Leticia Eger Pinheiro Targas AlNTERFERENCIA DOS...

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Leticia Eger Pinheiro Targas A lNTERFERENCIA DOS PROGRAMAS DE TELEVlSAo NA EDUCA<;::Ao DAS CRIANA;AS: MITO OU REALIDADE? Trabalho de conclus50 de curso apresentado aD curso de Pedagogi:! da Faculdadc de Cicncias Humanas. Lctr.ls c Artes da Uni\'ersid:'HJ~ Tuiuli do Parana, como requisito parcial JXlfil a obtcn~J:odo titulo de pcd<lgogo. Oricntador: Prof. Carlos Alves Rocha Curitiba 2004

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Leticia Eger Pinheiro Targas

A lNTERFERENCIA DOS PROGRAMAS DE TELEVlSAo NA

EDUCA<;::Ao DAS CRIANA;AS: MITO OU REALIDADE?

Trabalho de conclus50 de curso apresentado aD curso dePedagogi:! da Faculdadc de Cicncias Humanas. Lctr.ls cArtes da Uni\'ersid:'HJ~ Tuiuli do Parana, como requisitoparcial JXlfil a obtcn~J:odo titulo de pcd<lgogo.

Oricntador: Prof. Carlos Alves Rocha

Curitiba

2004

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iF Universidade Tuiuti do ParanaFACULDADE DE CIENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

Cursa de Pedagagia

TERMO DE APROVA<;AO

NOME DO ALUNO: LETICIA EGER PINHEIRO TARGAS

TITULO: A Interferencia dos Programas de Televisao na Educarao dasCrianras: Mito ou Realidade?

TRABALHO DE CONCLUSAO DE CURSO APROVADO COMO REQUISITO PARCIAL

PARA A OBTEN<;AO DO GRAU DE LlCENCIADO EM PEDAGOG lA, DO CURSO DE

PEDAGOGIA DA FACULDADE DE ClENCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES, DA

UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA..

MEMBROS DA COMISSAO AVALIADORA:

lIJt/2. vJj\PROF(a). CArK.'O"~ ALVES'ROCHA

,~'IENTADOR .

\'--,-,~n(,~C--;. C G;cl,/IIPROF(a). ~OSANGELA CRISTINA'GUDELLI

MEMBRO 0 BANCA

MEMBRO DA BANCA

DATA: 17 III /2004MEDIA: :L_£ _

CURITIBA - PARANA.

2004

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A todos que acreditam que

a educayao e um camin\)o

para a transformayao sociaL

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AGRADECIMENTOS

Ao Prof Carros Arves Rocha, pefas sugest6es

apresentadas e dedica~ao ct"emonstrad"a.

A min1ia familia e a toct"osque d"ireta on iildiretamente,

cofaooraram para a reafiZar,;ao deste traDamo.

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SUMARIO

1 INTRODU<;:Ao 1

Z A CRIAN<;:AE A TELEVISAO 9

3 A TELEVlSAO EO IMAGINARIO INFANTIL 13

4 A INFLUENCIA DA TV SOBRE 0 COMPORTAMENTO

INFANTIL 17

5 A TV E A ESCOLA .§6 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS 30

7 CONSIDERA<;OESFINAIS 32'

8 REFERENCIAS 36

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RESl:JMt>

o presente trabalho e resultado de uma pesquisa sobre a influencia dos programas de lelevisaona educayao das cr"i"anyasem sua formayao e em seu comportamenlo. Trata-se de umTrabalhode Conclusllo de Curso - TCC, que leve como objelivo idenlilicar os principais program as detelevisl10 assistidos pebs crian,as, reconhecer os criterios seletivos usados por elas ou pais 'noque se refere a escolha dos programas de televisl1o, observar como a linguagem televisiva sereflete no comportamento das mesmas e perceber como a escola1Tabalha com as informa,oesabordadas pela televisao. A metodologia aplicada foi essencialmente bibliognllica, buscandoinformu,oes que subsidiassem 0 estudo, analisando-os a partir dos objetivos pretendidos ehip6teses levantadas. A analise que se faz dos resultados obtidos e de suma importincia paraque pais e educadores saibam como trabalhar questoes relacionadas a TV, 1anlo na vl'cfafamiliar como na vida escolar. A abordagem dada ao lrabalho foi verilicar como a televisl10 evista pelas cri'an,as e pelos educadores, procurando a melhor alternativa para alia-Ia ao ensinosistematizado da escola. Alinal, a crian,a reflete valores e conhecimentos que reteve durantesua integra,ao com 0 meio, entre eles a midia.

Paravras-chave: crianya, educa,ao, tefev'isao e tecnofogia.

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INTRODU<;:AO

Este trabalho e resultado de estudos sobre como a televisao e vista pelas

crianyas e pelos educadores, procurando conhecer alternativas para alia-Ia ao contelldo

sistematizado pela escola. Possui 0 objetivo de identificar os principais programas de

televisao assistidos pelas crianyas e principalmente, perceber como a escola trabalha

com as informayoes que a crianya recebe atraves dela.

o foco da pesquisa roi observar como a escola responde aos questionamentos

ou comentarios trazidos pelas crianyus a partir do contato com a TV, tentando verificar

se ha uma negayao em discutir 0 assunto ou a criayao de espayos para analises e

debates, oporlunizando ao educando um maior grau de selelividade e a construyao da

consciencia crrtica, atraves de iniciativas pedag6gicas lransformadoras.

Na realidade podemos observar que as crianyas ao assistirem TV nao

discutem as inforrnac;:oes, pelo contrario, recebem passivamente as mensagens sem

analisar profundamente 0 que esliio assistindo. Simplesmente vc!em e observam,

consomem sem realizarem uma analise. 1510oCOrre tanto por parle das crianyas, tanto

por parle dos adultos, que leriam a funyao de selecionar 0 que seria mais adequado a

estas.

o trabalho, para melhor exposiyiio, esta dividido em qualro capftulos: "A

crianya e a televisao", "A lelevisiio e 0 imaginlirio infanlil", "A influencia da TV sobre

o comporlarnento infantil" e "A TV e a escola". Todos estes, estilo descritos com uma

abordagem que possa analisar se a TV influencia ou nao 0 comporlamento da crianya.

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Foi uma pesquisa bibliograiica feita em escritos pertinentes, tentando

identificar nas argumentayoes dos auto res estudados 0 que esta sendo dito a respeito

do assunto, procurando desvelar as relayoes da midia televisiva com a educayao. Nesse

estudo, a preocupayao era saber se e mito ou realidade 0 que se comenta sobre a

interferencia da televisiio na edllcayao das crianyas.

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2 A CRlAN<;:A E A TELEVISAO

A crianya, como todos n6s, e tocada pela comunicayao televisiva, pois ela e

extremamente sensorial, emoeional. A linguagem da televisao e diniimiea, dirigindo-se

antes a afetividade que a razao, interferindo nas atividades perceptivas, imaginativas e

eomporlamentais. (MORAN, 2000)

Na procura ineessante e desesperada pela audiencia cativa, a televisao

desenvolve estrategias e fommlas de seduYiio mais e mais aperfeiyoadas, usando as

linguagens concretas, plltsticas, visiveis. Pas sa com inerivel velocidade do real para 0

imaginltrio e dessa fonna encanta, prineipalmente as crianyas.

A televisao explora basicamente 0 ver, 0 visualizar, obter diante de si

sitlray5es, pessoas, cenltrios, cores, relayoes espaeiais. 0 ver, na maior parte das vezes,

esta apoiado no falar, no narrar, no contar historias. A fala se aproxima do eotidiano,

de como as pessoas se comunicam habitualmente.

A logica da narrativa nao se baseia necessariamente Ila easualidade, mas Ila

continuidade, em colocar um pedayo de imagem ou da hist6ria ao lade de outra. Os

temas na televisao sao pouco aprofundados, explorando angulos emocionais,

contraditorios, inesperados. Passam infonnayoes em doses pequenas, organizadas em

rltpidas sinteses de cada assunto e com compreensao facilitada pel a imagem.

As mensagens exigem pouco esforyo e envolvimento do receptor, que tem

eada vez mais opy5es, mais possibilidades de escolha, que perpassam pelo colltrole

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remoto, canais por satelites, por cabo e ate escolha de filmes em video·. (SARLO,

1997)

Antes de chegar it escola, a crianya ja passou por processos de educayao

importantes: 0 familiar e 0 da midia, principalmente pela televisiio. Atraves desta ela

comeya a infonnar-se, a conhecer os outros, 0 mundo e a si mesma (quanto sente,

fantasia, reial(a, ve e ouve pessoas se tocando na tela, que Ihe mostram como viver, ser

feliz, amar e odiar). A relayao com a TV e prazerosa. E feita de seduyao, da emoyiio,

da explorayao sensorial, da narrativa. (GrRARDELLO, 2004)

Mesmo durante 0 periodo escolar, a televisao mostra 0 mundo de uma outra

formail: crianya.muitomais[lIcil.maisagradavel.mais compacta, sem precisar muito

esforyo. Ela continua "educando" como contraponto a educayao convencional. Educa

enquanlo entretem. (BUCCI, 1997)

Atualmente a televisao tern chamado a atenyao de estudiosos e interessados

no assunto. Preocupados com 0 apassivan1ento das crianyas frente as mensagens

televisivas, acreditam na possibilidade de se aprender com a TV e encaram-na com

condiyties vantajosas em relayao it escola, jll que a mesma tambem e um canal de

conhecimento e um instrumento aos telespectadores.

Constatei, de acordo com as leituras feitas, que as praticas de recepyilo das

crianyas aos programas de televisao entrelayam-se com suas brincadeiras, seus

alimentos e tambem seus cotidianos. "0 adulto agradece a ajuda que a televisao Ihe dll

para aplacar 0 iinimo das crianyas e utiliza os programas como metoda de

entretenimento [llcil para seusfilhos" (EURASQUTN, 1980, p. 26).

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II

Ana Lucia e Mauro Rezende, no livro "A TV e a crianya que te "e" (1980),

afirmam que a crianya consumista de televisao e privada de oporttmidades

fundamentais ao seu desenvolvimento, tais como 0 falar e 0 agir. Ouve e vi!, mas nao

escuta, nao observa, nem dialoga. As imagens atraentes mostradas 0 tempo todo pela

TV fazem com que as crianyas diminuam 0 seu interesse pela leitura, tenhmn

dificuldade de expressar-se verbalmente e tambem pela escrita.

Maria Felisminda de Rezende e Fusari, em seu livro "0 educador e 0 desenho

animado que a crianya ve na televisao" (1985), analisarn que os adultos e crianyas

assumem urn despreparado papel de telespectador. Elas nilo avaliarn 0 que estiio

vendo, veem TV e nao 0 programa de TV, po is a prograrnayilo vai transcorrendo e elas

assistem, sem questionarnentos crlticos.

Neste sentido, nota-se como e importante 0 educador tmbalhar com 0

educando como pessoa inteira, com afetividade, percepyaes, express<ies, seus sentidos,

suas criticas e criatividade. A escola deve fazer com que 0 aluno anlplie seus

referenciais de mundo e trabalhe simultaneamente com as varias linguagens. Os

educadores devem saber relacionar as estrategias televisivas, eles devem tarnbetn estar

em constante aprendizado, "por dentro" das noticias, pois muitas vezes mostram-se

desconhecidos em relayao aos conteudos da midia, principalmente da televisilo.

A Revista Veja, de fevereiro de 1996, trouxe uma reportagem feita por

Euripedes de Alcantara, que apresentava uma pesquisa feita nos Estados Unidos, na·

qual foi constatado que a televisilo influencia 0 comportamento de crianyas e

adolescentes. Das duas mil e quinhentas homs em que os pesquisadores assistirarn TV,

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I~

num tolal de dois mil, seiscentos e noventa e Ires programas, destes, 57% exibiram

cenas que podem ser classificadas como violentas. Ainda na Revista Veja, oulras

pesquisas falam da TV e da sua inlluencia sobre a crian<ya. "A televisao faz exaltayao it

violencia, do sucesso sem etica e exibe aberravoes como normalidades". (DI

FRANCO, 1996, p. 142)

De acordo com a apostila "TV na escola e os desafios de hoje", organizada

pelo MEC12000, a crianya esta efetivamente ligada iJ televisao, pois antes de chegar na

escola ela ja obteve contato com esse aparelho que !he mostra informavoes, valores,

moda e cabe aos pais e professores alertarem-na quanta iJ sele<yao e iJ critica aos

programas assistidos. Dos educadores espera-se serenidade e perseveran<ya para

aproveilarem os aspectos positivos da TV, que sao varios, e uma atitude reflexiva, no

sentido de propiciarem aos alunos momentos para debates mais sistematicos dos

conteudos e narrativas encontrados na televisao.

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3 A TELEVISAO EO IMAGINA.RIO INFANTlL

"A TV fala primeiro as emoyoes, as fantasias e aos desejos. ( ...) A imagem na

televisll.o, ( ...) e sensorial, sensacional e tem grande componente subliminar"

(MORAN, 1994).

Os desenhos animados exibem violencia caricala, pois, apos vArios massacres,

tudo volta ao normal e ninguem sai machucado. (MORAN, 1994). Segundo a

professora Barbara Wilson, da Universidade da California, os programas violentos

ensinam, passam para as crianyas tecnicas de brutalidade. Algumas crianyas, inclusive,

apos assistirem os programas de sua preferencia, adotanl sem motivos aparente,

atitudes que demonstram medo ou insensibilidade ao sofrimento dos outros.

A lelevisll.o contribui de forma acentuada para "anestesiar" os telespectadores

para 0 sofrimento real das pessoas quando mostra a violencia com contexto de humor

ou entao exibe detalhes do sofrimento de individuos.

Por combinar imagens estaticas e dinfunicas, imagens ao vivo e gravadas,

imagens de caplayao imediata, imagens referenciais (registradas diretamente com a

camera) com imagens criadas por um artista no computador, a televisiio e uma das

distrayoes mais acessiveis da atualidade e e para a maio ria das crianyas lUna

companheira que conta historias, mostra mundos diferentes e "alguem", que esta

sempre a sua disposiyll.o. Basta apertar 0 botAo. As mensagens que estao embutidas na

progranlayao entram na sala e dialoganl com 0 individuo: elas mostram, exemplificam,

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planificam urn novo mWldo. Esta opera uma 16gica inclusiva, cria relayoes inesperadas

entre real e imagimirio, presente, passado e futuro (MORAN, 1994).

A TV fala sempre de senlir, 0 que nao se conheceu. As ideias vem numa

roupagem sensorial, intuitiva e afeliva. Os meios de comunicayao operam

imediatamente com 0 sensivel, 0 concreto, principalmenle imagem e movimento.

Imagem, palavra e musica se integram dentro de urn contexto afetivo, de forte impacto

emocional com diferentes ritmos, 0 que provoca um estado de intensa excilayao do

cerebro. A crianya e "tocada" por essas imagens, pela musica que a comove e diverte.

Enquanto imagem e musica, a sensibiliza, ela deixa-se levar para urna oulra realidade,

por um momenta vivencia uma realidade diferente.

A narrativa e constituida por uma linguagem simbOlica de magia, cujas

caracteristicas sao a rapidez das ayoes, os gestos e das transforrnayoes dos objetos. Por

pouco espayo de tempo que tenha diante da televisao, a crianya viaja com as

personagens atraves de floreslas, em alto-mar, em espayos siderais. E urn mWldo onde

tudo pode acontecer e tudo e possivel e muitas vezes ninguem morre. Por meio da TV,

a crianya se depara com situay(ies ligadas Ii justiya, esperanya, abandono, violencia e

guerra, apesar dessas representay(ies chegarem ate elas como urn "faz-de-conta".

Para Adelaide Consoni,

o imaginario infantil J1uma socicdadc dcpcndentc da midia, CSlll sujCilO ,\manipula~oes que lransform3m os seus estagios naturais de forma<;ao ecrescimcnlo e os direciona para uma cxistencia scrvil c utilitaria. numinteresse agressivo de perpetua~ao do "modus vivendum" ate· enta~estabelecido. (CONSONI, 1997, p. 01).

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A rotina estabelecida a uma crianya sob a intluencia da midia, sugere uma

quantidade limitada de elementos que serao incorporados no imagim'uio infantil, e

exterioriza Wlla gama prevista de sintomas e reayoes necessltrias para 0 controle eficaz

da manifestayao infantil, e para a conduyao do seu destino. (CONSON1, 1997).

Os meios de comunicac;ao ja trazem modelos prontos e acabados, nao nos

pennitindo discutir ou alterar. Segundo Adelaide Consoni, a midia traz tudo

"certinho", como devemos ser, 0 que podemos querer, do que devemos temer. Esta se

apresenta a crianya corrompendo seus mais sutis sentimentos, seduzindo seus mais

sensiveis desejos, penetrando no seu imagimirio em formac;1lo. (CONSONI, 1997).

o imaginilrio infantil quando esta exposto a urn desenvolvimento natural nada

teme, nada pressupoe, nada preconceitua. Porem, na midia sempre encontramos

manifestat;oes claras de preconceito e intolerancia, levado a eondit;ao de superioridade.

Na televisao a imagem precede a fala e antecipa 0 sonho, c{)rrompe 0

imaginario criativo. Muitos estudos sobre a psicologia do imaginltrio, da fonnayao dos

simbolos e da construyao do real na crianya tern demonstrado que 0 mundo infantil e

repleto de seres ficticios, que participam de hist6rias inventadas por elas. leanne-Marie

Clerc, citado por Adilson Citelli (2000, p. 119) observa que "( ... ) se a imagem exerce

entao uma fascinayao sobre a crianya e preeisamente porque ela coloea em evideneia

as suas profundezas secretas, que as palavras nem sempre sabem expressar".

Desse modo, a televisao insere a erianya em meandros de frustrat;oes, fazendo-a

busear capaeidades ineapazes de realizar. Apressa 0 sell crescimento, travestindo-a em

adulto e projetando-Ihe eomportamentos. Esta erotiza manifestac;oes inoeentes de

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energia emanada pelo imagimirio infantil. A midia impregna seus corpo.s de forma

libidinosa, tipos de comportamentos sao estabelecidos como os ideais para a conquista

e a seduyao. (CONSONI, 1997).

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4 A INFLUENCIA DA TV SOBRE 0 COMPORTAMENTO·INFANTlL

A TV esta transformando a cultura e os valores do mundo. Ela tam bern exerce

efeitos mais especificos sobre os individuos dependendo da vulnerabilidade de cada

urn. Os patrocinadores e donos de emissoras de televisao tentam influenciar

diretamente os telespectadores. Na publicidade, por exemplo, eles gozam praticamente

de "redeas soltas" para utilizar qualquer recurso publicitario sedutor. Grayas a

televisao, a publicidade vem agindo cada vez mais e tentando de todas as formas

influenciar 0 publico infanto-juvenil, de modo que venha a consumir seus produtos.

(CUNHA, 1997).

Atraves da midia somos incentivados a comprar ou possuir um produto. A

pllblicidade, principaimente a TV, manipula mentes e ao mesmo tempo que c

transformlldora de opinioes, nos "vende" sonhos e ilusoes. Comeya mostrando um

mundo de cores, demonstrando un1a vida saudavel que faz com que mesmo os adliitos

(imaginem as crianyas!) sintam a vontade de serem como aquele individllo da

propaganda.

As propagandas direcionadas as crianyas ~o mais atrativas para indllzi-Ias a

querer determinado produto. Para isso os objetos ganham vida e falam: colheres VaG

danyando ate copos de geleias; gelatinas danyam; crianyas com a sandltlia da Xuxa silo

carregadas no colo pela apresentadora, etc. Olltro exemplo e usar animais na seduyilo

do anuncio. Podemos citar, aqllele comercial em que as crianyas se fantasiavan1 como

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os animaizinhos, no antigo comercial da Parmalat, conquistando nao 56 0 -publico

infanto-juvenil, mas tambem 0 adulto.

Quando nos referimos a estes exemplos, queremos observar que eles podem

de alguma maneira interferir no comportamento infantil. A crianya pode vir a se tomar

rebelde ou fulstrada se nllo concretizar 0 seu desejo de posse e se con segue adquiri-Io,

com muita facilidade, pode vir a se tomar uma crianya mirnada.

A televisao divulga mais do que produtos. Incute conceitos e preconceitos

politicos e culturais, reproduz a moral. A violencia e 0 sexo 5110 temas que criarn urn

mundo em que as ayoes sao aparentemente livres de conseqilencias. A violencia

concentrada nos filmes, seriados e novelas aunlentam 0 grau de tensllo social,

insensibiliza as pessoas para os dramas reais do cotidiano. "As crianyas nao

diferencianl a vida real daquilo que veem na TV, transferem, muitas vezes, 0 que

viram no mundo irreal para 0 mWldo real". (YUGUEND, 2002, p. 02).

Andrea Carla Falchi Ferreira dos Santos, em seu trabalho de conclusao de

curso da Universidade de Sao Paulo, pesquisou a influencia da televisao sobre a

crianya, a partir de un1a anlilise dos canais abertos brasileiros. Sua pesquisa mostrou

que, nos lares de hoje, a televisllo e a principal fonte de informayao e 0 principal

modelo a ser seguido, papel que deveria ser curnprido pela fanlilia. De acordo com a

autora, as crianyas ficanl cada vez mais tempo em frente a TV, ate mesmo na

companhia dos pais, mas que na maioria das vezes apenas assistem aos programas sem

preocupar-se em avaliar 0 contelldo.

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Segundo Santos, as crianyas estao mais vulneniveis aos apelos televisivos do

que os adultos, sendo mais facilmente impressionaveis, po is sua per50nalidade ainda

esta em fonnayao e as infoffi1ay(ies que recebe pela televi&~o sao atendidas de acordo

com 0 universo psiquico da crianya, que inclui 0 ambiente em que vive. Para ela, essa

influencia pode estabelecer padroes de c{)mportamento.

A psicanalista Angela Vorcaro, do Departamento de DistCtrbios da

Comunicayao da USP, concorda que a crianya acolhe a violencia dos desenhos

animados e dos filmes que assiste, mas diz que ela os liga it sua fantasia.

Vorcaro usa 0 atentado ao World Trade Center para exemplificar sua

afirmaylio:

Um de mells pacicntes, lima crianya autista, brillcava com un"!aviaozinhoamarrado em lim barbante e fez com que 0 mesmo se chocasse contra uma!Orre de blocos que havia construido. Outra erian9a que atendo, que n~o eautista, me perguntou se eu sabia que 0 aviAo errou 0 caminho e tfomboll nopredio, mas qlle a pilato se sal vall. (VORCARO apud SANTOS, 200 I).

Para a psicanalista, is50 mostra que 0 efeito da midia e muito grande, mas 0

modo de interpretar a cena e diferente para cada crianya. A mesma cena serviria para

cada crianya reinventa-la no seu universo. "1s5O e 0 mais importante em relayllo it

violencia exposta na midia", afinna. (VORCARO apud SANTOS, 2001).

Na era da televisllo, a infiincia foi alterada, pois as crianyas aproximaram-se

do alcoolismo, das drogas, do erotismo precoce e da criminalidade. De acordo com os

patrocinadores de programas televisivos, a violencia atrai aos telespectadores e 0 sexo

tambem. Assim a TV serve amplas poryoes de ambas as coisas.

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Urn levantamento realizado pela Revista Veja de julho de 1995', mostra que 0

sexo se tomou ideia fixa das emissoras de televis1io. Constataram que aparecia uma

cena de nudez a c<~dacento e treze minutos, uma representa\iio do ate sexual a cada

cento e quarenta e cinco minutos. Novelas, filmes, propagandas, nada escapa ao tele-

erotismo e muitas propagandas aparecem em horario em que boa parte das crianyas

ainda esta em frente a TV. Esta havendo uma sexualiza\iio precoce. Meninas que

ainda estao nos Anos Iniciais ja possuem comportamento de adolescentes, pois usarn

batom, saito alto e compram roupas erotizadas.

Se pararmos para observar a preocupayao das emissoras de TV com a

compreensllo da realidade pela crianya, veremos que ela e praticamente nula. Ao ligar

a televisao, principalmente no horano em que passaro as novelas, vemos pessoas

bonitas, bern vestidas, maquiadas, de cabelos maravilhosos e dentes perfeitos. Neste

"pais das novelas", as pessoas moram em casas bem decoradas independente de c1asse

social, nunca passam necessidades; as crian<;as sllo saudilveis, bonitas e inteligentes.

Todas essas experiencias, a crianya transfere para 0 seu dia-a-dia, mas gemlmente ela

acaba se decepcionando ao perceber que tudo nao passa de uma grande ilus1io, muitas

vezes muito diferente da sua vida habitual.

Se observarmos 0 conteudo dos progranlas, poucos sao elaborados para 0

publico infantil. A maioria deles pode ineitar a crian<;a a ter comportamentos

agressivos, erotizados ou desprovidos de solidariedade.

, Pesquisa Vox Populi em \'inte e qualm municipios das cinco regiOes bf'J.sileiras.

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Eugenio Bucci, comentarista da Coluna "De olho na Televisao", da Revista

Nova Escola de maio de 2001, fala sobre uma serie chamada SOlllh Park, que no

referido ano passava em um canal aberto de televisilo as vinte horas. Diz ele:

Seuspcrsonagclls ja se tornaram popularcs entre 0 publico infamo-juvenil(a serie de TV csta no ar hi um bom tempo). Fazem piadas racistas contrajudeus, xillgam-se ininterruplamcme e molestam-se 0 tempo todo ( ... ), alias,'8. hist6ria do filme e justamente essa: C'rian~as vao 30 cinema ver um filmeproibido, com 0 qual aprendem uma illfinidade de palavrOcs. (BUCCI,2001, p. 51).

Atraves de desenhos animados como este, percebemos a falta de preocupas;ao

em educar e isso se mostra evidente em diversos tilInes. Valores sociais e eticos sao

passados na maioria das vezes de maneira diferente do que ocorre na "vida real".

No livro "A TV e a Crialls;a que Te Ve", (REZENDE, 1989), sao expostos

algullS desses aspectos, que Ii seguir enumero, com base nos desenhos do He-man e da

She-ra, mas que sao facilmente observaveis em outras situas;oes:

a) 0 maniqueismo das hist6rias traz subjacenteo mito do equilibrio: bern e

mal sao fors;as em permanente confronto e separadas, ou seja, pessoas mils sao mas e

as boas silo sempre boas. Estes extremos nao existem na vida real tal como sao

apresentados nos tilmes e desenhos. E al que 0 mito elimina 0 real, aliena.

b) Os subalternos em nenhum momento questionam a lideran<;a de seus

herois, pelo contrilrio, estao sempre prontos a servir. Estas atitudes nao Ihe criam

expectativas de ascensi'io social, 0 prazer esta em ser "amigo do rei, do poderoso". Ai a

mensa gem moral e que contestar nao e necessario nem desejavel.

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c) Nao hit uma abordagem da realidade sexual, tendo como funs:iio.perspicu<I

de preservar valores burgueses ao telespectador infantil e ter a simpatia e a ades1!o dos

pais.

d) Em relas:ao a ciencia, esta e vista como uma atividade esdruxula. A ciencia

e propositalmente confundida com tecnologia. Nao interessa as fors:as hegemonicas no

capitalismo a valorizas:ao da ciencia ou 0 trabalho do cientista. A ciencia e apenas um

produto a mais comprado num mercado altamente consumista e inconseqUente.

e) 0 trabalho nunca e apresentado como gerador de riquezas. Esta e sempre

uma dAdiva da qual nao se cogitam as origens, e esta intimamente relacionada com 0

poder.

Esses aspectos, assim como outros veiculados, ou omitidos - como e 0 caso

da abordagem da realidade sexual - povoam as mensagens que sao absorvidas

diariamente pelas crians:as. Siio prontas e superficiais.

Para Elza Dias Pacheco,

A visao de mundo apresentada na televisao quer nos programas de "C9"0.quer nos infonnativos infantis ou adultos, apresenlam uma estrutura onde adiscrimina9lio de papcis sexuais e nitidamente chauvinista. Em toda aprograll1a~ao televisiva, hA lima proposta de discrimina~ao etnica, racial,nacional, cullural e economica. (PACHECO, 1997, p. 04).

Yivemos em uma democracia e nela repudia-se a censura. Mas das emissoras

de TV esperamos que oferes:am instrumentos pr6prios aos seus publicos, para que

estes possan1 fiscaliza-Ios e controlar a qualidade dos produtos culturais que recebem.

A televisao livre e independente protege cidadaos contra agentes arbitrArios e

conuptos. Entretanto, os cidadaos sao favoraveis a crias:ao de alguma forma de

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controle para a propria ll1idia, que ll1uitas vezes desvirtua a realidade, desrespeita 11.

intimidade das pessoas e defende os interesses grupais nem sempre coincidentes com a

coletividade. (BERTRAN, 1999).

Colocar a TV no "porao" seria uma reayao exagemda. Sempre existe 0

argumento de que essa decisao pode apenas aumentar a curiosidade, mas saber como

aproveita-la e utiliza-la criticamente e essencial. E preciso aprender a selecionar os

programas de TV, orientar as crianyas a refletirell1 sobre as possibilidades de

aproveitar as informayoes veiculadas pela meSll1a, com 0 trabalho desenvolvido pela

escola.

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5 A TV E A ESCOLA

Se oUUlrmos em volta, boa parte daquilo que utilizamos em nossa vida diaria,

pessoal e profissional, utensilios, livros, giz, sao formas diferenciadas de

"ferramentas". A propria hist6ria do homem confunde-se com as tecnologias

desenvolvidas em cada epoca. As novas tecnologias sao mais que simples suportes.

Elas interferem no nosso modo de pensar, sentir, agir, relacionar-se socialmente e

adquirir conhecimento.

A televisao, como tecnologia, e wn desses fatores que aceleram mudanyas

pela sua linguagem e maneira particular de permitir que os homens se comuniquem

por meio de suas capacidades perceptivas, emocionais, cognitivas e comunicativas.

Progranlas de entretenimento e educayao inionnam, estimulam percepyi'ies e

influencianl julgamentos. Mesmo nwn programa de entretenimento, sem 0 objetivo de

ensinar, ocorre aprendizado. A capacidade de aprender nao depende da intenyao de

ensinar.

A televisao embora com limitayoes, distoryoes e aberrayi'ies, consegue formar,

divertir e informar. E necessario fazer com qlle a TV assllma 0 compromisso de

educar, adquira mais responsabilidade com a educayao e a cultura.

A distancia existente entre as especificidades das aprendizagens realizadas a

partir das relayoes televisivas e as metodologias de ensino tradicional de sala de aula,

constitui wn grande desafio para 0 educador. Esse desafio pode ser encarado como lim

obstaculo instransponive!. Diante dele, 0 professor, pode passar a ignora-Io ou a v8-lo

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como oportunidade para a realiza~iio de parcerias, integrando as pniticas e os sabeTt:'s

escolares as possibilidades de aprendizagens oferecidas pela televisilo.

o professor exerce influencia sobre aquilo que as crian~s assistem. Sua

orienta~ilo possibilita um maior aprendizado do aluno. Cabe a ele mediar a cultura

televisiva e as necessidades de desenvolvimento cognitivas, sociais e emocionais dos

alwlOs. Deve detectar 0 caritter educativo dos programas, refor~a-Io e faze-Io assunto

de dililogo e discussilo, como tambem, propiciar as crian~as mais reflexilo e criticidade

ao vera TV.

Antes de chegar a escola a crian~a ja passou par processos de educa~ao

importantes. A educa~ao escolar pode compreender e incorporar mais as novas

linguagens, desvendar os seus c6digos, dominar as possibilidades de expressao e as

posslveis manipulayoes. Surge tambem a educa~ilo para a midia, para compreend8-la,

critica-Ia e utiliza-Ia de fonna mais abrangente passive!.

Educa~ao com a televisao come~a com a sua incorpora~ilo na fase de

alfabetizayao. Alfabetizar-se nilo consiste em conscientizar os c6digos da lingua falada

e escrita, mas tambem dos c6digos de todas as linguagens.

De acordo com a apastila da UniRede, oferecida pelo MEC em 2000,

A crian,a quando chcga a escola ja sabe ler hist6rias complexas, comotelenove.las, com mcUs de tfinta personagens e cemirios di ferentes. Essashabilidades s~o praticamente ignoradas pel a escola, que no maximo, utilizaa imagem e a musica como supol1es para facilitar a compreensao dalinguagem falada e escri13, nao pelo seu valor intrinseco. As crianc;.asprecisam desenvolver mais conscientemente 0 conhecimento e a pnitica daimagem fixa. da imagem em movimcnto, da imagem sonora e fazer issocomo parte do aprendizado central e l1ao marginal. Aprender aver Illaiscompicramentc 0 que est~o acostumadas a ver, mas que nao costumamperceber com maior profundidade (como os programas de televisao).(UniRede - SeediMEC, 2000, p. 43).

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Ou seja, sao conceitos e ideias ja assimilados pelas crianyas que deveriam ser

trabaUlados logo na primeira fase de vida escolar. No entanto, esses questionamentos e

percepy5es sao muitas vezes sufocados, simplesmente por falta de urna didatica

especializada das midias. Pior que isso, alguns professores reprimem perguntas e

ideias criativas que 0 aluno traz de sua vivencia.

Cabe ao professor realizar wn elo entre 0 conhecimento da crian~a e 0

curriculo, para que 0 mesmo tenha significado e esteja envolvido em seu cotidiano. A

escola nao pode ser wn lugar de ensino massificante onde s6 se aprende as regras

basicas de um aprendizado talido.

Os pais continuam sem tempo para educar. Nesse sentido entra a TV, como

meio de transmitir ideias e visOes de mundo, que como deveria ser, nao sao

questionadas nem por pais nem por professores. As crian~as aprendem 0 que a

"telinha" the passa e crescem, assim, com mitos televisivos que dificilmente Oll

arduamente serilo retirados de suas mentalidades. (PERINE, 1997).

Segundo Pulaski,

o rUluro da educayuo csta em tirar provcito do desejo inato da pr6priacrian9H.de reinventar 0 rnundo a seu modo. Como escreve Piaget,compreender e descobrir. au reconstruir atraves do redescobrimento. e taiscondi.;:oes (ou metodos ativos) deverno ser satisfeitas, case, no futuro, sedeseje individuos eapazes de produ<;~o e criarividade, e n~o simplesmenrede repetiyao. (1986, p. 84).

Smolka afinna que,

a escola rem ensinado as crianyas a escrever e reperir palavras e frases. enac faz com que os aiul10s tenham liberdade de expressao. Jsso acarreta 0

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abandono <!Scalar, sendo as m<!Smos cOl1siderados culpados pelnincapacidade de enlendimento e compreensao. (1995, p. 340).

Hoje os arglmlentos usados para a crias:ao de um ensino qualificado sllo

outros bem diferentes daqueles em que 0 professor era 0 centro da sala de aula. Dar a

palavra a crian<ya como sinonimo de liberdade de expressilo e uma das maiores

dificuldades das escolas. Assim, a partir disso, 0 despertar critico e uma conseqilencia.

o educador deve observar, selecionar, questionar, analisar e decidir como usar

os programas televisivos. E preciso refletir 0 que se quer daquele meio, que funs:ao 0

progranla desempenhara e qual sera a sua abordagem. Dal 0 professor pode realizar

mudan<yas e adapta<yoes. E importante que ele explore varias possibilidades de usa

pedag6gico de audio-visual e integre essas emissoes na aprendizagem escolar.

o desenvolvimento do conhecimento e um dos aspectos fWldamentais da

escola e deve ser acompanhado no desenvolvimento de habilidades e de atitudes.

Habilidades que levem 0 individuo a caminhar sozinho, a interpretar os fenomenos, a

saber, expressar-se melhor, a comWlicar-se com facilidade, a dominar atitudes que 0

ajudem a ter auto-estinla, impulso para avan<yar, para querer aprender sempre, nao se

isolando, mas colaborando para chegarmos a uma sociedade mais justa.

A utiliza<yao que a escola faz das tecnologias, da televisao, e conseqUencia do

que ela e, e de como se relaciona com a sociedade. "0 poder de intera'YlIo nllo esta

fundamentalmente nas tecnologias, mas nas mentes". (UniRede e Seed/Mec, 2000, p.

43)

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A TV incorporada it aprendizagem pode trazer grandes benetlcios, po is esta

oferece infom1ay(\es, dinamiza temas signiticativos, incorpora transversalidades its

atividades curriculares desenvolvidas na escola. A inseryao destes temas, programas

ou filmes nos processos pedag6gicos subverte 0 ritrno academico, sem excluir a

analise, alem de complementar se esta for utilizada de fonua adequada. (UniRede e

Seed/Mec, 2000)

Para EURASQUIM (1983, p. 66),

a crianya podc por em duvida 0 que dizcm seus pais ou profcssorcs, masnilo duvida da informay~o trombeteada pela caixa magica. E indiscutlvelque essa ca;xa parece, diferente dos pais e professorcs. como amavc!.gratificante, convertendo suns imposiyocs em algo agradavel. Diriamos que,neste terreno, a lelevisao atua c.om rigido paternalisl110 com relalYi\o ascriancras. As conseqUencias n~o poderiam ser mnis desoladorns: ospequenos acreditam mais na televisao do que nos adultos.

A escola deve:

- introduzir a aprendizagem da linguagem da imagem na programac;ao escolar,

capacitando os alw10s a enfrentar de modo critico um programa de televisao;

- contribuir para que a crianc;a esteja envolvida com OUlrOS estimulos a1em da

lelevisao, fazendo com que esta amplie suas atividades llidicas. (EURASQUlM, 1983).

Percebe-se que a1em desses do is fatores apontados por Eurasquil11 (1983) a

escola, paralelamente ao processo escolar, deve trabalhar com os pais, para que estes

tambem saibam da imporrnncia dos programas de TV na educac;1l.o dos seus tilhos.

Esta deve asswnir 0 papel de orientar os pais para que estejam atentos ao que as

crial1yas est1l.o assistindo. Alem disso, os professores devem possuir conhecimento

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quanta aos programas de televisao e sua influencia, para que possam desenvolver um

trabalho direcionado com os alunos.

Enfim, a escola e Ulll lugar onde a televisao deveria ser profundamente

compreendida e incorporada ao currkulo nwna variedade de fOfmas positivas. °argumento mais comum eo de que a televisao deveria ser mantida afastada da escola,

ja que as crianc;:as passam tempo demais venda televisao em casa Na verdade, esta

pode ser wna boa razilo para incluir a TV no currkulo escolar. Pois, quanto menos elas

sabem sobre 0 meio, menos elas se envolverao criticamente com ele. (GIR.4.RDELLO,

1999).

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6 PROCEDIMENTOS METODOLOGfCOS

o tipo de pesquisa utilizado para desenvolver esse lema foi essencialmente

bibliognifico. Nela busquei dados e informac;oes que subsidiassem 0 estudo,

analisando-os a partir dos objetivos pretendidos e das hip6teses levantadas.

Desde 0 inicio deste ano, procurei ler e catalogar tudo 0 que estivesse

relacionado com 0 tema escolhido, sendo assim, lia os livros, artigos e sites separando

aquilo que estivesse relacionado ao tema. Por ser wn asswlto consideravelmente atual,

pude selecionar os contetidos que eram interessantes para a pesquisa que estava

desenvolvendo.

Foi uma pesquisa em que as pessoas, seus comportamentos e pressupostos

foram de vital i.mportancia para a escrita deste trabalho. Tambem foranl considerados

alguns dados que pudessem respaldar as afirmac;oes com 0 foco voltado aos fatos e

fenomenos buscando encontrar a interferencia deles na formac;oo das crianc;as e

adolescentes. Sendo assim, dada uma atenc;ilo especial aos que envolvem a educac;ilo e

a escola.

Os dados coletados foram confrontados com todos os argumentos estudados e

analisados, bem como com os estudos feitos nas varias disciplinas do curriculo do

curso de pedagogia e trullbem com as observac;oes feitas em minha vivencia

pro fissional e durante 0 estagio academico curricular que realizei.

Todo material encontrado foi separado em fichas por temas (conforme

capltulos rulteriores ja apresentados) e posterionllente guardados em arquivos no

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oomputador, para ser utilizado depois no momellto do meu embasamento teorico, que

tinha 0 fim de compamr todos 05 dados, estudos e observw;oes, para verificar se e mito

ou realidade 0 que dizem sobre a interferencia da televisao na educayao das crianyas.

Todo esse estudo e as analises feitas resultaram nos capitulos anteriormente

apresentados, cujo contetido teve a sua origem na coleta de dados bibliognifica que

realizei.

A seguir, apresento as minhas considerayoes sobre 0 estudo feito, que nao tem

a pretensao de ser um fim em si mesmo, mas de ser mais um momenta de ret1exao e

contribuiyilo sobre um asswlto tao polemico.

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7 CONSIDERA<;OES FINAlS-

A partir da pesquisa bibliogrMica relatada, ticou evidente 0 quanto a TV pode

influenciar no aprendizado das crianyas. A TV estabelece maneiras, hAbitos e

conceitos, e estes ficanl por muito tempo na mente das crians:as sendo refors:ados a

cada programa assistido. Em vista disso, nem a escola, nem a fanlilia demonstram

consciencia da importlincia de analisarem 0 que esta sendo visto pelas mesmas. 0 que

se espera e que as crian<yas sejam educadas a assistirem programas, chegando a

decoditicarem mensagens pr6prias e impr6prias a elas, boas e mas.

Desta forma a escola tem 0 papel de questionar 0 que e transmitido, passando

tambem por bons exemplos que existem na TV, para que estes possam ser

compreendidos e incorporados.

lnfelizmente para a maior parte das pessoas a televisilo significa modemidade,

novidade, fascinio, lazer e wna relaS:ilo dinfunica com 0 mWldo. Estas nilo percebem a

problem{ltica existente deste meio de comunicas:ilo. Diante desta fascina<yao muitos

educadores sentem horror e 0 criticam de forma radical, trazendo wna carga de

preconceitos, mas sem saberem lidar com este desatio.

Temos ftmdamentalmente duas situa<yoes contI·arias. A grande maioria nao ve

a televisilo com um problema. Assim, 0 trabalho educativo consiste em problematizar

o que nilo e percebido e desproblematizar aquilo que somente e visto com wn

problema.

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A habilidade de decodificar e avaliar a televisao e W11tema na qual as escolas

podem estar avan<yando cada vez mais. De modo geral, a televisao e l1111fator que nao

pode ser ignorado ou desprezado pela educayiio. Pelo contnrrio, esta deve ser capaz de

lidar com este meio, como parte de sua fun<,:ao fundamental, habilitando as crian'Yas a

se tomarem cidadaos adequados na sociedade em que vivem. Segw1do a afirma<yao,

A TV pode oft:recer informa<,:iio, dinamizar temas significativos, incorpornrtransversalidades as atividades curriclilares desenvolvidas na escola. Ainseryao de temas. programas QU filmes nos processos pedag6gicos; subveneo ritmo academjco, scm excluir a amilise. Analisar TV e incorpora-Ia aosprocessos de ensino aprendil.agem complementam-sc.(UniRede eSeedlMec:2000, p.61).

A telenovela pode ser explorada na sala de aula de varias maneiras, por meio

de debates com temas extraidos da tram a; por meio de entrevistas com pais, avos para

estudar as mudrul'Yas de valores, comportrunentos atraves das gerayoes; por meio da

elubora<yao de pe<yasque reescrevem u novela, modificando-u, imaginando-se 0 uutor.

Os telejornuis levantrun temas como etica, meio ambiente, sexualidade, (emas

que se referem ao conteudo tradicional das disciplinas (Historia, Geografia, Biologia,

Matenuitica) que podem ser debatidos e aprofundados em sala de aula. Devemos

examinar 0 tratamento dado aos temas; as diferen<yas entre 0 discurso cientifico e 0

discurso dramatizado da TV; 0 n[vel de profundidade das abordagens, dos conceitos

envolvidos, as simplifica<yoes, as distor<yoes.

No processo ensino-aprendizagem, vale utilizru' mais de um meio para

apresentar 0 ll1esmo contelido. Cuda meio tem especificidades, contribui pru'u

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determinado tipo de aprendizagem, para modos de pensar e perceber. "A televisao

enfatiza a acyiloe os eventos simultdneos; a escrita enfatiza a relacyilo linear e seqUencial

entre a ideia e eventos". (UniRede e Seed/Mec: 2000, p.63).

No decorrer da pesquisa observamos que a escola ainda nilo incorporou essa

linguagem televisiva em seu cotidiano. A escolacaminha com passos lentos e

desmotivadores se a compararmos com 0 abrangente "mundo" da televisilo.

As criancyas convivem com a TV e a partir dela tomam ci~ncia de informay-oes

que de algwlla forma devem ser wlalisadas e aprofundadas. A quem cabe esse papel?

A escola pode ajudar as criwwas a estabelecer criterios, a fomlar juizos e a

elaborru' opinioes Illenos espontil.neas e a reconhecer progrwllas de qualidade. Desta

forma,

A predisposi,no a acreditar nas mensagens dos meios depende dos criteriosque 0 receptor tiver formada em si, nao propriamente em rela9'do acontei.dos. mas em rela9~o aos meios e a sua capacidade de analisa-Ios. Issosomado a di ficuldade de llma opiniao elaborada e formada sabre oscontclldos ofcrecidos conduz a aceitar csses conteudos como carretos.(SANCHES, apud UniRede e SeedlMec:2000, p.30).

Porem, cUlllprir 0 papel de mediador entre as mensagens passadas pel a

televisilo e a sua interpretacyilo pelas criancyas, exige da escola, do professor, conhecer a

relacyilo entre alunos e a TV. Requer obter dessas criruwas, desses alunos, infonlla~es

utilizwldo-se de depoilllentos escritos, discussoes glUpaiS, dramatizacyoes de situacyoes,

videos com trechos de progrwllas ...

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3S

o professor deve partir do espontilneo para explorar e aprofundar a

compreensao dos programas de TV. Essa abordagem provoca a releitura criativa e a

constata<;:ao de que as mensagens sao seletivamente construidas. Neste sentido,

Essa djscuss~o natural mente eonduz a uma eompreensao das implica,Oesdosta eonstru,uo para as idenlidades de eada um, com pouea ou ncnhumaprega,30 moralista. A midia na educa,~o torna·se, ent~o, parte dasmedia90es que eonduzem 0 individuo a constru,ao d. cullura. (WHITE. R.. ,1998)

A escola a.inda nao se eslnillliUu de lnandra a integrar as diversas linguagens.

Quando iitz uso da TV, 0 faz passando filmes ou docW11entarios em videos, pocem

previamtlHe escolhidos. A Criatl<;:aqucr mais. Ela quer um e$pa~o pat'a discutir as

questiies que a preocupa. Questoes que tota.t11lt!uitas vezes desveladas para ela a partir

da TV. Com queln falar sobre isso? Com os pais? Eles lrabalha.tll!? Com a escola? La

eo lugal" certo10

A partir das duvidas das CriatH,:assobre os It!ais diversos temas, a escola pode

oportunizar momeI1tos de pesquisa, de analise, de criticidade e porque ll.ao, aproxitnar-

se mais da criatwa cumprindo a sua fun<,:ao social.

Percebi, (;om 0 presente estlldo, qlle e lima tealidade, e nao um mito, que os

progratnas de televisao interfetem na educac,:ao e 110 compottamento das criahc,:as.

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