Língua Portuguesa · O resultado foi que, um dia, ... Nada aprendi na aula do mestre desgraçado....

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Língua Portuguesa Coordenadora de formação SMED Carine de C. M. Barros

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Língua Portuguesa

Coordenadora de formação SMED

Carine de C. M. Barros

• Quais tipos de textos que você teve acesso

no seu processo de alfabetização?

• Que pessoas tiveram papel importante

nesse processo?

• De que forma a afetividade se fez presente?

Batata quente

Tempo de aprender a ler: a alfabetização narrada por escritores- Marlene Carvalho

Agatha Christie (1890-

1976)

Heloneida

Studart

(1932-2007)

Antonio Torres (1940)

Nora Lange

(1905-1972)

José Lins do Rego (1901-1957)

Jean Paul Sartre

(1905-1980)

Francine Prose

(1947) Graciliano

Ramos

(1892-1953)

Leitura dos relatos e discussão:

a)Como foi a experiência de leitura narrada pelo(a) autor(a)?

b) Que sentimentos estão explícitos ou implícitos nesse

relato?

c) Que textos eram utilizados?

d) Que pessoas tiveram papel importante no processo de

alfabetização?

e) De que forma a afetividade se fez presente nesse

processo?

Agatha Christie (1890-1976)

Quando alguém me lia uma história e eu gostava, pedia o livro e estudava

as páginas dele, que a princípio, não tinham para mim o menor

significado; gradualmente, porém, elas começavam a fazer sentido.

Quando saía com a “nursie” perguntava-lhe que palavras estavam escritas

por cima das lojas ou armazéns. O resultado foi que, um dia, estava lendo

um livro chamado “Anjo do amor”, sozinha e com muito bons resultados.

(...) Minha mãe ficou muito abalada, mas não havia mais nada a fazer. Eu

não tinha ainda 5 anos, e o mundo dos livros de histórias já se abria para

mim. A partir daí, como presente de Natal e de aniversário, sempre pedi

livros (CHRISTIE, 1977, p.26).

Graciliano Ramos (1892-1953)

Enfim consegui familiarizar-me com as letras quase todas. Aí me exibiram outras

25, diferentes das primeiras e com os mesmos nomes delas. Atordoamento,

preguiça, desespero, vontade de acabar-me. Veio terceiro alfabeto, veio quarto, e

a confusão se estabeleceu, um horror de quiproquós. Quatro sinais com uma só

denominação. Se me habituassem às maiúsculas, deixando as minúsculas para

mais tarde, talvez não me embrutecesse. Jogaram-me simultaneamente

maldades grandes e pequenas, impressas e manuscritas. Um inferno...

Felizmente D. Maria encerrava uma alma infantil. O mundo dela era o nosso

mundo, aí vivia farejando pequenos mistérios nas cartilhas. Tinha dúvidas

numerosas, admitia a cooperação dos alunos, e cavaqueiras democráticas

animavam a sala (RAMOS, 1953, p.113).

José Lins do Rego (1901-1957)

Morava João Cabral na própria casa da escola. Era uma sala cheia de bancos onde só havia

uma cadeira de palhinha que viera do engenho para mim. Havia meninos de pé no chão, a

maioria filhos de gente da vila. Poucos de fora. Apenas os filhos do mestre Firmino que

morava em terras do meu avô. O mestre me tratava com indulgência excessiva.

Nada aprendi na aula do mestre desgraçado. Somente fiquei mais próximo da infelicidade.

Todos na casa estavam seguros da minha burrice. Nada aprendera na aula de Donzinha e

João Cabral. Por isto, pela manhã, a tia Naninha me obrigava a estudar. Vinha ela mesma

me forçar a ligar as sílabas, a somar quantidades. Tudo me parecia dificílimo. As letras

boiavam nos meus olhos banhados de lágrimas.

Conseguiu Sinhá Gorda, com paciência, empurrar as letras na minha cabeça (...). Agora já

sabia ligar as sílabas e escrever o abecedário. Gostava do X pela facilidade de riscar-lhe a

grafia. Mas havia o L, e o N que tanto me confundia com as pernas, e o M, com milhares

de pernas, que parecia um embuá. O fato é que Sinhá Gorda operara o milagre.

Antonio Torres (1940)

O primeiro [dia] foi aquele em que sua mãe lhe mostrou um ABC, passando

em seguida a dizer os nomes das letras. Jamais esqueceria o encantamento

que o desenho delas lhe provocou logo à primeira vista. Arrumadas em filas

no abecedário, formavam um conjunto enigmático. Cada uma, porém, tinha

sua própria identidade e personalidade, como as coisas e as pessoas. E eram

elas que davam registro a tudo o que há na Terra e no Céu, compreenderia

depois, quando aquela senhora chamada Durvalice começou a juntá-las em

sílabas – bê-á-bá, bê-é-bé... – e, nos dias seguintes, em vocábulos que

passariam ao reino das frases. Ivo-viu-a-uva... (TORRES, 2005).

A importância do trabalho

com Gêneros textuais

diversos, na perspectiva do alfabetizar letrando.

Unidade 5 – Ano 1 – Os diferentes textos a serviço da

perspectiva do alfabetizar letrando.

Ivane Pedrosa de Souza e Telma Ferraz Leal

Reflexão:

a) O que são gêneros textuais? Como

identificamos um gênero textual?

b) Existe diferença entre gêneros e tipos

textuais? Se existe, qual é?

c) Por que tomamos os gêneros textuais como

objeto/foco de ensino-aprendizagem no

componente curricular de Língua Portuguesa?

“Essa concepção defende a aprendizagem

da leitura e da escrita de modo que o

sujeito não apenas saiba ler e escrever –

seja alfabetizado – mas também seja capaz

de exercer práticas sociais de leitura e

escrita que circulam na sociedade, por

meio da diversidade de gêneros textuais

orais e escritos.”

PROPOSTA CURRICULAR, pag.272

O que diz a nossa Proposta sobre a

diversidade de gêneros...

Nossa Proposta Curricular trabalha com os conceitos de

Alfabetizar letrando...

Portanto defende a aprendizagem da leitura e da

escrita de modo que o sujeito não apenas saiba

ler e escrever - seja alfabetizado – mas também

seja capaz de exercer práticas sociais de leitura

e escrita que circulam na sociedade por meio da

diversidade de gêneros textuais orais e

escritos (p.272- PCM)

“...tipo textual define-se pela natureza linguística

de sua composição... Atingem um número limitado

de categorias: narração, argumentação,

exposição, descrição, injunção (predominância de

algumas características).

Tipo e gênero não formam uma dicotomia, mas

se complementam na produção textual”

(p.279- PCM).

Um ponto muito importante que Marcuschi (2002:25) destaca é que “em todos os gêneros também se está se realizando tipos textuais, podendo ocorrer que o mesmo gênero realize dois ou mais tipos. Assim, um texto é em geral tipologicamente variado

(heterogêneo)”

Heterogeneidade tipológica

Exemplo: carta pessoal: apresenta uma variedade

de sequencias tipológicas, pois ela pode conter uma

sequencia narrativa ao contar uma história, uma

argumentação ao defender uma ideia ou posição,

ou uma descrição ao expor uma situação. Os tipos

textuais descrição e exposição, contudo

predominam na carta pessoal, o que é muito

comum ocorrer nesse gênero. Pode –se concluir,

então, que os gêneros textuais apresentam uma

grande heterogeneidade tipológica e alguns tipos

predominam de acordo com o “tipo de sequencia de

base.” (Marcuschi, 2002,p.25 – 27).

Bilhete

EXPRESSIVO

DESCRITIVO

EXPOSITIVO

Tabela de

tipologias/gêneros

• Quais os Gêneros textuais são mais

utilizados em sala de aula?

• Qual/quais gênero/s trabalhei este

ano?

• O que considera ao escolher

determinado gênero?

• Recorre ao que a turma trabalhou no

ano anterior?

Relatório de avaliação X Prática docente:

EX. Produziu alguns gêneros textuais estudados em sala de aula (carta, texto informativo, receita, fabula, historia em quadrinhos, poema, trava língua e adivinha) respeitando a unidade temática, com autonomia demonstrou domínio quanto aos aspectos tipológicos, sequencia logica e paragrafação.

Relatório de avaliação...

Qualitativo ou tão vazio quanto as

notas???

Gêneros textuais trabalhado em língua portuguesa

Nas turmas do 4º e 5º anos em 2017

3 8

3 14

10 4 2

Fonte: Turmas 4º ano de 2017

Gêneros textuais sistematizados nas turmas do 4º ano

Fonte: Turmas 5º ano de 2017

Gêneros textuais sistematizados nas turmas do 5º ano

5 10

4 15

21

2 5

Trabalhou-se com diversidade de gêneros e tipologias?

Qual foi mais trabalhado? Por que?

Se colocamos em prática o que nossa Proposta Pedagógica, BNCC e PNAIC nos orienta em relação a ALFABETIZAR LETRANDO...

Por que ainda nossos estudantes não conseguem compreender, interpretar... Fazer uso da língua escrita e lida na sociedade??????

A escola precisa garantir, sim, a exploração da diversidade de gêneros textuais, pois cada gênero pode proporcionar diferentes formas de mobilização das capacidades de linguagem e logo, diferentes aprendizagens.

Leila Nascimento da Silva- PNAIC/ano 3

Cuidados para escolha do gênero

Pag. 09- caderno 5-ANO 2

O que o gênero escolhido contribui para desenvolvimento

da capacidade leitora?

Há palavras que podem contribuir com a ampliação

vocabular?

Há mensagens nas entrelinhas a der explorada?

Marcuschi (1998) explica que o ser humano

interage com seus semelhantes de maneira

ordenada, perspectivando atuar de forma

coordenada por meio da língua. Assim sendo, em

situações de interação, as pessoas deixam

transparecer intenções, constroem sentidos e

partilham realidades sociais.

E-mail, blogs, cartas...

Ler para quem?

Escrever para que?

Capacidade de interpretação

Perceber informações nas entrelinhas

Carta de reclamação, reportagem, Crônica,

charge...

Parlenda, trava-língua, letra de canção, poema

pertencem ao mesmo modo composicional

Fábula, reportagem, biografia, relatos de experiências

pertencem ao mesmo modo composicional

Sociodiscursivos se referem a variar a tipologia,

assim a função social do gênero, a linguagem, a

estrutura...

Leitura do texto:

Os gêneros textuais em foco:

pensando na seleção e na progressão

dos alunos

Unidade 05 - Ano 3 - 2013

Por que escolher, em cada ano, exemplares de

gêneros de diferentes agrupamentos?

Leitura p. 09-10 (ano 3, unidade 5)

Para que o trabalho em Língua Portuguesa

seja efetivo, precisamos pensar em

atividades variadas em torno das práticas

metodológicas dessa área do

conhecimento...

Práticas Metodológicas:

Leitura

Análise linguística da

palavra

Produção e Reestruturação

de texto

Análise linguística do texto

* Classificação dos conteúdos

Produção de texto Representa o uso concreto da linguagem

escrita de modo reflexivo. Ela possibilita ao

estudante pensar e usar a língua e

organizá-la de diferentes formas.

Sendo assim, quanto maior for a

oportunidade que ele tenha para escrever e

refletir sobre o que escreveu, maior será a

aprendizagem da escrita.

A capacidade de escrita se aprende na

prática da escrita, em suas diferentes

modalidades.

Isto significa promover a produção e

reestruturação de diferentes gêneros

textuais, a partir de experiências sociais,

vividas pelo sujeito ou socialmente.

PROPOSTA CURRICULAR, pag.285,288

• Como acontece essa prática

metodológica em sala de aula?

• Quais dificuldades você encontra?

• E a reestruturação, como acontece?

Produção de texto

Reestruturação

Quando o professor precisa organizar as ideias do texto, auxiliar na estrutura do gênero, substituir

palavras por outras com mesmo significado, bem como faz reflexões com a criança sobre a

relação fonema-grafema.

Reescrita

Quando o professor aponta e faz reflexões com a criança sobre a relação fonema-grafema.

Reestruturação... https://www.youtube.com/watch?v=gGTu8bx3pCo

Metodologia de Projetos

Um projeto é uma abertura para possibilidades amplas com uma vasta gama de variáveis, de percursos imprevisíveis, criativos, ativos, inteligentes, acompanhados de uma grande flexibilidade de organização.

Possibilita partir de uma situação problema e global dos fenômenos da realidade e não da interpretação teórica já sistematizada nas disciplinas.

Diferentes formas de organizar a ação didática:

PTD – É organizado por uma área do conhecimento;

PLANO INTEGRADO – É organizado de duas ou mais áreas do conhecimento, onde em alguns momentos, dependendo do conteúdo e da área, em alguns momentos, não aparecem dialogo entre as áreas e em outros momentos pode aparecer o diálogo entre as áreas.

Não necessariamente tem o tema como elemento disparador.

PROJETO – É organizado entre duas ou mais áreas do conhecimento a partir de um tema. Aqui as áreas se ligam, se justapõem, se sobrepõem num movimento contínuo.

TEMA ÁREAS DO CONHECIMENTO

CONTEÚDOS OBJETIVOS

ENCAMINHAMENTOS AVALIAÇÃO

Projetos...

PNAIC – Unidade 05, Ano – 2013 Pag. 10

Carga horária semipresencial – 4 h

• Tentativa de articulação entre Língua

Portuguesa, através de um gênero

textual com outra área do

conhecimento.

• Próxima formação: 17/05

Referências:

PNAIC. Unidade 05. Ano 03. Os gêneros textuais em foco: pensando na seleção e na progressão dos alunos. 2013. PNAIC. Unidade 05. Ano 02. Por que ensinar gêneros textuais na escola? 2013. PIRAQUARA. Proposta Curricular Municipal – Ensino Fundamental – anos iniciais. 2009. CARVALHO, Edla F.C. As orientações curriculares e suas relações com as práticas de leitura e produção de textos em sala de aula. Dissertação de Mestrado em Educação, UFPE. Recife: UFPE, 2012. BARBOSA, Maria Carmen Silveira. Planejamento, práticas e projetos pedagógicos na Educação Infantil: Trabalhando com projetos pedagógicos. Mediação: 2014.