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LEVANTAMENTO DAS ESPÉCIES FRUTÍFERAS NATIVAS E
EXÓTICAS COMERCIALIZADAS NA FEIRA LIVRE DE SERRA
TALHADA – PERNAMBUCO
Orestes Santana Souza e Silva¹, Jéfferson Iran De Souza Lima, Paulo Policarpo Campos
RESUMO
O presente trabalho apresenta uma pesquisa cujos alicerces foram construídos na perspectiva
da Etnobotânica, com o objetivo de identificar as espécies frutíferas nativas e exóticas
comercializadas anualmente na feira livre no município de Serra Talhada, Pernambuco;
verificar sua viabilidade econômica, importância alimentícia, medicinal e sua contribuição
ecológica para a fruticultura nordestina. Para a coleta de dados utilizou-se a entrevista semi-
estruturada com os feirantes, observação direta e pesquisa bibliográfica. Foram identificadas
40 espécies frutíferas distribuídas em 19 famílias botânicas. Dentre as famílias, a mais
representativa em número de espécies foi Rutaceae (07), Musaceae (06) e Anacardiaceae (05).
Praticamente 22 das espécies catalogadas apresentaram propriedades medicinais e 23 foram
citadas como potencialmente ecológicas. Essas espécies garantem alimentação para a
população local, sendo também alternativa econômica, além de serem importantes fontes
alimentícias para a fauna silvestre.
Palavras-chave: Famílias botânicas, propriedades medicinais, potencialmente ecológicas,
Etnobotânica.
ABSTRACT
This paper presents a survey whose foundations were built from the perspective of Ethnobotany,
in order to identify the exotic fruit culture species annually traded in the free market in the
municipality of Serra Talhada –Pernambuco; verifying its economical viability, alimentary
importance, medicinal contribution to the Northeastern Fruit culture. For the gathering of data
the semi-structure was utilized with the market traders, direct observation and bibliographical
research were made. 40 fruitful species were distributed in 19 botanical families. Among the
families, the most outstanding in number of species was Rutaceae (07), Musaceae (06) and
Anacardiaceae (05). 22 of the species classified showed medicinal proprieties and 23 were
quoted as potentially ecological. Those species assure feeding for the local population, being
also economical alternative, besides being important alimentary sources to the wild fauna.
Key word: botanical Families, medicinal proprieties, potentially ecological, Ethnobotany.
Introdução
Considerado o dono da maior diversidade de espécies do planeta, o Brasil desfruta de uma
posição privilegiada para a exploração dos recursos naturais na busca de novas tecnologias.
Estima-se que o mesmo abrigue de 15% a 20% de todas as espécies vegetais e animais
existentes, sendo muitas delas com exclusividade.
No caso específico da fruticultura, a produção brasileira de fruteiras, graças a sua extensão
territorial, posição geográfica, solo e condições climáticas, está voltada para as frutas tropicais,
subtropicais e temperadas. Embora essa fruticultura seja diversificada em número de espécies
cultivadas, os plantios comerciais de frutas no Brasil são concentrados em poucas espécies. Em
2008 apenas seis espécies frutíferas (laranja, banana, coco-da-baía, manga, uva e abacaxi), das
quais, cinco exóticas (laranja, banana, coco-da-baía, manga, uva) e apenas uma nativa (abacaxi)
responderam por aproximadamente 87% da área colhida com frutas no Brasil (CARVALHO,
et al. , 2009).
O Nordeste brasileiro apresenta uma grande diversidade de espécies frutíferas exóticas e nativas
bem adaptadas às suas condições edafoclimáticas, representando um grande potencial
socioeconômico, tanto para o mercado interno e externo de comercialização de frutas in natura,
como para a industrialização.
Nessa perspectiva pode-ser dizer que um espaço privilegiado e expressivo para a
comercialização de frutas são as feiras livres e os mercados. No Brasil, segundo Gorberg e
Fridman (2003), as feiras livres e os mercados surgiram em 1841, como uma solução para o
abastecimento regional de produtos, substituindo as bancas de pescados. Arjona et al. (2007)
complementa dizendo que as feiras livres e os mercados constituem um espaço privilegiado de
expressão cultural de um povo no tocante ao seu patrimônio etnobotânico, uma vez que um
grande número de informações encontra-se lá, disponível, de forma centralizada, subjacente a
um ambiente de trocas culturais internas. Nesse sentido, constata-se também que este espaço
representa um mercado significativo de plantas medicinais e de frutas frescas produzidas
nacionalmente pela fruticultura brasileira.
A fruticultura brasileira apresenta 53% de sua produção destinada ao mercado de frutas
processadas e 47% ao mercado de frutas frescas, gerando 5,6 milhões de empregos diretos e
indiretos, correspondente a 27% do total de mão-de-obra agrícola ocupada no país (IBRAF,
2010).
O objetivo do presente estudo foi identificar as espécies frutíferas comercializadas anualmente
na feira livre do município de Serra Talhada, Pernambuco; verificar sua viabilidade econômica,
importância alimentícia, medicinal e contribuição ecológica para a fruticultura nordestina.
Frutíferas exóticas e nativas
Vimos anteriormente, que a fruticultura brasileira é bastante diversificada em números de
espécies exóticas e nativas cultivadas. Nesse aspecto, a introdução de espécies, geralmente está
relacionada à atividades humanas.
Neste artigo são agrupadas algumas espécies frutíferas nativas e exóticas. Segundo Moro
(2011), frutíferas exóticas são aquelas que passam a ocorrer fora de sua área de distribuição
natural, ou seja, são plantas trazidas de fora do Brasil para cá. Na Biologia, o termo “exótico”
(que significa “aquilo que vem de fora”) é usado para contrastar com o termo “nativo”, que são
plantas que existem naturalmente em uma dada região, ou seja, já existiam no Brasil mesmo
antes da colonização européia (DIÁRIO DO NORDESTE, 2012, p.1).
Metodologia
A feira livre de Serra Talhada, localizada no estado de Pernambuco, ocupa a rua 15 de
novembro e 13 de maio. Realizada às segundas-feiras com um público bastante significativo da
população local e de municípios vizinhos e circunvizinhos, é conhecida como a maior feira livre
da Mesorregião Geográfica – Sertão Pernambucano, Microrregião Geográfica – Sertão do
Pajeú. Não existe data precisa de quando a feira foi fundada. Segundo algumas pessoas mais
velhas do município, ela é mais antiga que a própria emancipação política do município que
data de 6 de maio de 1851. Seu comércio é um dos mais diversificados.
A coleta de dados foi feita de quatro (04) visitas à feira nos dias 10 e 17 de março e 07 e 14 de
abril de 2014, onde foram realizadas observações livres, entrevistas semi-estruturadas aos
feirantes diretamente em suas "quitandas" (barraca de feira), e coleta de dados como: nome,
idade, sexo e experiência dos feirantes, nome vernacular das frutas, período de mercado das
frutíferas comercializadas na feira, unidades de medida para a venda das frutas e preço de
mercado.
Foram entrevistados dois (02) feirantes, sendo um (01) do sexo masculino e outro do sexo
feminino, com idades respectivamente de 50 anos e 46 anos. A técnica de listagem livre foi
utilizada para cada informante que citou frutíferas que são vendidas, possibilitando a obtenção
de informações detalhadas sobre as espécies, como o tipo de fruta vendida, o nome comumente
conhecido na região e os preços de venda.
As espécies catalogadas foram identificadas através de bibliografias especializadas
(BEZERRA, 1997; SIMÃO, 1998; LORENZI, et al. , 2006) e apresentadas por ordem alfabética
de seus nomes científicos, origem, período de safra e comercialização, respectivos usos,
unidades e preços.
Resultados e discussão
Neste estudo foram agrupadas algumas frutíferas exóticas, isto é, que não são nativas do Brasil,
e algumas frutíferas nativas, ou seja, que tem origem brasileira. No levantamento feito na feira
livre de Serra Talhada, foram catalogadas quarenta (40) espécies frutíferas, distribuídas em 19
famílias botânicas (Tabela 1). Dentre as famílias, a mais representativa em número de espécies
foi a Rutaceae com sete (07), seguida da família Musaceae com seis (06) , Anacardiaceae com
cinco (05) e Curcubitaceae com três (03). As famílias Annonaceae, Mirtaceae, Moraceae e
Rosaceae aparecem com duas (02) espécies cada. Para as demais famílias foi registrada uma
(01) espécie para cada uma delas. Praticamente vinte e duas (22) das espécies estudadas
apresentaram propriedades medicinais e vinte e três (23) foram citadas como potencialmente
ecológicas.
Um dado bastante curioso está relacionado à origem das frutíferas catalogadas na feira livre,
pois das quarenta (40) espécies identificadas, trinta e cinco (35) são exóticas e apenas cinco são
nativas. Da Ásia são apresentadas as frutíferas comercializadas em grandes volumes, como a
banana, o coco, a manga, a uva e os citros. Das Américas, várias espécies tem destaque como
o abacate, o maracujá, o mamão, o abacaxi, o caju, o umbu, a pinha, a goiaba e outras. Da África
aparecem a melancia e o melão.
Grande parte das espécies comercializadas nas feiras livres é cultivada em quintais ou pomares
domésticos. São espécies de frutos carnosos consumidos pela população in natura e seus
subprodutos como sucos, vitaminas, geléias e doces. No entanto, a importância das espécies
frutíferas para a população não se restringe apenas à alimentação. Com base nas informações
obtidas através dos feirantes e de bibliografias especializadas, a tabela 1 apresenta de forma
resumida, as 5 espécies nativas, por ordem alfabética dos seus nomes científicos, nomes
populares, local de origem, período de safra/comercialização e usos gerais .
Tabela 1. Espécies frutiferas nativas comercializadas anualmente na feira livre no município de Serra Talhada-
PE, nome científico, nome comum, origem, período de safra/comercialização e suas formas de uso.
Espécies
Frutíferas
Nome
comum
Local de
Origem
Período de Utilização
Safra Comercialização
Anacardium
occidentale L. Caju
Brasil
(Nordeste)
Jan a Fev – Safra forte
Mar – Final
Nov – Início
Dez – Safra forte
Jan – Fev
Dez
In natura, doces,
polpas, goma de
cajueiro.
Medicinal.
Alimentos para
aves.
Ananas Comosus (L.)
Merr.
Abacaxi
(Ananás) Brasil (Cerrado)
Jan a Fev – Safra forte
Mar – Final
Dez – Início
Jan – Fev
In natura, sucos,
doces, sorvete.
Medicinal
Psidium guajava L. Goiaba Brasil
Jan a Mar – Safra forte
Abr – final
Ago a Out – Safrinha
Nov a Dez – Safra forte
Jan – Fev
Mar – Ago
Set – Out
Nov – Dez
In natura, doces.
Medicinal.
Alimento para
fauna silvestre.
Passiflora edulis F.
Flavicarpa Sims Maracujá Brasil
Jan a Fev – início
Mar a Mai – Safra forte
Jun a Jul – final
Nov a Dez – início
Mar – Abr
Mai
Sucos, polpas,
musse, torta.
Medicinal.
Spondias tuberosa
Arr. Cam. Umbu
Brasil
(Nordeste)
Jan a Fev – Safra forte
Mar a Mai – final
Out a Dez – início
Jan – Fev In natura, suco,
umbuzada.
Importância Medicinal
Dentre as espécies catalogadas as mais consumidas são: Ananas comosus (L.) Merr, Citrus
sinensis (L.) Osbeck, Musa spp da família Musaceae, Carica papaia L., Persea americana (Mill),
Mangifera indica L. Anacardium occidentale L. e Psidium guajava (L.). A preferência por estas
frutas pode ser atribuída a grande oferta e baixo custo, e por serem usadas pela população para
diversas finalidades, fato que pode ser comprovado por alguns estudiosos. Para Melo e Almeida
(2004, p.27-28), a Ananas comosus (L.) Merr apresenta potencial medicinal agindo como
antiflamatório, diurético e auxiliando no processo digestório; Citrus sinensis (L.) Osbeck e
Anacardium occidentale L. são recomendados para pomares, lavouras e como planta de uso
medicinal por conter alto teor de vitamina C, minerais e carboidratos; Persea americana (Mill.)
atua prevenindo doenças cardiovasculares e controle metabólico; Psidium guajava L., age
contra infecções, hemorragia, regula o intestino, além de ser importante para recuperação de
áreas degradadas; Musa spp da família Musaceae é um alimento rico em carboidratos, em
potássio, mineral importante para um bom funcionamento dos músculos, inclusive o cardíaco,
e em vitamina B6, essencial para a formação de células do sangue e de substância para o cérebro.
Por exemplo, a banana maçã é indicada para problemas intestinais ao aumentar facilmente o
volume de massa fecal. A Mangifera indica L.é indicada para afecção das vias respiratórias,
anemia, asma, bronquite, catarro crônico, diarréia, estomatite, tuberculose, verminose
(SPETHMANN, 2000). Carica papaia L. auxilia a digestão de outros alimentos, possui
atividade laxante e diurética (LORENZI, et al. 2006 p.18 ).
Viabilidade econômica e importância alimentícia
Nas últimas décadas, o volume de produção de frutas, apresentou um crescimento expressivo
devido ao forte apelo comercial no Brasil e no mundo, pela curiosidade que despertam, pelos
sabores e aromas únicos cada vez mais apreciados. Atualmente as frutas respondem por 6,4%
das despesas médias das famílias brasileiras (FRUTAS DA AMAZÔNIA, 2010, p.1).
Atualmente, a fruticultura vem alcançando grande destaque comercial, não só pela importância
alternativa de diversificação e aumento de renda para pequenas propriedades, mas pelos
aspectos relacionados à saúde e melhor qualidade de vida (PEREIRA et al., 208, p. 1982).
Reforçando o pensamento de Pereira, Matos (2009) ressalta que o consumo de frutas tem
aumentado em decorrência do seu valor nutritivo e efeitos terapêuticos. Estes alimentos contêm
diferentes fitoquímicos, muito dos quais possuem propriedades antioxidantes que podem estar
relacionadas com o retardo do envelhecimento e a prevenção de certas doenças, entre elas
alguns tipos de câncer.
O Brasil é conhecido como a “terra das frutas” graças à tamanha variedade encontrada. Não há
estrangeiro que, vindo de vários países desse planeta, não se admire com a nossa abundância
de formatos, perfumes e cores. Isso é natural, como país predominantemente tropical que
somos, embora inusitadamente a biodiversidade nativa brasileira não tenha quase nada a ver
com o encontrado nos supermercados e feiras livres (ÁRVORES DE SÃO PAULO, 2012).
O “Planeta Sustentável” da Editora Abril publicou no ano de 2011, um mapa de 20 frutas mais
consumidas no Brasil, ou seja, aquelas presentes em nossa alimentação cotidiana. Em sua
análise aparece um fato curioso e pouco conhecido da maioria. Das 20 frutas catalogadas, quase
todas, para ser exato 85% da lista, não são nativas dos biomas brasileiros, isto é, não estavam
aqui antes da colonização européia (ÁRVORES DE SÃO PAULO, 2012).
Constatado isso, pode-se pensar que não temos frutas nativas, e isso não é verdade, pois as
temos aos milhares. Acontece que este disparate é um problema ligado a questão cultural e de
seleção de plantas. As frutas que consumimos atualmente são resultados de anos de trabalho
dos agricultores em selecioná-las e melhorar suas características como sabor, tamanho e
durabilidade. As nossas frutas nativas foram sempre relegadas à condição de curiosidade e
“mato” e, com raras exceções, poucas receberam melhoramentos, com exceção da goiaba (feita
por agricultores japoneses radicados no Brasil). Segundo Bezerra et al. (1993), a flora do estado
de Pernambuco é bastante rica em fruteiras nativas e , embora muitas delas apresentem amplas
perspectivas de um aproveitamento econômico, poucas tem sido devidamente estudadas e
exploradas.
A fruticultura tem um poder enorme de gerar empregos no campo, e é responsabilidade dos
governos estimular o plantio de algumas fruteiras exóticas e nativas ainda não produzidas em
escala, e incentivar a agroindustrialização, pois alguns setores da fruticultura ainda carece de
mais agregação de valor. Na verdade, para o mercado dessas fruteiras não haverá nenhum
problema, uma vez que, ele já existe, pois muitas indústrias de sulco, de polpa e néctar, estão
ociosas por carência de frutas, como sapoti, cajá, jenipapo, mangaba, jambo, romã, tamarindo,
jaca, umbu-cajá e outras menos conhecidas como durião, cajaguela, cajarana, macadâmia dentre
outras, estão no topo da lista de frutas consideradas “emergentes”, ou seja, aquelas que
aparecem como uma alternativa para incrementar o mercado exportador brasileiro com valores
e volumes maiores (EMBRAPA, 2006)
Conforme Lima (2010), tendo em vista o potencial dessas frutíferas exóticas e nativas
“emergentes” na forma de uso in natura, fabricação de doces, produção de bebidas, extração de
óleos essenciais para utilização em cosméticos e/ou medicamentos, e servindo de alimentos
para a avifauna, elas podem ser cultivadas e melhoradas geneticamente, cujo potencial
produtivo poderá alavancar o desenvolvimento do Nordeste brasileiro, minimizando seus
problemas e maximizando a produção e renda para a melhoria do seu povo sofrido, dotando a
região de ofertas produtivas de gênero alimentício e uma maior sustentabilidade econômico-
ecológica para o semiárido nordestino.
Contribuição ecológica
As espécies frutíferas, não devem ser consideradas apenas uma fonte de alimentação, pois, sua
contribuição ecológica no ambiente é maior que simplesmente saciar a fome humana. A
conservação destas espécies contribuem para a manutenção dos ecossistemas brasileiros.
A consciência ecológica relacionada às espécies frutíferas em Serra Talhada não se restringe
aos estudiosos e ambientalistas, mas a toda população, fato comprovado durante as entrevistas
na feira livre, onde praticamente 23 (57,5%) das espécies frutíferas catalogadas foram
consideradas como potencialmente ecológicas.
Dessas espécies as que apresentaram maior expressividade foram: Persea americana (Mill);
Averrhoa carambola L.; Artocarpus altilis (Parkisson) Fosberg e Annona muricata L. para
arborização em geral. Psidium guajava L.; Bixa orellana para recuperação de áreas degradadas,
Cocos nucifera L., Eugenia malaccensis L. para ornamentação e paisagismo.
Valaski et al. (2008, p.3) apresentam como fatores positivos da presença de árvores no ambiente
urbano: a estabilização climática, redução da poluição atmosférica e/o papel de barreira
acústica. Podendo satisfazer também alguns requerimentos básicos de alimentação para
moradores de rua, experiência estética, remoção do carbono da atmosfera estocando-o na forma
de biomassa terrestre, além de fornecer opções de lazer e sombra à população.
Dentre as espécies catalogadas nas feiras livres muitas servem de alimentos para alguns
mamíferos, aves e insetos, com destaque para as seguintes espécies: Amazona aestiva
(papagaio-verdadeiro), Ara ararauna (arara Canindé), Cacicus haemorrous (guaxo) Cebus
apella (macaco prego), Melopsittacus undulatus (periquito). Pionus maximiliani (maritaca),
Thraupis palmarum (sanhaço) e Volatina jacarina (tiziu), que contribuem com a dispersão,
garantindo assim a manutenção destas espécies, já que existe uma diversidade bastante
significativa de frutíferas nativas (CEMAVE, 2005).
Considerações finais
Os resultados deste trabalho mostraram o potencial de muitas espécies frutíferas
comercializadas na feira livre do município de Serra Talhada, sendo uma opção econômica
viável para as populações de baixa renda e pequenos agricultores, garantindo assim, a segurança
alimentar das famílias locais. A grande diversidade de plantas com frutificação durante todo o
ano fornece alimento e proteção à fauna, além de serem utilizadas para preservação do meio
ambiente, através da recuperação de áreas degradadas, ornamentação e paisagismo e
arborização urbana.
Muitas árvores frutíferas nativas ainda não possuem expressão econômica, sendo, portanto,
necessário realizar pesquisas com a fruticultura nativa, em virtude de uma vasta coleção ainda
não domesticada e, muitas podem ser extintas antes mesmo de serem catalogadas.
Redescobrir e tornar comerciáveis nossas fruteiras é empreendimento demorado, mas valorizá-
las é recuperar uma dívida histórica com nossa biodiversidade e rica herança natural, além de
permitir novos sabores e valorização do meio ambiente brasileiro.
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