Lisboa, Outubro 2017 - primebooks.pt · Foram feitos todos os esforços para que a informação...

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Lisboa, Outubro 2017Conceito e Direção de Projeto

Rita Sá MarquesMaria Teixeira Simões

(New Match)Textos

Maria João GuardãoDiretório

Maria Teixeira SimõesFotografia

Afonso Barros Moura (p. 21)Alice Blanco Nascimento (p. 10)

Bruno Seabra (p. 6, 7, 8, 9, 10, 19, 20, 22, 23, 26, 27, 31,

36, 50, 80, 82, 88, 108, 120, 124 e 127)Gonçalo Barriga (p. 25 e 37)

Maria Davison (p. 90 e 91)Vítor Esteves (p. 116)

Direção de ArteSilvadesigners

Design e IlustraçãoCinara Paralta Pisco

ImpressãoCafilesa

Depósito Legal000000/17

ISBN978-989-655-333-3

Foram feitos todos os esforços para que a informação constante neste guia seja a mais atualizada possível, no entanto alguns detalhes,

tais como números de telefone, horários, preços, etc, poderão sofrer alterações. Os editores não podem ser responsabilizados por quaisquer consequências

resultantes do uso deste guia. Serão bem-vindas todas as sugestões  e informações dos leitores. Escreva-nos para [email protected]

Capa: ilustração de Cinara Paralta Pisco

Todos os direitos reservados© 2017 New Match e Prime Books

Este é um livro de família, de famílias, as nossas e a sua. Famílias com gente e bichos, pessoas e cães e gatos com o nariz apontado à felicidade. Temos com eles relações para a vida e foi com essa (des)medida que pensámos este Guia, procurando respostas e serviços profissionais, credíveis e carinhosos para as questões e necessidades quotidianas que partilhamos com os nossos animais. Desenhado para vivermos plenamente com eles na cidade, nos dias úteis, fins de semana e nas férias, na saúde e na doença, no melhor e no pior, na rua e em casa, testámos cada serviço que destacamos com os melhores especialistas que conhecemos – os nossos patudos. O Arigato, o Django, a Leslie, a Ninja Simone, o Slash, o Silvestre, a Lava e a Mina – um pequeno mas exigente contingente de experimentadores caninos e felinos – deram o pêlo ao manifesto, cheiraram jardins e esplanadas, resfastelaram-se em sofás amigos, foram à escola e ao médico e aprovaram (ou não) as escolhas que lhes fomos apresentando. Nas raras ocasiões em que isso não aconteceu (serviços funerários, por exemplo, ou viagens de avião), fomos falar com quem já tinha vivido essa situação. A esta prática juntámos a credibilidade de profissionais que respeitamos, tanto na medicina veterinária como no campo da educação ou da jurisprudência, que analisaram à lupa a informação que aqui coligimos. Sabemos que a vibrante oferta de serviços para animais cresce de dia para dia em Portugal, mas temos a consciência de ter coberto uma importante fatia desse território, procurando respostas diversas consoante as bolsas e as necessidades. Dos parques caninos aos hospitais, dos cuidadores aos legisladores, dos hotéis às creches, dos festivais aos desportos, dos primeiros socorros às várias maneiras como todos podemos contribuir para a Causa Animal.

A Cidade a 4 Patas tem dentro um mundo de amor, regras e cuidados pensados para fruir ao máximo a vida urbana com o seu patudo. É o que queremos para os nossos bichos e, esperamos, o que vai gostar de ter para o seu.

Guia para Cães e Gatos felizes

A Cidade a 4 patas

Cães

Gatos

Obstáculos

Bancos

Sombras

Bebedouro

Antecâmara

Passeios

Hotel

Alojamento familiar

Creche

Pet-sitting

Banhos e tosquias

Loja

Transporte

Escola (obediência)

Treino desportivo

Médico veterinário

Médico ao domicílio

ÍNDICE

EditorialP 5

Um dia com

Rita Blanco8 — 11

Vamos à rua 12 — 53Esplanadas

14 — 22Parques caninos

23 — 28Praias29 —31

Caminhadas32 —35

Desporto36 — 39

Escapadelas40 — 45

Transportes46 — 49

Dias especiais50 — 53

Ficamos em casa 54 — 63

Jogos56 — 59

Na cozinha60 

Sozinho em casa61 — 63

Vidas separadas64 — 77

Hotéis66 — 69

Alojamento familiar e creches70 — 73

Pet-sitting e passeios74 — 77

Cuidados e prazeres78 — 91

Banhos e tosquias80 — 84

Compras85 — 87

Olha o passarinho!88 —91

Dia de escola92 — 105

Os cães e o treino94 — 97Escolas 98 — 105

Vou ao médico106 — 117

Hospitais veterinários108 — 113

Medicinas alternativas114 — 115

Especialidades116 — 117

Despedidas118 — 121

Serviços fúnebres 120 — 121

Dar a mão122 — 129Vamos adotar

124 — 125Ser solidário

126 — 129

Tudo legal130 — 139

Dentro da lei134 — 135

Entrevista a Inês Sousa Real136 — 139

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Um dia com Rita Blanco

Basta olhar para os pés da Rita para saber ao que vem – o Óscar, a Trufa, a Ritinha mais a Mimi e o Gato Bebé, isto é, quase toda a família Blanco, anda sempre com ela, extremosamente pintada, bigode a bigode, na lona dos ténis favoritos.É justo, já que lhe andam sempre no coração. Foi uma surpresa da equipa de filmagens da novela que protagonizou recentemente e por isso não sabe a quem atribuir a autoria da obra. Mas a fotogenia dos bichos ficou assegurada. Diga-se que os cães são quase tão afoitos com a câmara como a própria atriz – “o Óscar entrou no Jogo de Damas (filme de Patricia Sequeira), a Ritinha entrava no Coração d’Oiro e já foram, os três, capa de revista”, explica ela – e nenhum deles mostra marcas dos começos de vida difícil que todos tiveram. Rita defende a privacidade dos seus animais como defende a dela – muito – mas revela pelo menos de onde vêm. Todos foram adotados. “A Trufa estava na APA-Associação de Proteção dos Animais de Torres Vedras [da qual Rita é embaixadora], era bebé e eu tornei-me madrinha dela, e depois fui buscá-la.

Para aí há 6 ou 7 anos. A Ritinha estava num canil há 7 anos. Tenho também o Gato Bebé, que estava numa loja de um senhor que apanhava gatinhos abandonados e ninguém o levava. E a [gata] Mimi também era muito pequenina quando a trouxe.” E depois há o Óscar. “O Óscar foi muito maltratado. Não podia ver homens sem os atacar. Foi abandonado duas vezes e estava numa varanda numa associação que não tinha

Óscar, Trufa, Ritinha, Mimi e o Gato Bebé

Um dia com Rita Blanco

“Somos nós que queremos estes animais e temos de entender que eles têm de fazer um grande esforço para se adaptar à nossa vida. Muito mais do que o que nós fazemos para nos adaptarmos a eles.”

Um dia com Rita BlancoUm dia com Rita Blanco

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Um dia com Rita Blanco

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Um dia com Rita Blanco

1Grandes caminhadas“Os meus cães todos os dias saem. Têm quintal, mas não chega. Os cães não podem estar sempre no mesmo sítio, têm de cheirar coisas diferentes. E têm de ter a possibilidade de interagir uns com os outros no seu ambiente. O Óscar, se não correr pelo menos 2 horas por dia, à séria, entra em ansiedade. É um cão de gado, de trabalho, arraçado de Border Collie. É um cavalo, corre, corre por Monsanto, de tal maneira que eu nem sei como é que não bate nas árvores. Também vou ao Guincho, à Barragem do Rio da Mula, em Sintra, à praia da Ericeira, a Troia. Às vezes vou ao Parque Eduardo VII, passo no [café] Central Parque. Mas os meus bichos não gostam de estar parados. Andam duas horas sem parar. E isso é que faz bem às pessoas. Estares às 8 da manhã em Monsanto muda-te a vida. Dá-te uma certa paz. Aprendemos a ter mais calma e empatia com os cães, aprendemos a reagir mais instintivamente com as pessoas. Perdi metade da minha ansiedade por causa deles, porque não podes estar ansiosa ao pé deles.”

2Fora de casa“Algumas Pousadas de Portugal aceitam cães, mas como são 3 não os vou deixar no hotel. Quando vou para fora de Lisboa em filmagens arranjo normalmente sempre uma casa com quintal onde ficar com eles. Quando tenho de os deixar, a minha família e alguns amigos vão passeá-los a Monsanto. E há os meninos do Cão Nosso, que também são uma grande ajuda."

3Causa animalRita já deu a cara e a voz inúmeras vezes pela causa animal, e é embaixadora da APA – Associação de Proteção dos Animais de Torres Vedras: “Acho que é das associações mais organizadas, têm veterinários, um sistema onde as pessoas vão e pagam menos. E os cães que lá estão, estão soltos”. Indigna-se por as associações de defesa dos animais não serem consideradas instituições de interesse público e por isso ficarem de fora das doações por conta dos nossos impostos. Diz: “Há imensas coisas por fazer”. Volta e meia salva um bicho, providencia cuidados médicos, arranja famílias para sempre. Faz a sua parte.

4Cuidados“Só conheço um veterinário que é o Professor Sales Luís. Quando preciso de alguma coisa a sério, aí vou eu ao Instituto Veterinário do Parque, na Rua Castilho. É maravilhoso. E vou ao Hospital do Restelo para urgências. Tem lá tudo."

ASSOCIAÇÃO PARA A PROTEÇÃO DE ANIMAIS DE TORRES VEDRAS (APA)Sediada em Torres Vedras, recolhe, esteriliza e trata animais em dificuldades por motivo de abandono e maus-tratos e tem à sua responsabilidade 300 animais domésticos, entre cães e gatos.Desenvolve ações de sensibilização e informação em diversas instituições. NIB — 0007 020100167480007 15

mais espaço para o pôr. Vi a história dele no Facebook e fui buscá-lo. Julgas que o prendi? Não. Os cães quando estão em matilha não há hipótese, nunca desaparecem. Nunca mordeu. Às vezes saltava para cima de uns tipos... mas eu pedia desculpa e pronto.”

Entre a matilha Blanco não há desentendimentos, cães e gatos não têm outro remédio senão entenderem-se. “Ah, não têm hipótese de se darem mal. Tenho um dia só para isso (para habituar os que estão aos que chegam de novo). Ponho-os na cama. E quando adormecem ponho a pata de um em cima da do outro. É só isso, mas tens de estar muito calma. O cão é o único animal que sente o que tu sentes antes de ti. O problema é tu não conseguires explicar com clareza. Eles percebem tudo. E não há bichos que não se entendam.” Em miúda, sempre teve cães. Lembra-se do Piruças, “um rafeiro da pior espécie. O meu irmão e eu saíamos de manhã para a escola e ele saía connosco e deixava-nos à porta. E ao fim do dia lá estava outra vez, à nossa espera. Viveu 10 anos connosco. Depois tive o Iagro [explica que Iagro quer dizer cão em corso] que roía tudo, e eu cosia e faltava às aulas porque ele gania e eu não tinha coragem de o deixar.

Morreu atropelado, e andei a bater mal muito tempo. E desde aí passei a ter só gatos”. Mas quando o mais sénior dos felinos – o Tripé – morreu, aos 21 anos, já a Ritinha mandava na casa. Mudou para uma casa com quintal e vai mudar, novamente, em breve, desta vez para uma quinta na Arrábida com um hectare, por causa dos seus amores bichos. “Somos nós que queremos estes animais e temos de entender que eles têm de fazer um grande esforço para se adaptar à nossa vida. Muito mais do que o que nós fazemos para nos adaptarmos a eles.”

Um dia com Rita BlancoUm dia com Rita Blanco

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É capaz de ser a frase mais amada pelo seu melhor amigo de quatro patas – vamos à rua? E é claro que vamos. É importante e necessário exercitar os nossos cães – e também há gatos que adoram passear – em territórios diferentes, com cheiros diversos e fazê-lo diariamente. Não é só uma questão de xixi-e-cocó, é mesmo crucial para a saúde física e mental do seu bicho. Mas existem regras e é importante observá-las, e o mesmo se passa em locais públicos, sejam eles esplanadas, hotéis que aceitem os seus animais de estimação como hóspedes e até os meios de transporte necessários para lá chegar.

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Vamos à rua EsplanadasVamos à rua Esplanadas

Ninguém à porta

Esplanadas Em Portugal continua a não ser permitida a entrada de animais em espaços de restauração (e não só) fechados, exceto quando se trata de cães de assistência (a esses é proibido barrar a entrada, seja onde for). Em esplanadas, porém, a história é outra e a lei está do lado dos fregueses de quatro patas – desde que se comportem com civilidade canina. As nossas favoritas são as que tratam nas palminhas tanto os humanos como os seus bichos.

Lisboa desce em escadinha até ao Tejo e nós, como num barco, a vê-la. Mas é um terraço que se lança à água, entre sofás, pufes e mesinhas, pronto a receber-nos nas Portas do Sol.

São 700 m2 em plena Cerca Moura, desenhados por um hábil jogo de luz e sombra e polvilhado de oliveiras, onde o espaço se abre a todos, humanos e patudos. Para eles há sempre água fresca, para nós uma extensa carta

de drinks e cocktails à medida da sede de cada um, acompanhada de petisco em variedade.

Lá dentro, entre a amplitude do espaço e a quentura da arrumação, há fartas condições para degustar a carta de refeições ligeiras, servida à luz poética dos lustres dependurados entre as madeiras e o betão armado. Castelo

Portas do Sol NoobaiNo miradouro de Santa Catarina, mesmo ao lado do gigante Adamastor, há um terraço triplo com vista para o Tejo cheio de coisas boas para pessoas e bichos.

Triplo porque funciona em três andares, um ao nível da entrada, outro num nível intermédio e o terceiro ao fundo de uma escadaria que acompanha a descida da colina, com uma área interior e outra exterior. Os três terraços têm como particularidade uma cobertura retrátil,

o que faz do espaço um dos raros na cidade onde pode abrigar-se do mau tempo com o seu companheiro de 4 patas.

Há boa música, bela vista e um menu com uma interessante cozinha de fusão (aplicada tanto a petiscos como a refeições completas) e várias beberagens – incluindo uma taça de água sempre fresca para a bicharada. Miradouro de Santa Catarina

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Vamos à rua EsplanadasVamos à rua Esplanadas

Entrar aqui é como entrar na Caverna de Ali Bábá, as preciosidades vintage estão por todo o lado em forma de vestidos, casacos, malas, sapatos, chapéus, joias de fancaria, entre outros tesouros recuperados à procura de novas pessoas que lhes deem o devido valor.

Tudo debaixo das arcadas pombalinas que acolhem quem visita para espreitar, comprar ou simplesmente tomar um chá e deliciar-se com as especialidades do café que A Outra Face da Lua também tem e que continua lá fora, na esplanada que se empoleira na calçada, à sombra de enormes chapéus de sol. E a cereja no topo deste belo bolo é que os nossos patudos são sempre bem-vindos e totalmente mimados, seja qual for a Face da Lua escolhida. Baixa

Fica nos Jardins da Parede e é um restaurante de tapas e petiscos do melhor que há, orgulhosamente dog-friendly. Tem uma confortável esplanada, convenientemente abrigada pelas arcadas, excelente para os dias de Inverno e não só, com vista para o jardim e o mar no horizonte. Para o seu patudo oferecem uma taça de água e para si o difícil é mesmo escolher entre tanta coisa boa: bolinhas de queijo de cabra crocantes, gambas flambeadas, bife atum braseado com sementes de sésamo, ovos rotos, hambúrgueres em bolo do caco, e muito mais. Sábado sim, sábado não, mais coisa menos coisa, há música ao vivo para acompanhar.Parede

A Outra Face da Lua

Faça chuva ou faça sol – mas de preferência sol – o imenso deck de madeira pousado na duna, com o mar todo no horizonte, é um lugar privilegiado para apreciar a vida (além de servir propósitos pedagógicos). Mas não são só os humanos a poder desfrutar do espaço: num dos cantos do estrado,

à altura do focinho, há uma tabuleta a assinalar um poético Dog’s Café, com duas taças de água refrescadas à medida da sede dos clientes de 4 patas. Os biscoitos para cão estão à venda por 10 cêntimos cada e a maquia angariada reverte para voltar a encher o pote. Guincho

Cafetaria do Centro Interpretativo da Duna de Cresmina

No espaço envidraçado só se entra pelo próprio pé, mas o menu inclui, além de belas tostas em pão pita e outras coisas boas

de comer e de beber, biscoitos para cão.

Be Chill

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Vamos à rua No Jardim Vamos à rua No Jardim

No Jardim

O melhor é mesmo fazer um dois em um, cansar o corpo  (o seu e o do seu cão) com um longo passeio por um dos belos jardins da cidade e confortar a alma com um merecido café e tudo o resto a que tem direito numa magnífica esplanada. E tudo isto em boa companhia.

Esplanada da Mata

Jorge Saúde e a sua equipa dão o tom a um espaço que tem tudo para todos, das crianças aos adultos e, está bom de ver, para os clientes de 4 patas, sempre bem-vindos e recebidos a preceito.

Entre os confortáveis pufes e a mobília escavada em troncos de madeira – modo de dar nova vida aos pedaços de árvores arrancados num temporal – servem-se gostosas saladas, tostas,

sumos e umas valentes caipiroskas (e outras que tais, temperadas com aromáticas criadas na mata), em variedade a condizer com as iniciativas que animam o espaço (de aulas de ioga a concertos, festas temáticas, leituras ou cinema ao ar livre). Só encerra quando São Pedro chora lágrimas grossas (e às segundas-feiras).Avenida Almirante Gago Coutinho

Com uma vista magnífica sobre o casario antigo, a cúpula do Panteão Nacional e o Tejo aos pés, o Clara Clara está rodeado de árvores frondosas e relvados tão acolhedores quanto o serviço praticado. Há coisas boas para beber e comer – as tostas, os salgados, os croissants,

por exemplo – e água com fartura para os muitos clientes peludos que ali passam regularmente. Fregueses da casa, como os humanos, que também apreciam os filmes e concertos que, volta e meia, integram a programação.Campo de Santa Clara

Clara ClaraÉ um oásis todos os dias – e não apenas às terças e sábados,

quando a Feira da Ladra assenta arraiais em redor do Jardim do Campo de Santa Clara.

Uns chamam-lhe Mata de Alvalade outros Parque José Gomes Ferreira, mas para a esplanada, que mora bem no meio

do arvoredo perto da entrada pela Alameda Gago Coutinho, escolhem, invariavelmente, o substantivo paraíso.

Central Parque QuiosqueFica à esquerda de quem sobe o Parque Eduardo VII, a caminho da Estufa Fria e mesmo ao lado do Parque Infantil que faz as delícias dos mais miúdos.

Tem uma carta recheada de coisas boas – as saladas recomendam-se todas, as tostas vão pelo mesmo caminho e as pizzas são uma perdição – e, enquanto não existe um parque canino em toda a extensão do maior jardim do centro

da cidade, foi eleito o pedaço mais acolhedor do arvoredo e arredores pelos seus clientes caninos – das taças de água, bem entendido.

E são muitos, e muito fiéis, aqueles que todos os dias levam a família humana para o deck de madeira enroscado nas árvores, servido por uma equipa cheia de boa disposição.Parque Eduardo VII

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Vamos à rua No Jardim Vamos à rua No Jardim

Os sumos naturais são de morrer e chorar por mais, as empadas vão pelo mesmo caminho e os galões com espuma espessa, uma delícia.

Mas o que faz mesmo a diferença é o acolhimento caloroso à variada clientela, humana e canina, por parte da equipa deste quiosque em forma de mosca de desenho animado, pousado num jardim urbano, onde crianças, patos, galinhas e perus convivem diariamente com cães e as suas famílias – há um grupo regular que se junta, e aos seus bichos, de manhã, à tarde e pela noite –, e onde a Junta de Freguesia (Arroios) instalou bebedouros para pessoas e animais (como, aliás, em todos os jardins sob a sua alçada), além de um belo parque canino, iniciativas que este Guia aplaude e gostava de ver replicada.Campo Mártires da Pátria

Mosca da FrutaA esplanada que mora no segundo patamar do Jardim do Torel, a dar a ver o rio ao fundo e a linha que se estende do miradouro de São Pedro de Alcântara às Amoreiras, já não é um segredo bem guardado no centro de Lisboa. A descer em socalcos a colina de Santana, o jardim tem clientes fieis, dos humanos e dos patudos, que ali se encontram para dois dedos de conversa e muita brincadeira canina. A Junta de Freguesia (Santo António) instalou dispensadores de sacos para incentivar os mais negligentes a apanhar os cocós dos seus cães e valer aos que já o fazem numa aflição (quem nunca se esqueceu dos saquinhos, atire a primeira pedra), mas continua por instalar um bebedouro para animais no jardim, tornando ainda mais preciosa a taça com água sempre disponível no Banana Café, junto com uma bela carta de petiscos e sumos e cocktails a condizer. Jardim do Torel

Banana CaféEsplanandoÉ a esplanada mais colorida de Lisboa – cada cadeira sua cor, ao ar livre e no interior da casa de chá – e tem uma vista de rio de tirar a respiração, mesmo para os clientes habituais do Parque das Nações.

Junte-se ao cenário as árvores e os relvados que a rodeiam, o parque infantil, mesmo ao lado, apetrechado com os mais inventivos equipamentos, um menu de fazer crescer água na boca – os ovos e as waffles são uma perdição entre outras escolhas super-apetitosas, e há sempre refeições vegetarianas, sumos naturais e uma grande variedade de chás –, bem como um calendário de atividades que inclui a Feira AgroBio (todos os sábados), e percebe-se que as famílias dos patudos têm muito por onde escolher.

Eles têm acolhimento superstar garantido, bebedouros especiais e o Parque Tejo todo para passear – o que não é dizer pouco.Parque das Nações

Toma La PazÉ a paz que reina nos 60 hectares de natureza do maior parque de Almada. É o local perfeito para dar uma passeata com o seu peludo, entre os extensos relvados e as 114 espécies de árvores, ar-bustos e herbáceas que compõem a flora do Parque da Paz. Isto para começar. Depois, continuar com ele a correr e con-viver no parque canino e acabar consigo a regalar-se no quiosque Toma La Paz, com os sumos naturais, tostas, saladas, empadas, bolos e sopas, todos preparados com produtos nacionais frescos (é uma regra da casa!).

O Toma La Paz é amigo da natureza, da vida saudável e dos animais. Se tive-rem sorte, ainda podem participar, ele, numa aula de bom comportamento, e você, numa aula de ioga. E, ao domingo, não perca a música ao vivo.Almada

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Vamos à rua Parques Caninos

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Vamos à rua No Jardim

O coração da Mouraria é verde e bate no Jardim da Cerca da Graça, um dos mais jovens da cidade, desenhado no miradouro em socalcos com espaço para quiosque gourmet, laranjal a sombrear mesas para piquenique e relvado para apanhar sol e passear a 2 e 4 patas.

“Tem quase tudo, não existia nada de semelhante aqui e agora este jardim faz a felicidade de famílias, crianças e cães”, resume Adriana Freire, responsável pela Cozinha Comunitária da Mouraria, projeto que se estendeu ao café do vizinho jardim, com a sua filosofia de produtos e saberes locais.

Além das iguarias para os humanos, há biscoitos para os patudos, uma taça de água sempre fresca e mimos à discrição.Graça

O Parque da Quinta das Conchas e dos Lilases é um perder de vista de natureza mesmo no meio de Lisboa. A zona ajardinada está normalmente com muitas famílias, o que lhe pode trazer problemas se o seu cão não for um perfeito cavalheiro. Opte por seguir as indicações da mata e vai surpreender-se com o que vai encontrar. Uma área florestal esplendorosa, com vários caminhos para percorrer que o seu cão vai adorar. A Quinta dos Lilases, que fica paredes meias com a Quinta das Conchas, é menos frequentada e perfeita para grandes passeatas. O Conchas tem dois espaços com esplanada dentro do parque, uma cafetaria e um restaurante com almoço buffet a 8€ aos dias de semana e 9€ (sem bebidas) aos fins de semana. Ao sábado, acabe o passeio com umas compras super-saudáveis no mercado biológico que acontece junto ao muro da Quinta dos Lilases, entre as 9h e as 14h.Lumiar

Quiosque Popular do Jardim da

Cerca da Graça

O Conchas

Para fazer amigos

Parques caninosCorrer, farejar, brincar num parque ou num jardim faz a felicidade dos nossos cães que, por viverem connosco em apartamentos de cidade, precisam de exercitar as pernas e o olfato diariamente, tanto quanto necessitam de estabelecer relações sociais. Infelizmente, os poderes públicos ainda não asseguram a rede de parques caninos necessária ao desenvolvimento desses animais que, por lei, estão proibidos de andar à solta no espaço público. Fomos descobrir os que existem e experimentá-los com os nossos avaliadores de quatro patas.

Jardim do BensaúdeSão três hectares e meio de rico património vegetal em São Domingos de Benfica, num dos segredos verdes mais bem guardados da cidade. Tem jardim, bosque e hortas, mesas para piquenique e zona com aparelhos de fitness, e um parque canino que é uma raridade na capital. As obras de requalificação abriram uma nova entrada na Estrada da Luz, que vem somar-se à existente junto à cafetaria Alfacinha de Gema, com esplanada para graúdos e miúdos, legos gigantes e mesinhas feitas de troncos de árvores a abrir o apetite para o vasto parque infantil mais acima. A zona

onde os patudos podem correr e brincar em segurança fica muito perto, e tem áreas generosas, árvores para sombrear, rampas e pneus para os bichos se exercitarem e bancos para os humanos descansarem.

Perfeito, não fora não existir uma dupla cancela, essencial para os animais se ‘aclimatarem’ uns aos outros, e o cercado de madeira deixar a desejar – um dos nossos especialistas, um perdigueiro preto cheio de energia, pulou várias vezes a cerca sem dificuldade.

Benfica