Livro Assemp

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ASSEMP: As histórias dentro da história

Assessoria de Comunicação e OuvidoriaJosé Almir da Rosa

Pesquisa e textosVitor Moreira

Capa, projeto gráfico e editoração eletrônicaGabriella Noronha

RevisãoElizabeth Alves LimaJosé Almir da RosaMaria Aparecida Alves de OliveiraRaquel Ribeiro

ImagensArquivo Assemp

Produção Editorial

Associação dos Servidores Municipais da Prefeitura de Belo Horizonte

Presidente interinoAnselmo Horta Nassif

Presidente licenciadoAngelo Augusto Flores de Carvalho

Vice-presidenteCarlos Alberto de Oliveira

Diretor financeiroHoraldo de Oliveira Santos

Presidente do Conselho AdministrativoWilliam Nagem

Presidente do Conselho FiscalManoel Teixeira Cardoso

Belo Horizonte - janeiro de 2014

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A SS E M PAs histórias dentro da história

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P R E FÁC I O

A P R E S E N TAÇ ÃO

P R I M E I R A S - G E S T Õ E S: 1958-1988

O C R E S C I M E N T O DA A SS O C I AÇ ÃO: 1988-1995

S E D E S DA A SS O C I AÇ ÃO

P L A N O S D E S AÚ D E

Q UA L I F I C AÇ ÃO E E D U C AÇ ÃO

N Ú C L EO D E CO N V I V Ê N C I A S O C I A L E C U LT U R A L

AT E N D I M E N T O S D E S AÚ D E

A L U TA P O L Í T I C A

G RU P O D E T E AT RO

M E DA L H A A SS E M P D E S O L I DA R I E DA D E

S E RV I ÇO S E B E N E FÍ C I O S

N OVO P R E S I D E N T E

D I R E T O R I A E CO N S E L H E I RO S DA A SS E M P

CO N H EÇ A S UA A SS E M P

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1958 1º D E M A RÇO

Fundada a Associação dos Funcionários Apo-sentados da Prefeitura de Belo Horizonte (Afap), tendo como presidente Euclydes Eloy Taves

M A I O

Sancionada a lei que garantia isonomia salarial entre os aposentados e servidores da ativa, gran-de bandeira da Afap

D E Z E M B RO

Inaugurada primeira sede da Associação, em uma sala alugada na rua São Paulo

A B R I L

Antônio Carlos Nonato de Menezes toma posse como segundo presiden-te da Afap

1969

1970Afap recebe a filiação do primeiro associado não--aposentado

O nome da entidade é alterado para Associação dos Servidores Muni-cipais da Prefeitura de Belo Horizonte (Asem-pbh)

1977

1981Asempbh inaugura sua primeira sede própria, na rua Rio de Janeiro

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Orlando Vignoli é eleito o terceiro presidente da Asempbh

1986

1988Saulo Converso Lara, vice-presidente da Asso-ciação, assume após o falecimento de Orlando Vignoli

1994Associação firma convê-nio com a Santa Casa e lança o Asemp Saúde, plano de atendimento médico para os asso-ciados

JA N E I RO

Comissão reforma o Estatuto e garante mais autonomia ao presidente

O U T U B RO

Lançado o Jornal da As-sociação, rebatizado de Notícia Urgente a partir da segunda edição

1991

1995Angelo Flores é eleito o quinto presidente da Asempbh

1996Asempbh assina con-vênios com a Unimed e com a Matermed, para oferta de planos de saúde, e com a Unio-donto, para atendimento odontológico

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J U L H O

Fundados o Centro Edu-cacional da Asempbh (CEA), para a oferta de cursos de informática e idiomas, e a biblioteca Orlando Vignoli

M A RÇO

Inaugurada a nova sede da entidade, na rua Tupis

1998

1997 F E V E R E I RO

Criada a Escola para a Terceira Idade/Grupo Re--florir, projeto ampliado para o Núcleo de Convi-vência no ano seguinte

M A I O

Diretoria cria a Assistên-cia Jurídica e o Serviço Social da Asempbh

J U N H O

Por iniciativa da Assemp, é fundado o Fórum das Entidades

1999 Inaugurado o 13º andar do Edifício Minas Oeste, na rua da Bahia, para abrigar atividades do Nú-cleo de Convivência

O U T U B RO

Asempbh inaugura o 9º andar do Minas Oeste

J U N H O

Criada a Medalha Asem-pbh de Solidariedade

2000

2001J U L H O

Estreia da primeira peça do Grupo de Teatro da Assemp, Batucada de Bamba

O U T U B RO

Passa a vigorar a sigla Assemp

Inaugurado o 8º andar do edifício Minas Oeste

2002

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Associação lança o microcrédito para con-ceder empréstimos aos associados

2003

2013Anselmo Horta Nassif assume interinamente a presidência

2006Inaugurado o 10º andar do Minas Oeste

2007Sede administrativa é transferida para a rua da Bahia com a inaugura-ção do 4º e 5º andares

Assemp adquire o 3º e o 6º andares do edifício Minas Oeste

2009

J U L H O

Assinado convênio com a Drogaria Araujo

Criado o Espaço Viver Bem Assemp, responsá-vel pelos atendimentos de saúde

2012

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PREFÁCIONo sexto andar da sede da Assemp há uma placa

comemorativa que marca a inauguração daquele es-

paço, em 2009. Nela está gravada uma passagem da

poetisa Cora Coralina que diz “O que vale na vida não

é o ponto de partida, e sim a caminhada. Caminhan-

do e semeando, no fim terás o que colher”.

Dessa forma enxergo a nossa entidade. Nascida sob

as frondosas árvores do Parque Municipal, a Assemp

vem semeando e colhendo bons frutos há 55 anos.

Neste mais de meio século de história, a Associação

conquistou o respeito e o afeto dos mais de 40 mil

servidores municipais da capital. Esse reconheci-

mento, entretanto, não veio de graça. As várias direto-

rias que se sucederam no comando da Assemp sem-

pre se empenharam em oferecer qualidade de vida e

bem-estar a seus sócios, especialmente àqueles que

gozam do merecido descanso da aposentadoria.

Hoje possuímos um patrimônio sólido, fruto do traba-

lho, perseverança e dedicação de homens e mulhe-

res que sempre acreditaram no propósito da fraterni-

dade, lema que a Assemp carrega em sua bandeira.

Somente nossa sede principal, na rua da Bahia, é

constituída de oito andares do edifício Minas Oeste,

sem contar as sedes das ruas Tupis e Rio de Janeiro.

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Acredito, entretanto, que o maior legado da Associa-

ção reside além das conquistas físicas, dos bens, dos

imóveis. O que faz da Assemp uma entidade verda-

deiramente fraterna é o esforço diário de amparar

seu associado, oferecendo-lhe uma mão amiga que

auxilia e conforta. Somos mais de 14 mil irmãos, que

como toda boa família defende e luta uns pelos ou-

tros. Afora os sócios, essa família também é compos-

ta pelos próprios funcionários da entidade. Hoje são

100, além dos estagiários, o que corrobora um outro

aspecto social da Assemp, o de geração de emprego

e renda.

Este livro que chega agora às suas mãos é uma ten-

tativa de materializar em palavras os sentimentos de

união, apoio e força que moldam a Assemp. Resga-

tando as histórias vividas, as batalhas vencidas e a

memória de grandes personalidades que se dedica-

ram à entidade poderemos compreender como foi

traçado o caminho que nos levou até aqui e preparar

o terreno para que mais bons frutos possam ser co-

lhidos adiante.

Continuemos caminhando e semeando.

Boa leitura.

Angelo Augusto Flores de Carvalho *

Presidente da Assemp

* Este texto já estava finalizado quando o presidente Angelo Flores se licenciou. Veja mais na página 160.

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A PRE SENTAÇ ÃOA Associação dos Servidores da Prefeitura Municipal

de Belo Horizonte – Assemp nasceu do espírito aguer-

rido e empreendedor de servidores aposentados, que

vislumbraram na coesão de grupo a força para lutar

por seus direitos. Desde 1958, ano de sua fundação,

até os dias atuais, a história da Associação sempre

foi marcada por uma atuação destacada em diversos

âmbitos das vidas de seus sócios, dos servidores mu-

nicipais e da própria cidade de Belo Horizonte.

Esta obra busca resgatar alguns dos momentos e

passagens mais importantes dessa história. Entretan-

to, a versatilidade e a gestão polivalente da Assemp

não permitiriam que esse relato fosse feito da manei-

ra tradicional, sob o risco de fatos de grande relevân-

cia serem deixados de fora.

Dessa forma, pode-se dizer que este livro é dividido

em duas partes. A primeira delas contempla os dois

primeiros capítulos, que narram cronologicamente a

história da Associação desde o seu nascimento, em

1958, até a eleição do presidente Angelo Flores, em

1995.

Na segunda parte, que engloba os demais capítulos,

os acontecimentos não são mais divididos por perío-

dos ou datas, mas por grandes temas. Essa divisão se

deu por termos práticos: a partir de 1995, a Assemp

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vivenciou um vertiginoso crescimento. Pelas mãos da

diretoria, foi criada uma série de serviços e atividades

que se expandiram simultaneamente ao longo dos

últimos 18 anos. Narrar ano a ano o surgimento e o

desenvolvimento de cada um dificultaria o entendi-

mento e tornaria a leitura maçante.

Portanto, os acontecimentos e fatos históricos da As-

sociação ocorridos após 1995 não estão relatados

em sequência de tempo, mas divididos por assuntos,

em capítulos tais como “Planos de Saúde”, “Núcleo

de Convivência”, “Grupo de Teatro” etc.

Assim, o leitor pode conhecer as histórias dentro da

história. Por exemplo: caso queira saber como a sede

da Assemp saiu da rua Rio de Janeiro e chegou à rua

da Bahia, o leitor pode procurar pelo capítulo “Sedes

da Associação”, que narra detalhadamente todos os

fatos referentes ao assunto, ao invés de ficar pulando

o livro página por página atrás de informações.

Ao segmentar a obra dessa forma, objetiva-se tornar

a leitura mais fluida e permitir ao leitor uma compre-

ensão global do importante trabalho desenvolvido por

essa histórica e respeitada entidade. Será fácil per-

ceber, ao longo deste livro, que a Associação não é

apenas o serviço de empréstimo, a aula de dança ou

o atendimento jurídico, mas que as histórias de como

cada um desses serviços surgiram e se desenvolve-

ram é que, em conjunto, contam a história da própria

Assemp.

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CORES EM DESTAQUE

Se as histórias confluem para contar uma única, é na-

tural que elas também se cruzem. Por isso, este livro

oferece outra inovação para facilitar a compreensão

dos fatos. Ao longo dos capítulos, alguns trechos do

texto estão marcados com cores diferenciadas. Cada

um desses destaques refere-se a outro capítulo do

livro, em que aquela história é narrada de forma mais

detalhada.

Exemplo: o leitor está no capítulo que fala sobre o

Centro Educacional Asempbh – CEA. Em certo ponto

do texto, há uma referência à Biblioteca Orlando Vig-

noli, marcada em rosa escuro. Essa marcação indica

ao leitor que, se ele for ao capítulo identificado com

aquela cor (Serviços e Benefícios), terá mais informa-

ções sobre a biblioteca além daquelas que já leu.

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NOMENCL ATUR AS

O nome e a sigla da Associação, ao longo dos anos,

foram grafados de diferentes formas. Quando cria-

da, em 1º de março de 1958, a entidade foi batizada

como Associação dos Funcionários Aposentados da

Prefeitura – Afap. Em maio de 1977, em razão de já

permitir a filiação de associados da ativa, o nome foi

alterado para Associação dos Servidores Municipais

da Prefeitura de Belo Horizonte, tendo como sigla

Asempbh. O nome da Associação ainda permanece

o mesmo até os dias atuais. A sigla, porém, foi re-

formada em outubro de 2001, passando a vigorar a

forma Assemp.

Neste livro, entretanto, optou-se por utilizar a designa-

ção Assemp em quase todas as menções à Associa-

ção, mesmo em passagens em que o nome vigente

era distinto. O nome original só foi preservado quando

há referência ao título de alguma atividade ou espaço,

como o Centro Educacional Asempbh, fundado antes

da alteração da sigla.

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PRIM EIR A S G ES TÕES: 1958-1988

A Assemp nasceu em 1958 como uma entidade ex-clusiva de aposentados que praticava uma política de submissão à Prefeitura. Com o tempo, essa pos-tura deu lugar a uma entidade mais combativa e defensora dos direitos dos servidores.

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Primeiras gestões: 1958-1988 | 19

NASCE A AFAP

Como a isonomia salarial entre funcionários da ati-

va e inativos não estava prevista na Constituição

Federal de 1946, os servidores aposentados fica-

vam a mercê da vontade política dos governantes

da época para receberem reajustes em seus ven-

cimentos. Para pôr fim a essa questão e garantir

um direito ao qual julgavam-se merecedores, um

grupo de aposentados da PBH, liderado por Eucly-

des Eloy Taves, fundou em 1º de março de 1958 a

Associação dos Funcionários Aposentados da Pre-

feitura de Belo Horizonte – Afap.

Poucos registros documentais remetem à criação

da Associação ou a seus fundadores. Somente

em ata de reunião do dia 30 de março de 1971,

quando foi realizada uma sessão solene em come-

moração ao 13º aniversário de fundação da Afap,

é possível verificar os nomes de seus 27 sócio-

-fundadores:

Às 16 horas na sede da Associação houve a entronização e benção da imagem de Jesus Cristo na sala de reuniões [...] Houve a chamada dos sócios fundadores já falecidos senhores Heráclito Lima e Almeida, José César

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20 | Primeiras gestões: 1958-1988

Pereira da Silva, Eduardo do Espírito Santo, João Marques dos Reis, Gilberto Xavier de Alcântara, José Joaquim de Oliveira Quites, Manoel da Costa Leite e Sebastião Soares. Como homenagem póstuma aos grandes ausentes se fez um minuto de silêncio. Em seguida, pelo secretário geral, foi feita a chamada dos sócios fundadores vivos senhores Euclydes Eloy Taves, Antônio Carlos Nonato de Menezes, José Diniz de Sousa, Temístocles Campos, Geraldo Rezende Pinto, José Miguel da Silva, Orlando Vignoli, José Lopes, Salomão Monteiro da Silva, José Augusto de Oliveira, Aloísio Alberto R. da

A criação da Afap foi notícia no jornal Estado de Minas em 1958

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Primeiras gestões: 1958-1988 | 21

Franca, Júlio Rubim, Geraldo Izabel de Freitas, Mário da Silva Melo, José Rodrigues, João Dias, Serafim Machado, João Silva e José Simplício. Todos responderam presente e tiveram grande aclamação por parte dos presentes.

O objetivo primordial da Afap era conseguir a

aprovação de uma lei municipal que garantisse

a paridade salarial entre os servidores municipais

da ativa e aqueles que já haviam se aposentado.

Curioso observar que esse objetivo foi alcançado

de forma rápida e relativamente fácil. Em 28 de

maio de 1958 o prefeito Celso Mello de Azevedo

sancionou a Lei 714/58, que instituía a isonomia

que os aposentados conclamavam. Essa lei tor-

nou-se referência por ser a primeira medida de

paridade salarial do Brasil, anterior até mesmo à

Solenidade do décimo terceiro aniversário da Afap reuniu alguns de seus sócio-fundadores

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22 | Primeiras gestões: 1958-1988

Constituição Federal, e serviu de base a diversos

outros municípios e Estados.

Com a nova legislação em vigor, o prefeito acredi-

tava que a Associação deixara de ter um propósito

e, por isso, poderia ser dissolvida. Tal insinuação,

entretanto, causou irritação entre os associados, e

motivou o presidente da Afap, Euclydes Eloy Taves,

a enviar uma carta ao prefeito:

Belo Horizonte, 19 de setembro de 1958

Sr. Prefeito

Muito me surpreendeu quando V.Ex.a me falou que a Associação podia acabar, pois já havia alcançado o objetivo para o qual fôra ela fundada.

Nunca supus que V.Ex.a julgasse assim a Associação que tem a honra de tê-lo como Bandeira.

Deus há de permitir que o seu prognóstico seja falho e que a Associação ainda tenha a sua sede própria para nela instalar, com sua presença e com toda a pompa, o retrato do seu Presidente de Honra que muito dignifica a nossa entidade.

A Associação dos Funcionários Aposentados dessa Prefeitura muito lhe deve, Sr. Prefeito, e V.Ex.a ainda há de ajudá-la, esteja certo.

Com os nossos protestos de estima e consideração.

Euclydes Eloy Taves

A menção do presidente Euclydes Taves a uma

sede própria revelava um dilema vivido pela As-

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Primeiras gestões: 1958-1988 | 23

sociação. Sem nenhum recurso, as reuniões se-

manais da Afap eram realizadas nas dependências

do Teatro Francisco Nunes, localizado no Parque

Municipal. Em algumas ocasiões, o administrador

do teatro se negava a emprestar o local e as reuni-

ões tinham que acontecer ao ar livre, embaixo das

árvores do parque.

Embora seus dirigentes fossem eleitos e tivesse o

status de entidade de classe, na prática, nos pri-

meiros tempos, o que é possível deduzir com base

na lembrança dos associados mais antigos é que

a Afap funcionava como um clube de congraça-

mento.

Os aposentados se reuniam uma vez por semana

para rememorar os bons tempos de quando esta-

vam na ativa e lamentar que os anos de dedicação

ao trabalho não eram reconhecidos pela Prefeitu-

ra, especialmente em períodos de reajuste salarial.

O espírito que dominava a Associação era o de

solidariedade. Apesar de já haver instituído men-

salidades para os sócios, o valor era muito baixo

e, os pagamentos, feitos com muita irregularidade.

Ainda assim, com os poucos recursos em caixa

buscava-se amparar os associados mais neces-

sitados. Em várias oportunidades, membros da

diretoria realizaram contribuições do próprio bol-

so para custear despesas administrativas ou para

socorrer um sócio em dificuldades.

VO C Ê S A B I A?

No final da década de 1950, uma outra

entidade com o nome de Associação dos

Servidores da Prefeitura de Belo Horizonte

foi criada, muito provavelmente antes da Assemp. A ausência de registros, porém, leva a

crer que essa associação não prosperou e logo se

desfez.

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Nesta fase inicial da Afap foi criada, também, uma

comissão de três associados responsável por visi-

tar colegas enfermos, participar de velórios, con-

fortar as famílias e comparecer a missas de sétimo

dia.

A GESTÃO DE EUCLYDES TAVES

A organização de poder da Afap era baseada em

um sistema parlamentarista. A gestão da Associa-

ção ficava a cargo de um Grande Conselho, que

repassava à diretoria as responsabilidades pela ro-

tina administrativa da entidade. Todas as decisões,

Reuniões da Afap eram realizadas uma vez por semana, nas dependências do Teatro Francisco Nunes

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Primeiras gestões: 1958-1988 | 25

porém, eram submetidas a votos na reunião sema-

nal, aberta a todos os associados. Dessa forma,

essas reuniões tinham um caráter de Assembleias

Gerais permanentes. Toda a movimentação finan-

ceira, por exemplo, espelhada em seus balancetes

mensais, era apresentada e submetida à aprova-

ção dos sócios presentes à reunião.

Essas reuniões eram realizadas todas as terças-fei-

ras, às 16 horas. Uma média de vinte associados

comparecia e os temas tratados, invariavelmente,

giravam em torno da situação dos aposentados

municipais. Quando estava em pauta uma tomada

de posição jurídica, em vista de um benefício plei-

teado, esse número dobrava, chegando mesmo a

triplicar.

Euclydes Taves foi fundador e presidente da Afap em seus

onze primeiros anos

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26 | Primeiras gestões: 1958-1988

A Associação, nesta época, tinha um número sig-

nificativo de associados. Em 12 de setembro de

1966 a Prefeitura contava em seus quadros com

931 servidores aposentados, sendo que mais de

400 já faziam parte da Afap. Ainda assim, a enti-

dade não chegava a constituir uma força de pres-

são respeitada e reconhecida pela Prefeitura.

Embora houvesse uma tendência, mais do que

uma vontade expressa, em transformar a Associa-

ção em um órgão combativo em defesa dos direi-

tos dos aposentados, a posição ainda era de sub-

missão à Prefeitura. Dois motivos justificam esse

posicionamento: no âmbito político, a diretoria

acreditava que uma postura de aproximação com

o Poder Executivo poderia levar a resultados mais

efetivos do que uma confrontação. Em segunda

instância, a Afap não possuía recursos e dependia,

em algumas situações, de provisões orçamentárias

oferecidas pela própria Prefeitura.

Mesmo procurando manter uma conduta amistosa

em relação ao poder municipal, algumas vezes a

pressão dos associados levava a protestos, como a

nota divulgada em 26 de novembro de 1968: “Os

servidores públicos vêm denunciar, ao povo de Mi-

nas Gerais, a situação de miséria em que vivem

atualmente. A insensibilidade faz com que a fome

ronde os nossos lares”.

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Primeiras gestões: 1958-1988 | 27

Essa nota marcou os últimos meses de gestão de

Euclydes Eloy Taves à frente da Afap. Em 1969

ele passou o posto a seu sucessor, Antônio Carlos

Nonato de Menezes, após onze anos de mandato.

É imprescindível destacar, todavia, algumas das

ações promovidas pelo primeiro presidente da As-

sociação em prol de seus sócios e de todos os ser-

vidores municipais, tais como a negociação com

a Beneficência da Prefeitura Municipal (Beprem)

para a diminuição do período de carência de pen-

são para família de sessenta para doze meses e a

concessão às esposas dos associados falecidos de

50% do pecúlio para custeio do funeral.

Presidente Antônio Carlos Nonato de Menezes em discurso. À esquerda, o prefeito Maurício Campos.

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28 | Primeiras gestões: 1958-1988

A ASSOCIAÇÃO TEM SEU SEGUNDO PRESIDENTE

A posse de Antônio Carlos Nonato de Menezes

ocorreu no dia 15 de abril de 1969, às 20 horas,

no Teatro Francisco Nunes, onde ainda eram re-

alizadas as reuniões semanais da Associação. A

cerimônia transcorreu em clima festivo e contou

com a presença de Jorge Pinto de Carvalho, repre-

sentando o então prefeito Luiz Gonzaga de Souza

Lima, que era figura esperada na cerimônia.

O interessante é que o presidente que saía, Eucly-

des Eloy Taves, antes de passar o cargo ao novo

ocupante, o transmitiu para o representante do

prefeito, para que este o passasse a Antônio Car-

los. Era, sem dúvida, mais uma forma de mostrar

subserviência à administração municipal.

Desde o seu discurso de posse, o novo presiden-

te demonstrou que aquela seria uma gestão de

ações, voltadas para o fortalecimento da Associa-

ção e para o incremento de benefícios aos sócios.

Uma das primeiras medidas da nova diretoria foi

encontrar uma sede para a entidade.

Por indicação do sócio Francisco Soares, a direto-

ria alugou a sala 506 do Edifício Thibau, situado

à rua São Paulo, 401. A primeira reunião na nova

sede da Afap foi realizada em 16 de dezembro de

1969. Uma solenidade simples marcou a inaugu-

ração do espaço.

VO C Ê S A B I A?

O associado com a data de nascimento mais antiga que consta nos registros da Assemp é Manoel da Costa Leite, nascido em 25 de dezembro de 1875.

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Primeiras gestões: 1958-1988 | 29

Foi nos primeiros anos da gestão do presiden-

te Menezes, também, que muito discutiu-se a

construção de uma sede campestre da entidade.

Contudo, por diversos motivos, explicitados mais

à frente neste livro, este sonho não chegou a ser

concretizado. Outras ações, porém, não só foram

executadas como tiveram grande sucesso: a cria-

ção de uma caixa de Natal que rendeu dividendos

aos sócios; a venda de bilhetes para o sorteio de

um carro zero quilômetro, que possibilitou um bom

aporte ao cofre da Associação; a assinatura de

convênio com o serviço funerário da Santa Casa

de Misericórdia; e a criação de um fundo para

conceder empréstimos aos associados.

Em uma das reuniões semanais da Afap o asso-

ciado e advogado Orlando Vignoli – que anos mais

tarde viria a se tornar presidente da entidade – ofe-

receu-se como assessor jurídico da Associação.

Essa iniciativa teve grande repercussão na história

da Assemp porque o advogado passou a se res-

ponsabilizar não apenas pelos pleitos da própria

entidade, mas abraçou diversas causas de asso-

ciados, realizando um importante trabalho volun-

tário.

Embora a situação da Afap tendesse a melhorar

com a entrada de novos sócios, o problema finan-

ceiro continuava grave, já que as mensalidades

não eram pagas com regularidade. Para adquirir

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30 | Primeiras gestões: 1958-1988

uma máquina de datilografia, o que se deu no dia

17 de março de 1970, foi necessário que cada as-

sociado contribuísse com a quantia de dois cruzei-

ros novos.

DIFICULDADES FINANCEIR AS

A constante dificuldade financeira pela qual pas-

sava a Associação levou a diretoria a concluir que

uma entidade só de aposentados limitava seu

crescimento e, consequentemente, sua capacida-

de orçamentária. Por esse motivo, em 21 de julho

de 1970 a Afap recebeu o termo de filiação de seu

primeiro associado da ativa. O nome do servidor,

entretanto, não foi revelado, sob o argumento de

ele que poderia sofrer represálias da administração

municipal. Em função da abertura para servidores

não-aposentados, em 1977 a entidade modificou

seu nome para Associação dos Servidores Munici-

pais da Prefeitura de Belo Horizonte. A mudança

visava resguardar os direitos da Asempbh (como

passou a ser conhecida) no caso de surgimento de

alguma outra associação.

A abertura para funcionários da ativa tinha por ob-

jetivo aumentar o número de associados e auxiliar

no equilíbrio financeiro da Associação. Essa meta,

entretanto, acabou não se concretizando em um

primeiro momento. A suposição é de que a fraca

atuação política da Afap com a Prefeitura desmo-

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Primeiras gestões: 1958-1988 | 31

tivava os servidores, que não viam razões para se

filiarem.

Na verdade, o que estava ocorrendo era um ci-

clo vicioso. Com uma política de subserviência à

PBH, a Afap não conseguia angariar novos sócios,

o que a levava a ter dificuldades financeiras. Sem

dinheiro, era preciso solicitar recursos à Prefeitu-

ra, que só eram obtidos se a Associação manti-

vesse sua postura política de não-agressão. Essa

questão fica clara na ata da reunião do dia 23 de

maio de 1972, em que o tesoureiro Celso da Silvei-

ra comunica ter recebido uma subvenção de CR$

1.400,00 do município, e que um segundo auxílio,

no valor de CR$ 5.900,00, seria pago em breve.

O presidente Menezes, percebendo a dificuldade

de contar com a Prefeitura para o desenvolvimento

da Associação, ordenou a criação, em 1972, de

uma série de departamentos administrativos. A

medida visava uma nova estrutura de funciona-

mento que pudesse transformar a Afap em uma

verdadeira representante dos aposentados, objeti-

vando não só atrair novos sócios, mas, também,

oferecer novos benefícios a seus associados.

Foram criados os departamentos Jurídico, Benefi-

cente, Recreativo, Social e de Visitas, de Relações

Públicas e Publicidade e de Investimentos e Segu-

ros. De todos esses, porém, somente o Jurídico,

sob coordenação do advogado Orlando Vignoli, e o

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32 | Primeiras gestões: 1958-1988

departamento Social e de Visitas funcionaram efe-

tivamente. Além deles, houve também um grande

esforço do sócio João Viana do Vale, responsável

pelo Departamento de Investimentos e Seguros,

em encontrar uma companhia de seguros que ofe-

recesse apólices com valores condizentes com a

renda dos associados.

Paralelamente a esse trabalho realizado interna-

mente, o presidente Menezes iniciou um processo

de gestão mais autônoma da Associação. Cansa-

do de buscar apoio de vereadores e do prefeito,

os requerimentos para a obtenção de benefícios e

reajustes salariais, que eram sempre indeferidos,

foram trocados por ações judiciais.

Dentre as diversas ações realizadas pelo presiden-

te Antônio Carlos Nonato de Menezes ao longo de

seus 17 anos de mandato destacam-se a inaugu-

ração da primeira sede própria da Assemp, na rua

Rio de Janeiro, a promulgação do primeiro estatuto

da Associação e a conquista de um código para o

desconto em folha das mensalidades, medida que

a diretoria pleiteava com a Prefeitura desde os pri-

mórdios da entidade.

É importante ressaltar que a quase totalidade da

gestão do presidente Menezes, que foi de 1969 a

1986, se deu durante o período do regime militar,

quando as liberdades democráticas foram suprimi-

das e os movimentos trabalhistas foram duramente

reprimidos.

Page 33: Livro Assemp

Primeiras gestões: 1958-1988 | 33

No caso do funcionalismo público municipal, a si-

tuação era ainda mais delicada, uma vez que o

Ato Institucional nº 3, editado em 5 de fevereiro

de 1966, instituiu que os prefeitos das capitais

seriam nomeados pelos governadores de Estado,

com prévia aprovação das Assembleias Legisla-

tivas. Isso significava que o prefeito não possuía

nenhum compromisso ou vínculo com a popula-

ção, que não o elegeu, mas exclusivamente com

o sistema que o havia escolhido e o mantinha no

cargo. Sua responsabilidade, em última instância,

era preservar o sistema militar vigente.

Nesse contexto, a gestão do presidente Menezes,

pelo menos até 1985, quando se deu a redemo-

cratização, não poderia ser diferente do que foi.

Ainda assim, a partir de meados da década de

1970, percebendo a má vontade da administração

pública com as causas dos servidores, a direto-

ria iniciou uma política de confrontamento judicial

para resolver as pendências de seus associados, o

que, sem dúvida, preparou a Associação para as

gestões seguintes.

O CURTO MANDATO DE ORL ANDO VIGNOLI

Em 1986, a Assemp conheceu seu terceiro pre-

sidente: o associado e advogado Orlando Vignoli.

Sua ascensão ao cargo foi uma consequência na-

Page 34: Livro Assemp

34 | Primeiras gestões: 1958-1988

tural de suas atuações à frente do Departamento

Jurídico e como membro da Comissão de Revisão

de Enquadramento Salarial.

Além de defender os direitos dos aposentados

nessa comissão, o que acabou se refletindo no au-

mento do número de associados, Vignoli passou a

ter uma relação mais próxima com alguns órgãos

da Prefeitura, o que lhe permitiu resolver algumas

pendências administrativas. Entretanto, o que re-

almente garantiu a Vignoli uma importante lide-

rança com os aposentados foi sua atuação como

advogado em diversas causas trabalhistas contra

a Prefeitura. Sua gestão, inclusive, ficou notoria-

mente marcada pelo acirramento desses embates

judiciais com o Poder Executivo.

O advogado Orlando Vignoli foi membro atuante da diretoria e ocupou a presidência por dois anos

Page 35: Livro Assemp

Primeiras gestões: 1958-1988 | 35

Foi também na gestão de Orlando Vignoli, mais

precisamente no dia 1º de março de 1988, que

chegou à Assemp a funcionária Raquel Ribeiro.

Contratada como auxiliar de escritório, Raquel

lembra que seu primeiro dia de trabalho coincidiu

com a comemoração dos 30 anos de fundação da

Associação. “Como todo primeiro dia de empre-

go, estava tímida e preocupada em desenvolver

com eficiência meu trabalho. Às 16 horas come-

çaram a chegar uns senhores simpáticos e bem

vestidos. Raimundo Fernandes, gerente à época,

me informou que haveria uma comemoração pelo

aniversário da entidade. Fui convidada a participar

da solenidade e alguns dos senhores simpáticos

vieram me saudar e desejar boas vindas. Muitos

deles se tornaram meus amigos e conselheiros”.

Atualmente ocupando o cargo de gerente adminis-

trativa, Raquel é a funcionária com mais tempo de

casa, tendo completado 25 anos de Assemp em

2013.

Por obra do destino, porém, o presidente que trou-

xe Raquel para a Associação não pôde acompa-

nhar seu desenvolvimento. Orlando Vignoli faleceu

apenas seis meses depois, com pouco mais de

dois anos na presidência da Assemp, e foi substi-

tuído por seu vice, Saulo Converso Lara.

Page 36: Livro Assemp
Page 37: Livro Assemp

O CRESCIM ENTO DA A SSOCIAÇ ÃO: 1988-1995

Saulo Lara assumiu a Assemp após a morte do pre-sidente Orlando Vignoli. Sob o seu comando foi pro-movida a reforma do Estatuto da Associação, que contou com a participação de Angelo Flores, quinto presidente da Assemp.

Page 38: Livro Assemp
Page 39: Livro Assemp

O crescimento da Associação: 1988-1995 | 39

REFORMA DO ESTATUTO

Em 20 de setembro de 1988, a Assemp perdeu

seu terceiro presidente. Orlando Vignoli, que ha-

via assumido dois anos antes, faleceu, dando lugar

a Saulo Converso Lara, vice-presidente. À época

da candidatura de Vignoli, Saulo não era sócio da

Associação, mas possuía excelente relação com o

candidato a presidente. Além disso, como chefe

do Setor de Pessoal e, posteriormente, como pro-

curador da Prefeitura, Saulo prestava, ainda que

informalmente, um apoio ao trabalho da Assemp,

Saulo Converso Lara (ao centro, de camisa estampada), promoveu a reforma do Estatuto, em 1990

Page 40: Livro Assemp

40 | O crescimento da Associação: 1988-1995

auxiliando na resolução de problemas dos aposen-

tados.

Empossado, o novo presidente logo enxergou na

Associação uma oportunidade de catalisar suas

pretensões políticas. Saulo Converso Lara tinha

o desejo de se tornar vereador em Belo Horizon-

te, e um trabalho atuante e de destaque à frente

da Assemp poderia ajudá-lo a angariar votos. Um

problema, porém, se colocava: a estrutura admi-

nistrativa da Associação proporcionava pouca au-

tonomia ao presidente. Todas as decisões eram

tomadas por um Grande Conselho, que as remetia

para votação em assembleia. Apesar da diretoria

ser responsável por gerir a rotina da Assemp, so-

mente o Conselho tinha autoridade para ordenar

certas medidas administrativas.

Interessado em implantar um regime presidencia-

lista na Associação, em que a diretoria tivesse voz

de comando e, consequentemente, visibilidade,

Saulo Converso determinou a reforma do Estatuto.

A decisão, porém, não atendia somente a interes-

ses pessoais do presidente. O Estatuto vigente da-

tava de 1978, período em que as realidades dentro

e fora da Assemp eram completamente diferentes.

A mudança regimental permitiria modernizar o

modelo de gestão institucional, pautando-se pela

ascensão de uma diretoria mais autônoma e com-

bativa.

Page 41: Livro Assemp

O crescimento da Associação: 1988-1995 | 41

Para promover a reformulação do Estatuto, Saulo

Converso nomeou, em 1990, uma comissão for-

mada por cinco membros. Além do próprio presi-

dente, faziam parte José Henrique dos Santos Net-

to, José Geraldo Ribeiro do Vale, Murilo Garzon e

Angelo Augusto Flores de Carvalho. Este último foi

convidado pelo conselheiro Murilo Garzon, que o

conhecia de longa data. Os dois haviam trabalhado

juntos dentro e fora da Prefeitura e estabeleceram

uma relação de amizade e confiança.

A reformulação do Estatuto, porém, não agradou a

todos. Alguns membros do Grande Conselho dis-

cordavam de pontos que foram alterados e tenta-

ram boicotar a Assembleia Geral Extraordinária de

11 de janeiro de 1991, convocada para aprovação

do novo regimento. A ata da assembleia chegou

a ser rasurada por alguns dos descontentes, mas

no fim prevaleceu o entendimento de que as mu-

danças eram necessárias para o avanço da Asso-

ciação.

Tão logo o Estatuto foi aprovado, Saulo Converso

convocou novas eleições e lançou sua candidatu-

ra. O objetivo do presidente era dar fim a seu man-

dato interino, garantindo ainda mais legitimidade

à sua presidência. A partir de um entendimento

entre Saulo e parte dos conselheiros, liderados por

Murilo Garzon, Angelo Flores foi indicado como

VO C Ê S A B I A?

Em 13 de janeiro de 1959, o governador Bias

Fortes promulgou a lei que reconhecia a Assemp

como uma entidade de utilidade pública.

O reconhecimento do município, porém, só

veio dez anos mais tarde, em 29 de novembro de

1968.

Page 42: Livro Assemp

42 | O crescimento da Associação: 1988-1995

primeiro vice-presidente na chapa. Essa decisão

viria a ser fundamental algum tempo mais tarde.

MODERNIZAÇÃO E EXPANSÃO

As eleições para novo presidente da Assemp fo-

ram realizadas no dia 27 de fevereiro de 1991.

Eleito para comandar a Associação no quatriênio

1991-1994, Saulo Converso Lara foi empossado

em cerimônia realizada no dia 1º de março. No

ano seguinte, dando seguimento ao seu projeto, o

presidente se licenciou do cargo para concorrer a

uma vaga na Câmara Municipal de Belo Horizon-

te. Angelo Flores, então, assumiu interinamente a

presidência da Assemp, dando início a um intenso

processo de modernização da entidade.

Após aprovação do novo Estatuto, Assemp realizou novas eleições para o cargo de presidente

Page 43: Livro Assemp

O crescimento da Associação: 1988-1995 | 43

“Logo que chegou à Associação para exercer o

cargo de presidente, Dr. Angelo manifestou seu

jeito de administrar com vigor e vontade. Todos os

dias ele estava na Assemp a partir das 17 horas e

não tinha hora para ir embora”, relembra a geren-

te administrativa Raquel Ribeiro. As mudanças na

entidade começaram pela infraestrutura física da

sede, que funcionava na rua Rio de Janeiro: o ver-

de escuro das paredes deu lugar ao branco; o taco

ganhou raspagem e novo sinteco; o mobiliário foi

todo substituído e espaços que não eram utilizados

receberam adequações. Todos esses rearranjos ti-

nham por objetivo dar uma “sacudida” na Asso-

ciação. Uma mudança que mexesse tanto com os

associados quanto com os próprios funcionários.

No início de 1993, a diretoria da Assemp deu nova

mostra de uma gestão arrojada e adquiriu seu pri-

meiro computador. Vale lembrar que se tratava da

primeira metade da década de 1990, período em

que os recursos de informática ainda eram muito

caros e acessíveis a poucos. A aquisição, entretan-

to, tinha um objetivo muito claro e imprescindível:

implantar o cadastro eletrônico dos associados.

Até então, os registros dos sócios eram feitos em

fichas de papel, as famosas “fichinhas rosas” da

Assemp. Mensalmente, a Prefeitura enviava à As-

sociação uma listagem de todos os servidores com

desconto em folha referente à mensalidade social

da entidade. Cabia, então, à gerente administrativa

Page 44: Livro Assemp

44 | O crescimento da Associação: 1988-1995

fazer a conferência das fichas, uma a uma. Invaria-

velmente havia discrepâncias nas duas listagens, o

que impedia que a Associação tivesse dados con-

solidados sobre o número exato de sócios. A conta

era feita sempre de forma aproximada, dividindo

o valor total do repasse feito pela Prefeitura pelo

valor da mensalidade social.

Com a informatização o cadastro foi atualizado e

todos os problemas foram sanados: havia registros

de servidores já falecidos que ainda constavam

como associados e outros que, apesar de sócios,

não descontavam a mensalidade no contracheque

há meses. A depuração permitiu descobrir que o

número real de associados encontrava-se próximo

de 800, um número muito baixo levando-se em

consideração a totalidade dos servidores munici-

pais. A diretoria entendeu de pronto que era ne-

cessária uma ação imediata para angariar novos

membros e impedir que a Assemp entrasse em

um declínio que pudesse levar à sua extinção.

Essa ação, porém, já havia sido tomada alguns

meses antes, sem que a diretoria tivesse consci-

ência de sua magnitude à época. No dia 28 de

março de 1993, a Assemp e a Santa Casa de Mi-

sericórdia assinaram um convênio de Assistência à

Saúde dos Servidores Municipais. Nascia, naquele

momento, o Asemp Saúde, um marco na história

e no processo de crescimento da Associação.

VO C Ê S A B I A?

Lafaiete Aquino de Pádua é o associado com o número de matrícula na Prefeitura mais antigo. O BM de Lafaiete era 0006.

Page 45: Livro Assemp

O crescimento da Associação: 1988-1995 | 45

O processo de melhorias e avanços da Assemp

prosseguiu. Em agosto de 1993, o diretor Adminis-

trativo e de Benefícios, José Roberto Silva, foi colo-

cado à disposição da Assemp pelo prefeito Patrus

Ananias. Atuando em tempo integral na Associa-

ção, José Roberto desenvolveu um projeto de mo-

dernização da entidade, que já havia sido iniciado

com a informatização de alguns processos. O pro-

jeto incluía, entre outras medidas, a estruturação

do cadastro dos associados, a agilização e amplia-

ção dos empréstimos, a emissão de carteirinha do

associado e o aumento no número de convênios.

A essa época, Saulo Converso já havia retornado

à presidência da Associação. Em julho de 1994,

porém, o presidente se acidentou durante uma

partida de vôlei e teve que se licenciar novamente.

Angelo Flores assumiu pela segunda vez o cargo

de presidente, dando prosseguimento ao trabalho

de modernização da Assemp.

No dia 21 de novembro daquele mesmo ano, uma

Assembleia Geral movimentou a Associação. Em

pauta estava a venda dos lotes pertencentes à As-

semp em Mateus Leme. Os terrenos haviam sido

doados pela Prefeitura Municipal de Mateus Leme

em 1971, durante a gestão do presidente Antônio

Carlos Nonato de Menezes. A ideia era utilizar o

espaço para a construção de uma sede campes-

tre, sonho acalentado durante anos por alguns as-

Page 46: Livro Assemp

46 | O crescimento da Associação: 1988-1995

sociados. A empreitada, porém, sempre esbarrou

em problemas óbvios: a falta de recursos da Asso-

ciação, a área insuficiente e a localização dos ter-

renos, distantes cerca de 60 quilômetros de Belo

Horizonte.

A viabilidade da venda dos lotes foi atestada por

uma comissão formada pelos associados Israel

Drumond, Sílvio Bhering e Sady da Silva. Ainda as-

sim, alguns associados que ainda sonhavam com

a construção da sede campestre manifestaram-se

contra a medida. A Assembleia, porém, aprovou a

venda e determinou que o valor arrecadado fosse

investido na ampliação da informatização da As-

semp. Todas essas medidas foram essenciais para

o crescimento da Associação. Ao final de 1994, o

número de associados já passava de seis mil.

POSSE DE ANGELO FLORES

O retorno de Saulo Converso Lara à presidência

da Assemp se deu pouco antes do término de seu

mandato, que se encerraria em março de 1995.

Sem interesse em concorrer à reeleição, o pre-

sidente indicou Angelo Flores para sucedê-lo no

comando da Associação. A decisão contou com o

apoio de um significativo número de membros do

Grande Conselho, afinal, a gestão compartilhada

de Saulo e Angelo nos últimos quatro anos havia

levado a uma revolução sem precedentes na his-

tória da Assemp.

Page 47: Livro Assemp

O crescimento da Associação: 1988-1995 | 47

As eleições foram realizadas nos dias 13, 14 e 15

de março de 1995. Ao todo, 713 associados com-

pareceram às urnas, pouco mais de 10% dos elei-

tores aptos a votar. A chapa única, encabeçada

por Angelo Flores, foi aclamada vencedora com

598 votos. A solenidade de posse foi realizada no

dia 7 de abril de 1995. Tinha início ali um novo

capítulo na história da Assemp.

Saulo Lara passou a presidência para Angelo Flores, seu vice, em 1995

Page 48: Livro Assemp
Page 49: Livro Assemp

SEDES DAA SSOCIAÇ ÃO

As primeiras reuniões da Associação foram reali-zadas em espaço emprestado, no Teatro Francisco Nunes. De lá pra cá, a Assemp já conquistou duas sedes próprias e hoje ocupa oito andares do edifício Minas Oeste, na rua da Bahia.

Page 50: Livro Assemp
Page 51: Livro Assemp

Sedes da Associação | 51

A PRIMEIR A CASA

Quando surgiu, em 1958, a Assemp (que na épo-

ca se chamava Afap) se restringia a um grupo de

aposentados que se reunia para relembrar histó-

rias do tempo da ativa e para reclamar do descaso

da Prefeitura. Para aquele modesto grupo, possuir

uma sede era um sonho distante, já que a Associa-

ção não contava com nenhum tipo de recurso. As

reuniões, como já contado na primeira parte deste

livro, eram realizadas no Teatro Francisco Nunes,

em espaço emprestado, ou às vezes embaixo de

uma árvore no Parque Municipal.

A permanência nas dependências do teatro, po-

rém, sempre esteve ameaçada. Em outubro de

1966, por exemplo, o então administrador do

Chico Nunes proibiu as reuniões semanais da As-

semp no local. Essa situação perdurou por um ano

e meio e os encontros só voltaram a ser realizados

no teatro em 9 de abril de 1968.

Devido a essa instabilidade, a aquisição de uma

sede própria passou a ser um dos objetivos da

diretoria da Associação e pauta de muitas das

Page 52: Livro Assemp

52 | Sedes da Associação

reuniões. A construção de uma sede campestre

também era um desejo antigo dos associados, que

era acalentado pela diretoria. Enquanto isso, as

reuniões continuavam acontecendo no Francisco

Nunes, em espaço improvisado.

A situação só viria a ser modificada em outubro de

1969, já na gestão do presidente Antônio Carlos

de Menezes. Em uma das reuniões semanais, o

presidente determinou que os associados procu-

rassem uma sala na região central da capital que

pudesse abrigar a sede administrativa da Assemp.

Ficou estipulado que o valor do aluguel não pode-

ria ultrapassar 150 cruzeiros novos.

Membros da Afap na porta da primeira sede da entidade, na rua São Paulo

Page 53: Livro Assemp

Sedes da Associação | 53

Por indicação do sócio Francisco Soares, a direto-

ria alugou a sala 506 do Edifício Thibau, situado

à rua São Paulo, 401. O aluguel do imóvel era de

120 cruzeiros novos. A receita da Associação, po-

rém, ainda era ínfima. Boa parte dos associados

não fazia o pagamento das mensalidades e a co-

brança era feita individualmente pelo tesoureiro da

Assemp pelos corredores da Prefeitura. Para resol-

ver o problema, ficou definido que o aluguel seria

rateado entre os sócios mais assíduos às reuniões,

em cotas com valores proporcionais aos salários

que recebiam.

A primeira reunião na nova sede da Assemp foi

realizada em 16 de dezembro de 1969. Uma sole-

nidade simples marcou a inauguração do espaço.

O presidente Menezes agradeceu a todos que tra-

balharam para que aquele sonho se concretizasse

e salientou a importância daquele ato para o futuro

da Associação. “Não era mais possível continuar

nossas reuniões debaixo das árvores do Parque

Municipal, ou pedindo com o chapéu na mão para

que abrissem as portas do teatro. Nós somos uma

sociedade, somos um órgão de classe com perso-

nalidade jurídica reconhecida em todo o Estado e

não podemos continuar esmolando os favores da

encarregada do Teatro Municipal que sempre teve

má vontade conosco”.

Page 54: Livro Assemp

54 | Sedes da Associação

SONHO DA SEDE CAMPESTRE

Antes mesmo de possuir uma sede administrativa

própria, parte dos associados e dos membros da

diretoria sonhava com a construção de uma sede

campestre da Assemp. Esse sonho começou a to-

mar forma em outubro de 1971, quando José Mar-

tins Chaves Filho, então prefeito de Mateus Leme,

cidade na Região Metropolitana de Belo Horizonte,

doou à Associação um terreno de 1.080m² no mu-

nicípio para a construção da sede.

A partir de então, o assunto tornou-se prioritário

nas reuniões semanais e as mais variadas formas

de angariar recursos para a sua construção foram

aventadas, desde um livro de ouro até a obtenção

de um empréstimo no já extinto Banco Nacional

de Habitação.

A fórmula que pareceu mais viável, entretanto, foi

a de comercializar cotas para os sócios. A propos-

ta, porém, logo se demonstrou inviável, pelo fato

de que os associados não possuíam condições fi-

nanceiras de arcar com o custo de construção e

manutenção de um clube.

A ideia da Associação investir em uma sede cam-

pestre, sobretudo em outro município, também

não era ponto pacífico internamente. Em reunião

no dia 13 de junho de 1972, o ex-presidente Eucly-

VO C Ê S A B I A?

Vários eventos históricos eram relembrados e saudados nas reuniões semanais da Assemp em seus primórdios. Dentre os nomes e datas que receberam congratulações estão os astronautas que chegaram à lua, em 1969, a seleção brasileira tricampeã mundial e, até mesmo, a Queda da Bastilha.

Page 55: Livro Assemp

Sedes da Associação | 55

des Taves chegou a afirmar que a construção de

uma sede campestre seria a condenação à morte

da Assemp. Taves acreditava que a melhor saída

seria lotear a área e vender os terrenos. Em contra-

ponto, muitos outros associados e integrantes da

diretoria acreditavam que a sede poderia impulsio-

nar o crescimento da Associação.

TERRENO NO BARREIRO

A questão do terreno em Mateus Leme acabou

ficando em segundo plano após alguns anos, es-

pecialmente no período posterior a 1976. Em 2

de junho daquele ano, o então prefeito do capital,

Luís Verano, sancionou a Lei nº 2506, que doava

à Associação um terreno de 14 mil m² na região

do Barreiro. De posse de um novo imóvel, dessa

vez dentro dos limites da capital, o projeto da sede

campestre voltou a ser trabalhado.

Em 25 de outubro de 1976, em uma solenidade

que contou com a presença do prefeito e do pre-

sidente da Câmara dos Vereadores, a diretoria da

Assemp promoveu o lançamento da pedra fun-

damental da futura sede. Porém, como já havia

acontecido com o projeto em Mateus Leme, a falta

de recursos e de um projeto exequível, do ponto

de vista financeiro, levou a ideia do clube a ser

esquecida. A Assemp ainda chegou a pleitear com

o governo do Espírito Santo um terreno no litoral

Page 56: Livro Assemp

56 | Sedes da Associação

capixaba para a construção de uma colônia de fé-

rias, em 1977, mas não obteve êxito.

Os dois terrenos pertencentes à Associação, entre-

tanto, tiveram papel fundamental no seu processo

de crescimento. A área de Mateus Leme foi vendi-

da em 1994 para a compra de computadores que

seriam utilizados na informatização dos processos

administrativos. Já o terreno do Barreiro garantiu

os recursos necessários para a Assemp adquirir

sua primeira sede própria, em 1981.

Descerramento da placa de inauguração da sede na rua Rio de Janeiro, em 1981

Page 57: Livro Assemp

Sedes da Associação | 57

PRIMEIR A SEDE PRÓPRIA

Frustrados os planos de se construir uma sede re-

creativa, a diretoria da Associação voltou-se para

o projeto de aquisição de uma sede administrativa

própria. Há mais de dez anos a sede da entidade

funcionava em um escritório alugado no Edifício

Thibau, na rua São Paulo.

Em meados de 1979, a diretoria iniciou uma série

de reuniões com representantes da Prefeitura para

possibilitar a venda do terreno no Barreiro e, com

o valor obtido, adquirir uma sede na região central

de Belo Horizonte. Como o imóvel havia sido do-

ado pelo Município, a Assemp só poderia se des-

fazer dele por meio de lei aprovada pela Câmara

Municipal. As negociações avançaram por pouco

mais de seis meses e, em 30 de janeiro de 1980, o

prefeito Maurício Campos sancionou a Lei nº 3168,

que autorizava a venda ou permuta dos lotes.

A venda foi realizada em leilão público, na sede

da Assemp, em 30 de junho de 1980. O terreno

foi adquirido pela empresa Atenas Engenharia pelo

valor de CR$ 5.616.008,00. Conforme determina-

va a Lei 3168, coube à Prefeitura lançar um edital

para a compra da nova sede, o que ocorreu em

23 de fevereiro de 1981. O local escolhido foi um

conjunto de salas no quarto andar do Edifício Eliza

Levy, situado à rua Rio de Janeiro, 243.

Page 58: Livro Assemp

58 | Sedes da Associação

A primeira reunião na sede própria realizou-se em

14 de abril de 1981. A inauguração contou com a

presença de diversas autoridades, incluindo o pre-

feito Maurício Campos.

A RUA TUPIS

Em 1996, segundo ano da gestão do presidente

Angelo Flores, a realidade da Assemp já era com-

pletamente diferente daquela de 15 anos atrás,

quando a sede da rua Rio de Janeiro havia sido

inaugurada. O número de associados já passava

de sete mil e a entidade, graças aos convênios com

as operadoras de planos de saúde, encontrava-se

em boa situação financeira. O presidente concluiu,

Benção do padre Márcio Almeida marcou a solenidade de inauguração da sede na rua Tupis

Page 59: Livro Assemp

Sedes da Associação | 59

então, que era o momento de alçar novos voos,

ampliando a gama de serviços que a Associação

oferecia.

Diversificar a oferta de benefícios significava me-

lhorar a qualidade do atendimento aos servidores

já associados e, também, angariar novos sócios,

contribuindo para que a Associação continuas-

se crescendo. Era evidente, entretanto, que esse

crescimento logo esbarraria na falta de espaço. A

sede da rua Rio de Janeiro não possuía infraestru-

tura para abrigar os setores administrativos e as

novas atividades que estavam sendo planejadas,

como o Programa de Promoção do Associado –

Escola para a Terceira Idade. A solução seria en-

contrar uma nova casa.

Firme neste propósito, o presidente Angelo Flores

levou ao Conselho de Administração, em reunião

no dia 30 de janeiro de 1997, a proposta de com-

pra de duas lojas no Edifício Juiz de Fora, situa-

do à rua Tupis, 171, próximo à Igreja São José.

A aquisição foi aprovada de forma unânime pelos

conselheiros presentes, pelo valor de R$ 200 mil.

Após reformas e obras de adequação, o novo espa-

ço entrou em funcionamento em janeiro de 1998.

A inauguração foi realizada no dia 5 de março da-

quele ano, em solenidade que também comemo-

rou os 40 anos de fundação da Assemp. Naquele

período, o quadro de associados já contava com

VO C Ê S A B I A?

Apesar de, oficialmente, só ter ocupado o cargo

de vice-presidente, José Diniz de Sousa

assumiu interinamente a presidência da

Assemp em diversas oportunidades, durante

os mandatos de Euclydes Taves e Antônio Carlos de Menezes. Por esse

motivo, sua foto figura na galeria de ex-presidentes

da Associação.

Page 60: Livro Assemp

60 | Sedes da Associação

9.040 membros e o prestígio e respeito que a As-

sociação havia conquistado pôde ser medido pelo

grande número de autoridades presentes no even-

to, tais como o então secretário de Administração,

Fernando Alves, os vereadores Totó Teixeira e Ro-

gério Correia, e presidentes e diretores de diversos

sindicatos da capital.

Com a mudança da estrutura administrativa para

a rua Tupis, a sede da rua Rio de Janeiro também

passou por reformas e foi utilizada para abrigar o

Centro Educacional da Asempbh – CEA e a bi-

blioteca da Associação.

Elizabeth Lima e Angelo Flores inauguram décimo terceiro andar do Minas Oeste, em 1999

Page 61: Livro Assemp

Sedes da Associação | 61

QUEM DIRIA, A ASSEMP NA RUA DA BAHIA

Um ano após a inauguração da nova sede, o nú-

mero de sócios já havia pulado para 9.500. Boa

parte das novas adesões devia-se ao profícuo tra-

balho que vinha sendo desenvolvido pela peda-

goga Elizabeth Alves Lima à frente do Núcleo de

Convivência Social e Cultural, que nessa época

contava com atividades de dança de salão, Grupo

de Vivência-Terapia e os encontros do Re-florir. A

ideia para o ano seguinte era incrementar o NCSC

com aulas de yoga, biodança e oficinas de arte.

Para isso, porém, era preciso encontrar um novo

espaço, já que, segundo palavras da própria coor-

denadora, “naquela época dançávamos em cima

da cabeça da Raquel (gerente administrativa)”.

Dessa forma, a aquisição do 13º andar do Edifício

Minas Oeste deu-se dentro de um movimento na-

tural de crescimento da Assemp, sendo sua com-

pra aprovada por unanimidade no Conselho de Ad-

ministração. A inauguração foi em clima de muita

festa, no dia 11 de agosto de 1999. Começava a

ser escrita naquele dia uma história duradoura, já

que o Minas Oeste, situado à rua da Bahia, 1033,

tornou-se, definitivamente, a casa da Assemp.

Nos anos seguintes, a expansão das atividades do

Núcleo de Convivência levou à inauguração de

mais três andares: o nono, em 29 de novembro de

Page 62: Livro Assemp

62 | Sedes da Associação

2000; o oitavo, em 28 de outubro de 2002; e o dé-

cimo, em 27 de abril de 2006. Com o crescimento

da Associação e do número de sócios frequentan-

do as atividades do NCSC, o presidente Angelo

Flores percebeu a necessidade de manter o Nú-

cleo e a área administrativa mais próximos. Isso

traria mais comodidade aos associados e daria

dinamismo ao funcionamento da Associação. Em

19 de outubro de 2007, a Assemp estabeleceu-se

de vez na rua da Bahia, com a inauguração do

quarto e quinto andares, onde até hoje funcionam

os setores de atendimento e administrativos da As-

sociação, além da diretoria.

E a história não parou por aí. Em 2009 a Assemp

comprou o sexto e o terceiro andares do Minas

Oeste, além de realizar uma reforma no 13º, que

Sede na rua da Bahia é resultado do esforço da diretoria e conselhos

Page 63: Livro Assemp

Sedes da Associação | 63

Page 64: Livro Assemp

64 | Sedes da Associação

teve suas paredes divisórias derrubadas para a

criação de um amplo espaço para a realização de

eventos. Já em 2011 o terceiro andar, que no iní-

cio foi utilizado pelo grupo de teatro e pela Oficina

de Memória, passou por adaptações e recebeu o

Departamento Jurídico da Associação, que ainda

funcionava na rua Tupis. Em julho de 2012, o nono

andar também sofreu mudanças: a Biblioteca Or-

lando Vignoli foi transferida para a antiga sede da

Tupis – local onde o acervo poderá ser ampliado

– e deu lugar ao novo Ateliê de Artes Plásticas,

que funcionava no 10º andar. Esse, por sua vez,

foi reformado e abriga, hoje, os consultórios de

podologia e a coordenação do Espaço Viver Bem

Assemp.

Atualmente o patrimônio imóvel da Assemp é

constituído de oito andares do Edifício Minas Oes-

te, de duas lojas na rua Tupis – em que funciona

a biblioteca – e da antiga sede da rua Rio de Ja-

neiro, utilizada como arquivo e também para as

aulas e ensaios da oficina de teatro. Uma grande

conquista para uma Associação que, por mais de

dez anos, reuniu-se debaixo de árvores no Parque

Municipal.

Page 65: Livro Assemp

PL A NOS DE SAÚ DEA Assemp sempre teve uma constante preocupação com a saúde do servidor. Por meio de convênios pro-movidos com operadoras, a Associação já amparamais de vinte mil vidas.

Page 66: Livro Assemp
Page 67: Livro Assemp

Planos de saúde | 67

LUTANDO PEL A SAÚDE DOS SERVIDORES

Em 1º de julho de 1993, a diretoria da Assemp

se reuniu com o prefeito Patrus Ananias e com a

diretoria da Santa Casa de Misericórdia para apre-

sentar uma proposta, elaborada pela Associação,

de amparo à saúde do servidor. A iniciativa era

motivada pelo fim do atendimento exclusivo no

Hospital Odilon Behrens, que durante 55 anos fun-

cionou como hospital dos servidores. A ideia da

diretoria da Assemp, levada até o prefeito, era de

que a PBH subsidiasse um plano de saúde para o

funcionalismo municipal, enquanto a Santa Casa

seria a operadora desse plano.

Saulo Lara e o provedor da Santa Casa, Celso Mello, assinam contrato do Asemp Saúde

Page 68: Livro Assemp

68 | Planos de saúde

A proposta, porém, foi rejeitada pela Prefeitura.

Em ofício enviado à Assemp em setembro, a PBH

afirmou que a política de atendimento à saúde

do servidor continuaria sendo feita pela Beprem

e pelo próprio Odilon Behrens. A decisão, entre-

tanto, não satisfez a diretoria, que tinha pleno co-

nhecimento da precariedade de parte dos serviços

oferecidos pela Beneficência. De forma indepen-

dente, sem envolver a Prefeitura, a Assemp iniciou

uma negociação com a Provedoria da Santa Casa

de Misericórdia para a elaboração de um convênio

de assistência à saúde do servidor.

Alguns meses mais tarde, o acordo foi selado. A

assinatura do contrato foi realizada no dia 28 de

março de 1994, na sede da Associação. A soleni-

dade contou com a presença do Provedor da San-

ta Casa e Presidente de Honra da Assemp, Celso

Mello de Azevedo. Era o início do Asemp Saúde.

Somente para se ter uma ideia do pioneirismo da

iniciativa da Assemp, a própria Santa Casa só viria

a criar seu plano, o Santa Casa Saúde, dois anos

mais tarde.

ASEMP SAÚDE

O Asemp Saúde foi um marco no processo de

crescimento e popularização da Associação. Em

dois anos, o número de sócios cresceu de 800

para 6.000. Muitos servidores se vincularam à

VO C Ê S A B I A?

Em 24 de março de 1970, no auge do Regime Militar, os presentes na reunião semanal da Associação realizaram um minuto de silêncio em memória dos desaparecidos políticos. Um desses desaparecidos era Homero de Araújo, sócio da Assemp.

Page 69: Livro Assemp

Planos de saúde | 69

Assemp para ter acesso ao plano de saúde, que

era ofertado com valores bem abaixo dos de mer-

cado. O plano de enfermaria tinha mensalidade

de R$10,42, enquanto o apartamento saía por

R$14,53.

A grande procura e a famosa propaganda boca

em boca levaram à ocorrência de situações curio-

sas. Um associado chegou a procurar a Assemp

querendo comprar um apartamento, pois tinha ou-

Capa do primeiro

catálogo do plano de saúde

criado pela diretoria da

Assemp

Page 70: Livro Assemp

70 | Planos de saúde

vido que a prestação do imóvel era de apenas R$

14. Outro, ao ficar internado em um apartamento

do Hospital São Lucas, convidou toda a família e

amigos para visitá-lo, pois, segundo suas palavras,

sentia-se como se estivesse em um hotel.

Apesar do sucesso da empreitada, a parceria não

teve um desfecho feliz. Cerca de dois anos após o

início do convênio, a Santa Casa decidiu, unilateral-

mente, promover um reajuste das mensalidades.

Iniciou-se, então, um longo período de negocia-

ções, em que o presidente Angelo Flores buscava

resguardar os direitos de seus associados. Sem

conseguir alcançar um consenso, a Santa Casa

anunciou, em fevereiro de 1996, que rescindiria o

contrato com a Assemp, uma vez que o plano não

era mais interessante do ponto de vista financeiro.

Por contrato, a rescisão só entraria em vigor 90

dias após o comunicado, ou seja, em maio daque-

le ano. O presidente Angelo Flores tinha em suas

mãos um grande problema a ser resolvido e em

um prazo exíguo, já que deixar os associados sem

plano de saúde era algo impensável. Agindo de

forma rápida, a diretoria entrou em contato com

diversas operadoras e, apenas dois meses após o

anúncio do fim do plano com a Santa Casa, a As-

semp já havia fechado contratos com a Unimed

e a Matermed. Apesar dos valores serem ligeira-

mente superiores aos do plano anterior, ambos

Page 71: Livro Assemp

Planos de saúde | 71

apresentavam vantagens em termos de opções de

atendimento e abrangência territorial.

GR ANDE AVANÇO

A mudança do plano e a entrada de novos associa-

dos ocasionaram uma movimentação para a qual

a Assemp não estava preparada. Nesse período,

o número de associados já ultrapassava os sete

mil. Novos funcionários foram contratados e, não

raro, os expedientes se estendiam até tarde e nos

fins de semana. A grande dificuldade era fazer o

controle de um volume tão grande de conveniados

e dos pagamentos das mensalidades. A Assemp

Presidente Angelo Flores com membros da diretoria da Unimed

Page 72: Livro Assemp

72 | Planos de saúde

ainda estava iniciando seu processo de informa-

tização e os softwares que seriam instalados nos

computadores para fazer o cadastro dos associa-

dos não estavam prontos, por isso todos os regis-

tros eram feitos manualmente.

Algum tempo depois, quando iniciou-se a distri-

buição das carteirinhas dos novos planos, a situ-

ação voltou a ficar crítica. A sede da Associação,

que funcionava na rua Rio de Janeiro, não tinha

estrutura e espaço físico para comportar a multi-

dão de associados que se aglomerava na porta da

entidade. As filas faziam curvas dentro do quarto

andar do prédio em que funcionava a Assemp e

desciam pelas escadas. Por várias vezes a polí-

cia teve que ser chamada para intervir, uma vez

que alguns sócios acabavam se exaltando. Tanto

alvoroço se justificava: os novos planos acordados

entre as operadoras e a Associação não previam

carência para aqueles associados que estavam mi-

grando do plano da Santa Casa, ou seja, bastava

estar com a carteirinha na mão e o conveniado já

podia agendar consultas.

RETORNO DA SANTA CASA

Menos de um ano após rescindir o contrato com

a Assemp, a Santa Casa procurou a diretoria da

Associação no intuito de promover um novo con-

vênio. Por esta data, a Santa Casa já havia lançado

Page 73: Livro Assemp

Planos de saúde | 73

seu plano de saúde e buscava meios de popula-

rizá-lo. A Assemp viu a oportunidade com bons

olhos, pois lhe permitiria oferecer uma terceira op-

ção de plano de saúde a seus associados.

O novo contrato foi assinado no início de 1997 e

ocasionou uma grande procura. Muitos dos sócios

não tinham condições de arcar com as mensalida-

des dos planos da Unimed e da Matermed. Mes-

mo oferecendo uma cobertura mais simples, o pla-

no da Santa Casa era uma alternativa viável para

aqueles de condição econômica mais modesta.

Nesse mesmo ano, a Assemp adquiriu o imóvel

em que funcionaria sua nova sede, na rua Tupis.

Como os problemas com a entrega das carteirinhas

permaneciam, a diretoria não teve escolha senão

transferir o posto de atendimento para lá, mesmo o

local ainda estando em obras. Para tentar manter

a ordem, o presidente Angelo Flores contratou um

segurança que ficou responsável por organizar a

fila e conter os ânimos dos associados.

PRESENTE E FUTURO

Ao longo dos anos, os planos de saúde da Santa

Casa e da Unimed – o plano Matermed chegou

ao fim algum tempo depois – foram fundamentais

para o crescimento da Assemp e para a oferta de

novos serviços e benefícios aos associados. Com

VO C Ê S A B I A?

Uma lista de presença era assinada pelos

associados que participavam das

reuniões da Associação. Por várias vezes, o

número 24 foi deixado em branco propositalmente.

Essa atitude irritou o presidente Menezes e o levou a afirmar que ele

mesmo passaria a assinar no número 24 dali em

diante.

Page 74: Livro Assemp

74 | Planos de saúde

o caixa gerado pelo pagamento das mensalidades,

a diretoria pôde estruturar financeiramente a As-

sociação e se tornar mais atuante em seu compro-

misso de oferecer bem-estar e qualidade de vida

aos seus sócios.

Em 2011, a importância desse serviço ficou ainda

mais em evidência. No início do ano, a PBH pôs

fim à Beprem, que já vinha agonizando há anos,

e passou a oferecer um plano de saúde subsidia-

do aos servidores municipais. O novo modelo de

atendimento, entretanto, apresentou diversos pro-

blemas e não atendeu a parcela mais carente dos

servidores.

Como forma de amparar os trabalhadores que

perderam o atendimento da Beneficência e não

tiveram condições de ingressar no plano de saúde

ofertado pela PBH, a Assemp se juntou à Santa

Casa e criou o plano Família Ideal. O novo serviço,

lançado em março de 2011, oferecia atendimento

ao titular, cônjuge e dependentes por um preço

fixo, independentemente do número de pessoas

na família.

A parceria de 15 anos com o Santa Casa Saúde,

porém, teve fim ao final do ano de 2012, quando

a Assemp foi surpreendida com um comunicado

da operadora de que todos os contratos vigentes

seriam rescindidos. Apesar de todas as tentativas

de negociação, a Associação não logrou êxito em

Page 75: Livro Assemp

Planos de saúde | 75

chegar a um acordo com o Santa Casa, e o último

contrato foi extinto em 31 de março de 2013.

Essa mudança de curso levou o presidente Angelo

Flores, mais uma vez, a se movimentar de forma

rápida. A carteira da Santa Casa abrangia mais de

seis mil vidas e era composta, majoritariamente,

por idosos. Deixar essas pessoas largadas à pró-

pria sorte era algo simplesmente impensável. Após

uma extensa pesquisa de mercado, a Assemp fe-

chou, em abril de 2013, contrato com a operadora

Vitae, empresa com 20 anos de experiência e am-

pla rede conveniada.

Atualmente os planos de saúde constituem um

dos principais benefícios oferecidos pela Assemp

a seus associados. Devido sua força associativa,

a diretoria consegue negociar melhores planos de

cobertura e reajustes sempre abaixo dos pratica-

dos no mercado.

Page 76: Livro Assemp
Page 77: Livro Assemp

QUA LIFIC AÇ ÃO EEDUC AÇ ÃO

O Centro Educacional da Asempbh foi um sonho concretizado pelo presidente Angelo Flores. Duran-te cinco anos, o CEA formou mais de quatro mil alu-nos nos cursos de informática e 1.500 nos cursos de idiomas.

Page 78: Livro Assemp
Page 79: Livro Assemp

Qualificação e educação | 79

CURSOS DE INFORMÁTICA

No início de 1996 a Assemp já respirava os novos

ares da gestão do presidente Angelo Flores, que

havia tomado posse no ano anterior. Após traba-

lhar – como presidente interino e nos primeiros

meses de seu mandato – para reestruturar os pro-

cessos administrativos da Associação, alavancar

o número de sócios e colocar as contas no azul,

Angelo decidiu que era hora da Assemp investir

em qualificação profissional por meio de cursos de

informática.

Cursos de informática da Assemp formaram cerca de quatro mil alunos

Page 80: Livro Assemp

80 | Qualificação e educação

A ideia tinha inspiração familiar: em 1913, o edu-

cador Benjamin Flores, avô do presidente, fundou

em Belo Horizonte a Escola Profissional Feminina,

instituição que oferecia cursos em áreas como

datilografia, taquigrafia, corte e costura, desenho

etc. Além disso, na segunda metade da década

de 1990 a informatização já era um processo em

rápida expansão e o presidente tinha consciência

da importância que a informática teria no mercado

de trabalho.

Em parceria com a escola Pró-Informática, a As-

semp iniciou em julho de 1996 a oferta de cur-

sos de Windows, Word e Excel subsidiados para

filhos de associados. Cada aluno pagava apenas

uma mensalidade simbólica de R$ 5. Os cursos

ficavam sob responsabilidade da Coordenadoria

de Educação da Asempbh, comandada pelo pro-

fessor Afonso Elpídio Coelho, profissional da As-

semp que também era responsável por ministrar

treinamentos de aperfeiçoamento profissional para

os funcionários da entidade.

Apesar do entusiasmo no início do projeto e das

turmas lotadas, o convênio com a Pró-Informática

enfrentou problemas. Após alguns meses, o presi-

dente Angelo Flores teve conhecimento que vários

alunos estavam abandonando o curso por falta de

dinheiro para o ônibus ou por ficarem constran-

gidos pelo ambiente, diferente do que estavam

Page 81: Livro Assemp

Qualificação e educação | 81

acostumados. O convênio durou dois anos e foi

encerrado no início do segundo semestre de 1998,

quando a Assemp inaugurou seu Centro Educa-

cional e passou a oferecer as aulas de informática

com estrutura própria.

Paralelamente ao curso de informática, a Associa-

ção já começava a investir no Programa de Cursos

Profissionalizantes da Asempbh. A proposta, des-

sa vez, diferia do projeto inicial. Ao invés de firmar

convênio com uma escola da capital, a própria

Assemp contrataria os professores e ofereceria a

infraestrutura para a realização de cursos de office

boy, auxiliar administrativo, recepcionista, atendi-

mento ao público, secretária e técnicas de vendas.

Outra novidade que o presidente preparava para

1997 era o início do Programa de Promoção do

Associado – Escola para a Terceira Idade. Foi

esse programa, coordenado pela pedagoga Eliza-

beth Alves Lima, que deu origem ao Re-florir e,

algum tempo mais tarde, ao Núcleo de Convivên-

cia Social e Cultural, hoje um dos trabalhos mais

importantes desenvolvidos pela Associação.

CENTRO EDUCACIONAL ASEMPBH

As aulas inaugurais do Programa de Cursos Pro-

fissionalizantes da Asempbh foram realizadas nos

dias 31 de março e 1º de abril de 1997. Além dos

cursos de capacitação, a Coordenadoria de Edu-

VO C Ê S A B I A?

Jacira Cerqueira foi a primeira mulher a ocupar um cargo na diretoria da Assemp. Ela foi eleita 2ª

Secretária em 1972.

Page 82: Livro Assemp

82 | Qualificação e educação

cação também oferecia cursos de inglês e espa-

nhol para os associados.

A iniciativa teve boa aceitação e procura por parte

dos sócios. Tanto que, alguns meses mais tarde,

aventou-se a ideia de ampliar a variedade de cur-

sos oferecidos. A criação de cursos como Direção

Defensiva, Mestre de Obras, Gerência Avançada

e supletivos de primeiro e segundo grau chegou a

ser cogitada. Entretanto, a proposta não foi efetiva-

da em função da baixa demanda de alunos.

Pelo final de 1997 e início de 1998, os cursos pro-

fissionalizantes também já apresentavam sinais de

que estavam perdendo o fôlego. Por outro lado,

a demanda dos cursos de informática – ofereci-

dos por meio de convênio – e línguas continuava

Criação do CEA teve inspiração em Benjamin Flores, avô do presidente Angelo Flores

Page 83: Livro Assemp

Qualificação e educação | 83

crescente. Nessa mesma época, a Assemp estava

de mudança da rua Rio de Janeiro para a Tupis.

O presidente Angelo Flores percebeu, então, a

oportunidade de transformar a antiga sede em um

espaço totalmente dedicado ao ensino e à capaci-

tação dos associados e seus dependentes. Surgia

ali um dos marcos da gestão de Angelo Flores e

dos 40 anos da Associação: o Centro Educacional

Asempbh.

O CEA foi inaugurado em 22 de julho de 1998,

com uma moderna estrutura que contemplava três

salas de informática – todas equipadas com 12

computadores – uma sala de inglês com capaci-

Cursos de línguas ofereciam aulas temáticas que exploravam a diversidade cultural

Page 84: Livro Assemp

84 | Qualificação e educação

dade para 20 alunos e uma sala de espanhol para

dez alunos. Além disso, o Centro também contava

com secretaria, sala de professores, sala de coor-

denadoria e um espaço que, pouco tempo depois,

recebeu a biblioteca Orlando Vignoli.

A coordenação do CEA ficou a cargo dos pedago-

gos Afonso Elpídio Coelho e Elizabeth Alves Lima.

No semestre de inauguração, o Centro recebeu

462 alunos, em 11 turmas de inglês, seis de es-

panhol e 24 de informática. A demanda foi tão

grande que a Assemp chegou a oferecer um curso

intensivo de férias entre os meses de janeiro e fe-

vereiro de 1999, quando as atividades regulares do

CEA estavam em recesso.

A grande procura tinha justificativa. No final da

década de 1990 os equipamentos de informática

eram muito caros, o que elevava os custos de es-

colas especializadas e, consequentemente, tornava

as mensalidades cobradas dos alunos muito altas.

Em contrapartida, o CEA não visava lucro. Dessa

forma, o valor das mensalidades era bem inferior

ao praticado no mercado. Além disso, o período

era de crise internacional, que se refletia no Brasil

em forma de arrocho salarial. Para a maior parte

dos servidores municipais, que não possuíam boas

condições financeiras, o Centro Educacional da

Asempbh configurou-se uma oportunidade única

VO C Ê S A B I A?

Em 1974, a peça infantil Chapeuzinho Vermelho foi apresentada como parte das comemorações de 16 anos da Assemp. Apesar de alguns aplausos, a maioria dos sócios protestou contra a encenação, por não condizer com o público da Associação.

Page 85: Livro Assemp

Qualificação e educação | 85

de acesso a cursos de informática e línguas es-

trangeiras.

No início do segundo semestre de 1999, a coor-

denação geral do CEA passou às mãos de Wilcler

Diniz Almeida, engenheiro com pós-graduação em

Informática na Educação e com quatro anos de

experiência na direção de escolas de computação.

Alguns meses depois, a coordenadora pedagógi-

ca, Elizabeth Alves Lima, teve que deixar o cargo,

em razão do crescimento das atividades do Nú-

cleo de Convivência, e passou a exercer a função

de consultora pedagógica. Em seu lugar assumiu

Solange Fonseca Lopes. Posteriormente, o cargo

ainda foi ocupado por Ana Maria Bizzotto e Darso-

ni de Oliveira Caligiorne.

O período entre o fim de 1999 e o início dos anos

2000 foi de franco crescimento do CEA, que che-

gou a ter perto de 700 alunos. No início de 2003,

porém, a diretoria se viu obrigada a encerrar as

atividades do Centro, por motivos externos à Asso-

ciação. Naquele período as barracas de camelôs

ainda tomavam boa parte das ruas do centro de

Belo Horizonte, incluindo a região em que ficava

a escola, na rua Rio de Janeiro. Esse comércio in-

formal e o grande fluxo de pessoas atraíam malan-

dros e ladrões, que circulavam pela área. O prédio

em que funcionava o CEA foi assaltado várias ve-

zes e a própria escola chegou a ser arrombada e

Page 86: Livro Assemp

86 | Qualificação e educação

teve equipamentos roubados. O caso mais grave,

porém, foi o de uma professora agredida nas esca-

das do edifício.

Com todos esses problemas, o número de alunos

caiu drasticamente, chegando a 270, número que

inviabilizava o funcionamento do Centro. Apesar de

não buscar lucro, o CEA tinha sido pensado como

um projeto autossustentável, em que as próprias

receitas cobririam os custos com a manutenção do

espaço e com os salários dos profissionais.

Mesmo tendo sido encerrado de forma abrupta,

o Centro Educacional da Asempbh pode ser con-

siderado um projeto de sucesso da Assemp. Em

cinco anos de funcionamento, a escola formou

cerca de quatro mil alunos nos cursos de informá-

tica e perto de 1.500 nos cursos de idiomas.

Page 87: Livro Assemp

N ÚCLEO DE CON V I V ÊNCIA SOCIA L E CU LTU R A L

Nada sintetiza tão bem a missão e o espírito da As-semp como o Núcleo de Convivência. Com grande diversidade de cursos, o NCSC oferece um espaço para o associado se divertir, exercitar-se e celebrar a vida.

Page 88: Livro Assemp
Page 89: Livro Assemp

Núcleo de Convivência Social e Cultural | 89

ORIGENS: RE-FLORIR

Após dois anos de mandato, o presidente Angelo

Flores já havia colocado em prática projetos que

transformaram o panorama da Assemp. Os pla-

nos de saúde tinham sido ampliados, oferecendo

mais opções e benefícios aos associados. Os filhos

dos sócios participavam de cursos de informáti-

ca subsidiados pela entidade, criando oportunida-

des de ingresso no mercado de trabalho. Faltava,

então, uma política voltada exclusivamente para

aqueles que tinham sido o primeiro público da As-

sociação, na época ainda Afap: os aposentados.

Muitos deles, com tempo ocioso, passavam pela

Assemp quase que diariamente para ler um jornal

ou conversar com os conhecidos. A ideia era ofe-

recer uma atividade para que eles pudessem não

apenas matar o tempo, mas construir e aprender

coisas novas.

Com essa motivação, em novembro de 1996 foi

criado o Programa de Promoção do Associado –

Escola para a Terceira Idade. A proposta, inicial-

mente, consistia em promover encontros semanais

de servidores aposentados para a realização de

Page 90: Livro Assemp

90 | Núcleo de Convivência Social e Cultural

palestras, atividades culturais e pequenos eventos

sociais. Para a coordenação do programa, o presi-

dente convidou a pedagoga Elizabeth Alves Lima.

O trabalho com pessoas daquela faixa etária seria

um desafio para Beth, como logo ficou carinho-

samente conhecida pelos frequentadores da As-

semp. Durante anos ela havia trabalhado com um

consultório de reeducação psicopedagógica, lidan-

do apenas com crianças. Segundo suas próprias

palavras, ela nunca havia se imaginado atuando

Elizabeth Lima com os primeiros membros da então Escola para a Terceira Idade

Page 91: Livro Assemp

Núcleo de Convivência Social e Cultural | 91

com idosos. O sucesso da empreitada, porém, veio

exatamente de sua experiência com os pequenos.

“Tratamos todos com respeito, sem infantilizá-los,

como é comum acontecer. Minha didática sempre

foi a de respeitar sua inteligência e absorver o co-

nhecimento que eles tinham a passar”, pondera.

As inscrições para o programa começaram em ja-

neiro de 1997. Os primeiros associados a se ins-

crever foram Adelino Batista Freitas, João Viana

do Vale, Pancrácio de Aguiar e Maria Madalena de

Em 10 de maio de 1997, o Grupo Re-florir fez sua primeira viagem, ao Planalto da Jaguara

Page 92: Livro Assemp

92 | Núcleo de Convivência Social e Cultural

Souza. O primeiro encontro, realizado em 15 de fe-

vereiro, contou com a presença de 19 associados.

Uma curiosidade marcou este primeiro encontro.

Logo de cara os participantes manifestaram um in-

cômodo com o nome Escola para a Terceira Idade

e sugeriram sua modificação. Essa atitude já refle-

tia o espírito desses associados, que não queriam

ser tachados de velhinhos, mas vistos como pes-

soas que estavam entrando em uma nova etapa da

vida cheios de disposição e vontade de vivenciar

novas experiências.

Pedido feito, pedido atendido. No segundo encon-

tro, no dia 8 de março, foi promovida uma eleição

entre 20 nomes sugeridos pelos próprios partici-

pantes para rebatizar a Escola. O nome escolhido

foi Grupo Re-florir, sugestão de Irany Maria Ama-

ral, mãe da associada Dalva Amaral.

Este mesmo encontro também ficou marcado por

outro motivo: foi a primeira participação do psicó-

logo Sebastião Gonçalves Maciel no Re-florir, ainda

como mero espectador. Após ler no jornal Notícia

Urgente sobre a criação do grupo, Sebastião en-

viou uma carta à Associação se voluntariando a

participar e ajudar na promoção do programa, e

passou a acompanhar os encontros. A partir de

abril daquele ano, o psicólogo iniciou um grupo de

estudo mensal com os participantes e, ainda hoje,

VO C Ê S A B I A?

O hino da Associação, composto em 1995, é de autoria do associado Jadir Ambrósio, que também compôs o hino do Cruzeiro Esporte Clube.

Page 93: Livro Assemp

Núcleo de Convivência Social e Cultural | 93

conduz atividades no Núcleo de Convivência, sem-

pre com grande procura pelos associados.

Além das palestras, os encontros do Re-florir co-

meçaram a ser diversificados com passeios a par-

ques e hotéis fazenda e a realização de oficinas

de curta duração. Data também desse período

inicial, mais precisamente de 31 de maio de 1997,

a chegada de outro importante colaborador do Re-

-florir e do NCSC: o professor de dança Roberto

Evandro Ferreira Pinto, que promoveu uma ativida-

de de sensibilização artística com os participantes

naquela oportunidade, vindo a integrar a equipe

de funcionários pouco tempo depois.

SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO NCSC

No final de seu primeiro ano de vida, a Escola para

a Terceira Idade/Grupo Re-florir já era um grande

sucesso. Tanto que a coordenação e o presidente

perceberam a necessidade de ampliar o progra-

ma. Foi criado, então, o Núcleo de Convivência So-

cial e Cultural da Assemp, que por um tempo ficou

conhecido como Projeto Maturidade, nome que

acabou caindo em desuso posteriormente. O Re-

-florir, porém, não deixou de existir. Os integrantes

do grupo continuaram a se reunir semanalmente.

A diferença era que, a partir dali, ele fazia parte de

um projeto maior, voltado para associados e de-

pendentes com mais de 39 anos.

Page 94: Livro Assemp

94 | Núcleo de Convivência Social e Cultural

As atividades do NCSC iniciaram-se em março

de 1998, sempre duas vezes por semana. Com a

mudança da sede da Associação e a reforma do

imóvel da rua Rio de Janeiro para receber o Cen-

tro Educacional da Asempbh, o Núcleo acompa-

nhou o setor administrativo e também migrou para

a rua Tupis, fato que logo se caracterizou como

um problema. Com aulas de dança e o número

de participantes crescendo a cada dia, os encon-

tros começaram a interferir no funcionamento dos

demais setores da entidade. “Foi preciso que a

Assemp entendesse e confiasse no trabalho que

As aulas de dança foram uma das primeiras atividades regulares do Núcleo de Convivência

Page 95: Livro Assemp

Núcleo de Convivência Social e Cultural | 95

estava sendo desenvolvido, destacando-se aí a

grande sensibilidade e visão do presidente Angelo

Flores”, relembra a gerente do Núcleo, Elizabeth

Alves Lima.

É curioso observar o importante papel que o Nú-

cleo de Convivência desempenhou na criação de

um espírito de pertencimento dos associados com

a Assemp e de como eles se apropriaram dos

espaços da Associação. Esse sentimento é com-

partilhado por Elizabeth em um artigo publicado

no jornal Notícia Urgente em outubro de 1998.

“A amizade, a afeição, a solidariedade, o respei-

to mútuo e o amor têm sido os valores que unem

os integrantes do Núcleo, tornando-os ‘membros

verdadeiros’ de uma associação, cujo lema é a fra-

ternidade”.

Foi ciente desse espírito que a diretoria adquiriu

e inaugurou, em 11 de agosto de 1999, o 13º

andar do Edifício Minas Oeste, na rua da Bahia.

O imóvel foi inteiramente utilizado para a expansão

das atividades do Núcleo de Convivência.

Com o novo espaço, o NCSC passou a funcio-

nar de segunda a sexta-feira, incrementando sua

agenda com os cursos de Hatha Yoga, Biodança,

Corpo e Voz e oficinas de curta duração. As aulas

de yoga, inclusive, se tornaram uma das ativida-

des mais longevas do Núcleo, ao lado das aulas de

dança de salão e do Grupo Vivência-Terapia, que

Page 96: Livro Assemp
Page 97: Livro Assemp

Núcleo de Convivência Social e Cultural | 97

surgiram ainda na época da Escola para a Terceira

Idade/Grupo Re-florir e permanecem até hoje na

grade de cursos regulares. Desde sua criação na

Assemp, a Hatha Yoga foi conduzida pela profes-

sora Teresinha Marta Gonçalves de Souza. A par-

tir de 2000, em função da crescente demanda,

juntou-se a ela a professora Maria Rita. As duas

profissionais, que se desligaram da Associação no

fim de 2012, realizaram um trabalho de grande

impacto entre os associados. Não por acaso, atu-

almente são 13 turmas lotadas e uma grande fila

de espera.

Atividades manuais exercitam o corpo e a mente dos associados

Page 98: Livro Assemp

98 | Núcleo de Convivência Social e Cultural

SEIS ANDARES DE ATIVIDADES

Se ainda existia alguma dúvida de que o Núcleo

de Convivência Social e Cultural da Assemp era

uma iniciativa de sucesso e com vida longa, ela

acabou no dia 29 de novembro de 2000. Nesta

data, em uma celebração que contou com a pre-

sença de vários membros da diretoria, incluindo o

presidente de honra da Associação, Celso Mello

de Azevedo, foi inaugurado o segundo andar da

Assemp no Edifício Minas Oeste. Assim como já

havia ocorrido com o 13º andar, um ano antes, o

nono andar foi adquirido e reformado para rece-

ber, exclusivamente, atividades do Núcleo.

O ano de 2000, porém, não ficou marcado apenas

pela inauguração do novo espaço do NCSC. No

segundo semestre daquele ano chegou à Assemp

o teatrólogo Ilder Miranda Costa, que iniciou uma

oficina de teatro com alguns associados. Em 2001,

a oficina se converteu em um grupo de teatro pro-

priamente dito, que realizou oito montagens ao lon-

go de dez anos de existência.

Outra oficina surgida no início dos anos 2000 e

que, ainda hoje, faz bastante sucesso entre os as-

sociados é a de Iniciação ao Desenho e à Pintura.

Com a oficina, iniciaram-se também as tradicionais

exposições de arte da Assemp, que são realizadas

anualmente.

Page 99: Livro Assemp

Núcleo de Convivência Social e Cultural | 99

Paralelamente às ações que ocorriam nos espaços

da Associação, as viagens e excursões promovidas

pela coordenação do Núcleo de Convivência tam-

bém se tornaram uma atração que superou todas

as expectativas. Diamantina, Serra da Piedade,

Serra da Moeda, São Lourenço, Poços de Caldas,

Serra Negra, Águas de Lindóia e Monte Sião foram

alguns dos destinos visitados pelos associados en-

tre os anos 2000 e 2002.

Ironicamente, foi exatamente o sucesso da iniciati-

va que determinou o seu fim: na última viagem do

grupo, a Assemp precisou locar três ônibus para

transportar os 140 associados inscritos. A gerente

Elizabeth Alves Lima recorda as dificuldades en-

frentadas. “Tivemos que reservar um hotel inteiro

só para os associados. Imagine a dificuldade em

ter 140 pessoas tomando café, almoçando ou fe-

chando a conta simultaneamente? Nas paradas de

ônibus, as mulheres invadiam o banheiro masculi-

no por falta de toaletes suficientes. A organização

das viagens estava se tornando muito complicada

e fora do foco de atuação da Assemp”.

Como forma de tentar compensar os sócios, a dire-

toria estabeleceu convênios com agências de via-

gens para a oferta de pacotes turísticos a preços

mais acessíveis. Todavia, é inegável a saudade que

as excursões do Núcleo deixaram naqueles que ti-

veram a oportunidade de participar.

VO C Ê S A B I A?

O nome do Grupo Re-florir foi escolhido por

votação. As demais sugestões eram: Alegria

de Viver, Amigos em Comunidade, Amor

e Vida, Ativos, Bem-viver, Caminhando,

Clube da Esperança e Lealdade, Enigma,

Eterna Juventude, Faísca, Fonte de Luz,

Lazer e Vida, Pérolas de Outono, Recordar é Viver,

Renovar, Sempre Viva, Velhice no Outono e Vida

Feliz.

Page 100: Livro Assemp

100 | Núcleo de Convivência Social e Cultural

Mas, se por um lado o crescimento do interesse

dos associados acabou inviabilizando a continui-

dade das viagens em grupo, por outro a coorde-

nação (atualmente gerência) não mediu esforços

para atender a crescente demanda dos cursos do

Núcleo de Convivência. Em 2003, o NCSC já aten-

dia uma média de 1.700 associados por mês, uma

realidade bem distinta dos 19 participantes do pri-

meiro encontro da Escola para a Terceira Idade,

em 1997.

Novos cursos regulares continuaram sendo cria-

dos, como a Oficina de Memória, o Reciclarte – em

que os alunos produzem peças a partir de mate-

riais recicláveis –, a Oficina de Tricô Crochê e Bor-

dado e, mais recentemente, a Oficina de Pintura

em Tecido. Outros foram incrementados, como a

Dança de Salão, que recebeu o apoio de outros

professores e monitores. Já o psicólogo Sebastião

Maciel ganhou a companhia de outros três profis-

sionais.

Mas os esforços de Elizabeth para oferecer o maior

número de benefícios aos associados não se limi-

tou a atividades para a mente. A saúde do corpo

também entrou na pauta do Núcleo de Convivên-

cia. Foram criados os atendimentos de acupuntu-

ra, Reeducação Postural e Alongamento (RPA) e

podologia.

Page 101: Livro Assemp

Núcleo de Convivência Social e Cultural | 101

A partir de 2003, o NCSC também passou a re-

alizar, anualmente, ciclos de oficinas e palestras

para celebrar o Dia do Servidor Público, comemo-

rado em 28 de outubro. Essa iniciativa resgatou

um evento promovido, pela primeira vez, em 1995,

quando o presidente Angelo Flores, em seu primei-

ro ano de gestão, realizou uma festa de confrater-

nização entre os associados para marcar a data.

O que deveria ser apenas um dia de eventos do

Núcleo, entretanto, acabou se transformando em

uma semana inteira de comemorações. Na edição

Dança cigana é um dos diversos cursos ofertados pelo NCSC atualmente

Page 102: Livro Assemp

102 | Núcleo de Convivência Social e Cultural

2012, intitulada Maratona da Saúde e Qualidade

de Vida do Servidor, foram 54 atividades aconte-

cendo simultaneamente, em três dias de evento.

Em 2013, a Feira de Promoção da Qualidade de

Vida do Servidor Público Municipal repetiu e am-

pliou o sucesso da iniciativa, trazendo um progra-

mação que incluiu dezenas de atividades e mobili-

zou um grande número de associados.

Para que tudo isso descrito acima fosse possível,

foi necessário um grande arrojo da diretoria, espe-

cialmente na figura do presidente Angelo Flores,

que investiu na aquisição de novos andares no

Edifício Minas Oeste, na rua da Bahia. Atualmen-

te o prédio concentra quase todas as atividades

da Assemp, excetuando-se a Biblioteca Orlando

Vignoli. Hoje, existem ações do Núcleo sendo rea-

lizadas em seis dos oito andares do prédio perten-

centes à Associação. Em 2012, o número de aten-

dimentos extrapolou a média de 2.600 por mês.

Em função desses números expressivos, em abril

de 2012 a gerência do Núcleo implementou uma

reestruturação das atividades. Os cursos regulares

e as oficinas permaneceram sob responsabilidade

do NCSC. Para os atendimentos de saúde foi cria-

da uma nova coordenação, batizada de Espaço

Viver Bem Assemp. À frente desse trabalho está a

gestora de saúde Luciane Mateus. Essa mudança

permitiu um acompanhamento mais próximo das

Page 103: Livro Assemp

Núcleo de Convivência Social e Cultural | 103

ações desenvolvidas e facilitará a implantação de

novos serviços futuramente.

“É uma alegria muito grande perceber que este

trabalho está contribuindo de forma positiva para

a melhoria da qualidade de vida dos associados.

Como profissional, é uma grande satisfação obser-

var que o objetivo da criação do NCSC foi atingido.

O servidor municipal vem aqui para criar, recons-

truir, aprender a fazer coisas novas, participar de

atividades que sequer poderia imaginar que um

dia estaria fazendo. Essa é a grande beleza do Nú-

cleo”, enfatiza a gerente Elizabeth Alves Lima.

Page 104: Livro Assemp
Page 105: Livro Assemp

ATEN DIM ENTOS DE SAÚ DE

Associados da Assemp têm à disposição tratamen-to odontológico gratuito, atendimento psicológico, acupuntura, podologia e RPA. Além disso, por meio de convênio a entidade facilita o acesso e o paga-mento de medicamentos.

Page 106: Livro Assemp
Page 107: Livro Assemp

Atendimentos de saúde | 107

SAÚDE BUCAL

Em 1989 os servidores municipais foram surpre-

endidos com a notícia de que o Hospital Odilon

Behrens, que até então realizava atendimento ex-

clusivo ao funcionalismo, seria integrado ao Siste-

ma Único de Saúde e aberto a toda a população

da capital.

A mudança precarizou ainda mais o amparo à saú-

de do servidor e logo motivou uma atitude da di-

reção da Assemp. Membros da diretoria visitaram

diversas instituições e empresas – tais como Minas

Caixa, Banco do Brasil e Cemig – para conhecer

de perto os programas de assistência à saúde que

ofereciam a seus funcionários e, com base nas in-

formações coletadas, elaboraram um projeto que

foi levado ao prefeito Patrus Ananias.

A PBH, entretanto, recusou-se a efetivá-lo, o que

levou a Assemp a celebrar, por conta própria, um

convênio com a Santa Casa de Misericórdia para

a oferta de planos de atendimento à saúde do ser-

vidor. O Asemp Saúde foi o primeiro passo de um

serviço que hoje atende cerca de 20 mil pessoas,

entre associados e familiares.

Page 108: Livro Assemp

108 | Atendimentos de saúde

Com o sucesso da iniciativa, que oferecia – e ain-

da oferece – oportunidade de acesso a um aten-

dimento de qualidade por valores inferiores aos

praticados pelo mercado, a diretoria logo percebeu

que medidas como essa tinham potencial para ser

expandidas e não precisavam ficar restritas aos

planos de saúde.

Em outubro de 1996, o presidente Angelo Flo-

res assinou um contrato com a Uniodonto-BH e

passou a ofertar, também, planos odontológicos a

seus associados. Assim como ocorreu com o pla-

no de saúde, a grande demanda dos sócios pelo

Parceria com a Clínica Reabilitar oferece atendimento odontológico gratuito aos sócios da Assemp

Page 109: Livro Assemp

Atendimentos de saúde | 109

novo serviço levou o presidente a concluir que ha-

via tomado uma decisão acertada. Em pouco mais

de um ano, o convênio já atendia a mais de 1.300

pessoas.

Paulatinamente, o serviço de assistência odontoló-

gica da Assemp foi sendo incrementado, oferecen-

do novas opções aos associados. Em janeiro de

2004 a diretoria firmou convênio com o dentista

Wolney de Araújo e passou a oferecer atendimento

odontológico básico totalmente gratuito. À época,

o presidente Angelo Flores ressaltou que o novo

serviço da Assemp era uma resposta ao desampa-

ro da Prefeitura Municipal com os servidores. “No

decorrer de oito anos de arrocho salarial, o servi-

dor foi ficando com o salário defasado e, hoje, não

tem condições sequer de dar uma alimentação

digna à sua família, quanto mais visitar um dentis-

ta. Uma boca mal cuidada reflete diretamente na

saúde como um todo e influi também na questão

psicossocial das pessoas. Queremos dar o mínimo

de dignidade ao servidor e, dentre as tantas ações

que já realizamos, o atendimento odontológico

será mais um passo para isso”.

Em julho de 2010 uma nova parceria foi firmada,

com a Metlife, que passou a ofertar uma segunda

alternativa de plano odontológico. Menos de um

mês depois, a diretoria voltou a se movimentar e

assinou outro importante convênio, com a Clíni-

Page 110: Livro Assemp

110 | Atendimentos de saúde

ca Reabilitar, que também oferece atendimento e

tratamento odontológico gratuito aos associados.

Todos esses serviços se encontram, ainda hoje, à

disposição dos sócios da Assemp.

CONVÊNIOS COM DROGARIAS

No início de 1999 o presidente Angelo Flores já ha-

via promovido ações para amparar a saúde física e

bucal de seus associados. Faltava, ainda, enfrentar

um dos grandes vilões dos orçamentos familiares,

especialmente os de pessoas mais idosas: os gas-

tos com medicamentos. Pensando especialmente

neste público, o presidente Angelo Flores firmou,

em maio de 1999, um convênio com a Dynameis

Pharma, farmácia especializada em manipulação.

Além de adquirir remédios por preços mais aces-

síveis, uma vez que era ofertado um desconto de

25%, os associados tinham a opção de realizar o

pagamento por meio de desconto em folha.

Esse benefício foi estendido em outubro de 2004,

com o acordo com a Drogaria do Aposentado, que

garantiu aos sócios da Assemp um desconto de

até 30% na compra de medicamentos. Além do

abatimento no preço, a Associação ainda subsidia-

va um desconto adicional de 5% sobre o valor da

compra.

Page 111: Livro Assemp

Atendimentos de saúde | 111

Apesar das vantagens para os sócios, ambos os

convênios foram rescindidos após algum tempo,

por motivos diversos. O desejo de oferecer um

benefício dessa natureza, porém, nunca foi es-

quecido por Angelo Flores. Tanto que, em julho de

2012, a Assemp fechou um contrato de parceria

com a Drogaria Araujo, principal rede de farmácias

do Estado. Com o novo convênio, os associados ti-

veram acesso a um cartão – semelhante a cartões

de lojas – para realizar suas compras em qualquer

drogaria da rede. O pagamento só é feito no mês

subsequente à compra, por meio de boleto bancá-

rio enviado pelo correio.

A assinatura do contrato com a Araujo, que contou

com a participação do presidente da rede, Modes-

to Araujo, simbolizou a concretização de um anti-

go sonho da diretoria, em especial do presidente

Angelo Flores. “Tenho certeza que estamos dando

nossa contribuição para aliviar a dor e a aflição de

muitos”, afirmou na data da assinatura.

ESPAÇO VIVER BEM ASSEMP

Não foi somente por meio de convênios com em-

presas e profissionais liberais que a Assemp inves-

tiu na saúde de seus sócios. Desde a origem da

Escola para a Terceira Idade/Grupo Re-florir, em

1997, por exemplo, o psicólogo Sebastião Maciel

desenvolve um trabalho terapêutico em grupo com

VO C Ê S A B I A?

A Associação já teve um time de futebol. O Assemp Futebol Clube

foi criado em 1996 e disputou torneios

amadores da capital até o início dos anos 2000, chegando a conquistar

alguns troféus.

Page 112: Livro Assemp

112 | Atendimentos de saúde

os associados. Desde então, o time de psicólogos

da Assemp cresceu consideravelmente, contando

hoje com quatro profissionais.

Assim como o serviço de psicologia se desenvol-

veu, a Assemp, por meio do Núcleo de Convivên-

cia, investiu na diversificação de serviços e aten-

dimentos à saúde. No ano 2000, o acupunturista

Hans Genrich se integrou a equipe de facilitadores

do NCSC. Se havia algum receio de que as técni-

cas de acupuntura pudessem ser recebidas com

desconfiança pelos associados que frequentavam

o Núcleo, ele logo desapareceu. Apenas um ano

depois a gerente Elizabeth Alves Lima teve que

contratar mais um profissional para atender a de-

manda crescente.

O tratamento com agulhas se popularizou de tal

forma na Assemp que, em um espaço de onze

meses, entre março de 2011 e fevereiro de 2012,

três novos acupunturistas foram contratados.

Além disso, atendendo a um anseio dos próprios

associados, a gerência do Núcleo promoveu, nos

dias 23 e 24 de maio de 2011, o I Simpósio de

Acupuntura da Assemp, evento que contou com

número expressivo de participantes. A equipe hoje

é composta por cinco profissionais.

Outros dois serviços que caíram nas graças dos

sócios foram implantados em junho e agosto de

2006: Reeducação Postural e Alongamento e

VO C Ê S A B I A?

A logomarca e o lema atuais da Assemp surgiram no início de 1996. A concepção e criação são da Prismac Editoração.

Page 113: Livro Assemp

Atendimentos de saúde | 113

podologia. O trabalho de RPA, que atualmente

funciona no terceiro andar do edifício sede da As-

semp, é coordenado por dois fisioterapeutas. Já o

atendimento de podologia, que começou em um

espaço improvisado no 9º andar, conta hoje com

consultórios totalmente equipados e três profissio-

nais.

Até julho de 2012, todos esses atendimentos es-

tavam subordinados à gerência do Núcleo de

Convivência. Porém, o constante crescimento do

serviços de saúde e dos cursos regulares – dança,

yoga, oficinas etc – ocasionou uma sobrecarga de

Na área de saúde, a podologia é um dos serviços mais procurados na Associação

Page 114: Livro Assemp

114 | Atendimentos de saúde

trabalho. Para garantir que nenhuma atividade fos-

se sacrificada e, com isso, penalizasse os associa-

dos, a gerente Elizabeth Lima levou à diretoria uma

proposta de reestruturação do Núcleo.

Com a mudança aprovada foi criado o Espaço Vi-

ver Bem Assemp. Essa nova coordenação é res-

ponsável pelos atendimentos de saúde da Asso-

ciação – RPA, podologia, acupuntura e psicologia

clínica, enquanto o NCSC continua liderando os

cursos, oficinas e demais atividades. A coordena-

ção do Espaço Viver Bem está a cargo da gestora

de saúde Luciane Mateus, que estava na Assemp

Parte das equipes do Núcleo de Convivência e do Espaço Viver Bem reunidas na Semana do Servidor 2012

Page 115: Livro Assemp

Atendimentos de saúde | 115

desde maio de 2011, quando foi contratada para

estabelecer um canal de diálogo direto com repre-

sentantes das operadoras de planos de saúde, vi-

sando a resolver mais facilmente problemas que

porventura fossem apresentados pelos usuários.

Apesar da separação administrativa, o Núcleo de

Convivência e o Espaço Viver Bem atuam de forma

conjunta na busca primordial pelo bem-estar dos

associados. Prova disso são os eventos da Semana

do Servidor realizados em outubro de 2012 e de

2013, que promoveram quase 150 atividades vol-

tadas ao bem-estar físico e mental dos associados.

Page 116: Livro Assemp
Page 117: Livro Assemp

A LUTA POLÍTIC ACom a força e a representatividade de 14 mil sócios, a Assemp adota uma postura de defesa dos direitos dos servidores e de enfrentamento ao descaso e às decisões arbitrárias da Prefeitura de Belo Horizonte.

Page 118: Livro Assemp
Page 119: Livro Assemp

A Luta política | 119

POLÍTICA DE CORDIALIDADE

Quando foi criada, em 1958, a Assemp tinha por

objetivo defender os direitos dos aposentados fren-

te ao descaso da Prefeitura com esses servidores.

Contudo, a baixa representatividade e a falta de

recursos financeiros sempre forçaram a diretoria

a adotar uma postura de subserviência ao Poder

Executivo. Dessa forma, a luta política a qual a

Associação se propunha se limitava ao envio de

ofícios e solicitações informais ao prefeito, que não

raramente ignorava os anseios da diretoria e de

seus associados.

Esse posicionamento só começou a mudar no final

da gestão do presidente Antônio Carlos Nonato de

Menezes (1969-1986) e se intensificou no man-

dato de Orlando Vignoli (1986-1988). Cansada de

esperar pela boa vontade da PBH, a diretoria ini-

ciou uma série de incursões judiciais na busca por

direitos individuais e coletivos dos servidores. A vi-

tória em algumas dessas ações deu um indicativo

de que, dali em diante, a Assemp deveria assumir

uma postura mais combativa e um pouco menos

“diplomática”.

Page 120: Livro Assemp

120 | A Luta política

Com a chegada de Saulo Converso Lara à pre-

sidência, a Associação começou a encampar al-

gumas lutas. Foi dessa forma, com pressão das

categorias e forçando a PBH a sentar-se à mesa

de negociações, que vários direitos foram conquis-

tados, tais como o enquadramento dos agentes

fazendários, o pagamento do adicional por tempo

de serviço e de gratificação de produtividade fiscal

aos aposentados e a extinção da proposta da Pre-

feitura de pôr fim ao amparo de chefia.

FÓRUM DAS ENTIDADES

Em 1995, a posse do presidente Angelo Flores

coincidiu com um momento crucial para o funcio-

Fórum das Entidades surgiu em 1997 para lutar contra a criação do Impas

Page 121: Livro Assemp

A Luta política | 121

nalismo. Estava em discussão na Câmara Munici-

pal o projeto do Estatuto dos Servidores. Ciente da

relevância do tema, o presidente promoveu deba-

tes na sede da Associação com vereadores que

estavam envolvidos no projeto, para que pudes-

sem ouvir a opinião e colher sugestões dos pró-

prios servidores.

Uma das iniciativas de maior impacto da primei-

ra gestão de Angelo Flores, entretanto, surgiu em

1997. Naquele ano, a PBH enviou à Câmara a

proposta de emenda à Lei Orgânica 308/97, que

criava o Instituto Municipal de Previdência e As-

sistência Social (Impas), uma autarquia que ficaria

responsável pela gestão do sistema de previdência

e assistência social dos servidores.

O fato de a Prefeitura ter enviado o projeto na sur-

dina, sem nenhuma discussão com as entidades

que representavam os servidores, causou a irrita-

ção do presidente da Assemp e de outros dirigen-

tes sindicais. Por sugestão de Angelo Flores, um

grupo formado pela Assemp, Sindibel, Sinfisco,

Aplena, Asfim, Aprom e Afisa começou a se reu-

nir semanalmente para discutir o projeto da PBH e

elaborar propostas alternativas. A esse grupo, que

ficou conhecido como Fórum das Entidades, se

juntaram mais tarde outras entidades, como Som-

ge, Asselurb e Sind-UTE.

VO C Ê S A B I A?

O nome do jornal Notícia Urgente foi escolhido em um concurso. Os outros

nomes concorrentes eram Jornal Integração, A Voz da Verdade, O Jornal da Verdade, O Jornal dos

Nossos Direitos, Jornal da Nossa Defesa, Jornal da Verdade e Justiça, O

Grande Companheiro, Unidade Funcional e

Novos Rumos.

Page 122: Livro Assemp

122 | A Luta política

A ideia por trás do Fórum era simples: promoven-

do suas reivindicações em conjunto, as entidades

conseguiam mais força de negociação e, até mes-

mo, de pressão, caso houvesse necessidade de

uma mobilização de rua. A iniciativa logo se mos-

trou acertada. Em 22 de setembro o prefeito Célio

de Castro tirou o projeto de criação do Impas de

tramitação e se comprometeu a discuti-lo com os

servidores.

Ao que aparenta, a Prefeitura acabou deixando

a proposta de lado, o que arrefeceu o debate. O

tema só voltou à pauta em maio de 1999, quan-

do o Fórum das Entidades promoveu na Câmara o

seminário A Estruturação da Previdência dos Ser-

vidores Municipais de Belo Horizonte.

CAMPANHAS SAL ARIAIS

No ano 2000, o Fórum das Entidades lançou sua

primeira campanha salarial conjunta. Os servido-

res municipais estavam há três anos sem reajuste

e o clima de insatisfação era grande. Em função de

aquele ser um ano de eleições municipais, porém,

as negociações acabaram sendo comprometidas,

já que a legislação eleitoral impede a concessão

de reajustes salariais nos seis meses anteriores ao

pleito. Aos servidores restou a incorporação de um

abono de 9%, com pagamento escalonado entre

2000 e 2001.

Page 123: Livro Assemp

A Luta política | 123

Em 2002, o Fórum das Entidades voltou às ruas

com uma nova campanha salarial. A intransigên-

cia da Prefeitura em negociar acabou arrastando

a negociação até setembro de 2003, quando os

servidores finalmente conseguiram um reajuste

em seus vencimentos. Essa campanha também

ficou marcada pela aprovação dos planos de car-

reira dos trabalhadores da Fiscalização Geral e da

Administração.

Por essa época, o Fórum das Entidades já de-

monstrava enfraquecimento. Novos dirigentes as-

sumiram a direção de alguns dos sindicatos que

compunham o grupo e abandonaram a ideia da

luta conjunta. Preocupados em garantir prestígio

Presidente Angelo Flores ocupa tribuna do plenário da Câmara em campanha salarial dos servidores

Page 124: Livro Assemp

124 | A Luta política

pessoal, voltaram a realizar negociações individu-

ais com a Prefeitura, levando à extinção do Fó-

rum. Em abril de 2005 foi realizado o último ato

de campanha conjunto, em uma audiência pública

na Câmara dos Vereadores. Posteriormente, as en-

tidades só voltaram a se reunir em uma campanha

salarial em 2011, em uma tentativa de reaproxima-

ção que mostrou resultados, já que foram obtidos

reajustes que variaram de 13% a 24%.

REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA

Em 2010 uma notícia pegou os servidores de

surpresa. Após 53 anos de funcionamento, a Be-

neficência da Prefeitura Municipal iria fechar as

portas. A extinção da Beprem já estava prevista

1º Encontro Assemp de Previdência Municipal mobilizou os associados em 2012

Page 125: Livro Assemp

A Luta política | 125

desde a aprovação da Lei Orgânica do Município,

em 1990, mas sem definição sobre a criação do

Impas, a situação se arrastava. Paralelamente, um

outro projeto criado pela Prefeitura e enviado à Câ-

mara propunha a reestruturação do Regime Pró-

prio de Previdência dos Servidores (RPPS).

Como usual, ambos os projetos foram elaborados

pela PBH sem nenhum debate com os principais

interessados, os servidores. A atitude gerou uma

reação imediata das entidades, incluindo a As-

semp, que conseguiram barrar a tramitação dos

projetos. Durante um ano foram realizadas uma

série de reuniões, debates e audiências com mem-

bros da Prefeitura para negociar pontos polêmicos

dos projetos, que acabaram sendo revisados e

transformados em um só, uma vez que tratavam

de temas afins.

Mesmo sem contemplar todas as exigências das

entidades, o projeto de reestruturação do RPPS

e de extinção da Beprem foi aprovado no fim de

2011. Dentre outros pontos, a nova lei previa a

criação de dois fundos para o pagamento das apo-

sentadorias e a formação de um Conselho de Ad-

ministração, composto por representantes da PBH

e dos servidores, responsável pela gestão desses

fundos.

A eleição direta para os membros do Conselho foi

realizada em 16 de março de 2012. O presidente

VO C Ê S A B I A?

Em 16 de dezembro de 1997 a Assemp recebeu

o Diploma de Honra ao Mérito da Câmara Municipal. Onze anos mais tarde, uma outra solenidade na Câmara

celebrou os 50 anos de fundação da entidade.

Page 126: Livro Assemp

126 | A Luta política

Angelo Flores, indicado a uma das vagas na cha-

pa formada por servidores municipais, foi eleito e

ocupa uma das seis vagas do Conselho de Admi-

nistração destinadas aos trabalhadores.

Desde então, o Conselho de Administração do

RPPS tem se reunido mensalmente para discutir

os rumos da previdência municipal. Concomitan-

temente, a Assemp tem se mobilizado para ouvir

os servidores e engajá-los nas discussões. Em 11

e 18 de junho de 2012, a diretoria organizou dois

debates na sede da Associação com a presença

do secretário adjunto de Gestão Previdenciária,

Márcio Dutra. Já nos dias 18 e 19 de setembro, a

entidade promoveu um grande evento no auditó-

rio da Igreja São José. O 1º Encontro Assemp de

Previdência Municipal reuniu uma série de profis-

sionais e especialistas envolvidos com a questão

previdenciária para apontar caminhos e sugestões

que possam ser aproveitados pelo RPPS.

Page 127: Livro Assemp

G RU PO DE TE ATROUma despretensiosa oficina teatral, uma apresen-tação em Contagem e cinco prêmios na mão. Foi com essa trajetória meteórica que surgiu e cresceu o Grupo de Teatro da Assemp, que comemorou dez anos em 2011.

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Page 129: Livro Assemp

Grupo de Teatro | 129

BATUCADA DE BAMBA

No segundo semestre de 2000, como parte das

ações de expansão do Núcleo de Convivência,

foi criada uma oficina teatral coordenada por Ilder

Miranda Costa. A motivação e o talento natural de-

monstrado por associados que se inscreveram na

atividade, inclusive por alguns que nunca tinham

pisado em um teatro, nem mesmo como especta-

dores, levaram à ideia de montagem de uma peça.

O espetáculo de estreia do grupo foi Batucada de

Bamba, que tinha como pano de fundo o boato

sobre a iminente morte de Sô Quim, um fanático

torcedor de futebol. Com a notícia se espalhando

rapidamente, os moradores da cidade começaram

a visitar Sô Quim para pedir-lhe graças ou que le-

vasse recados aos parentes já falecidos.

Ao todo, Batucada de Bamba teve 18 apresenta-

ções, que reuniram um público de três mil pesso-

as. O auge da peça aconteceu em julho de 2001,

quando o grupo participou do Festival de Teatro de

Palco e Rua da Fetemig, em Contagem. Concor-

rendo com outras 42 apresentações, Batucada de

VO C Ê S A B I A?

Durante alguns anos, a Assemp promoveu

festas de natal para seus associados. A última,

em dezembro de 2000, reuniu mais de 4 mil

pessoas no Expominas.

Page 130: Livro Assemp

130 | Grupo de Teatro

Bamba recebeu nove indicações ao prêmio Teuda

Bara, conquistando cinco deles, incluindo o prê-

mio máximo do festival: Melhor espetáculo, Melhor

direção (Ilder Miranda Costa), Melhor texto, Melhor

atriz coadjuvante (Corina Célia) e Melhor ator co-

adjuvante (Luiz Manoel).

AINDA ME LEMBRO

Em 2002, a direção do Grupo de Teatro da As-

semp foi assumida por Tarcísio Ramos Homem. A

primeira criação do grupo sob o comando de Tar-

císio foi Ainda me lembro, baseada no livro O Dom

da História, de Clarissa Pinkola Estés.

A peça, apresentada em julho de 2003 no Fest

Minas, festival de teatro de Contagem, recebeu

Ainda me lembro foi a segunda montagem do Grupo de Teatro da Assemp

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Page 132: Livro Assemp

132 | Grupo de Teatro

dois prêmios do júri: Melhor espetáculo – categoria

adulto e Melhor ator. Ainda me lembro também

recebeu indicações a Melhor texto original, Melhor

direção e Melhor atriz.

2004-2011

O período de 2004 a 2011 foi de intensa criação

para o Grupo de Teatro. Em sete anos, Tarcísio e

os atores conceberam e apresentaram seis peças:

Perfume de Gardênia (2004), O vestido (2006), A

ilha desconhecida (2007), O beijo do mar (2009),

Exercícios para o riso (2010) e Canto e costura

(2011). Dessas, destaca-se Perfume de Gardê-

nia, peça que até hoje é lembrada pelos atores e

demais associados. Ambientado em um salão de

baile, o espetáculo alternava diálogos com famosos

boleros e valsas da época de ouro do rádio.

A última apresentação do grupo foi em 28 de ju-

nho de 2011. Motivado por novos projetos pro-

fissionais, Tarcísio anunciou seu desligamento da

Assemp. Com o fato, a diretoria decidiu dar uma

pausa no grupo e retomar a oficina de teatro, que

possibilita a participação de um maior número de

associados. A despedida foi no Terraço Assemp,

com a encenação da peça Canto e costura. Des-

de então, a oficina de teatro foi reativada, com a

coordenação de Ana Amélia Cabral de Bastos , e

ganhou um espaço próprio: uma sala na sede da

rua Rio de Janeiro.

VO C Ê S A B I A?

O Assempinho, mascote da Assemp, surgiu de um projeto de uma revista em quadrinhos, que fez parte do Notícia Urgente de 2002 a 2004.

Page 133: Livro Assemp

Grupo de Teatro | 133

INTEGR ANTES

Ao longo de dez anos de existência, o Grupo de

Teatro da Assemp contou com a participação de

vinte integrantes. São eles: Celina Baptista, Corina

Célia, Deuziana Santos, Domingos Mancini, Gua-

dalupe Oliveira, Íris Anísia, Laudici Ferreira, Léa

Augusta, Luís Manoel, Madalena Coelho, Maria

Geralda, Maria José Dias, Maria José Itaborahy,

Maria José Noronha, Neide Bibiano, Néria Barbo-

sa, Odete Soalheiro, Salomé Campos, Wilma Silva

e Zaíra Márcia.

Alguns destes atores permanecem, ainda hoje,

como integrantes da oficina de teatro, com pers-

pectivas de retomarem os ensaios e apresentações

do grupo.

Page 134: Livro Assemp
Page 135: Livro Assemp

M EDA LH A A SSEM P DE SOLIDA RIEDA DE

Entre os anos 2000 e 2002, a diretoria da Assemp promoveu a entrega da Medalha de Solidariedade, um reconhecimento a pessoas e entidades que dedi-cam suas vidas em benefício do próximo.

Page 136: Livro Assemp
Page 137: Livro Assemp

Medalha Assemp de Solidariedade | 137

I MEDALHA ASEMPBH DE SOLIDARIEDADE

A questão da fraternidade sempre esteve presen-

te no DNA da Assemp, que assumiu esse concei-

to como lema, posteriormente modificado para

“Acima de tudo, a fraternidade”. Em 2000, para

consagrar esse espírito e homenagear pessoas,

instituições e empresas que atuavam em favor do

próximo, a diretoria instituiu a Medalha Asempbh

de Solidariedade.

A primeira edição do evento foi realizada no dia 28

de junho de 2000, no auditório da Associação Co-

mercial de Minas. A condecoração foi entregue a

20 homenageados, escolhidos por uma comissão

especial. Na entrega das medalhas, o presidente

Angelo Flores fez questão de ressaltar que o ob-

jetivo da homenagem era estimular a participação

cada vez maior da sociedade em ações comunitá-

rias. Os homenageados com a I Medalha Asem-

pbh de Solidariedade foram:

• Abrigo Frei Otto

• Associação das Voluntárias do Hospital Mário Penna

Page 138: Livro Assemp

138 | Medalha Assemp de Solidariedade

• Casa de Recuperação Toxicômanos/Álcool “Koynomia”

• Celso Mello de AzevedoProvedor da Santa Casa de Misericórdia

• Centro de Valorização da Vida

• Circo de Todo Mundo

• Enilson Caldeira PereiraDelegacia Especializada de Atendimento ao Idoso

• Eny de CarvalhoArtista plástica voluntária do Projeto Pró-Menor da Igreja do Carmo

• Grupo de Apoio e Prevenção da Aids – Gapa

Presidente Angelo Flores entrega medalha ao amigo e secretário-geral da Assemp, João Viana do Vale

Page 139: Livro Assemp

Medalha Assemp de Solidariedade | 139

• Capitão BM João Luís RamosCorpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais

• João Viana do ValeSecretário-geral da Asempbh

• Jornada pelo Natal da Criança / Jornal Estado de Minas

• Maria das Graças MarçalAssociação dos Catadores de Papel, Papelão e Mate-riais Reaproveitáveis – Asmare

• Maria Magdalena AraújoLar Teresa de Jesus

• Maurício Alves PereiraEducador social da Pastoral do Menor

• Movimento Cidadania pelas Águas

• Núcleo Assistencial Caminhos para Jesus

• Olga SilvaProfessora aposentada da rede municipal de ensino

• Projeto Sambalelê / Grupo Corpo

• Salão do Encontro

I I MEDALHA ASEMPBH DE SOLIDARIEDADE

A segunda edição da Medalha Asempbh de So-

lidariedade prestou homenagem a sete entidades

e três pessoas que desenvolviam trabalhos volun-

tários. A solenidade foi realizada no auditório da

Câmara dos Dirigentes Lojistas, no dia 21 de junho

de 2001.

VO C Ê S A B I A?

Por sua atuação à frente da Assemp, o

presidente Angelo Flores já foi homenageado com

o Diploma de Honra ao Mérito e com o

Grande Colar do Mérito Legislativo Municipal

Oscar Niemeyer, ambos concedido pela Câmara

dos Vereadores.

Page 140: Livro Assemp

140 | Medalha Assemp de Solidariedade

Além da premiação, o evento contou com uma pa-

lestra do professor Demóstenes Romano, articu-

lador da Central do Voluntariado de Minas Gerais,

que falou sobre a importância de ações que bus-

cam minimizar carências e resgatar a dignidade

humana. O Grupo Sambalelê, um dos homenage-

ados com a I Medalha Asempbh de Solidariedade,

também realizou uma apresentação artística para

o público presente. Os dez homenageados foram:

• Associação Família de Cana

• Associação dos Leucêmicos de Minas Gerais - Leuceminas

A então vice-presidente da Assemp, Maria de Lourdes Castro, e o fundador da Leuceminas

Page 141: Livro Assemp

Medalha Assemp de Solidariedade | 141

• Associação Profissionalizante do Menor de Belo Horizonte – ASSPROM

• Casa Dom Bosco

• Célida Pires Berto BragaMãe de 53 filhos adotivos

• Fundação Dom Bosco

• Márcia ProtznerProjeto Adote um Idoso

• Natalina Maria de SouzaDistribuição de sopa na Vila Bernadete

• Projeto Meu Quarteirão no Mundo e o Mundo no Meu Quarteirão – Central do Voluntariado em Minas Gerais

• Projeto Providência

I I I MEDALHA ASSEMP DE SOLIDARIEDADE

O ano de 2002 marcou a última solenidade de

entrega da Medalha Assemp de Solidariedade e,

também, a mais emocionante. Além da apresenta-

ção do Coral Pequenos Cantores da Serra, que en-

cantou o público presente, uma palestra proferida

pela Major Mírian Assumpção Lima ficou gravada

na história do evento e na memória dos que a ou-

viram. Mírian desenvolvia um trabalho educativo

com jovens e adolescentes na região da Cabana

do Pai Tomás, uma das áreas mais atingidas pela

violência na capital. Em poucas palavras, a major

resumiu o espírito que a Assemp sempre pregou

Page 142: Livro Assemp

142 | Medalha Assemp de Solidariedade

e buscava propagar com a Medalha de Solidarie-

dade.

A paz que nos desenvolva a consciência da luta por um mundo que não se torne insuportável para a espécie humana, que nos desenvolva a indignação e nos faça exigir igualdade de oportunidades para todos, que nos ensine a harmonia, mas não a passividade.

Os dez homenageados com a III Medalha Assemp

de Solidariedade em 2002:

• Associação Comunitária de Artesãos e Biscateiros Solidários – Promovendo

• Associação de Incentivo à Arte e à Cultura – Cooperart

Abertura da solenidade de entrega da III Medalha Assemp de Solidariedade

Page 143: Livro Assemp

Medalha Assemp de Solidariedade | 143

• Associação Mineira de Pais e Amigos para Prevenção e Recuperação do Abuso de Drogas – Ampare

• Casa de Caridade Herdeiros de Jesus

• Centro Educacional Professor Estevão Pinto – Cepep

• Fundação CDL Pró-Criança

• Irene AdamsVoluntária na Clínica Ammor, que atende crianças de rua

• Major PM Mirian Assumpção LimaAtuação contra a violência nas escolas no Aglomerado Cabana do Pai Tomás

• Obras sociais da Paróquia Nossa Senhora do Carmo

• Projeto Assistencial Novo Céu

Page 144: Livro Assemp
Page 145: Livro Assemp

SERV IÇOS EBEN EFÍCIOS

Estar sempre ao lado do servidor, auxiliando-o no que for possível, é uma das políticas da Assemp. É por isso que os associados dispõem de tantos bene-fícios e serviços oferecidos pela entidade.

Page 146: Livro Assemp
Page 147: Livro Assemp

Serviços e benefícios | 147

MICROCRÉDITO

Desde o surgimento da Assemp a questão salarial

dos servidores, especialmente a dos aposentados,

foi alvo da preocupação e de ações das diretorias.

Não por acaso, um dos primeiros serviços ofere-

cidos aos sócios, ainda na década de 1970, foi o

de empréstimos de pequenos valores. Apesar de

todas as dificuldades financeiras enfrentadas pela

Associação em seus anos iniciais o benefício sem-

pre foi mantido, uma vez que se tinha ciência de

sua importância para os associados mais carentes.

Na década de 1980, esses empréstimos passa-

ram a ficar conhecidos como “rápidos”, devido ao

fato do prazo de pagamento ser curto. A ideia não

era realizar empréstimos de longa duração, mas

oferecer uma complementação de fim de mês aos

associados até o pagamento da Prefeitura ser efe-

tuado. Por esse motivo, durante um bom tempo o

valor do rápido esteve vinculado ao preço do boti-

jão de gás.

Somente em fevereiro de 1995 a Assemp passou

a oferecer uma segunda modalidade de emprésti-

Page 148: Livro Assemp

148 | Serviços e benefícios

mo, com valores maiores e pagamento parcelado.

O novo serviço logo se popularizou e transformou-

-se numa ação permanente da Associação. Em

fevereiro de 1999, o setor financeiro emprestava

uma média mensal de R$ 30 mil na modalidade

simples – com valores de R$ 30 a R$ 120 – e R$

95 mil na modalidade especial, que concedia em-

préstimos de R$ 200 e R$ 300.

O grande passo da Assemp nesse campo, porém,

foi dado em novembro de 2003, com o lançamen-

Angelo Flores assina contrato de parceria com o Banco BMG

Page 149: Livro Assemp

Serviços e benefícios | 149

to do microcrédito, que oferecia empréstimos de

R$ 150 a R$ 1.000 com taxa de juros de 2,4% ao

mês. Em apenas dez dias de funcionamento do

benefício foram liberados R$ 124 mil. Ao final de

dois anos, o microcrédito já havia emprestado R$

4 milhões.

Contudo, o crédito próprio não era o único esforço

da Associação. Em 2003, quando o microcrédito

foi lançado, a diretoria já havia estabelecido con-

vênios com o Banco Minas e Bonsucesso para

liberação de empréstimos aos associados. Poste-

riormente, a Assemp ainda realizou convênios com

o BMG e Mercantil. Mais recentemente, em janeiro

de 2012, a Caixa Econômica Federal também con-

cretizou uma parceria com a entidade.

Paralelamente, a grande procura pelo microcrédito

fez a Assemp alterar as regras de juros e de valores

por diversas vezes. Atualmente, o serviço conce-

de empréstimos de até R$ 1.000 para pagamento

sem juros ou até R$ 3.000, com taxas que variam

de 1,2% a 1,5% ao mês.

NOTÍCIA URGENTE

Visando dar mais visibilidade às realizações que

estavam em curso e, com isso, angariar novos só-

cios, na reunião de 29 de abril de 1969 foi sugeri-

da a criação de um jornal da Associação, que cir-

VO C Ê S A B I A?

A professora municipal Sílvia Souza foi a

associada de número 14 mil da Assemp. Ela se filiou em novembro de

2010.

Page 150: Livro Assemp

150 | Serviços e benefícios

culou pela primeira vez no início de 1970. Como os

recursos financeiros e tecnológicos eram bastante

restritos, o informativo limitava-se a uma folha de

papel A4, com as notícias datilografadas uma abai-

xo da outra, sem imagens. Os assuntos tratados

geralmente giravam em torno de prestações de

conta da Assemp e informações gerais sobre os

empréstimos e auxílios-funeral. Pela falta de regis-

tros, não é possível determinar por quanto tempo

o jornal manteve-se ativo, mas a dificuldade em

produzi-lo, relatada na primeira edição, leva a crer

que ele não tenha ido muito longe.

Um novo veículo de comunicação só surgiu na

Assemp em novembro de 1990, já na gestão de

Saulo Converso Lara. O Asempbh Informe era um

boletim frente e verso e teve quatro edições. Em

outubro de 1991 ele foi substituído pelo Jornal da

Associação, que possuía quatro páginas e apre-

sentava uma diagramação mais elaborada, seme-

lhante a de jornais convencionais.

Já nessa primeira edição anunciou-se um con-

curso promovido pela diretoria para a escolha do

nome e da logomarca do jornal. O vencedor da

disputa foi o associado Carlos Jorge, que recebeu

um prêmio de Cr$ 30 mil. Assim, em novembro

daquele ano circulou pela primeira vez o Notícia

Urgente, que trouxe na capa uma chamada sobre

Page 151: Livro Assemp

Serviços e benefícios | 151

a rejeição de contas do prefeito Pimenta da Veiga

pelo Tribunal de Contas do Estado.

A partir da edição número 4, veiculada em dezem-

bro de 1992, a produção do jornal foi assumida

pela jornalista Elza Sena, funcionária contratada

pela diretoria. Coube à profissional sedimentar

o papel do Notícia Urgente como um veículo de

comunicação atuante e respeitado. Elza esteve à

Fundado em 1991, Notícia Urgente é o grande porta-voz do servidor municipal

Page 152: Livro Assemp

152 | Serviços e benefícios

frente do jornal durante 13 anos, até se desligar da

Associação.

De 2005 em diante a produção do Notícia Urgente

passou a ser feita por agências de jornalismo es-

pecializadas.

Nestes mais de 20 anos de existência, o jornal tem

desempenhado uma importante função de denun-

ciar problemas envolvendo o funcionalismo muni-

cipal e de trazer informações de relevância a esse

público que não tenham espaço na grande mídia.

Nas eleições municipais de 1996, 2000 e 2004,

o Notícia Urgente realizou entrevistas com todos

os candidatos a prefeito, dando espaço ao debate

de ideias e proporcionando condições de que os

servidores conhecessem as propostas de seus fu-

turos patrões.

Importantes campanhas e reportagens também

estamparam as páginas do Notícia Urgente nos

últimos 22 anos. Foi por meio dele, por exemplo,

que a diretoria lançou o movimento pelas eleições

diretas na Beprem, em 1996. Em agosto de 2009,

uma grande reportagem revelou o rombo nos co-

fres de Beneficência, culminando em seu fecha-

mento no ano seguinte.

A partir de 2012, com a aprovação da nova lei

do RPPS, o jornal, refletindo um posicionamento

da Assemp, abraçou a questão previdenciária e

Page 153: Livro Assemp

Serviços e benefícios | 153

passou a abordar o assunto sistematicamente. Em

setembro de 2012, um especial que detalhava a

relação e a situação dos imóveis da Beprem gerou

grande repercussão, levando o secretário adjunto

de Gestão Previdenciária a ressaltar a qualidade da

matéria jornalística.

O Notícia Urgente está subordinado à área de

Comunicação da Assemp, sob responsabilidade

do jornalista José Almir da Rosa. Ele também é

responsável pela Ouvidoria da Associação, mais

uma das ideias do presidente Angelo Flores que

se mostrou acertada. Criado em maio de 2005,

o serviço tem por objetivo estreitar os laços com

os sócios, oferecendo um canal para que possam

apresentar demandas, sugestões e reclamações.

Anualmente o ouvidor da Assemp realiza mais de

mil atendimentos a associados e dependentes.

Complementando a área de Comunicação a As-

semp conta com seu site oficial – www.assemp.

org.br – além de estar presente nas principais re-

des sociais online.

DEPARTAMENTO JURÍDICO

A Assistência Jurídica na Assemp tem suas raí-

zes no trabalho realizado por Orlando Vignoli, na

década de 1970, durante a gestão do presidente

Antônio Carlos Nonato de Menezes (1969-1986).

VO C Ê S A B I A?

Em 2008, uma pesquisa realizada pelo Instituto

CP2 atestou que a Assemp possuía uma aprovação de 94,5%

entre seus associados.

Page 154: Livro Assemp

154 | Serviços e benefícios

Este trabalho teve continuidade, posteriormente,

pelas mãos de José Henrique dos Santos Neto,

que como Vignoli, atuava em favor dos interesses

da entidade e também dos associados.

Formalmente, porém, a Assistência Jurídica na

Assemp só foi criada em maio de 1997, sob coor-

denação dos advogados Gustavo Nassif e Rogério

Pereira. O serviço consistia em esclarecimento de

dúvidas jurídicas e no acompanhamento de ações

no Procon e no Juizado de Pequenas Causas. Para

ações mais complexas, os advogados atendiam os

associados em seu escritório, oferecendo descon-

to de 50% na cobrança de honorários. Isso ocor-

ria porque os profissionais não eram funcionários

contratados da Assemp, mas atuavam em regime

de PJ, sistema que perdurou por vários anos.

Em 2001, o serviço foi transformado em Coorde-

nadoria Jurídica, passando a ajuizar causas em

áreas como direito da família e a realizar a defesa

administrativa de servidores na Corregedoria Geral

do Município. Em apenas três meses, a coordena-

doria realizou 228 atendimentos.

Uma segunda mudança significativa no setor

aconteceu em 2009, com a contratação da advo-

gada Marcele Dias. Foram criados dois setores de

atendimento distintos, um de Direito Público – co-

ordenado por Marcele – e outro de Direito Privado,

sob responsabilidade de Rogério Pereira. Desde

Page 155: Livro Assemp

Serviços e benefícios | 155

então, o Departamento Jurídico da Assemp não

parou de crescer. Em 2012 foram 3.025 atendi-

mentos e 707 ações ajuizadas.

SERVIÇO SOCIAL

No início de 1997 a diretoria contratou a aluna de

Serviço Social Lívia de Vasconcelos Linhares para

realizar um trabalho de atendimento social com os

associados mais carentes. Em setembro do mes-

mo ano, com a saída de Lívia, chegou à Assemp a

profissional Maria Aparecida Alves de Oliveira ou,

simplesmente, Cida. Sob seu comando, o serviço

teve um grande impulso, sendo transformado no

setor de Serviço Social em julho de 2007. Com o

apoio de estagiários, Cida realiza atendimentos na

sede da Associação e também faz visitas a asso-

ciados mais velhos e com dificuldade de locomo-

ção.

BIBLIOTECA

Em reunião do dia 19 de junho de 1970, o sócio

Wantuir de Santa Rita propôs à diretoria a criação

de uma biblioteca que seria formada a partir de

doações feitas pelos associados e seus familiares.

A ideia foi recebida com bastante entusiasmo e a

biblioteca chegou a receber seus primeiros exem-

plares, os quatro volumes da Enciclopédia de Co-

Page 156: Livro Assemp

156 | Serviços e benefícios

nhecimentos Gerais.

O projeto, entretanto, não prosperou. A proposta

de criação de uma biblioteca só foi resgatada em

1998, quando foi fundado o Centro Educacional

da Asempbh. O projeto era de que a biblioteca,

inaugurada na antiga sede da rua Rio de Janeiro,

onde funcionava o CEA, disponibilizasse obras que

dessem suporte aos estudos dos alunos do Centro.

Em abril de 2003, a biblioteca – batizada com o

nome de Orlando Vignoli, em homenagem ao ex-

-presidente da Associação – foi transferida para o

nono andar do edifício da rua da Bahia. Lá perma-

neceu até agosto de 2012, quando foi levada para

a antiga sede da rua Tupis. O espaço, mais am-

plo, permitirá o crescimento do acervo de livros e

DVDs, que hoje já ultrapassa cinco mil exemplares.

CONVÊNIOS E PARCERIAS

Além de oferecer serviços e atendimentos de for-

ma direta, por meio de profissionais contratados,

a diretoria da Assemp sempre se mostrou preocu-

pada em realizar convênios com empresas e esta-

belecimentos comerciais para ampliar a gama de

benefícios oferecidos aos seus associados.

Essa prática se iniciou na gestão do presidente

Antônio Carlos Nonato de Menezes (1969-1986),

Page 157: Livro Assemp

Serviços e benefícios | 157

com a assinatura de um convênio com o serviço

funerário da Santa Casa de Misericórdia. O esta-

belecimento de convênios como uma política per-

manente de apoio ao associado, porém, se deu a

partir da gestão do presidente Angelo Flores. Os

convênios são constantemente atualizados e incre-

mentados, oferecendo aos sócios descontos, con-

dições especiais de pagamento e outras variadas

vantagens.

Como forma de ampliar sua abrangência e facili-

tar o atendimento em áreas específicas a Assemp

também conta com o apoio de empresas parcei-

ras. A Dedo de Prosa Produções é uma delas, res-

ponsável pela divulgação em rádio e TV da Asso-

ciação. Já as empresas Joaf Serviços (antiga Way

Negócios) e Navarro Consultoria têm por função

primordial a administração e venda dos planos de

saúde oferecidos pela Associação. É por meio de

uma parceria como essas, também, que a Assemp

oferece desde 2010 o serviço gratuito de preenchi-

mento da Declaração Anual do Imposto de Renda

Pessoa Física (IRPF).

ASSEMP ITINER ANTE

Como forma de tornar-se mais conhecida e esti-

mular a adesão de novos sócios, em julho de 2008

a Assemp promoveu uma apresentação de seus

serviços para servidores municipais na sede da

VO C Ê S A B I A?

José Almir da Rosa, jornalista e primeiro ouvidor da Assemp, foi descoberto pelo presidente Angelo

Flores no caderno de Classificados de um

jornal. Nascido no Paraná, José Almir

estava em busca de uma oportunidade profissional

em Minas e publicou um anúncio em um dos

principais jornais da capital.

Page 158: Livro Assemp

158 | Serviços e benefícios

Fundação Zoo-Botânica. A iniciativa foi o primeiro

passo de um projeto criado dois anos mais tarde, o

Assemp Itinerante. A ação consiste em visitas a lo-

cais de trabalho dos servidores para divulgação da

entidade e dos benefícios que ela oferece. Em três

anos de projeto, foram realizadas mais de 1.100

ações e cerca de 1.700 adesões de novos sócios.

TERR AÇO

O 13º andar do Edifício Minas Oeste foi o primeiro

a ser adquirido pela Assemp na rua da Bahia, em

1999. O espaço foi comprado para abrigar as ati-

vidades do Núcleo de Convivência, já que a sede

Terraço Assemp é um espaço dedicado a apresentações artísticas e aos tradicionais bailes da Associação

Page 159: Livro Assemp

Serviços e benefícios | 159

da rua Tupis não comportava mais seu crescimen-

to. Durante os últimos 13 anos, o local foi utilizado

com os mais variados fins, seja pelo NCSC, seja

por outros setores, como a assistência jurídica,

que funcionou lá por um curto período de tempo.

No início de 2010, após passar por uma reforma,

o 13º andar foi reinaugurado e rebatizado como

Terraço Assemp, passando a receber bailes, apre-

sentações artísticas e eventos culturais promovi-

dos pelo Núcleo. Desde fevereiro de 2011 funcio-

na no espaço, também, uma cantina, que oferece

almoço e lanches para os sócios e funcionários da

Associação.

O serviço é mais um projeto colocado em prática

pelo presidente Angelo Flores para beneficiar os

associados, especialmente aqueles que precisam

almoçar no centro da cidade. A cantina serve co-

mida de qualidade e a baixo custo, em um ambien-

te agradável e com rigorosos critérios de higiene.

Page 160: Livro Assemp

NOVO PRESIDENTE

Em dezembro de 2013, quando este livro já esta-

va sendo finalizado, o presidente Angelo Flores se

licenciou da Assemp por motivos de saúde. Seu

1º vice-presidente, Anselmo Horta Nassif, assumiu

interinamente o cargo no dia 5 de dezembro, fir-

mando o compromisso de dar continuidade ao tra-

balho de seu antecessor, incluindo esta obra.

Anselmo Horta Nassif assina o termo de posse em reunião do Conselho de Administração

Page 161: Livro Assemp

DI R E TO RI A

Presidente interinoAnselmo Horta Nassif

Presidente licenciadoAngelo Augusto Flores de Carvalho

Vice-presidenteCarlos Alberto de Oliveira

Diretor financeiroHoraldo de Oliveira Santos

CO NSE L H O FIS C A L

EfetivosManoel Teixeira Cardoso (presidente)Jair José TibúrcioSebastião Olindo de Mattos

SuplentesHélio MartinsMaurício Albino de Almeida

CO NSE L H O D E A D M I N IS T R AÇ ÃO

PresidenteWilliam Nagem

Vice-presidenteMaristela Teixeira de Oliveira

SecretáriaMaria do Carmo Michel Bedran

Demais integrantesAlbes Pereira CláudioAnselmo Horta NassifCarlos Alberto de OliveiraCarlos Alberto Tanure MunaierCorina Célia Loures BandeiraDirce Gonçalves PintoFábio Guaracy FassyGeraldo Dionísio de FreitasHoraldo de Oliveira SantosJosé Mário Gomes PereiraJosé Pereira LimaJuracy Ferreira Campos CunhaJussara Cacique Francisco TeixeiraLourdes Maria Fonseca SoaresLucimar Brasil da SilvaLucy Vieira de CarvalhoLuiz Manoel de SouzaMaria de Lourdes CastroMatilde Dolabela DiasNeyde de Freitas BrumRaymundo do Espírito SantoRaimundo Efigênio PimentaRoberto Dupin HenriquesSadi da SilvaSaulo Converso LaraSilvio BheringThais Helena Horta MouraWalfrido dos Santos Ramalho FilhoWildes Gouvea

DIRETORIA E CONSELHEIROS DA ASSEMP

Page 162: Livro Assemp

PORTARIA

A sede da ASSEMP fica no Edifício Minas Oeste

3º ANDAR

Recepção do Serviço Jurídico

CONHEÇA SUA ASSEMPPara recepcionar seus associados e oferecer toda a gama de serviços des-crita ao longo deste livro, a Assemp conta com uma grande e bem equipada infraestrutura física: são oito andares no Edifício Minas Oeste e duas lojas na rua Tupis, onde funciona a biblioteca. Conheça os espaços da Assemp.

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São seis escritórios para os advogados

Espaço de trabalho dos estagiários do Jurídico

Espaço Viver Bem é garantia de saúde

e bem-estar

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Salas de atendimento das sessões de Reeducação Postural e Alongamento – RPA

4º ANDAR

Uma ampla e confortável recepção para receber os associados

Guichês de atendimento aos sócios

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5º ANDAR

Recepção, sala de reuniões e antessala da Presidência

da ASSEMP

Centro de Processamento de Dados da ASSEMP

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6º ANDAR

Espaço para prosa e cafezinho – refeitório para sócios

Sala de aula utilizada para Cursos e Oficinas

Recepção das salas de aulas e Multimeios

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Espaço Multimeios

8º ANDAR

Núcleo de Convivência concentra cursos,

atividades e oficinas

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Secretaria e recepção do NCSC-ASSEMP

Uma das salas de aula da Dança de Salão

9º ANDAR

Ateliê de artes plásticas

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Sala onde são realizadas as oficinas

e cursos de artes plásticas

Sala de espera para yoga integral

Sala de aula para a prática de yoga

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10º ANDAR

Recepção do serviço de atendimento da podologia

Consultórios bem equipados e confortáveis para o tratamento dos pés

Recepção e sala de espera dos atendimentos da psicologia e acupuntura

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Consultórios amplos e acolhedores para o atendimento da psicologia clínica

Consultórios com excelente estrutura para a realização das sessões de acupuntura

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13º ANDAR

Recepção do Terraço ASSEMP

Na Cantina Terraço o almoço self-service alia qualidade e variedade a um preço ótimo

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Salão do Terraço ASSEMP, onde são

realizados os bailes e festividades da

Associação

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BIBLIOTECA/UNIDADE TUPIS

Sediada na rua Tupis, a biblioteca conta com um amplo espaço e áreas de leitura e jogos

O acervo passa de cinco mil obras, entre livros, periódicos e DVDs

UNIDADE RIO DE JANEIRO

A antiga sede é utilizada como arquivo e também espaço para as aulas do grupo de teatro

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