Lenin

8
Introdução Devemos ter um enorme cuidado ao escrever sobre o marxismo leninista nos dias atuais, visto que até a crise de 2008 o capitalismo ia relativamente bem, em outras palavras, o capitalismo estava suportável. E até então, Marx, Engels e Lênin e outros teóricos, foram se configurando cada vez mais como teóricos mortos, do que livros para o desenvolvimento de uma nova política, por isso e outros motivos o marxismo hoje em dia, sofre, um enorme esquecimento, e por que não dizer um desprezo, até mesmo pelo meio intelectual. Análises sobre a política, são rasas, com enorme influência da mídia e do mundo que vivemos( estado burguês) que usa do medo, assim como foi usado na idade média para fazer os fiéis acreditarem no deus católico, são usadas hoje para acreditarmos no estado burguês, assemelhando o marxismo e o leninismo a um retrocesso tecnológico, e configurando um medo entre jovens e intelectuais de viver num mundo atrasado, sendo mais objetivo numa espécie de Cuba, o que mostra uma falésia da visão sobre o marxismo nos dias atuais. Porém o sonho da burguesia dominante de matar o socialismo ou comunismo está longe de se tornar real, tivemos enormes baixas, mas é justamente assim que se aprende. Resolvemos fazer esta breve introdução para os textos que seguem ficarem mais fluidos e não desconexos, terminamos com uma citação do poeta futurista; Maiakovski. "Para os netos / escrevo numa folha / o retrato / genético do capitalismo. / O capitalismo / quando jovem / Era um rapaz / até interessante: / primeiro a trabalhar - / e não temia então, / que o trabalho / sujasse sua camisa. / O tricô feudal / lhe era estreito! / Cabia / tão bem / como cabe hoje. / O capitalismo / com revoluções / floresceu / em sua primavera / e até / cantava a ‘Marselhesa’. / Pensou e / inventou / uma máquina. / Pessoas / e as outras também! / Ele, / pelo universo / a perder de vista / de operários, / procriou / filhos. / De vez / reinados / e condados devorou / com suas coroas / e suas águias. Não é a vassoura / a arma é o fuzil. / Mil vezes / a mesma coisa / ele prega / no ouvido surdo / e amanhã / cada um erguerá

description

Texto sobre Lenin

Transcript of Lenin

Introduo

Devemos ter um enorme cuidado ao escrever sobre o marxismo leninista nos dias atuais, visto que at a crise de 2008 o capitalismo ia relativamente bem, em outras palavras, o capitalismo estava suportvel. E at ento, Marx, Engels e Lnin e outros tericos, foram se configurando cada vez mais como tericos mortos, do que livros para o desenvolvimento de uma nova poltica, por isso e outros motivos o marxismo hoje em dia, sofre, um enorme esquecimento, e por que no dizer um desprezo, at mesmo pelo meio intelectual. Anlises sobre a poltica, so rasas, com enorme influncia da mdia e do mundo que vivemos( estado burgus) que usa do medo, assim como foi usado na idade mdia para fazer os fiis acreditarem no deus catlico, so usadas hoje para acreditarmos no estado burgus, assemelhando o marxismo e o leninismo a um retrocesso tecnolgico, e configurando um medo entre jovens e intelectuais de viver num mundo atrasado, sendo mais objetivo numa espcie de Cuba, o que mostra uma falsia da viso sobre o marxismo nos dias atuais. Porm o sonho da burguesia dominante de matar o socialismo ou comunismo est longe de se tornar real, tivemos enormes baixas, mas justamente assim que se aprende. Resolvemos fazer esta breve introduo para os textos que seguem ficarem mais fluidos e no desconexos, terminamos com uma citao do poeta futurista; Maiakovski.

"Para os netos / escrevo numa folha / o retrato / gentico do capitalismo. / O capitalismo / quando jovem / Era um rapaz / at interessante: / primeiro a trabalhar - / e no temia ento, / que o trabalho / sujasse sua camisa. / O tric feudal / lhe era estreito! / Cabia / to bem / como cabe hoje. / O capitalismo / com revolues / floresceu / em sua primavera / e at / cantava a Marselhesa. / Pensou e / inventou / uma mquina. / Pessoas / e as outras tambm! / Ele, / pelo universo / a perder de vista / de operrios, / procriou / filhos. / De vez / reinados / e condados devorou / com suas coroas / e suas guias. No a vassoura / a arma o fuzil. / Mil vezes / a mesma coisa / ele prega / no ouvido surdo / e amanh / cada um erguer / as mos / que entenderam as duas. / Ontem foram quatro, / hoje so quatrocentos. / Escondemo-nos, / mas amanh / vamos de peito aberto, / e esses / quatrocentos / sero mil

Dessa bandeira / de cada dobra / novamente / vivo / Lenin conclama: / - Proletrios, / formem-se / para a ltima batalha! / Escravos, / endireitem / as colunas e os joelhos! / Exrcito dos proletrios, / levante-se esguio! / Viva a revoluo, / radiante e veloz! / Essa - / a nica / grande guerra / de todas / que a histria j viveu.

O Estado Burgus

A essncia e o carter do Estado burgus se revelam no momento em que este exerce toda sua violncia contra o proletariado revolucionrio. Isso acontece quando a propriedade privada e as relaes capitalistas de produo esto ameaadas pelo avano da Revoluo proletria e quando as massas se libertam de toda falsa conscincia e das ideologias que as mantm presas escravido do trabalho assalariado.

Por isso, o primeiro captulo de O Estado e a Revoluo explica que o Estado o produto irreconcilivel das contradies de classe. Sua principal instituio o destacamento de homens armados e o aparato repressivo concentrados no exrcito burgus e na polcia.

Mas, se o Estado reflete a diviso da sociedade em classes, ele perder a sua funo como organismo de represso quando as classes deixarem de existir. Para Friedrich Engels, as condies para a extino do Estado se do quando (...) a interveno de um poder de Estado nas relaes sociais torna-se suprflua (...) Em lugar de governo sobre as pessoas surge a administrao de coisas e a direo dos processos de produo. O Estado no abolido, extingue-se.

Lenin ressaltou que Karl Kautsky converteu a afirmao de Engels numa ideia vaga de uma mudana lenta, uniforme e gradual, da ausncia de saltos e tempestades, da ausncia de Revoluo. Assim, a afirmao de que a extino do Estado tinha um passo prvio, a tomada do poder atravs da Revoluo, separou os marxistas entre revolucionrios e reformistas.

Mas, se a Revoluo foi o divisor de guas inicial, faltava definir qual programa aplicar frente ao Estado burgus e como o proletariado organizaria seu prprio Estado.

Lenin buscou responder a questes tericas, entre elas, como surgiu historicamente o Estado burgus, quais as suas transformaes, qual a sua evoluo no decurso das revolues burguesas e em face das aes autnomas das classes oprimidas. Quais as tarefas do proletariado em relao a esta mquina de Estado, baseando-se nas avaliaes de Karl Marx e Friedrich Engels das Revolues burguesas de 1848 e 1851, na Frana e, posteriormente, na primeira Revoluo proletria: a Comuna de Paris.

A primeira concluso resgatou o fato de que o Estado burgus era resultado do aperfeioamento da mquina estatal herdada pela burguesia das monarquias absolutistas feudais europeias. Essa mquina tinha duas caractersticas centrais: uma burocracia estatal e um exrcito permanente.

Marx pontuou que: as revolues burguesas aperfeioaram esta mquina em vez de destru-la. Lenin observou que este notvel raciocnio do marxismo d um imenso passo em frente, comparado com o Manifesto Comunista. Isso porque este somente assinalava que o proletariado usar o seu domnio poltico para ir arrancando todo o capital das mos da burguesia, para centralizar todos os instrumentos de produo nas mos do Estado.

Essa formulao, considerada geral e abstrata por Lenin, avanou e se concretizou com a concluso de que, ao chegar ao poder, o proletariado necessitaria destruir a mquina do Estado burgus.

Marx e Engels chegaram a essa concluso a partir do balano da Comuna de Paris, assinalando que a classe operria no pode limitar-se a tomar conta da mquina do Estado que encontra montada, o que favoreceria a reao burguesa. A mquina burocrtico-militar que serve burguesia deve ser demolida e, em seu lugar, devem ser erguidas outras instituies de outro carter. Para Lenin, esta concluso o principal, o fundamental da doutrina marxista sobre o Estado.

Mas pelo que substituir a mquina do Estado quebrada? At a Comuna de Paris, o marxismo no pe concretamente a questo de saber pelo que substituir esta mquina do Estado que deve ser suprimida.

Lenin assinalou que As formas dos Estados burgueses so extraordinariamente variadas, mas sua essncia apenas uma: em ltima anlise, todos esses Estados so, de uma maneira ou de outra, mas necessariamente, uma ditadura da burguesia. A transio do capitalismo para o comunismo no pode naturalmente deixar de dar uma enorme abundncia e variedade de formas polticas, mas sua essncia ser uma s: a ditadura do proletariado.

Proletrios ou camponeses: ambos!

a Comuna de Paris (1870-1871) que dar essa resposta. Em plena guerra franco-prussiana os operrios parisienses assaltam aos cus. De armas em punho derrubaram as instituies estatais locais, a administrao municipal, o Exrcito permanente e a polcia, instituindo seu prprio governo, em forma de Comuna. Com remunerao operria para todos os funcionrios e com a segurana pblica sendo defendida pelo prprio povo em armas.

A Comuna s viveu trs meses. Foi afogada em sangue pela contrarrevoluo de Versalhes na chamada, semana sangrenta de Maio. Apesar disto, Marx, ento principal terico da I Internacional, deu-lhe extraordinria ateno. Em sua obraA Guerra Civil em Franadefiniu-a como, o governo operrio, a forma finalmente descoberta na qual se pode finalmente realizar a libertao econmica do trabalho, a forma determinada da repblica que devia eliminar no s a forma monrquica da dominao de classe, mas tambm a prpria dominao de classe.

Prossigamos com Lnin, ainda em sua obra,O Estado e a Revoluo. Tambm nela, Lnin expe as anlises de Marx sobre a experincia da Comuna e as explicaes adicionais de Engels. Vejamos: a qual correo do programa domanifestoa Comuna levou Marx a fazer? Marx julgou que, a Comuna havia provado que a classe operria no podia se limitar a tomar conta da mquina do Estado que montara a burguesia e p-la em funcionamento. Era necessrio classe operria demolir a mquina do Estado. Esse era o conceito e o prprio fundamento de uma revoluo verdadeiramente popular no continente europeu. Lnin afirmava sobre esse ponto;

Na Europa de 1871, o proletariado no constitua a maioria do povo em nenhum pas do continente. A revoluo popular que arrasta verdadeiramente a maioria para o movimento s podia ser popular englobando tanto o proletariado quanto o campesinato. Ambas as classes constituam ento o povo. Ambas as classes esto unidas porque a mquina do Estado burocrtico e militar as oprime, as esmaga, as explora. Quebrar est mquina, demoli-la tal verdadeiramente o interesse do povo, da sua maioria, dos operrios e da maioria dos camponeses, tal a condio da livre aliana dos camponeses pobres e dos proletrios, e sem tal aliana a democracia instvel e a transformao socialista impossvel.

O TOTALITARISMO STALINISTA

O governo de Stalin foi marcado pela represso poltica aos dissidentes comunistas e, na esfera da economia, pelos planos quinquenais, que substituram a NEP a partir de 1928. Esses planos estabeleceram metas e mobilizavam os recursos da nao para atingi-los no prazo estipulado de cinco anos. Isso implicava rgida planificao central e alto controle do Estado sobre a economia. Depois da morte de Lenin e da morte de Trotsky, o poder sovitico perdeu suas caractersticas revolucionrias iniciais. Com a ascenso de Stalin, o Estado sovitico passou a ser formado por um grande nmero de funcionrios, que integravam uma burocracia privilegiada e autoritria. Era essa burocracia que determinava os objetivos e os mtodos da planificao econmica. O primeiro plano quinquenal entrou em vigor em 1928 e tinha como metas a rpida industrializao e a completa coletivizao das terras. Essa linha de orientao foi seguida tambm pelo segundo plano quinquenal (1933-1938) e pelos que vieram depois. No plano poltico, o governo de Stalin se caracterizou pelo esmagamento dos sovietes como rgos de representao operria e pela violenta perseguio aos que esboavam qualquer oposio a seu poder.Repressivo e totalitrio, o socialismo estatal-burocrtico de Stalin na prtica foi a negao dos ideais de Marx e dos primeiros pensadores socialistas. Porem a tambm de se lembrar o momento histrico na qual Stalin governou. E com suas palavras no se faz nem um omelete sem quebrar os ovos

Snteses das caractersticas stalinistas

Ditadura burocrtica do regime de partido nico;Centralizao dos processos de tomada de deciso no ncleo dirigente do Partido;Burocratizao do aparelho estatal;Completa eliminao de quaisquer formas de oposio;Culto personalidade do(s) lder(es) do Partido e do Estado;Intensa presena de propaganda estatal e exacerbado nacionalismo;Censura aos meios de comunicao e expresso;Perseguio das religies e igrejas estabelecidas (ver: Atesmo marxista-leninista);Coletivizao obrigatria dos meios de produo agrcola e industrial;Militarizao da sociedade e dos quadros do Partido. Militarizao da sociedade e dos quadros do Partido.