Lesões corporais Físicos

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Leses corporais Fsicos no Mecnicos Leso corporal definida como toda ofensa morfolgica ou fisiolgica ou psicolgica

Meio mais importante no mecanismo de produo das leses encontra-se no meio fsico mecnico Classificao das Leses corporais quanto aos meios Fsicos Mecnicos

Contundente Cortante Perfurante Corto-Contundente Prfuro-Cortante Prfuro-Contundente

Fsicos no Mecnicos

Eletricidade Temperatura Presso Energia ionizante: som , luz Qumicos Fsico Quimico Energias complexas

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EletricidadeINTRODUO

A eletricidade pode ter origem: Natural: A eletricidade natural decorre de fenomenos atmosfricos (raios) que possuem milhes de watts, para comparar temos que um chuveiro eltrico utiliza aproximadamente 1.500 watts. Industrial: a energia eltrica que produzida artificialmente pelas usinas eltricas, que no Brasil so na sua maioria HIDROeltricas, no resto do mundo, devido dificuldades hidrogrficas so na sua maioria so TERMOeltricas. (atravs do calor se gera energia) A eletricidade produz leses corporais de: Forma direta: pela eletricidade em si, alterando, por exemplo, o funcionamento cardaco. Forma indireta: pelo efeito joule, com a produo de calor, queimaduras eltricas. Nos casos de acidentes com descargas eltricas o que leva morte no apenas a tenso (voltagem) a intensidade da corrente eltrica, a amperagem. - Quando ocorre acidente com raio, a vtima sofre o que

chamado siderao ou fulminao, ( podendo at levar a morte instantnea por carbonizao)decorrente da capacidade da corrente eltrica produzir calor. A eletricidade natural: - agindo letalmente sobre o homem: FULMINAO - FULGURAO:quando apenas provoca leses corporais; as principais so: - Sinal de Lichtemberg; leses com aspecto arboriforme.

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A eletricidade artificial ou industrial USADA NOS APENAMENTOS: ELETROCUSSO Acidental: ELETROPLESSO - a leso mais simples chamada marca eltrica de Jellineck - os efeitos deletrios da corrente eltrica se devem intensidade da corrente (amperagem)

Morte pela ELETRICIDADE (natural ou artificial) - Morte cardaca- fibrilao produzida pela corrente tenso abaixo de 120 V - Morte pulmonar ou por asfixia (tetanizao dos msculos): tenso entre 120 e 1.200V - Morte cerebral hemorragia das meninges e demais estruturas cerebrais acima de 1.200V Eletricidade Natural - Raios ( leses corporais) Marca de Lichtenberg Fulgurao : perturbao causada no organismo vivo por raios, sem ocorrncia de xito letal (morte).

Eletrocusso ELETROPLESSO

Eletrocusso que o uso da energia eltrica industrial como forma de apenamento judicial para provocar a morte do bito por eletricidade pode ser de causa: Asfixia por tetnia dos msculos respiratrio cardaca, por fibrilao ventricular ( corrente de baixa tenso 120 volts cerebral, 1.200 volts paralisia bulbar Choque eltrico pode levar a quedas que podem ser a verdadeira causa da morte.

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Metalizao Metalizao: leso simples e superficial, a deposio cutnea de metal em decorrncia da vaporizao e fuso dos condutores, que descolam e salpicam a pele por partculas metlicas, formando uma tatuagem metlicas sem maior gravidade. Pode ocorrer nos casos de eletricidade natural e artificial.

Energias vulnerantes Fsicas de Ordem Trmica- So as leses ocasionadas pelo calor ou frio excessivo. FONTES DE PRODUO DE CALOR CORPORAL:

Fatores intrnsecos (metabolismo),

Fatores extrnsecos (clima atmosfrico, vestimentas, vapor, objetos aquecidos, gua quente, chama, raios solares etc).

- O organismo humano trabalha com temperatura em torno de 37o C. A alterao deste valor se deve a fatores intrnsecos e extrnsecos.Homeo trmico significa o mesmo equilbrio trmico, (independente da temperatura ambiental). Homeotrmicos, h uma regulao prpria do organismo (termo-regulao), para mais ou para menos, sua temperatura interna varia de acordo com a temperatura ambiental. OBS: o contrario so os ANIMAIS PECILOTRMICOS (rptil), sua temperatura varia de acordo com a temperatura ambiental.

Assim qdo o homem se expe ao sol, seu organismo lana mo de mecnismos para perder calor; quando ele se expe ao frio, seu organismo lana mo de mecnismos para ganhar calor.

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FONTES DE PERDA DE CALOR CORPORAL:

Conduo , Evaporao cutnea (suor): umidificao da superfcie, gua, quando evapora, leva calor para a atmosfera. vaporao pulmonar; o ar exalado/expirado umidificado (tem vapor dgua) e, sendo assim, ele leva calor do corpo. Perdas diversas; urina, fezes, etc. Febre, sistema imunolgico aumento a temperatura, objetivo impedir a proliferao de microorganismo.

- Apesar de o ser humano ser capaz de regular sua temperatura corporal (homotermia) e suportar assim as diferenas trmicas e intempries a que submetido, pode em situaes de extrema modificao trmica sofrer leses e queimaduras de nveis diferentes.

ACIDENTES PELO CALOR

Fontes Predisponentes:Umidade elevada (quando ento torna-se impossvel transpirar) Ventilao diminuda Trabalho muscular Alcoolismo e superalimentao (por exemplo: feijoada + lcool + sol + futebol) Estados mrbidos Idade vesturio Fontes Determinantes: Raios solares (praia, por exemplo) Calor climtico

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Calor industrial (fornalhas, fornos, usinagem, pores de navios, etc) PRINCIPAIS ACIDENTES PELO CALOR so:

1. 2. 3. 4.

SNCOPE TRMICA (o desmaio na praia, por exemplo) CIMBRA TRMICA (ocorre com indivduos que trabalham em fornos de padarias) INTERMAO (os raios solares atingem o indivduo de forma indireta ele est dentro de uma barraca, por exemplo) ISOLAO (os raios solares atingem o indivduo de forma direta)

5. ERITEMA SOLAR (vermelhido ocasionada por praia, piscina que j representa uma queimadura de primeiro grau; se apresentar bolhas, a queimadura j ser de segundo grau)

Termonoses: so os danos orgnicos e a morte provocada pelo calor por meio de insolao ou pela intermao

AO TRMICA CALOR EXCESSIVO- Quadro Clnico: inicialmente, vermelhido da face, cefalia, nuseas, mal estar e sede intensa, seguindo-se vertigens, sensao angustiosa e vmitos, at que o doente cai desfalecido, com a face ciantica. - Causas jurdicas, da intermao so acidentes de trabalho e crimes.

Queimadura: so as leses resultantes do calor sobre orevestimento cutneo, podendo ser simples ou complexas.

Queimadura simples: e a leso produzida apenas pela ao do calor.. Queimadura complexa: a leso produzida pela ao do atrito em relao ao calor e outros fatores prprios do

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agente agressivo (eletricidade, frico, raios X, raios gama, lquidos, substancia caustica). Queimaduras Solares Ocorrem em todos os indivduos, a raa caucasiana, tem maior predisposio devido a pouca melanina, bem como aqueles indivduos no habituados ao sol. As queimaduras ocorrem principalmente nos que trabalham em atividades a cu aberto (como agricultores e pescadores), ou freqentam praias sob sol forte. As queimaduras provocadas pelo sol, embora comumente extensas, so quase sempre superficiais (de 1o. grau). A pele fica vermelha, doida e irritada. comum associar-se s queimaduras solares certo grau de insolao, a qual, em determinadas situaes, apresenta gravidade maior do que a prpria queimadura. PROFUNDIDADE OU GRAU DA QUEIMADURA d a GRAVIDADE DAS LESES

1. grau , leso da pele, ou superficial : Eritema satinge a epiderme ou a pele (causa vermelhido).

2 grau , leso da derme, ou superficial : atinge toda aepiderme e parte da derme ,formam bolhas, que ao se juntar formam as flictenas.

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3 grau , Leso atinge a pele e da gordura, ou profunda: ESCARA que atinge toda a epiderme, e parte superficial da derme, com leso de inervao e vasos subjacentes. (sem dor) (parestesia) podendo chegar at os ossos. Surge a cor preta, devido a carbonizao dos tecidos. 4 grau- CARBONIZAO- Comprometem, parcial ou totalmente, as partes profundas dos vrios segmentos do corpo, atingindo os prprios ossos e ocasionando muitas vezes o xito letal. POSIO DE LUTADOR o corpo adquire a postura de um boxeador

Entretanto a consequncia mais grave das queimaduras a porcentagem da rea do corpo atingida. - se menos de 15%, diz-se que o acidentado , simplesmente, portador de queimaduras. Acima de 15% (cerca de 15 palmos), pode-se consider-lo como grande queimado . Acima 40% da superfcie do corpo, pode provocar a morte . Acima de 70%, as chances de sobreviver so mnimas ! De um modo geral, para cada 100 doentes queimados, trs (3) morrem em decorrncia das queimaduras. Estas leses so muito importantes para o agricultor, que passa o dia todo sob o sol e tem o mau hbito de praticar a "queimada" para limpar o terreno e para colher a cana-de-acar.

AO TRMICA FRIO EXCESSIVOLeses causadas pelo frio excessivo: Fenmeno pouco comum em nosso pas.

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Ocorre ao submeter o organismo ao frio excessivo podendo ocasionar isquemia (diminuio da perfuso tissular) levando assim a necrose do membro e posterior amputao. Foi muito comum na 2 guerra mundial com os soldados que ficavam dias entrincheirados. Os mesmos tinham que trocar de meias, constantemente e colocalas para secar sobre o pescoo, pois se no o fizesse fatalmente sofreriam o que se chamava ps de trincheira Atualmente se observa com alpinistas sem equipamentos adequados ou em grandes escaladas.

Geladura

So leses resultantes do frio sobre o revestimento cutneo, semelhantes s leses causadas pelo calor. As aes do frio so de pouca importncia mdico-legal noBrasil, pas tropical.

A ao geral do frio pode levar a: - alteraes do sistema nervoso, - sonolncia, - convulses, - delrios, - perturbaes dos movimentos, - anestesias, - congesto ou isquemia das vsceras, - pode causar a morte, se muito intenso.

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Classificao das Geladuras (ao local) -1 grau; Palidez ou rubefao local e aspecto anserino da pele. - 2 grau; Eritema e formao de flictenas de contedo claro e hemorgico - 3 grau; Necrose dos tecidos moles com formao de crostas enegrecidas, aderidas e espessas - 4 grau; Gangrena e desarticulao

Energias Vulnerantes fsicas de Ordem Baromtrica (presso) A presso normal na crosta terrestre de 1 atm (760 mmHg) e esta a presso adequada para a existncia de vida no planeta. Hiperbarismo: observado quando a pessoa submetida a nveis pressricos exagerados como nos mergulhadores, mineiros, etc. chamado o mal dos caixes... Ao nvel do mar suportamos uma presso exercida pela coluna de ar que constitui a atmosfera, que se distribui por toda a nossa superfcie corpora. Essa presso atmosfrica, exerce a presso aproximadamente igual a 1 Kg/cm2 A presso atmosfrica o peso que a massa gasosa exerce sobre a superfcie terrestre e todo ser vivo ao nvel do mar, que tem o valor de 1atm, a qual o nosso organismo est adaptado.

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A cada 10metros de profundidade no mar a presso atmosfrica aumento de 1atm. Se um mergulhador prender a respirao e mergulhar a10 metros de profundidade, seus pulmes acabam sofrendo o impacto desta nova presso e acaba por se contrar ficando cerca de duas vezes menor que o tamanho normal, em decorrncia do aumento da presso atmosfrica nessa profundidade. Neste novo nvel pressorico (o dobro do nvel do mar) o ar em seus pulmes sofrem muita compresso, e so obrigados a contrair, e diluir-se no sangue. Quando o mergulhador vai subindo de volta ao nvel do mar, a presso atmosfrica que era de 2atm vai se reduzir para 1atm, e o ar se expande novamente, fazendo seus pulmes voltarem ao tamanho normal. - idntica a maneira que feita as bebidas gaseificadas Quando os gases de alta presso (dixido de carbono), entram em contato com gua, eles so dissolvidos nela. Ao abrir a tampa, libera-se a presso existente em uma garrafa de refrigerante, as bolhas comeam a subir na hora. O gs dissolvido na gua a alta presso sai do lquido quando essa presso liberada e ns o vemos. O mesmo principio ocorre no corpo do mergulhador dependendo da profundidade do mergulho e do tempo de emerso, o ar diluise no sangue.

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E caso acontecesse algo que o obrigasse a retornar rapidamente superfcie, seria como tirar a tampa de uma garrafa de refrigerante,o gs seria liberado. Isso pode causar um problema muito doloroso que chega a ser fatal em alguns casos. Para evitar isso no caso dos mergulhadores que foram submetidos a presses elevadas por muito tempo, existe a necessidade de realizar uma despressurizao em cmaras hiperbaricas, para dar um tempo para que as formao de gazes da corrente sangunea voltem para o pulmo e posteriormente eliminado evitando a embolizao, levando morte ou sequelas neurolgicas. _ Embolia gasosas, dores articulares, sintomas neurolgicos etc. Hipobarismo ou Mal da montanha O mal da montanha (doena das alturas) um problema provocado pela falta de oxignio nas grandes altitudes; Ocorre em indivduos que habitam regies beira mar, e, Subitamente sobem a altitudes moderadas cerca de 2400.m em um espao de dois dias medida que a altitude aumenta, a presso atmosfrica baixa e o ar tornam-se menos denso, tem menos oxignio. Esta diminuio na quantidade de oxignio afeta o corpo de vrias maneiras: - para obter maior quantidade de oxignio aumenta o ritmo e a profundidade da respirao, alterando o equilbrio entre os gases pulmonares e o sangue.

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As grandes altitudes, o sangue contm menos oxignio, provocando uma colorao azulada na pele, nos lbios e nas unhas (cianose).-

Sintomas - falta de ar, para driblar o pouco oxignio circulante e nutrir o organismo h um aumento dos batimentos cardacos e aparece um cansao aos mnimos esforos. - de dor de cabea, nuseas ou vmitos e insnias. O exerccio fsico esgotante piora os sintomas. Esta perturbao benigna, que no passa de uma simples sensao desagradvel, mais comum entre os jovens do que entre as pessoas mais velhas.

Energias Vulnerantes de ordem Radioativa noIonizantes A radiao por no-ionizao so as energias ondulatrias que conhecemos como som e luz, as ondas de rdio, as microondas e o radar; - tipo de radiao que normalmente no causa danos aos tecidos; Som: o ouvido humano capta essa energia ondulatria entre -16 e +85 DECIBIS sem sofrer leso auditiva. Acima desse valor e por tempo de exposio prolongado poder ocorrer alterao sensorial auditiva conhecida como disacusia neuro sensorial levando a hipoacusia ou at mesmo acusia. Em casos mais graves leses no aparelho auditivo e de equilibrio como o labirinto. Luz: tambm possui uma faixa adequada para a percepo humana sem causar dano. Contudo a exposio a raios ultra-

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violetas e infravermelhos podem causar leso no aparelho da viso. - comum catarata nos expostos a luz infra-vermelha (caldeiraria, fundio, exposio solar excessiva) e conjuntivite e retinopatias em expostos a luz ultra-violeta Energias Vulnerantes de Ordem radioativa Ionizantes - a energia dos componentes radioativos (plutnio etc) - a energia radioativa e seus compostos foram descobertos por Marie e Pierre Curie. Marie morreu desta descoberta pois no se conhecia os efeitos malficos at ento da exposio aos raios. A energia radioativa ionizante, produz efeitos qumicos imediatos (ionizao) sobre o tecido humano, e inclui os raios beta, raios gama (o pior deles o Rx) e o bombardeio de partculas (feixe de neutrons, feixe de eltrons, prtons, mesns e outros). Este tipo de radiao pode ser utilizado para testes e tratamentos clnicos, fins cientficos, testes, produo e esterilizao industrial, armas e desenvolvimento de armamentos, e muitas outras finalidades.A doena resultante das irradiaes de substncias radioativas ocorre quando os seres humanos (ou outros animais) so expostos a doses excessivas de radiao por ionizao. A irradiao pode ocorre por meio de uma nica exposio de longa durao aguda, em acidentes nucleares, ou uma srie de pequenas exposies divididas espaadamente, tornando-se uma exposio crnica como no tratamento por radioterapia.

A energia radioativa por qualquer dos componentes, podem causar leso desde dermatites at levar a leucemia, ou outros tipos de cncer, por ela modificar intensamente a estabilidade celular e sua replicao podendo alterar inclusive seu DNA.

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ENERGIAS VULNERANTES QUIMICAS -So aquelas que entrando em contato com o tecido do corpo humano causam leso criando um novo produto podem ser :1 SUBSTANCIA CAUSTICA OU VITRIOLO so

substncias que queimam e ocasionam corroso dos tecidos, apresentando escaras secas e sangramento mnimo - ex.: cido sulfrico ou leo de vitrolo, cido ntrico ou aztico, formol, hidrxido de sdio - soda castica, ou hidrxido de potssio potassa. havendo sobrevivncia, a pessoa padece de dores intensas, vmitos, cicatrizes deformantes na pele, leses graves em olhos, boca, esfago; a morte ocorre por perfurao de rgos, como estmago, esfago e hemorragia gstrica. Antigamente denominado vitriolagem (jogar leo de vitriolo ac. Sulfrico sobre a vtima) As substancias causticas podem ainda ser:

coagulantes: quando criam ferimentos profundos e endurecidos, exemplo cidos, ac. Sulfrico. Liquefacientes: causam ferimentos no tecido e leses MIDAS e AMOLECIDAS. Ex. soda e amnia 2 VENENO

toda substncia que lesa a integridade corporal ou a sade do indivduo ou lhe produz a morte, mesmo em quantidades relativamente pequenas.15

Uma substncia pode ser concomitantemente medicamento e veneno, dependendo da quantidade que administrada .

Temos como exemplo o veneno da jararaca.

Que age maleficamente ( efeito indesejvel) no organismo causando, HIPOTENSO E CHOQUE, podendo levar em pouco tempo a morte.

Ironicamente, do veneno da jararaca que se extrai a substncia cujo princpio ativo usado na fabricao do captopril, medicao anti-hipertensiva, que ajuda a controlar a presso sangunea de milhes de pessoas proporcionando controle e diminuindo niveis de mortalidade por AVC, IAM, Aneurismas entre outros... (efeito benfico). O CONCEITO DE VENENO EST INTIMAMENTE VINCULADO DOSE Definio de veneno: veneno toda substancia mineral ou orgnica (vegetal ou animal) que ingerida ou aplicada, sendo absorvida pelo organismo, determine a morte, ponha em perigo a vida ou altere profundamente a sade. Podemos agrupa-los em:

venenos de origem alimentar: ptomanas, putrecinas e cadaverinas, glicosideos e alcaloides. (ch de cogumelo)

venenos volteis (lcool, clorofrmio, benzina, cido ciandrico etc.),16

venenos gasosos (xido de carbono, vapores nitrosos e gs sulfdrico etc.) venenos minerais (chumbo, mercrio, arsnico etc.), venenos orgnicos fixos (medicamentos - barbitricos, glicosdeos, alcalides, raticida, monxido de carbono etc), venenos origem animal (de cobras, aranhas, escorpies, vespas, abelhas etc.), venenos de origem vegetal (mandioca brava, mamoma, espada de So Jorge arruda, fungos etc) Ciclo toxicolgico seguido pelo veneno

1 - Absoro ou Via de Administrao - Depende da substncia, oral, pele, mucosa, hipodrmica, endovenosa Assim, o veneno de cobra, via oral, incuo 2 - Distribuio - O veneno circulado pelo sangue e passa aos tecidos 3 - Fixao - O veneno, especificamente, fixa-se no rgo onde vai agir (tropismo). Ex: Os metlicos no fgado, os estupefacientes no sistema nervoso etc 4 - Transformao - O organismo defende-se dos venenos transformando-os em derivados menos txicos e substncias mais solveis e, 5 - Eliminao - As substncias so eliminadas pela urina, fezes, saliva etc

Caractersticas Gerais dos Venenos

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O cadver exala odor de amndoas amargas, quando houve ingesto de Cianureto de Potssio ou cido Ciandrico O cadver daquele que ingeriu Cianureto de Potssio, alm dos sinais gerais da asfixia e do odor de amndoas, apresenta-se com livores violceos na pele e rigidez precoce e intensa Saturnismo o nome que se d ao envenenamento por Chumbo (Riso sardnico: expresso facial tetnico) Hidrargirismo ou Mercurialismo o nome da intoxicao provocada pelo Mercrio fundamental para tipificao da morte por envenenamento que seja detecta no s a presena de uma substncia qumica potencialmente venenosa como tambm, os nveis de concentrao

Diagnstico de envenenamento critrio clnico: sintomas caractersticos de cada substncia critrio anatomopatolgico: exames laboratoriais exame macroscpico: anlise do corpo observando leses na boca, odores caractersticos, colorao da pele etc. exame necroscpico: coleta de vsceras para exames laboratoriais Intoxicaes Alimentares

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ENERGIA FSICA QUIMICA: ASFIXIAS Juridicamente as asfixias tem importncia devido ao efeito agravante penal. O que so as asfixias? - qualquer FENMENO que impea a RESPIRAO. - seja impedindo a chegada do ar aos pulmes ou - impedindo a troca gasosa entre O2 e CO2 nos alvolos. Asfixia em grego asphukia significa, falta de pulso, Gregos achavam que o ar que corria nas artrias e veias ,no o sangue, assim, o no pulsar indicava falta de ar no corpo e portanto ausncia de respirao. Masficou consagrado historicamente como o impedimento mecnico respirao. Didaticamente as so; -Asfixias do tipo mecnica e metablica, - Asfixias do tipo mecnica: relacionada com o meio,o tipo de agente que a produziu;

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- Asfixias do tipo metablica, agente que interfere na troca gasosa a nvel celular, que citado no tpico dos envenenamentos. Ex. intoxicao por monxido de carbono. Asfixia deixa sinais externos frequente nas vtimas: A principal uma cor azul na pele chamada de cianose. Pode ser de causa violenta ou causa fisiopatolgica. O que cianose? Cianose pode ser dois tipos; fisiolgica e violenta. 1- Cianose fisiopatolgica: observada em pacientes com doena pulmonar obstrutiva crnica (DPOC) graves, ou ainda em pacientes que tiveram parada cardio respiratria( PCR). - Fruto da diminuio ou impedimento de troca dos gases dentro dos alvolos pulmonares, favorece ao aumento da concentrao de CO2 (hipercapnia) no sangue dando essa caracterstica azulada. 2- Cianose de Causa Violenta: asfixia provocada por todos os agentes mecnicos que venham a impedira entrada de ar nos alvolos pulmonares; Sinais especficos nas asfixias (das diversas modalidades de asfixia) - sulcos

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- pele anserina - mscara equimtica ( petquias na face ) - cianose

Classificao das asfixias - depende do obstculo mecnico respirao e da localizao do agente agressor: 1) Na regio cervical (traquia), por ao contundenteconstritiva externa: * ENFORCAMENTO * ESTRANGULAMENTO * ESGANADURA 2) Nas aberturas areas superiores: narinas, boca e glote: * SUFOCAO DIRETA 3) por restrio dos msculos da respirao, * SUFOCAO INDIRETA ( impedem movimento de fole) 4) Por modificao (fsica QUANTITATIVA) do meio ambiente: Aumento de temperatura, umidade, etc ( intermao ), que leve diminuio de O2 e aumento de CO2 = * CONFINAMENTO

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5) Por modificao fsica QUALITATIVA do meio ambiente: - troca de gasoso para slido = * SOTERRAMENTO - troca de gasoso para lquido = * AFOGAMENTO 6) Por obstculos Fsico-qumicos na oxigenao das hemcias (estudado em captulo de envenenamento por monxido de carbono (CO), Butano, Pentano, cola de sapateiro. - ENFORCAMENTO - a modalidade contundente constritiva que atua na regio do pescoo por intermdio de uma laada, e ativada pelo peso da prpria vtima.

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Fisiopatologia no ENFORCAMENTO Constrico do pescoo por meio de um lao tracionado pelo peso do prprio corpo.

.Posio do corpo O enforcamento ser completo se o corpo estiver totalmente suspenso, sem tocar em nenhuma superfcie; caso contrrio o enforcamento ser incompleto.

Posio do n Normalmente o n fica situado na parte posterior do pescoo (enforcamento tpico); se ficar em qualquer outra posio, o enforcamento ser atpico. Posio do sulco O enforcamento causa um sulco oblquo no pescoo, e este sulco ser mais profundo na regio contrria ao n, e ir se superficializando (tornando-se mais raso) medida que o sulco se aproxima do n. Causa (mdica) da morte um misto de trs fatores: respiratrio, vascular e neurolgico. 1- Quando se comprime o pescoo as vias areas tambm se comprimem, glote sobe bloqueando o fluxo de ar, 2- os vasos que passam pelo pescoo, como, por exemplo, a cartida, que leva sangue (rico em oxignio) para o crebro, e a jugular, que faz o caminho inverso trazendo CO2, se comprimidos levam a anoxia cerebral, e parada da respirao. 3 - o pescoo tem estruturas nervosas que auxiliam na presso sangnea. Se comprimidos, aumentam a PA

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Na bifurcao arterial existem receptores um seio nervoso; este identifica se o sangue est correndo muito depressa, e ento manda o corao funcionar mais devagar (ou vice-versa). Causa jurdica da morte Predominantemente o suicdio, mas tambm poder ser um homicdio ou um acidente (o que geralmente ocorre com crianas).

Quais os sinais EXTERNOS caractersticos do enforcamento? - cianose de face; - protuso da lngua; ocorre devido ao peso da vtima, que desloca a glote para cima, - petquias conjuntivais; - semiereo peniana; - hipstases nas extremidades dos membros, principalmente nos membros inferiores (MMII): so as manchas prpura-violcea, percebidas na superfcie corporal, com a parada da circulao o sangue, pela gravidade vai se acumulando nas partes mais baixas (declive). Aparecem de 2 a 3h aps a morte. Importncia : Ajudam a saber posio e hora do fato.

Como o sulco deixado nos casos de enforcamento?

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- tem a espessura da corda (ou do material utilizado para confeco da laada) Ex. corda, cabo eltrico, lenol, arame etc - o sulco obliquo; - o sulco interrompido na altura do n; - a profundidade do sulco menor prximo ao n e maior quando oposta ao n. - O enforcamento tpico (sulco tpico) quando o n se encontrar posteriorizado medianamente.(regio occipital) - Atpico ( quando em outras localizaes) - Quanto suspenso, a vtima poder estar totalmente suspensa ou apenas parcialmente. (tipos: completa ou parcial) Quais as leses que podem ser observadas INTERNAMENTE nos casos de enforcamento? - SINAL DE FRIEDBERG - infiltra sangue na tnica adventcia das cartidas - Sinal de Amussat - ruptura na tnica interna das cartidas. - Fratura do osso hiide. O osso hiide um osso que se situa na parte anterior do pescoo humano, abaixo do maxilar inferior e frente da poro cervical da coluna vertebral. No est articulado com mais nenhum osso. apenas suportado pelos

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msculos do pescoo. Suporta, por sua vez, a base da lngua. - Sinal de Tardieu nos pulmes (manchas lenticulares de Tardieu formadas pela presso aumentada do sangue em qualquer rgo, frequentemente no pulmo causando a ruptura de pequenos capilares, sinal bastante caracterstico das asfixias) Juridicamente o enforcamento mais comum nos casos de: - suicdio > homicdio > acidental. Estrangulamento - a modalidade de ao constritiva contundente que atua no pescoo, por intermdio de uma laada, pela fora muscular da prpria vtima ou de seu oponente. - Essa ao se d por qualquer fora que no seja o peso da vtima. - Pode ocorrer estrangulamento com uso de qualquer objeto que constrinja o pescoo (cinto, forquilha, barra de ferro etc) - Assim como no enforcamento ocorre a presena de sulco que poder ser nico ou mltiplo dependendo do nmero de laadas.

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Entretanto o sulco tem caractersticas diferentes. Como o sulco no estrangulamento? - como no existe a ao do peso, comumente se observa que o sulco horizontalizado (no enforcamento obliquo) - o sulco contnuo, de profundidade regular, fundo escuro - se no for uma laada, o sulco poder ter a forma do instrumento usado. Outros sinais externos: - no existe a protuso da lngua, pois como no h a fora peso envolvida, a glote no deslocada para cima, - existir cianose facial, - e tanto aqui como no enforcamento so comuns as petquias conjuntivais. - as hipstases no se apresentam nas extremidades dos membros como ocorre no enforcamento, mas sim distribudas de acordo com o modo como a vtima foi deixada no solo aps a execuo. - poder existir marcas ungueais, escoriaes causadas pelas unhas da vtima na tentativa de se soltar, e tambm equimoses. Sinais internos do estrangulamento - podero existir todos aqueles j mencionados na asfixia por enforcamento:

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- Sinal de Amussat - ruptura na tnica interna das cartidas. - Fratura do osso hiide. - Sinal de Tardieu nos pulmes - infiltrao hemorrgica das estruturas profundas do pescoo Estatisticamente a figura jurdica que mais se sobressai nos casos de estrangulamento a do homicdio. Estrangulamento a 2 causa de suicdio no Brasil ESGANADURA - a figura contundente constritiva realizada pelas MOS DO AGRESSOR (o corpo humano o agente agressor). A fora fsica do agressor deve obrigatriamente ser muito maior que a da vtima Quais sinais podemos observar externamente em casos de esganadura? - Estigmas Ungueais: leses semilunares deixadas no pescoo da vtima pelas unhas do agressor. - Escoriaes diversas em face ou membros superiores da vtima devido luta para tentar se soltar, Roupoas rasgadas ou em desalinho , pela resistncia a agresso - Cianose

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- equimoses em face e pescoo - infiltrao hemorrgica das estruturas profundas do pescoo - NO EXISTE SULCO, pois no so usadas laadas. Que sinais podem existir internamente nas esganaduras? - leses do aparelho larngeo por fratura de cartilagem cricide, tireoide, osso hiide e fratura da apfise estiloide. Esganadura frequente e EXCLUSIVA DO HOMICDIO. No existe acidente nem suicdio por esganadura. SUFOCAO DIRETA - a obstruo devida ao impedimento de entrada de ar pela boca, narina ou glote. - Na sua forma acidental se conhece como engasgo. - No caso de homicdio usado frequentemente travesseiros, almofadas, sacos plsticos etc. Sufocao Indireta - ocorre quando se impede os movimentos de fole realizados pelos msculos respiratrios do trax ou abdome, por exemplo por compresso, levando asfixia. - sempre acidental ou criminosa

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- Tambm conhecida como congesto compressiva de Perthes - Nos casos acidentais podem ocorrer nos casos de grandes multides em pnico (aglomeradas) - Nos casos em que recm-nascidos dormem com adultos no mesmo leito. - Pode ocorrer ainda o fenmeno de sufocao indireta devido restrio dos movimentos do msculos respiratrios provocados por: - espasmos: eletroplesso e drogas contraturantes. - flacidez: drogas curarizantes ( cicuta) - fadiga muscular sufocao posicional por em casos de crucificao ou posicionamento demorado do indivduo de cabea para baixo (mais comum em crianas, idosos e debilitados) Ex. pessoa que ficou presa pelas mos.

Sinais de sufocao indireta - Um dos sinais mais importantes a mscara equimtica de Morestin. A compresso torcica faz com que ocorra refluxo sanguneo na veia cava superior, este ir comprimir vasos da face, e provoca, o aparecimento da Equimose malar bilateral, petequias nas plpebras e face.

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- Sinal de Valentin: os pulmes se mostram distendidos e com hemorragias subpleurais (sufuses hemorrgicas=manchas Tardieu) - O sangue como nas asfixias em geral se encontrar escuro e fluido. CONFINAMENTO - Normalmente acidental, ocorre por diminuio de O2 e aumento de CO2, podendo ocorrer em soterramentos, desmoronamentos. Pode ocorrer em uma cela superlotada, na criana que se trancou na geladeira, etc.

SOTERRAMENTO - Acidental por natureza, podendo ser homicida com requintes de crueldade e agravantes. - Pode acontecer com qualquer slido, e depende do exame externo e da abertura da glote e traquia para encontrar o material e fazer o diagnstico. - Uma pessoa que sofreu esganadura e depois foi colocada em escombros para simular soterramento acidental, facilmente se observar sinais externos da esganadura, e ao examinar glote e traquia no se observar a presena de slidos, pois quando foi soterrada j no respirava.

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AFOGAMENTO - a modalidade de asfixia na qual ocorre a troca do ar respirvel por lquido ou semilquido, que ao penetrar na rvore brnquica impede a troca gasosa necessria respirao. (hematose) - pode ser acidental, suicida ou homicida (raro) - O termo submerso largamente usado, no correto, pois d a idia de morte por imerso completa do corpo, o que na prtica muitas vezes no ocorre. - Em muitos casos de afogamento, apenas os orifcios respiratrios se acham em contato com o lquido. Ex. bbado que cai com rosto na poa de gua, criana que cai dentro do balde com gua, apenas a cabea e vias respiratrias esto no meio liquido. - Existem ainda os casos onde a pessoa com rebaixamento do nvel de conscincia bronco-aspira o prprio vmito . - Ou ainda casos de traumatismos de face onde a vtima se afoga no prprio sangue. - Todos os casos citados, so de asfixia por afogamento - O afogamento acidente mais comum em indivduos que ousadamente, penetram em guas de grande profundidade, ou por imprevistos como convulso, luxao, mal-estar e traumatismo de cabea.

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- O afogamento homicida muito raro, a no ser que a vtima seja muito inferior em foras ao agressor ou esteja debilitada. - O afogamento suicdio quase impossvel, pois a vtima de incio tenta, mas a angustia da asfixia lenta faz com que mude de idia. Entretanto ao estar debilitada acaba por afogar-se o que chamamos de suicdio-acidente.

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Morte por afogamento geralmente passa por 3 fases:

- primeira fase: surpresa e dispnia inspirao - segunda fase: parada dos mecanismos respiratrios como mecanismo de defesa, expirao profunda limpa o pulmo - terceira fase: exausto e acaba tendo inspirao profunda, inicia asfixia e perda da conscincia, podendo convulsionar e morte. Afogados Brancos (afogados de Parrot) - so aqueles indivduos, que encontrados na gua no tem as caractersticas dos afogados no exame necroscpico. So indivduos que ao tocar na gua sofrem inibio vagal reflexa (estado de choque) e tem parada cardio-respiratria.

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MAS NO APRESENTA na necropsia NENHUM SINAL DE ASFIXIA. Esse fenmeno exige um predisposio do indivduo. Afogados Azuis - o mais comum.-

O afogamento pode se dar de uma forma rpida, ou seja individuo cai na gua e em 5 minutos sofre asfixia, ou na forma lenta fica lutando, vai ao fundo e retorna superfcie at se render.

Os afogados azuis apresentam a totalidade (ou a maioria) dos sinais caractersticos do afogamento. O meio lquido mais frequente a gua, entretanto h diferenas entre o afogado de gua doce e o de gua salgada. Na gua doce a morte sobrevem pela parada cardaca por FIBRILAO VENTRICULAR, devido s grandes alteraes eletrolticas do sangue, que acaba por ser solubilizado pela entrada de gua nos pulmes, indo at o corao esquerdo. Na gua salgada, a morte ocorre pelo intenso edema dos pulmes, j que a concentrao de sal do mar provoca verdadeiro desvio do solvente sanguneo para os alvolos. (alterao osmolar)

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Sinais caractersticos dos afogados - Cianose; - pele anserina (pele de galinha) contrao dos msculos eretores do plo; - cogumelo de espuma da boca e narinas; - mancha verde no trax e cabea;(indicando estado de putrefao) - manchas de Tardieu nos pulmes (aumento de presso nos capilares); - manchas de Paltauf nos pulmes (ruptura dos vasos e alvolos por aumento excessivo da presso do ar ou da gua, sinal de sofrimento deste rgo); - presena de microorganismos (algas) nos pulmes; - lquido deglutido no estomago; - macerao da pele (pele por ao da gua se desprega nas mos e ps); - leso post mortem causada por animais aquticos.

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