Livro Assemp
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ASSEMP: As histórias dentro da história
Assessoria de Comunicação e OuvidoriaJosé Almir da Rosa
Pesquisa e textosVitor Moreira
Capa, projeto gráfico e editoração eletrônicaGabriella Noronha
RevisãoElizabeth Alves LimaJosé Almir da RosaMaria Aparecida Alves de OliveiraRaquel Ribeiro
ImagensArquivo Assemp
Produção Editorial
Associação dos Servidores Municipais da Prefeitura de Belo Horizonte
Presidente interinoAnselmo Horta Nassif
Presidente licenciadoAngelo Augusto Flores de Carvalho
Vice-presidenteCarlos Alberto de Oliveira
Diretor financeiroHoraldo de Oliveira Santos
Presidente do Conselho AdministrativoWilliam Nagem
Presidente do Conselho FiscalManoel Teixeira Cardoso
Belo Horizonte - janeiro de 2014
A SS E M PAs histórias dentro da história
P R E FÁC I O
A P R E S E N TAÇ ÃO
P R I M E I R A S - G E S T Õ E S: 1958-1988
O C R E S C I M E N T O DA A SS O C I AÇ ÃO: 1988-1995
S E D E S DA A SS O C I AÇ ÃO
P L A N O S D E S AÚ D E
Q UA L I F I C AÇ ÃO E E D U C AÇ ÃO
N Ú C L EO D E CO N V I V Ê N C I A S O C I A L E C U LT U R A L
AT E N D I M E N T O S D E S AÚ D E
A L U TA P O L Í T I C A
G RU P O D E T E AT RO
M E DA L H A A SS E M P D E S O L I DA R I E DA D E
S E RV I ÇO S E B E N E FÍ C I O S
N OVO P R E S I D E N T E
D I R E T O R I A E CO N S E L H E I RO S DA A SS E M P
CO N H EÇ A S UA A SS E M P
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1958 1º D E M A RÇO
Fundada a Associação dos Funcionários Apo-sentados da Prefeitura de Belo Horizonte (Afap), tendo como presidente Euclydes Eloy Taves
M A I O
Sancionada a lei que garantia isonomia salarial entre os aposentados e servidores da ativa, gran-de bandeira da Afap
D E Z E M B RO
Inaugurada primeira sede da Associação, em uma sala alugada na rua São Paulo
A B R I L
Antônio Carlos Nonato de Menezes toma posse como segundo presiden-te da Afap
1969
1970Afap recebe a filiação do primeiro associado não--aposentado
O nome da entidade é alterado para Associação dos Servidores Muni-cipais da Prefeitura de Belo Horizonte (Asem-pbh)
1977
1981Asempbh inaugura sua primeira sede própria, na rua Rio de Janeiro
Orlando Vignoli é eleito o terceiro presidente da Asempbh
1986
1988Saulo Converso Lara, vice-presidente da Asso-ciação, assume após o falecimento de Orlando Vignoli
1994Associação firma convê-nio com a Santa Casa e lança o Asemp Saúde, plano de atendimento médico para os asso-ciados
JA N E I RO
Comissão reforma o Estatuto e garante mais autonomia ao presidente
O U T U B RO
Lançado o Jornal da As-sociação, rebatizado de Notícia Urgente a partir da segunda edição
1991
1995Angelo Flores é eleito o quinto presidente da Asempbh
1996Asempbh assina con-vênios com a Unimed e com a Matermed, para oferta de planos de saúde, e com a Unio-donto, para atendimento odontológico
J U L H O
Fundados o Centro Edu-cacional da Asempbh (CEA), para a oferta de cursos de informática e idiomas, e a biblioteca Orlando Vignoli
M A RÇO
Inaugurada a nova sede da entidade, na rua Tupis
1998
1997 F E V E R E I RO
Criada a Escola para a Terceira Idade/Grupo Re--florir, projeto ampliado para o Núcleo de Convi-vência no ano seguinte
M A I O
Diretoria cria a Assistên-cia Jurídica e o Serviço Social da Asempbh
J U N H O
Por iniciativa da Assemp, é fundado o Fórum das Entidades
1999 Inaugurado o 13º andar do Edifício Minas Oeste, na rua da Bahia, para abrigar atividades do Nú-cleo de Convivência
O U T U B RO
Asempbh inaugura o 9º andar do Minas Oeste
J U N H O
Criada a Medalha Asem-pbh de Solidariedade
2000
2001J U L H O
Estreia da primeira peça do Grupo de Teatro da Assemp, Batucada de Bamba
O U T U B RO
Passa a vigorar a sigla Assemp
Inaugurado o 8º andar do edifício Minas Oeste
2002
Associação lança o microcrédito para con-ceder empréstimos aos associados
2003
2013Anselmo Horta Nassif assume interinamente a presidência
2006Inaugurado o 10º andar do Minas Oeste
2007Sede administrativa é transferida para a rua da Bahia com a inaugura-ção do 4º e 5º andares
Assemp adquire o 3º e o 6º andares do edifício Minas Oeste
2009
J U L H O
Assinado convênio com a Drogaria Araujo
Criado o Espaço Viver Bem Assemp, responsá-vel pelos atendimentos de saúde
2012
PREFÁCIONo sexto andar da sede da Assemp há uma placa
comemorativa que marca a inauguração daquele es-
paço, em 2009. Nela está gravada uma passagem da
poetisa Cora Coralina que diz “O que vale na vida não
é o ponto de partida, e sim a caminhada. Caminhan-
do e semeando, no fim terás o que colher”.
Dessa forma enxergo a nossa entidade. Nascida sob
as frondosas árvores do Parque Municipal, a Assemp
vem semeando e colhendo bons frutos há 55 anos.
Neste mais de meio século de história, a Associação
conquistou o respeito e o afeto dos mais de 40 mil
servidores municipais da capital. Esse reconheci-
mento, entretanto, não veio de graça. As várias direto-
rias que se sucederam no comando da Assemp sem-
pre se empenharam em oferecer qualidade de vida e
bem-estar a seus sócios, especialmente àqueles que
gozam do merecido descanso da aposentadoria.
Hoje possuímos um patrimônio sólido, fruto do traba-
lho, perseverança e dedicação de homens e mulhe-
res que sempre acreditaram no propósito da fraterni-
dade, lema que a Assemp carrega em sua bandeira.
Somente nossa sede principal, na rua da Bahia, é
constituída de oito andares do edifício Minas Oeste,
sem contar as sedes das ruas Tupis e Rio de Janeiro.
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Acredito, entretanto, que o maior legado da Associa-
ção reside além das conquistas físicas, dos bens, dos
imóveis. O que faz da Assemp uma entidade verda-
deiramente fraterna é o esforço diário de amparar
seu associado, oferecendo-lhe uma mão amiga que
auxilia e conforta. Somos mais de 14 mil irmãos, que
como toda boa família defende e luta uns pelos ou-
tros. Afora os sócios, essa família também é compos-
ta pelos próprios funcionários da entidade. Hoje são
100, além dos estagiários, o que corrobora um outro
aspecto social da Assemp, o de geração de emprego
e renda.
Este livro que chega agora às suas mãos é uma ten-
tativa de materializar em palavras os sentimentos de
união, apoio e força que moldam a Assemp. Resga-
tando as histórias vividas, as batalhas vencidas e a
memória de grandes personalidades que se dedica-
ram à entidade poderemos compreender como foi
traçado o caminho que nos levou até aqui e preparar
o terreno para que mais bons frutos possam ser co-
lhidos adiante.
Continuemos caminhando e semeando.
Boa leitura.
Angelo Augusto Flores de Carvalho *
Presidente da Assemp
* Este texto já estava finalizado quando o presidente Angelo Flores se licenciou. Veja mais na página 160.
A PRE SENTAÇ ÃOA Associação dos Servidores da Prefeitura Municipal
de Belo Horizonte – Assemp nasceu do espírito aguer-
rido e empreendedor de servidores aposentados, que
vislumbraram na coesão de grupo a força para lutar
por seus direitos. Desde 1958, ano de sua fundação,
até os dias atuais, a história da Associação sempre
foi marcada por uma atuação destacada em diversos
âmbitos das vidas de seus sócios, dos servidores mu-
nicipais e da própria cidade de Belo Horizonte.
Esta obra busca resgatar alguns dos momentos e
passagens mais importantes dessa história. Entretan-
to, a versatilidade e a gestão polivalente da Assemp
não permitiriam que esse relato fosse feito da manei-
ra tradicional, sob o risco de fatos de grande relevân-
cia serem deixados de fora.
Dessa forma, pode-se dizer que este livro é dividido
em duas partes. A primeira delas contempla os dois
primeiros capítulos, que narram cronologicamente a
história da Associação desde o seu nascimento, em
1958, até a eleição do presidente Angelo Flores, em
1995.
Na segunda parte, que engloba os demais capítulos,
os acontecimentos não são mais divididos por perío-
dos ou datas, mas por grandes temas. Essa divisão se
deu por termos práticos: a partir de 1995, a Assemp
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vivenciou um vertiginoso crescimento. Pelas mãos da
diretoria, foi criada uma série de serviços e atividades
que se expandiram simultaneamente ao longo dos
últimos 18 anos. Narrar ano a ano o surgimento e o
desenvolvimento de cada um dificultaria o entendi-
mento e tornaria a leitura maçante.
Portanto, os acontecimentos e fatos históricos da As-
sociação ocorridos após 1995 não estão relatados
em sequência de tempo, mas divididos por assuntos,
em capítulos tais como “Planos de Saúde”, “Núcleo
de Convivência”, “Grupo de Teatro” etc.
Assim, o leitor pode conhecer as histórias dentro da
história. Por exemplo: caso queira saber como a sede
da Assemp saiu da rua Rio de Janeiro e chegou à rua
da Bahia, o leitor pode procurar pelo capítulo “Sedes
da Associação”, que narra detalhadamente todos os
fatos referentes ao assunto, ao invés de ficar pulando
o livro página por página atrás de informações.
Ao segmentar a obra dessa forma, objetiva-se tornar
a leitura mais fluida e permitir ao leitor uma compre-
ensão global do importante trabalho desenvolvido por
essa histórica e respeitada entidade. Será fácil per-
ceber, ao longo deste livro, que a Associação não é
apenas o serviço de empréstimo, a aula de dança ou
o atendimento jurídico, mas que as histórias de como
cada um desses serviços surgiram e se desenvolve-
ram é que, em conjunto, contam a história da própria
Assemp.
CORES EM DESTAQUE
Se as histórias confluem para contar uma única, é na-
tural que elas também se cruzem. Por isso, este livro
oferece outra inovação para facilitar a compreensão
dos fatos. Ao longo dos capítulos, alguns trechos do
texto estão marcados com cores diferenciadas. Cada
um desses destaques refere-se a outro capítulo do
livro, em que aquela história é narrada de forma mais
detalhada.
Exemplo: o leitor está no capítulo que fala sobre o
Centro Educacional Asempbh – CEA. Em certo ponto
do texto, há uma referência à Biblioteca Orlando Vig-
noli, marcada em rosa escuro. Essa marcação indica
ao leitor que, se ele for ao capítulo identificado com
aquela cor (Serviços e Benefícios), terá mais informa-
ções sobre a biblioteca além daquelas que já leu.
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NOMENCL ATUR AS
O nome e a sigla da Associação, ao longo dos anos,
foram grafados de diferentes formas. Quando cria-
da, em 1º de março de 1958, a entidade foi batizada
como Associação dos Funcionários Aposentados da
Prefeitura – Afap. Em maio de 1977, em razão de já
permitir a filiação de associados da ativa, o nome foi
alterado para Associação dos Servidores Municipais
da Prefeitura de Belo Horizonte, tendo como sigla
Asempbh. O nome da Associação ainda permanece
o mesmo até os dias atuais. A sigla, porém, foi re-
formada em outubro de 2001, passando a vigorar a
forma Assemp.
Neste livro, entretanto, optou-se por utilizar a designa-
ção Assemp em quase todas as menções à Associa-
ção, mesmo em passagens em que o nome vigente
era distinto. O nome original só foi preservado quando
há referência ao título de alguma atividade ou espaço,
como o Centro Educacional Asempbh, fundado antes
da alteração da sigla.
PRIM EIR A S G ES TÕES: 1958-1988
A Assemp nasceu em 1958 como uma entidade ex-clusiva de aposentados que praticava uma política de submissão à Prefeitura. Com o tempo, essa pos-tura deu lugar a uma entidade mais combativa e defensora dos direitos dos servidores.
Primeiras gestões: 1958-1988 | 19
NASCE A AFAP
Como a isonomia salarial entre funcionários da ati-
va e inativos não estava prevista na Constituição
Federal de 1946, os servidores aposentados fica-
vam a mercê da vontade política dos governantes
da época para receberem reajustes em seus ven-
cimentos. Para pôr fim a essa questão e garantir
um direito ao qual julgavam-se merecedores, um
grupo de aposentados da PBH, liderado por Eucly-
des Eloy Taves, fundou em 1º de março de 1958 a
Associação dos Funcionários Aposentados da Pre-
feitura de Belo Horizonte – Afap.
Poucos registros documentais remetem à criação
da Associação ou a seus fundadores. Somente
em ata de reunião do dia 30 de março de 1971,
quando foi realizada uma sessão solene em come-
moração ao 13º aniversário de fundação da Afap,
é possível verificar os nomes de seus 27 sócio-
-fundadores:
Às 16 horas na sede da Associação houve a entronização e benção da imagem de Jesus Cristo na sala de reuniões [...] Houve a chamada dos sócios fundadores já falecidos senhores Heráclito Lima e Almeida, José César
20 | Primeiras gestões: 1958-1988
Pereira da Silva, Eduardo do Espírito Santo, João Marques dos Reis, Gilberto Xavier de Alcântara, José Joaquim de Oliveira Quites, Manoel da Costa Leite e Sebastião Soares. Como homenagem póstuma aos grandes ausentes se fez um minuto de silêncio. Em seguida, pelo secretário geral, foi feita a chamada dos sócios fundadores vivos senhores Euclydes Eloy Taves, Antônio Carlos Nonato de Menezes, José Diniz de Sousa, Temístocles Campos, Geraldo Rezende Pinto, José Miguel da Silva, Orlando Vignoli, José Lopes, Salomão Monteiro da Silva, José Augusto de Oliveira, Aloísio Alberto R. da
A criação da Afap foi notícia no jornal Estado de Minas em 1958
Primeiras gestões: 1958-1988 | 21
Franca, Júlio Rubim, Geraldo Izabel de Freitas, Mário da Silva Melo, José Rodrigues, João Dias, Serafim Machado, João Silva e José Simplício. Todos responderam presente e tiveram grande aclamação por parte dos presentes.
O objetivo primordial da Afap era conseguir a
aprovação de uma lei municipal que garantisse
a paridade salarial entre os servidores municipais
da ativa e aqueles que já haviam se aposentado.
Curioso observar que esse objetivo foi alcançado
de forma rápida e relativamente fácil. Em 28 de
maio de 1958 o prefeito Celso Mello de Azevedo
sancionou a Lei 714/58, que instituía a isonomia
que os aposentados conclamavam. Essa lei tor-
nou-se referência por ser a primeira medida de
paridade salarial do Brasil, anterior até mesmo à
Solenidade do décimo terceiro aniversário da Afap reuniu alguns de seus sócio-fundadores
22 | Primeiras gestões: 1958-1988
Constituição Federal, e serviu de base a diversos
outros municípios e Estados.
Com a nova legislação em vigor, o prefeito acredi-
tava que a Associação deixara de ter um propósito
e, por isso, poderia ser dissolvida. Tal insinuação,
entretanto, causou irritação entre os associados, e
motivou o presidente da Afap, Euclydes Eloy Taves,
a enviar uma carta ao prefeito:
Belo Horizonte, 19 de setembro de 1958
Sr. Prefeito
Muito me surpreendeu quando V.Ex.a me falou que a Associação podia acabar, pois já havia alcançado o objetivo para o qual fôra ela fundada.
Nunca supus que V.Ex.a julgasse assim a Associação que tem a honra de tê-lo como Bandeira.
Deus há de permitir que o seu prognóstico seja falho e que a Associação ainda tenha a sua sede própria para nela instalar, com sua presença e com toda a pompa, o retrato do seu Presidente de Honra que muito dignifica a nossa entidade.
A Associação dos Funcionários Aposentados dessa Prefeitura muito lhe deve, Sr. Prefeito, e V.Ex.a ainda há de ajudá-la, esteja certo.
Com os nossos protestos de estima e consideração.
Euclydes Eloy Taves
A menção do presidente Euclydes Taves a uma
sede própria revelava um dilema vivido pela As-
Primeiras gestões: 1958-1988 | 23
sociação. Sem nenhum recurso, as reuniões se-
manais da Afap eram realizadas nas dependências
do Teatro Francisco Nunes, localizado no Parque
Municipal. Em algumas ocasiões, o administrador
do teatro se negava a emprestar o local e as reuni-
ões tinham que acontecer ao ar livre, embaixo das
árvores do parque.
Embora seus dirigentes fossem eleitos e tivesse o
status de entidade de classe, na prática, nos pri-
meiros tempos, o que é possível deduzir com base
na lembrança dos associados mais antigos é que
a Afap funcionava como um clube de congraça-
mento.
Os aposentados se reuniam uma vez por semana
para rememorar os bons tempos de quando esta-
vam na ativa e lamentar que os anos de dedicação
ao trabalho não eram reconhecidos pela Prefeitu-
ra, especialmente em períodos de reajuste salarial.
O espírito que dominava a Associação era o de
solidariedade. Apesar de já haver instituído men-
salidades para os sócios, o valor era muito baixo
e, os pagamentos, feitos com muita irregularidade.
Ainda assim, com os poucos recursos em caixa
buscava-se amparar os associados mais neces-
sitados. Em várias oportunidades, membros da
diretoria realizaram contribuições do próprio bol-
so para custear despesas administrativas ou para
socorrer um sócio em dificuldades.
VO C Ê S A B I A?
No final da década de 1950, uma outra
entidade com o nome de Associação dos
Servidores da Prefeitura de Belo Horizonte
foi criada, muito provavelmente antes da Assemp. A ausência de registros, porém, leva a
crer que essa associação não prosperou e logo se
desfez.
24 | Primeiras gestões: 1958-1988
Nesta fase inicial da Afap foi criada, também, uma
comissão de três associados responsável por visi-
tar colegas enfermos, participar de velórios, con-
fortar as famílias e comparecer a missas de sétimo
dia.
A GESTÃO DE EUCLYDES TAVES
A organização de poder da Afap era baseada em
um sistema parlamentarista. A gestão da Associa-
ção ficava a cargo de um Grande Conselho, que
repassava à diretoria as responsabilidades pela ro-
tina administrativa da entidade. Todas as decisões,
Reuniões da Afap eram realizadas uma vez por semana, nas dependências do Teatro Francisco Nunes
Primeiras gestões: 1958-1988 | 25
porém, eram submetidas a votos na reunião sema-
nal, aberta a todos os associados. Dessa forma,
essas reuniões tinham um caráter de Assembleias
Gerais permanentes. Toda a movimentação finan-
ceira, por exemplo, espelhada em seus balancetes
mensais, era apresentada e submetida à aprova-
ção dos sócios presentes à reunião.
Essas reuniões eram realizadas todas as terças-fei-
ras, às 16 horas. Uma média de vinte associados
comparecia e os temas tratados, invariavelmente,
giravam em torno da situação dos aposentados
municipais. Quando estava em pauta uma tomada
de posição jurídica, em vista de um benefício plei-
teado, esse número dobrava, chegando mesmo a
triplicar.
Euclydes Taves foi fundador e presidente da Afap em seus
onze primeiros anos
26 | Primeiras gestões: 1958-1988
A Associação, nesta época, tinha um número sig-
nificativo de associados. Em 12 de setembro de
1966 a Prefeitura contava em seus quadros com
931 servidores aposentados, sendo que mais de
400 já faziam parte da Afap. Ainda assim, a enti-
dade não chegava a constituir uma força de pres-
são respeitada e reconhecida pela Prefeitura.
Embora houvesse uma tendência, mais do que
uma vontade expressa, em transformar a Associa-
ção em um órgão combativo em defesa dos direi-
tos dos aposentados, a posição ainda era de sub-
missão à Prefeitura. Dois motivos justificam esse
posicionamento: no âmbito político, a diretoria
acreditava que uma postura de aproximação com
o Poder Executivo poderia levar a resultados mais
efetivos do que uma confrontação. Em segunda
instância, a Afap não possuía recursos e dependia,
em algumas situações, de provisões orçamentárias
oferecidas pela própria Prefeitura.
Mesmo procurando manter uma conduta amistosa
em relação ao poder municipal, algumas vezes a
pressão dos associados levava a protestos, como a
nota divulgada em 26 de novembro de 1968: “Os
servidores públicos vêm denunciar, ao povo de Mi-
nas Gerais, a situação de miséria em que vivem
atualmente. A insensibilidade faz com que a fome
ronde os nossos lares”.
Primeiras gestões: 1958-1988 | 27
Essa nota marcou os últimos meses de gestão de
Euclydes Eloy Taves à frente da Afap. Em 1969
ele passou o posto a seu sucessor, Antônio Carlos
Nonato de Menezes, após onze anos de mandato.
É imprescindível destacar, todavia, algumas das
ações promovidas pelo primeiro presidente da As-
sociação em prol de seus sócios e de todos os ser-
vidores municipais, tais como a negociação com
a Beneficência da Prefeitura Municipal (Beprem)
para a diminuição do período de carência de pen-
são para família de sessenta para doze meses e a
concessão às esposas dos associados falecidos de
50% do pecúlio para custeio do funeral.
Presidente Antônio Carlos Nonato de Menezes em discurso. À esquerda, o prefeito Maurício Campos.
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A ASSOCIAÇÃO TEM SEU SEGUNDO PRESIDENTE
A posse de Antônio Carlos Nonato de Menezes
ocorreu no dia 15 de abril de 1969, às 20 horas,
no Teatro Francisco Nunes, onde ainda eram re-
alizadas as reuniões semanais da Associação. A
cerimônia transcorreu em clima festivo e contou
com a presença de Jorge Pinto de Carvalho, repre-
sentando o então prefeito Luiz Gonzaga de Souza
Lima, que era figura esperada na cerimônia.
O interessante é que o presidente que saía, Eucly-
des Eloy Taves, antes de passar o cargo ao novo
ocupante, o transmitiu para o representante do
prefeito, para que este o passasse a Antônio Car-
los. Era, sem dúvida, mais uma forma de mostrar
subserviência à administração municipal.
Desde o seu discurso de posse, o novo presiden-
te demonstrou que aquela seria uma gestão de
ações, voltadas para o fortalecimento da Associa-
ção e para o incremento de benefícios aos sócios.
Uma das primeiras medidas da nova diretoria foi
encontrar uma sede para a entidade.
Por indicação do sócio Francisco Soares, a direto-
ria alugou a sala 506 do Edifício Thibau, situado
à rua São Paulo, 401. A primeira reunião na nova
sede da Afap foi realizada em 16 de dezembro de
1969. Uma solenidade simples marcou a inaugu-
ração do espaço.
VO C Ê S A B I A?
O associado com a data de nascimento mais antiga que consta nos registros da Assemp é Manoel da Costa Leite, nascido em 25 de dezembro de 1875.
Primeiras gestões: 1958-1988 | 29
Foi nos primeiros anos da gestão do presiden-
te Menezes, também, que muito discutiu-se a
construção de uma sede campestre da entidade.
Contudo, por diversos motivos, explicitados mais
à frente neste livro, este sonho não chegou a ser
concretizado. Outras ações, porém, não só foram
executadas como tiveram grande sucesso: a cria-
ção de uma caixa de Natal que rendeu dividendos
aos sócios; a venda de bilhetes para o sorteio de
um carro zero quilômetro, que possibilitou um bom
aporte ao cofre da Associação; a assinatura de
convênio com o serviço funerário da Santa Casa
de Misericórdia; e a criação de um fundo para
conceder empréstimos aos associados.
Em uma das reuniões semanais da Afap o asso-
ciado e advogado Orlando Vignoli – que anos mais
tarde viria a se tornar presidente da entidade – ofe-
receu-se como assessor jurídico da Associação.
Essa iniciativa teve grande repercussão na história
da Assemp porque o advogado passou a se res-
ponsabilizar não apenas pelos pleitos da própria
entidade, mas abraçou diversas causas de asso-
ciados, realizando um importante trabalho volun-
tário.
Embora a situação da Afap tendesse a melhorar
com a entrada de novos sócios, o problema finan-
ceiro continuava grave, já que as mensalidades
não eram pagas com regularidade. Para adquirir
30 | Primeiras gestões: 1958-1988
uma máquina de datilografia, o que se deu no dia
17 de março de 1970, foi necessário que cada as-
sociado contribuísse com a quantia de dois cruzei-
ros novos.
DIFICULDADES FINANCEIR AS
A constante dificuldade financeira pela qual pas-
sava a Associação levou a diretoria a concluir que
uma entidade só de aposentados limitava seu
crescimento e, consequentemente, sua capacida-
de orçamentária. Por esse motivo, em 21 de julho
de 1970 a Afap recebeu o termo de filiação de seu
primeiro associado da ativa. O nome do servidor,
entretanto, não foi revelado, sob o argumento de
ele que poderia sofrer represálias da administração
municipal. Em função da abertura para servidores
não-aposentados, em 1977 a entidade modificou
seu nome para Associação dos Servidores Munici-
pais da Prefeitura de Belo Horizonte. A mudança
visava resguardar os direitos da Asempbh (como
passou a ser conhecida) no caso de surgimento de
alguma outra associação.
A abertura para funcionários da ativa tinha por ob-
jetivo aumentar o número de associados e auxiliar
no equilíbrio financeiro da Associação. Essa meta,
entretanto, acabou não se concretizando em um
primeiro momento. A suposição é de que a fraca
atuação política da Afap com a Prefeitura desmo-
Primeiras gestões: 1958-1988 | 31
tivava os servidores, que não viam razões para se
filiarem.
Na verdade, o que estava ocorrendo era um ci-
clo vicioso. Com uma política de subserviência à
PBH, a Afap não conseguia angariar novos sócios,
o que a levava a ter dificuldades financeiras. Sem
dinheiro, era preciso solicitar recursos à Prefeitu-
ra, que só eram obtidos se a Associação manti-
vesse sua postura política de não-agressão. Essa
questão fica clara na ata da reunião do dia 23 de
maio de 1972, em que o tesoureiro Celso da Silvei-
ra comunica ter recebido uma subvenção de CR$
1.400,00 do município, e que um segundo auxílio,
no valor de CR$ 5.900,00, seria pago em breve.
O presidente Menezes, percebendo a dificuldade
de contar com a Prefeitura para o desenvolvimento
da Associação, ordenou a criação, em 1972, de
uma série de departamentos administrativos. A
medida visava uma nova estrutura de funciona-
mento que pudesse transformar a Afap em uma
verdadeira representante dos aposentados, objeti-
vando não só atrair novos sócios, mas, também,
oferecer novos benefícios a seus associados.
Foram criados os departamentos Jurídico, Benefi-
cente, Recreativo, Social e de Visitas, de Relações
Públicas e Publicidade e de Investimentos e Segu-
ros. De todos esses, porém, somente o Jurídico,
sob coordenação do advogado Orlando Vignoli, e o
32 | Primeiras gestões: 1958-1988
departamento Social e de Visitas funcionaram efe-
tivamente. Além deles, houve também um grande
esforço do sócio João Viana do Vale, responsável
pelo Departamento de Investimentos e Seguros,
em encontrar uma companhia de seguros que ofe-
recesse apólices com valores condizentes com a
renda dos associados.
Paralelamente a esse trabalho realizado interna-
mente, o presidente Menezes iniciou um processo
de gestão mais autônoma da Associação. Cansa-
do de buscar apoio de vereadores e do prefeito,
os requerimentos para a obtenção de benefícios e
reajustes salariais, que eram sempre indeferidos,
foram trocados por ações judiciais.
Dentre as diversas ações realizadas pelo presiden-
te Antônio Carlos Nonato de Menezes ao longo de
seus 17 anos de mandato destacam-se a inaugu-
ração da primeira sede própria da Assemp, na rua
Rio de Janeiro, a promulgação do primeiro estatuto
da Associação e a conquista de um código para o
desconto em folha das mensalidades, medida que
a diretoria pleiteava com a Prefeitura desde os pri-
mórdios da entidade.
É importante ressaltar que a quase totalidade da
gestão do presidente Menezes, que foi de 1969 a
1986, se deu durante o período do regime militar,
quando as liberdades democráticas foram suprimi-
das e os movimentos trabalhistas foram duramente
reprimidos.
Primeiras gestões: 1958-1988 | 33
No caso do funcionalismo público municipal, a si-
tuação era ainda mais delicada, uma vez que o
Ato Institucional nº 3, editado em 5 de fevereiro
de 1966, instituiu que os prefeitos das capitais
seriam nomeados pelos governadores de Estado,
com prévia aprovação das Assembleias Legisla-
tivas. Isso significava que o prefeito não possuía
nenhum compromisso ou vínculo com a popula-
ção, que não o elegeu, mas exclusivamente com
o sistema que o havia escolhido e o mantinha no
cargo. Sua responsabilidade, em última instância,
era preservar o sistema militar vigente.
Nesse contexto, a gestão do presidente Menezes,
pelo menos até 1985, quando se deu a redemo-
cratização, não poderia ser diferente do que foi.
Ainda assim, a partir de meados da década de
1970, percebendo a má vontade da administração
pública com as causas dos servidores, a direto-
ria iniciou uma política de confrontamento judicial
para resolver as pendências de seus associados, o
que, sem dúvida, preparou a Associação para as
gestões seguintes.
O CURTO MANDATO DE ORL ANDO VIGNOLI
Em 1986, a Assemp conheceu seu terceiro pre-
sidente: o associado e advogado Orlando Vignoli.
Sua ascensão ao cargo foi uma consequência na-
34 | Primeiras gestões: 1958-1988
tural de suas atuações à frente do Departamento
Jurídico e como membro da Comissão de Revisão
de Enquadramento Salarial.
Além de defender os direitos dos aposentados
nessa comissão, o que acabou se refletindo no au-
mento do número de associados, Vignoli passou a
ter uma relação mais próxima com alguns órgãos
da Prefeitura, o que lhe permitiu resolver algumas
pendências administrativas. Entretanto, o que re-
almente garantiu a Vignoli uma importante lide-
rança com os aposentados foi sua atuação como
advogado em diversas causas trabalhistas contra
a Prefeitura. Sua gestão, inclusive, ficou notoria-
mente marcada pelo acirramento desses embates
judiciais com o Poder Executivo.
O advogado Orlando Vignoli foi membro atuante da diretoria e ocupou a presidência por dois anos
Primeiras gestões: 1958-1988 | 35
Foi também na gestão de Orlando Vignoli, mais
precisamente no dia 1º de março de 1988, que
chegou à Assemp a funcionária Raquel Ribeiro.
Contratada como auxiliar de escritório, Raquel
lembra que seu primeiro dia de trabalho coincidiu
com a comemoração dos 30 anos de fundação da
Associação. “Como todo primeiro dia de empre-
go, estava tímida e preocupada em desenvolver
com eficiência meu trabalho. Às 16 horas come-
çaram a chegar uns senhores simpáticos e bem
vestidos. Raimundo Fernandes, gerente à época,
me informou que haveria uma comemoração pelo
aniversário da entidade. Fui convidada a participar
da solenidade e alguns dos senhores simpáticos
vieram me saudar e desejar boas vindas. Muitos
deles se tornaram meus amigos e conselheiros”.
Atualmente ocupando o cargo de gerente adminis-
trativa, Raquel é a funcionária com mais tempo de
casa, tendo completado 25 anos de Assemp em
2013.
Por obra do destino, porém, o presidente que trou-
xe Raquel para a Associação não pôde acompa-
nhar seu desenvolvimento. Orlando Vignoli faleceu
apenas seis meses depois, com pouco mais de
dois anos na presidência da Assemp, e foi substi-
tuído por seu vice, Saulo Converso Lara.
O CRESCIM ENTO DA A SSOCIAÇ ÃO: 1988-1995
Saulo Lara assumiu a Assemp após a morte do pre-sidente Orlando Vignoli. Sob o seu comando foi pro-movida a reforma do Estatuto da Associação, que contou com a participação de Angelo Flores, quinto presidente da Assemp.
O crescimento da Associação: 1988-1995 | 39
REFORMA DO ESTATUTO
Em 20 de setembro de 1988, a Assemp perdeu
seu terceiro presidente. Orlando Vignoli, que ha-
via assumido dois anos antes, faleceu, dando lugar
a Saulo Converso Lara, vice-presidente. À época
da candidatura de Vignoli, Saulo não era sócio da
Associação, mas possuía excelente relação com o
candidato a presidente. Além disso, como chefe
do Setor de Pessoal e, posteriormente, como pro-
curador da Prefeitura, Saulo prestava, ainda que
informalmente, um apoio ao trabalho da Assemp,
Saulo Converso Lara (ao centro, de camisa estampada), promoveu a reforma do Estatuto, em 1990
40 | O crescimento da Associação: 1988-1995
auxiliando na resolução de problemas dos aposen-
tados.
Empossado, o novo presidente logo enxergou na
Associação uma oportunidade de catalisar suas
pretensões políticas. Saulo Converso Lara tinha
o desejo de se tornar vereador em Belo Horizon-
te, e um trabalho atuante e de destaque à frente
da Assemp poderia ajudá-lo a angariar votos. Um
problema, porém, se colocava: a estrutura admi-
nistrativa da Associação proporcionava pouca au-
tonomia ao presidente. Todas as decisões eram
tomadas por um Grande Conselho, que as remetia
para votação em assembleia. Apesar da diretoria
ser responsável por gerir a rotina da Assemp, so-
mente o Conselho tinha autoridade para ordenar
certas medidas administrativas.
Interessado em implantar um regime presidencia-
lista na Associação, em que a diretoria tivesse voz
de comando e, consequentemente, visibilidade,
Saulo Converso determinou a reforma do Estatuto.
A decisão, porém, não atendia somente a interes-
ses pessoais do presidente. O Estatuto vigente da-
tava de 1978, período em que as realidades dentro
e fora da Assemp eram completamente diferentes.
A mudança regimental permitiria modernizar o
modelo de gestão institucional, pautando-se pela
ascensão de uma diretoria mais autônoma e com-
bativa.
O crescimento da Associação: 1988-1995 | 41
Para promover a reformulação do Estatuto, Saulo
Converso nomeou, em 1990, uma comissão for-
mada por cinco membros. Além do próprio presi-
dente, faziam parte José Henrique dos Santos Net-
to, José Geraldo Ribeiro do Vale, Murilo Garzon e
Angelo Augusto Flores de Carvalho. Este último foi
convidado pelo conselheiro Murilo Garzon, que o
conhecia de longa data. Os dois haviam trabalhado
juntos dentro e fora da Prefeitura e estabeleceram
uma relação de amizade e confiança.
A reformulação do Estatuto, porém, não agradou a
todos. Alguns membros do Grande Conselho dis-
cordavam de pontos que foram alterados e tenta-
ram boicotar a Assembleia Geral Extraordinária de
11 de janeiro de 1991, convocada para aprovação
do novo regimento. A ata da assembleia chegou
a ser rasurada por alguns dos descontentes, mas
no fim prevaleceu o entendimento de que as mu-
danças eram necessárias para o avanço da Asso-
ciação.
Tão logo o Estatuto foi aprovado, Saulo Converso
convocou novas eleições e lançou sua candidatu-
ra. O objetivo do presidente era dar fim a seu man-
dato interino, garantindo ainda mais legitimidade
à sua presidência. A partir de um entendimento
entre Saulo e parte dos conselheiros, liderados por
Murilo Garzon, Angelo Flores foi indicado como
VO C Ê S A B I A?
Em 13 de janeiro de 1959, o governador Bias
Fortes promulgou a lei que reconhecia a Assemp
como uma entidade de utilidade pública.
O reconhecimento do município, porém, só
veio dez anos mais tarde, em 29 de novembro de
1968.
42 | O crescimento da Associação: 1988-1995
primeiro vice-presidente na chapa. Essa decisão
viria a ser fundamental algum tempo mais tarde.
MODERNIZAÇÃO E EXPANSÃO
As eleições para novo presidente da Assemp fo-
ram realizadas no dia 27 de fevereiro de 1991.
Eleito para comandar a Associação no quatriênio
1991-1994, Saulo Converso Lara foi empossado
em cerimônia realizada no dia 1º de março. No
ano seguinte, dando seguimento ao seu projeto, o
presidente se licenciou do cargo para concorrer a
uma vaga na Câmara Municipal de Belo Horizon-
te. Angelo Flores, então, assumiu interinamente a
presidência da Assemp, dando início a um intenso
processo de modernização da entidade.
Após aprovação do novo Estatuto, Assemp realizou novas eleições para o cargo de presidente
O crescimento da Associação: 1988-1995 | 43
“Logo que chegou à Associação para exercer o
cargo de presidente, Dr. Angelo manifestou seu
jeito de administrar com vigor e vontade. Todos os
dias ele estava na Assemp a partir das 17 horas e
não tinha hora para ir embora”, relembra a geren-
te administrativa Raquel Ribeiro. As mudanças na
entidade começaram pela infraestrutura física da
sede, que funcionava na rua Rio de Janeiro: o ver-
de escuro das paredes deu lugar ao branco; o taco
ganhou raspagem e novo sinteco; o mobiliário foi
todo substituído e espaços que não eram utilizados
receberam adequações. Todos esses rearranjos ti-
nham por objetivo dar uma “sacudida” na Asso-
ciação. Uma mudança que mexesse tanto com os
associados quanto com os próprios funcionários.
No início de 1993, a diretoria da Assemp deu nova
mostra de uma gestão arrojada e adquiriu seu pri-
meiro computador. Vale lembrar que se tratava da
primeira metade da década de 1990, período em
que os recursos de informática ainda eram muito
caros e acessíveis a poucos. A aquisição, entretan-
to, tinha um objetivo muito claro e imprescindível:
implantar o cadastro eletrônico dos associados.
Até então, os registros dos sócios eram feitos em
fichas de papel, as famosas “fichinhas rosas” da
Assemp. Mensalmente, a Prefeitura enviava à As-
sociação uma listagem de todos os servidores com
desconto em folha referente à mensalidade social
da entidade. Cabia, então, à gerente administrativa
44 | O crescimento da Associação: 1988-1995
fazer a conferência das fichas, uma a uma. Invaria-
velmente havia discrepâncias nas duas listagens, o
que impedia que a Associação tivesse dados con-
solidados sobre o número exato de sócios. A conta
era feita sempre de forma aproximada, dividindo
o valor total do repasse feito pela Prefeitura pelo
valor da mensalidade social.
Com a informatização o cadastro foi atualizado e
todos os problemas foram sanados: havia registros
de servidores já falecidos que ainda constavam
como associados e outros que, apesar de sócios,
não descontavam a mensalidade no contracheque
há meses. A depuração permitiu descobrir que o
número real de associados encontrava-se próximo
de 800, um número muito baixo levando-se em
consideração a totalidade dos servidores munici-
pais. A diretoria entendeu de pronto que era ne-
cessária uma ação imediata para angariar novos
membros e impedir que a Assemp entrasse em
um declínio que pudesse levar à sua extinção.
Essa ação, porém, já havia sido tomada alguns
meses antes, sem que a diretoria tivesse consci-
ência de sua magnitude à época. No dia 28 de
março de 1993, a Assemp e a Santa Casa de Mi-
sericórdia assinaram um convênio de Assistência à
Saúde dos Servidores Municipais. Nascia, naquele
momento, o Asemp Saúde, um marco na história
e no processo de crescimento da Associação.
VO C Ê S A B I A?
Lafaiete Aquino de Pádua é o associado com o número de matrícula na Prefeitura mais antigo. O BM de Lafaiete era 0006.
O crescimento da Associação: 1988-1995 | 45
O processo de melhorias e avanços da Assemp
prosseguiu. Em agosto de 1993, o diretor Adminis-
trativo e de Benefícios, José Roberto Silva, foi colo-
cado à disposição da Assemp pelo prefeito Patrus
Ananias. Atuando em tempo integral na Associa-
ção, José Roberto desenvolveu um projeto de mo-
dernização da entidade, que já havia sido iniciado
com a informatização de alguns processos. O pro-
jeto incluía, entre outras medidas, a estruturação
do cadastro dos associados, a agilização e amplia-
ção dos empréstimos, a emissão de carteirinha do
associado e o aumento no número de convênios.
A essa época, Saulo Converso já havia retornado
à presidência da Associação. Em julho de 1994,
porém, o presidente se acidentou durante uma
partida de vôlei e teve que se licenciar novamente.
Angelo Flores assumiu pela segunda vez o cargo
de presidente, dando prosseguimento ao trabalho
de modernização da Assemp.
No dia 21 de novembro daquele mesmo ano, uma
Assembleia Geral movimentou a Associação. Em
pauta estava a venda dos lotes pertencentes à As-
semp em Mateus Leme. Os terrenos haviam sido
doados pela Prefeitura Municipal de Mateus Leme
em 1971, durante a gestão do presidente Antônio
Carlos Nonato de Menezes. A ideia era utilizar o
espaço para a construção de uma sede campes-
tre, sonho acalentado durante anos por alguns as-
46 | O crescimento da Associação: 1988-1995
sociados. A empreitada, porém, sempre esbarrou
em problemas óbvios: a falta de recursos da Asso-
ciação, a área insuficiente e a localização dos ter-
renos, distantes cerca de 60 quilômetros de Belo
Horizonte.
A viabilidade da venda dos lotes foi atestada por
uma comissão formada pelos associados Israel
Drumond, Sílvio Bhering e Sady da Silva. Ainda as-
sim, alguns associados que ainda sonhavam com
a construção da sede campestre manifestaram-se
contra a medida. A Assembleia, porém, aprovou a
venda e determinou que o valor arrecadado fosse
investido na ampliação da informatização da As-
semp. Todas essas medidas foram essenciais para
o crescimento da Associação. Ao final de 1994, o
número de associados já passava de seis mil.
POSSE DE ANGELO FLORES
O retorno de Saulo Converso Lara à presidência
da Assemp se deu pouco antes do término de seu
mandato, que se encerraria em março de 1995.
Sem interesse em concorrer à reeleição, o pre-
sidente indicou Angelo Flores para sucedê-lo no
comando da Associação. A decisão contou com o
apoio de um significativo número de membros do
Grande Conselho, afinal, a gestão compartilhada
de Saulo e Angelo nos últimos quatro anos havia
levado a uma revolução sem precedentes na his-
tória da Assemp.
O crescimento da Associação: 1988-1995 | 47
As eleições foram realizadas nos dias 13, 14 e 15
de março de 1995. Ao todo, 713 associados com-
pareceram às urnas, pouco mais de 10% dos elei-
tores aptos a votar. A chapa única, encabeçada
por Angelo Flores, foi aclamada vencedora com
598 votos. A solenidade de posse foi realizada no
dia 7 de abril de 1995. Tinha início ali um novo
capítulo na história da Assemp.
Saulo Lara passou a presidência para Angelo Flores, seu vice, em 1995
SEDES DAA SSOCIAÇ ÃO
As primeiras reuniões da Associação foram reali-zadas em espaço emprestado, no Teatro Francisco Nunes. De lá pra cá, a Assemp já conquistou duas sedes próprias e hoje ocupa oito andares do edifício Minas Oeste, na rua da Bahia.
Sedes da Associação | 51
A PRIMEIR A CASA
Quando surgiu, em 1958, a Assemp (que na épo-
ca se chamava Afap) se restringia a um grupo de
aposentados que se reunia para relembrar histó-
rias do tempo da ativa e para reclamar do descaso
da Prefeitura. Para aquele modesto grupo, possuir
uma sede era um sonho distante, já que a Associa-
ção não contava com nenhum tipo de recurso. As
reuniões, como já contado na primeira parte deste
livro, eram realizadas no Teatro Francisco Nunes,
em espaço emprestado, ou às vezes embaixo de
uma árvore no Parque Municipal.
A permanência nas dependências do teatro, po-
rém, sempre esteve ameaçada. Em outubro de
1966, por exemplo, o então administrador do
Chico Nunes proibiu as reuniões semanais da As-
semp no local. Essa situação perdurou por um ano
e meio e os encontros só voltaram a ser realizados
no teatro em 9 de abril de 1968.
Devido a essa instabilidade, a aquisição de uma
sede própria passou a ser um dos objetivos da
diretoria da Associação e pauta de muitas das
52 | Sedes da Associação
reuniões. A construção de uma sede campestre
também era um desejo antigo dos associados, que
era acalentado pela diretoria. Enquanto isso, as
reuniões continuavam acontecendo no Francisco
Nunes, em espaço improvisado.
A situação só viria a ser modificada em outubro de
1969, já na gestão do presidente Antônio Carlos
de Menezes. Em uma das reuniões semanais, o
presidente determinou que os associados procu-
rassem uma sala na região central da capital que
pudesse abrigar a sede administrativa da Assemp.
Ficou estipulado que o valor do aluguel não pode-
ria ultrapassar 150 cruzeiros novos.
Membros da Afap na porta da primeira sede da entidade, na rua São Paulo
Sedes da Associação | 53
Por indicação do sócio Francisco Soares, a direto-
ria alugou a sala 506 do Edifício Thibau, situado
à rua São Paulo, 401. O aluguel do imóvel era de
120 cruzeiros novos. A receita da Associação, po-
rém, ainda era ínfima. Boa parte dos associados
não fazia o pagamento das mensalidades e a co-
brança era feita individualmente pelo tesoureiro da
Assemp pelos corredores da Prefeitura. Para resol-
ver o problema, ficou definido que o aluguel seria
rateado entre os sócios mais assíduos às reuniões,
em cotas com valores proporcionais aos salários
que recebiam.
A primeira reunião na nova sede da Assemp foi
realizada em 16 de dezembro de 1969. Uma sole-
nidade simples marcou a inauguração do espaço.
O presidente Menezes agradeceu a todos que tra-
balharam para que aquele sonho se concretizasse
e salientou a importância daquele ato para o futuro
da Associação. “Não era mais possível continuar
nossas reuniões debaixo das árvores do Parque
Municipal, ou pedindo com o chapéu na mão para
que abrissem as portas do teatro. Nós somos uma
sociedade, somos um órgão de classe com perso-
nalidade jurídica reconhecida em todo o Estado e
não podemos continuar esmolando os favores da
encarregada do Teatro Municipal que sempre teve
má vontade conosco”.
54 | Sedes da Associação
SONHO DA SEDE CAMPESTRE
Antes mesmo de possuir uma sede administrativa
própria, parte dos associados e dos membros da
diretoria sonhava com a construção de uma sede
campestre da Assemp. Esse sonho começou a to-
mar forma em outubro de 1971, quando José Mar-
tins Chaves Filho, então prefeito de Mateus Leme,
cidade na Região Metropolitana de Belo Horizonte,
doou à Associação um terreno de 1.080m² no mu-
nicípio para a construção da sede.
A partir de então, o assunto tornou-se prioritário
nas reuniões semanais e as mais variadas formas
de angariar recursos para a sua construção foram
aventadas, desde um livro de ouro até a obtenção
de um empréstimo no já extinto Banco Nacional
de Habitação.
A fórmula que pareceu mais viável, entretanto, foi
a de comercializar cotas para os sócios. A propos-
ta, porém, logo se demonstrou inviável, pelo fato
de que os associados não possuíam condições fi-
nanceiras de arcar com o custo de construção e
manutenção de um clube.
A ideia da Associação investir em uma sede cam-
pestre, sobretudo em outro município, também
não era ponto pacífico internamente. Em reunião
no dia 13 de junho de 1972, o ex-presidente Eucly-
VO C Ê S A B I A?
Vários eventos históricos eram relembrados e saudados nas reuniões semanais da Assemp em seus primórdios. Dentre os nomes e datas que receberam congratulações estão os astronautas que chegaram à lua, em 1969, a seleção brasileira tricampeã mundial e, até mesmo, a Queda da Bastilha.
Sedes da Associação | 55
des Taves chegou a afirmar que a construção de
uma sede campestre seria a condenação à morte
da Assemp. Taves acreditava que a melhor saída
seria lotear a área e vender os terrenos. Em contra-
ponto, muitos outros associados e integrantes da
diretoria acreditavam que a sede poderia impulsio-
nar o crescimento da Associação.
TERRENO NO BARREIRO
A questão do terreno em Mateus Leme acabou
ficando em segundo plano após alguns anos, es-
pecialmente no período posterior a 1976. Em 2
de junho daquele ano, o então prefeito do capital,
Luís Verano, sancionou a Lei nº 2506, que doava
à Associação um terreno de 14 mil m² na região
do Barreiro. De posse de um novo imóvel, dessa
vez dentro dos limites da capital, o projeto da sede
campestre voltou a ser trabalhado.
Em 25 de outubro de 1976, em uma solenidade
que contou com a presença do prefeito e do pre-
sidente da Câmara dos Vereadores, a diretoria da
Assemp promoveu o lançamento da pedra fun-
damental da futura sede. Porém, como já havia
acontecido com o projeto em Mateus Leme, a falta
de recursos e de um projeto exequível, do ponto
de vista financeiro, levou a ideia do clube a ser
esquecida. A Assemp ainda chegou a pleitear com
o governo do Espírito Santo um terreno no litoral
56 | Sedes da Associação
capixaba para a construção de uma colônia de fé-
rias, em 1977, mas não obteve êxito.
Os dois terrenos pertencentes à Associação, entre-
tanto, tiveram papel fundamental no seu processo
de crescimento. A área de Mateus Leme foi vendi-
da em 1994 para a compra de computadores que
seriam utilizados na informatização dos processos
administrativos. Já o terreno do Barreiro garantiu
os recursos necessários para a Assemp adquirir
sua primeira sede própria, em 1981.
Descerramento da placa de inauguração da sede na rua Rio de Janeiro, em 1981
Sedes da Associação | 57
PRIMEIR A SEDE PRÓPRIA
Frustrados os planos de se construir uma sede re-
creativa, a diretoria da Associação voltou-se para
o projeto de aquisição de uma sede administrativa
própria. Há mais de dez anos a sede da entidade
funcionava em um escritório alugado no Edifício
Thibau, na rua São Paulo.
Em meados de 1979, a diretoria iniciou uma série
de reuniões com representantes da Prefeitura para
possibilitar a venda do terreno no Barreiro e, com
o valor obtido, adquirir uma sede na região central
de Belo Horizonte. Como o imóvel havia sido do-
ado pelo Município, a Assemp só poderia se des-
fazer dele por meio de lei aprovada pela Câmara
Municipal. As negociações avançaram por pouco
mais de seis meses e, em 30 de janeiro de 1980, o
prefeito Maurício Campos sancionou a Lei nº 3168,
que autorizava a venda ou permuta dos lotes.
A venda foi realizada em leilão público, na sede
da Assemp, em 30 de junho de 1980. O terreno
foi adquirido pela empresa Atenas Engenharia pelo
valor de CR$ 5.616.008,00. Conforme determina-
va a Lei 3168, coube à Prefeitura lançar um edital
para a compra da nova sede, o que ocorreu em
23 de fevereiro de 1981. O local escolhido foi um
conjunto de salas no quarto andar do Edifício Eliza
Levy, situado à rua Rio de Janeiro, 243.
58 | Sedes da Associação
A primeira reunião na sede própria realizou-se em
14 de abril de 1981. A inauguração contou com a
presença de diversas autoridades, incluindo o pre-
feito Maurício Campos.
A RUA TUPIS
Em 1996, segundo ano da gestão do presidente
Angelo Flores, a realidade da Assemp já era com-
pletamente diferente daquela de 15 anos atrás,
quando a sede da rua Rio de Janeiro havia sido
inaugurada. O número de associados já passava
de sete mil e a entidade, graças aos convênios com
as operadoras de planos de saúde, encontrava-se
em boa situação financeira. O presidente concluiu,
Benção do padre Márcio Almeida marcou a solenidade de inauguração da sede na rua Tupis
Sedes da Associação | 59
então, que era o momento de alçar novos voos,
ampliando a gama de serviços que a Associação
oferecia.
Diversificar a oferta de benefícios significava me-
lhorar a qualidade do atendimento aos servidores
já associados e, também, angariar novos sócios,
contribuindo para que a Associação continuas-
se crescendo. Era evidente, entretanto, que esse
crescimento logo esbarraria na falta de espaço. A
sede da rua Rio de Janeiro não possuía infraestru-
tura para abrigar os setores administrativos e as
novas atividades que estavam sendo planejadas,
como o Programa de Promoção do Associado –
Escola para a Terceira Idade. A solução seria en-
contrar uma nova casa.
Firme neste propósito, o presidente Angelo Flores
levou ao Conselho de Administração, em reunião
no dia 30 de janeiro de 1997, a proposta de com-
pra de duas lojas no Edifício Juiz de Fora, situa-
do à rua Tupis, 171, próximo à Igreja São José.
A aquisição foi aprovada de forma unânime pelos
conselheiros presentes, pelo valor de R$ 200 mil.
Após reformas e obras de adequação, o novo espa-
ço entrou em funcionamento em janeiro de 1998.
A inauguração foi realizada no dia 5 de março da-
quele ano, em solenidade que também comemo-
rou os 40 anos de fundação da Assemp. Naquele
período, o quadro de associados já contava com
VO C Ê S A B I A?
Apesar de, oficialmente, só ter ocupado o cargo
de vice-presidente, José Diniz de Sousa
assumiu interinamente a presidência da
Assemp em diversas oportunidades, durante
os mandatos de Euclydes Taves e Antônio Carlos de Menezes. Por esse
motivo, sua foto figura na galeria de ex-presidentes
da Associação.
60 | Sedes da Associação
9.040 membros e o prestígio e respeito que a As-
sociação havia conquistado pôde ser medido pelo
grande número de autoridades presentes no even-
to, tais como o então secretário de Administração,
Fernando Alves, os vereadores Totó Teixeira e Ro-
gério Correia, e presidentes e diretores de diversos
sindicatos da capital.
Com a mudança da estrutura administrativa para
a rua Tupis, a sede da rua Rio de Janeiro também
passou por reformas e foi utilizada para abrigar o
Centro Educacional da Asempbh – CEA e a bi-
blioteca da Associação.
Elizabeth Lima e Angelo Flores inauguram décimo terceiro andar do Minas Oeste, em 1999
Sedes da Associação | 61
QUEM DIRIA, A ASSEMP NA RUA DA BAHIA
Um ano após a inauguração da nova sede, o nú-
mero de sócios já havia pulado para 9.500. Boa
parte das novas adesões devia-se ao profícuo tra-
balho que vinha sendo desenvolvido pela peda-
goga Elizabeth Alves Lima à frente do Núcleo de
Convivência Social e Cultural, que nessa época
contava com atividades de dança de salão, Grupo
de Vivência-Terapia e os encontros do Re-florir. A
ideia para o ano seguinte era incrementar o NCSC
com aulas de yoga, biodança e oficinas de arte.
Para isso, porém, era preciso encontrar um novo
espaço, já que, segundo palavras da própria coor-
denadora, “naquela época dançávamos em cima
da cabeça da Raquel (gerente administrativa)”.
Dessa forma, a aquisição do 13º andar do Edifício
Minas Oeste deu-se dentro de um movimento na-
tural de crescimento da Assemp, sendo sua com-
pra aprovada por unanimidade no Conselho de Ad-
ministração. A inauguração foi em clima de muita
festa, no dia 11 de agosto de 1999. Começava a
ser escrita naquele dia uma história duradoura, já
que o Minas Oeste, situado à rua da Bahia, 1033,
tornou-se, definitivamente, a casa da Assemp.
Nos anos seguintes, a expansão das atividades do
Núcleo de Convivência levou à inauguração de
mais três andares: o nono, em 29 de novembro de
62 | Sedes da Associação
2000; o oitavo, em 28 de outubro de 2002; e o dé-
cimo, em 27 de abril de 2006. Com o crescimento
da Associação e do número de sócios frequentan-
do as atividades do NCSC, o presidente Angelo
Flores percebeu a necessidade de manter o Nú-
cleo e a área administrativa mais próximos. Isso
traria mais comodidade aos associados e daria
dinamismo ao funcionamento da Associação. Em
19 de outubro de 2007, a Assemp estabeleceu-se
de vez na rua da Bahia, com a inauguração do
quarto e quinto andares, onde até hoje funcionam
os setores de atendimento e administrativos da As-
sociação, além da diretoria.
E a história não parou por aí. Em 2009 a Assemp
comprou o sexto e o terceiro andares do Minas
Oeste, além de realizar uma reforma no 13º, que
Sede na rua da Bahia é resultado do esforço da diretoria e conselhos
Sedes da Associação | 63
64 | Sedes da Associação
teve suas paredes divisórias derrubadas para a
criação de um amplo espaço para a realização de
eventos. Já em 2011 o terceiro andar, que no iní-
cio foi utilizado pelo grupo de teatro e pela Oficina
de Memória, passou por adaptações e recebeu o
Departamento Jurídico da Associação, que ainda
funcionava na rua Tupis. Em julho de 2012, o nono
andar também sofreu mudanças: a Biblioteca Or-
lando Vignoli foi transferida para a antiga sede da
Tupis – local onde o acervo poderá ser ampliado
– e deu lugar ao novo Ateliê de Artes Plásticas,
que funcionava no 10º andar. Esse, por sua vez,
foi reformado e abriga, hoje, os consultórios de
podologia e a coordenação do Espaço Viver Bem
Assemp.
Atualmente o patrimônio imóvel da Assemp é
constituído de oito andares do Edifício Minas Oes-
te, de duas lojas na rua Tupis – em que funciona
a biblioteca – e da antiga sede da rua Rio de Ja-
neiro, utilizada como arquivo e também para as
aulas e ensaios da oficina de teatro. Uma grande
conquista para uma Associação que, por mais de
dez anos, reuniu-se debaixo de árvores no Parque
Municipal.
PL A NOS DE SAÚ DEA Assemp sempre teve uma constante preocupação com a saúde do servidor. Por meio de convênios pro-movidos com operadoras, a Associação já amparamais de vinte mil vidas.
Planos de saúde | 67
LUTANDO PEL A SAÚDE DOS SERVIDORES
Em 1º de julho de 1993, a diretoria da Assemp
se reuniu com o prefeito Patrus Ananias e com a
diretoria da Santa Casa de Misericórdia para apre-
sentar uma proposta, elaborada pela Associação,
de amparo à saúde do servidor. A iniciativa era
motivada pelo fim do atendimento exclusivo no
Hospital Odilon Behrens, que durante 55 anos fun-
cionou como hospital dos servidores. A ideia da
diretoria da Assemp, levada até o prefeito, era de
que a PBH subsidiasse um plano de saúde para o
funcionalismo municipal, enquanto a Santa Casa
seria a operadora desse plano.
Saulo Lara e o provedor da Santa Casa, Celso Mello, assinam contrato do Asemp Saúde
68 | Planos de saúde
A proposta, porém, foi rejeitada pela Prefeitura.
Em ofício enviado à Assemp em setembro, a PBH
afirmou que a política de atendimento à saúde
do servidor continuaria sendo feita pela Beprem
e pelo próprio Odilon Behrens. A decisão, entre-
tanto, não satisfez a diretoria, que tinha pleno co-
nhecimento da precariedade de parte dos serviços
oferecidos pela Beneficência. De forma indepen-
dente, sem envolver a Prefeitura, a Assemp iniciou
uma negociação com a Provedoria da Santa Casa
de Misericórdia para a elaboração de um convênio
de assistência à saúde do servidor.
Alguns meses mais tarde, o acordo foi selado. A
assinatura do contrato foi realizada no dia 28 de
março de 1994, na sede da Associação. A soleni-
dade contou com a presença do Provedor da San-
ta Casa e Presidente de Honra da Assemp, Celso
Mello de Azevedo. Era o início do Asemp Saúde.
Somente para se ter uma ideia do pioneirismo da
iniciativa da Assemp, a própria Santa Casa só viria
a criar seu plano, o Santa Casa Saúde, dois anos
mais tarde.
ASEMP SAÚDE
O Asemp Saúde foi um marco no processo de
crescimento e popularização da Associação. Em
dois anos, o número de sócios cresceu de 800
para 6.000. Muitos servidores se vincularam à
VO C Ê S A B I A?
Em 24 de março de 1970, no auge do Regime Militar, os presentes na reunião semanal da Associação realizaram um minuto de silêncio em memória dos desaparecidos políticos. Um desses desaparecidos era Homero de Araújo, sócio da Assemp.
Planos de saúde | 69
Assemp para ter acesso ao plano de saúde, que
era ofertado com valores bem abaixo dos de mer-
cado. O plano de enfermaria tinha mensalidade
de R$10,42, enquanto o apartamento saía por
R$14,53.
A grande procura e a famosa propaganda boca
em boca levaram à ocorrência de situações curio-
sas. Um associado chegou a procurar a Assemp
querendo comprar um apartamento, pois tinha ou-
Capa do primeiro
catálogo do plano de saúde
criado pela diretoria da
Assemp
70 | Planos de saúde
vido que a prestação do imóvel era de apenas R$
14. Outro, ao ficar internado em um apartamento
do Hospital São Lucas, convidou toda a família e
amigos para visitá-lo, pois, segundo suas palavras,
sentia-se como se estivesse em um hotel.
Apesar do sucesso da empreitada, a parceria não
teve um desfecho feliz. Cerca de dois anos após o
início do convênio, a Santa Casa decidiu, unilateral-
mente, promover um reajuste das mensalidades.
Iniciou-se, então, um longo período de negocia-
ções, em que o presidente Angelo Flores buscava
resguardar os direitos de seus associados. Sem
conseguir alcançar um consenso, a Santa Casa
anunciou, em fevereiro de 1996, que rescindiria o
contrato com a Assemp, uma vez que o plano não
era mais interessante do ponto de vista financeiro.
Por contrato, a rescisão só entraria em vigor 90
dias após o comunicado, ou seja, em maio daque-
le ano. O presidente Angelo Flores tinha em suas
mãos um grande problema a ser resolvido e em
um prazo exíguo, já que deixar os associados sem
plano de saúde era algo impensável. Agindo de
forma rápida, a diretoria entrou em contato com
diversas operadoras e, apenas dois meses após o
anúncio do fim do plano com a Santa Casa, a As-
semp já havia fechado contratos com a Unimed
e a Matermed. Apesar dos valores serem ligeira-
mente superiores aos do plano anterior, ambos
Planos de saúde | 71
apresentavam vantagens em termos de opções de
atendimento e abrangência territorial.
GR ANDE AVANÇO
A mudança do plano e a entrada de novos associa-
dos ocasionaram uma movimentação para a qual
a Assemp não estava preparada. Nesse período,
o número de associados já ultrapassava os sete
mil. Novos funcionários foram contratados e, não
raro, os expedientes se estendiam até tarde e nos
fins de semana. A grande dificuldade era fazer o
controle de um volume tão grande de conveniados
e dos pagamentos das mensalidades. A Assemp
Presidente Angelo Flores com membros da diretoria da Unimed
72 | Planos de saúde
ainda estava iniciando seu processo de informa-
tização e os softwares que seriam instalados nos
computadores para fazer o cadastro dos associa-
dos não estavam prontos, por isso todos os regis-
tros eram feitos manualmente.
Algum tempo depois, quando iniciou-se a distri-
buição das carteirinhas dos novos planos, a situ-
ação voltou a ficar crítica. A sede da Associação,
que funcionava na rua Rio de Janeiro, não tinha
estrutura e espaço físico para comportar a multi-
dão de associados que se aglomerava na porta da
entidade. As filas faziam curvas dentro do quarto
andar do prédio em que funcionava a Assemp e
desciam pelas escadas. Por várias vezes a polí-
cia teve que ser chamada para intervir, uma vez
que alguns sócios acabavam se exaltando. Tanto
alvoroço se justificava: os novos planos acordados
entre as operadoras e a Associação não previam
carência para aqueles associados que estavam mi-
grando do plano da Santa Casa, ou seja, bastava
estar com a carteirinha na mão e o conveniado já
podia agendar consultas.
RETORNO DA SANTA CASA
Menos de um ano após rescindir o contrato com
a Assemp, a Santa Casa procurou a diretoria da
Associação no intuito de promover um novo con-
vênio. Por esta data, a Santa Casa já havia lançado
Planos de saúde | 73
seu plano de saúde e buscava meios de popula-
rizá-lo. A Assemp viu a oportunidade com bons
olhos, pois lhe permitiria oferecer uma terceira op-
ção de plano de saúde a seus associados.
O novo contrato foi assinado no início de 1997 e
ocasionou uma grande procura. Muitos dos sócios
não tinham condições de arcar com as mensalida-
des dos planos da Unimed e da Matermed. Mes-
mo oferecendo uma cobertura mais simples, o pla-
no da Santa Casa era uma alternativa viável para
aqueles de condição econômica mais modesta.
Nesse mesmo ano, a Assemp adquiriu o imóvel
em que funcionaria sua nova sede, na rua Tupis.
Como os problemas com a entrega das carteirinhas
permaneciam, a diretoria não teve escolha senão
transferir o posto de atendimento para lá, mesmo o
local ainda estando em obras. Para tentar manter
a ordem, o presidente Angelo Flores contratou um
segurança que ficou responsável por organizar a
fila e conter os ânimos dos associados.
PRESENTE E FUTURO
Ao longo dos anos, os planos de saúde da Santa
Casa e da Unimed – o plano Matermed chegou
ao fim algum tempo depois – foram fundamentais
para o crescimento da Assemp e para a oferta de
novos serviços e benefícios aos associados. Com
VO C Ê S A B I A?
Uma lista de presença era assinada pelos
associados que participavam das
reuniões da Associação. Por várias vezes, o
número 24 foi deixado em branco propositalmente.
Essa atitude irritou o presidente Menezes e o levou a afirmar que ele
mesmo passaria a assinar no número 24 dali em
diante.
74 | Planos de saúde
o caixa gerado pelo pagamento das mensalidades,
a diretoria pôde estruturar financeiramente a As-
sociação e se tornar mais atuante em seu compro-
misso de oferecer bem-estar e qualidade de vida
aos seus sócios.
Em 2011, a importância desse serviço ficou ainda
mais em evidência. No início do ano, a PBH pôs
fim à Beprem, que já vinha agonizando há anos,
e passou a oferecer um plano de saúde subsidia-
do aos servidores municipais. O novo modelo de
atendimento, entretanto, apresentou diversos pro-
blemas e não atendeu a parcela mais carente dos
servidores.
Como forma de amparar os trabalhadores que
perderam o atendimento da Beneficência e não
tiveram condições de ingressar no plano de saúde
ofertado pela PBH, a Assemp se juntou à Santa
Casa e criou o plano Família Ideal. O novo serviço,
lançado em março de 2011, oferecia atendimento
ao titular, cônjuge e dependentes por um preço
fixo, independentemente do número de pessoas
na família.
A parceria de 15 anos com o Santa Casa Saúde,
porém, teve fim ao final do ano de 2012, quando
a Assemp foi surpreendida com um comunicado
da operadora de que todos os contratos vigentes
seriam rescindidos. Apesar de todas as tentativas
de negociação, a Associação não logrou êxito em
Planos de saúde | 75
chegar a um acordo com o Santa Casa, e o último
contrato foi extinto em 31 de março de 2013.
Essa mudança de curso levou o presidente Angelo
Flores, mais uma vez, a se movimentar de forma
rápida. A carteira da Santa Casa abrangia mais de
seis mil vidas e era composta, majoritariamente,
por idosos. Deixar essas pessoas largadas à pró-
pria sorte era algo simplesmente impensável. Após
uma extensa pesquisa de mercado, a Assemp fe-
chou, em abril de 2013, contrato com a operadora
Vitae, empresa com 20 anos de experiência e am-
pla rede conveniada.
Atualmente os planos de saúde constituem um
dos principais benefícios oferecidos pela Assemp
a seus associados. Devido sua força associativa,
a diretoria consegue negociar melhores planos de
cobertura e reajustes sempre abaixo dos pratica-
dos no mercado.
QUA LIFIC AÇ ÃO EEDUC AÇ ÃO
O Centro Educacional da Asempbh foi um sonho concretizado pelo presidente Angelo Flores. Duran-te cinco anos, o CEA formou mais de quatro mil alu-nos nos cursos de informática e 1.500 nos cursos de idiomas.
Qualificação e educação | 79
CURSOS DE INFORMÁTICA
No início de 1996 a Assemp já respirava os novos
ares da gestão do presidente Angelo Flores, que
havia tomado posse no ano anterior. Após traba-
lhar – como presidente interino e nos primeiros
meses de seu mandato – para reestruturar os pro-
cessos administrativos da Associação, alavancar
o número de sócios e colocar as contas no azul,
Angelo decidiu que era hora da Assemp investir
em qualificação profissional por meio de cursos de
informática.
Cursos de informática da Assemp formaram cerca de quatro mil alunos
80 | Qualificação e educação
A ideia tinha inspiração familiar: em 1913, o edu-
cador Benjamin Flores, avô do presidente, fundou
em Belo Horizonte a Escola Profissional Feminina,
instituição que oferecia cursos em áreas como
datilografia, taquigrafia, corte e costura, desenho
etc. Além disso, na segunda metade da década
de 1990 a informatização já era um processo em
rápida expansão e o presidente tinha consciência
da importância que a informática teria no mercado
de trabalho.
Em parceria com a escola Pró-Informática, a As-
semp iniciou em julho de 1996 a oferta de cur-
sos de Windows, Word e Excel subsidiados para
filhos de associados. Cada aluno pagava apenas
uma mensalidade simbólica de R$ 5. Os cursos
ficavam sob responsabilidade da Coordenadoria
de Educação da Asempbh, comandada pelo pro-
fessor Afonso Elpídio Coelho, profissional da As-
semp que também era responsável por ministrar
treinamentos de aperfeiçoamento profissional para
os funcionários da entidade.
Apesar do entusiasmo no início do projeto e das
turmas lotadas, o convênio com a Pró-Informática
enfrentou problemas. Após alguns meses, o presi-
dente Angelo Flores teve conhecimento que vários
alunos estavam abandonando o curso por falta de
dinheiro para o ônibus ou por ficarem constran-
gidos pelo ambiente, diferente do que estavam
Qualificação e educação | 81
acostumados. O convênio durou dois anos e foi
encerrado no início do segundo semestre de 1998,
quando a Assemp inaugurou seu Centro Educa-
cional e passou a oferecer as aulas de informática
com estrutura própria.
Paralelamente ao curso de informática, a Associa-
ção já começava a investir no Programa de Cursos
Profissionalizantes da Asempbh. A proposta, des-
sa vez, diferia do projeto inicial. Ao invés de firmar
convênio com uma escola da capital, a própria
Assemp contrataria os professores e ofereceria a
infraestrutura para a realização de cursos de office
boy, auxiliar administrativo, recepcionista, atendi-
mento ao público, secretária e técnicas de vendas.
Outra novidade que o presidente preparava para
1997 era o início do Programa de Promoção do
Associado – Escola para a Terceira Idade. Foi
esse programa, coordenado pela pedagoga Eliza-
beth Alves Lima, que deu origem ao Re-florir e,
algum tempo mais tarde, ao Núcleo de Convivên-
cia Social e Cultural, hoje um dos trabalhos mais
importantes desenvolvidos pela Associação.
CENTRO EDUCACIONAL ASEMPBH
As aulas inaugurais do Programa de Cursos Pro-
fissionalizantes da Asempbh foram realizadas nos
dias 31 de março e 1º de abril de 1997. Além dos
cursos de capacitação, a Coordenadoria de Edu-
VO C Ê S A B I A?
Jacira Cerqueira foi a primeira mulher a ocupar um cargo na diretoria da Assemp. Ela foi eleita 2ª
Secretária em 1972.
82 | Qualificação e educação
cação também oferecia cursos de inglês e espa-
nhol para os associados.
A iniciativa teve boa aceitação e procura por parte
dos sócios. Tanto que, alguns meses mais tarde,
aventou-se a ideia de ampliar a variedade de cur-
sos oferecidos. A criação de cursos como Direção
Defensiva, Mestre de Obras, Gerência Avançada
e supletivos de primeiro e segundo grau chegou a
ser cogitada. Entretanto, a proposta não foi efetiva-
da em função da baixa demanda de alunos.
Pelo final de 1997 e início de 1998, os cursos pro-
fissionalizantes também já apresentavam sinais de
que estavam perdendo o fôlego. Por outro lado,
a demanda dos cursos de informática – ofereci-
dos por meio de convênio – e línguas continuava
Criação do CEA teve inspiração em Benjamin Flores, avô do presidente Angelo Flores
Qualificação e educação | 83
crescente. Nessa mesma época, a Assemp estava
de mudança da rua Rio de Janeiro para a Tupis.
O presidente Angelo Flores percebeu, então, a
oportunidade de transformar a antiga sede em um
espaço totalmente dedicado ao ensino e à capaci-
tação dos associados e seus dependentes. Surgia
ali um dos marcos da gestão de Angelo Flores e
dos 40 anos da Associação: o Centro Educacional
Asempbh.
O CEA foi inaugurado em 22 de julho de 1998,
com uma moderna estrutura que contemplava três
salas de informática – todas equipadas com 12
computadores – uma sala de inglês com capaci-
Cursos de línguas ofereciam aulas temáticas que exploravam a diversidade cultural
84 | Qualificação e educação
dade para 20 alunos e uma sala de espanhol para
dez alunos. Além disso, o Centro também contava
com secretaria, sala de professores, sala de coor-
denadoria e um espaço que, pouco tempo depois,
recebeu a biblioteca Orlando Vignoli.
A coordenação do CEA ficou a cargo dos pedago-
gos Afonso Elpídio Coelho e Elizabeth Alves Lima.
No semestre de inauguração, o Centro recebeu
462 alunos, em 11 turmas de inglês, seis de es-
panhol e 24 de informática. A demanda foi tão
grande que a Assemp chegou a oferecer um curso
intensivo de férias entre os meses de janeiro e fe-
vereiro de 1999, quando as atividades regulares do
CEA estavam em recesso.
A grande procura tinha justificativa. No final da
década de 1990 os equipamentos de informática
eram muito caros, o que elevava os custos de es-
colas especializadas e, consequentemente, tornava
as mensalidades cobradas dos alunos muito altas.
Em contrapartida, o CEA não visava lucro. Dessa
forma, o valor das mensalidades era bem inferior
ao praticado no mercado. Além disso, o período
era de crise internacional, que se refletia no Brasil
em forma de arrocho salarial. Para a maior parte
dos servidores municipais, que não possuíam boas
condições financeiras, o Centro Educacional da
Asempbh configurou-se uma oportunidade única
VO C Ê S A B I A?
Em 1974, a peça infantil Chapeuzinho Vermelho foi apresentada como parte das comemorações de 16 anos da Assemp. Apesar de alguns aplausos, a maioria dos sócios protestou contra a encenação, por não condizer com o público da Associação.
Qualificação e educação | 85
de acesso a cursos de informática e línguas es-
trangeiras.
No início do segundo semestre de 1999, a coor-
denação geral do CEA passou às mãos de Wilcler
Diniz Almeida, engenheiro com pós-graduação em
Informática na Educação e com quatro anos de
experiência na direção de escolas de computação.
Alguns meses depois, a coordenadora pedagógi-
ca, Elizabeth Alves Lima, teve que deixar o cargo,
em razão do crescimento das atividades do Nú-
cleo de Convivência, e passou a exercer a função
de consultora pedagógica. Em seu lugar assumiu
Solange Fonseca Lopes. Posteriormente, o cargo
ainda foi ocupado por Ana Maria Bizzotto e Darso-
ni de Oliveira Caligiorne.
O período entre o fim de 1999 e o início dos anos
2000 foi de franco crescimento do CEA, que che-
gou a ter perto de 700 alunos. No início de 2003,
porém, a diretoria se viu obrigada a encerrar as
atividades do Centro, por motivos externos à Asso-
ciação. Naquele período as barracas de camelôs
ainda tomavam boa parte das ruas do centro de
Belo Horizonte, incluindo a região em que ficava
a escola, na rua Rio de Janeiro. Esse comércio in-
formal e o grande fluxo de pessoas atraíam malan-
dros e ladrões, que circulavam pela área. O prédio
em que funcionava o CEA foi assaltado várias ve-
zes e a própria escola chegou a ser arrombada e
86 | Qualificação e educação
teve equipamentos roubados. O caso mais grave,
porém, foi o de uma professora agredida nas esca-
das do edifício.
Com todos esses problemas, o número de alunos
caiu drasticamente, chegando a 270, número que
inviabilizava o funcionamento do Centro. Apesar de
não buscar lucro, o CEA tinha sido pensado como
um projeto autossustentável, em que as próprias
receitas cobririam os custos com a manutenção do
espaço e com os salários dos profissionais.
Mesmo tendo sido encerrado de forma abrupta,
o Centro Educacional da Asempbh pode ser con-
siderado um projeto de sucesso da Assemp. Em
cinco anos de funcionamento, a escola formou
cerca de quatro mil alunos nos cursos de informá-
tica e perto de 1.500 nos cursos de idiomas.
N ÚCLEO DE CON V I V ÊNCIA SOCIA L E CU LTU R A L
Nada sintetiza tão bem a missão e o espírito da As-semp como o Núcleo de Convivência. Com grande diversidade de cursos, o NCSC oferece um espaço para o associado se divertir, exercitar-se e celebrar a vida.
Núcleo de Convivência Social e Cultural | 89
ORIGENS: RE-FLORIR
Após dois anos de mandato, o presidente Angelo
Flores já havia colocado em prática projetos que
transformaram o panorama da Assemp. Os pla-
nos de saúde tinham sido ampliados, oferecendo
mais opções e benefícios aos associados. Os filhos
dos sócios participavam de cursos de informáti-
ca subsidiados pela entidade, criando oportunida-
des de ingresso no mercado de trabalho. Faltava,
então, uma política voltada exclusivamente para
aqueles que tinham sido o primeiro público da As-
sociação, na época ainda Afap: os aposentados.
Muitos deles, com tempo ocioso, passavam pela
Assemp quase que diariamente para ler um jornal
ou conversar com os conhecidos. A ideia era ofe-
recer uma atividade para que eles pudessem não
apenas matar o tempo, mas construir e aprender
coisas novas.
Com essa motivação, em novembro de 1996 foi
criado o Programa de Promoção do Associado –
Escola para a Terceira Idade. A proposta, inicial-
mente, consistia em promover encontros semanais
de servidores aposentados para a realização de
90 | Núcleo de Convivência Social e Cultural
palestras, atividades culturais e pequenos eventos
sociais. Para a coordenação do programa, o presi-
dente convidou a pedagoga Elizabeth Alves Lima.
O trabalho com pessoas daquela faixa etária seria
um desafio para Beth, como logo ficou carinho-
samente conhecida pelos frequentadores da As-
semp. Durante anos ela havia trabalhado com um
consultório de reeducação psicopedagógica, lidan-
do apenas com crianças. Segundo suas próprias
palavras, ela nunca havia se imaginado atuando
Elizabeth Lima com os primeiros membros da então Escola para a Terceira Idade
Núcleo de Convivência Social e Cultural | 91
com idosos. O sucesso da empreitada, porém, veio
exatamente de sua experiência com os pequenos.
“Tratamos todos com respeito, sem infantilizá-los,
como é comum acontecer. Minha didática sempre
foi a de respeitar sua inteligência e absorver o co-
nhecimento que eles tinham a passar”, pondera.
As inscrições para o programa começaram em ja-
neiro de 1997. Os primeiros associados a se ins-
crever foram Adelino Batista Freitas, João Viana
do Vale, Pancrácio de Aguiar e Maria Madalena de
Em 10 de maio de 1997, o Grupo Re-florir fez sua primeira viagem, ao Planalto da Jaguara
92 | Núcleo de Convivência Social e Cultural
Souza. O primeiro encontro, realizado em 15 de fe-
vereiro, contou com a presença de 19 associados.
Uma curiosidade marcou este primeiro encontro.
Logo de cara os participantes manifestaram um in-
cômodo com o nome Escola para a Terceira Idade
e sugeriram sua modificação. Essa atitude já refle-
tia o espírito desses associados, que não queriam
ser tachados de velhinhos, mas vistos como pes-
soas que estavam entrando em uma nova etapa da
vida cheios de disposição e vontade de vivenciar
novas experiências.
Pedido feito, pedido atendido. No segundo encon-
tro, no dia 8 de março, foi promovida uma eleição
entre 20 nomes sugeridos pelos próprios partici-
pantes para rebatizar a Escola. O nome escolhido
foi Grupo Re-florir, sugestão de Irany Maria Ama-
ral, mãe da associada Dalva Amaral.
Este mesmo encontro também ficou marcado por
outro motivo: foi a primeira participação do psicó-
logo Sebastião Gonçalves Maciel no Re-florir, ainda
como mero espectador. Após ler no jornal Notícia
Urgente sobre a criação do grupo, Sebastião en-
viou uma carta à Associação se voluntariando a
participar e ajudar na promoção do programa, e
passou a acompanhar os encontros. A partir de
abril daquele ano, o psicólogo iniciou um grupo de
estudo mensal com os participantes e, ainda hoje,
VO C Ê S A B I A?
O hino da Associação, composto em 1995, é de autoria do associado Jadir Ambrósio, que também compôs o hino do Cruzeiro Esporte Clube.
Núcleo de Convivência Social e Cultural | 93
conduz atividades no Núcleo de Convivência, sem-
pre com grande procura pelos associados.
Além das palestras, os encontros do Re-florir co-
meçaram a ser diversificados com passeios a par-
ques e hotéis fazenda e a realização de oficinas
de curta duração. Data também desse período
inicial, mais precisamente de 31 de maio de 1997,
a chegada de outro importante colaborador do Re-
-florir e do NCSC: o professor de dança Roberto
Evandro Ferreira Pinto, que promoveu uma ativida-
de de sensibilização artística com os participantes
naquela oportunidade, vindo a integrar a equipe
de funcionários pouco tempo depois.
SURGIMENTO E DESENVOLVIMENTO DO NCSC
No final de seu primeiro ano de vida, a Escola para
a Terceira Idade/Grupo Re-florir já era um grande
sucesso. Tanto que a coordenação e o presidente
perceberam a necessidade de ampliar o progra-
ma. Foi criado, então, o Núcleo de Convivência So-
cial e Cultural da Assemp, que por um tempo ficou
conhecido como Projeto Maturidade, nome que
acabou caindo em desuso posteriormente. O Re-
-florir, porém, não deixou de existir. Os integrantes
do grupo continuaram a se reunir semanalmente.
A diferença era que, a partir dali, ele fazia parte de
um projeto maior, voltado para associados e de-
pendentes com mais de 39 anos.
94 | Núcleo de Convivência Social e Cultural
As atividades do NCSC iniciaram-se em março
de 1998, sempre duas vezes por semana. Com a
mudança da sede da Associação e a reforma do
imóvel da rua Rio de Janeiro para receber o Cen-
tro Educacional da Asempbh, o Núcleo acompa-
nhou o setor administrativo e também migrou para
a rua Tupis, fato que logo se caracterizou como
um problema. Com aulas de dança e o número
de participantes crescendo a cada dia, os encon-
tros começaram a interferir no funcionamento dos
demais setores da entidade. “Foi preciso que a
Assemp entendesse e confiasse no trabalho que
As aulas de dança foram uma das primeiras atividades regulares do Núcleo de Convivência
Núcleo de Convivência Social e Cultural | 95
estava sendo desenvolvido, destacando-se aí a
grande sensibilidade e visão do presidente Angelo
Flores”, relembra a gerente do Núcleo, Elizabeth
Alves Lima.
É curioso observar o importante papel que o Nú-
cleo de Convivência desempenhou na criação de
um espírito de pertencimento dos associados com
a Assemp e de como eles se apropriaram dos
espaços da Associação. Esse sentimento é com-
partilhado por Elizabeth em um artigo publicado
no jornal Notícia Urgente em outubro de 1998.
“A amizade, a afeição, a solidariedade, o respei-
to mútuo e o amor têm sido os valores que unem
os integrantes do Núcleo, tornando-os ‘membros
verdadeiros’ de uma associação, cujo lema é a fra-
ternidade”.
Foi ciente desse espírito que a diretoria adquiriu
e inaugurou, em 11 de agosto de 1999, o 13º
andar do Edifício Minas Oeste, na rua da Bahia.
O imóvel foi inteiramente utilizado para a expansão
das atividades do Núcleo de Convivência.
Com o novo espaço, o NCSC passou a funcio-
nar de segunda a sexta-feira, incrementando sua
agenda com os cursos de Hatha Yoga, Biodança,
Corpo e Voz e oficinas de curta duração. As aulas
de yoga, inclusive, se tornaram uma das ativida-
des mais longevas do Núcleo, ao lado das aulas de
dança de salão e do Grupo Vivência-Terapia, que
Núcleo de Convivência Social e Cultural | 97
surgiram ainda na época da Escola para a Terceira
Idade/Grupo Re-florir e permanecem até hoje na
grade de cursos regulares. Desde sua criação na
Assemp, a Hatha Yoga foi conduzida pela profes-
sora Teresinha Marta Gonçalves de Souza. A par-
tir de 2000, em função da crescente demanda,
juntou-se a ela a professora Maria Rita. As duas
profissionais, que se desligaram da Associação no
fim de 2012, realizaram um trabalho de grande
impacto entre os associados. Não por acaso, atu-
almente são 13 turmas lotadas e uma grande fila
de espera.
Atividades manuais exercitam o corpo e a mente dos associados
98 | Núcleo de Convivência Social e Cultural
SEIS ANDARES DE ATIVIDADES
Se ainda existia alguma dúvida de que o Núcleo
de Convivência Social e Cultural da Assemp era
uma iniciativa de sucesso e com vida longa, ela
acabou no dia 29 de novembro de 2000. Nesta
data, em uma celebração que contou com a pre-
sença de vários membros da diretoria, incluindo o
presidente de honra da Associação, Celso Mello
de Azevedo, foi inaugurado o segundo andar da
Assemp no Edifício Minas Oeste. Assim como já
havia ocorrido com o 13º andar, um ano antes, o
nono andar foi adquirido e reformado para rece-
ber, exclusivamente, atividades do Núcleo.
O ano de 2000, porém, não ficou marcado apenas
pela inauguração do novo espaço do NCSC. No
segundo semestre daquele ano chegou à Assemp
o teatrólogo Ilder Miranda Costa, que iniciou uma
oficina de teatro com alguns associados. Em 2001,
a oficina se converteu em um grupo de teatro pro-
priamente dito, que realizou oito montagens ao lon-
go de dez anos de existência.
Outra oficina surgida no início dos anos 2000 e
que, ainda hoje, faz bastante sucesso entre os as-
sociados é a de Iniciação ao Desenho e à Pintura.
Com a oficina, iniciaram-se também as tradicionais
exposições de arte da Assemp, que são realizadas
anualmente.
Núcleo de Convivência Social e Cultural | 99
Paralelamente às ações que ocorriam nos espaços
da Associação, as viagens e excursões promovidas
pela coordenação do Núcleo de Convivência tam-
bém se tornaram uma atração que superou todas
as expectativas. Diamantina, Serra da Piedade,
Serra da Moeda, São Lourenço, Poços de Caldas,
Serra Negra, Águas de Lindóia e Monte Sião foram
alguns dos destinos visitados pelos associados en-
tre os anos 2000 e 2002.
Ironicamente, foi exatamente o sucesso da iniciati-
va que determinou o seu fim: na última viagem do
grupo, a Assemp precisou locar três ônibus para
transportar os 140 associados inscritos. A gerente
Elizabeth Alves Lima recorda as dificuldades en-
frentadas. “Tivemos que reservar um hotel inteiro
só para os associados. Imagine a dificuldade em
ter 140 pessoas tomando café, almoçando ou fe-
chando a conta simultaneamente? Nas paradas de
ônibus, as mulheres invadiam o banheiro masculi-
no por falta de toaletes suficientes. A organização
das viagens estava se tornando muito complicada
e fora do foco de atuação da Assemp”.
Como forma de tentar compensar os sócios, a dire-
toria estabeleceu convênios com agências de via-
gens para a oferta de pacotes turísticos a preços
mais acessíveis. Todavia, é inegável a saudade que
as excursões do Núcleo deixaram naqueles que ti-
veram a oportunidade de participar.
VO C Ê S A B I A?
O nome do Grupo Re-florir foi escolhido por
votação. As demais sugestões eram: Alegria
de Viver, Amigos em Comunidade, Amor
e Vida, Ativos, Bem-viver, Caminhando,
Clube da Esperança e Lealdade, Enigma,
Eterna Juventude, Faísca, Fonte de Luz,
Lazer e Vida, Pérolas de Outono, Recordar é Viver,
Renovar, Sempre Viva, Velhice no Outono e Vida
Feliz.
100 | Núcleo de Convivência Social e Cultural
Mas, se por um lado o crescimento do interesse
dos associados acabou inviabilizando a continui-
dade das viagens em grupo, por outro a coorde-
nação (atualmente gerência) não mediu esforços
para atender a crescente demanda dos cursos do
Núcleo de Convivência. Em 2003, o NCSC já aten-
dia uma média de 1.700 associados por mês, uma
realidade bem distinta dos 19 participantes do pri-
meiro encontro da Escola para a Terceira Idade,
em 1997.
Novos cursos regulares continuaram sendo cria-
dos, como a Oficina de Memória, o Reciclarte – em
que os alunos produzem peças a partir de mate-
riais recicláveis –, a Oficina de Tricô Crochê e Bor-
dado e, mais recentemente, a Oficina de Pintura
em Tecido. Outros foram incrementados, como a
Dança de Salão, que recebeu o apoio de outros
professores e monitores. Já o psicólogo Sebastião
Maciel ganhou a companhia de outros três profis-
sionais.
Mas os esforços de Elizabeth para oferecer o maior
número de benefícios aos associados não se limi-
tou a atividades para a mente. A saúde do corpo
também entrou na pauta do Núcleo de Convivên-
cia. Foram criados os atendimentos de acupuntu-
ra, Reeducação Postural e Alongamento (RPA) e
podologia.
Núcleo de Convivência Social e Cultural | 101
A partir de 2003, o NCSC também passou a re-
alizar, anualmente, ciclos de oficinas e palestras
para celebrar o Dia do Servidor Público, comemo-
rado em 28 de outubro. Essa iniciativa resgatou
um evento promovido, pela primeira vez, em 1995,
quando o presidente Angelo Flores, em seu primei-
ro ano de gestão, realizou uma festa de confrater-
nização entre os associados para marcar a data.
O que deveria ser apenas um dia de eventos do
Núcleo, entretanto, acabou se transformando em
uma semana inteira de comemorações. Na edição
Dança cigana é um dos diversos cursos ofertados pelo NCSC atualmente
102 | Núcleo de Convivência Social e Cultural
2012, intitulada Maratona da Saúde e Qualidade
de Vida do Servidor, foram 54 atividades aconte-
cendo simultaneamente, em três dias de evento.
Em 2013, a Feira de Promoção da Qualidade de
Vida do Servidor Público Municipal repetiu e am-
pliou o sucesso da iniciativa, trazendo um progra-
mação que incluiu dezenas de atividades e mobili-
zou um grande número de associados.
Para que tudo isso descrito acima fosse possível,
foi necessário um grande arrojo da diretoria, espe-
cialmente na figura do presidente Angelo Flores,
que investiu na aquisição de novos andares no
Edifício Minas Oeste, na rua da Bahia. Atualmen-
te o prédio concentra quase todas as atividades
da Assemp, excetuando-se a Biblioteca Orlando
Vignoli. Hoje, existem ações do Núcleo sendo rea-
lizadas em seis dos oito andares do prédio perten-
centes à Associação. Em 2012, o número de aten-
dimentos extrapolou a média de 2.600 por mês.
Em função desses números expressivos, em abril
de 2012 a gerência do Núcleo implementou uma
reestruturação das atividades. Os cursos regulares
e as oficinas permaneceram sob responsabilidade
do NCSC. Para os atendimentos de saúde foi cria-
da uma nova coordenação, batizada de Espaço
Viver Bem Assemp. À frente desse trabalho está a
gestora de saúde Luciane Mateus. Essa mudança
permitiu um acompanhamento mais próximo das
Núcleo de Convivência Social e Cultural | 103
ações desenvolvidas e facilitará a implantação de
novos serviços futuramente.
“É uma alegria muito grande perceber que este
trabalho está contribuindo de forma positiva para
a melhoria da qualidade de vida dos associados.
Como profissional, é uma grande satisfação obser-
var que o objetivo da criação do NCSC foi atingido.
O servidor municipal vem aqui para criar, recons-
truir, aprender a fazer coisas novas, participar de
atividades que sequer poderia imaginar que um
dia estaria fazendo. Essa é a grande beleza do Nú-
cleo”, enfatiza a gerente Elizabeth Alves Lima.
ATEN DIM ENTOS DE SAÚ DE
Associados da Assemp têm à disposição tratamen-to odontológico gratuito, atendimento psicológico, acupuntura, podologia e RPA. Além disso, por meio de convênio a entidade facilita o acesso e o paga-mento de medicamentos.
Atendimentos de saúde | 107
SAÚDE BUCAL
Em 1989 os servidores municipais foram surpre-
endidos com a notícia de que o Hospital Odilon
Behrens, que até então realizava atendimento ex-
clusivo ao funcionalismo, seria integrado ao Siste-
ma Único de Saúde e aberto a toda a população
da capital.
A mudança precarizou ainda mais o amparo à saú-
de do servidor e logo motivou uma atitude da di-
reção da Assemp. Membros da diretoria visitaram
diversas instituições e empresas – tais como Minas
Caixa, Banco do Brasil e Cemig – para conhecer
de perto os programas de assistência à saúde que
ofereciam a seus funcionários e, com base nas in-
formações coletadas, elaboraram um projeto que
foi levado ao prefeito Patrus Ananias.
A PBH, entretanto, recusou-se a efetivá-lo, o que
levou a Assemp a celebrar, por conta própria, um
convênio com a Santa Casa de Misericórdia para
a oferta de planos de atendimento à saúde do ser-
vidor. O Asemp Saúde foi o primeiro passo de um
serviço que hoje atende cerca de 20 mil pessoas,
entre associados e familiares.
108 | Atendimentos de saúde
Com o sucesso da iniciativa, que oferecia – e ain-
da oferece – oportunidade de acesso a um aten-
dimento de qualidade por valores inferiores aos
praticados pelo mercado, a diretoria logo percebeu
que medidas como essa tinham potencial para ser
expandidas e não precisavam ficar restritas aos
planos de saúde.
Em outubro de 1996, o presidente Angelo Flo-
res assinou um contrato com a Uniodonto-BH e
passou a ofertar, também, planos odontológicos a
seus associados. Assim como ocorreu com o pla-
no de saúde, a grande demanda dos sócios pelo
Parceria com a Clínica Reabilitar oferece atendimento odontológico gratuito aos sócios da Assemp
Atendimentos de saúde | 109
novo serviço levou o presidente a concluir que ha-
via tomado uma decisão acertada. Em pouco mais
de um ano, o convênio já atendia a mais de 1.300
pessoas.
Paulatinamente, o serviço de assistência odontoló-
gica da Assemp foi sendo incrementado, oferecen-
do novas opções aos associados. Em janeiro de
2004 a diretoria firmou convênio com o dentista
Wolney de Araújo e passou a oferecer atendimento
odontológico básico totalmente gratuito. À época,
o presidente Angelo Flores ressaltou que o novo
serviço da Assemp era uma resposta ao desampa-
ro da Prefeitura Municipal com os servidores. “No
decorrer de oito anos de arrocho salarial, o servi-
dor foi ficando com o salário defasado e, hoje, não
tem condições sequer de dar uma alimentação
digna à sua família, quanto mais visitar um dentis-
ta. Uma boca mal cuidada reflete diretamente na
saúde como um todo e influi também na questão
psicossocial das pessoas. Queremos dar o mínimo
de dignidade ao servidor e, dentre as tantas ações
que já realizamos, o atendimento odontológico
será mais um passo para isso”.
Em julho de 2010 uma nova parceria foi firmada,
com a Metlife, que passou a ofertar uma segunda
alternativa de plano odontológico. Menos de um
mês depois, a diretoria voltou a se movimentar e
assinou outro importante convênio, com a Clíni-
110 | Atendimentos de saúde
ca Reabilitar, que também oferece atendimento e
tratamento odontológico gratuito aos associados.
Todos esses serviços se encontram, ainda hoje, à
disposição dos sócios da Assemp.
CONVÊNIOS COM DROGARIAS
No início de 1999 o presidente Angelo Flores já ha-
via promovido ações para amparar a saúde física e
bucal de seus associados. Faltava, ainda, enfrentar
um dos grandes vilões dos orçamentos familiares,
especialmente os de pessoas mais idosas: os gas-
tos com medicamentos. Pensando especialmente
neste público, o presidente Angelo Flores firmou,
em maio de 1999, um convênio com a Dynameis
Pharma, farmácia especializada em manipulação.
Além de adquirir remédios por preços mais aces-
síveis, uma vez que era ofertado um desconto de
25%, os associados tinham a opção de realizar o
pagamento por meio de desconto em folha.
Esse benefício foi estendido em outubro de 2004,
com o acordo com a Drogaria do Aposentado, que
garantiu aos sócios da Assemp um desconto de
até 30% na compra de medicamentos. Além do
abatimento no preço, a Associação ainda subsidia-
va um desconto adicional de 5% sobre o valor da
compra.
Atendimentos de saúde | 111
Apesar das vantagens para os sócios, ambos os
convênios foram rescindidos após algum tempo,
por motivos diversos. O desejo de oferecer um
benefício dessa natureza, porém, nunca foi es-
quecido por Angelo Flores. Tanto que, em julho de
2012, a Assemp fechou um contrato de parceria
com a Drogaria Araujo, principal rede de farmácias
do Estado. Com o novo convênio, os associados ti-
veram acesso a um cartão – semelhante a cartões
de lojas – para realizar suas compras em qualquer
drogaria da rede. O pagamento só é feito no mês
subsequente à compra, por meio de boleto bancá-
rio enviado pelo correio.
A assinatura do contrato com a Araujo, que contou
com a participação do presidente da rede, Modes-
to Araujo, simbolizou a concretização de um anti-
go sonho da diretoria, em especial do presidente
Angelo Flores. “Tenho certeza que estamos dando
nossa contribuição para aliviar a dor e a aflição de
muitos”, afirmou na data da assinatura.
ESPAÇO VIVER BEM ASSEMP
Não foi somente por meio de convênios com em-
presas e profissionais liberais que a Assemp inves-
tiu na saúde de seus sócios. Desde a origem da
Escola para a Terceira Idade/Grupo Re-florir, em
1997, por exemplo, o psicólogo Sebastião Maciel
desenvolve um trabalho terapêutico em grupo com
VO C Ê S A B I A?
A Associação já teve um time de futebol. O Assemp Futebol Clube
foi criado em 1996 e disputou torneios
amadores da capital até o início dos anos 2000, chegando a conquistar
alguns troféus.
112 | Atendimentos de saúde
os associados. Desde então, o time de psicólogos
da Assemp cresceu consideravelmente, contando
hoje com quatro profissionais.
Assim como o serviço de psicologia se desenvol-
veu, a Assemp, por meio do Núcleo de Convivên-
cia, investiu na diversificação de serviços e aten-
dimentos à saúde. No ano 2000, o acupunturista
Hans Genrich se integrou a equipe de facilitadores
do NCSC. Se havia algum receio de que as técni-
cas de acupuntura pudessem ser recebidas com
desconfiança pelos associados que frequentavam
o Núcleo, ele logo desapareceu. Apenas um ano
depois a gerente Elizabeth Alves Lima teve que
contratar mais um profissional para atender a de-
manda crescente.
O tratamento com agulhas se popularizou de tal
forma na Assemp que, em um espaço de onze
meses, entre março de 2011 e fevereiro de 2012,
três novos acupunturistas foram contratados.
Além disso, atendendo a um anseio dos próprios
associados, a gerência do Núcleo promoveu, nos
dias 23 e 24 de maio de 2011, o I Simpósio de
Acupuntura da Assemp, evento que contou com
número expressivo de participantes. A equipe hoje
é composta por cinco profissionais.
Outros dois serviços que caíram nas graças dos
sócios foram implantados em junho e agosto de
2006: Reeducação Postural e Alongamento e
VO C Ê S A B I A?
A logomarca e o lema atuais da Assemp surgiram no início de 1996. A concepção e criação são da Prismac Editoração.
Atendimentos de saúde | 113
podologia. O trabalho de RPA, que atualmente
funciona no terceiro andar do edifício sede da As-
semp, é coordenado por dois fisioterapeutas. Já o
atendimento de podologia, que começou em um
espaço improvisado no 9º andar, conta hoje com
consultórios totalmente equipados e três profissio-
nais.
Até julho de 2012, todos esses atendimentos es-
tavam subordinados à gerência do Núcleo de
Convivência. Porém, o constante crescimento do
serviços de saúde e dos cursos regulares – dança,
yoga, oficinas etc – ocasionou uma sobrecarga de
Na área de saúde, a podologia é um dos serviços mais procurados na Associação
114 | Atendimentos de saúde
trabalho. Para garantir que nenhuma atividade fos-
se sacrificada e, com isso, penalizasse os associa-
dos, a gerente Elizabeth Lima levou à diretoria uma
proposta de reestruturação do Núcleo.
Com a mudança aprovada foi criado o Espaço Vi-
ver Bem Assemp. Essa nova coordenação é res-
ponsável pelos atendimentos de saúde da Asso-
ciação – RPA, podologia, acupuntura e psicologia
clínica, enquanto o NCSC continua liderando os
cursos, oficinas e demais atividades. A coordena-
ção do Espaço Viver Bem está a cargo da gestora
de saúde Luciane Mateus, que estava na Assemp
Parte das equipes do Núcleo de Convivência e do Espaço Viver Bem reunidas na Semana do Servidor 2012
Atendimentos de saúde | 115
desde maio de 2011, quando foi contratada para
estabelecer um canal de diálogo direto com repre-
sentantes das operadoras de planos de saúde, vi-
sando a resolver mais facilmente problemas que
porventura fossem apresentados pelos usuários.
Apesar da separação administrativa, o Núcleo de
Convivência e o Espaço Viver Bem atuam de forma
conjunta na busca primordial pelo bem-estar dos
associados. Prova disso são os eventos da Semana
do Servidor realizados em outubro de 2012 e de
2013, que promoveram quase 150 atividades vol-
tadas ao bem-estar físico e mental dos associados.
A LUTA POLÍTIC ACom a força e a representatividade de 14 mil sócios, a Assemp adota uma postura de defesa dos direitos dos servidores e de enfrentamento ao descaso e às decisões arbitrárias da Prefeitura de Belo Horizonte.
A Luta política | 119
POLÍTICA DE CORDIALIDADE
Quando foi criada, em 1958, a Assemp tinha por
objetivo defender os direitos dos aposentados fren-
te ao descaso da Prefeitura com esses servidores.
Contudo, a baixa representatividade e a falta de
recursos financeiros sempre forçaram a diretoria
a adotar uma postura de subserviência ao Poder
Executivo. Dessa forma, a luta política a qual a
Associação se propunha se limitava ao envio de
ofícios e solicitações informais ao prefeito, que não
raramente ignorava os anseios da diretoria e de
seus associados.
Esse posicionamento só começou a mudar no final
da gestão do presidente Antônio Carlos Nonato de
Menezes (1969-1986) e se intensificou no man-
dato de Orlando Vignoli (1986-1988). Cansada de
esperar pela boa vontade da PBH, a diretoria ini-
ciou uma série de incursões judiciais na busca por
direitos individuais e coletivos dos servidores. A vi-
tória em algumas dessas ações deu um indicativo
de que, dali em diante, a Assemp deveria assumir
uma postura mais combativa e um pouco menos
“diplomática”.
120 | A Luta política
Com a chegada de Saulo Converso Lara à pre-
sidência, a Associação começou a encampar al-
gumas lutas. Foi dessa forma, com pressão das
categorias e forçando a PBH a sentar-se à mesa
de negociações, que vários direitos foram conquis-
tados, tais como o enquadramento dos agentes
fazendários, o pagamento do adicional por tempo
de serviço e de gratificação de produtividade fiscal
aos aposentados e a extinção da proposta da Pre-
feitura de pôr fim ao amparo de chefia.
FÓRUM DAS ENTIDADES
Em 1995, a posse do presidente Angelo Flores
coincidiu com um momento crucial para o funcio-
Fórum das Entidades surgiu em 1997 para lutar contra a criação do Impas
A Luta política | 121
nalismo. Estava em discussão na Câmara Munici-
pal o projeto do Estatuto dos Servidores. Ciente da
relevância do tema, o presidente promoveu deba-
tes na sede da Associação com vereadores que
estavam envolvidos no projeto, para que pudes-
sem ouvir a opinião e colher sugestões dos pró-
prios servidores.
Uma das iniciativas de maior impacto da primei-
ra gestão de Angelo Flores, entretanto, surgiu em
1997. Naquele ano, a PBH enviou à Câmara a
proposta de emenda à Lei Orgânica 308/97, que
criava o Instituto Municipal de Previdência e As-
sistência Social (Impas), uma autarquia que ficaria
responsável pela gestão do sistema de previdência
e assistência social dos servidores.
O fato de a Prefeitura ter enviado o projeto na sur-
dina, sem nenhuma discussão com as entidades
que representavam os servidores, causou a irrita-
ção do presidente da Assemp e de outros dirigen-
tes sindicais. Por sugestão de Angelo Flores, um
grupo formado pela Assemp, Sindibel, Sinfisco,
Aplena, Asfim, Aprom e Afisa começou a se reu-
nir semanalmente para discutir o projeto da PBH e
elaborar propostas alternativas. A esse grupo, que
ficou conhecido como Fórum das Entidades, se
juntaram mais tarde outras entidades, como Som-
ge, Asselurb e Sind-UTE.
VO C Ê S A B I A?
O nome do jornal Notícia Urgente foi escolhido em um concurso. Os outros
nomes concorrentes eram Jornal Integração, A Voz da Verdade, O Jornal da Verdade, O Jornal dos
Nossos Direitos, Jornal da Nossa Defesa, Jornal da Verdade e Justiça, O
Grande Companheiro, Unidade Funcional e
Novos Rumos.
122 | A Luta política
A ideia por trás do Fórum era simples: promoven-
do suas reivindicações em conjunto, as entidades
conseguiam mais força de negociação e, até mes-
mo, de pressão, caso houvesse necessidade de
uma mobilização de rua. A iniciativa logo se mos-
trou acertada. Em 22 de setembro o prefeito Célio
de Castro tirou o projeto de criação do Impas de
tramitação e se comprometeu a discuti-lo com os
servidores.
Ao que aparenta, a Prefeitura acabou deixando
a proposta de lado, o que arrefeceu o debate. O
tema só voltou à pauta em maio de 1999, quan-
do o Fórum das Entidades promoveu na Câmara o
seminário A Estruturação da Previdência dos Ser-
vidores Municipais de Belo Horizonte.
CAMPANHAS SAL ARIAIS
No ano 2000, o Fórum das Entidades lançou sua
primeira campanha salarial conjunta. Os servido-
res municipais estavam há três anos sem reajuste
e o clima de insatisfação era grande. Em função de
aquele ser um ano de eleições municipais, porém,
as negociações acabaram sendo comprometidas,
já que a legislação eleitoral impede a concessão
de reajustes salariais nos seis meses anteriores ao
pleito. Aos servidores restou a incorporação de um
abono de 9%, com pagamento escalonado entre
2000 e 2001.
A Luta política | 123
Em 2002, o Fórum das Entidades voltou às ruas
com uma nova campanha salarial. A intransigên-
cia da Prefeitura em negociar acabou arrastando
a negociação até setembro de 2003, quando os
servidores finalmente conseguiram um reajuste
em seus vencimentos. Essa campanha também
ficou marcada pela aprovação dos planos de car-
reira dos trabalhadores da Fiscalização Geral e da
Administração.
Por essa época, o Fórum das Entidades já de-
monstrava enfraquecimento. Novos dirigentes as-
sumiram a direção de alguns dos sindicatos que
compunham o grupo e abandonaram a ideia da
luta conjunta. Preocupados em garantir prestígio
Presidente Angelo Flores ocupa tribuna do plenário da Câmara em campanha salarial dos servidores
124 | A Luta política
pessoal, voltaram a realizar negociações individu-
ais com a Prefeitura, levando à extinção do Fó-
rum. Em abril de 2005 foi realizado o último ato
de campanha conjunto, em uma audiência pública
na Câmara dos Vereadores. Posteriormente, as en-
tidades só voltaram a se reunir em uma campanha
salarial em 2011, em uma tentativa de reaproxima-
ção que mostrou resultados, já que foram obtidos
reajustes que variaram de 13% a 24%.
REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA
Em 2010 uma notícia pegou os servidores de
surpresa. Após 53 anos de funcionamento, a Be-
neficência da Prefeitura Municipal iria fechar as
portas. A extinção da Beprem já estava prevista
1º Encontro Assemp de Previdência Municipal mobilizou os associados em 2012
A Luta política | 125
desde a aprovação da Lei Orgânica do Município,
em 1990, mas sem definição sobre a criação do
Impas, a situação se arrastava. Paralelamente, um
outro projeto criado pela Prefeitura e enviado à Câ-
mara propunha a reestruturação do Regime Pró-
prio de Previdência dos Servidores (RPPS).
Como usual, ambos os projetos foram elaborados
pela PBH sem nenhum debate com os principais
interessados, os servidores. A atitude gerou uma
reação imediata das entidades, incluindo a As-
semp, que conseguiram barrar a tramitação dos
projetos. Durante um ano foram realizadas uma
série de reuniões, debates e audiências com mem-
bros da Prefeitura para negociar pontos polêmicos
dos projetos, que acabaram sendo revisados e
transformados em um só, uma vez que tratavam
de temas afins.
Mesmo sem contemplar todas as exigências das
entidades, o projeto de reestruturação do RPPS
e de extinção da Beprem foi aprovado no fim de
2011. Dentre outros pontos, a nova lei previa a
criação de dois fundos para o pagamento das apo-
sentadorias e a formação de um Conselho de Ad-
ministração, composto por representantes da PBH
e dos servidores, responsável pela gestão desses
fundos.
A eleição direta para os membros do Conselho foi
realizada em 16 de março de 2012. O presidente
VO C Ê S A B I A?
Em 16 de dezembro de 1997 a Assemp recebeu
o Diploma de Honra ao Mérito da Câmara Municipal. Onze anos mais tarde, uma outra solenidade na Câmara
celebrou os 50 anos de fundação da entidade.
126 | A Luta política
Angelo Flores, indicado a uma das vagas na cha-
pa formada por servidores municipais, foi eleito e
ocupa uma das seis vagas do Conselho de Admi-
nistração destinadas aos trabalhadores.
Desde então, o Conselho de Administração do
RPPS tem se reunido mensalmente para discutir
os rumos da previdência municipal. Concomitan-
temente, a Assemp tem se mobilizado para ouvir
os servidores e engajá-los nas discussões. Em 11
e 18 de junho de 2012, a diretoria organizou dois
debates na sede da Associação com a presença
do secretário adjunto de Gestão Previdenciária,
Márcio Dutra. Já nos dias 18 e 19 de setembro, a
entidade promoveu um grande evento no auditó-
rio da Igreja São José. O 1º Encontro Assemp de
Previdência Municipal reuniu uma série de profis-
sionais e especialistas envolvidos com a questão
previdenciária para apontar caminhos e sugestões
que possam ser aproveitados pelo RPPS.
G RU PO DE TE ATROUma despretensiosa oficina teatral, uma apresen-tação em Contagem e cinco prêmios na mão. Foi com essa trajetória meteórica que surgiu e cresceu o Grupo de Teatro da Assemp, que comemorou dez anos em 2011.
Grupo de Teatro | 129
BATUCADA DE BAMBA
No segundo semestre de 2000, como parte das
ações de expansão do Núcleo de Convivência,
foi criada uma oficina teatral coordenada por Ilder
Miranda Costa. A motivação e o talento natural de-
monstrado por associados que se inscreveram na
atividade, inclusive por alguns que nunca tinham
pisado em um teatro, nem mesmo como especta-
dores, levaram à ideia de montagem de uma peça.
O espetáculo de estreia do grupo foi Batucada de
Bamba, que tinha como pano de fundo o boato
sobre a iminente morte de Sô Quim, um fanático
torcedor de futebol. Com a notícia se espalhando
rapidamente, os moradores da cidade começaram
a visitar Sô Quim para pedir-lhe graças ou que le-
vasse recados aos parentes já falecidos.
Ao todo, Batucada de Bamba teve 18 apresenta-
ções, que reuniram um público de três mil pesso-
as. O auge da peça aconteceu em julho de 2001,
quando o grupo participou do Festival de Teatro de
Palco e Rua da Fetemig, em Contagem. Concor-
rendo com outras 42 apresentações, Batucada de
VO C Ê S A B I A?
Durante alguns anos, a Assemp promoveu
festas de natal para seus associados. A última,
em dezembro de 2000, reuniu mais de 4 mil
pessoas no Expominas.
130 | Grupo de Teatro
Bamba recebeu nove indicações ao prêmio Teuda
Bara, conquistando cinco deles, incluindo o prê-
mio máximo do festival: Melhor espetáculo, Melhor
direção (Ilder Miranda Costa), Melhor texto, Melhor
atriz coadjuvante (Corina Célia) e Melhor ator co-
adjuvante (Luiz Manoel).
AINDA ME LEMBRO
Em 2002, a direção do Grupo de Teatro da As-
semp foi assumida por Tarcísio Ramos Homem. A
primeira criação do grupo sob o comando de Tar-
císio foi Ainda me lembro, baseada no livro O Dom
da História, de Clarissa Pinkola Estés.
A peça, apresentada em julho de 2003 no Fest
Minas, festival de teatro de Contagem, recebeu
Ainda me lembro foi a segunda montagem do Grupo de Teatro da Assemp
132 | Grupo de Teatro
dois prêmios do júri: Melhor espetáculo – categoria
adulto e Melhor ator. Ainda me lembro também
recebeu indicações a Melhor texto original, Melhor
direção e Melhor atriz.
2004-2011
O período de 2004 a 2011 foi de intensa criação
para o Grupo de Teatro. Em sete anos, Tarcísio e
os atores conceberam e apresentaram seis peças:
Perfume de Gardênia (2004), O vestido (2006), A
ilha desconhecida (2007), O beijo do mar (2009),
Exercícios para o riso (2010) e Canto e costura
(2011). Dessas, destaca-se Perfume de Gardê-
nia, peça que até hoje é lembrada pelos atores e
demais associados. Ambientado em um salão de
baile, o espetáculo alternava diálogos com famosos
boleros e valsas da época de ouro do rádio.
A última apresentação do grupo foi em 28 de ju-
nho de 2011. Motivado por novos projetos pro-
fissionais, Tarcísio anunciou seu desligamento da
Assemp. Com o fato, a diretoria decidiu dar uma
pausa no grupo e retomar a oficina de teatro, que
possibilita a participação de um maior número de
associados. A despedida foi no Terraço Assemp,
com a encenação da peça Canto e costura. Des-
de então, a oficina de teatro foi reativada, com a
coordenação de Ana Amélia Cabral de Bastos , e
ganhou um espaço próprio: uma sala na sede da
rua Rio de Janeiro.
VO C Ê S A B I A?
O Assempinho, mascote da Assemp, surgiu de um projeto de uma revista em quadrinhos, que fez parte do Notícia Urgente de 2002 a 2004.
Grupo de Teatro | 133
INTEGR ANTES
Ao longo de dez anos de existência, o Grupo de
Teatro da Assemp contou com a participação de
vinte integrantes. São eles: Celina Baptista, Corina
Célia, Deuziana Santos, Domingos Mancini, Gua-
dalupe Oliveira, Íris Anísia, Laudici Ferreira, Léa
Augusta, Luís Manoel, Madalena Coelho, Maria
Geralda, Maria José Dias, Maria José Itaborahy,
Maria José Noronha, Neide Bibiano, Néria Barbo-
sa, Odete Soalheiro, Salomé Campos, Wilma Silva
e Zaíra Márcia.
Alguns destes atores permanecem, ainda hoje,
como integrantes da oficina de teatro, com pers-
pectivas de retomarem os ensaios e apresentações
do grupo.
M EDA LH A A SSEM P DE SOLIDA RIEDA DE
Entre os anos 2000 e 2002, a diretoria da Assemp promoveu a entrega da Medalha de Solidariedade, um reconhecimento a pessoas e entidades que dedi-cam suas vidas em benefício do próximo.
Medalha Assemp de Solidariedade | 137
I MEDALHA ASEMPBH DE SOLIDARIEDADE
A questão da fraternidade sempre esteve presen-
te no DNA da Assemp, que assumiu esse concei-
to como lema, posteriormente modificado para
“Acima de tudo, a fraternidade”. Em 2000, para
consagrar esse espírito e homenagear pessoas,
instituições e empresas que atuavam em favor do
próximo, a diretoria instituiu a Medalha Asempbh
de Solidariedade.
A primeira edição do evento foi realizada no dia 28
de junho de 2000, no auditório da Associação Co-
mercial de Minas. A condecoração foi entregue a
20 homenageados, escolhidos por uma comissão
especial. Na entrega das medalhas, o presidente
Angelo Flores fez questão de ressaltar que o ob-
jetivo da homenagem era estimular a participação
cada vez maior da sociedade em ações comunitá-
rias. Os homenageados com a I Medalha Asem-
pbh de Solidariedade foram:
• Abrigo Frei Otto
• Associação das Voluntárias do Hospital Mário Penna
138 | Medalha Assemp de Solidariedade
• Casa de Recuperação Toxicômanos/Álcool “Koynomia”
• Celso Mello de AzevedoProvedor da Santa Casa de Misericórdia
• Centro de Valorização da Vida
• Circo de Todo Mundo
• Enilson Caldeira PereiraDelegacia Especializada de Atendimento ao Idoso
• Eny de CarvalhoArtista plástica voluntária do Projeto Pró-Menor da Igreja do Carmo
• Grupo de Apoio e Prevenção da Aids – Gapa
Presidente Angelo Flores entrega medalha ao amigo e secretário-geral da Assemp, João Viana do Vale
Medalha Assemp de Solidariedade | 139
• Capitão BM João Luís RamosCorpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais
• João Viana do ValeSecretário-geral da Asempbh
• Jornada pelo Natal da Criança / Jornal Estado de Minas
• Maria das Graças MarçalAssociação dos Catadores de Papel, Papelão e Mate-riais Reaproveitáveis – Asmare
• Maria Magdalena AraújoLar Teresa de Jesus
• Maurício Alves PereiraEducador social da Pastoral do Menor
• Movimento Cidadania pelas Águas
• Núcleo Assistencial Caminhos para Jesus
• Olga SilvaProfessora aposentada da rede municipal de ensino
• Projeto Sambalelê / Grupo Corpo
• Salão do Encontro
I I MEDALHA ASEMPBH DE SOLIDARIEDADE
A segunda edição da Medalha Asempbh de So-
lidariedade prestou homenagem a sete entidades
e três pessoas que desenvolviam trabalhos volun-
tários. A solenidade foi realizada no auditório da
Câmara dos Dirigentes Lojistas, no dia 21 de junho
de 2001.
VO C Ê S A B I A?
Por sua atuação à frente da Assemp, o
presidente Angelo Flores já foi homenageado com
o Diploma de Honra ao Mérito e com o
Grande Colar do Mérito Legislativo Municipal
Oscar Niemeyer, ambos concedido pela Câmara
dos Vereadores.
140 | Medalha Assemp de Solidariedade
Além da premiação, o evento contou com uma pa-
lestra do professor Demóstenes Romano, articu-
lador da Central do Voluntariado de Minas Gerais,
que falou sobre a importância de ações que bus-
cam minimizar carências e resgatar a dignidade
humana. O Grupo Sambalelê, um dos homenage-
ados com a I Medalha Asempbh de Solidariedade,
também realizou uma apresentação artística para
o público presente. Os dez homenageados foram:
• Associação Família de Cana
• Associação dos Leucêmicos de Minas Gerais - Leuceminas
A então vice-presidente da Assemp, Maria de Lourdes Castro, e o fundador da Leuceminas
Medalha Assemp de Solidariedade | 141
• Associação Profissionalizante do Menor de Belo Horizonte – ASSPROM
• Casa Dom Bosco
• Célida Pires Berto BragaMãe de 53 filhos adotivos
• Fundação Dom Bosco
• Márcia ProtznerProjeto Adote um Idoso
• Natalina Maria de SouzaDistribuição de sopa na Vila Bernadete
• Projeto Meu Quarteirão no Mundo e o Mundo no Meu Quarteirão – Central do Voluntariado em Minas Gerais
• Projeto Providência
I I I MEDALHA ASSEMP DE SOLIDARIEDADE
O ano de 2002 marcou a última solenidade de
entrega da Medalha Assemp de Solidariedade e,
também, a mais emocionante. Além da apresenta-
ção do Coral Pequenos Cantores da Serra, que en-
cantou o público presente, uma palestra proferida
pela Major Mírian Assumpção Lima ficou gravada
na história do evento e na memória dos que a ou-
viram. Mírian desenvolvia um trabalho educativo
com jovens e adolescentes na região da Cabana
do Pai Tomás, uma das áreas mais atingidas pela
violência na capital. Em poucas palavras, a major
resumiu o espírito que a Assemp sempre pregou
142 | Medalha Assemp de Solidariedade
e buscava propagar com a Medalha de Solidarie-
dade.
A paz que nos desenvolva a consciência da luta por um mundo que não se torne insuportável para a espécie humana, que nos desenvolva a indignação e nos faça exigir igualdade de oportunidades para todos, que nos ensine a harmonia, mas não a passividade.
Os dez homenageados com a III Medalha Assemp
de Solidariedade em 2002:
• Associação Comunitária de Artesãos e Biscateiros Solidários – Promovendo
• Associação de Incentivo à Arte e à Cultura – Cooperart
Abertura da solenidade de entrega da III Medalha Assemp de Solidariedade
Medalha Assemp de Solidariedade | 143
• Associação Mineira de Pais e Amigos para Prevenção e Recuperação do Abuso de Drogas – Ampare
• Casa de Caridade Herdeiros de Jesus
• Centro Educacional Professor Estevão Pinto – Cepep
• Fundação CDL Pró-Criança
• Irene AdamsVoluntária na Clínica Ammor, que atende crianças de rua
• Major PM Mirian Assumpção LimaAtuação contra a violência nas escolas no Aglomerado Cabana do Pai Tomás
• Obras sociais da Paróquia Nossa Senhora do Carmo
• Projeto Assistencial Novo Céu
SERV IÇOS EBEN EFÍCIOS
Estar sempre ao lado do servidor, auxiliando-o no que for possível, é uma das políticas da Assemp. É por isso que os associados dispõem de tantos bene-fícios e serviços oferecidos pela entidade.
Serviços e benefícios | 147
MICROCRÉDITO
Desde o surgimento da Assemp a questão salarial
dos servidores, especialmente a dos aposentados,
foi alvo da preocupação e de ações das diretorias.
Não por acaso, um dos primeiros serviços ofere-
cidos aos sócios, ainda na década de 1970, foi o
de empréstimos de pequenos valores. Apesar de
todas as dificuldades financeiras enfrentadas pela
Associação em seus anos iniciais o benefício sem-
pre foi mantido, uma vez que se tinha ciência de
sua importância para os associados mais carentes.
Na década de 1980, esses empréstimos passa-
ram a ficar conhecidos como “rápidos”, devido ao
fato do prazo de pagamento ser curto. A ideia não
era realizar empréstimos de longa duração, mas
oferecer uma complementação de fim de mês aos
associados até o pagamento da Prefeitura ser efe-
tuado. Por esse motivo, durante um bom tempo o
valor do rápido esteve vinculado ao preço do boti-
jão de gás.
Somente em fevereiro de 1995 a Assemp passou
a oferecer uma segunda modalidade de emprésti-
148 | Serviços e benefícios
mo, com valores maiores e pagamento parcelado.
O novo serviço logo se popularizou e transformou-
-se numa ação permanente da Associação. Em
fevereiro de 1999, o setor financeiro emprestava
uma média mensal de R$ 30 mil na modalidade
simples – com valores de R$ 30 a R$ 120 – e R$
95 mil na modalidade especial, que concedia em-
préstimos de R$ 200 e R$ 300.
O grande passo da Assemp nesse campo, porém,
foi dado em novembro de 2003, com o lançamen-
Angelo Flores assina contrato de parceria com o Banco BMG
Serviços e benefícios | 149
to do microcrédito, que oferecia empréstimos de
R$ 150 a R$ 1.000 com taxa de juros de 2,4% ao
mês. Em apenas dez dias de funcionamento do
benefício foram liberados R$ 124 mil. Ao final de
dois anos, o microcrédito já havia emprestado R$
4 milhões.
Contudo, o crédito próprio não era o único esforço
da Associação. Em 2003, quando o microcrédito
foi lançado, a diretoria já havia estabelecido con-
vênios com o Banco Minas e Bonsucesso para
liberação de empréstimos aos associados. Poste-
riormente, a Assemp ainda realizou convênios com
o BMG e Mercantil. Mais recentemente, em janeiro
de 2012, a Caixa Econômica Federal também con-
cretizou uma parceria com a entidade.
Paralelamente, a grande procura pelo microcrédito
fez a Assemp alterar as regras de juros e de valores
por diversas vezes. Atualmente, o serviço conce-
de empréstimos de até R$ 1.000 para pagamento
sem juros ou até R$ 3.000, com taxas que variam
de 1,2% a 1,5% ao mês.
NOTÍCIA URGENTE
Visando dar mais visibilidade às realizações que
estavam em curso e, com isso, angariar novos só-
cios, na reunião de 29 de abril de 1969 foi sugeri-
da a criação de um jornal da Associação, que cir-
VO C Ê S A B I A?
A professora municipal Sílvia Souza foi a
associada de número 14 mil da Assemp. Ela se filiou em novembro de
2010.
150 | Serviços e benefícios
culou pela primeira vez no início de 1970. Como os
recursos financeiros e tecnológicos eram bastante
restritos, o informativo limitava-se a uma folha de
papel A4, com as notícias datilografadas uma abai-
xo da outra, sem imagens. Os assuntos tratados
geralmente giravam em torno de prestações de
conta da Assemp e informações gerais sobre os
empréstimos e auxílios-funeral. Pela falta de regis-
tros, não é possível determinar por quanto tempo
o jornal manteve-se ativo, mas a dificuldade em
produzi-lo, relatada na primeira edição, leva a crer
que ele não tenha ido muito longe.
Um novo veículo de comunicação só surgiu na
Assemp em novembro de 1990, já na gestão de
Saulo Converso Lara. O Asempbh Informe era um
boletim frente e verso e teve quatro edições. Em
outubro de 1991 ele foi substituído pelo Jornal da
Associação, que possuía quatro páginas e apre-
sentava uma diagramação mais elaborada, seme-
lhante a de jornais convencionais.
Já nessa primeira edição anunciou-se um con-
curso promovido pela diretoria para a escolha do
nome e da logomarca do jornal. O vencedor da
disputa foi o associado Carlos Jorge, que recebeu
um prêmio de Cr$ 30 mil. Assim, em novembro
daquele ano circulou pela primeira vez o Notícia
Urgente, que trouxe na capa uma chamada sobre
Serviços e benefícios | 151
a rejeição de contas do prefeito Pimenta da Veiga
pelo Tribunal de Contas do Estado.
A partir da edição número 4, veiculada em dezem-
bro de 1992, a produção do jornal foi assumida
pela jornalista Elza Sena, funcionária contratada
pela diretoria. Coube à profissional sedimentar
o papel do Notícia Urgente como um veículo de
comunicação atuante e respeitado. Elza esteve à
Fundado em 1991, Notícia Urgente é o grande porta-voz do servidor municipal
152 | Serviços e benefícios
frente do jornal durante 13 anos, até se desligar da
Associação.
De 2005 em diante a produção do Notícia Urgente
passou a ser feita por agências de jornalismo es-
pecializadas.
Nestes mais de 20 anos de existência, o jornal tem
desempenhado uma importante função de denun-
ciar problemas envolvendo o funcionalismo muni-
cipal e de trazer informações de relevância a esse
público que não tenham espaço na grande mídia.
Nas eleições municipais de 1996, 2000 e 2004,
o Notícia Urgente realizou entrevistas com todos
os candidatos a prefeito, dando espaço ao debate
de ideias e proporcionando condições de que os
servidores conhecessem as propostas de seus fu-
turos patrões.
Importantes campanhas e reportagens também
estamparam as páginas do Notícia Urgente nos
últimos 22 anos. Foi por meio dele, por exemplo,
que a diretoria lançou o movimento pelas eleições
diretas na Beprem, em 1996. Em agosto de 2009,
uma grande reportagem revelou o rombo nos co-
fres de Beneficência, culminando em seu fecha-
mento no ano seguinte.
A partir de 2012, com a aprovação da nova lei
do RPPS, o jornal, refletindo um posicionamento
da Assemp, abraçou a questão previdenciária e
Serviços e benefícios | 153
passou a abordar o assunto sistematicamente. Em
setembro de 2012, um especial que detalhava a
relação e a situação dos imóveis da Beprem gerou
grande repercussão, levando o secretário adjunto
de Gestão Previdenciária a ressaltar a qualidade da
matéria jornalística.
O Notícia Urgente está subordinado à área de
Comunicação da Assemp, sob responsabilidade
do jornalista José Almir da Rosa. Ele também é
responsável pela Ouvidoria da Associação, mais
uma das ideias do presidente Angelo Flores que
se mostrou acertada. Criado em maio de 2005,
o serviço tem por objetivo estreitar os laços com
os sócios, oferecendo um canal para que possam
apresentar demandas, sugestões e reclamações.
Anualmente o ouvidor da Assemp realiza mais de
mil atendimentos a associados e dependentes.
Complementando a área de Comunicação a As-
semp conta com seu site oficial – www.assemp.
org.br – além de estar presente nas principais re-
des sociais online.
DEPARTAMENTO JURÍDICO
A Assistência Jurídica na Assemp tem suas raí-
zes no trabalho realizado por Orlando Vignoli, na
década de 1970, durante a gestão do presidente
Antônio Carlos Nonato de Menezes (1969-1986).
VO C Ê S A B I A?
Em 2008, uma pesquisa realizada pelo Instituto
CP2 atestou que a Assemp possuía uma aprovação de 94,5%
entre seus associados.
154 | Serviços e benefícios
Este trabalho teve continuidade, posteriormente,
pelas mãos de José Henrique dos Santos Neto,
que como Vignoli, atuava em favor dos interesses
da entidade e também dos associados.
Formalmente, porém, a Assistência Jurídica na
Assemp só foi criada em maio de 1997, sob coor-
denação dos advogados Gustavo Nassif e Rogério
Pereira. O serviço consistia em esclarecimento de
dúvidas jurídicas e no acompanhamento de ações
no Procon e no Juizado de Pequenas Causas. Para
ações mais complexas, os advogados atendiam os
associados em seu escritório, oferecendo descon-
to de 50% na cobrança de honorários. Isso ocor-
ria porque os profissionais não eram funcionários
contratados da Assemp, mas atuavam em regime
de PJ, sistema que perdurou por vários anos.
Em 2001, o serviço foi transformado em Coorde-
nadoria Jurídica, passando a ajuizar causas em
áreas como direito da família e a realizar a defesa
administrativa de servidores na Corregedoria Geral
do Município. Em apenas três meses, a coordena-
doria realizou 228 atendimentos.
Uma segunda mudança significativa no setor
aconteceu em 2009, com a contratação da advo-
gada Marcele Dias. Foram criados dois setores de
atendimento distintos, um de Direito Público – co-
ordenado por Marcele – e outro de Direito Privado,
sob responsabilidade de Rogério Pereira. Desde
Serviços e benefícios | 155
então, o Departamento Jurídico da Assemp não
parou de crescer. Em 2012 foram 3.025 atendi-
mentos e 707 ações ajuizadas.
SERVIÇO SOCIAL
No início de 1997 a diretoria contratou a aluna de
Serviço Social Lívia de Vasconcelos Linhares para
realizar um trabalho de atendimento social com os
associados mais carentes. Em setembro do mes-
mo ano, com a saída de Lívia, chegou à Assemp a
profissional Maria Aparecida Alves de Oliveira ou,
simplesmente, Cida. Sob seu comando, o serviço
teve um grande impulso, sendo transformado no
setor de Serviço Social em julho de 2007. Com o
apoio de estagiários, Cida realiza atendimentos na
sede da Associação e também faz visitas a asso-
ciados mais velhos e com dificuldade de locomo-
ção.
BIBLIOTECA
Em reunião do dia 19 de junho de 1970, o sócio
Wantuir de Santa Rita propôs à diretoria a criação
de uma biblioteca que seria formada a partir de
doações feitas pelos associados e seus familiares.
A ideia foi recebida com bastante entusiasmo e a
biblioteca chegou a receber seus primeiros exem-
plares, os quatro volumes da Enciclopédia de Co-
156 | Serviços e benefícios
nhecimentos Gerais.
O projeto, entretanto, não prosperou. A proposta
de criação de uma biblioteca só foi resgatada em
1998, quando foi fundado o Centro Educacional
da Asempbh. O projeto era de que a biblioteca,
inaugurada na antiga sede da rua Rio de Janeiro,
onde funcionava o CEA, disponibilizasse obras que
dessem suporte aos estudos dos alunos do Centro.
Em abril de 2003, a biblioteca – batizada com o
nome de Orlando Vignoli, em homenagem ao ex-
-presidente da Associação – foi transferida para o
nono andar do edifício da rua da Bahia. Lá perma-
neceu até agosto de 2012, quando foi levada para
a antiga sede da rua Tupis. O espaço, mais am-
plo, permitirá o crescimento do acervo de livros e
DVDs, que hoje já ultrapassa cinco mil exemplares.
CONVÊNIOS E PARCERIAS
Além de oferecer serviços e atendimentos de for-
ma direta, por meio de profissionais contratados,
a diretoria da Assemp sempre se mostrou preocu-
pada em realizar convênios com empresas e esta-
belecimentos comerciais para ampliar a gama de
benefícios oferecidos aos seus associados.
Essa prática se iniciou na gestão do presidente
Antônio Carlos Nonato de Menezes (1969-1986),
Serviços e benefícios | 157
com a assinatura de um convênio com o serviço
funerário da Santa Casa de Misericórdia. O esta-
belecimento de convênios como uma política per-
manente de apoio ao associado, porém, se deu a
partir da gestão do presidente Angelo Flores. Os
convênios são constantemente atualizados e incre-
mentados, oferecendo aos sócios descontos, con-
dições especiais de pagamento e outras variadas
vantagens.
Como forma de ampliar sua abrangência e facili-
tar o atendimento em áreas específicas a Assemp
também conta com o apoio de empresas parcei-
ras. A Dedo de Prosa Produções é uma delas, res-
ponsável pela divulgação em rádio e TV da Asso-
ciação. Já as empresas Joaf Serviços (antiga Way
Negócios) e Navarro Consultoria têm por função
primordial a administração e venda dos planos de
saúde oferecidos pela Associação. É por meio de
uma parceria como essas, também, que a Assemp
oferece desde 2010 o serviço gratuito de preenchi-
mento da Declaração Anual do Imposto de Renda
Pessoa Física (IRPF).
ASSEMP ITINER ANTE
Como forma de tornar-se mais conhecida e esti-
mular a adesão de novos sócios, em julho de 2008
a Assemp promoveu uma apresentação de seus
serviços para servidores municipais na sede da
VO C Ê S A B I A?
José Almir da Rosa, jornalista e primeiro ouvidor da Assemp, foi descoberto pelo presidente Angelo
Flores no caderno de Classificados de um
jornal. Nascido no Paraná, José Almir
estava em busca de uma oportunidade profissional
em Minas e publicou um anúncio em um dos
principais jornais da capital.
158 | Serviços e benefícios
Fundação Zoo-Botânica. A iniciativa foi o primeiro
passo de um projeto criado dois anos mais tarde, o
Assemp Itinerante. A ação consiste em visitas a lo-
cais de trabalho dos servidores para divulgação da
entidade e dos benefícios que ela oferece. Em três
anos de projeto, foram realizadas mais de 1.100
ações e cerca de 1.700 adesões de novos sócios.
TERR AÇO
O 13º andar do Edifício Minas Oeste foi o primeiro
a ser adquirido pela Assemp na rua da Bahia, em
1999. O espaço foi comprado para abrigar as ati-
vidades do Núcleo de Convivência, já que a sede
Terraço Assemp é um espaço dedicado a apresentações artísticas e aos tradicionais bailes da Associação
Serviços e benefícios | 159
da rua Tupis não comportava mais seu crescimen-
to. Durante os últimos 13 anos, o local foi utilizado
com os mais variados fins, seja pelo NCSC, seja
por outros setores, como a assistência jurídica,
que funcionou lá por um curto período de tempo.
No início de 2010, após passar por uma reforma,
o 13º andar foi reinaugurado e rebatizado como
Terraço Assemp, passando a receber bailes, apre-
sentações artísticas e eventos culturais promovi-
dos pelo Núcleo. Desde fevereiro de 2011 funcio-
na no espaço, também, uma cantina, que oferece
almoço e lanches para os sócios e funcionários da
Associação.
O serviço é mais um projeto colocado em prática
pelo presidente Angelo Flores para beneficiar os
associados, especialmente aqueles que precisam
almoçar no centro da cidade. A cantina serve co-
mida de qualidade e a baixo custo, em um ambien-
te agradável e com rigorosos critérios de higiene.
NOVO PRESIDENTE
Em dezembro de 2013, quando este livro já esta-
va sendo finalizado, o presidente Angelo Flores se
licenciou da Assemp por motivos de saúde. Seu
1º vice-presidente, Anselmo Horta Nassif, assumiu
interinamente o cargo no dia 5 de dezembro, fir-
mando o compromisso de dar continuidade ao tra-
balho de seu antecessor, incluindo esta obra.
Anselmo Horta Nassif assina o termo de posse em reunião do Conselho de Administração
DI R E TO RI A
Presidente interinoAnselmo Horta Nassif
Presidente licenciadoAngelo Augusto Flores de Carvalho
Vice-presidenteCarlos Alberto de Oliveira
Diretor financeiroHoraldo de Oliveira Santos
CO NSE L H O FIS C A L
EfetivosManoel Teixeira Cardoso (presidente)Jair José TibúrcioSebastião Olindo de Mattos
SuplentesHélio MartinsMaurício Albino de Almeida
CO NSE L H O D E A D M I N IS T R AÇ ÃO
PresidenteWilliam Nagem
Vice-presidenteMaristela Teixeira de Oliveira
SecretáriaMaria do Carmo Michel Bedran
Demais integrantesAlbes Pereira CláudioAnselmo Horta NassifCarlos Alberto de OliveiraCarlos Alberto Tanure MunaierCorina Célia Loures BandeiraDirce Gonçalves PintoFábio Guaracy FassyGeraldo Dionísio de FreitasHoraldo de Oliveira SantosJosé Mário Gomes PereiraJosé Pereira LimaJuracy Ferreira Campos CunhaJussara Cacique Francisco TeixeiraLourdes Maria Fonseca SoaresLucimar Brasil da SilvaLucy Vieira de CarvalhoLuiz Manoel de SouzaMaria de Lourdes CastroMatilde Dolabela DiasNeyde de Freitas BrumRaymundo do Espírito SantoRaimundo Efigênio PimentaRoberto Dupin HenriquesSadi da SilvaSaulo Converso LaraSilvio BheringThais Helena Horta MouraWalfrido dos Santos Ramalho FilhoWildes Gouvea
DIRETORIA E CONSELHEIROS DA ASSEMP
PORTARIA
A sede da ASSEMP fica no Edifício Minas Oeste
3º ANDAR
Recepção do Serviço Jurídico
CONHEÇA SUA ASSEMPPara recepcionar seus associados e oferecer toda a gama de serviços des-crita ao longo deste livro, a Assemp conta com uma grande e bem equipada infraestrutura física: são oito andares no Edifício Minas Oeste e duas lojas na rua Tupis, onde funciona a biblioteca. Conheça os espaços da Assemp.
163
São seis escritórios para os advogados
Espaço de trabalho dos estagiários do Jurídico
Espaço Viver Bem é garantia de saúde
e bem-estar
164
Salas de atendimento das sessões de Reeducação Postural e Alongamento – RPA
4º ANDAR
Uma ampla e confortável recepção para receber os associados
Guichês de atendimento aos sócios
165
5º ANDAR
Recepção, sala de reuniões e antessala da Presidência
da ASSEMP
Centro de Processamento de Dados da ASSEMP
166
6º ANDAR
Espaço para prosa e cafezinho – refeitório para sócios
Sala de aula utilizada para Cursos e Oficinas
Recepção das salas de aulas e Multimeios
167
Espaço Multimeios
8º ANDAR
Núcleo de Convivência concentra cursos,
atividades e oficinas
168
Secretaria e recepção do NCSC-ASSEMP
Uma das salas de aula da Dança de Salão
9º ANDAR
Ateliê de artes plásticas
169
Sala onde são realizadas as oficinas
e cursos de artes plásticas
Sala de espera para yoga integral
Sala de aula para a prática de yoga
170
10º ANDAR
Recepção do serviço de atendimento da podologia
Consultórios bem equipados e confortáveis para o tratamento dos pés
Recepção e sala de espera dos atendimentos da psicologia e acupuntura
171
Consultórios amplos e acolhedores para o atendimento da psicologia clínica
Consultórios com excelente estrutura para a realização das sessões de acupuntura
172
13º ANDAR
Recepção do Terraço ASSEMP
Na Cantina Terraço o almoço self-service alia qualidade e variedade a um preço ótimo
173
Salão do Terraço ASSEMP, onde são
realizados os bailes e festividades da
Associação
174
BIBLIOTECA/UNIDADE TUPIS
Sediada na rua Tupis, a biblioteca conta com um amplo espaço e áreas de leitura e jogos
O acervo passa de cinco mil obras, entre livros, periódicos e DVDs
UNIDADE RIO DE JANEIRO
A antiga sede é utilizada como arquivo e também espaço para as aulas do grupo de teatro