Lesão de Nervos Periféricos

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LESÃO DE NERVOS PERIFÉRICOS MMSS N. MEDIANO: As fibras nervosas para este nervo originam-se nos segmentos espinhais C6,C7,C8 e T1. É formado a partir de ramos terminais dos cordões lateral e medial do plexo braquial. Os músculos inervados por ele, são: pronador redondo, flexor radial do carpo, palmar longo, flexor superficial dos dedos, oponente do polegar, abdutor curto do polegar, flexor curto do polegar e 1 o e 2 o lumbricais Quadro clínico: se a lesão do nervo for completa, haverá paralisia de todos os músculos inervados pelo mediano no antebraço e na mão, bem como alteração de sensibilidade na porção da mão por ele inervada ( região tenar ). Com a paralisia do pronador redondo e quadrado, ocorre perda da pronação do antebraço; com a paralisia do flexor radial do carpo, ocorre desvio ulnar do punho ao tentar sua flexão; a paralisia do flexor superficial dos dedos provoca a incapacidade de fletir as articulações interfalangeanas proximais dos dedos-indicador, médio, anular e mínimo; com a paralisia do flexor profundo dos dedos, o paciente não realiza a flexão das articulações interfalangeanas distais dos dedos indicador e médio; com a paralisia do flexor longo

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LESÃO DE NERVOS PERIFÉRICOS

MMSS

N. MEDIANO: As fibras nervosas para este nervo originam-se nos segmentos espinhais

C6,C7,C8 e T1. É formado a partir de ramos terminais dos cordões lateral e medial do

plexo braquial.

Os músculos inervados por ele, são: pronador redondo, flexor radial do carpo, palmar

longo, flexor superficial dos dedos, oponente do polegar, abdutor curto do polegar, flexor

curto do polegar e 1o e 2o lumbricais

Quadro clínico: se a lesão do nervo for completa, haverá paralisia de todos os músculos

inervados pelo mediano no antebraço e na mão, bem como alteração de sensibilidade na

porção da mão por ele inervada ( região tenar ).

Com a paralisia do pronador redondo e quadrado, ocorre perda da pronação do antebraço;

com a paralisia do flexor radial do carpo, ocorre desvio ulnar do punho ao tentar sua flexão;

a paralisia do flexor superficial dos dedos provoca a incapacidade de fletir as articulações

interfalangeanas proximais dos dedos-indicador, médio, anular e mínimo; com a paralisia

do flexor profundo dos dedos, o paciente não realiza a flexão das articulações

interfalangeanas distais dos dedos indicador e médio; com a paralisia do flexor longo do

polegar, há uma perda da flexão da articulação interfalangeana do polegar.

Podemos observar uma atrofia da região tênar, perda de força muscular, perda da oponência

do polegar com perda da capacidade de pinça da mão, além da perda do movimento de

abdução do polegar.

O paciente ao tentar fechar a mão não consegue flexionar o polegar e o indicador, enquanto

os demais dedos se encontram flexionados, lembrando a posição da mão de um padre ao

dar a benção ( SINAL DE BENÇÃO ).

Testes para saber se o paciente está com o nervo lesado: Teste de oponência

do polegar- o mesmo ao tentar fazer a oponência não consegue- e o teste da folha de papel,

onde o paciente não consegue segurar a folha entre o polegar e o indicador.

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N. ULNAR: As fibras nervosas para o n.ulnar originam-se nos segmentos espinhais C7,C8

e T1. O nervo é uma continuação do cordão medial do plexo braquial.

Os músculos inervados por ele, são: flexor ulnar do carpo, flexor profundo dos dedos,

abdutor do dedo mínimo, interósseos dorsais ( 1o, 2o, 3o e 4o ), lumbricais ( 3o e 4o ), adutor

do polegar e flexor curto do polegar.

A exemplo dos nervos mediano e radial, o n.ulnar também pode ser comprimido na

“paralisia de sábado à noite” pelo mau posicionamento do braço, comprimindo o nervo.

Também pode haver compressão pela cabeça do parceiro sobre o braço, onde chamamos

“paralisia dos amantes”.

Pacientes comatosos também são suscetíveis de compressão do nervo ulnar, assim como

fraturas de úmero ( é mais comum se a fratura for em terço distal).

Quadro clínico: Considerando-se a hipótese de uma lesão completa do nervo acima do

cotovelo, haverá paralisia de todos os músculos inervados pelo ulnar no antebraço e mão,

bem como alteração de sensibilidade na região da mão por ele inervada – região hipotenar.

Se a lesão for antiga, observaremos atrofia do mm. e o paciente apresentará “mão em

garra”.

Ocorrerá também a perda da capacidade de abdução e adução dos dedos.

Teste para detectar lesão: solicitar ao paciente a ADD e ABD dos dedos – se o

paciente não realizar, o teste é positivo para lesão.

Devemos trabalhar a força muscular e utilizar técnicas proprioceptivas para estimular a

volta da sensibilidade perdida.

N.RADIAL: Este nervo é a continuação do cordão posterior do plexo braquial e suaus

fibras nervosas se originam dos segmentos espinhais C5,C6,C7,C8 e,eventualmente, T1. É

o maior ramo do plexo braquial.

O n.radial é o mais comumente lesado por traumatismo ou compressão aguda, sendo menos

freqüente envolvido em síndromes compressivas.

Em pacientes restritos a uma cadeira de rodas, pode ocorrer lesão do nervo na região do

braço em função de repousar o braço no encosto da cadeira ou por usa-lo para mudar o

corpo de posição.

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Em pacientes anestesiados, por sofrerem pressão prolongada, podem sofrer lesão neste

nervo, como também na “paralisia de sábado à noite”, “paralisia dos amantes” e “paralisia

do sono”. Também pode ser lesado pela aplicação de injeção intramuscular ou após um

esforço intenso envolvendo o tríceps. Em alguns casos de trauma obstétrico e em fraturas e

redução de úmero, temos mecanismos que favorecem a lesão do radial.

Os músculos inervados por ele,são: tríceps, ancôneo, braquiorradial, extensor radial longo e

curto do carpo, supinador, extensor comum dos dedos e extensor do dedo mínimo, extensor

ulnar do carpo, abdutor longo do polegar, extensor longo do polegar, extensor curto do

polegar e extensor do indicador.

Quadro clínico: A paralisia do tríceps leva à impossilbilidade de estender o cotovelo.

Quanto às alterações de sensibilidade nas lesões do n.radial, é importante salientar que

muitas vezes podem ocorrer apenas discretas alterações sensitivas ou mesmo não ocorre-

las.

A alteração mais típica de uma paralisia do radial, é o punho caído (MÃO EM GOTA ).

Teste para comprovar lesão: pedir ao paciente que realize a extensão do punho.

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N.SAFENO: Pode haver lesão deste nervo durante cirurgias de retirada da veia safena e

também por ferimentos penetrantes.

O paciente queixa-se de dor no joelho associada com dolorimento profundo na região distal

da coxa, podendo haver relato de parestesias na distribuição cutânea do nervo na perna e no

pé.

Quadro clínico: O paciente apresenta paralisia dos mm. íliopsoas e quadríceps, o que

provoca dificuldade na flexão do quadril e extensão do joelho. O paciente sente dificuldade

para caminhar, subir escadas e levantar-se. Se ocorrer lesão bilateral do quadríceps, o

paciente não consegue ficar de pé sem auxílio.

Ocorre alteração de sensibilidade e parestesias na face antero-medial da coxa e na face

interna da perna e pé até o hálux e redução ou ausência do reflexo patelar.

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N.PUDENDO: Trata-se de um importante nervo associado à função sexual, vesical e

retal.

O nervo pode ser lesado conjuntamente com outros nervos por injeções na nádega, fraturas

pélvicas, andar muito tempo de bicicleta e durante cirurgias de fraturas pélvicas.

Ocorre dormência na metade ou em todo o pênis ou grandes lábios e no períneo.

Em homens pode acarretar impotência sexual e redução do reflexo bulbocavernoso.

Também o reflexo anal, o tônus e o controle vesical do esfíncter anal externo estão

diminuídos ou ausentes. Pode ocorrer incontinência fecal e/ou urinária.

N.CIÁTICO: É constituído de duas divisões pendentes, fibular comum e tibial, que

geralmente estão unidas por tempo conjuntivo formando apenas um nervo até a porção

inferior da coxa, quando então se dividem e percorrem trajetos diferentes na perna e no pé.

1) N.TIBIAL: Origina-se acima da fossa polpítea, quando ocorre a separação do

n.ciático em tibial e fibular comum.

O nervo tibial inerva os músculos: poplíteo, plantar, gastrocnêmio, sóleo, tibial

posterior, flexor longo dos dedos e flexor longo do hálux, abdutor do hálux, flexor curto

dos dedos, flexor do hálux, abdutor do dedo mínimo, flexor do dedo mínimo, quadrado

plantar, interósseos, adutor do hálux.

2) N.FIBULAR COMUM: Na região do terço mediodistal da coxa, a porção fibular do

n.ciático torna-se um nervo individual, o nervo fibular comum, que desce em

direção à fossa poplítea inervando a cabeça curta do músculo bíceps femoral.

Este nervo contorna posteriormente a cabeça da fíbula e divide-se nos músculos fibular

superficial ( musculocutâneo ) e fibular profundo ( tibial anterior ).

O nervo fibular comum inerva os mm.: tibial anterior, extensor longo dos dedos,

fibular terceiro, extensor longo do hálux e extensor curto dos dedos.

As lesões traumáticas são a causa mais comum de lesão proximal do n.ciático em

função da proximidade deste com a articulação do quadril. As lesões deste nervo podem

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ocorrer como complicação de cirurgias de artroplastia total do quadril, por compressão,

por ferimentos por objetos cortantes ou por arma de fogo.

Quadro clínico: Uma lesão completa deste nervo causa paralisia da musculatura

isquiotibial e de todos os mm. abaixo do joelho, bem como alteração da sensibilidade.

Ocorre então incapacidade de realizar flexão do joelho, flexão dorsal do pé, extensão

dos dedos, flexão plantar do pé, flexão dos dedos, inversão e eversão do pé.

LESÕES MAIS COMUNS E NERVOS CORRESPONDENTES:

Déficit na / de punho: radial;

Na oponência do polegar: mediano;

Na abdução dos dedos: ulnar;

V do cotovelo: musculocutâneo;

V do quadril: femoral.