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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 1 Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias

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Manual do Professor deLíngua Portuguesa e Literatura Volume 1

Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 12

Apresentação

O material didático da Coleção EJA Educação Profissional foi elaborado a par-tir do documento base do Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na modalidade de Educação de Jovens

e Adultos, tendo como pressupostos alguns princípios e fundamentos pedagógicos: compreensão do trabalho como princípio educativo; pesquisa como fundamento da for-mação, por entendê-la como modo de produção de conhecimentos e de entendimento da realidade, além de contribuir para a construção da autonomia intelectual dos educandos; integração do currículo; valorização dos diferentes saberes no processo de ensino e apren-dizagem; e o trabalho como princípio educativo.

Nos livros que compõem a coleção, as abordagens das áreas dos conhecimentos são embasadas na perspectiva de complexos temáticos, ou seja, em temas gerais comuns liga-dos entre si. Temas que abrangem os conteúdos mínimos a serem abordados sob o enfoque de cada área do conhecimento; possibilitam a compreensão do contexto em que os alunos vivem; atendem às condições intelectuais e sociopedagógicas dos alunos; garantem um aprofundamento progressivo ao longo do material; e promovem o aprofundamento e a ampliação do conhecimento do aluno.

A abordagem dos materiais didáticos é centrada em resoluções de problemas, ou seja, no início da unidade são propostos os problemas, dilemas reais vividos pela sociedade e, a partir da disciplina, são fornecidos dados e fatos buscando a solução dos problemas propostos.

Para efetivar a integração das diferentes áreas do conhecimento, articulando-as ao mundo do trabalho, são utilizados grandes temas integradores: sociedade e trabalho; ciên-cia e tecnologia e trabalho; saúde e trabalho; linguagens e trabalho; entre outros.

Em cada volume da coleção, a disciplina é dividida em unidades que, por sua vez, são separadas em capítulos. Cada unidade conta com seção inicial de abertura, em que é colocado o problema gerador; conteúdos desenvolvidos de modo a propiciar a construção de soluções para o problema inicial por meio de atividades, propostas de reflexão, aná-lise de situações, simulação de cenários para tomada de decisão que são intercalados ao conteúdo em estudo; atividades de reflexão, de análise, de pesquisa e de produção (oral e escrita); seção final de sistematização da unidade, retomando o percurso de aprendizagem e relacionando-o ao problema inicial.

Com a intenção de desenvolver ideias e conceitos, ampliando os conhecimentos do educando de maneira estimulante e participativa, as obras contam ainda com sugestões de livros e sites, nos quais o aluno poderá realizar pesquisas para explorar as conexões entre as áreas do conhecimento.

Por meio da participação de todos os envolvidos no processo educacional, o material foi desenvolvido de modo que o trabalho dos alunos se desenvolva de maneira prazerosa e significativa.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 13

Orientações aos Professores

Orientações aos Professores

Orientações Gerais do VolumeA sociedade que atravessou as portas do século XX, cada vez mais globalizada

e tecnológica, marcou configurações e padrões na educação escolar que exigem uma prática educativa adequada às necessidades dos educandos jovens e adultos que, ao chegarem à escola, trazem diferentes experiências de vida e uma bagagem de conhecimentos adquiridos em outras instâncias, que são significativas para o con-texto social.

Em face dessa realidade, que tem como meta a igualdade crescente entre os cidadãos e a integração ao mundo do trabalho, com condições para prosseguir com autonomia no caminho de seu aprimoramento profissional, a Educação de Jovens e Adultos tornou-se um desafio. Assim, exigindo a ampliação de espaços permeados com material didático, metodologia e conteúdos socialmente relevantes e compatí-veis com um ensino de qualidade e com as especificidades dos alunos que buscam a escola para retornar sua trajetória educacional.

Nessa perspectiva, os conteúdos desenvolvidos no livro destinado aos estudos de língua portuguesa e literatura estão articulados por meio de temas integradores comuns para a área de Linguagens, Códigos e Suas Tecnologias.

Na primeira unidade, o tema linguagem, comunicação e cotidiano foi desen-volvido por meio de uma reflexão sobre alguns dos inúmeros gêneros textuais que circulam em nosso meio e as funções que as linguagens exercem no cotidiano social. Na segunda unidade, vinculou-se o tema linguagem, sociedade e cidadania às questões sobre as variedades linguísticas, os níveis de linguagem, a semântica e as diferentes formas de discursos utilizadas nos gêneros textuais que priorizam as sequências narrativas. Na terceira unidade, articulou-se o tema linguagem, cultura e globalização aos estudos da literatura. E, na quarta unidade, relacionou-se o tema tecnologias de comunicação e informação com a importância das tecnologias para a humanidade e com as diferentes linguagens utilizadas na tecnologia da informação e da comunicação.

Dentro dessa dinâmica, o trabalho com a literatura não visa apenas ensinar o aluno a memorizar características dos diferentes estilos de época, situando os auto-res e a produção artística em blocos de períodos literários. A preocupação maior é propiciar uma compreensão mais ampla do objeto literário e mostrar que a literatura é um instrumento de comunicação e interação atemporal, social, histórico e político capaz de revelar as contradições da realidade em que os alunos estão inseridos.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 14

Assim sendo, a linha pedagógica adotada no livro do aluno foi desenvolvida com base em uma pedagogia problematizadora e entrelaçada com situações de aprendiza-gens estimulantes e desafiadoras, que permitem ao estudante estabelecer uma relação entre os conhecimentos prévios adquiridos na prática social e em suas experiências pro-fissionais. Além disso, baseou-se também na apropriação dos novos conhecimentos que dão suporte ao desenvolvimento de diferentes capacidades cognitivas, como a formula-ção de hipóteses, a pesquisa, a compreensão, a observação, a generalização, a análise/síntese, o debate, a argumentação convincente e o respeito pelas opiniões divergentes.

Objetivos Gerais do Volume• Utilizar os recursos expressivos da linguagem verbal na produção de textos orais,

na leitura e na produção de textos escritos com o intuito de atender às múltiplas demandas sociais, responder às exigências das interações comunicativas e analisar os diferentes discursos que se materializam na forma de gêneros textuais.

Princípios Pedagógicos Gerais do VolumeA proposta metodológica abrange o conteúdo por meio dos princípios pedagó-

gicos que norteiam o processo de ensino e de aprendizagem de língua portuguesa e literatura – oralidade, leitura, escrita e reflexão sobre a língua. Na sequência, essas prá-ticas são apresentadas de forma separada por uma questão de organização didática, mas, nas atividades desenvolvidas em sala de aula, elas devem ser contempladas na totalidade, para oportunizar ao aluno a apropriação dos conteúdos escolares.

Tendo em vista que a oralidade é concebida como conteúdo de língua portuguesa e literatura, não apenas estratégia de ensino como nas demais disciplinas, os conteúdos que envolvem a língua oral e os demais conteúdos escolares devem ser planejados com vistas a ampliar a capacidade de comunicação dos alunos, superando a conversação espontânea e descompromissada, presentes, algumas vezes, no círculo escolar.

Apesar de a linguagem espontânea ser coerente e apresentar unidade para os interlocutores, o espaço escolar deve desenvolver um trabalho com a oralidade que per-mita ao aluno utilizar os recursos expressivos da língua, conhecer e usar a norma urbana de prestígio, adequar a linguagem conforme as circunstâncias (interlocutores, assunto, objetivos) comunicativas e fazer uso da língua oral de forma cada vez mais competente.

Assim sendo, as atividades de oralidade sugeridas no livro do aluno devem ser utilizadas para exercitar os usos mais formais do discurso oral nas instâncias públicas. Dessa forma, possibilita uma reflexão sobre a utilização da oralidade em eventos que exigem ouvir com atenção; formular e responder a perguntas; respeitar as ideias do outro; selecionar a variedade linguística mais adequada à situação e expressar opiniões com coerência e argumentos convincentes na perspectiva de possibilitar ao aluno o desen-volvimento da competência discursiva em situações concretas de uso da língua materna.

A leitura é um processo de produção de sentidos que ocorre a partir das relações dialógicas que acontecem entre o autor, o texto e o leitor. É dentro dessa dimensão dia-lógica e discursiva, que os diferentes gêneros textuais – anúncio publicitário, panfleto, carta de leitor, notícia, gráfico, crônica, cartum, letra de música, pintura, tira humorís-tica e currículo, entre outros – são apresentados no livro do aluno.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 15

Desse modo, a leitura não pode ser trabalhada em sala de aula apenas para localizar informa-ções contidas no texto. As práticas de leitura devem ajudar o aluno a construir o significado do texto a partir dos seus conhecimentos prévios sobre o assunto, o autor, o suporte em que o texto é veiculado e as características do gênero textual em estudo.

A aplicação dessas estratégias de leitura permite que o aluno perceba que todo texto envolve um enigma e que o seu entendimento decorre: da compreensão do conteúdo temático, dos elemen-tos explícitos presentes na superfície do texto, do uso das inferências que permitem desvendar os elementos implícitos e na percepção dos efeitos de sentidos provocados pelo vocabulário, pela pon-tuação e pela construção sintática utilizada no texto.

Na escrita, a produção de textos e as respostas das atividades propostas no livro do aluno ganham valor no momento em que o discente percebe a importância da função social da escrita e compreende que essa dinâmica, como qualquer atividade verbal, representa uma ação cooperativa entre duas ou mais pessoas – os interlocutores que participam do jogo das interações verbais.

Nessa perspectiva, a mediação do professor deve desenvolver estratégias que propiciem a discussão e a reflexão sobre o tema que será desenvolvido na escrita do texto, tendo em vista, princi-palmente, que a realização das atividades prévias abre o leque que determina os elementos do texto: quem escreve, o que, para quem, para que, por que, quando, onde e como se escreve.

Assim sendo, a prática da escrita é uma experiência interpessoal e dialógica que requer o domí-nio de determinados procedimentos que envolvem o planejamento do que vai ser escrito em função das características do gênero textual, a escrita da primeira versão sobre a proposta apresentada e, em seguida, a revisão e a reescrita do texto. Essas etapas, apesar de serem interdependentes, devem estar presentes nas atividades que envolvem a escrita, porque elas permitem que o aluno compreenda os procedimentos que norteiam a escrita dos vários gêneros textuais que circulam na sociedade.

A atividade de reflexão sobre a língua tem a finalidade de criar condições para que a variedade padrão seja aprendida efetivamente na escola, uma vez que os conhecimentos gramaticais ganham significado no momento em que o aluno monitora a própria escrita no interior da produção textual. Assim, observando, por exemplo, a organização do assunto, a progressão textual, o emprego da sin-taxe e o uso dos recursos linguísticos responsáveis pelas ligações que se estabelecem entre os termos de uma frase, entre as orações de um período e entre os parágrafos do texto.

Em outras palavras, os conceitos gramaticais devem estar inseridos nas atividades de leitura e produção de texto oral e escrita com o intuito de propiciar ao aluno a ampliação da capacidade de usar as várias possibilidades que a língua oferece, desenvolvendo, ao mesmo tempo, a competência discursiva necessária para se expressar nas diferentes situações de interação comunicativa com as quais se depara no decorrer de suas atividades acadêmicas, sociais e profissionais.

Articulação do ConteúdoTendo em vista que todo conhecimento mantém um diálogo permanente com outros conheci-

mentos, os conteúdos abordados no livro de língua portuguesa e literatura podem ser amplamente integrados com as disciplinas de língua inglesa e língua espanhola devido à própria natureza de seus objetos de estudo – a própria língua.

Além dessas disciplinas, sugere-se, também, a possibilidade de integração com arte (utilidade da arte e gêneros artísticos), geografia (conceitos de lugar, região, espaço geográfico), história (tempo histórico) e matemática (estudo dos conjuntos numéricos e dos índices de porcentagem).

Foram apresentados, aqui, apenas alguns exemplos de ações integradoras, cabendo ao pro-fessor adequar sua prática pedagógica e didática à realidade de sua sala de aula e aos interesses e necessidades dos alunos.

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Sugestão de PlanejamentoO livro de língua portuguesa e literatura, que foi elaborado com o objetivo de

subsidiar a prática pedagógica no cotidiano escolar, é constituído por quatro unida-des temáticas. Cada uma das unidades se desdobra em dois capítulos organizados em torno de diferentes gêneros – poemas, letras de música, crônicas, contos, anúncios publicitários, pinturas, cartas de leitor, notícias, reportagens e gráficos, entre outros.

O fio condutor que norteia as noções teóricas e práticas contribui para a pro-gressão e a coerência da sequência dos conteúdos desenvolvidos, no livro do aluno, por meio de seções que são recorrentes ao longo de todos os capítulos: Leitura, Análise, Reflexão, Produção Oral e Produção Escrita. Essas seções têm o objetivo de complementar e enriquecer os conteúdos estudados.

As atividades propostas no livro do aluno devem ser desenvolvidas durante um semestre e, por isso, propõe-se que o planejamento das atividades priorize os resultados que se deseja atingir, os conteúdos básicos que melhor respondem às carac-terísticas, aos limites e às facilidades do grupo de alunos e os procedimentos, métodos e técnicas que criarão as condições adequadas para o processo de aprendizagem.

Nesse sentido, sugere-se que o professor, antes de iniciar o planejamento (semanal, mensal ou bimestral), reflita sobre estas perguntas: para que ensinar? (identificação dos objetivos), o que ensinar? (seleção dos conteúdos essenciais), como ensinar? (escolha dos métodos e estratégias que serão utilizadas em sala de aula). Para, assim, propiciar aprendizagens significativas no dia a dia de seu fazer pedagógico. Não se deve esquecer, porém, que o planejamento é um ato flexível que deve se adaptar à realidade e às necessidades vivenciadas no contexto escolar.

A atividade avaliativa deve ser utilizada, nessa mesma linha de concepção, com a finalidade de dar ao professor os elementos fundamentais para a realização de seu planejamento uma vez que ela informa quem são os alunos, quais os conhecimentos prévios que eles já detêm e o que buscam na escola. Assim sendo, a avaliação vista como instrumento de controle e poder da escola deixa de existir para dar lugar a uma prática avaliativa diagnóstica, contínua e cumulativa, que deve ser realizada no processo de intervenção professor/aluno, a partir de ações e de experiências cuida-dosamente planejadas, com o intuito de solucionar as dificuldades encontradas pelos alunos no processo de aprendizagem.

Atividades ComplementaresAs atividades complementares são consideradas componentes das ações didá-

ticas e pedagógicas próprias do processo de ensino e de aprendizagem. Relacionadas com o mundo da cultura e do trabalho, devem ser realizadas de forma aberta e fle-xível (dentro ou fora da escola) com a finalidade de propiciar ao aluno a progressiva autonomia intelectual e profissional. Além das atividades apresentadas no livro do aluno, sugere-se que o professor planeje e desenvolva atividades para complementar o processo de aprendizagem dos alunos.

Para isso, o professor poderá selecionar textos não verbais para a classe ana-lisar e realizar uma mostra de poemas ou produção de textos no quadro-mural da escola. Pode também organizar um recital lítero-musical ou orientar a organização de um júri simulado depois do estudo de um texto polêmico escolhido pelos alunos ou selecionado pelo professor.

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Outra opção é organizar um debate deliberativo com o objetivo de refletir a favor ou contra uma causa de interesse comum, criando, depois, um jornal-mural sobre esse determinado assunto.

Além disso, o professor tem outras opções de atividades complementares, como: organizar um varal de textos (selecionados de jornal ou revista) que pertencem ao gênero textual estudado em sala de aula; assistir a um filme, atual ou não, para os alunos analisa-rem os aspectos históricos, sociais e culturais da época; entre inúmeras outras atividades.

Essas atividades devem ser realizadas com a mediação do professor, o qual deverá, ao mesmo tempo, incentivar a prática dos estudos independentes dos alunos para que eles possam enriquecer o conteúdo escolar e o currículo profissional, ampliando, assim, as chances de ingressar ou atingir patamares mais elevados no mercado de trabalho.

Sugestões de LeituraParâmetros referenciais para o Ensino Médio

BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasília, 1999.

_____. Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio – Bases Legais. Brasília, 1999.

_____. PCN + Ensino médio: orientações educacionais complementares aos Parâmetros Curriculares Nacionais – Ensino Médio – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias. Brasília, 2002.

______. Orientações curriculares do Ensino Médio. Brasília, 2004.

______. ENCCEJA – Ensino Médio: Exame Nacional de Certificação de Competências de Jovens e Adultos do Ensino Médio. – Linguagens, Códigos e suas Tecnologias volume do estudante. Brasília, 2002.

Oralidade e escrita

CASTILHO, A. T. de. A língua falada no ensino de português. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2004.

KATO, M. A. No mundo da escrita: uma perspectiva psicolinguística. 7. ed. São Paulo: Ática, 1999.

MARCUSCHI, L. A. Análise da conversação. 5. ed. São Paulo: Ática, 2003.

SUASSUNA, L. Ensino de língua portuguesa: uma abordagem pragmática. Campinas: Papirus, 1995.

VANOYE, F. Usos da linguagem: problemas e técnicas na produção oral e escrita. São Paulo: Martins Fontes,1987.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 18

Literatura

BOSI, A. História concisa da literatura brasileira. 3. ed. São Paulo: Cultrix, 1980.

______ (Org.). O conto brasileiro contemporâneo. São Paulo: Cultrix/Edusp, 1975.

BRITO, M. da S. História do modernismo brasileiro: antecedentes da Semana de Arte Moderna. 4. ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1974.

COUTINHO, A. Introdução à literatura no Brasil. 17. ed. Rio de janeiro: Bertrand do Brasil, 2001.

EAGLETON, T. Teoria da literatura: uma introdução. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

GOLDSTEIN, N. S. Versos, sons e ritmos. São Paulo: Ática, 1999.

MELLO E SOUZA, A. C. de. Formação da literatura brasileira. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Edusp, 1975.

_____. Na sala de aula: caderno de análise literária. São Paulo: Ática, 1985.

MELLO E SOUZA, A. C. de et all. A personagem de ficção. São Paulo: Perspectiva, 1987.

NICOLA. J. de. Literatura brasileira: das origens aos nossos dias. 15. ed. São Paulo: Scipione, 1998.

RAMOS, P. E. da S. Do barroco ao modernismo: estudos de poesia brasileira. 2. ed. Rio de Janeiro: Livros Técnicos e Científicos, 1979.

STALLONI, Y. Os gêneros literários. Rio de Janeiro: Difel, 2000.

TELLES, G. M. Vanguardas europeias e modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes, 1983.

Leitura e produção de texto

ANTUNES, I. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola, 2005.

BAKHTIN, M. Estética da produção verbal. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

______. Marxismo e filosofia da linguagem. 9. ed. São Paulo: Hucitec, 1999.

BRANDÃO, M. H. Introdução à análise do discurso. 7. ed. Campinas: Editora da Unicamp, 1998.

CITELLI, A. Linguagem e persuasão. São Paulo: Ática, 1985.

______. O texto argumentativo. São Paulo: Scipione, 1994.

COLL, C.; EDWARDS, D. Ensino, aprendizagem e discurso em sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 1998.

COSTA, S. R. Dicionário de gêneros textuais. Belo Horizonte: Autêntica, 2008.

DIONÍSIO, A. P. et al (Orgs.). Gêneros textuais e ensino. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002.

DISCINI, N. A comunicação nos textos. São Paulo: Contexto, 2005.

FÁVERO, L. L. Coesão e coerência textuais. 3. ed. São Paulo: Ática, 1995.

FIORIN, J. L. As astúcias da enunciação: as categorias de pessoa, espaço e tempo. 2. ed. São Paulo: Ática, 1999.

GUIMARÃES, E. A articulação do texto. 7. ed. São Paulo: Ática, 1999.

ILARI, R. A linguística e o ensino da língua portuguesa. 4. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

KLEIMAN, A. Oficina de leitura: teoria e prática. Campinas: Pontes/ Editora da Universidade Estadual de Campinas, 1998.

KOCH, I. G. V. A coesão textual. 5. ed. São Paulo: Contexto, 1992.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 19

______. Argumentação e linguagem. 4. ed. São Paulo: Cortez, 1996.

______. O texto e a construção de sentido. 2. ed. São Paulo: Contexto, 1998.

KOCH, I. G. V.; ELIAS, V. M. Ler e compreender: os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.

ORLANDI, E. P. A linguagem e seu funcionamento. Campinas: Pontes, 1996.

______. Análise de discurso: princípios e procedimentos. Campinas: Pontes, 1999.

PÉCORA, A. Problemas de redação. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1989.

SCHNEUWLY. B. et al. Gêneros orais e escritos na escola. Tradução e organização de Roxane Rojo e Glaís Sales Cordeiro. Campinas: Mercado de Letras, 2004.

SERAFINI, M. T. Como escrever textos. São Paulo: Martins Fontes, 1993.

SOLÉ, I. Estratégias de leitura. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

TEBEROSKY, A. et al. Compreensão de leitura: a língua como procedimento. Porto Alegre: Artmed, 2003.

VAL, M. da G. C. Redação e textualidade. São Paulo: Martins Fontes, 1994.

Reflexão sobre a língua

BECHARA, E. Moderna gramática portuguesa. 37.ed. Rio de Janeiro: Lucena, 2001.

CUNHA, C.; CINTRA, L. Nova gramática do português contemporâneo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

ILARI, R.; GERALDI, J. W. Semântica. 2.ed. São Paulo: Ática, 1985.

LUFT, C. P. Dicionário prático de regência verbal. 2.ed. São Paulo: Ática, 1993.

NEVES, M. H. M. Gramática de usos do português. São Paulo: UNESP, 2003.

PERINI, M. A. Para uma nova gramática do português. 8. ed. São Paulo: Ática, 1995.

SILVA, M. C. P. de S.; KOCH, I. V. Linguística: morfologia aplicada ao português. 9. ed. São Paulo: Cortez, 1997.

______. Linguística aplicada ao português: sintaxe. 9. ed. São Paulo: Cortez, 2000.

TRAVAGLIA, L. C. Gramática e interação. São Paulo: Cortez, 1996. Tecnologia e comunicação

KENSKI, V. M. O professor, a escola e os recursos didáticos em uma sociedade cheia de tecnologias. Campinas: Editora da Unicamp, 1994.

MORAN, J. M.; MASETTO, M. T.; BHRENS, M. A. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.

______. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. Campinas: Papirus: 2007.

OLIVEIRA, R. de. Informática educativa: dos planos e discursos à sala de aula. Campinas: Papirus, 1997.

PARENTE, A. (Org.) Imagem e máquina: a era das tecnologias do virtual. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.

SALOMON, S. W. Informática: um mundo acessível. São Paulo: Maltese, 1991.

SANCHO, J. M. (Org.) Para uma tecnologia educacional. Porto Alegre: Artmed, 1998.

SANDHOLTZ, J. H.; DWYER, D. C. Ensinando com tecnologia: criando salas de aula centradas nos alunos. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 110

Revistas

Revista Bravo – <http:/www.bravoonline.com.br>.

Revista Época – <http:/www.revistaepoca.globo.com>.

Jornais

Jornais brasileiros atuais – <http://www.jornaisdehoje.com.br>.

Cinema brasileiro

<http://www.adorocinemabrasileiro.com.br>.

Bibliotecas virtuais

Biblioteca virtual de literatura – <http://www.biblio.com.br>.

Biblioteca virtual do estudante brasileiro – <http://www.bibvirt.futuro.usp.br>.

Biblioteca virtual do MEC – <http://www.dominiopublico.gov.br>.

Fundação Biblioteca Nacional – <http://www.bn.br>.

Sistema Integrado de Bibliotecas da USP – <http://www.usp.br/sibi>.

Biblioteca Nacional – <http://www.universal.pt>.

Orientações Didáticas

Unidade 1

Orientações GeraisO objetivo desta unidade de estudos é propor que os alunos possam reco-

nhecer as linguagens (verbal, visual, audiovisual, gestual, corporal, matemática ou combinada) e verificar como elas se relacionam em situações de interação comu-nicativa, bem como distinguir o seu uso, a fim de poder se posicionar criticamente diante delas.

Dentro dessa linha de pensamento, a unidade aborda gêneros textuais a partir de textos significativos para que o aluno possa perceber os vários tipos de discurso, exercitar a oralidade, a leitura e a escrita, entendendo que mesmo as informações de seu cotidiano fazem parte de sua vida.

As atividades de oralidade permitem que os alunos entrem em contato com o gênero textual apresentado e exercitem sua expressão oral na perspectiva de:

• trazer para o grupo seus conhecimentos prévios sobre o gênero textual, o assunto tratado e as suas impressões pessoais;

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 111

• desenvolver a capacidade de ouvir e respeitar diferentes opiniões;

• ampliar ou reformular sua visão de mundo ao estabelecer um diálogo com os textos apresentados, com os colegas e o(a) professor(a);

• aperfeiçoar a habilidade de interpretar diferentes linguagens;

• praticar o exercício da crítica e defesa de ideias com argumentação e lin-guagem adequadas.

Nas atividades de leitura, espera-se que o(a) professor(a) conduza os alunos a uma releitura dos textos que lhes permita, além de um aperfeiçoamento de sua capacidade de entendimento e interpretação – por meio das habilidades de leitura –, que seu universo cultural se amplie.

As questões apresentadas, com diferentes níveis de dificuldade e complexi-dade, buscam encaminhar os alunos para que:

• tenham a compreensão literal do que está expresso no texto;

• percebam a inferência de significados, estabelecendo relações entre ele-mentos do texto e seu contexto;

• interpretem o que está nas entrelinhas, estabelecendo relações entre o texto e seus conhecimentos prévios;

• identifiquem e compreendam as variadas características de cada gênero textual , público-alvo, suporte e a que esfera de circulação pertencem.

Assim sendo, o trabalho desenvolvido a partir das atividades de reflexão e de análise do texto visa possibilitar aos alunos aperfeiçoarem, gradativamente, sua capacidade de produção de diferentes tipos de textos, tanto orais quanto escritos, considerando a finalidade, o interlocutor, o gênero a que pertence e as circunstân-cias em que o texto está inserido e em que irá circular.

Espera-se que os alunos elaborem seus próprios textos:

• selecionando os recursos linguísticos adequados ao gênero produzido, aos leitores e à finalidade do texto;

• utilizando apropriadamente os aspectos normativos da língua, como orto-grafia, pontuação e concordância;

• utilizando adequadamente os aspectos relativos à unidade textual – como coesão e coerência.

Considerando, ainda, que a produção de um texto é, em última análise, a expressão de uma ideia, procura-se trabalhar os seguintes eixos:

• O plano da significação (o que escrever):

Encaminhar o aluno a refletir sobre o mundo em que vive – lendo, dis-cutindo, formulando hipóteses, posicionando-se frente às situações propostas.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 112

• O plano da expressão (como escrever):

Levar os alunos a perceber os diferentes recursos expressivos que enrique-cem um texto, pois lhe atribuem maior expressividade – a denotação e a conotação, os diversos usos da linguagem, a sonoridade das palavras, o uso da pontuação, etc.

Portanto, esta proposta de trabalho tem a finalidade de que a produção de texto seja significativa na relação ensino e aprendizagem, pois os alunos precisam saber o que, por que, para que (em que situação) e para quem (o interlocutor) estão escrevendo.

Objetivos Gerais• Realizar antecipações e inferências a respeito do conteúdo dos diferentes

gêneros textuais a partir das características dos suportes em que eles circulam – panfleto e jornal (anúncio publicitário, carta de leitor, notícia e gráfico).

• Inferir o sentido de uma palavra ou expressão a partir do contexto imediato e utilizar o apoio de um gráfico para entendimento de uma passagem do texto.

• Identificar o tópico frasal, o desenvolvimento e a conclusão de um parágrafo padrão no texto.

• Reconhecer a contribuição complementar dos recursos não verbais (gestos, expressão corporal e pinturas) e das linguagens mistas (anúncios publicitários, tiras e charges) em textos apresentados na sala de aula.

• Analisar as funções que se atribuem à linguagem conforme a função de quem escreve (função emotiva ou expressiva, conativa ou apelativa, poética, referen-cial, metalinguística e fática) na análise concreta de textos.

• Criar um anúncio publicitário estruturando-o de modo a garantir a relevância das partes que o compõem (slogan, imagem e texto) em relação ao tema, inter-locutor, objetivo, continuidade temática e local em que o texto irá circular.

Conteúdos Privilegiados• Gêneros textuais.

• Anúncio publicitário.

• Panfleto.

• Carta de leitor.

• Notícia.

• Parágrafo.

• Outros gêneros textuais.

• Funções da linguagem.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 113

Orientações Específicas e Respostas das Atividades

Páginas 11-12

Abertura

Para desvelar os múltiplos recursos expressivos que a língua oferece no cotidiano das pessoas, foram trabalhados neste capítulo alguns gêneros textuais que pertencem à esfera publicitária (anún-cio publicitário, panfleto), à esfera jornalística (carta do leitor, notícia, gráfico, textos de humor) e à esfera da arte musical (canção, cantigas, composições poéticas e letras de música).

Este capítulo se inicia com alguns comentários a respeito da linguagem verbal e não verbal, observando que o ser humano usa diferentes linguagens e formas de expressão para mostrar o que sente, como enxerga o mundo ou para registrar o seu cotidiano. Essas linguagens e formas de expres-são, muitas vezes, são combinadas para facilitar a compreensão das ideias que se quer expor – para comunicar, interagir e atingir seu interlocutor –, tendo como pano de fundo a temática sobre algumas situações profissionais da mulher na sociedade brasileira.

Páginas 13-14

Reflexão

O texto que abre este estudo é um anúncio publicitário. Esse gênero textual tem como tema a mulher e sua ascensão profissional na sociedade brasileira.

Na introdução, sugere-se um trabalho com a leitura da imagem, perguntando aos alunos quais foram as conquistas profissionais da mulher nos últimos tempos, traçando um para-lelo entre o papel que ela exercia no meio social e familiar, no início do século passado e o papel que ela exerce nos tempos atuais. As intervenções e opiniões dos alunos devem ser anotadas no quadro da sala de aula para a produção de uma síntese das ideias principais que surgiram durante as discussões.

Página 15

Análise

1) O realizador da campanha é o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE), que conta com os seguintes apoios: apoio técnico da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ) e apoio institucional da BPW – Business e da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, do Governo Federal.

2) Esse anúncio publicitário poderia ser veiculado em vários suportes, como jornais, revistas, panfletos ou outdoors.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 114

3) Mulheres empresárias de micro ou pequenas empresas ou mulheres empreen-dedoras que participam de associações e cooperativas de pequenos negócios.

4) O texto publicitário está buscando divulgar uma ideia a respeito da impor-tância do papel das mulheres empreendedoras que, com o trabalho delas, contribuem para o desenvolvimento da sociedade. Esse anúncio publicitário, ao divulgar o Prêmio Mulher de Negócios, busca incentivar a participação de mulheres empreendedoras com suas histórias de sucesso profissional com o intuito de valorizar o seu papel na sociedade e também para incentivar outras mulheres a se desenvolverem na área do empreendedorismo.

Páginas 16-17Panfleto e carta de leitor são, respectivamente, gêneros textuais da esfera publi-

citária e jornalística. Os textos que são apresentados se complementam, trazendo como assunto viagens turísticas e opiniões de viajantes sobre o atendimento prestado pelas agências de turismo.

Pedir aos alunos que observem as características dos textos apresentados e que realizem as atividades propostas.

Análise

1) Circuitos brasileiros, incríveis viagens rodoviárias.

2) Total conforto, ônibus moderno com ar-condicionado e serviço de bordo, o guia acompanha toda a excursão. Pacotes com diversos circuitos à sua escolha.

3) Resposta pessoal. Sugestão de resposta: Os alunos deverão transcrever as informações que julgarem mais importantes e apresentá-las aos colegas da classe justificando as escolhas. As justificativas são bons recursos para a classe treinar a argumentação.

Página 18

Análise

1) Aspectos positivos: “ótimo trabalho; gostamos muito; passeio maravilhoso; vcs foram nota 10 !!!!; tenho o prazer de indicar”.

Aspectos negativos: “o receptivo foi um desastre; nosso ônibus foi o penúl-timo a chegar ao local onde se realizaria a festa; meus tios tiveram de subir ao segundo andar, onde não puderam ver nada; a ceia foi medonha; pior: descobrimos que o valor que pagamos pela festa foi superior ao cobrado de outros turistas”.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 115

2) O objetivo das cartas de leitor apresentadas é comunicar um ponto de vista em relação aos acontecimentos das viagens turísticas contratadas pelos viajantes, nessas cartas eles apresentam as suas sugestões, críticas, opiniões ou reclamações.

3) Pelo teor dos textos, presume-se que as cartas de leitor foram publicadas em uma revista especializada em viagens turísticas.

Página 19

Notícia

A notícia é um gênero textual da esfera jornalística. A notícia que foi apresentada no livro do aluno tem como tema o mercado de trabalho da mulher brasileira.

Estimular os alunos a observar e interpretar as linguagens apresentadas no texto – os tipos de gráficos, as informações textuais. Comentar quais são as diferenças da questão salarial entre homens e mulheres no passado e na realidade atual. Comentar, também, a respeito das diferenças sociais entre as mulheres trabalhadoras, que expectativas podem ter em nossa sociedade, quais as conquistas profissionais das diversas categorias de trabalho (registro em carteira, salário, etc.). Depois de reco-nhecer algumas semelhanças e diferenças, propor que os alunos realizem, em dupla ou em grupo, as atividades propostas no livro para trocar ideias e refletir sobre o assunto abordado.

Páginas 20-21

Análise

1) A diferença de porcentagem nas possibilidades de trabalho, entre os períodos de 2002 a 2012, por projeção em 2012, favorece as mulheres. A margem de diferença entre os dois é de 15,1% para as mulheres.

2) O fator que vem garantindo o aumento contínuo do número de postos de trabalho no Brasil é o crescimento econômico. Sobre a porcentagem, a resposta é individual e de acordo com a pesquisa realizada por cada um.

3) A aprovação, pelo Senado, de multa à empresa que pagar salário menor para a mulher que realiza o mesmo trabalho que um homem.

4) Mulheres trabalhadoras da classe D dedicam 24 h semanais aos afazeres domésticos e as da classe E 28 h semanais.

5) Resposta pessoal. Sugestão de resposta: com o processo da urbanização e da industrializa-ção, a situação da mulher brasileira começou a mudar nos últimos tempos. Elas conquistaram avanços sociais em cinco áreas: saúde, educação, mercado de trabalho extradoméstico, esporte e política. Mas, mesmo assim, o Brasil precisa ampliar as políticas públicas de ações afirmativas nas áreas do desemprego, da segregação ocupacional e da discriminação sala-rial, porque esses três fatores estão contribuindo para desvalorizar o trabalho feminino.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 116

Página 21

Gráfico

Professor, evidenciar para os alunos a importância de se trabalhar com o gênero textual gráfico também nas aulas de língua portuguesa (não apenas nas disciplinas de geografia e matemática). Afinal, ele está presente em nosso cotidiano por meio das revistas, jornais impressos e televisivos, como instru-mento facilitador da compreensão de dados inerentes a inúmeras situações da sociedade na qual o aluno está inserido.

Página 22

Parágrafo

No estudo deste assunto, trazer para a sala de aula textos de jornais e revistas e, com a classe, analisar os parágrafos que organizam os textos. Na análise, observar com os alunos o tópico frasal, o desenvolvimento e a conclusão das ideias que formam o parágrafo-padrão. Observe, também, os parágrafos mais curtos, evidenciando que é importante que esses parágrafos apresentem a ideia central (tópico frasal) e o seu desenvolvimento com cla-reza e coerência.

Produção

Orientar a classe para que escrevam os parágrafos que formam o texto, observando a introdução (tópico frasal), o desenvolvimento e a conclusão. Antes de os alunos afixarem o texto no local em que irá circular, abrir um debate para que eles se posicionem a respeito da influência do turismo na geração de empregos na economia brasi-leira. Anotar no quadro as ideias conclusivas do debate.

Página 23

Em nosso cotidiano, muitas linguagens

Ao longo deste capítulo, continua-se a observar outros gêneros textu-ais que fazem parte de nosso dia a dia e que circulam nas diferentes esferas e suportes. Eles podem ser apresentados nas mais variadas linguagens, que se interligam em diferentes situações de interação comunicativa – a relação entre a linguagem verbal e não verbal que se faz presente em tiras, cartuns, charges, histórias em quadrinhos, canções, etc.

O professor pode ajudar os alunos a interpretar, analisar e refletir com eles os gêneros textuais apresentados e buscar trazer outros exemplos de jornais e revistas. Deve, ainda, orientá-los sobre quais as mensagens que os autores desses textos desejam passar para o leitor.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 117

Evidenciar para os alunos que o texto é o núcleo do nosso trabalho em língua portuguesa. É a partir dele que todos os conteúdos se organizam e é somente por meio dele que se pode apreender a significação das palavras que o compõem e as relações existentes entre elas.

Por texto, entende-se todo enunciado portador de discurso e estruturado de forma a veicular um sentido. Há textos de diferentes modalidades: visual, gestual, sonoro, verbal (constituído de pala-vra) e verbo-visual (constituído de palavra e imagem). Dominar a estrutura desses textos nas formas orais e escritas é o que se espera do aluno que é falante, ouvinte, leitor e escritor eficiente da língua materna.

Ao se trabalhar com o texto, deve-se levar em conta não só a organização do discurso como também a sua unidade significativa global, ou seja, a textualidade.

Textos de humor – cartum

Refletir com a classe que tanto o cartum como a charge são representações humorísticas que associam linguagem verbal e não verbal. Às vezes, apresentam apenas a imagem. O cartum não está situado no tempo (é atemporal) e satiriza uma situação que envolve o aspecto cômico de uma sociedade (não faz referência a uma personalidade específica), enquanto que a charge, situada no tempo e no espaço, satiriza situações e personagens específicas (políticos, esportistas, artistas) de um determinado lugar.

Reflexão

O assunto abordado no cartum apresentado é a importância que nos dias atuais as pessoas dão às tecnologias presentes em seu cotidiano, como o celular e o computador, esque-cendo-se, muitas vezes, de outras coisas básicas e importantes que fazem parte das nossas vidas (relacionamento familiar, comunicação pessoal com quem se convive, etc.).

Página 24Canção, gráfico, fotografia e tira humorística serão apresentados nas páginas 24 a 27. Esses

gêneros textuais são trabalhados na perspectiva de os alunos perceberem que em nosso cotidiano estão presentes diferentes linguagens – verbal, visual, audiovisual, gestual, corporal e que, em muitos momentos, elas se apresentam combinadas entre si nas inúmeras situações de interação comunicativa. Distinguir as linguagens e seus recursos, nos diferentes gêneros textuais apresentados, possibilita a com-preensão da intencionalidade e da finalidade de cada um deles nos diversos contextos de comunicação.

Na esteira desse pensamento, a leitura da canção Ó abre alas, de Chiquinha Gonzaga, apre-sentada na p. 24, tem a finalidade de propiciar aos alunos uma reflexão sobre a origem da letra da música em estudo. Além disso, também do tema abordado, das condições espaciais e temporais em que o texto foi criado, da intenção da compositora e das principais características da letra de música (som e ritmo).

Como a música é concebida em meio a um universo que conjuga expressões de sentimentos, ideias e valores culturais, sugere-se que as atividades didáticas, desenvolvidas em sala de aula, sejam enriquecidas com outras letras de música. Realizar esta atividade na perspectiva de ampliar o conhe-cimento musical do aluno, tornar o ambiente escolar mais prazeroso e oportunizar a convivência com os novos estilos e ritmos que estão presentes no dia a dia deles.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 118

Páginas 25-27

Análise

1) a. Mista – visual, fotográfica, verbal.b. Mista – verbal, geométrica, numérica.c. Mista – visual, fotográfica, corporal (gestos, dança), musical (imagina-se a música

presente no desenvolvimento dos gestos).d. Mista – visual, gestual, verbal, onomatopaica.

Páginas 27-29

Análise

Explicar aos alunos a finalidade de um anúncio publicitário, que é a de persuadir, ou seja, aquele que é o anunciante (emissor) tem o objetivo de convencer o interlocu-tor (receptor) sobre a boa qualidade de um determinado produto, convencendo-o a adquiri-lo. Para isso, é importante que se coloquem as informações necessárias, sabendo de antemão quem é o público-alvo, o suporte que se vai utilizar para a divulgação do anúncio e onde se vai distribuir o anúncio.

1) O anúncio que Edvaldo elaborou certamente não irá atingir seus objetivos plena-mente, pois deixou de colocar informações importantes e aspectos visuais que chamem a atenção do leitor, também a linguagem não é a mais adequada – precisa ter frases com adjetivos interessantes sobre o produto que atraiam as pessoas.

2) Certamente, esse anúncio não irá conquistar muitos clientes e nem irá atingir seus objetivos por todas as razões expostas na questão 1.

3)a. O aluno poderá citar, por exemplo, que o segundo texto está mais bem elaborado,

com imagens que chamam a atenção do leitor e trazem informações mais eluci-dativas, que passam maior segurança para quem deseja contratar o serviço, pois abordam pontos importantes, como transporte credenciado e guias qualificadas. Também indica um site para que se possa verificar os tipos de passeios, a empresa e o endereço.

b. Apenas a linguagem verbal escrita.c. No segundo texto, são utilizadas a palavra escrita e imagens.d. Resposta pessoal.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 119

Página 30

Produção

Para auxiliar os alunos na produção do texto publicitário, o professor deve observar o desenvolvimento dos trabalhos nos grupos e orientá-los a criar o texto no momento propí-cio. É interessante disponibilizar revistas, cartazes e outros materiais que possam ajudar os alunos a se inspirar.

Se, nos grupos, os alunos apresentarem muitas dúvidas, instigá-los com perguntas, dê sugestões e aponte caminhos sem, no entanto, impor suas ideias.

Após a realização do trabalho, propor a análise das produções por toda a turma. Auxiliá-los a fazer suas observações e comentários a respeito das produções dos colegas com imparcia-lidade e objetividade. Estimulá-los a aceitar as críticas que forem pertinentes e a apresentar seus argumentos, de maneira educada e tranquila, quando tiverem posições contrárias às ideias dos colegas.

Lembrar, também, de que eles não são profissionais da área de comunicação, portanto, não são obrigados a fazer uma produção impecável. O que importa é que eles façam as tenta-tivas de produção, buscando utilizar, da melhor maneira, o que foi estudado nesta unidade sobre as linguagens verbais e não verbais.

Funções da linguagem

As atividades relacionadas às funções da linguagem devem ser realizadas oralmente com a classe e, depois, por escrito, para oportunizar ao aluno uma melhor compreensão sobre esse assunto. Na correção dos exercícios, os alunos devem ser incentivados a ouvir as contribuições dos colegas, analisá-las e apresentar outros exemplos para socializar o conhecimento.

Página 37

Análise

1)a. Função fática.b. Função conativa.c. Função poética.d. Função metalinguística.e. Função conativa.f. Função referencial.g. Função emotiva.h. Função conativa.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 120

Página 39

Sistematização

Resposta: Alternativa c.

Orientações didáticas

Unidade 2 Orientações Gerais

O objetivo central desta unidade visa abrir uma reflexão sobre alguns gêneros textuais que circulam em nossa sociedade (letra de música, cartum, crônica, conto, pintura) e ampliar o domínio dos recursos expressivos da língua, por meio do estudo das variações linguísticas dos diferentes níveis de linguagem (formal e informal), dos diferentes tipos de discursos (direto, indireto e indireto livre) utilizados nos textos narrativos e dos campos semânticos que atribuem significado ao texto.

A proposta metodológica para a apropriação desses conteúdos da língua materna está atre-lada à concepção de língua e de linguagem desenvolvida no livro do aluno, uma vez que essas práticas não são realidades isoladas – a forma como concebemos a língua e a linguagem condiciona a metodologia utilizada na prática pedagógica desenvolvida em sala de aula.

Com essa percepção, o processo de ensino e de aprendizagem deve partir da vivência dos alunos, de seus conhecimentos prévios e estabelecer uma relação entre o que o aluno já sabe e os novos conteúdos que estão sendo abordados nas práticas da oralidade, leitura, escrita e reflexão sobre a língua, possibilitando, assim, a integração desses conhecimentos ao repertório cultural que o educando adquiriu em suas experiências pessoais e profissionais.

Nessa dinâmica, o professor deve ser o mediador entre o aluno e o conhecimento, intervindo no processo de aprendizagem por meio da apresentação dos conteúdos e das atividades de apren-dizagem de forma que os educandos compreendam o porquê e para que aprendem e, desse modo, se sintam motivados a participar do trabalho escolar.

Logo, a mediação do professor deve criar condições para que o aluno construa seu próprio discurso e expresse suas ideias com criatividade e fluência (na forma oral e escrita). Para isso, é necessário que o professor proponha situações didáticas com objetivos claros, estabeleça a organi-zação das atividades para alcançar os objetivos e disponibilize recursos materiais adequados para que os alunos possam tomar decisões pensadas sobre a realização do trabalho proposto em sala de aula.

Além disso, é necessário que, na prática de ensino e de aprendizagem, seja priorizada a cons-trução de estratégias de verificação e comprovação de hipóteses entrelaçadas com uma dinâmica de ensino que favoreça não só o trabalho individual e em duplas como também e, sobretudo, o trabalho em grupo, na perspectiva de propiciar ao aluno maior produtividade na aprendizagem e estimular o sentimento de segurança na interação com seus colegas em sala de aula e no ambiente profissional.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 121

Objetivos Gerais• Auxiliar os alunos a ler, analisar e compreender diferentes textos, percebendo as vozes do

discurso e identificando pontos de vista, valores e eventuais preconceitos neles veiculados.

• Ensinar os alunos a aplicar os conhecimentos relativos à variação linguística (geográfica, his-tórica, social, contextual e norma urbana de prestígio) e às diferenças entre oralidade e escrita em um texto.

• Explicar como identificar índices contextuais e situacionais (marcas linguísticas, gírias e níveis de linguagem), que permitam a construção da imagem do locutor e do interlocutor em textos dados.

• Empregar as convenções utilizadas para a citação de discurso alheio: discurso direto, discurso indireto, discurso indireto livre, dois pontos, travessão, aspas, verbos de elocução e tempo ver-bal nos contextos narrativos.

• Auxiliar os alunos a reconhecer as características básicas de uma narrativa ficcional (narrador, personagens, foco narrativo, cenário e enredo).

• Analisar e apresentar o efeito de sentido consequente de uma substituição lexical (sinônimo, antônimo, hipônimo e hiperônimo e polissemia) em função da estratégia argumentativa do autor.

• Instruir os alunos a redigir uma narrativa ficcional considerando a finalidade, o interlocutor e o local preferencial de circulação, fazendo a articulação entre o narrador, as personagens, o foco narrativo, o cenário (tempo e espaço) e o enredo (situação inicial, complicação, clímax e desfecho).

Conteúdos Privilegiados• Línguas, dialetos e sotaques.

• Variedades linguísticas.

• Relações sociais e níveis de linguagem.

• A comunicação em nosso cotidiano.

• Formas de discurso e narrativas.

• Semântica.

Orientações Específicas e Respostas das Atividades

Página 40

Abertura

Na introdução do texto, propõe-se ativar os conhecimentos prévios dos alunos e propiciar uma reflexão que permita à classe levantar hipóteses sobre as questões sugeridas no livro do aluno, ampliando o debate com mais estas perguntas: Qual é a diferença entre língua e linguagem? Por que a língua é o suporte do processo comunicativo e da dinâmica social? Qual é a importância da língua portuguesa na comunicação social? Por que ela adquire formas diferentes nas diversas situações em que é utilizada?

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 122

Comentar com os alunos que conhecer a língua portuguesa e saber usá-la para explicar, afirmar, informar, descrever, argumentar, defender nossos pontos do vista e adequá-la às diferentes situações comunicativas de que participamos, no cotidiano, é um exercício de cidadania.

Página 41

Todas as línguas do Brasil

O texto que inicia este capítulo, Todas as línguas do Brasil, tem o objetivo de abrir uma discussão sobre as várias línguas, dialetos e sotaques que formam a diversidade cultural do povo brasileiro.

Na introdução do texto, sugere-se que o professor teça alguns comentá-rios com base nas pistas textuais e contextuais (título do texto, ilustração, site do qual foi retirado o texto, suporte, reconhecimento do tipo textual), tendo em vista que essas discussões prévias preparam o aluno para a compreensão do sen-tido global do texto, estabelecida pelas relações entre as partes que o compõem.

Depois de explicitar para a classe os objetivos da leitura e o que se pre-tende com ela, é importante comentar o significado das palavras desconhecidas para, depois, propor a leitura silenciosa e oral do texto. Em seguida, sugerir a realização das atividades relacionadas ao estudo do texto.

Páginas 42-44

Análise

1) O texto apresenta as características das várias línguas que existem em nosso país, mostrando, ao mesmo tempo, que elas nos permi-tem conhecer a história do povo que a fala e como esse povo sente o mundo. Além disso, o texto evidencia que a língua permite a trans-missão dos conhecimentos, da arte e da cultura de um povo para as gerações seguintes.

2) O texto Todas as línguas do Brasil foi apresentado, anteriormente, na internet e, agora, em um livro escolar.

3) A Torre de Babel, segundo a narrativa bíblica, retratada em Gênesis 11: 1-9, foi construída com o objetivo de alcançar o céu.

4) Os homens que construíam a Torre começaram a falar línguas diferen-tes e pararam de se entender. A falta de comunicação entre as pessoas impediu que a construção chegasse ao final.

5) A história da Torre de Babel foi criada para explicar o surgimento das raças e das muitas e diferentes línguas faladas no mundo.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 123

6) O autor do texto relacionou a Torre de Babel com as diferentes línguas faladas no Brasil, nacionalidades que aqui vivem – espanhol, francês, alemão, holandês, italiano, árabe, japonês, incluindo a língua das comunidades indígenas (guara-nis, ianomamis, xucurus, baniwas, tikuna) e povos africanos (bantos e nagôs).

7) Dialeto é a variação regional do idioma. Ele não compromete a compreensão da mensagem transmitida pelos falantes de diferentes dialetos. Sotaque é o uso popular da língua (não existe em termos científicos), que aparece na pronúncia de alguns fonemas e na entonação das palavras.

8) A linguagem verbal (formada pela palavra falada e escrita), a linguagem não verbal (gestos, pintura, escultura, sinais de trânsito) e a linguagem verbo-visual (cinema e televisão).

Produção

O trabalho com a variação linguística no contexto escolar deve contribuir para o desenvolvimento de uma postura não preconceituosa dos alunos com relação aos usos linguísticos diferentes daqueles que são compartilhados na comunidade em que vivem. Assim, é importante abrir um debate em sala de aula para discu-tir sobre o preconceito linguístico (discriminação motivada pelo fato de o outro falar diferente) que está crescendo em nosso país, evidenciando, ao mesmo tempo, que linguisticamente todas as variedades se equivalem, não havendo, assim, uma variedade mais bonita, mais certa ou melhor do que a outra.

No entanto, não se pode deixar de refletir com os alunos que a totalidade das experiências acumuladas historicamente está expressa em uma (em meio a tan-tas outras) das variedades da língua: a norma urbana de prestígio que, associada à escrita e à tradição gramatical, se apresenta como a portadora legítima da padronização linguística e da unidade nacional.

1) Resposta pessoal. Sugestão de resposta: o estudo da língua portuguesa possibi-lita o exercício da nossa sociabilidade e a compreensão dos discursos políticos e sociais que propiciam a defesa dos nossos direitos e, consequentemente, o exercício da cidadania.

2) Resposta pessoal. Sugestão de resposta: isso acontece porque a nossa língua é formada por um conjunto de variedades que provêm dos diferentes grupos que fazem parte da nossa sociedade: os imigrantes, os povos indígenas, os jovens, os idosos, os que habitam uma região ou outra, os que têm esta ou aquela pro-fissão, os que são de uma ou outra classe social. Os dois principais aspectos que influenciam as variedades da língua são a pronúncia (leitch/leite – colônia/colónia) e o vocabulário (mandioca/macaxeira/aipim – garoto/guri/piá).

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 124

Página 45

Variedades linguísticas

Comentar com a classe sobre as variedades linguísticas que existem na lín-gua portuguesa e as causas que determinam essas variações da língua (geográfica, histórica, social e contextual), evidenciando que não existem variedades fixas: em um mesmo espaço social convivem diferentes variedades linguísticas associadas ao contexto situacional, à intenção do locutor e ao perfil do interlocutor (virtual ou não) que participa do processo comunicativo.

Páginas 46-47

Análise

1) As variações especiais da língua, observadas nas diferentes regiões do país, provêm das características de sua ocupação demográfica, dos povos que a colonizam e dos migrantes que vão em busca de um novo lugar para viver.

2) Elas participam do processo de construção da identidade regional e consti-tuem a marca registrada da diversidade brasileira.

3) O uso de variedades linguísticas diferenciadas ocorre porque as pessoas migram de uma região para outra e trazem junto consigo a bagagem cultu-ral da região de origem.

4) Espera-se que o aluno responda que respeita a variedade linguística empre-gada pelo interlocutor e pergunta a ele o sentido da palavra ou expressão, caso ele desconheça o significado da variedade utilizada no diálogo.

Página 50

Produção

Esta atividade tem a finalidade de mostrar aos alunos que as palavras envelhecem com o passar do tempo e são substituídas por outras que apresentam o mesmo sentido. Sugerir aos alunos que façam a substitui-ção das palavras usadas no texto pelas palavras apresentadas no glossário e observem a mudança que ocorreu no texto. Enriquecer essa atividade solicitando aos alunos que pesquisem, na biblioteca ou na internet, outros textos escritos há algum tempo e os tragam para a sala de aula para serem analisados e comparados com textos mais atuais.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 125

Páginas 51-52

Análise

O professor deve trazer para a sala de aula outras letras de músicas escritas nessa variedade linguística, por exemplo: Tiro ao alvo, Saudosa maloca, Samba do Arnesto, de Adoniran Barbosa, e Asa branca, de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, para serem cantadas e anali-sadas pelos alunos.

1) A marca que indica o plural é usada apenas no artigo definido. Quando não há artigo, o plural vai para a primeira palavra do verso que será pluralizado. Essa palavra pode ser um substantivo (terras paraguaia) ou adjetivo (fortes bataia).

2) O som –lh é substituído pelo som do –i como se pode perceber nas palavras: espalha, parentalha, batalha, navalha e atrapalha.

3) Resposta pessoal. Sugestão de reposta: Não, porque a beleza, a sonoridade e os efeitos de sentido que as palavras despertam no leitor estão relacionados com a cultura das pessoas que vivem no ambiente em que a letra da música foi escrita.

4) O humor é provocado pelo trocadilho “firme e filme”. A personagem que está sentada utiliza a palavra firme no lugar da palavra filme, evidenciando-se, assim, o emprego da variedade linguística social.

Páginas 53-54

Reflexão

Na continuidade, propõe-se uma revisão com os alunos dos exemplos de linguagem verbal, não verbal e mista que circulam na rotina deles. Solicitar, em seguida, a leitura dos cartuns que ilustram as atividades relacionadas às variedades da língua. Como a interação entre a imagem e o texto escrito contribui para a formação do sentido global do texto, sugere-se um trabalho, em sala de aula, com revistas em quadrinhos, tirinhas, charges ou, então, com os diversos textos disponibilizados pelos livros didáticos das demais disciplinas escolares, como gráficos, tabelas mapas e roteiros.

Análise

1) Na primeira situação, o enunciado está inadequado porque a conversa com o diretor da escola deve ser formal e respeitosa. A segunda situação, apesar de o enunciado estar de acordo com as regras da gramática normativa, não está adequado ao processo comunica-tivo porque a fala com um amigo é, geralmente, mais informal e descontraída.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 126

2) O ato de comunicação deve estar adequado à situação, ao interlocutor e à intencionalidade do falante. Não há, pois, uma forma de expressão mais ou menos correta. O grande desafio é saber adequar a fala à situação em que os falantes se encontram, ao interlocutor (pessoa com quem se fala) e aos objetivos que se pretende alcançar no processo comunicativo.

3)a. São a caixa, o assaltante e um cliente.b. “Erga seus órgãos apendiculares e exiba os recursos financeiros”.c. Somente as imagens das personagens que representam a função de caixa e do assal-

tante estão de acordo com a realidade. A expressão corporal da personagem que está usando terno, gravata e sapato não condiz com a situação de assalto que está ocorrendo, pois lê tranquilamente a um jornal à espera de sua vez para ser atendido, ignorando o que acontece ao seu redor.

Além disso, a mensagem da personagem do assaltante, que utiliza expressões verbais – órgãos apendiculares (braços) e recursos financeiros (dinheiro) –, não está adequada ao contexto de comunicação, pois ele usa expressões mais rebuscadas, não condizendo à lin-guagem de um assaltante, que, certamente, utilizaria expressões mais simples e menos formais.

Página 56

Análise

Problematizar com a classe sobre a relação do cartum de Henfil com o tema que estamos estudando, evidenciando que o texto e a imagem estão mostrando que tanto as práticas sociais como a linguagem que utilizamos no dia a dia (gírias e linguagem coloquial) devem adequar-se aos objetivos dos falantes e à situação comunicativa.

1) Resposta pessoal.

2) No texto escrito à mão ou no texto digitado, deve-se utilizar aspas (“ “) para isolar as gírias das demais palavras que compõem o texto.

Produção

A classe deve produzir o texto conforme as orientações apresentadas no livro do aluno. Lembrar aos alunos que eles devem utilizar a linguagem coloquial nas conversas informais do dia a dia e a linguagem mais formal na produção de textos e demais trabalhos escolares. Para que a classe possa treinar as diferenças entre a linguagem formal e informal, solicitar aos alunos um exercício de retextualização.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 127

Nesse exercício, eles deverão substituir as marcas de oralidade (daí..., né... tipo...assim...aí... então...), empregadas no texto escrito, pela norma urbana de prestígio, observando as exigências da linguagem formal. Para treinar as diferenças entre a linguagem formal e infor-mal, solicitar aos alunos que escolham um tema e o desenvolvam, por escrito, utilizando ora a linguagem formal e ora a linguagem informal (coloquial).

Depois de concluir os textos, os alunos devem apresentar o resultado do trabalho aos demais colegas da classe, observando os níveis de linguagem utilizados e evidenciando as situações em que eles devem ser utilizados nos atos de comunicação.

Página 57

Produção

Antes de iniciar a produção escrita, propõe-se uma reflexão sobre a diferença entre o relato e o texto informativo. Lembrar que o relato é um gênero textual da esfera escolar em que predomina o tipo narrativo (o locutor conta um fato) enquanto que no texto informativo se tem a finalidade de apresentar ideias ou informações novas, com o propósito de ampliar os conhecimentos do leitor. Depois da escrita do relato pessoal, solicitar aos alunos que façam um rascunho e que passem a limpo somente depois de terem feito uma revisão cuidadosa do texto conforme as orientações dadas no livro do aluno. Afixar os textos escritos no mural da escola para que a classe possa compartilhar suas ideias com os demais colegas da comu-nidade escolar.

Página 58

Relações sociais e níveis de linguagem

O texto Vizinhos, escrito por Adélia Prado, é uma crônica literária na qual o narrador permitiu a entrada da língua oral para dar mais dinamismo ao texto, aproximá-lo mais do leitor e mostrar o valor da função estética da linguagem em oposição à linguagem utilitária empregada no texto infor-mativo estudado anteriormente.

Depois da introdução do texto, sugere-se que o professor interrogue a classe sobre a função social da leitura, a intenção do narrador (instruir, informar, convencer, solicitar, recomendar, diver-tir) e também sobre os conhecimentos prévios que os alunos já possuem com relação ao conteúdo desenvolvido na crônica. Essas estratégias de leitura permitem que os alunos formulem suas hipóte-ses, criem e imaginem o que será contado no texto e percebam os efeitos de sentido produzidos pela linguagem estética.

Depois dessa reflexão, é momento de a classe ter o encontro individual e silencioso com o texto para confirmar ou não as hipóteses formuladas, confrontando as suposições feitas com relação às ideias desenvolvidas na leitura, localizando as informações explícitas e fazendo inferências sobre as informações que extrapolam o texto. A leitura oral pelo professor deve ser expressiva, clara, para possibilitar ao aluno a familiarização com o vocabulário, as expressões transcritas da oralidade e as estruturas que caracterizam o texto literário.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 128

Página 59

Reflexão

O texto Vizinhos, os fatos são narrados de forma espontânea, ou seja, coloquial (informal).

Professor, mostrar aos alunos que há a linguagem informal e formal (culta), justamente para mostrar ao leitor que a língua é mutável, flexível, isto é, sofre influência do grupo social.

Páginas 59-60

Análise

Fazer esta análise, primeiramente oral, para os alunos se familiarizarem com as questões propostas neste estudo. Sugere-se que a sua experiência conduza esta atividade com outras questões que não estão presentes neste roteiro, permitindo, por exemplo, que a classe conte os “causos” que conhecem sobre o dia a dia dos vizinhos, não só para propiciar momentos de descontração como também para possibilitar a prática da linguagem oral.

1) O tema da crônica foi inspirado em uma situação do cotidiano. A situação que deu origem ao fato narrado foi o costume que Dona Alvina tinha de tomar emprestados os objetos de uma família vizinha.

2) O nível de linguagem utilizado no texto é informal, coloquial. Os fatos são narrados de forma espontânea e descontraída para mostrar ao leitor que a língua é mutável, flexível e que pode ser usada de acordo com as intenções das pessoas, sua cultura e influência do grupo social a que pertencem.

3) A função da linguagem que predomina no texto é a poética porque a linguagem apresenta um arranjo original com o objetivo de despertar no leitor o prazer estético proporcionado pela leitura do texto literário.

4) O narrador é um narrador-personagem porque participa dos fatos que são narrados no texto. Para isso, ele emprega os pronomes e os verbos na primeira pessoa.

Para enriquecer essa resposta, professor, comentar com a classe que, dependendo da posi-ção do narrador em relação ao fato narrado (foco narrativo), a narrativa pode se apresentar em primeira ou em terceira pessoa.

Na narrativa, em primeira pessoa (os verbos e os pronomes são empregados em primeira pessoa), o narrador é um narrador-personagem porque participa da história. Na narrativa em terceira pessoa (os verbos e os pronomes são empregados em terceira pessoa), o nar-rador é um narrador-observador porque não participa da história e conta apenas o que vê ou, então, é um narrador-onisciente porque, também em terceira pessoa, relata ao leitor o que as personagens pensam, sentem e fazem no decorrer da narrativa.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 129

5) O fato relaciona-se a um dilema que envolve o narrador: ele sente remorso porque deseja aju-dar o vizinho sem esperar nada em troca, mas, ao mesmo tempo, existem momentos em que ele se surpreende esperando uma retribuição do vizinho pela generosidade de suas ações.

6) O narrador esperava que o vizinho se justificasse e explicasse por que ainda não havia res-sarcido (devolvido) o valor que Pedro pagara para a Companhia ligar a água na casa de Dona Alvina.

7) Essa atitude de Pedro mostra que ele auxilia as pessoas sem esperar retorno delas. “Ele pratica o bem pelo bem”.

Página 61

Produção

Para complementar as respostas pessoais da classe, evidencie que em programas como o Jornal Nacional e outros telejornais a situação de comunicação é mais formal, enquanto que nos programas de entretenimento, por exemplo, a linguagem tende a ser mais informal e espontânea.

Níveis de linguagem

O estudo dos níveis de linguagem exige dos alunos a habilidade de identificar a forma de registro utilizada pelos interlocutores para que eles possam adaptar o uso tanto da linguagem formal (utilizada na escrita de bons livros e jornais) como da linguagem coloquial (empregada nas constru-ções gramaticais mais soltas, nas repetições, nas frases curtas e nos diálogos simples do dia a dia) e informal (utilizada na ortografia simplificada, nas abreviações, nas construções simples e nas corres-pondências entre pessoas da família e amigos íntimos) em função da situação comunicativa tanto na modalidade oral como escrita.

Página 62

Análise

Para concretizar esse estudo, sugere-se que sejam propostas atividades de observação e registro dos níveis de linguagem utilizados pelos usuários da língua. Os alunos poderão gra-var amostras de falas que consideram importantes para complementar o tema que estão estudando ou, então, gravar programas de televisão que apresentam entrevistas com falan-tes de diferentes níveis de linguagem. O resultado da pesquisa deverá ser apresentado aos colegas da classe no dia marcado pelo professor ou servir de base para a produção (indivi-dual ou coletiva) de um texto escrito.

1) Resposta pessoal. Espera-se que o aluno responda que utiliza a língua conforme a situação comunicativa que está vivenciando no momento – mais ou menos formal.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 130

2) Em uma entrevista para conseguir emprego, em uma reunião com os colegas de trabalho ou em um encontro mais formal, deve-se utilizar a linguagem mais respeitosa, mais formal, menos espontânea. Esse nível de linguagem exige um cuidado maior com o vocabulário e obediência às regras que estabelecem o uso da norma urbana de prestígio.

3) No estádio de futebol ou participando de uma brincadeira descontraída com os amigos ou de um diálogo com colegas de trabalho ou pessoas da família, deve-se utilizar a linguagem mais informal ou coloquial. Quando empregamos esse nível de linguagem, não estamos muito preocupados em saber se o que estamos falando está de acordo ou não com as nor-mas estabelecidas pelas convenções que dão suporte ao uso formal da linguagem (norma urbana de prestígio).

4) No processo de comunicação, o falante deve adequar a fala ao contexto de comunicação, levando em conta o interlocutor e os objetivos do ato comunicativo. Comentar com a classe que a norma urbana de prestígio é utilizada nos textos publicados em jornais, revistas, artigos científicos, trabalhos escolares, debates, jornais televisivos, entrevistas para conse-guir emprego e cartas para autoridades públicas, entre outras situações que exigem uma linguagem mais formal.

Páginas 63-64

Análise

a. Linguagem informal – pelas gírias utilizadas, pela linguagem descontraída.b. Linguagem culta – pelo uso de expressões formais (por obséquio, fornecer).c. Ambas retratam situações semelhantes – compra de produtos para alimentação – a pri-

meira em um restaurante, com a solicitação ao garçom; a segunda, em uma praia, com a solicitação a um vendedor ambulante.

d. Que em ambas as situações as linguagens utilizadas não estão de acordo com os contex-tos em que ocorrem.

Página 64

Análise

1) Nível formal da linguagem porque a gerente do banco acreditava que estivesse falando com uma pessoa estranha.

2) O nível de linguagem é quebrado porque o cliente se identificou, mencionando que era um funcionário do banco e, portanto, colega da gerente.

3) O nível informal, coloquial, da linguagem porque os interlocutores do processo comunica-tivo eram colegas de trabalho.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 131

Página 65

Trabalhei a vida toda/trabalho e sociedade

O texto Trabalhei a vida toda, de Maria Aparecida de Moraes Silva, e Trabalho e sociedade, de Paulo Sérgio Carmo, tratam basicamente do mesmo tema: o trabalho. Depois de refletir com a classe sobre as intenções de quem escreveu os textos, propor aos alunos que estabeleçam uma compara-ção entre os dois textos e percebam as características básicas que se relacionam ao tipo textual que predomina em cada um deles (narrativo e informativo) e ao nível de linguagem que utilizam para apresentar as ideias ao leitor.

Página 66

Análise

Para complementar esta atividade, sugere-se que o professor traga para a sala de aula textos que apresentam opiniões diferentes sobre o mesmo tema. A leitura de textos com posições diferentes sobre o mesmo fato permite que o aluno desenvolva a capacidade de comparar os vários discursos sociais, inclusive o próprio, e analisar criticamente as opiniões e os argumentos utilizados pelo autor para, assim, formar a sua própria opinião sobre o tema abordado nos textos lidos.

1) Os dois textos abordam a questão do trabalho.

2) O primeiro texto, Trabalhei a vida toda, é um depoimento. O segundo texto, Trabalho e sociedade, é um texto informativo que pertence à esfera jornalística.

3) O depoimento de D. Maria é informal, como se fosse um bate-papo com o interlocutor. O texto Trabalho e sociedade utiliza uma linguagem mais formal, de acordo com os preceitos da norma urbana de prestígio.

4) O nível informal da linguagem é utilizado em situações mais descontraídas e espontâneas, enquanto que o nível formal é empregado em situação mais formal e cerimoniosa.

Página 67

A comunicação em nosso cotidiano

O texto que inicia o capítulo 2, Comunicação, de Luís Fernando Veríssimo, é uma crônica humorística escrita na forma de diálogo, com a finalidade de divertir e, ao mesmo tempo, refletir sobre o comportamento das pessoas.

Depois de refletir com os alunos sobre as características desse gênero textual, incentivar a classe a estabelecer relações entre o tema abordado no texto e as experiências vivenciadas no dia a dia. Para motivar os alunos, sugere-se que se abra uma discussão com a classe sobre a importância da comunicação nos dias atuais, ressaltando que ela se processa somente quando os interlocutores (locutor e interlocutor) conhecem o código linguístico (em nosso caso, a língua portuguesa) e a lin-guagem (verbal, não verbal ou mista) utilizados para interagir no processo comunicativo.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 132

Na introdução do texto, é muito importante desenvolver o trabalho com as estratégias de lei-tura que possibilitam a compreensão das ideias que formam o texto. Sugere-se, para isso, motivar a classe, evidenciando a temática previamente, discutindo o título, apresentando informações sobre o autor e esclarecendo questões sobre o vocabulário e as variantes linguísticas presentes no texto. Essas informações prévias devem ser acompanhadas de uma reflexão que permita a participação efetiva de todos os alunos, principalmente dos mais tímidos e introvertidos.

Na sequência, sugere-se a leitura silenciosa para que os alunos possam verificar suas supo-sições anteriores, atribuir sentido ao texto, fazer associações, compreender e interpretar as ideias explícitas e implícitas no texto. Após a leitura silenciosa, o professor deverá ler o texto em voz alta para chamar a atenção da classe aos efeitos expressivos e recursos linguísticos empregados no texto. Depois da leitura oral dos alunos, o professor deverá abrir uma discussão sobre o conteúdo do texto e encaminhar a realização das atividades apresentadas para a compreensão do texto.

Páginas 69-70

Análise

Antes de iniciar esta atividade, fazer um levantamento dos conhecimentos prévios da classe sobre o tema abordado no texto, uma vez que as situações já vivenciadas incentivam a participação ativa do grupo, socializam os conhecimentos que os alunos já possuem e per-mitem que eles desenvolvam sua competência linguístico-discursiva.

1) Literária.

2) Apenas no primeiro parágrafo porque, na sequência, o texto apresenta o diálogo entre as duas personagens.

3) O uso de diálogo agiliza o texto e dá ao leitor a impressão de que está presenciando a con-versa entre as personagens.

4) As pessoas estabelecem comunicação com o outro por meio da linguagem verbal (palavras), da linguagem não verbal (gestos, mímica, desenhos) e da linguagem combinada (verbal e não verbal).

5) O vendedor usa uma linguagem mais formal enquanto que o comprador uma linguagem mais espontânea e descontraída com gírias (“pomba!”) e palavras imprecisas como “coisa”, “negócio” e “raio”.

6) Somente no final do texto, quando o comprador consegue se fazer entender pelo vendedor depois de utilizar vários recursos (palavras, gestos e descrição do objeto) para descrever o objeto.

7) O texto utilizou a descrição para descrever o objeto (o alfinete) como, por exemplo, em [...] Tem uma ponta assim, entende? Depois vem assim, assim, faz uma volta, aí vem reto de novo, e na outra ponta tem uma espécie de encaixe, entende? Na ponta tem outra volta, só que esta é mais fechada.[...]. É isso. Uma coisa pontuda que fecha. Entende?.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 133

8) As descrições que o comprador faz do objeto são confusas e ele não consegue mostrar com clareza o objeto que deseja comprar, logo no início do texto, porque o humor da crônica advém justamente dessas falhas da comunicação.

Produção

Na realização desta atividade, estimular a exposição livre das ideias, colocando-se como mediador entre as problematizações apresentadas na atividade e o ponto de vista dos alu-nos, para que eles possam construir seu próprio discurso e expor os pensamentos com clareza, lógica e bom nível argumentativo.

Também é interessante abrir uma discussão, em sala de aula, sobre as habilidades que o vendedor deve possuir no campo de trabalho, evidenciando que essas qualidades podem ser adquiridas por meio da persistência, do esforço e da participação em cursos que trei-nam o profissional que deseja vender mais e melhor.

1) Resposta pessoal. Sugestão de resposta: O vendedor deve agir com naturalidade, paciên-cia, fazer perguntas e ouvir as respostas com atenção para ajudar o cliente. Deve mostrar outros produtos que têm relação com a descrição do objeto, dar dicas de objetos similares, conversar sobre outros assuntos para descobrir as causas do esquecimento do comprador e, sobretudo, mostrar que está interessado em ajudá-lo a descobrir o nome do produto.

2) O bom vendedor precisa ser comunicativo, ter motivação, entusiasmo, autoconfiança, cria-tividade, persistência, ambição profissional, ouvir e conversar com os clientes, ultrapassar obstáculos e descobrir soluções, planejar os objetivos que pretende alcançar e manter contato constante com os clientes por meio de mensagens de agradecimentos, avisos de promoções, e-mail marketing e boletins informativos (newsletters).

Página 71

Formas de discurso e narrativasDiscurso direto, discurso indireto, discurso indireto livre

Na sequência, comentar com a classe que o narrador – voz que fala e conta os fatos e seu desen-volvimento ao leitor – pode, eventualmente, abrir espaços para apresentar as falas das personagens por meio do discurso direto, discurso indireto e discurso indireto livre. Em seguida, solicitar aos alunos que analisem o tipo de discurso utilizado pelo narrador e reflitam sobre os efeitos de sentido provocados pelo uso do discurso direto no texto.

Espera-se que a classe observe que esse tipo de discurso anima a narrativa, possibilitando que as personagens participem mais da história e ganhem um aspecto mais verdadeiro já que elas têm a oportunidade de mostrar seu modo de ver os acontecimentos.

Na continuidade, comentar com a classe que a fala das personagens pode ser registrada, tam-bém, por meio do discurso indireto (o narrador transmite a fala das personagens com suas próprias palavras) e do discurso indireto livre (o narrador faz uma fusão do discurso direto e indireto, apre-sentando a fala ou o pensamento da personagem inserida em seu próprio discurso).

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 134

Depois de realizar as atividades sugeridas no livro do aluno, solicitar para a classe pesquisar, em jornais e revistas, mais alguns exemplos desses tipos de discurso presentes nas narrativas e, no dia marcado pelo professor, trazê-los para a sala de aula para serem analisados em grupo. A conclusão da análise deve ser apresentada aos demais colegas da classe para ampliar os conhecimentos sobre o assunto.

Páginas 74-77

Análise

1) a. Sugestão de resposta: Mãe e filho estavam conversando ao lado do armá-

rio com doces. O filho olhou os doces e disse que queria o caldinho do doce e a mãe lhe respondeu que era só impressão de que o doce tinha caldinho. O filho então respondeu que queria um pouco de impressão.

b. Sugestão de resposta: Uma moça e um rapaz estavam sentados no banco de uma praça e enquanto ela falava e falava, e falava, ele mexia em seu celular. Em um dado momento, a moça disse para o rapaz que ele não prestava atenção no que ela dizia. Ele, então, manda a seguinte men-sagem para o celular da moça “Naum eh verdade” , a moça levanta-se, irritada, e vai embora deixando o rapaz sozinho.

Depois deste exercício, solicitar aos alunos que transponham a história em quadrinhos para um texto convencional, empregando o discurso direto, os sinais de pontuação adequados e os verbos de elocução que explicitam as falas das personagens. Concluída esta primeira atividade, solicitar aos alu-nos que deem continuidade ao diálogo, dando ao texto um final engraçado, triste ou surpreendente. Depois de pronto, o texto deverá ser apresentado à classe.

2) a. Ele disse aos filhos que se lembrassem de que o irmão deixara um pão

bem grande para ser repartido por todos.b. O neto perguntou para o avô quem havia sido Augusto da Paz, porque via

todo mundo cantando na televisão: ”Salve lindo pendão da esperança, salve símbolo Augusto da Paz”.

3) Estácio interveio:

– É preciso que você tenha alguns dias de absoluto repouso, Helena.

Ela recusou, dizendo:

– Aos poucos, eu posso recuperar o meu repouso.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 135

4) a. Só me perguntava o que era, se nunca os vira.b. Agora? Que faço?c. Se houvesse ali ao menos um pequeno furo de prego por onde pudesse entrar e sumir.

5) Discurso direto

Então ele sacode de novo e diz:

– Assim tenho neve o ano inteiro.

Discurso indireto

Então ele sacode de novo e diz que assim tem neve o ano inteiro.

6) Uma lazeira, a gente podia xingar a mãe dele. Mas então...

Se fosse uma criatura de saúde e muque estava certo. Enfim, apanhar do governo não é desfeita.

Mas aquilo...

Página 77

Produção

Solicitar aos alunos que escrevam uma crônica humorística com base em um fato engraçado relatado por um jornal ou visto nos noticiários da televisão. Nesse momento, é importante lembrar que no planejamento da escrita do texto é preciso ter claro a intenção de quem escreve o texto, o interlocutor e o local em que o texto irá circular (mural da classe ou mural instalado no ambiente de trabalho).

Página 78

Narrativa literária – O mistério da árvore

No estudo deste capítulo, sugere-se que sejam apresentados aos alunos os contos O mistério da árvore, de Raul Brandão, e A moça tecelã, de Marina Colasanti, evidenciando que esse gênero textual, que pertence à esfera literária, se sobressai devido à beleza e à subjetividade da linguagem plurissignificativa que o narrador utiliza para criar uma experiência comunicativa prazerosa.

Na introdução da aula, destacar que ambos os contos pertencem ao rol das narrativas fantásti-cas porque apresentam fatos estranhos, aparentemente incompreensíveis, que rompem com o sentido lógico dos acontecimentos, deixando, em meio a mistérios e surpresas, os vazios para serem preenchi-dos pela imaginação do leitor. Para que os alunos aprendam a fruir a força e a beleza do texto literário, sugere-se, em um primeiro momento, a apresentação de um resumo rápido do texto em estudo.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 136

Para isso, relembramos que o conto O mistério da árvore narra a história de um reino governado por um rei malvado que mandou secar a água das fontes que jorravam em seu reino. Nesse mesmo reino, havia, também, uma árvore muita seca onde eram enforcados os condenados à morte. Certo dia, chegou a esse reino um casal de mendigos que se amava muito. Os dois afrontaram o rei e foram enforcados na árvore seca. Mas, como o amor é vida, a árvore também ganhou vida e floresceu para mostrar a força desse sentimento – um dos mais belos que fervilha na alma dos seres vivos.

Depois de traçar um breve comentário sobre a temática dos contos, incluindo, também, o conto A moça tecelã, é momento de realizar as atividades de leitura para atribuir sentido aos textos. Na abordagem metodológica do texto, sugere-se que o professor oriente a classe a descobrir o signifi-cado das palavras desconhecidas e abra os caminhos necessários para a leitura silenciosa, solicitando aos alunos que avancem ou retrocedam durante a leitura para sanar as dúvidas que impedem a compreensão do texto. Na continuidade, sugere-se que o professor desenvolva com a classe a leitura oral colaborativa. No decorrer dessa atividade, o professor deve ler o texto com a classe e, durante a leitura, questionar os alunos sobre as pistas linguísticas que contribuem para a atribuição de sentido ao conto e compreensão das ideias implícitas veiculadas pelo texto.

Concluída a leitura oral, é importante abrir um debate para desafiar os alunos a emitirem uma opinião sobre as características básicas de um conto (narrativa curta, número reduzido de persona-gens, tempo e espaço delimitados, linguagem formal ou informal), o estilo do autor e os elementos que constituem as narrativas convencionais: narrador, personagens, foco narrativo, tempo, espaço e enredo (apresentação, complicação, clímax e desfecho), sugerindo, em seguida, a realização das atividades que acompanham o texto em estudo.

Página 80

Análise

1) O conto é um gênero textual que circula em livros (antologias) e em revistas.

2) Os dois mendigos representam a alegria, a pureza e a afetividade em oposição a um cenário grotesco, escuro, degradante e degradado pela ação de um rei tirano e perverso. A afeti-vidade entre os mendigos contrasta com a perversidade do rei, o amor luminoso entre os dois contrasta com o cenário pintado em tons de cinza e negro.

3) O conto em questão é uma narrativa fantástica porque não tem compromisso com a ver-dade do mundo concreto.

Página 82

Análise

1) Casal de mendigos e o Rei.

2) Narrador-Observador

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 137

3) A ação principal se dá em torno da árvore esgalhada e seca. “...e só o Rei, de alma igual à sua alma, nua e trágica, se pusera a amá-la, a árvore triste que havia séculos servia de forca”.

4) Quando o Rei soube que dois seres felizes haviam transposto as fronteiras do castelo, ou seja, dois mendigos que se amavam e nem se quer eram belos, mas irradiavam uma força imensa.

5) A transformação se dá em que, a “árvore trágica” do conto, “maldita que desde séculos servia de forca” também guarda os segredos da vida e da morte, da existência carnal e pós--morte, da primavera e do inverno, das estações do ano e da vida, como já indicam o título do conto e o trecho que se segue: “Assistira a transformações do solo, a tempestades, a cataclismos e a guerras, sempre petrificada como a morte – e, naquela noite, trespassada pelo amor dos dois mendigos, desentranhara-se em ternura, como se nela se encontrasse toda a paixão, a primavera e o noivado da terra”.

Páginas 83-86

Análise

1) Esses trechos de A moça tecelã sugerem uma narrativa fantástica porque neles observa-se que a tecelã tece o homem que lhe faria companhia.

2) Ela teceu o despontar da claridade antes de o sol nascer.

3) Ela teceu a figura do companheiro no tear e ele se tornou um ser real.

4) O marido tornou-se exigente, autoritário e começou a demonstrar sua ambição assim que percebeu o poder do tear. Além disso, colocou a jovem com o tear na torre mais alta do palácio, para garantir a segurança do tear que realizava todos seus desejos.

5) Ela relembrou que antes do casamento, ela tecia com alegria para si própria e que depois do casamento passou a tecer apenas para o marido. Ela se sentiu, por isso, infeliz (enga-nada) e começou a repensar a vida que levava ao lado do marido.

6) Resposta pessoal.

7) Tela de Velázquez – Para estimular os educandos, na leitura da pintura, As fiandeiras, de Diego Velázquez, sugere-se uma reflexão sobre estas questões: Onde se passa a cena retra-tada? Quais são as cores que predominam na pintura? Como é o ambiente? O que a tela mostra no primeiro plano? E ao fundo? Por que a mulher está afastando a cortina vermelha com a mão?

Esse exercício permite que os alunos apresentem suas ideias e ouçam a opinião dos colegas sobre o conhecido quadro – As fiandeiras, de Velázquez. É importante, neste momento, rela-cionar este estudo com a disciplina de arte e história, que poderão, certamente, contribuir

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 138

com mais conhecimentos sobre a obra deste conhecido artista.a. Uma oficina de fiação.b. O quadro de Velázquez e o texto A moça tecelã apresentam o mesmo tema:

ambos focalizam uma moça tecelã. c. A roca e os fios. d. Não, atualmente as indústrias têxteis utilizam máquinas e tecnologias especiais

para gerar tecidos com características variadas, para serem utilizados em diferen-tes situações.

e. Assiduidade, criatividade, interesse, além de conhecer, também, como se pro-cessa a fiação, tecelagem, malharia, beneficiamento de tecidos e confecção de peças de vestuário, têxteis domésticos (roupa de cama e mesa) ou artigos para aplicações técnicas (airbags, cintos de segurança), entre outros. Esse segmento industrial oferece, também, trabalho na área da administração, manutenção e apoio desenvolvido na empresa.

Páginas 88-90

Análise

As atividades aqui sugeridas devem ser realizadas em dupla ou em grupo para que-brar a rotina diária. Depois da realização dos exercícios propostos, sugere-se que a correção seja feita de forma coletiva com a participação da classe. Incentive as contribuições dos alunos mais tímidos e reveja esse mesmo assunto, com outros exemplos, tantas vezes quantas forem necessárias.

1) a. Começar (principiar, iniciar), pender (inclinar), moça (mulher jovem), colocar (pôr

em algum lugar) e fios (linha).b. Escuras, terminarem, noite, fraco, finos e menos.c. Jardim.

2) a. Avenida, cinto, borboleta, desfile, população.b. Esporte, calçado, aves, futebol, economia, respectivamente.

3)a. Intenso, violento.b. Vigorosas; tinham muita força.c. A jovem tem possibilidades de vitória na escolha do futuro marido.d. Com força.e. Homem forte é o mesmo que robusto, corpulento. Forte em matemática significa

que o amigo entende do assunto.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 139

4) a. Pôr.b. Aplicar.c. Situar ou dispor geograficamente.d. Pôr em um lugar.e. Estabelecer, instalar.

Página 90

Produção

Na finalização dos estudos deste capítulo, solicitar aos alunos a escrita de um conto con-forme o direcionamento apresentado no livro do aluno. Lembrar de orientar a classe para pensar nas condições necessárias à produção do conto – objetivo do narrador, característi-cas do gênero e lugar em que o texto irá circular para ser lido pelo interlocutor, que deverá ser escolhido antes de iniciar a escrita do texto.

Unidade 3

Orientações GeraisEsta unidade de estudos possibilita ao aluno o desenvolvimento das competências e das habi-

lidades que permitem “apreciar produtos de arte, em suas várias linguagens, desenvolvendo tanto a fruição quanto a análise estética”, como preconizam os PCNs de Ensino Médio.

Para isso, a organização da unidade tem o propósito de oportunizar o conhecimento de lin-guagem, apresentando diferentes manifestações artísticas, como pintura, grafite, teatro, dança e literatura. Além disso, mostra a linguagem de diferentes estilos de época, incluindo um rápido per-curso que vai das ideias renascentistas, representadas pelo Homem Vitruviano e Leonardo da Vinci, às modernistas, representadas pelo poema A rua dos cataventos – VI, de Mário Quintana.

No desenvolvimento desse trabalho, é importante abordar a função social da literatura como uma possibilidade de "ler o mundo", levando em consideração a natureza polissêmica do texto literá-rio e o papel dinâmico do aluno-leitor na recepção do texto. Essa concepção de ensino da literatura permite que os alunos descubram que a leitura da literatura aguça o potencial cognitivo e permite o cruzamento entre o mundo do possível e do impossível e entre as situações reais e fantásticas que se mesclam nas realidades objetivas e subjetivas construídas pela arte da palavra.

Nessa linha de trabalho, é preciso ter claro que a compreensão e a interpretação das obras artísticas e dos textos literários resultam do trabalho estético do autor, da leitura competente do aluno e da atribuição de sentidos. Estes permitem construir o significado das diversas formas de expressões culturais e, ao mesmo tempo, propiciar um espaço para o letramento literário – chave que abre caminhos para a formação de leitores competentes e críticos.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 140

Objetivos Gerais• Apresentar as diferentes manifestações artísticas (teatro, dança, música,

cinema, escultura, fotografia, pintura, letras e melodias musicais, gra-fites e cartazes) que se expressam em diferentes contextos históricos e culturais.

• Auxiliar o aluno a perceber a forma de apresentação de conteúdos seme-lhantes em um texto informativo e em uma obra de arte.

• Distinguir texto literário de texto não literário em função de sua forma, intencionalidade e momento histórico de produção.

• Analisar, em um texto dado, o efeito de sentido decorrente do uso da linguagem figurada.

• Proporcionar a compreensão do texto literário como manifestação artís-tica e cultural presente em diferentes épocas e em diferentes espaços.

• Estabelecer relações (semelhanças e diferenças) entre textos de vários autores que abordam, em diferentes épocas, a mesma temática.

• Analisar as características dos gêneros literários que se materializam nas formas de gênero lírico, narrativo e dramático.

• Auxiliar os alunos a identificar os recursos prosódicos de expressão (métrica, sílaba poética, versos livres, rimas e versos brancos) no texto poético.

• Relacionar a organização do enredo (apresentação, complicação, clímax e desfecho) com o cenário (tempo e espaço) e as ações das personagens.

Conteúdos Privilegiados• Palavra: a expressão do sujeito.

• Estética da arte.

• Diferença entre texto literário e não literário.

• Expressões artísticas.

• A arte como expressão da mente.

• Figuras de linguagem.

• Importância da arte literária.

• Gêneros literários – lírico, narrativo e dramático.

• Versificação – os padrões da lírica.

• Elementos do gênero narrativo.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 141

Orientações Específicas e Respostas das Atividades

Página 93

Abertura

Palavra: a expressão do sujeito

Pablo Picasso, o famoso pintor espanhol, afirmou certa vez: “A arte é uma pintura que revela a verdade.” Essa declaração permite que se faça algu-mas reflexões sobre o conceito de arte e, depois, sobre o conceito de literatura, vista como uma entre inúmeras expressões artísticas.

Para introduzir este primeiro capítulo, sugere-se uma reflexão entre o trabalho do historiador e do artista. Enquanto o historiador tem um compro-misso com a verdade e a função de relatar fatos que realmente aconteceram, o artista não tem compromisso com a realidade concreta nem interesse de repro-duzir fatos e seres reais. A ele interessa apenas moldar a realidade conforme suas convicções, seus ideais, suas vivência. O seu ponto de vista é imparcial, subjetivo, porque ele visa, sobretudo, despertar a emoção e a reflexão de quem vê e observa a sua criação artística.

Depois dessas reflexões com a classe, sugere-se a apresentação das obras de Leonardo da Vinci, Pablo Picasso e das demais manifestações da arte representadas pelo grafite, canto, teatro e dança, evidenciando que a função e o objetivo de uma expressão artística estão sempre em consonância com a época e a sociedade a que pertence. No entanto, algumas obras se destacam e atravessam o tempo, provavelmente com a incumbência de transmitir uma mensagem às gerações futuras.

Depois do trabalho com as diferentes expressões da estética da arte, é o momento de fazer algumas considerações sobre o caráter artístico da litera-tura. Comentar com a classe que o escritor também não tem compromisso com a realidade concreta e que, em suas obras, retrata universos que não existem no mundo real, mas, apenas, em seu poder de fantasia, imaginação e criação de uma nova realidade, ou seja, de uma realidade paralela ao ambiente que foi imitado.

Para concretizar o conceito de literatura, apresente aos alunos os tex-tos das páginas 108 e 109, ressaltando que eles apresentam o mesmo tema: a morte. No primeiro, puramente informativo, prevalece a função referencial da linguagem. Já no segundo, a função poética predomina, mostrando, por essa razão, que ele é um texto literário. Não é, portanto, o tema, mas, sim, a maneira como ele é explorado que caracteriza o texto literário.

Na sequência, o trabalho com o sentido figurado das palavras tem o objetivo de mostrar que o escritor não utiliza apenas a linguagem denotativa, com significação restrita e precisa, em suas criações literárias. Na conotação, as palavras aparecem carregadas de outros significados e valores afetivos que dão aos leitores a possibilidade de mais de uma interpretação da obra literária.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 142

Páginas 95-96

Análise

Observar com os alunos que as imagens apresentam diferenças significativas. O dese-nho do Homem Vitruviano (1490), de Leonardo da Vinci, tornou-se um ícone cultural. O desenho encontrado em seus diários mostra o traçado e as proporções entre as diversas partes do corpo humano, e o quadro Busto de homem, de Pablo Picasso, prin-cipal representante do Cubismo – escola que valorizava as formas geométricas (cones, esferas e cilindros, entre outras), explorava as diferentes maneiras de representar a profundidade no plano e apresentava o objeto em seus múltiplos ângulos.

1) Pintura.

2)a. O texto 1 mostra maior fidelidade ao real, fazendo um retrato quase fotográfico da

anatomia humana. Já o segundo texto retrata um homem com traços deformados em relação ao real. Não mostra, portanto, interesse em retratar o mundo de forma fotográfica.

b. O texto 1, porque as medidas das duas metades da figura são exatamente iguais. (Explorar o conceito de simetria).

c. Resposta pessoal. Incentivar os alunos a considerarem harmônicas não só as obras que imitam a realidade, mas algo que desafie o olhar.

d. Resposta pessoal. Professor: incentive os alunos a não apenas discutir a obra que eles acharam mais bonita, mas as diversas formas de beleza.

Página 97

Pesquisa

Depois de comentar com os alunos que a obra O Homem Vitruviano, de Leonardo da Vinci, pertence ao Renascimento e a pintura de Pablo Picasso, Busto de Homem, pertence ao Cubismo, solicitar-lhes que, em grupo, pesquisem em livros de literatura e na internet informações sobre essas duas representações literárias. No dia determi-nado pelo professor, os alunos deverão apresentar o resultado da pesquisa aos demais colegas da classe. Para a realização da pesquisa, sugerem-se os livros abaixo:• SEVCENKO, N. O Renascimento. São Paulo: Atual; Campinas: Ed. da Unicamp, 1984.• VAN ACKER, T. Renascimento e humanismo. São Paulo: Atual, 1992.• TELES, G. M. Vanguarda europeia e Modernismo brasileiro. Petrópolis: Vozes. 1972.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 143

Páginas 97-98

Análise

1) A primeira obra imita o real de forma fotográfica, simétrica e harmoniosa, pois essa foi uma conquista da época. No Renascimento, os artistas adoravam a forma humana. Antes disso, na Idade Média, a igreja era considerada a guardiã da verdade divina e Deus era visto como o ser perfeito, centro de todas as coisas (visão teocêntrica da verdade). Na obra 2, o autor não se interessa pelo retrato do real. Ele se preocupa em quebrar padrões, já que o mundo encontra-se em uma situação difícil, longe da perfeição.

2) Para Leonardo da Vinci, o belo está na per-feição da forma. Já Pablo Picasso entende a beleza no desafio das formas reais. O belo não é mais a imitação fotográfica, mas a desconstrução dela.

Página 100

Reflexão

Discutir com os alunos sobre as diferen-tes formas artísticas (pinturas, esculturas, letras e melodias musicais, dança, teatro, cinema, grafite) que as pessoas utilizam para expressar seus sentimentos, ideias e visão da realidade. Durante a discus-são, apresente exemplos concretos sobre cada uma das diferentes formas artísticas mencionadas e solicite aos alunos que apresentem aos colegas da classe outras formas de representação que eles conhe-cem e/ou praticam no dia a dia. Este assunto possibilita um trabalho integrado com a disciplina de arte.

1) Resposta pessoal.

2) Resposta pessoal. O professor deve suge-rir diferentes formas de expressão, como grafites, cartas, manifestos, abaixo-assi-nados, desenhos, verbalização simples, discurso oral e cartazes.

3) O objetivo seria prático, ou seja, expor um ponto de vista, manifestar opinião e indignação.

Páginas 101-104

Análise

Esta atividade propicia uma discus-são sobre as diferenças entre um texto informativo (não literário) e o texto lite-rário. Depois de apresentar exemplos de outros textos, transcritos de jornais, revistas e antologias literárias, comentar com a classe que o texto não literário é objetivo, impessoal, denotativo e se uti-liza da função referencial da linguagem, e que o texto literário, pelo contrário, possui dimensão estética, conotativa, que propicia a criação de imagens e de novas relações de sentido com predomí-nio da função poética da linguagem.

1) A situação de miséria dos jovens no Brasil.

2) Em jornais e revistas.

3) Informar a população sobre a situação de miséria dos jovens por meio de dados estatísticos.

4) O autor não emite opinião, pois o obje-tivo do texto é apenas informar sem opinar sobre os fatos. A opinião deve ser formada pelo próprio leitor.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 144

5) Artes plásticas.

6) Resposta pessoal. Atentar para que os alunos selecionem itens marcantes. Isso ajudará, futuramente, na habilidade de selecionar dados relevantes das obras a serem analisadas. É importante que as respostas englobem a expressão facial de cada componente da imagem; o fato de fazerem parte de uma família; a atmosfera triste que cada um carrega; a aparente classe social; o corpo da criança morta no colo do adulto; o tamanho exagerado das lágrimas; a deformação dos corpos. Incentivar a argumentação pela justificativa do ponto de vista.

7) O autor pretende expressar tristeza, revolta e indignação perante a situação dos retirantes e, por consequência, dos marginalizados de forma geral.

8) Tratam da situação de miséria dos jovens e dos retirantes.

9) a. O texto 2.b. O texto 2. Enfatizar o conceito de estética, presente na questão.

10) O texto 2, pois tem a intenção de transmitir sentimentos com preocupação estética, ou seja, dá atenção ao belo, à harmonia das aparências e das expressões.

Página 104

Pesquisa

Na realização desta atividade, convide a classe para ir à sala de informática para fazer uma pesquisa sobre a série Retirantes de Candido Portinari. Depois de a classe conhecer as obras que compõem a série, solicitar aos alunos que continuem a pesquisa em livros, revista, na internet ou por meio de professores de geografia, história ou sociologia sobre a trajetória dos retirantes em nosso país. Concluída a pesquisa, os alunos deverão responder às ques-tões propostas no livro e apresentar suas conclusões aos colegas da classe.a. São sertanejos (pessoas que vivem no sertão nordestino).b. Eles vêm da região da seca (Polígono das Secas, na região Nordeste).c. São Paulo é o destino de grande parte deles, o objetivo é conseguir melhores condições

de vida nas grande capitais. d. A partir da década de 1930, as atividades agrícolas e industriais levaram ao Sudeste

milhares de brasileiros de todas as partes, principalmente, nordestinos.e. A região de origem dos retirantes é marcada pela falta de comida, decorrente da seca

e da falta de condições para o enfrentamento dessa seca. A falta de trabalho e de con-dições humanas para sobreviver (saneamento básico, escolas, hospitais, etc.). Essas mesmas características são responsáveis pela retirada dos grandes grupos, que procu-ram melhores condições de vida. Essa busca, na grande maioria das vezes, é frustrada, pois os retirantes não encontram condições melhores nas capitais, o que os leva a uma situação de marginalização nos grandes centros.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 145

Páginas 105-107

Análise

A leitura do texto poético O bicho, de Manuel Bandeira, abre o diálogo sobre o conceito de literatura. Sugere-se que se inicie este estudo com alguns questiona-mentos: Por que a literatura é a arte da palavra? Quais são as principais caracte-rísticas de um texto literário? Em seguida, comentar com a classe que o escritor se utiliza da língua criativamente e que o seu texto é sempre uma combinação pessoal das palavras, que revelam o seu modo particular de criar e interpretar a realidade. O uso da linguagem conota-tiva dá às obras literárias a possibilidade de gerar mais de uma interpretação do leitor.

1) É um poema. Resposta pessoal.

2) O texto trata sobre miséria. Seres huma-nos que são tratados como bichos devido às condições subumanas em que vivem.

3) Resposta pessoal. No cotidiano brasi-leiro, a cena descrita é muito comum, pois há um grande número de pessoas que sofrem com o problema da fome no Brasil. Problema que é gerado pela dife-rença social.

4) O primeiro texto usa as linhas por inteiro. Há, também, a separação do texto em parágrafos. No segundo, há uso parcial das linhas e o ajuntamento das linhas em pequenos blocos. (É importante salientar o conceito básico de forma – aparência e construção – dos diferentes textos).

5) O texto da revista Veja tem o objetivo de informar e o texto de Manuel Bandeira quer causar uma emoção no leitor pelo trabalho com a palavra.

6) Ambos têm a função principal de causar uma sensação por meio do cuidado com a linguagem. O bicho trabalha a palavra e Criança morta trabalha a imagem.

7) Uma usa a imagem (elementos visuais não verbais) e a outra usa palavras para expressar.

8) As respostas podem variar. Nelas, é interessante que estejam contidos os fatos de que os textos informativos são publicados em jornais e revistas, tendo a única intenção de informar. Uma obra de arte não tem função informativa, ela busca expressar e causar um sentimento por meio do cuidado com a harmonia da linguagem. Esse cuidado com a forma chama-se estética.

Página 108

Reflexão

Depois de relembrar as diferenças entre texto não literário e literário, solicitar aos alunos que anotem, no caderno, a sua própria definição de literatura e jus-tifiquem por que, por exemplo, os textos de Paulo Coelho não são considerados literários e os de José de Alencar fazem parte do acervo da nossa literatura, res-saltando as diferenças entre esses dois estilos de escrita (características do texto não literário e literário).

Páginas 109-110

Análise

Interpretação de texto

1) Em jornais, revistas, internet, livros esco-lares, entre outros.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 146

2) A morte de um senhor enquanto andava na rua. O texto tem o objetivo de denunciar a falta de solidariedade das pessoas diante da morte.

3) Não é possível considerar o texto 1 como obra de arte, pois a sua função é apenas informar. Não há expressão do sentimento e nem cuidado com a harmonia das palavras (estética).

4) A morte de um senhor em plena rua, o qual foi deixado lá à espera do rabecão (carro que leva os cadáveres para o necrotério ou o cemitério).

5) É possível considerar o texto 2 como literatura, pois a forma com que ele é construído causa um efeito no leitor. Os detalhes e as palavras sugerem não apenas um fato (como na notí-cia), mas uma série de sentimentos ligados a ele.

6) As respostas podem variar. É importante que os alunos incluam em suas conclusões os seguintes itens: textos literários expressam emoções e não apenas informam; na literatura, há um cuidado fundamental para a construção do texto.

Página 112

Reflexão

Importância da literatura

Na introdução deste assunto, sugere-se uma roda de conversa para os alunos apresentarem suas ideias sobre a importância da literatura nos diferentes momentos históricos. Convém, aqui, lembrar aos alunos que ela é um instrumento de comunicação e uma das formas mais valiosas de que o homem dispõe não só para a fruição estética e aquisição de conhe-cimentos, como também para a criação e recriação desses conhecimentos. Além disso, a literatura assume, algumas vezes, formas de denúncia social, engajando-se em lutas e cau-sas políticas e ideológicas que visam às transformações históricas e culturais do país.

Páginas 113-117

Análise

1) Resposta: alternativa c.

2) Resposta: alternativa b.

3) Resposta: alternativa a.

4) Resposta: alternativa e.

5) Resposta: alternativa e.

6) Resposta: alternativa a.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 147

Página 118

Abertura

Neste capítulo, teve-se a preocupação de contrastar textos que, provindos de gêneros textuais diferentes, mantêm, na essência, o mesmo tema – o amor. O amor cantado em prosa e em verso em diferentes épocas e lugares.

Na introdução do capítulo, sugere-se uma reflexão sobre as cantigas trovadorescas que, de acordo com o gênero a que pertencem, podem ser organizadas em dois grupos: o da poesia lírica e o da poesia satírica (tinha a finalidade de ridicularizar a pessoas focalizadas). Dentro da poesia lírica, destacam-se as cantigas de amor nas quais o eu lírico transmite uma visão idealizada das qualidades físicas e morais da mulher amada. No desenvolvimento deste estudo, é interessante trazer para a sala de aula exemplos de poesias líricas e satíricas e propor aos alunos uma leitura jogralizada dos textos poéticos criados na época medieval.

Os textos apresentados na sequência iniciam o estudo dos gêneros literários. No início desse estudo, comentar com os alunos que os textos literários estão divididos em dois grandes grupos: os textos em verso e os textos em prosa e que, além dessa divisão, há mais uma classificação que visa a organizar os textos da literatura em três gêneros literários: lírico, narrativo (épico) e dramático.

Na sequência, sugere-se uma análise dos textos apresentados nas páginas 120 e 121, evi-denciando que eles exemplificam, respectivamente, as características dos três gêneros literários: o gênero lírico centra-se no mundo interior e subjetivo de quem escreve o poema – o eu lírico, o gênero narrativo reconta as histórias criadas pelo imaginário a partir de situações vivenciadas no cotidiano, enquanto que o gênero dramático é escrito para ser transformado em espetáculos teatrais ou cinematográficos.

Depois de realizar as atividades propostas, solicitar aos alunos que leiam ou declamem um poema, que já conheçam, para os colegas da classe com o objetivo de abrir um espaço para algumas reflexões sobre a poesia lírica. Em seguida, propõe-se o estudo da metrificação a partir da organiza-ção das sílabas métricas, considerando sua intensidade sonora (acentos), tempo de duração (breve ou longo) e a recorrência de unidades constituídas por sílabas acentuadas ou não acentuadas (ritmo), lembrando que são esses ingredientes que intensificam o lirismo poético e despertam o encanta-mento dos leitores.

Página 119

Reflexão

Os textos apresentados no início do capítulo abordam o mesmo tema – o amor. Além de os textos pertencerem a gêneros literários diferentes (lírico, narrativo e dramático) eles representam, também, estilos de época diferentes - trovadorismo, modernismo, realismo e romantismo (inglês), respectivamente. Sugere-se, professor, na introdução da aula, apresentar aos alunos as principais características dos gêneros da literatura e das escolas literárias a que os textos em estudo pertencem. Estas orientações poderão ser dadas aos alunos tanto na forma de aula expositiva com problematizações para despertar o interesse da classe como por meio de uma pesquisa baseada na bibliografia disponibilizada pela biblioteca da escola.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 148

Páginas 121-124

Sistematização

1) O amor nas suas mais diversas formas de manifestação.

2) Nas primeiras estrofes, o amor aparece como algo sublime, superior. O sentimento é associado à calmaria. Isso é perceptível em: “Amo-te afim, de um calmo amor prestante”. Entretanto, a partir da penúltima estrofe, o ânimo muda e o autor passa a associar o sen-timento ao ímpeto animal. Provavelmente, refere-se à faceta carnal do amor, o que se percebe na penúltima estrofe como um todo.

3) a. O texto trata sobre a totalidade do amor. Ele se manifesta de forma sublime e carnal,

na eternidade e nos instantes. O amor sentido pelo eu lírico é total, tal como mencio-nado no título. O mesmo pode ser evidenciado nos versos: “Amo-te como amigo e como amante / Numa sempre diversa realidade”.

b. Aparentemente, o eu lírico tem a intenção de externar seus sentimentos e demonstrá--los de forma verbal.

c. Comparação: “Amo-te como um bicho” e hipérbole “Hei de morrer de amar mais do que pude”.

d. Sugestão de resposta: Cante – amante; verdade – realidade; prestante – instante. Há mais casos no texto, explorá-los.

4) Resposta pessoal.

5) a. No texto 1, o amor é tratado como um sentimento completo, em suas facetas carnais e

sublimes. Já o texto 2 mostra o diálogo entre dois amantes. O amor não parece ser tão maravilhoso, pois se mistura com o ciúme, que é um sentimento de posse e de disputa que fere o amor.

b. Não, porque há o uso contínuo das linhas e não há blocos separados por espaços.c. Contar os fatos de uma história em uma determinada sequência e reproduzir um diálogo

presente nessa história.d. Não. Não é escrito em estrofes, não há rimas e nem pretende expressar o eu, mas sim

contar uma história.

6) a. Juras de amor eterno.b. No texto 2, as falas dos personagens aparecem apenas introduzidas por travessões. Há,

também, intromissões do narrador entre as falas. No texto 3, aparecem os nomes dos personagens antes de cada fala e não há narrador explicando as circunstâncias delas.

c. Conduzir seus alunos ao universo do cinema e do teatro.d. Ser encenado tanto no teatro (conforme o objetivo original de Shakespeare) quanto no

cinema.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 149

Página 124

Reflexão

Na realização desta atividade, convidar alguns alunos para contar aos colegas uma “fofoca”, uma piada, um sonho estranho, um acontecimento recente, o enredo de um filme, entre outras situações. Em seguida, abrir uma pequena discussão para a classe analisar as estra-tégias que os colegas-expositores usam para criar suspense, humor expectativa e como eles finalizam o fato que estão narrando aos ouvintes.

Para ilustrar a pesquisa sugerida na atividade anterior, solicitar aos alunos que tragam de suas casas poemas de diferentes escolas literárias (romantismo, simbolismo, parnasianismo e modernismo, por exemplo) para serem lidos em sala de aula. Depois da leitura, sugere--se que sejam selecionados alguns poemas para análise dos diferentes recursos utilizados nesse gênero textual (metrificação, versos, estrofes e rimas, entre outros). Na finalização da atividade, os alunos devem organizar um varal no pátio da escola e prender os textos com um prendedor para que os demais colegas possam ler poemas escritos por diferentes poetas em diferentes tempos da nossa literatura.

Página 125

Produção

Para despertar a imaginação criativa dos alunos, traga uma música para a sala de aula, professor, e convide-os para ouvi-la, tendo em mãos uma folha de papel em branco e uma caneta. Solicitar aos alunos que escrevam, enquanto ouvem a música, palavras soltas na folha em branco. Finalizada a música, os alunos deverão criar uma narrativa utilizando as palavras escritas na folha de papel.

Página 125

Reflexão

Neste momento, enriquecer a reflexão, comentando com a classe que lira é um instrumento musical, parecido com a harpa, muito utilizado pelos gregos a partir do século VII a.C. A canção cantada ao som da lira chamava-se lírica. A junção da canção com a lira durou até o século XV, quando, então, se separaram. A partir desse momento, a canção, que passou a chamar-se poema, começou a ser declamada ou lida. A voz que fala no poema chama-se eu-lírico.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 150

Página 126

Pesquisa

Neste momento, na medida do necessário, aprofundar determinados conceitos de versi-ficação, evidenciando que essa prática analisa a forma como as sílabas se organizam nos versos. Ela consiste, portanto, no estudo do verso a partir da organização das sílabas métri-cas, levando em conta a intensidade sonora (acentos), tempo de duração (breve ou longo) e unidades constituídas por sílabas tônicas e átonas (ritmo). Para firmar esse conceito, é importante, professor, selecionar alguns poemas e fazer, junto com a classe, a escansão de seus versos, ou seja, a contagem das sílabas métricas que compõem os versos do poema.

Página 126

Reflexão

Incentivar os alunos a pensar na liberdade que alguns poetas querem ter ao criar seus textos (modernismo). Mas também ressaltar que, em algumas épocas (classicismo e par-nasianismo, por exemplo), o padrão era muito importante para se produzir um texto. Ao fazer isso, incentivar os alunos a respeitarem todo o tipo de método de criação. Tanto os que seguem rígidas formas de produzir quanto os que querem maior liberdade. Mencionar também o uso ou não das normas gramaticais e o conceito de licença poética.

A intenção da questão é aproximar dos alunos o fazer poético. Quando eles produzem pequenos versos e letras de canções, produzem linguagem poética, mesmo que não conhe-çam tal procedimento.

Páginas 126-128

Análise

Depois da leitura silenciosa e oral (pelo professor e pelos alunos) dos poemas das páginas 126 e 127, observar com a classe que os textos poéticos (escritos em prosa ou em verso) se destacam dos demais gêneros textuais por conta do emprego dos recursos musicais – a sonoridade e o ritmo das palavras, da função poética da linguagem e do uso da linguagem conotativa, entre outras características. Sugere-se, que, na sequência, a classe realize as atividades propostas, tanto oralmente como por escrito, para oportunizar ao professor uma análise da aprendizagem dos alunos. Se possível, trazer para a sala de aula textos poéticos escritos em prosa e textos informativos para os alunos tecerem uma comparação entre as principais características de cada um deles.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 151

1)a. Não. Se contarmos as sílabas poéticas, não há correspondências. E não há palavras que

se combinam sonoramente.b. Há sons parecidos, como “triste” e “existe”. Há, também, uma quantidade parecida de

sílabas poéticas. Nesse momento, pode-se iniciar a utilização de certas nomenclatu-ras, como o soneto (texto 2) e os versos decassílabos. Para ampliar a visão dos alunos, comentar sobre alguns outros tipos de versos. Fale sobre as quadrinhas populares, que são redondilhas menores, por exemplo.

c. No texto 1, o autor fala sobre a vida cotidiana, de tempos atrás, das pessoas mais sim-ples. Conta como acontecia o namoro por meio de uma linguagem popular. O segundo texto trata, também, das coisas simples da vida por meio da imagem de um menino doente na janela.

d. Não. O autor do texto 1 usa métodos mais livres, ou seja, não usa rima e nem métrica. Já, no texto 2, há o uso de métodos de versificação tradicionais.

e. O soneto é composto por dois quartetos e dois tercetos, ou seja, quatro estrofes (con-juntos de versos), sendo que as duas primeiras devem conter quatro versos e as duas últimas três, em um total de catorze versos. Sim, o texto 2, portanto, é um soneto, pois apresenta essa estrutura.

Página 128

Análise

Contarhistóriaécoisaantiga!

Esta atividade vai um pouco mais além da anterior. Agora, solicite aos alunos que tragam textos narrativos para a sala de aula e, com a sua mediação, professor, propor aos alunos que façam uma breve comparação entre textos narrativos e textos informativos e anotem as conclusões a que chegaram no caderno. Depois de relembrar a classe sobre os elementos que compõem o texto narrativo, sintetizar o estudo deste capítulo fazendo uma releitura, com exemplos, dos três gêneros da literatura: lírico, narrativo e dramático.

Páginas 129-131

Análise

1) Resposta: alternativa a.

2) Resposta: alternativa c.

3) Resposta: alternativa b.

4) Resposta: alternativa b.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 152

Unidade 4

Orientações GeraisA temática desta unidade faz uma abordagem sobre a presença constante nas vidas do seres

humanos das tecnologias de comunicação e informação. Além disso, aborda as relações entre as primeiras descobertas e inovações na vida do homem, como a invenção da escrita, o desenvolvimento do conhecimento científico em todas as áreas e a função da representação e da comunicação da lin-guagem, que trouxeram tantas possibilidades à vida humana na sociedade contemporânea.

Como é por meio da leitura – atividade indispensável na vida humana – que se obtêm informa-ções e que se entra em contato com novas descobertas, torna-se necessário que o aluno se familiarize com a diversidade de textos da esfera digital. Assim, observando que os recursos da tecnologia de comunicação e de informação, como o jornal, a televisão, o rádio, o cinema e o computador são meios que possibilitam difundir informações e conhecimentos por meio das duas principais funções de linguagem: representação e comunicação.

A representação acontece quando se usa a linguagem para construir o pensamento a respeito do que se conhece, sabe ou imagina e também quando se procura compreender o que outras pessoas pensam ou imaginam. A comunicação ocorre quando se usa a linguagem para transmitir ideias, sen-timentos, emoções, intenções, desejos, etc. a outras pessoas ou respondemos ao que elas nos dizem.

Assim sendo, as linguagens digital e eletrônica devem ser vistas não apenas como um código constituído de unidades linguísticas, mas como uma atividade humana que representa a realidade social do mundo atual.

Objetivos Gerais• Possibilitar ao aluno o desenvolvimento das pressuposições básicas da leitura (antecipações

e inferências) e das intenções do texto, apoiando-se em seus conhecimentos prévios sobre o gênero, suporte e universo temático em que o texto circula socialmente.

• Auxiliar os alunos a identificar o sentido de uma palavra ou expressão, considerando o universo temático e articulando as informações oferecidas no corpo do texto com informações ofereci-das em tabelas e informações externas ao texto.

• Ampliar o conjunto de conhecimentos discursivos, semânticos e gramaticais (formação de palavras, empréstimos linguísticos, informação básica e complementar e verbos pessoais e impessoais) envolvidos na construção do sentido do texto.

• Auxiliar os alunos a redigir um currículo ou curriculum vitae, observando suas condições de produção, interlocutor eleito, objetivos, especificidade do gênero, lugares preferenciais de cir-culação e os procedimentos necessários para atender às expectativas do mercado de trabalho.

Conteúdos Privilegiados• Importância da invenção da escrita.

• Formação de palavras.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 153

• Empréstimos linguísticos.

• Comunicação e informação – diferentes linguagens.

• A internet no Brasil.

• Comunicação nas redes sociais digitais.

• Informação básica e informação complementar.

• Verbos pessoais e impessoais.

• Texto do cotidiano profissional.

Orientações Específicas e Respostas das Atividades

Página 133

Abertura

Tecnologia a serviço da humanidade

O estudo deste capítulo evidencia a importância das tecnologias de comunicação e informação nas práticas sociais. Na introdução da aula, comentar com a classe que elas contribuem para a evo-lução das diferentes formas de comunicação e possibilitam a expressão de ideias e emoções, a troca de informações e o registro dos fatos. Além disso, propiciam a comunicação por meio da inclusão digital, com a inserção de computadores nas escolas, facilitando, assim, o uso das tecnologias e o acesso às informações pelos alunos.

Na continuidade das reflexões, é importante lembrar que as transformações que as pessoas estão vivenciando nos dias atuais é resultado das mudanças que ocorreram no passado, uma vez que a sociedade já passou por diversas fases de evolução tecnológica. Os desenhos das cavernas, os hieró-glifos egípcios e o enorme acervo de informações, que atravessam as fronteiras, possibilitam a troca de mensagens e experiências entre as pessoas, trazendo novos estágios que evidenciam a importância da invenção da escrita para o progresso da humanidade.

Para ampliar essa discussão, o texto informativo, que inicia o estudo da unidade, apresenta algumas informações a respeito da invenção da escrita e evidencia algumas fases do desenvolvimento da escrita, com o objetivo de possibilitar a compreensão da sua importância para o desenvolvimento da humanidade.

Na sequência, é importante enfatizar para os alunos que o processo de desenvolvimento da escrita ocorreu de acordo com as necessidades informacionais dos povos, que criaram mecanismos e instrumentos necessários para facilitar e aprimorar o processo de comunicação. O professor deve observar as informações deste breve excerto retirado da tese de doutorado da professora Claudia Guerra Monteiro:

Quando o homem primitivo caçava, com o intuito de garantir a sobrevivência, seus métodos eram baseados em respostas herdadas por seus ancestrais ou por seu próprio instinto. O comportamento adqui-rido através do processo comunicacional era quase nenhum, pois os grupos não sentiam falta desse tipo de comunicação. À medida que as transformações foram ocorrendo e a capacidade cerebral dos primitivos foi se desenvolvendo, tornou-se necessário que novos instrumentos auxiliares ao processo de comunicação humana fossem desenvolvidos.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 154

Muito tempo depois, o homem passou a adotar grunhidos, muita gesticulação e alguns outros sinais para se comunicar. Os sinais foram apreendidos pelos grupos, compartilhados por todos, dando a eles o sentido de participação, pois já sentiam neces-sidade de se comunicar, mas precisavam de um método de comunicação que desse às futuras gerações mecanismos capazes de indicar como havia sido o processo de comu-nicação de seus ancestrais, ou seja, necessitavam descobrir uma forma de registrar os símbolos e os sinais usados na comunicação.

Fonte: MONTEIRO, C. G. O papel educativo dos meios de comunicação. São Paulo, SP: USP, 2000. Originalmente apresentada como tese de doutorado. Universidade de São Paulo, 2000.

Disponível em:<http://www.ipv.pt/forumedia/3/3_fi3.htm>. Acesso em: 14 abr. 2014.

A escrita, portanto, pressupõe o desenvolvimento do processo de comunica-ção entre os homens, culminando com a sua mais fecunda invenção, o livro, pois por meio desse invento foi propiciada a disseminação dos conhecimentos, das culturas e das visões de mundo.

Páginas 136-137

Análise

1) A partir de ritos e registros, como marcas rudimentares no chão, nas paredes das cavernas e desenhos, foi possível entender como os homens constituíram seus grupos, como se relacionavam e de que maneira desenvolveram suas ações, a partir do trabalho, nas comunidades e com a natureza.

2) Esses registros eram feitos em forma de desenhos, que atualmente são utilizados na linguagem da informática por meio dos ícones – símbolos grá-ficos usados para representar um software ou um atalho para um arquivo específico, que tem a finalidade de facilitar seu gerenciamento e execução. Outra forma de representação gráfica que se utilizava bastante e está muito presente até os dias atuais, desde algumas gerações, principalmente entre os jovens, são os desenhos e grafismos feitos no corpo, que, atualmente, com outras técnicas, são denominados tatuagens e têm a finalidade de expressar uma ideia, um sentimento ou simplesmente representar um modismo.

3) Os chineses ainda utilizam os ideogramas em sua escrita e eles são presen-tes em nosso cotidiano em alguns sinais de trânsito e nos números.

4) É fundamental que as pessoas se desenvolvam no trato com as linguagens e a leitura, para saber escrever e entender melhor aquilo que leem. Dessa forma, tendo maior possibilidade de refletir e aprender, como também de expor suas ideias e seus pontos de vista com segurança e competência, pois se enriquece o poder de argumentação, desenvolvendo o grau de discerni-mento a respeito de todas as situações e os fatos do cotidiano.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 155

Página 138

Análise

1)a. Conhece, reconhecer, reconhecimento, conhecido, desco-

nhecer, conhecível.b. Entendedor, entendido, entendimento, entendível, desen-

tender, desentendimento.c. Escritor, escritura, escrituração, escriturar.

Páginas 139-140

Análise

Estas questões devem, antes, ser realizadas oralmente com a classe, e, depois, por escrito, lembrando que esses estudos têm a finalidade de mostrar aos alunos como as palavras de nossa língua são formadas e, ao mesmo tempo, incentivar a ampliação do vocabulário que será utilizado na produção dos textos oral e escrito.

1) a. O prefixo é –re.b. O sufixo da palavra relação é –ação e da palavra natureza é

–eza. O sufixo da palavra unidade é –ade e da palavra vinculada é

–ada.c. –mente.d. Indiretamente.

2) O prefixo é –en e o sufixo é –cer.

3) Anoitecer, amanhecer, entristecer, amadurecer, empalidecer, esvoaçar.

4) Artisticossociais. Essa palavra significa que a era da informática conquistou conhecimentos nas áreas artística e social.

5) A palavra é tecnologia, porque se formou pela junção das pala-vras técnico+logia.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 156

Páginas 141-142

Análise

O professor deve trazer para a sala de aula o CD que contém a música Samba do approach. Cantá-la com os alunos não só para dinamizar a aula como também para mostrar a influência da língua inglesa na composição das letras de músicas nacionais.a. As palavras são: brunch, approach, lunch, ferryboat, savoir-faire, light, hi-tech,

insight, Jethro Tull, Slash, cool, trash. Observar com a classe, no hipertexto, a tradução das palavras estrangeiras que aparecem no texto.

b. Nos textos digitados, os estrangeirismos devem ser grafados em itálico e, nos textos escritos à mão, devem ser usadas as aspas para destacá-los das demais palavras.

c. Correio eletrônico e diário, respectivamente.d. Resposta pessoal. Sugestão de resposta: Os estrangeirismos que já penetraram

na mídia, nos programas de computador, nos restaurantes, nas grifes nacio-nais e nas propagandas dão vitalidade à nossa língua, porque nos permitem entrar em contato com outras culturas e outras línguas que enriquecem o léxico português.

Recomendar aos alunos que usem estrangeirismos nos textos escritos somente quando não houver uma palavra equivalente na língua portuguesa.

Quanto à questão de destaque nas palavras estrangeiras, isso vai variar de acordo com o dicionário utilizado. Em alguns casos, uma mesma palavra pode aparecer destacada em um dicionário e em outro não, porque enquanto um dicionário pode já considerá-la incorporada em nossa língua na forma gráfica original, há a possibi-lidade de outro não considerar.

Buscar exemplo em jornais, revistas e outros livros. A palavra marketing, por exem-plo, não é utilizada em itálico nos livros da área, mas em outras fontes, como no dicionário Aurélio, é utilizada com destaque.

Página 143

Comunicação e informação – Diferentes linguagens

O uso das tecnologias digitais de comunicação e informação se desenvolveu tanto que se tornou extremamente importante para todos nós – a falta de acesso aos computadores e à internet se tornou um fator de exclusão social.

A internet, por exemplo, continua revolucionando o mundo. Com ela, é possível fazer milhares de coisas, desde compras até namorar. O estudo, as pesquisas, as atualizações com as descobertas científicas e a transmissão de informação são algumas das atividades que se pode fazer por meio da rede internacional de computadores.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 157

Página 144

A internet no Brasil

Na introdução do texto A internet no Brasil, sugere-se um debate, em sala de aula, sobre: a história da internet (maior conglomerado de redes de comunicação em escala mundial), o papel dela na vida das pessoas (lazer, comércio, serviços, etc.), as formas de comunicação instantânea que ela apresenta (skype, e-mail, Facebook) e como ela se desenvolveu, tornando-se acessível na maioria das regiões do planeta. Para concretizar essa discussão, apresenta-se uma tabela com as informações que mostram a expansão da internet banda larga em domicílios do país nos anos de 2008 a 2012.

Depois da leitura atenta dos dados apresentados na tabela, propõe-se um trabalho em grupo para discutir sobre estas questões: quantos internautas o ano de 2012 teve a mais do que foi regis-trado em 2008? Que percentual da população brasileira usava internet em 2008? E em 2012?

Quantos domicílios possuem computador em 2010? Que percentual essa mesma situação alcançou em 2011? Que proporção o uso da internet banda larga cresceu, de 2008 a 2011, nos domi-cílios brasileiros? Por que o tempo médio de acesso à internet aumentou em 2011? Por que e para que as pessoas utilizam-na no dia a dia? Essas questões devem ser discutidas em consonância com a matemática, e o professor dessa disciplina poderá criar outros exercícios envolvendo tabelas e gráfi-cos sobre assuntos relacionados à tecnologia da comunicação e da informação.

Concluídas essas reflexões, o grupo deverá organizar uma síntese das discussões e, no dia mar-cado pelo professor, apresentar o resultado do trabalho para os colegas da classe.

Página 145

Análise

1) O aumento foi de 25,15 milhões de internautas brasileiros de 2008 para 2012.

2) De 2008 para 2011, houve um acréscimo de 27% de computadores nos domicílios brasilei-ros. O significado de n/a, em 2012, é uma abreviação em inglês que significa not applicable or not available (lit. não aplicável ou não disponível), ou seja, dados ainda não disponíveis em 2012.

3) a. De 2008 a 2011, o acesso da população à internet teve um aumento de 10%. b. Com relação ao tempo de horas navegadas por mês, de 2008 a 2011, houve um aumento

de 25 horas e 54 minutos.

Pesquisa

Resposta a partir das pesquisas dos alunos. Sugestão de resposta: caixas eletrônicos (o qual propicia pagamento de contas, saldos, solicitação de saldos, talões de cheques, emprésti-mos, etc.), outdoors, embalagem de produtos, telefones celulares, ipod, ipads, redes sociais e internet, entre outros.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 158

Página 146

Comunicação nas redes sociais digitais – Um namoro etnodigital

Encaminhar algumas reflexões aos alunos sobre o papel das redes sociais na vida das pessoas, os aspectos positivos e negativos. Como elas se relacionam com esse veículo de comunicação e como se comportam para preservar sua segurança nas redes de relacionamento.

A troca de experiências, em sala de aula, e a mediação do professor propiciarão aos alunos, certamente, a motivação necessária para a leitura das notícias escritas pelo jornalista José Ribamar, Um namoro etnodigital e a maloca digital, que, na forma de crônicas não ficcionais, foram veiculadas em um blog da internet.

Nesse momento, é importante refletir com a classe sobre as características da notícia, a esfera a que pertence, os suportes de comunicação em que ela circula (jornal, revista, rádio, televisão, internet), o título da notícia em estudo, o vocabulário utilizado pelo jornalista para expor suas ideias e o objetivo do texto, solicitando, ao mesmo tempo, que os alunos levantem hipóteses sobre a temática desenvolvida no texto e façam inferências a partir dos conhecimentos prévios que já detêm sobre o assunto.

As inferências são importantes para a classe identificar a coerência externa do texto e descobrir as ideias que o jornalista deveria ter escrito, mas não escreveu, para o leitor deduzir os implícitos do texto.

Depois da leitura silenciosa pelos alunos e da leitura oral pelo professor (com as pausas neces-sárias para provocar os efeitos de sentido que dão maior expressividade às notícias jornalísticas), os alunos deverão realizar (individualmente ou em grupo) as atividades que acompanham os textos. A troca de ideias entre os alunos e também a mediação do professor são importantes para o enriqueci-mento do processo de aprendizagem no contexto escolar.

Páginas 147-149

Análise

1) Narrar um acontecimento, cada vez mais comum nos dias atuais, sobre o encontro de duas pessoas em uma rede de relacionamento on-line, nesse caso específico, um pouco inusitado pela origem étnica das pessoas envolvidas, que moram em tribos indígenas distantes uma da outra, em uma região onde o progresso não é tão presente como em outras do Brasil. Porém, evidencia como as inovações tecnológicas também estão presentes nos locais mais longínquos e inusitados.

2) No primeiro parágrafo: “Estavam separados por rios e florestas, numa distância de 350 km. Ele morava em Cacoal, ela em Alta Floresta do Oeste”.

3) Sugestões:

“Foi aí que deitaram e rolaram, dessa vez juntos, no fundo de outra rede: a net.”

“[…] trocaram mensagens que atravessaram o ciberespaço, permitindo que afinassem o violino.”

“Segredos e confidências eram cochichados pelas pontas dos dedos.”

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 159

4) Tori, que é índia Tupari, e Gasodá, que é índio Paiter Suruí.

5) Etno refere-se ao sistema de conhecimentos e cognições típicas de uma dada cultura. Digital relaciona-se ao uso do computador. Portanto, “namoro etnodigital” é uma expressão usada pelo jornalista para apresentar ao leitor o assunto que irá ser abordado em seu texto.

6) Resposta pessoal.

7) Resposta pessoal. Sugestão de resposta: Orkut (site de relacionamento que propõe o encontro de pessoas e a formação de novas amizades), net (denominação dada à internet, também conhecida como rede mundial de computadores), ciberespaço (espaço virtual com-posto por computadores e usuários conectados em uma rede mundial), MSN Messenger (programa que possibilita a conversa instantânea entre usuários conectados à internet em qualquer parte do mundo – deixou de existir em março de 2013) e web (rede que conecta computadores por todo o mundo. É a world wide web – www).

8) Resposta pessoal. Sugestões de resposta: Redes sociais – Facebook, Orkut, Myspace, Twitter. Redes profissionais – Linkedin, Via6.

Página 149

Informação básica e informação complementar

As atividades gramaticais da língua que versam sobre informação básica, as informações complementares de uma oração, bem como a flexão dos verbos pessoais e impessoais devem ser analisadas junto com a classe. Assim, evidenciando que a informação básica (formada pelos termos essenciais da oração) dá suporte à formação dos períodos complexos que se expressam nos processos de coordenação e subordinação das orações que compõem o texto.

As atividades apresentadas devem ser registradas no caderno não só para os alunos observa-rem a grafia das palavras, mas também para a classe compreender melhor a flexibilidade da língua que contextualizamos na prática social.

Página 150

Análise

1) Eles (primeira oração); segredos e confidências (segunda oração).

2) Nunca tinham se visto (primeira oração); eram conhecidos pelas pontas dos dedos (segunda oração).

3) Está se falando de cada um dos dois (indígenas).

4) Está se dizendo que eles se embalavam deitados na rede de fibra de tucum, sozinhos, nas noites quentes de Rondônia.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 160

5) Cada um dos dois se embalava.

6) Porque ela possui autonomia sintática e sentido completo.

Páginas 151-153

Análise

1) Resposta pessoal. Sugestão de resposta: Tori saiu de sua aldeia, no mês de outubro, e foi visitar o namorado Gasodá na região em que ele vive, para conhecê-lo melhor e estreitar os laços de amizade e amor.

2) A primeira oração, porque apresenta a informação básica constituída pelo sujeito (de quem estamos falando), pelo predicado (aquilo que dizemos a respeito do sujeito) e várias informações complementares (até recente-mente/ como o apoio da filha/ então).

O segundo exemplo apresenta sujeito e predicado, mas apenas uma infor-mação complementar (virtualmente). Além disso, há uma vírgula separando o sujeito do predicado, o que desvirtua um dos princípios básicos das regras de pontuação.

3) a. Eles estavam separados por rios e florestas, numa distância de 350

quilômetros.b. Já há alguns meses, em uma tarde de verão, os dois se conheceram em

um ambiente com muita festa e alegria.c. Depois de um rápido namoro pela web, o casamento já se realizou na

cidade de Cacoal, em janeiro do ano passado.

4) a. Resposta pessoal. Sugestão de resposta: Durante um ano, Tori e

Gasodá, que... viviam distantes, trocaram mensagens.b. Resposta pessoal. Sugestão de resposta: Os papos, que... aproximavam

os dois jovens construíram cumplicidades. c. Resposta pessoal. Sugestão de resposta: O relacionamento, que...

se tornou mais íntimo, evoluiu para conversas frequentes.

5)a. Informação básica desse enunciado é: os dois se casaram.b. Porque é o nome próprio de um jornal.c. Porque é uma citação feita pelo jornal, que deve ser destacada dos

demais elementos da notícia.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 161

Páginas 155-156

Análise

1) Os indígenas criaram sites, blogs, portais, comunidades virtuais, redes sociais e fotologs, nos quais trocam experiências e informa-ções, como também publicam textos, fotos, desenhos, notícias, músicas e vídeos.

2) No Brasil, indígenas de diferentes línguas e etnias foram estimu-lados a usar a internet por organizações governamentais e não governamentais. Algumas escolas indígenas existentes nas aldeias foram dotadas de computadores.

3) Pode fortalecer a luta por direitos pela terra, pela educação bilín-gue, pela saúde, por maior visibilidade étnica frente à sociedade nacional e internacional e para mostrar a arte de cada grupo, a produção do artesanato, os padrões gráficos, as narrativas e a língua.

Página 156

Pesquisa

Sugestão de resposta: Desenvolver o sentimento de pertenci-mento à sociedade brasileira atual a partir da sua inserção nas comunidades digitais; divulgar e levar o conhecimento de suas conquistas, culturas e tradições como também eventos para os demais povos indígenas e sociedade em geral a partir da visão do próprio indígena; expor opiniões, fazer reivindicações e denúncias a respeito de questões de direitos humanos e sociais. Salvaguardar os bens imateriais mais antigos desta terra Brasil; disponibilizar na internet arquivos (textos, fotos, vídeos) sobre os povos indígenas para Brasil e o mundo. Complementar e enriquecer os processos de educação escolar diferenciada da multiculturalidade indígena.

Qualificar os povos indígenas para garantir melhor os seus direitos. Divulgar e comercializar os seus produtos de artesanato; divulgar projetos de preservação ambiental tanto para as práticas de seus rituais, no aspecto físico e simbólico, como para o uso e preserva-ção de sua medicina tradicional e da coleta de matéria-prima para a confecção de artesanato.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 162

Páginas 157-159

Análise

1) a. Porque ela expressa um fato que não é atribuído a nenhum ser.b. Choveu torrencialmente.c. Nas terras indígenas ontem à tarde.d. Faz muito frio e venta bastante.e. Nas comunidades indígenas.

2) a. Tempo transcorrido.b. A informação básica é “a presença indígena foi mapeada”, e a informação complementar

é “há dois anos na net”.

3) a. O verbo haver, nessa oração, está empregado no sentido pessoal e concorda automatica-

mente com o sujeito. Essa oração possui, portanto, sujeito e predicado.b. “Os noivos – Gasodá e Tori – haviam participado da festa” constitui a informação básica.

A informação complementar é “com muito entusiasmo”.

4)a. Escolas indígenas foram dotadas de computadores.b. Esse sinal de pontuação foi utilizado para deixar o texto mais claro e separar as várias

informações complementares que compõem o enunciado.

5)a. Informação básica: Há muita paz e respeito. Informação complementar: nas organizações

indígenas.b. Informação básica: Faz sempre muito calor. Informação complementar: nas regiões

litorâneas.c. Informação básica: Choveu sem parar. Informação complementar: em Cacoal, durante a

cerimônia de casamento de Gasodá e Tori.

6)a. Sugestão de resposta: ...começou a utilizar as tecnologias digitais, como os blogs e o

Facebook. b. Sugestão de resposta: ...se tornaram mais visíveis na sociedade nacional e internacional.c. Sugestão de resposta: Ao utilizar a internet para trocar conhecimentos e informações via

e-mails, orkut, msn e skype.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 163

7)a. A informação básica é: os computadores foram disponibilizados. As informações complementares são: • Ali onde isso não foi possível;• dos postos de saúde da FUNASA;• dentro dos “Pontos de Cultura” no Programa CESAC – Governo Eletrônico – Serviço de

Atendimento ao Cidadão.b. Porque elas são informações avulsas e não possuem estrutura sintática completa.

Organizar com a classe uma atividade oral, mostrando que é possível transformar as infor-mações complementares em enunciados com estrutura completa. Para isso, utilize as informações complementares acima, que poderão ser assim estruturadas: 1) Por que isso não foi possível acontecer nas tribos indígenas?2) Os postos de saúde da FUNASA estão bem equipados para atender à população indígena. 3) Os programas eletrônicos estão sendo desenvolvidos dentro dos “Pontos de Cultura” no

Programa CESAC – Governo Eletrônico – Serviço de Atendimento ao Cidadão.

Página 160

Textos do cotidiano profissional – Currículo

Na sequência, apresenta-se algumas informações sobre a elaboração de um Currículo e os dados que esse gênero textual deve apresentar para o selecionador avaliar a carreira profissional e as pretensões do candidato. Nesse momento, é importante abrir uma discussão sobre alguns aspectos relevantes que devem integrar a organização de um currículo pelos jovens estudantes que ainda não têm experiência profissional, lembrando que sempre é bem aceita a inclusão de informações sobre atividades filantrópicas e trabalho voluntário realizado na comunidade escolar ou fora dela.

Depois dessas reflexões, sugere-se que os alunos (individualmente ou em grupo) organizem seu próprio currículo com o objetivo de conseguir um trabalho em uma empresa da cidade em que moram. Concluída a escrita do currículo, que deverá conter informações objetivas, diretas e verda-deiras, solicitar aos alunos que apresentem seu perfil, oralmente, aos colegas da classe, permitindo que eles acrescentem algumas ideias para melhorá-lo e, assim, obter mais sucesso na carreira que pretendem desenvolver na trajetória profissional.

Para acompanhar o desenvolvimento do trabalho com o gênero textual currículo, da esfera profissional, complementar com os alunos uma atividade em que eles elaborem uma carta de apresentação.

Para auxiliá-lo nessa tarefa, organiza-se a atividade a seguir.

• Atividade carta de apresentação

Como chamar a atenção para o seu currículo já que todos os currículos se parecem? Transformando o currículo, colocando anexada uma carta pessoal de apresentação. A carta, de no máximo dez linhas, deve explicar por que você deseja trabalhar na empresa para a qual está enviando o currículo. Uma carta bem escrita é a garantia de que suas experiências receberão o mínimo de atenção.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 164

Carta de apresentação

Como o mercado de trabalho está muito concorrido, é importante que se elabore uma Carta de apresentação, ela pode ser um diferencial em sua apresentação profissional.

A carta de apresentação geralmente é utilizada para acompanhar o currículo enviado pelos correios ou quando é solicitada pela empresa que está fazendo a seleção de candidatos. No entanto, ainda que ela não seja solicitada, é recomendável fazê-la

para agregar valor e despertar o interesse pelo seu perfil profissional.

Mas, como fazer uma carta de apresen-tação? O que ela deverá conter?

Nessa carta, você expressará os motivos que o levam a querer trabalhar na empresa, fazendo o seu marketing pessoal, com mais liberdade do que no currículo.

Observações:

• Colocar apenas a verdade sobre suas qualificações e experiências para evitar problemas futuros, pois muitas empresas realizam testes de conhecimento de idiomas e informática.

• Se você já tem experiência profissional, apenas mencione o cargo e a empresa em que trabalhou ou estagiou, mas isso unicamente se tiver relação com a vaga a qual está concorrendo.

A linguagem da carta de apresentação, que se encaminha junto com o currículo, deve ser simples, clara e objetiva, conter, no máximo, uma página e ser feita no mesmo tipo de papel do currículo (nunca deve ser escrita à mão).

Observar, nos passos a seguir, como deve ser a estrutura desse gênero textual:

1. Início da carta

• Endereçar a uma pessoa ou departamento da empresa.

2. Desenvolvimento

• Elabore um resumo de seu currículo, falando das suas qualificações, suas experiências e seus pontos fortes. Explique, também, o objetivo da carta, ou seja, a qual cargo ou posição em particular você está se candidatando.

• Fale das suas motivações para trabalhar na empresa, setor ou vaga (faça ligações da área de atuação da empresa, setor ou vaga com seus objetivos profissionais e pessoais) e de que forma seu trabalho pode contribuir com a empresa.

3. Conclusão

• Finalize sua carta, colocando-se à disposição para prestar mais esclarecimentos.

• Coloque seu nome, telefone e e-mail.

• Assine sua carta.

Marketing pessoal: é um conjunto de qualidades, aptidões, bem como o caráter e a personalidade

de uma pessoa. Faz-se o marketing pessoal quando se divulgam as competências, conhecimentos e

potencialidades que correspondam às necessidades e oportunidades do mercado de trabalho para que

um possível empregador possa se interessar por esse perfil e integrá-lo em seus planos empresariais.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 165

Caro aluno, você deverá estar se perguntando que dados profissionais colo-cará em sua carta, uma vez que possui pouca ou nenhuma experiência profissional de trabalho em uma empresa, não é?

Anime-se! Para auxiliá-lo um pouco mais na elaboração de sua carta, vamos trazer alguns modelos para você se basear.

Texto 1 – Carta de apresentação de uma pessoa sem experiência profissional

Ao Departamento de Recursos Humanos

Empresa Gi Group Eletrônica Ltda.

Rua São Geraldo, 999

Belo Horizonte-MG.

Em atenção ao anúncio de vaga para estagiário como Auxiliar Administrativo nessa conceituada empresa, encaminho meu currículo para candidatar-me a ela.

Curso o 2º ano do Curso Técnico em Eletromecânica, no Instituto Federal de Minas Gerais, no período noturno, das 18 h às 22 h. Participei de alguns cursos de administração no Sesc, adquirindo conhecimento nas principais rotinas que envolvem a área administrativa. Possuo, tam-bém, conhecimentos intermediários da língua inglesa, nível avançado do pacote Office e Webdesign básico.

Tenho interesse em estagiar nessa área, pois quero aprender, por meio da prática, os conceitos que foram ensinados nesses cursos.

Sou metódico, acessível e dedicado. Responsabilidade e facilidade de relacionamento completam o meu perfil. Acredito que minhas com-petências básicas e vontade de adquirir novos conhecimentos possam contribuir diretamente para o crescimento da sua empresa.

Estou à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Atenciosamente,

(assinatura) _____________________________

Júlio César da Silva

Tel.: 31- 9974-9999

E-mail: [email protected]

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 166

Texto 2 – Carta de apresentação de uma pessoa com alguma experi-ência profissional

Ao Departamento de Recursos Humanos

Empresa Gi Group Eletrônica Ltda.

Rua São Geraldo, 999

Belo Horizonte-MG.

Encaminho meu currículo, candidatando-me à vaga de Auxiliar de Recursos Humanos, conforme anúncio publicado.

Recém-formada no Curso Técnico em Administração de Empresas e com estágio na área de recursos humanos, adquiri experiência nas principais rotinas dessa área: folha de pagamento, contratação de pessoal e avaliação de desempenho. Possuo, tam-bém, conhecimentos intermediários da língua inglesa e nível avançado do pacote Office e Webdesign básico.

Tendo em vista o desenvolvimento profissional, pretendo trabalhar na área administrativa para ampliar os conhecimentos já adquiridos em meu estágio anterior, contribuindo com o meu desempenho profissional em sua empresa, reconhecida no mer-cado pelas oportunidades de crescimento dos seus colaboradores.

Acredito que, com responsabilidade, dedicação e experiên-cia na área administrativa eu possa contribuir com meu trabalho para o bom resultado das atividades da sua empresa.

Estou à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Atenciosamente,

(assinatura) _________________________________

Mariana da Silva

Tel.: 31- 9984-9999

E-mail: [email protected]

Produção de texto – atividade complementar

Agora que os alunos já têm as ferramentas necessárias, podem ela-borar uma carta de apresentação.

Peça a eles que observem o anúncio, que requisita candidatos à vaga de estagiário na área de administração de empresa.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 167

Vaga: estágio técnico em Administração de Empresas.

Cidade: Campinas-SP (1 vaga).

Data de atualização: 11/10/2012.

Descrição:

Cursando técnico em Administração no período da manhã.

Auxiliar na auditoria, no preenchimento de formulário diversos, no controle de vendas e público de lojas, no fechamento de relatórios diversos, em entrega e recolhimento.

Residir em Campinas ou Hortolândia.

Formação: Curso técnico em administração – cursando.

Benefícios: Vale Alimentação/Cesta Básica.

Faixa salarial: R$ 650,00.

Para elaborar a carta, siga os passos:

• Releia os itens da estrutura desse gênero textual.

• Em seguida, em uma folha de papel, anote as suas principais qualifi-cações para essa vaga.

• Desenvolva o texto conforme um dos modelos apresentados.

• Depois, leia com atenção seu texto, observando se há erros de orto-grafia, concordância verbal e nominal. Caso tenha dúvida, peça o auxílio de seu professor de língua portuguesa.

• Troque sua carta com um colega para uma análise e crítica, com o objetivo de contribuir para um bom resultado final.

Página 163

Pesquisa

Sugestão de resposta: ginástica laboral é a prática de atividade física durante a jornada diária, programada para ser realizada no próprio local de trabalho ou em outro local da empresa. Todos os funcionários da empresa, voluntariamente, podem fazer parte. A atividade não causa fadiga e sudorese, por ser de curta duração (8 a 15 minutos), podendo ser realizada com o vestuário que se costuma utilizar para trabalhar.

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Manual do Professor de Língua Portuguesa e Literatura Volume 168

Página 163-164

Análise

1) Resposta pessoal. O aluno poderá escolher cinco benefícios da ginástica laboral relaciona-dos aos aspectos fisiológicos, físicos e psíquicos apontados no texto.

2) As vantagens para a empresa com a implantação de um programa de atividade física, como a ginástica laboral, estão relacionadas ao aumento da produtividade, satisfações internas, boa imagem sobre a instituição e, o mais importante, diminuição de custos com a saúde do trabalhador, faltas ao trabalho e ações trabalhistas.

Anexos

Quadro de Articulação de Conteúdo

Volume 1Língua Portuguesa História Geografia Matemática Arte

Unidade 1

Gráfico – Mercado de trabalho: Brasileiras avançam, mas desi-gualdades persistem

Unidade 4

A internet no Brasil (tabelas)

Unidade 2

Variedades linguísticas

Unidade 3

Estética da arte e expressão artística (faz interdisciplinari-dade com arte)

Unidade 1

O tempo na História

(interdisciplinari-dade com variedade linguística)

Unidade 1

Conceitos geográficos

Lugar, região e espaço geográfico

(interdisciplinari-dade com variedade linguística)

Unidade 1

Matemática no dia a dia

Unidade 1

Porcentagem

Unidade 3

Capítulo 1 de Português (faz interdisciplinaridade com arte)

Unidade 1

Arte

Utilidade da arte

Unidade 2

Gêneros artísticos