Lista 1 - Gabarito

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ECN 140 Introdução à Economia Gestão de Serviços em Saúde UFMG Lista 1 Gabarito 1) Se Felipe se dedicar apenas à produção de milho, em um ano ele produzirá 100 sacas de milho. Se ele se dedicar apenas à produção de farinha de mandioca, em produzirá 300 sacas em um ano. Analogamente, Carlos pode produzir 100 sacas de milho ou 100 sacas de farinha por ano. a) A produção de ambos está limitada por esses valores acima, portanto, a fronteira de possibilidades de produção (FPP) deles é: b) Pleno emprego dos fatores de produção significa que se está usando todos os fatores em sua capacidade máxima. Portanto, não se pode aumentar a utilização de um fator sem diminuir a utilização de outro fator. Graficamente, isso significa estarmos no ponto “A” no gráfico acima. Um nível de produção impraticável significa que se está além da FPP, ou seja, com os fatores de produção disponíveis não se alcança este ponto. Graficamente isto é representado pelo ponto “B”. Um nível de produção em que há capacidade ociosa significa que podemos elevar a produção utilizando mais de ambos fatores, ou elevando a utilização de um fator sem diminuir a de outro, o que é representado pelo ponto “C”. c) Um deslocamento para a direita e para cima significa que se pode produzir quantidades antes impossíveis, como o ponto “B”. Um motivo para esse deslocamento poderia ser a adoção de uma nova tecnologia, dentre vários outros. d) Em um ano, Felipe produz 100 sacas de milho ou 300 sacas de farinha. O custo de oportunidade de algo é aquilo que você deixa de obter, sendo assim, no tempo em que Felipe produz 100 sacas de milho, ele poderia produzir 300 sacas de farinha. Fazendo uma regra de três, vemos que o custo de oportunidade de 1 saca de milho para Felipe são

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ECN 140 – Introdução à Economia Gestão de Serviços em Saúde – UFMG Lista 1 – Gabarito 1) Se Felipe se dedicar apenas à produção de milho, em um ano ele produzirá

100 sacas de milho. Se ele se dedicar apenas à produção de farinha de mandioca, em produzirá 300 sacas em um ano. Analogamente, Carlos pode produzir 100 sacas de milho ou 100 sacas de farinha por ano. a) A produção de ambos está limitada por esses valores acima, portanto, a

fronteira de possibilidades de produção (FPP) deles é:

b) Pleno emprego dos fatores de produção significa que se está usando todos os fatores em sua capacidade máxima. Portanto, não se pode aumentar a utilização de um fator sem diminuir a utilização de outro fator. Graficamente, isso significa estarmos no ponto “A” no gráfico acima. Um nível de produção impraticável significa que se está além da FPP, ou seja, com os fatores de produção disponíveis não se alcança este ponto. Graficamente isto é representado pelo ponto “B”. Um nível de produção em que há capacidade ociosa significa que podemos elevar a produção utilizando mais de ambos fatores, ou elevando a utilização de um fator sem diminuir a de outro, o que é representado pelo ponto “C”.

c) Um deslocamento para a direita e para cima significa que se pode produzir quantidades antes impossíveis, como o ponto “B”. Um motivo para esse deslocamento poderia ser a adoção de uma nova tecnologia, dentre vários outros.

d) Em um ano, Felipe produz 100 sacas de milho ou 300 sacas de farinha. O custo de oportunidade de algo é aquilo que você deixa de obter, sendo assim, no tempo em que Felipe produz 100 sacas de milho, ele poderia produzir 300 sacas de farinha. Fazendo uma regra de três, vemos que o custo de oportunidade de 1 saca de milho para Felipe são

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3 sacas de farinha. Analogamente, o custo de oportunidade de 1 saca de milho para Carlos é 1 saca de farinha.

e) Carlos deseja vender uma saca de milho para Felipe em troca de 2 sacas de farinha. A opção de Felipe seria produzir essa saca de milho. Se assim fizesse, ele deixaria de produzir 3 sacas de farinha. O termo de troca proposto por Carlos requere que ele abra mão de apenas 2 sacas de farinha, logo, a troca é vantajosa para Felipe. Carlos, por sua vez, se quisesse consumir 2 sacas de farinha teria que deixar de produzir 2 sacas de milho. No termo de troca proposto, ele abre mão de apenas uma saca de milho, logo, a troca lhe é vantajosa.

2) Cada trabalhador no Brasil pode produzir 4 carros por ano ou 10 toneladas de alimentos. Na Coreia, cada trabalhador pode produzir 4 carros por ano ou 5 toneladas de alimentos. Assumindo que cada país tem 100 milhões de habitantes, temos no máximo as seguintes produções:

Brasil Coreia

Carros 400 milhões 400 milhões

Alimentos 1000 milhões de toneladas 500 milhões de toneladas

a) Dado os dados da tabela acima, a FPP fica:

b) Em um ano, o Brasil pode produzir 400 milhões de carros ou 1000 milhões de toneladas de alimentos. O custo de oportunidade é o que abrimos mão para ter algo. O Brasil, para ter 400 milhões de carros abre mão de 1000 milhões de alimentos, então:

400 – 1000 4 - 10 1 – 2,5

Logo, o custo de oportunidade de 1 carro são 2,5 toneladas de alimentos. Inversamente, o custo de oportunidade de uma tonelada de alimento é:

1000 – 400

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10 – 4 1 – 0,4

Portanto, para produzir uma tonelada de alimentos, o Brasil deixa de produzir 0,4 de carros.

c) Utilizando o mesmo raciocínio acima, temos os seguintes custos de oportunidade para a Coreia:

Carros: 1 carro equivale a 1,25 toneladas de alimentos Alimentos: 1 tonelada equivale a 0,8 carros

d) Como ambos países produzem a mesma quantidade de carros no

mesmo período de tempo, nenhum deles possui vantagem absoluta na produção de carros. Na produção de alimentos, o Brasil possui vantagem absoluta, pois produz o dobro de alimentos que a Coreia no mesmo período de tempo.

e) Como o custo de oportunidade na produção de carros da Coreia é menor que o custo de oportunidade do Brasil, a Coreia tem vantagem comparativa na produção de carros e o Brasil na produção de alimentos.

f) Cada país tem 100 milhões de habitantes, então empregando 50 milhões em cada atividade, temos:

g) Aqui há várias respostas, contanto que o termo de troca respeite o intervalo do custo de oportunidade dos dois países, será vantajoso eles comerciarem entre si. Por exemplo: o Brasil oferece trocar 7 milhões de toneladas de alimentos por 4 milhões de carros. O Brasil para produzir 4 milhões de carros teria de abrir mão de produzir 10 milhões de toneladas de alimentos, então com esse termo de troca ele economiza 3 milhões de toneladas de alimentos. A Coreia para produzir 7 milhões de toneladas de alimentos, teria de abrir mão de produzir 5,6 milhões de carros, portanto com o comércio ela economia 1,6 milhões de carros. Dessa forma, o comércio é vantajoso para ambos os países.

h) Dado que há dois períodos e quanto mais carros se produzir no período corrente mais produtivo na produção de carros o país será no período futuro, então o país pode fazer uso de proteção tarifária, direcionando o consumo para carros produzidos nacionalmente, elevando sua demanda e aumentando sua produção. Isso faria com que a produtividade seja maior no período seguinte, justificando a adoção de barreiras tarifárias.

Brasil Coreia

Carros 200 milhões 200 milhões

Alimentos 500 milhões de toneladas 250 milhões de toneladas

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3) Foi observado que o preço das pizzas caiu mas a quantidade de equilíbrio permaneceu constante no mês passado. O esperado seria a quantidade de equilíbrio aumentar em resposta à diminuição do preço das pizzas, então algo mais deve ter acontecido para explicar a situação. Dada as opções, vemos que a opção b) e d) são dominantes, ou seja, o preço da pizza caiu porque o preço de seu insumo (farinha) caiu, no entanto, o preço da Coca Cola subiu, que é um conhecido bem complementar da pizza. Portanto, temos duas forças em direção opostas que contribuíram para manter a quantidade demandada por pizzas constantes. As opções a) e c) não são relevantes porque elas representam forças de queda na demanda por pizza, e não observamos isso.

4)

a) Falso. A redução no preço de um bem complementar ao bem X irá aumentar a demanda pelo bem X, pois os mesmos são consumidos juntamente, logo, a curva de demanda de X se desloca para a direita.

b) Verdadeiro. Se X e Y são bens substitutos e o preço de X aumenta, isso significa que os consumidores irão trocar o consumo do bem X pelo bem Y, aumentando a demanda pelo bem Y, deslocando sua curva de demanda para a direita.

c) i) Falso. É exatamente o contrário, quanto maior o número de bens substitutos a um bem, mais fácil é trocar o consumo do bem por outro similar, em resposta a um aumento no preço. Portanto, sua demanda será mais elástica.

ii) Falso. É exatamente o contrário, quanto maior a necessidade de um bem, menos opção nós teríamos em substituí-lo, portanto, nossa demanda diminuiria pouco em resposta a um aumento no preço, sendo mais inelástica. iii) Verdadeiro. Se a demanda é elástica, um aumento no preço terá uma resposta mais que proporcional na variação da demanda, reduzindo a receita total do produtor.

5) Observamos que o preço aumentou de um ano para o outro mas a quantidade demanda manteve-se constante, portanto a demanda é pouco reativa à variações nos preços, sendo inelástica. Algumas hipóteses podem explicar, por exemplo: Aumento da demanda e oferta perfeitamente inelástica; Queda da oferta e demanda perfeitamente inelástica; Queda da oferta e aumento da demanda.

6) Ana Maria tem uma renda de R$ 100 para ser gasta com café e pão de queijo. O preço do café é R$ 1,00 e o preço do pão de queijo é R$ 2,00.

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a) Matematicamente, a restrição orçamentária de Ana Maria é:

1 ∙ 𝑞1 + 2 ∙ 𝑞2 = 100

Onde 𝑞1 é a quantidade consumida de café e 𝑞2 é a quantidade consumida de pão de queijo. Notem que Ana Maria pode consumir no máximo 100 unidades de café ou no máximo 50 unidades de pão de queijo, portanto, graficamente, podemos representar a restrição orçamentária como:

b) Um aumento no preço do café reduz a renda real de Ana Maria. Aos preços anteriores ela poderia comprar 100 unidades de café, aos novos preços ela pode consumir apenas 50 unidades de café. Portanto, vemos uma rotação para dentro da restrição orçamentária em torno do eixo de pão de queijo, diminuindo as opções de consumo de Ana Maria. O gráfico abaixo ilustra esse fato, com a restrição se movendo de A para B:

c) Antes da geada, os preços eram de R$ 1 para o café e de R$ 2 para o pão de queijo. Sabemos que no ponto ótimo de consumo, a taxa marginal de substituição é igual ao preço relativo dos bens, logo, a TMgS = 2/1 = 2. Ou seja, para Ana Maria abrir mão de uma unidade de pão de queijo ela exige 2 unidades de café.

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Com a geada, o preço do café sobe para R$ 2 enquanto o preço do pão de queijo se mantém constante. No ponto ótimo aos novos preços, a TMgs = 2/2 = 1. Ou seja, Ana Maria exige uma unidade de café para abrir mão de uma unidade de pão de queijo.

d) Se o efeito substituição predomina sobre o efeito renda, Ana Maria compraria mais pão de queijo e menos café, movendo-se do ponto A para o ponto B no gráfico abaixo:

e) Se o efeito substituição predomina o efeito renda para pão de queijo, Ana Maria consumiria menos café e menos pão de queijo, movendo-se do ponto A para o ponto B na figura abaixo:

7) No caso em que uma pessoa que consome queijo e vinho e recebe um tíquete no valor de R$1000 há duas opções possíveis. Os tíquetes só podem ser utilizados no consumo de queijo. Portanto, se a pessoa incialmente já consumia R$1000 em queijo, para ela será indiferente receber os tíquetes ou receber uma renda extra de R$1000 para ser gasta como quiser. Porém, se a pessoa normalmente consome menos que R$1000 em queijo, ela estará em melhor situação se receber o dinheiro diretamente, podendo alocar o seu consumo da maneira que quiser, do que sendo obrigada a consumir tudo em queijo. Graficamente, temos:

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