LIÇÃO 10 – AS SETENTA SEMANAS
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Lição 10
INTRODUÇÃO
Diferentemente dos capítulos anteriores, o nono capítulo
de Daniel não descreve o futuro dos impérios mundiais,
mas o de Israel. Nesta lição, estudaremos a pesquisa de
Daniel quanto à profecia de Jeremias: as setenta
semanas, um período de 490 anos para o povo judeu.
Este período compreende o fim do tempo da escravidão e
do exílio dos israelitas em terras estranhas. A partir de
uma circunstância histórica, Deus revelou a Daniel uma
verdade futura acerca do seu povo. Pelo período de
setenta anos, Israel veria a soberania de Deus intervindo
em seu futuro. E após uma visão estarrecedora dos
capítulos 7 e 8, referente ao tempo vindouro, em que "um
rei feroz" prefigurava o futuro Anticristo, o profeta
enfraqueceu-se física e emocionalmente, restando-lhe tão
somente orar e buscar o socorro de Deus.
1. O tempo da profecia de Jeremias (vv.
1,2). Daniel, agora um ancião, ainda exercia
suas atividades políticas sob domínio de
Dario. O profeta esquadrinhou a mensagem
do livro de Jeremias. E descobriu que a
profecia de Jeremias determinava um tempo
de setenta anos de cativeiro para os judeus.
Logo este tempo marcado pelo sofrimento
chegaria ao fim. Ao compreender a
mensagem, o profeta Daniel orou a Deus,
pedindo-lhe o cumprimento da promessa ao
seu povo e que, por fim, Ele restaurasse o
reino a Israel.
2. A confissão dos pecados de um povo
(vv.3-11,20). A oração de Daniel demonstrou
uma atitude confessional e de
reconhecimento da culpa. Ele não apenas
informou a culpabilidade do seu povo, mas
a sua própria também: "pecamos, e
cometemos iniquidade, e procedemos
impiamente, e fomos rebeldes, apartando-
nos dos teus mandamentos e dos teus juízos"
(v.5). A despeito da sua integridade, Daniel
não foi presunçoso diante da justiça de
Deus, pois ele colocou-se debaixo da
mesma culpa do povo e suplicou o perdão
a Deus.
3. Daniel reconheceu a justiça de
Deus (vv.7,16). A princípio, como um
ser humano imerso no sofrimento,
Daniel não compreendeu a
manifestação da justiça de Deus contra
o seu povo, mas ao mesmo tempo ele
estava convicto acerca da perfeição da
justiça divina.
Não podemos, entretanto, confundir o
juízo de Deus com os acertos de contas
humanos. A justiça divina não é justiça
humana.
1. As setenta semanas (v.24). Daniel
confirmara que Jeremias profetizou os setenta
anos do exílio de Israel (Jr 25.11-13; 2 Cr
36.21). Por isso, na Bíblia, o número setenta
ganhou um sentido profético. Assim, cada dia
da semana pode significar um ano; cada
semana, um período de sete anos. Então, as
setenta semanas compreendem o período de
490 anos setenta multiplicado por sete. Mas
quando se deu o início do cumprimento das
setenta semanas? Para respondermos a esta
pergunta temos de explicar primeiramente a
expressão "setenta semanas":
a) Explicação. O versículo 24 afirma que Deus determinou as
setenta semanas. O bloco que forma os versículos 24-27 é
profeticamente dividido em três grupos: 1) sete semanas (49
anos); 2) sessenta e duas semanas (434 anos); 3) uma semana (7
anos). Estes somam as setenta semanas:
b) O primeiro grupo (1). O início desta profecia deu-se com o
decreto da reconstrução de Jerusalém (v.25). Os principais
estudiosos do assunto concordam que se trata do decreto de
Artaxerxes Longímano, baixado em 445 a.C. (cf. Ne 2).
c) O segundo grupo (2). É o período do advento do Messias,
Jesus de Nazaré (vv.25,26). Neste tempo o Senhor foi morto e
mais tarde Jerusalém foi novamente destruída através da
liderança do general do exército romano, Tito, em 70 d.C.
d) O terceiro (3). Esta semana ainda não aconteceu (v.27).
Compare o versículo 27 de Daniel com Mateus 24.15 e veja como
se trata de uma profecia que ainda não se cumpriu. Esta última
semana refere-se, então, ao período que implicará o advento do
Anticristo e o início do tempo de tribulação para Israel.
2. Os três príncipes são mencionados na profecia (vv.25,26). O primeiro príncipe é o
Messias (v.25). O segundo apareceu
posteriormente e destruiu a cidade de
Jerusalém e o santuário em 70 d.C., trata-
se do general Tito (v.26). E o terceiro
príncipe surgirá no futuro, na última
semana profetizada por Daniel (v. 27).
Este príncipe não é o Messias "tirado"
(9.26), mas certamente um personagem
mais poderoso que Antíoco Epifânio e o
general Tito. Trata-se, portanto, do
Anticristo (2 Ts 2.3-9; 1 Jo 2.18).
3. O intervalo que precede a septuagésima semana
(v.27). O estudo das Escrituras demonstra um longo
intervalo de tempo que precede a septuagésima semana. A
Bíblia identifica este intervalo profético como "o tempo dos
gentios". A comunhão espiritual entre judeus e gentios,
mediante a salvação em Cristo, formou um novo povo para
Deus: a Igreja (Ef 2.12-16; 1 Pe 2.9,10). Atualmente, estamos
no tempo da graça de Deus e temos de anunciar o ano
aceitável do Senhor para o mundo inteiro (Lc 4.18,19).
Após o tempo gentílico virá a última semana que, identificada
pelas profecias bíblicas, significa um tempo de Grande
Tribulação.
É neste tempo que o "assolador", isto é, o "anticristo" ou "o
homem do pecado" ou "o homem da perdição", virá sobre a
asa das abominações (v.27).
Os sinais que precedem a revelação dessa figura abominável
estão ocorrendo por toda parte. Todavia, a Igreja de Cristo
não mais estará neste mundo, pois a noiva do Senhor será
arrebatada antes do tempo da tribulação (1 Co 15.51,52).
1. Revelar o "homem do pecado" (2 Ts 2.3).
De acordo com as profecias, nem Antíoco
Epifânio nem o general Tito foram objetos
das predições do versículo 27 de Daniel. A
passagem bíblica começa com o pronome
"ele", também identificado como "o rei de
cara feroz"; "o chifre pequeno"; "o animal
terrível e espantoso". Mas quem será o
personagem do livro de Daniel? Em o Novo
Testamento, ele é identificado como "o
anticristo" (1 Jo 2.18; 4.3) e "a besta que saiu
do mar" (Ap 13.1). Apesar de apresentada
numa linguagem simbólica, a personagem é
literal. Trata-se de um líder mundial poderoso
que chamará a atenção das nações pela
sua diplomacia, astúcia e inteligência
política.
2. A Grande Tribulação (Mt 24.15,21). O Anticristo "fará
uma aliança com muitos por uma semana (v.27). Note a
expressão "com muitos"! Esta quer dizer que o Anticristo
fará uma aliança com Israel, mas de início esta aliança não
será unânime entre os judeus. Contudo, o Anticristo terá
influência suficiente para impor a sua liderança política e,
por fim, alcançar o sucesso e sua completa aceitação
entre os judeus.
A força política do Anticristo será reconhecida nos três
primeiros anos e meio, isto é, na primeira metade da última
semana, quando a marca desse tempo será um período de
falsa paz e harmonia. Em seguida, surgirá um tempo de
sofrimento e tamanha aflição em todo o mundo.
Perseguição, humilhação e morte serão a tônica desse
tempo, a segunda fase da Grande Tribulação. Entretanto,
e antes de tudo isso ocorrer, a Igreja será arrebatada e
estará para sempre com Cristo na glória.
3. Revelar a vitória gloriosa do Messias. Jesus Cristo, o Messias
prometido, será revelado quando da
sua segunda vinda visível sobre o
Monte das Oliveiras (Zc 9.9,10). O Rei
aniquilará por completo o poderio do
Anticristo, do falso profeta e do
próprio Diabo (Ap 19.19-21) e
estabelecerá um reino de paz e
harmonia no mundo todo. Esta é uma
mensagem de esperança para o
nosso coração. Não tenhamos medo,
creiamos tão somente! Breve Jesus
voltará! Alegremo-nos nesta
esperança!
Conclusão.Vivemos um tempo de incredulidade.
Muitos se dizem teólogos, mas negam e
desprestigiam as profecias bíblicas. Eles
preferem as alegorias ao invés de se
debruçarem sobre as Escrituras e estudá-
las com fé, graça e humildade. Entretanto,
a Igreja não pode rejeitar as verdades
futuras de nosso Senhor. Portanto,
corramos e prossigamos em conhecê-lo
mais, sabendo que um dia tudo será
desvendado aos nossos olhos.
ACESSE O NOSSO SITE
www.escola-dominical.com
Produção dos slides
Pr. Ismael Pereira de Oliveira
&Lourinaldo Serafim