Leitura 2011|2012 - AERT3...nos jovens o espírito da cria-ção e da inovação baseado no...

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F1 nas escolas a atrair os jovens para as tecnologias Numa altura em que se torna opcional a Educação Tecnológica destacamos um desafio que pretende incur nos jovens o espírito da cria- ção e da inovação baseado no conhecimento dos con- ceitos da sica, das tecnolo- gias e do design. pág. 6 Leitura sem dogmas 2011|2012 Ano XV nº2 1ª Tiragem Escola Secundária de Rio Tinto Luís de Camões 1524|1580 pág. 12 Parlamento Europeu dos Jovens Mais um encontro de jovens num exercício de cidadania e democracia em que se desenvolve a capacidade de negociação e argumentação e se toma contacto com ou- tras ideias e culturas. pág. 7

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F1 nas escolasa atrair os jovens para as tecnologiasNuma altura em que se

torna opcional a Educação

Tecnológica destacamos um

desafio que pretende incutir

nos jovens o espírito da cria-

ção e da inovação baseado

no conhecimento dos con-

ceitos da física, das tecnolo-

gias e do design.

pág. 6

Leiturasem dogmas

2011|2012Ano XV nº2 1ª Tiragem

Escola Secundária de Rio Tinto

Luís de Camões1524|1580 pág. 12

Parlamento Europeu dos JovensMais um encontro de jovens

num exercício de cidadania

e democracia em que se

desenvolve a capacidade de

negociação e argumentação

e se toma contacto com ou-

tras ideias e culturas.

pág. 7

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Editorial Luísa Pereira, diretora da ESRT

“É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfei-çoamento da humanidade.”Emmanuel Kant

As comunidades educativas vivem uma incessante procura de uma política educativa capaz de otimizar resultados, sucedendo-se os para-digmas que, à vez, vão acentuando métodos e princípios organizacionais, cada qual como o mais eficaz.Esta preocupação acentua-se tanto mais quanto os meios se revelam escassos e as necessidades múltiplas e diferentemente tratadas pelos vários interessados, numa perspetiva multidimensional e abrangente que tem a sua centralidade na escola.Dizem-nos que não basta sermos efi-cientes perante uma crescente competi-tividade que nos impõe obter resultados que são ampla e minuciosamente escrutinados, produzindo-se seriações de mérito de duvidoso rigor científico.As últimas décadas ensinaram-nos que a promoção de inovações nos estabelecimentos de ensino é uma tarefa complexa e controversa, rele-vando que as escolas que são capazes de utilizar os dados recolhidos para assumir a renovação são mais efica-zes e melhoram mais rapidamente.Parece não ser passível de contes-tação que os processos de melhoria terão de ser baseados nos dados resultantes de avaliações genéri-cas, sistemáticas e continuadas, integradas num novo paradigma de política educativa e da inovação que defende um novo equilíbrio entre as pressões externas que estimulam a melhoria com a necessária auto-nomia escolar onde os processos de ensino e de aprendizagem consti-tuem os focos da mudança.

De mãos dadas Susana Carrilho

Somos um grupo de alunos do 10º ano da ESRT e fazemos parte de um projeto/concurso solidário, da região Norte, “Energia com Vida, faz a diferença”, cuja entidade promotora é a EDPgás.O principal objetivo deste projeto é melhorar a qua-lidade de vida na nossa região, tentando minimizar alguns dos seus problemas, tais como, pobreza e fome, sustentabilidade ambiental, população sénior, desemprego, entre outros.O nome da nossa equipa é “De Mãos Dadas”, porque acreditamos que todos juntos podemos fazer a diferença.No ano passado, escolhemos o tema “Pobreza e Fome” e desenvolvemos várias atividades ao longo do ano, com bastante sucesso visto que, no final, a nossa equipa assim como a nossa Escola foram distinguidas como “Escola Solidária 2011” entre 89 escolas dos distritos do Porto, Viana do Castelo e Braga em concurso.Este ano, decidimos continuar o projeto com o mes-mo tema para que a nossa freguesia continue a ser ajudada nesta área tão problemática. Nesse sentido, já organizámos uma recolha de bens alimentares, que foi doada à Obra ABC no dia 20 de dezembro, colaborámos e dinamizámos, no dia 9 dezembro, o “Dia Solidário”, organizado pela Junta de freguesia de Rio Tinto, na nossa Escola, apresentámos o nosso trabalho ao D. Manuel Clemente durante a sua visita à nossa escola no dia 10 de fevereiro, dinamizámos um concerto solidário com o Coro Vox Populi cujos fins lucrativos foram doados à Associação dos Ami-gos Padre Moura, de Baguim do Monte, e promove-mos o dia da fruta, no dia 1 de março, dando fruta a todos a toda a comunidade educativa.Como sentimos que podemos ajudar ainda mais pessoas com este ou com outro tipo de dificuldades, decidimos escolher um novo tema - “População Sénior”. Com este tema, pretendemos alegrar um pouco as vidas desta geração, reduzindo a sua soli-dão e isolamento, através da realização de algumas atividades no Centro Social da Junta de Rio Tinto. Acreditamos que podemos aprender muito e trocar alguns sorrisos com aqueles que tanto deram já e que tanto têm tanto para dar ainda. Neste âmbito, já realizámos algumas atividades, nomeadamente elaboração de fatos de Carnaval, desfile de carnaval e baile de Carnaval para os idosos da CCJFRT, de 14 a 17 de fevereiro.Ao longo do ano letivo, iremos continuar a realizar atividades nos dois âmbitos, “Pobreza e Fome” e “População Sénior”.

http://www.facebook.com/DeMaosDadasESRT?sk=info

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Plantas e livros... ...uma parceriaA equipa da Biblioteca

De 19 a 23 de março decorreu no Centro de Re-cursos da nossa escola a Feira do Livro e a Feira de Plantas que, como já é tradição, ocorre na última semana de aulas do 2º período.A Feira do Livro é uma oportunidade privilegiada de abrir a Escola ao contexto. É muito mais do que uma venda de livros. Aliás, quase se poderá dizer que o LIVRO é um pretexto que nos ajuda a “ler” outras realidades - próprias e de fora. Além de termos em banca umas centenas de livros a preços mais reduzidos, e umas quantas plantas a lembrarem-nos que o conhecimento tem de ser pluri-disciplinar, contamos com uma série de conferências que nesta edição sublinhou a atividade jornalística, com duas palestras - uma com o fotojornalista Paulo Pimenta do jornal “Público“ e a segunda com o jorna-lista Jorge Maia do jornal desportivo “O Jogo”. De outros temas falaram a Dra. Cristina Caldas, pro-fessora da Escola que animou uma sessão de diálogo com os alunos sobre o seu livro ”Para quê Esconder?“, o Professor Doutor Álvaro Domingues que a propó-sito do seu livro “Vida no Campo” desafiou a olhar a “paisagem” que temos à nossa roda; no mesmo dia o Dr. Antonino Jorge, antigo professor da Escola, veio apresentar-nos o seu livro “A Fritada, um conto de Abel Botelho”. As conversas à volta dos livros conclui-riam com a Marta Neves, uma estudante universitá-ria, apresentando o seu romance “Para a Eternidade”.A Feira foi também um momento de mostrar a “pra-ta da casa”, sobretudo na tarde da inauguração em que se apresentou pela primeira vez o “Coro da Es-cola Secundária de Rio Tinto”. Contou-se ainda com a participação de alunos como a Mafalda Pedro, a Ana Catarina Pinto e a Diana Cunha que tocaram e cantaram, ajudando a animar esta festa. Na mesma sessão também ficamos a conhecer os premiados deste ano do concurso de poesia “Windows of the heart” e do concurso de Tradução. Porém, a inaugu-ração da Feira não podia terminar sem ser lançado, como já vem sendo hábito, mais um número da “Re-vista de Filosofia” e outro da “Revista de História”. Ainda com a “prata da casa”, foi feito o atendimento da Feira propriamente dita. Os alunos dos cursos profissionais de turismo, selecionados e escalados em pequenos grupos foram rodando e orientando os interessados nos diferentes produtos em venda.Como fica patente, foi uma semana bem preenchida em qualidade e diversidade de oportunidades para ampliar horizontes e saberes.Encerrou-se a Feira do Livro (na 10ª edição) e o se-gundo período letivo de 2012. Resta-nos desejar que se repita e melhore em 2013 …

Visita Solar do Cinema em Vila do CondeEmanuel Gonçalves 11ºP

Partimos da Escola às 9 horas, a turma do 11º P com outra turma de 12º ano do Curso Profissional Técnico de Multimédia. Demorámos quarenta e cinco minutos para chegar ao Solar do Cinema em Vila do Conde. Quando chegámos, aguardámos que viesse alguém para dar início à nossa visita de estudo. Então começámos por ver as máquinas antigas de projeção de cinema, assistimos à exibição de umas pequenas animações e explicaram-nos como foram criados esses filmes. Conversámos com os autores que realizaram o filme de animação “O Sapateiro” e explicaram-nos como imaginaram e construíram a storyboard, como o filme foi comercializado e res-ponderam a perguntas que nós fizemos. Este filme tem muita qualidade, pois recebeu já um prémio.No final da visita foi-nos proposto um pequeno desafio que foi encontrar alguns coelhinhos coloca-dos em vários pontos de uma sala. Eu encontrei logo três, foi fácil e fiquei logo muito bem-disposto, pois comi logo os três.Esta visita foi realizada no âmbito da disciplina de História da Cultura e das Artes.

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Corta-Mato Pedro Ferreira 8ºC

No passado dia 25 de Janeiro de 2012 realizou-se na Quinta das Freiras o corta-mato escolar da escola Secundária de Rio Tinto, participaram vários alunos de diferentes idades.Estava um dia meio chuvoso mas mesmo assim os nossos campeões correram, sim, porque todos os que participaram merecem ser chamados campeões.A primeira prova começou às 9 horas e 30 minutos e começou com os infantis B femininos que deram uma volta ao percurso. A vencedora foi Ana Sousa do 7ºC.De seguida, começou a prova dos infantis B mas-culinos que também tiveram de dar uma volta ao percurso. O vencedor foi Mário Rego do 7ºA. Os iniciados femininos foram logo a seguir, a vencedora foi Maria Bonito do 9ºA.Depois partiram os iniciados masculinos, o vencedor foi Pedro Ferreira do 8ºC. Os juvenis femininos cor-

reram logo depois dos iniciados masculinos, a ven-cedora foi Ana Aguiar do 10ºG. De seguida, partiram os juvenis masculinos, o vencedor foi André Pereira.Os juniores femininos começaram com uma enorme rapidez, a vencedora foi Rita Guedes do 12ºE. Os ju-niores masculinos pareciam “cavalos” à partida, e, no final, houve um grupo de cinco alunos que começou a andar e acabou a andar com a bandeira de Portu-gal numa mão e um dinossauro de peluche colorido noutra, o vencedor foi Cristiano Sousa do 11ºR.Todos os que ficaram até ao 6º lugar, incluindo o próprio de todos os escalões, foram convocados para o corta-mato distrital.No dia 11 de Fevereiro de 2012, os referidos alunos foram convocados para a prova distrital, mas nem todos compareceram; esta realizou-se no Parque da Rabada em Santo Tirso.Os alunos da ESRT ficaram bem classificados: houve dois prémios para a escola: 1º lugar de juvenis mas-culinos, que foi para o André Pereira e o 3º lugar que ficou na equipa de juniores femininos.No final da prova distrital de André, o LSD fez-lhe as seguintes perguntas: “Como te sentes ao vencer o corta-mato distrital e passares à Nacional?” e “Quais são os teus objetivos para a Nacional?”Ele deu-nos as seguintes respostas: “Foi bom, foi uma corrida fixe, senti força no fim, ganhei e foi uma vitória como há três dias não tinha ganho. Os objetivos para a Nacional são ganhar e tenho que ganhar, e não tem que ser uma medalha, mas estou confiante que ganho!”Esperemos que o André consiga um bom lugar na Nacional.

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jovens e redes sociais A ESRT começou a dinamizar o Programa Parlamen-to dos Jovens no mês de outubro, divulgando temas e apelando à participação de todos. As inscrições ficaram aquém do desejado mas a justificação pa-rece prender-se com a carga horária dos alunos e a pressão dos resultados.No dia 16 de janeiro, pelas 10:00, no Pequeno Auditório, a deputada da AR Dra. Margarida Almeida dinamizou na escola uma sessão, destinada a alunos de ensino básico inscritos no Programa. Subordina-da ao tema “ Como podem as redes sociais contri-buir para combater a discriminação”, a sessão que contou com a assistência e participação da turma L de 10º ano e respetiva professora de Geografia. No dia 23 de janeiro, pelas 10:00, a deputada da AR dra. Isabel Santos proferiu uma palestra subordina-da ao tema “Redes Sociais: participação e cidada-nia”. Participaram nesta sessão todos os candidatos a deputados e três turmas de ensino secundário e professores acompanhantes.As referidas deputadas fizeram uma abordagem genérica aos moldes de funcionamento do Parla-mento, nomeadamente a constituição deste órgão, a representatividade dos vários partidos políticos, a intensa atividade desenvolvida pelas múltiplas co-missões e sessões do plenário bem como o processo de elaboração e preparação de leis, a que se seguiu uma breve simulação de sessão parlamentar.Com o powerpoint, que nos foi deixado, fez-se um novo ppt com fotografias das sessões para divulga-ção do Programa no ecrã do átrio da escola.Este projeto conta com a coordenação da professora Emília Reis e co-coordenação dos professores José Carlos Sousa e Nazaré Alves e mobilizou um total de 50 alunos distribuídos por listas que se apresenta-ram a sufrágio, em contexto escolar, com propostas de medidas potenciadoras da utilização das redes sociais quer no estímulo à participação juvenil na vida política, quer no combate à discriminação.No dia 26 de janeiro, após um período de campa-nha eleitoral, os alunos inscritos participaram no processo de votação com vista a escolher os Jovens Deputados à Sessão Escolar. Foram eleitos 12 Depu-tados do Ensino Secundário, entre 3 listas concor-rentes e 10 do Ensino Básico, das 2 listas formadas. A referida Sessão realizou-se no dia 27 de janeiro, a partir das 14.30.Os jovens Deputados eleitos apresentaram, discuti-ram e votaram as propostas, tendo daí resultado o Projeto de Recomendação da Escola. Seguiu-se a vo-tação para a eleição dos Deputados Representantes da Escola à Sessão Distrital. Apurados os resultados, foram eleitos, como efetivos, Jéssica Filipa Resende e Ricardo Conde Gonçalves pelo Básico e, pelo Se-cundário, Lia da Rocha Ferreira e Luís Marta ; como suplentes, Tânia Filipa Silva e Joana Costa. Candida-tou-se à mesa da Sessão Distrital Cátia Ferreira .

Redes sociais, amor ou ódioDjanira Só 11ºL

Não há como negar que a tecnologia trouxe um grande avanço para a vida das pessoas e, claro, 2010 foi o ano das redes sociais!Estas tornaram-se uma forma de socialização das pessoas e do mundo. Fazem parte do nosso quoti-diano, tornando-se numa forma de comunicação e expressão. Através das redes sociais podem ser divulgados trabalhos artesanais, vídeos, propostas de trabalhos, músicas; pode fazer-se troca de impressões sobre diferentes culturas, experiências e de opiniões; as mesmas redes sociais podem até proporcionar en-contros entre amigos e familiares. Podem ser usadas na promoção de uma empresa, na aproximação de um político aos seus eleitores ou de um pastor aos seus fiéis. As redes sociais ainda podem desempe-nhar uma função solidária através da dinamização de campanhas de doação de medula óssea, por exemplo, ou de recolha de alimentos para quem deles mais precisa.Apesar de todas as vantagens anteriormente refe-ridas, as redes sociais apresentam desvantagens, fazendo a exposição das nossas preferências e costu-mes, contribuindo para o aumento de crimes vir-tuais e permitindo o acesso a informações pessoais e fotografias para sítios mal intencionados. Com as redes sociais, ainda estamos sujeitos a ser roubados por um hacker e/ou a ver o nosso nome associado a falsas mensagens. Ainda podemos ser vítimas de mensagens ofensivas e desrespeitosas, mas a pior desvantagem é a dependência que as pessoas criam em relação às redes sociais e a falta de noção entre o mundo real e o mundo virtual.Quer as amemos, quer as odiemos, elas vão con-tinuar a conviver connosco. Assim sendo, vamos pugnar para que sejam utilizadas da melhor forma.

Os trabalhos decorreram da melhor forma graças, em primeiro lugar, à forma como a Direção acari-nha esta ideia, em segundo, à qualidade das nossas instalações e serviços, nomeadamente do Centro de Recursos e Reprografia, e, por fim, ao empenhamen-to de professores e alunos envolvidos.Os Jovens Deputados eleitos assumiram a tarefa que lhes foi confiada, comprometendo-se a preparar a apresentação dos Projetos de Recomendação nas Sessões Distritais.

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F1 nas escolas Decorreu no passado dia 10 de abril no Centro Multimeios de Espinho a final regional do desafio F1 nas escolas organizada pelo CTCP - Centro Tecnoló-gico do Calçado de Portugal e pelo Catim - Centro de apoio à Indústria Metalomecânica. O LSD esteve presente e pôde apreciar o ambiente de saudável competição que se vivia.Esta iniciativa pretende envolver os jovens na esfera da tecnologia e engenharia, criando um ambiente de aprendizagem divertido e estimulante.Este desafio consiste no desenvolvimento de um carro de Fórmula 1, recorrendo à utilização de software CAD/CAM para a sua modelação tridimen-sional virtual e que é posteriormente construído em madeira de balsa e, literalmente, posto a correr.Os carros atingem uma velocidade de cerca de 60km/h e correm lado a lado em duas pistasMas a iniciativa não se fica por aqui. Pelo seu caráter multidisciplinar leva os jovens dos 9 aos 19 anos a criar uma equipa, a definir a sua identidade, reunir patrocínios, gerir orçamentos.Os participantes são equipas constituídas por 3 a 6 elementos em que cada um tem um determinado papel. O LSD teve a oportunidade de entrevistar a Ana Pereira, team manager da equipa runFaster que participou este ano pela primeira vez e ganhou o Prémio Rookie - Inovação.

Repórter - Olá! Parabéns pelo prémio. Que tal é ser a única equipa completamente feminina em prova?Ana Pereira - Obrigada. É estranho, porque há muitas equipas só de rapazes e julgo que a nossa presença vem contrariar a ideia de que os rapazes é que “brincam com carrinhos”...R - Mas na verdade não andam a “brincar com carri-nhos”, pois não? Como foi que chegaram aqui?AP - Bem, para ser sincera, com muita dificuldade. Hou-ve equipas que começaram a trabalhar logo no início do ano letivo e a nossa só se constituiu cerca de dois

meses antes da final regional, quando tivemos conhe-cimento deste desafio. E por isso tivemos de abdicar de muitos tempos livres, inclusivamente nas férias, para podermos estar presentes. Porque embora este projeto tenha sido desenvolvido no âmbito da disciplina de Educação Tecnológica, reunimo-nos muitas vezes com o nosso professor fora das aulas para desenvolvermos o trabalho.R - Para além da emoção da corrida, que outras expe-riências destacam?AP - A presença perante os vários júris e a obrigatorie-dade de apresentar o nosso projeto em público porque não o fazemos habitualmente. Senti o peso da res-ponsabilidade, enquanto team manager, e queríamos obviamente ter a melhor prestação possível.R - Das dificuldades que certamente encontraram e venceram, fala-nos de uma.AP - O mais difícil foi aprender a utilizar o software CAD/CAM, mas o facto de não termos computadores preparados e disponíveis, de nos faltarem espaços onde pudéssemos trabalhar durante os períodos de férias e extra aulas também dificultaram o nosso trabalho. R - Gostarias de voltar a participar neste desafio?AP - Sim, claro. Mas não sei se voltaremos a ter opor-tunidade. Os professores estão sempre a mudar de escola e não sabemos o que vai acontecer à disciplina de Educação Tecnológica. R - De que forma sentiste que este projeto vos enrique-ceu e que competências desenvolveram?AP - Aprendemos muitas coisas sobre aerodinâmica, materiais e sua utilização, sobre design e a importância da imagem e da identidade. Tivemos de aprender a estabelecer contactos com possíveis patrocinadores e apresentar ideias. E, embora o nosso orçamento fosse muito limitado, tivemos de aprender a geri-lo.Acho que ganhamos mais do que um prémio... Ganhamos uma experiência única e emocionante.R - Muito obrigado pela tua disponibilidade e espero voltar a encontrar-vos em desafios futuros.

Para mais informações visita a página www.f1inschols.com.pt

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Parlamento dos Jovens decisões europeias jovensA ESRT, representada pela delegação formada pelos alunos Bárbara Neves 11ºK, Beatriz Pinto 10ºC, João Mota 10ºI, João Rodrigues 10ºI, Lia Ferreira 10ºI, Luís Silva 10ºI, Rita Figueira 10ºC e Verónica Meneses 10º, vai participar nos dias 26-29 de abril na Sessão Nacional de Parlamento Europeu dos Jovens (P.E.J / E.Y.P.), uma organização não governamental indepen-dente, sem fins lucrativos, sem filiação partidária e com objetivos na área da Educação. Esta organização nasceu em 1987 em Fontainebleau (França) e foi criada em 1990 em Portugal. Desde então, tem sido um dínamo na promoção da dimensão Europeia na Educação. Anualmente, realiza Sessões de Seleção Regional e Nacional, Conferências e Eventos Interna-cionais, percorrendo todo o país. O principal objetivo deste projeto consiste em pro-porcionar a alunos de ensino secundário a oportuni-dade de participar numa experiência democrática, simulando uma sessão de plenário do Parlamento Europeu.

Estrutura do projetoEste projeto é constituído pelas seguintes etapas:

Teambuilding: jogos interativos que visam dar a co-nhecer os elementos do grupo e criar uma dinâmica de grupo entre os mesmos.

Committee Work: trabalho desenvolvido entre o chair, antigo delegado com experiência que tem por função moderar e dinamizar o trabalho da equipa ao longo de toda a sessão, e a delegação de cada escola com o objetivo de construir uma moção com a qual todos concordem, em Inglês, sobre o tópico do Comité e promover o debate, de modo a preparar os delegados para a defesa da sua moção e para o de-bate das restantes. As competências adquiridas neste momento, através do debate, discussão, persuasão e negociação serão essenciais aos participantes no seu futuro.

Aldeia Portuguesa: atividade com o objetivo de divul-gar e partilhar os produtos gastronómicos típicos das regiões de origem das várias delegações. Os jovens são encorajados a partilhar também aspetos culturais como, por exemplo, trajes típicos, danças e documen-tação da região.

Sessão Solene de Abertura: momento solene da sessão, que conta com a presença de várias e importantes entidades portuguesas e europeias, no qual a sessão é declarada oficialmente aberta. Nesta cerimónia, o embaixador de cada delegação deverá apresentar um texto sobre a sua escola e cidade de origem. Este discurso deverá ter o tamanho máximo de uma página A4 e ser escrito em Inglês. Os delega-dos devem usar roupa formal.

General Assembly: simulação de uma sessão de plenário do Parlamento Europeu na qual os delega-dos terão oportunidade de debater, defender e votar as diferentes moções. Os elementos das delegações deverão estar familiarizados não só com o seu tema, mas também com os restantes em debate. Os delega-dos deverão usar traje formal.Euroconcerto: atividade que pretende promover o enriquecimento cultural: um ou mais elementos de cada delegação deverá levar a cabo, em palco, uma peça musical, sketch ou número de dança, a ocupar um total máximo de 15 minutos.

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8 ∙ Leitura sem dogmas

Para onde vão os Va-lores?Vasco Paz Seixas, Técnico Superior

Inspirado pelo título da capa do livro, ocorreu-me também propor aos “meus” cronistas (do cronican-do) uma reflexão sobre: Onde é que andam as diferenças entre o bem e o mal, o feio e o belo,o justo e o injusto,o solidário e o egoísta, o tolerante e o intolerante,o sem complexos e o preconceituoso, o cavalheiro e o grosseiro, o trabalhador e o malandro, o verdadeiro e o falso;Se calhar por aí, alheados de tudo e de todos; numa confusão tremenda sempre de telemóveis encostados aos ouvidos ou de olhos fixados em computadores horas a perder a conta; em banalidades que não enri-quecem e antes empobrecem a sensibilidade e o bom senso, que nos poderiam conduzir para sermos cida-dãos minimamente bem formados… ou até vou mais longe e atrevo-me a dizer que alheados assim ou abs-traídos de tudo pela sedução das novas tecnologias da informação (ou será que deverei dizer da desinforma-ção e da deformação?!...), no futuro deixará de haver artistas, porque não veem o sol a brilhar, não sentem o vento a bater no rosto, a chuva a cair ou simplesmente o rodopiar da vida em todas as estações do ano.

Andreia Lopes 12º ano

“Para onde vão os valores?É uma boa pergunta para refletirmos. Mas, antes de mais, temos que assegurar-nos de que sabemos real-mente do que estamos a falar. Quero dizer, «valor» é uma palavra tão banalmente usada na sociedade que tenho a certeza de que ninguém põe em causa o seu conhecimento relativamente a tal conceito. Mas devia. Devíamos todos pensar bem sobre esta palavra, que, apesar de ser apenas constituída por cinco letras e ter apenas duas sílabas, implica um enormíssimo conjunto de realidades. Para partirmos da mesma base, vamos definir este conceito de acordo com quem percebe do assunto: os filósofos. Estes dizem-nos, então, que «os valores definem-se como sendo entidades virtuais; não existem na realidade, não são propriedade dos ob-jetos; são atribuídos às coisas por um sujeito. Valor

implica sempre uma relação de um sujeito com um objeto, ao qual este atribui um determinado valor. Também se apresentam como entidades ideais que representam a perfeição e o seu oposto. Os valores são guias de ação, aquilo que “põe em movimento” os comportamentos, as condutas das pessoas. Existe uma ordenação qualitativa dos valores, a que se dá o nome de hierarquização e varia de pessoa para pessoa; cada um tem a sua escala de valores que vai influenciar as suas escolhas.»Estranho, não é? Muitos acharão que sim. Quando se confronta esta definição com a «nossa», bem, nem vale a pena comentar. Analisemos, então, a desmitificação do conceito pelos filósofos: dizem--nos que é necessário que um sujeito atribua um valor a um objeto para o primeiro existir. E mais, dizem-nos que a atribuição de valores é subjetiva!!! Então agora talvez percebamos o «porquê» de existirem tantas desavenças na sociedade quando se trata de discutir valores. A realidade é que eu posso ter uma opinião relativamente aos valores de igualdade e liberdade e o meu vizinho do lado ter outra. Por isso, se ele fizer algo que vá contra as minhas «definições de valor» e eu o acusar de não ter valores, ele pode fazer exatamente o mesmo co-migo, já que, na opinião dele, sou eu que não estou a respeitar os seus valores.Digo tudo isto para tentar consciencializar as pes-soas que, quando nos apercebemos do estado caó-tico da sociedade e perguntamos «Para onde vão os valores?», não podemos estar à espera de encontrar uma resposta fácil ou objetiva para esta pergunta, porque nem ela o é. O que podemos constatar é que os valores de cada um, que se assemelham a prin-cípios intrínsecos ao indivíduo, são cada vez mais diversos do outro e acabam por guiá-los a situações diferentes, por vezes contrárias. Numa sociedade em que a tecnologia está cada vez mais evoluída, as comunicações facilitadas, o contacto com povoações de diferentes regiões pode gerar formas de pensar diferentes, que por vezes não são bem aceites pelos outros. Os valores implicam relações de oposição: só temos consciência do belo porque vimos o feio, ou do sincero porque já conhecemos o mentiroso. Mas e, então, se discordar de um amigo relativamente à apreciação de um quadro de Leonardo Da Vinci - se eu o achar desinteressante, monótono, vazio, até mesmo feio, e ele o achar dinâmico, inspirador e até mesmo bonito? Quem é «detentor do valor corre-to», nesta situação?Há toda uma diversidade de fatores relacionados com este tema, nenhum que não seja subjetivo. A pergunta inicial não admite uma resposta, mas muitas possibilidades da mesma. Porém, na minha opinião, o que importa realmente não é responder à pergunta que gerou a reflexão, é perceber o que levou à primeira e o que fazer quanto a isso. As cau-sas da pergunta penso que já estão compreendidas, resta-me colocar algumas dúvidas ao leitor para que

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tome uma atitude mais crítica quanto a isto: o séc. XXI e o seu exponencial desenvolvimento propor-cionarão a criação de novos valores? Que impacto terão a tecnociência e a mundialização nos valores e na diversidade cultural? Perante estas situações, que respostas há a dar, que valores a propor?”

Djanira Só 11ºL

Para onde vão os valores? Essa é uma pergunta para a qual procuro incansavelmente a resposta, mas sempre sem sucesso, mas ainda assim não desisti de encontrar uma resposta para toda esta calamidade e continuei a minha busca. A curiosidade e ansiedade por uma satisfação minimamente plausível era tanto que fez aumentar o número de horas dedicado às tecnologias (televisão, Internet), só para encontrar uma resposta. Este uso e abuso conduziu-me a duas descobertas, uma por via informativa e outra por conclusão própria.A primeira descoberta foi o avistamento de várias criaturas não identificadas na Patagónia a gozarem de umas luxuosas férias.Coitadinhos, bem precisam de algum descanso.A outra descoberta foi o encaminhamento dos va-lores para a reforma e não é uma reforma qualquer é a REFORMA POR INVALIDEZ, aquela para qual são mandadas pessoas já sem utilidade e infelizmente foi isso que aconteceu com os valores, pois com o passar dos anos as pessoas foram-se esquecendo dos valo-res e hoje em dia os maus hábitos controlam cada vez mais as nossas vidas e tristemente nada fazemos para contrariar a tendência, pois muitas vezes a vontade de querer obter algo consegue deixar para trás o CORRETO, ou seja, os bons valores.A corrupção dorme connosco, a burla faz parte do mobiliário de casa e os crimes violentos beijam-nos a testa. A proximidade da falta de valores é tão grande que nós nem nos apercebemos das tentações a que estamos expostos e muitas vezes acabamos por ceder às tentações, lamentavelmente.Agora para terminar, nunca devemos desprezar ou “mandar para reforma” algo, mesmo que este seja tão antigo quanto a humanidade.

Ana França 11ºB

“Mas o que se está a passar? Mas o que se passa afinal com aqueles que vivem fechados numa redoma, que perdem o amor à vida real, que se fecham no seu “mundinho virtual”? O que se passa com as crianças que deixam de brincar na rua, porque querem ficar fechadas em casa com os seus computadores? Qual é o interesse de se falar através de um ecrã, quando se poderia falar cara a cara? Será que as novas tecnologias estão a levar-nos a ser rudes, injustos, intolerantes, impacientes, preconcei-tuosos e falsos? Será que estas mudanças se estão

Mentira piedosa ou verdade nua e crua?Catarina Chaves 12ºI

A base de qualquer relação é a confiança. É com base na confiança que acreditamos na relação, seja ela amizade, amor, familiar, trabalho, ou outra qualquer.Por vezes, no caminho, aparecem certos momentos em que necessitamos de fazer uma escolha: a de contar uma mentira piedosa e o assunto “morre” ou contar as coisas tal como são, podendo isso desen-cadear uma série de situações indesejadas. Uma mentira é sempre uma mentira por mais insignifi-cante que ela pareça aos nossos olhos. Tal como já os antigos diziam: “A verdade é como o azeite, vem sempre ao de cima”! Se optarmos pelo caminho mais fácil, o de passar por cima do assunto, de facto, na altura, ele não nos aborrece, no entanto, mais tarde ou mais cedo, vai acabar por ser descoberto e as consequências serão muito maiores; se optarmos pelo caminho da verdade, sim, ele vai provavelmente criar algumas discussões, no entanto, optamos pela transparência, sinceridade e não arcamos com o peso da mentira nos nossos ombros.A verdade é sempre o melhor caminho por mais complicado que este nos pareça. Será sempre mais fácil do que uma teia de mentiras para evitar situações aborrecidas, elas fazem parte da vida, não podemos fugir eternamente.

a tornar num verdadeiro buraco negro, que nos sugam os valores como se de matéria se tratasse? Será que as pessoas estão a alhear-se de tudo o que as rodeia devido à influência de todas estas coisas relativamente “recentes”? Será isto possível? Será que estamos tão hipnotizados pelos nossos “brin-quedos” que nos esquecemos de como é bom viver? Infelizmente sim! As pessoas estão tão embrenha-das nos seus problemas e nas suas preocupações que deixam de reconhecer as coisas boas da vida, aquilo que nos deveria dar ânimo para continuar o nosso dia-a-dia… Observar a natureza e aquilo que nos rodeia! A Terra tem tantas coisas boas a ofere-cer, porque não aproveitar? Porque não parar por 5 minutos, respirar fundo, sentir a essência da vida, sentir a vida que nos rodeia? É algo a ponderar..Hoje em dia está tudo “virado do avesso” , em parte devido às novas tecnologias e ao super-consumismo, e, por outro lado, porque as pessoas pura e simples-mente deixaram de se importar com os valores, estes passaram a ser palpáveis, passou a ser “um computador novo”, ou “telemóvel novo”! Por que não há à venda doses de solidariedade, de justiça, de tolerância? Muita gente necessita de umas boas doses destes valores! Mas depende de nós, nova geração, mudar estas mentalidades e este mecanis-mo de ação, e começar a dar importância ao que é realmente importante!”

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10 ∙ Leitura sem dogmas

Sonho como entendimentoNuno Sousa 12ºH

Quer o sonho seja visto numa perspetiva científica, como Freud apresentou, quer numa perspetiva mais metafísica, como acontece em algumas culturas e tradições que acreditam que o sonho é uma forma de expansão da consciência e que possui um significado premonitório, quer mereça uma aborda-gem feita pela psicologia apenas, quer pelo próprio indivíduo, ele possui uma significância e, como tal, torna-se essencial no desenvolvimento psicossocial.Significa isto que, apesar de grande parte do ser humano não se questionar quanto à importância do sonho, seja ele de que caráter for, a verdade é que é importante, mais ainda, torna-se indispensável para a sua “humanização”, ou seja, eu creio que o sonho é soma dos princípios fundamentados quer na psi-cologia, quer na psicanálise, quer no senso comum e, como tal, é como que um reflexo “cru” do poder emotivo do Homem.Quero com isto dizer que apesar de também enca-rar o sonho como uma viagem transcendental no universo do imaginário, jornada que é estimulada e feita a partir de impulsos criativos no mundo das sensações e que a Nós é veiculada ou por livros, ou por imagens ou por sons concluindo-se assim que existe uma relação indissociável entre o sonho, o pensamento e a criatividade, eu penso que não é “aí” que o sonho acha a sua maior importância uma vez que acredito que se trata de uma carga emo-cional armazenada no nosso inconsciente e como Freud afirmava, é através dela que podemos chegar à raiz da emoção que gerou a imagem projetada. Assim, entende-se que o sonho demonstra sempre aspetos da vida emocional que se traduzem numa linguagem específica e simbólica destes, ou seja, cada sonho representa uma simbologia/significado que varia consoante o individuo que o sonhou. Sendo eu então, um adepto do conhecimento e consequentemente do entendimento, penso que o sonho é mais que fundamental não só no processo gradual de aprendizagem do ser humano como no seu desenvolvimento enquanto Homem só e Homem da sociedade, só se pode compreende algo se o conhecermos e se o entendermos é também como ser insatisfeito que o sonho adquire na vida do humano o papel de ser o motor da evolução. Em suma, o sonho não é mais que a “pior de todas as cocaínas, porque é a mais natural de todas Assim se insinua nos hábitos com a facilidade que uma das outras não tem, se prova sem se querer, como um veneno dado. Não dói, não descora, não abate – mas a alma que dele usa fica incurável, porque não há maneira de se separar do seu veneno, que é ela mesma. “

Curiosidade e desenvolvimentoNuno Sousa 12ºH

A curiosidade esteve sempre presente no universo do ser humano, mesmo sendo uma característica mais associada ao instinto animal, ou seja, a curiosi-dade enquanto emoção, nos seres vivos, engendra à exploração, à investigação, à aprendizagem fazendo com que (este) explore o universo em seu redor compilando novas informações às que já possui. Trata-se então como Eça de Queirós cita uma “ativi-dade do espírito”.Assim, e apesar do conceito de curiosidade variar em notoriedade de indivíduo para indivíduo, está presente em todos eles o que pode ter efeitos/con-sequências positivas e/ou negativas no desenvolvi-mento das sociedades.Quer isto dizer que quando a curiosidade propicia o caminho do desenvolvimento e da descoberta, como no caso de descobrir a América, quer fosse à cerca de 600 anos atrás ou na atualidade, teve e terá sempre um efeito positivo na evolução, no progresso e na transformação, isto porque, o nosso conhecimento parte da interação, da sensação e do entendimento. Assim, a partir do momento em que “descobrimos a América”, todos estes entram unís-sono. ( “como aprendemos a falar se não ouvindo os outros falarem? Como aprendemos a desenvolver o nosso raciocínio, senão em contacto com as pessoas e situações que nos mobilizem para tal?” (Amaro, 2006).Tudo isto leva ao conceito de entendimento que, por sua vez, está associado a um maleficio da curiosidade. Partindo do exemplo de escutar às portas, ou simplesmente de ouvir a conversa alheia, facilmente encontrarmos as maleitas da curiosida-de, isto porque, na maior parte dos casos, uma má comunicação, uma informação mal recebida e mal processada, impulsionam a criação de impressões e informações erradas, como o caso dos boatos, o que resulta sempre num desentendimento geral e muitas das vezes numa mentira.Pode-se então concluir que a curiosidade é um dos impulsos mais essenciais e simultaneamente mais belos que o ser humano possui, uma vez que leva a descobertas maravilhosas mas uma vez mal apli-cada a curiosidade pode ter graves consequências. Aplica-se a velha máxima é preciso “bebê-la” com moderação.

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Leitura sem dogmas ∙ 11

Faz tu mesmo Jéssica Resende 8ºC

Materiais: 1 balão, fio, cola branca, verniz, 1 tesoura e 1 alfinete

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12 ∙ Leitura sem dogmas

Entrevista

Luís de Camões Jéssica Resende 8ºC

“De Luís de Camões sabemos pouco, é certo, mas sabemos o suficiente para se não poder fazer dele outro modelo que não seja de singularidade. Pois em que padrão poderia transformar-se um homem que não estudou leis, não teve modo de vida conhe-cido, não levou nenhuma dama à igreja, não contri-buiu para o aumento da população, não pertenceu a qualquer confraria, e cuja vida é capaz de ter sido mesmo das mais desgraçadas que jamais a qualquer português letrado coube em sorte? Camões, se modelo é, convenhamos que é apenas modelo de poesia e de liberdade - e isso basta.”Eugénio de Andrade, “Quem celebra quem” in Camões, nº1, Agosto de 1980, Ed. Caminho(Comemorações do 4º Centenário da Morte de Camões)

Repórter - Muito boa noite, Luís de Camões e, desde já, muito obrigada por ter feito uma eternidade de quilómetros para dar esta entrevista.Camões - Não vos apoquenteis pois:

O tempo acaba o ano, o mês e a hora, A força, a arte, a manha, a fortaleza; O tempo acaba a fama e a riqueza, O tempo o mesmo tempo de si chora; O tempo busca e acaba o onde mora Qualquer ingratidão, qualquer dureza; Mas não pode acabar minha tristeza, Enquanto não quiserdes vós, Senhora. O tempo o claro dia torna escuro E o mais ledo prazer em choro triste; O tempo, a tempestade em grão bonança. Mas de abrandar o tempo estou seguro O peito de diamante, onde consiste A pena e o prazer desta esperança.

Repórter - Pois, o amor… mas gostaria que nos falas-se antes um pouco sobre a sua infância uma vez que continua a ser uma incógnita para nós. Sabemos que nem tudo forma rosas na sua vida e, que, por isso, amaldiçoa o dia do seu nascimento.Camões - Sim, sim…

O dia em que nasci moura e pereça, Não o queira jamais o tempo dar; Não torne mais ao Mundo, e, se tornar, Eclipse nesse passo o Sol padeça. A luz lhe falte, O Sol se [lhe] escureça, Mostre o Mundo sinais de se acabar, Nasçam-lhe monstros, sangue chova o ar, A mãe ao próprio filho não conheça. As pessoas pasmadas, de ignorantes, As lágrimas no rosto, a cor perdida, Cuidem que o mundo já se destruiu.

A lenda da Ursa MaiorDjanira Só 11ºL

Esta constelação é tão conhecida em todo mundo que muitas das civilizações lhe deram um significado especial: para os chineses as sete estrelas represen-tavam uma concha que oferecia comida nos tempos de fome até lhe chamavam «Pei to», concha medi-dora do norte; segundo os hebreus, assemelhava-se a uma gigantesca concha que media as quantidades de cereal; para os germânicos, representava uma carroça puxada por três cavalos, enquanto que para os britânicos era a biga (carro de duas rodas, movido por dois cavalos) do Rei Artur; para os egípcios, as sete estrelas representavam a imortalidade, por-que são visíveis durante todo o ano; para os índios, Cherokee as estrelas representavam um grupo de caçadores que perseguiam um urso desde o início da Primavera até ao Outono, que é quando apare-cem junto ao horizonte.

Segundo a mitologia grega, Zeus apaixonou-se por Calisto, a bela ninfa dos bosques e companheira de Artemis. Zeus ficou de tal modo encantado com a sua beleza que, para se aproximar dela, tomou as feições de Artemis. Calisto acolheu Zeus sem des-confiança mas, quando se apercebeu do seu erro já era tarde demais, e concebeu dele um filho, a quem deram o nome de Arcas. Hera, a esposa de Zeus, ficou tão furiosa que castigou Calisto transforman-do-a numa ursa. Um dia, a irreconhecível Calisto e Arcas encontraram-se. Calisto abriu os braços para abraçar o filho mas este, julgando-se atacado pela gigantesca ursa, preparou-se para a matar. No últi-mo instante, Zeus evitou a tragédia e transformou Arcas num pequeno urso, arrastando ambos para os céus. Hera, contudo, empurrou os dois para o Pólo Norte onde as estrelas são sempre visíveis - assim nunca teriam descanso. Arcturo, a brilhante estrela do Boieiro, ficou de guarda às ursas para que não se afastassem do gélido pólo.

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Leitura sem dogmas ∙ 13

Biografias

Baudelaire João, Diogo, Beatriz e Liliana 7ºA

Il s’appelle Charles Pierre Baudelaire et Il a quarante--six ans. Il est mort le trente-et-un août mille huit-cents soixante-sept en France.Il est un grand poète et critique français du XIX e. siècleIl a fréquenté le Collège Royal de Lyon et Il a fréquenté le Collège/Lycée Louis-le-Grand.

Jules VerneDiniz, Tiago e Ruben 7ºA

Je suis Jules Verne , je suis écrivain. J’ai écrit des livres comme “Tour du monde en 80 jours”. Je parle le français, l’ anglais, l’espagnol…Je suis né le 8 février 1828 et mort le 24 mars 1905.Au Revoir,Bisous.

LafontaineSara, Susana, Vânia e Nuno 7ºA

Salut! Je m’appelle Jean la Fontaine et je suis né le huit juillet mille six-cents vingt et un. Je suis poète et je vous écris des fables. Je suis français et je suis mort le treize avril mille six-cents quatre-vingt-quinze.

Ó gente temerosa, não te espantes, Que este dia deitou ao Mundo a vida Mais desgraçada que jamais se viu!

Repórter - Ah… O senhor é conhecido pelo poeta que define o amor como ninguém. Considera-se um eterno apaixonado?Camões - Oh sim, sim. Já viu como sou bonito? E além disso, como sabe, o amor produz, em cada um de nós, efeitos muito contraditórios…O amor é…

Amor é fogo que arde sem se ver É ferida que dói e não se sente É um contentamento descontente É dor que desatina sem doer É um não querer mais que bem querer É solitário andar por entre a gente É nunca contentar-se de contente É cuidar que se ganha em se perder É querer estar preso por vontade É servir a quem vence, o vencedor É ter com quem nos mata lealdade. Mas como causar pode seu favor Nos corações humanos amizade, Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

Repórter - Continua a acreditar no amor? Foi feliz no amor?Camões - Nem no amor, nem no resto. E a culpa é toda minha. Veja o que foi a minha vida toda: erros, má sorte…até o Amor me fez sofrer. Oiça, minha amiga:

Erros meus, má fortuna, amor ardente Em minha perdição se conjuraram; Os erros e a fortuna sobejaram, Que pera mim bastava amor somente. Tudo passei; mas tenho tão presente A grande dor das cousas que passaram, Que as magoadas iras me ensinaram A não querer já nunca ser contente. Errei todo o discurso de meus anos; Dei causa [a] que a Fortuna castigasse As minhas mal fundadas esperanças. De amor não vi senão breves enganos. Oh! quem tanto pudesse, que fartasse Este meu duro Génio de vinganças!

Repórter - Muito obrigada pela sua disponibilidade e boa viagem de regresso.Camões - De nada. Voltarei para o aconchego do meu lar, ao lugar sobre o qual tanto me interroguei:

Onde acharei lugar tão apartado E tão isento em tudo da ventura, Que, não digo eu de humana criatura, Mas nem de feras seja frequentado? Algum bosque medonho e carregado, Ou selva solitária, triste e escura, Sem fonte clara ou plácida verdura, Enfim, lugar conforme a meu cuidado?

Por que ali, nas entranhas dos penedos, Em vida morto, sepultado em vida, Me queixe copiosa e livremente; Que, pois a minha pena é sem medida, Ali triste serei em dias ledos E dias tristes me farão contente.

Camões - AH! Antes de partir, deixe-me fazer um pedido: diga aos seus governantes que não me apa-guem dos dias comemorativos porque ficaria muito triste. Como sabe, não fui reconhecido na morte, que o seja ao menos na morte!Repórter - Nâo se apoquente. Lá chegará o seu recado.

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14 ∙ Leitura sem dogmas

Eu vi um OVNIMaria Inês 8ºC

Não acreditam?Foi ontem, ao fim da tarde, que estacionou em fren-te da minha casa e de lá saíram três extraterrestres: dois rapazes e uma rapariga. Vi que era uma rapariga pois tinha uma flor numa das orelhas compridas e roxas; os rapazes eram azuis com orelhas igualmente compridas e dotados de poderes sobrenaturais. Eles comunicavam comi-go por telepatia, um dos poderes deles.Começámos a comunicar e a apresentarmo-nos, ficando eu a saber que vinham de Marte, e que precisavam de ajuda para voltar, porque tinham sido atingidos por um meteorito e caído na Terra, mais precisamente no meu jardim. Levei-os para casa e pu-los no sótão, porque, se a minha mãe soubesse, matava-me.No dia seguinte, já os meus pais tinham saído de casa, e eu peguei neles para virem para a minha beira enquanto eu tomava o pequeno-almoço e dei-lhes a provar os meus cereais preferidos, mas eles não quiseram; preferiam comer as toalhas sujas da casa de banho, não sei porquê, é uma grande porcaria.Acabamos de comer e fui reconstruir a nave que ficou ainda mais bonita. Eles entraram e despedi-ram-se agradecendo a ajuda, mas antes de irem substituí a flor da orelha da menina por uma rosa do meu jardim.

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Leitura sem dogmas ∙ 15Aprender Português: Porquê? Para quê?António A. Gomes da Costa, prof.

Uma Língua é o lugar donde se vê o Mundo e em que se traçam os limites do nosso pensar e sentir. Da minha Língua vê-se o mar. Vergílio Ferreira, Espaço do Invisível VMinha pátria é a língua portuguesa. Bernardo Soares, Livro do DesassossegoÉ uma realidade consabida, e não uma crítica pe-dânea, que há muito tempo andamos a maltratar a Língua Portuguesa e que a pobreza lexical da maioria dos alunos é, sem quaisquer dúvidas, confrangedora. De facto, no mundo hodierno, fala-se e escreve-se português de forma cada vez mais despiciente, contri-buindo, assim, para um aviltamento soez e doentio de uma língua que é o nosso principal património, fonte de cultura e de identidade. Devíamos, por isso, tratá-la bem, falando-a e escrevendo-a corretamente, contribuindo, todos, para a sua nobilitação.Herdámos uma língua riquíssima (que já foi língua franca no mundo), uma língua universal, língua de cultura, comunicação, negócios, turismo, um idioma para o qual os linguistas auguram um futuro risonho e que é já um das mais importantes de todo o planeta. O Português é, de momento, a 3ª língua europeia e a 6ª mais falada no mundo, uma língua de grande difusão mundial falada por cerca de 300 milhões de pessoas. É a língua mais falada no hemisfério Sul do nosso planeta e, como já predestinara Fernando Pes-soa, uma das poucas línguas universais do século XXI.Porém, uma elevada percentagem de alunos vai transitando de ano sem dominar as regras essenciais da oralidade e da escrita da nossa língua. De facto, a avaliação de conhecimentos nas várias disciplinas curriculares evidencia, para além de uma incúria caligráfica, uma inoperante gramática, um indigente vocabulário e produções textuais desarticuladas, confusas, sem concisão, traduzindo a falta de coesão e coerência textuais que se repercutem em dificul-dade de aprendizagem e, consequentemente, no insucesso escolar.Sem linguagem não há pensamento. Pensamento e linguagem, como disse Wittgenstein (1987), são uma e mesma coisa. Parece, portanto, lícito inferir destas considerações que o primeiro objetivo da aula de Português será o de promover a comunica-ção e o desenvolvimento da língua oral e escrita. É a Língua Portuguesa que veicula todo o processo de ensino/aprendizagem e, por isso, Português é, devo dizê-lo sem titubear, a disciplina mais im-portante de todas; é o fiel da balança, a grande avaliadora do rendimento escolar dos alunos. Todos os professores devem ser professores de Português, todos devem pugnar pela necessidade de salvaguar-dar e dignificar o uso correto da Língua Portuguesa. Mas compete ao professor de Português criar as condi-

ções que permitam o ensino/aprendizagem da língua, trabalhando os vários domínios (saber ouvir, falar, pensar, argumentar, etc) e, sobretudo, privilegiar a pedagogia da escrita, a meu ver o processo essencial da aprendizagem do Português. De acordo com Fonseca (1990:153), “ a aula de Português é sempre aula de língua, de linguagem, de comunicação.”A aprendizagem da língua materna, como afirma Camps (1976), é fundamen-tal, porque aprender a falar e a escrever é aprender a comportar-se como um ser humano, é adquirir normas não apenas gra-maticais e semânticas, mas também psicoló-gicas, pragmáticas e sócio-culturais. O mesmo diz Batista (2003), a propósito do Homo Cultus, quando refere que o domínio da língua materna é “aquele quid que faz do homem…HOMEM!” Como bem referiu Lorenzo Milani ( 1970:59), “Chiamo uomo chi é padrone della sua lingua.” É a língua que confere ao homem o exercício pleno da cidadania. Só é Homem quem é dominador, quem é senhor da sua língua. Segundo Wittgenstein (1987:114), “os limites da minha linguagem significam os limites do meu mun-do.” Assim, podemos afirmar que quem é limitado linguisticamente, dificilmente terá a consciência de que também é limitado em todos os sentidos.O Português, além disso, é uma língua belíssima. O notável escritor francês Valéry Larbaud, citado por Lapa (1979:14-15), após ter comparado várias línguas, concluiu que a Língua Portuguesa contém algumas das mais belas palavras do mundo. A saber: rapariga (que lhe sugere o “ruído alegre de estu-dantes, saindo da escola, na rua, às gargalhadas.”; menina (“termo encantador, com um ar antigo e afidalgado” – uma palavra de grande beleza e musi-calidade); saudade (definida como “um céu nublado entre distantes zonas luminosas.”; boneca (palavra de rara beleza, talvez só superada pelo lexema italia-no bámbola).O Português é, ainda, uma língua de cultura com uma literatura riquíssima capaz de ombrear e superar as suas congéneres europeias e mundiais. Lembro, com emoção e orgulho, Camões, Pessoa, Vieira, Garrett, Antero, Eça, Cesário, Aquilino, Nemésio, Sena, Torga, Sophia, Eugénio de Andrade, Herberto Helder, Ramos Rosa, Nuno Júdice, Saramago, Maria Velho da Costa, Lobo Antunes, Guima-rães Rosa, Drummond de Andrade, Luandino Vieira, Mia Couto e tantos, tantos outros que a necessária brevidade deste texto me impede de citar.Tendo em devida conta os postulados apresentados, creio que faz todo o sentido falar e escrever bem Português e, sobretudo, ter orgulho na nossa língua materna.

Referências Bibliográficas

Batista, Fernando Paulo do Carmo (2003): “O tratamento pré-didático do texto linguís-tico e do texto literário.” In Tributo à Madre Língua. pp. 121-144CAMPS, Victoria (1976): Prag-mática del lenguaje y filosofia analitica. Barcelona: Ediciones Península.FERREIRA, Vergílio (1998): Es-paço do Invisível V. Amadora: Livraria Bertrand.FONSECA, Fernanda Irene/FONSECA, Joaquim (1990): Pragmática linguística e en-sino do português. Coimbra: Almedina.LAPA, Manuel Rodrigues (1979): Estilística da Língua Portuguesa. Coimbra: Coimbra Editora.MILANI, Lorenzo ( 1970): Lette-re. Milano: Mondadori.SOARES, Bernardo (1998): Livro do Desassossego. Lisboa: Assírio & Alvim. WITTGENSTEIN, Ludwig (1987): Tratado Lógico-Filosó-fico – Investigações Filosóficas. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian.

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16 ∙ Leitura sem dogmas

…Para sempreVasco Paz-Seixas, Técnico Superior

O teu tempo físico,

Acabou.

Mas viverás para sempre,

Enquanto eu viver…

Porque a dor,

De não te ter por perto,

Enche-me os olhos de água

E aclara-me as visões,

Do tempo em que te tive.

Vivemos enquanto somos recordados…

À memória da minha muito querida amiga e colega de curso Dra. Isabel Maria Alves Fernandes que fale-ceu prematuramente em plena reunião de avaliação do primeiro período (22.12.2011) na Escola EB 2,3 dos Carvalhos.

Gosto tanto de ti!David Alexandre Pereira 10º A

A sua voz é linda. Ela chama por mim como as sereias chamavam por Ulisses na sua epopeia. O seu ar é sereno, humilde, despreocupado e calmo, algo de fascinante. O seu caminhar é gracioso, belo, mágico. O seu letal “veneno” depressa se espalhou por todo o meu corpo, deixando-me perdido, doido, sem fala, cego e quase imóvel. Conclusão: o que sinto é algo inexplicável, pois o amor não se define, não se caracteriza, apenas se sente e se dá a sentir. Ela é tudo: é a vida, o amor, a graciosidade, a beleza e a perfeição em forma de ser humano. Eu já lhe disse tantas vezes: “Estou apaixonado pelo doce dos teus lábios, pelo cheiro do teu perfume, pelo toque da tua pele, pelo brilho dos teus olhos e pelo ofuscar do teu sorriso’’. Mas isto não define nem um milésimo do meu amor por ela, pois não consigo defini-lo no papel. O meu pensamento ela o ocupa todo o tempo e, durante os pequenos minutos que tenho livres, eu os preencho pensando em como me expressas, mas esse tempo não me é suficiente. O fogo que arde em mim eu não o vejo, mas sei que é grande, pois posso senti-lo. Amo-te muito, ANA!

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A rapariga que me encantaLuís Silveira 10º A

Nos seus 13-14 anos, muito jovem, no entanto capaz de matar e, mesmo assim, sem fazer mal a alguém. Cabelos castanhos, olhos azuis que ardem e fazem arder a alma mais que cinquenta incêndios juntos; pele clara, sem ser branca; rosto sereno e,belo. Um sorriso alegre, sem qualquer falsa felicidade. Muito dona de si mesma, livre como as andorinhas no céu. A todos dá para, a seguir, retirar. A reencarnação de Circe, não tão mortal, mas igualmente bela, condu-zindo-me àquela ténue linha entre o amor e a loucu-ra, que só aqueles que amam conseguem sentir.Uma alma pura, jovem como uma jovem árvore acabada de crescer, com vários anos de beleza à sua frente.Agora entendo o que Camões escrevia sobre as mulheres que amava. Um andar leve como uma borboleta, tão doce como o arrulhar dos pombos na primavera; um jeito de se mexer capaz de me enfeitiçar, como as sereias que chamavam pelos marinheiros no alto mar em dias de tempestade; um delicado trejeito e um corpo de matar, capaz de fazer inveja aos anjos.Assim é a rapariga que amo. Um ser belo e sobrena-tural, sem, no entanto, parecer irreal.Joana é o seu nome, e eu amo-a do fundo de toda a minha alma de rapaz.

A minha metadeMárcia Rodrigues 10ºA

Sempre ouvi dizer que os irmãos podem não ser de sangue e que os poderíamos encontrar, durante a nossa vida. E tu, de certo, nunca foste algo que eu procurei, mas que, por acaso, encontrei. Com o teu simples e bonito sorriso conseguiste cativar--me e, assim, descobri que algo me ligava a ti. Não me perguntes o quê, mas soube que irias ser quem me ia apoiar nos bons e nos maus momentos. Algo me disse que era de ti que eu precisava, e de uma pessoa como tu para me ensinar e preparar para a grande aventura que é a vida de uma adolescente. Na verdade, a nossa amizade foi crescendo e, sem nos apercebemos, fomos criando laços (porque tu também vias algo em mim, apesar de seres mais velha que eu). Durante este tempo que vivemos juntas, ambas aprendemos com os nossos erros. Ambas vivemos experiências de perda, mas tam-bém experiências de muita felicidade. Contigo, fui aprendendo várias lições sobre tudo, e foste tu que me ensinaste a ser forte e a enfrentar tudo o que a vida tem para oferecer. Passaram-se três anos e ainda continuas comigo! E, como já sei o que digo, admiro-te, irmã! Admiro-te pela força enorme que tens e admiro-te porque não desistes facilmente daquilo que queres. És teimosa e, como qualquer outra pessoa, tens defeitos. Mas tudo isso é encoberto com a tua vontade de ajudar as pessoas e de estares bem com o mundo inteiro.Admiro-te por seres assim, a minha metade.

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18 ∙ Leitura sem dogmas

A minha outra parte do coraçãoDiogo Ferreira 10ºA

Tudo começou quando eu nasci, mas, mesmo antes de nascer, já a minha vida estava marcada pelos laços de sangue entre mim e a pessoa mais importante da minha vida. O amor coexistia entre nós dois. Estáva-mos definitivamente interligados espiritualmente.Durante os nove meses, fui muitas vezes acarinhado por uma mão muito suave, fina e débil que me acari-ciava nos momentos de maior inquietação. Aquilo acalmava-me profundamente. Aquelas mãos eram como um conforto pleno e eterno. Era como se fos-se uma seda fresca a passar sobre o meu ser frágil, indefeso e peculiar. Viajei por muitos lugares, entre os quais Polónia, França, Espanha, entre muitos outros. Durante estas viagens empolgantes rebolei, pontapeei e rodei até não poder mais. No dia catorze de abril de novecentos e noventa e cinco, a vida que se estava a constituir dentro de um ventre desabrochou, como uma planta desabrocha as suas belas pétalas.Essa pessoa dizia que eu era o bebé mais lindo da maternidade. Tinha olhos azuis, um carrapito loiro e pesava três quilos e novecentos gramas. Após o meu nascimento, fui conhecer o meu quarti-nho. O meu enxoval! O meu espaço! Tudo é perfeito, quando somos bebés. Era alimentado à base de leite das farmácias, após ser amamentado. Ahh… e também do leitinho da vaca… Hummm….. À medida que o tempo foi passando, cresci, cresci, e cresci cada vez mais. Passei momentos inesquecíveis e únicos, que nunca serão esquecidas e me marca-rão de forma indelével para o resto da minha vida. Sim, os bons e maus momentos que tive até então. Os bons eram aqueles em que eu sorria e chorava de alegria¸ os maus, quando a minha alma parecia que

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estalava por dentro…Como se fosse uma ferida que, apesar de um instante, dói permanentemente. Ainda me lembro como se fosse hoje. As festas de ani-versário em que parecia uma turba. Recebia um monte de prendas. Tudo o que um bebé poderia desejar: comida, brincar, amor dos pais e família e dormir.Entretanto, o tempo foi passando, cada vez mais rápido, como um relâmpago quando atinge a Terra e volta atrás. Aos sete anos de idade, entrei para a escola. No primeiro dia comecei logo a choramingar. Não queria que essa pessoa fosse embora. Também ainda era um autêntico imberbe. Nos altos e baixos da minha vida, esse ser superficial, impulsivo, belo, imperfeito, amigável, eficiente nos seus valores, sempre me apoiou, deu força, criticou-me cons-trutivamente, deu-me elogios, confiou em mim e desabafou as mágoas da vida.Por isso, essa minha outra parte do coração é como uma casa, uma amiga em quem podemos confiar, encontrar conforto, paz, carinho e muito, muito, muito amor! Pois, sem Amor, a vida não valia a pena. É como um diamante, que combate todos os objetos em que tentam quebrá-lo. Revela-se, assim, resistente, pois, no fundo, nada o derruba. É uma flor cujas pétalas representam as várias qualidades e defeitos que constituem a sua personalidade. É como um rio que, por vezes, é inconstante. É como um Sol, que dá alegria àquilo que o rodeia. E é o ser mais perfeito de toda a imperfeição que possa existir à face da Terra. Este ser que acabei de descrever é a pessoa mais relevante da minha vida: a minha MÃE!

Somente tu, mãe!Diogo Nunes 10º A

O amor é uma palavra forte, intensa , mas o sen-timento que eu possuo sobre o teu ser é fora de comum e demasiado belo. O estar perto de ti com-pleta o meu dia, os teus longos cabelos loiros e o teu rosto macio e belo fazem-me encarar o dia a dia de outra maneira.Nunca me canso daqueles momentos de alegria em que estou ao pé de ti! Por vezes, sinto que aquele silêncio me quer retirar de ti… Mas isso nunca irá acontecer e, claro, nem que vivêssemos a milhares de quilómetros de distância deixarias de estar pre-sente no meu coração.Odeio ter que te encarar quando sei que não vamos ter um dia tão agradável, pois sei que não vou gostar de ver o teu rosto pálido, triste e os teus olhos com lágrimas. O meu pensamento é preenchido por ti, assim como o meu coração.E o teu sorriso!? Esse! Faz-me lembrar aqueles dias quentes de verão em que o sol brilha de uma manei-ra tão intensa que é impossível não o aproveitar ... E aqueles abraços intensos que me tiram o fôlego?A tua personalidade intensa, o brilho dos teus olhos e o teu pensamento eficaz são pequenas coisas que eu gostava de herdar.E se te tiver que pôr defeitos? Eu afirmo, com todas as minhas forças, que não os tens! És um ser perfei-to e inatingível.Bem, eu eu amo-te, porque tu consegues fazer com que me sinta importante e feliz. Nunca irei acreditar na nossa separação, porque, repito, EU AMO-TE MUITO!E é por tudo isto e muito mais que te agradeço, MÃE!

Uma heroínaAna Margarida Silva 10ºA

Tem uma personalidade forte, por vezes mais até do que a própria realidade o permitiria. As suas ca-pacidades são tais que um livro inteiro não chegaria para expressar o que sinto e tudo o que tenho que agradecer a esta mulher. Sim! Uma mulher!Apesar da já avançada idade, tem uma mentalida-de jovem (por vezes mais até do que a minha que tenho apenas quinze anos). É uma mulher bela, os seus cabelos são cor do ouro e os seus olhos azuis brilham mais que o mais puro dos cristais. Teimosa como há poucas! Lutadora contra todas as injustiças da vida. Avó e mãe de família combate diariamente contra traumas da adolescência (esta parte é culpa minha), vizinhos magoados, filhas que trabalham e trazem os problemas da vida para casa e até com a enfermidade do marido e as suas próprias doenças. Muitas crianças e adolescentes passaram pelas suas mãos e todos saíram de lá quem são hoje. Até a Joana, que não é sua neta diz: “tudo, mas tudo o que sou hoje devo à vovó e ao vovô!” Embora seja verdade, este é dos poucos assuntos que a como-vem. Mesmo apesar de a sua força de vontade ser maior do que a dum elefante, o seu coração tem um tamanho inimaginável.Esta, sim, é uma MULHER! Já não se encontram mui-tas pessoas assim. É a minha maior heroína e, sem qualquer problema, exclamo: “A minha avó é, para mim, a mulher que mais admiro e venero! Amava chegar aos setenta anos e ser como ela!”

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20 ∙ Leitura sem dogmas

PassatemposAnedotas recolhidas por Jessica 8ºC

Enigma

Desprovérbios

Sopa de Letras

Ficha Técnica

Editor

Emília Reis, prof.ª Portu-

guês e Francês

Redator

Catarina Chaves 12ºI

Chefe de Reportagem

Bárbara Neves 11ºK

Repórter

Beatriz Nunes 10ºD Ana

França 11ºB

Andreia Lopes 12ºA

Pós-produção

Ana Santos, prof.ª Infor-

mática

Fotógrafo

Daniela Freitas 11ºK

Design

Mário Freitas,

designer e prof.

Revisão

Ana Reis, arquiteta

Telefone 224893710

[email protected]

A professora diz ao aluno: - Mas... O que é que tu estás a comer? - Os trabalhos de casa, senhora professora. - Mas porquê? - A professora é que disse que eles eram canja...

- Ó Mãe, ó Mãe! Lá na escola estão-me sempre a chamar distraído! - Oh, meu querido, mas eu não sou tua Mãe...

A velhota cruza-se com o rapaz na rua e diz: - Boa tarde. O miúdo não diz nada e continua a andar. A velhota vira-se para trás e diz-lhe: - Olha lá! Na escola não te ensinaram a dizer boa tarde? - Não! Só tenho aulas de manhã!

Na margem esquerda do rio Douro está um jovem que quer levar para a outra margem uma galinha, uma alface e uma raposa, mas só pode levar na barca uma coisa de cada vez. Além disso, não pode deixar a galinha com a raposa, nem a alface com a galinha. Ajuda-o a resolver o problema.

Há mar e mar, há partir e não voltar.

Os últimos são os primeiros, se lermos a tabela ao contrário.

M A S C O E F F S E RA P A S C O A E E C AS O V H O E L R R R SC R T T E V A I P O TA A F D L R J A E C ER T J F H G L S N H RA S F H O F E D T O PF V L P Q H P T I C OC A R N A V A L N O ER C G R N F V G A L NO B P I L P C U S A VV F A N T A S I A T LO P A M E N D O A E A

Amêndoa, Carnaval, Chocolate, Coelho, Fantasia, Férias, Máscara, Ovo, Páscoa, Serpentinas

Descobre as 6 diferenças entre as duas imagens.