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Título: Letramento Literário por meio de cordéis em sala de aula
Autor: Vera Lúcia Pichek Sonálio
Disciplina/Área:
Língua Portuguesa
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Bernardina Schleder
Município da escola: União da Vitória
Núcleo Regional de Educação: União da Vitória
Professor Orientador: Prof. Drº Caio Ricardo Bona Moreira
Instituição de Ensino Superior: UNESPAR- Campus de União da Vitória
Relação Interdisciplinar: Arte
Resumo:
A proposta desta produção didática partiu da observação que tenho feito ao longo do tempo em que tenho atuado no magistério. Tal observação tem apontado para os problemas que envolvem as questões de leitura da literatura na escola. Geralmente, os alunos entendem a poesia e a prosa literária como elementos presentes na escola com vistas apenas à avaliação. O presente trabalho promoverá a formação leitora do aluno a partir de trabalhos com a literatura de cordel, pois trabalhar com ela em sala de aula permitirá estabelecer um elo entre o leitor /literatura por meio da poesia popular. Os alunos poderão conhecer aspectos da história do povo nordestino de uma maneira lúdica e criativa. Esta produção traz algumas estratégias de ensino para se trabalhar com o gênero cordel, promovendo o gosto pela leitura e estimulando a produção de textos literários. É notório que o processo de formação leitora dos alunos está comprometido, gerando uma geração de analfabetos funcionais. Diante de tais circunstâncias faz-se necessário criarmos estratégias e metodologias em sala de aula para resolver tal situação. Segundo Lois,o aluno precisa “ler para ampliar sua bagagem, expressar sua subjetividade e ir adiante em sua contribuição social” (2010, p.19).Para
Cosson (2012), o letramento literário é fundamental para o processo de formação humanizada do aluno, portanto , a escolha de textos literários precisam atender a um caráter socializador do aluno/texto estabelecendo um vínculo afetivo do aluno com a obra lida. Esta produção pretende resgatar e valorizar os cordéis em sala de aula, proporcionado ao aluno um encontro entre a cultura nordestina e seu mundo.
Palavras-chave:
Cordel-leitura-hábito- letramento
Formato do Material Didático: Unidade Didática
Público:
Alunos do 8º ano
UNESPAR-CAMPUS DE UNIÃO DA VITÓRIA
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
Vera Lúcia Pichek Sonálio
LETRAMENTO LITERÁRIO POR MEIO DE CORDÉIS EM SALA DE AULA
UNIÃO DA VITÓRIA
2016
O presente Projeto de Implementação
Pedagógica faz parte da Conclusão do Programa de Desenvolvimento Educacional do
Paraná- PDE, ofertado pela Secretaria de Estado de Educação do Paraná em parceria
Coma UNESPAR- Campus de União da Vitória, na área de Língua Portuguesa, em União da Vitória- PR, da
professora – PDE, Vera Lúcia Pichek Sonálio sob a orientação do Professor Doutor
Caio Ricardo Bona Moreira.
2016
Apresentação
Esta produção Didática Pedagógica faz parte do Programa de
Desenvolvimento Educacional. A proposta de trabalho apresentada está
pautada no Letramento Literário por meio de cordéis e procurará elucidar os
entraves que dificultam a formação leitora do aluno. Segundo Cosson (2012), a
leitura literária na escola tem a função de nos ajudar a ler melhor, não apenas
porque possibilita a criação do hábito da leitura ou porque seja prazerosa, mas
sobretudo porque nos fornece, como nenhum outro tipo de leitura faz, os
instrumentos necessários para conhecer e articular com proficiência o mundo
feito linguagem.
A presente proposta de produção didática procurará formar leitores
capazes de vivenciar a ação humanizada da literatura.
O grande desafio hoje na escola é quebrar o velho paradigma para formar
leitores. Muitas vezes, o professor segue os mesmos modelos adotados para
fazer a leitura, sendo eles, o preenchimento de fichas de leituras ou
preenchimentos de roteiros preestabelecidos. No ensino médio, a grande
maioria dos professores faz a escolha do livro de leitura, seguindo a seleção
determinadas por algumas universidades. Dessa maneira a formação leitora do
aluno fica comprometida apenas atendendo a lista de livros selecionados para
fazer o vestibular.
Diante deste paradoxo esta unidade didática pretende promover uma
reflexão sobre a formação leitora do alunado.
Um dos principais problemas que a escola enfrenta é justamente na leitura,
pois grande parte dos alunos não adquiriram o seu hábito. No entanto, a escola
tem consciência dessa realidade, pois seu principal objetivo é formar leitores
críticos e autônomos qualificados, para fazerem uma leitura do mundo em que
estão inseridos. Mas esta prática está longe de acontecer no contexto escolar,
devido ao fato de que estamos apresentando a leitura para nossos alunos, na
maioria das vezes, apenas como um processo avaliativo, priorizando a
decodificação dos signos, sem a participação ativa do aluno no processo de
letramento.
Portanto, esta produção didática permitirá ao aluno desenvolver o
letramento literário por meio de cordéis em sala de aula, utilizando estratégias
de leitura que favoreçam o hábito da leitura:
É preciso estar aberto à multiplicidade do mundo e à capacidade da palavra de dizê-lo para que a atividade da leitura seja significativa. Abrir-se ao outro para compreendê-lo, ainda que isso não implique aceitá-lo, é o gesto essencialmente solidário exigido pela leitura de qualquer texto. O bom leitor, portanto, é aquele que agencia com outros textos os sentidos do mundo, compreendendo que a leitura é um conceito de muitas vozes e nunca um monólogo (COSSON, 2012, p.27).
A aprendizagem é um processo pelo qual o aluno se apropria das
experiências do cotidiano. Levar a literatura de cordel até a sala significa
oferecer um importante e motivante meio de educação aos alunos, que por
meio da poesia popular brasileira possam conhecer os aspectos da história do
povo nordestino, procurando motivá-los a ouvirem, lerem, escreverem e
declamarem cordéis em sala de aula.
Atualmente, estão ocorrendo várias transformações sociais no mundo
devido ao avanço tecnológico, que tem sido um grande atrativo para nosso
aluno. Sabemos que eles pertencem à era digital, no entanto, na maior parte
das vezes, eles têm acessos a várias informações, mas não sabem selecionar
esse novo conhecimento a seu favor. Cabe à escola atraí-los ao processo de
ensino/aprendizagem por meio de metodologias e estratégias de ensino que
conquistem sua atenção.
Em decorrência deste paradigma social instalado em nosso espaço
escolar, temos um baixo rendimento ou evasão gerando na maioria das vezes,
reprovação dos alunos.
Nossa escola apresenta um alto índice de aprovação pelo conselho escolar
e também apresenta um índice alto de reprovação no ensino fundamental,
devido à grande defasagem do processo de ensino aprendizagem dos alunos.
Em sala de aula são inúmeros problemas que elencamos para o processo
de aprendizagem, mas dentre eles destaco o desinteresse pela leitura,
principalmente a literária. Sabemos que se o aluno não adquiriu o hábito da
leitura e o prazer pela mesma, tão pouco conseguirá desenvolver outras
leituras.
Então, por meio desta produção didática esperamos incentivar o aluno a
adquirir o hábito e o prazer pela leitura literária, por meio de metodologias e
estratégias de ensino inovadoras para conseguirmos tais resultados.
Fundamentação Teórica
Vivemos na era digital, na qual a tecnologia está cada vez mais presente,
modificando a maneira de como nos relacionamos com o mundo e com os
outros. As redes sociais, jogos e demais atrativos virtuais disponíveis hoje na
internet chamam tanto nossa atenção, que nem nos damos conta de antigos
costumes que cultivávamos para nos relacionarmos como: rodas de conversas
e hábito da leitura. É comum encontrarmos adolescentes, jovens e crianças
isolados em seu mundo virtual, distantes da realidade, principalmente com
jogos do Pokémon go, que está conquistando os adolescentes em geral.
Consequentemente, com tantos atrativos tecnológicos disponíveis, a leitura tem
se distanciado da vida dos nossos alunos. Em decorrência dessas
transformações esta produção didática pedagógica pretende refletir sobre essa
realidade, pois a escola tem consciência dessa questão, e sabe que seu
objetivo é formar leitores críticos e autônomos que saibam fazer uma leitura
crítica do mundo.
O trabalho com poemas em sala de aula, na maioria das vezes, não tem
alcançado seu objetivo, pois o ensino da literatura resume-se, geralmente, em
atividades de interpretação de textos em prosa, deixando assim o trabalho com
poesia em segundo plano. A poesia não está sendo abordada adequadamente
em sala de aula, na maioria das vezes, os professores trabalham apenas com
os textos poéticos fragmentados nos livros didáticos, levando o aluno apenas à
análise interdiscursiva do texto.
O que acontece é que a leitura é trabalhada de forma mecânica apenas,
para analisar as rimas, números de versos tornando-se, assim, um processo
desinteressante para o aluno, impedindo-o de apreciar a musicalidade e a
experiência sígnica que a poesia transmite.
Segundo Pinheiro, “de fato, a maioria dos professores de português e
literatura não procuram despertar o senso poético no aluno, não se interessam
por uma educação da sensibilidade de seus alunos” (2007, p.19). É comum
que a grande maioria dos alunos apresentam certa resistência para ler poesias,
pois se trata de texto complexo que exige, na maior parte, um certo
conhecimento da parte do leitor para compreendê-lo. Por esse motivo, faz-se
necessário utilizarmos metodologias e estratégias adequadas para estimular o
hábito e gosto pela poesia, ensinando e motivando nossos alunos a
compreenderem tudo aquilo que não está dito explicitamente no texto, mas que
estando nas entrelinhas do poema, despertam sua sensibilidade para a arte de
ler.
Para Eliot, a poesia tem uma função social, desenvolve a sensibilidade e a
imaginação do aluno, ampliando assim sua visão. A escola, dessa maneira,
deve desenvolver os aspectos intelectuais, emocionais e psicológicos dos
alunos:
Para além de qualquer interação específica que a poesia possa ter, (...) há sempre comunicação de alguma nova experiência, ou uma nova compreensão do familiar, ou a expressão de algo que experimentamos e para o que não temos palavras- o que amplia nossa consciência ou apura nossa sensibilidade. (ELIOT apud PINHEIRO,2007, p.22).
A Poesia, na maioria das vezes é trabalhada em sala de aula de uma forma descontextualizada, apenas para uso de interpretação, segundo Pinheiro(2007), o professor que trabalhar com poesia precisa antes de tudo gostar de ler, e ser um leitor comprometido.
Um professor que não é capaz de se emocionar com uma imagem, com uma descrição, com o ritmo de um determinado poema, dificilmente revelará na prática, que a poesia vale a pena, que a experiência simbólica condensada naquelas palavras é essencial em sua vida. Creio que sem um mínimo de entusiasmo, dificilmente poderemos sensibilizar nossos alunos para a riqueza semântica. (PINHEIRO, 2007, p.26).
Conhecer o universo do aluno é imprescindível para o professor
estabelecer um vínculo afetivo entre o aluno e a leitura que será oferecida a
ele. Não significa que precisamos oferecer ao aluno somente o que acho
interessante, pois sabemos que “disputamos” a atenção do nosso educando
com as redes sociais, jogos entre outros atrativos tecnológicos disponíveis na
internet. Mas podemos estabelecer um elo entre os interesses deles para
inserir um poema ou uma música que despertem sua atenção e emoção.
Durante um longo tempo a escola simplesmente se preocupou em ensinar
o aluno a decodificar o texto, gerando assim analfabetos funcionais. Não se
tinha uma preocupação com a formação leitora do aluno. Mediante essa
hipótese, temos o processo de formação leitora do aluno comprometido,
gerando uma geração de analfabetos funcionais, portanto cabe à escola
repensar metodologias e estratégias em sala de aula para desenvolver o senso
crítico reflexivo nos alunos. Trata-se de, segundo Lois (2010), “ler para ampliar
sua bagagem, expressar sua subjetividade e ir adiante em sua contribuição
social”.
A produção didática apresentada tem por objetivo resgatar e valorizar o
trabalho com cordéis em sala de aula, que na maioria das vezes, não é
explorado, pois os livros didáticos não apresentam geralmente esta temática,
ficando a cargo do professor trabalhar com tal tema.
A literatura de cordel é sem dúvida um grande estímulo, pois sua
composição envolve rimas, ritmos e toda a cultura de um povo na arte com as
palavras. Com aplicabilidade das atividades desenvolvidas nesta unidade
didática pretende-se desenvolver a formação leitora do nosso aluno, de uma
forma que promova o deleite, e também contribua com sua formação
humanizada.
As atividades desta unidade didática pretende inserir o gênero cordel em
sala de aula , não como um pretexto para estudar o gênero cordel , mas pelo
seu valor estético, sua dimensão lúdica , e seu apelo social e tantas outras
peculiaridades que a cultura nordestina nos proporciona .
A metodologia desenvolvida pretende estabelecer uma relação de
afetividade entre a obra e o leitor:
Os métodos de ensino têm que considerar em seus determinantes não só a realidade vital da escola (representadas principalmente pelas
figuras do educador e do educando) mas também a realidade sociocultural em que está inserida (RAYS apud MARINHO & PINHEIRO ,2012, p.126).
O trabalho que os alunos farão sobre a literatura de cordel não visará
apenas sua origem, fato histórico e características das obras ou principais
autores do cordel, mas acima de tudo pretende-se promover um encontro entre
o aluno e a cultura de um povo nordestino marcados por grandes fatos
históricos:
Ler implica troca de estudos não só entre escritor e o leitor, mas também com a sociedade onde ambos estão localizados, pois os sentidos são resultados de compartilhamentos de visões de mundo entre os homens no tempo e no espaço. Ao ler estou abrindo a porta entre meu mundo e o mundo do autor (COSSON,2012, p.27).
O trabalho com a literatura de cordel compromete-se com a formação
leitora do aluno, deixando de lado a leitura imposta apenas para avaliação e
decodificação de signos, o cordel ajudará o aluno /leitor a desenvolver
cognitivamente, contribuindo com seu crescimento afetivo/intelectual.
Módulo 1 – 2 aulas
Estratégias didáticas para leitura de
cordéis
Objetivos :
Geral :
● Despertar o interesse e a sensibilidade dos alunos para o
multiculturalismo do nosso país por meio dos cordéis.
Específicos :
● Oportunizar o contato dos alunos com os folhetos de cordéis;
● Apresentar oralmente os cordéis.
Apresentando o cordel- Acolhida
Neste momento o professor entrará na sala de aula declamando um poema
de Patativa do Assaré, “Poeta da roça”. Em seguida, conversará com os alunos
dizendo que o poema citado pertence a literatura de cordel.
Após esta breve explicação, convidará os alunos para apreciarem e
conhecerem alguns cordéis, expostos em uma sala decorada com cordéis
pendurados em varal como eram vendidos em feiras e nas esquinas do sertão.
Neste momento, os alunos visitarão e escolherão alguns cordéis para
fazerem a leitura. Na exposição dos cordéis haverá vários autores, e após a
seleção e leitura do cordel, os alunos farão uma declamação de alguns versos
que mais lhe agradaram.
Para esta organização da sala ornamentada com cordéis o professor
poderá acessar o site do domínio público há vários exemplares de autores para
fazer download das obras.
Disponível em: acesso 03 de out. de 2016
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do
Nome das obras e autores, o professor também poderá acessar outros sites
para pesquisar outros autores.
Sugestões de sites:
Disponível em: http://acervos.casaruibarbosa.gov.br/
http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/poeta.html
O importante nesse momento é recriar um cenário que lembre as feiras
nordestinas.
Na sequência, retornarão para sala de aula com os cordéis em mãos onde
farão uma ilustração do tema do cordel lido, para ser exposto num varal com
suas ilustrações.
Após a visitação à sala ambientalizada com a cultura nordestina, o
professor fará uma conversa com a turma, sobre a exposição dos cordéis.
1) O que acharam ao entrar na sala ambientalizada? o que mais lhes
chamou a atenção? Por quê? É comum ver expostos em cordão os
folhetos?
2) O que conhecem da cultura nordestina brasileira?
3) Quais as características que identificam o povo nordestino?
4) O que sabem a respeito da Literatura de cordel?
O professor poderá anotar as hipóteses levantadas com os alunos sobre a
literatura de cordel, e retomá-las no final da aplicabilidade da produção didática
para complementar com o que os alunos aprenderam com as aulas sobre o
cordel.
Módulo 2 - 2 aulas
Sequência da estratégia de leitura
Dando sequência à estratégia de leitura, os alunos farão uma análise da
capa e do título do cordel fazendo uma breve reflexão sobre as características
do gênero.
O professor solicitará aos alunos que formem duplas para analisarem as
ilustrações da capa. Então entregará para cada grupo o folheto “Uma viagem
ao céu”, de Leandro Gomes de Barros. O professor poderá acessar o site do
domínio público e fazer o download do texto. Então, de posse do folheto o
aluno não abrirá até fazer uma análise da capa, discutindo com seu par. Para
esta atividade seria conveniente que o professor entregasse uma folha de
sulfite com as perguntas, a fim de o aluno anotar suas reflexões sobre a capa.
Analisando primeiramente a capa e escreva suas
considerações.
1) Descrever o que a ilustração representa.
2) Descrever o que acham que é a história.
Na sequência ainda da análise o professor solicitará às duplas que leiam o
título da obra e estabeleçam uma relação entre o título e a ilustração da capa
“Uma viagem ao céu”, de Leandro Gomes de Barros.
1) Há identificação de algum personagem no título ilustrado na capa?
2) Se há, justifique com elementos das ilustrações da capa que justifiquem
a escolha do título desta obra.
3) Que outro título você daria para esta obra?
O aluno anotará na folha de sulfite suas reflexões, assim poderá visualizar
suas considerações sobre a capa e o título, refletindo sobre as singularidades
que a obra possui.
Após esta atividade, o professor pedirá para os alunos guardarem esta
atividade para ser retomada assim que solicitada novamente pelo professor.
Disponível em :http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/jn000024.pdf
Acesso: 04 de out. de 2016
Fonte:http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/jn000024.pdf
Uma viagem ao céu – Leandro Gomes de Barros Uma vez, eu era pobre, Vivia sempre atrasado, Botei um negócio bom Porém vendi-o fiado Um dia até emprestei O livro do apurado. Dei a balança de esmola E fiz lenha do balcão, Desmanchei as prateleiras, Fiz delas um marquezão, Porém, roubaram-me a cama Fique dormindo no chão. Estava pensando na vida Como havia de passar, Não tinha mais um vintém, Nem jeito pra trabalhar. O marinheiro da venda Não queria mais fiar.
Pus a mão sobre a cabeça Fiquei pensando na vida Quando do lado do Céu Chegou uma alma perdida, Perguntou: - Era o senhor, Que aí vendia bebida? Eu disse que era eu mesmo E a venda estava quebrada, Mas se queria um pouquinho Ainda tinha guardada, Obra de uns dois garrafões De aguardente imaculada. Me disse a alma: - Eu aceito E lhe agradeço eternamente, Pois moro no Céu, mas lá Inda não entra aguardente. São Pedro inda plantou cana, Porém perdeu a semente. Bebeu obra de três contos, Ficou muito satisfeita Disse: - Aguardente correta, Imaculada direita, Isso é que eu chamo bebida, Essa aqui, ninguém enjeita! Perguntei-lhe: - Alma, quem és? Disse ela: - Tua amiga, Vim te dizer que te mude, Aqui não dá nem intriga. Quer ir para o Céu comigo? Lá é que se bota barriga! Eu lá subi com a alma Num automóvel de vento Então a alma me mostrava Todo aquele movimento, As maravilhas mais lindas Que existem no firmamento.
Passamos no Purgatório, Tinha um pedreiro caiando, Mas adiante era o Inferno, Tinha um diabo cantando E a alma de um ateu Presa num tronco, apanhando. Afinal, cheguei no Céu A alma bateu na porta, Como pouco chegou São Pedro Que estava pela horta, Perguntou-lhe: - Esta pessoa Ainda é viva, ou é morta? Então a alma respondeu: - É viva, estava no mundo. Não tinha de que viver, Está feito um vagabundo, Lá quem não for bem sabido Passa fome, vive imundo! São Pedro aí perguntou: - O mundo lá, como vai? Eu aí disse: - Meu Santo, Lá filho rouba do pai, Está se vendo que o mundo Por cima do povo cai... Eu ainda levava um pouco Da gostosa imaculada, Dei a ele e ele disse: - Aguardente raciada! E aí me disse: - Entre, Aqui não lhe falta nada! Arrastou uma cadeira E mandou eu me sentar, Chamou um criado dele Disse: - Cuide em se arrumar. Vá lá dentro e diga à ama Que bote um grande jantar. Quando acabei de jantar,
O Santo me convidou, Disse: - Vamos lá na horta. Fui, ele então me mostrou Coisas que me admiraram E tudo me embelezou. Vi na horta de São Pedro Arvoredos bem criados, Tinha pés de plantações Que estavam carregados, Pés de libras esterlinas Que já estavam deitados. Vi cerca de queijo e prata, E lagoa de coalhada. Atoleiro de manteiga, Mata de carne guisada, Riacho de vinho do porto, Só não tinha imaculada! Prata de quinhentos réis, Eles lá chamam caipora, Botavam trabalhadores Para jogar tudo fora, Esses níqueis de cruzado Lá nascem de hora em hora. Então São Pedro me disse: - Quero fazer-lhe um presente. Quando você for embora, Vou lhe dar uma semente, Você mesmo vai escolher Aquela mais excelente! Deu-me dez pés de dinheiro, Alguns querendo botar, Filhos de queijo do reino Já querendo safrejar, Uns caroços de brilhante Para eu na terra plantar. Galhos de libra esterlina Deu-me cento e vinte pés,
Deu-me um saco de semente, De cédulas de cem mil réis, Deu-me maniva de prata, De diamante, umas dez. Aí chamou Santa Bárbara, Esta veio com atenção. São Pedro aí disse a ela: Eu quero uma arrumação. Este moço quer voltar, Arranje-lhe uma condução. - Bote cangalha num raio, E a sela num trovão, Veja se arranja um corisco, Para ele levar na mão, Porque daqui para Terra Existe muito ladrão! Eu desci do Céu alegre, Comigo não foi ninguém. Passei pelo Purgatório, Ouvi um barulho além – Era a velha minha sogra, Que dizia: - Eu vou também! Eu lhe disse: - Minha sogra, Eu não posso a conduzir. Ela me disse: - Eu lhe mostro Porque razão hei de ir. E se não for apago o raio, Quero ver você seguir! Nisso o raio se apagou, Desmantelou-se o trovão, O corisco que eu trazia Escapuliu-se da mão, E tudo quanto eu trazia Caiu desta vez no chão. Aí a velha voltou Rogando praga e uivando. Quando entrou no Purgatório,
Foi se mordendo e babando, Dizendo tudo de mim Lançando fogo e falando. Bem dizia o meu avô: - Sogra, nem depois de morta Fede a carniça de corpo, A língua da alma corta, Não diz assim quem não viu Uma sogra em sua porta. Eu vinha com isso tudo Que o santo tinha me dado, Mas minha sogra apanhou O diabo descuidado. Fiquei pior do que estava, Perdi o que tinha achado. E quando cheguei em casa A mulher quase me come, Ainda pegou um cacete E me chamou tanto nome, Disse que eu casei com ela Para matá-la de fome... Se não fosse minha sogra, Eu hoje estava arrumado, Mas ela no Purgatório Achou tudo descuidado, Abriu a porta e danou-se, Veio deixar-me encaiporado. Nunca mais voltei ao Céu Para falar com São Pedro, E ainda mesmo que possa, Não vou porque tenho medo: Posso encontrar minha sogra E vai de novo outro enredo.
Módulo 3 - 2 aulas
Conhecendo a metrificação do cordel
Objetivo geral:
● Conhecer a estrutura métrica do cordel: Parcela ou verso de quatro
sílabas; verso de cinco sílabas; estrofes de quatro versos de sete
sílabas; sextilhas; setilhas; oito pés de quadrão ou oitavas; décimas;
martelo Agalopado; Galope à Beira mar; meia quadra.
Específico:
● Identificar a diferença entre a estrutura métrica do cordel; ● Montar um painel com a estrutura métrica dos cordéis;
● Analisar algumas das estruturas métricas dos cordéis.
Neste momento será exibido um vídeo sobre a literatura de cordel, a fim de
promover uma aproximação entre o aluno e a cultura nordestina, permitindo
assim o reconhecimento e a valorização da variedade linguística e menos
prestigiada socialmente.
O professor poderá solicitar aos alunos que anotem, após assistirem ao
vídeo, suas reflexões sobre a estrutura métrica do cordel, e seus principais
temas apresentados pelos cordelistas brasileiros.
Música “Literatura de cordel” do cordelista paraibano Francisco Diniz.
Disponível em: acesso 03 de set. de 2016
https://www.youtube.com/watch?v=42U4jrCFT0s
O cordelista apresenta por meio da música as características do gênero
cordel. O vídeo apresenta também os diversos assuntos que os cordéis narram
sendo eles: histórias de amor, aventuras de cangaceiros e acontecimentos
importantes.
FONTE http://literaturadecordel.vila.bol.com.br/
O professor também poderá exibir o áudio da canção de Francisco Diniz, O que literatura de cordel.
Disponível em: http://www.projetocordel.com.br/o_que_e_cordel.htm
Acesso: 14 de novembro de 2016.
Conhecendo o autor: Francisco Diniz.
O professor poderá levar os alunos na sala de informática para acessarem o
site abaixo, a fim de conhecer um pouco a biografia do autor Francisco Diniz.
Disponível em:
http://cordelparaiba.blogspot.com.br/2010/05/cordelista-paraibano-francisco-dini
z.html
Acesso: 30 de agosto de 2016
Na sequência ainda dessa atividade, o professor poderá solicitar aos alunos
uma pesquisa no site da academia Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC),
sobre as métricas do cordel.
Disponível em :Acesso: 26 de set. de 2016
http://www.ablc.com.br/metricas.html
Módulo 4 - 3 aulas
Leitura reflexiva e análise linguística
observando as características e estrutura
do gênero cordel
Após a devolutiva da pesquisa no laboratório de informática, o professor
fará coletivamente com os alunos uma tabela contendo as principais
características do gênero cordel.
Ao iniciar esta atividade o professor solicitará aos alunos que abram o
folheto dado anteriormente “Uma viagem ao céu”, de Leandro Gomes de
Barros e façam a leitura compartilhada.
Um dos alunos fará a leitura oral das estrofes parando sempre em cada
estrofe para o professor fazer as intervenções necessárias sobre a estrutura
métrica do cordel, por meio de questionamentos.
1) O texto faz descrição das personagens da história?
2) O texto apresenta um diálogo, monólogo, uma narração dos
acontecimentos?
3) O texto relata algum problema social?
4) Como apresenta a estrutura métrica dos versos (quadra, sextilha,
septilha, oitava, décima, martelo)?
O professor poderá solicitar ao aluno que faça as anotações acerca da
análise linguística.
Na sequência desta atividade de leitura, o professor poderá socializar as
primeiras impressões que os alunos tiveram ao fazer a leitura oral do cordel.
O professor poderá solicitar a apresentação de cada dupla para comentar a
história do cordel.
Nesse momento, é interessante que o professor vá fazendo as
intervenções acerca do assunto do cordel, dizendo que os cordéis abordam
vários tipos de temas como: romances, fatos políticos e econômicos, fatos
históricos, viagens, enfim há cordéis que informam outros que entretêm as
pessoas.
Nesse momento o professor vai explicando justamente com os alunos, a
estrutura métrica questionada. Por exemplo: É um diálogo? Um romance?
Como estão estruturadas as estrofes? Qual a sequência das rimas?
O professor sempre terá como ponto de partida para o questionamento o
texto abordado, assim poderá fazer a análise linguística do cordel enfocando a
estrutura métrica com segurança e compreensão.
Evidentemente que para fazer esta atividade os alunos já terão feito a
devolutiva da pesquisa na internet e o professor já terá feito a explanação da
métrica do cordel.
Módulo -5
Aula: 3 aulas
Analisando a diversidade dos temas
presentes nos cordéis
Objetivo: Explorar a diversidade dos temas presentes nos cordéis
Para estudar as várias temáticas abordadas nos cordéis brasileiros, vamos
iniciar com um dos clássicos de Leandro Gomes de Barros, “Viagem ao céu”.
Segundo Haurélio(2013), este cordel apresenta uma diversidade temática
bastante abrangente contendo críticas sociais, e a influência da religiosidade,
característica bastante marcante do povo nordestino, é possível perceber esta
presença religiosa por meio das crenças populares. O cordel foi inspirado no
folheto “Viagem a São Saruê”, de Camilo dos Santos.
Atividade com o folheto “ Uma viagem ao céu”
Neste momento, o professor solicitará para cada aluno que pegue o folheto
de cordel “Uma viagem ao céu”, de Leandro de Gomes Barros, para dar
continuidade ao estudo. Na sequência, o professor poderá explicar que a
ilustração da capa analisada anteriormente é feita por meio da técnica da
xilogravura, que será visto posteriormente.
Na sequência, o professor solicitará aos alunos que façam uma leitura
compartilhada das sextilhas, ou seja o cordel “Uma viagem ao céu”, de Leandro
de Gomes Barros.
Após a leitura, o professor poderá fazer oralmente ou por escrito questões
relacionadas à interpretação do cordel. Nesta etapa, será explorado todas as
sextilhas do poema, revisando a estrutura métrica adotado no cordel, ou seja
possui seis versos em cada uma das 28 estrofes, compostas por sílabas
poéticas (septissílabas) as rimas finais têm a terminação em: a-b-c-b-d-b.
Portanto, as rimas ficam nos versos 2º,4 º e 6 º.
O professor, poderá mostrar na lousa a sequência das rimas para que os
alunos visualizem melhor.
Uma viagem ao céu – Leandro Gomes de Barros
Uma vez, eu era pobre, Vivia sempre atrasado, 2º Botei um negócio bom, Porém, vendi-o fiado.4º Um dia, até emprestei O livro do apurado.6º
O professor poderá solicitar que os alunos analisem a segunda sextilha
para perceberem as rimas presentes.
Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/download/texto/jn000024.pdf
Acesso:10 de novembro de 2016
Sugestão de perguntas para os alunos responderem oralmente ou por
escrito como o professor achar conveniente, explorando todas as estrofes do
cordel, apresentado.
1) Qual o tema abordado no cordel “Uma viagem ao céu”?
2) Em que estrofe a alma aparece para o autor?
3) O que a alma pede para o negociante?
4) Em que verso a alma conta para o negociante que mora no céu?
5) Para onde a alma convida o autor para ir e por que ele deveria ir
segundo ela?
6) Qual a condução usada pela alma?
7) Qual o argumento que a alma usa para convencer São Pedro de que o
autor deveria ir para o céu?
8) Na décima primeira estrofe o autor apresenta a São Pedro conflito de
relação entre os filhos os pais, estes conflitos estão presentes
atualmente?
[...] São Pedro aí perguntou: O mundo lá como vai? Eu ai disse: meu santo Lá filho rouba pai Está se vendo que o mundo Por cima do povo cai. [...]
Neste momento o professor poderá fazer uma intervenção conversando
com os alunos sobre os problemas familiares vivenciados na nossa
sociedade.
9) Como é o lugar no céu apresentado por São Pedro ao autor?
10)Qual a diferença entre o céu apresentado por São Pedro ao autor com a
realidade dele? E por que ele não quis morar no céu, mesmo sabendo
que iria ter tudo? Comente sua resposta.
11)Qual a condução que São Pedro arrumou para o autor voltar para a
terra?
12)Qual a preocupação de São Pedro durante a viagem do autor para a
terra? Existe este tipo de problema ainda em nosso país? Comente.
13)Comente o que aconteceu durante o retorno do autor para a terra?
Conhecendo a biografia de Leandro Gomes de
Barros
Atividade para os alunos realizarem no laboratório de
informática
O professor poderá solicitar aos alunos que façam a leitura do
cordel “Viagem a São Saruê”, de Manoel Camilo dos santos, este cordel
inspirou Leandro Gomes de Barros a escrever “Uma viagem ao céu”.
O link para os alunos acessarem o cordel hipermídia está:
Disponível em:
http://issuu.com/wandersondiegogomesferreira/docs/cardel/11?e=0
http://cordelnahipermidia.blogspot.com.br/2012/10/blog-post_10.html
Acesso:12 de novembro de 2016.
Após os alunos acessarem fazerem a leitura do cordel , o
professor poderá fazer uma roda de conversa para analisarem em que
momentos podemos identificar as semelhanças entre as obras do
cordelista Leandro e Manoel .
O professor poderá exibir um vídeo do cordelista Bráulio Bessa ,
fazendo um cordel .
Disponível em
https://www.youtube.com/watch?v=oozodNnhz7U
Disponível em:
http://www.ablc.com.br/popups/cordeldavez/cordeldavez037.htm
Acesso: 03 de out. de 2010
Módulo 6– 3 aulas
O cordel e as Pelejas (folhetos)
O cordel tem características parecidas com a poesia e a música. Nas Pelejas,
os poetas procuram mostrar suas habilidades no verso e desafiam seus
amigos. Esta Peleja também denominada de desafio:
Embora a literatura de folhetos se defina como um sistema de produção específico, tem seus pontos de contato com a literatura oral, no caso o repente. Há certa identidade, principalmente no que diz respeito ao tipo de estrofe mais usado no folheto e na cantoria, que é a sextilha, mantendo-se o mesmo tipo de rima, métrica e construção geral dos versos na estrofe. Na Peleja, um dos gêneros do folheto, a relação com o oral é mais marcante, pois ela é escrita a partir de modalidades do repente (AYALA apud PINHEIRO & MARINHO, p.26).
Os assuntos tratados tanto na peleja são fictícios e reais e são escritos em
versos de sete sílabas:
Quando escrita, a descrição da luta é antecedida por um a pequena introdução em que são apresentados os cantadores, o lugar da disputa, o público e os antecedentes, como se pode observar na Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum, de Firmino Teixeira do Amaral, cujo início é narrado pelo próprio cego Aderaldo (MARINHO & PINHEIRO, p.26).
Neste momento o professor poderá entregar uma cópia do texto “A peleja
do cego”, para que juntamente com os alunos analisem a estrutura métrica da
peleja.
“A Peleja do cego Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum” é com composta por
sextilha, formada por seis versos de sete sílabas (redondilha maior), na peleja
abaixo temos as rimas no 2º, 4º e 6º versos.
Apreciem, meus leitores Uma forte discussão Que tive com Zé Pretinho Um cantador do sertão O qual no tanger do verso Vencia qualquer questão.
(...)
O texto pode ser lido integralmente no site da jangada do Brasil.
Após a leitura do texto “A peleja do cego Aderaldo com Zé Pretinho”, o
professor poderá fazer intervenções a respeito do tema tratado na peleja.
● Na peleja os poetas se desafiam um querendo argumentar melhor
do que o outro sempre levando vantagens.
● Como você analisa este tipo de comportamento, ou seja na peleja
o importante é você desafiar o outro defendendo seu ponto de
vista, sem dar importância para a opinião do outro? Comente sua
resposta.
Disponível :Acesso em: 17 de set. de 2016
http://jangadabrasil.com.br/dezembro/cn41200c.htm
A PELEJA DO CEGO ADERALDO COM ZÉ PRETINHO
Apreciem meus leitores Uma forte discussão que tive com Zé Pretinho Um cantador do sertão O qual no tanger do verso Vencia qualquer questão Um dia determinei A sair do Quixadá Uma das belas cidades Do estado do Ceará Fui até ao Piauí Ver os cantores de lá Hospedei-me em Pimenteira Depois em Alagoinha Cantei em Campo Maior No Angico e na Baixinha De lá tive um convite Pra cantar na Varzinha (...)
Neste momento os alunos assistirão um vídeo sobre a Peleja do Cego
Aderaldo com Zé Pretinho do Tucum.
Disponível: Acesso em:17 de set. de 2016
https://www.youtube.com/watch?v=CbyXH0EySVk
1.bp.blogspot.com (fonte)
O professor poderá solicitar uma pesquisa no laboratório de informática
para os alunos acessarem o texto completo e fazerem a leitura oral.
Os alunos também podem assistir à Peleja com Suassuna.
Peleja: Suassuna, a Peleja do sonho com a injustiça.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=WmdEAmBdERU
Momentos de leitura
Neste momento os alunos farão uma pesquisa na internet sobre a vida e obra
do Cego Aderaldo e outros autores conhecidos pelas suas Pelejas. Os alunos
poderão acessar alguns sites para pesquisar a biografia dos autores.
Sugestão dos sites: http://acervos.casaruibarbosa.gov.br/
http://www.casaruibarbosa.gov.br/cordel/poeta.html
Acesso em: 18 de novembro de 2016.
Sugestão de autores:
● Leandro Gomes de Barros;
● Ivan Souza;
● Ferreira Filho;
● Josenir Alves de Lacerda;
● Carlos Cures;
● Antônio Rodrigues;
● Cida Pedroso;
● Bráulio Tavares;
● Suzana Azeredo.
Atividades de Leitura no laboratório de informática
Neste momento os alunos poderão ir ao laboratório de informática para
pesquisarem sobre a vida e obras dos autores citados acima.
● Selecionar uma Peleja para fixar no mural da sala;
● Cada aluno faz uma leitura oral das Pelejas selecionadas;
● Organizar a Peleja com um grupo para apresentar aos colegas;
● Ilustrar algumas estrofes das Pelejas para afixar no mural da escola.
Montar um mural nas dependências da escola sobre as Pelejas
pesquisadas e ilustradas.
O professor poderá exibir alguns áudios de repentistas para os alunos.
Acesso: 04 de out. de 2016
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=aLepyXpXIsU
Acesso : 04 de out. 2016
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=51lYHuBQq8s
O professor poderá realizar atividades em duplas nas quais os alunos poderão
produzir pelejas.
Módulo 7 – 3 aulas
Conhecendo um pouco sobre a Literatura de
cordel
Neste momento os alunos assistirão a um vídeo com Tárcio Costa explicando
um pouco mais sobre o cordel.
Disponível em: www.youtube.com/watch?v=4mXNDcBGG5E
Objetivos:
Geral:
● Conhecer um pouco sobre a origem da história da Literatura de cordel;
● Conhecer os principais autores brasileiros que iniciaram o cordel.
A Literatura de cordel chegou no Brasil pelos colonizadores portugueses entre
os séculos XVI e XVII.
A literatura de cordel portuguesa tem sua origem nos romances tradicionais daquele país, que eram impressos, rudimentarmente, em folhas soltas ou volantes, e vendidos, presos em um barbante ou cordel, em feiras e romarias. Esses impressos traziam registros de fatos históricos, narrativas tradicionais (como as Imperatriz Porcina, Princesa Maga lona e Imperador Carlos Magno) e também poesia erudita (como as de Gil Vicente) (PROENÇA apud GALVÃO,p. 29).
O cordel é poesia popular caracterizada por sua publicação em folhetos
(forma tradicional da impressão) com capas geralmente feitas em xilogravuras.
Muitos confundem literatura de cordel ou poesia popular com manifestações poéticas nordestinas. Há no fundo de verdade nisso,
mas é bom lembrar de que há poesia popular em todo o Brasil (e, seguramente, em toda a América latina). A Literatura de cordel significa a parte impressa e, como tal, representa menos do que 1% da poesia realmente feita a nível popular, mas que é apenas cantado por violeiros, trovadores ou cantadores (LUYTEN, Joseph, 1992, p.23). No Brasil cordel é sinônimo de poesia popular em verso. As histórias de batalhas, amores, sofrimentos, ciúmes, fatos históricos e políticos do país e do mundo, as famosas disputas entre cantadores, fazem parte de diversos tipos de textos em verso denominados de literatura de cordel (MARINHO & PINHEIRO,2012, p.17)
O cordel como qualquer outra obra cultural também passou por momentos
bons e ruins. Mas atualmente existem muitos cordelistas vivendo de norte a sul
do país. A Literatura de cordel sobreviveu a este período de descaso. O cordel
fazia parte da vida das pessoas menos iletradas dos nordestinos camponeses
no século XIX e início do século XX, que tinham como único recurso para a
divulgação dos textos a memória. Era assim que eles deixavam suas
lembranças marcadas por meio dos versos recitados pelos camponeses. Suas
histórias eram marcadas em versos poéticos, pois o ritmo das frases e as rimas
nos finais ou iniciais das palavras facilitavam suas memorizações.
Com a crise do início do século XX, muitos nordestinos foram obrigados a
deixarem seus lugares para viverem na cidade em busca de um trabalho para
sobreviverem.
Os primeiros escritos de folhetos que saíram do campo em direção às cidades levaram consigo a esperança por melhores dias e as lembranças de contos e histórias de príncipes e princesas, reinos distantes, homens valentes e mocinhas indefesas, além de canções de violeiros e repentistas que viajavam pelas fazendas animando festas e desafiando outros cantadores (MARINHO & PINHEIRO, 2012.p.17e 18).
Com a mudança do campo para a cidade muitos camponeses começaram
a transcrever seus poemas sobre suas memórias vividas, em folhetos e estes
eram vendidos nas feiras pelos cordelistas que declamava seus versos, ou
cantavam parecido com as toadas repentistas.
Assim ficou denominado de Literatura de cordel os folhetos vendidos nas
feiras, semelhantes ao que ocorria em Portugal.
Em Portugal, eram chamados cordéis os livros impressos em papel barato, vendidos em feiras, praças e mercados. Segundo Márcia Abreu, a Literatura de cordel portuguesa” (...) abarca autos, pequenas novelas, farsas, contos fantásticos, moralizantes, histórias, peças teatrais, hagiografias, sátiras, notícias...além de poder ser escrita em verso sob a forma de peça teatral (MEYER apud MARINHO & PINHEIRO,2012, p.28)
A literatura de cordel na maioria das vezes, era passada de geração
para geração por meio da oralidade, e gradualmente passaram a ser escritas e
impressas, assim aconteceu em vários países:
Em todo mundo, desde tempos imemoriais, à grande tradição da literatura escrita culta correspondeu sempre, em todas as culturas, a pequena tradição oral de contar. Às vezes, porém, o contador pegava lápis e papel e se punha a escrever ou a ditar o que já estava havia a tempo em sua memória, ou o que de novo inventava, ampliando um pouco o seu público. Quando surgiram as máquinas impressoras, a divulgação dessas obras de pequena tradição literária estendeu-se a um número maior de leitores: algumas eram escritas em prosa; a maioria, porém, aparecia em versos, pois era mais fácil, a um público analfabeto, decorar versos e mais versos, lidos por alguém. Esta foi a trajetória daquilo que se chamou na França literatura de colportage(mascate); na Inglaterra, chapbook ou balada; na Espanha, pliego suelto, em Portugal, literatura de cordel ou folhas volantes (MEYER apud MARINHO & PINHEIRO,2012, p.28).
Segundo Galvão (2012), também aparecem cordéis semelhantes nos
países latinos americanos:
Afirma que, resguardados as especificadas que cada uma dessas formas de literatura assume em diferentes países da América colonizada, pode-se perceber semelhanças, por exemplo, entre o corrido, encontrado no México, na Argentina, na Nicarágua e no Peru, e o contrapuengo, semelhante a peleja ou desafio, também encontrado no México. Da mesma forma, na argentina podem ser observados hojas ou pliegos sueltos, semelhantes ao cordel, e o payador, que lembraria o nosso cantador. MANUEL DIÈGUES JÙNIOR apud MERINHO & PINHEIRO,2012,p.28 e 29).
Os alunos poderão fazer uma pesquisa na internet, no site da Academia
Brasileira de Literatura de Cordel (ABLC), confeccionando um mural na sala de
aula sobre a origem da Literatura de cordel e seus principais cordelistas
brasileiros.
Sugestão de autores: Leandro Gomes de Barros; Patativa do Assaré; Cego
Aderaldo; Fermino Teixeira de Athayde; José Pacheco; Manoel Monteiro.
Após confecção do mural, os alunos poderão apresentar oralmente alguns dos
cordéis pesquisados para apresentar para a turma.
Disponível em: Acesso :23/09/2016
http://www.ablc.com.br/ocordel.html
Fonte de pesquisa: Acesso em:23/09/2016
http://www.infoescola.com/literatura/literatura-de-cordel/
Módulo 8 - 4 aulas
Filme: O auto da compadecida
Objetivo: Explorar o perfil nordestino observando suas características
marcadas pela religiosidade, crenças e costumes.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=EFmB8Qo-g-k
Acesso:08 de nov. de 2016
Fonte : You tube , cena do filme “ Auto da Compadecida”, de Ariano Suassuna.
O filme foi baseado na obra,” Auto da compadecida “, de Ariano
Suassuna, o escritor se inspirou em folhetos de cordéis para escrever o livro,
baseando-se nos folhetos de Leandro Gomes de Barros,” O Dinheiro ou O
testamento do Cachorro”, “O Cavalo que defecava dinheiro”.
O personagem principal do livro “O auto da compadecida” foi inspirado
no folheto de João Ferreira de Lima, “As proezas de João Grilo”, interpretado
no filme pelo ator (Mateus Nachtergaele).
João Grilo personagem do filme “O Auto da Compadecida”, produzido em
2000 pelo Globo filmes, tendo como diretor responsável Guel Arraes. Este filme
foi baseado na obra “Auto da Compadecida”. O escritor se inspirou em alguns
folhetos para escrever seu livro, dentre eles tem o folheto “As proezas de João
Grilo”, de João Ferreira de Lima escrito em 1932.
Segundo, Haurélio (2010), João Grilo o então personagem do filme, na
verdade o personagem nasceu na Europa com o nome de Pedro Malazarte, fui
trazido para o Brasil e adotado pela literatura de cordel, mas o escritor manteve
as mesmas características de astucioso e inteligente da história da literatura
portuguesa.
Atividades para trabalhar em grupos sobre o filme.
1) Depois de assistir ao filme, pesquise na internet o folheto usado para compor
a obra de Ariano Suassuna, de João Ferreira de Lima “As proezas de João
Grilo”.
Trace um perfil psicológico de João Grilo, baseando-se no filme e no folheto
lido.
Fonte:http://www.unicap.br/armorial/35anos/cordeis/cordeis-menores/
Disponível em:
http://kairu.heliohost.org/cordel/estante-compadecida.html#conta
João Grilo foi um cristão Que nasceu antes do dia, Criou-se sem formosura Mas tinha sabedoria, E morreu depois da hora Pelas artes que fazia. [...]
2) Pesquise na internet o folheto “O cavalo que defecava dinheiro”, de Leandro
Gomes de Barros, e faça a leitura.
Fonte:http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=24173
No folheto, a personagem de João Grilo apresenta-se ser muito
astucioso enganando um Duque ao afirmar que um cavalo defecava dinheiro.
Compare a obra com o filme “O auto da Compadecida” dizendo no que o
cavalo fui transformado na cena.
A atitude de João Grilo fui correta. Comente sua resposta.
“O cavalo que defecava dinheiro” (Leandro Gomes de Barros) [...] Do fiofó do cavalo Ele fez um mealheiro Saiu dizendo:-Sou rico. Inda mais que um fazendeiro Porque possuo um cavalo Que só defeca dinheiro. Quando o Duque velho soube Que ele tinha esse cavalo Disse pra velha Duquesa: - Amanhã vou visitá-lo. Se o animal for assim Faço feito de comprá-lo. [...]
3) Pesquise na internet o folheto de Leandro Gomes de Barros,” O Dinheiro
ou O testamento do cachorro “.
João Grilo convence o vigário a benzer o cachorro qual(ais) argumentos ele
usa para convencê-lo. Compare o folheto com o filme “O Auto da
Compadecida”, dizendo se houve alguma mudança da obra com o filme.
(...) Um inglês tinha um cachorro De uma grande estimação Morreu o dito cachorro E o inglês disse então: ― Mim enterra esse cachorro Inda que gaste um milhão Foi ao vigário, lhe disse: ― Morreu cachorra de mim E urubu do Brasil Não poderá dar-lhe fim Cachorro deixou dinheiro Perguntou o vigário: ― Ah! Sim?
― Mim quer enterrar cachorro! Disse o vigário: ― Oh! Inglês! Você pensa que isto aqui É o país de vocês? Disse o inglês: ― Oh! Cachorro Gasta tudo desta vez Ele antes de morrer Um testamento aprontou Só quatro contos de réis Para o vigário deixou Antes de o inglês findar O vigário suspirou ― Coitado! ― disse o vigário, De que morreu esse pobre? Que animal inteligente! Que sentimento mais nobre! Antes de partir do mundo Fez-me presente do cobre Leve-o para o cemitério Que eu vou encomendar Isto é, traga o dinheiro Antes dele se enterrar Estes sufrágios fiados É fativo não salvar
4) Ariano Suassuna se inspirou no folheto “O castigo da soberba”, de Silvino
Pirauá, para escrever seu auto.
Pesquise na internet o folheto acima citado e faça a leitura, comparando as
semelhanças do folheto com o filme assistido.
Atividade em grupo.
Nesta aula, os alunos selecionarão uma das cenas apresentadas no filme
para fazerem uma dramatização dela.
Sugestão: O julgamento de João Grilo ou de outro personagem, a cena que
João grilo convence o vigário há benzer o cachorro, a cena que João recorre a
nossa senhora para salvá-lo do inferno, a cena que João Grilo vende um gato
para a esposa do padeiro enganando-a, entre outras.
Módulo 9 – 4 aulas
Analisando as características do gênero
cordel-Linguagem formal e informal
Objetivo: Conhecer a linguagem usada pelos cordelistas para compor seus
poemas.
Conhecendo um pouco sobre a biografia
do poeta Patativa do Assaré
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=8d7NgjrE8Lw
Acesso: 10 de novembro de 2016
Neste momento, os alunos poderão assistir a um vídeo sobre a
vida do poeta contado por ele mesmo. Na sequência o professor, entregará
uma cópia do folheto de cordel “A triste partida”, de Patativa do Assaré, que os
alunos lerão de forma compartilhada. Após a leitura poderão ouvir esse cordel
cantado por um dos maiores cantores do sertão brasileiro, Luiz Gonzaga. O
professor pode solicitar aos alunos que acompanhem a música por meio do
cordel dado. Na sequência, o professor conversará com os alunos sobre o
tema abordado na música, pedindo para os alunos falem sobre suas
impressões. Nesta conversa com os alunos, o professor poderá falar sobre a
importância desse tema na atualidade. O professor poderá indagar aos alunos,
se este tema está presente hoje na realidade nordestina. Como o nordeste
enfrenta os problemas elencados no cordel de Patativa do Assaré. O professor
poderá solicitar aos alunos que estabeleçam uma comparação entre a
realidade vivida do poeta com a deles, indagando-os a refletirem sobre tema
abordado pelo poeta, como por exemplo: corrupção, desigualdade social,
injustiça social, preconceito social, entre outros que julgarem relevantes para
discutir.
Na sequência, o professor poderá fazer a análise das características da
linguagem informal utilizada pelo poeta em seu cordel “A triste Partida”,
explicando que a linguagem usada tem as marcas da oralidade do autor, muito
comum nas produções dos cordéis, mas nem todo cordel produzido tem as
características da oralidade.
Letra da música:” A triste partida”, de Patativa do Assaré
Disponível em: https://www.letras.mus.br/patativa-do-assare/1072884/triste-partida-print.html
A triste Partida- Patativa do Assaré Meu Deus, meu Deus. . . Setembro passou Outubro e Novembro Já tamo em Dezembro Meu Deus, que é de nós, Meu Deus, meu Deus Assim fala o pobre Do seco Nordeste Com medo da peste Da fome feroz Ai, ai, ai, ai
A treze do mês Ele fez experiência Perdeu sua crença Nas pedras de sal, Meu Deus, meu Deus Mas noutra esperança Com gosto se agarra Pensando na barra Do alegre Natal Ai, ai, ai, ai Rompeu-se o Natal Porém barra não veio O sol bem vermeio Nasceu muito além Meu Deus, meu Deus Na copa da mata Buzina a cigarra Ninguém vê a barra Pois a barra não tem Ai, ai, ai, ai (...)
Módulo 10 – 6 aulas
Xilogravura Popular
Fonte:http://www.ablc.com.br/gravuras/
Xilogravura é uma técnica de entalhar em madeira, tendo sua origem na
China divulgada desde o século VI. Mas somente no século XVIII esta arte
chegou na Europa trazendo inovações com uma técnica nova denominada de
xilografia (gravuras japonesas coloridas). A partir do século XX, esta técnica
passa a ser desenvolvida. Atualmente, existem 92 cores e nuances para
compor uma gravura. (DUARTE,2003)
Os primeiros folhetos de cordéis não eram produzidos usando a técnica da
xilogravura, os primeiros folhetos eram ilustrados com vinhetas e arabescos
confeccionados no interior do nordeste em pequenas tipografias. Só a partir de
1950, surge os primeiros cordéis feitos com xilogravuras, ainda em meio de
muitos protestos por parte de alguns leitores e editoras. Os folhetos de Leandro
de Gomes de Barros, eram confeccionados com capas ou vinhetas e
arabescos.
Segundo Luyten (apud PINHEIRO & MARINHO, 2012), as xilogravuras só
surgiram impressas nos folhetos a partir de 1940, devido à falta de recursos
econômico da parte dos poetas e editoras para fazerem as ilustrações.
As figuras eram gravadas em madeiras de imbuia, cedro ou pinho, as
gravuras dos folhetos eram feitas segundo a conteúdo apresentado nos
cordéis. Tudo era produzido com muita simplicidade, retratavam paisagens e
personagens da cultura nordestina, levando os leitores para um mundo mágico,
onde havia reis, rainhas, fadas e viagens marítimas.
A xilogravura despertou o interesse de grandes artistas populares como:
Ciro Fernandes, Minelvino Francisco da Silva, José Costa Leite, João Antônio
de Barros, entre outros.
Atualmente a maior produção de xilogravuras está no estado de
Pernambuco e Ceará.
Atualmente há um ateliê em Bezerros, Pernambuco, de José Francisco
Borges que trabalha com seus filhos produzindo e vendendo os folhetos
ilustrados segundo a técnica da xilogravura.
J. Borges
José Francisco Borges nasceu em Pernambuco , no município de Bezerros,
em 20 de dezembro de 1935. Tem seus trabalhos divulgados e conhecidos em
vários países , da Europa.No Brasil seu trabalho é um dos mais divulgados
atualmente.
Fonte:http://www.ablc.com.br/gravuras/
Ilustrando capas para cordéis
O professor pode neste momento se achar conveniente passar um vídeo
onde explica a técnica da xilogravura, na sequência pode solicitar que os alunos observem as capas dos cordéis, para depois fazerem uma ilustração de um cordel selecionado pelo professor ou pelo próprio aluno. Sugestão da atividade: Componha um desenho para ser usado na produção de uma xilogravura da capa do cordel selecionado. O site para pesquisar se encontra disponível em:
http://www.ablc.com.br/o-cordel/capas/
O Romance do Pavão Misterioso
José Camilo de M. Rezende
Fonte:http//www.ablc.com.br/o-cordel/capas/
Acesso: 25 de nov. de 2016
Produção de cordéis
Após os alunos terem estudado um pouco sobre a história da literatura de
cordel, sua origem e características e alguns nomes dos principais cordelistas
brasileiros, chegou a hora de comporem seu próprio cordel.
O professor poderá reforçar as características do cordel, relembrando o
que já foi estudado anteriormente sobre a estrutura métrica do cordel. A forma
mais usada no Brasil para compor cordéis é redondilha maior, ou seja, o verso
possui sete sílabas poéticas (heptassílaba). Cada estrofe possui seis versos,
chamada de sextilha, cujo esquema métrico de rimas tem a seguinte
terminação (ABCBDB), portanto as rimas apresentam-se nos versos 2º, 4º e 6º
nos finais dos versos. TAVARES(2005).
O professor poderá solicitar aos alunos que façam o seu folheto usando as
mesmas medidas usadas pelos autores, sendo um tamanho de: 10 X 16 cm. O
aluno dobrará uma folha de sulfite em quatro partes iguais.
O professor poderá combinar juntamente com os alunos qual será o
mínimo e o máximo de páginas a ser produzidas, geralmente as produzidas
pelos escritores de cordéis tem 8 páginas, mas podem variar entre 8 a 32
páginas dependendo do autor.
Durante a produção, o professor auxiliará o aluno nas eventuais dúvidas
que surgirem enquanto estiverem produzindo os cordéis, os alunos poderão
usar os dicionários para encontrar rimas , se necessário for.
Após a explicação, o professor solicitará para que cada aluno escolha um
tema para escrever seu cordel, lembrando das diversidades de temas que
podem optar para produzirem seus textos, histórias de viagem, amor, fatos do
cotidiano, política, temas religiosos e profanos, personalidades políticas, enfim
entre outros temas.
Após a produção dos cordéis, o professor fará as correções necessárias
para o aluno então, passar o texto corrigido para o folheto confeccionado.
Oficina de Xilogravuras
Neste momento, os alunos farão as capas para os cordéis que produziram,
usando a técnica da xilogravura.
O professor poderá passar o vídeo abaixo citado, para ensinar os alunos a
produzirem suas capas para seus cordéis, será usado a técnica da xilogravura
usando a madeira para trabalhar, mas se o professor achar conveniente poderá
desenvolver outra técnica com seus alunos, usando a isogravura feita com
material de isopor esta técnica produz um efeito semelhante ao da xilogravura.
Disponível em:
http://possibilidadesmultiplas.blogspot.com.br/2011/08/como-fazer-uma-xilograv
ura.html
Acesso: 17 de novembro de 2016
Outro vídeo sobre a técnica da xilogravura.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=5WXr2Ar5pdU
Acesso em: 19 de novembro de 2016
Exposição dos cordéis produzidos
2.bp.blogspot.com (fonte)
Serão expostos num varal os cordéis produzidos pelos alunos para a
comunidade escolar apreciar os trabalhos realizados.
O professor também poderá combinar com os alunos para fazerem uma
apresentação dos repentes produzidos por eles ou selecionar outros repentes .
Também poderão apresentar os cordéis produzidos por eles oralmente .
Referências Bibliográficas
COSSON, Rildo. Letramento Literário: teoria e prática. 2 eds. 1 ª impressão.
São Paulo: Contexto, 2012
DUARTE, Manuel Florentino. SOARES. José, PACHECO. José, LEITE, José Costa. Literatura de Cordel. Volume 1.São Paulo. Global Editora,1976.
GALVÃO, Ana Maria de Oliveira. Cordel leitores e ouvintes. 1 ª ed. 1 reimp-. Belo
Horizonte: Autêntica 2006.
HAURÉLIO, Marco. Literatura de Cordel. Do sertão à sala de aula. São Paulo:
Paulus,2013
LOIS, Lena. Teoria e prática da formação do leitor: leitura e literatura na sala
de aula. Porto Alegre:Artmed,2010.
PINHEIRO, Hélder. Poesias na sala de aula. Campina Grande:Bagagem,2007
PINHEIRO, Hélder & MARINHO, Ana Cristina. O cordel no cotidiano escolar. São
Paulo:Cortez,2012
TAVARES, Bráulio. Contando Histórias em versos: Poesia e Romanceiro
Popular no Brasil. São Paulo: Ed. 34,2005
Referências de sites
Disponível em:
http://possibilidadesmultiplas.blogspot.com.br/2011/08/como-fazer-uma-xilograv
ura.html
Acesso:17 de nov. de 2016
Disponível em:
https://www.letras.mus.br/patativa-do-assare/1072884/triste-partida-print.html
Acesso: 10 de nov. de 2016
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=8d7NgjrE8Lw
Disponível em:
http://kairu.heliohost.org/cordel/estante-compadecida.html#conta
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=EFmB8Qo-g-k
Acesso: 08 de nov. de 2016
Disponível em:
http://www.infoescola.com/literatura/literatura-de-cordel/
Acesso: 23 de out. de 2016
Disponível em:
http://www.ablc.com.br/ocordel.html
Acesso: 23 de out. de 2016
Disponível em:
www.youtube.com/watch?v=4mXNDcBGG5E
https://www.youtube.com/watch?v=51lYHuBQq8s
Acesso: 28 de nov. de 2016
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/PesquisaObraForm.do
Disponível em:
http://issuu.com/wandersondiegogomesferreira/docs/cardel/11?e=0
http://cordelnahipermidia.blogspot.com.br/2012/10/blog-post_10.html
Acesso:12 de novembro de 2016.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=5WXr2Ar5pdU
Acesso em: 19 de novembro de 2016
Disponível em:
http://cordelparaiba.blogspot.com.br/2010/05/cordelista-paraibano-francisco-dini
z.html
Acesso em:30 agosto de 2016
Disponível em: http://www.projetocordel.com.br/o_que_e_cordel.htm
Acesso: 14 de nov. de 2016.
Disponível em :
http://www.ablc.com.br/metricas.html
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