suaaula inaugural, o Papa JoãoXXIII disse com força:'Aqui estamos para a nossaconversão' e ele mesmo seincluía. Isso significava quenós, cristãos, padres e bis-pos e até o Papa, precisáva-mos voltar às origens docristianismo e a reaprendero Evangelho. A beber nova-

mente da fonte de água davida que é o próprio Deus".

Dom Aloísio Lorschei-der entrou em profunda sin-tonia com espírito do Con-cílio Vaticano II. Dele foipadre conciliar, procurandocontribuir com todo seu ri-gor e sua sabedoria de teó-logo e depois, seu extraor-dinário esforço de colocarem prática as resoluções domesmo, vivendo com gran-de coerência a transiçãodessa grande novidade paraa Igreja, a partir de Mede-llín (1968), Puebla (1979),Santo Domingo (1992) e aConferência de Aparecida(2007) em toda sua plenitu-de, em união e amizade como Salvador da humanidade:"O Cristo tomou sobre sinossas dores, carregou emseu corpo as nossas enfer-midades" (MT 8, 17).

Sobre o mesmo Concílioele se pronunciou: "A inser-ção no mundo não é paradominá-lo, mas para servi-lo.O que nos aproxima do mun-do não é a busca de privilé-gios ou poder, mas o zeloapostólico que deseja ver atodos saudáveis no corpo ena alma. Trata-se de esque-

cer a si mesmo para tornarfelizes os outros". PadreManfredo Oliveira foi quemmelhor falou de Dom Aloí-sio, dentro do espírito doVaticano II, ao afirmar: "DomAloísio, com muita ternura,mas com firmeza do profeta,levantou sua voz em nomede Deus para denunciar asinjustiças gritantes, presen-tes na sociedade cearense,frente a uma sociedade quetendo se acostumado com amiséria como algo natural, setornava insensível aos sofri-mentos humanos".

Por isso mesmo é tarefanossa caminhar na direçãodo Salvador da humanidade,encarnado e manifestado aomundo como luz a iluminaras pessoas que alimentam namente e no coração o sonhoda justiça e a paz. João XXIII,extraordinária figura huma-na, iniciou o Concílio cheiode coragem, fé e esperan-ça. Cabe a nós prosseguircom esse mesmo espírito,para que diante das exigên-cias do terceiro milênio, omundo se deixe de ser in-sensível e rejuvenesça.

Pe Geovane [email protected]

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Jornal RUMOS

5Jornal RUMOS

A pobreza já afeta 115 mi-lhões de pessoas nos 27países da União Europeia.

Quase 25% da população. E amea-ça mais 150 milhões de habitantes.

Na Espanha, a taxa de desem-prego atinge 22,8%. Grécia e Itáliaencontram-se sob intervençãobranca, governados por primeiros-ministros indicados pelo FMI. Ir-landa e Portugal estão inadimplen-tes. Na Bélgica e no Reino Unido,manifestações de rua confirmamque "a festa acabou".

Agora, o Banco Central daUnião Europeia quer nomear, paracada país em crise, um interventorde controle orçamentário. É a ofi-cialização da ditadura econômica.Reino Unido e República Tchecavotaram contra. Porém, os outros25 países da União Europeia apro-varam. Resta saber se a Grécia, oprimeiro na lista da ditadura eco-nômica, vai aceitar abrir mão desua soberania e entregar suas con-tas ao controle externo.

A atual crise internacional émuito mais profunda. Não se resu-me à turbulência financeira. Está emcrise um paradigma civilizatóriocentrado na crença de que podehaver crescimento econômico ilimi-tado num planeta de recursos infi-nitos… Esse paradigma identifica

1. A vida não é justa, mas aindaé boa.

2. Quando estiver em dúvida,dê somente o próximo passo, pe-queno.

3. A vida é muito curta para des-perdiçá-la odiando alguém.

4. Seu trabalho não cuidará devocê quando você ficar doente.Seus amigos e familiares cuidarão.Permaneça em contato.

5. Pague mensalmente seuscartões de crédito.

6. Você não tem que ganhar to-das as vezes. Concorde em discordar.

7. Chore com alguém. Cura me-lhor do que chorar sozinho.

8. É bom ficar bravo com DeusEle pode suportar isso.

9. Economize para a aposenta-doria começando com seu primei-ro salário.

10. Quanto a chocolate, é inú-til resistir.

11. Faça as pazes com seu pas-sado, assim ele não atrapalha o pre-sente.

12. É bom deixar suas criançasverem que você chora.

13. Não compare sua vida coma dos outros. Você não tem ideiado que é a jornada deles.

14. Se um relacionamento tiverque ser um segredo, você não de-veria entrar nele.

15. Tudo pode mudar num pis-

car de olhos Mas não se preocu-pe; Deus nunca pisca.

16. Respire fundo. Isso acalmaa mente.

17. Livre-se de qualquer coisaque não seja útil, bonito ou alegre.

18. Qualquer coisa que não omatar o tornará realmente mais forte.

19. Nunca é muito tarde parater uma infância feliz. Mas a se-gunda vez é por sua conta e nin-guém mais.

20. Quando se trata do que

você ama na vida, não aceite umnão como resposta.

21. Acenda as velas, use os len-çóis bonitos, use roupa chic. Nãoguarde isto para uma ocasião es-pecial. Hoje é especial.

22. Prepare-se mais do que onecessário, depois siga com o flu-xo.

23. Seja excêntrico agora. Nãoespere pela velhice para vestir roxo.

24. O órgão sexual mais impor-tante é o cérebro.

25. Ninguém mais é responsá-vel pela sua felicidade, somentevocê.

26. Enquadre todos os assimchamados "desastres" com estaspalavras 'Em cinco anos, isto im-portará?'

27. Sempre escolha a vida.28. Perdoe tudo de todo mundo.29. O que outras pessoas pen-

sam de você não é da sua conta.30. O tempo cura quase tudo.

Dê tempo ao tempo.

31. Não importa quão boa ouruim é uma situação, ela mudará.

32. Não se leve muito a sério.Ninguém faz isso.

33. Acredite em milagres.34. Deus ama você porque ele

é Deus, não por causa de qualquercoisa que você fez ou não fez.

35. Não faça auditoria na vida.Destaque-se e aproveite-a ao má-ximo agora.

36. Envelhecer ganha da alter-nativa - morrer jovem.

37. Suas crianças têm apenasuma infância.

38. Tudo que verdadeiramenteimporta no final é que você amou.

39. Saia de casa todos os dias.Os milagres estão esperando emtodos os lugares.

40. Se todos nós colocásse-mos nossos problemas em umapilha e víssemos todos os ou-tros como eles são, nós pegaría-mos nossos mesmos problemasde volta.

41. A inveja é uma perda de tem-po. Você já tem tudo o que precisa.

42. O melhor ainda está por vir.43. Não importa como você se

sente, levante-se, vista-se bem eapareça.

44. Produza!45. A vida não está amarrada

com um laço, mas ainda é um pre-sente.

45 LIÇÕES QUE A VIDA ME ENSINOU

DITADURA ECONÔMICAfelicidade com riqueza; bem-estarcom acumulação de bens materiais;progresso com consumismo.

Todas as dimensões da vida -nossa e do planeta - sofrem hojeacelerado processo de mercantili-zação. O capitalismo é o reino dodesejo infinito atolado no parado-xo de se impor num planeta finito,com recursos naturais limitados ecapacidade populacional restrita.

A lógica da acumulação é maisautoritária que todos os sistemasditatoriais conhecidos ao longo dahistória. Ela ignora a diversidadecultural, a biodiversidade, e cometeo grave erro de dividir a humanida-de entre os que têm acesso aos re-centes avanços da tecnociência, emespecial biotecnologia e nanotecno-logia, e os que não têm. Daí seu efei-to mais nefasto: a acumulação ouposse da riqueza em mãos de unspoucos se processa graças à des-posessão e exclusão de muitos.

A questão não é saber se ocapitalismo sairá ou não da en-fermaria de Davos em condiçõesde sobrevida, ainda que obriga-do a ingerir remédios cada vezmais amargos, como suprimir ademocracia e trocar o voto popu-lar pelas agências de avaliaçãoeconômica, e os políticos por exe-cutivos financeiros, como ocor-

reu agora na Grécia e na Itália.A questão é saber se a humani-

dade, como civilização, sobrevive-rá ao colapso de um sistema queassocia cidadania com posse e ci-vilização com paradigma consu-mista anglossaxônico.

Estamos às vésperas da Rio+20.E ninguém ignora que esta casa quehabitamos, o planeta Terra, sofre al-terações climáticas surpreendentes.Faz frio no verão e calor no inverno.Águas são contaminadas, florestasdevastadas, alimentos envenenadospor agrotóxicos e pesticidas.

O resultado são secas, inunda-ções, perda da diversidade genéti-ca, solos desertificados… Há na

comunidade científica consenso deque o efeito estufa e, portanto, oaquecimento global, resulta daação deletérea do ser humano.

Todos os esforços para prote-ger a vida no planeta têm fracassa-do até agora. Em Durban, em de-zembro de 2011, o máximo que seavançou foi a criação de um grupode trabalho para negociar um novoacordo de redução do efeito estu-fa… a ser aprovado em 2015, e co-locado em prática em 2020!

Enquanto isso, o Departamen-to de Energia dos EUA calculouque, em 2010, foram emitidos 564milhões de toneladas de gases deaquecimento global. Isto é, 6% a

mais do que no ano anterior.Por que não se consegue

avançar? Ora, a lógica mercantilimpede. Basta dizer que os paísesdo G8 propõem, não salvar a vidahumana e do planeta, mas criar ummercado internacional de carbo-no ou energia suja, de modo a per-mitir aos países desenvolvidoscomprar cotas de poluição nãopreenchidas por outros paísespobres ou em desenvolvimento.

E o que a ONU tem a dizer?Nada, porque não consegue li-vrar-se da prisão ideológica dalógica do mercado. Propõe, por-tanto, à Rio+20 uma falácia cha-mada "Economia Verde". Acredi-ta que a saída reside em mecanis-mos de mercado e soluções tec-nológicas, sem alterar as relaçõesde poder, reduzir a desigualdadesocial e criar um mundo ambien-talmente sustentável no qual to-dos tenham direito ao bem-estar.

Os donos e grandes benefici-ários do sistema capitalista - 10%da população mundial - aboca-nham 84% da riqueza global e cul-tivam o dogma da imaculada con-cepção de que basta limar osdentes do tubarão para que eledeixe de ser agressivo…

Frei BettoAdital

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6 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Impossível assistir ver este pro-grama ao lado dos filhos. Gays,lésbicas, héteros...todos na

mesma casa, a casa dos "heróis",como são chamados por Pedro Bial.Não tenho nada contra gays, achoque cada um faz da vida o que quer,mas sou contra safadeza ao vivona TV, seja entre homossexuais ouheterossexuais. O BBB é a realida-de em busca do IBOPE.

Veja como Pedro Bial tratou osparticipantes do BBB . Ele prome-teu um "zoológico humano diver-tido". Não sei se será divertido, masparece bem variado na sua misturade clichês e figuras típicas.

Pergunto-me, por exemplo,como um jornalista, documenta-rista e escritor como Pedro Bialque, faça-se justiça, cobriu a Que-da do Muro de Berlim, se subme-te a ser apresentador de um pro-grama desse nível. Em um e-mailque recebi há pouco tempo, Bialescreve maravilhosamente bemsobre a perda do humorista Bus-sunda referindo-se à pena de semorrer tão cedo. Eu gostaria deperguntar se ele não pensa queesse programa é a morte da cul-tura, de valores e princípios, damoral, da ética e da dignidade.

Os documentos ofici-ais da ONU e tam-bém o atual borra-

dor para a Rio+20 encampa-ram o modelo padrão de de-senvolvimento sustentável:deve ser economicamenteviável, socialmente justo eambientalmente correto. É ofamoso tripé chamado de Tri-ple Botton Line (a linha dastrês pilastras), criado em 1990pelo britânico John Elkington,fundador da ONG SustainA-bility. Esse modelo não resis-te a uma crítica séria.

Desenvolvimento eco-nomicamente viável: Na lin-guagem política dos gover-nos e das empresas, desen-volvimento equivale ao Pro-duto Interno Bruto (PIB). Aida empresa e do país que nãoostentem taxas positivas decrescimento anuais! Entramem crise ou em recessão comconseqüente diminuição doconsumo e geração de de-semprego: no mundo dosnegócios, o negócio é ga-nhar dinheiro, com o menorinvestimento possível, coma máxima rentabilidade pos-sível, com a concorrênciamais forte possível e no me-nor tempo possível.

BBB - UMA ABERRAÇÃO

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL:CRÍTICA AO MODELO PADRÃO

Outro dia, durante o intervalode uma programação da Globo, umoutro repórter acéfalo do BBB dis-se que, para ganhar o prêmio deum milhão e meio de reais, um BigBrother tem um caminho árduopela frente, chamando-os de he-róis. Caminho árduo? Heróis? Sãoesses nossos exemplos de heróis?Caminho árduo para mim é aquelepercorrido por milhões de brasi-leiros, profissionais da saúde, pro-fessores da rede pública (aliás,todos os professores) , carteiros,lixeiros e tantos outros trabalha-dores incansáveis que, diariamen-te, passam horas exercendo suasfunções com dedicação, compe-

tência e amor e quase sempre sãomal remunerados.

Heróis são milhares de brasi-leiros que sequer tem um prato decomida por dia e um colchão de-cente para dormir, e conseguemsobreviver a isso todo dia.

Heróis são crianças e adultosque lutam contra doenças compli-cadíssimas porque não tiveramchance de ter uma vida mais sau-dável e digna. Heróis são inúme-ras pessoas, entidades sociais ebeneficentes, Ongs, voluntários,igrejas e hospitais que se dedicamao cuidado de carentes, doentes enecessitados (vamos lembrar denossa eterna heroína Zilda Arns).

Heróis são aqueles que, ape-sar de ganharem um salário míni-mo, pagam suas contas, restandoapenas dezesseis reais para alimen-tação, como mostrado em outra re-portagem apresentada meses atráspela própria Rede Globo.

O Big Brother Brasil não é umprograma cultural, nem educativo,não acrescenta informações e co-nhecimentos intelectuais aos teles-pectadores, nem aos participantes,e não há qualquer outro estímulocomo, por exemplo, o incentivo aoesporte, à música, à criatividade ouao ensino de conceitos como va-lor, ética, trabalho e moral. São ape-nas pessoas que se prestam a co-mer, beber, tomar sol, fofocar, dor-mir e agir estupidamente para que,ao final do programa, o "escolhi-do" receba um milhão e meio dereais. E ai vem algum psicólogo devanguarda e me diz que o BBB aju-da a "entender o comportamentohumano". Ah, tenha dó!!!

Veja o que está por detra$$$$$$$$$ do BBB: José Neu-mani da Rádio Jovem Pan, fez umcálculo de que se vinte e nove mi-lhões de pessoas ligarem a cadaparedão, com o custo da ligação atrinta centavos, a Rede Globo e a

Telefônica arrecadam oito milhõese setecentos mil reais. Eu vou re-petir: oito milhões e setecentos milreais a cada paredão.

Já imaginaram quanto poderiaser feito com essa quantia se fossededicada a programas de inclusãosocial, moradia, alimentação, ensi-no e saúde de muitos brasileiros?(Poderiam ser feitas mais de 520casas populares; ou comprar maisde 5.000 computadores)

Essas palavras não são de re-volta ou protesto, mas de vergo-nha e indignação, por ver tamanhaaberração ter milhões de telespec-tadores. Em vez de assistir ao BBB,que tal ler um livro, um poema deMário Quintana ou de Neruda ouqualquer outra coisa..., ir ao cine-ma..., estudar..., ouvir boa música...,cuidar das flores e jardins..., tele-fonar para um amigo..., visitar osavós..., pescar..., brincar com ascrianças..., namorar... ou simples-mente dormir. Assistir ao BBB éajudar a Globo a ganhar rios de di-nheiro e destruir o que ainda restados valores sobre os quais foi cons-truída nossa sociedade.

Luis Fernando Veríssimo(conforme a Internet)

cronista e escritor brasileiro

Quando falamos aqui dedesenvolvimento não é qual-quer um, mas o realmenteexistente que é aquele in-dustrialista/capitalista/con-sumista. Este é antropocên-trico, contraditório e equivo-cado. Explico-me.

É antropocêntrico, poisestá centrado somente no serhumano, como se não exis-tisse a comunidade de vida(flora e fauna e outros orga-nismos vivos) que tambémprecisa da biosfera e deman-da igualmente sustentabilida-de. É contraditório, pois, de-senvolvimento e sustentabi-lidade obedecem a lógicasque se contrapõem. O desen-volvimento realmente exis-tente é linear, crescente, ex-plora a natureza e privilegia aacumulação privada. É a eco-nomia política de viés capita-lista. A categoria sustentabi-lidade, ao contrário, provémdas ciências da vida e da eco-logia, cuja lógica é circular eincludente. Representa a ten-dência dos ecossistemas aoequilíbrio dinâmico, à interde-pendência e à cooperação detodos com todos. Como sedepreende: são lógicas quese autonegam: uma privilegia

o indivíduo, a outra o coleti-vo, uma enfatiza a competi-ção, a outra a cooperação,uma a evolução do mais apto,a outra a co-evolução de to-dos interconectados.

É equivocado, porquealega que a pobreza é causada degradação ecológica.Portanto: quanto menos po-breza, mais desenvolvimen-to sustentável haveria e me-nos degradação, o que éequivocado. Analisando,porém, criticamente, as cau-sas reais da pobreza e dadegradação da natureza, vê-se que resultam, não exclu-siva, mas principalmente, dotipo de desenvolvimentopraticado. É ele que produzdegradação, pois dilapida anatureza, paga baixos salári-os e gera assim pobreza.

A expressão desenvolvi-mento sustentável represen-ta uma armadilha do sistemaimperante: assume os termosda ecologia (sustentabilida-de) para esvaziá-los. Assu-me o ideal da economia (cres-cimento) mascarando, a po-breza que ele mesmo produz.

Socialmente justo: se háuma coisa que o atual de-senvolvimento industrial/

capitalista não pode dizer desi mesmo é que seja social-mente justo. Se assim fossenão haveria 1,4 bilhões defamintos no mundo e a mai-oria das nações na pobreza.Fiquemos apenas com ocaso do Brasil. O Atlas Soci-al do Brasil de 2010 (IPEA)refere que cinco mil famíliascontrolam 46% do PIB. Ogoverno repassa anualmen-te 125 bilhões de reais ao sis-tema financeiro para pagarcom juros os empréstimosfeitos e aplica apenas 40 bi-lhões para os programas so-ciais que beneficiam as gran-

des maiorias pobres Tudoisso denuncia a falsidade daretórica de um desenvolvi-mento socialmente justo,impossível dentro do atualparadigma econômico.

Ambientalmente correto:O atual tipo de desenvolvi-mento se faz movendo umaguerra irrefreável contra Gaia,arrancando dela tudo o quelhe for útil e objeto de lucro,especialmente, para aquelasminorias que controlam oprocesso. Em menos de qua-renta anos, segundo o Índi-ce Planeta Vivo da ONU(2010) a biodiversidade glo-

bal sofreu uma queda de30%. Apenas de 1998 para cáhouve um salto de 35% nasemissões de gases de efeitoestufa. Ao invés de falarmosnos limites do crescimentomelhor faríamos falar nos li-mites da agressão à Terra.

Em conclusão, o modelopadrão de desenvolvimentoque se quer sustentável, éretórico. Aqui e acolá se ve-rificam avanços na produçãode baixo carbono, na utiliza-ção de energias alternativas,no reflorestamento de regi-ões degradadas e na criaçãode melhores sumidouros dedejetos. Mas reparemosbem: tudo é realizado desdeque não se afetem os lucros,nem se enfraqueça a compe-tição. Aqui a utilização da ex-pressão "desenvolvimentosustentável" possui umasignificação política impor-tante: representa uma manei-ra hábil de desviar a atençãopara a mudança necessáriade paradigma econômico sequisermos uma real susten-tabilidade. Dentro do atual,a sustentabilidade é ou lo-calizada ou inexistente.

Leonardo BoffAdital

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Jornal RUMOS

7Jornal RUMOS

No dia 4 de maio de 2010,José Comblin fez uma pa-lestra em Salvador sobre

'os desafios do século XXI'. Aoterminar a fala, um dos presentes,angustiado com as perspectivassombrias para a igreja católica apre-sentadas pelo conferencista, per-guntou: 'Padre Comblin, quando éque a igreja vai finalmente mudar?'.Ele respondeu: 'A igreja católicamudará quando o papa for chinês'.Eis uma resposta inesperada e nãosei como o público presente a en-tendeu, pois logo depois foi encer-rada a sessão. Pensar tratar-se aquide uma piada é equívoco. Na reali-dade, o mestre Comblin estavaapontando um futuro que os cató-licos não costumam imaginar, mastalvez não esteja tão distante.

Costumamos ver o catolicismocomo uma religião visceralmenteocidental, mas pode ser que issovenha a ser mudado em anos vin-douros. Nada sabemos sobre o fu-turo, mas pela análise do presentee, principalmente, do passado, épossível apontar o futuro.

O que houve no passado? Nosúltimos quinhentos anos, um ca-tolicismo proveniente da Europa seespalhou pelo mundo e se fixou nasduas Américas e na África abaixodo Saara, tudo por meio dos pro-cessos violentos da colonização edominação. Ao iniciar a aventuracolonial, a Europa era visceralmen-te católica e, mesmo sem querer,introduziu estruturas, ideias e ima-gens católicas nos territórios co-lonizados, Tentou também de modoinsistente penetrar nas culturas doOriente, mas não conseguiu. Prin-cipalmente a Índia e a China resis-tiram, pois são terras de muita iden-

Ter sede é mais importante doque ter fome. Podemos ficar40 dias sem comer, dizem os

místicos. Mas não podemos pas-sar este tempo todo sem beber.

Esta absoluta necessidade deágua para o organismo, remete paraoutra necessidade, ainda mais fun-damental A urgência de saciar nos-so espírito. Como o organismo pre-cisa se hidratar, nosso espírito pre-cisa se impregnar dos ingredien-tes que o fazem existir: a capacida-de de sintonizar com a verdade,captar a harmonia do universo eperceber o sentido da vida.

Explicam os médicos que tersede e fome é sinal positivo. O or-ganismo solicita o atendimento desuas necessidades. A situaçãocomplica quando o organismo nãopercebe suas carências, e passa aprescindir delas, como se não fos-sem importantes.

Alertam ainda que o perigo maisfreqüente mora junto aos adultos,

PAPA CHINÊStidade cultural. O resultado desseprocesso colonial se traduz hoje naporcentagem de cristãos no mun-do: 34% vivem nas Américas, 26%na Europa, 23,6% na África do suldo Saara. Apenas 13,1% vivem naÁsia e no Pacífico. Não falamosaqui dos parcos 0,6% de cristãosvivendo no Oriente médio e naÁfrica do norte, onde predomina oislamismo. Estados Unidos, Brasile México são hoje os três paísescom o maior número de cristãos, oque mostra claramente que sãopaíses formados pela colonizaçãoeuropeia. A Índia e a China têm umaporcentagem de cristãos mínima, eisso mostra que a Europa não con-seguiu penetrar na Ásia da mesmaforma que penetrou nas Américase na África equatorial. Mas, comoesses dois países abrigam umapopulação enorme (mais de um bi-lhão na China e quase um bilhãona Índia), o número de cristãos aí éconsiderável e continua crescen-do. Esse crescimento se opera numclima muito menos marcado pelocolonialismo europeu e por isso hácondições mais favoráveis de seformar aí, com o tempo, um tipo decatolicismo menos ocidentalizadoe mais integrado nas culturas lo-cais. Eis um prognóstico a ser con-templado: o futuro do catolicismopode estar na Ásia e isso é umaperspectiva positiva, quando seconsidera o que está acontecendoatualmente com o catolicismo nospaíses ocidentais.

Já nos anos 1950 era possívelperceber um declínio do catolicis-mo na Europa. O fenômeno não seobservava no interior rural dospaíses, mas de forma crescente nasgrandes cidades como Paris, por

exemplo, onde o futuro papa JoãoXXIII era núncio apostólico naépoca. Ele percebia o problema eessa percepção é uma das razõespelas quais ele resolveu convocaro concílio Vaticano II (na décadade 1960). Alguns bispos entendi-am as intenções profundas dopapa, mas a maioria ainda não ti-nha percebido o que estava acon-tecendo e pensava que a igreja ca-tólica continuava, como sempre,seu caminho triunfal. Não se per-cebia tampouco que o inimigo docatolicismo vivia dentro dos mu-ros e das paredes do Vaticano, dascúrias diocesanas e das casas pa-roquiais, ou seja, dentro do pró-prio sistema. Esse inimigo não ti-nha nome, mas se tratava na reali-dade de autoritarismo. Enquanto omundo ocidental caminhava paraa democracia, a igreja católica per-manecia autoritária. Isso fez comque não conseguisse responderaos desafios do mundo moderno,que fazia continuadas experiênci-as na linha da democracia. E, comonos ensinam historiadores comoSpengler e Toynbee, um modelosocial que não consegue respon-der aos desafios do momento, de-saparece aos poucos. José Comb-lin foi um dos primeiros sacerdo-tes de seu tempo a perceber que ocatolicismo belga não correspon-dia mais aos desafios da socieda-de. Ele achava que não havia maisnada a fazer, como sacerdote, emsua terra natal. Em 1958, aos 35anos, decidiu vir para o Brasil, ondepensava encontrar um catolicismocapaz de responder aos desafiosda atualidade. Até os anos 1980,parece que as coisas confirmariamas intuições do teólogo, pois sur-

giram iniciativas de renovação daigreja católica no Brasil, como ascomunidades de base, a leiturapopular da bíblia, o compromissocom o mundo dos pobres, a teolo-gia da libertação, a formação de lei-gos, e outras iniciativas. A ilusãose dissipou com a ascensão deJoão Paulo II ao trono papal. Aí ascoisas mudaram rapidamente. Anova palavra de ordem passou aser: 'voltar à disciplina de sempre',ou seja, voltar à igreja anterior aoConcílio Vaticano II, a igreja daobediência e da hierarquia. E aímuitos católicos dos mais lúcidoscomeçaram a não frequentar maisa igreja. O abandono verificado naEuropa alastrou-se nas Américas eatualmente a igreja católica do Bra-sil perde por ano aproximadamen-te meio milhão de fiéis. O movimen-to de declínio não para.

Mas não há como dramatizartudo isso. Como nos lembram oshistoriadores acima citados (Spen-gler e Toynbee), a história rejeitaquem se recusa a participar dela.

Quem não tem respostas para osdesafios do momento sai do mapa.As coisas realmente interessanteshoje se passam fora do mundo oci-dental. À nossa frente surgem doisgrandes países, em franca evolução,onde o modelo católico ocidentalsó se aplicou em minúsculas experi-ências sem maior importância eonde, por conseguinte, existem con-dições favoráveis a uma incultura-ção frutuosa do cristianismo nasantigas sabedorias budistas, con-fucianistas e/ou hinduístas. Hoje, aÍndia e a China mostram o caminho.Aí existe a possibilidade de um ca-tolicismo voltado para o futuro. Nãose deve lamentar glórias e suces-sos passados, pois, afinal, tudo éhistória, tudo é passagem. Por quenão dar a Deus licença para passarao outro lado do mundo? Eis o sen-tido, penso, da resposta do teólogoa seu irrequieto interlocutor: 'A igre-ja católica mudará quando o papafor chinês'.

Eduardo [email protected]

SEDE DO MISTÉRIO

que mais facilmente deixam de emi-tir os sinais de alerta a respeito desuas necessidade. Um adulto sen-te menos sede do que uma criança.

Depois de certa idade, o instin-to natural precisa ser complemen-tado pela decisão consciente. Éaconselhável tomar água mesmo se

não sentimos sede. De tal modo queaté a própria sobrevivência atesta aimportância de acionarmos nossoespírito, não só nossos instintos.Estes têm vida mais curta, e apos-tam que o organismo saiba prescin-dir deles, sem deixar de satisfazer asnecessidades apontadas por eles.

Passando agora do símbolopara a realidade, no início de feve-reiro costumam se manifestar mui-tos sinais de uma sede espiritualque o povo expressa de diferentesmaneiras. Basta conferir as muitasprocissões do dia dois de feverei-ro, data que tem sua origem noEvangelho, lembrando como Jesusfoi consagrado a Deus, 40 depoisdo seu nascimento.

Pois bem, esta festa iniciada emtorno de um fato bem concreto, foiassumindo outras dimensões reli-giosas, todas decorrentes da con-sagração de Jesus no templo deJerusalém, reconhecido pelo velhoSimeão como "luz das nações".

A data acabou ficando a festada luz, que tem nas velas o seu sím-bolo tradicional, e que lembra o fa-rol a iluminar os marinheiros.

Daí ficou fácil para a tradiçãotransbordar do seu episódio inicial,e se traduzir em festa de Nossa Se-nhora dos Navegantes, celebrada

em muitos lugares do Brasil, sobre-tudo próximos a rios ou ao mar.

Mas no Brasil, esta "festa daluz" tomou a forma de outras tradi-ções religiosas, ligadas sobretudoà "deusa das águas", a "iemanjá"como já é costume antigo e tran-qüilo que aconteça.

As manifestações religiosas,sejam quais forem, trazem seme-lhanças que precisam ser bem iden-tificadas. Em princípio, exercem afunção de "símbolos", que evocamverdades superiores às nossaspreocupações cotidianas. Servemde alerta, para procurarmos saciarnossa sede de significação maisprofunda da vida.

O bom senso aconselha respeitarestas manifestações religiosas, sejaqual for a fisionomia que assumam.Pois não é o caso de amaldiçoar asede. Mas de garantir água limpa eboa, que sacie verdadeiramente.

Dom Demétrio ValentiniBispo de Jales, SP

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8 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

ECLESALIA, 05/12/11.- Quando o com-prometido com o ce-

libato descobre que a liber-dade, a generosidade e o en-tusiasmo com que ele fez suaescolha, não lhe garantem acapacidade de o viver semtormento enlouquecedor egraves transtornos psicoló-gicos, ou descobre que obarco do seu celibato fazágua ou até mesmo ondas, érazoável pensar que ele es-tava errado, e que, a partirda sua fé, não lhe resta ou-tra escolha do que saltarpara um barco mais seguropara ele e, em geral, bastan-te à mão.

Para dizer ""a partir desua fé" só recorro, por bre-vidade, à aceitação comopalavra de Deus do conse-lho de Paulo "Se eles nãopodem manter a continência,casem-se" (1 Cor 7,9). E digo"em geral, bastante à mão"porque assim é em teoria. Naprática, porém, ele vai se

O papa lança a nova teolo-gia da libertação sob a for-ma de "globalização da

solidariedade". Nas 130 páginas daexortação apostólica Compromis-so da África, Bento XVI reiterou acentralidade da atenção aos po-bres, define o analfabetismo como"flagelo" semelhante à Aids, à ma-lária, à tuberculose, e mobiliza aIgreja a salvar os jovens da "faltade formação, do desemprego, daexploração política", para que nãocaiam na "frustração" e possam"tomar em suas mãos o seu pró-prio futuro".

A reportagem é de GiacomoGaleazzi, publicada no site Vati-can Insider, 19-11-2011. A tradu-ção é de Moisés Sbardelotto.

Temas particularmente carosaos teólogos da libertação, que,partindo da América do Sul, catali-zaram, nos anos 1970 e 1980, o de-bate eclesial, sobretudo no Tercei-ro Mundo. Até às "fugas à frente"condenadas e sancionadas pelaSanta Sé. As comunidades eclesi-ais de base (CEBs), núcleos ecumê-nicos comprometidos em viver umafé de participação nos problemas dasociedade, que colocaram raízes umpouco em todos os países, mas es-pecialmente no Brasil e na Nicará-gua, tiveram uma notável difusãonesse período. No Brasil, graçastambém ao apoio do cardeal de SãoPaulo, Paulo Evaristo Arns, e dobispo Helder P. Câmara, surgiramquase 100 mil. Na Nicarágua, inú-

TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO ''MADE IN AFRICA''?

AS AMARRAS DO CELIBATO

sentir amarrado ao celibato,como um escravo galeota aoseu banco no navio. Mas ocelibatário, com corrente tri-pla, que lhe vai custar muito

trabalho para dela se liber-tar, de forma que lhe não fi-que rastro em sua posteriorpsicologia de secularizado.

As três correntes têm

suas argolas todas enreda-das, mesmo que aqui, por ra-zões óbvias eu fale delas se-paradamente. Hoje eu voufalar da argola que é de índo-le psicorreligiosa. Em resumopode-se enunciar como te-mor angustiado de ser con-denado eternamente por de-sistir desse compromisso.

Esse temor provém doque, sem ele sentir, se entra-nhou na sua consciênciadesde a infância. Entranha-mento provocado em todospela "tradição", alimentado,continuamente, através dapiedade doméstica e do cul-to, como também da lingua-gem comum e litúrgica. Jáfalei disso em escritos ante-riores (ECLESALIA 25/10/11,15/11/10). Entranhamentoreforçado na formação sa-cerdotal com forte doutrina-ção explícita.

Estou a me referir à tãopropalada maior perfeita cris-tã do celibato em compara-ção com o casamento, coisa

obviamente impossível semmenosprezar e humilhar o úl-timo. É inadmíssível que umprato da balança pese maissem que o outro pese menos."Pese mais", como dizem,dada a condição de estadoconsagrado do primeiro, ocelibato, e a sua proeminên-cia na generosidade, na inti-midade libertadora divididacom nosso Pai, na disponibi-lidade para fazer o bem, naeficácia apostólica, no teste-munho de vida da "angelici-dade" que nos espera na ou-tra vida (Mateus 22,30), e atémesmo na plenitude humana.

Este é o contexto - inevi-tável por enquanto - em quese recorda aos seminaristaso dado de fé assinalado aci-ma (1 Cor 7,9). Assim o casa-mento é percebido, na maio-ria das vezes sem ser enten-dido expressa e reflexiva-mente, como uma concessãoou escape aberto aos mes-quinho com Deus e aos po-bres em ideais. Não apenas

como a única opção paraaqueles que se descobremsem asas para voar "angeli-calmente" acima da nature-za humana, tal como ela foiconcebida pelo Criador. Istoé: "uma só carne" (? "um sóser terreno"), composto peladualidade mulher/homem(Mt 19:4-6), por, em geral,não ser bom para o homemficar sozinho neste mundo(Gênesis 2 , 18).

Com esta percepção dis-torcida, o que aflora na cons-ciência da pessoa em causa,não é a realidade da sua in-capacidade, mas a sua su-posta preferência da sexua-lidade ao amor a Deus e aopróximo, e sua proclamadafalta de grandes ideais.

Exatamente o contráriodo que realmente impulsio-nou o seminarista a buscarcom todo o fervor a ordena-ção sacerdotal [...]Para ler o artigo completowww.blogs.periodistadigital.com

Tradução: João Tavares

meros sacerdotes e leigos católicosparticiparam da luta armada contraa ditadura de A. Somoza e, depois,sacerdotes como Ernesto Cardenale Miguel D'Escoto entraram no go-verno sandinista.

A terceira reunião do Celam(Conselho Episcopal Latino-Ame-ricano), realizado em Puebla, noMéxico, em 1979, embora reafirman-do e desenvolvendo os princípioselaborados em Medellín, tambémevidenciou o surgimento de umaforte oposição, trazida por setoresconservadores, às teses da teolo-gia da libertação. Essa oposição foise reforçando nos anos 1980 gra-ças ao apoio do Papa João Paulo II.

Os principais artífices da teolo-gia da libertação foram progressi-vamente afastados dos nós hierár-quicos superiores, e o seu campode ação foi gradualmente reduzido.Emblemático foi o caso do frei fran-ciscano Leonardo Boff, que, depoisde diversos processos eclesiásti-cos, abandonou a ordem em 1992.

Agora, com tons de dolorosasolicitude social, a exortação quesurgiu do Sínodo para a África, in-dica claramente a necessidade decombater "a exploração e a malver-sação locais e estrangeiras" queprivam as populações africanasdos seus próprios recursos natu-rais, aumentando a "pobreza" eimpedindo "que os povos africa-nos consolidem as suas própriaseconomias". Por isso, o papa pedeque os governos protejam os"bens fundamentais, como a terra

e a água" para a vida das geraçõesfuturas e para a paz.

A reedição em terras africanasda opção preferencial pelos po-bres, obviamente não equivale a"apagar" os excessos da correntede pensamento católica, que se de-senvolveu na América Latina e quetende a evidenciar os valores deemancipação social e política pre-sentes na mensagem cristã. Aindamais que os cristãos de base atri-buem a João Paulo II o fato de ter"normalizado", nos anos 1980 e1990, o clero e o episcopado sul-americanos e de tê-lo lotado de ex-poentes do Opus Dei e dos Legio-nários de Cristo, colocando à mar-gem aqueles teólogos da liberta-ção que haviam deslocado muito

para a esquerda o baricentro daIgreja, dialogando com aquele co-munismo que o Vaticano, ao con-trário, estava combatendo no Les-te Europeu.

E a atual e dramática hemorra-gia de fiéis em favor das seitasevangélicas seria também o frutoda marginalização dos padres emmais estreito contato com as clas-ses populares e com as massas dasfavelas. O nascimento do movimen-to remonta ao Celam, realizado em1968 em Medellín, na Colômbia,quando os representantes da hie-rarquia eclesiástica do subconti-nente tomaram uma posição em fa-vor dos grupos mais desfavoreci-dos da sociedade latino-america-na e da sua luta e se pronunciaram

em favor de uma Igreja popular esocialmente ativa.

A denominação tornou-se uni-versal depois da publicação do li-vro do sacerdote peruano Gusta-vo Gutiérrez, Teologia da Liberta-ção (1971). A difusão em quasetodo o subcontinente, durante osanos 1970, de ditaduras militaresou de regimes fortemente repressi-vos, muitas vezes causa de agu-dos atritos entre amplos setores daIgreja Católica e os poderes cons-tituídos, incentivou o compromis-so dos teólogos da libertação queestavam elaborando propostascada vez mais radicais para enfren-tar o agravamento da crise políticae social latino-americana.

www.ihu.unisinos.br

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Acredito que, como na Igre-ja Católica do oriente (li-gada a Roma) e a Igreja

ortodoxa, o celibato deveria seropcional. Há um influxo históricode homens que buscam afetos im-pessoais na vida religiosa geran-do um corporativismo e o proteci-onismo nos casos de pedofilia.

Também acredito que teríamosmais padres, visto que precisamos depelo menos 100 mil padres para aten-der os católicos no Brasil. Temos so-mente 18 mil sacerdotes e cresce ver-tiginosamente os outros movimentosreligiosos na América Latina.

Lembro que Jesus não fez essaexigência dos apóstolos que eramcasados, exceto João, e disse ape-nas que haveria homens com essadisposição. A sua ênfase nessecapítulo bíblico está sobre a con-dição do divórcio.

Também as comunidades pósapostólicas eram pastoreadas porhomens casados.

Até São Paulo faz recomenda-ções aos epíscopos (bispos) e diá-conos para que estes fossem fiéisao casamento. Portanto, se fosseuma ordenança de Jesus para suaIgreja, mesmo os apóstolos sendocasados, obrigatoriamente os se-guidores das gerações seguintesteriam normatizado imediatamentetal disciplina.

Entretanto essa obrigação tevesuas justificativas e interesses his-tóricos só legalizados no século XI.

O celibato tem o seu valor e secultivado livremente se destacariacom maior autenticidade.

Padres seculares casadosdariam outro testemunho vari-

Tratamos já do desafio decomo alimentar sete bilhõesde pessoas. A escalada da

população humana é crescente: em1802 éramos um bilhão; em 1927, 2bilhões, em 1961, 3 bilhões, em 1974,4 bilhões, em 1987, 5 bilhões, em1999, 6 bilhões e, por fim, em 2011,7 bilhões. Em 2025, se o aquecimen-to abrupto não ocorrer, seremos 8bilhões, em 2050, 9 bilhões e em2070, 10 bilhões. Há biólogos comoLynn Margulis e Enzo Tiezzi quevem nesta aceleração um sinal dofim da espécie à semelhança dasbactérias, quando colocadas numrecipiente fechado. (capsula Petri).Pressentindo o fim dos nutrientesse multiplicam exponencialmente eentão subitamente todas morrem.Seria a última florada do pesseguei-ro antes de morrer?

Independentemente destaameaçadora questão temos o ins-tigante desafio: como governar 7bilhões de pessoas? É o tema dagovernança global, quer dizer, um

PADRES CASADOS

COMO GOVERNAR SETE BILHÕES DE PESSOAS?centro multipolar com a função decoordenar democraticamente acoexistência dos seres humanosna mesma pátria e Casa Comum.Esta configuração é uma exigên-cia da globalização, pois esta im-plica o entrelaçamento de todoscom todos dentro de um mesmo eúnico espaço vital. Mais dia me-nos dia, uma governança globalvai surgir, pois é uma urgência im-postergável para enfrentar os pro-blemas globais e garantir a sus-tentabilidade da Terra.

A idéia em si não é nova. Comopensamento, estava presente emErasmo e em Kant, mas ganhou seusprimeiros contornos reais com aLiga das Nações, após a PrimeiraGuerra mundial e definitivamentedepois da Segunda Guerra Mundi-al com a ONU. Esta não funcionapor causa do veto antidemocráticode alguns países que inviabilizamqualquer encaminhamento globalcontrário a seus interesses. Orga-nismos como o FMI, o Banco Mun-

dial, a Organização Mundial do Co-mércio, da Saúde, do Trabalho, dasTarifas, do Comércio (GATT) e aUNESCO expressam a presença decerta governança global.

Atualmente, o agravamento deproblemas sistêmicos como oaquecimento global, a escassez deágua potável, a má distribuição dosalimentos, a crise econômico-finan-ceira e as guerras estão demandan-do uma governança global.

A Comissão sobre Governan-ça Global da ONU a define como"a soma das várias maneiras deindivíduos e instituições, públi-cas e privadas, administraremseus assuntos comuns e acomo-darem conflitos e interesses di-versos de forma cooperativa. En-volve não só relações intergover-namentais, mas também organi-zações não-governamentais, mo-vimentos de cidadãos, corpora-ções multinacionais e o mercadode capitais global"(veja o respec-tivo site da ONU na internet).

Esta globalização se dá tam-bém em nível cibernético, feita porredes globais, uma espécie de go-vernança sem Governo. O terro-rismo provocou a governança se-curitária nos países ameaçados.Há um governança global perver-sa que podemos chamar de gover-nança do poder corporativo mun-dial feita pelos grandes conglome-rados econômico-financeiros quese articulam de forma concêntricaaté chegar a um pequeno grupoque controla cerca de 80% do pro-cesso econômico. Isso foi de-monstrado pelo Instituto FederalSuíço de Pesquisa Tecnológica(ETH) que rivaliza em qualidadecom o MIT e entre nós divulgadopelo economista da PUC-SP Ladis-lau Dowbor. Esta governança nãose dá muito a conhecer e a partirda economia influencia fortemen-te a política mundial.

Estes são os conteúdos bási-cos de uma governança global sa-dia: a paz e a segurança, evitando

o uso da violência resolutiva; ocombate à fome e à pobreza de mi-lhões; a educação acessível a to-dos para serem atores da história;a saúde como direito humano fun-damental; moradia minimamentedecente; direitos humanos pesso-ais, sociais, culturais e de gênero;direitos da Mãe Terra e da nature-za, preservada para nós e para asfuturas gerações.

Para garantir estes mínimos,comuns a todos os humanos etambém à comunidade de vida,precisamos relativizar a figura dosEstados nacionais que tendenci-almente irão desaparecer em nomeda unificação da espécie humanasobre o planeta Terra. Como háuma só Terra, uma só Humanida-de, um só destino comum, devesurgir também uma só governan-ça, una e complexa, que dê contadesta nova realidade planetizadae permita a continuidade da civi-lização humana.

Leonardo Boff

ando a importância na constitui-ção da família.

Há estudos sobre isso e quemostram o declínio do catolicismoque precisa também de uma novalinguagem.

O celibato é uma disciplina eum conselho evangélico. Mais au-têntica seria essa vivência de modoespontâneo em vez de permanecercomo uma disciplina obrigatória.Seria mais nítido o chamado comoum dom do Espírito Santo.

Deve-se notar que os problemasque enfrentamos hoje na Igreja sãograves e afetam o mundo inteiro.

Recomendo que vejam a publi-cação do padre colombiano Ger-mán Robledo (ver Youtube) sobre

o influxo de homossexuais no cle-ro nos últimos 30 anos em sua ar-quidiocese de Cali e sua "profecia"para os próximos 20 anos.

Volto a dizer que o que me preo-cupa é o corporativismo e o prote-cionismo que envolveu até o Vati-cano. Se quisermos evangelizar comliberdade é preciso uma abertura emmuitos aspectos porque certas exi-gências estão impedindo o evange-lho de ser anunciado com autenti-cidade e com um alcance maior.

Isso faz com que faltem padrese eucaristia para boa parte do povode Deus. Esse fica vulnerável eacaba procurando "socorro" emoutras religiões.

A ordenança é uma só: "Ide

e pregai".Lembro também que São Paulo

aconselhou o celibato; entretantoé preciso analisar o contexto dacomunidade destino dessa mensa-gem (Coríntios) que não foi profe-rida em outras cartas. Sua afirma-ção que era uma opinião e reco-mendação sua e não do Senhor.

Hoje também os padres não po-dem ter trabalho civil; entretanto SãoPaulo fez questão de continuar faze-dor de tendas quando a preferênciageral era de que os presbíteros (pa-dres) vivessem do evangelho.

O que devemos considerar é ovalor do sinal: castidade celibatá-ria e matrimonial são sinais elo-quentes e com padres assumindo

livremente esses estados de vida,a orientação sobre sexualidade,sobretudo aos jovens teria um efei-to mais promissor.

Hoje, em vista dos escândalos,o celibato é visto com estranhezapor muita gente.

Há quem discorde dos meusargumentos, mas a essa conclusãoeu chego porque sei o que aconte-ce nos interiores do clero. As pes-soas também pensam, em geral,sobre esses pontos, mas não semanifestam porque julgam que issonão lhes diz respeito, além do medode falar do que não sabem ou nãoquerem saber.

Eu conheço homens casadosque gostariam de ser padres.

É interessante ver a opiniãoformulada pelos orientais no Con-cílio Vaticano II através do patriar-ca católico melquita Máximo V queafirmou, com outras palavras, queo tema era um tabu e, por isso, foipouco tratado no concílio.

Há quem diga que a valoriza-ção do diaconato permanente se-ria uma forma de "calar" sobre oassunto como também promoveruma evolução da condição clericalpara que nos próximos anos se re-veja essa disciplina.

Acredito que os cerca de 7 milpadres que "deixaram" o ministé-rio e se casaram poderiam atuarhoje na Igreja de Deus trazendomuitos benefícios espirituais parasuas famílias e comunidades se-dentas de sacerdotes.

Vamos orar e agir para que sereflita mais sobre isso em nossaperspectiva eclesiológica. Paz.

[email protected]

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Jornal RUMOS

A proposta que hoje princi-piarei a esboçar pouco tema ver com outras que fo-

ram surgindo ao longo dos últimostrinta anos, mesmo com as suges-tões que eu próprio já fiz nestascrônicas acerca da interpretação,das formas de acolhimento prático(recepção) e do futuro do aconte-cimento mais marcante da Igreja Ca-tólica no séc. XX, o concílio Vati-cano II (1962-1965). Dada a veloci-dade com que agora tudo sucede,esse acontecimento talvez já pou-co ou nada signifique para os pró-prios católicos com menos de 40anos. É, no entanto, por causa dasnovas gerações, católicas ou não,que é importante não nos deixarmosatolar nas dificuldades presentes.

É normal que no contexto daspróximas evocações, estudos, ba-lanços e desenhos de perspectivasfuturas em torno dos 50 anos da

1. Face à desesperante situa-ção de crise atual, pergunta-se com frequência: que po-

dem fazer as religiões, os cristãos,os católicos? Não se dispondo denenhuma resposta pronta a servir,essa questão obriga-nos a renovara ética da escuta multilateral. Alémdo clamor dos pobres e empobre-cidos, existem, também, estudos edebates, pró e contra, sobre o pa-pel da religião na esfera pública.

O pensamento liberal surgiu afundamentar a resposta dada àscruentas guerras de religião queassolaram a Europa no séculoXVII. Ideias como tolerância, se-paração entre poder terreno e es-piritual, liberdade de religião, foramcimentando um projeto teórico quefazia do respeito pelos direitos na-turais e a consciência do indivíduo,a base da convivência social e oúnico modo de conseguir a paz.

Hoje, continua a polêmica en-tre os defensores da tradição libe-ral, que tendem a situar a religiãono âmbito da privacidade - restrin-gindo, na medida do possível, asua influência na esfera pública - eos autores que procuram reabilitaro papel da religião, nesse contex-to. É impossível desenvolver aquios argumentos e as teses princi-pais que se defrontam. Prefiro aposição de Habermas: os gruposque constituem a sociedade civil,entre os quais se encontram as igre-jas, têm como missão fazer chegarao domínio institucional os proble-mas da sociedade, para que estelhes dê solução.

Não está encerrada a filosofiada história que pretendia que oprogresso acabaria com a religião.Com o passar do tempo, foi revalo-

PREPARAR O CONCÍLIO VATICANO III

QUE FAZER PARA VENCER A CRISE?

convocatória dessa assembleiageral, feita pelo Papa João XXIII, a25 de Dezembro de 1961, reapareçao confronto entre as tendênciasque desejam e aquelas que recu-sam um novo concílio. Na situa-

ção atual, basta que o papa se pro-nuncie num ou noutro sentido,para saber a escolha que prevale-cerá. A democracia na Igreja - aconvicção de "aquilo que diz res-peito a todos deve ser tratados por

todos" - encontra quase sempresofismas e preguiça para ser de-sencorajada. Por outro lado, os re-gimes democráticos andam tãocansados que até invejam os re-sultados econômicos da China to-talitária. Mas valerá a pena prepa-rar um novo concílio ecumênicoquando ainda estamos tão longede ter assimilado o que há de me-lhor no Vaticano II?

Não são objetivos incompatí-veis, antes pelo contrário. Terá deser, porém, verdadeiramente novoe com características de universa-lidade que exceda tudo o que acon-teceu no passado. Cinquenta anosde experiências e conquistas, comluzes, sombras e pesadas derrotas,podem ser inspiradores para entrarnum processo de descoberta e re-configuração de uma estrada largapor onde todos os seres humanosdo nosso tempo, de todas as cul-

turas, possam caminhar sem seatropelarem uns aos outros.

A questão de fundo é, todaviaoutra: não é possível encontrarcaminhos de convergência univer-sal sem "mudar de paradigma",sem procurar integrar antigas enovas sabedorias nas famílias, nasescolas na sociedade, nas políti-cas, uma sabedoria holística. Nãopara desvalorizar os caminhos dasciências e os serviços das novastecnologias, mas para resistir àssuas tentações reducionistas. Oser humano é multidimensional.Não pode ser amputado das suasraízes nem dos sonhos.

Como poderá um novo concí-lio convocar os seres humanospara a redescoberta do simbólico,do universo dos laços com tudo ecom todos? Veremos

Frei Bento Domingues O.P.www.paroquiacristorei.pt

rizada a importância das motiva-ções e funções sociais da religião,que nenhuma ética racional podesubstituir. No entanto, a religiãotende a ocupar um lugar residual eperiférico, provisório e constante-mente ameaçado pela ciência e pelopensamento filosófico, grandesinstâncias da modernidade.

2. Segundo os textos do NovoTestamento, Jesus nunca preten-deu a confessionalidade do Esta-do. Ficou célebre, e é muito repeti-da, a sentença "dai a Deus o que éde Deus e a César o que é de Cé-sar". Também seria difícil encon-trar, na boca de Jesus, um progra-ma de governo que se ocupasse,tecnicamente, da agricultura, daspescas, da indústria, do comércio,da saúde e da assistência, etc., ouque fornecesse indicações acercada organização de um partido oude um sindicato. No entanto, a suaintervenção foi pública e, sem de-senhar alternativas em qualquerdesses sectores da vida em socie-dade, pôs tudo em causa a partirde um questionamento no campoda religião oficial: "O sábado foifeito para o ser humano e não o serhumano para o sábado" (Mc. 2, 27).Formulou, assim, uma religião hu-manista. O Deus com quem Jesusvive impele-o a servir os seres hu-manos. A rivalidade entre o huma-no e o divino foi destruída. O pró-prio Jesus é chamado o Emmanu-el, o Deus conosco. Jesus deixatodo o espaço livre para a inven-ção e alteração das sociedades. Sóhá um absoluto: que tudo sejacolocado ao serviço dos sereshumanos e eles se coloquem aoserviço uns dos outros. Quaispoderão ser as consequências

para enfrentar agora a crise doPaís, da Europa, do Mundo?

A resposta não está pronta emnenhuma página dos Evangelhos.Os cristãos terão de encontrar, emcada época e em cada cultura, aresposta mais adequada, sem ga-rantias divinas. Cada um andarácom Deus por sua conta e risco.

3. Os católicos dispõem dachamada Doutrina Social da Igre-ja que recolhe o ensino dos Pa-pas, desde Leão XIII até BentoXVI, passando pelo Vaticano II epor um conjunto de pensadoresdo social, como lhes chama e apre-senta Yves Calvez.

Que fazer com esse conjuntodoutrinal e com todas as experiên-cias no mundo do trabalho e dainvestigação? Não seria desejávelpensar em governos e partidos ca-

tólicos, como governos e partidosconfessionais. Não adianta imitaros países muçulmanos. Na IgrejaCatólica existe a liberdade de es-colha política e democracia, poucorespeitada nas suas instituições,mas vivamente recomendada nasociedade. Os limites são de cará-ter ético em questões extremas.

Dir-se-á que os resultados prá-ticos não são muito brilhantes.Cada pessoa e cada grupo tendea chamar para as suas opções opatrocínio dessa importante dou-trina social. Parece que há textospara todos os gostos e cada umpoderá fazer com eles o que bementender. Bendita liberdade, mastalvez se possa conversar sobreisso. A partir do Vaticano II foipromovido o diálogo inter-religi-oso, foi intensificado o diálogo

ecumênico e enquanto Igreja nomundo contemporâneo é constan-temente impelida a fazer a leiturados sinais dos tempos. Temos denos regozijar com esses frutos doVaticano II. Mas apetece-me per-guntar: para quando o diálogoentre movimentos católicos, paró-quias e dioceses, a nível local enacional, sobre formas concretasde vencer esta crise que torna opresente doloroso e não abre ofuturo? Se todos nós somos igre-ja, se somos confrontados com osensinamentos da sua doutrinasocial, é preciso testá-la, com ocontributo de todos, perante osdesafios desta conjuntura.

Há muita coisa a fazer para ven-cer a crise. Não esqueçamos esta.

Frei Bento Domingues, O.P.Jornal Público, 22.01.2012

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Para quem conhece a História, quasenada de novo: impérios nascem, cres-cem, decrescem e morrem. O estra-

nho é a velocidade com que os fenômenosestão acontecendo agora. Nesta já eviden-te mudança de Época, bem mais ampla doque época de mudança, em que os aparen-tes grandes alicerces da civilização, ou civi-lizações, estão ruindo um a um:

- as entranhas do capitalismo liberal es-tão aí, à mostra, num deprimente espetáculode "o rei está nu", expondo para todos apodridão e a mentira desse sistema, quegerou dentro de si o próprio veneno que oestá matando, como tão claramente já tinhaprevisto Marx no século XIX.

- a velha Europa, crescida e formada àsombra do Cristianismo, está sempre menoscristã, tanto pelo materialismo e hedonismocrescentes, como pela incapacidade de asigrejas cristãs falarem uma língua compre-ensível e aceitável ao mundo atual;

- o tsunami da homossexualidade e dapedofilia está arrasando a credibilidade dahierarquia católica no mundo;

- o mundo árabe está querendo sair daIdade Média cultural, política e religiosa,deixando o mundo em suspense com ta-manha volatilidade de sinais ambíguos quede lá nos chegam.

- os Estados Unidos saem ingloria-mente de uma longa e arrasadora guerrano Iraque, que nasceu de uma grandementira, se desenrolou com vergonhosocomportamento do exército americanocom os prisioneiros, e, em geral o povo

A nova crise que atin-ge a Igreja Católicadepois do escânda-

lo da pedofilia é o celibatodos padres.

Frustrados, condenados aviver na clandestinidade e nahipocrisia, cada vez mais pa-dres deixam o ministério paracontrair legítimas núpcias.

Temps Présent (TempoPresente) encontrou padresque deixaram o estado religio-so ou não, mas também mu-lheres de padres e filhos depadres, vítimas de uma interdi-ção cada vez mais mal vivida.

Clandestinidade, sofri-mento, medo, hipocrisia eoutras coisas não esclare-cidas, a Igreja Católica so-fre com o seu celibato. En-tenda-se, o celibato dospadres que proíbe ter umacompanheira e de consti-tuir uma família.

Mulheres e filhos de pa-dres, sacerdotes que deixa-ram o ministério sacerdotal,estas pessoas devem viverem silêncio e discretamente;são as primeiras vítimas, epor assim dizer os "danoscolaterais" de uma proibiçãomal vivida por alguns.

A Igreja Católica, já aba-lada pelo sofrimento após osescândalos da pedofilia quemacularam sua reputação,deve enfrentar uma crise de

Na semana anterior ao iní-cio do Advento, quatropadres flamengos lança-

ram um manifesto por reformas naIgreja que pedia a permissão da in-dicação de leigos como párocos,líderes litúrgicos e pregadores, epedia a ordenação de homens e mu-lheres casados como sacerdotes.

A análise é do teólogo norte-americano John A. Dick, professorda Universidade de Ghent, que vi-veu por 30 anos na Bélgica. O arti-go foi publicado no sítio NationalCatholic Reporter, 02-12-2011. A tra-dução é de Moisés Sbardelotto.

Até o final da semana, mais de4.000 católicos publicamente ati-vos haviam assinado o manifestoOs fiéis tomam a palavra. No dia 1ºde dezembro, o número de signa-tários havia alcançado os 6.000[neste sábado, 3, o número já ha-via superado os 6.500].

Entre os apoiadores estão cen-tenas de padres, educadores, aca-dêmicos e profissionais católicos.Dois apoiadores proeminentes sãoos ex-reitores da Universidade Ca-tólica de Leuven, Roger Dillemans

MANIFESTO POR REFORMAS NA BÉLGICAe Marc Vervenne.

"Não são 'pessoas de protes-to'. São pessoas de fé. Elas estãolevantando as suas vozes. Elasesperam que seus bispos estejamouvindo", disse o Pe. John Dekim-pe, um dos quatro padres que lan-çaram o manifesto.

"Algumas pessoas têm medode se aproximar das lideranças daIgreja", disse o padre, que vive emKortrijk. "Isso é ser dissidente? Eunão acho. A Igreja belga é um de-sastre. Se não fizermos algo, o êxo-do dos que abandonam a Igrejanunca vai parar. Eu realmente que-ro que os bispos reflitam profun-damente sobre o crescente descon-tentamento de tantos fiéis".

Entre as demandas do mani-festo, feitas "em solidariedadecom os irmãos da Áustria, da Ir-landa e de muitos outros países",estão as seguintes:

* Que a liderança das paróqui-as seja confiada a leigos formados;

* Que os serviços de Comu-nhão sejam realizados mesmoquando nenhum sacerdote este-ja disponível; (o que já fazemos

no Brasil, em 80% das celebra-ções das comunidades católi-cas); * Que os leigos possampregar; (o que já fazemos na igre-ja de Curitiba; formamos Minis-tros da Palavra, centenas);

* Que as pessoas divorciadaspossam receber a Comunhão;

* Que, "no menor tempo pos-sível, mulheres e homens casa-dos também sejam admitidos aopresbiterato" .

Até agora não houve nenhu-ma reação oficial do arcebispo An-dré-Joseph Léonard, o primaz ca-tólico da Bélgica, nem de outrosbispos da Bélgica ou do Vaticano.Privadamente e nos bastidores, umbispo belga aplaudiu o manifesto.

Jurgen Mettepenningen, teólo-go de Leuven e ex-assessor de im-prensa de Léonard, disse ao jornalbelga De Morgen que espera queo manifesto possa levar a uma re-forma da Igreja bem elaborada."Quando eu reflito sobre o que euescrevi e disse nos últimos anos,eu só posso dizer que o espírito domanifesto é o mesmo espírito noqual eu tentei trabalhar para tornar

a Igreja mais credível: fiel à fé".No ano passado, depois que

as denúncias de abuso abalarama Igreja belga, uma comissão in-dependente descobriu abusossexuais na maioria das dioceses,internatos e ordens religiosas ca-tólicas. A comissão disse que 475casos de abuso haviam sido de-nunciados a ela entre janeiro e

junho de 2011.Em um dos casos mais proemi-

nentes, o ex-bispo de Bruges, Ro-ger Vangheluwe, foi forçado a re-nunciar depois de admitir que abu-sou do seu sobrinho durante anos.Em abril deste ano, ele disse à tele-visão belga que havia molestadooutro sobrinho e que tudo tinhacomeçado "como uma brincadeira".

MUDANÇA DE ÉPOCASINAIS DOS TEMPOS

MULHERES E FILHOS DE PADRES

iraquiano. E sem resultado aparente, anão ser uma nação destroçada e um exér-cito americano desmoralizado;

- uma nova maneira de fazer política estásendo gestada na América do Sul, ainda ti-tubeante, confusa, ambígua, mas com gran-de vontade de algo novo;

- a Terra está sempre mais arrasada pelaganância infinita de lucros grandes e rápi-dos dos países industrializados

- os polos do mundo econômico e fi-nanceiro se estão deslocando para po-vos emergentes: China, Rússia, Índia,Brasil e África do Sul.

Acho que seria inteligente ligarmosnossas antenas para ver se conseguimoscaptar os sinais de mudanças consisten-tes que nos chegam de vários lugares eque até agora eram desprezados ou a quenão se prestava a devida atenção.

João [email protected]

vocação sem precedentes.Cada vez mais, padres dei-xam seu ministério para con-trair legítimas núpcias e sedesvencilham de sua batinapara cuidar de seus filhos.Quando não são padres quevivem na ilegalidade, marital-mente, com uma companhei-ra, fazendo pouco caso detodas as proibições.

Segundo a revista cató-lica de esquerda Golias, 20a 30% dos padres do Oci-dente levam uma vida amo-rosa. Uma cifra que chega a50% na América Latina e até80 a 90% na África!

Difícil de comprovar, se-guramente, diante dos nu-merosos riscos e do temorda sanção superior, o dolo-roso afastamento do cargopor parte da Igreja.

E na Suíça? Quantos pa-

dres católicos transgridem aregra do celibato? Entre nós,também, não existem estatís-ticas e o debate é obstruído.No máximo, alguns corajosossubiram ao púlpito, diante deseus paroquianos, paraanunciar sua situação.

Então, por que não falarcomo homens casados emvez de esconder seus ros-tos? Mulheres e filhos depadres, e até mesmo para al-guns... de bispos. Todos fi-lhos e filhas de uma IgrejaCatólica carregada de 20 sé-culos de história.

Mas sabíeis que duran-te um milênio, padres cató-licos podiam se casar? Quehouve 37 papas que foram"papais" e mesmo papas"filhos de papas"?

Reportagem: SabineKennel e Philippe Mach

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Jornal RUMOS

Querétaro, Qro., Méxi-co, 12 de fevereiro de 2012

A todos os irmãos da Fe-deração. Irmãos nossos mui-to queridos:

No dia de ontem tivemos agrande alegria de receber ume-mail do Grupo Yaguarcocha,do Equador, assinado por Rosi-ta e Mario.

Nele eles fazem valiosassugestões e, se vocês estive-rem de acordo, gostaríamos deas complementar assim:

1. Partindo da aceitação detodos de contatar, em primeiro lu-gar, os irmãos bispos que vão par-ticipar do Sínodo e, em segundolugar, todos os bispos, vamos com-binar os objetivos e os seguintespontos a tratar com eles. Para isso:reiteramos nosso pedido a todos

Porto Alegre abrigou, de24 a 29 de janeiro, oFSM (Fórum Social Mun-

dial) centrado no tema "Crisecapitalista - justiça social e am-biental". O evento é uma das ati-vidades preparatórias da Cúpu-la dos Povos da Rio+20, que sereunirá na Cidade Maravilhosaentre 20 e 21 de junho de 2012.

O FSM se realizou no mo-mento em que vários povos semovimentam por liberdade edemocracia, como ocorre nomundo árabe. No Ocidente, acrise do capitalismo suscita omovimento Ocupem Wall Stre-et. As duas manifestações têmem comum clareza quanto aoque não se quer, sem, no en-tanto, apresentar propostas al-ternativas viáveis.

No último 15 de outubro,houve mobilizações em quase1 mil cidades de 82 países! Nomundo andino, povos indígenasquestionam o modelo capitalis-ta de desenvolvimento e resga-tam os valores do bem viver -sumak kawsay.

Como resultado da incom-petência de um sistema que pri-oriza a acumulação privada dariqueza em detrimento dos di-reitos humanos, sociais e ambi-entais, o capitalismo conhece,agora, nova crise. Diante dela,a reação dos donos do poder éo samba de uma nota só: aus-teridade, cortes, aumento de im-

PETIÇÃO DOS PADRES CASADOS AOS BISPOS CATÓLICOSCarta circular do Presidente da FederaçãoLatino Americana

para concentrarem suas propos-tas com Oscar, Secretário de Fe-deração e, também com Gilberto,do Brasil, que generosamente, nosdiz num e-mail: "Além de Oscar,também nós colocaremos à dis-posição nosso site brasileirowww.padrescasados.org, nossojornal Rumos, do qual sou o editor,e o ' e-grupo' dos padres casados,divulgado por João Tavares."

2. Propomos que a data li-mite para receber estas suges-tões de todos seja a próximasegunda feira, 20 de fevereiro.O tempo urge.

3. Do que for recebido, amesa diretora fará uma seleçãoque enviará a todos e, com ela,o rascunnho de um documentoa ser enviado aos bispos daAmérica Latina

4. Desde já, vamos lutar paradifundir em nossas comunidadese em todo o nosso ambiente, anecessidade de voltar ao Vatica-no II, retomar seu estudo e fazertudo o que está ao nosso alcancepara viver seus ensinamentos,caminho seguro para Viver oEvangelho no mundo de hoje.

5. Penso que podemos des-tacar, desde já, três pontos: Aigual dignidade de todos os se-res humanos, enfatizando istono seio da Igreja; a opção pre-ferencial pelos pobres em todoo nosso atuar e o nosso viver e,finalmente, o cuidado com nos-so Planeta, se somos congruen-tes com a doutrina da Igreja noque se refere ao respeito à vida.

Vocês estão de acordo emque a Federação - todos nós- tra-

balhemos nesta direção? Desusqueira que sim e oxalá nossosirmãos bispos nos escutem.

No aguardo de seus valio-síssimos e-mails, só nos resta,no estilo de Paulo, pedir que nostenhamos presentes uns aos

outro diante do Senhor e queEle nos conduza no nosso que-rer, dizer e fazer.

Un fraterno abraço deTere y Lauro

[email protected]ção: Giba e João

FÓRUM SOCIAL MUNDIAL 2012

postos e desemprego, flexibili-zação das leis trabalhistas, con-gelamento de salários.

Salvam-se os bancos edane-se a população. Mais mi-séria à vista; jovens sem pers-pectiva de futuro, condenadosà droga e ao crime; fluxos mi-gratórios desordenados.

Do lado da esperança, e apóstrês décadas de globocoloniza-ção neoliberal, as manifestaçõessinalizam valores positivos comoa empatia pelo sofrimento alheio,a solidariedade, a defesa da igual-dade, a busca de justiça, o reco-nhecimento da diversidade e apreservação ambiental. Sem

esse universo ético não há es-perança de se construir um ou-tro mundo possível.

É preciso reinventar a con-vivência humana. E, da partedos donos do poder, não há ne-nhuma proposta fora da preo-cupação de não refrear a role-ta do cassino global. A criseambiental é ignorada pela ONU,pelos governos dos EUA e daUnião Europeia, e nada garan-te que a Rio+20 conseguirá reu-nir, como na Eco-92, chefes deEstado dos países do G8.

Mercantiliza-se a vida, des-troem-se os ecossistemas, re-duz-se rapidamente a biodiver-

sidade. Em todo o planeta,acentuam-se os empreendi-mentos extrativistas, sem ne-nhuma preocupação com seusimpactos sociais e ambientais.Áreas fundiárias são descara-damente transnacionalizadasem países do Terceiro Mundo.

Em Belém 2009 e Dakar2011, o FSM deu passos signi-ficativos na busca de alternati-vas ao desenvolvimentismo e aoconsumismo, tendo em vista apreservação ambiental. Agora,a luta social é oxigenada pelabusca de democracia e sobera-nia nos países árabes, e as am-plas manifestações, na Europa

e nos EUA, contra a lógica ne-crófila do neoliberalismo.

Se outro mundo é possível,isso se dará a partir da conver-gência de todas essas mobiliza-ções, da sincronia entre todosque lutam pela preservaçãoambiental, do diálogo entre asforças sociais e políticas con-vencidas de que dentro do ca-pitalismo não há salvação parao futuro da humanidade.

O FSM de Porto Alegre2012 foi o ponto de encontro desujeitos políticos capazes deapontar uma saída para a crisee as bases de construção de umnovo modelo civilizatório, noqual predomine a globalizaçãoda solidariedade. E dele pode-rão brotar propostas temáticaspara abastecer aqueles que, emjunho, se encontrarão na Cúpu-la dos Povos (Rio+20).

A dinâmica do FSM 2012 foià base de grupos temáticos, demodo a acolher experiências econtribuições dos participantesem torno de quatro eixos trans-versais: 1. Fundamentos éticose filosóficos: subjetividade, do-minação e emancipação; 2. Di-reitos humanos, povos, territó-rios e defesa da Mãe-Terra; 3.Produção, distribuição e consu-mo: acesso à riqueza, bens co-muns e economia de transição;4. Sujeitos políticos, arquiteturade poder e democracia.

Frei Betto

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Jornal RUMOS

13Jornal RUMOS

A produção e o consumode bens materiais nãobastam para alicerçar o

bem-estar e a felicidade dosseres humanos. No avanço doprocesso de humanizaçãochegamos ao patamar históri-co, não consolidado, do "reco-nhecimento de todos por to-dos"! De fato, nós queremos oreconhecimento da nossa dig-nidade humana. Da nossa li-berdade humana. Das nossaspotencialidades humanas...

Nós, de forma mais ou me-nos consciente, buscamos a re-alização da nossa "dimensão"humana, de pessoas iguais e li-vres numa sociedade justa.Cada um de nós quer contar/valer na sociedade e não noscontentamos com ser, apenas,um número a ser contado ouuma unidade a ser catalogada.

Na sociedade do "capitalis-mo doentio", em que vivemos,somos encaminhados, com do-ses maciças de publicidade, aviver como "indivíduos consu-midores"! Os indicadores quemais contam, e dos quais mais

Será um grande prazer ouvi-lo e um deleite para o espíri-to. Sem dúvida nenhuma

será um sucesso.E assim demonstra que a TL

ainda viverá muito e muito e serásempre um alento para nos mos-trar a verdadeira Face do Cristo:enraizada na vida do povo...

A Filarmônica de Berlimtransforma em música a teologiado sacerdote católico e profes-sor universitário Hans Küng,sancionado pelo Vaticano.

De acordo com a Fundação Éti-ca Mundial, presidida pelo teólo-go suíço de 83 anos, em sua obrapara coro e orquestra de uma horae meia de duração, o compositor

TEOLOGIA DE HANS KÜNGFilarmônica de Berlim a transforma em música

britânico Jonathan Harvey levou àpartitura os pensamentos de Küngsobre as religiões mundiais. O pró-prio Küng é o autor do texto.

A obra consta de seis capítu-los, cada um correspondente aum princípio da Declaração deÉtica Mundial de 1993, da qualKüng foi o redator. Na declara-ção se ressaltam os valores co-muns das grandes religiões quepoderiam servir de base para ummundo justo e sem violência.

Küng não deu detalhes sobre amúsica, mas garantiu que a compo-sição contempla em seus seis capí-tulos as tradições musicais do bu-dismo, hinduísmo, religiões chine-sas, judaísmo, islã e cristianismo.

A estreia será no dia 13 de ou-tubro sob a batuta de Simon Rattlee no qual participarão também oCoro da Rádio-Televisão de Ber-lim, assim como um coro infantil.

Küng foi perito do ConcílioVaticano II e colega em temposuniversitários de teólogos renoma-

dos de sua época como Karl Rah-ner, Yves Congar, Henri de Lubac,Hans Urs Von Balthasar ou JosephRatiznger, atual Bento XVI.

Em 1979, o Vaticano cassou-lhea licença para lecionar devido aoseu livro "Infalível?", onde criticao dogma da infalibilidade papal.

No entanto, Küng continuousendo professor de Teologia Ecu-mênica na Universidade de Tü-bingen (Alemanha).

Além disso, segue sendo sa-cerdote ativo, sem que a Santa Sérevogasse suas licenças.

www.ihu.unisinos

CONQUISTEM 2 ASSINANTES

IMPORTANTE, COLEGAS LEITORES: A DIRETORIA DO MFPCDESEJA DUPLICAR

O NÚMERO DE ASSINANTES DO JORNAL RUMOS IMPRESSO.POR ISSO ESPERAMOS QUE VOCÊS CONQUISTEM 2 (DOIS)

OU MAIS.SERÁ UM PRESENTE PARA QUEM ASSINAR (só 30,00) E PARAO MFPC, QUE ENTÃO PODERÁ CONTINUAR COM O JORNAL.DESDE JÁ NOSSO MUITO OBRIGADO PELA COLABORAÇÃO!!!

EM NOME DA DIRETORIA,GILBERTO - EDITOR DO JORNAL.

COM A CRISE GLOBAL, ASSOMA A QUESTÃO MORAL

se fala em nosso mundo glo-balizado, são os indicadoreseconômicos. Uma sociedade,qualquer sociedade, é avaliadapelos indicadores econômicos,e não por outros indicadores,que seriam mais complexos emais indicativos da "qualidadede vida humana" que as pes-soas vivem realmente.

Ao consumismo se sacrifi-

cam a identidade pessoal, a ca-pacidade crítica de avaliação doque é bom ou ruim, justo ou in-justo, necessário ou supérfluo;enfim, imola-se o discernimen-to pessoal que é o fundamentoda liberdade e da dignidade davida humana. Tudo se sacrificapara buscar uma "satisfação"imediata, fundada na posse e/ou no consumo de bens, mate-

riais ou imateriais que sejam.Junto ao consumismo, em

nossas sociedades avulta o gi-gantismo da corrupção dos in-divíduos e das instituições. Nonosso mundo corrompido va-lem, sempre menos, as capaci-dades e o preparo das pessoas,pois os fatores de avanço eco-nômico e social se prendem,sempre mais, aos "laços" fami-liares ou associativos, ao clien-telismo, à militância política, àligação com "máfias" ou agre-miações poderosas...

Está patente que o cresci-mento dos consumos não aju-dou a edificar sociedades maisreguladas e mais justas! An-tes, fez emergir vícios e injus-tiças que favorecem a corrup-ção dos costumes e das leis, ooportunismo, a deslealdade ea desonestidade. Difunde-se,ao mesmo tempo, o ceticismoético que afunda o prestígiodos valores necessários paracimentar uma justa convivên-cia social e política.

Nesta situação assoma a"questão moral" como marco ini-

ludível que desafia a modificare renovar nossas vidas pesso-ais e nossas sociedades. A éti-ca, de fato, nos questiona sobreo ponto essencial da convivên-cia em sociedade: se damos acada um aquilo que lhe é devi-do como ser humano! A demo-cracia que adotamos está, porsua vez, fundada no valor dapessoa humana. É sim um con-junto de regras procedimentais,mas tem como objetivo favore-cer a convivência harmoniosaentre todos os cidadãos, supe-rando os conflitos com medidasem benefício do bem comum.

O desafio nos colhe no está-dio avançado de uma "crise" glo-bal, não somente econômica, masecológica e de relações humanas,de valores e de atitudes associ-ais, que pode destruir a nossa pró-pria possibilidade de sobrevivercomo espécie humana. Disto nas-ce a urgência de mudanças pro-fundas e inovadoras nas nossasatitudes mentais e práticas.

Giuseppe Staccone,filósofo e teólogo

[email protected]

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14 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Há linguagens sobre Deus quemoldam modos de ver e de confi-gurar a realidade, diziam as pri-meiras teologias feministas. Hoje,Portugal deixa de ser o único paísda Europa a não ter uma associ-ação de teólogas feministas. Elasnão querem ser padres. Antes aju-dar a reler imagens de Deus e opapel da mulher na Igreja.

Jesus era feminista. Isto é umanacronismo. Mas a afirmação éverdadeira, dizem estas mulhe-res. Maria Julieta Dias, freira dasReligiosas do Coração de Maria,é uma das participantes do Co-lóquio Internacional de TeologiaFeminista. Defende a "afirmaçãoanacrónica verdadeira" de que"Jesus era feminista".

"No tempo de Jesus, o concei-to de feminismo não existia", dizJulieta. "Mas, se olharmos para aatitude de Jesus perante as mu-lheres, quando elas tomam a inici-ativa ou quando Jesus se dirige aelas, ele é um verdadeiro feminis-ta, no sentido de reconhecer àmulher a mesma dignidade do ho-mem." E para Jesus, recorda, ci-tando São Paulo na Carta aos Gála-tas, "não há judeu nem grego, nãohá escravo nem livre, não há ho-mem nem mulher, pois são todosiguais em dignidade".

Julieta Dias vai mais além: "Sealguma coisa há de diferente, éque, com as mulheres, Jesus sesente mais reconhecido e dá mes-mo saltos qualitativos na inteli-gência da sua missão." E guia-nospor episódios bíblicos para con-firmar o que pretende dizer. No di-álogo com a samaritana, que faziaparte de um povo que não se davacom os judeus, o judeu Jesus co-meça por entabular conversa eacaba a dizer-lhe que é o messias.Uma revelação surpreendente,

JESUS ERA FEMINISTA, DIZEM ELAS

PÁGINA DA MULHER

contada no Evangelho de SãoJoão. É que, por contraste, explicaJulieta Dias, em outros textos equi-valentes, quando os discípuloslhe dizem que é ele o messias, Je-sus ordena-lhes que se calem.

Perante uma cananeia, es-trangeira que procura ajudapara a filha "cruelmente ator-mentada por um demónio", Je-sus não responde no primeiromomento e chega mesmo a ser"antipático", acrescenta a irmãJulieta. Depois da insistência damulher, ele acaba por ceder, per-cebendo que a sua missão "nãoé confinada ao judaísmo, mas se

destina a todo o mundo".A Bíblia foi o ponto de parti-

da da teologia feminista. Algunsdos trabalhos pioneiros começa-ram por corrigir as traduções queenviesavam os textos com a ter-minologia masculina acerca deDeus, explica Teresa Toldy, auto-ra do primeiro livro em portuguêssobre o tema: Deus e a Palavra deDeus na Teologia Feminista (ed.Paulinas), publicado em 1998.

Não se trata apenas de pas-sar a usar uma linguagem politi-camente correcta, diz Teresa Tol-dy, que é teóloga e professorauniversitária. "Só por isso, não

adianta fazer teologia feminista.Mas o facto de a linguagem mu-dar pode ter um impacto directona forma como as pessoas esta-belecem a sua relação com Deus."

Toldy cita os trabalhos pio-neiros de Elisabeth Schüssler Fi-orenza nos Estados Unidos. "Fezuma revisão da linguagem ma-chista das traduções bíblicas.Mas, como estava ligada a soci-edades antiesclavagistas, reco-nheceu, na linguagem dessastraduções, formas de submissãoe escravidão da mulher."

Há um terceiro episódio ci-tado por Julieta Dias: quandoJesus visita uma família de ami-gos, Marta censura a irmã, Ma-ria, por se ter sentado a escutá-lo, em vez de a ajudar na lide decasa. A repreensão reflecte aopinião de que as mulheres de-viam tratar da casa, cabendo aoshomens as tarefas públicas.Mas Jesus "não só aceita a ini-ciativa de Maria como a louvapor ela ter escolhido a atitudeda verdadeira sabedoria". Por-que escutar o mestre é a atitudedo discípulo, nota Julieta Dias.

O LUGAR DA MULHER

Seguidoras eram também vári-as outras mulheres, acrescenta estareligiosa, que diz ter chegado à te-ologia feminista também depois dese pôr a estudar a Bíblia. Os evan-gelhos contam que várias mulhe-res acompanhavam Jesus, tendoalgumas colocado os seus bens ao

serviço do grupo, recorda. "Foramelas que tomaram a iniciativa deaderir ao movimento de Jesus e elenão as rejeitou." E, depois da res-surreição, recorda, é às mulheresque ele pede que congreguem denovo os seguidores.

O Colectivo de Mulheres naIgreja tem uma dimensão intercon-fessional, não se limitando ao ca-tolicismo.

A teologia feminista, que se ini-cia na década de 1960, "continua afazer sentido no interior do catoli-cismo", diz Teresa Toldy. Por cau-sa das imagens "androcêntricas deDeus" e pela "insistência na mas-culinidade de Jesus como argumen-to para excluir as mulheres".

Também está em causa, claro,o lugar das mulheres no interior daIgreja Católica e a possibilidade deacesso aos ministérios - à ordena-ção como padres. Mas essa não éa questão fundamental, insistemtodas. "Não gostamos que nos di-gam que queremos ser padres. Aintenção não é repetir um modelode Igreja que não nos agrada, mascontribuir para um serviço ondecaberiam também pessoas casa-das", diz Roser Solé.

As teologias feministas tam-bém discutem a essência do cristi-anismo, na linha da teologia da li-bertação partindo da perspectivados mais pobres.

Se a Bíblia foi o ponto de par-tida, as teologias feministas afir-maram-se, depois, no estudo deum conjunto de áreas temáticas:desde logo a história da Igreja,recuperando figuras de mulheresrelevantes, mesmo do ponto devista teológico. Maria Madale-na, ainda no tempo de Jesus,várias líderes das comunidadesfundadas por São Paulo, abades-sas e místicas como Hildegardade Bingen, Juliana de Norwichou Teresa d'Ávila são apenasalguns dos nomes de um largopanteão. No caso de Teresad'Ávila, diz a teóloga, o grau decomplexidade dos seus escritos"é semelhante ao dos textos deSão João da Cruz".

Hildegarda de Bingen, além decompositora, médica e escritora,aconselhou e afrontou Papas e bis-pos e descreve visões com mulhe-res no altar, no lugar do padre.

A linguagem acerca de Deus,predominantemente masculina,pode legitimar uma ordem soci-al patriarcal, diz Teresa Toldy."Quando se fala da paternidadede Deus, o que interessa é falarda relação. Por isso, Deus podeser visto como pai, mas tambémcomo mãe." E acrescenta: sãometáforas, mas as metáforasconfiguram também modos dever e de fazer.

Fonte: http://jornal.publico.pt

Teólogas portuguesas

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Nunca o termo "chique" foitão usado para qualificarpessoas como nos dias de

hoje.A verdade é que ninguém é chi-

que por decreto. E algumas boascoisas da vida, infelizmente, não es-tão à venda. Elegância é uma delas.

Assim, para ser chique é preci-so muito mais que um guarda-rou-pa ou closet recheado de grifes fa-mosas e importadas. Muito maisque um belo carro Italiano.

O que faz uma pessoa chique,não é o que essa pessoa tem, masa forma como ela se comporta pe-rante a vida.

Padre Marcos Bach

Dia 16 de janeiro completouum ano da partida deste mundodo nosso querido Pe. Marcos,o Marquinho.

Gostaria, amigos e amigas,que fizessem comigo um pen-samento amistoso e amorosopara com o Marquinho, pois oque mais me comove depois desua partida, o que mais sinto éseu AMOR sempre presentepara com todas as pessoas.

Ele era e certamente conti-nua sendo AMOR!

Promoveu a liberdade e a au-tonomia de consciência, o quefez com que muitas pessoas se encontrassem a si mesmas e a Deus.

Maria Célia [email protected]

FALECIMENTOS

Prezados amigosComo já é costume, a cada ano,

procuro dar a todos os familiares eamigos as nossas notícias, infor-mando-lhes o quadro clínico donosso Pedro que há quase seisanos vive no leito, enfrentando adoença "Mal de Alzheimer" e, porisso, está muito debilitado, apesarde receber todos os cuidados ne-cessários, entre os quais, medica-ção, fisioterapia motora e respira-tória diariamente.

O ano de 2011 foi muito bompara todos nós. Pedro quase quepassava o ano sem ir ao hospital.As crises respiratórias foram sem-pre tratadas, em casa, com orienta-ção médica. Porém, nas últimas se-manas de dezembro passamos nohospital. Dia 17 foi necessário levá-lo ao Hospital, para trocar a sonda(GTT). Durante o procedimento, eleteve crise respiratória e como tinhafeito exame de sangue e urina, amédica ao verificar, viu que ele es-tava com infecção urinária e o in-ternou. Ele teve alta hospitalar dia24 de dezembro; ficamos alegres enos reunimos em casa para cele-brarmos o Natal. Dia 28 passou malem casa sendo necessário chamarsua médica que logo veio atendê-lo. Ele estava com pressão arterialmuito baixa, alteração nos batimen-tos cardíacos, entre outros. Logoo levamos ao hospital, pois alémda infecção urinária, foi diagnosti-cado pneumonia hospitalar e insu-ficiência renal. Aos poucos foimelhorando, surpreendendo a to-dos. Pedro é muito forte e ficamos

José Colaço Martins DOURA-DO, atual tesoureiro do Mo-vimento das Famílias dos Pa-

dres Casados (MFPC), juntamentecom sua família agradece as ora-ções e mensagens provenientes detodo Brasil.

Na quarta feira dia 08/02 sofreuum infarto e foi encaminhado parao hospital da Unimed em Fortaleza.A assistência foi imediata, sendo re-cebido no hospital pelo seu irmãomédico e uma equipe de cardiolo-gistas. Após realizar cateterismo foiinternado na UTI do próprio hospi-tal e neste sábado, dia 11/02 foitransferido para o apartamento.

Socorro Dourado, sua compa-nheira inseparável me delegou a

SER CHIQUE SEMPREChique mesmo é ser discreto.Quem não procura chamar aten-

ção com suas risadas muito altas,nem por seus imensos decotes enem precisa contar vantagens, mes-mo quando estas são verdadeiras.

Chique é atrair, mesmo semquerer, todos os olhares, porquese tem brilho próprio.

Chique mesmo é ser discreto,não fazer perguntas ou insinua-ções inoportunas, nem procurarsaber o que não é da sua conta.

É evitar se deixar levar pelamania nacional de jogar lixo na rua.

Chique mesmo é dar bom diaao porteiro do seu prédio e às pes-

soas que estão no elevador.É lembrar-se do aniversário dos

amigos.Chique mesmo é não se exce-

der jamais!Nem na bebida, nem na comi-

da, nem na maneira de se vestir.Chique mesmo é olhar nos

olhos do seu interlocutor.É "desligar o radar", "o telefo-

ne", quando estiver sentado àmesa do restaurante, prestar ver-dadeira atenção a sua companhia.

Chique mesmo é honrar a suapalavra, ser grato a quem o ajuda,correto com quem você se relacio-na e honesto nos seus negócios.

Chique mesmo é não fazer a me-nor questão de aparecer, ainda quevocê seja o homenageado da noite!

Chique do chique é não se ilu-dir com "trocentas" plásticas dofísico... quando se pretende corri-gir o caráter: não há plástica quesalve grosseria, incompetência,mentira, fraude, agressão, intole-rância, ateísmo...falsidade.

Mas, para ser chique, chiquemesmo, você tem, antes de tudo,de se lembrar sempre de o quãobreve é a vida e de que, ao final eao cabo,

vamos todos terminar da mes-ma maneira, mortos sem levar nada

material deste mundo.Portanto, não gaste sua ener-

gia com o que não tem valor, nãodesperdice as pessoas interessan-tes com quem se encontrar e nãoaceite, em hipótese alguma, fazerqualquer coisa que não lhe façabem, que não seja correta.

Lembre-se: o diabo parecechique, mas o inferno não temqualquer glamour!

Porque, no final das contas,chique mesmo é Crer em DeusInvestir em conhecimento pode

nos tornar sábios... mas, Amor eFé nos tornam humanos!

Glória Kallil

COMUNICADOmissão de escrever essa pequenanota de agradecimento a todos oscolegas mpcistas, familiares, paren-tes e amigos.

Acreditamos que a partir de talsituação, nosso Dourado terá quediminuir suas atividades profissi-onais à frente da Faculdade Trinusna cidade de Cascavel-Ce.

Todos nós que pertencemos aoMovimento no Ceará desejamos queo mesmo se restabeleça o mais rápi-do possível e que fique inteiramentesaudável para participar ativamentedo nosso XIX Encontro Nacional.

Edson e Lúcia (Casal Presiden-te Nacional)

Fortaleza, 12 de fevereiro de2012

PADRE PEDRO SCHAEKEN - DEPOIMENTOMANAUS, 15 DE JANEIRO DE 2012

alegres em podermos voltar à casadia 9 de janeiro. Entretanto, não setrata de cura, apenas melhora oproblema em tratamento.

A ida ao hospital diariamenteduas ou mais vezes é muito cansa-tivo, uma vez que temos que acom-panhar a evolução do tratamento efalar com a médica responsável. Ascuidadoras que cuidam do Pedro,em casa, o acompanham no hospi-tal, o que torna mais fácil para nós.

Dia 4 de janeiro celebramos 43anos de casamento e, como sem-pre os filhos gostam de celebrar,pois são felizes com a família queconstruímos e são eternamentegratos ao pai que nos proporcio-nou tudo o que somos. Reunimos-nos ao lado do leito do Pedro e fi-zemos oração, agradecendo a Deuspor termos uma família unida, sus-tentada pela fé, coragem e amor,graças à direção do pai. Saindo dohospital, fomos jantar na casa dafilha Annie.

Os filhos se dividem para tiraras férias, pois numa emergência,terei sempre um deles. Continuoaproveitando o tempo livre parabordar, ler, pesquisar e organizaroutros livros, um pronto para im-

pressão: "Histórias para refletir".Para mim é uma alegria e, apesar deter o meu esposo restrito ao leito,sinto-me feliz por ter uma famíliamaravilhosa e um bom ciclo de ami-zade, entre as quais a Maria Hoor-nweg van Rij van Dijk que nos aju-da nas traduções de cartas e comu-nicação com os familiares da Ho-landa, através dos telefonemas.

Recebemos sempre visita deamigos e, no último ano, conhece-mos um grupo de padres casados,muito atenciosos que se unem a nóscom orações, conversas e animação.

Agradecemos muito os e-mails, telefonemas, cartas comnotícias, bonitas fotos e cartõesde Natal enviados por muitosamigos e amigas.

Que o Menino Deus nosacompanhe durante o ano de2012 com muitas bênçãos e gra-ças, na certeza de um Ano Novorepleto de felicidade e realiza-ções, proporcionando união en-tre os povos, muita paz e amor.

A todos muita saúde, sucesso,muitas bênçãos, recomendações eabraços.

Raimunda Gil Schaeken rgilschaeken@hotmail. com

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16 Jornal RUMOS

Jornal RUMOS

Dia 07/02/2012: Com alegriacomunico que nosso Sitewww.padrescasados.org

acaba de bater um RECORDE deacessos: 304 nas últimas 24 horas.

Bastou nossa participação noVII Encontro da Federacion de lasfamilias de los padres casados, emSetembro, em Buenos Aires, emcasa de nossa matriarca e Presiden-te honorária Vitalícia Clélia Podes-tà (esposa do bispo casado Jeôni-mo Podestà) para nos aperceber-mos, nós 5 casais do Brasil, queeles, da América de língua espa-nhola, tinham muito mais sensibili-dade e atuação profética na políti-ca e na vida do dia a dia dos seuspaíses do que nós. Daí a intuirmosque nós éramos clericais demais epreocupados demais com a proble-mática do Vaticano e do Celibato eseus anexos, foi um passo fácil.

E logo veio a intuição de quenossas mídias: Site, e-grupo eJornal poderiam explorar e difun-dir bem mais coisas interessan-tes, a partir da nossa fé, da nos-sa visão de Mundo, de Valores ede Igreja, alicerçada na sólida e

Integrantes de Conferên-cias Episcopais de todoo mundo que participam

nestes dias do simpósio"Rumo à cura e à renovação"na Pontifícia UniversidadeGregoriana, se uniram terça-feira, 7 de fevereiro, em umavigília de oração peniten-cial na igreja de Santo Iná-cio, presidida pelo Carde-al-Prefeito da Congrega-ção para os Bispos, Car-deal Marc Ouellet.

Os bispos, de mais decem países dos cinco conti-nentes, pediram perdão pela'tragédia' e o 'crime' dos abu-sos sexuais cometidos por

Obrigado a deixar suaesposa se quisercontinuar padre.

Padre Jan Peijnenburgtem 81 anos. Sua esposaThrees van Dijck, 85. Estãojuntos 46 anos.

O escândalo se deudepois que ambos publi-caram um livro no qual re-clamam que a Santa Séacabe com o ce l iba toobrigatório na Igreja ca-tólica de rito romano.

E S TA M O S E M 2 0 1 2 , A N O D E N O S S O X I X E N C O N T R O D O M F P C .U M A C E N T E N A D E J Á I N S C R I T O S - Q U E M A R AV I L H A ! ! !

A I N D A T E M O S T E M P O PA R A N O VA S I N S C R I Ç Õ E S , AT É 3 0 / 0 4 .D E P O I S , H O S P E D A G E M S Ó E M O U T R O S H O T E I S , N Ã O M A I S N O S E S C .

O E N C O N T R O É A B E RT O A PA D R E S , L E I G O S E L E I G A S A M I G O S ( A S )VA M O S A F O R TA L E Z A N O S D I A S 2 7 / 0 6 A 0 1 / 0 7 ! ! !

C O M O S E I N S C R E V E R , V E J A M N O S I T E w w w . p a d r e s c a s a d o s . o r gVA I S E R M A R AV I L H O S O , A I N D A M A I S C O M S U A S P R E S E N Ç A S ! ! !

VAMOS A FORTALEZA SITE DO MFPCMUITO VISITADO

sempre válida matriz dos Docu-mentos do Concílio Vaticano II.Estudados nos textos originais,"sine glossa" -como dizia S.Francisco em relação aos Evan-gelhos que ele queria ler e viverna força e na simplicidade da suaversão original- não na contra-fação dos documentos vatica-nos e curiais posteriores quetentam esvaziar a força renova-dora do Vaticano II.

Nessa visão conciliar aberta,é natural que CEBs, volta à pure-za do Vaticano II, Ecologia, Eco-nomia, Política, Justiça, Corrup-ção, Valores Humanos, etc. setornem valores e temas de nos-sas reflexões e interesse.

Vejam abaixo os dados do nos-so Site em 24/10/2012:

________________________________________24 Set 2010 para 26 Dez 2011:

27,138 visitas mostradas acimaEstatísticas atualizadas 6 Feb

2012@09:16GMT: 31,215 visitas [?]Total desde 23 Set 2009: 46,794.

24hrs anteriores: 304.João Tavares

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DRAMA DE SACERDOTE HOLANDÊS

BISPOS PEDEM PERDÃO POR PEDOFILIAS

padres e não contrapostospor seus superiores.

A cerimônia começoucom uma procissão silenci-osa e se encerrou com umadeclaração simbólica de ar-rependimento por parte desete representantes de mem-bros da Igreja que enfrenta-ram de modo inadequado oproblema da pedofilia: umbispo, um educador, um su-perior, um sacerdote, um ge-nitor, um fiel e um cardeal (opróprio Dom Ouellet).

Na conclusão, uma se-nhora irlandesa que quan-do adolescente foi vítimade abusos, Marie Collins,

tomou a palavra diante dacruz e em nome das víti-mas, rezou: "Senhor, ofen-dido pelos homens, homemde dores, para nós é difícilperdoar aqueles que nosfizeram mal; somente a tuagraça pode nos concedereste dom; pedimos-te aforça de unir-nos ao per-dão que da cruz fizestedescer sobre a humanida-de pecadora como um con-solo, para que a tua Igrejaseja curada também com onosso perdão. Perdoa-lhes". E o coro entoou o'Kyrie eleison'.

Fonte: www.cnbb.org.br

O bispo de sua dioce-se, Hertogenbosch, a mai-or da Holanda, lhe deu umultimato: ou acaba com arelação conjugal, ou aban-dona o sacerdócio. Deu-lhe o prazo de 15 de no-vembro até 1° de dezembrode 2011. Mas de imediatoo padre lhe deu a respos-ta: "Antes de deixar o amorde minha vida, deixareimeu sacerdócio".

Padre Jan trabalha há

mais de 50 anos, atualmen-te em Eindhoven, sem ocul-tar nem abandonar esta re-lação conjugal. Ele afirma,no livro publicado, que adiocese sempre fez "vistagorda" a respeito da sua si-tuação. Ele e sua esposa re-conhecem que na igreja ho-landesa não é raro que pa-dres vivam com suas com-panheiras.

(Rd/Agencias)www.periodistadigital.com