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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia Livro de Resumos 9 a 12 de Maio de 2012

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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia

Livro de Resumos

9 a 12 de Maio de 2012

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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Comissão Organizadora Secção de Neonatologia da SPP Sociedade de Cardiologia Pediátrica Sociedade de Cirurgia Pediátrica Comissão Organizadora Local Albina Silva Almerinda Barroso Pereira António Matos Carla Sá Eduarda Abreu Isabel Cunha Comissão Cientifica Maria Ana Sampaio Maria João Baptista Jorge Correia Pinto Daniel Virella Paula Guerra Almerinda Barroso Pereira Rosalina Barroso Gustavo Rocha José Luis Nunes Secretariado Teresa Ribeira E-mail: [email protected] Telefone: 2131841171

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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Caros Colegas e Amigos:

As inovações em cirurgia e cardiologia neonatal justificam que organizemos as XLI

Jornadas Nacionais de Neonatologia em colaboração com a Sociedade de Cardiologia

Pediátrica e a Sociedade de Cirurgia pediátrica.

Vamos abordar o que há de novo em cirurgia neonatal e cardiologia neonatal numa

reunião multidisciplinar, desde o diagnóstico pré natal ao tratamento do RN. Teremos

oportunidade de ouvir e debater ideias com peritos nacionais e convidados estrangeiros.

No programa constam dois cursos teórico – práticos de muito interesse. Um workshop

sobre cuidados ao RN com ostomias intestinais e um curso sobre nutrição do RN.

As XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia vão realizar-se em Braga, em 2012 Capital

Europeia da Juventude, e muito perto da cidade de Guimarães este ano Capital Europeia

da Cultura.

A todos os congressistas desejamos que aproveitem as Jornadas para actualização de

conhecimentos em temas importantes no diagnóstico e tratamento dos RN, mas também

que usufruam das cidades de Braga e Guimarães, que no ano 2012 têm uma oferta

cultural diversificada e de qualidade.

Bem-vindos a Braga.

A Presidente da Secção de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria

Almerinda Barroso Pereira

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Participantes / Prelectores

Ana Teixeira Mª João Baptista António Pires Mónica Rebelo Rufino Nascimento Cláudia Moura Conceição Trigo Sofia Ferreira Paolo Casella Tiago H. Coelho Correia Pinto Alexandra Cadilhe António B. Monteiro Manuela Rodrigues João Moreira Pinto Christoph Bührer Munther Haddad Guido Moro Mike Possner Programa 10 de Maio de 2012

08.30 Abertura do secretariado

Cardiopatias congénitas

09.00 Diagnóstico pré natal

Ana Teixeira

09.20 Triagem, terapêutica e transporte

Maria João Baptista

09.40 Discussão

Moderadores

Manuel Primo

Maria Ana Sampaio Nunes

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Aspectos importantes no RN com cardiopatia

10.00 Interacção coração pulmão

António Pires

10.20 Monitorização do doente cardíaco

Mónica Rebelo

10.40 Discussão

Moderadores

Ana Guedes

Silvia Alvares

11.00 Café 11.30 Conferência

Contributo da ecocardiografia funcional na prática clínica diária

Rufino Nascimento

Moderador

Anabela Salazar

12.00 Sessão de Abertura 12.30 Almoço 14.00 Comunicações orais e posteres em sala Arritmias

15.00 Diagnóstico

Claudia Moura

15.20 Terapêutica

Conceição Trigo

15.40 Discussão

Moderadores

Sofia Morais

António Vieira

16.00 Café

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Canal arterial no RN pré termo

16.30 Aceitar a hipótese nula?

Sofia Ferreira

17.00 Discussão

Moderadores

Rui Anjos

Elisa Proença

17.30 Assembleia Geral 20.30 Jantar 11 de Maio de 2012

08.30 Comunicações orais e posteres em sala O passado e o presente da Cirurgia Neonatal

09.30 O passado

Paolo Casella

09.50 Novas técnicas cirurgicas

Tiago Henriques Coelho

10.10 Discussão

Moderadores

Micaela Serelha

Francelina Lopes

10.30 Conferência

Hérnia diafragmática congénita

Correia Pinto

Moderador

Hercilia Guimarães

11.00 Café

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Lábio leporino e fenda palatina

11.30 Diagnóstico pré natal

Alexandra Cadilhe

11.50 Tratamento cirúrgico

António Bessa Monteiro

12.10 Tratamento médico

Manuela Rodrigues

12.30 Discussão

Moderadores

João Costa

Regina Duarte

13.00 Almoço

14.30 Comunicações orais e posteres em sala Enterocolite necrosante

15.30 Fisiopatologia

João Moreira Pinto

15.50 Probióticos na prevenção

Christoph Bührer

16.10 Tratamento

Munther Haddad

16.30 Discussão

Moderadores

Helena Carreiro

Miroslava Gonçalves

Conferência

17.30 Leite materno na nutrição do RN pré termo

Guido Moro

Moderador

Teresa Tomé

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Conferência 18.00 Tipo de parto e microbiota

Mike Possner

Moderador

Almerinda Pereira

18.30 Encerramento

Atribuição de bolsas e prémios

09 de Maio de 2012 – 14.30 - Workshop: Cuidados a RN com ostomias intestinais

Objectivo: Divulgação dos princípios básicos para o cuidado de ostomias intestinais no

recém-nascido.

Destinatários: Médicos e enfermeiros de Unidades de Neonatologia (cuidados

intensivos e cuidados intermédios neonatais) e de Unidades de Cirurgia Pediátrica com

cirurgia neonatal.

Programa:

1. Nota de Abertura – Prof. Dr. Jorge Correia Pinto.

2. Ostomias em Neonatologia. Indicações, técnicas e fisiopatologia – Dr. Pedro Garcia

e Dr. Daniel Virella.

3. Morbilidade e problemas nas ostomias intestinais em Neonatologia - Enfermeira

Sofia Nuno e Dr. Pedro Garcia.

4. Cuidados de enfermagem ao recém-nascido com ostomias intestinais - Enfermeiras

Sofia Nuno, Catarina Beirão e Marta Ferreira.

• protecção da pele e cuidados aos estomas (procedimentos, sistemas colectores e

produtos utilizados),

• complicações da pele/estoma e estratégias de actuação,

• medidas de conforto e controlo da dor,

• parceria de cuidados (envolvimento dos pais/cuidadores nos cuidados ao recém-

nascido)

5. O caso particular da drenagem peritonial no recém-nascido de extrema

prematuridade – Enfermeira Sofia Nuno.

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6. Apresentação do projecto da UCIN do Hospital de Dona Estefânia "Protecção da

Pele dos Recém-nascidos com estomas intestinais" – Enfermeira Sofia Nuno.

7. Demonstrações e práticas em modelos (participantes e formadores divididos em

pequenos grupos) - Enfermeiras Ana Isabel Ventura, Catarina Beirão, Marta

Ferreira, Raquel Matos e Sofia Nun, Drs Daniel Virella e Pedro Garcia.

8. Discussão participada.

Metodologia: Curso teórico-prático, na forma de workshop, com apresentações

teóricas, demonstrações e práticas em modelos e discussão participativa.

Carga horária: 4 horas efectivas.

Material pedagógico: Distribuição dos meios audiovisuais utilizados, separatas da

literatura, informação sobre material técnico específico.

Capacidade Formativa: 20 participantes.

Formadores: - Ana Isabel Ventura,

- Catarina Beirão,

- Daniel Virella,

- Marta Ferreira,

- Pedro Garcia,

- Raquel Matos

- Sofia Nuno.

Certificação: Foi solicitado o reconhecimento do curso à Ordem dos Médicos e à

Ordem dos Enfermeiros.

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12 de Maio de 2012 – 9.00 Curso: Nutrição do RN pré termo

Moderador: António Guerra, Almerinda Barroso Pereira

9 H 00 M - Necessidades nutricionais: Luísa Malheiro

9 H 30 M – Metabolismo fosfo - cálcico: Luís Pereira da Silva

10 H 00 M – Discussão

10 H 30 M – Intervalo

Moderador: Ana Margarida Alexandrino, José Luís Nunes

11 H 00 M – Avaliação nutricional: Luís Pereira da Silva

11 H 30 M - Nutrição entérica: Israel Macedo

12 H 00 M – Manipulação e transporte do leite humano pré – termo: Manuela Nona

12 H 30 M – Discussão

13 H 00 – Almoço

Moderador: Paula Guerra, Elsa Paulino

14 H 00 M - Estabilidade e compatibilidade de soluções parentéricas: Rita Oliveira

14 H 30 M - Apresentação das bolsas nutricionais NUMETA: Thibaut Senterre (Liege)

15 H 00 M – Discussão

15 H 30 M – Intervalo

Moderador: Paula Guerra, Luís Pereira da Silva

16 H 00 M - Casos Clínicos: Thibaut Senterre, Ana Margarida Alexandrino, Elsa Paulino

17 H 00 M – Avaliação FInal

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MAJOR SPONSORS ABBOTT ANGELINI MILUPA BAXTER SPONSORS AIR LIQUIDE ASTELLAS BAYER HOLIESTER LETI LABORATÓRIOS MERCK MILTE NESTLE PFIZER PULMOCOR SANINTER SANOFI

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Comunicações Orais

Dia 10 de Maio: 14.00 Comunicações Orais 1 – Cardiologia Neonatal: Sala A0. 01.

Moderadores: Gustavo Rocha e Maria Ana Sampaio CO1 - Ecocardiografia em recém-nascidos do Puerpério no Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada. Ana Carvalho1; Ana Luísa Rodrigues1; Paula Maciel1; Rui Anjos2; Fernanda Gomes1; Carlos Pereira Duarte1. 1-Unidade de Neonatologia, Serviço de Pediatria, Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada, EPE. 2- Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz. Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental.

CO2 - Rastreio de cardiopatias congénitas e referenciação à Cardiologia Pediátrica na Maternidade Júlio Dinis 2009-2011 T Monteiro1; A Guedes1; C Matos1; C Resende1; J Dias1; S Álvares2, E Proença1

1- Serviço de Neonatologia, Maternidade de Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, EPE 2- Serviço de Cardiologia Pediátrica, Centro Hospitalar do Porto, EPE

CO3 - Avaliação da abordagem da Persistência de Canal Arterial no pré-termo numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais Inês Sobreira *, Cátia Sousa*, Ana Guedes*, Sílvia Álvares**; Elisa Proença* *Unidade de Neonatologia, Maternidade Júlio Dinis - Centro Hospitalar do Porto; **Unidade de Cardiologia Pediátrica, Centro Hospitalar do Porto

CO4 - Ecocardiografia funcional no dia-a-dia de uma UCIN Edmundo Santos1, Anabela Salazar1, Rui Anjos2

1 Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE 2 Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE

Dia 10 de Maio: 14.00 Comunicações Orais 2 – Cardiologia Neonatal: Sala A0. 02.

Moderadores: Ana Guedes e Rui Anjos CO5 - Telemedicina no diagnóstico de Cardiopatias Congénitas - Experiência do CHTMAD (2005-2011) Helena Pereira1, Margarida Costa1, Juan Calviño1, Marisa Sousa1, Eurico Gaspar1, Graça Sousa2, Eduardo Castela2

1-Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real; 2- Serviço de Cardiologia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra

CO6 - Importância da ecocardiografia numa unidade de cuidados intensivos neonatais de um hospital distrital Ana Luísa Rodrigues1, Ana Carvalho1, Paula Maciel1, Fernanda Gomes1, Carlos Pereira Duarte1

1- Departamento da Mulher e da Criança, Unidade de Neonatologia, Hospital do Divino Espírito Santo (HDES), EPE, Ponta Delgada, Açores.

CO7 - Avaliação por Cardiologia Pediátrica no período neonatal precoce Duarte Rebelo,Cláudia Almeida Fernandes, Maria Inês Domingues,Mónica Rebelo, Sofia Ferreira, Manuel Ferreira, Rosalina Barroso. Directora do Departamento de Pediatria: Dra Helena Carreiro Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca,EPE, Amadora

CO8 - Emergências cardíacas no período neonatal numa Unidade de Cuidados Intensivos Beatriz Maia Vale, Patrícia Mação, Patrícia Vaz Silva, Teresa Dionísio, Alexandra Dinis, Farela Neves Unidade de Cuidados Intensivos Torrado da Silva, Hospital Pediátrico de Coimbra

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Dia 11 de Maio: 8.30 Comunicações Orais 3 – Cirurgia Neonatal: Sala A0.01

Moderadores: José Luis Nunes e Miroslava Gonçalves CO9 - Hérnia Diafragmática Congénita: experiência de 15 anos Filipa Flor-de-Lima1, Gustavo Rocha1, Jorge Correia-Pinto2, Joaquim Monteiro2, Hercília Guimarães1,3

1Serviço de Cuidados Intensivos Neonatais, 2 Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital Pediátrico Integrado, Centro Hospitalar São João, Porto, 3 Faculdade de Medicina da Universidade do Porto

CO10 - Atrésia esofágica: experiência de 10 anos num Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos Liliana Pinho, Maristela Margatho, Andrea Dias, Maria Francelina Lopes, Farela Neves Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos (CIPE) do Hospital Pediátrico Carmona da Mota, Coimbra

CO11 - Efectividade da colaboração entre unidades neonatais na assistência após cirurgia intestinal em recém-nascidos com enterostomia Daniel Virella1,2, Marília Marques1, Marlene Salvador1, Pedro Garcia1,3, Sofia Nuno1, Micaela Serelha1

1 – Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central. 2 – Gabinete de Apoio Epidemiológico e Estatístico, Centro de Investigação do Centro Hospitalar de Lisboa Central. 3 – Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa.

CO12 - Gastroschisis: Estratificação do risco e avaliação de factores de prognóstico. Ana Pita(1), Pedro Garcia(1,2), Daniel Virella(1,3), Maria Knöblich(4), Maria Teresa Neto(1,2), Paolo Casella(4), Micaela Serelha(1

1 - Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital de Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central. 2 – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa. 3 – Gabinete de Apoio Epidemiológico e Estatístico, Centro de Investigação do Centro Hospitalar de Lisboa Central. 4 – Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central

Dia 11 de Maio: 14: 30 Comunicações Orais 4: Cirurgia Neonatal: Sala A0.01

Moderadores: Rosalina Barroso e Francelina Lopes CO13 - Enterocolite necrotisante numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais: Quando? Como? Porquê? Ana Rita Prior, Cristina Gonçalves, Joana Saldanha, Margarida Abrantes, Carlos Moniz Serviço de Neonatologia (Director: Carlos Moniz) Departamento de Pediatria (Directora: Maria do Céu Machado) Hospital de Santa Maria - Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE, Lisboa

CO14 - Surto de Enterocolite Necrotizante / Retorragias na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital de Faro Pedro Cruz, Erica Torres, Filipa Belo, Ana Mariano, Maria José Castro

Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de Faro, E.P.E. CO15 - Necrotizing enterocolitis: a 22 years study in a medical-surgical neonatal centre Pedro Garcia(1,2), Ana Pita(1), Maria Teresa Neto(1,2), Paolo Casella(3), Micaela Serelha(1)

1 – Neonatal Intensive Care Unit - Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central. 2 – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa. 3 – Pediatric Surgery Department, Hospital de Dona Estefânia. Centro Hospitalar de Lisboa Central

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Dia 10 de Maio: 14.00 Comunicações Orais 1 – Cardiologia Neonatal: Sala A0. 01.

Moderadores: Gustavo Rocha e Maria Ana Sampaio CO1 - Ecocardiografia em recém-nascidos do Puerpério no Hospital do Divino Espírito Santo de Ponta Delgada. Ana Carvalho1; Ana Luísa Rodrigues1; Paula Maciel1; Rui Anjos2; Fernanda Gomes1; Carlos Pereira

Duarte1.

Introdução: As cardiopatias congénitas são uma das malformações mais frequentes em

recém-nascidos (8-10/1000). Na maioria dos casos é durante a avaliação dos recém-

nascidos (RN) no puerpério que surge a suspeita clínica de cardiopatia. A ecografia

cardíaca realizada por Neonatologista entrou na prática clínica na maioria dos hospitais

do País. Em Ponta Delgada a inexistência da especialidade de Cardiologia Pediátrica,

faz com que a sua realização seja de extrema importância. No ano 2000 foi

implementado um programa de telemedicina com o Hospital de Santa Cruz, que

proporcionou inicialmente o treino e ensino à distância, e actualmente, a transmissão de

exames em casos particulares, permitindo assim a consolidação e validação destes.

Objectivos: Revisão casuística dos ecocardiogramas realizados por Neonatologista

desde Janeiro de 2008 até Dezembro de 2011.

Metodologia: Análise retrospectiva descritiva dos processos e relatórios dos

ecocardiogramas realizados a RN com suspeita de cardiopatia no Puerpério do Hospital

Divino Espírito Santo, EPE durante um período de 4 anos.

Resultados: Foram efetuados 209 ecocardiogramas, com mediana de realização ao 3º

dia de vida, sendo que a maioria dos RN se apresentavam assintomáticos. O motivo

mais frequente do exame foi sopro em 76,5% dos casos. O diagnóstico mais frequente

foi foramen oval patente/comunicação interauricular em 48%, seguido de persistência

do canal arterial em 36% e comunicação interventricular em 28% dos casos. Do total 25

(12%) foram normais e foram internados na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais

5 casos (2.4%) (2 de Insuficiência Cardíaca Congestiva, 1 de Tetralogia de Fallot, 1

Ventrículo Esquerdo Hipoplásico, e 1 de Retorno Venoso Anómalo). Foram

transmitidos 18 ecocardiogramas por telemedicina.

Conclusões: O ecocardiograma permitiu a detecção de alterações transitórias e

cardiopatia em 88% dos RN avaliados possibilitando assim a sua orientação

individualizada. A ecografia realizada por neonatologista foi um exame que veio

melhorar a qualidade assistencial do nosso hospital.

Palavras-chave: cardiopatia; ecocardiograma; puerpério.

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CO2 - Rastreio de cardiopatias congénitas e referenciação à Cardiologia Pediátrica na Maternidade Júlio Dinis 2009-2011 T Monteiro1; A Guedes1; C Matos1; C Resende1; J Dias1; S Álvares2, E Proença1

Introdução: Estima-se que a incidência de cardiopatia congénita seja de 6 – 21:1000

nados vivos, correspondendo à malformação congénita mais frequente. Perante a

suspeita pré ou pós-natal de cardiopatia importa um rastreio atempado com a devida

orientação, no sentido de minimizar os riscos e custos associados a um diagnóstico

tardio.

Objectivos: Avaliar a incidência e caracterizar os casos de cardiopatias congénitas na

população de recém-nascidos da Maternidade Júlio Dinis (MJD).

Métodos: Análise retrospectiva descritiva das cardiopatias congénitas identificados na

MJD entre 2009-2011, através dos registos clínicos dos recém-nascidos que realizaram

ecocardiograma.

Resultados: Durante o período estudado foram diagnosticadas 271 cardiopatias

congénitas, 116 (42,8%) das quais em 2010.Verificou-se uma incidência de 25,6:1000

(271/10596), com ligeiro predomínio do sexo feminino (52,4%) e com 44,3% de recém-

nascidos pré-termo (RNPT). Em 101 (37,3%) foram necessárias medidas de reanimação

e 21 (7,7%) apresentavam antecedentes familiares de cardiopatia. O principal motivo de

realização de ecocardiograma foi clínica sugestiva de cardiopatia em 177 (65,3%),

seguida da suspeita no diagnóstico pré-natal em 42 (15,5%). À data do exame 199

(73,4%) apresentavam sopro e 60 (22,1%) estavam assintomáticos. Relativamente à

proveniência, 46,9% dos RN foram orientados do Internamento de cuidados normais e

39,5% da Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais. A cardiopatia mais frequente foi

comunicação inter-ventricular (CIV) em 119 (43,9%), seguida da persistência canal

arterial em 81 (29,9%), sendo 5 destes RN de termo. Foram identificadas 5 cardiopatias

complexas. Referenciaram-se para Cardiologia Pediátrica 129 (47,6%) casos, com

concordância no diagnóstico em todos. Foi necessário tratamento médico em 26,2% e

cirúrgico em 5,2%.

Discussão: A incidência de cardiopatias foi ligeiramente superior à da literatura

podendo este facto estar associado à inclusão de PCA nos RNPT. A CIV como

cardiopatia mais frequente está de acordo com o esperado. Estes resultados mostram a

vantagem de uma equipa multidisciplinar no rastreio de cardiopatias.

Palavras-chave: cardiopatias congénitas; equipa multidisciplinar; rastreio

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CO3 - Avaliação da abordagem da Persistência de Canal Arterial no pré-termo numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais Inês Sobreira *, Cátia Sousa*, Ana Guedes*, Sílvia Álvares**; Elisa Proença* *Unidade de Neonatologia, Maternidade Júlio Dinis - Centro Hospitalar do Porto; **Unidade de Cardiologia Pediátrica, Centro Hospitalar do Porto Introdução: A abordagem da persistência do canal arterial (PCA) no RN pré-termo não

é consensual, tendo sido elaborado em 2010 um Consenso Nacional na tentativa de

uniformizar atitudes.

Objetivos: Caracterização dos casos de PCA antes e após introdução do Consenso, na

Unidade Cuidados Intensivos Neonatais da Maternidade Júlio Dinis (UCIN-MJD) de

Março/2008 a Março/2012.

Métodos: Estudo retrospetivo, com recolha de dados a partir do processo clínico.

Avaliaram-se características demográficas, critérios clínicos e ecográficos e terapêutica.

Critérios de exclusão: óbitos nas primeiras 72h de vida e RN transferidos. Grupo 1: RN

com indicação para rastreio; Grupo 2: RN com clínica sugestiva de PCA.

Resultados: Verificaram-se 100 casos de PCA, 73 do grupo 1 e os restantes 27 do

grupo 2.

Grupo 1 (n=73) - Antes de 2010 (n=22), 91% dos RN realizaram ecografia até às 72

horas; apresentaram manifestações hemodinâmicas (HD) 96% e respiratórias 50%.

Tiveram critérios ecográficos de canal com significado hemodinâmico (PCA-HS) 82%.

Fizeram restrição hídrica 91% e indometacina 86%.

Após 2010 (n=51) o rastreio foi feito em 98%, sendo que 80% apresentaram clínica HD

e 39% respiratória. Destes, 63% apresentaram critérios ecográficos de PCA-HS. Todos

os doentes fizeram restrição hídrica, 2% fizeram indometacina e 65% ibuprofeno.

Grupo 2 (n=27) – O sopro foi o motivo de realização de ecocardiograma em 96% dos

casos. Antes de 2010 (n=10) 50% realizou ecografia até às 72h, 80% por manifestações

HD, 20% respiratórias, sendo que 40% tinha critérios de PCA-HS. Fizeram restrição

hídrica 80%, 50% fez indometacina e 10% ibuprofeno.

Após 2010 (n=17) o ecocardiograma foi realizado nas primeiras 72h em 65%, em 82%

por manifestações HD (sopro em 100%) e em 12% respiratórias, sendo que 29% tinham

critérios de PCA-HS. Fizeram restrição hídrica 76% dos casos e 29% fez 1 ciclo de

ibuprofeno.

Não houve complicações relacionadas com a terapêutica. Três doentes do Grupo 1

fizeram laqueação cirúrgica por falência do tratamento médico.

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Discussão / Comentários: A percentagem de doentes rastreados foi sobreponível ao

longo dos anos. Desde o Consenso verificou-se uma redução do número de casos

considerados PCA-HS (86vs67%-Grupo 1, 60vs29%-Grupo 2). A restrição hídrica

relativa foi mantida como atitude preventiva, tendo o tratamento farmacológico sido

realizado de acordo com a ecografia em ambos os grupos. Os casos com necessidade de

laqueação cirúrgica ocorreram antes da implementação do Consenso.

Salienta-se a importância da auto-avaliação e a comparação de resultados das UCIN

após a implementação de um Consenso.

Palavras-chave: Consenso; Persistência canal ar CO4 - Ecocardiografia funcional no dia-a-dia de uma UCIN Autores:Edmundo Santos1, Anabela Salazar1, Rui Anjos2

1 Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de São

Francisco Xavier, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE 2 Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar de

Lisboa Ocidental, EPE

Introdução: O papel da ecocardiografia em unidades de cuidados intensivos neonatais

mudou consideravelmente nos últimos anos. Tradicionalmente realizada por

cardiologistas pediátricos,tem havido um interesse crescente na sua realização por

neonatologistas como complemento da avaliação clínica do estado hemodinâmico do

recém-nascido. A UCIN do HSFX é um exemplo desta evolução, onde se realizam

ecocardiogramas funcionais desde 2007.

Métodos: Apresentação decurtos casos clínicos que ilustrama utilidade da

ecocardiografia funcional na prática clinica diária de umaUCIN,nomeadamente: 1) na

avaliação hemodinâmica do recém-nascido pré-termo durante o período de transição; 2)

no diagnóstico e avaliação hemodinâmica da persistência do canal arterial 3)na

avaliação e monitorização do recém-nascido com hipoxémia e 4) do recém-nascido

comhipoperfusão/choque.

Conclusão: A utilização da ecocardiografia funcional contribui para a compreensão

fisiopatológica das alterações hemodinâmicas do período neonatal,possibilitando uma

terapêutica ajustada individualmente e permitindo a monitorização da repercussão da

terapêutica no estado hemodinâmico. Constitui uma mais-valia, só possível graças à

excelente colaboração existente entre aUnidade de Cuidados Intensivos Neonatais do

HSFX e o Serviço de Cardiologia Pediátrica do Hospital de Santa Cruz.

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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria

- 18 -

Palavras-chave: ecocardiografia funcional, persistência canal arterial, hipoperfusão,

hipertensão pulmonar

Dia 10 de Maio: 14.00 Comunicações Orais 2 – Cardiologia Neonatal: Sala A0. 02.

Moderadores: Ana Guedes e Rui Anjos CO5 - Telemedicina no diagnóstico de Cardiopatias Congénitas - Experiência do CHTMAD (2005-2011) Helena Pereira1, Margarida Costa1, Juan Calviño1, Marisa Sousa1, Eurico Gaspar1,

Graça Sousa2, Eduardo Castela2

1-Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro, Vila Real;

2- Serviço de Cardiologia Pediátrica do Hospital Pediátrico de Coimbra

Introdução: As cardiopatias congénitas (CC) constituem as malformações congénitas

mais frequentes, sendo responsáveis por 5-10% das mortes no período neonatal. Muitas

destas não têm diagnóstico pré-natal e nascem em Unidades sem apoio de Cardiologia

Pediátrica. A Telemedicina em Cardiologia permite fazer o diagnóstico à distância por

especialista diferenciado, com posterior orientação.

Objetivo: Caracterizar o movimento da teleconsulta de Cardiologia Pediátrica do

CHTMADno período neonatal, de modo a avaliar a importância desta prática clínica na

orientação dos RN.

Métodos: Estudo descritivo retrospetivoefetuado através da revisão dos relatórios dos

ecocardiogramas realizados por Telemedicina entre Outubro/2005 e Dezembro/2011.

Foram analisados os seguintes parâmetros: número de exames, sexo, motivo de

consulta, diagnóstico e orientação.

Resultados: Durante o período analisado, foram realizadas 2049 consultas de

telemedicina, 260 (12,7%) das quais a RN. 56,2% dos RN pertenciam ao sexo

masculino, sendo o principal motivo de referenciação o sopro (72,7%), seguido de

alterações em ecocardiograma prévio (10.2%). A CC mais frequentemente

diagnosticada foi a comunicação interventricular (28.1%). O diagnóstico de CIA foi

obtido em 24,6% dos RN e o de FOP em 16,5%. Em30,4% dos casos, o resultado do

ecocardiograma foi normal. 13 RN (5%) foram transferidos para hospitais mais

diferenciados, sendo o diagnóstico mais frequente a coartação da aorta (30,8%). 31,5%

dos RN tiveram alta após a primeira consulta, tendo 63,5% necessidade de repetição do

exame.

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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria

- 19 -

Conclusões: A realização de teleconsulta em Cardiologia aos RN permite a deteção

precoce de CC. A possibilidade de ecocardiografia urgente possibilita o diagnóstico e

orientação, com transferência para centro de referência, quando se verifique necessário.

A teleconsulta em Cardiologia esbate carências de recursos especializados e evita

deslocações desnecessárias, com orientação imediata e claro benefício para os doentes,

profissionais de saúde e instituições.

Palavras-chave: cardiopatia congénita, diagnóstico, ecocardiografia, telemedicina.

CO6 - Importância da ecocardiografia numa unidade de cuidados intensivos neonatais de um hospital distrital Ana Luísa Rodrigues1, Ana Carvalho1, Paula Maciel1, Fernanda Gomes1, Carlos Pereira

Duarte1

2- Departamento da Mulher e da Criança, Unidade de Neonatologia, Hospital do

Divino Espírito Santo (HDES), EPE, Ponta Delgada, Açores.

Objectivos: A ecografia cardíaca realizada por Neonatologistas entrou na práctica

clínica da Unidade de Neonatologia de Ponta Delgada, nos Açores, a inexistência da

especialidade de cardiologia pediátrica torna a realização deste exame uma mais valia.

Paralelamente, a implementação de um programa de telemedicina com o Hospital de

Santa Cruz, desde 2000, proporcionou inicialmente o treino e ensino à distância e,

actualmente, a transmissão de exames em casos particulares, permitindo consolidar e

validar a realização destes.

Metodologia: Análise retrospectiva descritiva do processo clínico de recém nascidos

(RN) internados na Unidade de Neonatologia de Hospital Divino Espírito Santo-EPE de

1 de janeiro de 2008 a 31 de dezembro de 2011, aos quais foi realizada ecografia

cardíaca.

Resultados: Foram realizadas 244 ecografias a 187 RN (média de 1,4

ecocardiografias/doente), 109 das quais em pré-termos (grupo 1) e 78 em RN termo

(grupo 2). No grupo 1 a média da idade gestacional foi 31,4 semanas e o peso médio ao

nascimento 1664g. O motivo do exame foi sopro em 78%, rastreio de doença cardíaca

em 17% e instabilidade hemodinâmica em 5%. O diagnóstico mais frequente foi

persistência canal arterial (PCA) em 51,4%. Realizaram-se 9 transmissões por

telemedicina neste grupo de RN e 5 foram transferidos para outro hospital. No grupo 2

o exame foi efectuado em 49% para rastreio, em 43,5% por sopro e em 7,6% para

avaliação da função.O diagnóstico mais frequente foi comunicação

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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria

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interauricular/foramen oval patente (42,3%), PCA (26,9%) e comunicação

interventricular (10,3%). Foram realizadas 10 telemedicinas e 4 RN foram transferidos.

Conclusões: A ecografia realizada por neonatologista é um exame que veio melhorar a

qualidade assistencial da nossa Unidade, possibilitando a orientação terapêutica de

diversas situações, nomeadamente controlo hídrico e tratamento farmacológico de PCA,

bem como o rastreio de cardiopatias congénitas graves que justificam transferência para

centro de referência.

Palavras chave: cardiopatias congénitas, ecocardiografia

CO7 - Avaliação por Cardiologia Pediátrica no período neonatal precoce Avaliação por Cardiologia Pediátrica no período neonatal precoce Duarte Rebelo,Cláudia Almeida Fernandes, Maria Inês Domingues,Mónica Rebelo, Sofia Ferreira, Manuel Ferreira, Rosalina Barroso. Directora do Departamento de Pediatria: Dra Helena Carreiro Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca,EPE, Amadora Introdução: O diagnóstico pós-natal precoce de cardiopatia congénita é difícil, pois os

achados clínicos podem ser subtis ou mesmo ausentes.

Objectivo deste estudo foi avaliar a necessidade de observação por Cardiologia

Pediátrica (CP) dos RN considerados de risco, durante o seu internamento na enfermaria

de puérperas, dado que oHospital Prof. Doutor Fernando Fonseca (HFF)dispõe de apoio

de CP em regime de chamada.

Métodos: Estudo descritivo retrospectivo,baseado na análise dos processos clínicos de

RNadmitidos na enfermaria de puérperas doHFFem 2011, e referenciados para

avaliação por CP no período neonatalprecoce. Foram avaliados motivo e data de

referenciação, diagnóstico definitivo e data de observação.

Resultados: De 3118 RNsforam referenciados à CP408 (13%). Osmotivos foram: sopro

sistólico (56,1%),RNgrandes para a idade gestacional e diabetes gestacional

(14%),suspeita de alterações cardíacas estruturaisnas ecografias fetais (5,6%),

antecedentes familiares de cardiopatia (5,4%), diminuição dos pulsos femurais à

palpação (3,2%).

Em 41,7% dos casos o intervalo entre o pedido e a avaliação foi inferior a 24h. Esta

avaliação foi efectuada aos 2 dias de vida em 28,2% dos casos,a mediana foide 2 dias

(min1-máx 8).

Em 295 RN (83,1%) foram diagnosticadas situações cardíacas normais no período

neonatal,tais como foramen ovale patente (58,1%) e falsa corda do ventrículo esquerdo

(25%);identificaram-se situações patológicas benignas em 113 RN:persistências do

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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria

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canal arterial (18,1%),comunicação interventricular(5,4%) e comunicaçãointerauricular

(4,2%).Não se diagnosticaram cardiopatias congénitas major.

Comentários: Os motivos para a observação não urgente de RN pela CP são pouco

específicos para a identificação de cardiopatias congénitas graves.

Este estudo evidencia que a observação poderá ser protelada para depois da alta, o que

levou à elaboração de um protocolo de referenciação para uma consulta na primeira

semana de vida.

Palavras-chave: cardiopatia congénita, consulta de cardiologia pediátrica, sopro

cardíaco

CO8 - Emergências cardíacas no período neonatal numa Unidade de Cuidados Intensivos Beatriz Maia Vale, Patrícia Mação, Patrícia Vaz Silva, Teresa Dionísio, Alexandra Dinis, Farela Neves

Unidade de Cuidados Intensivos Torrado da Silva, Hospital Pediátrico de Coimbra Introdução:As emergências cardíacas no período neonatal constituem um grupo

importante de admissões em unidades de cuidados intensivos neonatais. Podem-se

manifestar clinicamente por choque cardiogénico, insuficiência cardíaca congestiva

(ICC), cianose ou arritmias. As cardiopatias congénitas estruturais potencialmente fatais

são as canal arterial “dependentes”, requerendo terapêutica médica com prostaglandina

E1 (PGE1), intervenção cardíaca percutânea e/ou cirúrgica precoces.

Objectivos: Caracterização epidemiológica, clínica e terapêutica dos recém-nascidos

(RN) admitidos de forma emergente por cardiopatia.

Métodos: Estudo retrospectivo transversal descritivo dos RN internados por patologia

cardíaca numa Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos (CIPE), de 2002 a 2011.

Foram excluídas as cardiopatias com diagnóstico pré-natal. Foram analisadas variáveis

clínicas e epidemiológicas. Tratamentoestatístico: SPSS 17®.

Resultados: Nos 10 anos do estudo verificaram-se 76 internamentos emergentes de RN

por cardiopatia,com predomínio do sexo masculino(62%). Antecedentes peri-natais com

factores de risco cardiovascular em 12 (diabetes materna: 9). Antecedentes familiares de

cardiopatia em 5. As manifestações clínicas foram cianose(39), ICC(15), choque

(12)earritmia(10). Em 24% dos casos,a clínica ocorreu após a alta da maternidade, em

média aos 13 dias de vida, correspondendo a 9 coarctações/interrupções do arco aórtico

e 8 taquidisritmias, sendo a clínica predominante inicial recusa alimentar.As

cardiopatias cianóticasmanifestaram-se mais precocementecomparativamente com as

outras formas de apresentação, em média às 18 horas de vida vs 8 dias (p<0,05).

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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria

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Realizaram terapêutica com PGE1 76% dos RN, foram submetidos a procedimentos de

intervenção cutânea 28% e intervenção cirúrgica precoce 63%. Registaram-se 4

óbitos.Duração média de internamento na CIPE de 9 dias.

Conclusões: Verificou-seuma maior prevalência de cardiopatias cianóticas(51%), o que

está de acordo com o descrito na literatura, sendo a clínica de apresentação mais

precoce. Registou-se uma grande prevalência de cardiopatias canal-dependentes.O seu

reconhecimento, com instituição de terapêutica precoce determinou o prognóstico, com

baixa mortalidade.

Palavras-chave: Cardiopatias, Emergências, Recém-nascidos, Unidade Cuidados

Intensivos,

Dia 11 de Maio: 8.30 Comunicações Orais 3 – Cirurgia Neonatal: Sala A0.01

Moderadores: José Luis Nunes e Miroslava Gonçalves CO9 - Hérnia Diafragmática Congénita: experiência de 15 anos Filipa Flor-de-Lima1, Gustavo Rocha1, Jorge Correia-Pinto2, Joaquim Monteiro2,

Hercília Guimarães1,3

1Serviço de Cuidados Intensivos Neonatais, 2 Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital

Pediátrico Integrado, Centro Hospitalar São João, Porto, 3 Faculdade de Medicina da

Universidade do Porto

Objetivos: caraterização clínica dos recém-nascidos (RN) com hérnia diafragmática

congénita (HDC) admitidos nos últimos 15 anos, determinação da sobrevida global e

após instituição de um novo protocolo de abordagem terapêutica em 2003.

Métodos: estudo retrospetivo desde Janeiro de 1997 a Dezembro de 2011. Foram

registados dados demográficos, clínicos e foi avaliada a sobrevida global, bem como,

nos períodos de 1997-2003 e 2004-2011. Foram realizadas análises univariadas (teste

qui-quadrado) para um nível de significância 0,05.

Resultados: foram analisados 84 processos clínicos, 44 (52,4%) do sexo masculino,

com idade gestacional de 38 (28-41) semanas e peso ao nascimento 2728 (880-3770)

gramas. Nasceram no nosso hospital 49 (58,3%) RN, 55 (65,5%) tinham diagnóstico

pré-natal sendo a mediana da idade gestacional de diagnóstico 27 (19-38) semanas.

Setenta e um casos (84,5%) apresentaram HDC esquerda, 12 (14,3%) HDC direita e 1

(1,2%) bilateral. Tinham cardiopatia congénita 5 (6%) RN e 3 (3,6%) cromossomopatia.

Foi realizada cirurgia correctiva em 60 (71,4%), tendo efectuado terapêutica com óxido

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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria

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nítrico inalado 19 (22,6%) RN, sildenafil 14 (16,7%), ventilação de alta frequência

oscilatória 11 (13,1%) e oxigenação por circulação extracorporal 1 (1,2%). O tempo de

internamento foi de 14 (1-167) dias e a sobrevida global foi de 48,8%, sendo que os

sobreviventes eram do sexo masculino em 27 (65,9%) casos (p=0,016) e 36

(87,8%)tinham HDC esquerda (p=0,562) comparativamente aos óbitos. A sobrevida

antes e após 2003 foi de 33,3% e 64,3%, respectivamente (p=0,005). Excluindo outras

anomalias congénitas major, cromossomopatias e RN pré-termo com peso inferior a

2000 gramas, a sobrevida foi de 40,6% até 2003 e de 65,6% depois de 2003 (p=0,045).

Conclusões: no nosso serviço, a sobrevida dos RN com HDC aumentou nos últimos

anos estando associada às novas opções terapêuticas disponíveis. O protocolo usado

desde 2003 permitiu atingir uma sobrevida sobreponível à dos centros de referência

internacionais.

Palavras-Chave: abordagem terapêutica, hérnia diafragmática congénita, sobrevida

CO10 - Atrésia esofágica: experiência de 10 anos num Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos Liliana Pinho, Maristela Margatho, Andrea Dias, Maria Francelina Lopes, Farela Neves

Serviço de Cuidados Intensivos Pediátricos (CIPE) do Hospital Pediátrico Carmona da

Mota, Coimbra

Objetivos: caraterização das crianças com atrésia esofágica (AE) admitidas no CIPE no

pós-operatório de cirurgia corretiva e avaliação das suas complicações.

Métodos: estudo descritivo com vertente exploratória e colheita retrospetiva de dados

das crianças no pós-operatório de AE, entre 2002 e 2011. As AE foram classificadas de

acordo com o hiato (curto-HC; longo-HL) e a classificação de Gross. Para a análise

estatística foi usado o SPSS 17.1.

Resultados: foram admitidas 34 crianças, 65% do sexo masculino. A mediana da idade

gestacional foi 36 semanas e do peso ao nascer 2310g. O diagnóstico foi estabelecido

após o nascimento em 27 crianças, 22 no primeiro dia de vida. Registaram-se 9 casos de

HL. Foram detetadas malformações associadas em 19 crianças, sobretudo cardíacas. Os

tipos de AE mais frequentes foram o C (fístula traqueo-esofágica distal, 26) e o A (AE

isolada, 6). As AE de outro tipo que não A foram maioritariamente de HC (p=0.002). A

opção cirúrgica mais frequente foi laqueação de fístula e esófago-esofagostomia

primária (26).

Ao comparar as crianças com AE de HC vs HL verificou-se que: as com HC foram

submetidas a correção cirúrgica mais precocemente (p=0.001), foi menos frequente a

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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria

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anastomose sob tensão (p<0.001), a duração média da ventilação foi inferior (p=0.001);

não houve diferença significativa relativa à duração de internamento (p=0.057).

Registaram-se complicações precoces em 17 crianças, sobretudo refluxo

gastroesofágico e deiscência da anastomose; e tardias em 20, mais frequentemente

estenose esofágica.

Relativamente ao tipo de hiato, as complicações tardias foram mais frequentes nas AE

de HL (p=0.004), no entanto sem diferença na presença de estenose (p=0.066); as

complicações precoces foram semelhantes nos dois tipos de hiato (p=0.118). Não

ocorreram óbitos.

Conclusões: a frequência de malformações associadas obriga a um rastreio sistemático.

As AE de HL tiveram mais complicações tardias, em consonância com o descrito na

literatura.

Palavras-chave: atrésia esofágica, cirurgia, complicações

CO11 - Efectividade da colaboração entre unidades neonatais na assistência após cirurgia intestinal em recém-nascidos com enterostomia Daniel Virella1,2, Marília Marques1, Marlene Salvador1, Pedro Garcia1,3, Sofia Nuno1,

Micaela Serelha1

1 – Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital de Dona Estefânia, Centro

Hospitalar de Lisboa Central.

2 – Gabinete de Apoio Epidemiológico e Estatístico, Centro de Investigação do Centro

Hospitalar de Lisboa Central.

3 – Departamento de Pediatria da Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova

de Lisboa.

Objectivo. Avaliar a efectividade do retorno de recém-nascidos (RN) com ostomias

digestivas às unidades neonatais de origem.

Métodos. Coorte histórica de todos os RN admitidos em 2010-2011 numa unidade de

referência cirúrgica neonatal, submetidos a ostomia digestiva. Consulta dos registos

clínicos e de enfermagem.

Resultados. Nos 34 RN com ostomias digestivas, os motivos mais frequentes para a sua

realização foram volvo intestinal (8), enterocolite necrosante - ECN (8), atrésia ano-

rectal (7), perfuração intestinal isolada (6) e ileus meconial (5).

Provinham de outras unidades de cuidados intensivos (UCIN) 24 RN (71%). Dos 23

elegíveis para retorno (68%), 12 (52%) foram transferidos para aguardar cirurgia de

reestabelecimento da continuidade intestinal. A proporção de retorno de RN elegíveis,

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nas patologias mais frequentes, variou entre 2:6 (ECN), 4:6 (perfuração isolada) e 2:3

(ileus meconial). Retornaram à UCIN de origem 1:4 com jejunostomia, 10:17 com

ileostomia e 2:7 com colostomia. No retorno, 3:12 tinham nutrição entérica (NE). Não

se verificaram diferenças significativas de peso e idade gestacional (IG) ao nascimento,

idade cronológica e IG corrigida à altura da referenciação, entre os que retornaram ou

não à UCIN de origem.Regressaram à UCIN médico-cirúrgica 10 RN (2 regressaram

para unidade pediátrica); as ostomias estavam bem, excepto um caso com prolapso de

ileostomia. A mediana de espera foi de 28 dias (5-76). O regresso de urgência por sub-

oclusão intestinal ocorreu em 3 RN (30%), em 2 aos 5 e 6 dias após a transferência; os

RN tinham sido operados por ileus meconial (1), perfuração isolada (1) e atrésia

duodenal com atrésia ano-rectal (1); tinham ileostomia (2) e colostomia (1); no retorno,

tinham 29, 30 e 31 semanas de IG corrigida.

Conclusões. A política de retorno à UCIN de origem para aguardar o encerramento de

enterostomias parece ser efectiva e segura.

Palavras-chave: colaboração, efectividade, enterostomias, segurança, transferência.

CO12 - Gastroschisis: Estratificação do risco e avaliação de factores de prognóstico. Ana Pita(1), Pedro Garcia(1,2), Daniel Virella(1,3), Maria Knöblich(4), Maria Teresa

Neto(1,2), Paolo Casella(4), Micaela Serelha(1)

1 - Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital de Dona Estefânia, Centro

Hospitalar de Lisboa Central.

2 – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa.

3 – Gabinete de Apoio Epidemiológico e Estatístico, Centro de Investigação do Centro

Hospitalar de Lisboa Central.

4 – Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de

Lisboa Central

Objectivo: Analisar os factores associados à evolução hospitalar dos recém-nascidos

com gastroschisis.

Métodos: Coorte histórica, incluindo todos os casos admitidos numa UCIN, em 23 anos

(1988-2011). Dados dos registos clínicos. Considerou-se “gastroschisis complexa”

(GCx) quando associada a anomalia congénita digestiva (Molik 2001). Análise

bivariada e multivariada por regressão logística e regressão linear.

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Resultados: Tratados 79 recém-nascidos; houve 6 óbitos (7,6%). 15 casos foram

classificados como GCx.

GCx associou-se consistentemente a maior tempo de internamento (OR 14,6; IC95%

1,95 - 109,58) e ao dia de início da alimentação entérica (AE) (OR 1,14 por cada dia a

mais; IC95% 1,0 - 1,3); nascer fora da instituição associou-se a maior tempo de

internamento (p=0,004).

Duração da nutrição parentérica total (tNPT) associou-se à GCx (OR 30,1 para tNPT >

mediana de 65 dias; IC95% 2,45 - 368,93), ao dia de início da AE (OR 1,2 por cada dia

a mais; IC95% 1,04 - 1,42) e à menor IG (p=0,025).

O tempo até atingir AE exclusiva (tAEe) associou-se ao dia de início da AE (OR 1,53

por cada dia a mais para tAEe > mediana de 41 dias; IC95% 1,07 - 2,19); maior IG

associou-se a menos tAEe (p=0,002).

Serosite ou peeling das ansas intestinais associou-se ao dia de início da AE (OR 0,063

para início > mediana de 15 dias; IC95% 0,007 - 0,565), e peso ao nascer (p=0,001).

Outras associações de significância estatística limiar ou inconsistentes entre métodos

requerem análise em séries maiores.

Conclusões: Existência de anomalias intestinais associadas e a prematuridade

concorrem para pior evolução da gastroschisis. A observação de serosite/peeling

determina início mais tardio de alimentação entérica associando-se também a pior

evolução.

Palavras-chave: anomalias associadas, gastroschisis, peeling, prematuridade,

prognóstico.

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Dia 11 de Maio: 14: 30 Comunicações Orais 4: Cirurgia Neonatal: Sala A0.01

Moderadores: Rosalina Barroso e Francelina Lopes CO13 - Enterocolite necrotisante numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais: Quando? Como? Porquê? Autores: Ana Rita Prior, Cristina Gonçalves, Joana Saldanha, Margarida Abrantes,

Carlos Moniz

Serviço de Neonatologia (Director: Carlos Moniz)

Departamento de Pediatria (Directora: Maria do Céu Machado)

Hospital de Santa Maria - Centro Hospitalar Lisboa Norte, EPE, Lisboa

Objectivos: A enterocolite necrotisante (NEC) ocorre em 6 a 7% dos recém-nascidos

de muito baixo peso (RNMBP), constituindo uma das emergências cirúrgicas mais

frequentes numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN). O objectivo deste

trabalho consiste na revisão dos casos de NEC em RNMBP na UCIN do Hospital de

Santa Maria (HSM).

Métodos: Estudo retrospectivo, transversal, através da análise dos processos clínicos

dos RNMBP com diagnóstico de NEC II/III, internados na UCIN do HSM entre 1 de

Janeiro de 2007 e 29 de Fevereiro de 2012.

Resultados: Foram internados 1330 recém-nascidos (RN), dos quais 283 RNMBP,

tendo sido confirmados 14 casos de NEC (4,9% RNMBP). A incidência de NEC nos

RNMBP aumentou de 1,5 % em 2007 para 9,6% em 2011. A idade gestacional

mediana foi 25 semanas [24-28] e a mediana do peso ao nascer foi 708g [430g-1244g].

A idade média à data do diagnóstico de NEC foi 15,5 dias (SD±10,1; min5-máx.38).

Em 3 doentes (21,4%) identificaram-se alterações da fluxometria umbilical prénatal.

Dez RN realizaram transfusão sanguínea prévia (5 com dois dias, ou menos,

relativamente ao diagnóstico de NEC). Inicio da alimentação entérica previamente à

NEC em 13 RN (92,8%), dos quais 69,2% exclusivamente com leite materno. Três

casos (21%) foram NEC II e 11 (79%) NECIII. Realizou-se drenagem peritoneal em 6

RN e laparotomia em 9 (5 realizaram ambos os procedimentos). A taxa de mortalidade

foi 57,1%.

Conclusões: Os resultados obtidos, nomeadamente incidência e mortalidade, são

concordantes com a bibliografia consultada. Em 36% dos RN a NEC pareceu ter

eventual relação com a transfusão sanguínea de eritrócitos. Contudo, o número reduzido

de casos não permite a confirmação desta associação, descrita recentemente na

literatura. São necessários estudos multicêntricos e prospectivos que permitam

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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria

- 28 -

esclarecer melhor a etiologia da NEC, e consequentemente adoptar atitudes que

contribuam para a prevençao desta patologia.

Palavras-chave: Enterocolite necrosante, prematuridade, recém-nascido,

CO14 - Surto de Enterocolite Necrotizante / Retorragias na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital de Faro Pedro Cruz, Erica Torres, Filipa Belo, Ana Mariano, Maria José Castro

Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de Faro,

E.P.E.

Introdução: A enterocolite necrotizante (ECN) neonatal caracteriza-se por necrose e

pneumatose intestinal, tratando-se da emergência gastrintestinal mais frequente no

recém-nascido. A etiologia é multifactorial e o aparecimento por surtos sugere causa

infecciosa. Neste estudo pretende-se caracterizar um surto de ECN/retorragias ocorrido

na Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais (UCIN) do Hospital de Faro. Métodos:

Estudo retrospetivo descritivo, por consulta dos processos clínicos dos doentes

internados na UCIN, com diagnóstico de ECN e retorragias, entre 2010 e 2011.

Resultados: Foram incluídos 22 prematuros, 13 do sexo masculino, com idade

gestacional média de 30 semanas e peso de nascimento médio de 1377g. Dezassete dos

casos ocorreram em 2011. Identificaram-se 5 casos de ECN I, 8 de ECN II, 5 de ECN

III e 4 de retorragias isoladas. A incidência de ECN II e III em prematuros foi de 1,84%

em 2010 e de 5,62% em 2011. O tempo médio de aparecimento de sintomas foi de 25

dias e, clinicamente, 18 doentes apresentaram retorragias. Cada doente tinha, em média,

5 fatores de risco para ECN. Vinte casos (90%) fizeram fórmula para prematuros (FP) e

5 casos (23%) fizeram fortificante de leite materno antes do aparecimento de sintomas.

Obtiveram-se 11 culturas positivas para vários microrganismos, 9 das quais nos casos

de ECN II/III. Dos doentes com ECN III, um faleceu e os restantes necessitaram de

intervenção cirúrgica. Não se verificaram mais mortes.Discussão: Apesar de terem sido

identificados vários microrganismos em exames culturais, não se identificou nenhum

agente etiológico comum. No entanto, a causa infecciosa não pode ser excluída porque

não foram testados sistematicamente microrganismos responsáveis por surtos de ECN.

A maioria dos doentes fez FP, o que poderá estar associado a ECN, como descrito na

literatura. Os doentes com retorragias isoladas podem ainda corresponder a retocolite

por alergia às proteínas do leite de vaca.

Palavras-chave: Enterocolite; Prematuro; Retorragia.

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- 29 -

CO15 - Necrotizing enterocolitis: a 22 years study in a medical-surgical neonatal

centre

Pedro Garcia(1,2), Ana Pita(1), Maria Teresa Neto(1,2), Paolo Casella(3), Micaela Serelha(1) 1 – Neonatal Intensive Care Unit - Hospital Dona Estefânia, Centro Hospitalar de Lisboa Central. 2 – Faculdade de Ciências Médicas, Universidade Nova de Lisboa. 3 – Pediatric Surgery Department, Hospital de Dona Estefânia. Centro Hospitalar de Lisboa Central Aim: to assess outcomes of NEC in a tertiary referral neonatal intensive care unit.

Methods and Patients: Observational study, historical cohorts. Four cohorts of patients

were enrolled over 22 years, divided in 4 periods: 1990-1994 (A), 1997-2000 (B), 2001-

2004 (C) and 2005-2011 (D). Data were gathered from a published paper (A), free

communications (B and C) and newly studied (D). NEC grade I was excluded (n=52).

Gestacional age (GA), birth weight (BW), birth place, Bell´s modified classification

stages, surgical intervention, length of stay (LOS), mortality, lethality and sequelae

were studied.

Results: Table

NEC – UCIN HDE

A

(1990-

1994)

B

(1997-

2000)

C

(2001-

2004)

D

(2005-

2011)

Total

Number 17 25 24 48 114

GA(median, limits) 35 (30-41) 30 (23-40) 30(24-37) 28(24-40) -

BW(median, limits)

2045

(800-

4200)

1203

(612-3919)

1045

(519-

3350)

965

(424-

3060)

-

BW <1500g (6/17)

35%

(14/25)

56%

(15/24)

58%

(32/48)

66%

(67/114

) 58%

BW <1000g 4/17

23%

10/25

40%

10/24

41%

23/48

48%

(47/114

)

41%

Inborn/out born 7/10 0/25 6/18 6/42 19/95

Bell’s class (II/III) 4/13 4/21 9/15 7/41 24/90

Surgically treated 11

(64.7%)

22

(81.5%)

15

(62.5%)

42

(87,5%)

90

(78.9%

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XLI Jornadas Nacionais de Neonatologia da Sociedade Portuguesa de Pediatria

- 30 -

)

Segmental resection+

ostomy

11

(91.6%)

17

(77.3%)

12

(80%)

31

(74%)

70

(77,7%

)

Segmental resection+

primary anastomosis 0 2 0 4 6

Peritoneal drain 0 2 2 5 9

Peritoneal drain+

secondary laparotomy 1 1 1 2 5

Lenght of stay (days)

median

29.5

(1-83)

20

(1-197)

49

(1-140)

42

(2-157) -

Mortality rate 5/17

(29.4%)

10/27

(37%)

8/24

(33.3%)

8/48

(16.6%)

31/114

(27.2%

)

Lethality 4/17

(23.5%)

4/25

(16%)

3/24

(12.5%)

6/48

(12,5%)

17/114

(14.9%

)

Complications/Sequel

ae

(Post NEC strictures)

(Short bowel

syndrome)

1/0 0/0 24/3 9/6

43

(45.3%

)

Conclusions: Mortality and lethality rates have decreased over the 22 years period. As

a consequence higher rates of complications and sequelae were found. These findings

ascertain the severity of the disease.

Key Words: Necrotizing enterocolitis, newborn, lethality

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- 31 -

Posteres em Sala

Dia 10 de Maio: 14.00 Posters em Sala 1 – Cardiologia Neonatal: Sala A0.03

Moderadores: Fátima Menezes e Maria João Baptista

P1 - Taquicardia e má progressão ponderal no período neonatal - Caso clínico Mónica Jerónimo1, Rita Moinho1, Andrea Dias2, Alice Mirante3, Dolores Faria1

Instituição: 1Maternidade Bissaya Barreto; 2Unidade de Cuidados Intensivos do Hospital Pediátrico Carmona da Mota; 3Unidade de Endocrinologia do Hospital Pediátrico Carmona da Mota; Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E.

P2 - Lúpus Neonatal com manifestação cardíaca atípica – caso clínico Sofia Morais, Isabel Santos, Dolores Faria, Fátima Negrão Serviço de Neonatologia - Maternidade Bissaya Barreto- Coimbra

P3 - Taquicardia Supraventricular Neonatal Bárbara Pereira, Marta Santalha, Fernando Graça, Maria José Vale Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Centro Hospitalar Alto Ave EPE, Guimarães

P4 - Contribuição da ecocardiografia fetal no diagnóstico das cardiopatias congénitas Isis Monteiro¹, G Inocêncio2, E Proença1, S Álvares³, MJ Mendes2, MC Rodrigues2,A Guedes1 (1Serviço de Neonatologia, Maternidade de Júlio Dinis – Centro Hospitalar do Porto E.P.E. [MJD-CHP]; 2Centro de Diagnóstico Pré-Natal, MJD-CHP; 3Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital Maria Pia, Centro Hospitalar do Porto E.P.E.)

P5 - Taquicardia supraventricular neonatal – diagnóstico pré-natal de hidrópsia fetal António Salgado1, Duarte Malveiro1, Marta Aguiar2, Anabela Salazar2, Graça Nogueira3, Rui Anjos3

1Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental 2Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier, EPE 3 Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, EPE

P6 - Bloqueio auriculoventricular completo congénito - do diagnóstico pré-natal ao tratamento Vivian Gonçalves1, Ana R. Araújo2, Marta Aguiar3, Edmundo Santos3, Maria José Carneiro3, Rui Anjos2

1Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. 2Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental. 3Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental.

P7 - Cirurgia cardíaca em recém- nascidos: 1 ano de experiência em Angola. Gamboa IL; Airosa LF; Nunes MA; Rebelo M; Ferreira M; Ekumba JA; Magalhaes MP.

Dia 11 de Maio: 8: 30 Posters em Sala 2: Neonatologia: Sala A1.15

Moderadores: Isabel Verdelho e Elisa Proença P8 - Prematuridade tardia e morbilidade clínica: estudo prospetivo Cláudia Almeida, Helena M. Silva, Luísa Carreira, Gilberta Santos Serviço de Neonatologia, Maternidade Júlio Dinis - Centro Hospitalar do Porto Director – Dr. Pombeiro Veloso

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P9 - Prematuridade tardia – estarão eles preparados para nascer? Lígia Paulos, Lina Winckler Instituição:Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar Leiria – Pombal, Leiria. Diretor do Serviço: Dr. Bilhota Xavier

P10 - Morbilidade em Prematuros Tardios – Casuística de uma Maternidade de nível III Joana Serra Caetano1, Sara Ferreira1, Sofia Morais2, Gabriela Mimoso2 1. Hospital Pediátrico de Coimbra 2. Serviço de Neonatologia da Maternidade Bissaya Barreto Centro Hospitalar Universitário de Coimbra

P11 - Morbimortalidade em Prematuros Tardios Leves para a Idade Gestacional versus Adequados à Idade Gestacional Sara Ferreira, Joana Serra Caetano, Sofia Morais, Gabriela Mimoso Filiação: Serviço de Neonatologia da Maternidade Bissaya Barreto, CHUC – Coimbra

P12 - Management and Outcome of Extremely Premature Infants Maria Isabel Sá - Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Miguel Fonte - Serviço de Neonatologia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Transporte Inter-

Hospitalar Pediátrico do Norte, Centro Hospitalar São João, Porto, Joaquim Saraiva - Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto,

Cármen Carvalho - Serviço de Neonatologia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Paula Soares - Serviço de Neonatologia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Alexandra Almeida - Serviço de Neonatologia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Ana Januário - Departamento de Matemática, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Gabinete de Estatística,

Modelação e Aplicações Computacionais – Centro de Matemática da Universidade do Porto, Porto, Sónia Gouveia - Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática de Aveiro e Gabinete de Estatística, Modelação e Aplicações

Computacionais – Centro de Matemática da Universidade do Porto, Porto,

P13 - Procedimentos e analgesia numa unidade de cuidados intensivos neonatais Maria Inês Santos1, Pedro Mendes2, Ana Bettencourt3, Teresa Tomé3

1 – Serviço de Pediatria do Hospital de São Teotónio, Centro Hospitalar de Tondela – Viseu, E.P.E. – Viseu 2 – Serviço de Pediatria do Hospital de São Bernardo, Centro Hospitalar de Setúbal, E.P.E. – Setúbal 3 – Serviço de Pediatria da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, Centro Hospitalar de Lisboa Central, E.P.E. – Lisboa

P14 - Transferências in útero numa Unidade de Apoio Perinatal Diferenciado Filipa Correia, Alice Freitas, José Luís Fonseca, Maria José Costeira Serviço de Neonatologia; Centro Hospitalar do Alto Ave, Guimarães;

Dia 11 de Maio: 8: 30 Posters em Sala 3: Neonatologia: Sala A1.16

Moderadores – Albina Silva e Gustavo Rocha P15 - Transferências inter-hospitalares numa Unidade de Neonatologia- casuística de 2 anos Marta Santalha, Ângela Dias, Liliana Branco, Agostinha Costa Unidade de Neonatologia, Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar do Alto Ave- Guimarães

P16 - Transfusão Feto-Materna: uma entidade sub-diagnosticada? Inês Sobreira *, Cátia Sousa*, Elisa Proença*, José Barbot**, Carmen Carvalho* *Unidade de Neonatologia, Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto; **Serviço de Hematologia Pediátrica, Centro Hospitalar do Porto

P17 - Neutropenia em gémeas – uma coincidência? Sónia Santos, Patrícia Lapa, Raquel Henriques, Eulália Afonso, Rosa Ramalho Unidade de Cuidados Intensivos de Recém-Nascidos – Maternidade Daniel de Matos – CHUC – Coimbra

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P18 – Ventilação não invasiva precoce – avaliação do último ano nos cuidados intensivos neonatais da Maternidade Julio Dinis Cátia Sousa, Inês Sobreira, Carmen Carvalho, Elisa Proença Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Neonatologia, Maternidade Julio Dinis- Centro Hospitalar do Porto.

P19 - Hipoglicemia neonatal: experiência de três anos de uma Unidade Neonatal Liliana Branco, Sandra Rodrigues, Marta Santalha, Ângela Dias, José Luís Fonseca Unidade de Neonatologia, Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar do Alto Ave – Guimarães

P20 - Incontinência pigmentar- um caso clínico Brígida Amaral- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso, Inês Vaz Matos- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso, Susana Machado-Serviço de Dermatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dra. Manuela Selores, Dulce Oliveira-Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso, Paula Soares- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso, Márcia Martins- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso, Manuela Santos-Serviço de Neuropediatria do Centro Hospitalar do Porto – Director Dra Teresa Temudo, Gilberta Santos- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso,

Dia 11 de Maio: 14: 30 Posters em Sala 4 : Cirurgia Neonatal: Sala A1.15

Moderadores: Pedro Silva e João Moreira Pinto P21 - Apendicite Neonatal – A propósito de um caso clínico Clara Machado1, Joana Dias1, Arnaldo Cerqueira1, Liliana Pinheiro1, Daria Rezende1, Carla Sá1, Eduarda Abreu1, Albina Silva1, Matos Marques1, Almerinda Pereira1, Correia Pinto2

1Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de Braga 2Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Braga

P22 - Perfuração intestinal espontânea em Recém-nascido Maria Inês Mascarenhas1, Susana Pacheco1, Ana Paula Alves1, Bruno Cardoso1, Alexander Samay2, Olga Voutsen1, Rosalina Barroso1

1.Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais 2.Unidade de Cirurgia Pediátrica Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca EPE, Lisboa, Portugal-Directora: Dra. Helena Carreiro

P23 - Enterocolite necrotizante após transfusão de concentrado eritrocitário - a propósito de um caso Susana Moleiro1, Catarina Timóteo2, Gonçalo Cassiano3, Filomena Pinto3, Cristina Matos3, Teresa Tomé3 1-Hospital de Faro 2-Hospital Santo André, Leiria 3-Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Maternidade Alfredo da Costa, Lisboa

P24 - Hérnia diafragmática congénita de apresentação tardia Maria João Magalhaes1,Joana Dias1, Arnaldo Cerqueira1, Carla Sá1, Albina Silva1, Almerinda Pereira1, Jorge Correia-Pinto2

1Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Hospital de Braga 2Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Braga

P25 - Massa abdominal com hipertensão Catarina Mendes1, Alexandra Sequeira1,Clara Vieira1,Raquel Cardoso1, Susana G. Sousa1, Cristina Miguel1, João Ribeiro Castro2

1Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar do Médio Ave, Unidade de Famalicão

P26 - Tumefacção Dorso-lombar Congénita – que diagnóstico? Joana Oliveira1, Andreia Barros2, Henrique Leitão2, Edite Costa2, José Luís Nunes2 Carla Pilar3, Cícero Silveira4, 1- Serviço de Pediatria 2- Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais e Pediátricos 3- Unidade de Cirurgia Pediátrica 4- Serviço de Neurocirurgia Hospital Dr. Nélio Mendonça, Funchal

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P27 - Quando o choro parece estranho… Ana Brett, Maria Teresa Dionísio, Miguel Félix, Farela Neves Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Hospital Pediátrico de Coimbra

Dia 11 de Maio: 14: 30 Posters em Sala 5: Cirurgia Neonatal: Sala A1.16

Moderadores: Rei Amorim e Tiago Coelho P28 - Hemotórax – apresentação rara de neuroblastoma congénito Joana Jardim1,2, Gustavo Rocha1, Susana Pissarra1,2, Maria Bom Sucesso3, Hercília Guimarães1,2 1- Serviço de Cuidados Intensivos Neonatais, Hospital Pediátrico Integrado, Centro Hospitalar São João, Porto 2- Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto 3 - Unidade de Hemato-Oncologia Pediátrica, Serviço de Pediatria, Hospital Pediátrico Integrado, Centro Hospitalar São João, Porto P29 - Quando a clínica é sugestiva e o diagnóstico endoscópico difícil – dois casos clínicos cirúrgicos M.Amado4,I.Macedo1, E.Fernandes1, O.Santos2, H.Sá-Couto3, C.Borges3, P.Casella3, T.Tomé1

1 Departmento de Neonatologia, Maternidade Dr Alfredo da Costa; 2 Departmento de Pneumologia, Hospital de Dª Estefânia; 3 Departmento de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Dª Estefânia;

Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE 4 Departmento de Pediatria do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, EPE

P30 - Má rotação intestinal com vólvulo mesentérico no período neonatal Arnaldo Cerqueira1, Nuno Ferreira1, Dária Rezende1, Eduarda Abreu1, Carla Sá1, Albina Silva1, Almerinda Pereira1,3, José Luís Carvalho2, Jorge Correia Pinto2,3

1- Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital de Braga 2- Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital de Braga 3- Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS), Escola de Ciências da Saúde, Universidade

do Minho, Braga, Portugal; ICVS/3B’s – Laboratório Associado, Braga/Guimarães, Portugal

P31 - Um quisto pouco visto. Sara Pimentel Marcos1, Ana Vaz2, Maria do Rosário Cancella de Abreu2, Guilhermina Ladeira3, Fátima Alves4, Rui Alves4, Eduarda Reis2

1- Serviço de Pediatria- Hospital de São Francisco Xavier, CHLO, EPE, Lisboa; 2- Unidade de Neonatologia, Serviço de Pediatria- HPP Hospital de Cascais; 3- Serviço de Ginecologia-Obstetrícia- HPP Hospital de Cascais 4- Serviço de Cirurgia Pediátrica- Hospital de Dona Estefânia, CHLC, EPE, Lisboa.

P32 - Obstrução Meconial do Prematuro – O que sabemos? Teresa Jacinto1, Eduardo Fernandes1, Cristina Borges2, Teresa Tomé1, Paolo Casella2

1 Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Centro Hospitalar Lisboa Central2 Serviço de Cirurgia Pediátrica, Centro Hospitalar Lisboa Central

P33 - Persistência do úraco: caso clínico Andreia Barros1, Joana Oliveira1, Filipa Freitas2, Carla Pilar2, Fátima Alves2, Cremilda Barros3, Henrique Leitão1, Edite Costa1, Carmo Camacho1, José Luís Nunes1 1Unidade de Cuidados Intensivos e Pediátricos, Serviço de Pediatria 2 Unidade de Cirurgia Pediátrica, Serviço de Pediatria 3 Serviço de Ginecologia e Obstetrícica Hospital Central do Funchal

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Dia 10 de Maio: 14.00 Posters em Sala 1 – Cardiologia Neonatal: Sala A0.03

Moderadores: Fátima Menezes e Maria João Baptista

P1 - Taquicardia e má progressão ponderal no período neonatal - Caso clínico

Autores:Mónica Jerónimo1, Rita Moinho1, Andrea Dias2, Alice Mirante3, Dolores Faria1

Instituição: 1Maternidade Bissaya Barreto; 2Unidade de Cuidados Intensivos do

Hospital Pediátrico Carmona da Mota; 3Unidade de Endocrinologia do Hospital

Pediátrico Carmona da Mota; Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, E.P.E.

Introdução: A doença de Graves é a causa mais comum de hipertiroidismo na mulher

em idade fértil. Caracteriza-se pela presença de imunoglobulinas séricas que estimulam

o receptor da tirotropina (TRAbs) e atravessam a placenta. Quando não controlada tem

consequências graves, causando hipertiroidismo neonatal em aproximadamente 2% dos

recém-nascidos (RN).

Descrição do caso: RN do sexo masculino, fruto de segunda gestação vigiada,com

serologias inocentes e ecografias pré-natais sem alterações. Mãe com Doença de Graves

diagnosticada um ano antes, medicada com fármacos antitiroideus, mal controlada

durante a gravidez. Parto por cesariana por sofrimento fetal agudo às 37 semanas de

gestação, com boa adaptação à vida extrauterina, leve para a idade gestacional. Período

neonatal precoce sem intercorrências. Ao exame físico sem sinais de doença tiroideia.

Estudo laboratorial realizado no primeiro dia de vida no sangue do cordãoumbilical

mostrou diminuição da tirotropina (TSH), valor normal de tiroxina livre (T4L) e

aumento de TRAbs. Observado em consulta de Endocrinologia Pediátrica ao 12º dia de

vida, onde se constatou taquicardia, hipertensão arterial, má progressão ponderal,

irritabilidade e sono agitado. Laboratorialmente apresentavavalores de TRAbs a

diminuir mas elevação das hormonas tiroideias e diminuição de TSH, compatível com

hipertiroidismo. A ecografia cervical mostrou tiroide de morfologia globosa com

ecoestrutura normal. Internado na Unidade de Cuidados Intermédios Pediátricos,

medicado com propanolol durante 2 dias e metimazol, verificando-se boa evolução

clinica e laboratorial. Manteve terapêutica com metimazol durante 4 meses, com

normalização progressiva dos valores das hormonas tiroideias, TSH e TRAbs,

verificando-se eutiroidismo.

Discussão/conclusão: A Doença de Graves materna mal controlada pode ter

consequências nefastas para o feto e RN pela passagem transplacentar de TRAbs,

provocando hipertiroidismo fetal e neonatal. É fundamental a monitorização dos valores

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de TRAbs maternos durante a gravidez e a avaliação da função tiroideia no RN de modo

a instituir uma terapêutica precoce.

Palavras-chave: doença de Graves;hipertiroidismo neonatal

P2 - Lúpus Neonatal com manifestação cardíaca atípica – caso clínico Sofia Morais, Isabel Santos, Dolores Faria, Fátima Negrão

Serviço de Neonatologia - Maternidade Bissaya Barreto- Coimbra

Introdução: O lupus neonatal (LN) é uma doença imunológia rara que resulta da

passagem para o feto através da placenta de auto-anticorpos maternos anti –SSa/Ro e/ou

anti- SSB/La. O LN pode apresentar-se com alterações cutâneas, hepáticas, cardíacas ou

hematológicas. Os autores apresentam um caso de LN com manifestações cutâneas e

cardíacas atípicas.

Descrição Caso: Mãe saudável, gravidez vigiada sem intercorrências. Parto por

cesariana às 40 semanas; nasce bem mas com lesões petequiais/purpúricas, discóides e

eritemato-descamativas localizadas preferencialmente na face e couro cabeludo e lesões

maculo-papulares nas palmas e plantas. Apresentava hepatoesplenomegália e

trombocitopenia. Nas primeiras horas de vida teve quadro de dificuldade respiratória

com necessidades de O2 suplementar. O electrocardiograma era normal mas o

ecocardiograma era compatível com hipertensão pulmonar, com focos hiperecogénicos

do músculo papilar anterior do ventrículo esquerdo e do folheto lateral da tricúspide.

Dado o quadro clínico do recém nascido e síndrome febril sem foco da mãe associado a

lesões vasculíticas distais, evocou-se o diagnóstico de LN – os anticorpos anti-

nucleares, anti –SSa/Ro e anti- SSB/La foram positivos em ambos. Teve melhoria do

quadro respiratório na primeira semana de vida e normalização das plaquetas ao fim de

15 dias. Regressão progressiva das lesões com evolução para hiperpigmentação. 1 mês e

meio depois é reavaliado pela cardiologia que diagnostica uma insuficiência mitral

ligeira-moderada com necessidade de medicação com diuréticos até ao estado actual (2

anos).3 meses depois do parto, foi feito o diagnóstico de Síndrome de Sjogren na mãe.

Discussão/Conclusão: Nos casos em que não temos um diagnóstico prévio de doença

imunológica na mãe, evocar LN exige um elevado grau de suspeição. Salienta-se a

importância do seguimento da mãe, já que a maioria é assintomática na altura do parto e

do risco elevado de recorrência em gestações futuras.

Palavras-chave: anticorpos maternos, insuficiência mitral, lupus neonatal

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P3 - Taquicardia Supraventricular Neonatal Bárbara Pereira, Marta Santalha, Fernando Graça, Maria José Vale

Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Centro Hospitalar Alto Ave EPE,

Guimarães

Introdução: As arritmias sintomáticasno períodofetal e no períodoneonatal não são

raras, encontrando-se em 1-3% de todas as gravidezes e em 1-5% dos recém-nascidos.

A arritmia sintomática mais comum do período neonatal éa taquicardiasupraventricular

(TSV). Esta pode manifestar-seantes do nascimentocomo taquicardiafetal e/ouhidropsia

fetal não imuneinexplicável,ou no períodoneonatal, variando entre a ausência de

sintomas até aocolapsocardiovascular súbito.

Materiais e métodos: Foi efetuada a análiseretrospetiva dos processos clínicosdos

recém-nascidos (RN) internadosnaUnidade de Cuidados Intensivos Neonatais entre 1 de

Novembrode 2009 e31 de Outubro de 2011, com odiagnóstico final deTSV.

Resultados:Dos cinco RN comTSV,dois apresentarammanifestaçõespré-nataise

trêsmanifestações clínicas neonatais (dificuldade alimentar,vómitos, cianose e

dificuldade respiratória). No eletrocardiograma realizado durante o episódio

agudo,todos apresentavamcomplexosQRSestreitos comfrequência cardíaca

máximavariandode 240 a350bpm. A adenosina reverteu para ritmo sinusal todos os

episódios de SVT.Quatro RNiniciaram tratamentocrónico, que foi retirado

gradualmentedurante o primeiro anode vida. A avaliação por CardiologiaPediátrica foi

realizada em todos os RN e nenhum apresentavaanomalias estruturais oupré-excitação.

Três tiveram o diagnóstico de taquicardiade reentrada auriculoventriculare dois de

taquicardia auricular.

Conclusão: Os profissionais de saúde devem estar familiarizados com as alterações

mais comuns do ritmo/condução que podem afetar os fetos/recém-nascidos uma vez que

o diagnóstico e tratamento atempados resultam num bom prognóstico a curto e longo

prazo.

Palavras-chave: Recém-nascido, Ritmo, Taquicardia supraventricular, UCIN

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- 38 -

P4 - Contribuição da ecocardiografia fetal no diagnóstico das cardiopatias congénitas Isis Monteiro¹, G Inocêncio2, E Proença1, S Álvares³, MJ Mendes2, MC Rodrigues2,A

Guedes1

(1Serviço de Neonatologia, Maternidade de Júlio Dinis – Centro Hospitalar do Porto

E.P.E.

[MJD-CHP]; 2Centro de Diagnóstico Pré-Natal, MJD-CHP; 3Serviço de Cardiologia

Pediátrica,

Hospital Maria Pia, Centro Hospitalar do Porto E.P.E.)

Introdução: A cardiopatia congénita (CC) é a malformação congénita mais frequente,

com uma incidência de 6-21:1000 nados-vivos. A ecocardiografia é um valioso meio de

diagnóstico para a avaliação do sistema cardiovascular fetal, permitindo orientar a

conduta obstétrica e perinatal face a eventuais anomalias detectadas.

Objectivos: Avaliação da incidência de CC nos recém-nascidos sujeitos a

ecocardiograma pré- natal na MJD-CHP, bem como da acuidade diagnóstica da

ecocardiografia pré-natal na sua detecção.

Métodos: Análise retrospectiva dos processos dos RN que realizaram ecocardiograma,

enviados por dúvidas no exame pré-natal, nos anos de 2009 e 2011.

Resultados: No período estudado, a incidência de CC na MJD-CHP foi de 17,2:1000

nados- vivos, sendo o diagnóstico de comunicação interventricular o mais frequente

(72,7%). Em 75,4% o diagnóstico de CC foi pós-natal. Destes, 10,8% (9 casos) tinham

ecocardiograma pré-natal normal. No mesmo período, 1222 grávidas foram sujeitas a

ecocardiograma fetal, das quais 128 foram orientadas para realização de ecocardiografia

pós-natal. O motivo de referenciação foi em 34 RN (26,6%) suspeita pré-natal de CC,

em 37 RN (28,9%) limitação técnica no exame pré-natal e em 57 RN (44,5%), dúvidas

ecográficas menores. No grupo com suspeita de CC, o diagnóstico foi confirmado em

27 casos. A sensibilidade e especificidade da ecocardiografia pré-natal foram,

respectivamente, 75,0% e 99,2%, com valor preditivo positivo de 79,4% e valor

preditivo negativo de 99,2%.

Conclusão: A ecocardiografia fetal demonstrou uma elevada especificidade no

diagnóstico de CC, embora com menor grau de sensibilidade; para esta última

contribuiu o número significativo de falsos negativos (correspondentes a CC simples).

Não obstante, a ecocardiografia fetal mantém-se um bom método de diagnóstico de CC,

permitindo o aconselhamento pré-natal e a orientação dos recém-nascidos afectados.

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Todavia, a elevada taxa de detecção pós-natal de CC reforça a importância de um bom

rastreio ecográfico obstétrico tendo em vista a referenciação atempada para

ecocardiografia fetal.

Palavras-chave: ecocardiografia fetal, ecocardiografia neonatal, cardiopatias.

P5 - Taquicardia supraventricular neonatal – diagnóstico pré-natal de hidrópsia fetal António Salgado1, Duarte Malveiro1, Marta Aguiar2, Anabela Salazar2, Graça Nogueira3, Rui Anjos3 1Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier, Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental 2Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de São

Francisco Xavier, EPE 3 Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar de

Lisboa Ocidental, EPE Introdução - As arritmias neonatais têm uma incidência de 1 a 5% e são geralmente

benignas. A taquicardia supraventricular (TSV) é a arritmia sintomática mais frequente;

nas situações prolongadas ou persistentesin uteropode condicionarinsuficiência cardíaca

e hidrópsia fetal.

Descrição do Caso - Recém-nascido do sexo masculino, gestação de36s+5d, vigiada,

sem intercorrências. Ecografia obstétrica às 36s+4d com diagnósticode taquicardia e

hidrópsia fetal, com ascite, derrame pericárdico e pleural. Ecocardiograma fetal com

TSV paroxística comcurtos períodos de ritmo sinusal. Internamento no serviço de Alto

Risco Obstétrico e início de terapêutica com sotalol. Cesariana de urgência por

cardiotocograma com baixa variabilidade da frequência cardíaca (FC) registando 130-

140 bpm. Recém-nascido com peso ao nascer de 3142 g, índice de Apgar 5/8, com

necessidade de ventilação por tubo traqueal, FC±260bpm, em anasarca. Ecocardiograma

com má função sistólica e regurgitação mitral moderada. Iniciou terapêutica com

amiodarona em perfusão e digoxina oral, sem resposta inicial mantendo TSV persistente

em D1.Sem resposta a manobras vagais, necessitando múltiplas doses de adenosina com

conversão transitória a ritmo sinusal. Nas primeiras horas verificou-se agravamento

progressivo da instabilidade hemodinâmica com necessidade de ventilação invasiva,

expansores de volémia,suporte dopaminérgicoe bicarbonato. Conversão a ritmo

sinusalcerca das 24 h de vida, mantendo episódios paroxísticos de TSV de D2-D5.

Ritmo sinusal desde D5. Como intercorrência, salienta-se sepsis com enterocolite

necrosante IAem D6. Alta em D21 medicado com amiodarona e digoxina. Realizou

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Holteraos 2 meses, em ritmo sinusal.Actualmente com 5 meses, clinicamente bem, sob

terapêutica com amiodarona e digoxina.

Discussão - Apesar daTSV fetal mantida, com hidropsia fetal, de difícil controlo pós-

natal e grave instabilidade hemodinâmica nas primeiras 24 horas de vida, houve uma

boa evolução após conversão a ritmo sinusal. Para este resultado foi determinante

aabordagem conjunta pelaNeonatalogia e Cardiologia Pediátrica.

Palavras-chave: Taquicardia supraventricular paroxística, hidrópsia fetal, arritmia fetal

P6 - Bloqueio auriculoventricular completo congénito - do diagnóstico pré-natal ao tratamento Vivian Gonçalves1, Ana R. Araújo2, Marta Aguiar3, Edmundo Santos3, Maria José

Carneiro3, Rui Anjos2

1Serviço de Pediatria, Hospital de São Francisco Xavier, Centro Hospitalar Lisboa

Ocidental. 2Serviço de Cardiologia Pediátrica, Hospital de Santa Cruz, Centro Hospitalar Lisboa

Ocidental. 3Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de São

Francisco Xavier, Centro Hospitalar Lisboa Ocidental.

Correspondência: Vivian Gonçalves - [email protected].

Introdução - O bloqueio auriculoventricular (AV) completo congénito é uma das

causas mais frequentes de bradicardia mantida no período fetal e neonatal. Associa-se a

doença estrutural cardíaca em cerca de 50% dos casos, como defeitos do septo AV;

nestas situações, o risco de morte é elevado, pelo que o diagnóstico pré-natal permite a

referenciação para centros de apoio perinatal diferenciado e multidisciplinar. Os casos

sintomáticos podem ter indicação para pacemaker.

Descrição do caso - Recém-nascida de termo (37 sem + 4 d) do sexo feminino, com

diagnóstico pré-natal de defeito completo do septo AV e provável anomalia de situs às

18 semanas e de bloqueio AV completo congénito às 35 semanas; cariotipo sem

alterações. Mãe com 26 anos, gesta 1, diabetes gestacional sob insulina desde as 24

semanas. Indução maturativa fetal com betametasona. Referenciada ao HSFX para

cesariana eletiva, com reunião de equipa de Obstetrícia, Neonatologia, Cardiologia

Pediátrica, com Anestesiologia e Cirurgia Cardiotorácica em standby, e preparação de

sala operatória na Unidade de Neonatologia para eventual colocação de pacemaker após

o nascimento. Confirmação diagnóstica de BAV completo com frequência ventricular

de 57-60 bpm, defeito completo do septo AV, isomerismo esquerdo e canal arterial

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patente com estabilidade clínica inicial, que condicionou atitude expectante.

Insuficiência cardíaca congestiva de agravamento progressivo, com terapêutica diurética

e suporte ventilatório com CPAPn. Transferência para o Hospital de Santa Cruz, para

colocação de pacemaker epicárdico e laqueação do canal arterial em D8. Cirurgia sem

intercorrências, exceto atelectasia pulmonar esquerda transitória.

Discussão - O caso clínico apresentado revela a importância do diagnóstico pré-natal de

doenças cardíacas congénitas que requerem intervenção imediata pós-natal. A

referenciação para centros de apoio perinatal diferenciado e articulação de equipas

multidisciplinares materno-infantis, são etapas essenciais para optimizar a abordagem e

o prognóstico destas situações.

Palavras-chave: bloqueio auriculoventricular completo congénito, diagnóstico pré-

natal, pacemaker

P7 - Cirurgia cardíaca em recém- nascidos: 1 ano de experiência em Angola. Autores: Gamboa IL; Airosa LF; Nunes MA; Rebelo M; Ferreira M; Ekumba JA; Magalhaes MP. Filiações: Serviço de Cirurgia Cardíaca da Clínica Girassol Luanda. Objectivos: Estima-se que dos 748.000 nados vivos nascidos em Angola em

2011,2000-3000 tenham cardiopatia congénita critica. Avaliar a taxa de detecção das

cardiopatias congénitas desde o início do programa de Cirurgia Cardíaca e Cardiologia

Pediátrica do Serviço de Cirurgia Cardíaca da Clínica Girassol em Luanda- República

de Angola.

Métodos: Fomos avaliar o diagnóstico, modo de apresentação e tratamento dos recém-

nascidos (RN) com cardiopatia referenciados de Abril de 2011 a 2012.

Resultados: De um total de 423 crianças operadas, 15 eram RN, 3 (0.7%) foram

submetidos a cateterismo cardíaco terapêutico e 11 (2.6%) foram submetidas a cirurgia

cardíaca. As cardiopatias congénitas mais frequentes foram Shunt Esquerdo –Direito (6)

, Transposição das Grandes Artérias (2),Obstáculo críticos ,Esquerdos (2) e Direito (1),

Retorno Venoso Pulmonar Anómalo total (1). Oito RN apresentavam 2 ou mais

cardiopatias congénitas críticas associadas. Seis do sexo masculino com idade, peso

médio de 18 dias e 3.1 Kg. Em 10 (90%) casos as cirurgias foram correctivas. O tempo

médio de internamento na Unidade de Cuidados Intensivos foi de 10 dias. A taxa de

mortalidade foi de 4,49%.

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Conclusões: A taxa de detecção de cardiopatias congénitas é baixa. Angola é um dos

poucos países Africanos que já tem um programa de Cirurgia Cardíaca e Cardiologia

Pediátrica especializado. A detecção precoce e o diagnóstico pré-natal vai diferenciar a

sobrevida das crianças e diminuição da mortalidade perinatal.

Dia 11 de Maio: 8: 30 Posters em Sala 2: Neonatologia: Sala A1.15

Moderadores: Isabel Verdelho e Elisa Proença P8 - Prematuridade tardia e morbilidade clínica: estudo prospetivo Cláudia Almeida, Helena M. Silva, Luísa Carreira, Gilberta Santos

Serviço de Neonatologia, Maternidade Júlio Dinis - Centro Hospitalar do Porto

Director – Dr. Pombeiro Veloso

Introdução: Os recém-nascidos pré-termo tardios (RNPTT), com idade gestacional

entre 34+0 e 36+6semanas, são imaturos do ponto de vista fisiológico e metabólico e tem

características específicas, com risco acrescido de morbilidade e mortalidade.

Objetivos: Identificação dos fatores de risco e principais tipos de morbilidade neonatal

associados aos RNPTT.

Métodos: Estudo prospetivo dos RNPTT nascidos entre Janeiro e Dezembro de 2011,

na Maternidade Júlio Dinis, avaliando dados relativos à gravidez e ao período neonatal.

Resultados: Em 2011, verificaram-se 3512 nascimentos, 245(7%) correspondentes a

RNPTT. Estes representaram 58% dos RN prematuros e foram responsáveis por 28%

dos internamentos em Unidade de Cuidados Intensivos/Intermédios Neonatais

(UCI/UCE). Foram incluídos 184 RNPTT, filhos de mães saudáveis (85,6%), com

patologia na gravidez em 95(51,6%). O parto foi por cesariana em 92(50%).

Necessitaram de reanimação 51(27,7%) e internamento em UCI/UCE 90(52,6%) RN.

Quanto à morbilidade verificou-se: icterícia em 140(76,9%); dificuldades alimentares

em 72(39,6%); dificuldade respiratória em 44(24%), ventilação invasiva em 1 e

ventilação não invasiva em 25(56,8%); hipoglicemia em 30(16,4%); sépsis neonatal

precoce em 11(6%). A corticoterapia pré-natal efectuada em 43(23,4%) casos, associou-

se a menor ocorrência de dificuldade respiratória (12 vs 32). A primeira ecografia

transfontanelar revelou hiperecogenicidade periventricular em 22(12,8%), persistente

em 4(2,3%) e em 1 caso hemorragia intraventricular. Após a alta, 14(7,5%) dos RNPTT

foram reinternados, sendo o principal motivo a icterícia. Estabeleceu-se um protocolo

de seguimento até aos 24 meses de idade pós-menstrual (IPM), em que a primeira

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consulta foi realizada entre as 36 e 44 semanas. Com 1 mês de IPM, apenas 2(2%)

apresentavam atraso do desenvolvimento psicomotor.

Conclusão: Foi encontrada patologia na gravidez em 51.6% dos casos e cerca de

metade dos RNPTT nasceram por cesariana. A taxa de internamento e reinternamento

foi considerável neste grupo. De salientar a frequência da morbilidade respiratória, da

icterícia e das dificuldades alimentares.

Palavras-chave: morbilidade, neonatal, prematuros tardios

P9 - Prematuridade tardia – estarão eles preparados para nascer? Autores:Lígia Paulos, Lina Winckler

Instituição:Serviço de Pediatria do Centro Hospitalar Leiria – Pombal, Leiria.

Diretor do Serviço: Dr. Bilhota Xavier

Introdução:De todos os nascimentos, os Pré termos Tardios (PTT), entre as 34 e as 36

semanas, são o grupo em maior e mais rápido crescimento. Estão associados a um

aumento significativo da mortalidade e morbilidade comparativamente com os recém-

nascidos de Termo (RNT).

Objetivos: 1.Analisar os nascimentos no CHLP e respetiva idade gestacional (IG) entre

01/01/2008 e 31/12/2010. 2.Analisar os PTT internados na Unidade de Cuidados

Especiais Pediátricos (UCEP) do Centro Hospitalar Leiria Pombal (CHLP) nesse

período. 3.Comparar a morbilidade dos PTT com os RNT.

Material e Métodos: Estudo retrospetivo descritivo. Através da Base de Dados da

UCEP obtidos os internamentos distribuídos por IG naquele período, consulta da nota

de alta e formação de 2 grupos: PTT (IG ≥34s e <37s) e RNT (IG≥ 37s), excluídos

IG<34s. Analisados os grupos segundo demografia, morbilidade e tratamento. Obtido o

nº de nascimentos ocorridos de 2008 a 2010 segundo IG e tipo de parto.

Resultados: Nº decrescente de nascimentos com estável nº prematuros ao longo dos

anos. (1:6 nascimentos). Cinco por cento dos nascimentos/ano são PTT correspondendo

a 87% dos pré-termos nascidos. Os PTT ficam mais frequentemente internados (p

<0,005), com duração de internamento semelhante. Um em cada 3 nascidos/ano o parto

foi por cesariana. As cesarianas são efetuadas em 30% dos PTT, percentagem

semelhante à dos RNT. Nº estável de internamentos na UCEP ao longo dos anos. Os

PTT ficam mais frequentemente internados (1 em cada 3 PTT e 1 em cada 17 RNT)com

duração de internamento semelhante (p <0,005). Os PTT têm mais frequentemente

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PN<2500g (p <0,005), mais HBRB, Dificuldades Alimentares e TTRN (p <0,005)

comparativamente com os RNT . Os PTT fazem mais exames analíticos (p <0,005) que

os RNT, mais fluidoterapia e antibioterapia (p>0,005), e necessitam mais

frequentemente de O2 suplementar, de iniciarem nCPAP ou de serem submetidos a

ventilação invasiva (p >0,005).

Conclusão: Os PTT representam a maioria dos Pré-termos nascidos no CHLP e estão

associados a um aumento da morbilidade comparativamente com os RNT.

P10 - Morbilidade em Prematuros Tardios – Casuística de uma Maternidade de nível III Joana Serra Caetano1, Sara Ferreira1, Sofia Morais2, Gabriela Mimoso2

1. Hospital Pediátrico de Coimbra

2. Serviço de Neonatologia da Maternidade Bissaya Barreto

Centro Hospitalar Universitário de Coimbra

Objectivo: Caracterização dos recém-nascidos (RN) entre as 34 e 36 semanas (sem) de

idade gestacional (IG) internados numa maternidade de nível III.

Material e Métodos: Estudo descritivo com análise retrospectiva dos processos clínicos

dos RN pretermos tardios (PT) internados no período de Janeiro de 2010 a Dezembro de

2011.

Foram excluídos os RN com malformações major, internados por problema

social/doença materna e nascidos noutra instituição.

Resultados: Foram admitidos 431 PT (7% do total de nascimentos e 74% do total de

prematuros). Foram excluídos 26, ficando a amostra com 405 PT (88% adequados IG,

9% leves IG e 3% grandes IG). A mediana do peso de nascimento foi de 2460g e 92

(23%) nasceram de gravidez gemelar. Do total, 55% tinham 36 sem IG, 27% com 35

sem e os restantes 18% com 34 sem. As morbilidades mais prevalentes foram:

hiperbilirrubinémia (43%), patologia respiratória (38,9%) e dificuldades alimentares

(26,6%). A mediana do tempo de internamento foi de 4 dias. 68% tiveram alta sob

aleitamento materno exclusivo e 30% sob aleitamento misto.

11 RN foram re-internados (8 hiperbilirrubinémia, 2 má evolução ponderal, 1

meningite).

Necessitaram de admissão em Cuidados Intensivos/intermédios (UCI) 81 (20%) dos RN

PT que representaram 16% do total de internamentos da UCI. Os motivos de

internamento mais frequentes foram: taquipneia transitória do RN (49%),

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hiperbilirrubinémia (22%) e peso de nascimento inferior a 1.8kg (17%). A

hiperbilirrubinémia, a patologia respiratória e as dificuldades alimentares foram as

morbilidades mais frequentes. A sua diminuição com o aumento da IG foi mais

acentuada das 35 para as 36 sem (Respiratória [20% 10%] e alimentar [14% 2%]); Não

ocorreram óbitos.

Conclusões: Os RN PT representam um grupo importante dentro dos RN prematuros e

têm uma morbilidade significativa que condiciona um aumento do tempo de

internamento e necessidade de cuidados diferenciados.

Palavras-chave: Prematuridade tardia, morbilidade.

P11 - Morbimortalidade em Prematuros Tardios Leves para a Idade Gestacional versus Adequados à Idade Gestacional Autores: Sara Ferreira, Joana Serra Caetano, Sofia Morais, Gabriela Mimoso

Filiação: Serviço de Neonatologia da Maternidade Bissaya Barreto, CHUC - Coimbra

Objectivo: Comparar a morbimortalidade dos prematuros tardios (PT) leves para a

idade

gestacional (LIG) com os de peso de nascimento (PN) adequado à idade gestacional

(AIG).

Material e Métodos: Estudo descritivo de análise retrospectiva, dos internamentos de

prematuros entre as 34 e 36 semanas de gestação (SG), LIG e AIG, nascidos entre

Janeiro de 2010 e Dezembro de 2011. Foram excluídos os Recém-nascidos (RN)

grandes para a idade gestacional, com malformações congénitas major, gémeos e

outborns.

Resultados: Durante o período analisado nasceram 431 PT (7% do total de recém-

nascidos).

Destes, 303 cumpriam critérios de inclusão no estudo. Eram AIG 91,4% (PN

2554±298g) e LIG 8,6% (PN 1807±175g). A maioria tinha 36SG (61,7%), 26,7%

nasceram com 35SG e 11.6% com 34SG. Necessitaram de internamento na unidade de

cuidados intensivos (UCIN) 18,5% (15,9% dos AIG e 46,2% dos LIG). Apresentaram

morbilidades 50,5% (49,8% dos AIG e 57,7% dos LIG) da qual se salienta a

hiperbilirrubinémia (44,9%), a patologia respiratória (7,6%) e as dificuldades

alimentares (5,9%). O tempo médio de hospitalização nos LIG foi de 10,8±5,5 dias,

enquanto que dos AIG foi 4,4±2,3 dias. Não ocorreu nenhum óbito.

Conclusões: A literatura não é conclusiva relativamente à morbimortalidade dos PT

LIG versus AIG. De realçar a diferença relativamente ao tempo médio de

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hospitalização, superior nos LIG, assim como a maior percentagem de internamentos na

UCIN deste grupo.

Palavras-chave: Leve Idade Gestacional, Prematuridade tardia

P12 - Management and Outcome of Extremely Premature Infants Management and Outcome of Extremely Premature Infants Maria Isabel Sá Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Unidade Maternidade Júlio

Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Miguel Fonte Serviço de Neonatologia,

Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Transporte Inter-

Hospitalar Pediátrico do Norte, Centro Hospitalar São João, Porto,

Joaquim Saraiva Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, Unidade Maternidade Júlio

Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Cármen Carvalho Serviço de Neonatologia,

Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto, Paula Soares

Serviço de Neonatologia, Unidade Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do

Porto, Porto, Alexandra Almeida Serviço de Neonatologia, Unidade Maternidade Júlio

Dinis, Centro Hospitalar do Porto, Porto,Ana Januário Departamento de Matemática,

Faculdade de Ciências da Universidade do Porto e Gabinete de Estatística, Modelação

e Aplicações Computacionais – Centro de Matemática da Universidade do Porto,

Porto, Sónia Gouveia Instituto de Engenharia Electrónica e Telemática de Aveiro e

Gabinete de Estatística, Modelação e Aplicações Computacionais – Centro de

Matemática da Universidade do Porto, Porto.

Objective: In the last decades, survivalof extremely premature infants has improved but

there is still significant morbidity among this group of children. We intend to describe

medical management in the perinatal-neonatal period and the outcome at 18-24 months

of a group of extremely premature infants. Our goal is to evaluate whether specific

attitudes or characteristics explain higher rates of survival and survival without long-

term severe disabilities.

Methods: A retrospective study was conducted including all 205 liveborn and stillborn

infants with gestational age between 22w0d and 26w6d, born in the Obstetric Unit or

transferred to the Neonatology Unit of our institution from January 2000 to December

2009. We collected variables related to management in the prenatal and neonatal period,

infant performances and psychomotor development at 18-24 months. Significant

associations between variables and outcomes were identified by chi-square test or t-test,

and multivariate logistic models were used to describe and predict survival/morbidity.

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Results: Gestational age, antenatal corticotherapy, cesarean section, inborn delivery and

weight were associated with an increasing survival(p<0.05), while absence of

intraventricular hemorrhage (IVH) grade 3-4and periventricular leukomalacia was

associated with survival without severe neurossensorial deficit (p<0.05). According to

the multivariate models, advanced gestational age (OR=0,353), increasing weight

(OR=0,996) and antenatal corticotherapy(OR=0,150) were associated with survival

increase.IVHwas associated with morbility increase (OR between 9,006 and 13,294).

These models predicted correctly survival in 78,1% and severe morbidity in 87,8% of

the cases.

Conclusions: Our results are consistent with other published works and the

survival/morbidity models might be a valuable tool providing some insight in the

prediction of the outcome of the extreme premature neonates, guide decision making

and help parental counseling.

Key words: Extreme premature, Outcome, Psychomotor development, Survival

P13 - Procedimentos e analgesia numa unidade de cuidados intensivos neonatais Maria Inês Santos1, Pedro Mendes2, Ana Bettencourt3, Teresa Tomé3

1 – Serviço de Pediatria do Hospital de São Teotónio, Centro Hospitalar de Tondela –

Viseu, E.P.E. – Viseu

2 – Serviço de Pediatria do Hospital de São Bernardo, Centro Hospitalar de Setúbal,

E.P.E. – Setúbal

3 – Serviço de Pediatria da Maternidade Dr. Alfredo da Costa, Centro Hospitalar de

Lisboa Central, E.P.E. – Lisboa

Objectivos: Quantificar procedimentos dolorosos ou stressantes; estimar a prevalência

da utilização de analgesia; determinar factores relacionados com utilização de analgesia

nos recém-nascidos (RN) internados numa Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais

(UCIN).

Métodos: Estudo observacional, prospectivo e analítico, baseado no registo 24 horas

por dia dos procedimentos dolorosos e stressantes realizados nos primeiros 14 dias de

internamento. A analgesia foi registada por observação directa, sem conhecimento do

interveniente e de forma aleatória. O período de recrutamento foi de 6 semanas, tendo

sido incluídos 35 RN.

Resultados: Os RN foram submetidos a 9608 procedimentos, 26,2% dolorosos e 73,8%

stressantes. Em 20,4% dos procedimentos dolorosos ocorreram tentativas suplementares

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de realização dos mesmos. Cada RN experimentou em média 274,5 procedimentos

durante o estudo, correspondendo a 31,8 procedimentos por dia de internamento.

Destes, cada RN foi submetido a uma média de 71,8 procedimentos dolorosos durante o

estudo e 8,3 procedimentos dolorosos por dia de hospitalização. Para estimar a

prevalência da utilização de analgesia foram observados 580 procedimentos, 28,6%

dolorosos e 71,4% stressantes. Nos procedimentos dolorosos foi utilizada analgesia

específica pré-procedimento em 18,7% dos casos, sendo apenas analgesia

farmacológica em 1,2% e apenas analgesia não farmacológica em 16,9%. Em 12% dos

casos, os procedimentos dolorosos ocorreram em RN que estavam sob

analgesia/sedação contínua por outros motivos. Em 71% dos procedimentos dolorosos

observados não foi realizada qualquer forma de analgesia. Verificou-se que os RN com

menos de 30 semanas e os procedimentos que implicam picada se associaram mais

frequentemente a utilização de analgesia específica pré-procedimento.

Conclusões: Os RN internados numa UCIN são submetidos a um elevado número de

procedimentos dolorosos e stressantes. Neste período constatámos que uma grande

percentagem de RN não fez analgesia pré-procedimento. A analgesia foi utilizada mais

frequentemente nos RN mais imaturos e os procedimentos associados a picadas.

Palavras-chave: analgesia, procedimentos, dor, recém-nascido

P14 - Transferências in útero numa Unidade de Apoio Perinatal Diferenciado Filipa Correia, Alice Freitas, José Luís Fonseca, Maria José Costeira

Serviço de Neonatologia; Centro Hospitalar do Alto Ave, Guimarães;

Objetivo: Portugal atingiu, nos últimos anos, taxas de mortalidade com valores dos

mais baixos a nível mundial tendo, em 10 anos, conseguido diminuir a taxa de

mortalidade perinatal em 71%. O Centro Hospitalar do Alto Ave (CHAA) é o único

hospital distrital com unidade de cuidados intensivos de apoio perinatal diferenciado do

País. Este trabalho procurou caracterizar a amostra de grávidas e respetivos RN

submetidos a uma transferência in útero para o CHAA.

Métodos: Estudo retrospetivo e descritivo dos registos clínicos das grávidas e RN que

foram transferidos in útero para o CHAA, desde Janeiro de 2010 até Dezembro de

2011. Analisaram-se dados relativos à gestação, ao parto e ao período neonatal

respetivo.

Resultados: Entre 2010 e 2011 ocorreram 47 transferências in útero, sendo que 9,8%

correspondiam a gestações gemelares e 2,4% a gestações trigemelares. A idade média

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materna foi de 31 anos. O tempo médio entre a chegada da grávida e o nascimento do

filho foi de 2 dias. Resultaram 46 nados vivos, com tempo médio de gestação de 33

semanas e parto eutócico em cerca de metade dos casos. O peso médio ao nascimento

foi de 1957 ± 717 gramas e 51% dos RN era do sexo masculino. O índice de Apgar foi

>7 em cerca de 70% dos RN ao 1’ e em 91% ao 5’. Aproximadamente 28% foram

reanimados. Setenta e oito por cento foram internados na Unidade de Neonatologia,

tendo CRIB médio de 1,07. Ocorreram 3 óbitos. A duração média de internamento foi

de 13,5 dias.

Conclusões: A transferência in útero destas 47 grávidas para um centro de apoio

perinatal diferenciado e a otimização das condições perinatais permitiu a sobrevivência

de 91% destes RN de risco, contribuindo para o sucesso dos indicadores nacionais.

Palavras-chave: In útero, perinatais, transferências, unidade de cuidados intensivos

neonatais, recém-nascido

Dia 11 de Maio: 8: 30 Posters em Sala 3: Neonatologia: Sala A1.16

Moderadores – Albina Silva e Gustavo Rocha P15 - Transferências inter-hospitalares numa Unidade de Neonatologia- casuística de 2 anos Marta Santalha, Ângela Dias, Liliana Branco, Agostinha Costa Unidade de Neonatologia, Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar do Alto Ave- Guimarães Objetivo:As transferências inter-hospitalares, constituem com frequência um reflexo da

necessidade de avaliação e de cuidados diferenciados por subespecialidades ausentes no

hospital de origem.

O objetivo deste trabalho foi caracterizar os recém-nascidos transferidos de uma

Unidade Neonatologia integrada num hospital distrital.

Métodos:Análise retrospetiva dos processos clínicos dos recém-nascidos (RN)

transferidos e da nota de alta do hospital de destino, no período compreendido entre 1

de Janeiro de 2010 e 31 de Dezembro de 2011. Foram analisadas as seguintes variáveis:

idade gestacional, peso ao nascimento, motivo de transferência, diagnóstico provisório

na data da transferência e diagnóstico definitivo.

Resultados:No período do estudo foram internados na unidade de neonatologia 733

RN, correspondendo a 14,3% do total de nascimentos. Destes 733 RN foram

transferidos 4,6% (34), dos quais 55,9% (19) foram transferidos para continuação de

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cuidados no hospital da área de residência. Os restantes (n=15) foram transferidos para

avaliação por subespecialidades diferenciadas.

Destes 15 RN, 46,7% (7) eram de termo e tinham peso igual ou superior a 2500 gramas.

A mediana de transferência foi em D6 de vida (mínimo-máximo: D1-D8).

A maioria dos RN foram transferidos para observação por cirurgia pediátrica (n=7).

Houve concordância diagnóstica entre o diagnóstico provisório e o diagnóstico

definitivo em 73,3% (11). As ecografias pré-natais apenas permitiram o diagnóstico pré-

natal (DPN) num caso.

Conclusões:A maioria dos RN transferidos eram de termo e não tinham baixo peso. Os

principais motivos de transferência foram patologias cirúrgicas, o que realça a

capacidade da unidade em prestar assistência a todos os RN, desde prematuros extremos

a RN pós-termo, com exceção dos que necessitam de apoio por subespecialidades

diferenciadas. As ecografias pré-natais mostraram-se pouco sensíveis para o DPN.

Salienta-se a necessidade de grande acuidade na realização das mesmas, visando um

diagnóstico atempado, possibilitando a antecipação de cuidados especiais ao RN.

Palavra-chave: Recém-nascidos, Subespecialidades, Transferência.

P16 - Transfusão Feto-Materna: uma entidade sub-diagnosticada? Autores: Inês Sobreira *, Cátia Sousa*, Elisa Proença*, José Barbot**, Carmen Carvalho* *Unidade de Neonatologia, Maternidade Júlio Dinis, Centro Hospitalar do Porto; **Serviço de Hematologia Pediátrica, Centro Hospitalar do Porto. Introdução: A transfusão feto-materna (TFM) associa-se a morbimortalidade neonatal

significativa. Tem uma incidência variável consoante o volume de sangue em causa,

sendo a etiologia desconhecida na maioria dos casos. Os testes de avaliação (teste de

Kleihauer-Betke e citometria de fluxo) confirmam o diagnóstico no pré e pós-natal.

Objetivos: Identificação e caracterização dos casos de TFM, ocorridos na MJD num

período de 10 anos (2002-2012).

Métodos: Estudo retrospetivo, com consulta e recolha de dados a partir do processo

clínico. Critérios de inclusão: anemia congénita por TFM confirmada laboratorialmente

(volume de sangue transfundido >20ml/Kg). Avaliaram-se características demográficas,

fatores de risco, apresentação clínica, laboratorial e seguimento.

Resultados: Durante o período estudado verificaram-se 57 casos de anemia congénita,

8 (14%) devido a TFM. A maioria das grávidas era primigesta, sem história de

traumatismo, um dos casos realizou amniocentese.

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A avaliação do sofrimento fetal foi positiva em 5 casos, com diminuição dos

movimentos fetais (2), CTG patológico (2) e hidrópsia fetal (1) avaliada por ecografia

pré-natal. A IG variou entre as 30 e 39 semanas e o peso de nascimento entre 1315 e

3760g. O parto foi distócico em 7 casos e o exame anátomo-patológico realizado em 4

casos revelou edema vilositário e eritroblastos circulantes. O valor de hemoglobina ao

nascimento variou entre 2,3 e 12,2g/dL. Em todos os casos foi realizado o Teste de

Kleihauer-Betke, tendo-se verificado transfusão >80ml/Kg (4) e >150ml/Kg (2), com

teste de Kleihauer positivo em 2 casos. Foram transfundidos em D1 de vida 6 doentes, 4

com necessidade de múltiplas transfusões. Verificou-se hidrópsia fetal ao nascimento

(2), disfunção neurológica (3), respiratória (6) com necessidade de ventilação mecânica

(3), ventilação não invasiva (2), disfunção cardíaca (4) com hipertensão pulmonar

transitória (2). Não ocorreu disfunção renal, coagulopatia de consumo ou óbitos. O

seguimento destes doentes até ao momento não mostrou alterações.

Comentários: O diagnóstico de TFM pode ser pré-natal, embora os sinais sejam

inespecíficos na maioria dos casos. Chama-se a atenção para uma entidade que faz parte

do diagnóstico diferencial de anemia neonatal, provavelmente subdiagnosticada. A

nossa amostra, bastante pequena, reflete casos de transfusão maciça, provavelmente

traduzindo o subdiagnóstico de casos mais ligeiros.

Palavras-chave: Anemia; Transfusão feto-materna; Teste de Kleihauer

P17 - Neutropenia em gémeas – uma coincidência? Sónia Santos, Patrícia Lapa, Raquel Henriques, Eulália Afonso, Rosa Ramalho Unidade de Cuidados Intensivos de Recém-Nascidos – Maternidade Daniel de Matos – CHUC – Coimbra Introdução: No período neonatal considera-se neutropenia se, às 72 horas de vida, os

neutrófilos forem inferiores a 2500/mcL no recém-nascido (RN) de termo e inferiores a

1000/mcL no RN prematuro (PT). A neutropenia ocorre em cerca de 8% dos RN

admitidos anualmente em Unidades de Cuidados Intensivos (UCIRN). As causas

enquadram-se em dois grandes grupos: por diminuição da produção ou por aumento da

destruição dos neutrófilos. O risco de infeção é maior na neutropenia severa

(<500/mcL).

Casos clínicos: Recém-nascidas de gravidez gemelar biamniótica bicoriónica e parto

por cesariana às 34S. Internamento na UCIRN por síndrome de dificuldade respiratória

sem hipoxemia e com resolução nas primeiras 24 h. A D8, em ambas, clínica de onfalite

e neutropenia em ambas. Analiticamente a 1ª gémea apresentava 6700 leucócitos/mcL

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com 600 neutrófilos/mcL sem formas imaturas; proteína C-reativa (PCR) positiva. A 2ª

gémea tinha 10300 leucócitos/mcL com 412 neutrófilos/mcL e 100 mielócitos/mcL

(relação formas imaturas/totais de 0,19); PCR negativa. As hemoculturas foram

negativas e as zaragatoas de exsudato do coto umbilical identificaram Staphilococcus

aureus. Boa evolução clínica sob antibioterapia com Vancomicina. A 1ª gémea registou

uma neutropenia mínima de 600/mcL a D8, com 1000/mcL a D19 e a 2ª gémea um

mínimo de 100 neutrófilos/mcL a D12, com 900 neutrófilos/mcL a D19. Alta a D20

orientadas para consulta de Hematologia, com normalização dos valores de neutrófilos a

D40.

Discussão: Trata-se de dois casos de desafio diagnóstico de neutropenia neonatal em

gémeas não idênticas, mas com forma de apresentação clínica igual.

Foi evocada a hipótese de neutropenia congénita (Síndrome de Kostmann), contudo

esperava-se a manutenção da neutropenia. Também considerada a hipótese de sépsis

como causa da neutropenia, embora a lenta recuperação laboratorial não apoiasse este

diagnóstico. Atualmente, suspeita-se de neutropenia intermitente (neutropenia cíclica),

mas apenas o seguimento destas gémeas permitirá um diagnóstico final.

Palavras-chave: gémeas, neutropenia, recém-nascido,

P18 – Ventilação não invasiva precoce – avaliação do último ano nos cuidados intensivos neonatais da Maternidade Julio Dinis Cátia Sousa, Inês Sobreira, Carmen Carvalho, Elisa Proença

Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Neonatologia, Maternidade Julio Dinis- Centro Hospitalar do Porto. Introdução: A abordagem da ventilação no recém-nascido pré-termo (RNPT) tem-se

modificado ao longo dos anos. A ventilação não invasiva com Pressão Positiva

Continua nasal (nCPAP) em RN mais imaturos apresenta bons resultados, menores

comorbilidades.

Objectivos: Avaliar a utilização de nCPAP precoce (primeiros 30 minutos) na Unidade

de Cuidados Intensivos Neonatais da Maternidade Julio Dinis, em RNPT com idade

gestacional (IG) inferior a 30 semanas, caracterização pré e pós natal, avaliação de co-

morbilidades e mortalidade.

Material e Métodos: Estudo retrospectivo dos RNPT IG<30S que realizaram nCPAP

precoce de Janeiro/2011 a Dezembro/2011.

Resultados: Em 2011 nasceram 67 RNPT IG<30S, tendo sido submetidos a nCPAP

precoce 18 (26,9%), 7 dos quais na sala de partos. Cinco gestações gemelares, tendo 17

cumprido corticoterapia. Treze apresentavam patologia pré-natal, sendo de salientar

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corioamnionite clínica (4); o estudo anatomo-patológico de placenta revelou: 6

corioamnionites, 5 lesões hipoxico-isquémicas. A IG média foi de 27,6S, sendo a

maioria do sexo masculino (13), com um peso médio de 1015g. As indicações para

nCPAP foram imaturidade / recrutamento alveolar (18), síndrome de dificuldade

respiratória (9), apneia/bradicardia (3). Foi administrado surfactante em 8 casos (6 por

INSURE), 3 na primeira hora de vida. A falência do nCPAP ocorreu em 6 casos: sépsis

(3); falência respiratória (2); apneias/bradicardia (1). Como co-morbilidades de salientar

doença das membranas hialinas (13), retinopatia da prematuridade (9), sépsis (12, 1

precoce), persistência de canal arterial (4), displasia broncopulmonar leve (1),

hemorragia intraventricular grau II-III bilateral (1), leucomalácia (1). Registou-se 1

óbito no primeiro dia de vida (hemorragia alveolar e hemorragia intraventricular).

Conclusões: O uso precoce de nCPAP em RNPT constitui um método seguro na

prevenção e tratamento da dificuldade respiratória, tendo-se associado (cerca de 1/3 dos

casos) a surfactante por INSURE.

A falência ocorreu em 33% dos casos, sendo a maioria tardia (contexto de sépsis).

As complicações neurológicas potencialmente graves verificaram-se em 2 casos e a

evolução respiratória global foi favorável, podendo traduzir um contributo deste método

ventilatório para uma maior estabilidade hemodinâmica.

P19 - Hipoglicemia neonatal: experiência de três anos de uma Unidade Neonatal Liliana Branco, Sandra Rodrigues, Marta Santalha, Ângela Dias, José Luís Fonseca Unidade de Neonatologia, Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar do Alto Ave – Guimarães Introdução: A hipoglicemia é frequente no recém-nascido (RN) sendo, na maioria dos

casos, transitória e assintomática. Nalguns, pode tornar-se clinicamente significativa

com necessidade de intervenção terapêutica precoce de forma a prevenir sequelas

neurológicas.

Objetivo: Caracterização dos casos de hipoglicemia internados na nossa unidade.

Métodos: Análise retrospetiva e descritiva dos RN admitidos com diagnóstico de

hipoglicemia, no período de Março de 2009 a Março de 2012. Para o diagnóstico foi

considerado valor de glicemia inferior a 40 mg/dL.

Resultados: Incluídos 34 RN, mediana de idade gestacional de 37 semanas (34-40) e

média de peso de nascimento de 2740 g (± 607).

Fatores de risco para hipoglicemia identificados em 20 casos: prematuridade em 13 (PT)

(2 associados a restrição de crescimento fetal (RCF), um a diabetes materna gestacional

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e um leve para a idade gestacional), 4 filhos de mãe diabética, 2 RCF e um grande para

a idade gestacional.

Média de idade de diagnóstico de 1.4 dias ± 0,7. Média do valor mínimo de glicemia:

28.2 mg/dL ± 6.2. Forma sintomática observada em 82.3% casos.

Reforço de aporte nutricional entérico exclusivo efetuado em 20.6% casos, em 53.6%

administrado bólus endovenoso de soro glicosado e 73.5% instituiu-se fluidoterapia

endovenosa contínua. Todos evoluíram para normalização do perfil glicémico num

período médio de 3.0 dias ± 1.6.

Dos 32 RN orientados para consulta de Neonatologia, 7 apresentaram alterações no

desenvolvimento psicomotor: 4 de caráter transitório, mantendo os restantes tratamento

fisiátrico de reabilitação (2 PT e um com neuropatia central em investigação).

Comentários: O diagnóstico e abordagem da hipoglicemia neonatal mantêm-se

controversos, não existindo evidência sustentada na correlação do valor glicémico com

a clínica ou dano neurológico. Não obstante, os autores enfatizam a necessidade do

reconhecimento precoce desta condição clínica que continua a representar um desafio

clínico em qualquer unidade neonatal.

Palavras-chave: factores de risco, hipoglicemia, recém-nascido

P20 - Incontinência pigmentar- um caso clínico

Brígida Amaral- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr.

Pombeiro Veloso, Inês Vaz Matos- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do

Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso, Susana Machado-Serviço de Dermatologia do

Centro Hospitalar do Porto - Director Dra. Manuela Selores, Dulce Oliveira-Serviço de

Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso, Paula

Soares- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro

Veloso, Márcia Martins- Serviço de Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto -

Director Dr. Pombeiro Veloso, Manuela Santos-Serviço de Neuropediatria do Centro

Hospitalar do Porto – Director Dra Teresa Temudo, Gilberta Santos- Serviço de

Neonatologia do Centro Hospitalar do Porto - Director Dr. Pombeiro Veloso,

Introdução: A incontinência pigmentar (síndrome de Bloch-Sulzberger) é uma doença

hereditária multissistémica, rara, de transmissão dominante ligada ao X. É caracterizada

por displasia dos tecidos e órgãos derivados da ectoderme e da mesoderme com

atingimento cutâneo, dentário, neurológico e ocular, sendo o cutâneo a forma de

apresentação mais comum. As lesões cutâneas evoluem de forma característica e são

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observadas ao nascimento em 50-90% dos casos ou nas primeiras semanas de vida

sendo frequentemente a única manifestação neonatal da doença.

Caso clínico - Os autores apresentam o caso de um recém-nascido do sexo feminino

com lesões vesiculo-pustulosas lineares nos membros, abdómen e couro cabeludo ao

nascimento. Sem antecedentes pré-natais de relevo ou história materna de infecções

cutâneas durante a gravidez. As serologias maternas foram negativas. O estudo

analítico revelou eosinofilia periférica e o exame citológico do conteúdo vesicular

eosinofilia marcada tendo sido excluida a etiologia herpética. A hemocultura e a cultura

por zaragatoa do conteúdo de vesícula foram negativas. A biópsia cutânea excisional

confirmou o diagnóstico de incontinência pigmentar. O estudo molecular do gene

NEMO encontra-se em curso. Aos 25 dias de vida iniciou episódios paroxísticos de

movimentos clónicos do membro superior direito. A ecografia cerebral transfontanelar

foi sugestiva de lesão parenquimatosa parietal posterior à direita e a ressonância

magnética cerebral revelou atrofia/hipoplasia aparente do corpo caloso e redução da

espessura da substância branca ao nível do córtex da região silviana posterior. Aos 6

meses apresenta um síndrome tetrapiramidal associado a heminegligência esquerda. O

exame de fundo de olho é normal.

Discussão - Apesar de rara a incontinência pigmentar deve ser incluída nos diagnósticos

diferenciais de lesões vesiculo-bolhosas neonatais de forma a possibilitar a detecção

precoce de outras alterações que possam estar associadas, nomeadamente oculares e

neurológicas, bem como o aconselhamento genético.

Palavras-chave:incontinência pigmentar, síndrome de Bloch-Sulzberger

Dia 11 de Maio: 14: 30 Posters em Sala 4 : Cirurgia Neonatal: Sala A1.15

Moderadores: Pedro Silva e João Moreira Pinto P21 - Apendicite Neonatal – A propósito de um caso clínico Clara Machado1, Joana Dias1, Arnaldo Cerqueira1, Liliana Pinheiro1, Daria Rezende1, Carla Sá1, Eduarda Abreu1, Albina Silva1, Matos Marques1, Almerinda Pereira1, Correia Pinto2. 1Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Serviço de Pediatria, Hospital de Braga 2Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Braga Introdução: A apendicite aguda é a patologia cirúrgica urgente mais frequente em

idade pediátrica, no entanto é rara a sua ocorrência no período neonatal. Estão

publicados cerca de 143 casos predominando nos recém-nascidos (RN) prematuros (PT)

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do sexo masculino. Pode ocorrer secundariamente a outras patologias ou de forma

isolada. A mortalidade ronda os 28%.

Descrição do caso: RN, sexo feminino, PT 36 semanas internada na Unidade de

Neonatologia em D1 de vida por hipoglicemia e dificuldades alimentares. Em D2

iniciou resíduos gástricos biliares e dejeções com sangue e muco. Abdómen distendido

e doloroso. Telerradiografia abdominal com sinais de pseudo - obstrução do delgado,

sem pneumatose. As telerradiografias abdominais seriadas mostraram imagem de ansa

fixa na região peri umbilical. Em D3, por agravamento clínico e analítico(proteína C

reativa 63,3mg/L) efetuada laparoscopia exploradora identificando peritonite

generalizada secundária a processo inflamatório da fossa ilíaca direita, por provável

apendicite. Realizada apendicectomia. Evolução clínica favorável. Iniciou alimentação

entérica em D3 de pós-operatório com boa tolerância. Exame histológico confirmou o

diagnóstico de apendicite. Cumpriu 10 dias de antibioticoterapia. Alta hospitalar

orientada para consulta externa de Neonatologia e Cirurgia Pediátrica.

Conclusão: A apendicite neonatal é uma patologia de difícil diagnóstico pelos sinais

inespecíficos, estando frequentemente associada a perfuração. A exploração cirúrgica é

muitas vezes tardia o que contribui para a elevada taxa de mortalidade. Os autores

pretendem alertar para a necessidade de um diagnóstico e tratamento atempado no

quadro clínico de patologia cirúrgica abdominal no RN, para assim reduzir a

mortalidade, nomeadamente na apendicite neonatal.

Palavras-chave: Apendicite, cirurgia, diagnóstico, recém-nascido

P22 - Perfuração intestinal espontânea em Recém-nascido Maria Inês Mascarenhas1, Susana Pacheco1, Ana Paula Alves1, Bruno Cardoso1, Alexander Samay2, Olga Voutsen1, Rosalina Barroso1 1.Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais 2.Unidade de Cirurgia Pediátrica Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca EPE, Lisboa, Portugal-Directora: Dra. Helena Carreiro Introdução: A patência do canal arterial (PCA) tem uma incidência inversamente

proporcional à idade gestacional. As complicações associadas a PCA relacionam-se

com a sobrecarga de volume ao coração esquerdo e fenómeno de “roubo” do shunt,

podendo levar a insuficiência cardíaca, necessidade de suporte ventilatório prolongado e

isquémia parcial de outros territórios vasculares. Existem duas opções terapêuticas para

encerramento de PCA: farmacológica ou cirúrgica

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Caso Clínico: Relatamos o caso de um recém-nascido de gestaçãode 27 semanas e

cinco dias; pais não consanguíneos. Rotura prematura de membranas às 27 semanas e

três dias, com internamento no bloco de partos tendo realizado maturação pulmonar

com ciclo completo de dexametasona. Parto por cesariana, com índice de Apgar 8/9,

peso ao nascer 940g; comnecessidade de suporte ventilatório não invasivo.

Avaliado por Cardiologia a D2 de vida com PCA de grandes dimensões, não restritivo;

reavaliado 24h depois mantinha PCA com significado hemodinâmico, com dilatação

das cavidades cardiacas e indicação para encerramento. Avaliação analítica e

ecotranfontanelar sem contraindicações para encerramento farmacológico pelo que

iniciou ibuprofeno no 3º dia de vida.

Às 36h de tratamento desenvolve distensão abdominal, sem outras manifestações

clínicas. A radiografia de abdómen documentou pneumoperitoneu, tendo sido

submetido a intervenção cirúrgica com documentação de perfuração única na região

ileal e ressecção de segmento intestinal lesado (4 cm). Exame anatomo-patologico sem

sinais de inflamação da parede intestinal, não compatível com enterocolite necrotizante.

O pós-operatório decorreu sem alterações.

Atualmente mantem exteriorização de ileostomia aguardando segunda cirurgia de re-

anastomose.

Conclusão: A perfuração intestinal espontânea é uma complicação conhecida e descrita

do tratamento farmacológico. Na terapêutica do canal arterial é necessário ponderar os

riscos e benefícios deste tratamento correlacionados com a clínica do RN: nos casos de

estabilidade clínica é valida a hipótese de não medicar e manter vigilância clínica.

Palavras-chave: recém-nascido, canal arterial patente, perfuração intestinal

P23 - Enterocolite necrotizante após transfusão de concentrado eritrocitário - a propósito de um caso Susana Moleiro1, Catarina Timóteo2, Gonçalo Cassiano3, Filomena Pinto3, Cristina

Matos3, Teresa Tomé3

1-Hospital de Faro

2-Hospital Santo André, Leiria

3-Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Maternidade Alfredo da Costa, Lisboa

Introdução: A enterocolite necrotizante (NEC) é uma patologia multifactorial. A

prematuridade, alimentação, infeção, predisposição genética, instabilidade circulatória e

a transfusão de concentrado eritrócitário (CE) têm sido apontados como possíveis

fatores etiológicos.

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Descrição do caso: Gestação complicada por pré-eclampsia, cesariana às 30 semanas

por sofrimento fetal agudo, RN extremo baixo peso (PN 915g), necessidade de

reanimação, IA 7/10, doença de membranas hialinas, administração de surfactante e

ventilação mecânica até D8, persistência de canal arterial encerrado com terapêutica

médica, sépsis com pneumonia sem isolamento de agente, displasia broncopulmonar e

alimentação entérica exclusiva desde D12. Nos cuidados intermédios em D34 por

anemia sintomática (Hb 9,2 g/dl), fez transfusão de concentrado eritrocitário (15ml/Kg).

Quatro horas após observou-se distensão abdominal, dejeções mucosanguinolentas e

episódios de dessaturação, com necessidade de ventilação mecânica. Iniciou

antibioterapia tripla (vancomicina, amicacina e metronidazol), sem parâmetros

laboratoriais de infeção bacteriana e hemocultura negativa. Radiologicamente

apresentava pneumoperitoneu. Foi submetido a laparotomia exploradora com ressecção

intestinal do ileon, cego, colon ascendente, transverso e 1/ 3 proximal do cólon

descendente. Classificável como NEC IIIB. Pós-operatório desfavorável, com

instabilidade hemodinâmica, paragem cardíaca sem resposta a manobras de reanimação

e desfecho fatal.

Discussão: A possível associação de NEC com a transfusão de CE tem despertado

interesse entre neonatologistas. Estudos retrospetivos sugerem que 25-30% das NEC se

manifestam 48h após transfusão.

Nos casos descritos os RN com 4-6 semanas de idade, são referidos como estáveis, e em

alimentação entérica exclusiva. Embora a fisiopatologia não esteja completamente

esclarecida, a isquemia secundária à anemia pré-existente, as alterações hemodinâmicas

pós-transfusão, ou a resposta imunológica desajustada conhecida por TRAGI

(transfusion related acute gut injury paooder) poderão ser fatores determinantes.

Conclusão: A relação custo/ benefício clinico da transfusão de CE, medidas preventivas

da sobrecarga circulatória bem como a pausa alimentar (controversa) peri transfusão

deverão ser consideradas na correção da anemia do RN.

Palavras-chave: Associação, NEC, Transfusão, TRAGI

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P24 - Hérnia diafragmática congénita de apresentação tardia Maria João Magalhaes1,Joana Dias1, Arnaldo Cerqueira1, Carla Sá1, Albina Silva1, Almerinda Pereira1, Jorge Correia-Pinto2 1Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Hospital de Braga 2Serviço de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Braga Introdução: A hérnia diafragmática congénita (HDC) tem, na maioria dos casos,

diagnóstico pré-natal ou nas primeiras horas de vida do recém-nascido, sendo a

apresentação clínica mais frequente a dificuldade respiratória. Em 5-30% a apresentação

é tardia, após o período neonatal.

Descrição do caso: Lactente de 1mês e 20dias, sexo feminino, previamente saudável,

que iniciou choro inconsolável, recusa alimentar e, posteriormente, gemido e prostração.

Episódio de engasgamento, dificuldade respiratória e cianose. Recorreu ao Pediatra,

tendo necessitado de O2 por pressão positiva e sido transportada pela VMER ao Serviço

de Urgência. À admissão, mau estado geral, hipotérmica, pouco reativa, marmoreada,

má perfusão periférica, trabalho respiratório aumentado, SpO2 85-90%(O2 máscara alto

débito). Observada assimetria torácica, abaulamento do hemitórax esquerdo e

diminuição ipsilateral dos sons respiratórios. Abdómen distendido, timpanizado e pouco

depressível. Necessitou de ventilação assistida(VA) e bólus de soro fisiológico.

Verificou-se acidose metabólica grave e instabilidade hemodinâmica nas primeiras 24h.

Fez perfusão de bicarbonato e fármacos vasoactivos. A radiografia torácica mostrou

desvio mediastínico para a direita, colapso do pulmão esquerdo, imagem de bolha

gástrica e sonda nasogástrica no hemitórax esquerdo. Submetida a toracoscopia, tendo-

se verificado estrangulamento gástrico intratorácico, com sinais de isquemia gástrica.

Efetuada redução do estômago/baço e encerramento do defeito diafragmático central.

VA até 6ºdia de internamento. Apresentou como complicações do internamento anemia

e derrame pleural esquerdo. Alta após 22dias de internamento. Reinternamento aos 3

meses por vómitos não biliares e má progressão ponderal. Estudo contrastado esófago-

gastro-duodenal confirmou obstrução pilórica. Efetuada laparoscopia exploradora e

diagnosticada estenose isquémica do piloro. Fez laparotomia com anastomose

gastroduodenal em diamante de Ken Kimura.

Discussão/Conclusão: A HDC de apresentação tardia é um desafio diagnóstico. A

correção cirúrgica de HDC por toracoscopia permitiu redução da duração de ventilação

assistida e internamento. Perante a HDC de diagnóstico tardio, a possibilidade de

estrangulamento do conteúdo herniário não deve ser negligenciada.

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Palavras-chave: hérnia diafragmática congénita apresentação tardia P25 - Massa abdominal com hipertensão Catarina Mendes1, Alexandra Sequeira1,Clara Vieira1,Raquel Cardoso1, Susana G.

Sousa1, Cristina Miguel1, João Ribeiro Castro2 1Serviço de Pediatria, Centro Hospitalar do Médio Ave, Unidade de Famalicão 2Serviço de Cirurgia Pediátrica, Centro Hospitalar do porto

Introdução: Apesar de raro, onefromamesoblástico congénito (NMC)constitui o tumor

renal sólido mais comum do período neonatal. Trata-se de um tumor geralmente

benigno, que raramente metastiza e com bom prognóstico após excisão cirúrgica total.

Descrição do caso:Recém-nascido, filho de pais saudáveis, de uma segunda

gestação,vigiada, sem intercorrências, com ecografias obstétricasnormais. Parto

eutócico às 34 semanas por prematuridade espontânea, ruturaprolongada de membranas,

apgar 9/10, somatometria adequada à idade gestacional. Internado no serviço de

Neonatologia com 2 horas de vida por suspeita de sépsis.Ao exame objetivoapresentava

gemido intermitente,volumosa massa abdominalno flanco esquerdo,com consistência

dura, superfície lisa, bordosdefinidos, não ultrapassando a linha média e tensão arterial

>P95. Apresentava rastreios sépticos sem alterações, hemocultura estéril, sedimento

urinário, função renal,ionogramae cálcio normais. Ecografia, tomografia axial

computorizada e ressonância magnéticacom volumosa massa renal sólida, sugestiva de

tumor de Wilms, sem evidência de invasão local ou à distância.Durante o

internamentoocorreuagravamento da hipertensão a partir do 3º dia e vómitos biliares a

partir do 6º dia de vida. Foi efectuada exérese cirúrgica do tumor no 12º dia de vida

(nefrectomia e adrenalectomia esquerdas) eo exame histológico foi compatível com

nefromamesoblástico. Após o período pós-operatórioverificou-se normalização da

tensão arterial, comboa evolução clínica.

Discussão do caso:O NMC é um diagnóstico a considerar num recém-nascido com

massa abdominal, vómitos e/ouhipertensão arterial.Apesar do tumor de Wilms ser uma

raridade no período neonatal, neste caso só foi possível excluir esta entidade após

exame histológico. O diagnóstico pré-natal pode melhorar o prognóstico destes recém-

nascidos,ao permitir o seguimento da gravidez direcionado a possíveis complicações,

programação do parto e da abordagem cirúrgicapós-natal.

Palavras-chave: Hipertensão, Mesoblástico, Nefroma,Renal

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P26 - Tumefacção Dorso-lombar Congénita – que diagnóstico? Autores: Joana Oliveira1, Andreia Barros2, Henrique Leitão2, Edite Costa2, José Luís Nunes2 Carla Pilar3, Cícero Silveira4, 1- Serviço de Pediatria 2- Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais e Pediátricos 3- Unidade de Cirurgia Pediátrica 4- Serviço de Neurocirurgia Hospital Dr. Nélio Mendonça, Funchal Introdução: As tumefacções dorso-lombares congénitas embora raras, constituem um

desafio de diagnóstico diferencial com necessidade de recurso a exames imagiológicos

diferenciados.

Caso clínico: Os autores apresentam o caso de um recém-nascido de termo do sexo

feminino, sem antecedentes pré-natais relevantes, no qual se identificou à nascença

lesão expansiva exofítica dorso-lombar, aparentemente com origem no eixo vertebral e

de consistência predominantemente óssea, com restante exame objectivo normal. Com

hipótese diagnóstica de disrafismo realizou ressonância magnética nuclear onde se

visualizou formação calcificada/ óssea extra-canalar alongada de morfologia curvilínea.

Foi submetida a intervenção cirúrgica no 12.º dia de vida com remoção da formação,

tendo-se observado integridade dos componentes meníngeos e neurais do canal D12.

Não foram encontradas outras alterações anatómicas através dos meios complementares

de diagnóstico realizados.

Conclusão: A presença de uma tumefacção lombar no recém-nascido pode indiciar um

defeito do tubo neural, devendo-se no entanto efectuar diagnóstico diferencial com

outras anomalias esqueléticas nomeadamente do desenvolvimento das costelas.

Palavras-chave: disrafismo, malformação de costelas. P27 - Quando o choro parece estranho… Ana Brett, Maria Teresa Dionísio, Miguel Félix, Farela Neves

Unidade de Cuidados Intensivos Pediátricos, Hospital Pediátrico de Coimbra

Introdução: A fenda laríngea é uma patologia rara (1:10000-20000), sub-diagnosticada,

de gravidade variável mas potencialmente fatal (6-25%). Está associada, em 20-37%

dos casos, a atrésia do esófago com fístula traqueoesofágica.

Descrição do caso: Lactente do sexo masculino, com suspeita diagnóstica pré-natal de

atrésia do esofágo, confirmada ao nascimento às 35 semanas. Nasceu com peso

adequado a idade gestacional e foi submetido no primeiro dia de vida a correcção

cirúrgica de atrésia do esófago de hiato longo com fístula traqueoesofágica. Episódios

frequentes de apneia com bradicardia de recuperação espontânea ao longo do primeiro

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mês de vida, associados a provável refluxo gastro-esofágico (RGE), confirmado em

trânsito gastro-esofágico. Desde os 26 dias de vida com alimentação por boca,

apresentando 6 dias mais tarde, durante a alimentação, episódio de dessaturação e

bradicardia extrema com necessidade de reanimação. Reiniciou alimentação por sonda

nasogástrica e por episódios frequentes de respiração ruidosa, tipo ronco, associadas ao

choro, realizou broncofibroscopia com laringoscopia que foi sugestiva de alteração na

anatomia da laringe. Posteriormente a microlaringoscopia mostrou fenda laringo-

esofágica com extensão para além da cartilagem cricóide (tipo III). Manteve episódios

de apneia e bradicardia, alguns com necessidade de reanimação. Constatou-se melhoria

após alimentação por sonda nasojejunal. Aos 2,5 meses de vida foi submetido a

traqueostomia e correcção de fenda laríngea por via endoscópica no Royal Brompton

Hospital em Londres. Teve boa evolução clínica, persistindo o RGE. Realizou

microlaringoscopia de controlo aos 3,5 meses que não revelou alterações.

Discussão: os sintomas de fenda laríngea são desencadeados pela herniação da mucosa

esofágica na via respiratória, podendo ser variáveis de acordo com a dimensão da fenda.

Em fendas tipo III ou IV estes sintomas podem ser potencialmente fatais, como

ilustrado neste caso clínico. Um diagnóstico precoce possibilita uma melhor sobrevida,

sendo fundamental um elevado índice de suspeição.

Palavras-chave: atrésia esofágica, fenda laríngea

Dia 11 de Maio: 14: 30 Posters em Sala 5: Cirurgia Neonatal: Sala A1.16

Moderadores: Rei Amorim e Tiago Coelho P28 - Hemotórax – apresentação rara de neuroblastoma congénito Joana Jardim1,2, Gustavo Rocha1, Susana Pissarra1,2, Maria Bom Sucesso3, Hercília

Guimarães1,2

1- Serviço de Cuidados Intensivos Neonatais, Hospital Pediátrico Integrado, Centro

Hospitalar São João, Porto

2- Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, Porto

3 - Unidade de Hemato-Oncologia Pediátrica, Serviço de Pediatria, Hospital Pediátrico

Integrado, Centro Hospitalar São João, Porto

Introdução: O neuroblastoma congénito é um tumor embrionário maligno. As

manifestações clínicas dependem da localização primária e da extensão metastática;

surge maioritariamente na glândula supra-renal sendo menos frequente a nível torácico.

A apresentação como hemotórax e coagulopatia é ainda mais rara.

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Descrição: Recém-nascido de termo, sexo feminino, resultante de gestação vigiada,

com ecografia do 3º trimestre sem alterações. Parto eutócico, índice de Apgar 10/10 e

peso ao nascimento de 3245 gramas. Na primeira hora de vida desenvolveu dificuldade

respiratória de agravamento progressivo, hipoxemia, acidose metabólica e bradicardia,

com necessidade de reanimação e ventilação mecânica invasiva. A radiografia pulmonar

revelou extenso derrame pleural à direita, colocado dreno torácico, tendo mantido

drenagem hemática contínua. Analiticamente apresentou anemia severa (hemoglobina

6.8 g/dl), trombocitopenia (45.000/m 3) e discrasia sanguínea (tempo de protombina

153,4 s, tempo de tromboplastina parcial activado>180 s, fibrinogénio <10 mg/dl).

Efectuadas múltiplas transfusões de glóbulos vermelhos, plaquetas e plasma fresco.O

rastreio séptico foi negativo. Oligúria presente desde o nascimento. Realizou ecografia

torácica que descreveu lesão hipoecogéncia supra-diafragmática à direita em localização

paravertebral. A tomografia axial computorizada toracoabdominal revelou

hepatomegalia e sinais de hipoperfusão visceral e confirmou lesão torácica descrevendo

como provável hematoma ou lesão cística. O ecocardiograma foi normal e a ecografia

transfontanelar mostrou hemorragia intraventricular grau IV. Manteve hipotensão

persistente com suporte inotrópico e hipercaliemia refractária à insulina e ao

bicarbonato. Faleceu às 48 horas após nascimento. O exame necrópsico revelou tumor

paravertebral (5.5 x 4.5 cm), sem evidência de metástases, necrose hemorrágica multi-

visceral, hemopericárdio (4ml) e hemoperitoneu (4 ml). Histologicamente o tumor foi

caracterizado como um neuroblastoma.

Discussão/Conclusão: Os autores descrevem este caso clínico para enfatizar uma causa

rara de hemotórax congénito, como forma de apresentação de coagulopatia associada a

neuroblastoma torácico. O neuroblastoma deve ser por isso considerado no diagnóstico

diferencial de hemotórax.

Palavras-chave: coagulopatia, hemotórax, neuroblastoma, recém-nascido

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P29 - Quando a clínica é sugestiva e o diagnóstico endoscópico difícil – dois casos clínicos cirúrgicos M.Amado4,I.Macedo1, E.Fernandes1, O.Santos2, H.Sá-Couto3, C.Borges3, P.Casella3, T.Tomé1 1 Departmento de Neonatologia, Maternidade Dr Alfredo da Costa; 2 Departmento de Pneumologia, Hospital de Dª Estefânia; 3 Departmento de Cirurgia Pediátrica, Hospital de Dª Estefânia; Centro Hospitalar de Lisboa Central, EPE 4 Departmento de Pediatria do Centro Hospitalar do Barlavento Algarvio, EPE

Introdução: Várias patologias neonatais requerem conjugação clínica e endoscópica, de modo a

permitir o diagnóstico e melhor abordagem terapeutica. Apesar da tecnologia actualmente

disponível, nem sempre é fácil a visualização e identificação de soluções de continuidade da

mucosa esofágica e/ou traqueal. A valorização da clínica pode ser determinante para a

conclusão diagnóstica.

Descrição dos casos: Caso um: Recém-nascido (RN) de termo, reanimação intensiva

após cesariana emergente por descolamento da placenta, com entubação traqueal. Após

período livre de algumas horas, surge dificuldade respiratória, enfisema subcutâneo,

pneumomediastino e pneumotórax esqº. É ventilado, feita drenagem do pneumotórax e

colocada sonda nasogástrica (SNG). Perante episódios intermitentes de agravamento

ventilatório e condensação no vértice pulmonar direito (VPD), ocasionalmente

relacionados com a alimentação, detecta-se radiológicamente SNG enrolada numa área

hipertransparente no VPD. Após endoscopia digestiva negativa e broncofibroscopia

inconclusiva, é submetido a RM torácica que revela bolsa mediastínica complexa, em

ampulheta. Diagnosticada perfuração iatrogénica da mucosa do esófago, com extensa

dissecção submucosa esofágica correspondente ao enrolamento no plano submucoso da

SNG. As manipulações das sondagens sucessivas colocadas posteriormente obrigaram a

uma terapêutica cirúrgica que foi curativa. Caso dois: RNPT (28s) com episódios de

pneumonias de repetição, alternando com distensão gástrica/abdominal, diagnóstico

final de fístula traqueo-esofágica. Num dos períodos de ventilação mecânica invasiva

com Servo-i e sonda traqueal sem fuga, tornou-se evidente a discrepância entre Vti/Vte,

distensão gástrica com Vt elevado, pneumonias com Vt mínimos, que reforçaram a HD

de fístula TE. Duas broncofibroscopias foram negativas. É transferido para o HDE para

investigação de possível RGE, diagnóstico este mantido algumas semanas, até que uma

3ª broncofibroscopia detecta a fístula TE em H. O tratamento cirúrgico por cervicotomia

teve excelente resultado.

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Discussão/Conclusão: Na era da medicina tecnologicamente sofisticada, salienta-se a

importância da valorização da clínica no diagnóstico diferencial das diversas entidades

nosológicas.

Palavras-chave: Dissecção, endoscopia, fístula, traqueo-esofágica.

P30 - Má rotação intestinal com vólvulo mesentérico no período neonatal Arnaldo Cerqueira1, Nuno Ferreira1, Dária Rezende1, Eduarda Abreu1, Carla Sá1, Albina Silva1, Almerinda Pereira1,3, José Luís Carvalho2, Jorge Correia Pinto2,3

1- Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais do Hospital de Braga

2- Serviço de Cirurgia Pediátrica do Hospital de Braga

3- Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde (ICVS), Escola de Ciências da Saúde, Universidade do Minho, Braga, Portugal; ICVS/3B’s – Laboratório Associado, Braga/Guimarães, Portugal

Introdução: A má rotação intestinal (MRI) é uma anomalia do desenvolvimento que

atinge a posição do intestino delgado e respectivos anexos peritoneais, sendo definida

como a rotação ausente ou incompleta fixação do intestino embrionário em torno da

artéria mesentérica superior. Os recém-nascidos que apresentam MRI sintomática na

primeira semana de vida tendem a manifestar-se por obstrução intestinal grave. A

sintomatologia e os sinais da MRI são por vezes intermitentes, consoante se instala ou

não vólvulo intestinal.

Descrição do caso: Recém-nascido de termo com vómitos após as primeiras 24h de

vida, inicialmente aquosos e posteriormente biliares. Dejeções normais. Por suspeita de

estenose duodenal/jejunal foi internado em D2 de vida, e efetuada intubação oro-

gástrica com drenagem biliar abundante. Telerradiografia abdominal simples sem

alterações. Por persistência da sintomatologia realizou estudo radiológico contrastado

que confirmou quadro clinico de sub - oclusão intestinal alta. Foi submetido a

laparotomia em D6 de vida e observou-se a presença de vólvulo mesentérico de 360º,

secundário a MRI, sem compromisso vascular significativo. Efectou-se desrotação do

vólvulo, libertação das ansas, alargamento do mesentério e apendicectomia (Operação

de Ladd). Por intolerância alimentar repetiu exame contrastado no 3º dia pós-operatório

que excluiu recidiva de vólvulo, verificando-se melhoria progressiva da intolerância

alimentar. Colestase neonatal no 3º dia pós-operatório com resolução espontânea. No 7º

dia de pós-operatório iniciou febre, PCR positiva (98,6 mg/L) com isolamento de

Staphylococcus epidermidis na hemocultura. Cumpriu 10 dias de antibioterapia e teve

alta em D23 de vida orientado para consulta externa.

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Discussão/Conclusão: Salienta-se a importância do elevado índice de suspeita clínica

necessário no reconhecimento desta rara e potencialmente fatal emergência cirúrgica

intra-abdominal. No caso apresentado, a detecção e intervenção precoces permitiram

contrariar o mau prognóstico desta patologia, evitando-se a inviabilidade intestinal e

consequentemente a síndrome do intestino-curto.

Palavras-chave: vómito; má rotação intestinal; vólvulo; cirurgia.

P31 - Um quisto pouco visto. Sara Pimentel Marcos1, Ana Vaz2, Maria do Rosário Cancella de Abreu2, Guilhermina

Ladeira3, Fátima Alves4, Rui Alves4, Eduarda Reis2

1- Serviço de Pediatria- Hospital de São Francisco Xavier, CHLO, EPE, Lisboa; 2-

Unidade de Neonatologia, Serviço de Pediatria- HPP Hospital de Cascais; 3- Serviço de

Ginecologia-Obstetrícia- HPP Hospital de Cascais 4- Serviço de Cirurgia Pediátrica-

Hospital de Dona Estefânia, CHLC, EPE, Lisboa.

Introdução: No período neonatal, o quisto e o abcesso da glândula de Bartholin, apesar

de raros, devem ser considerados no diagnóstico diferencial de uma tumefação dos

grandes lábios.

Descrição do caso: Recém-nascido do sexo feminino, com antecedentes maternos e

obstétricos irrelevantes. Na primeira observação tinha uma tumefação na metade

inferior do grande lábio direito, de consistência mole, indolor e sem outros sinais

inflamatórios. Restante exame objetivo normal. Sem parâmetros de infeção. A ecografia

mostrou formação quística pura, com 19x7mm, contactando a parede distal da vagina.

Ecografia renal e pélvica sem alterações. Teve alta com diagnóstico de quisto da

glândula de Bartholin. Verificou-se drenagem espontânea de transudado ao fim de duas

semanas e evolução para a cura sem terapêutica adicional.

Discussão/ conclusão: O quisto da glândula de Bartholin ocorre por obstrução do ducto

da glândula podendo resolver espontaneamente ou infetar e formar abcesso. Na

literatura encontrámos dois casos de abcesso no recém-nascido. No caso relatado

consideramos estar perante um quisto de retenção congénito da glândula de Bartholin

com resolução espontânea, pelo que alertamos para esta possibilidade diagnóstica num

recém-nascido com tumefação dos grandes lábios.

Palavras-chave: congénito, glândula de Bartholin, grandes lábios, quisto

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P32 - Obstrução Meconial do Prematuro – O que sabemos? Teresa Jacinto1, Eduardo Fernandes1, Cristina Borges2, Teresa Tomé1, Paolo Casella2 1 Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Unidade de Cuidados Intensivos Neonatais, Centro Hospitalar Lisboa Central2 Serviço de Cirurgia Pediátrica, Centro Hospitalar Lisboa Central O atraso na eliminação de mecónio -característica do prematuro - predispõe à distensão

intestinal, elevando o risco de perfuração com significativa mortalidade nesta

população.

Prematura de 24 semanas e 6 dias, PN 700g, fruto de uma gestação gemelar espontânea.

Nasceu por cesariana, tendo necessitado de manobras de reanimação avançadas,

ventilação invasiva e suporte inotrópico. Iniciouampicilina e gentamicina por sépsis

precoce a E. coli. Após estabilização clínica em D5, iniciou alimentação entérica

mínima (6ml/kg/dia), e aumentado 1 ml/kg/dia até D10.A primeira passagem de

mecónio ocorreu nas primeiras 72 horas de vida, com dejecções vestigiais de mecónio

em D7 e D10. Em D9, iniciou quadro de eritema e distensão abdominal rapidamente

progressiva, instabilidade hemodinâmica, insuficiência renal oligúrica. Em D10 foi

transferida para Cirurgia Pediátrica. Dado quadro de distensão severa foi submetida a

laparotomia, tendo sido constatado ileusmeconial complicado com dupla

perfuraçãoileal, resultando o óbito do recém-nascido.

O ileusmeconial do prematuro condiciona um quadro clínico de obstrução intestinal-

Etiologicamente, a excreção difícil de mecónio espesso no ileo terminal e cólon

proximal agravada pela dismotilidade intestinal característica do prematuro e alguns

factores de risco adicionais, nomeadamente a insuficiência útero-placentária,

persistência do canal arterial e ventilação mecânica, sugere um mecanismo subjacente

de hipoperfusão intestinal. A instilação pelo recto de enemas diluídos em soro

fisiológico - com glicerina nos quadros ligeiros obstrutivos baixos, N-acetilcisteina nos

obstrutivos altos ou gastrografinanos quadros persistentes em doentes estáveis - são

eficazes de 60 a 80% dos casos. Quadros rapidamente progressivos ou doentes instáveis

implicam cirurgia emergente (20-30%), com 50% de mortalidade.

A obstrução meconial do prematuro é uma entidade clínica distinta de frequência

crescente na população de prematuros, ocasionando quadros abdominais obstrutivos

insidiosos potencialmente graves. O reconhecimento dos factores de risco e o

diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para o prognóstico.

Palavras-chave:Dismotilidade, N-acetilcisteina, obstrução, perfuração, prematuro.

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P33 - Persistência do úraco: caso clínico Autores: Andreia Barros1, Joana Oliveira1, Filipa Freitas2, Carla Pilar2, Fátima Alves2, Cremilda Barros3, Henrique Leitão1, Edite Costa1, Carmo Camacho1, José Luís Nunes1

1Unidade de Cuidados Intensivos e Pediátricos, Serviço de Pediatria 2 Unidade de Cirurgia Pediátrica, Serviço de Pediatria 3 Serviço de Ginecologia e Obstetrícica Hospital Central do Funchal Introdução: A patência do úraco é um defeito raro que resulta da sua incompleta

regressão. O diagnóstico prenatal por ecografia é possível em alguns casos, contudo

com várias limitações no diagnóstico diferencial do tipo de malformação e anomalias

associadas.

Caso clínico: Os autores apresentam um caso clínico de um RN, fruto de uma gravidez

vigiada, GIPI, mãe 37 anos, sem antecedentes patológicos conhecidos. Às 14 semanas

de gestação, foi diagnosticada por ecografia a presença de uma colecção líquida

intrabdominal junto à inserção baixa do cordão umbilical, com hipóteses diagnósticas

iniciais de persistência do úraco ou extrofia da bexiga. As ecografias seriadas

posteriores permitiram melhor identificação da malformação, concluindo tratar-se de

anomalia do úraco sem outras alterações, nomeadamente dos rins ou da parede da

bexiga.

Parto por cesariana electiva às 38 semanas de gestação, IA 9/10, com boa adaptação à

vida extrauterina. Apresentava um coto umbilical de base larga, com prolapso de

mucosa junto ao bordo inferior da inserção do cordão umbilical. Realizou ecografia

abdominal e renal (sem malformações associadas) e estudo radiológico com contraste

que revelou bexiga alongada com extensão superior no trajecto do úraco. Em D2 de

vida, submetido a cirurgia que confirmou presença de úraco patente sendo efectuada

excisão do mesmo e reparação da parede da bexiga adjacente. Pós operatório sem

intercorrências.

Discussão: Os autores salientam, neste caso clínico, a importância de um diagnóstico

prenatal adequado. A discussão do caso em reuniões multidisciplinares (Obstetra,

Neonatologista e Cirurgião Pediátrico) permitiu uma programação diagnóstica e

terapêutica adequadas. Quanto ao tipo de anomalia do úraco, a persistência do úraco é a

mais frequente e obriga à exclusão de anomalias associadas, das quais o refluxo

vesicoureteral é a mais frequente.