Linguagens língualinguagemvariaçãolinguística

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Linguagens – 1º ano Língua, linguagem e comunicação À capacidade de comunicar-se por meio de signos damos o nome de linguagem. Assim, linguagem é a capacidade de o homem comunicar-se, seja por meio de ícones, índices ou símbolos. A língua é um conjunto de sinais (palavras) e de leis combinatórias por meio do qual as pessoas de uma comunidade se comunicam e interagem. Ela pertence a todos os membros de uma comunidade; por isso faz parte do patrimônio social e cultural de cada coletividade. Como ela é resultado histórico de uma convenção, um único indivíduo, isoladamente, não é capaz de criá-la ou modificá-la. Nem a língua nem a fala são imutáveis. A língua evolui transformando-a historicamente, algumas palavras ganham ou perdem certos fonemas, a exemplo da palavra “oxente”, o termo é formado pela aglutinação da expressão “ó gente”. Para comunicar-se, cada indivíduo utiliza o código linguístico do modo que julga mais apropriado. No entanto, para que a comunicação se dê de maneira bem-sucedida, faz-se necessário que a língua – que constitui o código linguístico – seja respeitada em suas regras internas. Assim podemos dizer que a língua é comum a todos os indivíduos de uma determinada comunidade linguística e que a fala é um ato individual, efetuado por um membro da comunidade Variedades Linguísticas A língua possui uma unidade que se garante por uma série de elementos particulares (como os fonemas, os vocábulos) e

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Linguagens – 1º ano

Língua, linguagem e comunicação

À capacidade de comunicar-se por meio de signos damos o nome de linguagem. Assim, linguagem é a capacidade

de o homem comunicar-se, seja por meio de ícones, índices ou símbolos. A língua é um conjunto de sinais

(palavras) e de leis combinatórias por meio do qual as pessoas de uma comunidade se comunicam e interagem.

Ela pertence a todos os membros de uma comunidade; por isso faz parte do patrimônio social e cultural de cada

coletividade. Como ela é resultado histórico de uma convenção, um único indivíduo, isoladamente, não é capaz de

criá-la ou modificá-la. Nem a língua nem a fala são imutáveis. A língua evolui transformando-a historicamente,

algumas palavras ganham ou perdem certos fonemas, a exemplo da palavra “oxente”, o termo é formado pela

aglutinação da expressão “ó gente”.

Para comunicar-se, cada indivíduo utiliza o código linguístico do modo que julga mais apropriado. No entanto, para

que a comunicação se dê de maneira bem-sucedida, faz-se necessário que a língua – que constitui o código

linguístico – seja respeitada em suas regras internas. Assim podemos dizer que a língua é comum a todos os

indivíduos de uma determinada comunidade linguística e que a fala é um ato individual, efetuado por um membro

da comunidade Variedades Linguísticas A língua possui uma unidade que se garante por uma série de elementos

particulares (como os fonemas, os vocábulos) e regras específicas para sua combinação, ela também possui

variedades condicionadas por fatores sociais, regionais e das diversas situações em que se atualiza. As variedades

linguísticas podem ser divididas a dois campos de estudo, segundo Dino Preti:

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1) Variedades geográficas

As variedades geográficas ocorrem em função do espaço geográfico em que a linguagem é analisada, pois um

mesmo objeto de estudo pode possuir inúmeras nomeações, apesar de designarem um mesmo ser, dependendo

da área estuda.

2) Variedades Socioculturais

2.1) Variedades determinadas pelo falante

a) Grupos Culturais: Uma pessoa que conhece a língua que emprega apenas “de ouvido”, que não teve

oportunidade de tomar conhecimento das regras internas que a compõe, domina essa língua de forma diversa de

uma pessoa que tem contato com esse código linguístico por meio de livros, dicionários ou ainda por intermédio da

convivência com pessoas de boa formação intelectual. No entanto, não se quer dizer que um grupo fale melhor ou

pior que outro.

Deseja-se apenas registrar o fato de que a formação escolar de um indivíduo, por exemplo, suas atividades

profissionais, seu nível cultural podem determinar um domínio diferente dá língua.

b) O jargão (uma variação social): Observe os diversos grupos profissionais, cada um deles faz uso de um

vocabulário e expressão que são típicos de seu trabalho. As análises feitas até aqui apontam para o fato de que há

na língua inúmeras variedades que representam os usos incontáveis que podem ser feitos dela. Essas variedades

são infinitas porque são infinitas as maneiras como o vocabulário, a pronuncia e a sintaxe de uma língua pode se

manifestar. Definir quantas são ou contá-las seria pressupor uma artificialidade inexistente, pois não se trata de

uma realidade palpável, que se posso tocar ou distinguir com clareza. Além disso, as variedades se modificam,

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permeiam-se, de modo que é impossível determinar onde cada uma começa ou termina, e sua separação só pode

ser feita didaticamente. Geralmente, cada usuário emprega mais de uma variedade, condicionando-a à situação em

que se encontra, ao gênero discursivo, às finalidade que determinam sua ação. Desse modo, em um mesmo ato de

fala é possível encontrar características de uma variedade misturada às de outra. Outra questão fundamental a

observar é que uma variedade não é única e exclusivamente linguística: cada uma dela é também, e ao mesmo

tempo, uma manifestação social e cultural, porque a língua e os seus usos são determinados e condicionados

social e culturalmente. Da mesma forma que a cultura e a maneira de se expressar de algumas classes sociais

possuem maior prestígio (são mais valorizadas) do que as de outras, podemos dizer que algumas variedades

linguísticas também recebem maior prestigio enquanto outras são menos valorizadas.

Variedade padrão, língua padrão ou norma culta: é a variedade linguística de maior prestigio social.

Variedade não padrão ou língua não padrão: são todas as linguísticas diferentes da não padrão.

Obs.: 1) Marca de oralidade: Algumas construções como “deixei ele” , são típicas da linguagem oral, até mesmo

de pessoas que evitariam expressar-se assim em textos escritos formais Obs.:

2) Liberdade de uso: Mesmo que em aulas de língua um professor detenha-se mais nas características da norma

padrão, não se espera que um falante – seja ele quem for – abandone a variedade linguística que domina e passe a

empregar a norma-padrão em todos os momentos de sua vida (lembre que a norma-padrão é um modelo teórico).

É preciso saber utilizar mais de uma variedade linguística, adequando nosso discurso ao contexto, aos

interlocutores, à finalidade pretendida.

Linguagem verbal: envolvimento direto com a palavra

Linguagem não verbal: sem envolvimento direto com a palavra