Linguagens e Codigos- IESDE

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3.ª edição 2009 LINGUAGENS E CÓDIGOS EDSON LIMA GONZAGA JUNIOR

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3.ª edição2009

LINGUAGENSE CÓDIGOSEDSON LIMA GONZAGA JUNIOR

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G642 Gonzaga Junior, Edson Lima. / Linguagens e Códigos. / Edson Lima Gonzaga Junior. 3. ed. — Curitiba : IESDE

Brasil S.A. , 2009. 240 p.

ISBN: 978-85-387-0653-3

1. Sistemas de informação gerencial. I. Título.

CDD 658.4038

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Mestre em Ciências pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). MBA em Gestão Empresarial pelo Instituto de Desenvolvimento Humano e Gestão Empresarial (IDHGE). Bacharel em Administração de Empresas pela Facul-dade Celso Lisboa.

Edson Lima Gonzaga Junior

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Sumário

O homem, a sociedade e a comunicação ........................ 13

A tecnologia diminuindo as distâncias ............................................................................. 13

Os obstáculos frente ao saber .............................................................................................. 15

Os sistemas abertos de aprendizagem ............................................................................. 15

Sociedade da Informação ...................................................................................................... 16

Exclusão digital (infoexclusão) ............................................................................................ 17

Inclusão digital (infoinclusão) .............................................................................................. 18

Cenário internacional da infoexclusão .............................................................................. 19

O domínio do saber ................................................................. 27

Unesco, Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura ....... 27

UNESCO e a Sociedade da Informação .............................................................................. 28

Produção da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação – CMSI ............. 29

O Brasil na Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação ................................ 32

A informação criando o real .................................................................................................. 33

Aprender como integração simétrica ............................................................................... 34

A expansão do espaço e o espaço virtual ....................................................................... 35

O espaço virtual ........................................................................ 41

A necessidade de expansão da presença ......................................................................... 41

As distâncias e o espaço virtual............................................................................................ 42

Tecnologias integradas para acesso às TICs .................................................................... 44

Comunicação e cidadania ...................................................................................................... 48

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O ensino virtual ......................................................................... 55

O ensino virtual .......................................................................................................................... 55

A rede única e o fim dos monopólios ................................................................................ 56

A rede capacidade de todos .................................................................................................. 57

Desenvolvimento da Sociedade da Informação ............................................................ 58

Formação profissional, educação e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) ........................................................... 59

Os proprietários do conhecimento ..................................................................................... 61

As empresas e as inovações tecnológicas ........................................................................ 62

A nova concepção das universidades ................................................................................ 63

Gestão do conhecimento e capital intelectual ............... 69

O capital intelectual baseado no conhecimento ........................................................... 69

Educação corporativa .............................................................................................................. 70

Organizações que aprendem ................................................................................................ 71

Gestão do conhecimento ....................................................................................................... 72

Gestão do conhecimento aumenta a produtividade ................................................... 73

O papel do gestor...................................................................................................................... 74

Informação e conhecimento ................................................................................................. 75

A memória da organização .................................................................................................... 77

A aprendizagem organizacional ......................................... 83

As organizações e a aprendizagem .................................................................................... 83

O novo paradigma do conhecimento ............................................................................... 85

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) .................................................. 85

Novos paradigmas da educação .......................................................................................... 86

Cultura corporativa-ativo intangível .................................................................................. 87

O conhecimento e as novas barreiras comerciais ......................................................... 88

As barreiras técnicas ................................................................................................................. 90

O papel das universidades corporativas ........................................................................... 91

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www e internet ....................................................................... 97

A world wide web ....................................................................................................................... 97

Usando a www ........................................................................................................................... 98

Localizando informações ........................................................................................................ 98

Usuários conectados à internet ........................................................................................... 99

Computador para todos .......................................................................................................101

Liberdade de expressão na internet ................................................................................104

Certificação digital ..................................................................................................................105

A internet e a educação .......................................................113

O início do processo internet/educação .........................................................................113

A popularização da www .....................................................................................................114

Projetos inovadores nas salas de aula ..............................................................................115

Telecentros .................................................................................................................................115

Sala de aula interativa ............................................................................................................116

Educação digital e infoinclusão .........................................................................................118

Trabalhos em equipe na internet .....................................127

Os newsgroups (grupos de discussão) .............................................................................127

Chat – conversando em tempo real ..................................................................................128

Site na internet .........................................................................................................................130

Criar um blog ............................................................................................................................131

O e-mail.......................................................................................................................................131

Criar uma lista de discussão ................................................................................................134

Utilizando a internet .............................................................139

A multimídia na internet.......................................................................................................139

Outros serviços na internet..................................................................................................141

Internet nas instituições .......................................................................................................145

Negócios na internet ..............................................................................................................147

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O computador e a escola .....................................................155

Estratégias de implantação .................................................................................................155

Otimização dos meios ...........................................................................................................157

Programas utilizados nas atividades escolares .............................................................159

Do computador para o mundo .........................................................................................160

A multimídia na sala de aula ..............................................169

A multimídia e os sentidos humanos ...............................................................................169

A multimídia na sociedade ..................................................................................................170

Recursos multimídia ...............................................................................................................171

Características das mídias ....................................................................................................173

O CD-ROM ..................................................................................................................................173

O produto educativo e o público-alvo ............................................................................174

Criação de material didático ...............................................................................................175

A TI no ambiente organizacional ......................................181

A informática nas empresas ................................................................................................181

A informática e as funções básicas da organização ....................................................182

A informática e as funções administrativas ...................................................................184

Tecnologias da Informação e o mercado de trabalho ...............................................185

Formação profissional, educação e tecnologia ............................................................187

A informática e o ambiente de negócios .......................193

A Tecnologia da Informação e o processo produtivo .................................................193

O marketing e a TI ...................................................................................................................195

A Tecnologia da Informação e Comunicação e a sociedade de consumo ..........196

Comércio eletrônico ..............................................................................................................197

Revolução digital e processo produtivo .........................................................................199

Funções de Política Industrial ............................................................................................200

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A gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação na sociedade ....................207

A relação custo-benefício no processo de informatização ......................................207

O avanço da viabilidade financeira para o processo de informatização .............208

Critérios para o uso das TICs ................................................................................................209

Regulamentação brasileira para o uso das TICs ...........................................................209

A infoexclusão no mundo ...................................................................................................213

Cenário da infraestrutura para TIC ....................................................................................214

Desigualdades regionais e socioeconômicas ...............................................................214

O custo do acesso à tecnologia ..........................................................................................215

Gabarito .....................................................................................225

Referências ................................................................................233

Anotações .................................................................................239

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Apresentação

Caro alunoEstamos iniciando mais uma jornada em busca da construção do nosso co-

nhecimento. Eu, Edson Lima Gonzaga Junior, administrador profissional, consul-tor e professor universitário, tenho a grata oportunidade de partilhar com vocês este empreendimento.

Ao elaborar este trabalho, em função da diversidade do seu conteúdo, fui levado a fazer, mais uma vez, uma reflexão sobre o ambiente social e profissional em que estamos vivendo. Parando para pensar e desenvolvendo pesquisa sobre os temas abordados, tive a oportunidade de rever conceitos, paradigmas e va-lores, considerando que o ambiente muda a cada dia e a história construída ao longo do tempo nos dá a base para a constante construção de um conhecimento sólido e bem fundamentado.

Esta disciplina, Gestão da Informação e do Conhecimento, tem como ob-jetivo produzir conhecimentos fundamentados no pensamento filosófico, no estudo dos grupos sociais, na história e no desenvolvimento tecnológico. Possibi-lita ao aluno desenvolver conceitos sobre a relação entre informação e sociedade, desenvolvimento tecnológico e sociedade e a construção do conhecimento com a participação da informação e da tecnologia.

Este material foi produzido com o intuito de demonstrar a forma sistêmica como o conhecimento é produzido, o encadeamento de eventos que ocorrem em função das mudanças no ambiente e como o desenvolvimento tecnológico tem sido o fator determinante para as mudanças ambientais. Por meio da visão sistêmica, você poderá aprender construindo uma visão própria, de forma clara e sustentada pela sua história de vida, que se desenvolve neste mesmo ambiente, alvo do nosso estudo.

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O objetivo desta aula é demonstrar a influência do desenvolvimento tecnológico na ordem social, os obstáculos para o aproveitamento demo-crático das potencialidades tecnológicas disponíveis e o desenvolvimento da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) como ferramenta facili-tadora de acesso ao conhecimento.

A tecnologia diminuindo as distânciasO saber e a felicidade

Uma felicidade positiva viria, então, acumular, em si e para si,

múltiplas perícias, aprender, conhecer, especializar-se, inclusive comunicar (que sonho!),

sem dever passar pela paixão da inveja ou da concorrência que ferem,

sem exclusão nem condenação a fome dos que perdem, sem

degrau para o Parnaso, sem estabelecer hierarquia.

Michel Serres1

O desenvolvimento tecnológico e a sua aplicação no avanço dos meios de comunicação promoveu o encurtamento de uma das principais dis-tâncias para a vida em sociedade, a distância física, geográfica, espacial, proporcionando às pessoas estarem onde desejam estar, por meio da co-municação verbal e visual em tempo real. Outras barreiras estabelecem distâncias a serem percorridas para que a sociedade se desenvolva em condições de igualdade, aproximando os seus diversos segmentos, que são as diferenças sociais, financeiras, linguísticas e culturais.

As diferenças sociais constituem uma das maiores distâncias2 e de mais difícil transposição por serem estas o resultado de todas as outras. Porém, estas são o alvo da superação das demais distâncias, que se estabelecem de forma mais natural e, por este motivo, respondem de forma mais ra-cional aos apelos de superação, logo que os fatores que determinam o distanciamento venham a ser contornados. 1 Filósofo francês, de formação eclética, autor de várias obras, sem pre comprometido com o uso do saber e da comu nica ção na cons-trução da paz.2 Distâncias geográficas, distâncias sociais, distâncias financeiras, dis tân cias culturais, distâncias linguísticas e outras distâncias.

O homem, a sociedade e a comunicação

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A distância financeira tende a diminuir com a redução do custo da tecnolo-gia, tornando-a mais acessível. Esta melhoria na oferta envolve a possibilidade da aquisição de materiais e equipamentos (hardware) e programas de informáti-ca (software) que são o conhecimento trabalhado para produzir seus resultados em meio eletrônico. A partir da maior facilidade de acesso à tecnologia, as orga-nizações voltadas para o trabalho de comunicação passam a disponibilizar seus serviços em maior quantidade e de forma mais acessível à sociedade. Podemos citar, como exemplo, o caso da telefonia celular que num relativo curto espaço de tempo mudou seu posicionamento no ambiente de negócios, passando de um produto símbolo de status para um produto utilitário e popular.

Outra distância de difícil superação é a cultural. Esta encontra um terrível obstáculo que é a resistência à mudança, que muitas vezes é fortemente fun-damentada em dogmas, preconceitos e diversas formas de discriminação social, que impedem as pessoas de exercerem a liberdade para o seu próprio desenvolvimento.

As distâncias linguísticas, com o advento da internet, vêm sendo diminuídas de forma drástica. A comunicação global impõe a busca de meios de comunica-ção que permitam o desempenho em todos os ramos de atividades que buscam neste ambiente o seu desenvolvimento. A pesquisa científica, os governos, os negócios, a cultura de uma forma geral têm sido forçados a superar as distâncias linguísticas a partir do momento que as distâncias geográficas foram, pratica-mente eliminadas e os atores encontram-se frente a frente, em contato, só res-tando comunicarem-se. Os provedores da internet disponibilizam tradutores de texto como ferramenta indispensável neste processo de comunicação.

Outras distâncias a serem superadas constituem desa-fios para a aplicação da tecnologia como ferramenta de aproximação, dentre elas podemos apontar as distâncias contingenciais, que ocorrem devido a instabilidades so-ciais e políticas que levam as sociedades a conflitos como guerras, crises econômicas e outros eventos que impedem o seu desenvolvimento e, consequentemente, resultam na falta de investimento no desenvolvimento social.

A educação é uma das áreas de atividade social que mais sofre os efeitos da incapacidade de superação das distâncias, na medida que necessita ser percebi-da como prioridade e suficientemente valorizada a ponto de superar os obstá-culos, num processo de concorrência entre prioridades.

O percurso de longas distâncias

constitui o primeiro

obstáculo da Pedagogia.

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Os obstáculos frente ao saberA busca do conhecimento como uma corrida de obstáculo tem sido um pa-

radigma3 pedagógico que vem sendo desafiado pelo desenvolvimento tecno-lógico e o seu uso na comunicação para a educação. A superação de distâncias físicas em função do tempo, o acesso aos núcleos do saber em função do poder econômico, o acesso à informação em função de posições privilegiadas e outras restrições, vêm sendo gradativamente superadas pelo ambiente criado com a disseminação da Tecnologia da Informação e Comunicação, que tem permitido o desenvolvimento de um outro ambiente em que os meios de acesso tornam-se cada vez mais presentes, ao alcance do usuário, construindo um outro para-digma, o da era da comunicação e a sua influência no processo educacional.

Contrastando com o método pedagógico tradicional e centralizador, a era da comunicação propõe uma mudança de conduta por parte dos educadores, que devem buscar o aproveitamento máximo que a tecnologia lhes proporciona, participando da produção e desenvolvimento dos meios.

Os sistemas abertos de aprendizagemTodos os países do mundo, inclusive os mais pobres,

vivem na era das comunicações. Todos os países do

mundo, inclusive os mais ricos, não consagram quase

nenhum canal de comunicação ao ensino.

Michel Serres

Na era das comunicações, os sistemas abertos de aprendizagem4 ainda se di-rigem a um número muito pequeno de eleitos. As redes de comunicações e os materiais pedagógicos5 do ambiente tecnológico de informação amontoam-se, atualmente, em um aparato mal aproveitado de meios, em um nítido descom-passo entre o desenvolvimento tecnológico e o desenvolvimento das habilida-des necessárias para o pleno aproveitamento dos mesmos.

Os meios de comunicação ainda se encontram a serviço de monopólios que resistem em não abrir mão do poder proporcionado pela gestão da informação e da comunicação, tornando esta questão um dos principais obstáculos ao uso

3 Princípio reconhecido como verdade por uma comunidade ou grupo social.4 Transmissão a cabo, telefone, modem, redes de computadores, satélites e outros. 5 Cassetes de áudio e vídeo, CDs, HDs, softwares e outros.

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democrático dos sistemas abertos de comunicação, principalmente para o uso pedagógico. O fato é que entramos na era do conhecimento e este é o principal elemento de transformação no ambiente tecnológico e, como já vem aconte-cendo, o conhecimento abrirá o caminho para o uso da tecnologia na direção do desenvolvimento social por meio da disseminação dos saberes, independente da vontade dos que fazem da tecnologia e da informação fonte de poder pela manipulação do conhecimento.

A necessidade de promover a inclusão digital na sociedade como recurso imprescindível à evolução, tem forçado os governos dos países em desenvol-vimento, inclusive o governo brasileiro, a voltar a atenção para a precisão de integrar a população ao movimento mundial para a construção da Sociedade da Informação, e como consequência desta necessidade de integração, o governo e iniciativa privada vêm trabalhando no sentido de promover a inclusão digital no país e hoje temos várias ações em andamento, com resultados muito signi-ficativos, principalmente nas ações orientadas, muitas vezes, patrocinadas pela Organização das Nações Unidas e outros órgãos internacionais de fomento à inclusão digital.

Sociedade da InformaçãoNa década de 1960, intensificou-se o de-

senvolvimento tecnológico e a informação passou, cada vez mais, a ser percebida como produto de grande valor estratégico e de grande influência nas relações de poder, até ser considerada elemento central na sociedade contemporânea, que tem na Tecnologia da In-formação o principal instrumento de interação entre indivíduos e organizações, em constante processo de desenvolvimento. O universo empresarial evolui sob a influência do desenvolvimento tecnológico obrigando as organizações a se adaptarem estrategicamente, incorporando o conhecimento tecnológico ao seu patrimônio, formando o chamado capital intelectual, sem o qual fica impossível obter desempenho no ambiente competitivo, onde a informação em tempo real está disponível para aqueles que têm qualificação tecnológica para aproveitar a oportunidade.

A possibilidade de acesso à informação, quando não utilizada por falta de conhecimento tecnológico, transforma-se numa ameaça que pode ser fatal no

A influência dos avanços tecnológicos nas relações de poder identificaram a

informação como elemento central da sociedade

contemporânea.

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cenário da economia de mercado. Esta realidade faz com que se configure um novo modelo organizacional que, fundamentado no conhecimento, vem trans-formando os processos de produção em escala mundial. Este conhecimento é resultado de um sistema de gestão que envolve a educação e o desenvolvimen-to tecnológico.

A disponibilidade da informação em decorrência do acesso à tecnologia por parte dos diversos segmentos da sociedade, promovendo a mudança do seu comportamento, faz com que a sociedade retribua como elemento transfor-mador, passando a exigir das organizações a oferta de soluções de forma com-patível com o ambiente tecnológico disponível, proporcionando aos cidadãos, empresas e instituições a capacidade de obtenção e compartilhamento das informações em tempo real, independente da sua localização e da forma mais adequada, envolvendo custos e a segurança dos meios.

Exclusão digital (infoexclusão) A tecnologia digital enquanto novidade, no início do seu desenvolvimento, era

privilégio de poucos, pois estava fora do alcance da maioria das pessoas devido às diversas barreiras impostas pela falta da educação para o uso da nova tecnologia, a pouca disponibilidade dos recursos tecnológicos para a sociedade em geral e o alto custo da tecnologia devido à pouca oferta do produto no mercado.

O domínio restrito de acesso à tecnologia digital favoreceu, durante muito tempo, às organizações que investiram nesta área de conhecimento e explora-ram comercialmente os seus benefícios, prestando seus serviços à sociedade, oferecendo soluções funcionais em todas as áreas de abrangência da tecnologia digital. Com o passar do tempo este conhecimento tecnológico foi sendo disse-minado e a barreira imposta pela falta de conhecimento sobre a tecnologia veio sendo reduzida. O aumento de produção dos recursos tecnológicos e o conse-quente aumento da oferta desses produtos no mercado, o tornou mais acessível economicamente a uma maior faixa da sociedade. Ações governamentais volta-das para restringir o monopólio da tecnologia por organizações especializadas começaram a surgir em nível mundial.

A tecnologia deixou de ser percebida como um bem acessório e passou a ser considerada um bem imprescindível ao desenvolvimento da humanidade. As transformações causadas pelo advento da tecnologia digital tornaram-se irrever-síveis, restando à sociedade promover ações para incorporá-la ao seu cotidiano.

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Neste cenário, em função das desigualdades sociais, que envolve as classes so-ciais distintas por fator socioeconômico, os grupos sociais distintos pelas diversas culturas e tradições, populações afastadas da tecnologia por razões geográficas e sociedades despreparadas para o uso da tecnologia pelo sistema de educação, surge a realidade da exclusão digital, acontecendo em decorrência da falta de acesso aos meios, na maioria dos casos, mas também pela resistência à mudança por parte de grupos mais conservadores.

Nos últimos tempos a visão sobre a exclusão digital esteve mais voltada para a falta de acesso à Tecnologia da Informação e Comunicação, que tem como ícone principal a internet. As ações promovidas pelos órgãos governamentais e não- -governamentais empenhados na democratização do uso dos recursos digitais de comunicação vêm sendo direcionadas para tornar mais fácil a aquisição dos meios de acesso à tecnologia por parte da sociedade, porém, a visão atual sobre a exclusão digital vai mais além, ela aponta para a deficiência dos gestores na promoção das ações voltadas para a inclusão digital, indica “falhas no provimen-to pelos governos de acesso universal a serviços de informação e comunicação, indistintamente a todos os cidadãos” (MEDEIROS, 2008). Para o Grupo Telefônica, exclusão digital é “a expressão utilizada para designar as desigualdades existen-tes entre as diferentes classes sociais no que se refere às possibilidades de acesso à Sociedade da Informação” (NAZARENO et al., 2006, p. 14).

Inclusão digital (infoinclusão) Como prerrogativa para o incremento da Sociedade da Informação, a inclu-

são digital envolve ações voltadas para a alfabetização tecnológica e acesso aos recursos tecnológicos, incluindo iniciativas voltadas à divulgação da Sociedade da Informação entre as classes menos favorecidas, impulsionadas pelo governo e por iniciativas de natureza não-governamental. A distância cultural, que é um dos fatores a ser trabalhado pela Sociedade da Informação no cumprimento da sua missão de disseminar a educação tecnológica, é da maior relevância, porque o patrimônio cultural dos países menos desenvolvidos economicamente é uma riqueza a ser preservada e a inserção de segmentos da sociedade no universo da comunicação sem a educação adequada para utilizar a Tecnologia da Infor-mação e Comunicação como instrumento facilitador para o desenvolvimento social, põe em risco a preservação do seu patrimônio cultural.

O cuidado no processo de propagação das TICs é necessário para que sirva de incremento ao desenvolvimento social, proporcionando aos diversos seg-

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mentos da sociedade a possibilidade de acesso ao conhecimento e sua inclusão no ambiente global, de forma a se beneficiar das possibilidade oferecidas, mas também como forma de oferecer ao ambiente a sua contribuição a partir da di-vulgação dos seus saberes e da sua cultura.

Por meio da inclusão digital para o uso da Tecnologia da Informação e Co-municação diminuindo as distâncias, um universo infinito de possibilidades se apresenta, o que nos parece, a princípio, muito bom, porém, a dificuldade de controle do material exposto na rede mundial de computadores tem sido fator de preocupação da Sociedade da Informação, considerando a potencialidade dos meios de comunicação na formação e transformação da sociedade.

Governos e sociedade são aliados na busca do controle de qualidade da in-ternet para que este meio, hoje plenamente presente na vida social e que é o instrumento principal no processo de infoinclusão, seja um instrumento usado, cada vez mais, para proporcionar melhoria de qualidade de vida para a socieda-de e não uma ameaça quando utilizada para finalidades obscuras. Para fazer uso de forma produtiva dos meios tecnológicos de comunicação e principalmen-te da internet é fundamental que no processo de infoinclusão a sociedade seja educada para fazer bom uso da tecnologia e aprender a se defender das amea-ças que este meio pode representar quando acessível a ambientes desprepara-dos tecnicamente e culturalmente para o seu uso.

A forma final que a Sociedade da Informação adotará é algo imprevisível nos dias de hoje. Embora em fase final de criação de infraestrutura, já é percebido, ao mesmo tempo, os primeiros efeitos de sua aplicação nos processos. O impacto final nos valores e atitudes, além de ser imprevisível, não será, em absoluto, o reflexo de um mecanismo que deva produzir de forma inevitável um resultado determinado. Muito pelo contrário. A disponibilidade de acesso geral e praticamente ilimitado à informação deve ser considerado como um elemento meramente facilitador, que amplia enormemente as possibilidades de transformação. (GRUPO TELEFÔNICA, 2008)

Cenário internacional da infoexclusãoA disseminação universal da Tecnologia da Informação não está imune ao dese-

quilíbrio econômico entre as nações. A falta de recursos para investimento no de-senvolvimento tecnológico por parte das nações menos desenvolvidas passa pela necessidade destas em participar do ambiente global, para usufruírem dos bene-fícios do desenvolvimento científico proporcionado por este ambiente, imprescin-dível para impulsionar o seu próprio desenvolvimento. Esta questão demonstra o paradoxo entre a necessidade de desenvolvimento econômico para ter acesso à tec-nologia e a necessidade da tecnologia para tornar possível este desenvolvimento.

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O impasse é a grande preocupação dos especialistas voltados para a infoin-clusão destas nações e defendem a necessidade da implementação de ações por parte do poder público, voltadas para interferir neste ambiente que , por si só, não apresenta alternativas para superar as barreiras econômicas, ficando cada vez mais distantes dos meios para o desenvolvimento, sem acesso à tecno-logia. Para que haja possibilidade de desenvolvimento tecnológico dos grupos menos favorecidos economicamente, não devem ser implantados modelos de desenvolvimento alternativos, com menores exigências tecnológicas e ganhos de produtividade reduzidos, esperando que possam promover o desenvolvi-mento com preservação da identidade cultural dos povos.

O advento da internet provocou a aceleração do desenvolvimento tecnoló-gico no sentido de explorar plenamente todas as suas possibilidades, não dei-xando margem para escolha, privilegiando apenas aquelas nações que optarem pela educação digital do seu povo. A oferta dos serviços básicos, necessários ao desenvolvimento de qualquer sociedade, em função, principalmente, do aumento da demanda por esses serviços, como o suprimento de energia elé-trica, serviços de assistência à saúde, segurança, abastecimento de água, infra-estrutura sanitária, controle social, educação e outros, depende cada vez mais do domínio da Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs) para a sua pro-dução e gerenciamento racional. O desnível de desenvolvimento tecnológico entre nações provoca o distanciamento entre as mesmas, relegando as menos favorecidas à exclusão do ambiente tecnológico global, regulado, cada vez mais, pela economia de mercado, onde quem não tem produção com padrões de qua-lidade compatíveis com a sua exigência, acaba por ser marginalizado e impossi-bilitado de usufruir das oportunidades de crescimento proporcionadas pelo de-senvolvimento científico. Um outro aspecto interessante da infoexclusão é o que envolve o padrão da tecnologia disponibilizada de acordo com a capacidade de aquisição das classes sociais. Conforme as tecnologias são desenvolvidas, as classes mais abastadas incorporam rapidamen-te os novos avanços, enquanto as classes menos favorecidas têm acesso, somente, às gerações tecnológicas anteriores, per-petuando a desigualdade cultural e social, submetendo os diferentes estratos sociais a ambientes tecnológicos diferenciados.

Considerando que o desenvolvimento da rede mundial de computadores e a expansão da internet se deu a partir do desenvolvimento tecnológico dos países

A distribuição mundial dos recursos para o

desenvolvimento da Sociedade da Informação reflete a

mesma disparidade observada na distribuição de renda e riquezas entre os países.

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ricos, estes passaram a determinar o padrão tecnológico do sistema e exercer domínio sobre ele, restando aos demais interessados em integrar-se à rede, adaptar-se ao modelo imposto, com pouca possibilidade de atuar de forma a adequá-lo às suas realidades, principalmente por não deterem conhecimento sobre a tecnologia necessária para tal. Esta situação contribui de forma determi-nante para reforçar o quadro internacional da infoexclusão digital.

A Sociedade da Informação, no cumprimento da sua missão de promover a inclusão digital no ambiente global, passa pela discussão sobre a questão estra-tégica de como esta propagação deveria ser trabalhada, de forma a garantir que a disseminação da cultura da Tecnologia da Informação e Comunicação viesse a atender às necessidades das nações menos desenvolvidas, diminuir as distâncias econômicas, sociais, geográficas e culturais dos diversos segmentos da socieda-de e não apenas atender a interesses minoritários, de segmentos privilegiados da sociedade e organizações que exploram o desenvolvimento tecnológico dos meios de informação e comunicação com fins empresariais. Cabe observar o contexto da Índia, onde o desenvolvimento da indústria das Tecnologias da In-formação e Comunicação é notável, mas que em 2005 apresentava um quadro com fortes indicadores de infoexclusão, demonstrando que apenas 4,5% da sua população estava conectada à internet.

A grande diferença de situação econômica entre os países, que é responsá-vel direta pelos estágios diferenciados de desenvolvimento social, fazendo com que os países ricos se distanciem cada vez mais dos países menos favorecidos pelo acesso aos meios de crescimento econômico, acentuando cada vez mais o espaço que os afastam, está refletida, também, no desenvolvimento da Socieda-de da Informação para o desenvolvimento das nações no cumprimento da sua missão de promover a propagação da Tecnologia da Informação e Comunicação de forma global. Considerando que os países desenvolvidos detêm, aproxima-damente, 16% da população e, em contrapartida, concentram 80% da riqueza mundial e que de acordo com informações levantadas em 2004 pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento – UNCTAD, tendo como referência o ano de 2003, de um total mundial aproximado de 657 milhões de usuários da internet 60% correspondiam a usuários dos países desenvolvidos, contra 2,5% correspondentes aos países da América Latina, África e Caribe.

Quadro estimativo – divisão da riqueza X infoinclusão

Países População mundial Distribuição da riqueza Infoinclusãodesenvolvidos 16% 80% 60%outros países 84% 20% 40%

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Texto complementar

A nova relação com o saber (LÉVY, 2002)1

Toda e qualquer reflexão séria sobre o devir dos sistemas de educação e formação na cibercultura deve apoiar-se numa análise prévia da mutação contemporânea da relação com o saber. A esse respeito, a primeira consta-tação envolve a velocidade do surgimento e da renovação dos saberes e do know-how. Pela primeira vez na história da humanidade, a maioria das com-petências adquiridas por uma pessoa no começo de seu percurso profissional serão obsoletas no fim de sua carreira. A segunda constatação, fortemente ligada à primeira, concerne à nova natureza do trabalho, na qual a parte de transação de conhecimentos não pára de crescer. Trabalhar equivale cada vez mais a aprender, transmitir saberes e produzir conhecimentos. Terceira cons-tatação: o ciberespaço suporta tecnologias intelectuais que ampliam, exteriori-zam e alteram muitas funções cognitivas humanas: a memória (bancos de dados, hipertextos, fichários digitais [numéricos] de todas as ordens), a imaginação (si-mulações), a percepção (sensores digitais, telepresença, realidades virtuais), os raciocínios (inteligência artificial, modelização de fenômenos complexos). Tais tecnologias intelectuais favorecem novas formas de acesso à informação, como: navegação hipertextual, caça de informações através de motores de procura, knowbots, agentes de software, exploração contextual por mapas dinâmicos de dados, novos estilos de raciocínio e conhecimento, tais como a simulação, uma verdadeira industrialização da experiência de pensamento, que não pertence nem à lógica, nem à indução a partir da experiência. Devido ao fato de que essas tecnologias intelectuais, sobretudo as memórias dinâmicas, são objetivadas em documentos numéricos (digitais) ou em softwares disponíveis em rede (ou de fácil reprodução e transferência), elas podem ser partilhadas entre um grande número de indivíduos, incrementando, assim, o potencial de inteligência coletiva dos grupos humanos. O saber-fluxo, o saber-transação de conhecimento, as novas tecnologias da inteligência individual e coletiva

1 Sociólogo, histo riador da ciência, pro fessor do departamento de hipermídia da Univer sidade de Paris.

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estão modificando profundamente os dados do problema da educação e da formação. O que deve ser aprendido não pode mais ser planejado, nem precisamente definido de maneira antecipada. Os percursos e os perfis de competência são, todos eles, singulares e está cada vez menos possível cana-lizar-se em programas ou currículos que sejam válidos para todo o mundo. Devemos construir novos modelos do espaço dos conhecimentos. A uma re-presentação em escalas lineares e paralelas, em pirâmides estruturadas por “níveis”, organizadas pela noção de pré-requisitos e convergindo até saberes “superiores”, tornou-se necessário doravante preferir a imagem de espaços de conhecimentos emergentes, abertos, contínuos, em fluxos, não-lineares, que se reorganizam conforme os objetivos ou contextos e nos quais cada um ocupa uma posição singular e evolutiva. Assim sendo, tornam-se necessá-rias duas grandes reformas dos sistemas de educação e formação. Primeiro, a adaptação dos dispositivos e do espírito do Aprendizado Aberto e a Distân-cia (AAD) no cotidiano e no ordinário da educação.

É verdade que o AAD explora certas técnicas do ensino a distância, inclu-sive a hipermídia, as redes interativas de comunicação e todas as tecnologias intelectuais da cibercultura. O essencial, porém, reside num novo estilo de pedagogia que favoreça, ao mesmo tempo, os aprendizados personaliza-dos e o aprendizado cooperativo em rede. Nesse quadro, o docente vê-se chamado a tornar-se um animador da inteligência coletiva de seus grupos de alunos, em vez de um dispensador direto de conhecimentos. A segun-da reforma envolve o reconhecimento do aprendido. Ainda que as pessoas aprendam em suas experiências profissionais e sociais, ainda que a escola e a universidade estejam perdendo progressivamente seu monopólio de cria-ção e transmissão do conhecimento, os sistemas de ensino públicos podem ao menos dar-se por nova missão a de orientar os percursos individuais no saber e contribuir para o reconhecimento do conjunto de know-how das pes-soas, inclusive os saberes não-acadêmicos. As ferramentas do ciberespaço permitem considerar amplos sistemas de testes automatizados acessíveis a todo o momento e redes de transação entre a oferta e a demanda de compe-tência. Ao organizar a comunicação entre empregadores, indivíduos e recur-sos de aprendizado de todas as ordens, as universidades do futuro estariam contribuindo para a animação de uma nova economia do conhecimento.

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Dicas de EstudoSERRES, Michel. A Lenda dos Anjos. São Paulo: Aleph, 1995.

Um ensaio sobre comunicação. Consiste numa síntese das realizações filo-sóficas do autor, que coloca o conceito de comunicação no centro da reflexão filosófica.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.

Comentário pormenorizado sobre as novas tecnologias e suas diferentes apli-cações. Discute implicações nos planos econômico, político, cultural e humano.

Atividades1. Por que as distâncias sociais são as mais difíceis de serem transpostas?

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2. Por que a educação é a atividade social que mais sofre com a incapacidade da superação das distâncias?

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Nesta aula estudaremos a importância da disseminação do conheci-mento para a construção do saber e o valor do desenvolvimento tecnoló-gico como meio de propagação da informação, elemento essencial para o desenvolvimento social fundamentado no conhecimento. Iremos explo-rar as ações sociais promovidas por governos e instituições voltadas para a promoção da evolução tecnológica de forma democrática, procurando reduzir as distâncias entre os grupos humanos para o acesso à informação e tecnologia. Buscaremos exercitar a reflexão sobre o valor da tecnologia e da informação numa sociedade orientada pela economia de mercado e o interesse empresarial em desenvolver e preservar o domínio sobre o conhecimento tecnológico na busca da supremacia no ambiente de ne-gócios e, consequentemente, o conflito de interesses entre o capital e a sociedade sendo mediado pelas instituições interessadas no desenvolvi-mento social equilibrado e de forma mais justa.

O saber é a parte mais considerável da felicidade.

Sófocles

Unesco, Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura

Um dos principais obstáculos à dissemi-nação da informação são, por incrível que pareça, os meios de comunicação, contro-lados pelos poderes que lançam mão de todos os meios para expandir os seus domí-nios. A comunicação de massa, justamente por seu poder de influenciar no comporta-mento dos povos, é utilizada pelos poderes políticos e econômicos para direcionar o comportamento dos grupos sociais. Lem-bremos como funciona a propaganda nas situações de conflito, como guerras, elei-

Unesco premissa: Se a guerra nasce na mente dos homens, é na

mente dos homens que devem ser cons truídas as defesas da paz.

Unesco premissa: A Educação não pode ser consi derada somente

importante, ela pre cisa ser prioritária.

<www.unesco.org.br>

O domínio do saber

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ções governamentais, nas quais uma minoria acaba por convencer a maioria das suas convicções e intenções. A tentativa de monopólio das comunicações por meio da tecnologia, do poder econômico e dos interesses comerciais, acaba por promover o movimento de reação por segmentos da sociedade que percebem a tecnologia como alternativa para diminuir as distâncias sociais por meio da comu-nicação e da informação. Nesse sentido surge a Unesco, instituição mundial, criada em 16 de novembro de 1945, logo após a Segunda Guerra Mundial. Atualmente, conta com mais de 190 Estados-membros que se reúnem a cada dois anos, em sua Conferência Geral, para discutir e deliberar sobre importantes questões no âmbito de sua atuação. Operando junto aos governos, dirigentes e especialistas dos países que a integram, buscam aprofundar o exame de temas vitais para o futuro das so-ciedades, procurando o consenso e definindo estratégias de ação.

Criada para acompanhar o desenvolvimento mundial e, ao mesmo tempo, auxiliar os Estados-membros na busca de soluções para os problemas que desa-fiam a nossa sociedade, encontra-se envolvida em um vasto campo de ativida-des. Suas áreas de atuação compreendem os seguintes temas: educação; ciên-cias naturais, humanas e sociais; cultura; comunicação e informação.

A Unesco posiciona-se no sentido de superar os obstáculos à comunicação, empreendendo na disseminação da tecnologia pelo mundo, principalmente nos ambientes mais carentes de meios para o seu acesso. Por meio do desenvol-vimento tecnológico, a Unesco busca melhorar o padrão educacional, principal-mente no Terceiro Mundo e, dessa forma, influenciar essas sociedades a emergi-rem, construindo as suas culturas enriquecidas pelo conhecimento, que com o uso das Tecnologias da informação e da Comunicação representa um saber global.

UNESCO e a Sociedade da InformaçãoBuscando dar cumprimento à sua missão de disseminar o conhecimento

pelo mundo como forma de buscar o equilíbrio entre as nações, entendendo ser o conhecimento a principal arma estratégica a ser usada para a paz, a Orga-nização das Nações Unidas – ONU – criou juntamente com a União Internacional das Telecomunicações – UIT, a Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação – CMSI em 2001, com a finalidade de desenvolver projetos direcionados para a gestão da propagação do conhecimento e a inserção das nações menos desen-volvidas no universo das Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs.

Na primeira fase dos trabalhos da CMSI foi desenvolvido o planejamento es-tratégico para a sua atuação, determinando os objetivos a serem atingidos e os

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meios e métodos para alcançá-los, evento realizado em Genebra em dezembro de 2003, com a participação de 11 mil pessoas, aproximadamente e contando com a participação de 50 Chefes de Estado e representantes de 175 países. Na segunda fase dos trabalhos da CMSI foi feita a avaliação dos resultados atingidos com relação à execução dos projetos planejados na primeira fase e a avaliação de novos elementos de grande relevância para o êxito da sua missão. Os traba-lhos dessa segunda fase aconteceram na Tunísia, em novembro de 2005. Estes dois momentos, representam marcos importantes no desenvolvimento dos tra-balhos da CMSI, principalmente pela sua representatividade junto à comunidade mundial, porém, cabe lembrar que para chegar nestes momentos de encontro e discussão, muitos outros eventos e ações foram realizadas e a produção dos seus resultados é que constituíram o conteúdo para a realização dos encontros de maior representatividade.

Produção da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação – CMSI

O desenvolvimento dos trabalhos da CMSI resultou num conjunto de normas e projetos voltados para a produção de um ambiente global que venha a tornar possível a propagação do conhecimento e a criação de infraestrutura para o desenvolvimento e utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs. Os trabalhos apontam para a necessidade de incluir nos programas de ensino dos países, currículos que con-templem a necessidade da educação para o uso das Tec-nologias da Informação e Comunicação no nível de ensino básico, integrando esta área de conhecimento no processo de formação do cidadão, habilitando a sociedade para a integração das novas tecnologias ao seu cotidiano. O projeto de propagação das TICs prevê ações voltadas para o envolvimento de 50% da população mundial aproximadamente, até o ano de 2015, com a participação das instituições voltadas para o ensino e a pesquisa, inserindo de forma mais efetiva a tecnologia da informação e comunicação nas suas atividades, conta com a aplicação das novas tecnologias de informação e comunicação nos ser-viços públicos e órgãos governamentais, de uma forma geral, promovendo a integração do cidadão às novas tecnologias como forma de acesso aos serviços que usualmente ele tem necessidade de buscar atendimento, como a Receita Federal, Seguridade Social e outros.

A formulação de estratégias nacionais de

TICs como parte integrante

de planos de desenvolvimento

dos países.

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O projeto envolve, também, o segmento empresarial, responsável pela pro-dução dos materiais e equipamentos para comunicação, como aparelhos de TV, rádios, microcomputadores e outros e para atender a esta finalidade está previs-to a promoção das indústrias nacionais com o objetivo de que toda a população possa ter acesso a esses meios de comunicação e informação. Buscando atingir o objetivo de incluir toda a população mundial na Sociedade da Informação, os projetos tem o intuito de mobilizar os recursos necessários por meio dos meca-nismos já existentes e buscando a descoberta de novos mecanismos no sentido de criar infraestrutura de recursos humanos, tecnológica e financeira. Partindo do princípio que o desenvolvimento tecnológico não tem como acontecer a re-velia do desenvolvimento integral das nações, o projeto prevê ações voltadas para o desenvolvimento das TICs em conjunto com planos de desenvolvimento nacionais que propiciem a inclusão digital das suas populações, para que não se repitam, com frequência, casos como o da Índia, que apresenta um elevado grau de desenvolvimento industrial na áreas das Tecnologias de Informação e Comunicação e apresenta um alto grau de infoexclu-são digital na sua sociedade.

O fator financeiro, no cenário global regulado pela economia de mercado, é estratégico para o desenvolvimento de qualquer projeto, principalmente quando se trata de investimento em tecnologia. Como os países pobres não têm recursos para investir no desenvolvimento da sociedade da informação e promover a inclusão digital nas suas sociedades, o projeto prevê a atuação dos países desenvolvidos participando ativamente do financiamento das ações vol-tadas para a infoinclusão nos países pobres, cumprindo compromissos interna-cionais de apoio à Sociedade da Informação.

Como a proposta de financiamento das ações, direcionadas para o provimen-to tecnológico das nações menos desenvolvidas não resolvem, isoladamente, o distanciamento que impede que estas nações possam acompanhar o ritmo de desenvolvimento dos países ricos, sempre ficando para traz, dependendo de apoio para recuperar o tempo perdido, existe o entendimento que é muito importante tratar do endividamento dos países pobres, de forma a atenuar as crises econômicas geradas por conta das dívidas externas, que drenam os recur-sos que seriam aplicados em desenvolvimento social.

Com a possibilidade de desenvolvimento dos países menos favorecidos, o projeto prevê que estes países se tornem alvos do interesse de investidores

Há desigualdade de oportunidades

digitais entre regiões urbanas e rurais nas nações com elevado grau de

desenvolvimento.

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nacionais e estrangeiros, mas, para isso, é necessário que sejam desenvolvidas ações que possam sugerir a estabilidade desses países em desenvolvimento por meio de regulamentações seguras e transparentes.

As ações previstas envolvem, também, o intercâmbio de conhecimento na área de Tecnologia da Informação e Comunicação entre as nações, promovendo o desenvolvimento de programas conjuntos entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento no campo da pesquisa, como forma de atenuar o processo constante de distanciamento crescente entre as nações, numa conduta de coo-peração que envolve a participação dos países mais avançados tecnologicamen-te com a transferência de conhecimento e apoio tecnológico, para a construção da infraestrutura necessária ao crescimento das nações em desenvolvimento, tornando-as aptas a assimilar o processo de mudança constante, provocado pelo dinâmico desenvolvimento tecnológico global, infraestrutura imprescindí-vel para o desenvolvimento e manutenção do padrão necessário à sustentação dos níveis de desenvolvimento conquistados.

As ações voltadas para a universalização das TICs estão atentas para as dife-renças regionais, até mesmo no âmbito dos países desenvolvidos, que apresen-tam desníveis de propagação da tecnologia nas áreas rurais, grupos étnicos e segmentos da sociedade menos favorecidos na divisão de renda. Como estraté-gia para obtenção do aporte financeiro necessário para o desenvolvimento das ações de disseminação das Tecnologias da Informação e Comunicação, o projeto prevê a participação das empresas de telecomunicações e outras voltadas para o negócio das TICs, propondo que este segmento contribua com parte da sua renda para o financiamento das ações de propagação da Sociedade da Informa-ção para a inclusão digital, aplicando recursos no desenvolvimento tecnológico dos países pobres ou em desenvolvimento e para gerenciar estes recursos foi constituído o Fundo de Solidariedade Digital, em contrapartida as organizações que participam da formação do Fundo têm a possibili-dade de fazer seu marketing social, promovendo suas marcas junto às ações desenvolvidas com este suporte financeiro. Em levantamento feito pelo Banco Mundial em 2005 foi atestado que uma das metas da Cúpula Mundial para a Sociedade da Informação já havia sido atingida, com indicadores apontando para 77% da po-pulação mundial como usuários das redes móveis de te-lefonia, considerando que o projeto de propagação das TICs prevê ações voltadas para o envolvimento de 50% da população mundial até 2015. Com o apoio do Fundo

A tendência de rápida

disseminação das TICs não se aplica

apenas aos Estados Unidos e à Europa, mas também aos países da América

Latina, África e Ásia.

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de Solidariedade Digital, a propagação das TICs vem avançando de forma notá-vel nos países da África, Ásia e América Latina, acompanhando a tendência do crescimento da propagação apresentado nos países desenvolvidos da Europa e Estados Unidos, fato que contempla as expectativas da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação, que promove o desenvolvimento simétrico para o uso das TICs em âmbito global.

A política de democratização do acesso e desenvolvimento tecnológico para o uso das TICs proposta pela Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação, fomenta o questionamento sobre o controle exercido pelos países desenvolvidos, principalmente aqueles precursores no desenvolvimento e utilização das TICs, onde os Estados Unidos resistem em compartilhar o sistema de domínios na inter-net, controlando a tecnologia para a gestão da rede mundial de computadores.

O Brasil na Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação

A resistência à mudança exercida por organizações que insistem em continuar tirando proveito das posições privi-legiadas, conquistadas nos primeiros momentos do desen-volvimento das Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs, quando eram detentoras exclusivas do conheci-mento tecnológico necessário ao seu desenvolvimento e aplicação, tem sido alvo de propostas e ações voltadas para a quebra dos monopólios sobre a tecnologia digital e seus produtos. A cada dia fica mais difícil para aqueles que se julgam donos da tecnologia manter seu domínio, em função das ações sociais promovidas pelos governos dos países menos privi-legiados e pela maioria da sociedade, que têm consciência que a disseminação do conhecimento tecnológico e a facilitação de acesso aos meios materiais para o uso da tecnologia é perfeitamente possível, necessário e conveniente por questões econômicas e de melhoria da qualidade de vida.

A participação do Brasil nos trabalhos da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação tem contribuído para o encaminhamento de propostas voltadas a romper os controles exercidos por parte das corporações e governos que por questões comerciais e estratégicas resistem em compartilhar a participação na gestão da rede mundial de computadores, a internet, e não se interessam pela

Falta democracia, transparência e governança multilateral

nos processos decisórios da

administração da rede mundial de computadores.

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propagação de meios que torne a sociedade capaz de usufruir dos benefícios disponibilizados pela tecnologia como exercício de cidadania, não apenas como consumidores dos produtos de tecnologia.

Um dos pontos de grande relevância nesta participação foi com relação a in-serção do software livre nos projetos da CMSI, como fator relevante para a demo-cratização do acesso a tecnologia digital, contribuindo de forma inequívoca para a superação da distância financeira para acesso do cidadão às TICs. A posição do Brasil tem sido de repúdio à forma como vem sendo administrada a rede mundial de computadores, pela falta de uma participação mais democrática com a amplia-ção do quadro de integrantes do Comitê Gestor da Internet, empresas, governos e sociedade não estão participando de forma integrada para a busca de soluções e posicionamentos que venham a atender de forma justa aos segmentos interessa-dos no desempenho da rede. Neste modelo atual, acaba prevalecendo os interes-ses empresariais, ficando de fora os governos e a sociedade civil.

Quadro sumário de desempenho da CMSI

Produção da CMSI – principais tópicos

Primeira fase Segunda fase

Declaração de princípios: educação, co- �nhecimento, informação e comunicação como pilares para o progresso humano;

Plano de ação: adaptação dos currículos �escolares às TICs com ênfase para o ensino básico;

Programa de solidariedade digital: estabele- �cer as condições necessárias para mobilizar os recursos humanos, financeiros e tecnoló-gicos que permitam incluir todos os homens e mulheres na Sociedade da Informação.

Fundo de solidariedade digital: sugerindo �que as operadoras de telecomunicações e empresas vinculadas ao seguimento das TICs contribuíssem voluntariamente para o fundo, que seria aplicado no desenvolvi-mento tecnológico dos países pobres;

Fórum de governança da internet: partici- �pação dos governos e representantes de empresas e da sociedade civil com compe-tência para se pronunciar sobre a inclusão digital, segurança na rede mundial e co-mércio eletrônico.

A informação criando o realPrópria dos animais, a dominação embrutece o homem quer ele a exerça, a sofra

ou lute para a obter ou manter. Para construir a igualdade entre

os indivíduos e os grupos, a única esperança, que apenas

a esperança supera, reside na formação.

Michel Serres

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O desenvolvimento das estratégias de marketing fez da informação e da co-municação as suas matérias-primas. A partir daí, cada vez mais, a realidade re-flete o resultado da competência daqueles que se especializam na ciência do marketing, que chegam a afirmar serem todas as necessidades latentes no ser humano em sociedade, e o objetivo do trabalho em marketing é atingir essas necessidades ou fazê-las aflorar. Esse é um paradigma do marketing. Então podemos perceber que a informação está aí, nos componentes do marketing, criando realidades.

Num ambiente em que os negócios são alvos importantes no desenvolvi-mento social, que conduz o destino das sociedades, quem detém controle sobre os meios de comunicação obtém muito poder.

O saber que liberta o homem pode embrutecê-lo, quando se liga ou se vende ao poder. A formação é a única maneira de se promover a paz entre os povos, a partir do conhecimento do outro e pelo outro, promovendo a igualdade entre os indivíduos e os grupos, inventando laços sociais que minimizem a violência e, para que isso aconteça, é necessário um projeto que envolva formar, instruir e educar, nunca deixando de partilhar o saber e a informação.

Aprender como integração simétrica1 Ninguém, efetivamente, sabe mais do que qualquer outro,

pelo menos sempre e em todas as coisas.

Todos os saberes são livres e iguais de direito.

Michel Serres

Muito sabe quem conhece a própria ignorância.

Confúcio

A arrogância tende a não reconhecer a universalidade dos saberes, pois muitos deles vêm de ambientes menos favorecidos pelo progresso e, conse-quentemente, percebidos como pouco desenvolvidos, considerando que o de-senvolvimento é avaliado pelos valores vigentes no ambiente dominante.

O fato é que todo o conhecimento científico provém de bases empíricas, sendo muitos desses conhecimentos de senso comum em sociedades de pouca ou nenhuma tecnologia, que emprestam seus conhecimentos à ciência formal e contribuem para o desenvolvimento em diversas áreas, como acontece com 1 Correspondência, em grandeza, forma e posição relativa, de partes em planos opostos.

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a farmacologia, que busca no conhecimento empírico de sociedades silvícolas indicadores para o desenvolvimento de produtos.

O intercâmbio pressupõe que, tanto como os homens, todos os saberes, prá-ticos ou teóricos, se equivalem, inclusive os que a arrogância não quer reconhe-cer, devido à sua condição humilde.

A universalidade do conhecimento estabelece uma relação em que mestre e aluno constroem o ambiente de aprendizado, o posicionamento prepotente dos detentores dos saberes se esvai a partir da virtualidade do conhecimento, que há muito não está contido apenas na matéria do mestre, mas também nos meios de comunicação escrita, nos livros, nas cartas, nos registros talhados em argila na Babilônia e outros. Um dos obstáculos à comunicação para a pedagogia é, justa-mente, o que muitos defendem como indispensável, o calor da presença. O fato é que em estado presente ou a distância o conhecimento flui no espaço virtual.

A encarnação dos conteúdos virtuais na figura dos mestres tem sido, ao longo dos tempos, fonte de poder, monopólio do saber, assim como acon-tece atualmente com os detentores dos meios de comunicação. Isso acontece porque o conhecimen-to, por meio da informação e da comunicação, cada vez mais vai deixando de ser privilégio de poucos e pode ser disseminado de forma mais simples, abo-lindo distâncias, porém, tornando-se um produto a ser negociado. Cabe às instituições voltadas para o desenvolvimento social cuidar para que o conheci-mento seja realmente demo cratizado, escapando dos monopólios do saber.

A expansão do espaço e o espaço virtual Há muito tempo a comunicação vem expandindo o

espaço, na medida em que podemos obter conhecimen-to a partir de registros de tempos distantes, como men-sagens gravadas em pergaminhos que são descobertas pela pesquisa arqueológica, os princípios e fundamen-tos das teorias científicas, as noções abstratas de mate-mática, os registros dos trabalhos desenvolvidos pelos

Docente e Discente, do mesmo modo, apren dendo um com o outro, iguais de

direito.

“O intercâmbio supõe que todos os saberes, práticos

ou teóricos, se equivalem”.

Sócrates

Entrelaçamento de duas escolas,

sendo a nova mais antiga do que

se julga.

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filósofos da antiguidade, conceitos de filosofia, as obras dos grandes mestres da música, que ainda hoje são referências para o desenvolvimento do estudo clássico e outros.

Com a invenção da imprensa esse espaço expandiu-se dramaticamente, transformando o seu ambiente e gerando muita resistência pelos seguimen-tos conservadores da época, que detinham o poder pelo conhecimento, como ainda acontece hoje com o domínio da tecnologia.

Percebemos que o ensino tradicional e o ensino virtual partem do mesmo princípio, o uso do conhecimento pelos meios de comunicação disponíveis. O que os diferencia é o ponto de interseção, onde o transmissor e o receptor se encontram, espaço físico ou espaço virtual.

A resistência à mudança é uma característica comum do ser humano em sociedade, pois incomoda àqueles que se posicionaram satisfatoriamente no modelo vigente e que, geralmente, foram bem-sucedidos nesse ambiente. A tec-nologia tem sido o maior fator de fomento às mudanças em sociedade e, como a história nos tem mostrado, é uma questão de tempo para que as inovações realmente tragam progresso e bem-estar, melhorando a qualidade de vida das pessoas e o desenvolvimento dos grupos sociais.

Texto complementar

A emergência do cyberspace e as mutações culturais

(LÉVY, 2004)

O que seria o espaço cibernético? O espaço cibernético é um terreno onde está funcionando a humanidade, hoje. É um novo espaço de interação humana que já tem uma importância enorme sobretudo, no plano econômi-co e científico e, certamente, essa importância vai ampliar-se e vai estender-se a vários outros campos, como por exemplo na Pedagogia, Estética, Arte e Política. O espaço cibernético é a instauração de uma rede de todas as me-mórias informatizadas e de todos os computadores. Atualmente, temos cada vez mais conservados, sob forma numérica e registrados na memória do computador, textos, imagens e músicas produzidos por computador. Então,

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a esfera da comunicação e da informação está se transformando numa esfera informatizada. O interesse é pensar qual o significado cultural disso. Com o espaço cibernético temos uma ferramenta de comunicação muito diferente da mídia clássica, porque é nesse espaço que todas as mensagens se tornam interativas, ganham uma plasticidade e têm uma possibilidade de metamor-fose imediata. E aí, a partir do momento que se tem o acesso a isso, cada pessoa pode se tornar uma emissora, o que obviamente não é o caso de uma mídia como a imprensa ou a televisão. Então, daria para a gente fazer uma ti-pologia rápida dos dispositivos de comunicação onde há um tipo em que não há interatividade porque tem um centro emissor e uma multiplicidade de re-ceptores. Esse primeiro dispositivo chama-se Um e Todo.

Uma outra versão é o tipo Um e Um, que não tem uma emergência do coletivo da comunicação, como é o caso do telefone. O espaço cibernético introduz o terceiro tipo, com um novo tipo de interação que a gente poderia chamar de Todos e Todos, que é a emergência de uma inteligência coletiva. Do interior do espaço cibernético encontramos uma variedade de ferramen-tas, de dispositivos, de tecnologias intelectuais. Por exemplo, um aspecto que se desenvolve cada vez mais, nesse momento, é a inteligência artificial. Há também os hipertextos, os multimídias interativos, simulações, mundos virtu-ais, dispositivos de telepresença. É preciso não esquecer, por outro lado, que a própria mídia hoje está numa hibridação com o espaço cibernético, onde ela se vê obrigada a se abrir para isto. Mas, o que há de comum entre todas essas tecnologias, entre todas essas formas de mensagens? O que implica uma mensagem numerada e os outros tipos de mensagens? Uma mensagem nu-meralizada se caracteriza pelo fato de que se pode controlar essa estrutura de perto e de maneira muito fina. Então, os bits da informática são como gens na genética, isto é, a microestrutura. Fazem parte de um conjunto de tecnologia e vão em direção a um controle molecular de seu objeto, o que dá uma fluidez a todas essas mensagens e lhes dá também a possi-bilidade de uma circulação muito rápida. O que há em comum em todas as bases nos bancos de dados do espaço cibernético? Não são as mensagens fixas, mas um potencial de mensagens e que, dependen-do de quem vai utilizá-lo, vai para uma direção ou outra. O que acontece é que, com isso, se recupera a possibilidade de ligação com um contexto que tinha desaparecido com a escrita e com todos os suportes

Palestra realizada no Festival Usina de Arte e Cultura, promovido pela

Prefeitura Municipal de Porto Alegre, em

outubro de 1994.

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estáticos de formação. É possível através disso reencontrar uma comunicação viva da oralidade, só que, evidentemente, de uma maneira infinitamente mais ampliada e complexificada. Por exemplo, é isto que observamos com o que acontece, hoje, com o hipertexto ou multimídia interativa. O importante é que a informação esteja sob forma de rede e não tanto a mensagem porque esta já existia numa enciclopédia ou dicionário.

Portanto, a verdadeira mutação se passa noutros aspectos. Em primeiro lugar, não é mais o leitor que vai se deslocar diante do texto, mas é o texto que, como um caleidoscópio, vai se dobrar e se desdobrar diferentemente diante de cada leitor. O segundo ponto é que tanto a escrita como a leitura vão mudar o seu papel, porque o próprio leitor vai participar da mensagem na medida em que ele não vai estar apenas ligado a um aspecto. O leitor passa a participar da própria redação do texto à medida que ele não está mais na posição passiva diante de um texto estático, uma vez que ele tem diante de si não uma mensagem estática, mas um potencial de mensagem. Então, o espaço cibernético introduz a ideia de que toda leitura é uma escri-ta em potencial. O terceiro ponto que, sem dúvida, é o mais importante, é que estamos assistindo uma desterritorialização dos textos, das mensagens, enfim, de tudo o que é documento: tanto texto como mensagem se tornam uma matéria.

Dicas de EstudoSANDHOLTZ, Judith Haymore et al. Ensinando com Tecnologia. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

Resultado de dez anos de pesquisa com coleta sistemática de dados, o pro-jeto ACOT (Apple Classrooms of Tomorrow) trabalhou com vários professores de cinco escolas, com Salas de Aula do Futuro da Apple, que incluem três centros de aperfeiçoamento de professores.

SILVEIRA, Sérgio Amadeu da. Exclusão Digital: a miséria na era da informação. São Paulo: P. Abramo, 2001.

A tecnologia da informação pode combater a pobreza? Quais são os melho-res instrumentos para garantir a todos o acesso às tecnologias da informação e combater a exclusão digital em uma sociedade capitalista e excludente? Estas são algumas das questões discutidas neste livro.

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Atividades1. Por que a tentativa de monopólio das comunicações através da tecnologia

pelo poder econômico, provoca reações em segmentos da sociedade?

2. Qual a nova forma de aprender com a universalidade do conhecimento?

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Nesta aula, veremos como a Tecnologia da Informação encontra na natu-reza humana, na sua necessidade de expansão, o ambiente adequado para o seu desenvolvimento, atendendo ao apelo natural da humanidade.

Veremos também, como a anulação das distâncias, com a expansão da presença, favorece a atividade do ensino.

A necessidade de expansão da presençaO corpo verte para fora de si as suas funções,

que vão tentar sua sorte pelo mundo.

Michel Serres

Observando a natureza, percebemos que esse ambiente se desenvol-ve num processo de intercâmbio, troca constante e permanente, a sua sustentação depende desta dinâmica, desta movimentação, construindo, desenvolvendo e transformando sistemas. Nesse contexto encontra-se o ser humano, inteligente e social, pronto para intervir no processo natu-ral e promover transformações por meio do conhecimento. Quando as pessoas, atendendo ao apelo natural, buscam expandir o seu universo de participação no ambiente em que vivem, começam a buscar meios para desenvolver a suas potencialidades, inicialmente com a invenção de ferra-mentas mecânicas para expandir a sua capacidade de ação e produção de resultados com melhor desempenho.

Com o desenvolvimento tecnológico, chegamos à era da informática, ofe-recendo um infinito de possibilidades para a expansão da presença humana.

As pessoas se fazem presentes em tempo real por meio das tecnolo-gias de comunicação. Transmitem seus conhecimentos e informações in-dependentes do tempo e nas quantidades que forem capazes de produzir, por todo o globo, por meio das tecnologias de informação.

O espaço virtual

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Todas as técnicas nos advém dessa capacidade, individual e social, de distan-ciamento e extração de si. A vida em sociedade, seja na família, em grupos maiores e, por fim, na sociedade global, leva as pessoas a produzirem excedentes, produ-ção além da exclusivamente necessária à sua própria sobrevivência, pois o ser social depende da sobrevivência do grupo para a sua própria sustentação. Deixan-do de ser mero coletor de recursos naturais, o homem necessita cada vez mais desenvolver técnicas que possibilitem extrair de si a capacidade de produção dos meios de sustentação para o seu grupo, num ambiente artificializado pela tecnologia, que hoje chega à virtualidade e segue em frente, estendendo o espaço e encurtando as distâncias.

O espaço virtual não tem as mesmas relações com o tempo que o espaço do mundo tem. As informações, como matéria-prima do conhecimento, estão conti-das nos mais diversos meios de comunicação, se encontram em registros identifi-cados pela arqueologia, nos livros, nas revistas nos jornais e em arquivos eletrôni-cos de dados, e cumprem a sua função independentemente do tempo, por serem eventos virtuais, podendo estar à disposição a qualquer momento, disponibilizan-do o seu conteúdo para a construção do conhecimento. O espaço do mundo, espaço físico, material, depende de trans-porte para movimentar os corpos e estando a informação atrelada ao transporte de meios físicos para atender as suas finalidades, acaba por submeter a virtualidade da informação à materialidade, pesada e lenta, dos meios de comunicação que dependem de transporte mecânico.

Com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação, em meio eletrôni-co, as informações passam a dispor de um ambiente compatível com a sua virtu-alidade, tornando o tempo, matéria-prima do trabalho e do ensino, alvo do de-senvolvimento tecnológico na busca da sua redução, até a sua eliminação total.

As distâncias e o espaço virtualCom o acesso à informação por meio da popularização dos meios de comunica-

ção, o espaço virtual pode disponibilizar informações que antes estariam contidas em meios restritos pela limitação das publicações e pelo custo de acesso às mesmas.

A cada dia o volume de informações disponibilizadas em rede (internet) au-menta e melhora de qualidade, à medida que a tecnologia de informação e comu-nicação passa a ser utilizada como ferramenta de apoio ao desenvolvimento da

Fazemos com a atua lidade,

pre sente o que nossos pais só podiam fazer

com a his tória.

A anulação relativa das distâncias, sus­citada pelas nossas

tecnologias, faz deste espaço virtual o melhor dos lugares

de for mação ou a mais flexível das

escolas.

Linguagens e Códigos

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O espaço virtual

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Todas as técnicas nos advém dessa capacidade, individual e social, de distan-ciamento e extração de si. A vida em sociedade, seja na família, em grupos maiores e, por fim, na sociedade global, leva as pessoas a produzirem excedentes, produ-ção além da exclusivamente necessária à sua própria sobrevivência, pois o ser social depende da sobrevivência do grupo para a sua própria sustentação. Deixan-do de ser mero coletor de recursos naturais, o homem necessita cada vez mais desenvolver técnicas que possibilitem extrair de si a capacidade de produção dos meios de sustentação para o seu grupo, num ambiente artificializado pela tecnologia, que hoje chega à virtualidade e segue em frente, estendendo o espaço e encurtando as distâncias.

O espaço virtual não tem as mesmas relações com o tempo que o espaço do mundo tem. As informações, como matéria-prima do conhecimento, estão conti-das nos mais diversos meios de comunicação, se encontram em registros identifi-cados pela arqueologia, nos livros, nas revistas nos jornais e em arquivos eletrôni-cos de dados, e cumprem a sua função independentemente do tempo, por serem eventos virtuais, podendo estar à disposição a qualquer momento, disponibilizan-do o seu conteúdo para a construção do conhecimento. O espaço do mundo, espaço físico, material, depende de trans-porte para movimentar os corpos e estando a informação atrelada ao transporte de meios físicos para atender as suas finalidades, acaba por submeter a virtualidade da informação à materialidade, pesada e lenta, dos meios de comunicação que dependem de transporte mecânico.

Com o desenvolvimento das tecnologias de comunicação, em meio eletrôni-co, as informações passam a dispor de um ambiente compatível com a sua virtu-alidade, tornando o tempo, matéria-prima do trabalho e do ensino, alvo do de-senvolvimento tecnológico na busca da sua redução, até a sua eliminação total.

As distâncias e o espaço virtualCom o acesso à informação por meio da popularização dos meios de comunica-

ção, o espaço virtual pode disponibilizar informações que antes estariam contidas em meios restritos pela limitação das publicações e pelo custo de acesso às mesmas.

A cada dia o volume de informações disponibilizadas em rede (internet) au-menta e melhora de qualidade, à medida que a tecnologia de informação e comu-nicação passa a ser utilizada como ferramenta de apoio ao desenvolvimento da

Fazemos com a atua lidade,

pre sente o que nossos pais só podiam fazer

com a his tória.

A anulação relativa das distâncias, sus­citada pelas nossas

tecnologias, faz deste espaço virtual o melhor dos lugares

de for mação ou a mais flexível das

escolas.

pesquisa científica e apoio à disseminação do conhe-cimento. A facilidade de transmissão da informação, que aumenta a cada dia com o desenvolvimento tec-nológico e a absorção do uso da tecnologia por parte da sociedade, com o desenvolvimento cultural para a sua utilização, promovem um ambiente no qual a educação passa a ser um dos fatores mais favorecidos com esta nova realidade, pois o acesso aos meios de formação educacionais, tanto no ambiente acadêmi-co quanto na formação profissional, passa a superar uma das distâncias que tem representado um dos obstáculos à educação, que é a possibilidade de acesso às instâncias de ensino em função da disponibilidade de tempo dos estudantes, principalmente para aqueles que necessitam ingres-sar no ambiente de trabalho. Essa realidade cria a capacidade social ou coletiva de se reunir num local definido ou eletronicamente cartografável1.

Os espaços sociais deslizam para o virtual à medida que a tecnologia oferece caminhos mais curtos, em todos os sentidos: social, econômico, cultural e finan-ceiro. As comunicações por meio eletrônico (e-mail), as atividades de compras (e-commerce), os serviços bancários, os serviços públicos de informação e outros já estão amplamente integrados ao ambiente virtual e a sociedade, a cada dia, integra-se ao uso da tecnologia para ter acesso de forma mais rápida, segura e confortável a esses recursos. A cada dia cresce o uso da rede mundial de com-putadores (internet) para a prática de atividades comuns, como se encontrar em grupo para um bate-papo informal.

Dentre as atividades sociais suscetíveis à transformação do ambiente pela tecnologia está a educação, que demonstra sinais claros de mudança e aponta para a necessidade do acompanhamento de todos os segmentos que compõem essa atividade para que o aproveitamento das possibilidades seja o mais pleno possível e para que os traumas com o processo de mudança sejam minimizados. Para isso é necessário atenção especial para a transformação no modo de ensi-nar, adequando e formando professores à prática do ensino com o uso da tec-nologia (tecnologia cognitiva2) e para a transformação nas instituições, a fim de adequarem suas estruturas ao uso da tecnologia como meio pedagógico, substi-tuindo a antiga arquitetura, lenta e pesada, pela nova arquitetura, rápida e leve.

1 Possível de ser loca lizado em um mapa.2 Tecnologia vol tada para a produção de conhecimento.

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Tecnologias integradas para acesso às TICs O sistema produtivo vem sendo radicalmente atingi-

do pelo desenvolvimento tecnológico e principalmente pela mudança de comportamento dos meios de comu-nicação, que vêm passando por um processo de transfor-mação decorrente da convergência tecnológica envolven-do a tecnologia digital de comunicação, rádio, televisão a cabo e convencional, telefonia móvel e convencional e outros meios. A convergência integra serviços de infra-estrutura, oferecendo soluções mais abrangentes e contínuas aos usuários, inte-grando meios de transmissão (fibra ótica), meios de comunicação (internet) e as ferramentas para processamento de áudio, vídeo e textos (software). O fim das distâncias geográficas provocado pela Tecnologia da informação e Comunicação, somado à integração das mais diversas formas de mídias criou e continua favore-cendo a proliferação de novas oportunidades de negócios e de empregos.

O desafio para os países pobres é conciliar o desenvolvimento tecnológico com o interesse social, considerando ser a Tecnologia da Informação uma fonte de re-cursos inimaginável, devido a sua capacidade infinita de desenvolvimento, o mundo empresarial busca constantemente, se apropriar deste bem em busca de alternativas comerciais e na competição com a sociedade despreparada para reivin-dicar seus direitos às oportunidades, acabam por trans-formar uma possibilidade de desenvolvimento social numa opção de bons negócios, contribuindo bem menos para a melhoria da qualidade de vida das populações. Para as organizações empresariais só interessa desen-volver as atividades que possam compensar financeiramente aos empreende-dores e investidores, ficando relegadas a planos inferiores as ações de interesse social, envolvendo o desenvolvimento e uso das Tecnologias da Informação e Comunicação e a sua integração às estruturas de comunicação já existentes.

Para os países em desenvolvimento, conciliar as novas tecnologias às estrutu-ras tecnológicas já existentes, facilita o avanço no sentido da integração à estru-tura global de informação e comunicação, além de proporcionar o uso de forma mais democrática das novas tecnologias, promovendo a geração de empregos em maior quantidade e qualidade, contribuindo para a distri buição mais equi-tativa da renda e da criação de mecanismos que assegurem o acesso de todo cidadão a direitos básicos, como saúde e educação.

Para os países em desenvolvimento, a “convergência”

surge como oportunidade para o acesso universal

à informação.

O desafio para os países pobres

é conciliar o desenvolvimento tecnológico com o

interesse social.

Linguagens e Códigos

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O universo de possibilidades vislumbrado com o advento das Tecnologias da Informação e Comunicação e o fenômeno da convergência tecnológica, provo-cam as mais diversas reações na sociedade, de acordo com as expectativas pró-prias de cada segmento. Para a sociedade civil, principalmente no caso dos países em desenvolvimento, é a oportunidade de se integra-rem com mais facilidade ao ambiente global da infor-mação e comunicação, com a possibilidade de estender o alcance dos meios já existentes, agregando valores tecnológicos compatíveis. Um exemplo esplêndido desta capacidade foi o surgimento da internet. A partir do desenvolvimento do “modem” (modulador), permi-tindo a conexão da tecnologia mais recente da era digi-tal, com a antiga tecnologia do sistema de telefonia analógico, passou a ser possível a conexão em rede de qualquer computador em qualquer lugar do mundo, dependendo apenas do alcance da rede de telefonia.

Neste universo infinito de possibilidades, que acontece numa sociedade orientada pela economia de mercado, fica evidente para os empreendedores a oportunidade de bons negócios nos mais diversos nichos de mercado que a tecnologia da comunicação e informação podem favorecer.

Neste sentido as corporações, embora muitas delas sensíveis ao apelo social do desenvolvimento tecnológico, não resistem à possibilidade de explorar comercial-mente as suas potencialidades, que envolvem a produção de bens de consumo, como máquinas e equipamentos e a prestação de serviços, como soluções infor-matizadas para as mais diversas áreas das organizações empresariais, nas estrutu-ras administrativas, industriais, comerciais e de marketing de uma forma geral.

Importante segmento de mercado muito valorizado pelo desenvolvimento da tecnologia digital de informação e comunicação é o que investe em pesquisa e de-senvolvimento à busca de novas soluções tecnológicas sobre as quais irão lucrar com o direito à propriedade intelectual ou industrial, que lhes dá o direito de ne-gociar esta propriedade ou explorar o produto com exclusividade, como é o caso da Microsoft e outras organizações de menor expressão.

Outro fator que realça no cenário da convergência tecnológica digital é a re-sistência exercida por parte das organizações empresariais que se estabelece-ram dentro de padrões então adequados para o momento, com relação às mu-

As grandes corporações, tendo

ciência que o conhecimento é o bem mais valioso

na nova economia, tendem a estabelecer

restrições à sua disseminação de

forma democrática.

As corporações não resistem à possibilidade de explorar o

desenvolvimento tecnológico

comercialmente.

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danças que são consequência, na maioria das vezes, de estratégias para a gestão dos meios, criando facilidades e, consequentemente, diminuindo a demanda das soluções negociadas pelas empresas.

A lógica deste momento é que a oferta de facilidades de acesso às respostas para a comunicação e informação na sociedade, reduz a demanda de aquisição das soluções comercializada pelas empresas no ramo das comunica-ções. Um advento característico da convergência tecnoló-gica é a eliminação das distâncias geográficas no espaço virtual, por meio da Tecnologia da Informação e Comuni-

cação, são as ligações telefônicas realizadas por meio da internet (VoIP), uma inovação tecnológica que, como tem sido normal na sociedade, só está disponí-vel à população com poder aquisitivo para adquirir a infraestrutura necessária que permite usufruir dos benefícios tecnológicos de ponta, pois exige que o usuário tenha acesso à internet por conexão em banda larga, acessada por um computador e com o software de comunicação compatível, permitido ligações telefônicas gratuitas ou com baixo custo. Algumas operadoras de telecomunica-ções já adotam o VoIP – Voice over Internet Protocol e a tendência é que muitas outras venham a incorporar esta tecnologia às suas soluções para oferecer os serviços de telecomunicação.

Atualmente, já existe no mercado o equipamento rotea-dor VoIP que permite a conexão direta ao modem de acesso à internet por telefone, sem a necessidade do computador e funcionando como roteador para conexão de computadores à internet e de aparelhos telefônicos analógicos. Considerando o VoIP uma realidade, resta às empresas de telefonia rever suas estratégias comerciais buscando incorporar a nova tecnologia ao seu negócio, procurando transformar esta ameaça tecnoló-gica numa oportunidade de melhores negócios. A Skype, maior fornecedora de soluções comerciais de VoIP, afirma já possuir 26 milhões de usuários no planeta. Somente nos Estados Unidos o nú mero de usuários da tecnologia já é de três milhões. O Brasil é o quinto país do mundo em utilização do Skype, posicionado atrás dos Estados Unidos, Polônia, Alemanha e França. O barateamento das ligações não atingirá a todos. Para ter acesso à tecnologia é necessário que o usuário possua compu-tador e conexão à internet em alta velocidade, o que restringe sensivelmente o universo de pessoas que terão acesso à novidade.

Algumas operadoras de

telecomunicações já adotam o

VoIP – Voice over Internet Protocol.

À população de menor

poder aquisitivo restará a

alternativa de continuar

pagando caro por ligações.

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À população de menor poder aquisitivo restará a alternativa de continuar pa-gando caro por ligações interurbanas, pois ela normalmente não dispõe de re-cursos para adquirir a infraestrutura necessária para se beneficiar do VoIP.

Outro fato importante no processo de convergência tec-nológica, considerado um veículo importantíssimo para o processo de universalização das comunicações, é o advento da TV digital, que tem sido alvo de especulação em todo o mundo, assim como no Brasil. Por meio da TV digital, será possível transmitir não apenas sinais de televisão, mas outros tipos de informação. O modelo idealizado para o Brasil prevê a comunicação bidi recional entre o usuário e a emissora, per-mitindo interação entre as partes e o desenvolvimento de um imenso rol de aplicações complementares à televisão convencional, tais como serviços de previsão de tempo, download de filmes, ser-viços de e-gov e diversas opções de comércio eletrônico. O padrão Japonês de TV digital (ISDB) adotado pelo Brasil levou em consideração fatores como pagamen-to de royalties pela tecnologia adotada, mobilidade, portabilidade, definição do número de canais disponíveis, potencial de geração de empregos e compatibili-dade do preço dos novos aparelhos de TV com a renda do brasileiro.

No que envolve a interatividade, tanto o Poder Executivo quanto o Congresso Nacional já despertaram para os benefícios que ela pode proporcionar para a po-pulação. Na forma em que foram instituídos, os Canais de Cidadania e Educação, previstos no Decreto Presidencial que regulamentou o modelo de TV digital ado-tado pelo País, pressupõem o emprego desse recurso. Tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado Federal também já se manifestaram favoráveis à implantação da multiprogramação e da interatividade por intermédio da apresenta ção de Projetos de Lei versando sobre a matéria. A convergência tecnológica reforçada pela oferta de serviços complementares que ajudou a impulsionar, como apelo mercadológico, a venda das compa-nhias telefônicas, demonstra a importância da convergência digital como fator es-tratégico para o ambiente de negócios, reforçada a partir dos resultados favoráveis dos faturamentos das empresas nos últimos anos. A integração envolve serviços bancários, acesso à internet em banda larga, assim como a telefonia móvel, reali-zando pesados investimentos na implantação de tecnologia que permite o tráfego de imagem, acesso à internet e outros serviços, como a TV a cabo com prestação de serviço de acesso à internet em banda larga. Estas constatações reforçam a tese de que a convergência tecnológica constitui-se em tendência irreversível.

Por meio da TV digital,

será possível transmitir não apenas sinais de televisão, mas outros

tipos de informação.

A convergência tecnológica constitui­se

em tendência irreversível.

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Comunicação e cidadaniaA possibilidade da utilização da internet como meio de comunicação ainda

está restrita aos usuários com poder aquisitivo para utilizar os serviços de uma operadora de telefonia ou contratar serviços de banda larga, para usufruir do melhor desempenho do sistema de comunicação. Considerando a comunicação como uma necessidade social nos dias atuais, a impossibilidade de acesso pleno a esta tecnologia de comunicação passa a ser um fator de exclusão digital, que deve ser tratado pelas autoridades responsáveis pela preservação da igualdade de direitos e preservação da cidadania. Tal possibilidade deve ser considerada como elemento integrante do rol dos serviços garantidos pelo poder público, buscando proporcionar melhor qualidade de vida à sociedade contemporânea, assim como a garantia de acesso à saúde, educação, segurança, habitação e outros. Uma das possibilidades a ser considerada é a da parceria público-privada, como no caso do “Sistema Único de Saúde” (SUS), com a iniciativa pri-vada assumindo papel complementar para as metas de universalização da assistência médica. Esta possibilidade não descarta a responsabilidade da administração pública buscar constantemente oferecer meios de acesso aos ser-viços de interesse social, além das opções de mercado.

Dentro da busca de inclusão digital, a ECT está desenvolvendo projeto denominado CorreiosNet. Trata-se de um novo serviço com objetivo de beneficiar os cidadãos das faixas so ciais mais carentes, fornecendo uma série de serviços, por meio da rede. Fazem parte do projeto: o shopping virtual, para a comercialização de produtos e serviços pela internet; a disponibiliza ção de endereço eletrônico permanente ao cidadão e a respectiva conta eletrônica e o terminal de acesso público à internet. (NAZARENO et al., 2006, p.139)

O exercício da cidadania para a inclusão digital e a proliferação da sociedade da informação com o apoio da convergência digital não podem ficar limitados ao acesso precário de meios obsoletos, de baixo desempenho e já desprezados pelos setores mais interessados e privilegiados no processo de aquisição e uso das tecnologias de ponta. Para que o potencial tecnológico seja disponibilizado de forma democrática, em todos os níveis econômicos da sociedade, faz-se fun-damental a presença do Estado no processo de gestão das estruturas de comu-nicação e informação. No Brasil, uma ação objetiva a ser adotada pelo poder público, seria promover a integração da capacidade insta-lada das redes de fibra ótica, que já ocorrem em pratica-mente todo o país, promovendo a integração destas redes, disponibilizando a oferta de comunicação digital em banda larga e, desta forma, buscar o equilíbrio social na sua capa-cidade de acesso a comunicação.

Consideramos a comunicação

como uma necessidade social

nos dias atuais.

É necessário construir uma infraestrutura

pública de comunicação.

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É preciso estimular a construção de redes locais comunitárias que se interconectem à infra-estrutura ofertada pelo Governo Federal. Estas redes podem ser geridas por conselhos, integrados pelo poder público e por representantes da sociedade civil. Sua malha será composta por um mix de tecnologias (wi-fi, wimax, mesh, fibra, PLC etc), adaptado a cada específica realidade local. Essa rede poderá tanto conectar os prédios públicos (secretarias, hospitais, centros comunitários, escolas, bibliotecas etc) quanto as próprias casas dos moradores (como já fazem a paulista Sud Mennucci e a fluminense Duas Barras) e as pequenas e médias empresas locais. (SOARES, 2004)

O fato é que o principal instrumento de controle social sobre a tecnologia da informação e comunicação é o conhecimento tecnológico para o seu uso. A partir da educação tecnológica o cidadão estará apto para fazer o uso produtivo da tecnologia, exercendo o seu direito de usufruir do conhecimento. O controle social sobre o uso do conhecimento por parte da sociedade é um desafio para o poder público, responsável por garantir, também, os direitos das corporações. Como garantir o direito de produção e comercialização de um produto de tec-nologia, de propriedade industrial ou intelectual, aos seus produtores, quando o conhecimento tecnológico para sua produção se tornou de domínio público com a disseminação do conhecimento?

Isto nós vivenciamos com relação à industria fonográfica com a produção e co-mercialização clandestina de CDs, acontece com a indústria produtora de softwares, com a oferta de produtos ilegais até pela internet. O grande desafio dos governos é promover a propagação da sociedade da informação, promovendo a inclusão digital, a educação tecnológica, o acesso à informação para toda a sociedade e ao mesmo tempo exercer o poder de controle sobre o ambiente tecnológico da comunicação para a segurança da sociedade com relação aos danos que podem ser causados pelo mau uso das TICs.

Texto complementar

As árvores de conhecimento para inteligência coletiva na educação e na formação

(LÉVY, 2008)

Aprendizagens permanentes e personalidades por navegação, orientação dos aprendizes em um espaço de saber flutuante e não totalizado, aprendi-zados cooperativos, inteligência coletiva no interior de comunidades virtu-

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ais, desregulamentação parcial dos modos de reconhecimento dos saberes, gestão dinâmica das competências em tempo real... Estes processos sociais evidenciam uma nova relação com o saber. Michel Authier e eu imaginamos um dispositivo informatizado em rede que tende a acompanhar, a integrar e a colocar em sinergia de maneira positiva estes diferentes processos. As Ár-vores de Conhecimentos são um método informatizado para a gestão global das competências nos estabelecimentos de ensino, nas empresas, nos cen-tros de emprego, nas coletividades locais e nas associações. Hoje em dia ela é experimentada em diferentes campos na Europa e particularmente na França, em grandes empresas como a EDF (Cia. de Eletricidade da França) e a PSA ( Peugeot e Citroën), em médias empresas, em universidades, em escolas de comércio, em coletividades locais (municípios, região Poitou-Charentes), em conjuntos habitacionais de aluguel moderado (HLM) etc.

Graças a esta abordagem, cada membro de uma comunidade pode fazer reconhecer a diversidade de suas competências, mesmo aquelas que não são validadas por sistemas escolares e universidades clássicas. Crescendo a partir das autodescrições dos indivíduos, uma Árvore de Conhecimentos torna visível a multiplicidade organizada das competências disponíveis em uma comunidade. Trata-se de um mapa dinâmico, consultável na tela do computador, que possui efetivamente o aspecto de uma árvore, cada comu-nidade fazendo crescer sua árvore de forma diferente.

Entendo por competências, tanto as aptidões comportamentais (saber ser) como as habilidades (savoir-faire, know-how) ou os conhecimentos teó-ricos. Cada competência particular é reconhecida aos indivíduos pela obten-ção de um “brevê”, em função de um procedimento bem especificado (teste, admissão pelos pares, fornecimento de prova etc.).

Legível na tela, o mapa dinâmico das habilidades (savoir-faire) de um grupo não resulta de uma classificação qualquer a priori dos saberes: pro-duzida automaticamente por um software, ela é a expressão, evoluindo em tempo real, dos percursos de aprendizagem e de experiência dos membros da coletividade. A árvore de uma comunidade cresce e se transforma na medida da evolução das competências da própria comunidade.

Desta forma os brevês relativos a saberes de base serão colocados no “tronco”. Os brevês de saberes muito especializados de fim de curso forma-rão as “folhas”. Os “galhos” reunirão as competências quase sempre associa-das nas listas individuais de competências dos indivíduos etc. Mas a organi-

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zação de um saber expresso por uma árvore não está fixada de uma vez por todas, ela reflete a experiência coletiva de um grupo humano e vai portanto, evoluir com esta experiência. Por exemplo, um brevê que se encontra em uma folha no tempo “t”, pode descer para um galho no tempo “t+n”. A árvore, diferente para cada comunidade, não reflete as divisões habituais em disci-plinas, em níveis, em cursos ou segundo recortes institucionais. Ao contrário, o dispositivo de indexação dinâmica e de navegação que ela propõe, produz um espaço de saber sem separações, em reorganização permanente segun-do contextos e usos.

A representação em árvore de conhecimentos permite determinar, por uma simples inspeção, a posição ocupada por um determinado saber em um dado momento e os itinerários de aprendizagem possíveis para se ter acesso a esta ou aquela competência. Cada indivíduo tem uma imagem pessoal (uma distribuição original de brevês) na árvore, imagem que ele pode consultar a qualquer momento. Nós chamamos esta imagem de “brasão” da pessoa, para marcar que a verdadeira nobreza de hoje é conferida pela competência. As pessoas ganham assim uma melhor apreensão da sua situação no “espaço do saber” das comunidades às quais elas participam e podem elaborar, com conhecimento de causa, suas próprias estratégias de aprendizagem.

As mensagens eletrônicas “endereçadas pelo conhecimento” colocam em relação o conjunto das ofertas e demandas de habilidades no interior da co-munidade, e assinalam as disponibilidades de formação e de troca por cada competência elementar. Trata-se portanto, de um instrumento a serviço do laço social para troca de saberes e emprego de competências. Todas as transa-ções e interrogações gravadas pelo dispositivo, contribuem para determinar em permanência o valor (sempre contextual) das competências elementares, em função dos diferentes critérios econômicos, pedagógicos e sociais. Esta avaliação contínua pelo uso é um mecanismo essencial de autorregulação.

No âmbito local, o sistema de Árvores de Conhecimentos pode contri-buir para lutar contra a exclusão e o desemprego reconhecendo as habili-dades daqueles que não têm nenhum diploma, favorecendo uma melhor adaptação da formação ao emprego, estimulando um verdadeiro “mercado da competência”. No âmbito das redes de escolas e universidades, o sistema permite pôr em funcionamento uma pedagogia cooperativa, não-comparti-mentada e personalizada. Em uma organização, as Árvores de Conhecimen-tos oferecem instrumentos de determinação e mobilização das habilidades,

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avaliação das formações, assim como uma visão estratégica das evoluções e das necessidades de competências.

Permitindo a todos os tipos de dispositivos de aprendizagem de desem-bocar em uma qualificação, o dispositivo das “árvores” autoriza uma melhor gestão das competências. De maneira complementar, avaliando os signos de competência em tempo real, a gestão das competências contribui para validar a qualificação. Cada pessoa que se autodefiniu obtendo um certo número de signos de competência, torna-se, do mesmo modo, acessível na rede. Ela está indexada no espaço de navegação e pode assim ser contata-da para trocas de saberes ou de demandas de competências. Uma melhora do processo de qualificação tem portanto efeitos positivos sobre a sociabi-lidade. Este instrumento torna visível em tempo real, a evolução rápida de competências muito diversas. Permitindo a expressão da diversidade de competências, ele não fecha os indivíduos em uma profissão ou categoria, favorecendo assim o desenvolvimento pessoal contínuo.

Cada país conhece atualmente um sistema de diplomas e de reconheci-mento de saberes diferente. Aliás, no interior de um mesmo país, os diplo-mas – notoriamente insuficientes neste aspecto – são o único sistema de re-presentação de competências comum a todos os ramos industriais, a todas as empresas e a todos os meios sociais. Para o resto a maior heterogeneidade está colocada. Ora, o dispositivo das árvores de conhecimentos pode tradu-zir os outros sistemas de reconhecimento dos saberes e mutualizar os signos de competências. [...]

Dicas de estudoGESTÃO da Mudança. Heitor Luiz Murat de Meirelles Quintella. DVD – Rio de Janeiro: Suma Econômica, 2008.

O texto explora o processo de mudança que vem envolvendo a sociedade e, principalmente, o ambiente empresarial a partir da segunda metade do século XX, devido ao advento da informática e posteriormente, com o desenvolvimen-to das Tecnologias de Informação e Comunicação – TICs.

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Atividades1. Por que a educação é uma das atividades mais favorecidas com o avanço da

capacidade de comunicação para a transmissão de informações?

2. Que fator foi fundamental para a chegada da era da informática?

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Nesta aula, veremos como a flexibilidade da Tecnologia da Informação influencia todo o ambiente organizacional como o ambiente das comunica-ções avança para a universalização dos meios no sentido da globalização.

Estudaremos o efeito do desenvolvimento tecnológico da informação sobre as estruturas tradicionais de ensino, a resistência à mudança e a im-potência dos modelos tradicionais diante da oferta do meio tecnológico, que condiz com a natureza expansiva do conhecimento. Veremos a tenta-tiva das organizações empresariais em manipular o potencial tecnológico como meio de produção e controle da informação, na busca de suprema-cia no mercado.

Iremos conhecer o comportamento do desenvolvimento tecnológico no mundo e como o Brasil está situado neste contexto. Abordaremos a par-ticipação da tecnologia no ambiente profissional, obrigando o trabalhador a rever sua formação e buscar adaptar-se a esta nova realidade, a impor-tância da participação da iniciativa privada como coadjuvante nos proje-tos de desenvolvimento nacional para a tecnologia e finalmente, o papel das universidades na formação da mão-de-obra para suprir a sociedade.

O ensino virtualO perfil móvel, volátil, do mapa-múndi das co-

municações, vale para todas as Instituições virtuais.

Michel Serres

Conforme as inovações vão sendo incorporadas às práticas usuais e as vantagens percebidas, os indivíduos e a sociedade em geral passam a valorizar a participação dos benefícios produzidos na sua vida. Isto é o que acontece com o desenvolvimento tecnológico da informação e co-municação na área do ensino, forçando a mudança de comportamento da sociedade e das estruturas organizacionais tradicionais para adaptarem-se à nova realidade, que oferece um ambiente mais produtivo para a dis-

O ensino virtual

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seminação do conhecimento e melhor adaptado ao conjunto de necessidades das pessoas na sociedade moderna, criando condições para o melhor aproveita-mento do tempo destinado ao desenvolvimento pessoal e à qualidade de vida.

O desenvolvimento do ambiente onde ocorre a atividade de ensino vem sendo pressionado a ceder terreno ao espaço virtual em função da, cada vez mais crescente, oferta de tecnologia, que tem sido o grande fator de transfor-mação do ambiente. Este processo convive com a resistência à mudança, que é uma atitude comum e compreensível, pois envolve a quebra de paradigmas e a necessidade de adaptação tecnológica dos seus agentes, sob influência das pressões exercidas pela oferta de tecnologia e o apelo da sociedade para o seu pleno aproveitamento.

Observamos atualmente, a participação da tecnologia criando espaços virtuais onde são desenvolvidas as mais diversas atividades, tais como Bancos, comércio de bens de consumo, comércio de serviços, ensino e outras, que começam a subs-tituir a estrutura lenta e pesada do espaço físico pela estrutura rápida e leve do espaço virtual.

O ensino, no cumprimento da sua missão de construir conhecimento por meio da transferência destes, não está atrelado a estruturas, está sempre pronto a transitar pelo melhor meio de comunicação. O ambiente virtual representa a libertação das limitações espaciais e temporais para a construção do conheci-mento, permitindo que o mesmo, por ser um fato virtual, permaneça latente e disponível para ser acessado no momento oportuno por seus usuários.

O mapa-múndi do ensino virtual dispensa o meio físico e distante pelo ambiente próximo e presente, que se torna pos-sível pela condição volátil do ambiente virtual.

A rede única e o fim dos monopóliosAs bases do conhecimento, informação e tecnologia, quando contribuem para

o desenvolvimento e expansão de uma rede única, acessível a todos, representa o fim dos monopólios do saber. A formação dos bancos de dados e a sua disponibi-lidade contrastam com a exploração econômica da informação, como acontece com organizações database1, que posicionam-se no mercado como detentoras de informações importantes, tanto pela quantidade quanto pela qualidade das informações e estrategicamente servem ao mercado vendendo seu produto.

1 Database: banco de dados para atender a finalidades sociais ou comerciais.

O poder pertence a

quem domina o volátil.

Linguagens e Códigos

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A rede única é a alternativa natural, por ser produto do conhe cimento e pelo conhecimento será preservada e desenvolvida, por ser o veículo de democrati-zação e socialização do conhecimento.

Por seu meio o saber circula como propriedade da humanidade e há que se cuidar para que este espaço seja preservado, tornando-o imune à especulação econômica e vindo a servir como principal ferramenta para a prática do ensino a distância, virtual, aberto e disponível para ser utilizado pelas Instituições vol-tadas ao desenvolvimento social, a partir da disseminação dos saberes para a construção do conhecimento, para que a partir da formação possamos contri-buir para a criação de um contexto social, no qual os valores da igualdade e da justiça venham a ser os seus pilares.

A rede capacidade de todosA rede de comunicação e informação, com o desenvolvimento e a disponibi-

lidade da tecnologia, começa por abrir espaço para o desenvolvimento científi-co, permitindo o intercâmbio de conhecimentos e experiências, de forma mais livre, superando as distâncias impostas pelos monopólios dos saberes.

Observamos a luz do saber contribuindo para a consciência e o exercício da cidadania, quando as pes-soas passam a ter conhecimento e consciência da sua posição de direito no ambiente social, por meio da in-formação e do conhecimento, a partir de uma maior participação no seu ambiente através da grande rede, aberta e livre de restrições para a troca e construção do conhecimento.

Percebemos a rede de informações e comunicação substituindo as antigas e grandes instâncias encarregadas do global, representadas pela participação do poder do Estado, do Direito, da Igreja, das finanças, da economia e das es-colas e universidades.

As antigas instituições já nos mostraram a existência da rede, de forma lenta e pesada, caminhando na direção do global. Hoje essa rede mostra-se mais visível com a participação da tecnologia como meio de comunicação, tornando leve e rápida a movimentação na rede, substituindo as antigas instâncias, acelerando os processos, porém, permanecendo por conta da vontade política das pessoas e grupos sociais o direcionamento dessa potencialidade para a construção de

O Direito regulando os comportamentos possíveis e as redes

substituindo as antigas instâncias ou

instituições.

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um mundo melhor. Essa construção de um mundo melhor, como já afirmamos anteriormente, só poderá acontecer a partir da formação dos indivíduos e, con-sequentemente, das sociedades, sendo a rede de comunicação e o espaço virtu-al os elementos básicos para a sua construção.

Desenvolvimento da Sociedade da InformaçãoAcompanhando o desenvolvimento da Sociedade da Informação no cená-

rio mundial nos é permitido avaliar a eficácia dos esforços feitos pelas nações em busca do desenvolvimento tecnológico para o acesso à informação, ao co-nhecimento e ao desenvolvimento econômico com a participação no ambiente global de negócios.

Indicadores produzidos por organizações como a União Internacional das Te-lecomunicações – UIT, Banco Mundial, Fórum Econômico Mundial e o Instituto Europeu de Administração e Negócios – INSEAD, oferecem material para estudo e construção de uma visão crítica, por meio da qual os gestores das ações plane-jadas para o desenvolvimento global da sociedade para o acesso às tecnologias da Informação e Comunicação, têm oportunidade de medir o desempenho atin-gido pelas ações nas diversas instâncias de atuação.

A partir dos indicadores mais recentes, alguns diagnósticos foram produzidos, indicando o desempenho dos países no conjunto da comunidade global, comparando seus desem-penhos e diagnosticando os motivos que contribuíram para a maior ou menor produtividade dos processos em curso, no sentido da inclusão digital. O desempenho do Brasil produziu indicadores que demonstram o relativo êxito das ações gover-namentais voltadas para a educação digital e em contraparti-da, demonstra que devido a baixa renda do cidadão brasileiro, o resultado das ações foi menos satisfatório no que se refere ao acesso à Tecnologia da Informação. Quando comparado a outros países o Brasil tem apresentado indicadores que demonstram um desenvolvimento rela-tivamente lento da Sociedade da Informação no país. Tomando como referência países da Ásia que empreenderam no desenvolvimento das TICs como estraté-gia para melhorar o desempenho das suas economias, e apresentam um padrão de crescimento superior ao do Brasil no processo de inclusão digital e desen-volvimento da sociedade da informação, percebemos que pode estar faltando ao Brasil empreender mais na inclusão digital e na convergência tecnológica

Indicadores demonstram relativo êxito

do Brasil nas ações

voltadas para a educação

digital.

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como meio de superação das barreiras econômicas da sociedade, estimulando, também, a participação da tecnologia da informação e comunicação na vida econômica do país, atuando de forma mais efetiva na disseminação do uso da tecnologia digital nas atividades das instituição públicas, o que já vem sendo feito, porém de forma deficiente, pois podemos observar ainda o despreparo da sociedade e servidores públicos para fazer uso pleno das soluções disponíveis. Ainda é fácil observar a discreta participação das TICs nas Autarquias e principal-mente, como instrumento de apoio às atividades gerenciais das instituições de ensino públicas.

Em 2005, o Brasil foi escolhido para sediar projeto-piloto internacional na área de inclusão digital. Os investimentos partirão do Internet Access for Everyone (Itafe – Acesso à Internet para Todos), grupo internacional formado por 12 grandes empresas do setor tecnológico, como a BMC Software, Global Learning Venture, Philipe Eletronics, Dell e Intel. O programa foi um dos desdobramentos do Fórum Econômico Mundial de 2004. O foco do Itafe é atingir a população com renda de um a três salários mínimos, basicamente, ou seja, inferior a do previsto para o programa governamental PC Conectado, que beneficiaria famílias com rendimentos acima de três salários mínimos. O projeto, que conta com o apoio do Governo Federal, busca soluções tecnológicas de acesso à internet e um sistema de prestação de serviços públicos voltado para jovens entre 15 e 35 anos das classes C, D e E. A meta é desenvolver equipamentos alternativos para o acesso à internet a um custo mensal entre R$10 e R$30. Para isso, exige-se que o País tenha uma infraestrutura básica que contemple aspectos como conectividade, suporte técnico, desenvolvimento de software e políticas de financiamento. Com base nesses critérios, o grupo do Itafe analisou três países para experimentar essa tecnologia: Índia, China e Brasil; e a solução adotada no País será ampliada em escala mundial. O Governo Federal também irá reorientar seus esforços para fazer com que os serviços já disponíveis hoje para a internet tenham uma interface mais adequada para esse público jovem. (NAZARENO, 2006, p.144)

Formação profissional, educação e Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC)

As organizações empresariais são as que têm aproveitado de forma mais efe-tiva o desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Comunicação, incenti-vadas pela oportunidade de melhorar o seu desempenho com a informatização e a qualidade dos seus produtos a partir de meios de produção mais seguros e controlados, reduzindo os custos dos processos e aumentando o aproveita-mento dos insumos e a redução de perdas, melhorando a eficiência dos meios e desenvolvendo projetos mais eficazes. Para atender a demanda deste ambiente impregnado pela tecnologia é fundamental a formação de pessoas habilitadas para o uso da mesma. As empresas empreendem no treinamento profissional

Mais da metade dos professores de nível fundamental e médio das escolas públicas e privadas

no Brasil, não possuem computadores em suas casas.

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para formar seu capital intelectual e com isto buscar o desempenho necessário no uso da tecnologia, requisito fundamental para obter sucesso no ambiente competitivo do mercado. A necessidade da oferta de trabalhadores qualifica-dos com instrução adequada para atender à demanda do mercado de trabalho, reflete a falta de formação do cidadão para integrá-lo ao contingente necessá-rio a atender o desenvolvimento tecnológico que vem sendo incorporado ao ambiente empresarial e neste sentido a educação tecnológica passa a ser um imperativo nos currículos escolares.

O investimento no cidadão para a Sociedade da Informação depende cada vez mais da infraestrutura do ensino básico o que acarretaria no salto e qualidade esperado na formação do estudante para atender ao mercado de trabalho. Não basta aparelhar as escolas para a educação tecnológica, é necessário contar com professores qualificados para promover a educação tecnológica. Para atender à demanda crescente por trabalhadores qualificados, a possibilidade da educação a distância voltada ao cidadão que já atua no mundo do trabalho é fundamen-tal à sua educação e formação profissional, tornando-o apto para responder às exigências do ambiente.

A partir de Informações sobre o montante de recursos investidos na formação da população nas TICs, a qualidade dos programas de formação e o percentual de escolas conectadas à internet, a Universidade de Harvard elaborou o “Índice de integração das TICs na formação profissional. De acordo com o estudo, o Brasil ocupa papel de destaque no cenário internacional, praticamente equiparando-se a países desenvolvidos como o Japão. Por sua vez, em 2003, o “Economist Intelligence Unit” classificou 60 países de acordo com a prontidão para a aprendizagem eletrônica. O estudo é baseado na habilidade dos países para produzir, usar e expandir a aprendizagem pela internet, seja por meios formais ou informais, na escola ou no trabalho, no governo ou na sociedade. Nessa classificação, o Brasil encontra-se na 34.ª posição mundial, e em 4.ª na América Latina. (NAZARENO, 2006, p. 46)

Em relatório elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), foi apontado que mais da metade dos professo-res de nível fundamental e médio das escolas públicas e privadas no Brasil, não possuem computadores em suas casas, não utilizam correio eletrônico e parte dos que não têm acesso em casa também não o tem nas escolas. Considerando que os professores, principais vetores para a disseminação das novas tecnolo-gias, normalmente não dispõem de capacitação suficiente para lidar com as fer-ramentas da informática, fica evidente por que o computador e a internet são tão pouco utilizados como instrumentos pedagógicos, sobretudo na rede públi-ca, onde 51% dos alunos não utilizam essas ferramentas em sala de aula.

As comunidades de aprendizagem surgem no contexto da explosão das novas TICs e da insatisfação com o sistema educativo, que não parece oferecer respostas adequadas aos próprios agentes do sistema, alunos e professores. São três as mudanças mais marcantes que configuram o nosso atual contexto pedagógico no âmbito das comunidades de aprendizagem:

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educativa, psicológica e tecnológica. A primeira mudança fez com que a educação passasse do paradigma da “instrução”, que acentua o ensino e o professor, a um paradigma “pessoal”, centrado na aprendizagem e no aluno que aprende. Aliás, o importante é que o aluno aprenda, e é esse o processo que deve condicionar todos os elementos do sistema educativo, incluindo professores e ensino. Outra mudança que nos cabe analisar é a psicológica e conceitual daquilo que significa aprender. A psicologia cognitiva estabeleceu três concepções de aprendizagem: aquisição de respostas, aquisição de conhecimento e construção de significado. A terceira mudança é também a dominante, mesmo que o problema continue sendo a forma como esta construção é entendida, uma vez que os especialistas apontam até sete concepções construtivistas diferentes. Por fim, deparamos com a mudança tecnológica. A interpretação da tecnologia como instrumento a serviço da aprendizagem passou por três estágios: aprender sobre tecnologia; aprender pela tecnologia e aprender com tecnologia. Interessa-nos a terceira. Aprender “com tecnologia”. (LIERA, 2007)

Os proprietários do conhecimentoO valor da informação há muito tempo é conheci-

do pelos agentes sociais que buscam a supremacia, nas mais diversas áreas de atividade, como a política, a empresarial, em síntese: como fonte de poder. O de-senvolvimento tecnológico no setor das comunicações veio dinamizar o processamento da informação de tal forma que a transformou num bem inestimável para quem tem habilidade de tirar proveito desta realidade. A informação aliada a tecnologia é explorada diretamente pelas organizações cujo negócio é a informação, é fundamental para a elaboração de estratégias comerciais e de vital importância na competição pelo poder político nos mais diversos segmentos da sociedade. O tráfego da informação pelo espaço virtual permite que a disseminação do conhecimento sobre as diversas possibilidades de desenvolvimento, criadas pela tecnologia cheguem a um público maior e quando devidamente apropriadas pelo seguimento da educação passam a ser um valioso instrumento pedagógico. A educação digital e o desenvolvimento da Sociedade da Informação no mundo, com o auxilio da Tecnologia da Informa-ção e Comunicação, que é o principal componente para a realização do ensino a distância, é o antídoto contra as iniciativas coorporativas de controlar as in-formações e a produção do conhecimento para seus próprios fins. A educação mais uma vez é apontada como o caminho para a liberdade, que neste caso representa independente dos que procuram ser os gestores da informação, para ter acesso ao conhecimento.

Um aspecto do processo de globalização que está despertando crescente interesse tanto das elites políticas quanto da comunidade acadêmica é o fenômeno da criação dos chamados oligopólios do conhecimento. A difusão das novas TICs cria as chamadas “sociedades em rede”, permitindo a descentralização das estruturas organizacionais dos conglomerados

A informação aliada à tecnologia

é explorada diretamente pelas

organizações cujo negócio é a

informação.

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empresariais. Entretanto, tal fenômeno permite a essas organizações, em particular os segmentos que absorveram de forma mais intensa as novas tecnologias, como o setor financeiro e o de desenvolvimento de novas tecnologias, criarem formas de controle monopolistas dos mercados. Trata-se de um fenômeno novo e ainda não totalmente compreendido, mas que pede uma atenção redobrada, tanto dos Poderes Públicos quanto dos Parlamentos, para que se evite a manipulação dos mercados em benefício de segmentos reduzidos da sociedade, além de inibir os processos de inovação e a livre competição. (NAZARENO, 2006, p. 56)

As empresas e as inovações tecnológicasA participação empresarial apresenta comportamentos que variam de acordo

com o modelo econômico-social dos países em que estejam estabelecidas, com relação à política de investimento em desenvolvimento de infraestrutura tecno-lógica. Nos países ricos, de economia estável e empresas bem estruturadas eco-nomicamente, o setor privado está mais apto para correr os riscos necessários relativos a investimento em inovação tecnológica e, consequentemente, apro-veitar as oportunidades que o mercado consumidor aponta, considerando que identificar o benefício esperado pelo mercado consumidor é o primeiro passo para o desenvolvimento de um plano estratégico no sentido de produzir solu-ções para oferecer o benefício esperado pelo cliente.

Como atualmente, qualquer solução agrega algum valor tecnológico, seja na produção de um bem de consumo ou serviço em tecnologia, ou com tecnolo-gia no seu processo de produção ou comercialização, fica evidente a importância da pesquisa para obten-ção de novas soluções em tecnologia e empresas po-tencializadas para investir em pesquisa, planejamento

e desenvolvimento, o que é estrategicamente recomendável. Nos países em de-senvolvimento o quadro se modifica, os governos buscam o desenvolvimento e para tal necessitam da produtividade empresarial e grande parte das empresas não tem recursos disponíveis para arriscar em inovações, principalmente a ino-vação tecnológica que depende de investimento em pesquisa. Nos países em desenvolvimento o Estado exerce papel determinante na direção do desenvol-vimento e inovação tecnológica, participando como principal investidor, fomen-tando a pesquisa para desenvolvimento e inovação tecnológica, abastecendo o mercado com o capital intelectual necessário para o crescimento da indústria e consequentemente, contribuindo para o seu desenvolvimento. A parceria gover-no e empresas é fundamental para o desenvolvimento e inovação tecnológica, variando os níveis de participação de acordo com a capacidade de sustentação das suas empresas no cenário global, regulado pela economia de mercado.

Investir em inovação tecnológica é

comprovadamente uma estratégia

comercial recomendável.

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A nova concepção das universidadesResponsável pela formação profissional de nível superior. As universidades

têm sido as provedoras mais regulares do capital intelectual das organizações, sejam elas empresas, organizações constituídas pelo capital dos investidores, para explorar atividades econômicas e com fins lucrativos, ou suprir as instituições públicas, que são organizações criadas por lei para atender as finalidades sociais, sem fins lucrativos. Em todos os países e principalmente nos países em desen-volvimento, as universidades são o principal espaço para o desenvolvimento da pesquisa nas mais diversas áreas de conhecimento. Atividade atualmente privi-legiada com o advento do desenvolvimento tecnológico da informação e comu-nicação, que proporciona um ambiente fisicamente infinito, o ambiente virtual, para a troca de informação e saberes na quantidade e no tempo que forem capa-zes de produzir, transmitir ou captar. Por meio da rede mundial de computadores torna-se possível mobilizar capital intelectual que, se só fosse possível reunir fisi-camente levaria muito mais tempo e a um custo muito maior. Como centro de produção de conhecimento, as universidades constituem, cada vez mais, o principal espaço para o desenvolvimento de pesquisa, planeja-mento e desenvolvimento, produtos que são disponibi-lizados para a sociedade, que apresentam a função, de gestão do capital intelectual produzido.

No Brasil, como em muitos países em desenvolvimento, é notório o desperdí-cio de capital intelectual pela falta de aptidão da administração pública para ge-renciar os recursos humanos dos seus países , que ficam alienados do ambiente produtivo pela falta da educação adequada para o trabalho. O desenvolvimento social, no que diz respeito ao desenvolvimento econômico, depende do desem-penho empresarial que para crescer necessita de Planejamento e Desenvolvi-mento - P&D e as universidades têm sido as principais provedoras de soluções nesta área, seja na forma de prestação de consultorias ou na formação profis-sional de alta qualificação, oferecendo ao mercado de trabalho, pessoal capaci-tado para o desenvolvimento de P&D com a finalidade de atuar nas empresas e formar os chamados “sistemas nacionais de inovação tecnológica”.

As empresas, principalmente nos países desenvolvidos, empreendem na cria-ção das universidades corporativas, buscando desenvolver capital intelectual inte-grado ao sistema educacional do país, contribuindo com a sociedade, desta forma, com a oferta de melhoria da educação de uma forma geral e a formação profis-

Nos países em desenvolvimento, as universidades

são o principal espaço para a prática da

pesquisa nas mais diversas áreas de

conhecimento.

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sional, estando esses centros de estudos incorporados à estrutura da organização acaba por formar profissionais capacitados para fortalecer o chamado “ativo intan-gível” dessas organizações, com o enriquecimento do seu capital intelectual.

Texto complementar

Mapa­múndi do ensino virtual(SERRES, 1994)

Num estabelecimento de ensino, não há uma única atividade que tenha realmente necessidade da antiga arquitetura, presente apenas para a antiga ideia de instituição e não para as suas funções, que tenha, portanto, neces-sidade de um edifício, de quatro paredes, de salas fechadas quadradas ou em anfiteatros e de carteiras dispostas paralelamente para ver o professor. Qual é a relação que este plano, este projeto, esta maqueta, tanto no exterior quanto no interior, podem ter com a difusão de um saber ou de qualquer forma de conhecimento, em que apenas se trocam e partilham fluxos e men-sagens? Qual a relação entre esse sólido e o leve? Como é que esse pesado e lento tem algo a ver com este rápido e leve? O que há de mais volátil que uma demonstração, uma narrativa e suas figuras de retórica? Podemos nos reunir em espaços virtuais, para aí ligar estes fluxos em circulação.

Será preciso apontar como exceção o laboratório de física, de química e de história natural, o centro de formação profissional, em que a experiên-cia direta permanece ainda insubstituível? Não tendem as simulações em computador a substituir a experimentação? Desde quando que esta última já não tem grande coisa a ver com a experiência direta? Desde o nuclear, e os grandes bioquímicos, ou desde o século clássico e as suas experiências de pensamento, tão poucas vezes postas em prática? E que ofício conse-gue, atualmente, viver sem essas tecnologias? Quantas crianças aliviaríamos de ter que suportar as relações violentas e brutais do pátio do recreio, e do sufoco dos vaivéns pendulares para, e da, escola, nas grandes cidades con-gestionadas? Reembolsemos, então, a quem as pedir, a experiência indis-pensável e dispensemos do presencial se vier a sentir falta dessas coisas.

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Como o conjunto da rede oferece a possibilidade de organizar ou com-binar, à nossa vontade, as estações e os canais, no passado, fomos quatro milhões a ouvir este curso, amanhã não seremos mais do que 100 mil ou menos. Uma classe clássica permanece mais ou menos estável, porque reúne um número determinado de pessoas num lugar; construído em sólido, como a escola, ela é uma instituição, ao passo que, virtual, o seu desempenho es-pacial e o número das pessoas que ela agrupa flutuam, de modo que o seu plano, sempre diferente, permanece, não obstante, sempre o mesmo: dirí-amos tratar-se do barco de Teseu1, estável, sempre novo. Querem ver esse mapa? Recortem, à vossa vontade, uma parte qualquer da rede e verão, mais uma vez, pela sua animação, um incêndio, de uma casa ou de uma floresta, a grassar, a primavera a voltar a um vale ou a uma ilha floral.

Estas projeções, como se diz em cartografia, este perfil móvel, ou melhor, volátil, do mapa-múndi das comunicações, valem para toda a instituição vir-tual: escola, empresa, Banco, Bolsa, Igreja, representação qualquer ou espe-táculo, enquanto recorte variável da rede geral ou combinação de qualquer parte dos seus elementos. O mapa-múndi de ensino virtual segue, portanto, o mapa-múndi virtual universal, como conjunto de partes da rede. Terra de formas flutuantes num oceano aberto, eis o arquipélago de utopia.

Ao reencontrar a flexibilidade e a fluidez, conquistarão as nossas relações alguma liberdade?

1 Teseu: herói da mitologia grega.

Dica de estudoRUMBLE, Greville. A Gestão dos Sistemas de Ensino a Distância. Brasília: UNB – Editora, 2003.

Nesta produção é explorado o tema sobre a importância da construção de uma estrutura organizacional de ensino adaptada para o uso das TICs, com a formação de gestores qualificados, principalmente aqueles com formação na área acadêmica, para que possam preparar estas organizações no sentido da educação a distância.

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Atividades1. Por que o ensino não deve estar atrelado a estruturas físicas?

2. O que nos mostram as antigas instituições com relação a existência das redes?

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Nesta aula, estudaremos a mudança de paradigma que ocorre com a valorização do conhecimento nas organizações, passando a considerá-lo como o seu maior patrimônio e sendo as pessoas o seu portador. Veremos a importância da Tecnologia da Informação e Comunicação no processo de aprendizado e gestão do conhecimento nas organizações.

O capital intelectual baseado no conhecimento

No ambiente competitivo em que as organizações têm que buscar po-sicionamento para obter mercado para os seus produtos, o conhecimento passou a ser o principal fator diferencial.

Com a facilidade crescente na troca de informa-ções e conhecimentos entre as mais diversas áreas de atividades sociais, as organizações passaram a in-vestir na formação de uma fonte de recursos que lhes permita movimentarem-se de forma mais rápida no processo de desenvolvimento dos seus produtos, de forma a tornarem-se mais eficazes.

Atualmente, os recursos tecnológicos tendem a pesar cada vez menos como diferencial para o desempenho das organizações. A disponibilidade crescente da tecnologia, principalmente da Tecnologia de Informação, es-tabelece um patamar indispensável, a partir do qual as organizações de-senvolvem as suas estratégias e buscam o seu melhor desempenho.

A aplicação da tecnologia na produ-ção de bens e serviços depende, fun-damentalmente, do conhecimento das pessoas de como melhor utilizá-la. Dessa forma, as organizações que valorizam o

Conhecimento é a informação

estruturada que tem valor

para uma organização.

O conhecimento é criado e modificado pelas pessoas

e é obtido através da interação social, estudo,

trabalho e lazer.

Gestão do conhecimento e capital intelectual

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conhecimento como seu principal patrimônio buscam motivar as pessoas para que aprendam e apliquem seus conhecimentos na solução dos problemas e na busca de inovações, rumo à excelência.

O conhecimento é considerado um ativo intangível das organizações, não podendo ser mensurado pelos padrões tradicionais da contabilidade. Esse patrimônio é identificado como: “nossas pessoas”, “nossos clientes” e “nossa organização”.

Segundo Sveiby1, o capital intelectual é constituído por três aspectos intangí-veis: nossos clientes, nossa organização e nossas pessoas.

Nossos clientes: baseia-se no valor proporcionado pelo crescimento, força e �lealdade dos clientes. Refere-se à estrutura externa, ao relacionamento com os clientes e seu impacto nos retornos e imagem e como essa estrutura pode ser expandida para incluir novas relações externas.

Nossa organização: baseia-se no valor derivado dos nossos sistemas, pro- �cessos, criação de novos produtos e estilo administrativo. Refere-se à es-trutura interna que inclui sistemas e processos, ferramentas de negócios, marcas registradas e cultura organizacional.

Nossas pessoas: baseia-se no valor da organização proporcionado pelo �crescimento e desenvolvimento das competências das pessoas e como essas competências são aplicadas às necessidades dos clientes. Refere-se às competências e habilidades dos funcionários para agirem eficazmente em uma ampla variedade de situações.

Empresas bem-sucedidas têm investido nas pessoas, antes, durante e depois de qualquer outro investimento em máquinas, equipamentos, softwares e outros, considerando o conhecimento o principal meio para o melhor aproveitamento dos demais recursos.

Educação corporativaCom o objetivo de melhorar a gestão do seu capital intelectual muitas or-

ganizações vêm investindo no desenvolvimento da educação corporativa. Esse processo envolve, entre outros métodos, a criação da universidade corporativa, que não é necessariamente um local físico e sim um processo que proporciona

1 Karl Erik Sveiby, um dos primeiros autores a escrever sobre os fun damentos da gestão do conhecimento.

Linguagens e Códigos

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Gestão do conhecimento e capital intelectual

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oportunidades de aprendizagem que deem sustentação aos assuntos empresa-riais mais importantes.

A educação corporativa é direcionada para treinar toda a cadeia de valor na organização, que envolve os parceiros comerciais, clientes, distribuidores, forne-cedores, terceiros, instituições de ensino e outros. Para cumprir essa finalidade, busca formar currículos fundamentados na cidadania corporativa, no contexto si-tuacional e nas competências básicas, além de encorajar e facilitar o envolvimento dos líderes com o aprendizado, assumindo foco global no desenvolvimento de soluções para a aprendizagem e, consequentemente, obtendo vantagem compe-titiva para que a organização possa entrar em outros mercados.

A educação corporativa busca preparar as pessoas para o gerenciamento da informação e do conhecimento nas organizações.

Organizações que aprendemSegundo Peter Senge2, a aprendizagem organizacional é feita a partir de

cinco disciplinas capazes de fazer com que pessoas e grupos possam conduzir as organizações para a mudança e renovação contínuas.

Domínio pessoal: busca o alinhamento entre as capacidades pessoais e �as expectativas de realização e, a partir de uma visão coerente da reali-dade, fazer as melhores escolhas e melhorar a probabilidade de realizar as suas aspirações.

Modelos mentais: desenvolvimento de percepção e atitudes a partir da �reflexão e habilidade de questionamento, direcionados para a interação das pessoas, buscando ganhar, desta forma, mais capacidade de governar suas próprias ações.

Visão compartilhada: direcionamento para ação coletiva em prol de finali- �dades comuns, identificando objetivos e desenvolvendo estratégias para alcançá-los.

Aprendizagem de equipe: aprendizagem através de equipes utilizando �técnicas como o diálogo e a discussão para desenvolver o pensamento co-letivo. Desenvolver uma inteligência e uma capacidade maior que a soma dos talentos individuais.

2 Peter Senge, espe cialista em apren dizagem organizacional, diretor da Sloan School of Busines, Massachusetts Institute of Technology.

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Pensamento sistêmico: aprendizagem para melhor compreender a in- �terdependência dos eventos, baseada na retroação e na complexidade, considerando a mudança sistêmica como uma totalidade e não mudar apenas detalhes.

Gestão do conhecimentoConsiderado como a fonte primária para o desenvolvimento da humanidade,

da sociedade e no contexto atual, das organizações, o conhecimento vem atingin-do status de área de interesse científico que deve ser tratada de forma singular. Assim conforme áreas de conhecimento como a medicina, economia, administração e outras que passaram a fazer parte da organização das sociedades e que em determinado momento foram percebidas como áreas de interesse específico e tratadas com exclusividade.

As organizações sempre dependeram do conhecimento sobre os seus ob-jetivos, seus meios de produção e da capacidade humana de pôr em prática os projetos idealizados e, por isso, áreas de conhecimento como a Economia, Admi-nistração de Empresas, Ciências Contábeis, Processamento de Dados e, mais re-centemente, a Tecnologia da Informação e Comunicação, foram ganhando des-taque no ambiente organizacional, principalmente no segmento empresarial.

O desenvolvimento tecnológico intenso, o espaço aberto pela Tecnologia da Informação e Comunicação - TICs, a ampliação dos mercados, que deixaram de ser regionais devido a globalização proporcionada pelo avanço tecnológico das comunicações, criaram um novo cenário em que o conhecimento passou a ser um processo dinâmico de aprendizagem em função da mudança constante do ambiente de negócios devido a transformação das bases tecnológicas, da eco-nomia mundial e das relações comerciais entre os países.

Neste cenário, o conhecimento que tem como seus principais pilares a in-formação, os meios e métodos de tratamento das informações e as habilidades pessoais para buscar o desempenho organizacional, potencializando com inte-ligência e criatividade destes insumos, surge esta área específica, a gestão do conhecimento.

Os estudos desenvolvidos sobre esta área, de uma forma geral, agrupam em três segmentos a estrutura do conhecimento nas organizações, como referência para o seu gerenciamento: a aquisição do conhecimento pelas pessoas a partir

As pessoas transformam

continuamente a informação em

conhecimento. Quanto mais as empresas dominam o

conhecimento maior a sua vantagem

competitiva.

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Gestão do conhecimento e capital intelectual

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Pensamento sistêmico: aprendizagem para melhor compreender a in- �terdependência dos eventos, baseada na retroação e na complexidade, considerando a mudança sistêmica como uma totalidade e não mudar apenas detalhes.

Gestão do conhecimentoConsiderado como a fonte primária para o desenvolvimento da humanidade,

da sociedade e no contexto atual, das organizações, o conhecimento vem atingin-do status de área de interesse científico que deve ser tratada de forma singular. Assim conforme áreas de conhecimento como a medicina, economia, administração e outras que passaram a fazer parte da organização das sociedades e que em determinado momento foram percebidas como áreas de interesse específico e tratadas com exclusividade.

As organizações sempre dependeram do conhecimento sobre os seus ob-jetivos, seus meios de produção e da capacidade humana de pôr em prática os projetos idealizados e, por isso, áreas de conhecimento como a Economia, Admi-nistração de Empresas, Ciências Contábeis, Processamento de Dados e, mais re-centemente, a Tecnologia da Informação e Comunicação, foram ganhando des-taque no ambiente organizacional, principalmente no segmento empresarial.

O desenvolvimento tecnológico intenso, o espaço aberto pela Tecnologia da Informação e Comunicação - TICs, a ampliação dos mercados, que deixaram de ser regionais devido a globalização proporcionada pelo avanço tecnológico das comunicações, criaram um novo cenário em que o conhecimento passou a ser um processo dinâmico de aprendizagem em função da mudança constante do ambiente de negócios devido a transformação das bases tecnológicas, da eco-nomia mundial e das relações comerciais entre os países.

Neste cenário, o conhecimento que tem como seus principais pilares a in-formação, os meios e métodos de tratamento das informações e as habilidades pessoais para buscar o desempenho organizacional, potencializando com inte-ligência e criatividade destes insumos, surge esta área específica, a gestão do conhecimento.

Os estudos desenvolvidos sobre esta área, de uma forma geral, agrupam em três segmentos a estrutura do conhecimento nas organizações, como referência para o seu gerenciamento: a aquisição do conhecimento pelas pessoas a partir

As pessoas transformam

continuamente a informação em

conhecimento. Quanto mais as empresas dominam o

conhecimento maior a sua vantagem

competitiva.

das suas vivências e o aprendizado obtido por meio de ações de treinamento e desenvolvimento profissional, que chamamos de conhecimento tácito; o conhe-cimento chamado explícito, caracterizado pela externalização do conhecimento tácito, quando ele é passado para o ambiente organizacional, deixando de ser um patrimônio pessoal para ser potencializado pela coletividade; e o conheci-mento potencial da organização, quando é apropriado por meio de normas, es-tratégias e processos organizacionais, passando a fazer parte do ativo intangível da organização. Cabe à gestão do conhecimento nas organizações, promover a integração e a potencialização destes elementos que compõem o universo do conhecimento, com a finalidade de manter a empresa em condições de obter êxito nas suas ações em busca de uma boa performance no mercado. Neste sen-tido é necessário conhecimento para análise de cenário e elaboração de estraté-gias eficazes, para obter eficiência na execução dos processos desenvolvidos com o intuito de atingir os objetivos estrategicamente estabelecidos. Conside-rando as pessoas como o principal componente no processo de obtenção, desenvolvimento e dissemina-ção do conhecimento, fica evidente a necessidade de experiência para a gestão de pessoas, por se tratar do principal ativo das organizações, com as habilidades naturais para captar, propagar e produzir o conheci-mento que deve ser administrado com eficiência por parte das organizações.

Gestão do conhecimento aumenta a produtividadeTambém conhecida pela sigla e denominação em inglês KM (Knowledge Ma-

nagement), a gestão de conhecimento possibilita, com a ajuda de usuários e sistemas, identificar, classificar e disseminar ativos intelectuais, gerados a partir de tarefas executadas numa empresa.

Os custos da implantação de um projeto de gestão do conhecimento dependem do tamanho da empresa e do volume de informações a serem coletadas. As ferramentas necessárias para a sua implantação e controle geralmente são indicadas por consultorias especializadas. Segundo espe-cialistas, a implementação de uma solução de KM ajuda as corporações a reconhecer novas oportuni-

Não existe uma única “ferramenta” com toda a tecnologia

necessária para completa implantação

do controle de conhecimento.

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dades de negócio. Uma vez disseminado o conhecimento, qualquer funcionário da companhia pode encontrar soluções para problemas que já foram resolvidos por outras equipes e trabalho. Com isso, espera-se que a produtividade total da empresa cresça. Além disso, as organizações podem se beneficiar da gestão de dados para estimular a criação de novos planos de resultados, que surgem a partir do compartilhamento de informações. Outra vantagem que surge a partir da adoção de ferramentas de controle é o aumento das receitas, ocasionado pelo menor tempo de colocação dos produtos e serviços no mercado, além da diminuição na rotatividade de empregados, por causa da remuneração extra oferecida, quando boas ideias são compartilhadas no ambiente de trabalho. Al-gumas ferramentas realizam partes dessa gestão, geralmente usando módulos de sistemas de Enterprise Resource Planning (ERP), que extraem, classificam e dis-seminam dados importantes.

Há ainda fornecedores especializados em gerenciamento de conteúdo para portais corporativos. São soluções mais flexíveis, porém sem os fluxos de pro-cessos necessários para a extração dos dados. Outros fabricantes também ofere-cem soluções de armazenamento, de business intelligence (BI) e datamining, que buscam informações de maneira organizada em algum banco de dados. Na ver-dade, não existe uma única ferramenta com toda a tecnologia necessária para completa implantação do controle de conhecimento. É preciso ferramentas de busca, de gerência de conteúdo na web, de gestão de documentos, de colabo-ração e workflow.

O papel do gestorMuitas vezes confundido com o administrador de em-

presas, profissão regulamentada e controlada pelos Con-selhos Regionais de Administração dos Estados – CRA, e o Conselho Federal de Administração – CFA, e que para o exercício legal da profissão é exigida a titulação mínima de Bacharel em Administração de Empresas, o gestor é, de fato, um profissional com qualificação para atuar no nível gerencial das organizações nas mais diversas áreas de produção, com qualificação adquirida pela experiência profissional, participação em programas de treinamento, cursos de curta dura-ção ou de especialização, como MBA e Pós-graduação lato sensu e geralmente, graduado em alguma área de conhecimento.

Gestor é um profissional que ajuda as organizações a administrar

melhor seus ativos

intangíveis.

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A demanda por trabalhadores com perfil gerencial para ocupar espaços aber-tos nas estruturas funcionais das organizações, geralmente ocupados de forma precária por pessoas sem perfil nem qualificação técnica para o exercício da gerência, torna evidente a importância desta categoria profissional nas organi-zações e como consequência desta demanda proliferam os cursos de especiali-zação em gestão nas mais diversas áreas de interesse, como gestão hospitalar, gestão de negócios em saúde, gestão empresarial, gestão em recursos huma-nos, gestão em marketing, gestão em logística, gestão de negócios em petróleo e gás e outros.

O gestor é um elemento da estrutura de trabalho que atua nas áreas que necessitam assegurar desempenho especial para atingir os objetivos da organi-zação, de acordo com seus conhecimentos e habilidades, ele atua nas áreas de gestão do negócio, gestão estratégica, gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação, gestão da produção, gestão de marketing e outras áreas de atu-ação. Para atender de forma eficiente às diversas áreas em que pode atuar o gestor necessita de conhecimentos específicos sobre a sua área de atuação e de domínio teórico e prático de administração, para que tenha a visão do siste-ma de gestão dentro do qual terá que buscar a eficácia das ações propostas e executadas pela área de trabalho a qual é responsável. Para o desempenho da sua função o gestor deve agregar conhecimentos conceituais de administração de empresas que lhe darão as bases científicas para as tomadas de posição es-tratégicas, necessita de conhecimento técnico em várias áreas de atividade das organizações, envolvendo ferramentas de administração aplicadas à gestão de pessoas, comunicação, análise estratégica, controle de processos, qualidade e outras, e necessita, também, desenvolver as habilidades humanas, ou seja o re-lacionamento interpessoal, considerado atualmente como o maior patrimônio das organizações, pois as pessoas é que são capazes de transformar informação em conhecimento para serem apropriados como inteligência corporativa e in-corporados ao capital intelectual da organização, tornando-a mais forte com o aumento do seu ativo intangível.

Informação e conhecimentoO desenvolvimento tecnológico vem im-

pondo o mais dramático processo de trans-formação da sociedade nos últimos tempos. As nações, as organizações e as pessoas são, e continuarão sendo, afetadas de forma de-

Atualmente já é possível perceber a imposição exercida pela tecnologia para acesso às

diversas soluções.

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terminante pela oferta de produtos e serviços com tecnologia agregada e que para usufruir dos seus benefícios, será cada vez mais necessário adquirir conhe-cimento tecnológico.

Atualmente já é possível perceber a imposição exercida pela tecnologia para acesso às diversas soluções. Para as pessoas esta transformação pode oferecer conforto e conveniência, facilitando o acesso aos pro-dutos por meio da tecnologia da comunicação. Para as organizações o desenvolvimento tecnológico requer permanente atualização, manutenção do acesso à in-formação e processos de produção mais eficazes, fato-res determinantes para o sucesso no ambiente compe-titivo da economia de mercado. Para as nações, o acesso à informação e desenvolvimento do conhecimento tec-nológico é questão diretamente relacionada à defesa da sua soberania.

Por ser fator indispensável ao desenvolvimento das diversas áreas da socie-dade, a informação, ingrediente básico da construção do conhecimento, neces-sita dos meios de transmissão que possam disponibilizá-la para serem acessadas pela inteligência humana. Com o objetivo de fixarmos bem a necessidade da gestão da informação para a produção do conhecimento, podemos nos reportar aos registros antigos que só foram conheci-dos pela ação da arqueologia e que muitos deles ainda são objetos de estudos à busca de acesso às informações neles contidas, es-perando resgatar conhecimentos perdidos pela falta do meio de comunicação compa-tível, que nesses casos é representada pelas distâncias cultural e tecnológica.

Mais recentemente tem sido comum o risco de perda de informações em função da velocidade do desenvolvimento tecnológico, causando obsolescên-cia de meios relativamente recentes, quando comparados com a cronologia das “ciências humanas”. A instabilidade gerada pela rapidez das inovações tecnoló-gicas, pelo volume de informações obtidas mundialmente e a possibilidade de acesso às mesmas por meio das redes de comunicação, só pode ser atenuada com o desenvolvimento humano para o uso das tecnologias e das informações nas diversas áreas de atividade social. Este é um grande desafio para as organiza-ções empresariais, os governos e a população de uma forma geral.

O grande diferencial capaz

de tornar uma nação rica e

poderosa, com índices elevados

de produtividade, é o conhecimento

humano.

“Somente a organização pode oferecer a continuidade básica

de que os trabalhadores do conhecimento precisam para

serem eficazes”.

Drucker

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A máquina e o homem constituem elementos determinantes deste processo, que tende, cada vez mais e com maior rapidez, alterar as relações entre os seres vivos do planeta. Apresenta-se, neste contexto, a ferramenta fundamental e responsável pelas transformações que vêm ocorrendo no mundo todo, em especial, nas organizações, as quais estão caminhando e atuando num ambiente onde a única certeza é a incerteza. O grande diferencial capaz de tornar uma nação rica e poderosa, com índices elevados de produtividade, é o conhecimento humano, ao usar, de forma adequada, os recursos estratégicos, a informação e a tecnologia. O foco central deixa, então, de ser os meios de produção, as máquinas, equipamentos e instalações, transferindo-se para as cabeças das pessoas, tornando as organizações dependentes, cada vez mais, do talento humano. Realizar o processo de transição, ou seja, sair da economia com base na indústria para a economia com base na informação, é um dilema que precisa ser resolvido pelas empresas, principalmente para aquelas que desejam chegar primeiro no futuro. Atuar no processo organizacional do século XXI será exclusivo de pessoas com alto grau de conhecimento e talento, capazes de alterar, através dos recursos estratégicos da informação e da tecnologia, e de forma rápida, os sistemas e processos. Isso significa estar visando atender às exigências impostas pelo ambiente e, principalmente, pelo novo consumidor, mais exigente e independente na hora de adquirir bens e serviços. Fica evidente que, na era globalizada da competitividade, vem ocorrendo um processo de concentração dos recursos estratégicos. Em 1990, os países do G-7 eram responsáveis por 90,5% da indústria mundial de alta tecnologia e detinham 80,4% do poder global no setor de computação. Quanto a gastos com planejamento e desenvolvimento, enquanto a América do Norte representava 42,8% do total mundial em 1990, a América Latina e África juntas eram responsáveis por menos de 1% do mesmo total. A tendência é que as economias com mais recursos continuarão avançando em ritmo cada vez mais rápido, principalmente pelos investimentos realizados na área do conhecimento. Ainda que novas formas e modelos organizacionais continuem surgindo, pouco se pode afirmar em relação aos fatores que possam indicar garantias de sucesso para uma empresa. O que se pode presumir é que, quanto maior for o investimento no conhecimento das pessoas, possibilitando o melhor uso da tecnologia no sentido de atingir os objetivos propostos pelos membros da organização, maior será a probabilidade de crescimento e de competitividade da empresa na fase de globalização. Serão as pessoas, e exclusivamente estas, que decidirão e continuarão fazendo negócios. ( SPAREMBERGER, 2001, p.18)

A memória da organizaçãoA transformação anunciada em meados do século XX hoje faz parte da rea-

lidade nas organizações. O conhecimento apropriado pelas organizações, ante-riormente contido, principalmente, no seu modelo estrutural, nos seus métodos de trabalho e processos de produção, está cada vez mais direcionado para o desenvolvimento dos talentos e habilidades humanas, o capital intelectual das organizações, que em função do dinamismo dos acontecimentos na socieda-de e principalmente no ambiente de negócios, exige que os empreendedores e gestores adquiram o poder de exercer um modelo de gestão contingencial, apresentando soluções para situações imprevisíveis ou de difícil previsão. Como consequência desta rea-lidade imposta pelo desenvolvimento da Tecnologia da Informação e Comunicação, a memória da orga-nização está cada vez mais voltada para o conheci-mento do negócio, por parte dos gestores que, com

A memória da organização está cada vez mais voltada para

o conhecimento do negócio.

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talento para utilizar a tecnologia, terão condições de competir , produzindo so-luções que melhor atendam à sociedade.

Há quatro décadas atrás, “Drucker” já alertava para o fato de que o trabalho se tornava cada vez mais baseado no conhecimento. Ele considerava que somente a organização pode oferecer a continuidade básica de que os trabalhadores do conhecimento precisam para serem eficazes. Apenas a organização pode transformar o conhecimento especializado do trabalhador de conhecimento em desempenho. No Brasil, para se transformar as empresas em empresas que aprendem serão necessárias profundas revisões nos valores das lideranças empresariais. Esse é o primeiro passo, e como sempre, o mais importante. Não é de hoje que o conhecimento desempenha papel fundamental na história da humanidade. Sua aquisição e aplicação sempre representaram estímulos para as conquistas de inúmeras civilizações. No entanto, apenas saber muito sobre alguma coisa não proporciona, por si só, maior poder de competição para uma organização. É quando aliado à sua gestão que ele faz diferença. A criação e a implantação de processos que gerem, armazenem, gerenciem e disseminem o conhecimento representam o mais novo desafio a ser enfrentado pelas empresas. A globalização da economia, impulsionada pelas conquistas das novas tecnologias de informação e pelas comunicações, vem desenhando um cenário complexo para o mundo corporativo. É nesse ambiente competitivo que a gestão do conhecimento se transforma em valioso recurso estratégico para as empresas e a sociedade em geral”. (MENDES, 2008, p.14)

Texto complementar

Aprendizagem(SENGE, 2004)

Desde cedo aprendemos a separar e dividir os problemas para facilitar a execução de tarefas e o tratamento de assuntos complexos. Com isso, fre-quentemente deixamos de ver as consequências dos nossos atos e perde-mos, também, o sentido de conexão com o todo maior.

Precisamos resgatar a nossa capacidade de ver o mundo como um siste-ma de forças entrelaçadas e relacionadas entre si. Ao fazermos isso estare-mos em condições de formar as organizações de aprendizagem, nas quais as pessoas se colocarão objetivos mais altos, aprenderão a criar os resultados e a usar novos e elevados padrões de raciocínio, enfim, onde as pessoas apren-derão continuamente a aprender em grupo.

Se uma organização de aprendizagem fosse uma inovação no campo da engenharia, os seus componentes seriam chamados de “tecnologias”, mas como é uma inovação no campo do comportamento humano, seus compo-nentes devem ser vistos como “disciplinas”. Disciplina, nesse contexto, signi-

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fica “um conjunto de técnicas que devem ser estudadas e dominadas para serem postas em prática. E você só se torna competente numa disciplina mediante a prática.

No fundo, somos todos aprendizes. Não é preciso ensinar uma criança a aprender. Elas são intrinsecamente curiosas, excelentes aprendizes, que aprendem a andar, falar e viver por conta própria. Aprender não só faz parte da natureza humana, nós adoramos aprender.

A verdadeira aprendizagem chega ao coração do que significa ser humano. Através da aprendizagem, nos recriamos. Através da aprendizagem tornamo-nos capazes de fazer algo que nunca fomos capazes de fazer. Atra-vés da aprendizagem percebemos novamente o mundo e nossa relação com ele. Através da aprendizagem ampliamos nossa capacidade de criar, de fazer parte do processo gerativo da vida. Existe dentro de nós uma intensa sede para este tipo de aprendizagem.

Dica de estudoMARTINS, wolney Mendes et al. Gestão do Conhecimento. Disponível em: <www.serpro.gov.br/publicações/cgo_site/m_prefacio.htm>. Acesso em: out. 2008.

Neste trabalho o tema Gestão do Conhecimento demonstra a importância da visão sistêmica, abrangente, envolvendo pessoas, tecnologia, informação e outros elementos que combinados devem direcionar as estratégias das organizações.

Atividades1. Por que as organizações começaram a investir em informação como fonte de

recursos?

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2. Por que o conhecimento é considerado ativo intangível das organizações?

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Em uma economia na qual a única certeza é a incerteza,

a única fonte certa de vantagem competitiva

duradoura é o conhecimento.

Arie de Geus1

Nesta aula, estudaremos o processo de aprendizagem organizacional, o conhecimento como a única fonte certa de vantagem competitiva, es-tratégias para o desenvolvimento do conhecimento, os novos paradigmas do conhecimento e o consequente desafio para a educação.

Veremos também, o empreendimento das corporações no sentido de se adaptarem à nova realidade, voltadas para a produção e apropriação do conhecimento como patrimônio. Exploraremos o ambiente de negó-cios sob a influência das exigências impostas pelo desenvolvimento e domínio da tecnologia, como fator de relevância para a participação nos mercados. Estudaremos a importância das universidades corporativas na formação profissional, suprindo a deficiência da educação tradicional para a formação tecnológica.

As organizações e a aprendizagemA aprendizagem organizacional busca desenvolver o conhecimento e

habilidades que capacitem as pessoas a compreender e a agir eficazmen-te dentro das organizações. Uma organização de aprendizagem constrói relações colabo rativas no sentido de dar força aos conhecimentos, expe-riências, capacidades e maneiras de fazer as coisas que as pessoas devem utilizar. Significa repensar e revitalizar as organizações em direção ao su-cesso e para a sua identidade futura. Melhorar os processos de comuni-cação que levam as pessoas a articularem e refinarem suas aspirações e objetivos para melhor alcançá-los.

1 Considerado o pai do conceito das “organi zações que aprendem”, foi Diretor de Plane jamento da Shell.

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Para Arie de Geus, a organização bem-sucedida é aquela que aprende eficaz-mente. A habilidade de aprender mais rápido que os concorrentes pode ser a única vantagem competitiva sustentável. Quando a aprendizagem é encoraja-da, as pessoas se tornam mais hábeis.

Estas habilidades envolvem: o desenvolvimento de novas competências, que significa compreender melhor o negócio, as causas e os efeitos de certas deci-sões estratégicas; adquirir novas percepções, como o possível comportamento dos clientes diante do esforço de marketing ou como a missão da organização influencia as decisões cotidianas em todos os níveis; visualizar novos horizon-tes, combinando as novas percepções e competências, para ajudar às pessoas a verem mais claramente o que elas devem buscar e como fazer para alcançar e sentirem-se recompensadas com o trabalho. Aprendendo e desenvolvendo suas habilidades e talentos as pessoas sentem-se mais satisfeitas e realizadas com aquilo que fazem.

As organizações bem-sucedidas serão aquelas que aprenderem eficazmen-te. Quando os mercados mudam, as tecnologias proliferam, os concorrentes se multiplicam e os produtos se tornam obsoletos do dia para a noite, organizações bem-sucedidas são aquelas que criam novos conhecimentos de modo consis-tente, disseminando-os amplamente pela organização e rapidamente os incor-porando às novas tecnologias e aos produtos.

Como referência, vamos usar o caso da Duke University que é reconhecida como uma organização de aprendizagem. Ela tem uma excelente reputação acadêmi-ca e um centro médico mundialmente reconhecido, considera as comunicações como uma ferramenta crítica para a gestão da informação e utiliza intensamente a videoconferência para o compartilhamento e intercâmbio de informações ao redor do mundo. O prestígio da Duke University põe os médicos do staff2 da fa-culdade em contínua demanda. A videoconferência é a chave para acessar esses experts3 em diversas audiências, incluindo a mídia e centros médicos de outras fa-culdades, permitindo que os educadores possam interagir com toda a comunida-de acadêmica. Por meio do ensino a distância a Duke University maximiza o poder da tecnologia em suas atividades de telemedicina. As aplicações de teleconsulta e telerradiografia proporcionam acesso imediato ao conhecimento médico por parte dos parceiros regionais e globais. E os pacientes podem beneficiar-se da consulta médica e do diagnóstico remoto.

2 Primeiro escalão na estrutura da orga nização.3 Especialistas de destaque em deter minado ramo de atividade.

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Podemos considerar o conhecimento como o recurso mais estratégico e o aprendizado, como o processo mais importante nas organizações. O aprendi-zado é um processo que envolve experiência, reflexão, formação de conceitos e experimentação.

O novo paradigma do conhecimentoTodos os setores da atividade humana sofrem os efeitos da pressão por um

nível mais elevado de conhecimento. Este novo universo faz com que a educa-ção deixe de ser uma breve passagem pelos bancos escolares na preparação para a vida, trata-se de aprender e reaprender em todas as fases da vida e de reorganizar a educação em função do novo universo. Estamos passando de um universo onde o conhecimento era trabalhado por um segmento especializado da sociedade, para um universo onde o conjunto das atividades humanas torna-se intenso em conhecimento.

A gestão do conhecimento torna-se, assim, um espaço mais amplo, no qual a educação tem que construir o seu papel, reencontrar o seu lugar. O volume de co-nhecimentos se transformou radicalmente e desenvolveram-se novos instrumentos para organizá-los, acessá-los, transmiti-los, que são as tecnologias da informação e comunicação. Estas novas ferramentas estão em pleno desenvolvimento e transfor-mação. Juntando as transformações do universo do conhecimento e das ferramen-tas de trabalho, percebemos que uma área como a educação tem que repensar os seus paradigmas. Na medida em que o conhecimento torna-se matéria-prima pri-vilegiada para todas as áreas de atividades e que surgem novos espaços, como a formação nas empresas, as televisões, internet e outros, cresce o papel da área especializada em conhecimento que é a educação.

As Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs)

A educação não pode mais ser vista como um universo isolado, sem compre-ender as suas complementaridades com outros espaços do conhecimento.

As novas tecnologias trazem transformações nas formas de trabalhar o co-nhecimento e exigem novas formas de organização do tempo, do espaço e das relações internas da escola. Surge um ambiente mais descentralizado, mais fle-

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xível, mais interativo, que promove mudanças institucionais no universo da edu-cação. O conhecimento, com suas novas características, exige uma maior intera-ção entre a escola e o seu espaço social.

A escola passa a poder assumir novos papéis neste ambiente onde a tecnolo-gia encurta as distâncias, facilitando a integração social, combatendo a carência de sociabilidade nesta sociedade cada vez mais individualizada.

Poderosas corporações da mídia, da informática, de pesquisa e desenvolvi-mento buscam controlar os novos espaços. O desafio das novas tecnologias não é apenas técnico e pedagógico, é também um desafio de poder.

Novos paradigmas da educaçãoAs escolas tradicionais estão mal equipadas para corresponderem à oferta

dos meios disponibilizados pelas tecnologias atuais. A mudança da massificação das escolas para a individualização da escola livre, tende a retirar parte da impor-tância da escola, colocando-a na casa de cada um.

A frieza das altas tecnologias exige uma contrapartida indispensável de calor humano. Quanto mais tecnológica é uma sociedade, mais necessita de compensa-ção ao nível dos valores humanos e da afetividade. Este é um grande desafio, dar es-trutura a um mundo de diversidade, prover os contextos de saberes e base para uma autonomia de sucesso nesse mundo, e prover as respostas humanas compensató-rias das quais a escola dos nossos dias está distanciando-se de forma preocupante.

O professor encontra-se num ambiente em que a educação passa por mudanças substanciais na prática docente. A globalização e a interdisciplinaridade buscam al-cançar uma aprendizagem integrada e integral. As novas tecnologias apresentam-se como recursos facilitadores para produzir um ensino mais dinâmico e o profes-sor é responsável para que a introdução das novas tecnologias na sala de aula se faça de forma eficiente e eficaz. Cabe ao professor sintonizar-se com a sua época tecnológica, utilizando adequadamente os recursos de acordo com o contexto.

A internet é mais um recurso educativo disponível para o professor e está provocando uma verdadeira revolução na nossa sociedade e, certamente, irá produzir seus efeitos nas escolas. As tecnologias de informação e comunicação estão modificando os modos de pensar os conteúdos de várias disciplinas e, consequentemente, os processos pelos quais esses conteúdos programáticos serão ensinados deverão mudar.

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A questão está em dar enquadramento pedagógico aos recursos disponibili-zados por esses meios, integrando na esfera curricular essa enorme quantidade de informações disponíveis e acessíveis. O essencial reside na integração da tec-nologia com o processo de aprendizagem no contexto do sistema educativo.

Os caminhos necessários a percorrer para a inserção das Tecnologias da Infor-mação e Comunicação no processo educacional envolvem trabalhar na expan-são dos recursos da informática nas escolas, criar, adequar, melhorar e moder-nizar as bibliotecas escolares, laboratórios de informática, mediatecas e outros. Promover transformações na organização das escolas em relação à formação e ao desenvolvimento das práticas pedagógicas, reforçando o papel dos professo-res na sua função de orientar, aconselhar e formar os usuários da informação.

É fundamental motivar e dinamizar toda comunidade educativa para receber as TICs na escola, cabendo aos professores chamar a atenção para o seu poten-cial como instrumentos de educação, recreação e comunicação.

Cultura corporativa­ativo intangívelO século XXI afirma a quebra dos paradigmas sobre a valorização das organi-

zações, consagrando o conhecimento como o mais importante patrimônio or-ganizacional e neste contexto, surgem as universidades corporativas como uma tendência irreversível no ambiente empresarial, com a finalidade de contribuir para a formação dos chamados ativos intangíveis fundamentados na informação e no conhecimento.

No século passado o que pesava no valor de uma empresa era o seu ativo tangível, contábil, constituído de imóveis, bens de consumo, equipamentos e recur-sos financeiros. Atualmente estes ativos vêm deixando de ser a principal preocupação dos seus gestores, com a percepção que o ambiente competitivo responde a outros valores que são determinantes para o desempe-nho das organizações, que dependem do comportamento do mercado. Como im-portante fator de competitividade, as universidades corporativas são responsáveis pela formação do capital intelectual das organizações, componente indispensável à construção do ativo intangível, percebido que o mesmo não está limitado apenas aos ativos não-físicos, como marcas a patentes, mas outras formas de valores mais subjetivos, como: cultura corporativa, capacidade de inovação, sustentabilidade

Universidades corporativas como

uma tendência irreversível

no ambiente empresarial.

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ambiental, gerenciamento do conhecimento, sustentabilidade tecnológica, fideli-dade dos clientes, responsabilidade social e outros.

A imagem da empresa ante ao mercado consumidor passa a ser percebida como um dos principais valores, no conjunto dos ativos intangíveis, e a construção e manutenção de uma boa imagem, assim reconhecida pela sociedade, é a chave para o sucesso empresarial. O valor de uma empresa passa a ser medido através de uma avaliação feita pelo mercado, a partir de indicadores subjetivos, que não podem ser contabilizados ou medidos de forma quantitativa e sim qualitativa. A diferença entre os ativos tangíveis, contabilizados pela empresa e o valor que o mercado lhe atribui é que irá determinar o real valor do seu ativo intangível.

O comportamento das organizações empresariais na busca da formação de capital intelectual e do fortalecimento do seu ativo intangível está de acordo com um ambiente em que toda a sociedade passa por transformações em de-corrência do desenvolvimento tecnológico, principalmente da Tecnologia da Informação (TI).

A chamada Sociedade da Informação e do Conhecimento promove mudan-ças de comportamento que envolve as relações de trabalho nas empresas, onde o perfil do trabalhador tende a passar da condição do empregado voltado para o emprego para o do trabalhador empregável, aquele que tem conhecimento e busca melhor oportunidade para aplicá-lo e obter o reconhecimento do mercado. No processo de gestão do conhecimento, consideramos três componentes fun-damentais que são: a informação, meios de tratamento da informação e a habili-dade humana. Somente a informação não é suficiente para suprir o contexto do conhecimento, ela deve ser tratada de forma a se tornar acessível às pessoas e uma vez apropriada de forma adequada poderá transformar-se em conhecimen-to. Neste cenário, a universidade corporativa surge como o caminho para o tratamento da informação, ingrediente fundamental para a formação do conhecimento, que podemos definir como a sabedoria que virá proporcio-nal à evolução da sociedade a partir do de-senvolvimento dos seus agentes.

O conhecimento e as novas barreiras comerciaisA transformação dos valores que tem modificado o comportamento do mer-

cado, atinge de forma determinante o comércio internacional, vindo a estabele-

A chamada Sociedade da Informação e do

Conhecimento promove mudanças de comportamento

que envolve as relações de trabalho nas empresas.

A propriedade intelectual e as suas regras em

evolução constituem as barreiras não­geográficas no comércio internacional.

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ambiental, gerenciamento do conhecimento, sustentabilidade tecnológica, fideli-dade dos clientes, responsabilidade social e outros.

A imagem da empresa ante ao mercado consumidor passa a ser percebida como um dos principais valores, no conjunto dos ativos intangíveis, e a construção e manutenção de uma boa imagem, assim reconhecida pela sociedade, é a chave para o sucesso empresarial. O valor de uma empresa passa a ser medido através de uma avaliação feita pelo mercado, a partir de indicadores subjetivos, que não podem ser contabilizados ou medidos de forma quantitativa e sim qualitativa. A diferença entre os ativos tangíveis, contabilizados pela empresa e o valor que o mercado lhe atribui é que irá determinar o real valor do seu ativo intangível.

O comportamento das organizações empresariais na busca da formação de capital intelectual e do fortalecimento do seu ativo intangível está de acordo com um ambiente em que toda a sociedade passa por transformações em de-corrência do desenvolvimento tecnológico, principalmente da Tecnologia da Informação (TI).

A chamada Sociedade da Informação e do Conhecimento promove mudan-ças de comportamento que envolve as relações de trabalho nas empresas, onde o perfil do trabalhador tende a passar da condição do empregado voltado para o emprego para o do trabalhador empregável, aquele que tem conhecimento e busca melhor oportunidade para aplicá-lo e obter o reconhecimento do mercado. No processo de gestão do conhecimento, consideramos três componentes fun-damentais que são: a informação, meios de tratamento da informação e a habili-dade humana. Somente a informação não é suficiente para suprir o contexto do conhecimento, ela deve ser tratada de forma a se tornar acessível às pessoas e uma vez apropriada de forma adequada poderá transformar-se em conhecimen-to. Neste cenário, a universidade corporativa surge como o caminho para o tratamento da informação, ingrediente fundamental para a formação do conhecimento, que podemos definir como a sabedoria que virá proporcio-nal à evolução da sociedade a partir do de-senvolvimento dos seus agentes.

O conhecimento e as novas barreiras comerciaisA transformação dos valores que tem modificado o comportamento do mer-

cado, atinge de forma determinante o comércio internacional, vindo a estabele-

A chamada Sociedade da Informação e do

Conhecimento promove mudanças de comportamento

que envolve as relações de trabalho nas empresas.

A propriedade intelectual e as suas regras em

evolução constituem as barreiras não­geográficas no comércio internacional.

cer novas modalidades de barreiras, diferentes das anteriores, que eram barreiras físicas. A propriedade intelectual e as suas regras em evolução, envolvendo pa-tentes, direitos autorais, marcas, software e outros, constituem as barreiras não- -geográficas no comércio internacional. Para os países em desenvolvimento, as barreiras determinadas pela proteção à proprie-dade intelectual estabelecem um ambiente de desvantagem, visto que os países em desenvol-vimento não oferecem condições para o amadu-recimento de uma cultura tecnológica, funda-mental para a produção de bens e serviços no mesmo nível que os países desenvolvidos. Ino-vação e qualidade são os principais valores dessa produção. Considerando como componentes básicos do marketing a praça, o produto, o preço e as formas de promoção, com o aumento da praça, que deixou de ser regional para ser global em função do desenvolvimento da tecnologia da informação e comunicação, o consumidor passou a ter um mercado muito mais amplo para especular sobre a melhor forma de adquirir os melhores produtos, fazer comparações, aumentar o padrão de exigência sobre a qualidade, preço e formas de pagamento.

Um outro fator determinante para o comércio global é o rápido acesso do consumidor às inovações, que são disponibilizadas na rede mesmo antes de serem lançadas no mercado. Para se manterem competitivas no mercado as or-ganizações necessitam contemplar com eficiência, dentro dos atuais padrões tecnológicos outros fundamentos de marketing, como o desenvolvimento de produtos, a capacidade de divulgação dos produtos desenvolvidos e a distribui-ção eficiente destes produtos para o mercado consumidor. Para atender ao mer-cado consumidor em sua exigência por inovação e qualidade, em nível global, o passo principal é buscar nivelamento tecnológico, ou melhor, superar tecnologi-camente a concorrência e nesse aspecto as restrições legais que impedem a livre iniciativa de incrementar a concorrência a partir da capacidade de produção de bens e serviços e da elaboração de estratégias comerciais mais eficazes, com a reserva de mercado, acaba por transformar o desenvolvimento tecnológico da informação e comunicação numa ameaça para os seg-mentos menos privilegiados do mercado, que não têm condições de competir com o capital intelectual das em-presas dos países desenvolvidos e protegidas pela reser-va de mercado conferida pelas patentes e direitos auto-rais e que estando no ambiente global de negócios, acaba por conquistar os mercados anteriormente explorados pelas empresas locais.

Um outro fator determinante

para o comércio global é o

rápido acesso do consumidor às

inovações.

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As barreiras técnicasEmbora o comércio internacional sempre tenha esta-

belecido barreiras técnicas para produtos e serviços, atu-almente devido ao grau de sofisticação tecnológica, as exigências de conformidade técnica impõem aos países e às empresas que invistam em conhecimento tecnológico para que seus produtos atendam a padrões de qualidade que os tornem competitivos no mercado globalizado. Os requisitos que incidem sobre produtos e serviços podem decorrer de exigências oficiais, impostas pelos poderes públicos, o que condiciona o acesso aos mercados sob sua jurisdição, ou como demanda do próprio mercado, sem imposição governamental. Para atender a demanda do mercado internacional com relação a padronização com qualidade dos produtos comercializados, em meados do século XX foi criada a Internatio-nal Organization for Standartization – ISO, com sede em Genebra, com o objetivo geral de promover o intercâmbio internacional de bens e serviços, cooperação intelectual, científica e tecnológica. No Brasil a ISO está sob a gestão da Associa-ção Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.

Inicialmente as empresas brasileiras buscaram a certificação de garantia da qualidade ISO-9000 para ter reconhecimento no mercado interno e buscar, efe-tivamente, a partir de um instrumento técnico, a melhoria da qualidade. Atual-mente, a busca pela certificação ISO não está voltada só para a imagem da em-presa junto ao mercado interno, ela é uma exigência para a participação no mercado internacional e se constitui em mais uma barreira técnica a ser trans-posta pelas indústrias dos países em desenvolvimento, para ter a oportunidade de competir pelo cliente no mercado global. Além da eliminação das barreiras técnicas e comerciais os programas de certificação acabam por promover o de-senvolvimento das organizações em várias direções, que servem de sustentação para a melhoria de desempenho de forma consistente. Dentre as vantagens po-demos citar o valor como ferramentas gerenciais adicionais para promover o desempenho da empre-sa, contribuindo na definição clara da estrutura or-ganizacional e qualificação dos recursos humanos por meio de programas de capacitação profissional, desenvolvendo estratégias gerenciais voltadas para melhorar o desempenho dos processos de produ-

As exigências de conformidade

técnica impõem aos países e às empresas que invistam em

conhecimento tecnológico.

A certificação de qualidade ISO­

9000 é exigência para a participação

no mercado internacional.

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ção, resultando na redução de custos e desperdícios e reforçando a competitivi-dade do produto, construindo a boa imagem da empresa, que é fundamental à área de marketing.

O papel das universidades corporativasA necessidade da formação profissional em nível su-

perior oferecida pelo ensino tradicional tem se mostra-do insuficiente para o atendimento a demanda pelo conhecimento tecnológico exigido nas corporações diante da crescente procura do mercado por produtos agregando valores tecnológicos compatíveis com o de-senvolvimento do conhecimento científico, o que tem feito com que a necessidade de formação complemen-tar para habilitar profissionais com capacidade para construir o contingente de trabalhadores especializados, necessário às empresas para promover as inova-ções dos seus processos de produção, de forma a garantir inovação com quali-dade. As organizações empresariais oferecem o espaço mais adequado para a formação profissional, buscando compatibilizar a necessidade do desenvolvi-mento do cidadão para participar de forma integrada ao ambiente social em constante evolução tecnológica à demanda por formar profissionais para suprir as suas necessidades de produção. No âmbito da empresa fica mais prático pro-fissionalizar o trabalhador que estuda com o objetivo de torná-lo um colabora-dor potencializado, de acordo com a filosofia empresarial da organização, inte-grado à cultura organizacional, preparado para corresponder de forma mais ajustada às expectativas da organização, realidade fortemente favorecida pelo desenvolvimento das TICs como meio de incremento ao ensino a distância, prin-

cipalmente pelo fato das universidades corporativas não exigirem necessariamente a existência de espaço físico no seu funcionamento, ela é um instrumento para edu-cação perfeitamente adaptado a realidade virtual, que depende apenas da decisão estratégica da organização em investir na formação de capital intelectual reforçando o seu ativo intangível e valorizando a sua imagem como empresa socialmente correta, pela sua contribuição com a disseminação da educação profissional e tecnológica na sociedade. As empresas dos países desenvolvidos podem contar com um padrão de desenvolvimento tec-

No âmbito da empresa fica mais prático preparar o trabalhador que

estuda para torná­lo um colaborador

potencializado.

O sistema tradicional de

ensino tem dificuldade em suprir as

necessidades decorrentes

da aceleração do progresso tecnológico.

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nológico e recursos que as tornam menos dependentes do apoio dos governos para investir em pesquisa e planejamento, diferente dos países em desen- volvimento, em que as empresas ainda contam, em grande parte, com o desenvolvimento tecnológico produzido por projetos de pesquisa financiados com recursos públicos e por organizações não-governamentais envolvidas em programas de incentivo à pesquisa e desenvolvimento tecnológico. As universi-dades corporativas além de formar profissionais identificados com a organiza-ção, contribuem para o reforço dos valores corporativos, promovendo a constru-ção da identidade institucional pela afirmação dos seus valores, missão e a consolidação da marca, que são muito importantes, considerando as relações internacionais de cooperação, fusões empresariais e parcerias comerciais.

Na condição de universidade estas instituições se desenvolvem de forma in-tegrada à sociedade, promovendo a participação dos agentes governamentais e empresas, contribuindo para o desenvolvimento social, elevação do padrão tec-nológico do país, reforçando a sua representatividade no cenário mundial como produtor de tecnologia a partir, principalmente, das pesquisas desenvolvidas nas universidades voltadas para inovação tecnológica.

Já nos anos 60 a Philips tinha, em Eindhoven, na Holanda, um curso de pós-graduação que era uma referência para engenheiros eletrônicos, seguramente mais valorizados que a maioria dos cursos de pós-graduação formais, em universidades. O reconhecimento era dado, diretamente, pelo mercado de trabalho. Mas quem se formava em Eindhoven ficava sempre “marcado” pela imagem da Philips, como expoente de tecnologia. Várias companhias possuem universidades com perspectiva internacional, como, por exemplo, a Disney, com o seu MBA. De acordo com algumas previsões, o número de universidades corporativas vai ultrapassar o de universidades tradicionais por volta de 2010, chegando a cerca de 37.000. A questão fundamental é que elas devem ser encaradas como complemento importantíssimo para o sistema de ensino tradicional. Mas pelo papel que devem ter, pelas respostas mais rápidas que devem propiciar, pela penetração que certamente terão e pelas suas características diferenciadas, não há como deixar de considerá-las como peça importante, estrategicamente importante, de qualquer política de desenvolvimento. Será, por certo, um campo fertilíssimo para novos tipos de cooperação academia/setor produtivo e governo/setor produtivo. (SOARES, 2007)

Texto complementar

Gestão do conhecimento e capital intelectual(CHIAVENATO, 2004)

Na era da informação, o recurso mais importante deixou de ser o capital financeiro para ser o capital intelectual, baseado no conhecimento. Trocando

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A aprendizagem organizacional

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em miúdos, isso significa que o recurso mais importante na atualidade não é mais o dinheiro, mas o conhecimento. O capital financeiro guarda sua impor-tância relativa, mas ele depende totalmente do conhecimento sobre como aplicá-lo e rentabilizá-lo adequadamente. O conhecimento ficou na diantei-ra de todos os demais recursos organizacionais, pois todos eles passaram a depender do conhecimento. Conhecimento é a informação estruturada que tem valor para uma organização. O conhecimento conduz a novas formas de trabalho e de comunicação, a novas estruturas e tecnologias e as novas formas de interação humana. E onde está o conhecimento? Na cabeça das pessoas. São as pessoas que aprendem, desenvolvem e aplicam o conheci-mento na utilização adequada dos demais recursos organizacionais. Estes sim, são estáticos, inertes e dependentes da inteligência humana que utiliza o conhecimento. O conhecimento é criado e modificado pelas pessoas e é obtido através da interação social, estudo, trabalho e lazer. Assim, as organi-zações bem-sucedidas são aquelas que sabem conquistar e motivar as pes-soas para que elas aprendam e apliquem seus conhecimentos na solução dos problemas e na busca da inovação rumo a excelência. A organização baseada no conhecimento depende, portanto, da gestão do conhecimento. E o que é gestão do conhecimento? Um processo integrado destinado a criar, organi-zar, disseminar e intensificar o conhecimento para melhorar o desempenho global da organização. Contudo, o conhecimento é um recurso diferente. Ele não ocupa espaço físico. Ele é um ativo intangível. Em uma organização do conhecimento os assuntos financeiros não representam necessariamente o verdadeiro valor do negócio. Existem ativos intangíveis, ainda não mensu-ráveis pelos tradicionais métodos da contabilidade, e que são identificados como “nossas pessoas”, “nossos clientes” e “nossa organização”.

Dica de estudoNASSER, Cássia Maria. Aprendizagem Organizacional. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2007.

O livro reúne o trabalho de diversos autores na análise dos elementos que influenciam as organizações na atualidade. De uma forma geral, aborda a ne-cessidade dos gestores se manterem atualizados com a imensa gama de fatores que podem afetar o desempenho organizacional, principalmente quando dina-mizados pela tecnologia da informação e comunicação.

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Atividades1. Qual é o objetivo principal da aprendizagem organizacional?

2. Qual a principal característica das organizações bem-sucedidas?

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A aprendizagem organizacional

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Nesta aula, veremos a importância do conhecimento em informática para a gestão do conhecimento e da informação.

Estudaremos os recursos da informática aplicados à internet. Aborda-remos os fundamentos da internet e alguns recursos para o seu uso. Vere-mos os esforços da sociedade para a propagação do conhecimento sobre a Tecnologia da Informação para que o seu uso seja fator de desenvolvi-mento equilibrado da sociedade e não um evento que venha a aumentar as distâncias entre os grupos sociais. Abordaremos a questão polêmica do controle de qualidade do material que transita na rede e os esforços governamentais no sentido de preservar este bem a favor do desenvolvi-mento da humanidade, em todos os seus aspectos.

A world wide webAbreviada como www, é o serviço mais popular disponível da internet.

Embora a rede já exista há vários anos, a web foi a responsável pela sua crescente popularização e crescimento, a ponto de muitas pessoas con-fundirem a web com a própria internet.

A grande popularidade da web pode ser explicada pela sua interface gráfica, adequada para o intercâmbio de documentos multimídia, a faci-lidade como esses documentos podem ser criados e a possibilidade de inserir facilmente hyperlinks1 em um documento.

A linguagem usada para criar documentos chama-se HTML (Hypertext Markup Language – Linguagem de Marcação de Hipertexto). Ela permite inserir imagens e hyperlinks em um arquivo de texto, formatando e de-finindo a aparência do documento. A web utiliza um protocolo especial chamado HTTP (Hypertext Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Hipertexto), para viabilizar o tráfego de documentos HTML na internet.

O programa usado para visualizar os documentos HTML é o navegador (browser), que é capaz de interpretá-los e exibi-los de forma a facilitar a sua 1 Palavra ou frase que serve de atalho para acesso rápido a outros documentos.

www e internet

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visualização e integração com o usuário. Os navegadores mais populares no mo-mento são o Netscape Navigator e o Microsoft Internet Explorer. Se o documento aberto no navegador tiver um hyperlink, basta clicar nele para que o documen-to correspondente seja aberto rapidamente. Esse novo documento poderá ter outros hyperlinks que poderão dar acesso a outros documentos e assim sucessi-vamente. Este procedimento de passar de um documento para outro é conheci-do como navegar ou surfar na web.

Usando a wwwA web foi originalmente concebida como uma rede para troca de conhecimen-

tos entre pesquisadores. Atualmente, o pesquisador que utiliza a web pode ser um estudante do primeiro grau, um aluno de doutorado ou o engenheiro de uma indústria. Os mais diversos temas são alvo de consulta e troca de informações na rede, como música, culinária, ecologia, ciências, religião e outros. O uso comercial da web permite a realização dos mais diversos tipos de negócios como aquisição de bens de consumo, bens de serviços e bens imóveis. A segurança para o comér-cio na web vem recebendo atenção especial e, a cada dia, esse meio de negócios torna-se mais confiável.

A web como meio de informação social atende a assuntos de interesse ins-titucional, como saúde, segurança e educação e também assuntos de interesse comum, como esportes e lazer.

A web está se tornando um repositório de conhecimento humano com tama-nho, diversidade e facilidade de acesso nunca antes vistos. Instituições sem fins lucrativos, como universidades, bibliotecas e museus, disponibilizam gratuita-mente grandes acervos de arte e cultura por meio da rede.

Localizando informaçõesEncontrar informações na rede pode ser difícil e demorado. A cada dia

aumenta de forma incalculável a quantidade de informações disponibiliza-das pela internet. Quando se sabe o endereço, o assunto pode ser facilmente encontrado, digitando-o no lugar indicado no navegador, porém, em muitos casos precisamos encontrar o assunto do nosso interesse entre os milhares de endereços da web.

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A própria web dispõe de mecanismos para localizar informações desejadas, que são os programas de busca.

A busca por assunto permite que, partindo de um contexto mais abrangente, este seja gradativamente dividido em subtópicos mais específicos, até que seja alcançado o alvo do nosso interesse.

A busca por palavras-chave ou unitermos permite que, a partir de uma ou mais palavras que tenham ligação direta com o assunto do nosso interesse, ve-nhamos a localizá-lo.

Para que a busca seja realizada, basta digitar as palavras-chave ou o assun-to no espaço indicado no site de busca e dar o comando de busca, por assunto ou por palavra-chave.

Todos os programas de busca na web funcionam segundo os mesmos princí-pios e a maioria deles contém hyperlink para os demais. Acessando um deles fica muito fácil chegar aos outros.

Para obter o melhor resultado dos programas de busca utilize versões atuali-zadas dos navegadores. Livros e revistas especializadas oferecem boas dicas de endereços na web.

Embora haja um grande número de sites em português, um bom conhe-cimento em inglês é indispensável para se obter o máximo da web. Embora muitos sites brasileiros estejam cadastrados em vários sistemas de busca do mundo, normalmente é mais fácil encon-trá-los em sistemas de busca brasileiros. Se não for encontrado um site procurado por palavras-chave, tente usar sinônimos. Se encontrar sites demais, use mais de uma palavra-chave.

Usuários conectados à internetNos últimos dez anos o Brasil vem apresentando um expressivo crescimento

no acesso à internet, embora os dados estatísticos não ofereçam uma estimati-va segura desta ordem de grandeza, com base nos indicadores apontados por organizações como a União Internacional das Telecomunicações (UIT), Nielsen-NetRatings, Folha IBrands, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-

<www.cade.com.br>

<www.google.com.br>

<www.altavista.com.br>

<www.yahoo.com.br>

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IBGE) e Ibope, a média de usuários da internet seria de aproximadamente 16 milhões no início do século XXI.

Apesar do inegável avanço, o cenário que se observa no País ainda está distan-te do nível al cançado pelos países desenvolvidos e até mesmo por alguns países em desenvolvimento, como o Chile. Em relação ao acesso em banda larga, o Brasil também apresenta grande evolução. Em maio de 2002, havia mais de 470 mil usu-ários do serviço, dos quais 72% faziam acesso por ADSL e 28% por cabo. Embora muito longe do índice alcançado pelos países desenvolvidos, a aceitação da cone-xão à internet em alta velocidade no Brasil é a maior da América Latina, em números absolu tos. Em 2005, 6,7% da população brasileira tinha acesso à banda larga, muito aquém dos 21,9% alcançados pela Ho-landa, por exemplo. Nos países euro peus, entre 2003 e 2004, aumentou sensivelmente o número de resi-dências com conexão de banda larga.

Segundo pesquisa da eMarketer, na França, a adesão a essa tecnologia cresceu 90% no período, principalmente devido ao baixo custo do serviço para o usuário final, que é superior apenas ao preço praticado no Japão. Ao final de 2004, 60% dos internautas franceses utilizavam conexões rápidas. No Reino Unido, Itália, Es-panha e Alemanha o incremento no uso da banda larga entre 2003 e 2004 foi de 86,7%, 81%, 61% e 46%, respectivamente. Nos Estados Unidos, o crescimento foi de 31,9% no mesmo período. Considerando a mobilização global voltada para a inclusão digital como alternativa de redução das distâncias entre as nações, bus-cando o desenvolvimento da Sociedade da Informação no mundo, diante da evo-

lução histórica do acesso aos meios de comunicação usufruindo dos avanços tecnológicos, percebemos que a convergência tecnológica digital deve ser geren-ciada pelo poder público. Podemos observar que, principalmente no caso do acesso à internet nos países em desenvolvimento, os primeiros beneficiados foram as empresas voltadas para o negócio das comunica-ções, aproveitando a convergência tecnológica da banda larga e a rede de telefonia fixa instalada.

Atualmente, por meio da telefonia móvel largamente propagada na sociedade, existe a possibilidade da comunicação wireless, comunicação sem fio, permitindo conectar a internet com muito mais flexibilidade de localização, porém, somen-te para quem estiver em condições de pagar pelos serviços. A concorrência pela

Apesar do inegável avanço, o cenário que

se observa no País ainda está distante do nível alcançado pelos países desenvolvidos.

A propagação da rede sem fio como

estratégia para a inclusão digital

já vem sendo desenvolvida em

diversas localidades do país.

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oferta dos serviços de comunicação a cabo, por parte das empresas operadoras, tem facilitado o acesso aos serviços por parte da sociedade, porém, a falta de oferta de opções para acesso à internet de forma mais viável economicamente à maioria da população brasileira, tem sido uma das barreiras encontradas para o crescimento do uso da mesma no país. Com o desenvolvimento das tecnologias wireless, ou tecnologias para comunicação sem fio, surge a possibilidade de po-pularização do uso da internet por iniciativa pública, considerando ser a comuni-cação sem fio resultado de tecnologias que exigem muito pouca infraestrutura para entrar em funcionamento. A propagação da rede sem fio como estratégia para a inclusão digital já vem sendo desenvolvida em diversas localidades do país, com fortes indicadores de ser o passo principal para anular a barreira eco-nômica, construída pela precária distribuição da renda.

Computador para todosO crescimento da Sociedade da Informação no Brasil, assim como nos demais

países em desenvolvimento, tem como um dos maiores desafios a superação das distâncias econômicas em decorrência da precária divisão da riqueza no país. Considerando o microcomputador o principal instrumento da convergên-cia tecnológica para facilitar acesso do cidadão à rede mundial de computado-res por meio da rede de telefonia fixa, os programas voltados para facilitar a aquisição de computadores por parte de um contingente maior da sociedade, como programas de incentivo fiscal para o barateamento dos preços e programas de financiamento promovidos pelos Bancos, como o programa do computador conecta-do, voltado para integrar o usuário dos serviços bancários ao uso da tecnologia da informação e comunicação como forma de apoio ao desenvolvimento tecnológico, para melhoria de produtividade ao mesmo tempo promoven-do a inclusão digital.

O acesso ao computador é o primeiro passo para despertar o interesse das pessoas pelo universo de possibilidades ofertadas pela capacidade de usufruir do desenvolvimento da Tecnologia da Informação e Comunicação disponibiliza-da pela rede mundial de computadores. À medida que a sociedade dá os primeiros passos na direção da universalização da TICs, cria expectativas sobre a possibilidade

O acesso ao computador é o primeiro passo para despertar o interesse pela

Internet.

Os indicadores apontam para o aumento de usuários da

banda larga nos domicílios e o aumento de internautas.

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de ampliar o universo de benefícios a que pode ter, bem como promover ações para tornar possível o acesso ao desenvolvimento tecnológico. O aumento da procura por soluções de Tecnologia da Informação por parte do consumidor é o maior estímulo para o aquecimento do mercado e o consequente aumento de investimento, por parte das empresas, para melhorar a oferta de produtos e ser-viços. A demanda da população pelos produtos de tecnologia digital estimula o governo a investir e prestigiar os projetos voltados para a inclusão digital no país. Segundo resultado de pesquisas recentes, o Brasil apresenta indicadores que demonstram o crescimento no acesso à internet, resultado das políticas pú-blicas voltadas para a disseminação do uso do microcomputador, facilitando a sua aquisição por pessoas físicas de baixa renda. A propagação do uso da banda larga também tem sido notada, nos últimos anos o crescimento do seu uso en-volve mais da metade dos usuários conectados à internet.

Um percentual de 53% dos entrevistados informou já ter usado um computador, sendo que 40% são considerados usuários, dado que informaram ter se utilizado do equipamento nos últimos três meses. Também houve um crescimento de quatro pontos percentuais nas aquisições domiciliares de computadores, que em 2007 estavam presentes em 24% das residências brasileiras. O crescimento mais expressivo da aquisição de computadores ocorreu em domicílios com renda entre 3 e 5 salários mínimos, nos quais a penetração passou de 23% para 40% no período. A proporção de domicílios com computador cresceu em todas as regiões de 2006 para 2007. Este aumento é maior nas regiões Centro-Oeste (de 19% em 2006 para 26% em 2007), Sul (de 25% para 31%) e Sudeste (24% para 30%). A proporção de domicílios com computador é menor nas regiões Norte (13%) e Nordeste (11%) e o crescimento do indicador nestas regiões também foi menor, ficando em 3 e 2 pontos percentuais, respectivamente. Esses números mostram claramente o impacto do Programa Computador para Todos do Governo Federal que reduziu a carga de impostos para possibilitar que a Classe C pudesse adquirir esse equipamento a custos menores. Os resultados dessa iniciativa serão ainda maiores nos próximos anos com o crescimento expressivo da classe C, que hoje já constitui metade da população brasileira, e reúne a grande maioria dos professores das escolas públicas. O Programa Computador para Todos alavancou a venda de computadores no país, que é hoje o maior mercado da América Latina, e muitas empresas estão instalando novas fábricas no país. As classes D e E não são o público-alvo dessa iniciativa porque os indivíduos que pertencem a estes segmentos não dispõem de renda suficiente para a aquisição de computadores, mesmo que a preços reduzidos. (SANTOS, 2008)

A transformação do mercado em decorrência do desenvolvimento tecnoló-gico vem impondo à sociedade e, principalmente, ao consumidor, a necessida-de de adequar-se ao uso da tecnologia, sob o risco da exclusão tecnológica e a falta de aptidão para transitar com naturalidade pelo ambiente impregnado de tecnologia digital. No dia-a-dia o cidadão em atividade participa de opera-ções que lhe exigem um mínimo de desempenho no uso da tecnologia digital, seja nas compras em um supermercado, com seus sistemas integrados de gestão logística e financeira e seus produtos identificados por meio de códigos de barra, permitindo ao con-

Mais transformações no ambiente social passam a

condicionar o cidadão ao uso das TICs.

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sumidor verificar dados sobre o produto operando terminais próprios para consulta. Ou no sistema bancário, por meio do autoatendimento, os clientes operam sistemas para movimentações e transações financeiras e para isso, ne-cessitam adquirir, rapidamente, as habilidades mínimais necessárias para usu-fruir deste meio de acesso aos serviços bancários, que se estendem até o com-putador em casa, conectado, ou home banking, para clientes com maior domínio sobre a tecnologia digital e, principalmente, com recursos financeiros para adquirir um microcomputador.

Mais transformações no ambiente social passam a condicionar o cidadão ao uso das TICs, que sem recursos para adquirir meios próprios de acesso, recorre à prestadores de serviços, alguns disponibilizados pelas administrações públi-cas, como os telecentros e muitos outros oferecidos pelo mercado, como as lan houses, permitindo ao cidadão o acesso à internet, principalmente, onde ele terá a possibilidade de participar da Sociedade da Informação, na busca pelo conhe-cimento por meio da comunicação, usufruindo das possibilidades de lazer dis-poníveis no espaço virtual e somente acessíveis por meio da tecnologia digital, participar da vida social no ambiente virtual por meio dos sites de relacionamen-to, além de outras possibilidades da era digital.

Para a maioria da sociedade a possibilidade de acesso à Tecnologia Digital de Comunicação já deixou de ser um objetivo final, pois já perceberam que este domínio tecnológico é meio de acesso a outras possibilidades e a demanda por estes meios esta bem latente na sociedade. O cenário da exclusão já foi mape-ado há muito tempo. As ações voltadas para a infoinclusão ficam, a cada dia, mais visíveis e no caso do Brasil, podemos apontar alguns fatores importantes a serem observados:

a sociedade brasileira, em sua maioria , já esta sensibilizada e motivada �para o uso das TICs;

os programas de estímulo ao acesso da população ao microcomputador �estão dando certo e devem ser intensificadas;

o meio de conexão � wireless (sem fio) deve ser priorizado como estratégia para a disseminação do acesso à internet, por parte do governo.

Para ampliar o acesso dessas classes sociais às Tecnologias da Informação e Comunicação, temos incentivado o desenvolvimento dos centros públicos de acesso à internet, pagos ou gratuitos, sejam eles mantidos pelo governo federal, como por estados, municípios e organizações não-governamentais. Para contribuir com o esforço de inclusão digital no país, a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI) do Ministério do Planejamento também desenvolveu o “Projeto Computadores para Inclusão”. Essa iniciativa está recuperando

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milhares de computadores e equipamentos periféricos descartados pelo governo e pelo setor privado. O seu destino são iniciativas de inclusão digital, como telecentros, escolas e bibliotecas. O projeto teve início em 2006, com a implantação de Centros de Recondicionamento de Computadores em Porto Alegre, Guarulhos e no Gama, na Capital Federal. Até fevereiro de 2008, os três centros já haviam recebido para recuperação 21 872 equipamentos entre computadores, monitores e impressoras, e doado 6 752 a 250 projetos de todo o país. Ainda em 2008 devem entrar em funcionamento os Centros de Belo Horizonte e de Niterói. Apesar dos esforços empregados no sentido de universalizar o acesso à internet, há um grande contingente da população brasileira que ainda não dispõe de infraestrutura de conexão à rede. Um dos dados que mais chamam a atenção na TIC Domicílios 2007 é o expressivo crescimento no uso de centros públicos de acesso pago em todas as regiões do país. O percentual de utilização nesses espaços subiu de 30% em 2006 para 49% no ano seguinte, passando à frente do acesso em domicílios que se manteve estável em 40%. Mesmo na região Centro-Oeste, onde se constatou um crescimento menos acentuado, mais da metade dos usuários informou usar lan-houses, internet cafés, entre outros, para acessar a rede. A Região Norte apresentou o maior crescimento no uso desse tipo de local, 22 pontos percentuais em comparação com o ano anterior. Das pessoas que usaram a internet nas Regiões Norte e Nordeste no último ano, 68% e 67% acessaram a rede em lan houses. (SANTOS, 2008)

Liberdade de expressão na internet Considerando a difícil tarefa dos órgãos de segurança pública no exercício do

controle de qualidade dos produtos veiculados pela internet, sem promover a transgressão dos direitos constitucionais assegurados de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou li-cença e que grande parte dos doutrinadores defende o direito dos meios de co-municação de exibir e publicar qualquer tipo de conteúdo, não podemos esquecer os dispositivos legais, restrições constitucionais e regulamentares a considerar.

Isso porque a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069, de 1990, contêm dispositivos que asseguram proteção à in-fância e à juventude em relação às programações passadas pelos veículos de massa, notadamente rádio e TV. Por esse motivo, as programações de televisão obedecem à classificação indicativa elaborada pelo Ministério da Justiça de modo que os pro gramas que contenham cenas de sexo ou violência, em tese, não possam ser exibidos em horários inadequados à população infantil. Segun-do a doutrina dominante, na internet pode ser veiculado qualquer conteúdo, independentemente de classificação indicativa. Isso não significa afirmar que aqueles que se utilizam da rede mundial não sejam obrigados a assumir respon-sabilidades decorrentes da liberdade garantida. Exemplificando, o art. 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) explicitamente tipifica como crime

Considera­se que o instrumento cabível contra a veiculação

de material impróprio pela Internet consiste na responsabilização

do autor.

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milhares de computadores e equipamentos periféricos descartados pelo governo e pelo setor privado. O seu destino são iniciativas de inclusão digital, como telecentros, escolas e bibliotecas. O projeto teve início em 2006, com a implantação de Centros de Recondicionamento de Computadores em Porto Alegre, Guarulhos e no Gama, na Capital Federal. Até fevereiro de 2008, os três centros já haviam recebido para recuperação 21 872 equipamentos entre computadores, monitores e impressoras, e doado 6 752 a 250 projetos de todo o país. Ainda em 2008 devem entrar em funcionamento os Centros de Belo Horizonte e de Niterói. Apesar dos esforços empregados no sentido de universalizar o acesso à internet, há um grande contingente da população brasileira que ainda não dispõe de infraestrutura de conexão à rede. Um dos dados que mais chamam a atenção na TIC Domicílios 2007 é o expressivo crescimento no uso de centros públicos de acesso pago em todas as regiões do país. O percentual de utilização nesses espaços subiu de 30% em 2006 para 49% no ano seguinte, passando à frente do acesso em domicílios que se manteve estável em 40%. Mesmo na região Centro-Oeste, onde se constatou um crescimento menos acentuado, mais da metade dos usuários informou usar lan-houses, internet cafés, entre outros, para acessar a rede. A Região Norte apresentou o maior crescimento no uso desse tipo de local, 22 pontos percentuais em comparação com o ano anterior. Das pessoas que usaram a internet nas Regiões Norte e Nordeste no último ano, 68% e 67% acessaram a rede em lan houses. (SANTOS, 2008)

Liberdade de expressão na internet Considerando a difícil tarefa dos órgãos de segurança pública no exercício do

controle de qualidade dos produtos veiculados pela internet, sem promover a transgressão dos direitos constitucionais assegurados de expressão da atividade intelectual, artística, científica e de comunicação, independente de censura ou li-cença e que grande parte dos doutrinadores defende o direito dos meios de co-municação de exibir e publicar qualquer tipo de conteúdo, não podemos esquecer os dispositivos legais, restrições constitucionais e regulamentares a considerar.

Isso porque a Constituição Federal e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei nº 8.069, de 1990, contêm dispositivos que asseguram proteção à in-fância e à juventude em relação às programações passadas pelos veículos de massa, notadamente rádio e TV. Por esse motivo, as programações de televisão obedecem à classificação indicativa elaborada pelo Ministério da Justiça de modo que os pro gramas que contenham cenas de sexo ou violência, em tese, não possam ser exibidos em horários inadequados à população infantil. Segun-do a doutrina dominante, na internet pode ser veiculado qualquer conteúdo, independentemente de classificação indicativa. Isso não significa afirmar que aqueles que se utilizam da rede mundial não sejam obrigados a assumir respon-sabilidades decorrentes da liberdade garantida. Exemplificando, o art. 241 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) explicitamente tipifica como crime

Considera­se que o instrumento cabível contra a veiculação

de material impróprio pela Internet consiste na responsabilização

do autor.

“apresentar, produzir, vender, fornecer, divulgar ou publicar, por qualquer meio de comunicação, inclusive rede mundial de computadores ou internet, fotogra-fias ou imagens com pornografia ou cenas de sexo explícito envolvendo criança ou adolescente”. Além disso, a legislação vigente prevê a vedação ao anonimato e atribui responsabilidades pelos abusos cometidos contra outrem, inclusive contra a honra. Dessa forma, a liberdade de manifestação do pensamento tem seus ônus, tal como o de o manifestante identificar-se, assumir claramente a au-toria do produto do pensamento manifestado, para, em sendo o caso, respon der por eventuais danos a terceiros. Ou seja, considera-se que o instrumento cabível contra a veiculação de calúnias, pedofilia, estímulo ao terrorismo e outras práticas criminosas na internet consiste na responsabilização do autor, e não na censura, de sorte a buscar-se um ponto de equilíbrio entre os direitos individuais assegurados pela Constituição.

Certificação digitalA legislação brasileira de certificação e assinatura digitais se fundamenta

no que dispõe a Medida Provisória 2.200-2/2001, que criou a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). O referido instrumento legal garante a autenticidade, integridade e validade legal dos docu mentos assinados digital-mente, estabelecendo instrumentos normativos capazes de prover segurança jurídica às transações eletrônicas e a outras atividades que requeiram certifica-ção digital (NAZARENO et al., 2006). A certificação digital, por meio de uma assi-natura em arquivo eletrônico, identifica o usuário na internet, com o objetivo de proporcionar maior segurança nas operações em rede, identificando de forma segura as partes envolvida e assim autorizando as operações. São garantias pro-porcionas pela certificação digital: autenticidade do emissor e do receptor da transação ou documento, integridade dos dados contidos na transação ou no documento, confidencialidade entre as partes e garantia das transações efetua-das ou documentos assinados. Para conectar-se a um servidor de forma segura é necessário que o seu navegador, programa de acesso à internet, esteja atualiza-do para reconhecer automaticamente os certificados ICP-Brasil.

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Texto complementar

Medida Provisória n.º 2.200-2, de 24 de agosto de 2001

Institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil, transfor-ma Instituto Nacional de Tecnologia da Informação em autarquia, e dá outras providências.

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o art. 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de lei:

Art. 1.o Fica instituída a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil, para garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica, das aplicações de suporte e das aplica-ções habilitadas que utilizem certificados digitais, bem como a realização de transações eletrônicas seguras;

Art. 2.o A ICP-Brasil, cuja organização será definida em regulamento, será composta por uma autoridade gestora de políticas e pela cadeia de autori-dades certificadoras composta pela Autoridade Certificadora Raiz – AC Raiz, pelas Autoridades Certificadoras – AC e pelas Autoridades de Registro - AR;

Art. 3.o A função de autoridade gestora de políticas será exercida pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil, vinculado à Casa Civil da Presidência da Repú-blica e composto por cinco representantes da sociedade civil, integrantes de setores interessados, designados pelo Presidente da República, e um repre-sentante de cada um dos seguintes órgãos, indicados por seus titulares:

I - Ministério da Justiça;

II - Ministério da Fazenda;

III - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;

IV - Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;

V - Ministério da Ciência e Tecnologia;

VI - Casa Civil da Presidência da República; e

VII - Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República.

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§ 1.o A coordenação do Comitê Gestor da ICP-Brasil será exercida pelo representante da Casa Civil da Presidência da República.

§ 2.o Os representantes da sociedade civil serão designados para períodos de dois anos, permitida a recondução.

§ 3.o A participação no Comitê Gestor da ICP-Brasil é de relevante interes-se público e não será remunerada.

§ 4.o O Comitê Gestor da ICP-Brasil terá uma Secretaria-Executiva, na forma do regulamento.

Art. 4.o Compete ao Comitê Gestor da ICP-Brasil:

I - adotar as medidas necessárias e coordenar a implantação e o funciona-mento da ICP-Brasil;

II - estabelecer a política, os critérios e as normas técnicas para o creden-ciamento das AC, das AR e dos demais prestadores de serviço de suporte à ICP-Brasil, em todos os níveis da cadeia de certificação;

III - estabelecer a política de certificação e as regras operacionais da AC Raiz;

IV - homologar, auditar e fiscalizar a AC Raiz e os seus prestadores de serviço;

V - estabelecer diretrizes e normas técnicas para a formulação de políti-cas de certificados e regras operacionais das AC e das AR e definir níveis da cadeia de certificação;

VI - aprovar políticas de certificados, práticas de certificação e regras operacionais, credenciar e autorizar o funcionamento das AC e das AR, bem como autorizar a AC Raiz a emitir o correspondente certificado;

VII - identificar e avaliar as políticas de ICP externas, negociar e aprovar acordos de certificação bilateral, de certificação cruzada, regras de interope-rabilidade e outras formas de cooperação internacional, certificar, quando for o caso, sua compatibilidade com a ICP-Brasil, observado o disposto em tratados, acordos ou atos internacionais; e

VIII - atualizar, ajustar e revisar os procedimentos e as práticas estabelecidas para a ICP-Brasil, garantir sua compatibilidade e promover a atualização tecno-lógica do sistema e a sua conformidade com as políticas de segurança.

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Parágrafo único. O Comitê Gestor poderá delegar atribuições à AC Raiz.

Art. 5.o À AC Raiz, primeira autoridade da cadeia de certificação, executo-ra das Políticas de Certificados e normas técnicas e operacionais aprovadas pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil, compete emitir, expedir, distribuir, revogar e gerenciar os certificados das AC de nível imediatamente subsequente ao seu, gerenciar a lista de certificados emitidos, revogados e vencidos, e exe-cutar atividades de fiscalização e auditoria das AC e das AR e dos prestadores de serviço habilitados na ICP, em conformidade com as diretrizes e normas técnicas estabelecidas pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil, e exercer outras atri-buições que lhe forem cometidas pela autoridade gestora de políticas.

Parágrafo único. É vedado à AC Raiz emitir certificados para o usuário final.

Art. 6.o Às AC, entidades credenciadas a emitir certificados digitais vincu-lando pares de chaves criptográficas ao respectivo titular, compete emitir, expedir, distribuir, revogar e gerenciar os certificados, bem como colocar à disposição dos usuários listas de certificados revogados e outras informa-ções pertinentes e manter registro de suas operações.

Parágrafo único. O par de chaves criptográficas será gerado sempre pelo próprio titular e sua chave privada de assinatura será de seu exclusivo con-trole, uso e conhecimento.

Art. 7.o Às AR, entidades operacionalmente vinculadas a determinada AC, compete identificar e cadastrar usuários na presença destes, encaminhar so-licitações de certificados às AC e manter registros de suas operações.

Art. 8.o Observados os critérios a serem estabelecidos pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil, poderão ser credenciados como AC e AR os órgãos e as entida-des públicos e as pessoas jurídicas de direito privado.

Art. 9.o É vedado a qualquer AC certificar nível diverso do imediatamente subsequente ao seu, exceto nos casos de acordos de certificação lateral ou cruzada, previamente aprovados pelo Comitê Gestor da ICP-Brasil.

Art. 10.º Consideram-se documentos públicos ou particulares, para todos os fins legais, os documentos eletrônicos de que trata esta Medida Provisória.

§ 1.o As declarações constantes dos documentos em forma eletrônica produzidos com a utilização de processo de certificação disponibilizado pela

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ICP-Brasil presumem-se verdadeiros em relação aos signatários, na forma do art. 131 da Lei n.o 3.071, de 1.o de janeiro de 1916 - Código Civil.

§ 2.o O disposto nesta Medida Provisória não obsta a utilização de outro meio de comprovação da autoria e integridade de documentos em forma eletrônica, inclusive os que utilizem certificados não emitidos pela ICP-Brasil, desde que admitido pelas partes como válido ou aceito pela pessoa a quem for oposto o documento.

Art. 11. A utilização de documento eletrônico para fins tributários atende-rá, ainda, ao disposto no art. 100 da Lei n.o 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional.

Art. 12. Fica transformado em autarquia federal, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o Instituto Nacional de Tecnologia da Informação – ITI, com sede e foro no Distrito Federal.

Art. 13. O ITI é a Autoridade Certificadora Raiz da Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira.

Art. 14. No exercício de suas atribuições, o ITI desempenhará atividade de fiscalização, podendo ainda aplicar sanções e penalidades, na forma da lei.

Art. 15. Integrarão a estrutura básica do ITI uma Presidência, uma Direto-ria de Tecnologia da Informação, uma Diretoria de Infraestrutura de Chaves Públicas e uma Procuradoria-Geral.

Parágrafo único. A Diretoria de Tecnologia da Informação poderá ser esta-belecida na cidade de Campinas, no Estado de São Paulo.

Art. 16. Para a consecução dos seus objetivos, o ITI poderá, na forma da lei, contratar serviços de terceiros.

§ 1.o O Diretor-Presidente do ITI poderá requisitar, para ter exercício ex-clusivo na Diretoria de Infraestrutura de Chaves Públicas, por período não superior a um ano, servidores, civis ou militares, e empregados de órgãos e entidades integrantes da Administração Pública Federal direta ou indireta, quaisquer que sejam as funções a serem exercidas.

§ 2.o Aos requisitados nos termos deste artigo serão assegurados todos os direitos e vantagens a que façam jus no órgão ou na entidade de origem, considerando-se o período de requisição para todos os efeitos da vida fun-

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cional, como efetivo exercício no cargo, posto, graduação ou emprego que ocupe no órgão ou na entidade de origem.

Art. 17. Fica o Poder Executivo autorizado a transferir para o ITI:

I - os acervos técnico e patrimonial, as obrigações e os direitos do Ins-tituto Nacional de Tecnologia da Informação do Ministério da Ciência e Tecnologia;

II - remanejar, transpor, transferir, ou utilizar, as dotações orçamentárias aprovadas na Lei Orçamentária de 2001, consignadas ao Ministério da Ciên-cia e Tecnologia, referentes às atribuições do órgão ora transformado, man-tida a mesma classificação orçamentária, expressa por categoria de progra-mação em seu menor nível, observado o disposto no § 2.o do art. 3.o da Lei n.o 9.995, de 25 de julho de 2000, assim como o respectivo detalhamento por esfera orçamentária, grupos de despesa, fontes de recursos, modalidades de aplicação e identificadores de uso.

Art. 18. Enquanto não for implantada a sua Procuradoria Geral, o ITI será representado em juízo pela Advocacia Geral da União;

Art. 19. Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provi-sória n.o 2.200-1, de 27 de julho de 2001;

Art. 20. Esta Medida Provisória entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 24 de agosto de 2001; 180.o da Independência e 113.o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO

José Gregori

Martus Tavares

Ronaldo Mota Sardenberg

Pedro Parente

Dica de estudoRIBEIRO, Adriano Imperatore. Rede com Internet. Disponível em: <www.clube-dainformática.com.br/mostraartigo.php?artigo=20>. Acesso em: out. 2008.

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O material demonstra como aproveitar ao máximo a capacidade instalada disponível, de maquinas e equipamentos de informática, para a utilização no acesso a rede mundial de computadores (internet), permitindo que o usuário economize , evitando a aquisição de produtos desnecessários.

Atividades1. Qual a finalidade da linguagem HTML?

2. Que recursos dispomos para preservar a qualidade do material veiculado na in-ternet, no que diz respeito à integridade dos direitos individuais e corporativos?

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Nesta aula, estudaremos sobre o início do aproveitamento da tecnolo-gia internet na gestão do conhecimento em educação e o desenvolvimen-to das suas potencialidades.

Veremos como a Tecnologia da Informação disponibilizada pela rede mundial de computadores tem forçado a mudança de comportamento da sociedade no sentido do seu melhor aproveitamento. Estudaremos as ações promovidas pela sociedade buscando levar o acesso à tecnologia mais próximo das pessoas, no sentido de que todo cidadão tenha a opor-tunidade de usufruir da tecnologia para o seu próprio desenvolvimento, com acesso mais fácil a educação veiculada pelos meios de comunicação atualmente disponíveis no mundo.

O início do processo internet/educaçãoA relação entre o computador e a cultura familiar

de aprendizagem tem dois sentidos, com o computador a

afetar a cultura de aprendizagem e esta, por sua vez,

a ter influência naquilo que fazemos com o computador.

Seymour Papert1

Iniciada como um projeto militar, a rede começou a expandir-se trans-formada em um meio para troca de informações entre pesquisadores de diversas universidades. Nesta época, foi criado o e-mail, viabilizando a troca de mensagens. Além da troca de informações, passaram a desen-volver projetos em conjunto, surgindo a necessidade da troca de arquivos de texto, fotos e até softwares específicos para projetos. Começaram a ser usados os serviços FTP2 e Gopher3.

1 Matemático, diretor do Grupo de Episte mologia e Aprendizado do Massachusetts Ins titute of Technology (MIT). Trabalha num progra-ma de recuperação de jovens infratores em Maine, onde mora.2 File Transfer Protocol – Proto colo de Transfe rência de Arquivos.3 Grandes arquivos de texto.

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A popularização da wwwHoje ficou muito mais fácil encontrar material na internet, sendo possível obter

informações, tanto para uma simples pesquisa escolar, quanto para a escolha de uma universidade a ser cursada. Os grandes usuários da internet na área da educa-ção são os estudantes das universidades. Praticamente, todas as universidades do mundo estão conectadas à rede e disponibilizam material através dela.

Ao entrar em um site de uma universidade, é possível encontrar informações sobre suas diferentes faculdades e unidades de pesquisas, mapa do campus, te-lefones e dados sobre os cursos.

A popularização da www levou a internet a cair no gosto do público e, conse-quentemente, despertou o interesse das empresas.

A facilidade de conexão entre diversas organizações por meio da internet tem sido o principal fator de fomento à globalização e, no caso da educação, a troca de conhecimentos e informações entre as diversas instituições de ensino do mundo tem contribuído para a sua globalização4.

A facilidade de acesso à informação por meio da internet tem revolucionado a educação. Antes da rede existir, quem quisesse pesquisar dados precisaria re-correr a uma mídia escrita, como jornais, revistas e livros. Esses grandes acervos estavam nas bibliotecas e para fazer qualquer trabalho era necessário ir até uma delas e consultar uma infinidade de livros, jornais e revistas. Por meio da inter-net, os estudantes e professores passaram a ter quase todas as grandes biblio-tecas do mundo ao seu alcance. Além das bibliotecas e universidades, também podem ser acessados quase todos os grandes museus, institutos de pesquisa, fundações e organizações governamentais e não-governamentais.

Para localizar informações na internet, tanto sobre temas específicos, como para obter os endereços de universidades, bibliotecas, museus, centros de pes-quisa ou mesmo grandes enciclopédias, podemos usar os serviços de busca, como Yahoo, Cadê, Google e outros.

Com a proliferação das homepages5 pessoais, pode-se encontrar trabalhos sobre qualquer assunto, seja científico ou não. Porém, como existem muitas infor-mações significativas, há também um excesso de informações que não merecem credibilidade. É muito importante certificar-se da procedência da informação.

4 Processo de integração dos mercados de dife rentes países no sentido de abolir as tarifas de fron teiras, com reper cussão em outras áreas, como unifi cação do ensino.5 É o primeiro docu mento exibido para um usuário quando este acessa um servidor www.

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A internet e a educação

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Projetos inovadores nas salas de aulaDos projetos inovadores envolvendo a utilização da rede para o ensino, um

dos pioneiros foi a criação dos grupos de discussão ou de notícias (newsgroups), promovendo o encontro virtual entre alunos e professores e pesquisadores. Por meio dos grupos, universidades dos Estados Unidos começaram a promover encontros, convidando pesquisadores importantes para se juntarem aos alunos em discussões sobre alguns temas.

Essa experiência foi mais longe, surgindo os eventos on-line, indo desde um simples bate-papo por escrito até videoconferências, levando o aluno a parti-cipar de verdadeiras palestras virtuais, que podem ser acessadas pelo mundo inteiro. A noção de globalização e a integração entre os povos nunca estiveram tão infiltradas na educação básica como atualmente.

Um dos projetos mais importantes para a integração de escolas é o Class-room Connect, que funciona como um espaço de discussão aberto a escolas do mundo todo. O Classroom Connect traz algumas sugestões e dicas sobre como as escolas podem interligar suas salas de aula entre si e com o mundo pela www, entrando em programas de eventos on-line.

TelecentrosConsiderando a participação do estado imprescindível à inclusão digital nos

países em desenvolvimento, em função do baixo poder aquisitivo de parte sig-nificativa das populações, as ações orientadas sob a chancela estatal buscam promover a inclusão digital de forma orientada na educação e formação pro-fissional para o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs. No Brasil estas ações vêm sendo desenvolvidas em várias instâncias de governos, em programas executados nos centros comunitários de informática, também denominados de telecentros ou infocentros, que são a via de acesso ao universo tecnológico da in-formação para grande parte dos estudantes jovens de baixa renda e grande parte da população jovem que necessita de aprendizagem tecnológica para ingressar no mercado de trabalho com melhores chances de colocação. Nos telecentros, a popula-ção de baixa renda, sem possibilidade de ingressar no ambiente tecnológico da informação digital

A existência dos telecentros representa

uma oportunidade singular para que o

cidadão possa ter acesso inicial ao processo de alfabetização digital.

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com seus próprios recursos, tem a possibilidade de superar a distância imposta pelo poder aquisitivo para ter acesso à formação e informação necessárias à sua qualificação, tornando-o apto para competir pelas oportunidades de ascensão econômica e social por meio do conhecimento.

Pesquisa realizada em 10 telecentros comunitários da cidade de São Paulo, den tre os 83 existentes, demonstra que cerca de 45% dos seus usuários possuem apenas ensino fundamental, enquanto que 47% concluíram o ensino médio. A grande maioria dos usuários é composta por estudantes (63%), de faixa etária jovem, 54% entre 10 e 17 anos. Dos entre-vistados 66% comparecem ao telecentro de uma a cinco vezes por semana e 33% apontaram a aprendizagem como a principal mudança em suas vidas proporcionada pelos infocentros. (NAZARENO, et al., 2008)

Sala de aula interativaInicialmente é necessário considerar

que o conceito de interatividade antecede ao advento da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). Interatividade é um conceito de comunicação e não um con-ceito de informática. Atualmente, vivemos um processo de transição do modelo de comunicação de massa para o modelo interativo com a maior dis-ponibilidade de acesso à tecnologia da informação, reconfigurando a comuni-cação humana. A interatividade permite ao usuário dos meios de comunicação passar da condição de emissor e receptor de informações para a posição de participante do processo de construção da mesma, com a troca de ações, con-trole sobre os acontecimentos e modificação de conteúdos. Resumindo, a inte-ratividade permite ultrapassar a condição de “espectador passivo para a condi-ção de sujeito operativo”(SILVA, 2003). O “imperativo tecnológico” impõe mudança de comportamento nas diversas áreas de atividade social, como os meios de comunicação, empresas, instituições governamentais e escolas, co-brando a mudança do modelo de instrução uniforme, garantido por um plane-jamento centralizado, para um modelo aberto para construção de possibilida-des e conhecimento a partir da troca de saberes. Não basta aparelhar a sala de aula com computadores, internet e tecnologia 3D, servindo apenas para alte-rar o velho modelo de transmissão unilate-ral, como o site estático que disponibiliza textos para leitura e não dispõe de recur-sos para a intervenção nos conteúdos, para a criação e aprendizagem conjunta.

A interatividade permite ultrapassar a condição de

“espectador passivo para a condição de sujeito operativo”.

Não basta aparelhar a sala de aula com computadores,

internet e tecnologia 3D.

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A internet e a educação

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O termo interatividade se presta às utilizações mais desencontradas e estapafúrdias, abrangendo um campo semântico dos mais vastos, que compreende desde salas de cinema em que as cadeiras se movem, até novelas de televisão em que os espectadores escolhem (por telefone) o final da história. Um terreno tão elástico corre o risco de abarcar tamanha gama de fenômenos a ponto de não poder exprimir coisa alguma. Sendo assim, é preciso atentar para o sentido depurado do termo e, aí, verificar a perspectiva de libertação da comunicação da lógica da transmissão. De fato, o computador se encontra diretamente associado ao termo exatamente porque na sua memória imagens, sons e textos são convertidos em bits, de modo a permitir qualquer tipo de manipulação e interferência, sem degradação ou perda da informação. Os objetos são virtuais, isto é, definidos matematicamente e processados por algoritmos. Vale citar um exemplo: uma cadeira sintetizada na memória de um computador é uma possibilidade genérica de cadeira, que pode ser visualizada numa tela de monitor de mil maneiras diferentes, com qualquer cor, com qualquer forma, com qualquer função narrativa no cenário, com quaisquer propriedades sonoras, dependendo, unicamente, de decisões que o usuário toma ao lidar com seus periféricos de interação. (SILVA, 2003)

O computador é uma ferramenta que serve ao modelo aberto de comunicação, permitindo que o usu-ário pratique o diálogo, da emissão e recepção. O objeto na memória do computador e as decisões do usuário são partes antagônicas e complementares, que permi-tem a experiência da criação conjunta. Quando conec-tado em rede o computador amplia as possibilidades de interação com um am-biente mais amplo, permitindo ao usuário operar múltiplas conexões. A utilização da tecnologia em sala de aula deve servir como meio para a prática de um novo modelo de educação, que permite ao aluno e professor participarem de forma conjunta do processo de criação, quebrando o paradigma da educação tradicio-nal, instrucional e unilateral, do mestre para o aluno, permitindo ao professor encontrar no tratamento da interatividade os fundamentos da comunicação, potencializando um novo ambiente de ensino e aprendizagem. Comunicar em sala de aula passa a significar: disponibilizar a participação e exploração livre e

plural dos alunos, de modo que a apropria-ção das informações, a utilização das tecno-logias de comunicação e a construção do conhecimento aconteçam como criação conjunta e não simples transmissão.

Investir em aprendizagem interativa não significa de imediato equipar a sala de aula com computadores ligados à internet. Antes ou concomitantemente, é preciso modificar o modelo cristalizado da transmissão. Nas feiras de educação e informática circula freneticamente uma multidão de gestores de escolas e de sistemas de ensino, à procura de soluções para a aprendizagem na era digital. Muitos investem em equipamentos de realidade virtual, em carteiras informatizadas conectadas ao computador do professor e à rede. Porém o essencial não é a tecnologia, mas um novo estilo de pedagogia baseado na participação, cooperação e multiplicidade de conexões entre os atores envolvidos no processo de construção do conhecimento e da própria comunicação. As tecnologias digitais, quando bem utilizadas, potencializam essa nova comunicação. (SILVA, 2003)

O computador é uma ferramenta

que serve ao modelo aberto de

comunicação.

A utilização da tecnologia em sala de aula deve servir como

meio para a prática de um novo modelo.

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Educação digital e infoinclusãoEm resposta à mobilização em várias esferas da sociedade, no sentido do de-

senvolvimento democrático da Tecnologia da Informação, buscando fazer deste advento um instrumento para a redução das distâncias sociais nas mais diversas áreas de atuação, seja econômica, proporcionando condições profissionais para que os trabalhadores das regiões menos favorecidas não fiquem ainda mais afastados das possibilidades de crescimento, ou então na área social, proporcio-nando a preservação e a troca de conhecimentos entre as tantas culturas que compõem a diversidade do povo brasileiro, podemos observar inúmeras ações promovidas para a inclusão digital em diversas regiões brasileiras, envolvendo ações bastante distintas, porém, todas voltadas para o fim comum de atender às demandas locais por recur-sos que venham trazer a essas regiões a possibilidade de acompanhar o desenvolvimento global impulsio-nado pelo desenvolvimento tecnológico.

As ações locais fazem parte do esforço global para o desenvolvimento da So-ciedade da Informação que tem como uma das orientações o desenvolvimento tecnológico para integração à era da informação, sem a perda dos saberes cul-turais das populações. Neste sentido todas as ações para infoinclusão devem ser integradas ao cotidiano das sociedades, participando da sua construção como meio facilitador e transformador a partir da possibilidade de incorporar valo-res às culturas existentes em quantidade e qualidade, contribuir no sentido da propagação dos valores tradicionais que preservam a identidade cultural dos povos. Dentre as iniciativas para a infoinclusão, as que se integram às estruturas educacionais formais, já instaladas, encontram um ambiente de convergência favorável e pronto para absorver os novos conhecimentos, pois esta é a sua vo-cação e missão.

Estabelecer uma rede digital, interligando as 182 escolas municipais, é o objetivo principal da prefeitura de Belo Horizonte, que em parceria com a iniciativa privada investe na banda larga como ferramenta de inclusão digital e social. Além de disponibilizar um conteúdo mais amplo e qualificado para o aluno, o programa Internet nas Escolas visa também aperfeiçoar a formação do professor. Quando todas as escolas estiverem interligadas, o projeto irá beneficiar um total de 186 mil alunos e 9 970 professores. Outra ação da prefeitura de Belo Horizonte é o projeto “Internet Cidadão”, que consiste na instalação de telecentros nas escolas municipais, com acesso à toda a comunidade. Entre 2003 e 2004, a prefeitura destinou R$2,5 milhões para ambos os projetos. Além disso, visando ao atendimento de vários municípios do estado, a UFMG lançou o programa “Rede de Letramento Digital e Comunicação”. O projeto comandado pelo Centro Cultural da UFMG prevê a instalação de 18 telecentros, com servidor e dez microcomputadores, operando com software livre, ligados a uma antena

Podemos observar inúmeras ações

promovidas para a inclusão digital

em diversas regiões brasileiras.

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A internet e a educação

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para conexão à internet via satélite 24 horas por dia. Também disponibiliza câmeras digitais, equipamentos de som e projetores. São parceiros nessa iniciativa a ONG Associação Imagem Comunitária e o Centro de Referência em Software Livre (Solar) da UFMG, além do Ministério das Comunicações, por meio do programa Gesac, ci tado anteriormente. Cada telecentro está orçado em R$30 mil, e o público-alvo do programa é estimado em 15 mil pessoas. Com aproximadamente 7 500 habitantes. (NAZARENO et al., 2008).

Com o desenvolvimento da educação digital, a sociedade passa a respon-der de forma mais efetiva às ações voltadas para a utilização das tecnologias mais avançadas, que no caso das TICs, tem mostrado que o avanço tecnológico combinado às políticas públicas para a democratização das oportunidades de acesso ao seu desenvolvimento, cria o ambiente apropriado para adoção das inovações que mais demandam a necessidade de conhecimento, contribuindo para a formação do já bastante propalado “capital intelectual”, que, na atualida-de, tem mais valor para as organizações, principalmente para as empresas, do que infraestrutura material, porque torna muito mais fácil e econômica a adoção das inovações, principalmente, contando com a sociedade já preparada intelec-tualmente para integrar-se ao sistema tecnológico, por meio do conhecimento.

Sud Mennucci, cidade do interior de São Paulo, inovou ao instalar uma rede municipal wireless para fornecimento de Internet gratuita. A tecnologia Wi-fi, distribuição de rede via ondas de rádio, fornece a comunidade acesso ilimitado à internet com alta velocidade. Um dos objetivos foi reduzir os custos com ligações interurbanas para provedores fora do município. A rede wireless opera em 2,4Ghz com um transmissor central capaz de enviar sinais em um raio de 15km, o que permite a utilização do serviço de qualquer ponto da cidade, seja em residências, escolas ou mesmo às margens do rio Tietê. Para ter acesso ao serviço, basta ser morador da cidade, ter computador com Sistema Operacional compatível, windows 95/98/2000/XP, Mac OS ou Linux e uma placa de rede wi reless compatível com a frequência 2,4Ghz, além de estar em dia com os tributos municipais. A inovação estimulou o uso das novas tecnologias. A cidade tem hoje mais de 500 computadores conectados em banda larga, o que representa mais de 30% dos domicílios, índice comparável ao de países desenvolvidos. (NAZARENO et al., 2008)

A administração pública, instância estratégica indispensável ao crescimento da Sociedade da Informação nos países em desenvolvimento, além de movi-mentar recursos públicos para a construção de infraestrutura e programas volta-dos para a educação e formação profissional na área da tecnologia digital, tem buscado ampliar as suas ações integrando todos os segmentos produtivos da sociedade, potencializando as possibilidades de desenvolvimento de ações so-ciais no sentido da formação tecnológica e educacional da sociedade por meio de interações institucionais com universidades, institutos de pesquisa , órgãos de fomento a pesquisa e desenvolvimento e outros, e nas parcerias público-pri-vadas, para adquirir infraestrutura tecnológica e recursos financeiros, reforçando o suprimento de meios voltados ao investimento na preparação do ambiente para o desenvolvimento das atividades próprias do universo tecnicamente aces-sível por meio das TICs.

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Um pequeno município do estado do Rio de Janeiro chamou a atenção de organismos in-ternacionais por causa da revolução digital. Com apenas 22 500 habitantes, a cidade de Piraí ga nhou prêmios por suas ações em prol da democratização do acesso à informática e à Internet. Entre as condecorações, estão o Prêmio Gestão Pública e Cidadania da Fundação Ford e FGV-SP, em 2001; a participação como representante na Cúpula Mundial da Sociedade da Informação em Genebra, em dezembro de 2003 e o Prêmio Cidades Digitais Latino-america-nas, categoria Cidades de Pequeno Porte, conferido pelo Instituto para a Conectividade nas Américas (ICA) e pela Associação Hispano-Americana de Centros de Investigação e Empresas de Telecomunicações (Ahciet). O Projeto Piraí Digital faz parte da estratégia da prefeitura de for mar uma gama de parcerias com universidades, empresas privadas, ONGs e o estado do Rio de Janeiro para implementar políticas de informatização. A idéia surgiu como uma alternativa à de missão de 1 200 trabalhadores, após a privatização da Light, maior empregador no município, em meados da década de 90. Com dezenas de parcerias, a prefeitura criou, baseada em software livre, sua estrutura de e-gov, instalou telecentros, estabeleceu redes híbridas (cabeada e sem fio) em toda a cidade e in formatizou escolas da rede pública, bibliotecas, APAE, Centros de Estudos Municipais e postos de saúde. Investiu na automação pelas vias “.gov”, “.org”, “.edu” e “.com”. Através de telecentros que es tão sendo instalados em 17 pontos da cidade, os cidadãos têm acesso gratuito à internet rápida. O Piraí Digital contou com o apoio de um consórcio de seis universidades públicas para ensino a distância, da RedeRio e de empresas privadas, como Cintra, Taho, Telemar, o BNDES, e ONGs como o Viva Rio e a Fundação Euclides da Cunha. Em fevereiro de 2004 foi inaugurada a rede SHSw (Sistema Híbrido com Suporte wireless) com uma videoconferência sobre a rede, vinculando Piraí e vários distritos do município, tornando-se um dos únicos municípios brasilei ros a dispor dessa tecnologia. (NAZARENO et al., 2008)

Embora seja evidente o valor das parcerias de uma forma geral, as parcerias público-privadas atendem ao interesse social de uma forma bem especial. Consi-derando que na sociedade pode ser formado o elemento básico do capital inte-lectual das empresas, que são as pessoas e, evidentemente, uma sociedade que pode oferecer um contingente de cidadãos preparados tecnologicamente para atuar no ambiente tecnológico digital é muito mais interessante para as empre-sas que não terão necessidade, ou precisarão investir bem menos na capacita-ção dos trabalhadores depois que estiverem fazendo parte dos seus quadros, podendo, sim, investir na melhoria da qualidade profissional e participando do ambiente competitivo com mais vantagens.

Implantado pelo governo do Ceará, o projeto “Infovias do Desenvolvimento” visa propor cionar os meios físicos, tecnológicos e de pessoal necessários à implementação do programa de ensino a distância, por meio de “estradas eletrônicas” que permitem o trânsito de informações na forma de imagem, som e texto entre diferentes regiões. O Instituto Centro de Ensino Tecnológico (Centec), ligado à Secretaria de Ciência e Tecnologia do estado, é responsável pela sua operação e manutenção. Congrega as três unidades descentralizadas dos Centros de Ensino Tecnológico de Limoeiro do Norte, Sobral e Juazeiro do Norte, e outras 40 unidades dos Centros Vocacionais Tecnológicos (CVT), que atualmente estão distribuídos em 26 municípios. Nesse projeto, pretende-se garantir o suporte para transmissão e recepção de informações via Internet ou pelo sistema de videoconferência a partir de salas instaladas na Universidade Federal do Ceará e no Instituto Centec. O Ministério da Educação financiou parcialmente a implantação do projeto das Infovias do Desenvolvimento, por intermédio de convênio assinado com o governo estadual. (NAZARENO et al., 2008)

No cenário ideal, o Estado deveria atuar como agente controlador da quali-dade no uso das TICs pela sociedade, monitorando a manutenção constante dos processos de inclusão digital, inibindo as ações voltadas para o controle corpo-

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A internet e a educação

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rativo, especulativo, sobre os benefícios socioeconômicos da tecnologia e pre-servando a sua qualidade no sentido de assegurar a boa formação do cidadão, valorizando a sua cultura, reforçando-a com o conhecimento verdadeiramente direcionado para o seu crescimento, no sentido de transformá-lo num cidadão integrado à Sociedade da Informação. Com a tecnologia de informação e comu-nicação integrada aos sistemas de ensino, o processo educacional se torna mais acessível aos grupos sociais mais afastados dos centros de desenvolvimento ur-banos, encurtando uma das distâncias reconhecidas pela Sociedade da Informa-ção que é a distância geográfica.

O governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Educação (Seduc), está implantando um programa de inclusão digital nas escolas indígenas do estado. Inicialmente, os professores são capacitados no uso da tecnologia para garantir a melhoria da qualidade da educação indígena. O programa será implantado em cinco escolas das terras indígenas Januária, nas proximidades de Santa Inês, e na aldeia Karu, nas terras indígenas de Maçaranduba, locali zadas na região do município de Alto Alegre do Pindaré. Cada escola receberá um computador com conexão à internet. Numa segunda etapa, será criado o teleposto, equipado com aparelhos de vídeo, TV e antena parabólica, que serão usados na formação continuada dos professores. Para a implantação do projeto, a Secretaria do Estado contou com o apoio da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Fundação Nacional do Índio (Funai), entre outros parceiros. No Maranhão, a presença indígena é significativa. São aproximadamente 25 mil índios que fazem parte de oito nações indígenas diferenciadas entre si, tanto cultural como linguisticamente. Atualmente a Secretaria Estadual de Educação conta com 222 escolas indígenas, 496 pro fessores, em sua maioria indígenas indicados pelas suas comunidades, 10 891 alunos indígenas matriculados em classes de alfabetização e de 1.ª a 5.ª séries do ensino fundamental. No total, somam 220 aldeias, localizadas em 15 municípios. ( NAZARENO et al., 2008)

As parcerias público-privadas foram alternativa eficiente para o desenvolvi-mento da sociedade da informação nos países desenvolvidos. Nos países em de-senvolvimento, inclusive nos Brasil, esta alternativa vem ganhando intensidade nos processos de inclusão digital.

Aliando o interesse social de inclusão à Sociedade da Informação aos interes-ses corporativos de formação profissional qualificada para o uso da tecnologia digital, buscando conciliar políticas públicas para infoinclusão à necessidade de formação do capital intelectual das empresas, o envolvimento das diversas áreas da atividade social por meio da rede mundial de computadores, quando aces-sível, promove a abertura de um leque de possibilidades que tem início com a educação tecnológica integrada à formação do cidadão já no ensino básico, dei-xando o estudante pronto para o ambiente de trabalho e para o ensino superior, no que diz respeito à formação tecnológica para o uso das TICs, considerando que o nível de ensino que tem feito maior uso das Tecnologias da Informação e Comunicação é o nível superior.

Observando que a pesquisa científica foi a pioneira no uso das TICs, mesmo antes do surgimento da internet, sendo esta uma das áreas responsáveis pelo seu

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desenvolvimento, os cursos de pós-graduação integram, naturalmente, o uso da tecnologia digital nos seus processos de produção, o que obriga aos seus agen-tes adquirir conhecimento para desempenho no uso das TICs, caso não tenham adquirido este domínio em estágios anteriores da sua formação educacional.

A principal cidade histórica do Brasil foi escolhida para um projeto amplo de parcerias para a promoção da Sociedade da Informação. Com o patrocínio de uma empresa de informática, a Intel, o Ministério da Educação está implantando em Ouro Preto (MG) projeto-piloto de banda larga sem fio (Wimax). O projeto conta também com a colaboração da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) e da prefeitura municipal. O sistema terá um raio de alcance de 50 quilômetros. Dentro da rede principal, haverá duas sub-redes que farão a conexão com escolas e com órgãos públicos. No total, cinco escolas públicas de Ensino Fundamental e Médio são interligadas pelo sis tema. Outra sub-rede conecta um telecentro, quatro secretarias de governo e uma associação de desenvolvimento comercial que serve de interface com empresas em geral. Também, apoiam o projeto a Fundação Gocieux, a Rede Nacional de Pesquisa – RNP, que promove a conexão nos pontos educacionais e a Telemar, que é a responsável pela conectividade dos órgãos públicos, telecentros e associação de desenvolvimento. (NAZARENO et al., 2008)

Texto complementar

Planejar pra quê?(NUNES, 2004)

O nível de frustração entre as escolas que investiram em processos de informatização é muito alto. Essa frustração decorre de vários fatores: desde a insatisfação com as empresas consultoras e fornecedoras de serviços até a insuficiência de recursos para a conclusão de projetos, passando pela ina-dequação da capacitação dos educadores ou, ainda, pela incompatibilidade entre as possibilidades oferecidas pela tecnologia e a proposta da escola.

Para que as expectativas dos educadores sejam satisfeitas é preciso de-fini-las com muita clareza, e só então estabelecer um plano de implantação prevendo dificuldades e definindo critérios de controle de qualidade e verifi-cação contínua da realização dos objetivos propostos inicialmente.

Todas as pessoas da escola atingidas direta ou indiretamente pela infor-matização devem participar da elaboração da proposta. Se uma empresa ex-terna é contratada para ajudar no processo, ela deve preocupar-se em ouvir e satisfazer todos os envolvidos. A escola por sua vez precisa saber contratar essa empresa, especificando claramente o que deseja.

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A internet e a educação

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Todo esse processo é bastante complicado por envolver muitas vezes mu-danças radicais no funcionamento da escola. A maioria das empresas passou por um processo semelhante de informatização para sobreviver no mundo globalizado e tem lições importantes a passar. Pode-se aproveitar também as experiências das escolas que já passaram por esse processo.

Dica de estudoCRUZ, Maria Alice. Reforma do Básico Valoriza o Ensino de Graduação. Dispo-nível em: <www.unicamp.br/unicamp/unicamp_hoje/ju/abril2004/ju249pag09.html>. Acesso em: out. 2008.

Neste texto é descrito quais os recursos que em conjunto com a tecnologia sendo a informática elemento chave, constituem em um ambiente interativo para a construção das salas de última geração, onde alunos e professores ficam conectados com o mundo, com infraestutura de ensino e aprendizagem atual.

Atividades1. Como a educação tem contribuído com o processo de globalização por meio

da internet?

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2. Por que os grupos de notícias ou newsgroups foram considerados inovações para o ensino, utilizando a internet?

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A internet e a educação

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Nesta aula estudaremos os recursos disponibilizados pela world wide web (www) que possibilitam, ou simplesmente facilitam, o desenvolvi-mento dos trabalhos em grupo, atividades coletivas realizadas em con-junto, nas mais diversas áreas da atividade social, como: atividades pro-fissionais, lazer, relacionamento humano, comércio de bens e serviços de forma geral, educação, pesquisa científica e outros. Veremos os principais procedimentos para acesso aos recursos oferecidos pela internet, como ferramentas para a produção em conjunto, buscando identificar as áreas de atividade que estes recursos melhor atendem.

Os newsgroups (grupos de discussão)A possibilidade de compartilhar os seus assuntos de interesse com um

universo ilimitado de pessoas, no ambiente virtual disponibilizado pela internet, popularizou o uso das listas de discussão para as mais diversas áreas de atividades sociais, principalmente a educação. As listas de discus-são proporcionam ao usuário acessá-las de acordo com a sua disponibili-dade de tempo, após escolher a lista que trata do assunto de seu interesse. O processo de comunicação mais comum é por e-mail, permitindo que as mensagens enviadas sejam disseminadas por toda a lista de interes-sados. Para os usuários com domínio de outros idiomas existem catálo-gos de listas na web em português, inglês, espanhol e outros. A busca por uma lista do seu interesse pode ser feita por meio de palavras-chaves, e alguns catálogos de listas mais conhecidos são: Meu Grupo, Nosso Grupo, Grupos, RedIRIS, eListas, eGroups, L-Soft, w3 Lists e Tile.

São grupos de discussão abertos em que pessoas com interesses comuns podem compartilhar informações, dúvidas e opiniões. As mensa-gens são dirigidas para um grupo de interesse e ficam disponíveis em ser-vidores1. A rede formada pelos servidores que hospedam esses grupos de discussão é denominada Usenet. Esses servidores são mantidos por insti-tuições educativas, agências governamentais, empresas ou indivíduos. O acesso à Usenet via internet é universal.1 Infraestrutura de comunicação mantida por empresa ou entidade, para que o usuário final possa acessar a internet.

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Qualquer pessoa pode enviar uma mensagem para um newsgroup. Essa men-sagem é denominada de artigo, e pode ser uma opinião sobre determinado tema, um documento esclarecendo uma questão técnica ou científica, uma pergunta ou um pedido de ajuda. O procedimento correto é colocar o artigo no grupo de interesse correspondente. Uma ou várias pessoas podem ler um artigo e res-pondê-lo, expressando sua opinião sobre aquele assunto e, por sua vez, receber várias respostas, criando o que chamamos de uma linha de assunto. É comum em determinados grupos ocorrerem várias discussões simultaneamente.

Os provedores de acesso à internet devem fornecer um endereço de news server por meio do qual podemos ter acesso à Usenet. Embora o acesso à Usenet geralmente já esteja incluído no pacote de acesso à internet, convém verificar, no momento de escolha do provedor. Se for necessário instalar e configurar um software, o provedor deverá fornecer o endereço do news server além de outras informações necessárias.

Por convenção os newsgroups foram agrupados nos seguintes grandes grupos:

biz � – assuntos relacionados a empresas ou negócios;

comp � – assuntos relacionados a computação, softwares ou hardware;

sci � – assuntos de interesse científico;

misc � – assuntos diversos, miscelânea;

soc � – atividades sociais, grupos de amigos;

talk � – assuntos diversos, conversa;

news � – notícias;

rec � – assuntos de recreação e lazer;

alt � – atividades alternativas.

Chat – conversando em tempo realO chat é parecido com uma conversa telefônica, a troca de mensagens acon-

tece em tempo real. As pessoas têm que estar ligadas ao computador, ao mesmo tempo.

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Diferente do e-mail ou newsgroups, as pessoas podem participar de um mesmo chat e como suas conversas trafegam pelas linhas da internet, podem estar em qualquer lugar do mundo. Geralmente os chats estão baseados nos mesmos computadores que servem de provedores de acesso à internet. Pode-mos acessar os servidores de chat a partir de qualquer provedor de acesso à internet.

O Internet Relay Chat – IRC é o chat mais antigo da internet. Para conectar-se ao IRC é necessário um software IRC Client, escolher um servidor e um canal para conversar. Perdeu popularidade para o MSN e Orkut e atualmente é mais usado para atividades de suporte técnico.

Os softwares de acesso ao chat ou bate-papo, encontram-se disponíveis na internet sob a forma de shareware2. O melhor lugar para encontrá-los são sites que oferecem software shareware, como o <www.shareware.com> e outros.

Para entrar num bate-papo é necessário escolher um servidor, que são os computadores que gerenciam os bate-papos.

Os sites na www que permitem conversar em tempo real são os mais populares, funcionam nos navegadores comuns e não necessitam de programas especiais. A diferença com relação ao IRC é que na web o chat está ligado a um web site. Esses chats têm poucos canais e limitam o número de pessoas em cada canal.

O ambiente multimídia da www é bem mais atrativo para os encontros virtu-ais. Em qualquer hora do dia é possível encontrar muitas pessoas participando de bate-papos, tratando dos mais diversos assuntos, desde simples conversas até assuntos de interesse comercial, científico ou atividades escolares.

A sala de bate-papo é um importante espaço no ambiente virtual para a prá-tica do ensino a distância. Nesse espaço podem ser desenvolvidas discussões sobre os mais diversos temas, de acordo com os planos de disciplinas e também podem ser realizados encontros programados para a prática das aulas.

Os canais mais popularizados atualmente são os meios de mensagem instantâ-nea, como Orkut, MSN e ICQ, que podem ser vistos como componentes fundamen-tais no processo de transformação das redes sociais, incorporando a convivência no espaço virtual à vida das pessoas em sociedade, mais usados como ambiente de convivência e expansão do círculo de conhecimentos dos usuários. Usando o ICQ ou MSN o internauta pode fazer contato com outras pessoas que estejam co-nectados à internet no mesmo instante e que tenham o programa de mensagens

2 Programa para ser utilizado sem custo inicial.

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instalado no seu computador, permitindo a troca de mensagens e arquivos, sendo a comunicação motivada por interesses comuns. Orkut é um site de relaciona-mento, mais elaborado, voltado para aproximar pessoas a partir da construção de um perfil divulgado, o que é obrigatório. Para o cadastramento no Orkut o usuário deve registrar o seu perfil, contendo informações básicas de acesso, que são obri-gatórias e informações secundárias, que são opcionais e cada usuário constrói um perfil próprio. Este perfil deve conter informações de natureza social, profissional e pessoal, envolvendo a descrição das preferências relativas às opções de lazer, gêneros musicais, vídeos e programas de TV, grau de instrução, profissão, projetos de vida, informações sobre suas características físicas e suas preferências quanto aos perfis das pessoas com quem pretende se relacionar.

Site na internetO primeiro passo para criar e disponibilizar um site

ou página na internet é ter um provedor de acesso, que normalmente acontece com a contratação dos serviços do provedor, porém, existem os provedores que ofere-cem serviços de apoio de forma gratuita e os institucio-nais que atendem aos órgãos públicos. É importante es-colher uma forma de conexão (linha telefônica, cabo, banda larga), que facilite o fluxo e a quantidade no tráfego das informações. Os provedores de acesso à internet normalmente oferecem a possibilidade de hospedagem dos sites para os assinantes e cobram pelos megabytes de espaço ocupado. Alguns provedo-res de acesso à internet oferecem a possibilidade de hospedagem de sites gra-tuitamente, porém, a contrapartida é que se esta página se tornar conhecida, transformando-se num bom veículo de marketing, o provedor terá o direito de anunciar no seu espaço. Se você fizer comércio pela página eles cobram uma porcentagem sobre o resultado no negócio. É importante avaliar o processo de manutenção e atualização do site. As melhores opções são os provedores que permitem o acesso direto ao diretório onde a página está, para que possamos atualizá-lo. Geralmente esses provedores cobram mais pela hospedagem. Várias organizações, Empresas e Instituições investem em infraestrutura e criam seus próprios provedores. As instituições de ensino têm priorizado este investimen-to. Para que possa ser encontrado na Internet o site deve ser disponibilizado nas principais ferramentas de busca e pesquisa da rede. Parte do negócio dos prove-dores de acesso à internet é a hospedagem de sites e com a sua ajuda qualquer pessoa ou organização pode criar o seu próprio site, ou página na internet. Existem

Várias organizações investem em

infraestrutura e criam seus próprios

provedores.

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alguns provedores que oferecem esse serviço de forma gratuita, como <http://br.geocities.com>. Muitas instituições têm seu próprio provedor de acesso à in-ternet, como Ministérios, Governos e Prefeituras, possibilitando a hospedagem de sites de órgãos públicos, como escolas e hospitais.

Criar um blog Tenha sua página pessoal na internet, sem precisar entender a linguagem

HTML. Os passos são os seguintes:

Acesse o site do � Weblogger Brasil (<www.weblogger.com.br>) e faça o ca-dastro de usuários novos e clique em “Criar Novo Weblog”.

Dê um nome para o seu � blog e escreva uma pequena descrição sobre ele. Nesse ponto você opta se ele ficará disponível para todos os internautas.

Escolha se vai usar o servidor do � blogger para manter o conteúdo da pá-gina ou se prefere usar um espaço próprio de FTP. Se você não o tiver, escolha a primeira opção.

Caso haja outro blog com o mesmo nome ou URL, você terá de escolher �outro nome.

Por último, escolha o � template (visual) do blog.

No final uma janela é aberta mostrando as ferramentas que o usuário dispõe para atualizar o blog.

O e­mailA comunicação documental foi drasticamente substituída pelo meio ele-

trônico de comunicação, o e-mail, que oferece rapidez, segurança sendo mais econômico. A comunicação organizacional, tanto interna quanto externa, atual-mente, é totalmente feita por meio de redes locais de computadores ou pela in-ternet, na maioria das organizações. Nas relações comerciais também foi adota-do o e-mail como principal meio de comunicação. Apenas documentos que, por questão legal, dependem da circulação de vias originais, não podem ser tratados pelo meio eletrônico de comunicação. Para as atividades acadêmicas o e-mail se tornou indispensável como auxiliar na comunicação para trabalhos em grupo, envio de material de apoio didático do professor para os alunos e a comunicação escolar de uma forma geral.

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Anexar arquivos ao e­mail Junto com o seu e-mail, você também pode enviar qualquer arquivo que

esteja em seu computador para seus amigos: textos, imagens, sons e vídeos. Para este fim selecione a opção anexar arquivos, selecione o diretório desejado, a pasta de arquivos apropriada e o arquivo que deseja anexar ao e-mail. Evite carregar a mensagem com arquivos pesados, principalmente os de imagem, porque, dependendo da capacidade de de recepção do destinatário, pode ocor-rer uma sobrecarga de informações e prejudicar a transmissão.

Assinar e­mail Para personalizar o e-mail é possível fixar informações

que serão anexadas em todos as mensagens que forem transmitidas. Este registro funciona como assinatura e pode ser composto pelo nome do usuário transmissor, razão social de empresas, título de grupos, o negócio e outros. Esta operação no Outlook Express é operada sele-cionando a opção ferramentas, depois em Opções, daí em Formato de Mensa-gem, clique em Assinaturas. Agora clique em Nova para adicionar uma assina-tura. No espaço em branco escreva tudo o que você gostaria que fosse incluído automaticamente no fim dos e-mails. Depois clique em Aplicar. Por fim, ative a opção Adicionar assinaturas em todas as mensagens enviadas. A partir daí, todas as suas mensagens já virão assinadas automaticamente. Você também pode adi-cionar qualquer arquivo com sua assinatura, uma foto, por exemplo. Cuidado para não colocar algo que seja muito pesado, ou seja, que tenha muitos kilobytes, pois isso aumentará o tempo de transmissão do e-mail, tanto para você como para quem recebe.

Começar a usar o e­mail Como qualquer outro recurso de informática, o desempenho no uso do e-mail

irá variar de acordo com o padrão de conhecimento do usuário para utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação. Com conhecimento básico de informática o usuário tem condições de explorar os recursos do e-mail e o seu desempenho será melhor a medida que domine outros recursos como, editores de texto, planilhas eletrônicas, arquivos em JPG etc, para serem veiculados pelo meio eletrônico de comunicação.

Assinar e­mail é útil nas relações

profissionais, mas qualquer

pessoa pode usar.

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Criar e­mail gratuitoExiste a possibilidade de usufruir dos serviços de e-mail gratuitos oferecidos

por alguns sites como: <www.yahoo.com.br>, <www.ig.com.br>, <www.gmail.com> e <www.itelefonica.com.br>. Não exigem do usuário contrato como as-sinante ou que seja vinculado a algum assinante com direito a cadastrar outros endereços de e-mail de forma gratuita, bastando apenas fazer o cadastro e esco-lher um nome de usuário e senha aceitos pelo sistema.

Criar grupos de e­mailUm recurso interessante para racionalizar a tarefa de enviar e-mails é a cria-

ção de grupos que podem ser cadastrado no livro de endereços do seu progra-ma de e-mails, atribuindo-lhes um título. Quando você quiser se corresponder com os integrantes do grupo fica fácil localizá-los. O importante é que o grupo seja formado por algum tipo de afinidade que indique a figura do grupo como referência para os seus componentes. O cadastramento de endereços no pro-grama de e-mail é normalmente feito para facilitar a sua localização e o procedi-mento é o seguinte: no Outlook Express, programa de e-mail mais usado, clique em Ferramentas, clique em Catálogo de endereços. No menu Arquivo clique em Novo grupo. Na caixa Nome do grupo (escola, turma do clube, galera etc.) digite o nome do grupo. Para selecionar um ou mais nomes no Catálogo de endereços, clique em Selecionar membros e vá destacando os endereços que você queira para adicioná-los ao grupo indicado.

E­mail com cópia oculta Existe a possibilidade de ser utilizado o recurso para remeça de cópia carbono

oculta – Cco, com a finalidade de preservar o endereço de outros destinatários que você não queira tornar acessível à todos. Este recurso tem como principal ob-jetivo, racionalizar o uso do e-mail, permitindo que o remetente elabore um único conteúdo e o distribua pela rede a todos os destinatários, sem a preocupação de propa-gar endereços que não tenha sido autoriza-do para fazê-lo Desta forma, também, cada destinatário não saberá que outra pessoa recebeu o mesmo e-mail, pois a cópia seguiu

Todos os endereços que você colocar em Cco não serão revelados para os

destinatários que receberem o seu e­mail.

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oculta. Ao enviar uma nova mensagem, se não estiver aparecendo o campo Cco, vá em “Exibir” no Outlook Express e acione a opção “todos os cabeçalhos”. O re-curso é útil quando você precisa mandar um mesmo e-mail para uma lista muito grande de pessoas, que não se conhecem entre si. Para preservar a privacidade de seus amigos e não revelar sua lista de endereços.

Criar uma lista de discussãoEncontrar pessoas que tenham os mesmos interesses que você fica muito

fácil quando se usa a internet. Uma das melhores maneiras para trocar ideias com pessoas que gostam das mesmas coisas que você é montar uma lista de discussão. Existem alguns sites que oferecem espaço gratuitamente para isso, como o Yahoo. Vá ao site, clique em Grupos e siga as instruções para montar sua lista de discussões. O conteúdo do grupo de discussão é alimentado pelo material enviado por e-mail, contendo arquivos de texto e multimídia e de acordo com os as-suntos de interesse dos usuários. O participação na lista de discussão pode ser livre, aberta, ou fechada, restrita aos internautas cadastrados, podendo ter um agente mediador acompanhando o desenvolvimento do grupo, exercendo algum controle sobre a qualidade do mate-rial veiculado.

Texto complementar

Uma das melhores maneiras para

trocar ideias com pessoas

que gostam das mesmas coisas que você é montar uma lista de discussão.

Groupware(PACHECO)

A internet e as comunicações entre redes de computadores vieram intro-duzir novos conceitos e uma nova filosofia das organizações e empresas. Um destes conceitos é o groupware. O groupware é um termo que resume o tra-balho de duas ou mais pessoas situadas em locais diferentes, possivelmente

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Trabalhos em equipe na internet

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muito distantes, mas que trabalham sobre os mesmos computadores onde se encontram os ficheiros e aplicações que necessitam para desenvolver pro-jectos comuns.

Para que haja groupware é necessário que exista um sistema informático de suporte ao trabalho em grupo. Estes suportes informáticos são, actual-mente, implementados com recurso à internet e suas tecnologias.

Para que se compreenda melhor este conceito, vejamos o seguinte exemplo:

Uma empresa de desenvolvimento de soluções informáticas com sede no Porto e delegações em Braga, Coimbra, Lisboa e Faro pretende lançar um produto. Para tal necessita da colaboração de alguns dos seus colaboradores situados nas várias cidades.

A sede do projecto será o Porto e será no servidor desta cidade que se en-contram as ferramentas para o desenvolvimento do produto desejado. Desta forma, os programadores das outras cidades em conjunto com os progra-madores locais deverão trabalhar sobre o mesmo servidor ou, pelo menos, usá-lo como fonte e destino dos seus ficheiros. Assim todos os módulos do novo produto estarão sempre partilhados e ao alcance de todos aqueles que pertencem ao projecto.

Poderá também acontecer que módulos específicos do produto se en-contrem em computadores das filiais. Nesse caso, estas terão que permitir o acesso remoto aos restantes elementos do grupo.

Poderá também acontecer que módulos específicos do produto se en-contrem em computadores das filiais. Nesse caso, estas terão que permitir o acesso remoto aos restantes elementos do grupo.

No fundo, o groupware sintetiza o trabalho de grupo distribuído e apoia-do por um sistema informático que recorre aos recursos da internet.

(Disponível em: <www.educare.pt>. Acesso em: 22 nov. 2004)

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Dica de estudoBITTENCOURT, Túlio Nogueira. Investigação de Novas Metodologias para o Ensino de Engenharia de Estruturas Utilizando Recursos de Multimídia Interativa. Disponível em: <www.imc.ep.usp/pesquisas/TecEdu/>. Acesso em: out. 2008.

O texto fala do desenvolvimento de cursos baseados em aulas interativas e como os meios tecnológicos podem ser utilizados em aulas expositivas, permi-tindo a participação ativa do aluno , envolvendo-o na simulação de análises. O conteúdo demonstra a aplicação da Tecnologia da Informação e Comunicação como ferramenta de apoio didático, interativo, em grupo.

Atividades1. O que é um grupo de interesse?

2. Qual a principal função do chat?

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Nesta aula, veremos o estágio de desenvolvimento do meio internet para aplicação no processo educacional, suas limitações e expectativas. Estudaremos os procedimentos operacionais de forma detalhada, para o usuário usufruir plenamente dos recursos técnicos disponíveis, podendo com esta base de conhecimento aprofundar-se no domínio operacional da ferramenta que melhor atenda às suas necessidades. Os recursos atu-almente disponíveis constituem a plataforma tecnológica que impulsiona as novas modalidades de ensino, principalmente o ensino a distância.

A multimídia na internetA tecnologia fundamental da world wide web – www é a linguagem

HTML, que permite a criação de documentos com imagens estáticas e textos, além dos hyperlinks para acesso a outros documentos.

Os usuários querem utilizar na web a total interativi-dade a que tem acesso em seus computadores, querem dispor de todos os recursos multimídia como vídeo em movimento, sons e animações. A grande dificuldade para que isto aconteça é representada pela expressão “largura da banda”.

Essa dificuldade também existe dentro do compu-tador, quando executamos um vídeo com movimen-to, usando um drive de CD-ROM de baixa velocidade: a imagem parece movimentar-se aos saltos. Na internet esse problema ainda é mais sério. As linhas telefônicas que usamos são demasiadamente lentas para os fluxos multimídia.

A tecnologia Java permite desenvolver programas independentes de plataformas. Como uma das vantagens da internet é possibilitar a interli-gação de diferentes tipos de computadores, uma linguagem independente de plataforma é ideal para a criação de programas para esse ambiente.

Largura da banda é a

medida que indica, em bits por segundo

(bps), com que rapidez os dados digitais

podem fluir dentro de

um canal de comunicação.

Utilizando a internet

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Outra linguagem, o VBScript, permite criar conteúdo interativo e multimídia em páginas web e conta com as vantagens de ser baseado no Visual Basic, uma linguagem de programação muito fácil e popular e permitir o uso de controles ActiveX para inserir, rapidamente, funcionalidade em uma página. Os controles ActiveX são uma tecnologia de componentes de software desenvolvida pela Mi-crosoft. Com ela é possível transformar rapidamente uma página web em um programa muito sofisticado, com elementos visuais, animações e outros conteú-dos multimídia ou funcionalidade de banco de dados.

Dentre outras tecnologias multimídia na web, podemos assinalar a VRML (Vir-tual Reality Modeling Language – Linguagem de Modelagem de Realidade Vir-tual), que permite a criação de mundos tridimensionais na web, o Shockwave, que permite a exibição de multimídia interativa e o RealAudio, que permite a execução de áudio em tempo real na web.

Os recursos multimídia oferecem alta capacidade de interatividade, dispo-nibilizando meios para o desenvolvimento de projetos nas áreas educacional, cultural e científica, além de uma excelente ferramenta de marketing, que pode ser utilizada para fins comerciais e sociais.

Existem sites na internet que só podem ser acessados a partir da aquisição do CD-ROM destinado a este fim, habilitando o usuário para participar da constru-ção , de forma interativa, do conteúdo a ser explorado e desenvolvido. Esta inte-ratividade busca promover a produção e manutenção de banco de dados, for-mação de acervo documental por meio de textos, vídeos e fotos sobre determinado tema de interesse de alguns segmentos da sociedade e, que podem ser voltados também, para dar suporte a pesquisas documentais, além de pro-mover a valorização de áreas de interesse por meio da divulgação como, por exemplo, conscientização sobre a importância da preservação de patrimônios históricos e culturais. Existem vários projetos desen-volvidos com a multimídia alguns exemplos são museus virtuais, medicina virtual, sites sobre nutrição, legislação, educação, enciclopédias virtuais e outros, que além de prestar informação aos usuários, muitos abrem espaço para a interatividade, construindo de forma dinâmica o acervo de materiais que os tornam cada vez mais consistentes e interessantes.

O CD-ROM multimídia é um excelente meio de divulgação, pois pode permi-tir a interatividade dos interessados, participando ativamente da apresentação

Existem vários projetos

desenvolvidos com apoio da multimídia ou com a multimídia

como um dos seus principais recursos.

A telefonia pela internet é uma realidade que integra a nova

tecnologia a uma das práticas mais antigas

de comunicação.

Linguagens e Códigos

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Utilizando a internet

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Outra linguagem, o VBScript, permite criar conteúdo interativo e multimídia em páginas web e conta com as vantagens de ser baseado no Visual Basic, uma linguagem de programação muito fácil e popular e permitir o uso de controles ActiveX para inserir, rapidamente, funcionalidade em uma página. Os controles ActiveX são uma tecnologia de componentes de software desenvolvida pela Mi-crosoft. Com ela é possível transformar rapidamente uma página web em um programa muito sofisticado, com elementos visuais, animações e outros conteú-dos multimídia ou funcionalidade de banco de dados.

Dentre outras tecnologias multimídia na web, podemos assinalar a VRML (Vir-tual Reality Modeling Language – Linguagem de Modelagem de Realidade Vir-tual), que permite a criação de mundos tridimensionais na web, o Shockwave, que permite a exibição de multimídia interativa e o RealAudio, que permite a execução de áudio em tempo real na web.

Os recursos multimídia oferecem alta capacidade de interatividade, dispo-nibilizando meios para o desenvolvimento de projetos nas áreas educacional, cultural e científica, além de uma excelente ferramenta de marketing, que pode ser utilizada para fins comerciais e sociais.

Existem sites na internet que só podem ser acessados a partir da aquisição do CD-ROM destinado a este fim, habilitando o usuário para participar da constru-ção , de forma interativa, do conteúdo a ser explorado e desenvolvido. Esta inte-ratividade busca promover a produção e manutenção de banco de dados, for-mação de acervo documental por meio de textos, vídeos e fotos sobre determinado tema de interesse de alguns segmentos da sociedade e, que podem ser voltados também, para dar suporte a pesquisas documentais, além de pro-mover a valorização de áreas de interesse por meio da divulgação como, por exemplo, conscientização sobre a importância da preservação de patrimônios históricos e culturais. Existem vários projetos desen-volvidos com a multimídia alguns exemplos são museus virtuais, medicina virtual, sites sobre nutrição, legislação, educação, enciclopédias virtuais e outros, que além de prestar informação aos usuários, muitos abrem espaço para a interatividade, construindo de forma dinâmica o acervo de materiais que os tornam cada vez mais consistentes e interessantes.

O CD-ROM multimídia é um excelente meio de divulgação, pois pode permi-tir a interatividade dos interessados, participando ativamente da apresentação

Existem vários projetos

desenvolvidos com apoio da multimídia ou com a multimídia

como um dos seus principais recursos.

A telefonia pela internet é uma realidade que integra a nova

tecnologia a uma das práticas mais antigas

de comunicação.

do conteúdo, de acordo com a sua motivação. Existe ainda, a possibilidade de, por meio do CD-ROM, serem conectados determinados sites , com o uso de senha, para ter acesso à áreas exclusivas, com fins comerciais ou promocionais. O desenvolvimento tecnológico tem produzido ino-vações que potencializam, cada vez mais, os recursos para aplicação da multimídia na internet. A praticida-de, capacidade de armazenamento e processamento de dados proporcionada e a facilidade de conectivi-dade possibilitadas pelos dispositivos de mídia player disponíveis no mercado vêm promovendo a conver-gência digital, integrando o uso da internet aos siste-mas tradicionais de comunicação.

A telefonia pela internet é uma realidade que integra a nova tecnologia a uma das práticas mais antigas de comunicação por meio do uso da tecnologia e atual-mente, a telefonia móvel recorre à rede mundial de computadores, a internet, para oferecer soluções que passaram a ser diferencial de qualidade na oferta de produtos e serviços de comunicação por parte das operadoras de telefonia e os fabricantes de aparelhos celulares, estes recursos de multimídia, transmissão de som imagem e texto, transformaram os aparelhos de telefonia celular em equipamentos de solu-ções tecnológica para a comunicação, tornando-os em meio de acesso a todos os serviços oferecidos pela telefonia fixa além da facilidade proporcionada pela porta-bilidade e a tecnologia digital, comunicando por meio de som e imagem, além de solução para acesso à produtos e serviços disponibilizados pela internet.

Com a propagação dos meios de conexão de maior capacidade de transmis-são de dados, como a banda larga e o sistema wireless, conexão sem fio, surge o straming, fluxo de mídia, que funciona com a reprodução imediata das informa-ções em mídia pela rede, sem a necessidade de processamento das informações, bastando a execução do software de mídia player para a recepção da transmis-são, semelhante ao sistema de rádio e televisão. Este sistema de comunicação, que permite a transmissão e reprodução de mídias de forma instantânea, atende às tentativas de proteção dos direitos autorais sobre o material veiculado.

Outros serviços na internetA rede mundial de computadores disponibiliza, além dos outros serviços que

já citamos, o FTP (File Transfer Protocol – Protocolo de Transferência de Arquivos), que permite trazer para o seu computador arquivos gravados em outros com-

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putadores e mandar arquivos para outros computadores. Para isso, ao abrir uma conta em um provedor de acesso ganhamos uma pasta ou diretório a ser acessa-do por meio de senha. Podemos conectar-nos por FTP com o servidor e guardar alguns arquivos naquele diretório, que ficarão protegidos por senha, a mesma usada para acessar a internet. Abrindo o diretório, podemos trabalhar como se estivéssemos usando um disco de nossa máquina. Uma das vantagens é a possibilidade da troca de arquivos sem a necessidade da conexão direta entre dois computadores, com seus respectivos modems ligados simultaneamente. Basta combinar um diretório em um servidor para a troca de arquivos. O único inconveniente nessa operação pode ser a necessidade de compartilhar a senha de acesso ao provedor. Muitos provedores criam nos seus servidores uma área pública em que qualquer pessoa pode entrar fazendo uma conexão anônima, os arquivos podem ser acessados por qualquer usuário da rede.

Uma prática usual é reservar essa área comum para fazer um banco de softwares. Muitos provedores fazem isso, disponibilizando programas que podem ser úteis aos usuários da internet.

Um outro serviço disponibilizado na internet é o Gopher, usado para arquivos de texto. Funciona como um banco de dados, não comporta hipertexto e, dessa forma, não permite saltar de um documento para outro usando palavras-chave. É uma ferramenta de pesquisa em arquivos de texto e ideal para quem procura informações escritas, como documentos, teses e outros.

O Gopher facilita o trabalho com grandes volumes de texto, pois não precisa ser convertido em HTML ou em qualquer outra linguagem para ser colocado em um servidor. É usado por muitas universidades e bibliotecas.

Verônica é uma rede de servidores Gopher espalhados pelo mundo. Em uma única busca nessa rede é possível obter resultados de pesquisa em computado-res de várias partes do mundo.

Telnet é um outro serviço disponibilizado pela internet. Com ele podemos conectar um outro computador e trabalhar como se ele estivesse na nossa frente. A tela do computador conectado passa a aparecer na janela de Telnet em nosso computador e podemos manipulá-lo facilmente. Para utilizá-lo, é neces-sário conhecer o sistema operacional do computador que estamos conectando. Normalmente o Telnet é usado apenas por servidores, pois o computador co-nectado pode ser vasculhado, envolvendo problemas de segurança.

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Podemos contar, também, com o chamado “banco de software”, que é uma área de livre acesso, onde são disponibilizados softwares que podem ser copia-dos gratuitamente.

Ao ter acesso aos serviços disponibilizados por meio da internet, o usuário deve ter conhecimento dos recursos que podem ser utilizadas para um bom desempenho, além dos dispositivos de segurança que podem ser necessários, dependendo do nível de interatividade que ele pretenda estabelecer. Ao rea-lizar compras pela internet é importante certificar-se que a oferta dos produ-tos esteja sendo feita por empresas reconhecidamente idôneas ou que sejam credenciadas por um portal de negócios conhecido no comércio eletrônico e a forma mais segura de realizar pagamentos é por meio de boletos bancários, que não envolve a circulação dos dados pessoais do comprador. Ao usar cartão de crédito para pagamento o cuidado deve ser maior e a garantia da operação fica por conta da credibilidade inspirada pelo credor. Um mecanismo de segurança usado para aumentar a garantia das transações via internet é o cadastramento do cliente no site da organização. Este dispositivo também é utilizado para per-mitir o acesso de áreas reservadas em sites, filtrando a participação dos usuários por um processo de certificação ou qualificação a partir dos dados informados.

Alguns recursos conhecidos para racionalizar o uso da rede, que não custa lem-brar são: manter a sua lista de favoritos atualizada para ter acesso rápido às páginas de sua preferência; utilizar a lista de favoritos para disponibilizar páginas sem que esteja conectado à internet, somente para leitura, contribuindo para o descon-gestionamento da rede; instalar e manter atualizados programas de mídia player para acompanhar o desenvolvimento dos produtos disponibilizados no mercado, sendo que alguns programas podem ser obtidos gratuitamente, fazendo download, como o windows Media Player da Microsoft e o QuikTime da Apple. O RealPlayer da RealNetwork tem que ser adquirido por assinatura.

windows Media Player: <www.microsoft.com/windows/windowsmedia/ �download>.

QuickTime: � <www.apple.com/br/quicktime>.

RealPlayer: <www.realguide-br.real.com � >.

Outro procedimento necessários para garantir um bom desempenho no acesso à rede, tanto no que se refere à agili-dade quanto por questões de segurança, é a atualização no

Atualizar o seu navegador é uma questão de segurança.

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navegador, o programa de acesso à internet. As atualizações normalmente são feitas automaticamente, ao conectarmos a rede e, também existe a possibilida-de das atualizações serem solicitadas utilizando o link (update) apropriado para atualização do programa de navegação. Em último caso, existe a possibilidade de acessar o site do fabricante e obter todas as informações desejadas sobre o produto.

Mozilla (Firefox): <www.mozilla.com/firefox/>. �

Microsoft (Internet Explorer): <www.microsoft.com/windows/ie_intl/br/>. �

Netscape: <channels.netscape.com/ns/browsers/download.jsp>. �

Para evitar perder tempo localizando endereços eletrônicos de sites já visita-dos, desviando o objetivo final do seu contato com o meio de comunicação, que é o acesso às suas soluções, recorra a lista de sites visitados e gravados na barra de endereços.

Guarde no seu navegador de internet os sites que você mais gosta para poupar o trabalho de digitação dos endereços e crie pastas para reunir sites sobre um mesmo tema. Programe o seu navegador para iniciar a internet com o seu site preferido para ter acesso mais rápido aos recursos que você mais utiliza na internet. Use o histórico do navegador, programando-o para um tempo razo-ável, de acordo com a capacidade do seu equipamento.

Conhecendo os recursos disponibilizados pela internet e dominando as ferra-mentas de acesso, o usuário tem a possibilidade de substituir diversas atividades que anteriormente demandavam grande parte do seu tempo para serem execu-tadas. Um dos serviços disponíveis pela internet que rapidamente foi incorpora-do à vida do cidadão habilitado para o uso da Tecnologia da Informação e Comu-nicação, foi o serviço bancário, que permite ao usuário fazer a grande maioria das operações por meio da rede, contando com a segurança da certificação digi-tal, do cadastro de computadores conectados pelo sis-tema bancário e a atualização dos softwares de segu-rança. O acesso aos serviços públicos por meio da internet, tem contribuído de forma determinante para o bom desempenho das suas atividades, como por exemplo, a receita federal, recebendo declarações de rendimento e disponibilizando informações pela inter-net. Por meio da rede mundial de computadores é possível acompanhar o andamento de processos jurí-

O acesso aos serviços públicos por meio da internet, tem contribuído de

forma determinante para o bom

desempenho das suas atividades.

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dicos, obter certidões em cartórios, acompanhar processos junto a Previdência Social, fazer inscrições em concursos públicos, acessar órgãos responsáveis pela habilitação de motoristas e licenciamento de veículos e outros serviços.

O universo das atividades que são desenvolvidas por meio da rede mundial de computadores na área acadêmica e da pesquisa científica é dos mais signifi-cativos, considerando-se a Tecnologia da Informação e Comunicação imprescin-dível ao desenvolvimento da educação na era da informação.

O computador conectado substituiu as listas de te-lefones e catálogos de endereços, pois pela internet, conectamos a Empresa de Correios e Telégrafos e, por meio do seu site, podemos ter acesso aos mapas dinâ-micos de localização de endereços, além da identifica-ção dos códigos de endereçamento postal – CEP, além de podermos acompanhar o andamento das correspon-dências registradas. Outro serviço relevante realizado com apoio da Tecnologia da Informação e Comunicação utilizando a internet para melhorar o seu desempe-nho é na área de segurança pública, contando com informação em tempo real sobre os registros de ocorrências e obtenção de informações para as atividades investigativas. Para os investidores no mercado de ações a internet proporciona uma excelente opção operacional na realização dos seus negócios. Ao comércio, a rede oferece serviços imprescindíveis, como a possibilidade de consulta ao ser-viço de proteção ao crédito - SPC e consulta de cheques sem fundos e protesto de títulos. Outro serviço útil para o cidadão é a possibilidade de consultar os preços dos remédios e medicamentos genéricos pela internet acessando o site: <www.consultaremedios.com.br>. Para os usuários dos transportes aéreos a possibilida-de de consultar os horários dos voos, aeroportos de partida e de chegada, pode ser interessante. O cidadão, na qualidade de consumidor, pode ter acesso ao “guia de lojas virtuais do comércio eletrônico no Brasil”, por meio da internet.

Internet nas instituiçõesA sociedade amparada pelas instituições necessita do aparelhamento das

mesmas para ter suas necessidades atendidas. Com o desenvolvimento tecno-lógico do ambiente global, a educação emerge como instituição prioritária nas políticas governamentais voltadas para a assistência social o desenvolvimento nacional. No Brasil, dentre as várias ações em andamento, voltadas para a inclu-são digital da sociedade e o desenvolvimento industrial na área das TICs, desta-

O computador conectado

substituiu as listas de telefones

e catálogos de endereços.

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ca-se o “Programa Nacional de Tecnologia Educacional – ProInfo”, integrado ao “Plano de Desenvolvimento da Educação – PDE”.

O programa prevê a preparação de jovens e adultos para o mercado de traba-lho, agregando a educação digital à sua formação. O programa envolve a dissemi-nação do uso pedagógico das tecnologias da informação e comunicação na rede pública de educação básica. Estabelece ações integradas entre a União, Estados e Municípios, ficando por conta dos Estados e municípios a garantia da infraestrutu-ra necessária, com a capacitação de Recursos Humanos e suporte técnico para a manutenção das instalações. A União participa com a gestão do projeto, forneci-mento de infraestrutura, hardware e software, e a capacitação de recursos huma-nos, incluindo professores, para qualificá-los de acordo com os novos recursos tecnológicos. Os Estados e Municípios , para estarem aptos ao programa, devem ter nas suas políticas pedagógicas, a participação das Tecnologias da Informaçao e Comunicação. O “ProInfo” prevê o processo de inclusão digital da rede pública de educação básica até 2010, envolvendo a formação de alunos e a capacitação de professores e dirigentes das Instituições públicas de ensino. Na área da saúde a participação das TICs tem sido muito valorizada em função da importância da informação para os sistemas públicos de saúde, tanto pela quantidade de informa-ções processadas quanto pela capacidade de trans-missão destas informações para a produção de indica-dores de informação em saúde.

Os sistemas de informação processados por meio da rede mundial de com-putadores alimentam bancos de dados como o “Cadastro Nacional de Estabele-cimentos de Saúde - CNES”, do Ministério da Saúde, produzindo indicadores que propiciam a produção de relatórios sobre a capacidade instalada de equipamen-tos para assistência a saúde, por região, assim como a distribuição nacional da co-bertura de serviços especializados, relatórios de atendimentos prestados, relató-rios de produtividade por unidade assistencial, oferta de leitos por especialidade e disponibiliza a ficha cadastral de cada unidade assistencial, fornecida CNES.

Outros indicadores importantes para a gestão do sistema de saúde são dis-ponibilizados, em meio eletrônico pela internet, através do “Caderno de Infor-mação em Saúde” produzido pelo Ministério da Saúde, divulgando indicadores como o número e proporção de unidades de atendimento à saúde, por tipo de unidade e por tipo de prestador de serviço, que pode ser público, privado, ou de saúde suplementar, no caso da cobertura feita por planos e seguros saúde. Informa também, a distribuição percentual das internações por grupo de causa e faixa etária, informa sobre indicadores de nascimento, número de internações

O ProInfo prevê o processo de inclusão

digital da rede pública de educação

básica até 2010.

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efetivadas pelo Sistema Único de Saúde – SUS, discriminando o seu valor médio, tempo médio de permanência das internações, número de óbitos e taxa de mor-talidade por especialidade.

Estes indicadores disponibilizados para acesso pela internet mostram como a área da saúde tem incorporado a tecnologia da informação e comunicação de forma indiscutivelmente produtiva nos seus processos de gestão.

Negócios na internetA utilização da Tecnologia da Informação e Comunicação disponibilizada pela

internet representa, atualmente, um diferencial tecnológico determinante para o desempenho dos negócios. O uso dessa tecnologia possibilita às organizações competirem num ambiente no qual as possibilidades estão postas de forma demo-crática, proporcionando aos grandes e pequenos empreendimentos as mesmas possibilidades de acesso, dependendo apenas da capacidade de aproveitamento proporcionada pelo domínio sobre as ferramentas disponíveis. Para isso, o investi-mento na formação de capital intelectual, ou seja, no aumento de conhecimento das pessoas sobre o assunto, vem sendo a grande prioridade das organizações.

As vantagens oferecidas envolvem: o seu alcance universal, que representa a possibilidade da atuação no mercado global; estabelece uma relação mais rápida entre empresas e clientes, facilitando o desenvolvimento dos negócios; o baixo custo, reduzindo despesas com divulgação e comercialização de pro-dutos e serviços (e-commerce1).

O marketing eletrônico (e-marketing) ocupa um espaço especial no processo de concorrência entre os mais diversos tipos de negócios. Os sites para divulgação e comercialização de produtos travam intensa concorrência pela qualidade e eficácia e buscam atingir os consumidores de produtos e serviços, oferecendo: facilidade de acesso, simplicidade de comunicação e credibilidade por meio da segurança.

Os negócios na internet não envolvem apenas a atividade comercial. Pode-mos encontrar instituições voltadas para a melhoria do ambiente de negócios, buscando preparar a sociedade para um melhor desempenho tanto na posição de empreendedores como consumidores. Encontramos na rede uma farta quan-tidade de cursos oferecidos para a gestão de negócios. O Sebrae, além de cursos voltados para a formação de empreendedores, disponibiliza no seu site informa-ções e serviços de interesse para pequenas e médias empresas.

1 Comércio eletrônico.

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O futuro da web está diretamente condicionado ao desempenho do sistema de transmissão de dados. Com o aumento de oferta dos meios de comunicação por cabo, banda larga e outros, os recursos multimídia passam a ser utilizados com mais facilidade, proporcionando mais recursos aos profissionais de comu-nicação, usuários da mídia eletrônica.

Na prática, os negócios na internet abriram espaço para transações numa nova praça, muito mais abrangente, o ambiente global, novas organizações surgiram, adaptadas a esta nova realidade, as organizações virtuais, e outras já existentes buscaram se adaptar para usufruir das possibilidades disponíveis no ambiente virtual. Desta forma, encontramos organizações comerciais tradicio-nais oferecendo seus produtos na internet, inclusive ampliando o seu catálogo de produtos, porque no espaço virtual não existe a exigência de investimento em espaço físico para exposição dos produtos, porém exige estratégia logística para atender aos clientes com segurança e qualidade.

Empresas tradicionais no ramo de eletrodoméstico, montadoras e reven-dedoras de automóveis, livrarias, lojas de conveniências, papelarias, e muitos outros tipos de negócios são colocados à disposição dos clientes usuários da rede mundial de computadores, que passaram a ter, no espaço virtual, a como-didade de buscar os produtos que melhor lhes atenda.

Na área da educação, os negócios via internet são uma realidade em pleno desenvolvimento, pois à medida que a sociedade da informação vai ganhando espaço as atividades com vocação natural para o aproveitamento dos meios de comunicação vão sendo percebidas e utilizadas. O ensino virtual e a tecnologia da informação e comunicação, como instrumentos de apoio pedagógico são realidades já incorporadas à cultura da sociedade moderna.

Na área da saúde, a informática médica veiculada pela Tecnologia da Infor-mação e Comunicação criou o espaço que deverá ser ocupado gradativamente, à medida que o ensino médico for incorporando na formação profissional, de forma efetiva, a qualificação para o uso das TICs, como parte da formação pro-fissional. Atualmente, encontramos no ambiente virtual serviços de assistências disponíveis pela informática médica, envolvendo o encaminhamento de resulta-dos de exames e diagnósticos por e-mail, a transmissão de imagens digitais em radiologia, tomografia e ressonância magnética, com a utilização do protocolo DICOM – “Digital Imaging Communications in Medicine”.

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Texto complementar

Decreto n.º 6.300, de 12 de dezembro de 2007.

Dispõe sobre o Programa Nacional de Tecnologia Educacional – ProInfo.

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea “a”, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei n.o 10.172, de 9 de janeiro de 2001.

Decreta:

Art. 1.o O Programa Nacional de Tecnologia Educacional – ProInfo, exe-cutado no âmbito do Ministério da Educação, promoverá o uso pedagógico das Tecnologias da Informação e Comunicação nas redes públicas de educa-ção básica.

Parágrafo único. São objetivos do ProInfo:

I - promover o uso pedagógico das Tecnologias da Informação e Comuni-cação nas escolas de educação básica das redes públicas de ensino urbanas e rurais;

II - fomentar a melhoria do processo de ensino e aprendizagem com o uso das Tecnologias da Informação e Comunicação;

III - promover a capacitação dos agentes educacionais envolvidos nas ações do Programa;

IV - contribuir com a inclusão digital por meio da ampliação do acesso a computadores, da conexão à rede mundial de computadores e de outras tecnologias digitais, beneficiando a comunidade escolar e a população pró-xima às escolas;

V - contribuir para a preparação dos jovens e adultos para o mercado de trabalho por meio do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação; e

VI - fomentar a produção nacional de conteúdos digitais educacionais.

Art. 2.o O ProInfo cumprirá suas finalidades e objetivos em regime de co-laboração entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, me-diante adesão.

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Art. 3.o O Ministério da Educação é responsável por:

I - implantar ambientes tecnológicos equipados com computadores e re-cursos digitais nas escolas beneficiadas;

II - promover, em parceria com os Estados, Distrito Federal e Municípios, programa de capacitação para os agentes educacionais envolvidos e de co-nexão dos ambientes tecnológicos à rede mundial de computadores; e

III - disponibilizar conteúdos educacionais, soluções e sistemas de informações.

Art. 4.o Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que aderirem ao ProInfo são responsáveis por:

I - prover a infraestrutura necessária para o adequado funcionamento dos ambientes tecnológicos do Programa;

II - viabilizar e incentivar a capacitação de professores e outros agentes educacionais para utilização pedagógica das Tecnologias da Informação e Comunicação;

III - assegurar recursos humanos e condições necessárias ao trabalho de equipes de apoio para o desenvolvimento e acompanhamento das ações de capacitação nas escolas;

IV - assegurar suporte técnico e manutenção dos equipamentos do am-biente tecnológico do Programa, findo o prazo de garantia da empresa for-necedora contratada.

Parágrafo único. As redes de ensino deverão contemplar o uso das Tecno-logias da Informação e Comunicação nos projetos político-pedagógico das escolas beneficiadas para participarem do ProInfo.

Art. 5.o As despesas do ProInfo correrão à conta das dotações orçamentá-rias anualmente consignadas ao Ministério da Educação e ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação - FNDE, devendo o Poder Executivo com-patibilizar a seleção de cursos e programas com as dotações orçamentárias existentes, observados os limites de movimentação e empenho e de paga-mento da programação orçamentária e financeira definidos pelo Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão.

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Art. 6.o O Ministério da Educação coordenará a implantação dos ambien-tes tecnológicos, acompanhará e avaliará o ProInfo.

Art. 7.o Ato do Ministro de Estado da Educação fixará as regras operacio-nais e adotará as demais providências necessárias à execução do ProInfo.

Art. 8.o Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 12 de dezembro de 2007; 186.o da Independência e 119.o da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA

Fernando Haddad

Dica de estudoFELIPINI, Dailton. A Internet e as Novas Regras do Jogo. Disponível em: <www.e-comerce.org.br/Artigos/e-comerce_novas_regras.htm>. Acesso em: out. 2008.

O texto descreve sobre a evolução do comércio eletrônico, o e-commerce, suas vantagens e a crescente demanda do público por esta forma de comprar, que gradativamente vem conquistando a confiança do consumidor e atraindo os seguimentos mais conservadores do mercado.

Atividades1. O que você entende por FTP – File Transfer Protocol?

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2. Quais as vantagens oferecidas pelo comércio eletrônico?

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Nesta aula, veremos como o desenvolvimento tecnológico tem influen-ciado na aplicação do computador como ferramenta didática.

O desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) proporciona, a cada dia, um acesso maior à informação para a cons-trução do conhecimento: a janela deste universo é o computador. Com o advento da microinformática e a sua popularização, em função do encur-tamento das distâncias para o contato, observamos que o uso do compu-tador como tecnologia cognitiva torna-se impe rativo, considerando que esta ferramenta, além da aplicação como material didático, passa a ser de suma importância na formação do estudante para a sua vida profissional. O computador já faz parte da nossa cultura.

O contato com o universo da Tecnologia da Informação requer do in-divíduo uma formação que não se limita ao domínio dos meios técnicos. A educação para o seu uso também envolve a formação do cidadão, para que ele venha a fazer desta tecnologia um instrumento em prol da melho-ria da qualidade de vida na sociedade e, para isso, a escola é o local mais adequado para os primeiros contatos.

O acesso a informação liberta o jovem, dando a possibilidade de es-tender sua visão sobre um universo infinito de possibilidades e, por isso, é de fundamental importância que a escola esteja preparada para abrir as portas deste universo, preservando a educação,a boa formação do estu-dante, com o auxílio da tecnologia.

Estratégias de implantaçãoA informatização de uma escola envolve muitos aspectos técnicos,

porém, não podemos perder o foco principal, que é o ensino. Para garan-tir um bom resultado neste empreendimento, é fundamental cuidar para que haja uma perfeita integração entre o pessoal técnico e o pessoal da área pedagógica.

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Os laboratórios de informática precisam ter equipamentos em número com-patível com a expectativa de utilização e os computadores devem ser interliga-dos, formando uma rede local (LAN), de preferência com software que permita ao professor acompanhar as atividades desenvolvidas em qualquer computador do laboratório, a partir do seu computador.

É importante ter instalado, num servidor central da rede, o software utiliza-do nas estações, porém, cada computador precisa, também, dispor do drive de CD/DVD-ROM, disco rígido local (HD) e porta USB – Universal Serial Bus, para ser utilizada nos mais diversos tipos de conexões e que tornou obsoleto o uso de disquetes, substituídos pelo USB flash drive, mais conhecido como pen drive, dis-positivo portátil de armazenamento de dados. O dispositivo de conexão USB faz parte da configuração obrigatória dos microcomputadores atuais, indispensável para o desempenho nos laboratórios de informática, pois facilita a conexão da maioria dos dispositivos periféricos, servindo até para a formação de redes locais por meio de cabeamento USB adaptado. Permite a substituição dos acessórios sem que seja necessário interromper o funcionamento do computador, como teclado, mouse, impressora, mp3/4/5 player, HD externo e outros, que poderão ser utilizados pelos alunos e professores quando necessário.

É fundamental o controle sobre o risco iminente de contaminação por vírus de programas e, para isso, é necessário o emprego de programas antivírus ade-quados e atualizados.

O ideal é que seja disponibilizado um microcomputador para cada dois alunos, encorajando o intercâmbio e o trabalho em conjunto e que também exista espaço para eventuais reuniões de grupos maiores em torno de um único computador.

A segurança do laboratório de informática deve ser alvo de atenção na fase de implantação, principalmente na instalação dos equipamentos e sistemas de alimentação elétrica. A instalação das fontes de alimentação ininterruptas, mais conhecidas como NO-Break, são indispensáveis porque preservam a integrida-de dos aparelhos contra distúrbios no fornecimento de energia elétrica e são muito valiosos para o desenvolvimento das atividades na área, dando garantia de continuidade ao funcionamento dos equipamentos preservando a produção do material em andamento.

Outro fator muito importante na fase de implantação é a supervisão técnica, feita por profissionais, no sentido de corrigir e adaptar o sistema desde o geren-ciamento da rede até o funcionamento de cada unidade operacional. Durante

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a implantação deve ser formado o contingente local que será responsável tec-nicamente pelo funcionamento do sistema após a implantação , estes recursos humanos normalmente são compostos por professores com aptidão para tecno-logia da informação, funcionários treinados, e estudantes com grau de conheci-mento para desenvolver monitoria na área de informática.

Um dos fatores da maior importância a ser considerado na fase de instalação de uma estrutura de informática é o financeiro, pois envolve os gastos com a im-plantação propriamente dita, em que não podemos deixar de considerar a relação custo-benefício, é imprescindível o dimensionamento exato do padrão de solu-ções desejado, para que não haja um superdimensionamento de recursos, o que levaria a instalação de uma estrutura acima do necessário, e seria subaproveitada a um custo excessivo, ou então o subdimensionamento, que resultaria na instalação de uma estrutura abaixo das expectativas, destinada ao abandono, com desper-dício de recursos. Outro fator importante é o custo de manutenção da estrutura e neste sentido é recomendável, sempre que possível, optar por soluções não pro-prietárias, que permitam ao usuário fazer atualizações e melhorias com recursos disponíveis no mercado ou até de forma gratuita, como é o caso da utilização do sistema operacional Linux, com propagação apoiada por projeto do Ministério da Educação, ProInfo, lançando e distribuindo o “Linux Educacional”.

Otimização dos meiosDurante uma aula, o professor poderá utilizar o equipamento para apre-

sentar conteúdos multimídia, que podem estar num computador local ou dispo-níveis no servidor da rede, para isso é necessária a instalação de um computador em cada sala de aula interligados à rede local. Os professores também podem usar o computador para enviar dados dos alunos para um servidor central. É recomendável ter na sala de aula o material necessário para projetar a tela do computador (datashow), para que possa ser melhor visualizada pelos alunos.

Softwares de videoconferência podem ser utilizados pra debates entre alunos de diferentes salas. Este recurso também pode ser usado em rede interna de televisão, quando for necessário falar com alunos de uma determinada sala ou todos os alunos da escola, simultaneamente.

A conexão à internet é fundamental nos projetos de informatização das escolas. Dependendo da previsão do número de acessos simultâneos pode haver a neces-sidade de um tipo de conexão especial, utilizando uma linha telefônica privativa

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de alta largura de banda e um contrato específico com um provedor de acesso. No caso das redes locais, geralmente um computador é ligado à internet, funcionan-do como servidor de acesso para todos os outros computadores da rede local.

Além de ensinar o uso do computador e de programas, o laboratório de in-formática também é um espaço para complementar o aprendizado de todas as disciplinas do currículo e para isso é necessário formar e manter atualizada uma biblioteca de CD-ROMs.

Os computadores e programas ainda são sujeitos a falhas de diversas natu-rezas, sendo importante manter um ou mais profissionais da área técnica per-manentemente na escola. Em instalações pequenas, um único profissional de suporte pode dar conta dos problemas de software, hardware e rede, funcionan-do como consultor para os professores. Em instalações maiores, pode haver a necessidade de um profissional para cada uma dessas funções, ou de equipes técnicas ainda maiores.

Como alternativa de segurança, podemos utilizar as chamadas estações disk-less, que é formada por microcomputadores sem disco rígido (HD), evitando assim a contaminação por vírus e o uso de programas indesejáveis na escola. Todo o armazenamento de programas e dados é feito em um servidor da rede.

Com a Tecnologia da Informação e Comunicação em constante expansão é necessário estar atento para a oferta de soluções e benefícios que se apresentam a cada instante, exigindo dos ambientes de formação tecnológica constante atu-alização. Neste sentido a melhor maneira de acompanhar o desenvolvimento da tecnologia é procurar tirar o melhor proveito da capacidade instalada existente, permanecendo na ponta do processo, esgotando a sua capacidade e criando ex-pectativa por novas soluções, ou seja, produzindo conhecimento para absorver o avanço da tecnologia.

Atualmente, as possibilidades da combinação dos vários meios tecnológicos de informação e comunicação fomentam o surgimento de ambientes produzi-dos para buscar o melhor aproveitamento desta convergência tecnológica e um dos resultados desta busca é o surgimento da sala de aula interativa, conside-rando-se a interação possibilitada pelo uso das TICs. Este conceito de interação ainda está sendo absorvido pela comunidade acadêmica, pois observamos que a tecnologia proporciona o ambiente adequado para a interação, esperando que o corpo docente seja qualificado, por meio de treinamento técnico e didá-tico para se relacionar com a tecnologia e absorver o novo comportamento ne-

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cessário à verdadeira interação. Este novo comportamento requer uma reflexão sobre os métodos didáticos tradicionais, onde o mestre, detentor do conheci-mento, encontra-se posicionado como transmissor, usando o material de apoio didático como meio de comunicação e transferência de conteúdo programático e do outro lado o aluno, alvo do fluxo de informações, como receptor empre-endendo esforços para assimilar os ensinamentos do professor. A inserção de novas tecnologias, como as Tecnologias da Informação e Comunicação, por si só, não garantem a interatividade se o mestre não estiver preparado para trabalhar como um facilitador no processo de construção do conhecimento, para isso não basta o acesso e domínio sobre o uso das tecnologias, é necessário aprender a usar os recursos tecnológicos para melhorar o método de ensino, permitindo e promovendo a participação ativa do estudante na troca de saberes, facilitado pelos novos canais de comunicação que possibilitam um grande tráfego de in-formações e com a capacidade de envolver um universo infinitamente maior de participantes do que a sala de aula orientada pelos antigos métodos de ensino.

Programas utilizados nas atividades escolaresAlém dos programas e soluções Tecnológicas da Informação e Comunicação uti-

lizados nas atividades de ensino, a informática oferece condições para o desenvolvi-mento de sistemas voltados à gestão escolar, envolvendo atividades administrativas como administração financeira e patrimonial, administração de pessoal, documen-tação escolar, secretarias acadêmicas e outros, contribuindo para melhorar as ativi-dades operacionais, com mais rapidez e segurança. Atualmente, toda organização de ensino deve ter um site na internet para estar inserida no contexto educacional. O site institucional é a imagem da organização na rede e imprescindível meio de acesso aos serviços escolares. Nele é feita a apresentação da organização, sua missão, valo-res, estrutura organizacional e de comando e outros. Importante canal para divulga-ção dos cursos e agenda de eventos, com links de acesso à conteúdos de interesse acadêmico e social, e-mail corporativo além de um espaço aberto ao recebimento de mensagens. Via de acesso pela rede aos serviços escolares como divulgação de calendário escolar, boletins escolares dos alunos, inscrições on-line e para o corpo docente é um importante canal de acesso aos comunicados institucionais além de ferramenta operacional para atividades como lançamento dos resultados das avalia-ções dos alunos e participação em programas de avaliação institucional.

Podemos classificar em dois grupos básicos os programas utilizados na atividade de ensino nas escolas: os aplicativos auxiliares no ensino e os programas didáticos.

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Aplicativos auxiliares no ensino. São os programas de uso geral, como �editores de texto, planilhas eletrônicas, cadastros eletrônicos e imagens. Estes programas podem ser utilizados pelos professores como material di-dático na preparação e apresentação de aulas. Estes programas também devem ser utilizados pelos alunos como ferramenta na elaboração de tra-balhos, construção de bancos de dados e organização do seu material de aprendizado.

Programas didáticos. São aplicativos didáticos, elaborados a partir de �orientação pedagógica para serem utilizados como material de apoio ao processo de ensino e aprendizado. Estes programas buscam agregar o va-lor da multimídia para a exposição do conteúdo programático, buscando auxiliar o professor, trazendo para a sala de aula um ambiente o mais pró-ximo possível da realidade, uma realidade virtual.

Além dos programas utilizados nas atividades escolares, a possibilidade de “baixar”1 arquivos por meio da internet é uma alternativa muito importante na formação de bancos de dados, para auxiliar na elaboração de trabalhos e desen-volvimento de pesquisas escolares.

Do computador para o mundo A possibilidade de acesso ao material disponível em rede aberta, internet, é

fonte inestimável de recursos de apoio pedagógico. O importante é que o pro-fessor selecione este material. Na rede circula todo tipo de produto e, embora as autoridades responsáveis pela segurança pública estejam sempre alerta e pro-curando meios para o controle de qualidade dos materiais disponibilizados pela internet, a segurança e qualidade da informação a ser incorporada ao material de ensino devem ser monitoradas.

Na internet, podem ser encontrados materiais que contribuem na formação do estudante e principalmente, na formação do cidadão. Podemos encontrar materiais com conteúdo das mais diversas naturezas e qualidades, cabe ao usu-ário fazer as escolhas certas.

Como ferramenta de apoio pedagógico exige do professor desenvolvimento técnico para usar os recursos disponibilizados pela Tecnologia da Informação e Comunicação e, partindo-se do princípio que o educador já está qualificado

1 Localizar e copiar arquivos por meio da internet.

Linguagens e Códigos

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O computador e a escola

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para avaliar conteúdos com eficiência, cabe a ele educar os alunos para a utiliza-ção segura e produtiva do universo de possibilidades oferecido pela rede aberta de comunicação. A educação tecnológica deve começar com a preparação do aluno na construção de uma visão crítica para a prática responsável do livre ar-bítrio, condição imprescindível para o uso seguro da tecnologia disponibilizada, principalmente, pela rede mundial de computadores.

O uso responsável do acesso à internet oferece a atividade de ensino a opor-tunidade de acesso às informações, elemento básico para a construção do co-nhecimento. Cabe aos mestres cuidar, que esta informação venha a contribuir para a formação técnica e moral do estudante, tarefa das mais difíceis, pois a abertura do universo infinito do conhecimento por meio da rede é um espaço disponível onde os limites só podem ser estabelecidos pela educação. Dentre os produtos disponíveis podemos encontrar, além da informação, instrumentos de integração, propagação e desenvolvimento cultural, assim como:

a cor da cultura – que é um projeto educativo de valorização da cultu- �ra afro-brasileira, fruto de uma parceria entre o Canal Futura, a Petrobras, o Centro de Informação e Documentação do Artista Negro (CIDAN), a TV Globo e a Secretaria especial de políticas de promoção da igualdade racial (SEPPIR). No site é possível encontrar, por exemplo, um jogo que apresen-ta vários instrumentos de origem africana. Você pode ouvir o som de cada um deles e tocar junto com a banda (<www.acordacultura.org.br>);

alô alô – almanaque eletrônico lúdico e interativo produzido para crianças, �principalmente as que estão cursando o Ensino Fundamental. Brincando, os estudantes entram em contato com informações sobre a evolução das telecomunicações no Brasil. Na seção “Ajude a telefonista”, por exemplo, as crianças podem entender como eram realizadas as ligações telefônicas no passado e o papel das telefonistas na intermediação dessas chamadas. Há ainda quebra-cabeças e variações do “Jogo dos 7 Erros”;

museu do telefone � – o museu virtual mantido pela Fundação Telefônica contém informações sobre a história do telefone, conta com a biografia dos principais personagens que trabalharam no desenvolvimento da te-lefonia, além de glossário e reproduções de documentos e imagens histó-ricas. Uma linha do tempo traça a evolução desse meio de comunicação, cujos diferentes aparelhos podem ser conhecidos visitando-se a Exposi-ção Virtual. Na seção O Telefone, o internauta encontra explicações sobre funcionamento, que também podem ser muito úteis ao professor em

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suas aulas, instruções para confeccionar telefone de latinha, de brinquedo e tubo acústico. Há ainda o jogo virtual Belatrix e o Palácio do Tempo . (<www.museudotelefone.org.br/aloalo.htm>);

cambilândia – no site, que promove a justiça social e paz, você encontra �um repositório de programas pedagógicos infanto-juvenis. Professores de Geografia, por exemplo, podem utilizar o quebra-cabeça da Europa ou das Américas para ensinar os nomes e as localizações dos Estados. (<www.cambito.com.br>);

Canal Kids – experimente jogar o “Cata Sucata”, o jogo da coleta seletiva �de lixo. Você aprende e se diverte jogando nas latas certas alguns tipos de lixo que podem ser reaproveitados: metal (lata amarela), papel (lata azul) e vidro (lata verde). (<www.canalkids.com.br/diversao/jogos>);

Cartoon network – jogos muito criativos sobre os personagens do canal �pago, com todas as instruções e falas em português. No “Fototoon”, o usu-ário pode usar sua imaginação e criar fotografias com os personagens. (<www.cartoonnetwork.com/games/>);

central de jogos – jogos educativos de alta qualidade, sempre em dispu- �tas online entre dois ou mais participantes. Quiznet - jogo de perguntas e respostas. Acromania - jogo de montar frases com letras sorteadas aleato-riamente. Stop - versão online do tradicional jogo. Xadrez - jogo clássico de estratégia. (<www.centraldejogos.com.br>);

histórias Interativas – iniciativa de autores, � designers e pesquisadores de Role Playing Game – RPG, com a proposta de divulgar essa prática e dis-cutir suas possibilidades como ferramenta de apoio à educação, tema de pesquisas, expressão artística e entretenimento. (<www.historias.interati-vas.nom.br>);

jogos para aprender – site dedicado ao uso dos Jogos Cooperativos e � Role-Playing Games na educação como estratégia lúdica de ensino. Esses jogos são apropriados para o ensino por competências. (<www.jogodeapren-der.com.br>);

lab virt – laboratório Didático Virtual da Escola do Futuro da USP, que dis- �ponibiliza simulações de Física e Química, roteirizadas por alunos de esco-las públicas. (<www.labvirt.futuro.usp.br>);

Instituto de Desenvolvimento das Tradições Indígenas – IDETI – organiza- �ção não-governamental criada e dirigida por índios de várias etnias, com o

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O computador e a escola

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objetivo de proteger, resgatar, divulgar e promover a cultura e o conheci-mento dos povos indígenas do Brasil. No site há informações sobre alguns povos, como Ainu, Bororo, Kaxinawá, Mehinaku e Xavante. (<www.ideti.org.br>);

povos Indígenas do Brasil – Instituto Socioambiental – ISA – aqui você �encontra definições gerais sobre nomes de povos indígenas, onde estão, como vivem, línguas, organizações, narrativas indígenas, arte, políticas indigenistas, direitos, enciclopédia e fontes de informação. Também há dados sobre localização e extensão das Terras Indígenas (TIs), processo de demarcação, situação jurídica das TIs e muito mais. (<www.socioambien-tal.org/prg/pib.shtm>).

Trabalhar no sentido de fazer com que a eliminação das distâncias geográfi-cas proporcionada pela expansão das TICs, em resposta ao esforço global para o crescimento da sociedade da informação, por meio dos programas de inclusão digital, venha a trazer os benefícios da tecnologia causando o mínimo de impac-to que possa por em risco a preservação do patrimônio cultural das sociedades de baixa tecnologia, é um dos desafios dos órgãos governamentais e da socie-dade em geral, que por meio da educação, tem trabalhado no sentido de incor-porar a tecnologia à vida da sociedade como instrumento de desenvolvimento e preservação cultural.

Texto complementar

O computador no banco dos réus(GALILEU, 1999)

O número de computadores pessoais existentes no Brasil já ultrapassou a marca dos 8 milhões. As crianças e adolescentes estão se tornando os prin-cipais usuários, trocando o futebol, as bonecas e até o namoro por horas a fio em frente ao monitor. Quais serão as consequências desse fenômeno? As novas gerações serão beneficiadas ou prejudicadas?

Para responder algumas questões relacionadas, Galileu convidou dois especialistas, com opiniões diametralmente opostas: a psicóloga Ana Maria

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Nicolaci-da-Costa, do Departamento de Psicologia da PUC–Rio, autora de Na Malha da Rede e o matemático Valdemar waingort Setzer, do Instituto de Ma-temática da USP, autor de O Uso de Computadores em Escolas.

Qual é o impacto do computador na vida da criança?Ana Maria: É difícil falar de impactos de algum tipo de tecnologia quando

se trata de crianças. Da mesma forma que, para a maior parte dos adultos, o rádio, o telefone ou a televisão não geraram nenhum impacto, porque já existiam quando eles nasceram, para as crianças de hoje o computador é somente uma das máquinas que fazem parte do seu mundo. É “natural”.

Valdemar: Desastroso. Ao usar um computador, a criança é obrigada a assumir atitudes físicas e mentais de adultos, o que produz prejuízos psicoló-gicos e psíquicos terríveis. Em qualquer uso, o computador força pensamen-tos lógico-simbólicos e uma linguagem formal (mesmo que icônica) que são inadequados a crianças. Em educação não pode haver queima de etapas, sob risco de desajustes futuros.

Existe uma idade ideal para se começar a utilizar o computador?Ana Maria: Crianças bem pequenas já ficam fascinadas com a telinha e

com o mouse. Muitas das histórias infantis podem ser encontradas em CD-ROM’s. Muitos pais brincam com seus filhos pequenos fazendo uso do com-putador. Não creio que exista uma idade ideal para começar a usá-lo. Há muito que se pode fazer num computador e a criança vai fazer aquilo que estiver ao seu alcance.

Valdemar: Óbvio, como ocorre com o automóvel. Só que este pode causar um desastre físico, ao passo que, no caso do computador, o desastre é princi-palmente mental. Considerando o tipo de raciocínio forçado pelo computador e a evolução das crianças, chega-se a determinar que ele não deve ser usado antes da puberdade e do ensino médio. O tremendo auto-controle que ele exige (pesquisas recentes indicam que 6% dos usuários de internet são vicia-dos nela), levou-me à idade ideal de 16-17 anos.

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O computador e a escola

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O computador dá maior liberdade para a criança educar­se a si própria?Ana Maria: Não há a menor dúvida. A curiosidade infantil, aliada à atração

que o computador exerce sobre as crianças, pode proporcionar incursões através de um universo inesgotável de informações. Se os pais – e a escola também – souberem guiá-la em suas incursões, ela poderá se beneficiar mais ainda. Acho que a pior coisa que os adultos podem fazer é tentar coibir esse tipo de curiosidade por conta de sua própria tecnofobia. Já existem profis-sionais que ajudam os adultos a lidar com esse tipo de problema.

Valdemar: Se ele der, está tudo errado. Criança não deve educar-se a si pró-pria, pois não tem maturidade para isso. Além disso, o computador transmite informação, mas educar-se não é informar-se. É amadurecer lentamente, é formar-se. A gradual aquisição de conhecimento é essencial na formação, mas, no ensino básico, ela deve ser sempre contextual e plena de realidade. O computador é virtual e descontextualizado. Os programas educacionais são feitos para alunos abstratos, não para o garoto que está lá, à frente da professora. Eles não têm a capacidade de improvisação dela, e muito menos sua intuição. Educar é uma arte.

Qual é o papel da internet no processo educacional?Ana Maria: Depende do que se entende por processo educacional. Caso

se refira à escola, à educação formal, acho que a internet ainda está encon-trando muita resistência por parte dos professores. Estes, sim, estão sofrendo um enorme impacto com o ingresso da internet em suas atividades profis-sionais. No mínimo, estão tendo que abandonar a postura de onisciência e estão tendo que lidar com alunos que muitas vezes sabem mais do que eles a respeito de computadores, da internet, de assuntos gerais ou específicos. A internet está subvertendo as hierarquias e há muito o que aprender para poder usá-la adequadamente.

Valdemar: Ficar de fora até que as crianças tenham maturidade para deci-dir o que é bom para elas, e possam ter autocontrole, isto é, aos 16-17 anos. Infelizmente crê-se que as crianças devem tornar-se críticas o mais cedo pos-

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sível. Ser crítico é uma capacidade desejável num adulto e um desastre numa criança, pois, em lugar de confiança e esperança na vida, leva-a a desenvol-ver um cinismo e uma atitude negativa frente ao mundo. O resultado é uma juventude arrogante e desnorteada. E a internet só aumenta esses aspectos negativos.

A criança que jamais usou um computador está menos preparada para sua futura atividade profissional?Ana Maria: Eu seria mais radical. Diria que uma criança que nunca usou

um computador estará em grande desvantagem em praticamente todas as atividades. É por essa razão que tantos estão preocupados em deixar dispo-níveis conhecimentos de informática nas comunidades menos favorecidas. Têm medo de que esteja sendo criada uma nova forma de analfabetismo. O computador está se tornando cada vez mais indispensável e a revolução digital é a marca desta virada de século, tal como a revolução industrial foi a marca da passagem do século XVIII para o XIX. Não há retrocesso possível.

Valdemar: Essa é uma das maiores falácias que os vendedores de software e hardware usam. Quando as crianças de hoje forem adultas, os computa-dores serão muito diferentes do que são. Será ainda muito mais fácil apren-der a usá-los. As empresas darão o treinamento rápido, se necessário. Quan-tos adultos que usam computadores hoje aprenderam a usá-los quando crianças? As crianças que os usam perdem a criatividade, adquirem rigidez mental, diminuem a sociabilidade e terão mais dificuldade para adaptar-se e ser úteis profissionalmente.

Dica de estudoANTONIO, Carlos José. Começando a Usar a Sala de Informática. Disponível em: <www.ciadaescola.com.br/zoom/materia.asp?materia=281>. Acesso em: out. 2008.

No texto o autor trata da difícil tarefa de gerenciar o uso dos computadores por parte dos estudantes. Este controle envolve diversos aspectos que vão da produtividade da aula, visto que o computador também pode ser um interes-sante meio de entretenimento, até às questões de segurança, quando os com-putadores estão integrados à rede.

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Atividades1. Qual a importância da escola nos primeiros contatos com o computador?

2. O que você entende por estações diskless?

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Nesta aula, veremos que a multimídia se apresenta como ferramenta indispensável para a aplicação da tecnologia de informação e comunica-ção na atividade de ensino.

Aprenderemos também, o que é multimídia, como ela surgiu, quais os tipos existentes e os critérios técnicos para a escolha das melhores solu-ções, assim como, os procedimentos operacionais adequados para o seu melhor aproveitamento.

As Universidades e, cada vez mais, as escolas de primeiro e segundo graus oferecem

aos estudantes a possibilidade de navegar sobre o oceano de informação e conhecimen-

to acessível pela internet. Programas educativos podem ser seguidos à distância pela

world wide web. Os correios e as conferências eletrônicas servem para a monitorização

inteligente e são postos ao serviço de dispositivos de aprendizado cooperativo. Os su-

portes hipermídia, como o CD-ROM, bancos de dados multimídia interativos e em linha,

permitem acessos intuitivos rápidos e atrativos a grandes conjuntos de informação.

Pierre Lévy

A multimídia e os sentidos humanosO ambiente natural em que a humanidade

se desenvolve oferece todas as possibilidades de comunicação capazes de serem captadas pelos seus órgãos de sentidos, envolvendo sons, imagens, odores, sabores e o tato, que compõem a diversidade dos meios naturais de comunicação. Partindo-se deste princípio, entendemos que no ambiente natural con-vivemos, a todo instante, com a combinação dos meios de comunicação. Na busca natural pelo desenvolvimento, característica da espé-cie humana, alguns destes meios vêm sendo potencializados no sentido de ampliar os seus

Atualmente, com o desenvolvimento das Tecnologias da Informação e

Comunicação – TICs, a necessidade de

potencializar os meios de comunicação têm

levado à criação e desenvolvimento de inúmeras soluções.

A multimídia na sala de aula

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alcances, reduzindo as distâncias geográficas e o tempo de transmissão, além da busca por preservar a integridade da informação. Atualmente, com o desen-volvimento das Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs, esta necessi-dade de potencializar os meios de comunicação tem levado à criação e desen-volvimento de inúmeras soluções e à substituição de alguns métodos superados pelas tecnologias digitais. Na era da comunicação e da informação a combinação dos meios em um dispositivo de armazenamento e reprodução de dados em meio digital é rotulada por multimídia. A combinação de textos, planilhas eletrô-nicas, cadastros e gráficos, arquivos sonoros de voz, músicas e efeitos especiais, imagens estáticas e em movimento, processadas por tecnologia computacional, torna disponível às pessoas, que têm acesso ao uso desta tecnologia, usufruir de um conjunto de informações combinados de forma interativa, considerando que os recursos multimídia também envolvem a possibilidade do usuário criar suas próprias mídias e interagir em conteúdos que permitam o seu acesso.

A multimídia na sociedadeO termo é relativamente novo, mas o significa-

do bastante antigo, considerando que o homem sempre desenvolveu tecnologia, sendo que a pró-pria tecnologia dá ao ambiente mais recursos para o avanço científico acelerando o ritmo das inova-ções. A multimídia está diretamente ligada à con-vergência tecnológica dos meios de comunicação e informação, num estágio de desenvolvimento científico em que os que não pu-deram mais evoluir para acompanhar o conjunto vão sendo substituídos. Como exemplo, podemos citar no ambiente de trabalho, o uso das máquinas de datilo-grafar que durante muito tempo resistiram à concorrência feita pelos computa-dores pessoais e seus editores de textos, chegando ao limite da sua capacidade de desenvolvimento tecnológico como meio de produção de textos com máqui-nas de escrever eletrônicas e, por fim, deixaram de existir, assim como máquinas de calcular, grande parte dos sistemas de arquivamento de papéis para efeito de controle nas organizações e outros. Atualmente a sociedade, principalmente nos centros urbanos e regiões próximas, já vive num ambiente multimídia, pro-fundamente influenciado pelos meios de comunicação e informação. A TV está na maioria dos lares, trazendo informações, algumas delas em tempo real com o auxílio da internet e este é um exemplo de convergência tecnológica. Adultos, idosos e crianças compartilham as informações e as decodificam de acordo com

A multimídia está diretamente ligada

à convergência tecnológica dos meios

de comunicação e informação.

A TV está na maioria dos lares, trazendo informações,

algumas delas em tempo real com o auxílio da internet este

é um exemplo de convergência tecnológica.

A TV foi o primeiro recurso multimídia a ser utilizado na educação, tendo seu marco

inicial com o programa da TV Cultura de São Paulo em projeto

conjunto com a Secretaria de Educação do Estado.

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A multimídia na sala de aula

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alcances, reduzindo as distâncias geográficas e o tempo de transmissão, além da busca por preservar a integridade da informação. Atualmente, com o desen-volvimento das Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs, esta necessi-dade de potencializar os meios de comunicação tem levado à criação e desen-volvimento de inúmeras soluções e à substituição de alguns métodos superados pelas tecnologias digitais. Na era da comunicação e da informação a combinação dos meios em um dispositivo de armazenamento e reprodução de dados em meio digital é rotulada por multimídia. A combinação de textos, planilhas eletrô-nicas, cadastros e gráficos, arquivos sonoros de voz, músicas e efeitos especiais, imagens estáticas e em movimento, processadas por tecnologia computacional, torna disponível às pessoas, que têm acesso ao uso desta tecnologia, usufruir de um conjunto de informações combinados de forma interativa, considerando que os recursos multimídia também envolvem a possibilidade do usuário criar suas próprias mídias e interagir em conteúdos que permitam o seu acesso.

A multimídia na sociedadeO termo é relativamente novo, mas o significa-

do bastante antigo, considerando que o homem sempre desenvolveu tecnologia, sendo que a pró-pria tecnologia dá ao ambiente mais recursos para o avanço científico acelerando o ritmo das inova-ções. A multimídia está diretamente ligada à con-vergência tecnológica dos meios de comunicação e informação, num estágio de desenvolvimento científico em que os que não pu-deram mais evoluir para acompanhar o conjunto vão sendo substituídos. Como exemplo, podemos citar no ambiente de trabalho, o uso das máquinas de datilo-grafar que durante muito tempo resistiram à concorrência feita pelos computa-dores pessoais e seus editores de textos, chegando ao limite da sua capacidade de desenvolvimento tecnológico como meio de produção de textos com máqui-nas de escrever eletrônicas e, por fim, deixaram de existir, assim como máquinas de calcular, grande parte dos sistemas de arquivamento de papéis para efeito de controle nas organizações e outros. Atualmente a sociedade, principalmente nos centros urbanos e regiões próximas, já vive num ambiente multimídia, pro-fundamente influenciado pelos meios de comunicação e informação. A TV está na maioria dos lares, trazendo informações, algumas delas em tempo real com o auxílio da internet e este é um exemplo de convergência tecnológica. Adultos, idosos e crianças compartilham as informações e as decodificam de acordo com

A multimídia está diretamente ligada

à convergência tecnológica dos meios

de comunicação e informação.

A TV está na maioria dos lares, trazendo informações,

algumas delas em tempo real com o auxílio da internet este

é um exemplo de convergência tecnológica.

A TV foi o primeiro recurso multimídia a ser utilizado na educação, tendo seu marco

inicial com o programa da TV Cultura de São Paulo em projeto

conjunto com a Secretaria de Educação do Estado.

a sua visão de mundo e valores, o fato é que informação existe e está disponível em mul-timídia, composta de som, imagem e a nar-rativa, texto sobre o evento mostrado. Há muito a TV é um recurso multimídia usado pelos patrocinadores para promover os seus produtos e hoje a venda de produtos pela TV é muito comum. A TV foi o primeiro recurso multimídia a ser utilizado na educação, tendo seu marco inicial com o programa da TV Cultura de São Paulo em projeto conjunto com a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, na década de 1960, voltado para preparar alunos para o concurso de admissão ao nível ginasial da época. Atualmente, encontramos canais de TV educativa em todos os Estados da União e uma das mais antigas é a TVE Brasil fundada em 1970, sediada na Cidade do Rio de Janeiro, atualmente com o nome de TV Brasil, canal público de televisão do governo federal, desde dezembro de 2007. A TV Escola, voltada para a capacitação de professores, foi criada em 1996, com a fi-nalidade de funcionar 24 horas , via satélite, para oferecer treinamento perma-nente aos professores do ensino infantil ao ensino médio, sendo que os progra-mas produzidos pela TV Escola, também são distribuídos pela internet, ficando

demonstrado, mais uma vez, um processo de convergência tecnológica voltado para a propagação da multimídia no ambiente educacional. Com o advento da TV digital a convergência tecnológica certamente irá evoluir no sentido de veicular em rede e de forma integrada materiais multimídia pró-prios da Internet pela rede de TV digital.

Recursos multimídiaPara que as mídias sejam veiculadas são necessários dispositivos adequados

à sua reprodução. Muitos materiais podem ser obtidos por meio da Internet, e neste caso, classificamos como mídias externas, que podem ser utilizadas on-line, com o computador conectado à rede oferecendo acesso ao material disponível, com as vantagens de um ambiente aberto e dinâmico, acessível às mudanças necessárias, decorrentes do desenvolvi-mento tecnológico e avanços científicos ou correções de conteúdo. Pela Internet, a pro-

Muitas mídias acessadas pela internet podem ser usadas

para reprodução fora da rede.

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pagação das mídias acontece num ambiente sem limites geográficos nem varia-ção de custos pela abrangência da sua divulgação. O ambiente da rede mundial oferece a possibilidade de, por meio dos links, ampliar-se o universo de possibili-dades para acesso a muitos outros meios disponíveis na internet. Muitas mídias acessadas pela internet podem ser usadas para reprodução fora da rede mun-dial, desde que armazenadas em arquivo local, no disco rígido do computador ou em algum dispositivo de memória externo, para reprodução isolada ou em rede local. Estas mídias capturadas podem ser utilizadas na produção de novos recursos multimídia por meio de software e hardware apropriados e por pessoa com conhecimento para a sua aplicação.

O armazenamento e reprodução da multimídia depende da utilização dos dispositivos apropriados, que variam de acordo com a sua capacidade e tecno-logia. Os dispositivos mais usados são: o CD, apropriado para todas as mídias, porém com pouca capacidade para o armazenamento de vídeos; o DVD, para todas as mídias, porém mais apropriado para a gravação e reprodução de vídeos; o HD externo ou portátil, um excelente dispositivo multimídia, com grande capacidade de armazenamento; a memória USB flash drive ou pen drive, dispositivo prático e de capacidade bastante variável que de acordo com esta capacidade pode atender a todos os fins multimídia e os dispositivos de mídia player portáteis da série MP3 a MP8 player, com boa capacidade para armazenamento de arquivos de som e vídeo, recursos para captar imagens por meio de câmara e filmadora digital, podendo oferecer acesso à telefonia móvel, conexão com a rede de TV analógica e suporte para TV digital, além de funcio-nar como pen drive para o armazenamento a reprodução das mídias em geral. Estes dispositivos oferecem a possibilidade de armazenamento dos produtos multimídia elaborados pelos usuários, principalmente na área do ensino, para serem usados como recursos pedagógicos locais. Estes meios têm como van-tagens a rapidez de acesso aos conteúdos, não dependendo de conexões e capacidade de transmissão da rede e com grande quantidade de informações que podem ser localizadas com rapidez, sendo que para isso devem ser bem orga-nizados, com uma boa arquitetura que fa-cilite a navegação pela mídia, utilizando recursos como hyperlinks e outros.

O armazenamento e reprodução da multimídia

dependem da utilização dos dispositivos apropriados.

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A multimídia na sala de aula

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Características das mídiasA produção e reprodução de textos, planilhas ele-

trônicas, gráficos e cadastros eletrônicos são arquivos relativamente leves, muito fáceis de trafegar por meio da internet, de fácil armazenamento, porque ocupam pouco espaço. São acessados a medida que o usuá-rio necessita e escolhe qual arquivo quer abrir, assim como mídias de som, que respondem à procura do usuário, quando são acionadas por ele. Já as mídias de imagem, normalmen-te estão compondo um produto multimídia, juntamente com o som, e neste caso o funcionamento acontece independente da vontade do usuário, a partir do momento em que ele dá início ao processo de reprodução, o processamento da mídia passa a gerenciar a cadeia de eventos que permite o funcionamento conjunto e ordenado dos arquivos em multimídia. O produto multimídia pode proporcionar a interatividade do usuário com o seu conteúdo, que é uma carac-terística comum aos jogos eletrônicos e perfeitamente aplicável a outras áreas de atividade, principalmente na educação. O acesso aos recursos multimídia por meio da internet sempre dependerão da permissão de acesso à rede por parte dos provedores, da disponibilidade dos servidores que detêm os arquivos que desejamos acessar e do bom funcionamento do meio de acesso a rede, sendo a banda larga ainda a melhor opção.

O CD­ROMComo o CD-ROM é capaz de armazenar uma grande quantidade de informa-

ções, ele é um meio ideal para a edição de obras de referência, principalmente enciclopédias.

Cabem algumas observações sobre a qualidade na elaboração dos produtos ofe-recidos em CD-ROM.

Assim como para formar uma biblioteca não basta amontoar muitos livros, sendo necessário organizá-los e catalogá-los, um CD-ROM também precisa de um bom instrumento para localizar as suas informações. Sem bons índices de mídia e de textos, um CD-ROM pode ser comparado a uma coleção de livros sem sumário e sem lógica de organização de conteúdos.

Quanto a tarefa de instalação de um CD-ROM, deve ser observado o seu grau de dificuldade, o produto já deve trazer os requisitos mínimos de hardware e o progra-

O produto multimídia pode

proporcionar a interatividade do usuário com o seu

conteúdo

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ma de instalação que já vem embutido no CD-ROM deve ser capaz de detectar au-tomaticamente o ambiente do computador, configurando-o apropriadamente.

Assim como na internet, navegar em um CD-ROM significa vasculhar seu con-teúdo, saltando de uma página para outra por meio de hyperlinks, passando de fotos para textos e desses para as animações com simples cliques do mouse. Depois do conteúdo, as características mais importantes das enciclopédias e obras de referência são a facilidade de navegar sem se perder e a capacidade de localizar e recuperar informações rapidamente.

Os produtos em CD-ROM geralmente têm uma apresentação, com anima-ções, músicas e outros efeitos especiais. É quando o fabricante faz a apresen-tação do seu produto. Isto é perfeitamente aceitável, desde que seja dada ao usuário a opção de saltar esta fase do processo. No ambiente escolar, a introdu-ção pode se tornar um fator de dispersão da atenção do aluno e a consequente perda de tempo.

O conteúdo do CD-ROM deve ser avaliado cuidadosamente pelos educadores, tanto na qualidade dos textos, quanto nos componentes de imagens e sons.

O produto educativo e o público­alvoA partir de que idade é aconselhável o uso de computador na educação de

crianças?

Alguns títulos de CD-ROM são voltados especificamente para uma determi-nada faixa etária e as considerações sobre o conteúdo devem levar em conta o perfil do público-alvo.

Deve ficar por conta do educador identificar a fase certa para inserir no processo educacional de um deter-minado grupo o uso do computador. O principal crité-rio a ser observado é o bom senso, o educador deve ter a sensibilidade para detectar o momento adequado.

Produtos que enfocam um tópico específico do currículo escolar devem ser especialmente bem selecionados com relação ao conteúdo. Se o assunto for uma matéria de vestibular, não se deve desperdiçar espaço com questões que não sejam pertinentes. Toda a concepção do produto, com relação à navegação, deve levar em conta o objetivo básico para o qual o produto foi elaborado. Porém, é importante atentar para o fato que mesmo produtos altamente focalizados não devem deixar de lado os recursos multimídia nem o prazer de estudar.

A partir de que idade é aconselhável o uso de computador

na educação de crianças?

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A multimídia na sala de aula

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Muitos títulos existentes são sobre temas específicos, como ecologia, natu-reza, música ou cultura popular, trazendo, além do conteúdo informativo, jogos e outras atividades relacionadas com o tema central. Na escola, essas obras ocupam o espaço dos livros paradidáticos1, podendo ser usados para comple-mentarem conteúdos curriculares.

Como em toda a área da multimídia, a qualidade é muito variável. Por serem publicações de conteúdo mais livre, geralmente é preciso selecionar previamente as partes de interesse para a atividade escolar. Aqui também é importante colher sugestões dos alunos, aumentando o senso de participação e responsabilidade, encorajando-os a pesquisar por conta própria o material que tenham em casa.

Criação de material didáticoExiste grande quantidade de títulos educativos em CD-ROM e muitos sites de

caráter educativo e cultural na web. Porém, uma Instituição de ensino pode criar o seu próprio material didático.

É possível criar títulos em CD-ROM e sites na web com propostas didáticas concebidas na própria escola, da mesma forma que muitas escolas publicam suas apostilas e livros.

A multimídia e a web trazem novos e eficientes recursos para o ensino à distân-cia. As instituições públicas podem usar esses recursos para atingir um número maior de alunos, inclusive fazendo avaliações via internet. Para as instituições pri-vadas, a venda de cursos em multimídia, seja em CD-ROM ou via internet, repre-senta uma forma de negócio.

As instituições escolares que produzem seus próprios materiais informatiza-dos são valorizadas por pais e alunos. As tarefas escolares podem ser muito enri-quecidas com o auxílio da informática.

Na hora de escolher a tecnologia mais adequada para o apoio às atividades di-dáticas entre os dois meios, CD-ROM e web, cabe observar que ambos são ótimas ferramentas de apoio, porém apresentam diferenças que determinam o seu melhor ou pior desempenho, dependendo das circunstâncias em que estarão sendo utilizados.

1 Que não fazem parte do programa curri cular mas servem de apoio, abordando assuntos correlatos ao programa.

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CD-ROMVantagens Desvantagens

É mais rápido na exibição de vídeo de ani-mação.

É menos ágil para correções e atualizações.

Contém grande quantidade de informações prontamente acessíveis.

O alcance é limitado pela distribuição física.

Gera receita com mais facilidade para cobrir os próprios custos.

WEBVantagens Desvantagens

É atualizado mais dinamicamente. Limitação da largura da banda torna lento o acesso à multimídia.

Pode facilmente conter links para outros sites. Às vezes, o usuário precisa baixar da internet plug-ins ou programas auxiliares.

Tem alcance mundial, sem custos de distri-buição física.

Texto complementar

Núcleo de tecnologia educacional para a saúde – UFRJ

Geração de produtos educacionais inovadores, construção de metodo-logias para o desenvolvimento de diferentes abordagens de representação e estruturação do conhecimento em materiais educativos na área da saúde e pesquisa sobre aprendizagem, e desenvolvimento cognitivo auxiliados por estes materiais constituem a linha de trabalho desenvolvida pelo Labo-ratório de Tecnologias Cognitivas do NUTES, linha esta em consonância com os novos aportes e princípios do campo da Tecnologia Educacional.

Do ponto de vista da investigação, enfatizamos o papel das pesquisas neste campo da tecnologia educacional, que aborda a informática não apenas como mais um recurso instrucional, mas como mais um caminho

Linguagens e Códigos

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para enriquecer nosso conhecimento sobre o ensino, a aprendizagem e o processo de comunicação na educação.

Através da metodologia de trabalho participativo que estamos adotan-do no desenvolvimento de programas informatizados, que envolve os docentes da universidade como especialistas de conteúdo, tem sido possível viabilizar a avaliação destes sistemas com os próprios alunos aos quais se dirigem no decorrer de suas disciplinas, ou seja, nas con-dições naturais do processo ensino-aprendizagem.

Esta dinâmica de trabalho permite, também, conhecer as percepções dos professores sobre o processo educacional, sobre as práticas de ensino e sobre a natureza do conhecimento em suas especialidades, trocar expe-riências neste campo e, portanto, contribuir para a reflexão sobre a cultura acadêmica e o processo pedagógico.

Esta abordagem de construção de conhecimento visa desenvolver me-todologias para o planejamento, elaboração, implementação e avaliação de materiais educativos informatizados e contribuir para a capacitação docen-te e para a melhoria da qualidade do ensino na área das ciências da saúde.

(Disponível em: <www.nutes.ufrj.br>. Acesso em: 22 dez. 2004)

Dica de estudoBURGARDT, Lilan. Razões para criar um blog e usá-lo como aliado na sala de aula. Disponível em: <www.universia.com.br/matéria/materia,jsp?materia= 14193>. Acesso em: out. 2008.

O texto explora a possibilidade de usar ferramentas da internet para o uso didático, como o blog, que pode trazer mais dinamismo para a sala de aula, na realização e apresentação de trabalhos, facilitando as atividades dos professores e alunos, que têm no ambiente virtual uma espécie de arquivo de informações, além de aproximar os alunos, que podem discutir ideias e opiniões sem que es-tejam no mesmo espaço físico.

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Atividades1. Por que o educador deve ser responsável por identificar a fase certa de inser-

ção do computador em um determinado grupo?

2. Por que é importante selecionar previamente, o conteúdo disponível na mí-dia para aplicá-lo no ensino?

Linguagens e Códigos

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A multimídia na sala de aula

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Nesta aula, veremos como a Tecnologia da Informação vem promoven-do transformações no ambiente organizacional, reformulando os méto-dos de trabalho nas suas diversas áreas.

Abordaremos temas que demonstram a necessidade do cidadão ser preparado para viver num ambiente onde as oportunidades, cada vez mais, dependem da sua formação profissional e como a sociedade está preparada para lidar com esta nova realidade. Veremos o estado de desen-volvimento da nossa estrutura de ensino para lidar com este estágio de desenvolvimento e preparar o cidadão para a vida e o trabalho.

A informática nas empresasAs simulações gráficas interativas impuseram-se

como indispensáveis ferramentas da imaginação

auxiliadas por computador.

Nem experiência nem teoria, a simulação, verdadeira industrialização da experiência do

pensamento, abriu uma terceira via à descoberta e aprendizagem,

desconhecida dos epistemólogos.

Pierre Lévy

As diversas áreas das organizações passam por transformações a medida que a Tecnologia da Informação vem sendo incorporada as suas atividades. No nível estratégico das organizações, ou staff1, onde são ela-boradas as estratégias dos negócios e as políticas organizacionais, a Tec-nologia de Informação proporciona uma maior capacidade de avaliação do ambiente a partir da facilidade de acesso às informações e da maior possibilidade de produção dos indicadores, para análise do negócio e ela-boração de projetos.

No nível tático das organizações, em que são desenvolvidos os pro-cessos operacionais, para que sejam postas em prática as estratégias ela-1 Colaboradores que ocupam o mais alto nível na estrutura orga nizacional.

A TI no ambiente organizacional

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boradas pela área de planejamento, a Tecnologia da Informação vem sendo de-terminante para o seu desempenho, considerando que o desenvolvimento do processo produtivo determina a posição da organização frente à concorrência.

No nível operacional, em que os projetos e suas táticas de operacionalização são postos em prática, a participação da Tecnologia da Informação vem tornan-do-se indispensável, principalmente para a gestão da qualidade nos processos. A produção de indicadores, a sua disponibilidade para análise e a rapidez para detectar falhas que resultam na queda de qualidade do produto ou no aumento do seu custo de produção, torna-se fator determinante para o desempenho da organização no ambiente de negócios.

Os métodos de trabalho são naturalmente adaptados aos meios de produção, e desta forma, as habilidades exigidas dos trabalhadores acompanham o desen-volvimento dos meios. Na área financeira, por exemplo, a produção de relatórios, a formação de banco de dados, o fluxo de informações, deixam de ser atividades operacionais, essas atividades são incorporadas aos sistemas informatizados de gestão financeira (software). As rotinas operacionais passam a ser mais voltadas para as atividades de controle, a partir das informações, e voltadas, também, para a operacionalização dos Sistemas Eletrônicos de Gestão.

A informática e as funções básicas da organização

As funções básicas da organização compreendem: a segurança do negócio, o desempenho financeiro, o domínio tecnológico, a atividade comercial, o con-trole contábil e as funções administrativas. O desenvolvimento tecnológico nas áreas de informação e comunicação com a participação da informática tem sido imperativo no processo de mudança pelo qual as organizações têm que passar para manterem-se competitivas ou mesmo convivendo de forma ajustada ao ambiente atual.

Considerando serem os bens patrimoniais de uma or-ganização não somente o ativo contábil, mas também o seu capital intelectual, e este ativo está contido nas pes-soas e suas potencialidades, o aparelhamento tecnológi-co e o desenvolvimento do conhecimento para o uso da tecnologia passam a ser fatores indispensáveis ao suces-so das organizações.

A Gestão da Informação é de

vital importância na busca para

garantir a máxima segurança para o

empre endimento.

Linguagens e Códigos

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Com a participação da Tecnologia da Informação e Comunicação, as organi-zações melhoram o seu desempenho nas atividades voltadas para a manuten-ção da ordem no ambiente organizacional, zelando pela segurança no ambien-te de trabalho, procurando evitar atentados de qualquer natureza que possam comprometer a vida da empresa, bem como os seus padrões de desempenho. Para atingir os objetivos da organização contando com o desempenho em segu-rança, há necessidade de investimentos no desenvolvimento dos recursos hu-manos e nos avanços tecnológicos, gerando assim, produtos e serviços de alta qualidade e com aumentos constantes dos níveis de produtividade.

Para a gestão financeira, a Tecnologia da Informação traz inestimável contribui-ção no gerenciamento de capitais, seja captando, transformando, aplicando ou ad-ministrando os recursos de tal forma a diminuir as despesas, minimizar os custos e obter o lucro desejado, sem comprometer a qualidade de seus produtos e serviços.

Buscando cumprir a missão organizacional, que consiste na capacidade de gerenciar o processo produtivo, transformando matéria-prima em bens ou ser-viços, a Tecnologia da Informação participa de forma determinante no desem-penho das funções técnicas, que devem centrar esforços para atender às expec-tativas dos clientes, que a cada dia estão mais estruturados e exigentes, tendo o cuidado necessário com os seus concorrentes, pois estão todos inseridos num mercado altamente competitivo.

A área comercial tem como função básica o escoamento da produção, fa-zendo com que os produtos ou serviços sejam colocados no mercado em me-lhores condições do que os produtos e serviços dos seus concorrentes, ofere-cendo melhores prazos de entrega, assistência técnica personalizada, buscando transformar a marca da empresa em sinônimo de qualidade. A função comercial nas organizações tem sido alvo permanente do desenvolvimento tecnológico em informação, sendo este fator determinante no processo de competição pelo mercado consumidor.

A atividade contábil, além de atender ao desenvolvimento de tarefas voltadas para o cumprimento de exigências legais, também é responsável pela qualidade dos indicadores que serão utilizados para a avaliação do desempenho da orga-nização e para a elaboração dos projetos e estratégias de negócio. A Tecnologia da Informação dispõe de programas de Gestão Financeira que processam infor-mações, liberando o pessoal da contabilidade para lidar com o fator qualitativo das informações, destinando mais tempo à crítica dos dados e elaboração de pareceres, a partir do controle e análise de dados e informações.

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A atividade administrativa nas organizações envolve: planejamento, organi-zação, comando, coordenação e controle. Esses eventos constituem uma ativida-de que depende, fundamentalmente, da informação para o seu desempenho. A Tecnologia da Informação é da maior importância para o desenvolvimento desta função, disponibilizando informações com qualidade e agilidade, permitindo, cada vez mais, que a administração interceda nos processos, resguardando a qualidade dos produtos e serviços, antes que estes sejam entregues ao consumidor.

A informática e as funções administrativasO desempenho organizacional é medido por quatro indicadores: eficiência,

eficácia, efetividade e economia. O desenvolvimento tecnológico tem disponibili-zado ferramentas que contribuem em todas as fases do processo para a gestão das mais diversas atividades nas organizações.

Eficiência � – Representa cumprir a tarefa dentro do prazo determinado pelo planejamento. Com a Tecnologia da Informação tem se tornado cada vez mais seguro o monitoramento dos passos que compõem as tarefas, permitindo que a administração promova as correções necessárias para o desempenho do processo ou promova a padronização dos métodos mais producentes.

Eficácia � – Não basta ser eficiente, temos que ser eficazes, ou seja, atender à finalidade que foi projetada, fazendo com que os resultados atingidos com o trabalho sejam aqueles que atendam as expectativas da organiza-ção e seus clientes. Nesse caso, a Tecnologia da Informação tem contribuí-do na obtenção de indicadores de resultado, que demonstram a satisfação do cliente, seja ele um cliente externo (consumidor) ou um cliente interno (uma outra fase do processo de produção).

Efetividade � – Podemos considerá-la como uma espécie de superefici-ência, pois envolve o cumprimento da tarefa na hora certa, ou seja, nem antes e nem depois do tempo. Podemos citar como exemplo o transpor-te com hora marcada, o início da aula, doses de medicamentos, e outros. Nesses casos a Tecnologia da Informação contribui, permitindo processar grandes quantidades de eventos de forma a combiná-los, permitindo as-sim uma melhor probabilidade de garantia para a efetividade.

Economia � – O enxugamento de um processo de produção, tornando-o mais direto e mais seguro, de forma a não necessitar de reservas para ga-rantir o seu desempenho, resulta na redução do seu custo operacional

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e, consequentemente, na redução do preço final do produto ou serviço oferecido ao cliente, tornando-o mais competitivo. A Tecnologia da Infor-mação vem contribuindo cada vez mais, a medida em que está se desen-volvendo, tornando os processos produtivos mais seguros, aumentando os seus benefícios em relação aos custos.

Segundo John F. Rockart2, podemos classificar três grandes níveis analíticos de acordo com os atuais modelos de gestão, ou seja, aqueles que incorporam a Tecnologia da Informação nos seus processos:

com referência a disponibilidade de informações para os procedimentos �operacionais das unidades produtivas;

relativo às necessidades estratégicas da organização; �

de natureza sistêmica, capazes de servir aos interesses intra e inter em- �presas, mas também aos diferentes tipos de agentes socioeconômicos da sociedade civil e dos aparatos públicos do Estado.

Tecnologias da Informação e o mercado de trabalhoNos países desenvolvidos a aplicação das Tecnologias da Informação e Co-

municação (TICs) provocou e vem causando profundas transformações no pro-cesso produtivo, tornando as estruturas organizacionais rígidas e centralizadas mais flexíveis e descentralizadas em decorrência da maior e mais rápida disponi-bilidade de informações e da automação dos meios de produção. Este processo de mudança encontra-se em curso principalmente nos países desenvolvidos, mas já vem trazendo diversas consequências ao mercado de trabalho no Brasil. As novas tecnologias exigem treinamento e dependem de poucos funcionários. Além da redução de postos de trabalho, as exigências com atualização e trei-namento excluem milhares de trabalhadores da possibilidade de preencherem as vagas ainda disponíveis, o que contribui, de certo modo, para o aumento do desemprego. Nem mesmo o profissional qualificado está isento de pressões. Para manter-se no em-prego, o trabalhador com alto nível de instrução necessita de constante atualização. O medo de enfrentar o desempre-go faz com que o trabalhador busque qualificação por conta própria, o que exime as empresas, em muitos casos, de in-vestirem em seus funcionários. A falta de uma estrutura de

2 Autor de vários tra balhos sobre tecno logia da informação e siste mas de gestão.

As novas tecnologias

exigem treinamento e dependem

de poucos funcionários.

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ensino que prepare o cidadão para o mercado de trabalho na era da informação tem criado um ambiente de instabilidade, tanto para as organizações quanto para os trabalhadores. As empresas necessitam de desempenho para lidar com a concorrência, e no ambiente globalizado, concorrendo com produtos impor-tado de países mais desenvolvidos, não resistem, outras conseguem lidar com o problema na esperança que seja uma questão passageira. Os trabalhadores também vivem a crise do descompasso entre o desenvolvimento e a prepara-ção da sociedade para lidar com a velocidade das transformações, alguns con-seguem superar as dificuldades e encontrar uma forma de posicionarem-se no mercado, outros engrossam o contingente de desempregados, subempregados e procuram saída na atividade informal. O fato é que o governo e a sociedade em geral estão cientes da necessidade de mudanças e muitas ações estão em andamento, os avanços já são percebidos. A necessidade de formação profis-sional para o mercado de trabalho no contexto atual, está obrigando as estrutu-ras de ensino a se adaptarem às novas demandas por formação tecnológica. As estruturas convencionais sofrem pressões para se adaptarem a nova realidade, programas de governo são implementados, investimentos na aparelhagem das instituições de ensino para a era digital estão sendo feitos, e os profissionais de ensino têm que se qualificar para adequar conteúdos e métodos de ensino no sentido de atender à demanda atual. As estruturas de ensino, tanto no compo-nente material quanto no segmento intelectual, estão em processo de transfor-mação e neste ambiente surge o advento do ensino à distância, perfeitamente adaptado à realidade das TICs, ganhando espaço a cada dia, oferecendo soluções das mais variadas e surgindo como alternativa para esta fase de transição onde o trabalhador tem que buscar a qualificação tecnológica sem parar de trabalhar, aproveitando o seu tempo da melhor maneira possível. O ensino à distância tem sido uma grande solução para este momento de transição e pelo que parece vai se firmar como a metodologia de ensino da era da informação. O ambiente de trabalho também passa por transformações, com algumas profissões perdendo o senti-do de existir, pela obsolescência dos meios empregados e outras profissões surgindo em função das soluções apresentadas pela tecnologia da informação e comunicação.

Teletrabalho

O ambiente de trabalho é muito sensível às mudanças que provocam trans-formações no comportamento da sociedade. Por ser o provedor das soluções que esta sociedade passa a exigir, acompanhar de perto estas transformações

O teletrabalho consiste na utilização

de ferramentas tecnológicas.

As consequências do teletrabalho são inúmeras tanto para empregadores quanto para empregados.

As novas tecnologias da informação e comunicação

afetam os currículos escolares e a formação e atuação do

professor.

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ensino que prepare o cidadão para o mercado de trabalho na era da informação tem criado um ambiente de instabilidade, tanto para as organizações quanto para os trabalhadores. As empresas necessitam de desempenho para lidar com a concorrência, e no ambiente globalizado, concorrendo com produtos impor-tado de países mais desenvolvidos, não resistem, outras conseguem lidar com o problema na esperança que seja uma questão passageira. Os trabalhadores também vivem a crise do descompasso entre o desenvolvimento e a prepara-ção da sociedade para lidar com a velocidade das transformações, alguns con-seguem superar as dificuldades e encontrar uma forma de posicionarem-se no mercado, outros engrossam o contingente de desempregados, subempregados e procuram saída na atividade informal. O fato é que o governo e a sociedade em geral estão cientes da necessidade de mudanças e muitas ações estão em andamento, os avanços já são percebidos. A necessidade de formação profis-sional para o mercado de trabalho no contexto atual, está obrigando as estrutu-ras de ensino a se adaptarem às novas demandas por formação tecnológica. As estruturas convencionais sofrem pressões para se adaptarem a nova realidade, programas de governo são implementados, investimentos na aparelhagem das instituições de ensino para a era digital estão sendo feitos, e os profissionais de ensino têm que se qualificar para adequar conteúdos e métodos de ensino no sentido de atender à demanda atual. As estruturas de ensino, tanto no compo-nente material quanto no segmento intelectual, estão em processo de transfor-mação e neste ambiente surge o advento do ensino à distância, perfeitamente adaptado à realidade das TICs, ganhando espaço a cada dia, oferecendo soluções das mais variadas e surgindo como alternativa para esta fase de transição onde o trabalhador tem que buscar a qualificação tecnológica sem parar de trabalhar, aproveitando o seu tempo da melhor maneira possível. O ensino à distância tem sido uma grande solução para este momento de transição e pelo que parece vai se firmar como a metodologia de ensino da era da informação. O ambiente de trabalho também passa por transformações, com algumas profissões perdendo o senti-do de existir, pela obsolescência dos meios empregados e outras profissões surgindo em função das soluções apresentadas pela tecnologia da informação e comunicação.

Teletrabalho

O ambiente de trabalho é muito sensível às mudanças que provocam trans-formações no comportamento da sociedade. Por ser o provedor das soluções que esta sociedade passa a exigir, acompanhar de perto estas transformações

O teletrabalho consiste na utilização

de ferramentas tecnológicas.

As consequências do teletrabalho são inúmeras tanto para empregadores quanto para empregados.

e, é muito fácil notar que, apesar da resistência das grandes estruturas organizacionais mais tradicionais e conservadoras, a necessidade de eficiência no cum-primento das atividades acaba impondo a adoção de métodos menos ortodoxos para o cumprimento das tarefas, daí acontecendo a expansão do trabalho remoto. Este tipo de trabalho ganha força com o desenvolvimento das Tecnologias da Informação e Comuni-cação – TICs, tendo a Internet como principal recurso. Por meio da rede muitas atividades que não necessitam da presença física dos participantes passaram a ser executadas no espaço virtual e pelos meios de comunicação eletrônicos, com a transferência de arquivos em multimídia, comunicação em tempo real de baixos custos e outros. O teletrabalho ainda é, de uma forma geral, uma atividade alternativa, incorporado às atividades profissionais que já atuavam com algum distanciamento dos núcleos de atividade organizacionais, como prestadores de serviços profissionais, representantes comerciais, serviços de consultoria e as-sessoramento. Alguns trabalhos formais nesta modalidade vêm se consolidando no mercado, muitos deles realizados em casa. As consequências do teletraba-lho são inúmeras tanto para empregadores quanto para empregados. Muitos alertam que ele pode contribuir para o isolamento das pessoas, com jornadas excessivas de trabalho e para o enfraquecimento de reivindicações trabalhistas. Por outro lado, alguns pesquisadores são otimistas quanto a seus resultados e acreditam que este é um dos caminhos para o futuro do emprego no mundo globalizado por contribuir para o aumento da produtividade, redução dos espaços físicos de trabalho e maior flexibilidade organizacional.

Formação profissional, educação e tecnologiaA Tecnologia da Informação e Comunicação con-

corre fortemente para o incremento da produtivida-de empresarial e do resultado econômico dos se-tores industrial e comercial. Consequentemente os trabalhadores devem estar preparados, com a devida qualificação para operar as novas tecnolo-gias, sobretudo se considerarmos que, diversas pro-fissões com pletamente novas têm sido criadas para suprir as necessidades desse mercado crescente.

Diversas profissões completamente novas têm sido criadas para suprir as necessidades

desse mercado crescente.

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A partir de in formações sobre o montante de recur sos investidos na for mação da população nas TICs, a qualidade dos programas de formação e o percentual de escolas co nectadas à internet, a Universidade de Harvard elaborou o “Índice de integração das TICs na formação profissional”. De acordo com o estudo, o Brasil ocupa papel de destaque no cenário internacional, praticamente equipa-rando-se a países desenvolvi dos como o Japão. Em 2003, o “Economist Intelli-gence Unit” classificou 60 países de acordo com a “prontidão para a aprendiza-gem eletrônica”. O estudo é baseado na habilidade dos países para produzir, usar e expandir a aprendizagem pela internet, seja por meios formais ou informais, na escola ou no trabalho, no governo ou na sociedade. Nessa classificação, o Brasil encontra-se na 34.ª posição mundial, e em 4.ª posição na América Latina.

Os dados apresentados conduzem à reflexão a respeito das causas do desempenho do País em relação a esses in-dicadores. Com relação ao número de escolas com acesso a computador, há diversos dados negativos a considerar. Inicialmente, saliente-se a baixa quanti dade de estabeleci-mentos de ensino fundamental que dispõem de recursos de TIC; segundo o Censo Escolar de 2005 do MEC/INEP, so-mente 38% das escolas de ensino fundamental possuíam computador e apenas 17% contavam com laboratórios de informática. Além disso, são alarman tes as diferenças entre o sistema público e privado.

No universo das instituições particulares o índice de estabelecimentos com computadores é de 84% e o percentual que conta com labora tórios de informá-tica é de 55%. No Sudeste 50% das escolas de nível médio estavam conectadas à internet em 2000, enquanto que na região Norte esse per centual era de apenas 12%. De acordo com o Censo Escolar de 2001, São Paulo possuía quase me tade dos seus alunos do ensino fundamental matriculados em instituições com labo-ratórios de informática, em Tocantins o percentual era de apenas 7,8%.

A desigualdade se estende no com parativo de escolas com acesso à web em zonas urbanas e rurais que é de 35% e 14%, respectivamente. Há dados positi-vos que merecem ser enaltecidos. De acordo com o Censo Escolar de 2003, 58% dos estudantes de ensino médio do sistema público estavam matriculados em escolas com laboratórios de informática, enquanto que 53% frequentavam insti-tuições co nectadas à rede mundial. Esses números revelam expressiva evolução em relação à situação de 1999, em que os referidos percentuais eram de 46% e 14%, respectivamente.

Mais da metade dos professores de nível fundamental

e médio das escolas públicas

e privadas não possuem computador.

Linguagens e Códigos

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No ensino funda mental 26% dos alunos de 5.ª à 8.ª série do sistema público tinham acesso a laboratório de informática e 7% dispunham da possibilidade de conexão à internet na própria escola em 1999. Em 2003, esses índices passaram para 38% e 37%, respectivamente. No que concerne às desigualdades regionais, também foi registrada melhora no quadro da educação digital: 24% dos alunos do ensino médio da região Nordeste frequentavam estabelecimentos com laborató-rio de informática em 1999; em 2003 esse índice passou para 44% . Em relação à internet, esse percentual saltou de 6% para 45%. Não obstante os avanços verifica-dos, para que a promoção da alfabetização digital do brasi leiro possa ser realizada com mais eficácia é necessário que, desde o ensino fundamental, o cida dão possa ser familiarizado com as TICs. No entanto, os próprios professores, principais veto-res da disseminação das novas tecnologias, normalmente não dispõem de capaci-tação suficiente para lidar com as ferramentas da informática. Relatório elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) indica que mais da metade dos professores de nível fundamental e médio das escolas públicas e privadas não possuem computador em seus domicí-lios, e 59,5% não utilizam correio eletrônico. Dentre os docentes que não dispõem de microcomputador em casa, 44,5% também não têm acesso a ele na escola. Esses dados revelam por que o computador e a internet são tão pouco utilizados como instrumentos pedagógicos, sobretudo na rede pública, onde 51% dos alunos não utili-zam essas ferramentas em aula.

Texto complementar

É necessário que, desde o ensino fundamental, o cidadão possa ser familiarizado com as

TICs.

O que é desenvolvimento organizacional?(CHIAVENATO, 2000)

O Desenvolvimento Organizacional é uma resposta da organização às mudanças. É um esforço educacional muito complexo, destinado a mudar atitudes, valores, comportamentos e a estrutura da organização, de tal maneira que esta possa se adaptar melhor às novas conjunturas, mercados, tecnologias, problemas e desafios que estão surgindo em uma crescente progressão. O Desenvolvimento Organizacional visa a clara

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percepção do que está ocorrendo nos ambientes interno e externo da or-ganização, a análise e decisão do que precisa ser mudado e a intervenção necessária para provocar a mudança, tornando a organização mais eficaz, perfeitamente adaptável às mudanças e conciliando as necessidades huma-nas fundamentais com os objetivos e metas da organização. O D.O. exige a participação ativa, aberta e não-manipulada de todos os elementos que serão sujeitos ao seu processo e, mais do que tudo, um profundo respeito pela pessoa humana.

Dica de estudoNúmero de Empresas que Investiram em Inovações Tecnológicas Aumentou em todo o País. Disponível em: <www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noti-cia_visualiza.php?id_noticia=941&id_pagina=1>. Acesso em: out. 2008.

O texto aborda o comportamento das organizações sob a influência do de-senvolvimento tecnológico, a contribuição da tecnologia para a melhoria de processos e produtos e o investimento em tecnologia, feito pelas empresas, vol-tado para o planejamento e desenvolvimento de novas soluções.

Atividades1. Como a Tecnologia da Informação contribui no nível estratégico das organi-

zações?

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2. Como a Tecnologia da Informação participa na condução das funções bási-cas da organização?

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Nesta aula, veremos como a Tecnologia da Informação vem contribuin-do para o desenvolvimento dos métodos de produção e comercialização dos bens de consumo e serviços.

Estudaremos os efeitos desta transformação no ambiente de negócios globalizado em função, principalmente, do desenvolvimento das Tecno-logias da Informação e Comunicação e veremos também, as ações decor-rentes da preocupação dos segmentos da sociedade em acompanhar o desenvolvimento tecnológico para que ele represente oportunidades de crescimento e não uma ameaça à sua economia.

Por que não projetar uma galáxia de mundos virtuais,

exprimindo a diversidade dos saberes humanos,

que não estaria organizado a priori,

mas refletiria, ao contrário,

os percursos e os usos de seus exploradores?

Pierre Lévy

A Tecnologia da Informação e o processo produtivo

A postura clássica dos processos de produção tende a atribuir ao consumi-dor a tarefa de controlar a qualidade dos seus produtos, oferecendo-lhes um atendimento pós-venda de qualidade, buscando fidelizar o cliente a partir de um relacionamento mais próximo entre ele e a empresa. Esse compor-tamento, até determinada época, realmente representou um diferencial de qualidade, incutindo no consumidor a ideia de que consumindo de-terminada marca de produto ele teria a garantia de que, caso houvesse algum problema, o fabricante ou revendedor viria a assumir o prejuízo, providenciando consertos ou a troca do produto por outro em perfeitas condições de funcionamento.

A informática e o ambiente de negócios

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Atualmente, com o desenvolvimento tecnológico, o diferencial de qualidade passou a ser não permitir que produtos que não estejam em perfeitas condições de funcionamento sejam entregues ao consumidor, buscando atender o mais plenamente possível às expectativas do cliente.

Esta mudança de paradigma com relação à qualidade dos produtos e servi-ços, tornou-se possível a medida em que a Tecnologia da Informação veio sendo incorporada aos processos de produção e métodos de trabalho. O controle de qualidade na era da Tecnologia da Informação acontece no decorrer do proces-so de produção, em que os clientes internos, aqueles que dependem das fases anteriores do processo para desempenharem bem o seu papel na estrutura pro-dutiva, têm meios de controlar a qualidade de cada fase da produção, por meio de indicadores, podendo então promover o acerto do sistema, corrigindo falhas no processo de produção e, dessa forma, diminuindo a probabilidade do produ-to chegar ao mercado consumidor com algum tipo de problema.

A competição pela conquista do cliente, atualmente, passa pela formação de uma imagem de produto que eliminou a possibilidade de falhas no seu processo de produção, preservando o consumidor do incômodo de ter que se movimen-tar para fazer valer os seus direitos, ficando impedido de usufruir os benefícios do seu investimento, mesmo que temporariamente.

Postura clássica x Postura atual

entrada

solicitação pedido

entrada

solicitação pedido

saída

produto serviço

saída

produto serviço

processo de transformação

Atendimento

processo de transformação

Atendimento

Cliente

Clássica

Atual

ClienteEmpresa

Linguagens e Códigos

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A informática e o ambiente de negócios

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O marketing e a TIA atividade de marketing é composta basicamente de três fases: desenvolvi-

mento do produto, divulgação do produto e distribuição do produto.

Na fase de desenvolvimento do produto, as mudanças impostas pelo pro-gresso tecnológico têm imposto às organizações que invistam, principalmen-te, na atualização tecnológica do seu pessoal, para que possam lidar com um ambiente em que a tecnologia é o principal fator de mudança. Anteriormente, as empresas competiam com concorrentes localizados na mesma praça1, que envolvia um espaço geográfico restrito pelo alcance dos limitados meios de co-municação. Atualmente, a informação veiculada em rede mundial e em tempo real faz com que o processo de competição envolva o ambiente global, onde o concorrente pode estar no outro lado do mundo. A globalização, resultado do desenvolvimento tecnológico, impõe às organizações que invistam em Tecnolo-gia da Informação para o desenvolvimento de produtos de forma competitiva.

A fase em que o domínio da Tecnologia da Informação é mais diretamente percebido é na divulgação do produto. A utilização da multimídia proporcio-nou aos produtores de vídeos um infinito de possibilidades para criarem efeitos de imagens e sons, permitindo transmitir de forma mais eficiente a mensagem criada pelos especialistas em propaganda, sem contar com a economia conse-guida com a redução da necessidade de locação de espaços e infraestrutura.

O marketing eletrônico (e-marketing) envolve, também, a divulgação do pro-duto sustentada por informações obtidas por meio de bancos de dados, onde é possível ofertar o produto a uma clientela potencialmente viável. Existem em-presas especializadas na construção e manutenção de bases de dados (database) para oferecer ao mercado. Atualmente, o meio mais explorado pelo marketing eletrônico é a internet, que disponibiliza o ambiente global para a divulgação dos produtos. O uso da internet como meio de divulgação é uma atividade cada vez mais especializada, onde o marketing estratégico encontra um ambiente ex-tremamente fértil para o exercício da criatividade.

A distribuição do produto é uma outra fase bastante influenciada pela Tecno-logia da Informação, que possibilita às organizações melhorarem o desempe-nho na gestão da cadeia de suprimentos (supply chain management). Alguns conceitos aplicados na gestão de estoques, como o just in time, só tornaram-se viáveis a partir da incorporação da TI nos seus métodos operacionais. A informa-

1 Ambiente social escolhido para ser trabalhado como área de consumo para deter minado produto.

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ção rápida, em tempo real, possibilita às organizações conhecerem a demanda real do mercado e conciliarem os seus processos produtivos com a necessidade de distribuição do produto para o abastecimento do mercado, evitando o inves-timento na manutenção de estoques desnecessários, melhorando o seu desem-penho no quesito economia.

A Tecnologia da Informação e Comunicação e a sociedade de consumo

A Tecnologia da Informação e Comunicação está cada vez mais próxima das pessoas, incorporando-se gradativamente à cultura dos povos, participando da formação dos seus hábitos e costumes. Atualmente, nos centros urbanos as Tecno-logias da Informação e Comunicação estão incorporadas à vida dos consumidores de produtos e serviços. O comércio eletrônico (e-commerce), por meio da internet, oferece os mais diversos tipos de bens de consumo, como: imóveis, automóveis, material escolar, livros, discos, alimentação e outros, e o consumidor, além de com-prar produtos pela rede, a utiliza como fonte de pesquisa para escolher o produto que melhor atenda às suas expectativas, tanto no preço quanto na qualidade. O comércio virtual vem superando os seus pontos fracos por meio do desenvolvi-mento de softwares de certificação que oferecem maior segurança às operações em rede e por meio do maior domínio tecnológico por parte das organizações que optam por oferecer seus produtos por meio da rede, conquistando assim, gradati-vamente, a confiança do consumidor.

Na área de prestação de serviços as TICs já estão plenamente incorporadas às rotinas operacionais. Os Bancos, há vários anos, vêm investindo em tecnologia para oferecer os seus produtos com este valor agregado, como o homebaking2, que durante muito tempo representou um diferencial de qualidade para os bancos que incorporaram o uso das TICs às suas rotinas operacionais. Atualmen-te, a Tecnologia da Informação e Comunicação faz parte do sistema bancário.

A rede mundial de computadores é um meio reconhecido pelas instituições públicas, que incorporaram em suas rotinas o seu uso, tais como: receita federal, com a adoção da declaração de rendimentos via internet; universidades; cartórios; Tribunais Eleitorais, com a adoção do voto eletrônico; entre outros. Das organi-zações que mais se destacam na utilização das Tecnologias da Informação e Co-municação, podemos apontar as Instituições de Ensino, tanto no âmbito público

2 Banco em casa.

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quanto no privado. Os alunos, consumidores dos serviços de ensino, se relacionam em rede com suas escolas para as mais diversas atividades, que envolvem, entre outras, a obtenção das notas das provas, renovação de matrícula, pesquisa nos bancos de dados da instituição e desenvolvimento de trabalhos em grupo.

A utilização das Tecnologias da Informação e Comunicação por parte das orga-nizações, já faz parte do elenco de valores que os consumidores procuram enxer-gar ao se relacionarem com elas. Essa exigência por parte dos consumidores está cada vez mais presente e as empresas, principalmente, que disputam no mercado a preferência do consumidor, investem em TI como diferencial de qualidade para os seus produtos, proporcionando ao cliente, principalmente, a comodidade de acesso aos serviços e para as empresas, um menor custo operacional.

Comércio eletrônico Os Estados Unidos da América promulgou a Lei 105-277 de 1998, “Internet

Tax Freedom Act”, definindo como comércio eletrônico

qualquer transação conduzida na internet ou por meio de acesso à internet, compreendendo a venda, arrendamento, licenciamento, oferta ou entrega de proprieda de, bens, serviços ou informação para exame ou não, e inclui o provimento de acesso à internet. (CONVERGÊNCIA DIGITAL, 2008)

A necessidade de regulamentação desta modalida-de de comércio tem sido alvo de algumas iniciativas legislativas nos países desenvolvidos, havendo um consenso de que a falta de normas constitui a maior dificuldade para o seu desenvolvimento. Existe o en-tendimento de que para expansão do comércio ele-trônico, por sua natureza global, seria necessária uma legislação abrangente, em nível mundial, exigindo a participação dos agentes governamentais dos países envolvidos para a construção dessa legislação.

Segundo estudo realizado pela Universidade de Harvard em 2001, o grau de desenvolvi mento do comércio eletrônico no Brasil é elevado, tendo gerado fa-turamento de aproximadamente US$ 2,1 bilhões no mesmo ano. Avaliando as-pectos como número de transa ções B2B (empresa a empresa) e B2C (empresa a consumidor), grau de sofisticação da intranet de negócios e do mercado on-line, quantidade de páginas web comerciais, investimentos no comércio eletrônico,

Existe o entendimento de

que para expansão do comércio

eletrônico, por sua natureza global, seria necessária uma legislação

abrangente.

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concorrência no mercado “.com” e uso de sistemas de pagamento baseados na rede mundial de computadores, a Instituição classificou o Brasil na 18.ª posição entre 75 países, superando nações como o Japão e a Espanha e os demais países da América Latina.

Após à recente crise das empresas “.com” o mercado passou a entender que os fatores que determinam o desempenho das organizações nesta modalidade de comércio são os mesmos que sempre influenciaram o mercado, como quali-dade dos produtos e serviços ofertados, preço, atendimento ao cliente e prazo de entrega, entre outros. Das médias e grandes empresas brasileiras noventa e cinco por cento dispõem de páginas na internet, embora apenas 5% delas ofere-çam oportunidades diretas de negócios na web.

Um dos maiores desafios é a infoinclusão das pequenas e médias empresas, tanto na utilização das TICs nos seus processos internos quanto no uso da inter-net para efetuar transações eletrônicas. Outro grande avan ço a conquistar é o da disseminação das intranets em ambientes corporativos, visto que apenas meta-de das empresas com acesso à internet utiliza os recursos da rede integrados ao seu funcionamento. A participação do cidadão comum no comércio eletrônico ainda é bastante reduzida no Brasil. Segundo dados da empresa Market Analy-sisBrazil, apenas 5% dos internautas já rea lizaram compras pela rede mundial, embora grande parte deles se utilize da rede para buscar informações on-line

sobre bens e serviços ofertados. A descon-fiança do cidadão acerca da segu rança e privacidade nas transações virtuais, aliada à inércia a alteração nos hábitos de compra, constitui-se no maior empecilho à expan-são do comércio eletrônico.

Não obstante, números recentes revelam mudança nesse quadro. De acordo com a pesquisa “Comércio Eletrônico no Mercado Brasileiro”, da FGV-EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas), o valor movimentado pelo comércio eletrônico entre em presas e consumidores no Brasil já corresponde a 4,22% do total de negociações realizadas e regis trou um crescimento de 103% entre 2003 e 2004.

Outra modalidade de comércio eletrônico que vem ganhando espaço de forma sensível nos últimos tempos é o C2C (consumidor a consumidor), realiza-do pela internet entre pessoas físicas. Os produtos são anunciados em um site no qual o anunciante esteja cadastrado, descrevendo a mercadoria, utilizando

Das médias e grandes empresas brasileiras noventa e cinco por cento dispõem de

páginas na internet.

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fotos e arquivos de som e vídeo. Os portais de comércio eletrônico desenvolvem sistemas de segurança por meio da qualificação dos anunciantes em função do seu desempenho, oferecendo aos interessados referências sobre a idoneidade do vendedor e comprador por meio de avaliação da conduta de ambos ao final de cada transação.

O comércio eletrônico pela internet ou e-commerce, é a modalidade de co-mércio que apresenta o maior índice de crescimento no mercado, com indicador acima de 50% entre 2006 e 2007 no faturamento das transações realizadas em lojas virtuais. Estas lojas existem no espaço virtual sob a forma de website, onde o cliente pode escolher as mercadorias circulando pelo ambiente da loja virtu-al , encerrar as compras e efetuar o pagamento on-line, por meio de cartão de crédito ou boletos bancários. As lojas virtuais são idealizadas para permanecer acessíveis 24 hs e 365 dias por ano, para serem acessadas de qualquer lugar do globo em comunicação com a rede mundial de computadores.

Revolução digital e processo produtivoA invenção do transistor em meados do século XX foi o evento tecnológico

que deu início à Revolução Digital. A transformação do ambiente com o desen-volvimento da Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) dele decorrente transformou o processo de comunicação na sociedade, integrando um espaço que desconhece fronteiras geográficas, ou seja, efetiva mente global.

A constante redução de tamanho associada ao progressivo aumento de capacida-de de processamento e armazenamento dos circuitos integrados possibilitou a ex-pansão expo nencial da capacidade de transmissão e difusão da informação e do conhecimento, refletindo-se em todos os campos das atividades econômicas, que vão do aperfeiçoamento dos processos e técnicas gerenciais até a criação de sofisti-cados mecanismos robóticos que substituem o traba lho humano.

A ampla disponibilidade de meios de intercomunicação global introduz a descentraliza ção da administração das organizações empresariais, eliminando as obsoletas e burocratizadas estruturas ad-ministrativas, além de viabilizar a personali-zação de produtos produzidos em linhas de montagem, como automóveis, por exemplo. O setor terciário ou de serviços foi um outro segmento que verificou notável expansão

A ampla disponibilidade de meios de intercomunicação

global introduz a descentralização da administração das

organizações.

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no bojo da introdução sistemática das no vas tecnologias. Esse segmento é hoje responsável por nada menos que 80% do PIB dos Estados Unidos da América, o país mais rico e desenvolvido do planeta. Nos últimos trinta anos, assistiu-se à proliferação das atividades de mídia, notadamente a geração de conteúdo, lazer, educação, cultura e de consultorias especializadas em serviços técnicos. O acelerado crescimento do comércio internacional é outro reflexo do processo de glo balização tecnológica. Estatísticas da Organização Mundial do Comércio (OMC) indicam que a expansão média desde 1948 é de 6%, quase o dobro do crescimento médio do Produto Interno Bruto Global, que se expandiu à média de 3,7% no mesmo período. Essa expansão dos fluxos comerciais internacionais é comandada prioritariamente pelas empresas transnacionais, que cresceram de pouco mais de 7 000 (sete mil) nos anos 1970 para mais de 64 000 (sessenta e quatro mil) atualmente. Tais empresas têm mais de 860 000 (oitocentos e ses-senta mil) filiais espalhadas pelo mundo e empregam algo como 40 000 000 (quarenta milhões) de trabalhadores.

Funções de Política Industrial O cenário mundial é caracterizado pelo dinamismo econômico sustentado

pela crescente demanda por bens, produtos e processos diferenciados decor-rentes de intenso investimento em novas tecnologias e em novos métodos or-ganizacionais e gerenciais. Esse quadro demonstra a crescente importância da inovação como vetor da competitividade industrial em particular e das econo-mias nacionais em geral. O desenvolvimento de pro cessos industriais concorre para a redução de custos e para o aumento de competitividade das empresas, ao passo que a introdução de novos produtos permite o atendimento das deman-das de mercados com níveis de exigência crescentes.

Entretanto, o investimento em pesquisa, desenvolvi-mento e informação, tradicionalmente apresenta elevados graus de risco e de recursos, de capital humano e tecno-lógico, o que torna a presença do Estado indispensável. A economia brasileira apresentou durante a última década um crescimento acelerado da produtividade e da competi-tividade, com modernização de vários setores industriais.

Entretanto, tal processo não se refletiu num aumento da base exportadora e tampouco numa reversão da tendência de queda de participação brasileira no comércio mundial. Além desses problemas, existe uma pauta exportadora

Os setores de TIC são vinculados

à chamada “economia do

conhecimento”.

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caracterizada principalmente por produtos primários e de baixo valor agregado além de baixa incidência tecnológica em seus processos produtivos. Os setores de TIC são vinculados à chamada “economia do conhecimento”, áreas nas quais a inovação tecnológica e a qualificação dos recursos humanos são de fundamen-tal importância.

Trata-se de um campo da economia em que a fronteira do conhecimento avança velozmente, frequentemente interagindo com outras áreas de elevada incidência tecnológica. Dessa forma, considera-se estratégico, para o equilíbrio econômico de médio e longo pra zo, que países como o Brasil invistam pesada-mente em áreas de elevado conteúdo de conhe cimento. Além disto, é funda-mental que o setor privado em conjunto com as universidades e instituições de pesquisa trabalhem em sintonia para desenvolver a capacidade de realizar Pes-quisa e Desenvolvimento – P&D, gerar patentes e transferir as inovações para produtos e serviços.

Ademais, verifica-se uma forte correlação entre in-serção internacional, capacidade inova dora e dimensão relativa dos conglomerados empresariais que atuam no mercado internacio nal. De fato, a existência de grandes conglomerados empresariais brasileiros e de eficiente sistema de inovação, são considerados aspectos funda-mentais para o processo de cres cimento sustentável da economia e também para sua inserção no competitivo mercado global. Além desses aspectos, é fato que Políticas Públicas específicas concorram para o desenvol vimento de um ambiente favorável às inovações, como o verificado na economia da Coreia do Sul desde 1980. Este país introdu-ziu um programa governamental de incentivo ao desenvolvi mento tecnológi-co. O país, que tinha um padrão de desenvolvimento similar ao brasileiro e que obtinha, como o Brasil, por volta de 100 patentes industriais por ano no USPTO - United States Patent and Trademark Office, hoje se firma como um dos princi-pais atores tecnológicos e econômicos mundiais, com suas indústrias obten do quase 4 000 patentes por ano no USPTO e suas empresas disputando mercados exigentes como o americano e o europeu.

Desafio, hoje, assumem os especialistas, é transformar conhecimento em produtos e processos inovadores no país. A Política de Desenvolvimento Produtivo completou 90 dias no último dia 12 de agosto. E, como afirmou o presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee), Humberto Barbato, nesta quinta-feira, 14/08, ao que parece, pelo menos, na área de TICs, os projetos estão tendo o apoio das áreas técnicas dos ministérios diretamente envolvidos - MCT, MDIC e do BNDES. Em palestra realizada na agência de fomento do MCT, a Finep, no Rio de Janeiro, quarta-feira, 13/08, a doutora Léa Contier de Freitas, assessora

Políticas Públicas específicas

concorrem para o desenvolvimento de um ambiente

favorável às inovações.

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da secretaria-executiva do MCT, e o doutor Rafael Oliva, assessor da presidência do BNDES, falaram, respectivamente, sobre as diretrizes e metas do PCTI (Plano de Ação de Ciência, Tecnologia e Inovação) e do PDP (Plano de Desenvolvimento Produtivo). Ambos exaltaram a importância dos investimentos em pesquisa e inovação, afirmando que os dois planos trabalharão pelo fortalecimento da parceria entre agências públicas (como a FINEP) e o setor produtivo. Léa Freitas lembrou que o PCTI apresenta quatro metas bem definidas até 2010: expansão e consolidação do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia, promoção da inovação nas empresas, P, D & I em áreas estratégicas e desenvolvimento social por intermédio de políticas públicas de C & T. (CONVERGÊNCIA DIGITAL, 2008)

O governo brasileiro tem objetivado ações voltadas para o desenvolvimento nas áreas da Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação – P, D& I , por meio de ações planejadas para o alcance de metas estabelecidas até 2010, as ações envolvem programas de estímulo fiscal para o setor empresarial, buscando promover con-dições para que a indústria nacional disponha de mais recursos para investimen-to em pesquisa, desenvolvimento e inovação, tornando-as capazes de promover a transformação do conhecimento em produto e melhorando o desempenho nacional na produção de inovações tecnológicas e consequentemente, conquis-tando uma melhor colocação no ranking mundial de registro de patentes no USPTO. As ações previstas envolvem mudanças na regulamentação do sistema de comercio exterior, voltadas para facilitar e estimular as empresas de menor porte a participarem, como exportadoras, no mercado internacional.

Nosso plano é de que o investimento em P, D & I chegue a 1,5% do PIB brasileiro, daqui a dois anos, afirmou Léa Contier de Freitas. Outro desafio enfrentado pelo MCT, segundo a assessora, é transformar conhecimento em produtos e processos inovadores. De 2000 até 2005, o número de pedidos de patentes brasileiras cresceu de 220 para 340, índice ainda muito baixo se comparado aos países desenvolvidos. Já a PDP - Política de Desenvolvimento Produtivo - é um plano de política industrial para estimular exportações, investimentos, pesquisa e inovação. O programa está baseado em renúncias fiscais de R$21,4 bilhões até 2010. “O objetivo central é sustentar o atual ciclo de expansão”, sustentou Rafael Oliva, ressaltando a meta de que a taxa de investimento fixo chegue a 20,9%, em 2010. A PDP inclui a aceleração dos financiamentos do BNDES à indústria e aos serviços, que deverão totalizar R$210 bilhões de 2008 a 2010. “Temos como desafio ampliar a capacidade de oferta, preservar a robustez de balanço de pagamento, elevar a capacidade de inovação, além de fortalecer as micro e pequenas empresas”, sintetizou o assessor do BNDES. Entre as medidas setoriais previstas na PDP para TICs estão a redução da contribuição patronal para a seguridade social sobre a folha de pagamento para até 10%, e da contribuição para o Sistema S(Sesi, Senai e Senac) para até zero, de acordo com a participação das exportações no faturamento da empresa. Também há a intenção de ampliar a definição de empresa preponderantemente exportadora - de 80% do faturamento para 50% - para efeito de suspensão do PIS/Cofins na aquisição de bens de capital(REPES). Para que as micro e pequenas empresas possam também pensar em exportações, a PDP estipula a simplificação do Siscomex, através do aumento do limite de US$150 mil para US$300 mil, em que é permitido ao exportador utilizar o procedimento de habilitação na modalidade simplificada. Todas essas medidas estão em processo de regulamentação e deverão estar oficializadas até setembro, se o cronograma definido no lançamento da PDP venha a ser mantido pelo governo Lula. (CONVERGÊNCIA DIGITAL, 2008)

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Texto complementar

A VA Linux Systems(CHIAVENATO, 2000)

Imagine um jovem que, enquanto está cursando a faculdade, cria uma em-presa para vender micros baratos, equipados com o Linux, um sistema opera-cional alternativo. Nas horas vagas, ele ajuda dois colegas, Jerry Yang e David Filo, num projeto chamado Yahoo, um banco de dados com endereços da web. Seus amigos se tornam bilionários em alguns anos. Mas ele prefere seguir to-cando a sua empresa, a VA Linux Systems. Destino cruel, não é? Nem tanto.

Estamos falando de Larry Agustin, o fundador da VA Linux Systems, que está sonhando com seus próprios bilhões de dólares. Hoje, o Linux, o sistema operacional criado pelo finlandês Linus Torvalds, com código-fonte aberto e distribuição gratuita pela internet e que segue o padrão Unix, começa a arregimentar um exército de fãs que preferem o sistema ao windows da Mi-crosoft. De acordo com a DC, uma empresa americana de pesquisas, a fatia de mercado de sistemas operacionais de servidores do Linux cresceu de 7% para 17% em apenas dois anos, no mundo todo. É o sistema operacional que mais cresce no mundo. Isso ajudou a fazer da VA Linux um dos empreendi-mentos de crescimento mais acelerado do universo tecnológico. Sua clien-tela inclui IBM, SGI e winStar. Agustin afirma que a receita vem dobrando a cada trimestre, o que significa uma arrecadação superior a US$1 bilhão em vendas em menos de cinco anos. O Linux saiu do ambiente da internet e chegou às grandes empresas, graças ao seu sistema operacional de maior poder de processamento e facilidade de uso. É uma opção barata e estável que conquista mercados.

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Dica de estudoDicionário de e-commerce. Disponível em: <www.e-commerce.org.br/diciona-rio.htm>. Acesso em: nov. 2008.

O texto apresenta um glossário de termos relacionados ao comércio eletrô-nico, em construção dinâmica, constantemente complementado com novos termos, à medida em que vão sendo incorporados nesta modalidade de comér-cio. Estudando os termos técnicos fazemos contato com o ambiente por meio da sua linguagem própria.

Atividades1. Como a Tecnologia da Informação vem transformando as relações comer-

ciais entre produtor e consumidor?

2. Como a Tecnologia da Informação tem modificado o cenário do marketing?

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Nesta aula, estudaremos a participação da Tecnologia da Informação e Comunicação na sociedade contemporânea, abordando aspectos econô-micos, políticos e legais.

Vamos explorar o cenário de transformação imposto pelo imperativo tecnológico e o comportamento da sociedade nos seus diversos segmen-tos: empresarial, governamental e a população de uma forma geral, a busca dos meios para acompanhar este desenvolvimento. Conheceremos os estudos desenvolvidos por organismos governamentais e não gover-namentais, envolvidos nas ações voltadas para minimizar as diferenças de possibilidade de acesso ao desenvolvimento tecnológico e alguns resul-tados já obtidos.

A relação custo­benefício no processo de informatização

O investimento inicial para a informatização da organização deve passar por um processo de planejamento que tenha como foco dimensio-nar adequadamente a sua verdadeira demanda pela Tecnologia da Infor-mação e processamento de dados. É comum ocorrerem erros de projetos que resultam em superdimensionamento ou subdimensionamento da infraestrutura de informática necessária, resultando no aumento do seu custo de implantação. A configuração de sistemas informatizados é uma atividade própria de profissionais da área de informática, sendo aconse-lhável, sempre que um projeto de informatização estiver nos planos de empreendimentos, que seja incluído o custo com a contratação de con-sultoria especializada.

A partir do próximo ano, os grandes computadores serão substituídos por sistemas de grid computing. Cansado de tentar negociar preços mais baixos com os fornecedores de mainframes (supercomputadores) e nunca conseguir uma redução de custos nessa área, a Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação (SLTI), do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, decidiu começar a instalar em 2005, na Administração Federal, a tecnologia de computação de grade (grid computing). (POLÍTICA, 2004)

A gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação na sociedade

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Um outro fator importante na gestão da informática é o seu custo operacio-nal. Dependendo do porte dessa atividade na estrutura da organização, pode ser criada uma infraestrutura própria ou a atividade pode ser terceirizada. Cabe aos gestores da organização observarem o peso da participação dessa atividade no processo produtivo. Em alguns casos, como instituições financeiras, a Tecno-logia da Informação está muito próxima da atividade-fim da organização, exi-gindo, pelo menos, um controle gerencial da atividade e, para isso, criam seus departamentos de informática e terceirizam serviços no nível operacional. Na atividade de ensino, observamos a Tecnologia da Informação como uma ativida-de claramente complementar, embora cada vez mais integrada às rotinas admi-nistrativas e aos métodos de ensino, esta atividade pode ser sustentada por uma equipe de apoio própria da organização, contando com serviços especializados para situações excepcionais.

Quando existe uma demanda verdadeira para a informatização das ativida-des em uma organização, a sua participação na melhoria do desempenho é niti-damente percebida, desde que observados os critérios para a implantação e manutenção dos sistemas, como exposto anteriormente.

A Tecnologia da Informação é fator determinante para o desempenho de organizações que dependem da informação para o desenvolvimento dos seus negócios; que dependem da eficiência1 e eficácia2 dos seus proces-sos produtivos, resultando em produtos de qualidade; que dependem do atendimento efetivo3 às necessida-des dos clientes e que buscam a redução dos custos de produção, oferecendo ao mercado o seu produto a um preço competitivo frente à concorrência.

O avanço da viabilidade financeira para o processo de informatização

À medida que o uso da informática vem passando a fazer parte do nosso cotidiano as pessoas desenvolvem as habilidades necessárias para o seu uso. Atualmente, já não é mais privilégio de alguns iniciados a utilização dos meios

1 Cumprir a tarefa dentro do prazo determinado.2 Atingir o objetivo planejado.3 Cumprir a tarefa com pontualidade.

Executar uma tarefa com

desempenho significa atender aos quesitos de

eficiência, eficácia, efetividade e

economia.

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informatizados para melhorar os seus desempenhos. A sociedade exige um do-mínio mínimo de conhecimento para que um trabalhador consiga colocação para exercer alguma atividade no setor secundário (indústria de transformação) ou terciário (comércio e administração) da economia. Como consequência do desenvolvimento do conhecimento para o uso da Tecnologia da Informação, a demanda por produtos de informática vem crescendo, aquecendo o seu comér-cio e aumentado a oferta dos seus produtos (software e hardware). Indústrias como a Siemens, vêm investindo na inclusão digital dos seus funcionários, in-centivando o uso da Tecnologia da Informação, incorporando-a de forma natural ao seu ambiente de trabalho. Esta empresa instalou Cybercafés em suas fábricas, estimulando, principalmente, o pessoal operacional, que não tem acesso à infor-mática, para o uso do computador. A empresa espera preparar todo o seu pesso-al para atingir o objetivo institucional de se transformar em uma e-company4.

A disseminação do uso da internet tem sido um forte aliado à busca pelo conhecimento em Tecnologia da Informação. Em busca de entretenimento, co-nhecimento, consumo de bens e serviços e outras conveniências, o consumidor se interessa pelo uso da Tecnologia da Informação, busca adquirir os meios de acesso (hardware e software), aquecendo o mercado e melhorando a oferta dos produtos de informática.

Critérios para o uso das TICsA preocupação com o desenvolvimento das Tecnologias da Informação e

Comunicação e a sua utilização por parte da sociedade, principalmente com a expansão da Rede Mundial de Computadores, leva a sociedade organizada a pensar como orientar este universo de possibilidades para o bem-estar da hu-manidade. Nesse sentido, as instituições governamentais têm trabalhado bus-cando participar da condução de políticas para o seu melhor aproveitamento.

Regulamentação brasileira para o uso das TICsO desenvolvimento da tecnologia digital avançou de forma vertiginosa a

partir da década de 1970, em todo o mundo. A necessidade da regulamentação, nas mais diversas áreas de participação da informática passou a ser imperativa,

4 Empresa totalmente integrada ao uso da tecnologia de informação.

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principalmente para os países em desenvolvimento, que necessitavam de condi-ções mais favoráveis para promover o seu próprio desenvolvimento tecnológico, buscando reduzir a dependência da tecnologia oferecida pelos países desenvol-vidos. Nesse contesto, o governo brasileiro passou a participar de forma efetiva no processo de desenvolvimento tecnológico a partir da promulgação da Lei 7.232 de 29/10/1984 dispondo sobre a “política nacional de informática”. Poste-riormente foi promulgada a Lei 9.609 de 12/02 1998 dispondo sobre “a proteção de propriedade intelectual de programa de computador e por meio de decretos e medidas provisórias instituiu o “programa sociedade da informática” em 1999, a “infraestrutura de chaves públicas” em 2001 e criou o “comitê gestor da internet no Brasil” por meio do Decreto 4.829 de 03/09/2003. As ações brasileiras voltadas para o desenvolvimento tecnológico e inclusão digital estão integradas ao esfor-ço mundial representado de forma marcante pelos trabalhos desenvolvidos sob a chancela da UNESCO – Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura que, dentre muitos, destacamos a criação da Cúpula Mundial sobre a Sociedade da Informação – CMSI em 2001, com a finalidade de promover a pro-pagação das Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs de forma global, buscando integrar os países em desenvolvimento à “sociedade da informação”.

Lei 7.232, de 29/10/1984Dispõe sobre a Política Nacional de Informática e dá outras providências.

O Presidente da República

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Art. 1.º Esta Lei estabelece princípios, objetivos e diretrizes da Política Nacional de Informática, seus fins e mecanismos de formulação, cria o Conselho Nacional de Informática e Automação – CONIN, dispõe sobre a Secretaria Especial de Informática – SEI, cria os Distritos de Exportação de Informática, autoriza a criação da Fundação Centro Tecnológico para Informática – CTI, institui o Plano Nacional de Informática e Automação e o Fundo Especial de Informática e Automação.

Lei 9.609, de 19/2/1998Dispõe sobre a proteção de propriedade intelectual de programa de

computador, sua comercialização no País, e dá outras providências.

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O Presidente da República

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte lei:

Capítulo I

Das Disposições Preliminares

Art. 1.º Programa de computador é a expressão de um conjunto organizado de instruções em linguagem natural ou codificada, contido em suporte físico de qualquer natureza, de emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica digital ou analógica, para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados.

Decreto 3.294, de 15/12/1999Institui o Programa Sociedade da Informática e dá outras providências.

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 84, inciso IV, da Constituição,

decreta:

Art. 1.º Fica instituído o Programa Sociedade da Informação, com o objetivo de viabilizar a nova geração da internet e suas aplicações em benefício da sociedade brasileira.

Art. 2.º O Ministério da Ciência e Tecnologia será o responsável pela coordenação das atividades e da execução do programa.

Art. 3.º Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação.

Brasília, 15 de dezembro de 1999.

Medida Provisória 2.200, de 24/8/2001Institui a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil, trans-

forma o Instituto Nacional e Tecnologia da Informação em Autarquia, e dá outras providências.

O Presidente da República, no uso da atribuição que lhe confere o artigo 62 da Constituição, adota a seguinte Medida Provisória, com força de Lei:

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Art. 1.º Fica instituída a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira – ICP-Brasil, para garantir a autenticidade, a integridade e a validade jurídica de documentos em forma eletrônica, das aplicações de suporte e das aplicações habilitadas que utilizem certificados digitais, bem como a realização de transações eletrônicas seguras.

A operação e a administração da internet no mundo são atividades des-centralizadas, apenas algumas tarefas como: os padrões para o funcionamen-to da rede, distribuição de endereços e registro de domínios para interligação à rede, são administradas por instituições responsáveis. Dentre elas podemos destacar a Internet Society, que através de fóruns, debates e publicações, pro-cura orientar a pesquisa e utilização da internet.

No Brasil o Comitê Gestor Internet, criado em junho de 1995 por iniciati-va do Ministério das Comunicações e do Ministério da Ciência e Tecnologia é a instância máxima consultiva para assuntos de internet. É composto por membros desses Ministérios e representantes do setor comercial e acadêmi-co, tendo como objetivo a coordenação da implantação do acesso à internet no Brasil.

De acordo com o artigo 2.º da Lei 9.609, de 19/2/1998 a proteção à proprie-dade intelectual do programa de computador é a mesma conferida às obras literárias e os programas devem ser registrados no Instituto Nacional da Pro-priedade Industrial (INPI).

Os principais concorrentes dos produtos da Microsoft são livres. Os progra-mas da Microsoft são proprietários e não podem ser modificados pelo usuá-rio, não tem o seu código-fonte (conjunto de linhas de programação) aberto e exige pagamento de licença para o seu uso. Um dos softwares livres mais conhecido é o Linux e, de acordo com o artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, do dia 10/10/2004 e disponível pela internet na página do Minis-tério da Ciência e Tecnologia/Agênci@CT, os investimentos em projetos bra-sileiros de tecnologia com sistema Linux em 2005 devem ultrapassar os US$ 7,3 bilhões investidos em 2004. O movimento mundial que envolve mais de 350 mil pessoas no mundo todo para o desenvolvimento de softwares livres é chamado de Comunidade do Software Livre, e existem dezenas de milhares de programadores brasileiros colaborando na criação de programas de com-putador usados por pessoas, empresas e governos de todo o mundo.

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A infoexclusão no mundo Os recursos disponibilizados mundialmente para o desenvolvimento da So-

ciedade da Informação refletem a mesma disparidade observada na distribuição de renda e riquezas entre os países. Os países desenvolvidos detêm aproxima-damente 16% da população mundial e 80% do rendimento mundial. Os dados do relatório de 2004 da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e De-senvolvimento (UNCTAD) revelam que esse cenário de desigualdade se repete no segmento da Tecnologia da Informação (TIC). Apesar dos países em desen-volvimento estarem apresentando indicadores que demonstram taxas de cresci-mento superiores as dos países desenvolvidos, relativas à evolução do acesso das suas populações a internet, segundo relatório da UNCTAD, o distanciamento dos níveis de inclusão digital continuam acentuados, com os países desenvolvidos sendo detentores de aproximadamente 60% da população mundial com acesso à internet, enquanto o total de internautas da África, América Latina e Caribe atingem aproximadamente 2,5%. Em 1995, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PANUD), apresentou relatório pormenorizado do estágio de desenvolvimento relativo de dezenas de nações, com base em indicadores de monitoração de progresso tecnológico como: números relativos de assinantes de telefonia, computadores e usuários de internet. Quanto às novas tecnologias, o PNUD estabeleceu como meta para os governos em cooperação com o setor privado tornar acessíveis os bene fícios das novas tecnologias, em particular as da informação e comunicação. As informações levanta das pelo PNUD atestam que os índices de infra-estrutura de TIC dos países pobres e em desenvolvimento são muito menores que os índices dos países desenvolvidos. Especialistas defen-dem a tese de que o grande desequilíbrio socioeconômico entre as nações está diretamente ligado ao desenvolvimento científico. Os países desenvolvidos apre-sentam melhores indicadores de produção em P,D&I – Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação por estarem mais capacitados cientificamente, aumentando, cada vez mais, o distanciamento econômico dos países em desenvolvimento. O “Índice de Oportunidade Digi-tal”, que tem como finalidade definir indicadores para medir a capacidade dos países em criar meios para fa-cilitar o acesso das suas populações às Tecnologias da Informação e Comunicação, promovendo a inclusão digital, reforça a visão que os países com baixo desen-volvimento tecnológico, que não têm recursos para investir na produção de conhecimento científico e

As desigualdades na detenção do conhecimento

científico constituem o principal elemento

responsável pela preservação e ampliação

das diferenças socioeconômicas entre as nações.

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inserir o uso das TICs na sua estrutura social, promovendo a facilidade de acesso, apresentam menores índices de oportunidade digital, enquanto nos países que têm recursos para incorporar as Tecnologias da Informação e Comunicação na vida da sociedade e investir em pesquisa científica, planejamento e desenvolvi-mento, os índices são maiores.

Cenário da infraestrutura para TICEm estudo realizado em 2003 pela Organização das Nações Unidas (ONU)

envolvendo 191 países, fundamentado em indicadores como: percentual da po-pulação conectada à internet, número de telefones fixos e móveis, quantidade estimada de computadores e número aproximado de aparelhos de televisão, o Brasil ficou posicionado em 66.ª posição, próximo da Argentina na 63.ª e México na 73.ª posições e muito abaixo dos países desenvolvidos, como a Suécia na 1.ª e Estados Unidos na 3.ª posições, destacando-se na América Latina o Chile na 44.ª e Uruguai 49.ª posições.

Aparece como dado positivo a expansão das telecomunicações nos últi-mos anos que parece ter beneficiado de forma mais expressiva a população de baixa renda. Ainda no que tange à in fraestrutura de telecomunica ções, relató-rio elaborado pela Universidade de Harvard em 2001 revela que países como Brasil, México, Venezuela e Uru guai possuem “índices de de senvolvimento de infraestru tura” muito semelhantes, bem inferiores aos de países desen volvidos como Suécia e Estados Unidos. Em relação à infraestrutura para internet, em 2006 o Brasil possuía cerca de 5 milhões de hosts, ocupando a 9.ª posição mun-dial. Convém ressaltar que em janeiro de 2002 o País ocupava a 11.ª posição, na mesma classificação.

Desigualdades regionais e socioeconômicasConsiderando que no Brasil, o Distrito Federal possui aproximadamente 40%

dos domicílios conectados à internet e que na região Nordeste aproximadamen-te 11% dos domicílios dispõem desse benefício, fica evidenciada a desigualda-de de oportunidades para a infoinclusão assim como pode ser observado nas demais esferas socioeconômicas do País conforme as regiões geográficas e os estratos sociais da população. Em relação ao acesso do serviço telefônico fixo 61,9% dos domicílios do Sudeste possuíam linhas instaladas em 2004, na região

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Norte, esse número era de 34,9%. Em relação ao sistema móvel o cenário era se-melhante, com o Sudeste possuindo 22,6 milhões e o Norte com 10,5 milhões de linhas em 2002. O aspecto positivo é que, nos últimos anos, tem sido observado um aumento pro porcional da planta instalada mais acentuado nas regiões mais carentes do País. Em levantamento mais recente, realizado pelo NIC.br – Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR, do CGI.br - Comitê Gestor da Inter-net no Brasil e divulgado em 2008, está demonstrado o desempenho do Brasil rumo à inclusão digital:

Aumento no ritmo das aquisições de computadores nos domicílios (de 20% em 2006 para 24% em 2007), especialmente em domicílios cuja renda está entre 3 e 5 salários mínimos (de 23% para 40%), que são o alvo dos programas de incentivo fiscal do governo. Posse do computador e do acesso à internet continua extremamente ligada a fatores socioeconômicos e regionais. Quanto maior a renda maior a penetração do equipamento nos domicílios. Metade da população ( 53% ) informou já ter usado um computador, sendo que 40% são considerados usuários do equipamento. De internet já são 34% da população, quase 10 milhões a mais do que em 2006. Centros públicos de acesso pagos como internet café, lanhouses etc., se tornaram o local mais utilizado para uso da internet no país: são frequentados por 49% dos internautas brasileiros. O acesso à internet em centros públicos de acesso gratuitos como telecentros, ainda é modesto, mas duplicou no último ano, passando de 3% para 6% em 2007. A principal barreira de posse dos equipamentos TIC nos domicílios continua sendo econômica: o custo elevado do computador (78%) e do acesso à internet no domicílio (58%), mas o principal motivo declarado que leva o brasileiro a não usar a internet é a falta de habilidade (55%), reforçando que a posse do equipamento não é pré-requisito para o uso. A exclusão digital continua acompanhando a exclusão social no país. (COMITÊ, 2007)

O custo do acesso à tecnologiaConsiderando que devido ao preço dos microcomputadores, apenas uma

pequena parte da população brasileira tem podido ter acesso a aquisição deste meio tecnológico, com apenas 4,1% da população possuindo rendimentos men-sais superiores a dez salários mínimos, apenas as classes mais abastadas têm padrão de consumo semelhante ao dos de países desenvolvidos. Porém o de-senvolvimento tecnológico acelerado vem proporcionando o barateamento da tecnologia em processo de obsolescência, mas que atende às necessidades do usuário comum. Cabe ressaltar que o custo do acesso à internet ainda é um forte limitador para a universalização das TICs. Embora no Brasil o preço do pacote de serviços residenciais seja considerado baixo em relação ao que se pratica na maioria dos países, e venha sendo reduzido ao longo dos últimos anos, o baixo poder aquisitivo do brasileiro não permite a popularização do acesso à telefonia e à internet. Porém, é importante salientar que o barateamento do custo do pacote deveu-se principal mente à diminuição do preço da

O custo do acesso à Internet ainda é um forte limitador

para a universalização das TICs.

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instalação da linha telefônica, e não da assinatura básica, que é o principal com-ponente de custo do serviço para o usuário.

Desde 1995 a assinatura residencial bá sica registrou aumento de mais de 8.000%, passando de R$0,44 para cerca de R$36,00, em 2005. Conquanto as em-presas de telefonia invistam vultosos recursos em infraestruturas mais modernas de acesso à internet, essa não é a maior preocupação da maioria da população, cujo interesse preponderante é o de que a utilização das TICs seja economica-mente viável. Na prática, ao realizar investimentos em novas tecnologias, o foco das operadoras está voltado para a reduzi díssima parcela da população capaz de pagar por elas, e não para o restante da sociedade.

Diante desse quadro, constata-se a importância da criação de pontos comu-nitários de aces so à internet, em telecentros, bibliotecas e escolas, por exemplo, sobretudo em países com bai xa renda per capita como o Brasil. Os centros de uso compartilhado de recursos de informática são considerados uma das me-lhores soluções para atenuar o problema da dificuldade de acesso da população às TICs. Outra alternativa de grande apelo para a popularização das TICs consiste nos projetos de financiamento público de computadores de baixo custo e de reciclagem de computadores.

Texto complementar

Decreto 4.829, de 3 de setembro de 2003 Publicado no DOU de 4.9.2003

Dispõe sobre a criação do Comitê Gestor da Internet no Brasil – CGIBr, sobre o modelo de governança da internet no Brasil, e dá outras providências.

O Presidente da República, no uso das atribuições que lhe confere o artigo 84, incisos II e VI, alínea “a”, da Constituição,

Decreta:

Art. 1.º Fica criado o Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGIBr), que terá as seguintes atribuições:

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I – estabelecer diretrizes estratégicas relacionadas ao uso e desenvolvimen-to da internet no Brasil;

II – estabelecer diretrizes para a organização das relações entre o Governo e a sociedade, na execução do registro de Nomes de Domínio, na alo-cação de Endereço IP (Internet Protocol) e na administração pertinente ao Domínio de Primeiro Nível (ccTLD – country code Top Level Domain), “.br”, no interesse do desenvolvimento da internet no País;

III – propor programas de pesquisa e desenvolvimento relacionados à in-ternet, que permitam a manutenção do nível de qualidade técnica e inovação no uso, bem como estimular a sua disseminação em todo o território nacional, buscando oportunidades constantes de agregação de valor aos bens e serviços a ela vinculados;

IV – promover estudos e recomendar procedimentos, normas e padrões técnicos e operacionais, para a segurança das redes e serviços de in-ternet, bem assim para a sua crescente e adequada utilização pela sociedade;

V – articular as ações relativas à proposição de normas e procedimentos relativos à regulamentação das atividades inerentes à internet;

VI – ser representado nos fóruns técnicos nacionais e internacionais relati-vos à internet;

VII – adotar os procedimentos administrativos e operacionais necessários para que a gestão da internet no Brasil se dê segundo os padrões inter-nacionais aceitos pelos órgãos de cúpula da internet, podendo, para tanto, celebrar acordo, convênio, ajuste ou instrumento congênere;

VIII – deliberar sobre quaisquer questões a ele encaminhadas, relativamen-te aos serviços de internet no País;

IX – aprovar o seu regimento interno.

Art. 2.º O CGIBr será integrado pelos seguintes membros titulares e pelos respectivos suplentes:

I – um representante de cada órgão e entidade a seguir indicados:

a) Ministério da Ciência e Tecnologia, que o coordenará;

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b) Casa Civil da Presidência da República;

c) Ministério das Comunicações;

d) Ministério da Defesa;

e) Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior;

f ) Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão;

g) Agência Nacional de Telecomunicações; e

h) Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico.

II – um representante do Fórum Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ciência e Tecnologia;

III – um representante de notório saber em assuntos de internet;

IV – quatro representantes do setor empresarial;

V – quatro representantes do terceiro setor;

VI – três representantes da comunidade científica e tecnológica.

Art. 3.º O Fórum Nacional de Secretários Estaduais para Assuntos de Ci-ência e Tecnologia será representado por um membro titular e um suplente, a serem indicados por sua diretoria, com mandato de três anos, permitida a recondução.

Art. 4.º O Ministério da Ciência e Tecnologia indicará o representante de notório saber em assuntos da internet de que trata o inciso III do artigo 2.º, com mandato de três anos, permitida a recondução e vedada a indicação de suplente.

Art. 5.º O setor empresarial será representado pelos seguintes segmentos:

I – provedores de acesso e conteúdo da internet;

II – provedores de infraestrutura de telecomunicações;

III – indústria de bens de informática, de bens de telecomunicações e de software; e

IV – setor empresarial usuário.

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§ 1.º A indicação dos representantes de cada segmento empresarial será efetivada por meio da constituição de um colégio eleitoral, que elegerá, por votação não-secreta, os representantes do respectivo segmento.

§ 2.º O colégio eleitoral de cada segmento será formado por entidades de representação pertinentes ao segmento, cabendo um voto a cada en-tidade inscrita no colégio e devendo o voto ser exercido pelo repre-sentante legal da entidade.

§ 3.º Cada entidade poderá inscrever-se somente em um segmento e deve atender aos seguintes requisitos:

I – ter existência legal de, no mínimo, dois anos em relação à data de início da inscrição de candidatos;

II – expressar em seu documento de constituição o propósito de defender os interesses do segmento no qual pretende inscrever-se.

§ 4.º Cada entidade poderá indicar somente um candidato e apenas candi-datos indicados por entidades inscritas poderão participar da eleição.

§ 5.º Os candidatos deverão ser indicados pelos representantes legais das entidades inscritas.

§ 6.º O candidato mais votado em cada segmento será o representante ti-tular do segmento e o candidato que obtiver a segunda maior votação será o representante suplente do segmento.

§ 7.º Caso não haja vencedor na primeira eleição, deverá ser realizada nova votação em segundo turno.

§ 8.º Persistindo o empate, será declarado vencedor o candidato mais idoso e, se houver novo empate, decidir-se-á por sorteio.

§ 9.º O mandato dos representantes titulares e suplentes será de três anos, permitida a reeleição.

Art. 6.º A indicação dos representantes do terceiro setor será efetivada por meio da constituição de um colégio eleitoral que elegerá, por votação não-secreta, os respectivos representantes.

§ 1.º O colégio eleitoral será formado por entidades de representação perti-nentes ao terceiro setor.

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§ 2.º Cada entidade deve atender aos seguintes requisitos para inscrição no colégio eleitoral do terceiro setor:

I – ter existência legal de, no mínimo, dois anos em relação à data de início da inscrição de candidatos;

II – não representar quaisquer dos setores de que tratam os incisos I, II, IV e VI do artigo 2.º.

§ 3.º Cada entidade poderá indicar somente um candidato e apenas candi-datos indicados por entidades inscritas poderão participar da eleição.

§ 4.º Os candidatos deverão ser indicados pelos representantes legais das entidades inscritas.

§ 5.º O voto será efetivado pelo representante legal da entidade inscrita, que poderá votar em até quatro candidatos.

§ 6.º Os quatro candidatos mais votados serão os representantes titulares, seus suplentes serão os que obtiverem o quinto, o sexto, o sétimo e o oitavo lugares.

§ 7.º Na ocorrência de empate na eleição de titulares e suplentes, deverá ser realizada nova votação em segundo turno.

§ 8.º Persistindo o empate, será declarado vencedor o candidato mais idoso e, se houver novo empate, decidir-se-á por sorteio.

§ 9.º O mandato dos representantes titulares e suplentes será de três anos, permitida a reeleição.

Art. 7.º A indicação dos representantes da comunidade científica e tecno-lógica será efetivada por meio da constituição de um colégio eleitoral que elegerá, por votação não-secreta, os respectivos representantes.

§ 1.º O colégio eleitoral será formado por entidades de representação per-tinentes à comunidade científica e tecnológica.

§ 2.º Cada entidade deve atender aos seguintes requisitos para inscrição no colégio eleitoral da comunidade científica e tecnológica:

I – ter existência legal de, no mínimo, dois anos em relação à data de início da inscrição de candidatos;

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II – ser entidade de cunho científico ou tecnológico, representativa de en-tidades ou cientistas e pesquisadores integrantes das corresponden-tes categorias.

§ 3.º Cada entidade poderá indicar somente um candidato e apenas candi-datos indicados por entidades inscritas poderão participar da eleição.

§ 4.º Os candidatos deverão ser indicados pelos representantes legais das entidades inscritas.

§ 5º O voto será efetivado pelo representante legal da entidade inscrita, que poderá votar em até três candidatos.

§ 6.º Os três candidatos mais votados serão os representantes titulares, seus suplentes serão os que obtiverem o quarto, o quinto e o sexto lugares.

§ 7.º Na ocorrência de empate na eleição de titulares e suplentes deverá ser realizada nova votação em segundo turno.

§ 8.º Persistindo o empate, será declarado vencedor o candidato mais idoso e, se houver novo empate, decidir-se-á por sorteio.

§ 9.º O mandato dos representantes titulares e suplentes será de três anos, permitida a reeleição.

Art. 8.º Realizada a eleição e efetuada a indicação dos representantes, estes serão designados mediante portaria interministerial do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República e dos Ministros de Estado da Ciência e Tecnologia e das Comunicações.

Art. 9.º A participação no CGIBr é considerada como de relevante interes-se público e não ensejará qualquer espécie de remuneração.

Art. 10. A execução do registro de Nomes de Domínio, a alocação de En-dereço IP (Internet Protocol) e a administração relativas ao Domínio de Pri-meiro Nível poderão ser atribuídas a entidade pública ou a entidade privada, sem fins lucrativos, nos termos da legislação pertinente.

Art. 11. Até que sejam efetuadas as indicações dos representantes do setor empresarial, terceiro setor e comunidade científica nas condições pre-vistas nos artigos 5.º , 6.º e 7.º, respectivamente, serão eles designados em

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caráter provisório mediante portaria interministerial do Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da República e dos Ministros de Estado da Ciência e Tecnologia e das Comunicações.

Art. 12. O Ministro de Estado Chefe da Casa Civil da Presidência da Re-pública e os Ministros de Estado da Ciência e Tecnologia e das Comunica-ções baixarão as normas complementares necessárias à fiel execução deste Decreto.

Art. 13. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 3 de setembro de 2003; 182.º da Independência e 115.º da Repú-blica.

Luiz Inácio Lula da Silva

José Dirceu de Oliveira e Silva

Miro Teixeira

Roberto Átila Amaral Vieira

Dica de estudoConheça o Gov. BR. Disponível em: <www.governoeletronico.gov.br/o-gov.br>. Acesso em: out. 2008.

O material disponível tem como finalidade esclarecer ao cidadão o desenvol-vimento dos programas de Governo Eletrônico, que apresentam como princípio a utilização das modernas tecnologias de informação e comunicação (TICs) para democratizar o acesso a informação na sociedade.

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Atividades1. Por que é importante a participação de um profissional na avaliação das ne-

cessidades de informatização da organização?

2. Quando a terceirização dos serviços de informática é mais interessante para as organizações?

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O homem, a sociedade e a comunicação1. Muitas são as distâncias que contribuem para o afastamento do cida-

dão do acesso aos meios de comunicação e informação, cada vez mais acessíveis em decorrência do desenvolvimento tecnológico, porém, as distâncias sociais são as mais difíceis de serem superadas porque é o resultado do somatório de todas as outras distâncias.

2. A educação necessita ser percebida como prioridade e valorizada, para que possa concorrer com as outras atividades que disputam espaço na sociedade. A educação, à medida que vai sendo priorizada como fator determinante para o avanço da sociedade nos mais diversos as-pectos, fica reforçada para ganhar a corrida pelo acesso aos meios de propagação na sociedade.

O domínio do saber1. Os diversos segmentos veem na iniciativa privada a ameaça de trans-

formar este bem (comunicação através da tecnologia) num produto que só seria acessível às camadas mais abastadas. Pois a sociedade está preocupada em aproveitar a oportunidade oferecida pelo desen-volvimento tecnológico, para a melhoria da qualidade de vida de uma forma geral.

2. O ambiente de aprendizado passa a ser construído por mestres e alu-nos, sob a influência do advento da virtualidade, que disponibiliza o conhecimento pelos meios de comunicação, cada vez mais eficientes e disponíveis, concorrendo com a posição exclusivista dos mestres, outro-ra únicos detentores do saber.

Gabarito

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O espaço virtual1. A melhoria dos meios de comunicação com desenvolvimento tecnológico

tem favorecido à educação, proporcionando oportunidade de avanço nas mais diversas áreas. Os meios de comunicação tornam acessíveis a informa-ção de conteúdo pedagógico e ferramentas de apoio à atividade de ensino, tanto no ambiente acadêmico quanto para a formação profissional. Facilita o acesso à educação, disponibilizando o conhecimento no espaço virtual, que é de acesso mais fácil, porque não depende de hora nem de lugar.

2. O desenvolvimento tecnológico foi fator fundamental para o surgimento da atividade de informática, porque abriu um infinito de possibilidades para a expansão da presença humana, permitindo a transmissão de conhecimentos e informações independentes do tempo e nas quantidades que fosse capaz de produzir.

O ensino virtual1. O ensino deve estar sempre pronto para transitar pelo melhor meio de co-

municação disponível, para cumprir a sua principal missão, que é de cons-truir conhecimento por meio da transferência do mesmo. O ambiente virtual oferece as condições para a libertação das estruturas físicas na construção do conhecimento.

2. Anteriormente à era da tecnologia em que vivemos, as antigas instituições já mostravam a necessidade da rede de informações e comunicação, que se apresentava de forma lenta e pesada. Com o advento da Tecnologia da Informação e Comunicação, a rede tornou-se leve, rápida e eficiente no cum-primento da sua principal missão que é a integração global.

Gestão do conhecimento e capital intelectual1. Devido à facilidade crescente da troca de informações entre as mais diver-

sas áreas da atividade social, a possibilidade de acesso às informações no ambiente competitivo tornou-se de vital importância para as empresas, que necessitam estar à frente dos concorrentes, desenvolvendo produtos e ten-do conhecimento das tendências do mercado consumidor.

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Gabarito

2. Os clientes, o conhecimento tecnológico, a marca, os processos de produ-ção, entre outros, são bens que não podem ser mensurados pelos padrões tradicionais de contabilidade, porém são estes bens que, atualmente, deter-minam o real valor de uma organização.

A aprendizagem organizacional1. Desenvolver conhecimento e habilidades que capacitem as pessoas para

compreender e agir de forma eficaz dentro das organizações. Por meio de re-lações cooperativas, dar força ao conhecimento, experiências e capacidades. Repensar e revitalizar as organizações em direção ao sucesso, melhorando o processo de comunicação para levar as pessoas a melhorar suas aspirações e objetivos.

2. As organizações que investem em conhecimento, buscam estar preparadas para as mudanças que ocorrem no ambiente de negócios. Quando os merca-dos mudam, as tecnologias avançam e os concorrentes se multiplicam e os produtos se tornam obsoletos do dia para a noite, as organizações têm que estar preparadas para criar novos conhecimentos disseminando-os ampla-mente pela organização e integrando-os às novas tecnologias de produção.

www e internet1. A web utiliza um protocolo especial chamado HTTP – protocolo de transfe-

rência de hipertexto para viabilizar o tráfego de documentos na linguagem HTML na internet, que é usada para criar documentos que permite inserir imagens e hyperlinks em um arquivo de texto.

2. O principal instrumento de controle é a legislação vigente, que se aplica a to-dos os meios de comunicação. Uma outra forma de controle é a responsabi-lização pela autoria do material veiculado, que é um desafio para os gestores dos meios de acesso à internet.

A internet e a educação1. A troca de informações para a construção do conhecimento é uma necessi-

dade básica das organizações de ensino. Antes da propagação da internet, este intercâmbio tinha que superar distâncias geográficas, envolvendo maio-

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res custos e tempo. Logo, a educação tem sido uma das áreas de atividades mais beneficiadas pelo desenvolvimento da rede mundial de computadores e, como importante usuária, contribuído para a sua missão natural, que é a globalização.

2. Universidades dos Estados Unidos começaram a promover encontros virtu-ais entre pesquisadores, alunos e professores pela internet, para a troca de informações e discussão de temas de interesse comum e assim começaram os grupos de discussão ou de notícias, os newsgroups.

Trabalhos em equipe na internet1. Pessoas que procuram contato num grupo de notícias interessadas no mesmo

assunto. As mensagens ficam disponíveis na rede formada pelos servidores que hospedam os grupos de notícias newsgroups, que é denominada Usenet.

2. De qualquer lugar do mundo podemos nos comunicar em tempo real por meio da internet, acessando um site que disponibilize um chat.

Utilizando a internet1. Por meio de uma pasta ou diretório que pode ser acessado por senha, em

um provedor de acesso, podemos transferir arquivos para outros computa-dores ou trazer para o nosso computador arquivos gravados em outros com-putadores.

2. Principalmente a possibilidade de atuar no ambiente de comércio global, além de oferecer uma relação mais rápida entre clientes e empresas. Redu-ção das despesas com a divulgação de bens de consumo e serviços.

O computador e a escola1. Para que o cidadão tire o melhor proveito do contato com a tecnologia da

informação é muito importante que ele seja educado para fazer bom uso das possibilidades disponíveis. Por isto a escola é o melhor lugar para adquirir a formação necessária para que este conhecimento venha a contribuir para a melhoria da sua qualidade de vida.

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Gabarito

2. Para preservar a estrutura da rede, protegendo-a da contaminação pelo uso de programas indesejáveis, podem ser instalados computadores sem disco rígido – HD, usando o servidor da rede para armazenar programas e dados.

A multimídia na sala de aula1. O educador é o profissional com formação didática para avaliar o conteúdo

dos materiais disponibilizados na mídia, para a sua utilização na atividade acadêmica, selecionando os conteúdos de acordo com o grau de desenvol-vimento de cada grupo de estudantes.

2. Por serem produções de conteúdo livre é muito importante selecionar os materiais de interesse escolar antes de disponibilizá-los para o uso como ma-terial de apoio na educação.

A TI no ambiente organizacional1. A informação é o principal ingrediente para a elaboração das estratégias or-

ganizacionais, possibilitando a produção de indicadores que dão consistên-cia às conclusões que devem orientar a tomada de decisões e o planejamen-to das ações.

2. O desenvolvimento da informática tem contribuído de forma determinan-te para o desempenho das funções básicas da organização, principalmen-te com o desenvolvimento de softwares específicos para a área financeira, comercial, administrativa, tecnologica e para a área da produção de bens e serviços.

A informática e o ambiente de negócios1. A conquista do cliente, atualmente, passa pela possibilidade da produção de

bens de consumo e serviços que atendam às suas expectativas, com um pa-drão de qualidade que elimine a possibilidade de transtornos na obtenção dos benefícios esperados. A informática contribui para o controle de qua-lidade da produção de forma a reduzir ao máximo a possibilidade de um produto chegar ao cliente sem que esteja seguro para atender as suas neces-sidades, sem contratempos.

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2. Anteriormente ao atual estágio do desenvolvimento tecnológico da infor-mação, as empresas competiam com concorrentes na sua praça. Hoje a con-corrência tornou-se global, com a possibilidade do consumidor estabelecer contato com fornecedores no espaço virtual, independente da sua posição geográfica, e usufruir de uma oferta infinitamente maior de possibilidades.

A gestão da Tecnologia da Informação e Comunicação na sociedade1. Tanto o superdimensionamento quanto o subdimensionamento da tecnolo-

gia necessária para uma organização atender as suas necessidades de produ-ção são prejudiciais, visto que no primeiro caso, a produção fica onerada com o custo desnecessário da tecnologia e no segundo caso, não alcança a produti-vidade necessária para compensar o custo com a tecnologia. O profissional em informática tem condição de avaliar corretamente as necessidades de investi-mento, de modo a garantir o melhor resultado na relação custo benefício.

2. Dependendo da atividade fim da organização a informática pode ficar muito distante das prioridades para construção e manutenção do seu capital inte-lectual, necessário para a manutenção e desenvolvimento do negócio. Nestes casos, pode ser mais interessante a contratação de um suporte externo para fornecer as soluções na área da Tecnologia da Informação, por ser mais econô-mico contratar serviços do que arcar com o custo de uma estrutura própria.

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