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1 CONTEÚDO A. Preparação 1. A chamada para pregar................... 15 2. Preparação para ministério..............30 3. O caráter do bom ministro...............52 B. VIDA PESSOAL DO MINISTRO 4. O ministro em sua vida particular.........67 5. A esposa do ministro............................ 80 C. O MINISTRO E SEU MINISTÉRIO 6. O caráter geral da obra do ministério....92 7. As relações do ministério...................106 8. O ministro e seu ministério.............. 119 D. O MINISTRO E A IGREJA 9. Organização da igreja.....................132 10. Administração da igreja................145 11. Departamentos e atividades.........157 12. Imóveis e equipamento................169 13. Presbíteros e diáconos.................173 14. A igreja como escola....................183 15. A igreja como templo de adoração.192 16. Cerimônias..................................209 O guia do pastor E. O MINISTRO E SUA MENSAGEM 17. O ministro e seu gabinete...........218 18. O ministro no púlpito..................226 F. O MINISTRO E SEU REBANHO 19. Visitação pastoral.....................231 G. ADMOESTAÇÕES E EXEMPLO GERAIS 20. Ética ministerial........................240

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1CONTEÚDO

A. Preparação

1. A chamada para pregar................... 152. Preparação para ministério..............303. O caráter do bom ministro...............52

B. VIDA PESSOAL DO MINISTRO

4. O ministro em sua vida particular.........675. A esposa do ministro............................ 80

C. O MINISTRO E SEU MINISTÉRIO

6. O caráter geral da obra do ministério....927. As relações do ministério...................1068. O ministro e seu ministério.............. 119

D. O MINISTRO E A IGREJA

9. Organização da igreja.....................13210. Administração da igreja................14511. Departamentos e atividades.........15712. Imóveis e equipamento................16913. Presbíteros e diáconos.................17314. A igreja como escola....................18315. A igreja como templo de adoração.19216. Cerimônias..................................209 O guia do pastorE. O MINISTRO E SUA MENSAGEM

17. O ministro e seu gabinete...........21818. O ministro no púlpito..................226

F. O MINISTRO E SEU REBANHO

19. Visitação pastoral.....................231

G. ADMOESTAÇÕES E EXEMPLO GERAIS

20. Ética ministerial........................24021. Paulo: o padrão........................25422. Jesus: o exemplo divino...........264

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2A CHAMADA PARA PREGAR

A primeira de todas as perguntas, em todas as questões do ministério, é se o ministro foi realmente chamado por Deus para pregar o evangelho.Em caso negativo, faria bem se fechasse este livro e deixasse de lado o assunto.Não é propósito deste volume, capacitar quem quer que seja a adquirir a arte de pastorear uma igreja, se não foi, antes de tudo, real e pessoalmente “enviado” á seara do Senhor (Mateus 9:38)

A CHAMADA UNIVERSAL

Há um sentido em que todos os crentes são chamados para pregar ou proclamar o evangelho. Em 1º Corístios 12 :13 somos lembrados de que, por um Espírito, todos fomos batizados em um corpo, tendo bebido todos do mesmo Espírito. Sabemos muito bem que a vida e a natureza de Jesus Crito, a cabeça da igreja, se caracterizam pelo amor ás almas perdidas e por um intenso espírito de evangelização (Lucas 19:10).Se nosso Senhor como a cabeça da igreja derrama sua vida pelos perdidos e continuamente busca salvá-los obviamente o corpo que participa da mesma vida e natureza da cabeça visará á salvação dos perdidos. Tudo que ficar aquém disso proverá, em igual medida, a falta de revelação vital entre o corpo e a cabeça. A mesma figura é usada em Romanos 12:4,onde se declara que, em Cristo, somos um só corpo, e que , estando em Cristo, participamos de sua própria vida e natureza. A ilustração da videira e seus ramos é empregada em João 15:1-8. Posto que Ele é a videira e nós os ramos, permanecemos nEle e dEle sorvemos a própria vida que nos sustenta.Dotados dessa vida, damos fruto para a videira. Somos meros canais, através dos quais a seiva vital da videira corre, visando á produção do fruto.Aquela distinção entre ministros e leigos, que afirma ser a obra de evangelização reserva aos ministros exclusivamente, é totalmente contrária ao ensino da palavra e aos desejos de Cristo.Em sua mensagem ás igrejas de éfeso e de pérgamo, o Senhor declarou, sem rodeios,que adomina as obras e a doutrina dos nicolaitas (Apocalipse 2:6,15).Conforme se pensa, esse era o nome de uma antiga seita Cristã que ensinava que os leigos deviam ser dominados, e que os ministro deviam monopolizar o ministério Cristão.Mais o Senhor mesmo declarou abertamente em Mateus 23:8: “...todos vós sois irmãos”.Sem dúvida aqui ensinava que, entre os membros do seu corpo devem prevalecer a fraternidade, a camaradagem e a democracia dirigida pelo Espírito Santo.Portanto,a bem definida vontade de Deus é que a grande paixão evangelística de nosso Mestre divino não se limite ao ministério oficializado, mas antes, encontre expressão mediante cada membro de seu corpo. Quando o Senhor enviou seus primeiros discípulos a pregar o evangelho por todo o mundo, deu-lhes instruções acerca dos novos convertidos.Aos apóstolos foi ordenado claramente que fossem por todas as nações a ensinar (Mateus 28:19),ou que fossem por todo o mundo a pregar o evangelho a toda a criatura (Marcos 16:15,16),e também que o arrependimento e a remissão de pecados deveriam ser pregados em seu nome,entre todas as nações, começando por Jerusalém (Lucas 24:47). Assim sendo,não há duvida de que os apóstolos foram comissionados a anunciar o evangelho da salvação a todas as nações e a cada ser humano.O trecho de Mateus 28:20 declara francamente que depois de os recém-convertidos haverem sido batizados em água, em nome do pai, e do Filho e do Espírito

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3Santo, deveriam ser ensinados a observar tudo quanto Ele lhes havia ensinado, que foi originalmente dada aos primeiros discípulos, saída dos lábios de Jesus, deveria ser transmitida pelos discípulos a cada novo convertido.Isso quer dizer que nós como Seus convertidos remotos, somos semelhantemente instruídos a pregar o evangelho a todas as nações e a cada criatura.de fato,o Senhor nos tinha em vista em Sua grande oração sumo-sacerdotal, ao dizer: “Não rogo somente por estes,mas também por aqueles que vierem a crer em mim,por intermédio da sua palavra”(João 17:20). Todos os crentes recebem o poder da própria autoridade do Senhor para operarem as mesmas obras que Ele realizou, e maiores ainda (João 14:12). Os sinais que os obreiros cristãos devem possuir paralelamente ao seu ministério, em realidade seguirão “áqueles que crêm ”(Marcos 16:17).Note-se que não é dito nessa passagem, “estes sinais seguirão os apóstolos ou pregadores”, mas a promessa é dirigida aos que derem ouvidos- os homens, de todo o mundo,que crerem e forem salvo.A esses convertidos,tanto aos primeiros como aos últimos,é que foi dada esta promessa dinâmica: “Estes sinais hão de acompanhar aqueles que creem.” É especificamente ensinada que o batismo do Espírito Santo é uma unção divina para a pregação do evangelho até aos confins da terra. “..recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Somaria, e até aos confins da terra’`(Atos 1:8).Pedro em Atos 2:39,assevera com clareza que o batismo do Espírito Santo não se destinava apenas aos Judeus que o ouviram naquele dia do pentecoste,mas antes, é “para todos os que ainda estão longe, isto é ,para quantos o Senhor nosso Deus chamar”.Assim, pois,todos quantos têm sido chamados por Deus, do pecado para a salvação, têm o direito de receber o batismo do Espírito Santo, que é a dádiva de poder para que testifiquem do evangelho.Certo e vinte crentes, incluindo pregadores e leigos, receberam esse batismo do Espírito no dia de pentecoste convertidos,permaneceram inabaláveis na doutrina e comunhão dos apóstolos. Aqueles e a todos quantos acolhem esse glorioso batismo do Espírito Santo é dada essa cristalina instrução de que todos devem ser testemunhas do glorioso evangelho de Cristo. Todos os crentes são dotados para o serviço cristão e instruídos a trabalhar para Deus.Esta afirmação fica devidamente comprovada pelo fato de os discípulos (exceto os apóstolos),trabalharem por toda parte na pregação do evangelho.quando da dispersão por ocasião da morte de Estêvão (Atos 8:1,4).Nessa oportunidade não eram os apóstolos que pregavam, e sim, todos os demais convertidos, ou seja, os membros da igreja apostólica, os quais não cessavam de proclamar o caminho da salvação. Os dispersos chegaram até Antioquia, pregando a palavra.A notável igreja missionária de Antioqui a foi fundada por pregadores que não eram pastores. “A notícia a respeito deles chegou aos ouvidos da igreja em Jerusalém; e enviaram Barnabé até Antioquia” (Atos 11:19-22). Esse plano de evangelização inaugurado por nosso Senhor e praticado fielmente pela igreja primitiva, resultou na proclamação do evangelho a toda criatura daquela geração. “... palavra da verdade do evangelho, que chegou até vós;como também em todo o mundo está produzindo fruto e crescendo,tal acontece entre vós,desde o dia em que ouvistes e entendestes a graça de Deus na verdade...se é que permaneceis na fé,alicerçados e firmes,não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes,e que foi pregado a toda criatura debaixo do céu,e do qual eu,Paulo,me tornei ministro” (Colossenses 1:6,23).

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4Desta maneira, já foi demonstrado que,mesmo sem o auxílio das invenções no campo da comunicação e das conveniências da vida moderna, a mensagem da salvação pode ser levada ao mundo inteiro de forma a que toda uma geração venha a ouvir o evangelho mediante o testemunho pessoal dos membros da igreja. “Mais pergunto: porventura não ouviram? Sim, por certo: por toda a terra se vez ouvir a sua voz, e as suas palavras até aos confins do mundo” (Romanos 10:18).Como é óbvio, nem todos obedeceram ao evangelho,mas a despeito disso,por toda a terra se fez ouvir a voz dos crentes,e suas palavras até ás extremidades da terra.Aqui vemos um desafio e uma condenação aos crentes evangélicos de cada geração que não têm Tido a visão, a fé ou a consagração necessárias para obedecer ao Senhor e seguir o exemplo de seus antepassados espirituais apóstolos.Nisso também nos é dado ver a eficácia e a operosidade da norma de manter cada membro da igreja ativamente atarefado no testemunho em favor de Cristo, propagando o evangelho por onde quer que ande.Se a presente geração de crentes, tanto de pastores quanto de membros das igrejas, estivesse tão cheia do Espírito Santo como aquela primeira geração, ainda que o mundo de hoje contasse com cinco bilhões de habitantes, o evangelho seria pregado a toda essa massa humana. A CHAMADA ESPECÍFICA

Sem contradizer a premissa exposta nos parágrafos anteriores, podemos fazer ainda uma outra declaração que, a princípio, poderá parecer contraditória ao que acabamos de afirmar. Já dissemos antes que, em certo sentido, cada membro da igreja Cristã é chamado para anunciar o evangelho.Mas neste ponto queremos afirmar a existência de uma chamada específica para pregar. Certas pessoas têm sido escolhidas pelo Senhor para servir de modo definido e marcante, como propagadores da fé. Antes de comprovarmos essa afirmação por algumas passagens bíblicas, vejamos primeiramente se compreendemos a razão e a necessidade disso, já que há harmonia e não contradição, no fato de que todos são chamados, mas alguns especialmente convocados. Uma grande firma anuncia que precisa de trabalhadores. Em resposta, cerca de cem homens se apresentam no escritório em busca de colocação. Todos são aceitos e recebem ordem de se apresentarem ao chefe na manhã seguinte. Ao chegarem, o chefe distribui os serviços a cada um. Foram “ chamados” no dia anterior, mas agora a cada um deve ser designada a sua tarefa individual. Quando um grupo de operário é contratado para construir um edifício, por exemplo, a cada um deve ser atribuído um serviço especifico, pelo construtor, e o mestre de obras. Diferentes especialidades são necessárias, desde o arquiteto e o desenhista até o construtor, os pedreiros, os carpinteiros, os eletricista, os rebocadores é requerida para que uma obra seja terminada. E cada fase da construção deve ser harmonizada e integrada de forma a não haver repetições desnecessárias, e nada deixado por fazer. O Senhor Jesus Cristo é verdadeiramente e o “ Senhor da seara” ( Mateus 9:38 ). Ele é o proprietário que sai pela manhã a fim de contratar trabalhadores para a sua vinha ( Mateus 20:1 ). Ele está incumbindo de evangelizar o mundo, e precisa de um grande exército de trabalhadores para realizar a tarefa. É mister uma variedade de ministérios a fim de ser alcançado o alvo. A Ele cabe a garência total e o planejamento quesam a terminar, de maneira segura e eficaz, essa grande obra. Ele precisa de missionários e evangelistas na

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5linha de frente. Precisa daqueles que devotam sua vida á oração. Ainda necessita de outros que sejam liberais nas finanças que sustentem os obreiros na frente. Fazem-lhe falta tanto os que vão aos campos como os da retaguarda. Não pode prescindir de professores e membros da Escola Dominical, de diáconos, de presbíteros, de porteiros e de lideres de jovens. Cada crente tem seu próprio trabalho, que lhe é determinado pelo Senhor da seara. Faz parte do privilégio e deve de cada membro da família de Deus, de cada obreiro da vinha do Senhor, chega-se pessoalmente áquele que é o Senhor, recebendo dele a tarefa específica que o Mestre lhe deseja entregar. A alguns Deus chamara para o ministério de tempo integral, que lhes absorva todas as energia. Contudo, Ele chama a todos os crentes para servirem conforme a capacidade de cada um.

VARIEDADES DE MINISTÉRIOS

“E como pregarão se não forem enviados?” (Romanos 10:15). “Porque, assim como num só corpo temos muitos membros, mas nem todos os membros tem a mesma função; assim também nos, conquanto muitos, somos um só corpo em cristo, e membros uns dos outros, tendo, porem, diferentes dons segundo a graça que nos foi dada: se ministério, dediquemo-nos ao ministério; ou o que ensina, esmere-se em fazê-lo; ou o que exorta, faça-o com dedicação; o que contribui, com liberalidade; o que preside, com diligência; quem exerce misericórdia, com alegria” (Romanos 12:4-8 ). “ Por isso diz: Quando Ele subiu ás alturas, levou cativo o cativeiro, e concedeu dons aos homens... e Ele mesmo concedeu uns para apóstolos, outros para profetas, outros para evangelistas, e outros para pastores e mestres” ( Efésios 4:8,11 ). O terceiro capitulo de I Timóteo começa com a descrição dos presbíteros ou bispos, e o oitavo versículo introduz os diáconos e as características do seu ministério. Assim, nesse capitulo, dois niveis ou espécies de ministérios são indicados. E em I Corintios 12:11, 18 ficamos sabendo que o Senhor dispôs os membros no corpo, segundo a sua vontade.

Uma interessante revelação quanto aos propósitos e ao plano de Deus nos e Aoliabe foram chamados por nome e foram dotados do Espirito de Deus em lapidação de pedras preciosas. Nesse caso encontramos homens especificamente chamados e até mesmo cheios do Espirito Santo, a fim de se tornarem artesãos habilitados. A tarefa secular deles foi determinada por Deus. Isso revela claramente que Deus chama alguns para o trabalho secular, e os habilita para mesmo. Portanto, pode-se esperar que Ele continue chamando muitos, na igreja, para serem hábeis em serviços seculares.

MINISTROS MERAMENTE PROFISSIONAIS

Os primeiros discípulos foram tirados de suas ocupações diárias, segundo esta escrito em João 1:35-51 e Mateus 4:19. O Jovem Davi, em I Samuel 16:12, foi ungido com óleo para que posteriormente se tornasse rei de Israel. Mui especificamente, do mesmo modo, o apostolo Paulo foi chamado e escolhido para anunciar o nome e autoridade de Cristo

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6perante os gentios, os reis e os filhos de Israel ( Atos 9:15 ). E assim, nas próprias Escritura, há precedente de chamadas divinas para ministérios de tempo integral. Não há que duvidar que Deus opera dentro desse padrão ate o dia de hoje. Que aqueles que pensam em dedicar suas vidas inteiramente ao serviço cristão, tenham o cuidado de cretificar-se se possuem indicação especifica a respeito, da parte do Senhor da seara.

A chamada falsa ( que é o mesmo de: correr sem ter sido enviado ), é questão seríssima. “Assim diz o Senhor Deus! Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espirito sem nada ter visto!... Tiveram visões falsas e adivinhações mentirosas os que dizem: O Senhor disse; quando o Senhor os não enviou; e esperam o cumprimento da palavra “ ( que é o mesmo de: correr sem ter sido enviado ), é questão seríssima. “Assim diz o Senhor Deus! Ai dos profetas loucos, que seguem o seu próprio espirito sem nada ter visto!... Tiveram visões falsas e adivinhações mentirosas os que dizem: o Senhor disse; quando o Senhor os não enviou; e esperam o cumprimento da palavra” (Ezequiel 13:3,6). Aimaás ficou tomado pelo entusiasmo do momento e pelo exemplo de Cusi, o etíope, o mensageiro escolhido. E rogo a Joabe que lhe fosse dada permissão para correr. Joabe retrucou; "“Para que agora correrias tu, meu filho, pois não tens mensagem... conveniente” (II Samuel 18:22). Mas mediante a insistência, Joabe consentiu a Aimaás que fosse, e correu tanto que chegou á frente do verdadeiro mensageiro. Ora, Aimaás era homem bom e cheio de zelo (II Samuel 18:27), mas não tinha mensagem real, e o rei Davi, sem dar atenção, o pôs de lado. Quão inútil e embaraçosa foi a corrida!

Porem, quando o Senhor se declara contra os profetas sem mensagem e sem visão, a situação se torna muito mais séria. Deuteronômio 18:20 declara: “Porém o profeta que presumir de falar alguma palavra em meu nome, que eu lhe não mandei falar... esse profeta será morto.” Seria muito melhor passar a vida em uma tarefa secular, fazendo aquilo que é inofensivo, ainda que espiritualmente inútil, do que intrometer-se no sagrado terreno espiritual. Nadabe e Abiú entraram no antigo tabernáculo levando fogo estranho; e da parte do Senhor saiu uma chama que os consumiu, e morreram perante o senhor ( Levítico 10:1,2 ). Nem ao menos se permitiu ao pai (Arão), e aos irmãos que os lamentassem, porquanto isso daria a impressão de terem ficado do lado deles e contra Deus, que os julgara. Antes brincar com fios de alta tensão do que ser leviano com as coisas santas!

A observação geral leva-nos a concluir que há pessoas que escolhem o ministério do evangelho como profissão, a fim de adquirirem prestigio social e terem oportunidade de exibir suas aptidões tribunícias e sociais. A ocasião de dedicar-se á leitura e ao estudo, uma vida relativamente fácil, e a posição social na comunidade, constituem grande atração para certos homens. Os tais monopolizam a chave do conhecimento: postam-se á porta do reino dos céus e ali não entram nem permitem que outros entrem (Lucas 11:52). São líderes cegos a guiar cegos, sem o conhecimento da vida eterna e das verdades do reino, e que

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7ousam ocupar a posição de chefes e apascentadores das almas dos homens. Mas destituídos de vida ou do conhecimento espiritual, são incapazes de transmitir essas riquezas áqueles que os ouvem . Quão grande não será a condenação destes, tanto da parte daqueles aos quais iludiram, como da parte do Senhor, o Juiz de todos.

O “ MODO” DA CHAMADA

Alguns, todavia, perguntariam a esta altura: como pode alguém ser chamado? Como pode alguém saber que está sendo chamado por Deus para o serviço do Evangelho? Como evitar o equivoco de Aimaás e o crime fatal de Nadabe e Abiú? Como pode alguém ter a certeza de não servir de empecilho para os outros entrarem no reino, como no caso dos antigos fariseus? Essas, realmente, são perguntas cabíveis, que exigem respostas francas.

UM CONCEITO ESPIRITUAL

O chamamento para a prédica do evangelho é uma concepção espiritual. “Ora, o homem natural não aceita as coisas do espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entende-las porque elas se discernem espiritualmente”(I Coríntios 2:14).Essa é uma daquelas “coisas do Espírito de Deus” que o homem natural não pode compreender, mas que, não obstante, são perfeitamente claras e reais para o homem regenerado. O Senhor mesmo afirmou, em João 10:27: “As minhas ovelhas ouvem a minha voz.” Essa voz é inaudível para os ouvidos naturais, mas perfeitamente inteligível para o coração do homem nascido do alto. Elias a ouviu, tendo-a denominado de “Voz mansa e delicada”(I Reis 19:12). E Isaías escreveu: “...os teus ouvidos ouvirão atrás de ti uma palavra, dizendo, dizendo: Este é o caminho, andai por ele”(Isaías 30:21). No mais profundo da alma do filho de Deus haverá uma voz meiga e suave que lhe chegará á consciência, e que lhe servirá de chamada para o serviço do Senhor, como se fosse de trombeta.

INICIATIVA DIVINA

Via de regra, em todo o chamamento feito por Deus, Ele próprio toma a iniciativa. “Não fostes vós que me escolhestes a mim; pelo contrário, eu voz escolhi a vós outros, e vos designei para que vades e deis frutos, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto pedirdes ao pai em meu nome, Ele vo-lo conceda”(João15:16).Talvez não tendo consciência disso poderemos pensar, inicialmente, que foi nossa apresentação voluntária para o serviço cristão que deu começo á nossa carreira nessa direção; mas o impulso inicial veio de Deus. É absolutamente necessário compreender isto. E, se a iniciativa é dele, cabe-lhe também a responsabilidade por todo o empreendimento. Posto que Ele vê o fim desde o princípio e conhece nossas possibilidades e falhas, e falhas, e apesar disso nos chama para o seu trabalho, podemos úteis em sua seara.

O modo de o Senhor aproximar-se de alguém, para chama-lo ao seu serviço, mui provavelmente será bem diferente do seu modo de agir com relação a outro. Eliseu estava

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8arando o campo quando Elias passou e lançou sobre ele a sua capa (I Reis 19:19).Samuel veio ungir a Davi e chamou-o dos pastos de ovelhas para a cerimônia simples da unção. Amós não era profeta, nem filho de profeta; era criador e plantador de sicômoros; mas o Senhor o tomou quando acompanhava o rebanho e lhe disse: “Vai, e profetiza ao meu povo Israel” (Amós 7:14, 15).Paulo recebeu uma visão celestial, mas Timóteo foi escolhido por ele, um pregador mais idoso, para que viajassem juntos na obra do evangelho (Atos 26:19 e 16:1-3).Por conseguinte, não tentemos receber nossa chamada segundo os padrões utilizados em outros casos. Cada homem é uma criação distinta de Deus e tem o direito de ser chamado pelo Senhor de maneira individual. Que cada um se satisfaça com seu modo de ser chamado, e que o Senhor chame a cada obreiro do modo que lhe aprouver.

A DIREÇÃO DO ESPÍRITO SANTO

Após o toque de Deus chamando, haverá um cuidado divino conduzido-nos na medida que seguirmos o Sumo-Pastor. Seguimos a Ele porque ouvimos a sua voz ( joão 10:27). “O senhor firma os passos do homem bom” 9salmos 10:27). “Guia os humildes na justiça, e ensina aos mansos o seu caminho “(Salmo 25:9). Não é declarada a maneira exata como o Espirito Santo falou em Atos 13:2, mas a Bíblia afirma que o Espírito Santo disse: “Separai-me agora a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado.” E então, quando já estavam em sua jornada missionária, o Espírito Santo impediu que fossem para a esquerda ou para a direita, mas permitiu que seguissem sempre em frente (Atos 16:6-10). A orientação do Senhor será sempre tão clara e definida como a sua chamada original.

APTIDÕES NATURAIS

O chamamento para o ministério pode ser analisado da seguinte maneira: antes da chamada, na maioria dos casos, haverá uma certa aptidão natural para o trabalho a que o Senhor nos tem chamado. É semple conveniente ao obreiro que possua voz clara, que não seja difícil de ser entendida, e uma aparência pessoal agradável e ainda mais, que disponha de certo grau de inteligência para pensar e expressar-se.

SENSIBILIDADE ESPIRITUAL

Como primeiro passo, o Senhor soprará sobre nós o Seu Espírito, despertando em nós interesse e inclinação para o seu serviço. Logo esse desejo de nossa incapacidade pessoal. Isso nos conduzirá a deixarmos a questão da nossa chamada inteiramente nas mão do Senhor e á esperarmos nele. E logo a resposta divina nos será dada. “...não que por nós mesmos sejamos capazes de pensar alguma cousa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus” (II Coríntios 3:5). Assim como o apostolo Paulo, começaremos a sentir e a dizer: “...tudo posso naquele que me fortalece “ ( Filipenses 4:3). A nossa confiança em Deus não somente substituirá nossa possível autoconfiança, mas também encherá o grande vazio do nosso senso de inaptidão.

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9 A essa altura raiará também em nossos corações a elevada estima pelo trabalho que nos está destinado. Percebermos que esse é o ministério e a vida mais importantes que um ser humano pode ocupar. Celestial. As ocupações seculares são temporais; essa, porém, é eterna.

RECONHECIMENTO POR OUTRO

Ao se tornarem claras e definidas a chamada e a direção de Deus, far-se-ão perceptíveis certas expressões embrionárias do dom e do ministério que futuramente se exercerá. Os colegas ministros e crentes em geral notarão a chamada de Deus que repousa sobre nós. Haverá a confirmação da chamada de numerosas maneiras, bem como a aprovação geral do nosso desejo de servir ao Senhor como ministro. A consagração que o próprio Senhor inicialmente nos propiciou será depois confirmada pela consagração da igreja através de seus líderes. Esse é o plano de Deus para o desenvolvimento do ministério. Ele condescendeu em ficar assim uma dupla consagração. Finalmente, a pessoa assim chamada não recuará diante da forte pressão que sente pelo trabalho. “...ai de mim se não pregar o evangelho”, disse o apóstolo Paulo. Todas as demais coisas serão como nada. Tal pessoa chamada não sentirá paz, nem prazer em qualquer outra atividade. E sua grande seara, e nos atiraremos á obra com a convicção inabalável de que Ele segue á frente!

QUESTIONÁRIO

1. Provar por textos bíblicos que a chamada coletiva é extensiva a todo crente.

2. Provar a necessidade de variedades de ministério. Mencionar alguns .

3. Analisar o erro e as consequências de se considerar o ministério como mera profissão.

4. Citar e explicar quatro princípios básicos relacionados ao “ modo” da chamada.

Capitulo II

PREPARAÇÃO PARA O MINISTÉRIO

A preparação para o ministério pode ser encarada sob duas fases: experiência e educação. Posto que qualificamos a experiência como de maior importância, falaremos primeiro sobre ela. Ao considerarmos o cabedal de experiências que o pregador deve possuir ao preparar-se para o seu trabalho, levamos em conta as horas difíceis na vida que se destacam como pontos críticos, bem como as experiências diárias de um crente maduro, que o qualificam para aconselhar a outros que estejam passando por situações semelhantes.

O NOVO NASCIMENTO

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10A experiência fundamental do obreiro ou de qualquer cristão, mui naturalmente, é o novo nascimento. Jesus ensinou: “Em verdade, em verdade te digo que se alguém não nascer de novo, não pode ver o reino de Deus” (João 3:3). O homem natural jamais compreenderá as coisas do Espírito de Deus; pelo que é absolutamente necessário que ao homem seja concedida a mente de Cristo, o Qual confere o entendimento espiritual. “Ora, o homem entende-las porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém. Pois, quem conheceu a mente do Senhor, para que o possa instruir? Nós, porém, temos a mente de Cristo” ( I Coríntios 2:14-16). Realmente o Senhor se aborrece com o indivíduo que presume falar a palavra de Deus quando ele mesmo é desobediente. “ Mas ao ímpio diz Deus: De que te serve repetires os meus preceitos e teres nos lábios a minha aliança, uma vez que aborreces a disciplina e rejeitas as minhas palavras?” (Salmos 50:16,17).

O BATISMO NO ESPÍRITO SANTO

Subseqüente á experiência do novo nascimento, existe para cada crente o batismo do Espírito Santo. No dia de Pentecoste, Pedro disse: “Arrependei-vos e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo para remissão dos vossos pecados, e recebereis o dom do Espírito Santo. Pois para vós outros é a promessa, para vossos filhos, e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor nosso Deus chamar” (Ato 2:38, 39). Eis uma declaração definida sobre o efeito do novo nascimento- além do arrependimento e do batismo em água, há o recebimento do Espírito Santo; e note-se que esse dom do Espírito Santo é para quantos forem chamados pelo Senhor nosso Deus. Os apóstolos, em Jerusalém, não se contentaram em que os convertidos de Samaria permanecessem por muito tempo sem o batismo do Espírito Santo, mas enviaram-lhes Pedro e João, a fim de que lhes transmitissem essa gloriosa experiência adicional (Atos 8:14-17). Por Ananias Paulo foi chamado de “...Saulo, irmão...”antes de ser cheio do Espírito (Atos 9:17).E o apóstolo Paulo indagou dos discípulos de Éfeso: “Recebestes, porventura, o Espírito Santo quando crestes?” (Atos 19:2). A pergunta não teria sentido se fosse impossível crer sem receber o batismo do Espírito Santo. Aos membros da igreja de Éfeso, Paulo ordenou: “...enchei-vos do Espírito...” (Efésios 5:18). Desse modo, é fora de dúvida que o Senhor espera que cada crente seja batizado no Espírito Santo, em adição á experiência cristã inicial de regeneração.Ora, se fica provado que há o batismo do Espírito Santo subsequente á conversão e como experiência prática dos primeiros cristãos, como bênção adicional, como poderia alguém, com propriedade, assumir a posição de líder, mestre e exemplo para os santos .(tudo isso próprio de um ministro do evangelho, naturalmente), a menos que já tenha recebido o batismo do Espírito Santo? Sobre os apóstolos repousava a responsabilidade de pregar o arrependimento e a consequente remissão de pecados em nome de Cristo, entre todas as nações. Contudo, foram ordenados a não dar um único passo, na execução dessa divina comissão dada pelo Senhor, enquanto não tivessem o revestimento espiritual necessário, a saber, o batismo do Espírito Santo (Lucas 24:47-49). Essa instrução foi repetida por nosso Senhor, segundo se lê em Atos 1:4-8-0. último versículo dessa passagem chama particularmente a atenção para o fato de que a vinda do Espírito Santo em pleno caráter batismal é que outorgaria aos discípulos o poder necessário para serem testemunhas de

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11Cristo. Como se pode negar, portanto, que os crentes e especialmente os obreiros e atuais cristãos, sobre os quais pesa a mesma responsabilidade, necessitem do mesmo poder do alto para pregar o mesmo evangelho aos mesmos corações incrédulos, presos pelo mesmo Satanás? Nossa conclusão, portanto, é que ninguém deveria ficar satisfeito em pregar o evangelho do Senhor Cristo sem haver primeiramente recebido o batismo do Espírito Santo. Isso consideramos como absolutamente essencial á pregação para o ministério.

O ANDAR COM DEUS

De maneira alguma devemos ter o batismo do Espírito Santo, por muito maravilhoso e necessário que seja á experiência e ao testemunho pessoal, como sinal de perfeição espiritual. Quando Pedro e João estavam cercados pela multidão maravilhada, após a cura do paralítico á Porta Formosa, Pedro protestou que não foi pelo seu próprio poder ou piedade que aquele homem pôde andar (Atos 3:12).O batismo do Espírito Santo é o revestimento com o poder do alto, pelo qual podemos anunciar eficazmente o evangelho de Jesus Cristo. Todos crente batizado no Espírito Santo deve passar pela transformação de caráter e o aprofundamento nas experiências da vida íntima com Cristo. Essas experiências diárias, ao andar no Espírito e ao aprender as lições da vida cristã, são igualmente necessárias como qualificação para um ministério cristão eficaz. A ESCOLA DA EXPERIÊNCIA

O mestre cristão deve conhecer aquilo que irá ensinar. É sua prerrogativa não somente ensinar a doutrina e o esboço geral da fé cristã, mas também as experiências reais que os crentes enfrentam diariamente. O adversário não é apenas uma ideia teórica; ele é real e intensamente agressivo. Ele ataca todo crente com toda variedade de armas. Faz parte da tarefa do pastor conduzir seu povo pela mão, a fim de guia-lo através das experiências quando tomado de perplexidade e confusão. Enquanto de um lado o inimigo procura derrotar os crentes e pô-los por terra, é tarefa do pastor, de outro lado, levantá-los e firmá-los na fé. Mas este estará totalmente despreparado para tal ministério a menos que já tenha passado por experiências semelhantes. É preciso que o indivíduo passe pessoalmente pelo moinho, a fim de que seja feito pão para os outros. O andar na fé, por exemplo, é algo que ninguém pode compreender a não ser que aprenda a fazê-lo pessoalmente. O descobrimento de Cristo como “O quarto homem” que está conosco na fornalha ardente, nos dará uma atitude positiva e de grande alegria. Podemos então explicar aos outros que estejam passando por sua prova de fogo, que perto deles, também, sempre encontrarão a presença do filho de Deus.Essas experiências pessoais, que devem envolver a vida do futuro pastor, também incluem consagrações que o atingem na própria alma. Sem uma consagração total, ninguém está apto a servir a Deus eficazmente. Podemos server relativamente bem, mesmo que ainda haja certas áreas que não estejam sob o controle de Deus. Mas chegará o momento em que o Senhor chamará a atenção para qualquer coisa que surja entre Ele e nós. Deus tem ciúmes, e a glória e afeição que lhe são devidas Ele jamais permitirá que sejam dadas a outrem. “ Quem ama seu pai ou sua mãe mais do que a mim, não é digno de mim; quem ama seu filho ou sua filha mais do que a mim, não é digno de mim”(Mateus 10:37). “Se alguém vem a mim, e não aborrece a seu pai, e mãe, e mulher, e filhos, e irmães, e irmãs e

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12ainda a sua própria vida, não pode ser meu discípulo. E qualquer que não tomar a sua cruz, e vier após mim, não pode ser discípulo... Assim, pois, todo aquele que dentre vós não renuncia a tudo quando tem, não pode ser meus discípulo”(Lucas 14:26,27,33).O Senhor Jesus Cristo, na realidade, é Nosso Mestre, Guia e Soberano. Ele impõe ás nossas almas, de modo definido, exigências que devem ser satisfeitas se quisermos continuar a segui-lo. Muitos discípulos vão até certo ponto donde se desviam e não mais O seguem. “...muitos dos seus discípulos o abandonaram e já não andavam com ele”(João 6:66). Aqueles que caem pelo caminho ficam desqualificados como líderes e mestres. Paulo sofreu perseguições e tribulações tremendas. Observou ele, entretanto, em II Coríntios 1:4,5, que essas aflições de Cristo, em sua própria vida, lhe haviam dado a revelação do consolo de Cristo, em sua própria vida, lhe haviam dado a revelação do consolo de Cristo. Essa dupla experiência de sofrimento e consolo o qualificou, segundo seu modo de dizer, “... para podermos consolar aos que estiverem em qualquer angústia, com a consolação com que nós mesmos somos contemplados por Deus”. Esse experiência do apóstolo Paulo colocou-o na posiçêo de ministrar com eficiência a oturos crentes que estivessem atravessando as mesmas lutas espirituais.Abraão foi levado a sacrificar seu próprio filho amado, sobre quem se concentravam as promessas de Deus. Foi mediante a resposta a esse chamamento e a total disposição de dar o que tinha de mais precioso ao Senhor, que Deus demonstrou ser Abraão digno de ser chamado seu amigo, e a quem podia constituir pai espiritual dos fiéis. Servimos hoje ao mesmo Senhor Jeová. Devemos esperar que Ele nos faça solicitações semelhantes, tornando-nos Seus amigos e também pais na fé. Deus pode, talvez, exigir de nós que renunciemos a algumas coisas boas e legítimas da vida- coisas que normalmente poderíamos conservar e desfrutar. Experiências como essa qualificam-nos para o ministério, porém se viermos a falhar nessas coisas, ficaremos limitados e não teremos um ministério profícuo e duradouro.

PERÍODO DE TREINAMENTO

Quando Deus procurou um homem como Moisés para liderar espiritual e administrativamente a nação de Israel, não apenas escolheu aquele que estava mais altamente preparado na cultura egípcia, como cuidou particularmente de Seu futuro servo, para que esperasse em Deus durante longo período de tempo, durante o qual sofreu humilhação, como preparação adicional para a obra a que seria chamado. Somos informação adicional de que Moisés era o comandante – em –chefe dos exércitos egípcios. Isso certamente já era de esperar, porquanto ele era o herdeiro presuntivo do trono. Recebeu não apenas todas as vantagens de caráter educacional e comuns dos mais favorecidos jovens egípcios, mas também lhe foi dado um treinamento superior. Somente ele estava sendo preparado para assumir o trono quando do falecimento do seu avô de criação, o faraó.Será que esse treinamento excepcional não poderia ser considerado como uma preparação suficiente para a liderança da nação de Israel? Não estaria ele, que era naturalmente dotado e qualificado para conduzir e chefiar os muitos milhões da mais civilizada nação da terra naquela época, capacitado a conduzir uma nação muito menor, composta de ex-escravos, como era a nação de Israel? Nós poderíamos responder afirmativamente,

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13Mas a resposta de Deus foi “Não”. Há algo que se pode aprender nos livros, nos campos de batalha ou nos campos de atletismo, nos laboratórios, nas bibliotecas ou nos salões de conferências e preleções. Mas há também um fogo através do qual a alma do crente deve passar, a fim de que receba aquela têmpera e purificação necessárias para que assuma a liderança espiritual. Moisés via Aquele que é invisível e, por dar valor á recompensa celeste, preferiu o opróbrio de Cristo aos tesouros do Egito, considerando o opróbrio como riqueza maior. Negou a si mesmo os prazeres do pecado, que são passageiros, e preferiu sofrer as afliões em companhia do povo de Deus. Recusou ser chamado filho da filha de Faraó e, pela fe, abandonou o Egito, não temendo a indignação do rei ( Hebreus 11:24-27).Na solidão do deserto, crescia paulatinamente a visão da grandeza de Deus e sua própria pequenez. Resistiu firme, como quem vê o Invisível, e foi diminuindo pessoalmente em sua própria estima. Quando ás ambições pessoais e ao gozo de vida material, estava perfeitamente resignado a levar o cajado de pastor e cuidar tranquilamente das ovelhas. Quando Deus, finalmente, considerou que esses quarenta longos anos de amadurecimento pessoal haviam produzido o efeito desejado, apareceu a Moisés na sarça ardente. Ao ouvir o anúncio de que ele, Moisés, haveria de tirar o seu povo do Egito, insistiu em que não era homem eloquente, mas antes, pesado de boca e pesado de língua ( Êxodo 4:10). Na realidade (segundo os altos padrões egípcios), ele era poderoso em palavras (Atos 7:22), mas agora insistia em que isso era como nada e que, realmente, era lento no falar. Quão grande a transformação e a diminuição do conceito sobre sua própria pessoa! Esse longo período de teste pessoal Deus teve como muito valioso na preparação de seu servo.O apóstolo Paulo não foi produto do acaso. Foi antes o fruto de uma preparação deliberada da parte de Deus, a quem serviu. Sua qualificação natural, como um dos membros do sinédrio (ainda que os tais fossem altamente educados), não era de modo algum. Sua maravilhosa conversão na estrada de Damasco, e o batismo no Espírito Santo, já naquela cidade, semelhantemente não foram suficientes. O assentar-se aos pés dos apóstolos não teria completado o seu preparo, nem lhe proveria a adaptação necessária á sua obra. Teria de haver um contato pessoal com Deus, além do longo e deliberado período de espera em sua presença. Foi então para a Arábia, um outro deserto, e depois voltou a Damasco por um período de três anos. Houve um breve contato com os apóstolos e a