Lista de Exercícios Fisiologia
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FACULDADE INDEPENDENTE DO NORDESTE - FAINOR
CURSO: ODONTOLOGIA / II SEMESTRE
DOCENTE: DRª. CRISTINA PADRE
DISCIPLINA: FISIOLOGIA
DISCENTE: DANIEL SILVA DOS SANTOS COSTA
ESTUDO DIRIGIDO FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR
Questão 01
O coração é uma das estruturas que compõem o sistema cardiovascular. O desempenho de
sua função depende de algumas propriedades e entre elas está a propriedades
eletrofisiológicas. Essas propriedades são especialmente próprias do tecido excitocondutor do
coração e incluem o automatismo, a condutibilidade e a excitabilidade.
O automatismo é a capacidade que tem o coração de gerar seu próprio estímulo elétrico, que
promove a contração das células miocárdicas contráteis. É o grau do automatismo que
determina o ritmo cardíaco, ou a freqüência dos batimentos do coração, a qual varia
normalmente de 60 a 100 vezes por minuto.
A condutibilidade diz respeito à capacidade de condução do estímulo elétrico, gerado em um
determinado local, ao longo de todo o órgão, para cada uma das suas células.
A excitabilidade refere-se à capacidade que cada célula do coração tem de se excitar em
resposta a um estímulo elétrico, mecânico ou químico, gerando um impulso elétrico que pode
se conduzir, no caso do tecido excitocondutor, ou gerando uma resposta contrátil, no caso do
miocárdio.
Além das propriedades eletrofisiológicas, existem também as propriedades mecânicas, que são
divididas em contratilidade e relaxamento.
A contratilidade é a capacidade de contração do coração, que a saída de um determinado
volume sangüíneo para os tecidos e provoca o esvaziamento do órgão. Já o relaxamento é a
capacidade de desativação da contração, que resulta em retorno de um volume de sangue e
no enchimento do coração.
Questão 02
As células do músculo cardíaco são ligadas eletricamente umas as outras, quando um potencial
de ação inicia-se em uma única célula muscular cardíaca, ele é propagado ao longo da célula e
inicia o potencial de ação na célula vizinha. O potencial de ação do músculo cardíaco espalha-
se célula a célula através do tecido cardíaco, as células cardíacas vizinhas se contraem em
sincronia, como uma unidade; e então todas relaxam. Então o tecido muscular cardíaco
comporta-se como uma única célula. Por isso o músculo cardíaco é tido como um sincício
funcional (comporta-se como uma única célula). O músculo esquelético não é capaz de
provocar este comportamento.
Questão 03
Valvas cardíacas ou Válvulas cardíacas são estruturas formadas basicamente por tecido
conjuntivo que se encontra à saída de cada uma das quatro câmaras do coração. Elas se
interpõem entre átrios e ventrículos bem como nas saídas das artérias aorta e artéria
pulmonar. As válvulas permitem o fluxo de sangue em um único sentido não permitindo que
este retorne fechando-se quando o gradiente pressórico se inverte. O que regula a abertura e
fechamento das valvas são as pressões dentro das câmaras cardíacas.
Existem quatro valvas no coração que são:
Mitral ou bicúspide - Possui dois folhetos lembrando o formato de uma mitra. Permite
o fluxo sanguíneo entre o átrio esquerdo e o ventrículo esquerdo.
Tricúspide - Possui três folhetos. Permite o fluxo sanguíneo entre o átrio direito e o
ventrículo direito.
Aórtica - Permite o fluxo sanguíneo de saída do ventrículo esquerdo em direção à
aorta.
Pulmonar - Permite o fluxo sanguíneo de saída do ventrículo direito em direção à
artéria pulmonar.
Questão 04
As válvulas cardíacas podem apresentar dois tipos de disfunções:
Estenose – A abertura da válvula é demasiado estreita, o que interfere com o fluxo de
sangue para a frente.
Regurgitação (ou Insuficiência) – A válvula não se encerra adequadamente,
apresentando uma fuga que pode causar um refluxo significativo de sangue.
Esses problemas podem ser congênitos, o que significa que estão presentes desde o
nascimento, ou adquiridos depois do nascimento.
Os problemas valvulares cardíacos afetam cada válvula de uma forma ligeiramente diferente,
pelo que faz sentido considerá-las em separado:
Válvula aórtica
A válvula aórtica abre para permitir que o sangue passe do ventrículo esquerdo para a aorta, o
vaso sanguíneo de grandes dimensões que leva o sangue oxigenado do coração para o resto
do corpo. As doenças desta válvula incluem:
Estenose aórtica congênita – Quando uma criança nasce com uma estenose aórtica congênita,
o problema é quase sempre uma válvula aórtica bicúspide, o que significa que a válvula tem
duas abas em vez das habituais três. Em cerca de 10% dos recém-nascidos afetados, a válvula
aórtica é tão estreita que a criança desenvolve sintomas cardíacos graves no primeiro ano de
vida. Nos restantes 90%, a estenose aórtica congênita é descoberta apenas quando é
encontrado num sopro cardíaco no exame físico.
Estenose aórtica adquirida – Na idade adulta, a estenose aórtica é habitualmente causada por
febre reumática ou por calcificação da válvula aórtica. Algumas investigações recentes
sugerem que o mesmo processo que causa aterosclerose nas artérias do coração pode
contribuir para o desenvolvimento de uma estenose aórtica. Esta doença é responsável por
25% dos problemas valvulares cardíacos nos adultos, sendo 80% dos doentes do sexo
masculino.
Regurgitação aórtica – Na regurgitação aórtica, a válvula aórtica não encerra
apropriadamente, permitindo que o sangue reflua para o ventrículo esquerdo, ou seja, volte
para trás. Por um lado esta doença diminui o fluxo de sangue oxigenado para a frente através
da aorta e por outro acaba por levar a uma dilatação (distensão) do ventrículo devido ao fluxo
retrógrado de sangue que nele entra. Nos adultos, cerca de dois terços dos casos de
regurgitação aórtica são causados por febre reumática e 75% dos doentes são do sexo
masculino.
Válvula mitral
A válvula mitral abre para permitir que o sangue passe da aurícula esquerda para o ventrículo
esquerdo. As doenças desta válvula incluem:
Estenose mitral – A estenose mitral congênita é rara. O doente adulto típico é uma mulher
cuja válvula mitral foi lesada por uma febre reumática.
Regurgitação mitral – Tal como na estenose mitral, a causa é freqüentemente a febre
reumática, mas o doente geralmente é um homem adulto. A regurgitação mitral pode
igualmente resultar de ataques cardíacos ou de qualquer situação que altere o tamanho global
e a configuração do ventrículo esquerdo.
Prolapso da válvula mitral – Nesta situação, os folhetos da válvula mitral não encerram
apropriadamente. Trata-se de uma doença enigmática que afeta sobretudo mulheres entre os
14 e os 30 anos de idade. A causa subjacente é desconhecida e a maioria dos doentes nunca
chega a ter sintomas.
Válvula pulmonar
A válvula pulmonar encontra-se localizada entre o ventrículo direito e a artéria pulmonar,
permitindo que o sangue pobre em oxigênio flua do lado direito do coração para os pulmões
para ser oxigenado. As doenças desta válvula incluem:
Estenose pulmonar congênita – Nos relativamente poucos recém-nascidos com uma estenose
pulmonar congênita grave, a criança desenvolve insuficiência cardíaca ou cianose (uma
coloração azulada dos lábios, das unhas e da pele) no primeiro mês de vida. Na maior parte
dos casos, a válvula encontra-se deformada, com dois ou três folhetos parcialmente fundidos.
Problemas da válvula pulmonar no adulto – Nos adultos, a válvula pulmonar encontra-se mais
freqüentemente lesada devido a uma hipertensão pulmonar (uma pressão anormalmente
elevada dentro dos vasos sanguíneos nos pulmões), geralmente relacionada com doença
pulmonar obstrutiva crônica. As lesões secundárias à febre reumática e à endocardite são
relativamente raras.
Válvula tricúspide
A válvula tricúspide permite o fluxo de sangue da aurícula direita para o ventrículo direito. As
doenças desta válvula incluem:
Estenose tricúspide – Esta é geralmente causada por um episódio de febre reumática que
habitualmente lesa em simultâneo a válvula mitral. A estenose tricúspide é relativamente rara
na Europa e na America do Norte.
Regurgitação tricúspide – A regurgitação tricúspide ocorre tipicamente devido a hipertensão
pulmonar, mas pode ser causada por insuficiência cardíaca, enfarte do miocárdio, endocardite
ou traumatismo.
Questão 05
Existem três tipos de vasos: as artérias, veias e os capilares sanguíneos. As artérias têm como
função transportar o sangue para os tecidos, sob alta pressão. É por esta razão que as paredes
das artérias apresentam grande resistência e elasticidade.
As arteríolas atuam como válvulas controladoras, através das quais o sangue é liberado para os
capilares sanguíneos. Elas apresentam uma parede muscular que permite fechar
completamente o seu diâmetro ou dilatá-lo várias vezes, tendo por isso a possibilidade de
regular o fluxo sanguíneo para as áreas por elas irrigadas.
A função dos capilares é a realização das trocas de líquidos, gases, nutrientes, excretas,
eletrólitos, e todas as demais substâncias presentes no plasma e no líquido intersticial. As
paredes dos capilares são extremamente delgadas e providas de poros permeáveis à água e
outras pequenas substâncias moleculares.
As vênulas coletam o sangue dos capilares, encaminhando-o para veias de calibres maiores.
As veias atuam como conduto para o transporte de sangue de volta ao coração, atuando
também como um importante reservatório de sangue.
Questão 06
O sangue enquadra-se como fluido real que como tal deve ser: compressível, turbulento,
rotacional e viscoso. Um fluido é compressível quando é possível mudar sua densidade, isto é,
quando sob pressão diminui seu volume. O escoamento de um fluido é rotacional quando uma
partícula no interior do fluido gira em torno de seu centro de massa, o que ocorre com
algumas células do sangue. A viscosidade tem o mesmo papel na mecânica dos fluidos que o
atrito na mecânica dos sólidos, ou seja, no escoamento teremos transformação de energia
cinética em energia térmica. Em conseqüência teremos uma queda de pressão no sentido do
escoamento.
No corpo humano a pressão do sangue se deve a contribuição da pressão estática, da pressão
dinâmica e da pressão mecânica. Em virtude do próprio peso do sangue as artérias e veias
estão sob a pressão estática, que dependerá da altura da coluna de sangue em relação ao pé.
A contribuição da pressão dinâmica é em virtude das diversas velocidades do sangue no corpo.
O efeito da pressão mecânica é em virtude do coração, que ao bombear o sangue para o corpo
está lhe exercendo uma certa pressão. No percurso do sangue haverá variações de pressão
sangüínea pelo corpo, muito em virtude dos efeitos da viscosidade. Um outro fato interessante
é que a pressão do arterial (sangue rico em oxigênio) é maior que a do sangue venoso (sangue
rico em gás carbônico). Isto se dever ao fato do sangue arterial ter o auxílio do coração para
ser bombeado para o resto do corpo, o que não ocorre com o sangue venoso.
Questão 07
O Nodo Sinusal é uma estrutura anatômica do coração que faz parte do sistema cardionector,
responsável pela função de marcar o passo natural, ou seja, produz seu próprio potencial de
ação, que é o estímulo elétrico. É a estrutura cardíaca com a maior freqüência de
despolarização, ou seja, com maior automatismo.
Sofre influências locais, do sistema nervoso autônomo e de vários hormônios. Localiza-se na
junção do átrio direito com a veia cava superior. Este nó ou nodo, envia um estímulo elétrico
pelos feixes internodais até o nódo ou nó atrioventricular (NAV), localizado ao lado do septo
interatrial, apoiado sobre o fundo da cavidade do átrio direito, próximo à válvula
atrioventricular tricúspide. No NAV, o estímulo sofre um retardo, que é importante para que
os átrios contraiam pouco antes dos ventrículos. Depois o estímulo segue pelo feixe de
Purkinje que se ramifica e se espalha para os ventrículos direito e esquerdo. No átrio esquerdo
existe o ramo de Bachman que faz com que o estímulo se dissipe nesta região, permitindo que
os dois átrios se contraiam simultaneamente.
Uma vez formado, o potencial de ação rapidamente se espalha, de célula para célula, através
dos átrios direito e esquerdo, promovendo a contração de ambos os átrios. Depois este
mesmo potencial de ação aciona os ventrículos por um sistema especial de células que se
localizam entre os átrios e ventrículos. Esta via consiste do nódo atrioventricular (AV) e na
porção inicial do feixe de His. Este sistema é o único que permite a condução do potencial dos
átrios aos ventrículos.
Questão 08
Nosso coração normalmente bate a 60-90 batimentos por minuto. Estes batimentos são
originados de um grupo de células chamadas de nó sinusal,localizadas na região superior do
coração, o átrio direito. Este marcapasso natural se encarrega de gerar impulsos elétricos que
são transmitidos a todas as células do coração e levam a contração (sístole) e consequente
bombeamento de sangue para todo o corpo. Em condições normais o nó sinusal poder fazer a
frequência cardíaca aumentar conforme a necessidade.
O marca-passo natural do coração é o nódulo sinusal (nódulo SA). Através dele, inicia-se o
impulso elétrico. O ritmo do nódulo SA torna-se o ritmo de todo o coração; por isso é chamado
marca-passo. Quando ocorre algum problema nesse circuito elétrico natural do coração surge
a necessidade de um marcapasso artificial para voltar a função original do coração.
Questão 09
O Nó Sinusal é uma estrutura anatômica do coração que faz parte do sistema cardionector,
responsável pela função de marcar o passo natural, ou seja, produz seu próprio potencial de
ação, que é o estímulo elétrico. É a estrutura cardíaca com a maior freqüência de
despolarização, ou seja, com maior automatismo.
Sofre influências locais, do sistema nervoso autônomo e de vários hormônios. Localiza-se na
junção do átrio direito com a veia cava superior. Este nó ou nodo, envia um estímulo elétrico
pelos feixes internodais até o nódo ou nó atrioventricular (NAV), localizado ao lado do septo
interatrial, apoiado sobre o fundo da cavidade do átrio direito, próximo à válvula
atrioventricular tricúspide. No NAV, o estímulo sofre um retardo, que é importante para que
os átrios contraiam pouco antes dos ventrículos. Depois o estímulo segue pelo feixe de
Purkinje que se ramifica e se espalha para os ventrículos direito e esquerdo. No átrio esquerdo
existe o ramo de Bachman que faz com que o estímulo se dissipe nesta região, permitindo que
os dois átrios se contraiam simultaneamente.
Questão 10
Sou péssimo em desenho, Cris... Vamos a explicação.
A membrana plasmática de alguns tipos celulares apresenta a propriedade de excitabilidade.
Nas células, ditas excitáveis, uma alteração ambiental (estímulo) pode modificar a
permeabilidade iônica da membrana alterando seu potencial elétrico. Os estímulos
despolarizantes supralimiares podem deflagar uma resposta, com reversão transiente da
polaridade, conhecida como potencial de ação. Esses potenciais são dependentes da ativação
de canais para sódio (Na+), que se abrem em resposta a variações no potencial de membrana,
sendo por isso caracterizados como dependentes de voltagem.
Uma característica ímpar das células excitáveis é que uma despolarização (alteração da
voltagem transmembrana para valores menos negativos) aumenta a permeabilidade da
membrana ao sódio (PNa). Dentro de certo limite, quanto maior a despolarização, maior é o
aumento da PNa. De forma semelhante a permeabilidade ao potássio (K+) também depende
do potencial de membrana. Em outras palavras, a condutância da membrana excitável (gm) é
alterada com a voltagem. Esta característica é a base para se entender o movimento de íons
associado com o potencial de ação e pode ser explicada pela presença de proteínas de
membrana específicas – os canais para Na+ e para K+ dependentes de voltagem.
Questão 11
O nó sinusal ou sinoatrial inicia um impulso elétrico que flui sobre os átrios direito e esquerdo
(câmaras cardíacas menores e superiores), fazendo que estes se contraiam. O sangue
imediatamente será deslocado para os ventrículos (câmaras cardíacas maiores e inferiores).
Quando o impulso elétrico chega ao nó atrioventricular (estação intermediária do sistema
elétrico), este impulso sofre um ligeiro retardo.
Em seguida o impulso elétrico dissemina-se ao longo do feixe de His, o qual divide-se em ramo
direito (direcionado para o ventrículo direito) e ramo esquerdo (direcionado para o ventrículo
esquerdo). Este último é dividido em dois fascículos: anterossuperior esquerdo e o
posteroinferior direito.
Na sequência o impulso elétrico atinge os ventrículos fazendo com que estes se contraiam
(sístole ventricular), permitindo a saída de sangue para fora do coração. O ventrículo esquerdo
ejeta o sangue para o cérebro, músculos e outros orgãos do corpo humano. O ventrículo
direito ejeta o sangue exclusivamente para a circulação do pulmão, para que este sangue seja
enriquecido com oxigênio.
O ritmo cardíaco ditado pelo marcapasso natural do coração (nó sinusal) é chamado de ritmo
sinusal. O ritmo cardíaco ditado pelo nó atrioventricular (estação intermediária do sistema
elétrico do coração) é chamado de ritmo juncional. Muitas vezes, esse último ritmo pode não
indicar uma doença cardíaca propriamente dita.
Questão 12
O "atraso" dos impulsos, ocasionado pelo de tecido fibroso entre átrios e ventrículos, causa
diferença de contração entre eles. Essa condição é fundamental para o coração propelir
sangue de forma mais eficiente. O atraso garante que os átrios contraiam-se antes dos
ventrículos, favorecendo a função do coração como bomba.
Questão 13
Como ocorre com os músculos esqueléticos, ao se propagar pela membrana do músculo
cardíaco, o potencial de ação também se dissemina para o interior da fibra muscular cardíaca,
pelas membranas dos túbulos T. Os potenciais de ação dos túbulos T, por sua vez, atuam sobre
as membranas dos túbulos sarcoplasmáticos longitudinais, causando a liberação instantânea
de quantidade muito grande de íons cálcio do retículo sarcoplasmático para o sarcoplasma
muscular. Em mais alguns milésimos de segundo , esses íons cálcio difundem-se até as
miofibrilas e catalisam as reações químicas que promovem o deslizamento dos filamentos de
actina e miosina uns pelos outros; isso produz, por sua vez, a contração muscular.
Até aqui, este mecanismo de acoplamento excitação-contração é o mesmo que para o
músculo esquelético, mas há um segundo efeito que é bem diferente. Além dos íons cálcio
liberados no sarcoplasma pelas cisternas do retículo sarcoplasmático, grande quantidade de
íons cálcio extra também se difunde dos túbulos T para o sarcoplasma por ocasião do potencial
de ação.
Na verdade, sem esse cálcio extra dos túbulos T, a força de contração do músculo cardíaco
seria consideravelmente reduzida, porque o retículo sarcoplasmático do músculo cardíaco não
é tão desenvolvido quanto o dos músculos esqueléticos e não armazena cálcio suficiente para
proporcionar contração completa.
Por outro lado, os túbulos T do músculo cardíaco têm diâmetro 5 vezes maior que o dos
túbulos dos músculos esqueléticos e volume 25 vezes maior; da mesma forma, há no interior
dos túbulos T grande quantidade de mucopolissacarídeos eletronegativamente carregados que
fixam abundante reserva de íons cálcio, mantendo-os sempre disponíveis para a difusão para
dentro da fibra muscular cardíaca ao ocorrer o potencial de ação dos túbulos T.
A força de contração do músculo cardíaco depende, em grande parte, da concentração de íons
cálcio nos líquidos extracelulares. A razão disto é que as extremidades dos túbulos T abrem-se
diretamente no exterior das fibras musculares cardíacas, possibilitando ao mesmo líquido
extracelular do interstício do músculo cardíaco também fluir pelos túbulos T. Por conseguinte,
tanto a quantidade de íons cálcio no sistema de túbulos T como a disponibilidade de íons cálcio
para causar a contração do músculo cardíaco dependem diretamente da concentração de íons
cálcio no líquido extracelular.
Questão 14
Dromotropismo pode ser definido como a condução do processo de ativação elétrica por todo
o miocárdio, numa seqüência sistematicamente estabelecida. Já o inotropismo é a
propriedade que tem o coração de se contrair ativamente como um todo único, uma vez
estimulada toda a sua musculatura, o que resulta no fenômeno da contração sistólica. Por fim,
o cronotropismo é a capacidade de o coração gerar seus próprios estímulos elétricos,
independentemente de influências extrínsecas ao órgão. Pode ser modificado por diversos
fatores (atividade do sistema nervoso autônomo, os íons plasmáticos, a temperatura e a
irrigação coronariana). Estímulos responsáveis pela excitação automática do miocárdio podem
nascer em qualquer parte do coração.
O Sistema Nervoso Autónomo (ANS) é a divisão involuntária do sistema nervoso. Ele consiste
em neurónios autónomos que conduzem também os impulsos do músculo cardíaco. são
responsáveis pela regulação da freqüência cardíaca.
Já as catecolaminas são compostos químicos derivados do aminoácido tirosina. Algumas delas
são aminas biogénicas. Elas são solúveis em água, e 50% circulam no sangue ligadas a
proteínas plasmáticas. As catecolaminas mais abundantes são a adrenalina, noradrenalina e
dopamina. Como hormônios, são libertadas pela glândula suprarrenal em situações de stress,
como stress psicológico ou hipoglicemia.
Questão 15
Vários fatores auxiliam no retorno venoso:
•Bomba muscular: sempre que um músculo se contrai, exerce pressão sobre as veias, ejetando
o sangue em direção ao coração. Mesmo com o indivíduo parado, em pé, ocorre contração
reflexa dos músculos esqueléticos das pernas, resultando em discreta oscilação de uma perna
para a outra.
•Válvulas: as veias possuem finas válvulas bicúspides que melhoram a eficiência da bomba
muscular, visto que direcionam o fluxo de sangue em sentido ascendente (para o coração).
•Coração venoso plantar: existe uma rede de capilares na planta do pé (ou nos coxins
plantares) que ao serem pressionados durante uma caminhada, ejetam sangue em direção ao
coração.
•Bomba respiratória: durante a inspiração, a pressão no tórax torna-se negativa. Isto faz com
que o sangue contido nas grandes veias abdominais desloque-se em direção ao coração.
•Coração: auxilia o retorno venoso de duas maneiras:
a.Durante a sístole: sempre que ocorre uma sístole, o sangue é impulsionado para as artérias,
consequentemente o sangue que estava nas artérias é deslocado para os capilares, por sua
vez, o sangue que estava nos capilares é impulsionado para as veias e então para o coração.
Este processo é chamdo de “vis a tergo”, que significa “força que vem de trás”.
b.Durante a diástole: a pressão do átrio direito, próxima do zero, faz com que o sangue contido
nas veias seja deslocado em direção ao coração. Este processo é chamado de “vis a fronte”,
que significa “força que vem da frente”.
Questão 16
Denomina-se ciclo cardíaco um conjunto de eventos que se repetem ritmicamente a cada
batimento. A mecânica desse fenômeno, é a contração das câmaras cardíacas aliada a
movimentação das válvulas.
Geralmente o ciclo cardíaco é dividido em quatro fases, são elas: a) fase de enchimento; b)
fase de contração isovolumétrica; c) fase de ejeção e; d) fase de relaxamento isovolumétrico.
Cada qual com características individuais que as permitem compor o ciclo cardíaco.
a) fase de enchimento: nessa fase o ventrículo está relaxado (diástole ventricular).
b) fase de contração isovolumétrica: esta fase começa imediatamente após o início da
contração ventricular, isto faz subir a pressão intraventricular subitamente.
c) fase de ejeção: tem seu início com a abertura das válvulas arteriais, no instante em que a
pressão nos respectivos ventrículos ultrapassa as pressões arteriais correspondentes.
d) fase de relaxamento isovolumétrico: começa ao término da sístole, quando as válvulas
arteriais se fecham. Porém, as pressões intraventriculares ainda são maiores que as pressões
nas aurículas, isso faz com que as válvulas atrioventriculares permaneçam cerradas.
Questão 17
Além da viscosidade, outros fatores afetam o fluxo de sangue no vasos sanguíneos: a diferença
de pressão de uma extremidade outra, o comprimento do vaso e seu raio. Para entender as
leis que controlam o fluxo de sangue no sistema circulatório, Poiseuille no século dezenove
estudou o fluxo de água em tubos de tamanhos diferentes.
A Lei de Poiseulle estabelece que o fluxo através um determinado tubo depende da diferença
de pressão de uma extremidade à outra (Pa - Pb) , do comprimento L do tubo, do raio R do
tubo, e da viscosidade do fluido. Se a diferença de pressão é dobrada, a taxa de fluxo também
dobra. O Fluxo varia inversamente com o comprimento e a viscosidade . Se qualquer um é
dobrado, a taxa de fluxo é reduzida pela metade . A descoberta mais surpreendente de
Poiseuille foi relacionada à dependência da taxa de fluxo com o raio do tubo. Como ele
esperava, a taxa de fluxo aumentou com aumento do raio do tubo; o que foi surpreendente foi
quão rapidamente a taxa de fluxo aumentou com aumentos pequenos no raio. Por exemplo,
se o raio é dobrado a taxa de fluxo aumenta por um fator de 16. Quando todas estas variáveis
são postas juntas, com uma constante, obtemos a equação de Poiseuille:
Questão 18
As medições da pressão arterial incluem regularmente o componente sistólico (PAS) e
diastólico (PAD) que permitem calcular a pressão arterial média (PAM) [PAD + 1/3 x (PAS-PAD)]
e a pressão de pulso (PP) (PAS-PAD).
O aumento da resistência periférica, como conseqüência do aumento da vasoconstrição
arterial, foi tradicionalmente considerado o determinante principal da PAD. Isto levou à
convicção de que o risco cardiovascular associado à hipertensão arterial estava relacionado
principalmente com a PAD. A PAM, função da contractilidade ventricular esquerda, frequência
cardíaca e resistência arterial periférica, é vista como uma medida do débito cardíaco e da
resistência periférica. A PP, o componente pulsátil da pressão arterial, tem dois componentes:
a ejeção ventricular que interage com as propriedades viscoelásticas das artérias de grande
calibre e as ondas refletidas. Está principalmente associada à rigidez arterial.
Questão 19
A regulação da pressão arterial depende de ações integradas dos sistemas cardiovascular,
renal, neural e endócrino que, por sua vez, são influenciados por fatores genéticos e
ambientais. O controle efetivo da pressão arterial é o resultado da atividade dos sistemas de
retroalimentação que operam a curto e longo prazo.
O reflexo barorreceptor é considerado um sistema de controle de alto que mantém a pressão
arterial dentro dos limites normais em períodos de segundos a minutos. A rapidez desse
processo regulatório é obtida através dos mecanismos de retroalimentação pelo sistema
nervoso autônomo. Nos seres humanos, as terminações da maioria das fibras barorreceptoras
estão localizadas em vasos do sistema arterial, que apresentam as mais altas propriedades
elásticas, ou seja, arco aórtico e seio carotídeo. Os barorreceptores arteriais são terminações
nervosas livres, densamente ramificadas, que se distribuem na camada adventícia. O principal
mecanismo de ativação dos barorreceptores é a deformação mecânica das terminações
neurais, decorrente da distensão da parede vascular determinada pela onda de pulso.
Os mecanismos de regulação da pressão arterial a longo prazo são mecanismos hormonais e
fundamentalmente ligados à volemia. Os mecanismos a curto prazo estão diretamente ligados
a reflexos neurais, que modificam as variáveis hemodinâmicas que determinam a pressão,
então o órgão-alvo nesse caso é o próprio coração. Os mecanismos a longo prazo têm ação
direta na volemia, então o órgão-alvo normalmente é o rim, o responsável pela regulação da
perda hídrica. O sistema renal não é capaz de corrigir volemia. É necessário formar urina por 2
razões: eliminar ácidos e excretas do metabolismo. Então, se é necessário produzir urina, não
tem como o rim reverter uma hipovolemia, o que ele pode fazer é diminuir a velocidade de
perda. O único mecanismo natural capaz de reverter volemia é o mecanismo da sede. A sede é
uma expressão comportamental do mecanismo de regulação volêmica e, portanto do controle
da pressão arterial a longo prazo, do controle da osmolaridade e intrinsecamente ligado ao
controle da volemia.
Questão 20
O controle da atividade cardíaca se faz tanto de forma intrínseca como também de forma
extrínseca.
O controle intrínseco acontece da seguinte forma: ao receber maior volume de sangue
proveniente do retorno venoso, as fibras musculares cardíacas se tornam mais distendidas
devido ao maior enchimento de suas câmaras, inclusive as fibras de Purkinje. As fibras de
Purkinje, mais distendidas, tornam-se mais excitáveis. A maior excitabilidade das mesmas
acaba acarretando uma maior frequência de descarga rítmica na despolarização espontânea
de tais fibras. Como consequência, um aumento na Frequência Cardíaca se verifica. O aumento
na Frequência Cardíaca faz com que ocorra também um aumento no Débito Cardíaco (DC = VS
X FC).
Além do controle intrínseco o coração também pode aumentar ou reduzir sua atividade
dependendo do grau de atividade do Sistema Nervoso Autônomo (SNA).
O Sistema Nervoso Autônomo, de forma automática e independendo de nossa vontade
consciente, exerce influência no funcionamento de diversos tecidos do nosso corpo através
dos mediadores químicos liberados pelas terminações de seus 2 tipos de fibras: Simpáticas e
Parassimpáticas.
As fibras simpáticas, na sua quase totalidade, liberam noradrenalina. Ao mesmo tempo,
fazendo também parte do Sistema Nervoso Autônomo Simpático, a medula das glândulas
Supra Renais liberam uma considerável quantidade de adrenalina na circulação.
Já as fibras parassimpática, todas, liberam um outro mediador químico em suas terminações:
acetilcolina.
Um predomínio da atividade simpática do SNA provoca, no coração, um significativo aumento
tanto na frequência cardíaca como também na força de contração. Como consequência ocorre
um considerável aumento no débito cardíaco.
Já um predomínio da atividade parassimpática do SNA, com a liberação de acetilcolina pelas
suas terminações nervosas, provoca um efeito oposto no coração: redução na frequência
cardíaca e redução na força de contração. Como consequência, redução considerável no
débito cardíaco.