Lembra meu caro, quando nos vimos pela primeira

vez? Você tinha apenas três

meses de idade.Foi amor a primeira vista.Eu, porém lhe causei uma

grande dor, pois, o separei de seus pais, irmãos e

amigos. Carreguei-o no colo e levei-o para a

nossa casa.

Sei que, no começo você estranhou um pouco, mas devagar foi se soltando, correndo, brincando de

esconde-esconde.Lembra?

Foi tão bom aquele tempo, não foi?

Não havia tanta violência como hoje,

podíamos andar à vontade.E você foi crescendo,

crescendo, e se tornou adulto.

Hoje você tem catorze anos, próximo aos quinze.

Já esta um pouco mais vagaroso, não tem a mesma

desenvoltura de antes, é verdade, porém continua matreiro, como sempre,

Ainda brincamos, de vez em quando,

de esconde-esconde.  Mas o nosso espaço, então, é menor, e você me encontra

logo.

Há pouco tempo atrás você nos causou

uma grande preocupação. Que susto! Que dor!

Por ser muito comprido, teve problema de coluna e ficou

totalmente paralítico, sem qualquer movimento.Seus olhos lacrimejantes

suplicavam-me que fizesse alguma coisa.

O médico não conseguia resolver o “seu” problema...

e muito menos o ”meu” também.

Como poderia ficar tranqüilo diante

do seu sofrimento?Mudamos os medicamentos.

Uma sonda extraiu-lhe a urina

e sugou-me a alma.Uma injeção perfurou-lhe a

veia e sangrou-me o coração.

E o milagre aconteceu.Num breve espaço de cinco

dias as agulhinhas da acupuntura lhe devolviam os

primeiros movimentos e despertavam nos meus

lábios o esboço de um suave sorriso.

A alegria voltava ao lar.

Mas enquanto a sua saúde entrava pela porta a vida nos

escapava pela janela..Perdemos uma pessoa muito

querida.Você ficou triste e eu me

tornei infeliz.Mentimos para nós dois que

éramos fortes. 

Camuflamos os sentimentos para nos protegermos da solidão. Disfarçamos as

lágrimas para nos pouparmos da angústia.Eu e você sofríamos a

mesma saudade e dissimulávamos o mesmo

soluço.E nos unimos no

companheirismo, no respeito, na compreensão e

no silêncio.Fomos atados pela mesma

dor.Logramos superar as adversidades da vida.

Agora, quando me aparto de você levo o seu olhar suplicante a me dizer:

- “Não demore...Não posso mais suportar a solidão. Não me imponha outra partida”...E, então, eu volto correndo

para me agarrar ao seu amor.E, cada vez mais, me

constranjo em afastar-me de você.

Cada vez mais me prendo ao seu destino.

A cada novo encontro é uma festa de carinhos. É uma algazarra de atenções.E continuamos a nossa

brincadeira de esconde-esconde. Mas agora, somos, eu e você, a nos esconder da

vida. 

É preciso que o mundo saiba desse nosso relacionamento.

É preciso que as pessoas entendam que existe a

possibilidade de união entre seres que se dependem. 

É preciso que os seres vivos se unam no

mais sublime dos sentimentos - o amor.Mas neste mundo hostil  a

humanidade é adversa.

Quem nos entenderá?Uns serão indiferentes,

outros aprovarão, muitos ridicularizarão, e a maioria

jamais compreenderá o significado desta afeição.

Não importa!

Mas se, em algum momento, alguém, lendo estas linhas, se

enternecer com a nossa história... 

Se existir um coração, em algum lugar, que compartilhe

deste sentimento...

Ou, se apenas um breve sorriso de carinho brilhar nos

olhos emocionados de qualquer criatura sensível...

Então nós diremos:-

VALEU A PENA ESTA HOMENAGEM AO AMOR...Porque... 

EU TE AMO MEU GRANDE AMIGO CHOLO !!!

CRÉDITOSMENSAGEM: MEU MELHOR AMIGOAUTOR: RODRIGUEZFORMATAÇÃO: SILVEIRAVMÚSICA: AMIGOINTERPR ETE: MILTON NASCIMENTO