LELIS, Isabel; NASCIMENTO, Maria - O Trabalho Docente No Século XXI

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  • Gabriel SantosA autora inicia o texto salientando a importncia da escola como espao de uma ao educativa formalizada, contudo aponta para uma observada necessidade de debate, j em curso, e mudana de uma estrutura que se mantm estvel h mais de dois sculos.

  • Gabriel SantosEstados da escola: Certeza, promessa, incerteza (seria contestao?)

    Gabriel SantosAqui a autora aponta para alguns problemas que se tm encontrado e fazem parte do repertrio da chamada 'crise da escola': A falta de adequao aos desafios impostos pela revoluo tecnolgica atual e s novas formas de consumo de conhecimento que ela inaugurou. E a falta, ou nenhum, dilogo entre a escola e a cultura dos indivduos que nela so ensinados, o que lhe confere um carter excludente e homogeneizador.

    Gabriel SantosA autora passa a expor as posies a respeito do atual formato da escola, como ela apreendida e criticada. Citando Dubeu, explicita o ponto de vista daqueles que acreditam na falncia da escola. J, na apresentao do contraponto, cita Candau, que afirma que a escola precisa, antes de mais nada, ser revista, reconstruda, para que possa fazer jus ao potencial de interao que ela possui, criando espaos de convivncia e construo de diversos saberes.Ao expor seu prprio ponto de vista a respeito da questo levantada, a autora cita Prez Gmez, procurando salientar o potencial de dilogo entre o que ela chama de cultura crtica e os diversos "conhecimentos e culturas" que se "cruzam" no espao escolar.

  • Gabriel SantosPara Koff, a reinveno da escola passa por um profundo debate sobre os problemas que a escola enfrenta atualmente, visando no apenas o 'know how', o meio pelo qual se leva a cabo o ensino, mas toda a instituio, tornando-a mais aberta s mudanas socioculturais e realidade dos alunos. Segundo a autora, necessrio "colocar em debate o modo de viver a prtica educativa", ou seja, todo o 'ecossistema' escolar, visando um maior aproveitamento do seu potencial. Assim, pela necessidade da adoo de uma metodologia, a autora opta pela prtica de projetos pedaggicos, justamente pela proposio que esses trazem de "reinventar 'os modos de' conceber e fazer a escola.

  • Gabriel SantosApresentao dos referenciais metodolgicos: Observao, coleta de dados e sntese. Bem como fixao de objetivos.

  • Gabriel SantosTomando por referencial terico as observaes de Hernandes e Ventura, a autora afirma que a metodologia por projetos parte de uma perspectiva globalizante da relao ensino-aprendizagem que se configura pela conexo entre os conhecimentos adquiridos tanto por alunos como por professores. A partir dessa perfeio, os projetos de trabalho so vistos pelos autores citados como uma forma de flexibilizar a aplicao desse entendimento do ensino.Por conta disso, o potencial de interdisciplinaridade contida nos projetos, que destacaram ainda mais a face "globalizante e relacional" do conhecimento que se adquire, salientada por Koff como uma parte importante no processo de ensino e da reorganizao do processo escolar, melhor dizendo, da escola em si. Da mesma forma, o protagonismo oferecido aos alunos nessa modalidade pedaggica faz com que surja um maior interesse da parte deles para com os contedos apresentados.

    Gabriel SantosDa perspectiva da autora, os projetos de investigao se configuram numa metodologia que engloba todos os aspecto tericos apresentados anteriormente por ela, de forma a explorar o potencial de interconexo de conhecimentos, sejam eles eruditos ou culturais.

    Gabriel SantosA escola alvo da observao construiu uma metodologia com base em projetos de investigao que visava alcanar uma integrao entre o conhecimento (formal, erudito) e as prticas de interdisciplinaridade e socializantes, visando a educao e formao de um indivduo que pudesse se configurar autnomo, solidrio e agente histrico dentre a sociedade que o circunda.

  • Gabriel SantosEm princpio, segundo as observaes da autora, a implantao da nova metodologia no se deu sem as relaes tenso/conflito e embates/confronto. Isso visto que a falta de adaptao aos novos padres implantados pela escola, que por sua vez os adotou como resposta, em um primeiro momento, aos desafios hodiernos e a necessidade de avanar da escola em elao aos antigos mtodos, e em um segundo momento, pela recomendao do MEC de uma metodologia que privilegiasse a interdisciplinaridade e a contextualizao dos conhecimentos.Assim, os que no se adaptaram aos novos mtodos acabaram por se desligar da escola. Algo muito interessante apontado pela autora o fato de que, mesmo que em princpio, as mudanas tivessem um carter de horizontalidade, com a aproximao dos professores das novas diretrizes e a valorizao do trabalho conjunto (inclusive com honras remuneradas para o desenvolvimento conjunto das novas metodologias), o trabalho adquiriu um carter mais horizontal, fomentando entre os professores a percepo de que tal modelo deve ser sempre aperfeioado, sem perder de vista a construo coletiva.

  • Gabriel SantosKoff identifica que, embora haja uma unidade terica entre os professores, coordenadores e direo, h no exerccio da prtica vises que se afastam, se aproximam e, por vezes, at divergem. Isso demonstra, na minha opinio, que mesmo um dado objetivo na aplicao de um referencial terico, passa por diversos caminhos. E talvez, a aplicao de projetos seja um meio ideal para tal, por possuir grande flexibilidade.

  • Gabriel SantosInterrogando o porqu da nomenclatura "projeto de investigao" a autora conclui que a inteno do mtodo aplicado pela escola Amanhecer visa uma aprendizado contnuo e desafiador, que leve o aluno ao protagonismo do mesmo e, alm disso, possa se beneficiar das relaes laterais do processo como forma de aprendizagem indireta.

  • Gabriel SantosA autora tambm detecta diferenas na forma de conceber a metodologia por parte dos professores. Contudo, mesmo nesse contexto, ficou claro que a intencionalidade era a formao plena do aluno, fosse pelo estudo temtico, englobando diversas matrias, fosse pelo interdisciplinar, mantendo as diferenas entre as mesmas "salientes". Contudo, havia a unidade de pensamento quanto a integrao do ensino em torno da metodologia observada. Assim "os projetos no Amanhecer, tal como so 'anunciados' pela maioria de sua equipe, valorizavam sim uma reorganizao curricular na perspectiva da integrao, sem, contudo, romper com a base disciplinar"

  • Gabriel SantosA elaborao do projeto se dava de forma a englobar a maior gama de contedos/disciplinas possveis dentro da temtica a ser abordada. Isso tendo como referencial o definido pelos professores e as sugestes dos alunos. Nesse contexto era construdo o mapa conceitual, no qual os professores buscavam associar a maior quantidade possvel de contedos aos subtemas que seria tratados, ou temtica geral.Nesse modelo, a autora observa que, quanto mais se extrapolasse os limites de dada especialidade dentro do projeto, maior seria a possibilidade de integrao.

    Gabriel SantosFase de transio, hibridizao

    Gabriel SantosA dificuldade de uma abordagem mais 'radical' em uma metodologia de projetos estaria, segundo a autora, na demanda social da atual organizao do ensino e da realidade escolar. A demanda pela contratao por professores, que so formados dentro de sua especializao, e a demanda por assuntos divididos em disciplinas para o vestibular/Enem, faz com que tal abordagem 'avanada se torne um pouco mais difcil. Contudo a metodologia utilizada dentro da lgica de projetos apontada pela autora como concebvel e facilitada pelo uso da mesma.

  • Gabriel SantosA metodologia adotada propiciava no apenas aos alunos, o protagonismo do seu aprendizado, um maior comprometimento com o mesmo e uma relao ensino-aprendizagem mais flexvel, mas tambm levava aos professores a rever os imites de suas prprias disciplinas, fazendo com que eles tivesses que repensar o contedo escolar e a forma como ele interagia entre as vrias disciplinas no decorrer de um projeto.

  • Gabriel SantosPor fim a autora expe posies pr e contra a reorganizao da escola e do ensino atravs da interdisciplinaridade. Enquanto o os autores a favor salientam a democratizao e aproximao do aluno da escola e do professor ao aluno, os que discordam afirmam que o uso das disciplinas no currculo escolar deve ser mantido pela organizao que as mesmas conferem. A autora conclui reafirmando sua convico de que uma metodologia de projetos a melhor forma de se reconstruir a escola, fazendo com que ela se torne mais integrada com a sociedade, formando indivduos mais conscientes, democrticos e sem preconceitos. Mesmo porque, para Koff, tal modelo educacional se constituiria em uma forma de dinamizar a prpria profisso do professor, levando a esses profissionais a oportunidade de flexibilizar seus conhecimentos de forma mais prxima sociedade.Conclui a autora que o mtodo adotado pelo Colgio Amanhecer incompleto e ainda est buscando novas perspectivas. Ainda assim, para ela, isso seria um fator positivo pois confere a escola um dinamismo que a levaria a se adaptar, mantendo-se sempre em movimento, assim como a atual era da informao.