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    OS COMPORTAMENTOS DE LIDERANA NOS INSTRUTORES DE EDUCAO FSICA EM DIFERENTES CONTEXTOS DESPORTIVOS

    1 Major de Infantaria. Professor regente da disciplina de tica e Liderana na Academia Militar.2 Professora Associada com Agregao da Academia Militar. Regente da disciplina de Recursos Humanos.

    RESUMO

    As actividades desportivas podem envolver grupos que, na sua complexa redede relaes interpessoais, constituem uma realidade para a qual a psicologia socialtem ainda muito para investigar e compreender todos os comportamentos individuaise colectivos dos seus membros.

    Atendendo a que as relaes e as vrias interaces dentro do grupo so factorescondicionantes para o cumprimento dos objectivos, tanto individuais, como colectivos,passaram a ser objecto de estudo por vrios investigadores, as interaces que seestabelecem entre o treinador e o atleta.

    Assim, este estudo realizado no mbito da formao desportiva, incidiu numcontexto de ensino desportivo militar, na Academia Militar, e foi posto em prticano mbito das actividades circum-escolares.

    Numa amostra de 397 atletas, estudaram-se os comportamentos de lideranados treinadores, percepcionados pelos atletas, nos diferentes contextos desportivos,no se tendo verificado a existncia de diferenas significativas relativamente aosseus comportamentos nas diferentes situaes.

    OS COMPORTAMENTOS DE LIDERANANOS INSTRUTORES DE EDUCAO FSICA

    EM DIFERENTES CONTEXTOS DESPORTIVOS

    Carlos Rouco1Manuela Sarmento2

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    Para o estudo da relao treinador - atleta foi utilizada a escala de lideranano desporto com cinco dimenses, duas de acordo com o estilo de deciso do treinador(autocrtico e democrtico) e as restantes de acordo com a interaco cultivada entreos treinadores e atletas (reforo, suporte social e treino e instruo).

    Palavras chave: Treinador; atleta; liderana; grupos desportivos; ensino militar.

    1. MODELOS DA LIDERANANo contexto desportivo, apresentam-se os modelos mais significativos no querespeita aos estudos da relao treinador-atleta, tais como: o modelomultidimensional de liderana de Chelladurai (1978, 1993); o modelo mediacionalda liderana de Smith, Smoll e Curtis (1978, 1979); o modelo normativo deestilos de deciso no coaching de Chelladurai e Haggerty (1989); o modelodinmico do coaching desenvolvido por Ct Trudel e Salmela (1993) e omodelo dos comportamentos ansiognicos do treinador Serpa (1995).Dada a sua importncia no processo de liderana apresentam-se ainda o modelode motivao do treinador e a comunicao na relao treinador-atleta.

    1.1 O Conceito de Liderana

    Bass (1981) referiu que existem quase tantas definies diferentes de liderana,como o nmero de pessoas que a tentaram definir. Este autor, baseado nasrevises que efectuou sobre as definies e conceitos de liderana, elaborou umesquema de classificao que ir expor-se e que identificam a liderana como:a) o centro do processo do grupo;b) um efeito da personalidade;c) a arte de induzir submisso;d) um exerccio de influncia;e) um acto ou comportamento;f) uma forma de persuaso;g) uma relao de poder;h) um instrumento de realizao de objectivos;i) um efeito emergente da interaco;j) um papel diferenciado;k) uma iniciao da estrutura.

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    Segundo Chelladurai (1999) todas as definies de liderana incluem trsaspectos importantes: (i) a liderana um processo comportamental; (ii) temnatureza interpessoal; (iii) destina-se a influenciar e a motivar os sujeitosatravs dos objectivos organizacionais e do grupo.A liderana, entendida como exerccio de influncia e como a arte de induzirsubmisso voluntria dos seguidores, Hollander e Jullian (1969) foram dosprimeiros autores a reflectir sobre estas posies, ao mencionarem que osignificado mais vasto de liderana implica a existncia de uma relao deinfluncia particular entre duas ou mais pessoas. Por seu turno, Bennis (1959)referiu que a liderana o processo pelo qual um homem induz outros acomportarem-se de uma forma desejada.Fazendo a respectiva correspondncia para o contexto desportivo, esta novaabordagem ao conceito da liderana suficientemente ampla e eficiente paracompreender as diversas dimenses do comportamento de liderana do treinadore a suas relaes com os atletas, estando aberto o reconhecimento da existnciade uma interaco entre os membros de um grupo.Segundo Fiedler (1967), os comportamentos de liderana so actos que older utiliza no decorrer da sua aco de dirigir e coordenar o trabalho dosmembros do seu grupo, podendo envolver actos como a estruturao dasrelaes, elogiar ou criticar membros do grupo e mostrar considerao peloseu bem-estar e sentimentos, contribuindo desta forma para a felicidade decada membro.Na reviso de estudos de Bass (1981, 1990) verificou-se que alguns tericosequacionaram a liderana como um efeito da dinmica de um grupo e nocomo a causa ou controlo da sua aco. Para Cunha et al. (2003) que apontama existncia da liderana numa organizao quando os seus membros,consideram que: (i) definem-se como membros do grupo; (ii) so definidospelos outros como membros do grupo; (iii) identificam-se uns com os outros;(iv) envolvem-se em interaco frequente e (v) planeiam alcanar objectivoscomuns e interdependentes.Em relao s diferentes perspectivas tericas sobre liderana mencionadas naliteratura, Leito (1999) sublinhou que esta evoluo ocorre, por um lado, noconfronto de uma concepo unidireccional dos fenmenos de liderana versusuma concepo em que a liderana definida como uma relao recproca ede interaco e, por outro, no confronto entre as abordagens centradas noindivduo, no grupo e na situao.

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    1.2 Modelos de Estudo da Relao Treinador - Atleta

    Dado que a investigao no que respeita ao lder um processo que interessouaos vrios autores, importa tambm estudar o comportamento do treinador nasdiferentes situaes, tendo havido vrios estudos que procuraram sublinhar arelao de interdependncia entre a personalidade de um treinador e a actividadepor este desenvolvida. Sendo assim, possvel estabelecer uma relao entreo treinador e o atleta.Segundo Serpa (1990), o atleta apresenta comportamentos e atitudes que tma ver com a influncia que nele exerce o treinador, existindo factores devrias ordens que podem ter influncia na relao entre ambos, como ocaso da personalidade.Para Laughead e Hard (2005) a liderana pode ser exercida por qualquermembro de um grupo, identificado dois tipos de liderana, que pode ser divididaquanto aos papis a ocupar pelos seus membros: a liderana formal e a informal.Os lderes formais so os indivduos que so nomeados pela organizao ougrupo. Por exemplo, os treinadores e os capites de equipa que ocupam posiesde poder dentro da equipa. Por outro lado, os jogadores da equipa podemdesempenhar o papel de lderes informais, desde que os seus papis se desenrolemna base das interaces entre os membros do grupo. Os atletas que desempenhampapis informais de liderana representam os lderes naturais nas suas equipas.Laughead e Hard (2005) identificaram os comportamentos destes membros nogrupo e verificaram que estes lderes naturais eram seleccionados pelos treinadorespara seus coordenadores no desempenho de vrias tarefas. De uma formageral, tambm verificaram que os lderes naturais utilizavam tipos de lideranadiferentes nas vrias situaes. Por exemplo, durante a realizao dos trabalhos,quando alguns membros do grupo necessitavam de auxlio tcnico ou funcionalprocuravam estes lderes, tambm quando outros membros do grupo procuravamrelaes interpessoais fortes, tambm procuravam estes lderes naturais emquem podiam confiar.Os lderes naturais preenchem as funes onde os lderes formais fracassam.De acordo com Laughead e Hard (2005) foi observado que os lderes naturaissubstituem os lderes formais. Como resultado, os lderes naturais tendem aadoptar os dois factores de motivao da escala de Liderana no desporto(LSS), o suporte social e o reforo positivo numa tentativa de assegurar queas necessidades e aspiraes dos membros da equipa so satisfeitas.

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    Nas ltimas dcadas, e de acordo com os estudos efectuados, a investigaoda liderana no contexto do desporto, tem sido suportada por trs grandeslinhas de orientao: (i) o modelo multidimensional de liderana no desporto(Chelladurai, 1978; Chelladurai e Carron, 1978); (ii) o modelo mediacional deliderana (Smitth, Smoll e Curtis, 1978, 1979), (iii) o modelo normativo deestilo de deciso do treinador (Chelladurai e Arnott, 1985; Chelladurai et al.,1989). Por sua vez, o modelo conceptual de coaching (Cot, Trudel e Salmela,1993) e o modelo de comportamentos ansiognicos do treinador (Serpa, 1995),representam os modelos mais recentes.Dos modelos tericos citados, a base deste estudo o modelo multidimensionalde liderana, onde se faz uma breve caracterizao.

    1.3 Modelo Multidimensional de Liderana no Desporto

    Vrios modelos sobre o comportamento de liderana em contextoorganizacional serviram de base criao e ao desenvolvimento do modelomultidimensional de liderana.Desta forma, Chelladurai (1993), conceptualizou a liderana como umprocesso interacional, sendo a eficcia do lder/ treinador determinada pelascaractersticas da situao, dos atletas e do prprio lder, conforme seilustra na Figura 1.

    Figura 1 Modelo multidimensional de liderana.

    Antecedentes Comportamentos do lder Consequncias

    Caractersticada situao

    Caractersticado lder

    Caractersticados membros

    Comportamentoexigido

    Comportamentoreal

    Comportamentopreferido

    PerformancesSatisfao

    Fonte: Adaptado de Chelladurai (1978, 1993).

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    Por sua vez, o rendimento e a satisfao dos atletas consideradas individualmenteou em equipa so percepcionados em funo dos comportamentos do treinadorrequeridos pela situao, dos comportamentos actuais do treinador e doscomportamentos do treinador preferidos pelos atletas.Em relao aos antecedentes considerados por Chelladurai (1978) o nvel deorganizaes desportivas, os objectivos, as normas, as dimenses, assim comoa cultura organizacional, tradies e estrutura formal so aspectos situacionaisque podem influenciar o comportamento do treinador.As caractersticas do treinador so definidas pelos seus conhecimentos sobre omeio em que o processo se desenrola, sobre as matrias especficas da modalidade,pela sua personalidade, experincia, capacidade intelectual e instrumental.Quanto s caractersticas dos membros, Chelladurai (1978) associa-as maturidade dos atletas, sua personalidade, s capacidades tcnicas e fsicas, experincia s motivaes, idade e ao gnero.Relativamente aos comportamentos do treinador, Chelladurai (1978) incluitrs tipos de categorias comportamentais:

    a) os comportamentos requeridos, em funo da situao em que o treinadorse encontra, e que so normalmente determinados pela cultura organizacionalque estabelece limites aos comportamentos considerados apropriados;

    b) os comportamentos do treinador preferidos pelos atletas e que so resultantesdas caractersticas destes e das caractersticas da situao;

    c) a influncia das caractersticas situacionais, os comportamentos requeridospela organizao, os comportamentos preferidos pelos atletas e a influnciadas suas prprias caractersticas concorrem para que o treinador adopte umcomportamento real, que pode assumir um carcter adaptativo ou reactivo.O ambiente de trabalho para um treinador pode, deste modo, ser consideradomais ou menos favorvel, dependendo do grau em que possvel empenhar-se em comportamentos adaptativos ou reactivos.

    O rendimento individual dos atletas ou da equipa so as variveis dependentesdo comportamento do treinador. De referir, no entanto, que as hipteses iniciaisdo modelo de liderana, apenas previam que a prestao e a satisfao dosatletas estivesse ligada congruncia entre os comportamentos requeridos erealmente adoptados. O modelo inicial considerava, ainda, que os atletas apenasinfluenciavam o comportamento do treinador atravs das preferncias determinadaspelas suas caractersticas e julgamentos.

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    Para Chelladurai (1981), o indivduo motivado a participar no desporto coma esperana de alcanar, atravs da sua participao, padres de recompensaestabelecida pelo prprio indivduo.Para Leito (1999) o desajustamento entre as recompensas recebidas einteriorizadas tem efeitos ao nvel da satisfao e do estado motivacional doatleta. O processo motivacional foi extrado da teoria path-goal onde a funomotivadora do lder, consiste em incrementar um sistema de recompensas paraos subordinados, baseado no conjunto de objectivos a alcanar, clarificar otrabalho, reduzir os obstculos e criar oportunidades para a satisfao pessoal.De acordo com os conceitos clssicos da motivao, o treinador deve de umaforma constante incrementar nos seus atletas nveis de motivao elevadosdefinindo claramente quais os objectivos a alcanar, por forma a que estespossam dedicar o esforo exigvel e de forma persistente, assim como a direcopretendida de cada elemento e do grupo.Uma abordagem que envolva aspectos diferentes da satisfao consistentecom a noo, h muito reconhecida pelos investigadores em contextoorganizacional, de que a satisfao um construto multifacetado (Leito,1999). O racional especfico para a incluso de medidas de satisfao como rendimento individual baseado em questes metodolgicas e conceptuaisda investigao sobre a liderana, no que diz respeito ao significado emedida do desempenho e da satisfao, particularmente em instituiesdesportivas e educacionais.Uma caracterstica relevante dos desportos colectivos reside no facto da recompensaser a vitria e esta ser apenas para uma das equipas. Assim, uma equipa ou umatleta podem ser privados do prmio fundamental, apesar do esforo despendido.De facto, o treinador deve procurar manter os nveis de motivao dos atletas,mesmo quando a equipa adversria vena e lhe negue uma recompensaorganizacional primria.

    1.4 Modelo Mediacional de LideranaDesenvolvido por Smith, Smoll e Curtis (1979) e posteriormente melhoradopor Smoll e Smith (1989) o modelo mediacional de liderana apresenta algumassemelhanas com o modelo apresentado por Chelladurai (1978). Apesar doseu objectivo ser o de examinar a influncia dos comportamentos do treinadorno desporto juvenil, os autores consideraram, como variveis determinantes,as caractersticas individuais do atleta e do treinador e os factores situacionais.

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    Este modelo permitiu verificar que estas variveis influenciam o comportamentodo treinador, a percepo e recordao do atleta e a sua reaco avaliadorarelativamente ao comportamento daquele. Por sua vez, os aspectos relativoss caractersticas individuais do treinador (v.g., personalidade, atitude, relacionais,instrumentais, gnero), do atleta (v.g., idade, gnero, relao com os processosde treino, auto-estima) e s caractersticas da situao (v.g., modalidade praticada,nvel de competio, treino, jogo) que so idnticos aos apresentados porChelladurai (1978).Embora Smith, Smoll e Curtis (1979) tenham privilegiado a observao, paraavaliar o comportamento do treinador, tambm sugeriram a aplicao dequestionrios para avaliar as percepes e recordaes dos atletas relativamenteaos comportamentos do treinador e a auto-percepo dos tcnicos.

    1.5 Modelo Normativo da Tomada de Deciso

    A tomada de deciso um processo consciente de seleco de uma modalidadede aco entre duas ou mais alternativas com a finalidade de alcanar umdeterminado resultado. Na tomada de deciso h trs elementos fundamentais a:a) seleco;b) conscincia;c) orientao dirigida a uma meta ou objectivo.Para Vieira (2002) os subordinados revelam-se mais empenhados em apoiarum plano ou uma deciso, quando eles prprios participam. E, esta participaogarante apreciveis dividendos em termos de motivao acrescida e de melhorexecuo das tarefas ou misses. Contudo, a participao dos subordinados noprocesso da tomada de deciso termina quando esta alcanada. O lder deverencorajar as diferenas de opinio, uma vez que estas diferenas, quandohonestas e objectivas, podero ser muito teis para determinar as vantagens einconvenientes de cada alternativa.Tambm para Rego (1998) em alguns problemas, as decises grupais sopotencialmente mais eficazes, do que as decises tomadas por um nico indivduo,apesar de existirem diversos aspectos que podem dificultar o aproveitamentode tal potencial, quando:a) o grupo muito grande, a comunicao entre os participantes torna-se difcil;b) existem grandes diferenas entre os estatutos dos indivduos, corre-se o

    risco de a reunio ser dominada pelos que tm maior estatuto;

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    c) as pessoas so imaturas e emocionalmente instveis, podem surgir rupturasno funcionamento do grupo.

    O modelo normativo de tomada de deciso, foi desenvolvido para estudar o graude participao dos subordinados no processo da tomada de deciso, permitindo--lhes optar, de maneira mais racional, por um determinado tipo de deciso.De acordo com as teorias para Horn (1992) o estilo de tomada de deciso adoptadopelo treinador em qualquer situao pode alterar-se num continuum, no qual ospontos so definidos atendendo participao dos atletas no processo de tomadade deciso. O continuum pode variar entre um estilo de deciso autocrtico (noqual o treinador toma a deciso sozinho) e um estilo de deciso delegativo (noqual um treinador delega a tomada de deciso num ou mais atletas). Entre estesdois, pode ainda verificar-se o estilo consultivo (no qual o treinador consulta umou mais sujeitos da equipa e depois toma a deciso) e o estilo participativo (noqual o treinador e outros membros do grupo tomam a deciso em conjunto). Almdisso, ainda de acordo com Horn (1992), a eficcia do estilo de tomada de decisotem como condicionantes a influncia situacional, designadamente:a) a qualidade requerida das decises;b) a quantidade de informao relevante detida pelo treinador;c) a complexidade do problema;d) o grau de coeso entre os sujeitos do grupo;e) o tempo disponvel para a resoluo do problema;f) o grau de aceitao da deciso por parte dos atletas;g) o poder detido pelo treinador.

    1.6 Modelo Dinmico do Coaching

    Desenvolvido por Ct Trudel e Salmelar (1993) o modelo dinmico do coachingpretende integrar diversos elementos do processo de treino desportivo, quedizem respeito interveno do treinador. Embora o principal objectivoconsiderado no modelo fosse o desenvolvimento dos atletas, independentementedo nvel em que estes se encontrem, verifica-se que a competio, o treino ea organizao so as componentes centrais do modelo. Estas componentes soas que diferenciam este modelo dos modelos multidimensional e mediacional.Nas componentes perifricas, os mesmos autores incluram as caractersticas pessoaisdo treinador, as caractersticas pessoais dos atletas, o seu nvel de desenvolvimentoe os factores contextuais. Dentro destas componentes centrais deve ser igualmente

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    considerada a estimativa que o treinador realiza sobre o potencial do atleta. Derealar que a recolha da informao sobre qualquer das componentes deste modelopode ser obtida atravs de entrevistas, questionrios e observao.A interveno do treinador influenciada pela forma como as componentes centraisinteragem, facto que tem reflexos directos ao nvel dos objectivos, exigindo umaconstante avaliao e ajustamento por parte do treinador, sendo importante aestimativa que este faz dos atletas bem como das componentes perifricas.

    1.7 Modelo de Comportamentos Ansiognicos do Treinador

    No desenvolvimento da perspectiva scio-emocional que enfatiza a componenteafectiva resultante da interaco treinador atleta, situa-se o modelo decomportamentos ansiognico do treinador desenvolvido por Serpa (1995). Estemodelo procurou relacionar os comportamentos verbais e no verbais do treinador,com as reaces emocionais do atleta, provenientes da interpretao dessescomportamentos. Mais concretamente, preconizado que os sentimentos detenso e ansiedade desenvolvidos pelos atletas podem ser determinados atravsda percepo negativa que estes tm dos comportamentos do treinador.Serpa (1995) considerou que o confronto do atleta com uma situao de inseguranae instabilidade durante a competio, a expectativa criada pelo atleta sobre ocomportamento do treinador e a reaco do treinador ao comportamento doatleta, so as trs situaes desencadeadoras das reaces emocionais no atletas.O inventrio de comportamentos ansiognicos do treinador (ICAT) criado porSerpa (1995, p. 168) o instrumento de avaliao da relao treinador atletaque permite detectar zonas de disfuncionalidade relativas ao negativo impactoemocional que o tcnico possa ter no praticante.De acordo com Serpa (1995), as relaes entre treinador e atleta seguem trsteorias fundamentais: a teoria comportamental; a organizacional; a scio-emocional.A abordagem comportamental tem por objectivo estudar directamente o tipode influncia do treinador nas atitudes e comportamentos do atleta, duranteo processo de treino, investigando tambm as mudanas no comportamentodo treinador.A abordagem organizacional baseia-se no conceito de que as equipas desportivasso organizaes com caractersticas especficas que existem num contextoorganizacional mais amplo, no qual o treinador tem uma funo de lideranaque deve respeitar os objectivos da organizao e levar em conta as pretensesdos membros do seu grupo e as caractersticas da situao.

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    A abordagem scio-emocional est assente na componente emocional queresulta da interaco entre os dois intervenientes, treinador e atleta, podendoter efeitos negativos ou positivos na adaptao do praticante e no equilbrioemocional da relao.

    1.8 Modelo de Motivao do TreinadorO modelo de motivao do treinador, desenvolvido por Mageau e Vallerand(2003) tem como objectivo verificar o quanto os treinadores podem influenciara motivao intrnseca dos atletas. Na linha da teoria da evoluo cognitiva edo modelo da hierarquia da motivao intrnseca e extrnseca, uma sequnciamotivacional proposta onde as orientaes pessoais do treinador vo nadireco do treino autnomo, em que operam dentro do contexto e as suaspercepes dos comportamentos dos atletas e motivaes influenciam oscomportamentos dos treinadores. De igual modo os comportamentos dostreinadores durante os treinos, promovem a estrutura e o envolvimento dosatletas, gerando autonomia, competncia e relacionamento.No contexto do ensino e tendo em conta que na Academia Militar o treinadornunca deixa de exercer a funo de professor, um ensino de qualidade nose esbate unicamente na matria ou tarefa que se transmite, mas alarga-se aoutros valores, intrnsecos a um ensino motivado e de prazer (Sarmento2004, p.75).Na realidade, considera-se que a motivao que o professor transmite podeprovocar nos alunos a vontade de aprender. este sentido lato do ensino,que faz com que se goste da matria pela simpatia que os professores emanamou pela sua capacidade em transmitirem o prazer de aprender.A motivao no resulta s dos factores do participante e da situao,mas tambm da interaco destes dois conjuntos de factores, da adenominao de perspectiva interaccional. Este modelo sugere que ocomportamento motivado resulta da interaco contnua do atleta e dosfactores atlticos ambientais.Segundo Rosado (1994) ao nvel da optimizao da relao professor-alunoou treinador-atleta uma varivel que tem vindo a ser referida como fundamentalna criao da ambincia afectiva necessria o entusiasmo. necessrio encarar o entusiasmo como um factor que pode afectar o processode treino, nomeadamente a motivao, o ambiente relacional, a coeso dosgrupos, o empenhamento e a competitividade.

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    Para Rosado (1994), o entusiasmo refere-se a um conjunto de caractersticasque merecem um envolvimento e uma participao activa e estimulante naaula, como sejam as inflexes de voz, uma exuberncia nos gestos e nosmovimentos, a forma como se desloca na sala de aula.

    1.9 A Comunicao na Relao Treinador - Atleta

    Uma organizao humana uma rede comunicacional, podendo-se concluirque uma das foras mais inibidoras do desempenho bem sucedido dos grupos a ausncia de comunicao eficaz.De acordo com Leito (1999), o treinador, para ser eficiente na sua relaocom os atletas e ter capacidades de influenciar a equipa, deve dominardeterminadas competncias verbais e no verbais de comunicao. Os actosfalam mais alto que as palavras, (Costa, 1994) pelo que o treinador deve nos reconhecer, mas tambm interpretar as mensagens no-verbais, assim comodeve comunicar com os mesmos atravs deste tipo de comunicao.O lder para alm de comunicar tem de saber escutar, facto que representa aeficcia comunicacional. O feedback serve duas funes fundamentais paraquem o recebe (Cunha, 2003):a) instrutivo quando clarifica papis e sugere alteraes de comportamentos;b) motivacional quando, por via de recompensas ou promessas da mesma,

    os membros organizacionais incrementam os seus nveis de esforo e somais persistentes na execuo proficiente das tarefas.

    2. HIPTESE DE INVESTIGAO

    Nesta investigao visa estudar os comportamentos de liderana dos treinadores,percepcionados pelos atletas, durante o treino das modalidades desportivascolectivas, individuais e no treino fsico de aplicao militar (TFAM), na AcademiaMilitar. Deste modo o objectivo da investigao verificar se os comportamentosdos treinadores se alteram face s diferentes caractersticas da situao.Neste sentido, vai verificar-se se existem diferenas significativas noscomportamentos de liderana, percepcionados pelos atletas, nos diferentescontextos desportivos.

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    3. CARACTERIZAO DA AMOSTRAA amostra constituda por 397 atletas, dos quais 135 praticam desportoscolectivos (8 modalidades diferentes), 262 praticam desportos individuais (12modalidades diferentes) e todos eles praticam treino fsico de aplicao militar,conforma se ilustra no Grfico 1.

    Quadro 1 - Variveis independentes e dependentes.

    Grfico 1 - Distribuio dos atletas pelos contextos desportivos.

    Variveis independentes:

    Funo:- Treinador;- Atleta.Contexto:- Desportos colectivos;- Desportos individuais;- Treino fsico de aplicao militar.

    Variveis dependentes

    Dimenses da ELD:- Treino e instruo (TI);- Reforo (RF);- Suporte social (SS);- Democrtico (DEM);- Autocrtico (AUT).

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    4. IMPLEMENTAO DO INQURITO

    O universo em apreo so os alunos da Academia Militar, sendo a amostracomposta pelos alunos do 1. ao 4. ano das Armas e Servios.Os questionrios foram baseados nos trabalhos de investigao sobre LeadershipScale for Sport (LSS) de Chelladurai e Carron (1978).Foi tambm includa na primeira parte do questionrio uma seco destinada recolha de dados demogrficos e desportivos dos inquiridos, cujos dados noso aqui apresentados.A recolha de dados foi feita entre Maro e Maio de 2006. Foi utilizada a escalade Likert com 5 nveis, sendo 1: nunca, 2: raramente, 3: ocasionalmente,4: frequentemente e 5: sempre.Os dados foram introduzidos na base de dados do Statistical Software forSocial Sciences (SPSS), verso 14.0.Utilizaram-se vrios mtodos estatsticos, nomeadamente para:

    a) que o questionrio fosse fivel e consistente aplicou-se o mtodo estatsticoAlpha de Cronbach;

    b) determinar as mdias e os desvios padro das dimenses dos comportamentosda liderana, aplicou-se a estatstica descritiva;

    c) verificar se existe uma mdia significativamente diferente das restantes utilizou--se a comparao mltipla de mdias (ANOVA), atravs do teste post-hocde comparao mltipla de mdias Tukey.

    Todos os testes estatsticos aplicados amostra tm o nvel de significncia = 5%, o nvel de confiana = 95% e o erro = 5%.

    5. RESULTADOS

    No Grfico 2 mostra-se a caracterizao global dos resultados percepcionadospelos atletas nos seguintes comportamentos de liderana: Treino e instruo(TI); reforo positivo (REF); suporte social (SS); estilo democrtico (DEM);estilo autocrtico (AUT); e nos seguintes contextos desportivos: Desportoscolectivos (DC); desportos individuais (DI); treino fsico de aplicaomilitar (TFAM).

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    De acordo com o Grfico 2 e quanto caracterizao dos comportamentos deliderana dos treinadores, segundo a percepo dos atletas, nos desportoscolectivos, pode-se analisar que a dimenso autocrtica a que tem o valormais baixo. Relativamente s restantes dimenses, verifica-se que estas assumemvalores mais elevados, com a dimenso treino e instruo a assumir o valormais elevado.Nos desportos individuais, pode-se analisar que a dimenso estilo autocrtico a que tem o valor mais baixo. Relativamente s restantes dimenses, verifica-se que estas assumem valores mais elevados, com a dimenso treino e instruoa assumir o valor mais elevado.No treino fsico de aplicao militar, pode-se analisar que a dimensodemocrtico a que apresenta o valor mais baixo, dado que a dimenso estiloautocrtico no foi aqui considerada devido ao alfa ser de 0,28. Relativamentes restantes dimenses, verifica-se que estas assumem valores mais elevados,com a dimenso treino e instruo a assumir o valor mais elevado.Nos diferentes contextos desportivos, no existe um desfasamento muitoacentuado de mdias entre os desportos colectivos e individuais, verificando-se que as dimenses treino e instruo, reforo, suporte social e estilo autocrticoapresentam valores mais elevados nos desportos colectivos, excepto na dimensoestilo democrtico em que os desportos individuais apresentam um valor maiselevado, o que est em conformidade com o estudo de Casanona (2003).Relativamente ao treino fsico de aplicao militar apresenta em todas asdimenses valores inferiores aos desportos colectivos e individuais.

    Grfico 2 : Resultados das dimenses dos comportamentos de liderana nos contextos desportivos.

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    De acordo com Leito (1999) os atletas finlandeses percepcionavam, com maiorfrequncia, comportamentos autocrticos e de suporte social nos treinadores dosdesportos colectivos do que nos treinadores dos desportos individuais, conformeo nosso estudo. Tambm neste estudo e apesar das diferenas de mdias serpouco acentuada, pode-se verificar que os atletas percepcionam, com maiorfrequncia, comportamentos autocrticos e de suporte social nos treinadores dedesportos colectivos, conforme se observa no Grfico 2. Por sua vez Chelladurai(1993) observou que os atletas de desportos colectivos, individuais e de combatepercepcionavam nos treinadores comportamentos de estilo democrtico comnveis mais elevados nos desportos individuais, o que confirma este estudo.

    Desportos Colectivos Desportos Individuais TFAM

    TI Desportos ColectivosDesportos Individuais 0,99TFAM 0,99 1,00

    REF Desportos ColectivosDesportos Individuais 0,95TFAM 0,98 0,99

    SS Desportos ColectivosDesportos Individuais 0,83TFAM 0,91 0,96

    DEM Desportos ColectivosDesportos Individuais 0,90TFAM 0,95 0,98

    AUT Desportos ColectivosDesportos Individuais 0,88TFAM 0,94 0,97

    Quadro 2 : Diferenas significativas nos comportamentos de liderana, quanto aos contextosdesportivos

    De acordo com o Quadro 2 e da anlise efectuada s vrias dimenses doscomportamentos de liderana entre os diferentes contextos desportivos, verifica--se que p-value > 0,05 em todas as comparaes de mdias, pelo que no hdiferenas significativas.Da anlise dos resultados apurados e que foram apresentados, pode-se concluirque o treinador no altera os seus comportamentos de liderana face scaractersticas das situaes (contextos desportivos).

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    OS COMPORTAMENTOS DE LIDERANA NOS INSTRUTORES DE EDUCAO FSICA EM DIFERENTES CONTEXTOS DESPORTIVOS

    6. CONCLUSES

    De acordo com a percepo dos atletas, os treinadores no alteramsignificativamente os seus comportamentos de liderana nos diferentes contextosdesportivos.Na relao entre treinador-atleta, est-se na presena de comportamentos deinteraco baseado na tarefa acompanhado de reforo positivo, onde o estilode deciso percepcionado o democrtico, permitindo-se, assim, encontraruma predominncia na participao de todos relativamente tomada de deciso,procurando-se o envolvimento e o sentido de pertena de todos.O suporte social, dimenso associada ao bem-estar, encontra-se como quartapreferncia e referida apenas como pouco importante.Pode-se concluir que o treinador se preocupa com o cumprimento dos objectivose opta por um estilo de deciso democrtico, onde procura manter os atletaspermanentemente envolvidos no processo.

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