LIÇÃO 1 - PAULO E A IGREJA EM FILIPOS

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27/06/13 LIÇÃO 1 - PAULO E A IGREJA EM FILIPOS www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/licao1-fhc-3tr13-pauloeaigrejaemfilipos.htm 1/20 Home Estudos EBDDiscipulado Mapas Igreja Ervália Corinhos Figuras1 Figuras2 Vídeos Fotos LIÇÃO 1 - PAULO E A IGREJA EM FILIPOS LIÇÕES BÍBLICAS - 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Para jovens e adultos Tema: Filipenses - A Humildade de CRISTO como exemplos para a Igreja. Comentário: Pr. Elienai Cabral Complementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida Silva QUESTIONÁRIO NÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS E EXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃO http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm TEXTO ÁUREO "E peço isto: que o vosso amor aumente mais e mais em ciência e em todo o conhecimento" (Fp 1.9). VERDADE PRÁTICA Paulo tinha uma grande afeição pelos irmãos de Filipos; por isso suas orações e ações de graças por essa igreja eram constantes. LEITURA DIÁRIA Segunda - Fp 1.3-6 A oração que inspira compromisso Terça - Fp 1.7 A justiça provém do amor Quarta - Fp 1.12-15 Tribulações por amor ao Evangelho Quinta - Jo 15.4,5,8,16 O amor revela-se em obras Sexta - Rm 12.9-21 O amor valida as boas obras Sábado - Fp 4.14-19 O amor gera contentamento LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Filipenses 1.1-11 1 Paulo e Timóteo, servos de JESUS CRISTO, a todos os santos em CRISTO JESUS que estão em Filipos, com os bispos e diáconos: 2 graça a vós e paz, da parte de DEUS, nosso Pai, e da do Senhor JESUS CRISTO. 3 Dou graças ao meu DEUS todas as vezes que me lembro de vós, 4 fazendo, sempre com alegria, oração por vós em todas as minhas súplicas, 5 pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora. 6 Tendo por certo isto mesmo: que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de JESUS CRISTO. 7 Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vós fostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação do evangelho. 8 Porque DEUS me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição de JESUS CRISTO. 9 E peço isto: que a vossa caridade aumente mais e mais em ciência e em todo o conhecimento. 10 Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros e sem escândalo algum até ao Dia de CRISTO, 11 cheios de frutos de justiça, que são por JESUS CRISTO, para glória e louvor de DEUS. CARTA DO APÓSTOLO PAULO AOS FILIPENSES (BEP -CPAD) Esboço Introdução (1.1-11) A. Saudações (1.1,2) B. Ação de Graças e Oração pelos Filipenses (1.3-11) I. As Circunstâncias em que Paulo se Encontrava (1.12-26) A. O Avanço do Evangelho por Causa da Prisão de Paulo (1.12-14) B. A Proclamação de Cristo de Todas as Maneiras (1.15-18) C. A Disposição de Paulo para Viver ou Morrer (1.19-26) II. Assuntos de Interesse da Igreja (1.27—4.9) A. Exortação de Paulo aos Filipenses (1.27—2.18) 1. À Perseverança (1.27-30) 2. À Unidade (2.1-2) 3. À Humildade e Prontidão em Servir (2.3-11) 4. À Obediência e à Conduta Irrepreensível (2.12-18) B. Os Mensageiros de Paulo à Igreja (2.19-30) 1. Timóteo (2.19-24) 2. Epafrodito (2.25-30)

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LIÇÃO 1 - PAULO E A IGREJA EM FILIPOSLIÇÕES BÍBLICAS - 3º Trimestre de 2013 - CPAD - Para jovens e adultosTema: Filipenses - A Humildade de CRISTO como exemplos para a Igreja.Comentário: Pr. Elienai CabralComplementos, ilustrações, questionários e vídeos: Ev. Luiz Henrique de Almeida SilvaQUESTIONÁRIONÃO DEIXE DE ASSISTIR AOS VÍDEOS DA LIÇÃO ONDE TEMOS MAPAS, FIGURAS, IMAGENS EEXPLICAÇÕES DETALHADAS DA LIÇÃOhttp://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm

TEXTO ÁUREO"E peço isto: que o vosso amor aumente mais e mais em ciência e em todo o conhecimento" (Fp 1.9).

VERDADE PRÁTICAPaulo tinha uma grande afeição pelos irmãos de Filipos; por isso suas orações e ações de graças por essa igrejaeram constantes.

LEITURA DIÁRIASegunda - Fp 1.3-6 A oração que inspira compromissoTerça - Fp 1.7 A justiça provém do amorQuarta - Fp 1.12-15 Tribulações por amor ao EvangelhoQuinta - Jo 15.4,5,8,16 O amor revela-se em obrasSexta - Rm 12.9-21 O amor valida as boas obrasSábado - Fp 4.14-19 O amor gera contentamento

LEITURA BÍBLICA EM CLASSE - Filipenses 1.1-111 Paulo e Timóteo, servos de JESUS CRISTO, a todos os santos em CRISTO JESUS que estão em Filipos,com os bispos e diáconos: 2 graça a vós e paz, da parte de DEUS, nosso Pai, e da do Senhor JESUS CRISTO.3 Dou graças ao meu DEUS todas as vezes que me lembro de vós, 4 fazendo, sempre com alegria, oração porvós em todas as minhas súplicas, 5 pela vossa cooperação no evangelho desde o primeiro dia até agora. 6Tendo por certo isto mesmo: que aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de JESUSCRISTO. 7 Como tenho por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho em meu coração, pois todos vósfostes participantes da minha graça, tanto nas minhas prisões como na minha defesa e confirmação doevangelho. 8 Porque DEUS me é testemunha das saudades que de todos vós tenho, em entranhável afeição deJESUS CRISTO. 9 E peço isto: que a vossa caridade aumente mais e mais em ciência e em todo oconhecimento. 10 Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros e sem escândalo algum atéao Dia de CRISTO, 11 cheios de frutos de justiça, que são por JESUS CRISTO, para glória e louvor de DEUS.

CARTA DO APÓSTOLO PAULO AOS FILIPENSES (BEP -CPAD)EsboçoIntrodução (1.1-11)A. Saudações (1.1,2)B. Ação de Graças e Oração pelos Filipenses (1.3-11)I. As Circunstâncias em que Paulo se Encontrava (1.12-26)A. O Avanço do Evangelho por Causa da Prisão de Paulo (1.12-14)B. A Proclamação de Cristo de Todas as Maneiras (1.15-18)C. A Disposição de Paulo para Viver ou Morrer (1.19-26)II. Assuntos de Interesse da Igreja (1.27—4.9)A. Exortação de Paulo aos Filipenses (1.27—2.18)1. À Perseverança (1.27-30)2. À Unidade (2.1-2)3. À Humildade e Prontidão em Servir (2.3-11)4. À Obediência e à Conduta Irrepreensível (2.12-18)B. Os Mensageiros de Paulo à Igreja (2.19-30)1. Timóteo (2.19-24)2. Epafrodito (2.25-30)

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C. Advertência de Paulo a Respeito de Falsos Ensinos (3.1-21)1. A Falsa Circuncisão Face à Verdadeira (3.1-16)2. A Mentalidade Terrena Face à Espiritual (3.17-21)D. Conselhos Finais de Paulo (4.1-9)1. Firmeza e Harmonia (4.1-3) 2. Alegria e Eqüidade (4.4,5)3. Liberdade da Ansiedade (4.6,7)4. Controle da Mente e da Vontade (4.8-9)Conclusão (4.10-23)

A. Reconhecimento e Gratidão por Ofertas Recebidas (4.10-20)B. Saudações Finais e Bênção (4.21-23)Autor: PauloTema: Alegria de Viver por CristoData: Cerca de 62/63 d.C.

Considerações PreliminaresA cidade de Filipos, na Macedônia oriental, a 16 km do Mar Egeu, foi assim chamada em homenagem a Filipe IIda Macedônia, pai de Alexandre Magno. Nos dias de Paulo, era uma cidade romana privilegiada, tendo umaguarnição militar. A igreja de Filipos foi fundada por Paulo e sua equipe de cooperadores (Silas, Timóteo, Lucas) na sua segundaviagem missionária, em obediência a uma visão que Deus lhe dera em Trôade (At 16.9-40). Um forte elo deamizade desenvolveu-se entre o apóstolo e a igreja em Filipos. Várias vezes a igreja enviou ajuda financeira aPaulo (2 Co 11.9; Fp 4.15,16) e contribuiu generosamente para a coleta que o apóstolo providenciou para oscrentes pobres de Jerusalém (cf. 2 Co 8-9). Parece que Paulo visitou a igreja duas vezes na sua terceira viagemmissionária (At 20.1,3,6).

PropósitoDa prisão (1.7,13,14), certamente em Roma (At 28.16-31), Paulo escreveu esta carta aos crentes Filipenses paraagradecer-lhes pela sua oferta generosa, cujo portador foi Epafrodito (4.14-19) e para informá-los do seu estadopessoal. Além disso, escreveu para transmitir à congregação a certeza do triunfo do propósito de Deus na suaprisão (1.12-30), para assegurar à igreja que o mensageiro por ela enviado (Epafrodito) cumprira fielmente a suatarefa e que não estava voltando antes do devido tempo (2.25-30), e para levar os membros da igreja a seesforçarem para conhecer melhor o Senhor, conservando a unidade, a humildade, a comunhão e a paz.

Visão PanorâmicaDiferente de muitas das cartas de Paulo, Filipenses não foi escrita primeiramente devido a problemas ouconflitos na igreja. Sua tônica básica é de cordial afeição e apreço pela congregação. Da saudação inicial (1.1) àbênção final (4.23), a carta focaliza Cristo Jesus como o propósito da vida e a esperança da vida eterna por partedo crente. Nesta epístola, Paulo trata de três problemas menores em Filipos: (1) O desânimo dos crentes ali, porcausa da prisão prolongada de Paulo (1.12-26); (2) pequenas sementes de discórdia entre duas mulheres daigreja (4.2; cf. 2.2-4); e (3) a ameaça de deslealdade sempre presente entre as igrejas, por causa dos mestresjudaizantes e dos crentes de mentalidade terrena (cap. 3). Em meio a esses três problemas em potencial, temosos ensinos mais ricos de Paulo sobre (1) alegria em meio a todas as circunstâncias da vida (e.g., 1.4,12;2.17,18; 4.4,11-13), (2) a humildade e serviço cristãos (2.1-16), e (3) o valor incomensurável de conhecer a Cristo(cap. 3).

Características EspeciaisCinco assuntos principais caracterizam esta epístola. (1) Ela é muito pessoal e afetuosa, refletindo assim oestreito relacionamento entre Paulo e os crentes Filipenses. (2) É altamente cristocêntrica, revelando a estreitacomunhão entre Paulo e Cristo (e.g., 1.21; 3.7-14). (3) Contém uma das declarações cristológicas maisprofundas da Bíblia (2.5-11). (4) É preeminentemente a “Epístola da Alegria” no NT. (5) Apresenta um modelo devida cristã dinâmica e resignada, inclusive o viver humilde e como servo (2.1-8); prosseguir com firmeza para oalvo (3.13,14); regozijar-se sempre no Senhor (4.4); libertar-se da ansiedade (4.6), contentar-se em todas ascircunstâncias (4.11) e fazer todas as coisas mediante a potente graça de Cristo (4.13).

capítulo 11.4 ALEGRIA. A alegria é parte integrante da nossa salvação em Cristo. É paz e prazer interiores em Deus Pai,Filho e Espírito Santo, e na bênção que flui de nosso relacionamento com Eles (cf. 2 Co 13.14). Os ensinosbíblicos a respeito da alegria incluem: (1) A alegria está associada à salvação que Deus concede em Cristo (1Pe 1.3-6; cf. Sl 5.11; 9.2; Is 35.10) e com a Palavra de Deus (Jr 15.16; cf. Sl 119.14). (2) A alegria flui de Deus

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como um dos aspectos do fruto do Espírito (Sl 16.11; Rm 15.13; Gl 5.22). Logo, ela não nos vemautomaticamente. Nós a experimentamos somente à medida que permanecemos em Cristo (Jo 15.1-11). Nossaalegria se torna maior quando o Espírito Santo nos transmite um profundo senso da presença e do contato comDeus em nossa vida (cf. Jo 14.15-21; ver 16.14). Jesus ensinou que a plenitude da alegria está intimamenteligada à nossa permanência na sua Palavra, à obediência aos seus mandamentos (Jo 15.7,10,11) e à separaçãodo mundo (Jo 17.13-17). (3) A alegria, como deleite na presença de Deus e nas bênçãos da redenção, não podeser destruída pela dor, pelo sofrimento, pela fraqueza nem por circunstâncias difíceis (Mt 5.12; At 16.23-25; 2 Co12.9).1.6 TENDO POR CERTO ISTO. A confiança de Paulo nos Filipenses, baseia-se não somente na boa obra queDeus efetuou neles, como também no zelo e na abnegação deles em prol da fé (vv. 5,7; 4.15-18). A fidelidade deDeus é uma bênção perene para o crente fiel, mas ela é ineficaz para com aqueles que resistem à sua graça(ver 2.13; 2 Tm 2.13).1.9 A VOSSA CARIDADE AUMENTE... EM CIÊNCIA. A caridade, se procede de Cristo, deve basear-se narevelação e no conhecimento bíblicos. (1) No NT, "ciência" (gr. epignosis) significa conhecimento espiritual nocoração e não simplesmente no intelecto. Trata-se da revelação de Deus, conhecida experimentalmente,incluindo a comunhão pessoal com Ele e não um simples conhecimento intelectual de fatos a respeito dEle (vv.10,11; Ef 3.16-19; ver o estudo ENSINO BÍBLICO PARA O CRENTE). (2) Logo, conhecer a Palavra de Deus (cf.Rm 7.1), ou conhecer a vontade de Deus (At 22.14; Rm 2.18), subentende um conhecimento que se expressa nacomunhão, na obediência, na vida e no andar com Deus (Jo 17.3; 1 Jo 4.8). Conhecer a verdade teológica deveter como objetivo o amor a Deus e o livramento do pecado (Rm 6.6). "Em todo o conhecimento" significa ocrente discernir o que é bom e o que é mau.1.10 SINCEROS E SEM ESCÂNDALO ALGUM. "Sincero" significa "sem nenhuma mistura do mal"; "semescândalo algum" significa "inculpável" diante de Deus e dos homens. Tal santidade deve ser o alvo supremo detodo crente, tendo em vista a iminente volta de Cristo. Somente com um amor abundante, derramado em nossocoração pelo Espírito Santo (Rm 5.5; cf. Tt 3.5,6) e com fidelidade total à Palavra de Deus, é que seremos"sinceros e sem escândalo algum até ao Dia de Cristo".1.16 PARA DEFESA DO EVANGELHO. Deus deu a Paulo a tarefa importante de defender o conteúdo doevangelho, conforme o temos nas Escrituras. Semelhantemente, todos os crentes são conclamados a defendera verdade bíblica e a resistir àqueles que distorcem a fé (v. 27; ver Gl 1.9; Jd 3 ). As palavras de Paulo parecemestranhas aos pastores dos nossos dias, que não vêem a necessidade de "batalhar pela fé que uma vez foi dadaaos santos" (Jd 3)1.19 ESPÍRITO DE JESUS CRISTO. O Espírito Santo que habita no crente é chamado o "Espírito de JesusCristo" (Cf. At 16.7; Rm 8.9; Gl 4.6), porque é Cristo quem outorga o Espírito ao crente, na sua conversão (ver oestudo A REGENERAÇÃO DOS DISCÍPULOS) e é Ele quem subseqüentemente batiza o crente com o EspíritoSanto (ver At 1.8). Esse Espírito é o mesmo que ungiu a Jesus, a fim de trazer redenção ao mundo (ver Lc 4.18)1.21 MORRER É GANHO. O verdadeiro crente, vivendo no centro da vontade de Deus, não precisa ter medo damorte. Ele sabe que Deus tem um propósito para o seu viver, e que a morte, quando ela vier, é simplesmente ofim da sua missão terrestre e o início de uma vida mais gloriosa com Cristo (vv. 20-25; ver Rm 8.28)1.27 NUM MESMO ESPÍRITO. A verdadeira essência da unidade do Espírito consiste em viver de modo digno(cf. Ef 4.1-3), permanecendo firme num só espírito e propósito (cf. Ef 4.3), combatendo lado a lado comoguerreiros pela propagação e defesa do evangelho, segundo a revelação apostólica (v. 17; cf. Ef 4.13-15) edefendendo juntamente a verdade do evangelho contra aqueles que são "inimigos da cruz de Cristo" (3.18 nota).Observemos que "espírito", aqui, tem o sentido de disposição mental, ânimo, zelo, propósito, dedicação,diligência e não o espírito humano em si.

capítulo 22.3 POR HUMILDADE. Devido ao egocentrismo inato do homem caído, o mundo não tem em alta estima ahumildade e a modéstia. A Bíblia, no entanto, com seu conceito teocêntrico do homem e da salvação, atribuimáxima importância à humildade. (1) A humildade bíblica subentende a consciência das nossas fraquezas e adecisão de atribuir de imediato todo crédito Deus e ao próximo, por aquilo que realizamos (Jo 3.27; 5.19; 14.10;Tg 4.6). (2) Devemos ser humildes porque somos simples criaturas (Gn 18.27); somos pecaminosos à parte deCristo (Lc 18.9-14) e não podemos jactar-nos de nada (Rm 7.18; Gl 6.3), a não ser no Senhor (2 Co 10.17). Logo,dependemos de Deus para nosso valor e para nossa frutificação, e não podemos realizar nada de valorpermanente sem a ajuda de Deus e do próximo (Sl 8.4,5; Jo 15.1-16). (3) A presença de Deus acompanhaaqueles que andam em humildade (Is 57.15; Mq 6.8). Maior graça é dada aos humildes, mas Deus resiste aossoberbos (Tg 4.6; 1 Pe 5.5). Os mais zelosos filhos de Deus servem "ao Senhor com toda a humildade" (At20.19). (4) Como crentes, devemos viver em humildade uns para com os outros, considerando-os superiores anós mesmos (cf. Rm 12.3). (5) O oposto da humildade é a soberba, um senso exagerado da importância e daauto-estima da pessoa que confia no seu próprio mérito, superioridade e realizações. A tendência inevitável danatureza humana e do mundo é sempre à soberba, e não à humildade (1 Jo 2.16; cf. Is 14.13,14; Ez 28.17; 1Tm 6.17).

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2.5 HAJA EM VÓS O MESMO SENTIMENTO. Paulo enfatiza como o Senhor Jesus deixou a glória incomparáveldo céu e humilhou-se como um servo, sendo obediente até à morte para o benefício dos outros (vv. 5-8). Ahumildade integral de Cristo deve existir nos seus seguidores, os quais foram chamados para viver com sacrifícioe renúncia, cuidando dos outros e fazendo-lhes o bem.2.6 SENDO EM FORMA DE DEUS. Jesus sempre foi Deus pela sua própria natureza e igual ao Pai antes,durante e depois da sua permanência na terra (ver Jo 1.1; 8.58; 17.24; Cl 1.15,17; ver Mc 1.11 nota; Jo 20.28nota). Cristo, no entanto, não se apegou aos seus direitos divinos, mas abriu mão dos seus privilégios e glória nocéu, a fim de que nós, na terra, fôssemos salvos.2.7 ANIQUILOU-SE A SI MESMO. O texto grego do qual foi traduzida esta frase, diz literalmente, que ele "seesvaziou", i.e., deixou de lado sua glória celestial (Jo 17.4), posição (Jo 5.30; Hb 5.8), riquezas (2 Co 8.9),direitos (Lc 22.27; Mt 20.28) e o uso de prerrogativas divinas (Jo 5.19; 8.28; 14.10). Esse "esvaziar-se" importavanão somente em restrição voluntária dos seus atributos e privilégios divinos, mas também na aceitação dosofrimento, da incompreensão, dos maus tratos, do ódio e, finalmente, da morte de maldição na cruz (vv. 7,8).2.7 A FORMA DE SERVO... SEMELHANTE AOS HOMENS. Para trechos na Bíblia que tratam de Cristoassumindo a forma de servo, ver Mc 13.32; Lc 2.40-52; Rm 8.3; 2 Co 8.9; Hb 2.7,14. Embora permanecesse emtudo divino, Cristo tomou sobre si uma natureza humana com suas tentações, humilhações e fraquezas, porémsem pecado (vv. 7,8; Hb 4.15).2.12 OPERAI A VOSSA SALVAÇÃO. Como crentes salvos pela graça, devemos concretizar a nossa salvaçãoaté o fim. Se deixarmos de fazê-lo, nós a perderemos. (1) Não desenvolvemos a nossa salvação por merosesforços humanos, mas por meio da graça de Deus e do poder do Espírito Santo que nos foram outorgados (vero estudo FÉ E GRAÇA). (2) A fim de desenvolvermos a nossa salvação, devemos resistir ao pecado e atenderos desejos do Espírito Santo em nosso íntimo. Isso envolve um esforço contínuo e ininterrupto, de usar todos osmeios determinados por Deus para derrotarmos o mal e manifestarmos a vida de Cristo. Sendo assim,concretizar a nossa salvação é concentrar-nos na importância da santificação (ver Gl 5.17). (3) Operamos anossa salvação, chegando cada vez mais perto de Cristo (ver Hb 7.25 nota) e recebendo seu poder para querer eefetuar a boa vontade de Deus (ver v. 13 nota). Deste modo, somos "cooperadores de Deus" (1 Co 3.9) para anossa completa salvação no céu. (4) Desenvolver a nossa salvação é tão vital que deve ser feito "com temor etremor" (ver a próxima nota)2.12 TEMOR E TREMOR. Na salvação efetuada por Cristo, Paulo vê lugar para "temor e tremor" da nossa parte.Todo filho de Deus deve possuir um santo temor que o faça tremer diante da Palavra de Deus (Is 66.2) e o leve adesviar-se de todo mal (Pv 3.7; 8.13). O temor (gr. phobos) do Senhor não é de conformidade com a definiçãofreqüentemente usada, a mera "confiança reverente", mas inclui o santo temor do poder de Deus, da suasantidade e da sua justa retribuição, e um pavor de pecar contra Ele e das conseqüências desse pecado (cf. Êx3.6; Sl 119.120; Lc 12.4,5). Não é um temor destrutivo, mas um temor que controla e que redime e que aproximao crente de Deus, de suas bênçãos, da pureza moral, da vida e da salvação (cf. Sl 5.7; 85.9; Pv 14.27; 16.6).2.13 DEUS É O QUE OPERA EM VÓS. A graça de Deus opera nos seus filhos, para produzir neles tanto odesejo quanto o poder para cumprir a sua vontade. Mesmo assim, a obra de Deus dentro de nós não é decompulsão, nem de graça irresistível. A obra da graça dentro de nós (1.6; 1 Ts 5.24; 2 Tm 4.18; Tt 3.5-7) sempredepende da nossa fidelidade e cooperação (vv. 12,14-16)2.15 GERAÇÃO CORROMPIDA E PERVERSA. Jesus e os apóstolos enfatizaram que o mundo em que vivemosé uma "geração incrédula e perversa" (Mt 17.17; cf. 12.39; At 2.40). O povo deste mundo tem mentalidadeerrada, valores distorcidos, critérios imorais de vida e rejeitam as normas e padrões da Palavra de Deus. Osfilhos de Deus devem separar-se do mundo e ser inculpáveis, puros de coração e irrepreensíveis, a fim deproclamarem ao mundo perdido a gloriosa redenção em Cristo (Cf. 1 Jo 2.15).2.17 E, AINDA QUE SEJA OFERECIDO... SOBRE O SACRIFÍCIO. O amor e a solicitude de Paulo pelosFilipenses era tão grande, que ele estava disposto a dar a sua vida por eles, como se fosse uma oferenda aDeus. (1) Paulo não lastimaria; antes se regozijaria como a vítima do sacrifício, se assim os Filipensespassassem a ter mais fé em Cristo e mais amor a Ele (cf. 2 Tm 4.6). (2) Já que Paulo tinha tamanho amor sacrifical pelos seus filhos espirituais na fé, que sacrifícios e sofrimentosdevemos estar dispostos a enfrentar em prol da fé dos nossos próprios filhos? Para que nossos filhos tenhamuma vida inteiramente dedicada ao Senhor, se necessário for, devemos dar até a nossa vida como oferta aoSenhor que cita quinze passos que os pais devem observar para levar seus filhos a uma vida de piedade emCristo)2.19 TIMÓTEO. Timóteo era um bom exemplo do que um ministro e missionário de Deus deve ser. Era umestudante zeloso e obediente à Palavra de Deus (2 Tm 3.15); um servo perseverante e digno de Cristo (1 Ts 3.2);um homem de boa reputação (At 16.2), amado e fiel (1 Co 4.17), com solicitude genuína pelo próximo (v. 20),fidedigno (2 Tm 4.9,21) e dedicado a Paulo e ao evangelho (v. 22; Rm 16.21).2.21 PORQUE TODOS BUSCAM O QUE É SEU. Há pastores que pregam, ensinam, pastoreiam ou escrevem,não com solicitude genuína pela propagação do evangelho, mas visando aos seus próprios interesses, honra,glória e prestígio. Ao invés de procurarem agradar ao Senhor Jesus, procuram agradar aos homens e conquistaro favor deles (1.15; 2.20,21; 2 Tm 4.10,16). Tais pastores não são verdadeiros servos do Senhor.

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capítulo 33.2 CÃES... MAUS OBREIROS... CIRCUNCISÃO. A maior provação de Paulo era a tristeza que sentia eexperimentava por causa dos que distorciam o evangelho de Cristo. Seu amor a Cristo, à igreja e à verdaderedentora, era tão forte que o levou a opor-se energicamente àqueles que pervertiam a doutrina pura, e adescrevê-los como "cães" e "maus obreiros" (ver 1.17; Gl 1.9; cf. Mt 23). O termo grego "circuncisão", como éempregado por Paulo aqui, significa "mutiladores do corpo" e refere-se ao rito da circuncisão segundo o ensinodos falsos mestres judaizantes, afirmando que o sinal da circuncisão conforme o AT era necessário à salvação.Paulo declara que a verdadeira circuncisão é uma obra do Espírito no coração da pessoa, pela qual o pecado e omal são cortados (v. 3; Rm 2.25-29; Cl 2.11).3.8-11 PARA QUE POSSA GANHAR A CRISTO. Estes versículos revelam o coração do apóstolo e a essênciado cristianismo. O maior anseio na vida de Paulo era conhecer a Cristo e experimentar de modo mais íntimo suacomunhão e presença. Nessa busca vemos os seguintes aspectos: (1) Conhecer a Cristo pessoalmente, bemcomo a seus caminhos, sua natureza e caráter, segundo a revelação da Palavra de Deus. O verdadeiroconhecimento de Cristo envolve ouvirmos a sua palavra, seguirmos o seu Espírito, atendermos a seus impulsoscom fé, verdade e obediência, e identificar-nos com seus interesses e propósitos. (2) Ser achado em Cristo (v.9), i.e., ser unido e ter comunhão com Ele produz a justiça que somente é experimentada como dom de Deus(1.10,11; 1 Co 1.30). (3) Conhecer o poder da sua ressurreição (v. 10), i.e., experimentar a renovação da vidaespiritual, o livramento do poder do pecado (Rm 5.10; 6.4; Ef 2.5,6) e o poder do Espírito Santo para levar aefeito um testemunho eficaz, a cura, os milagres e, finalmente, a nossa própria ressurreição dentre os mortos (v.11; Ef 1.18-20). (4) Compartilhar das aflições de Cristo mediante a abnegação, a crucificação da carne e osofrimento por amor a Cristo e à sua causa (cf. 1.29; At 9.16; Rm 6.5,6; 1 Co 15.31; 2 Co 4.10; Gl 2.20; Cl 1.24;4.13)3.9 A JUSTIÇA QUE VEM DE DEUS. A justiça do crente consiste, em primeiro lugar, em ser perdoado dopecado, justificado e aceito por Deus, mediante a fé (ver Rm 4.5 nota). (1) Nossa justiça, no entanto, é mais doque isso. A Palavra de Deus declara que nossa justiça é Cristo, o próprio Senhor Jesus, habitando em nossocoração (cf. 1.20,21; Rm 8.10; 1 Co 1.30; Gl 2.20; Ef 3.17; Cl 3.4); no AT o Messias é referido como o "Renovojusto" e "O SENHOR Justiça nossa" (ver Jr 23.5,6 nota). Noutras palavras, a justiça que possuímos não é denós mesmos, mas de Jesus, em quem colocamos a nossa fé (1 Co 1.30 nota; Gl 2.20 nota). Mediante apresença dEle em nós, tornamo-nos nEle "justiça de Deus" (ver 2 Co 5.21 nota). (2) O fundamento da nossasalvação e nossa única esperança de justificação é a morte sacrificial de Cristo e seu sangue derramado noCalvário (Rm 3.24; 4.25; 5.9; 8.3,4; 1 Co 15.3; Gl 1.4; 2.20; Ef 1.7; Hb 9.14; 1 Pe 1.18,19; 1 Jo 4.10) e sua vidaressurreta dentro do nosso coração (ver Rm 4.22; Rm 4.25; 5.9,10; 8.10,11; Gl 2.20; Cl 3.1-3; ver Rm 4.22).3.13 UMA COISA FAÇO. Paulo se acha qual um atleta numa corrida (cf. Hb 12.1 nota), esforçando-se ecorrendo o máximo, totalmente concentrado no que faz, a fim de não ficar aquém do alvo que Cristo estabeleceupara a sua vida. Esse alvo era a perfeita união entre Paulo e Cristo (vv. 8-10), sua salvação final e suaressurreição dentre os mortos (v. 11). (1) Era essa a motivação da vida de Paulo. Recebera um vislumbre daglória do céu (2 Co 12.4) e resolvera que sua vida inteira, pela graça de Deus, estaria voltada para a resolução deavançar com toda determinação e finalmente chegar ao céu e ver Cristo face a face (cf. 2 Tm 4.8; Ap 2.10;22.4). (2) Semelhante determinação é necessária a todos nós. No decurso da nossa vida, há todos os tipos dedistrações e tentações, tais como os cuidados deste mundo, as riquezas e os desejos ímpios, que ameaçamsufocar nossa dedicação ao Senhor (cf. Mc 4.19; Lc 8.14). Necessário é esquecer-se das "coisas que atrásficam", i.e., o mundo iníquo e nossa velha vida de pecado (cf. Gn 19.17,26; Lc 17.32), e avançar para as coisasque estão adiante, a salvação completa e final em Cristo.3.18 INIMIGOS DA CRUZ DE CRISTO. Esses inimigos eram, segundo a melhor interpretação, crentes professosque estavam corrompendo o evangelho com suas vidas imorais e falsos ensinos. Uma das razões da grandezade Paulo era que ele possuía convicções firmes, cujo coração ficava muito intranqüilo quando o evangelho eradistorcido ou quando as pessoas a quem ele ministrava corriam perigo de deixar a fé (ver 3.2 nota; Gl 1.9)3.20 NOSSA CIDADE ESTÁ NOS CÉUS. O termo "cidade" aqui (gr. politeuma) significa "cidadania" ou "pátria".Paulo ressalta que os cristãos já não são cidadãos deste mundo: tornaram-se estranhos e peregrinos na terra(Rm 8.22-24; Gl 4.26; Hb 11.13; 12.22,23; 13.14; 1 Pe 1.17; 2.11; ver o estudo A CHAMADA DE ABRAÃO). (1)No que diz respeito ao nosso comportamento, valores e orientação na vida, o céu é agora a nossa cidade.Nascemos de novo (Jo 3.3); nossos nomes estão registrados nos livros do céu (4.3); nossa vida está orientadapor padrões celestiais, e nossos direitos e herança estão reservados no céu. (2) É para o céu que nossasorações sobem (2 Cr 6.21; 30.27) e para onde nossa esperança está voltada. Muitos dos nossos amigos efamiliares já estão lá, e nós também estaremos ali dentro em breve. Jesus também está ali, preparando-nos umlugar. Ele prometeu voltar e nos levar para junto dEle (ver Jo 14.2,3 notas; cf. Jo 3.3; 14.1-4; Rm 8.17; Ef 2.6; Cl3.1-3; Hb 6.19,20; 12.22-24; 1 Pe 1.4,5; Ap 7.9-17). Por essas razões, desejamos profundamente uma cidademelhor, ou seja: a cidade celestial. Por isso, Deus não se envergonha de ser chamado nosso Deus, e Ele já nospreparou uma cidade eterna (Hb 11.16)

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capítulo 44.4 REGOZIJAI-VOS... NO SENHOR. O crente deve regozijar-se e fortalecer-se, meditando na graça do Senhor,sua presença e promessas (ver 1.4).4.5 PERTO ESTÁ O SENHOR. Devemos crer que o Senhor poderá voltar a qualquer momento. A perspectiva doNT é de que a volta de Jesus é iminente (ver Lc 12.35-40 nota); logo, devemos estar prontos, trabalhando evigiando em todo tempo (Mt 24.36; 25.1-13; Rm 13.12-14).4.6 NÃO ESTEJAIS INQUIETOS POR COISA ALGUMA. O melhor remédio para a preocupação é a oração, eisto pelas seguintes razões: (1) Mediante a oração, renovamos nossa confiança na fidelidade do Senhor, aolançarmos nossas ansiedades e problemas sobre aquEle que tem cuidado de nós (Mt 6.25-34; 1 Pe 5.7). (2) Apaz de Deus vem guardar nossos corações e mentes, como resultado da nossa comunhão com Cristo Jesus (vv.6,7; Is 26.3; Cl 3.15). (3) Deus nos fortalece, para fazermos todas as coisas que Ele quer que façamos (v. 13;3.20; Ef 3.16). (4) Recebemos misericórdia, graça e ajuda em tempos de necessidade (Hb 4.16). (5) Temoscerteza de que todas as coisas que Deus permite que nos aconteçam concorrerão para o nosso bem (ver v. 11;Rm 8.28).4.7 A PAZ DE DEUS GUARDARÁ OS VOSSOS CORAÇÕES. Quando invocamos a Deus, com um coraçãoposto em Cristo e na sua Palavra (Jo 15.7), a paz de Deus transborda em nossa alma aflita. (1) Essa pazconsiste em uma tranqüilidade interior, que o Espírito Santo nos transmite (Rm 8.15,16). Envolve uma firmeconvicção de que Jesus está perto, e que o amor de Deus estará ativo em nossa vida continuamente. (Rm8.28,32; cf. Is 26.3). (2) Quando colocamos diante de Deus, em oração, as nossas inquietações, essa paz ficarácomo guarda à porta de nosso coração e de nossa mente, para impedir que os cuidados e angústias perturbem-nos a vida e a esperança em Cristo (v. 6; Is 26.3,4,12; 37.1-7; Rm 8.35-39; 1 Pe 5.7). (3) Se o medo e aansiedade retornarem, novamente a oração, a súplica e a ação de graças nos trarão a paz de Deus que guardaos nossos corações. Voltaremos a sentir segurança, e nos regozijaremos no Senhor (v. 4)4.8 TUDO O QUE É PURO. O crente deve fixar sua mente nas coisas verdadeiras, puras, justas, santas, etc.Que essa é uma condição prévia para experimentarmos a paz de Deus e o livramento da ansiedade, fica claro noversículo 9. Se assim fizermos, "o Deus de paz será convosco". O resultado de fixar nossas mentes nas coisasdo mundo será a perda da alegria, da presença íntima e da paz de Deus e, nossos corações sem proteção.4.11 APRENDI A CONTENTAR-ME. O segredo do contentamento, da satisfação, é reconhecermos que Deusnos concede, em cada circunstância, tudo quanto necessitamos para uma vida vitoriosa em Cristo (1 Co 15.57; 2Co 2.14; 1 Jo 5.4). Nossa capacidade de viver vitoriosamente acima das situações instáveis da vida provém dopoder de Cristo que flui em nós e através de nós (v. 13; ver 1 Tm 6.8). Isso não ocorre de modo natural;precisamos aprender na dependência de Cristo.4.13 POSSO TODAS AS COISAS NAQUELE... O poder e a graça de Cristo permanecem no crente paracapacitá-lo a fazer tudo quanto Ele o mandou fazer.4.16 MANDASTES O NECESSÁRIO. A igreja Filipense era uma igreja missionária, que supria as necessidadesde Paulo durante suas viagens (1.4,5; 4.15-17). Sustentar os missionários no seu trabalho em prol do evangelho,é obra dignificante e aceita por Deus, "como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível" a Ele (v. 18).Por isso, aquilo que damos para o sustento do missionário fiel, é considerado oferta apresentada a Deus. Tudoque é feito a um dos irmãos, por pequeno que seja, é feito como ao próprio Senhor (Mt 25.40).4.19 SUPRIRÁ TODAS AS VOSSAS NECESSIDADES. Paulo enfatiza o cuidado amoroso de Deus Pai pelosseus filhos. Ele suprirá todas as nossas necessidades (materiais e espirituais), à medida que as apresentarmosdiante dEle. O suprimento das nossas necessidades vem "por Cristo Jesus". Somente em união com Cristo e nacomunhão com Ele é que podemos experimentar o provimento da parte de Deus. Entre as muitas promessas dasEscrituras que confere esperança e encorajamento ao povo de Deus, no tocante ao seu cuidado, provisão esocorro, temos: Gn 28.15; 50.20; Êx 33.14; Dt 2.7; 32.7-14; 33.27; Js 1.9; 1 Sm 7.12; 1 Rs 17.6,16; 2 Cr 20.17;Sl 18.35; 23; 121; Is 25.4; 32.2; 40.11; 41.10; 43.1,2; 46.3,4; Jl 2.21-27; Ml 3.10; Mt 6.25-34; 14.20; 23.37; Lc6.38; 12.7; 22.35; Jo 10.27,28; 17.11; Rm 8.28,31-39; 2 Tm 1.12; 4.18; 1 Pe 5.7.

Filipenses - Introdução e comentário - Ralph P. Martin, Ph. D. - Série Cultura Bíblica - Vida Nova -www.vidanova.com.br

SAUDAÇÃO DE PAULO 1:1,21:1 As primeiras linhas da carta indicam os nomes dos remetentes e recipientes, de acordo com as antigasconvenções sobre a prática epistolar. Contudo, há uma riqueza de descrição envolvendo os nomes dos homensde Deus, na fé cristã, que é singular, nesta carta. A forma mais simples de saudação seria: Paulo à igrejafilipense, saudações. Ao invés disso, há um enunciado formal, enriquecido com significado teológico, pelasimples inclusão dos nomes dos homens de Deus.Timóteo é incluído em face de sua associação com Paulo em seu cativeiro; 2:19-24 deixa bem claro, também,que Timóteo tinha uma ligação especial com os filipenses, e era o emissário de confiança, de Paulo, quebrevemente seria enviado a Filipos. O nome dele é mencionado na saudação como abertura para a menção

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posterior dos planos de Paulo, no capítulo 2.Tanto o apóstolo como seu companheiro são chamados pelo título de servos de Cristo Jesus, para ficar marcadoseu senso de responsabilidade, sob a direção de Deus. O termo “servo” (gr. doulos) provavelmente reflete umadependência do quadro do Velho Testamento, das figuras proféticas de Israel descritas como “servos de Iavé”.Este título denota a autoridade que Deus lhes deu para falarem e agirem em Seu nome, como Seus genuínosrepresentantes. “Ser um servo, na linguagem religiosa do judaísmo, significava ser alguém escolhido por Deus”(Lohmeyer, sobre 2:7). Desta forma, embora Paulo não faça explícita reivindicação ao apostolado, na parteintrodutória de sua carta, ele usa um auto-apelativo como “ servo de Cristo Jesus”, que é um sinal de seu sensode autoridade apostólica (cf. 2 Co 10:8), o qual permeia toda a carta. Timóteo compartilha a dignidade do título,visto que Paulo tenciona enviá-lo a Filipos, como seu representante pessoal (2:23). Não há qualquer indicação deque o nome de Timóteo aparece porque ele era o amanuense, ao lado de Paulo, quando a carta foi escrita, comoimaginam alguns comentaristas. Tampouco teve sua presença no intróito da carta a intenção de dar, à mesma,um caráter coletivo, como se Paulo estivesse abrindo mão da autoridade de uma revelação particular, que só aele fora dada (conforme K. Barth). Igualmente especulativa é a idéia em que se baseia a proposta de E.Haenchen (TheActsof theApos- tles, ET Oxford, 1971, pp. 489s.) pela qual Timóteo poderia ter sido companheirode viagem de Paulo, que confirmou a chamada macedônia, e apoiou o plano de evangelização de Filipos (At16:10). Deve-se procurar uma explicação mais simples (como acima).A comunidade cristã que veio a existir em seguida ao “evangelis- mo inicial” de Paulo, em Filipos (At 16:12ss.), édescrita como todos os santos em Cristo Jesus que vivem em Filipos. É interessante notar que assim como otermo “apóstolo” não é encontrado, em referência ao ministério de Paulo, falta, também, a palavra “igreja”. Emseu lugar aparece o título abrangente todos os santos (gr. hagioí) em Cristo Jesus. O plural é intencional, vistoque este adjetivo, aplicado aos crentes em Cristo, é encontrado em referência a um grupo, somente, na literaturado Novo Testamento. Em nossa epístola, 4:21 realmente não é exceção. E claro o caráter coletivo do título,sendo um indício de sua origem.No Velho Testamento, Israel era o povo santo de Deus, separado das demais nações por ter sido chamadocomo possessão de Iavé (Nm 23: 9; SI 147:20), e dedicado à adoração e culto do único Deus (Êx 19:5,6; Lv19:1,2; Dt 7:6,14:2). A igreja do NT estava bem ciente de seu lugar como sucessora desta comunidade sagradade Israel (1 Pe 2:9,10) e, mui ousadamente, apropriou-se do título de “santos de Deus” como marca destedestino. Contudo, “santidade” não é piedade fechada, nem distintivo de merecimento. Os crentes são santos emCristo Jesus, isto é, mediante sua união com Ele, que os reivindicou como Seu povo, e que se tornou a base desua nova vida (segundo Gnilka). “Pessoas ‘santas’ são pessoas não santas que, mesmo sendo não-santas,foram, entretanto, separadas, reivindicadas e requisitadas por Deus, para Seu controle, para Seu uso, para Simesmo, que é santo ’’(Barth).Paulo destaca, para menção especial, os bispos (RSV na margem, “supervisores”) e diáconos. Eles são líderesda congregação filipense, e há muita probabilidade de que a explicação para esta menção, logo ao intróito dacarta, é que, de alguma maneira eles desempenharam um papel importante na coleta da oferta enviada a Paulo.Contudo, devemos Observar que não há alusão a eles em 4:10ss., onde Paulo exprime seus agradecimentospela dádiva. W. Marxsen (Introduction to the New Testament, ET Oxford, 1968, p. 62) sugere que se 4:10-20formava uma carta anterior de agradecimento, a referência aos “oficiais” da igreja, ligados à coleta, poderia tersido incluída em 1:1, desta fonte.Quanto à questão mais problemática do Status preciso e das funções destes líderes eclesiásticos, em Filipos,édifícil decidir se os títulos que portavam descreviam seu trabalho ou determinavam seu ofício eclesiástico. Seráque eles eram conhecidos como “superintendentes e serviçais”, porque desempenhavam estes tipos de serviçona comunidade? Ou será que eles eram oficiais da igreja, no sentido técnico (posteriormente), encontrado nasepístolas pastorais (1 Tm 3), I Ciem. 42 (cerca de 96 A.D.) e Inácio, Magnes. 6.1, 13.1; Trall. 3.1, 7.2 (início doséculo II)? Outras cartas paulinas fornecem evidências do sentido funcional de seus títulos, por ex.: 1Tessalonicenses 5:12s.; 1 Coríntios 12:28-31; Romanos 12:6-8. Recentemente, aventou-se que o trabalho doslíderes filipenses encontra seu paralelo nos deveres da “guarda” essênia (The Damas- cus Rule 13.7ss.; Vermes,p. 115) e o líder de Qumran, que é chamado de “guarda (heb. mebaqqêr) da congregação” I QS 6.11 ss.;Vermes, pp. 81s.), que é, aparentemente, o mesmo que o “diretor da congregação” (6.14). Veja-se Gnilka (p. 37)quanto a uma discussão crítica deste suposto elo entre o líder sectário e o episkopos e o diakonos filipenses.Ele conclui, com H. F. von Campenhausen ( Ecclesiastical Authority and Spiritual Power in the Church of theFirst Three Centuries, ET Londres, 1968, p. 9) que deveríamos ver na carta o prenúncio do surgimento deposições eclesiásticas, para as quais seriam nomeados homens seletos. Quanto a este versículo, veja-se E.Best, “Bishops and Deacons: Phil. 1:1”, em SE IV (ed. F. L. Cross), Berlim, 1968, pp. 371-6.2. A invocação de graça. . . e paz junta, numa única frase, as duas palavras do grego e do hebraico, usadas emoração, que viriam desempenhar papel central na liturgia. No lugar da saudação costumeira (gr. chairein), Paulovai ao equivalente grego da palavra, do VT, para misericórdia de Deus (heb. hesedh) e acopla-a ao rico desejohebraico para paz (heb. sãlôm). Isto resulta em “salvação para o homem integral, tanto do corpo como da alma”,e não apenas “prosperidade espiritual” (W. Foerster, TDNT ii, pp. 414s.). O dom de Deus da “integralidade” vemde Sua graça, tomada conhecida em Jesus Cristo, o Senhor, cujo nome aparece com freqüência nesta seção

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introdutória, dando ênfase saliente à carta pastoral de Paulo.

ORAÇAO DE PAULO PELA IGREJA 1:3-ll3. As orações de Paulo são dignas de serem estudadas em diversos níveis. Suas características formais tomamemprestado alguns traços do mundo contemporâneo da antigüidade, no qual a epistolografia incluía orações deagradecimento aos deuses, e súplicas pela proteção divina. Paulo toma este costume, cristianiza-o à sua própriamaneira, relacionando suas orações ao seu interesse pastoral pelas igrejas, e seu desejo de ver seus leitoresatingir a maturidade em Cristo.Quanto à estrutura geral da carta, que inclui, após a saudação (1:1,2), os elementos de (1) agradecimento (1:3-11), (2) o corpo da carta, que incorpora uma abertura formal (1:12-18), argumentação teológica, tanto teórica (porex.: 1:236-26) como prática (por ex.: l:27ss.), conduzindo à promessa de uma parousia apostólica (2:24) e aseção de “viagens” (2:19-30), (3) paraenesis (ou exortação) nos capítulos 3,4 e (4) elementos de fecho, comosaudações, doxologia e bênção, veja-se J. L. White, “The Form and Function of the Body of the Greek Letter: AStudy of the Letter-Body in the Non-Literary Papyri and in Paul the Apostle, Missoula, Montana, 1972.Estudos recentes têm demonstrado que suas orações, embora dêem a impressão de explosões expontâneas deafeto e devoção calorosos, con- formam-se com um padrão estabelecido pela “forma litúrgica de orações dacomunidade cristã” (J. T. Sanders, “The Transition from Opening Epistolary Thanksgiving to Body in the Lettersof the Pauline Corpus”, JBL 81 (1962) pp. 348ss. Veja-se, também, W. G. Doty, Letters in Primitive Christianity,Filadélfia, 1973, cap. 2). Algumas características importantes desta estrutura são as ações de graças iniciais (deacordo com o modelo judeu hôdãvôt, título tirado da frase “eu te agradeço”, que é costumeiro nas oraçõesjudaicas, sendo evidente especialmente no rolo IQH de Qumran), e um tributo doxológico no final do período dePaulo. O versículo 11 tem a forma: “para a glória e louvor de Deus”.Um fator adicional deve ser mencionado, visto exercer considerável influência na tarefa da exegese,especialmente no versículo 3. Paul Schubert demonstra, numa conclusão (Form and Function of the PaulineThanksgivings”, Berlim, 1939, pp. 71-82) que: (a) nas outras cartas paulinas, exceto Filipenses, a construção deepi (por) com o dativo (encontrado no versículo 3) invariavelmente introduz a causa pela qual ele dá graças; e que(b) como nas outras epístolas, o agradecimento introduz “o tema vital da carta”, ou aquilo que ele chama de“situação epistolar” (pp. 71,78).Se esta conclusão é sadia, ela esclarece a maneira problemática como foi escrito o versículo 3, ajudando aencontrar uma solução. Dou graças ao meu Deus por tudo que recordo de vós. A maneira usual pela qual opensamento de gratidão de Paulo é tomado é a seguinte: agradeço ao meu Deus em todas as ocasiões em queme lembro de vós. Contudo, o grego é passível de um sentido diferente, demonstrado na tradução de Moffatt:“dou graças a meu Deus por toda a recordação que tendes de mim”. A ocasião em que Paulo sentiu-se cheio degratidão foi quando a generosidade da igreja filipense lembrou-se dele (sustentou-o) de maneira prática, comdádivas repetidas (4:15-17). O verso 5 é um complemento deste pensamento, visto que o 4 é um parêntesis(segundo Light- foot e Gnilka); o quadro total é bastante impressivo. Paulo expressa sua gratidão a Deus pelosustento dos filipenses, e isto, em seguida, é descrito como participação deles no evangelho, desde que primeirose encontraram com Paulo, até a presente data. Não falta nada para endossar esta interpretação, salientando-seo fato de Paulo expressar seus agradecimentos pela dádiva de amor, da igreja, logo no intróito da carta. Seriamuito estranho se o apóstolo deixasse seu agradecimento para o fim, apenas (no cap. 4).4. fazendo sempre . . . súplicas por todos vós, em todas as minhas orações. Os filipenses lembraram-se dePaulo em suas necessidades. Em gratidão por este ativo interesse, bem recentemente demonstrado na chegadade Epafrodito, como mensageiro dele (4:18), Paulo louva a Deus e, reciprocamente, assegura-lhes que estáorando por eles. Mais ainda, ele ora com alegria. A alegria irrestrita de Paulo em meio aos sofrimentos é um dostemas de sua carta.5. Ele fornece, agora, a segunda razão de sua gratidão. Ele dá graças pela vossa cooperação no evangelho.Esta frase introduz um dos termos de Paulo, koinõnia, cooperação. Há diversas nuances de significado, para otermo, cada uma dependendo do contexto. Uma sugestão, proposta e defendida por H. Seesemann (Der BegriffKOINÕNIA im Neuen Testament, Giessen, 1933, pp. 73-83), é que o sentido especial de “cooperação”, nesteversículo, é “compartilhamento da fé”. Seesemann não vê, aqui, nenhuma referência às dádivas dos filipenses aPaulo, e considera koinõnia equivalente à sua fé em Cristo, que a pregação do evangelho evocou no “primeirodia”, isto é, o evangelismo inicial de Paulo. Ele insiste em que koinõnia, com a frase preposicional eis toevangelion deve ter este sentido, e referir-se a um objetivo, e trabalho divino, em que os fílipenses teriam tidoparticipação (Teilnahme, Anteilhaben são os termos de Seesemann para descrever koinõnia). Isto concorda como ponto de vista de Lohmeyer (Kommentar, p. 17), pelo qual ele argumenta que koinõnia, em Paulo, nunca serefere a um jugo que une os crentes, mas, refere-se à participação num assunto, isenta de experiência subjetiva,uma “realidade objetiva”, como ele a denomina.De modo alternativo, podemos, também, presumir que é difícil evitar-se a verificação de algum elementosubjetivo no elogio de Paulo à kainõnia filipense, não apenas no começo, mas, até o presente. Parece que istoconcorda plenamente com o sentimento de 4:15. Eles haviam repetidamente mostrado interesse pelo evangelho,através de sua contínua ajuda a Paulo; é, pois, sua “generosidade”, isto é, a categoria de Seesemann de

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Mitteilsamkeit, que está em vista.Os paralelos são encontrados em Romanos 15:26 e 2 Coríntios 9:13, e a aplicação específica de sua atitudegenerosa é vista na expressão prática deles, naquilo que enviaram a Paulo, repetidamente, a fim de ajudar a obrado evangelho, isto é, a missão apostólica. Em 2 Coríntios 8:7 fala-se do sacrifício dos macedônios em suasdádivas, salientando-se, sobremaneira, sua constância e fidelidade, para com Paulo e seu trabalho. Contudo,esta interpretação é diferente da de L.—M. Dewailly (“La Part Prise a l’Evangile. Phil. 1.5”, RB 80 (1973), pp. 247-60) para quem o uso paulino do termo koinôn em 1:5 e 4:15 implica numa cooperação no evangelho, e umacooperação na graça do apostolado de Paulo. Parece que Paulo nunca falou de apostolado desta maneiracoletiva, mas considera sua vocação como singular, embora sustentada pelos crentes que o ajudaram a cumpri-la.6. desde o primeiro dia lembra a fundação da igreja de Atos 16. Paulo é lembrado de que a origem da igreja,embora proveniente de sua pregação e trabalhos pastorais, deve ser traçada diretamente a Deus, que começouboa obra no meio deles. Alguns comentaristas preferem tomar a alusão a boa obra como sendo a participaçãoda igreja no ministério apostólico, através de suas ofertas, ou a “cooperação e o afeto deles para com oapóstolo”, como diz Lightfoot. Em 2 Coríntios 8:6 há quase os mesmos verbos, “começar” e “completar”,referindo-se à administração de Tito, do fundo de socorro para a igreja de Jerusalém. Contudo, muito maisaceitável é a interpretação de que Paulo está suprindo uma cobertura teológica, para sua confiança em que aigreja filipense será preservada até o final dos tempos, até ao dia de Cristo Jesus. Ele é levado a estaconsideração ao refletir sobre como a igreja começou no primeiro dia, e este trabalho de Deus é descrito deforma tal, que lembra a criação de Iavé (Gn 2:2,3, LXX; II Esd. 6:38: Ó Senhor, tu disseste no primeiro dia:“sejam criados os céus e a terra”, e tua palavra realizou o trabalho; 6:43: Porque tua palavra saiu e a obra foifeita imediatamente). Mais ainda, a obra de Iavé foi considerada “. . .tudo. . . muito bom” (Gn 1:13). Pauloconhecia o ensino do VT que une o trabalho de Deus, no começo, com Seu propósito de levá-lo ao final (por ex.:Is 48:12s.); e ele aplica isto a uma comunidade que precisa de redobrada segurança, em face das ameaças etemores (1:28,29).7. Aliás, é justo que eu assim pense de todos vós. E adequado para Paulo que ele expresse esta convicção,como um assunto já estabelecido, em sua mente (o verbo pensar gr. phrotein) é uma palavra chave nestaepístola; significa uma combinação de atividades intelectuais e afetivas, que toca tanto a mente como ocoração, e conduz a uma ação positiva). O objeto a que se dirige este forte senso de interesse e confiança é asegurança da igreja, a despeito dos assaltos assacados contra ela pelas forças hostis. É o reconhecimentodesta oposição que inspirou a E. Lohmeyer aquilo que ele considera o tema central da carta: Paulo, o prisioneiro,escreve um panfleto de conforto a uma comunidade cristã sitiada e perseguida, que sofre uma provação similar àdo próprio apóstolo (1:30). O ponto de vista de Lohmeyer se desvanece, se o tomarmos como uma tese queexplique o principal propósito da carta; contudo, não se pode negar que há alguma verdade naquela assertiva, sevista à luz do presente versículo.porque vos trago no coração. O relacionamento de Paulo com seus leitores é caloroso e terno. Ele prende atodos num abraço apertado, cheio de afeição (veja-se o v. 8).todos sois participantes da graça comigo. O fator mais importante, numa situação total que o inspira comconfiança, a respeito do futuro da igreja, é que ele sabe que tanto ele próprio, como a igreja, são co-participantesde uma realidade comum, a graça de Deus. Esta afirmação é inesperada, havendo razão para denominá-la de“paradoxo genuinamente paulino” (Dibelius). Torna-se claro que tanto o apóstolo como a igreja são co-participantes de sofrimento e conflito; o inusitado é a percepção agora expressa, por Paulo, de que eles estãojuntos, associados na graça divina. Mediante isto, a igreja é sustentada e encorajada a resistir. Graça aqui, temo significado de força de Deus tornada disponível para Seu povo, em sua fraqueza e necessidade (veja-se 2 Co12:9).As algemas de Paulo não foram uma punição que ele trouxera sobre si próprio. Ele era um prisioneiro em razãode sua vocação como apóstolo de Cristo. Como tal, ele constantemente era chamado para engajar-se na defesae confirmação do evangelho. Estes dois substantivos podem muito bem sugerir os dois lados de seu trabalhoapostólico. “Defender o evangelho” poderia significar sua responsabilidade em desarmar o preconceito, e venceras objeções à mensagem (cf. 2 Co 7:11). Paulo foi chamado, de maneira positiva, para “confirmar” a pregação,mediante sua declaração ousada e franca. Entretanto, ambos os termos gregos (apologia, bebaiõsis) são partede um vocabulário legal, confirmado nos manuscritos, sendo muito provável que deveríamos conferir um sentidotécnico ao uso daquelas palavras, neste texto. A esperança firme de Paulo é que tanto ele quanto seus leitoresestão seguros, sob a guarda de Deus, podendo utilizar Seus recursos, mesmo estando ele em algemas, eprestes a testemunhar, durante o processo a que responde. Veja-se H. Schlier, TDNT i, p. 603.8. Pois minha testemunha é Deus, da saudade que tenho de todos vós, na tema misericórdia de Cristo Jesus. Àmedida que lemos este versículo, abre-se uma janela no profundo relacionamento de Paulo com seusconvertidos. Ele abandona, de forma espantosa, o costume rabínico de evitar o uso do nome de Deus numaassertiva tão solene, e invoca Deus para ser testemunha de que ele nutre um profundo desejo de reunir-se aseus amigos em Filipos. O verbo grego epipothein, traduzido aqui por ter saudade, é freqüentemente usado porPaulo para denotar seu desejo de ver seus amigos crentes (Rm 1:11; 1 Ts 3:6; 2 Tm 1:4) .Veja-se C. Spicq,

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“Epipothein, Désirer ou Chérir?” RB 64.2 (1957), pp. 184-195; e o comentário sobre 2:26. Este intenso anseio porestar reunido à igreja, em comunhão, e que evidentemente significava tanto para o apóstolo (veja-se 4:1, onde háum sentimento semelhante), é descrito, agora, como nada menos do que o amor de Cristo expressando-seatravés de Paulo. É Lightfoot quem comenta: “seu pulso bate com o pulso de Cristo; seu coração pulsa com ocoração de Cristo.” Este é um dos mais tocantes exemplos, talvez indireto, do “misticismo” de Paulo, que é outronome para a íntima união que ele experimentava com o Senhor ressurreto, em espírito (cf. 2 Co 3:17,18). Veja-seJ. D. G. Dunn, 2 Corinthians iii.17 — “ ‘The Lord is the Spirit’ ” JTS 21 n.s. (1970), pp. 309-20. Ele confessa,aqui, que sua união com Cristo não é um evento privativo, mas estende-se de modo a abraçar os crentes,também. Observe-se a freqüente repetição de todos, nestes versículos (4,7, duas vezes, e 8) a fim de enfatizaro “inclusivismo” da atitude de Paulo, em contraste, talvez, com o espírito faccioso da congregação Filipense.9. Entretanto, o anseio de Paulo por ver os filipenses deve, pelo menos no presente, ficar não-atendido. Eleespera que, mui brevemente, seja ele satisfeito (2:24). O confinamento numa prisão impede-o de realizar seuanseio de imediato. Assim, Paulo, mesmo à distância, cumpre um ministério pastoral de oração.Os versículos seguintes encorporam a substância de suas orações, de que já se falou no versículo 4. Aspalavras usadas são ligeiramente diferentes. O versículo 4 tem o grego deèsis; agora, ele usa um verbo (façoesta oração) de que se deriva o substantivo proseuchê. Contudo, a distinção é ligeira. “Somente com grandereserva podemos fazer distinção, e dizer que proseuchê denota oração, de forma abrangente, enquanto deèsispoderia ter, também, o sentido específico de oração peticionaria” (H. Greeven, TDNT ii, p. 807).É mais importante observar a função das orações de Paulo, pelas igrejas. Elas estão incorporadas em suascartas, não apenas para fornecer amostras, ou exemplos, de orações mas, têm, também, um propósitoexortativo, pois, encorajam seus leitores a agir segundo o pedido contido nas orações. São, assim, um tipo deparak lèsis (segundo Gnilka).amor neste contexto é, aparentemente, o amor mútuo entre os crentes (cf. 1 Ts 3:12; cf. 4:9). Contudo, é domde Deus, e sinal de Sua graça na era messiânica, que veio substituir a religião da Torah (cf. Collan- ge). Pauloroga que esta virtude, na vida humana, cresça e se desenvolva, em pleno conhecimento e toda a percepção.Estes termos, e também a expressão de Paulo as coisas excelentes (v. 10) são comuns entre os filósofosmorais, helenísticos, tais como Epicteto e Plutarco, os quais usam este vocabulário no duplo sentido: o de umaapreensão intelectual daquilo que é bom, na vida, e o da escolha moral, que determina o curso de ação dapessoa. Para o cristão, a mola mestra, tanto de seu conhecimento daquilo que é excelência moral, como de seudesejo de traduzir a aprovação em ação, é o amor. A oração de Paulo é para que os filipenses possam expressarseu amor em seus relacionamentos mútuos, à medida que vão reconhecendo aquilo que precisa ser feito, numadeterminada situação e, em seguida, aplicar o conhecimento. Talvez seu olho já estivesse focalizando umacomunidade onde havia tendência para o egoísmo, desunião, e acusação mútua (2:2; 2:14; 4:lss.). Uma dascaracterísticas tristes desta igreja era a confusão nos assuntos morais, que os tornava presa fácil dos mestressectários, que são condenados no capítulo 3. Veja-se a Introdução, p. 45.10. Dois resultados seguem-se pelo cultivo destas virtudes. Um deles é que os filipenses possam aprovar ascoisas excelentes, e em seguida, ao nível do caráter cristão, que possam ser sinceros e inculpáveis, preparando-se para o dia escatológico da prova (Rm 2:16).O verbo aprovar (gr. dok imazein) significa “pôr sob teste” (1 Ts 5:21) e depois “aceitar quando testado”, ou“aprovar”. Como termo comercial, era usado para denotar o teste de moedas. As que eram “aprovadas”, eramdinheiro genuíno, não-falsificado. A idéia de “teste” era, evidentemente, algo muito familiar, e favorito, para Paulo(veja-se Rm 12:2; 1 Co 3:13; 11:28; 2 Co 8:22; 13:5; G1 6:4; 1 Ts 2:4).O objeto do verbo, neste contexto, poderia ser traduzido como “as coisas que diferem”. Entretanto, a referênciaparalela em Rm 2:18 sugere que a expressão derivaria da filosofia helenística corrente (veja-se A. Bonhõffer,Epik tet und das Neue Testament, Berlim, ed., 1964 pp. 298ss., referindo-se a Epicteto, Diss. I. 20, 7: “a maiortarefa do filósofo é testar as impressões e discriminá-las”) e seria, então, traduzida: “as coisas que realmenteinteressam, ou importam” (AG). Cf. a tradução de Moffatt: “um sentido daquilo que é vital”. A idéia é que osleitores de Paulo possam ter a habilidade de discernir, e depois praticar, em suas vidas coletivas, como crentes,os assuntos realmente importantes do viver comunitário. Lohmeyer apela, como algo muito importante aqui, parao pano de fundo judaico que mostra que o judeu deveria escolher o que era essencial, na vida, de acordo com aTorah. Para o cristão, a Torah foi substituída pelo amor (v. 9), como critério importantíssimo para o julgamentomoral. (Veja-se D. Bonhoeffer, Ethics, ET Londres, 1955; na ed. 1965, pp. 49-54.)A chamada aos filipenses é para serem sinceros e inculpáveis, simultaneamente. Talvez estes adjetivos devamser tomados de modo complementar, o primeiro sugerindo um elemento positivo, de autenticidade, e o segundo,assegurando-lhes, negativamente, que não deveria haver falta em seu caráter. Estes adjetivos são encontradosjuntos em 1 Ciem. 2:5. sinceros (gr. eilik rinês) denota pureza moral, não ritual (veja-se F. Büchsel, TDNT ii, pág.397ss.). Em todo o NT, só aqui, e em 2 Pe 3:1, é que se encontra esta palavra. Moffatt traduz por“transparentes”, baseado numa derivação pela qual a palavra viria de heilè (luz do sol), isto é, “testado pela luzdo sol” (Müller, Commentary, p. 46).inculpáveis pode carregar um sentido transitivo: “que não causa ofensa” para outra pessoa (cf. 1 Co 10:32; At24:16).

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11. fruto de justiça é uma frase que pode ser entendida de duas maneiras diferentes, dependendo da força dogenitivo. Primeiramente, significa: “fruto que consiste em estar relacionado retamente com Deus”. Justiça éconsiderada como pertencendo “à estrutura da metáfora forense, comum, de Paulo — é a condição deabsolvição que Deus graciosamente concede através de Cristo” (Houlden; cf. Collange). A maior parte doscomentaristas prefere outro ponto de vista, segundo o qual se deve ver na frase um sentido ético. Paulo estáorando para que seus leitores vivam vidas que produzam uma colheita de qualidades morais, num viver correto,sendo isto o “fruto do Espírito” (G1 5:22), o qual é possível mediante a união com Jesus Cristo (veja-se J. A.Ziesler, The Meaning of Righteousness in Paul, Cambridge, 1972, pp. 151, 203) . Ambas as interpretações, tantoa absolvição forense, como a vida digna da profissão de fé do cristão, são importantes, em vista do “dia deCristo”, quando todos os segredos serão conhecidos, e as vidas dos homens trazidas para o teste último,perante o juízo final. Esta alusão ao dia do julgamento refere-se à parousia, no versículo 6.A oração de Paulo encerra-se com uma nota que caracteriza as orações tanto dos judeus como dos primitivoscristãos. Para a glória e louvor de Deus não faz parte da oração apostólica mas, é empréstimo litúr- gico,adicionado para concluir o período de ação de graças.Para um estudo recente dos versículos 3-11, veja-se: G. P. Wiles, Paul’s Intercessory Prayers, Cambridge, 1974,pp. 202-15, e P. T. O’Brien, Pauline Thanksgivings, Leiden, no prelo.

A AMBIÇÃO DE PAULO PELO EVANGELHO 1:12-26Esta longa seção forma uma unidade e é dominada por um tema central. Os comentaristas concordam, emgeral, em que o centro de gravidade está no versículo 18, no dominante interesse de Paulo em ver Cristoproclamado. Ele alimenta esta ambição não simplesmente como um indivíduo particular, mas como um apóstolo,cujas atuais circunstâncias de confinamento estão ligadas ao destino do evangelho, cuja mensagem ele foiencarregado de proclamar (segundo Gnilka). Por esta razão, ele devota grande parte de seus escritos àinsistência em que o evangelho não está em perigo, por causa de sua prisão, e também à explicação sobre porque ele sofre — como que refutando a insinuação de que ele não é um verdadeiro apóstolo, visto que estásofrendo. Ele passa por cima de muitas questões sobre suas circunstâncias pessoais, que nos interessariamver esclarecidas. Há uma obscuridade atormentadora nestes versículos, sobre os quais podemos apenasconjecturar, na busca de soluções para alguns problemas de identificação e pano de fundo. Contudo, o principalassunto (para Paulo) não está em dúvida: Cristo está sendo proclamado, e Sua mensagem será pregada, sejaqual for o destino de Paulo, como prisioneiro.12. A linguagem do versículo dá a entender que Paulo desejava assegurar aos filipenses que tudo estava bemcom ele. Talvez tivessem manifestado alguma preocupação quanto a ele, através da visita de Epa- frodito (2:25).Quero ainda, irmãos, certificar-vos é a confiança de Paulo, expressa numa fórmula declarativa (J. L. White, TheBody of the Greek Letter, pp. 121s.); mas, ele não se desvia para mencionar suas necessidades pessoais. Seuinteresse se focaliza em entregar uma declaração de defesa pessoal de seu apostolado, e em relatar oprogresso do evangelho. 0 termo grego traduzido por progresso (gr. prokopé) significa, mais especificamente,“avanço a despeito de obstruções e perigos que bloqueiam o caminho do viandante”. Como termo de filosofiamoral, tem uma longa história (veja-se TDNT vi, pp. 704-7, 710s.) e “parece que Paulo cunhou estasdeclarações”, neste versículo, e em 1:25, para seus próprios propósitos (loc. cit., p. 712). Certamente, sãodeclarações expressivas.13. Paulo vai mais longe, mostrando como a obra missionária progrediu, a despeito da terrível oposição externa.Sua prisão tomou-se conhecida de todos ao seu redor, e todos reconhecem que ele é um prisioneiro por causade sua entrega à causa de Cristo, isto é, ele não é um malfeitor civil, nem preso político. Tampouco é seutrabalho apostólico posto em dúvida somente porque ele é um apóstolo sofredor. Bem ao contrário.de toda a guarda pretoriana e de todos os demais — eis a esfera em que o testemunho de Paulo é eficiente. Asegunda parte da frase refere-se, claramente, a pessoas, e assim fixa o significado de praitõrion (palavraemprestada do latim, praetorium, ao grego). Refere-se, pois, não à residência imperial, ou à do governador, mas,à guarda do imperador, ou à corte pretoriana estacionada na metrópole. (Segundo, mais recentemente, B.Reicke, “Caesarea, Rome and the Captivity Epistles”, em Aposto- lic History and the Gospel, ed. W. W. Gasquee R. P. Martin, Exeter, 1970, p. 283), ou à guarda senatorial de plantão na capital provinciana de Éfeso (veja-seDibelius, p. 55), ou Cesaréia, ou mesmo Corinto. Veja- se atrás, na Introdução, pp. 51, 64.Segundo a RSV, que segue Lightfoot (Commentary, pp. 99-104), a guarda estava em Roma. Seriam trazidos emcontato com Paulo no decorrer de seus deveres de supervisão, embora, visto haver 9.000 pretorianos, torna-sedifícil, senão impossível, imaginar que um prisioneiro fosse conhecido de todos eles. Talvez, então, nesteambiente, não deveríamos tomar esta referência como abrangendo toda a guarda pretoriana, de maneira literal(cf. McNeil-Williams, Introduction, 2a ed., Oxford, 1953, p. 181); ou, talvez não seja a guarda pretoriana emRoma, a que está em mira, como argumentam os que defendem a hipótese do cativeiro de Paulo nas províncias.todos os demais abrange um círculo mais amplo, provavelmente de pagãos, os quais ouviram do cativeiro dePaulo, e a razão do mesmo.14. Como segunda conseqüência das notícias de sua prisão, outras pessoas dentro da comunidade cristã estãorecebendo novo estímulo para o trabalho de evangelização. O texto grego da frase a maioria dos irmãos indica

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um contraste com o grupo de pessoas mencionadas no versículo anterior (veja-se BDF, sec. 244.3). Os crentesdescobriram uma nova fonte de energia (tomando-se estimulados no Senhor) e são encorajados, pelo exemplode Paulo, a falar mais ousadamente, em testemunho da palavra de Deus, isto é, a mensagem apostólica.Outra interpretação do texto abre-nos uma visão diferente. Esta leva-nos a tomar a frase de Paulo, no grego (hoipleiones), e fazê-la significar “a maioria” (mas, não todos) em referência aos pregadores cristãos no lugar docativeiro de Paulo. Isto significaria que nem todos ficaram positivamente estimulados pela presença de Paulo, oapóstolo aprisionado, o que daria lugar a uma divisão, mencionada nos versículos 15-17. Seja qual for o caso,são pregadores cristãos (irmãos); este título suporta a primeira interpretação, segundo a qual a presença dePaulo, e seu comportamento na prisão exerceram efeito salutar sobre a comunidade cristã em geral, ao seuredor.15-17. Eis uma seção importante da carta, que suscita diversidade de interpretações. Parece haver algumatensão com o versículo anterior, 14. Ali, Paulo escrevera aprovando entusiasticamente os pregadores que sefortaleceram pelo testemunho do apóstolo, na prisão, e que se lançaram, então, em ativa obra missionária.Agora, ele precisa comentar, tristemente, que nem todos estão motivados pelas melhores intenções. Algunsefetivamente proclamam a Cristo por inveja e porfia, movidos por motivos de discórdia, insinceramente, julgandosuscitar tribulação às minhas cadeias. O problema é se podemos identificar este grupo ao lado dos demais, quesustentam Paulo, interessados em exercer seu ministério por amor ao apóstolo.0 pequeno texto dos versículos 15-17 é formado artisticamente; compõe-se de declarações paralelas, antitéticas,à maneira do dispositivo retórico, grego, denominado chiasmus. Obviamente é uma unidade completa. Contudo,não pode ser destacada do contexto imediato, e tratada como dissertação, como propõem alguns comentaristasalemães. Tampouco existe muito que favoreça a descrição que Lohmeyer faz dos pregadores rivais, como sendoheréticos. Paulo não condena a substância de sua pregação. A triste observação do apóstolo refere-se aosmotivos por que pregam a Cristo.T. Hawthorn (“Fp 1:12-19, com referência especial aos versículos 15, 16 e 17”, ExpTèl (1950-1), pp. 316s.) tentadestacar esta pregação da controvérsia religiosa, e ver no texto pregação às autoridades civis da cidade ondePaulo está preso (presumivelmente Roma). Estes homens estão proclamando uma mensagem anti-imperial(talvez revestida de estilo revolucionário, semelhante à alegação de At 17:7,8), e assim, estão estimulando umconflito com as autoridades romanas. Estão provocando perseguição, e convidando o martírio, inspirados pelacrença de que o sofrimento deve ser suportado, antes do final dos tempos, que eles se interessam em apressar.Desta forma, estão tomando difícil a vida de Paulo, em seu trato com as autoridades.Esta interpretação do texto tende a transformar os termos inveja e porfia em vícios anti-sociais. Maisprovavelmente os termos pertencem ao mundo dos crentes que estariam vilmente envenenados contra Paulo,não contra o império romano, nem contra seus companheiros e irmãos na fé (assim julga T. W. Manson, Studiesin the Gospels and Epistles, ed.M. Black , Manchester, 1962, pp. 161 ss., que localiza o cenário desta pregaçãocontenciosa em Corinto, onde Paulo é prisioneiro à época da redação da carta. 1 Co 1-4 fala do espírito defacção e contenda deles), nem contra os judeus (segundo F. G. Synge, Commentary, pp. 24s., que pensa queestes homens estão deliberadamente antagonizando os judeus por aquilo que estes fizeram a Paulo). Contudo,Paulo jamais aprovará tal tipo de pregação (v. 17).Parece que se objetiva um grupo de pregadores cristãos que desdenham de Paulo, porque ele é um apóstolo emcadeias; eles se inspiram em pensamentos de inveja e animosidade contra Paulo, porque parece que ele colocouem dúvida a mensagem cristã, por sua fraqueza, como prisioneiro, e prejudicou seu progresso no mundo. Aporfia deles, contudo, não é dirigida contra o apóstolo, pessoalmente; ao invés disso, eles apresentam umaestratégia missionária, rival, que excede em poder, comprova sua reivindicação mediante um triunfalismo sobretoda e qualquer oposição, e gloria-se no sucesso. Com efeito, eles vêem a si mesmos como “homens de Deus”,semelhantes aos professores e pregadores itinerantes, religiosos, os quais eram figuras familiares no mundoantigo greco-ro- mano. Esta compreensão dos inimigos de Paulo é proposta por R. Je- wett (“conflictingMovements in the Early Church as Reflected in Phi- lippians”, NovT 12 (1970), pp. 362-90). O mérito destainterpretação é que ela ilumina outras referências à situação de Paulo na cidade de sua detenção.A réplica de Paulo é multifacetada. Ele é grato pela lealdade daqueles que vêem o verdadeiro significado de suaprisão. Ele ainda está ativo, testemunhando, e é sua fidelidade ao evangelho apostólico que lhe trouxe aquelessofrimentos (v. 16). Ele está incumbido por Deus (o gr. keimai é um termo teológico, que enfatiza que seutrabalho é determinado por comissão divina (cf. Lc 2:34; 1 Ts 3:3; possivelmente 1 Jo 5:19) e não está aquidevido a qualquer ação temerária (alegação que poderia bem ter circulado), nem porque ele esteja isento desofrimento, como os “verdadeiros apóstolos” poderiam alegar. Se os pregadores rivais estivessem reivindicandoatributos irregulares, para o ministério deles (talvez, como sugere Jewett, ousando adotar para si mesmos o títulode “manifestados por Deus”, como sendo nomeados pelo Senhor, como mensageiros), então, Paulo contra-atacaria observando que suas insígnias e suas credenciais são as cadeias que ele porta (v. 13): suas cadeiassão manifestas (gr. phanerous), ou “conhecidas”, pois, são usadas por um cristão).18. Assim, ele resume sua reação à situação criada por um segmento hostil da igreja ao redor. Todavia, queimporta? (assim BDF, sec. 299.1). Ele está indiferente a esses ataques contra si próprio, como se fora umhomem sem reputação, ou um falso apóstolo. Sua única preocupação é a pregação de Cristo; este fato enche-o

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de alegria, tanto pelo presente como pelo futuro.19. sim, sempre me regozijarei. Renova-se aquela expectativa de alegria futura. Paulo retorna, agora, ao assuntode seu destino, como prisioneiro, ou pelo menos ao seu desejo de ser uma testemunha, em seu confmamento.Seu regozijo está baseado, não em algum cálculo humano, mas, em sua confiança na ajuda de Deus. Nestaesfera, pode ele contar com dois tipos de assistência: um deles é humano (vossa súplica), enquanto o outro vemdiretamente de Deus (pela provisão do Espírito de Jesus Cristo). Paulo exprime com tocante minúcia ambos ostipos de assistência que ele, com alegria, pode avocar. A súplica dos fili- penses (gr. deèsis) é resposta à suasúplica a favor deles (v. 4). A provisão (ARC, socorro) do Espírito Santo sugere um revestimento, efortalecimento de sua vida, de tal forma que sua coragem não lhe falhará; e nem será, seu testemunho,prejudicado (v. 20), seja qual for o resultado do processo contra ele. 0 substantivo epichorêgia pertence a váriosmundos: nos contratos de casamentos, conforme evidências nos manuscritos, significa “prover uma esposa”; emterminologia médica, o verbo pode ser usado para o “ligamento que funciona como suporte” (Ef 4:16; Cl 2:19); enos festivais do drama ateniense é usado para guarnecimentos do coro. A ajuda do Espírito é nada menos que opoder de Cristo disponível para Seu povo (E. Schweitzer, TDNT vi, p. 417).Mediante esta ajuda combinada, Paulo espera obter sua libertação, (gr. sõtèria). Alguns comentaristas vêemesta esperança como que centralizada na confiança de Paulo concernente à sua “libertação ou salvação eterna”(G. Friedrich, ad loc.; J. L. Houlden, p. 64). Como outra alternativa, a palavra é equivalente à sua expectativa notribunal. Ele espera que sua confiança em Deus seja honrada, e seu testemunho da fidelidade divina seráconfirmado pela virada dos eventos. Mas, isto não é a mesma coisa que a esperança de libertação da prisão,porque no versículo seguinte ele entrevê a possibilidade da morte.J. H. Michael (Commentary, ad loc.) argumenta a favor da segunda alternativa, observando que a frase de Pauloé citação de Jó 13:16: “isto será a minha salvação” (a LXX diz exatamente as palavras de Paulo, no grego).Paulo tem confiança em que, quer seja ele absolvido ou não, sua posição em Cristo será sustentada; Jóexpressou confiança semelhante, de que sua confiança seria validada por Deus (13:18) Veja-se: Gnilka eCollange, ad lo c.A presença de Paulo no tribunal, durante o processo, perante seus juizes (veja-se o v. 7), será, também, umaocasião para sustentação do evangelho. Nessa ocasião, será ele sustentado pelo Espírito que Jesus prometeraaos discípulos, quando levados perante seus acusadores (Mc 13:11; Lc 12:11,12).20. segundo a minha ardente expectativa e esperança. Paulo ainda mantém seu olho no futuro, no tempo daprova que há de vir. Uma perspectiva que encheria a maioria das pessoas com pressentimentos e alarmes, é, defato, ardentemente aguardada por Paulo. A palavra apoka- radok ia (ardente expectativa) é bastante pitoresca,denotando um estado de antecipação viva do futuro, o esticar do pescoço para captar um vislumbre daquilo quejaz à frente, “a esperança intensa, concentrada, que ignora outros interesses (apo), e força-se para a frente,como que esticando a cabeça (kara, dokein)” assim a descreve muito bem H. A. A. Kennedy (Commentary, adloc.). É, assim, uma atitude positiva para com aquüo que o futuro possa trazer, um significado comprovado nouso secular do verbo grego. Veja-se o estudo de G. Bertram, “APOKARADO- KIA (Phil. I, 20)” ZNW 49 (1958),pp. 264-70.A perspectiva alegre de Paulo é governada por várias considerações. Ele confia em que sua coragem nãosucumbirá ao temor; ao contrário, ele deseja que sua prova seja enfrentada com nova coragem (gr. parrhèsia,literalmente: “ousadia ao falar em público”). Acima de tudo, ele almeja que seja Cristo engrandecido. Ocontraste: em nada ... envergonhado... o Senhor glorificado (gr. megalynthèsetai) é comum no Saltério do VT, eno rolo Hinário de Qumran, por ex.: IQH 4.23s.:Eles não me estimam [para que Tu possas] manifestar Teu poder (isto é, fazer-Te grande) através de mim.Tu Te tens revelado a mim, em Teu poder, como perfeita Luz, e não tens coberto minha face com vergonha. Cf.Vermes, p. 162).A honra de Cristo será alcançada, continua Paulo, numa sublime indiferença para com aquilo que a nós parece,hoje, assuntos de suma importância, quer pela vida, quer pela morte. Tanto um como outro destino têm que vercom sua existência física; contudo, é muito provável que Paulo diz no meu corpo, incluindo sua vida total, comoser humano responsável, e servo de Deus (cf. Rm 12:1, quanto ao sentido inclusivo de sõma, denotando “ohomem todo, e não apenas uma parte. .. [e também] a esfera em que o homem serve”: veja-se E. Schweizer,sua importante discussão do assunto em TDNT vii, pp. 1065s.).21-24. Agora, numa série de declarações contrastantes, que poderiam ser dispostas em paralelismos, Pauloapresenta as alternativas que se lhe deparam. O esquema está cuidadosamente delineado sob a forma demanchetes, mas a sintaxe que tornaria o texto inteiramente inteligível, como se fora uma peça redatorialunificada, está partida. Entretanto, o esboço daquilo que estava na mente de Paulo é bem claro, como se vê:a. Vida: para mim é Cristo (v. 21a)b. Morte: é lucro (v. 21 b)c. Vida: se o viver.. . (v. 22)d. Morte: estou... tendo o desejo de partir e estar com Cristo (v. 23)e. Vida: minha responsabilidade pastoral exige minha contínua presença (v. 24)Cada uma destas declarações encaixa-se numa corrente progressiva de pensamento, à medida que a mente de

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Paulo vai levantando as possibilidades. Em certo sentido, ele está sopesando apenas assuntos teóricos, porquesua vida ainda está sob risco, e sob a misericórdia de seus captores. Entretanto, como cristãos, e comoapóstolo, ele sabe que sua vida gravita na esfera do controle soberano e providencial, de Deus, onde nenhumaforça maligna pode tocá-lo, senão mediante permissão divina. A verdadeira questão resume-se em decidir quetipo de “libertação” (v. 19) é melhor esperar. Se as orações dos filipenses, em prol de sua sobrevivência, forematendidas, pode Paulo esperar um prolongamento de sua obra missionária (fruto para o meu trabalho), e umapossível volta a Filipos, para reassumir seus vínculos pastorais com a igreja ali (v. 26). Se, entretanto, overedicto lhe é desfavorável, significará sentença de morte, o fim de sua vida aqui. Mas, este pensamento nãocausa horror a Paulo, visto que muitos “fins” desejáveis seriam atingidos mediante este evento: seu martírio serálucro, porque Cristo será honrado, neste ato, e Sua mensagem proclamada (v. 21), e seu anseio pessoal seráatendido quando ele entrar em comunhão mais profunda com seu Senhor, além do véu (v. 23).A escolha deriva de um dilema genuíno, como a pressão de forças opostas. Ele está “fechado dos dois lados”(tradução de Lightfoot para o v. 23). O verbo synechomai sugere a idéia de controle total, submissão a forçasque, neste caso, são tão bem equilibradas, em sua competição, que Paulo está sob pressão igual de ambos oslados (veja-se H. Kôster, TDNT vii, p. 883s.) e não pode libertar-se. Se a questão fosse deixada à sua inclinaçãonatural, a opção seria clara: ele escolheria a morte (partir) como um mártir (o aoristo infinito to apothanein temem vista tal destino) e assim, estar com Cristo.partir (gr. analysaí) não deve ser interpretado como um anseio por imortalidade, a qual os gregos procuravamatingir mediante o derramamento do corpo físico, permitindo, assim, que o espírito escapasse de sua prisão. Ametáfora do verbo poderia ter sido emprestada da terminologia militar (retirar-se do campo), como no exemplo doexército de An- tíoco, na retirada da Pérsia (II Mac. 9:1 usa o verbo), ou da linguagem náutica: libertar o barco desuas amarras, para que saia velejando. Contudo, o pano de fundo geral, mais imediato, não é o debate filosófico,grego, a respeito da imortalidade da alma, que procura libertar-se do corpo, à hora da morte, (cf. a versão judaicaem Tob. 3:6), mas a esperança de uma união mais íntima com Cristo, para o que não existe paralelo adequadona antigüidade (segundo Gnilka). Estar com Cristo expressa sua esperança de “pessoalmente ‘estar com Cristo’. . . consistindo na comunhão pessoal entre Cristo e o apóstolo” (W. Grundmann, TDNT vii, p. 784). O paralelomais próximo está em 2 Co 5:1-10, sobre o qual veja-se M. J. Harris, “Paul’s View of Death in II Corinthians 5:1-10”, em New Dimensions in New Testament Study, ed. R. N. Longenecker e M. C. Tenney, Grand Rapids, 1974,pp. 317-28.A frase exata estar com Cristo tem suscitado discussões. Que quer Paulo dizer com isso, precisamente?Haveria paralelos, suficientemente próximos, de modo a sugerir que Paulo tomou a idéia de fontes externas?Esta segunda questão é mais facilmente respondida. W. Grundmann (loc. cit. pp. 781ss.) toma um ponto departida ao referir-se a uma expressão paralela (“estar com Deus”) nos Salmos do VT, os quais exprimem aesperança de que a comunhão (cultual) com Iavé prosseguirá após a morte. O judaísmo posterior cria que acomunhão entre Deus e o homem vencia a morte, sendo “esta, provavelmente, a base teológica das declaraçõesde Paulo” (Grundmann, p. 782). Esta suposição é muito mais aceitável que as propostas alternativas, como, porexemplo, a de que Paulo tomou emprestada a idéia de reunião com Cristo, após a morte, das seitas helenísticasmisteriosas. Entretanto, não parece haver um paralelo exato, em sua formulação precisa; o uso da expressão éde Paulo mesmo, não tendo havido nenhum empréstimo. As analogias mais próximas são com as idéiasjudaicas, conforme estudos de P. Hoffmann, Die Toten in Christus. Eine religionsgeschichtliche und exegetischeUntersuchung zur paulinischen Eschatologie, Münster, 1966, pp. 286-320;e J. —F. Collan- ge, Excursus 2:“L’Expression ‘être avec Christ’, et l’eschatologie pauli- nienne”, pp. 62-5.O pano de fundo da formula “estar com Cristo” é problemático; a idéia mais provável é que o pensamento dePaulo se entende melhor como uma expressão de seu ensino a respeito de morrer-e-ressuscitar com Cristo.(Veja-se a discussão em A. R. George, Communion with God in the New Testament, Londres, 1953, pp. 150-5, eR. C. Tannehill, Dying and Rising vAth Christ, Berlim, 1967.) Com Sua morte, Cristo venceu o inimigo do homem,a morte; em Sua ressurreição, Ele inaugurou uma nova era. Contudo, Ele não esteve só, neste triunfo. Elerepresentava Seu povo, que compartilha os benefícios de Sua vitória sobre a morte (Rm 6:1-11). Na experiênciahumana, aquela união com Cristo, pela fé, inicia-se com a obediência ao Seu chamado, expressa na fé eexemplificada na confissão batismal. No ensino de Paulo é tão íntimo o elo que liga o crente ao Seu Senhor (porex.: 1 Co 6:17), que a morte não pode rompê-lo. Ao contrário, a morte o introduz numa comunhão ainda maisprofunda, de tal maneira que Paulo pode dizer, na verdade, numa comparação de muita força, que esta uniãoalém-morte, é incomparavelmente melhor, um fim almejado com devoção. O advérbio triplo em grego(literalmente: “antes muito melhor”) significa “sem comparação, o melhor”, isto é, um superlativo super-enfático.Contudo, Paulo é guiado por desejos não-pessoais. Seu pensamento “centralizado na cruz” relaciona-se nãotanto à imortalidade pessoal, ou ao interesse pelo além, mas ao interesse pelo trabalho de Cristo, e à fidelidadeà Sua palavra (Collange). O altruísmo pastoral de Paulo rebrilha quando ele volta à situação de seu “cuidado portodas as igrejas” (ou “preocupação com todas as igrejas” 2 Co 11:28 ARA). É mais necessário, por vossa causa(pensamento que inclui os filipenses, mas não se limita a eles) que sua vida seja poupada, para poder continuar.25-26. E, convencido disto, estou certo de que ficarei, e permanecerei com todos vós. Estes versículos contêmuma nota que sugeriu, a alguns comentaristas, que Paulo está expressando nova confiança, com respeito a seu

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futuro. Versículos anteriores, neste capítulo (20,23) estão pesados com a perspectiva de martírio iminente,parecendo que a morte estava ali na esquina. “Paulo. . . bem no íntimo de seu coração, antecipava nenhum outrodestino senão a morte” (J. H. Michael). A questão é, pois, se sua perspectiva mudou, no versículo 25, de modoque ele contempla, agora, a probabilidade da sobrevivência, após o processo, e o retorno a Filipos (v.26).Muitas suposições têm sido levantadas, para explicar esta hipotética mudança de perspectiva. Teria sido numailuminação profética que Deus lhe concedeu, de que a sentença do tribunal lhe seria favorável (assim pensaLohmeyer)? Ter-lhe-iam chegado notícias de que os juizes haviam decidido a seu favor (hipótese de Michaelis)?Ou possivelmente, a convicção de Paulo fortaleceu-se pela meditação nos propósitos de Deus, nos eventos desua recente exposição ao risco (idéia de Bonnard)? Não podemos responder a estas pergutas com algum grau decerteza. Talvez, depois de tudo, a confiança de Paulo se relacionava estritamente ao seu sentido deresponsabilidade pastoral, e está considerando sua própria convicção “baseado em seu senso das necessidadesdos filipenses, quanto ao apóstolo” (J. H. Michael). Para defender a última idéia, precisamos relembrar que em2:17, Paulo volta à real possibilidade de não escapar do martírio.O que é mais certo é que a volta de Paulo a Filipos, e sua retomada do pastorado, enquanto fosse possível,ajudaria os filipenses. O segundo verbo permanecerei é uma tautologia que repete o primeiro verbo ficarei. Setiver uma função separada na sentença, pode bem sugerir que Paulo tem esperança de sobreviver até a parousiade Cristo: assim pensam Lohmeyer e Bonnard.Pelo menos, asseguraria sua assistência no caminho de seu progresso (a mesma palavra de 1:12) e gozo da fé.A última frase é um toque humano que ilustra a força do laço que unia o apóstolo e a comunidade. Sua presençacom eles aumentaria o gozo deles, visto que a vida comum deles era uma fonte de alegria e satisfação para oapóstolo (1:4;4:1). Então, eles teriam imensas razões para exultação, pelo fato de suas orações por seulivramento terem sido atendidas (v. 19), e o testemunho de Paulo ter sido mantido (v. 20). A restauração dePaulo aos filipenses seria um sinal da misericórdia divina, evocando o louvor deles. Um resultado assim positivodas tribulações de Paulo seria um encorajamento para eles, além de tornar em realidade a esperança de Paulode vê-los mais uma vez (2:24).Se a carta se originou na prisão de Paulo em Éfeso, o apóstolo viveu para ver sua esperança transformada emrealidade (At 20:1-6, que sugere duas prováveis visitas a Filipos). Se a carta veio de Roma, não podemos darcerteza a esta hipótese; a questão é mais complexa, porque envolve a confiabilidade da tradição, segundo a qualPaulo foi libertado no final do período de At 28:30, e envolve, ainda, a autenticidade das epístolas pastorais (1Tm 1:3). (Veja-se G. Ogg, The Chronology of the Life of Paul, Londres, 1968, caps. 21, 22; e J. J. Gunther, Paul:Messenger and Exile, Valley Forge, Pa., 1972, cap. 6.)

EXORTAÇÃO À COMUNIDADE 1:27-30A mente de Paulo dirigiu-se à possibilidade de ver a comunidade filipense mais uma vez. O criticismo que sesegue indica que Paulo decidiu dar conselhos diretos, mesmo em sua ausência forçada. Freqüentemente eleexpressa o pensamento de sua presença pessoal com as igrejas, mesmo não podendo estar com elas, empessoa (1 Co 5:3; Cl 2:5). No caso dos filipenses, ele tem em mente a necessidade de adverti-los contra oespírito sectário, e egoísta, e também oferecer-lhes algum encorajamento, no conflito que aparentementeestavam enfrentando. Eis os dois motivos intimamente ligados, neste longo texto. A ênfase paulina recai sobre anecessidade de unidade, humildade, e de cerrar fileiras contra os perigos externos que os ameaçam. Tudo isto ébem claro. Contudo, se quisermos pesquisar mais profundamente, a fim de saber a razão da desunião, e dasdesavenças na comunidade, e a natureza da hostilidade proveniente do mundo, fora da igreja, encontraremosperplexidade, e não dados precisos. Poderemos apenas conjecturar.É razoável julgar que parte do problema dentro da igreja era a perda de confiança, em face do sofrimento nãoesperado. Em 2:14 há uma advertência contra “murmurações” e “contendas”. Ambos os termos indicam queixase perplexidades à vista do que aconteceu à igreja, há pouco.Por que deveriam eles sofrer por sua fé, e agüentar um conflito tão amargo? A réplica de Paulo consiste emoferecer uma teodicéia, isto é, uma justificativa destes eventos, à luz dos propósitos de Deus, e da natureza davida cristã, que não isenta os crentes de infortúnios e provações (como em 1:29,30). Parte daquela teodicéiaobjetiva a intimar o exemplo de sua própria experiência de sofrimento, tanto no passado como no presente, erogar aos filipenses que não o desapontem quanto à sua expectativa a respeito deles (2:16). A descrição quePaulo faz de si mesmo, como mártir que se sacrifica em prol das igrejas, aumenta a agudez de seu apelo (2:17).O principal ensino da resposta de Paulo é a demonstração de como os planos de Deus incluem o sofrimento dasigrejas (1:29), e como a natureza da vocação cristã recebeu seu modelo do próprio Senhor encarnado (2:6-11).Ele percorreu um caminho de auto-humilhação, rejeição e obediência até a morte, antes de chegar à exaltação.A vida da igreja é, pois, cruciforme, visto que ela se deriva dAquele que exemplificou o padrão do “morrer paraviver”; e o apelo e exortação de 2:5 é para que os filipenses deixem sua vida comunitária tomar uma forma quedemonstre o reconhecimento de que este é seu destino, como membros do corpo de Cristo, “em Cristo Jesus”.O Senhor sofredor, e o apóstolo sofredor, juntos (veja-se E. Güttgemanns, Der leidende Apostei und sein Her,Gôttingen, 1966), provam que não há absolutamente nada de incoerente, nem inconsistente, no “destino doscristãos como comunidade perseguida, inserida num mundo hostil (2:15); isto deveria ser um antídoto eficaz

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contra o espírito extremamente agitado e rebelde que parecia presente em Filipos. O tom de Paulo é semelhanteao de seu apelo em 1 Ts 3:3,4: “ninguém se inquiete com estas tribulações. Porque vós mesmos sabeis queestamos designados para isto; pois, quando ainda estávamos convosco, predissemos que íamos ser afligidos, oque de fato aconteceu, e é do vosso conhecimento”.a. A necessidade de unidade e de coragem em face da perseguição (1:27-30).27. um só espírito ... uma só alma. “Uma coisa só” é como Barth traduz a palavra grega usada por Paulo(mononj; a admoestação vai “erguida como um dedo em riste”. Paulo deseja para eles, como membros de igrejaem Filipos, a mais alta qualidade de vida comunitária, estabelecida pelo padrão de sua fidelidade ao evangelhode Cristo. A vida da comunidade é comparada à cidadania (gr. politeia) desfrutada pelos cidadãos de Roma, nomundo antigo. Desta maneira, o verbo usado por Paulo (gii. Potiteuesthe) deve ser traduzido de modo a exaltareste sentido. E verdade que às vezes procurou-se dar um significado exclusivamente político, a esta palavra,como por exemplo, R. R. Brewer (“The Meaning of Politeuesthe in Phil. 1.27”, JBL 73 (1954), pp. 76-83), que atraduz assim: “cumpri vossas obrigações como cidadãos” (a ARA traz: “vivei”). É muito provável que Paulo estejausando o verbo técnico a fim de chamar os filipenses à sua dupla responsabilidade: eles se orgulhavam de sertratados sob a ius Italicum (veja-se A. N. Sherwin-White, Roman Society and Roman Law in the New Testament,Oxford, 1963, pp. 78s., 175-7), como cidadãos do império, tendo privilégios para usufruir e responsabilidades acumprir. Deve eles lembrar-se, também, de que são cidadãos de um reino celestial (3:20), e a conduta deles naigreja, e no mundo, deve ser determinada pelo fato de serem membros, ou cidadãos, do reino de Cristo na terra.O mesmo pensamento ocorre a Policarpo em sua carta aos Filipenses: “Se formos Seus cidadãos dignos (gr.politeusõmetha axiõs), também com Ele reinaremos” (5.2).A noção de um padrão digno, de conduta, é freqüente na correspondência paulina, como parte de suadeterminação ética dirigida às igrejas (1 Ts 2:12; Rm 16:2; Cl 1:10; Ef 4:1). Aqui é o evangelho que estabelece anorma ética. Evangelho não é o registro escrito, mas a mensagem proclamada. A essência do apelo de Paulo é,como diz Gnilka, “vivei como pessoas convertidas”, tanto dentro da igreja, como lá fora, no mundo. Este é oansioso desejo de Paulo para eles, mesmo não podendo estar pessoalmente ao lado deles.A compreensão de Paulo da luta da igreja contra os poderes hostis é bem realista. A seção que compreende osversículos 27-30 é rica de termos militares: estais firmes (resolutos como soldados plantados em seus postos;Lohmeyer, p. 75. n.2, publica a evidência deste sentido do verbo); lutando (associa-se com campanha militar, embatalha, ou com arena, onde os gladiadores lutavam em combate de vida ou morte; cf.2 Tm 2:5); pelos adversários, humanos ou demoníacos: o mesmo combate (gr. agón) como o que Paulo haviaconhecido à época de sua primeira visita à cidade deles (1 Ts 2:2, onde Paulo usa o mesmo substantivo) e,talvez, tenha sofrido, há pouco, quando redigiu a carta (Cl 2:1, se esta carta pertence ao mesmo período de suavida; veja-se o New Century Bible Commentary, 1974, pp. 23-32).O desafio aos filipenses é para ficarem firmes em um só espírito, como uma só alma, lutando juntos pela féevangélica. A citação é notável pelo intercâmbio do elemento humano com o divino. Obviamente, aqui está umchamado excitante à ação, e para que se apresente uma frente unificada contra o mundo hostil. Contudo, Paulopromete, também, a ajuda de Deus (como em 4:1) que, pelo Seu Espirito (um só espírito — deve ser entendidocomo referindo-se ao Espírito Santo, ao invés de ao espírito humano, embora Lohmeyer e E. Schweizer, TDNTvi, p. 435, prefiram esta última opção) ajudará Seu povo a defender a fé evangélica. Eles seriam capazes devencer plenamente, na batalha, não pela fé deles, mas por sua fidelidade ao ensino apostólico, o qualevidentemente estava sob fogo inimigo, em Filipos; isto, a despeito de a presença de Paulo entre eles não serpossível. Veja-se em 2:12,13 um encorajamento semelhante, baseado na promessa da ajuda divina. Quanto aeste versículo, veja-se V. C. Pfitzner, Paul and the Agon Motif, Leiden, 1967, pp. 116-118.28. em nada estais intimidados pelos adversários. Paulo não nos diz quem eram, exatamente, estes adversáriosda igreja. É óbvio que não eram cristãos, visto que estão a caminho da destruição (cf. 1 Co 1:18, onde se usa omesmo termo grego, em sua forma verbal, para denotar o julgamento escatológico reservado para os inimigos daigreja, no mundo). Esta consideração é argumento contrário à opinião (esposada por J. —F. Collange; e tambémpor G. P. Wiles, Paul’s Intercessory Prayers, p. 210) segundo a qual 1:27s, antedpa as admoestações docapítulo 3, estando encravado no contexto da luta da igreja contra pregadores judeu-cristãos, que tentavamintroduzir um ensino perfeccionista baseado na obediência legalística à lei. Ao contrário, a chamada de Paulo àfirmeza, neste texto, tem em vista um conflito (v. 30), o qual os filipenses associaram à sorte de Paulo, à épocaem que ele estava em Filipos (“mesmo combate que vistes”), e que o apóstolo sofre, agora (“e ainda agora ouvisque é o meu”). Esta descrição só pode encaixar-se bem se a oposição vem do mundo pagão.A perspectiva de Paulo é otimista. Embora a igreja esteja sentindo a pressão da perseguição, ele confia em quesua salvação final está garantida, desde que os crentes mantenham a “fé” (v. 27) à qual deve re- ferir-se opronome que na declaração de Paulo: “que é para eles provaevidente’’ (o pronome relativo está atraído para o caso do substantivo “fé”, no grego). Em outra alternativa, areferência é feita à constância dos filipenses, sob provação, permanecendo firme sua fidelidade. (Veja- se estadiscussão em Hermann Binder, Der Glaube bei Paulus, Berlim, 1968, p. 78). Esta confiança advém da convicçãode Paulo de que até mesmo a perseguição à igreja vem da parte de Deus. O antecedente desta frase está noneutro, no grego (touto), e refere-se ao episódio todo da oposição, lá atrás, em seu efeito duplo, que é:

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encaminhamento dos inimigos, à destruição, e da igreja, à salvação escatológica. Em ambos os casos, dizPaulo, é o propósito de Deus que é servido. Parece ser este o significado do texto de Paulo, embora seja elípticoo grego. Westcott e Hort resolvem o problema da dificuldade do grego, sugerindo que os versículos 28b-29 estãoentre parênteses, servindo de união direta entre o versículo 28a e o 30. Certamente isto ajuda na compreensãodo texto, e explica os versículos interpostos como uma “pausa” paulina, um adendo que é comentário teológicoaos sofrimentos dos filipenses.em nada estais intimidados contém um verbo expressivo, que sugere o tropel de cavalos assustados. Paulo temcerteza de que seus amigos não explodirão em desordem, sob tal pressão. É possível que a firmeza deles, nafé, é o sinal tanto da sentença dos perseguidores quanto do livramento dos crentes (assim pensam Dibelius,Gnilka e Michael); mas, esta interpretação é menos preferida que a anterior, especialmente em vista do versículoseguinte.29. Porque vos foi concedida (por Deus) a graça de padecerdes por Cristo, e não somente de crerdes nele. Estamagnífica declaração é apresentada como uma teodicéia, para ajudar os filipenses a compreenderem, pelomenos em parte, seus sofrimentos. A voz passiva foi concedida é a maneira de Paulo atribuir a obra à vontadede Deus. O “passivo divinal”, como o chama J. Jeremias (New Testament Theology, vol. i, Londres, 1971, p. 9) émaneira de expressar-se, do VT, para enfatizar que Deus controla todos os eventos. Portanto, os filipenses nãodeveriam perturbar-se por causa de suas experiências amargas, como se Deus os tivera esquecido, ou estivessezangado com eles. Ao contrário, o verbo (gr. echaristhè) lembrá-los-ia de que até mesmo estas provações vêm aeles como uma dádiva da graça de Deus (gr. charis). Somente pela fé, que vem pela graça, pode o sofrimentoser considerado um privilégio (Gnilka).Contudo, o principal peso do versículo recai no ensino de Paulo, a seus leitores, segundo o qual a comunhãocom um Cristo sofredor (padecerdes por Cristo) necessariamente pressupõe co-participação em Seu destino, eque a compreensão paulina da vida cristã insiste em que não há maneira de conhecer-se essa vida, em suaverdadeira expressão, senão mediante a identificação pessoal com o Cristo que foi exposto a todos os riscos emazelas de um mundo cruel. Isto será mais elaborado em 3:7-10. Paulo já está tacitamente contra-atacando ofalso ensino que considerava o sofrimento apostólico, e o dos crentes, como uma intrusão desnecessária, e queacredita que os crentes já teriam direito a um estado de bem-aventurança, ou vida divinal, aqui na terra (veja-sel:15ss. e 3:12ss.), isentos das tensões e humilhações da vida. Estes homens poderiam estar ensinando que a“glória” seria a insígnia de todo cristão. Paulo retruca que a marca distintiva do crente é a cruz.30. Os leitores da epístola se lembrariam bem das circunstâncias do combate de Paulo, que haviampresenciado à época em que a igreja deles havia sido fundada (At 16:22ss.; 1 Ts 2:2). Eles teriam tidoconhecimento, também, de registros posteriores das experiências de Paulo “quando ele partiu da Macedônia”(4:15s.). Assim ele apela para aquilo que ouvis que é o meu. Não deveríamos excluir seu combate atual, quepara ele é ainda mais sério, visto tê-lo levado face a face com a morte (1:20; 2:17). Os filipenses, sem dúvida,estavam imaginando como estava o apóstolo no cativeiro (1:12). Sua carta vai tranqüilizá-los pelo menos quantoa este respeito. Embora seu combate (gr. agón) seja feroz, e Paulo enfrente momentosas questões de vida oumorte, ele sabe que seu ministério apostólico está nas mãos de Deus, e que o resultado final será a “libertação”(1:19, porque sua esperança está posta em Deus (cf. 2 Co 1:8-10). É precisamente esta esperança que eleoferece aos filipenses, porquanto estão engajados no mesmo combate, e poderão vir a conhecer a mesmaconfiança.A respeito de combate, aqui, veja-se V. C. Pfitzner, Paul and the Agon Motif, pp. 114-29.

OBJETIVOS - Após esta aula, o aluno deverá estar apto a:Introduzir a Epístola aos Filipenses destacando a cidade, a data e o local da autoria. Explicar o propósito, a autoria e os destinatários da epístola. Compreender os atos de oração e ação de graças do apóstolo Paulo.

RESUMO DA LIÇÃO 1 - PAULO E A IGREJA EM FILIPOSI. INTRODUÇÃO À EPÍSTOLA 1. A cidade de Filipos. 2. O Evangelho chega à Filipos. 3. Data e local da autoria.II. AUTORIA E DESTINATÁRIOS1. Paulo e Timóteo. 2. Os destinatários da carta: "todos os santos". 3. Alguns destinatários distintos: "bispos e diáconos". III. AÇÃO DE GRAÇAS E PETIÇÃO PELA IGREJA DE FILIPOS (1.3-11)1. As razões pela ação de graças. 2. Uma oração de gratidão (vv.3-8). 3. Uma oração de petição (vv.9-11).a) Que o vosso amor aumente mais e mais em ciência e em todo o conhecimento (v.9).

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b) Para que aproveis as coisas excelentes para que sejais sinceros e sem escândalo algum até ao Dia deCRISTO (v.10). c) Cheios de frutos de justiça (v.11). SINOPSE DO TÓPICO (1) Após chegar numa cidade gentílica, o apóstolo Paulo dirigia-se a uma sinagogajudaica para evangelizar.SINOPSE DO TÓPICO (2) Apesar de Timóteo aparecer como o co-autor da carta, a autoria da epístola é doapóstolo Paulo.SINOPSE DO TÓPICO (3) A atitude de ação de graças e petição pela igreja de Filipos é o tema que predominana introdução da epístola.

VOCABULÁRIOColônia: Grupo de migrantes que se estabelecem em terra estranha. Ou lugar onde se estabelece quaisquermigrantes.BIBLIOGRAFIA SUGERIDAARRINGTON, French L.; STRONSTAD, Roger (Eds.). Comentário Bíblico Pentecostal: Novo Testamento. 4.ed.Vol. 2, Rio de Janeiro: CPAD, 2009.STAMPS, Donald C (Ed.). Bíblia de Estudo Pentecostal: Antigo e Novo Testamento. Rio de Janeiro: CPAD,1995.SAIBA MAIS - Revista Ensinador Cristão CPAD - nº 55, p.36.

QUESTIONÁRIO DA LIÇÃO 1 - PAULO E A IGREJA EM FILIPOSResponda conforme a revista da CPAD do 3º Trimestre de 2013 - FILIPENSESComplete os espaços vazios e marque com "V" as respostas verdadeiras e com "F" as falsas

TEXTO ÁUREO1- Complete:"E peço isto: que o vosso __amor__ aumente mais e mais em __ciência__ e em todo o __conhecimento__" (Fp1.9).

VERDADE PRÁTICA2- Complete:Paulo tinha uma grande __afeição__ pelos irmãos de Filipos; por isso suas __orações__ e ações de __graças__por essa igreja eram constantes.

COMENTÁRIO - INTRODUÇÃO3- Neste trimestre, estudaremos a Epístola de Paulo aos Filipenses. O que é esta carta?( ) É uma declaração de amor e gratidão do apóstolo pelo amoroso zelo dos Filipenses para com os obreirosdo Senhor.( ) A epístola está classificada no grupo das cartas da prisão - Filipenses, Filemon, Colossenses e Efésios.

I. INTRODUÇÃO À EPÍSTOLA 4- Onde situa-se a cidade de Filipos e por quem foi fundada? Quais as principais cidades dessa região?( ) Localizada no Norte da Grécia, foi fundada por Filipe II.( ) Outras cidades como Anfípolis, Apolônia, Tessalônica e Bereia também faziam parte daquela região (At17.1,10).( ) Filipos, porém, era uma colônia romana (At 16.12) e um importante centro mercantil, pois estava situada nocruzamento das rotas comerciais entre a Europa e a Ásia.

5- Como, e através de quem, o Evangelho chegou a Filipos?( ) Por volta do ano 52 d.C., o apóstolo Paulo, acompanhado por Silas e Timóteo, empreendeu uma segundaviagem missionária (At 15.40; 16.1-3).( ) Ao entrar numa cidade estrangeira, a estratégia usada por Paulo para anunciar o Evangelho era sempre amesma: dirigir-se em primeiro lugar a uma sinagoga.( ) Ali, o apóstolo esperava encontrar judeus dispostos a ouvi-lo. Mas, na sinagoga de Filipos, havia umacomunidade não muito inclinada a escutá-lo.( ) Por isso, Paulo concentrou-se num lugar público e informal para falar a homens e mulheres desejosos pordiscutir assuntos religiosos. ( ) Lá, o apóstolo encontrou Lídia, de Tiatira, uma comerciante que negociava púrpura (At 16.14).( ) Ela se converteu a CRISTO e levou o primeiro grupo de cristãos de Filipos a congregar-se em sua casa.

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( ) No lar da irmã Lídia, a igreja começou a florescer (At 16.15-40).

6- Qual a data e local da autoria da epístola aos Filipenses e em que circunstâncias isso ocorreu?( ) Apesar das dificuldades para se referendar a data e o local da Epístola aos Filipenses, os especialistas emNovo Testamento dizem que a carta foi redigida entre os anos 60 e 63 d.C..( ) Provavelmente em Roma.( ) Na ocasião, o apóstolo Paulo estava encarcerado numa prisão, e recebeu a visita de um membro da igrejaem Filipos, chamado Epafrodito.( ) Epafrodito chegara a ficar gravemente adoentado, "mas DEUS se apiedou dele" que, agora recuperado,acabou por levar a mensagem do apóstolo aos Filipenses.

II. AUTORIA E DESTINATÁRIOS 7- De quem é a autoria da carta aos Filipenses?( ) O nome de Timóteo aparece juntamente com o de Paulo na introdução da epístola aos Filipenses (v.1).( ) Apesar de Timóteo ser apresentado como co-autor da carta, a autoria principal pertence ao apóstolo Paulo.( ) Este certamente tratou com Timóteo, seu discípulo, os assuntos expostos na carta.( ) O apóstolo Paulo também não desfrutava de boa saúde, e este fato fazia com que dependesseconstantemente da ajuda de um auxiliar na composição de seus escritos (Rm 16.22; 1 Co 1.1; Cl 1.1).

8- Quais os destinatários da carta aos Filipenses?( ) Paulo chama os cristãos de Filipos de "santos" (v. 1).( ) Salvos são aqueles que foram salvos e separados, por DEUS, para viver uma nova vida em CRISTO.( ) Salvos - Este era o tratamento comum dado por Paulo às igrejas (Rm 1.7; 1 Co 1.2).( ) Quando o apóstolo dos gentios usa a expressão "em CRISTO JESUS", ele quer ilustrar a relação íntima doscrentes com o CRISTO de DEUS - semelhante ao recurso usado por JESUS quando da ilustração da "videira eos ramos" (cf. Jo 15.1-7).

9- Quais eram os destinatários distintos da carta aos Filipenses?( ) A distinção entre "bispos e diáconos" expressa a preocupação paulina quanto à liderança espiritual da igreja(v.1).( ) O modelo de liderança adotado pelas igrejas do primeiro século funcionava assim: os "bispos" eramresponsáveis pelas necessidades espirituais da igreja local e os "diáconos" pelo serviço à igreja sob asupervisão dos bispos. III. AÇÃO DE GRAÇAS E PETIÇÃO PELA IGREJA DE FILIPOS (1.3-11)10- Por que Paulo fazia ação de graças pela Igreja de Filipos?( ) "Dou graças ao meu DEUS todas as vezes que me lembro de vós" (v.3).( ) A razão de o apóstolo Paulo lembrar-se dos Filipenses nas suas orações, e alegrar-se por isto, foi acompaixão deles para com o apóstolo quando da sua prisão, defesa e confirmação do Evangelho (v.7).( ) Esta lembrança fortalecia Paulo na sua solidão, pois, apesar de estar longe fisicamente dos Filipenses,aproximava-se deles pela oração, onde não há fronteiras.

11- Cite uma oração de gratidão (vv.3-8) de Paulo à Igreja Filipense: Complete: ( ) Paulo lembra a experiência amarga sofrida juntamente com Silas em Filipos (v.7).( ) Eles foram arrastados à presença das autoridades, açoitados em público, condenados sumariamente ejogados no cárcere, tendo os pés atados ao tronco (At 16.19,23,24).( ) Essa dura experiência fez o apóstolo recordar o grande livramento de DEUS concedido a ele, a Silas e aocarcereiro (At 16.27-33). ( ) Os Filipenses participaram das aflições do apóstolo e proveram-no, inclusive, de recursos financeiros (4.15-18), ao passo que os coríntios fecharam-lhe as mãos (1 Co 9.8-12).( ) Por isso, quando lemos a Epístola aos Filipenses percebemos o amor, a amizade e a grande estima quePaulo nutria para com aquela igreja (v.8).

12- Após agradecer a DEUS pelos Filipenses, o apóstolo passa a rogar a DEUS por eles: Complete:a) Que o vosso amor aumente mais e mais em ciência e em todo o conhecimento (v.9). O desejo do apóstolo éque o amor cresça e se desenvolva de modo mais __profundo__, levando cada crente em Filipos a ter um maior__conhecimento__ de CRISTO. b) Para que aproveis as coisas __excelentes__ para que sejais sinceros e sem__escândalo__ algum até ao Dia de CRISTO (v.10). Paulo intercedia pelos Filipenses, pedindo ao Senhor quelhes concedesse a capacidade de __discernir__ entre o certo e o errado. Esta capacidade fará do crente umapessoa sincera e sem __escândalo__ até a volta do Senhor. c) Cheios de frutos de __justiça__ (v.11). Oapóstolo desejava que os crentes Filipenses não fossem __estéreis__, mas cheios do fruto da justiça para a

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glória de DEUS. A justiça que vem de DEUS manifesta-se com perfeição no __caráter__ e nas obras do crente.

CONCLUSÃO13- Complete:As __adversidades__ ministeriais na vida do apóstolo Paulo eram __amenizadas__ na demonstração de amordas igrejas plantadas por ele. Ao longo deste trimestre, veremos o quanto a igreja de Filipos foi __pastoreada__por aquele que não media esforços nem limites para __proclamar__ o Evangelho: o apóstolo Paulo.

RESPOSTAS DO QUESTIONÁRIO EM http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htm

AJUDACPAD - http://www.cpad.com.br/ - Bíblias, CD'S, DVD'S, Livros e Revistas. BEP - Bíblia de Estudos Pentecostal.VÍDEOS da EBD na TV, DE LIÇÃO INCLUSIVE- http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/videosebdnatv.htmBÍBLIA ILUMINA EM CD - BÍBLIA de Estudo NVI EM CD - BÍBLIA Thompson EM CD.Peq.Enc.Bíb. - Orlando Boyer - CPADBíblia de estudo - Aplicação Pessoal.O Novo Dicionário da Bíblia - J.D.DOUGLAS.Revista Ensinador Cristão - nº 55 - CPAD.Comentário Bíblico Beacon, v.5 - CPAD.GARNER, Paul. Quem é quem na Bíblia Sagrada. VIDACHAMPLIN, R.N. O Novo e o Antigo Testamento Interpretado versículo por Versículo. STAMPS, Donald C. Bíblia de Estudo Pentecostal. CPADAS GRANDES DEFESAS DO CRISTIANISMO - CPAD - Jéfferson Magno CostaO NOVO DICIONÁRIO DA BÍBLIA – Edições Vida Nova – J. D. DouglasComentário Bíblico Expositivo - Novo Testamento - Volume I - Warren W . WiersbeDicionário Bíblico Wycliffe - Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea - CPAD.Dicionário Vine antigo e novo testamentos - CPAD.Um Homem Segundo o Coração de DEUS - Autor: Jim George - Editora: HagnosO Amor Como Estilo de Vida - Autor: Gary Chapman - Editora: SEXTANTEAMOR - O Maior Mandamento - Autor: Henry Drummond - Editora: ÁgapeAmor - O Que Nos Falta Para o Arrebatamento - Autor: Norbert Lieth - Editora: ACTUAL Edições25 Maneiras de Valorizar as Pessoas - Autores: John C. Maxwell & Les Parrott, PH. D. - Editora: SEXTANTEPerdoando Para Viver - Autor: Wilson de Souza- Editora: MK EditoraPERDÃO - A Cura das Emoções - Autor: Hernandes Dias Lopes - Editora: CandeiaFilipenses - A Humildade de CRISTO Como Exemplo Para a Igreja - Elienai Cabral - Livro tema do trimestreFilipenses - Introdução e comentário - Ralph P. Martin - Série Cultura Bíblica - Editora VidaFilipenses_Hendriksen (1)John Macarthur - Comentáio FilipensesNovo Comentário Bíblico Contemporâneo - Filipenses - F. F. Brucehttp://www.gospelbook.netwww.ebdweb.com.brhttp://www.escoladominical.nethttp://www.portalebd.org.br/http://www.apazdosenhor.org.br/profhenrique/

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