Leptospirose Situação e Vigilância Epidemiológica no ... · Leptospirose Situação e...
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Leptospirose
Situação e Vigilância Epidemiológica
no Brasil e estado de Goiás
Seminário de Hantavirose e Leptospirose Goiânia, 11 de novembro de 2010
Maria de Lourdes Nobre Simões Arsky
Médica Veterinária
Mestre em Saúde Pública
Vigilância da Leptospirose
Sub ZRA/CGDT/DEVEP/SVSM/MS
LEPTOSPIROSE
• Importante problema de Saúde Pública em
nosso meio
– Alta incidência de casos
– Custo hospitalar dos pacientes internados
– Letalidade alta dos casos graves
– Perda de dias parados de trabalho
– Prejuízos sanitários e econômicos a população humana e animal
– Complexidade na produção da doença e suas inter relações como o modo de vida
•Bactéria do gênero Leptospira, helicoidal, aeróbia obrigatória.
•Extremidades em forma de gancho
•Unidade taxonômica: sorovar (+ de 200)
•Cada sorovar : tem um hospedeiro preferencial, porém uma
espécie animal pode albergar um ou mais sorovares
•Sobrevida no MA: depende de pH, temperatura e umidade,
sensibilidade a desinfetantes comuns e ao hipoclorito de sódio a
2,5%.
AGENTE ETIOLÓGICO
Ciclo da Leptospirose
leptospirúria
Hospedeiro Acidental
Pele e mucosas
leptospirúria
CONTAMINAÇÃO
DE SOLO E
ÁGUA COM
LEPTOSPIRAS
Pele e mucosas
LEPTOSPIROSE
•Ocorrência no Brasil - todos os meses do ano em todas as
regiões do país
• maior freqüência nos meses com maior índice de chuvas
regionais - ocorrência de surtos, principalmente em centros
urbanos.
•Áreas urbanas- aglomeração populacional de baixa renda,
em condições inadequadas de saneamento e alta infestação
de roedores infectados.
•Pouco conhecimento em áreas rurais – surtos
SITUAÇÃO DA DOENÇA
Casos anuais e letalidade da Leptospirose, Brasil, 2001- 2010*
N=32.502
0
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2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010*
Ta
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aso
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casos Letalidade
Fonte: SINAN/SVS/MS-, dados até novembro de 2010 sujeitos à alteração
Letalidade da Leptospirose no país, na Região Centro-Oeste e em Goiás,
Brasil, 2007- 2010*
N=13.294
Letalidade da Leptospirose no país, na Região Centro-Oeste e em Goiás,
Brasil, 2007- 2010*
N=13.294
12,5
6,5
9,9
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
Goiás Região Centro-Oeste Brasil
(%)
Letalidade
Fonte: SINAN/SVS/MS-, dados até novembro de 2010 sujeitos à alteração
Distribuição de casos de Leptospirose segundo Critério de confirmação
Brasil, 2007-2010*
N=13.294
Fonte: SINAN/SVS/MS-, dados até novembro de 2010 sujeitos à alteração
Caracterização demográfica da Leptospirose, Brasil, 2001 -2010*
Fonte: SINAN/SVS/MS- *dados obtidos até 22/06/10 sujeitos a alteração
N=32.502
Casos de Leptospirose segundo município do Brasil, 2007- 2010*
Fonte: SINAN/SVS/MS-, dados até novembro de 2010 sujeitos à alteração
36,0%
35,6%
19,1%
1,2%
8,1%
Distribuição percentual da leptospirose por região do Brasil, 2007 a 2010*
*
N=13.294 casos
Fonte: SINAN/SVS/MS-, dados até novembro de 2010 sujeitos à alteração
Casos de leptospirose por Município de Goiás, Brasil, 2007 a 2010*
N=40 casos
Fonte: SINAN/SVS/MS-, dados até novembro de 2010 sujeitos à alteração
Distribuição mensal de Leptospirose no país, por região e em Goiás, Brasil, 2007 a 2010*
N=13.294 casos Fonte: SINAN/SVS/MS-, dados até novembro de 2010 sujeitos à alteração
Percentual de sintomas dos casos de leptospirose, Brasil e Goiás, 2007 a 2010*
Fonte: SINAN/SVS/MS-, dados até novembro de 2010 sujeitos à alteração
Ambiente e local provável de infecção da Leptospirose, Brasil- 2001 a 2003
Áreas urbanas (72%) principalmente, em situações
domiciliares
Áreas rurais (28%), principalmente em
situação de trabalho
Fonte: Arsky, MLNS et al. Probable areas of infection and ambience of occurrence of human leptospirosis in Brazil (2001-2003). Rev Cubana Med Trop, Apr 2005, vol.57, no.1, p.59-60.
N=3747
Fonte: SINAN/SVS/MS-, dados até novembro de 2010 sujeitos à alteração
Características do local provável de infecção da Leptospirose, Goiás, 2007 a 2010*
Características do local provável de infecção da Leptospirose, Brasil, 2007 a 2010*
Fonte: SINAN/SVS/MS-, dados até novembro de 2010 sujeitos à alteração
Contatos prováveis de risco dos casos de leptospirose, Brasil e Goiás, 2007 a 2010*
Fonte: SINAN/SVS/MS-, dados até novembro de 2010 sujeitos à alteração
A VIGILÂNCIA DA DOENÇA
Objetivos do Sistema de Vigilância da Leptospirose:
• Monitorar a ocorrência de casos e surtos e determinar a
sua distribuição espacial e temporal;
• Reduzir a letalidade da doença, mediante a garantia de
diagnóstico e tratamento precoce e adequado;
• Identificar os sorovares circulantes em cada área;
• Direcionar as medidas preventivas e de controle
destinadas à população, ao meio ambiente e aos
reservatórios animais
Fluxo de informação preconizado
Município
Estado
Federação
Fluxo semanal
Fluxo quinzenal
Fluxo automático
NET WINDOWS
Vigilância epidemiológica
Laboratório Vigilância ambiental
Fluxo da Vigilância Caso suspeito
US Coleta de Amostra
Notificação
Acompanhamento e encaminhamento
Educação em saúde
Desratização
Antiratização
Investigação do caso
Identificação do local provável de infecção (LPI) e
áreas de transmissão
Acionar medidas de controle
e manejo ambiental
Negativo Positivo
Descartado
Notificação
• Doença de notificação compulsória no Brasil.
• Ocorrência de casos suspeitos isolados como a de
surtos devem ser notificados, o mais rapidamente
possível, para o desencadeamento das ações de
vigilância epidemiológica e controle.
• Melhor entendimento, facilita raciocínio clínico-epidemiológico
• Oportunidade da suspeita clínica
•Abordagem mais simples sinais e sintomas
•“Antecedentes epidemiológicos- “Residir ou trabalhar em áreas de
risco para a leptospirose” e à seguir, o conceito do que vem a ser
área de risco para a doença
caso à procedência geográfica do paciente
e exposição a situações de risco, áreas com maior
incidência de casos- raciocinio clinico
Nova DEFINIÇÃO DE CASO Leptospirose
Inserção do conceito de “área de risco da doença”
•Inserção das atividades de vigilância da leptospirose na
atenção básica
•fortalecimento das atividades de prevenção e controle
•determinada pela Vigilância Epidemiológica
• análise da distribuição espacial e temporal de casos de
leptospirose, bem como dos fatores de risco envolvidos.
DEFINIÇÃO DE CASO DE LEPTOSPIROSE
CASO SUSPEITO DE LEPTOSPIROSE:
Indivíduo com febre, cefaléia e mialgia, que apresente pelo menos UM dos seguintes critérios:
Critério 1 Antecedentes epidemiológicos sugestivos (30 dias anteriores à data de início dos sintomas): exposição a enchentes, alagamentos, lama ou coleções hídrica, exposição a esgoto, fossas, lixo e entulho atividades que envolvam risco ocupacional como coleta de lixo, catador de material para reciclagem, limpeza de córregos, trabalhar em água ou esgoto, manejo de animais, agricultura em áreas alagadas vínculo epidemiológico com um caso confirmado por critério laboratorial residir ou trabalhar em áreas de risco para a leptospirose
CASO SUSPEITO DE LEPTOSPIROSE: Indivíduo com febre, cefaléia e mialgia, que apresente pelo
menos UM dos seguintes critérios:
Critério 2 Pelo menos um dos seguintes sinais ou sintomas: Sufusão conjuntival Sinais de insuficiência renal aguda (incluindo alterações no volume urinário) Icterícia e/ou aumento de bilirrubinas Fenômeno hemorrágico
CASO CONFIRMADO
Critério clínico-laboratorial:
Soroconversão na MAT:
entendida como uma primeira amostra (fase aguda) não
reagente e uma segunda amostra (14-21 dias após;
máximo até 60 dias) com título maior ou igual a 200.
Aumento de quatro vezes ou mais nos títulos da MAT,
entre duas amostras sangüíneas coletadas com um
intervalo de 14 a 21 dias (máximo de 60 dias) entre elas.
CASO CONFIRMADO
Quando não houver disponibilidade de duas ou
mais amostras, um título maior ou igual a 800 na
MAT confirma o diagnóstico.
CASO CONFIRMADO
Critério clínico-laboratorial
Isolamento da leptospira em sangue.
Detecção de DNA por PCR em amostra de sangue com
anticoagulante em pacientes que evoluíram para óbito antes do
7ºdia.
Imunohistoquímica ou outras análises anátomo-patológicas
coradas com tinta de prata positivas
CASO CONFIRMADO Critério clínico-epidemiológico
Todo caso suspeito que apresente febre e alterações nas funções
hepática, renal ou vascular, associado a antecedentes
epidemiológicos (descritos na definição de caso suspeito) que,
por algum motivo, não tenha coletado material para exames
laboratoriais específicos, ou estes tenham resultado não reagente
com amostra única coletada antes do 7º dia de doença.
CASO DESCARTADO
Elisa IgM não reagente em amostra sanguínea coletada
a partir do 7º dia de início de sintomas. Em pacientes
provindos de áreas rurais, o clínico deverá também
considerar história clínica e antecedentes epidemiológicos
para o fechamento do caso.
CASO DESCARTADO
Duas reações de microaglutinação não reagentes (ou
reagentes sem apresentar soroconversão nem aumento de 4
vezes ou mais nos títulos), com amostras sanguíneas
coletadas a partir do primeiro atendimento do paciente e
com intervalo de 2 a 3 semanas entre elas.
Diagnóstico laboratorial confirmado para outra doença.
Medidas de prevenção e controle da doença direcionadas para :
A proposta de Vigilância de Municípios
Prioritários
Aprimorar e efetivar vigilância integrada entre as áreas de clínica,
epidemiologia, diagnóstico e controle da doença
Outros municípios
Outros Estados
(seis)
Áreas de maior risco do país Reduzir a
letalidade da doença
Monitorar a ocorrência de casos
e surtos e determinar a sua
distribuição
Direcionar medidas
preventivas e de controle
Proposta de Vigilância da Leptospirose
para Municípios prioritários
• Fortalecer as atividades de vigilância e controle da
leptospirose para o desenvolvimento de ações mais
articuladas e efetivas
• Criar proposta de trabalho para posterior difusão
no pais
Proposta Municípios prioritários
Objetivos
Estratégia da proposta
• Alta incidência de leptospirose (últimos anos)
• Ações programadas de controle de roedores
• Diferentes regiões do país
• Capacidade de criar proposta de trabalho articulada
(LACEN, CCZ, Hospital referência, SES)
São Paulo, Recife, Salvador, Belém, Rio de Janeiro e
Curitiba
Critérios de elegibilidade para municípios prioritários - 2007
Metodologia
Proposta Clínica
Elaborar material educativo
Validar Guia de Clínica
Guia de Capacitação-
Curso Piloto para Clínicos Municípios
Prioritários
Encaminhamento adequado pacientes e tratamento casos
Suspeita clínica, tratamento oportuno
Reduzir letalidade
Reuniões periódicas
Atualização de materiais e condutas
Discussão dificuldades e busca
soluções
Intercâmbio de experiências
regionais
Primeiras medidas
• Assistência médica ao paciente:
Hospitalização imediata e encaminhamento para
hospitais de maior complexidade para os casos graves e
atendimento laboratorial de casos leves
• Oportunidade no atendimento pela rede básica
• Facilitar acesso do paciente
“GUIA DE DIAGNÓSTICO E MANEJO CLÍNICO” DO MINISTÉRIO DA SAÚDE
GUIA DE LEPTOSPIROSE: DIAGNOSTICO E MANEJO CLÍNICO
1. Introdução 2. Manifestações clínicas
Fase precoce Fase tardia Fase da convalescença
3. Atendimento ao paciente com suspeita de leptospirose 3.1. Caso suspeito de Leptospirose 3.2. Anamnese
História da doença atual (cronologia de sinais e sintomas, pesquisa de sinais de alerta) Epidemiologia (antecedentes)
3.3. Exame físico
GUIA DE LEPTOSPIROSE: DIAGNOSTICO E MANEJO CLÍNICO
4. Indicações para internação hospitalar Presença de Sinais de alerta- indicam a
possibilidade de gravidade do quadro clínico e
sugerem necessidade de internação hospitalar
5. Conduta diagnóstica Exames iniciais
Exames de seguimento
Exames sorológicos específicos
Diagnóstico Diferencial e quadro coleta e
conservação de material para diagnóstico
6. Critérios de internação em Unidade de Terapia Intensiva
GUIA DE LEPTOSPIROSE: DIAGNÓSTICO E MANEJO CLÍNICO
7. Conduta terapêutica 7.1. Antibioticoterapia (adultos e crianças)
7.2. Conduta terapêutica de suporte-
principalmente para casos moderados e graves Fases precoce e tardia (manejo respiratório,
sistêmico, renal, da hemorragia e cardíaco)
8. Quimioprofilaxia (pré e pós-infecção)
9. Critérios de alta hospitalar 10. Critérios de confirmação do caso
Critério laboratorial
Critério clínico-epidemiológico
Caso descartado
GUIA DE LEPTOSPIROSE: DIAGNÓSTICO E MANEJO CLÍNICO
8. ANEXOS: ALGORITMO DE ATENDIMENTO I
Síndrome febril aguda suspeita de leptospirose
ALGORITMO II
Condutas no primeiro atendimento de
pacientes com leptospirose e com sinais de
alerta
Referências bibliográficas
Metodologia
Primeiras medidas a serem tomadas
• Confirmação diagnóstica:
-Coleta de material para diagnóstico laboratorial
específico de todos os casos suspeitos
-Acompanhamento de resultados -exames
inespecíficos que auxiliam no esclarecimento do
diagnóstico.
Fase precoce
Dengue
Influenza
Malária
Riquetsioses
Chagas aguda,
etc
Fase tardia Hepatites virais agudas Dengue hemorrágico Hantavirose Febre Amarela Malária grave Febre tifóide Endocardite Riquetsioses Chagas aguda Penumonias Pielonefrite aguda Apendicite aguda Sepse Meningites Colangites
Fase tardia Colecistite aguda Colédococistite Esteatose aguda da gravidez Síndrome hepatorrenal Síndrome hemolítico-urêmica Vasculites Lúpus eritematoso sistêmico, etc.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Proposta Diagnóstico laboratorial
Integração com CL, VE e VA
Informação paciente
Oportunidade no tratamento
Facilitar encerramento caso
Kits diagnóstico
Maior intergração SubZRA/CGLAB/FIOCRUZ
Kits disponíveis em quantidade suficiente e
oportunamente
Controle de qualidade externo
Pesquisa em serviço Identificação de sorovares
Investigação surtos
Metodologia
Investigação Epidemiológica de casos e óbitos
• A investigação epidemiológica de cada caso suspeito
e/ou confirmado deverá ser realizada com base no
preenchimento da ficha específica de investigação,
visando determinar a forma e local provável de
infeção (LPI), o que irá orientar a adoção de medidas
adequadas de controle.
Proposta Vigilância Epidemiológica
Informação e notificação casos
Oportunidade de detecção e notificação de casos
Análise rotineira de dados
Análise de banco de dados
Melhorar preenchimento, oportunidade, inconsistência
Definir critérios e indicadores VE, Ass, Controle
Geoprocessamento
Definir áreas prioritárias para busca de casos e controle de
roedores
Padronizar técnicas com uso de softwares livres
PROPOSTA ÁREA DE VIGILANCIA AMBIENTAL
E CONTROLE DA DOENÇA
Metodologia
Proposta Vigilância Ambiental/Controle
IEC
Mecanismos transmissão, prevenção, atitudes risco
e manutenção ações controle
Antirratização
Fortalecer COMPROMISSO POPULAÇÃO
Reduzir capacidade suporte MA
Manejo ambiental x Áreas afins
Parcerias institucionais com saneamento,
limpeza, habitação, ass social, defesa Civil, PSF
Sustentabilidade ações controle
Assistência médica adequada
e oportuna
Notificação, confirmação e investigação
casos
Análise informação, detecção e
tratamento áreas de risco
Risco de Exposição EPI’s
Enchentes - Cuidados com água consumo, alimentos,
drenagem águas, desinfecção ambientes
Controle de Roedores
Melhorias nas condições sanitárias
população
PREVENÇÃO E CONTROLE
LEPTOSPIROSE
Casos
diagnosticados e
notificados
Casos assintomáticos,
Leves/ (inespecíficos),
não diagnosticados
Diagnosticados como
outras enfermidades e
sub-notificados