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LEIA NO PANORAMA GERAL O clima e os efeitos sobre a agricultura LEIA NESTA EDIÇÃO Frutas: Preocupação entre produtores de pêssegos e de laranjas para suco N.º 1045 13 de agosto de 2009 Aqui você encontra: Panorama Geral Condições Meteorológicas Grãos Hortigranjeiros Criações Análise dos Preços Semanais EMATER/RS-ASCAR Rua Botafogo,1051 90150-053 – Porto Alegre – RS Fone: (051) 2125-3144 Fax: (051) 3231-7414 http://www.emater.tche.br Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL Núcleo de Informações Estruturais e Conjunturais – NIC Impresso na EMATER/RS Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte PANORAMA GERAL O clima e os efeitos sobre a agricultura Quem trabalha e vive da agricultura está acostumado a conviver com as mudanças do tempo a toda a hora. Este ano, no RS, estamos vivendo um inverno com todos os seus rigores, e patamares de chuvas retornando ao normal, depois de uma forte estiagem que prolongou-se até o mês de maio. A chuva torrencial do último fim de semana, por exemplo, ainda que traga alguns prejuízos em pontos isolados, está contribuindo para a recuperação da produção de leite e de gado de corte, mas ainda vai levar algum tempo para que essas atividades retornem à produção normal. A falta de pastagens, principal alimento para os animais continua, ainda que a chuva dos últimos dias tenha contribuído para acelerar o seu desenvolvimento. As lavouras de trigo são as que mais preocupam, por ficarem em regiões onde a precipitação foi mais intensa. O trigo, nossa principal cultura de inverno, precisa de sol para se desenvolver, pois do contrário, o desenvolvimento fica prejudicado e podem ocorrer doenças provocadas por fungos. Os dias frios, porém, são sinal de que um maior potencial de produção do trigo pode ser esperado na hora da colheita, além da qualidade, mas neste momento ainda é preciso cautela. O intenso frio, com geadas registradas durante dias seguidos, também deixou suas marcas. Enquanto pastagens e hortaliças são danificadas com as baixas temperaturas, as frutas como pêssegos, maçãs, caquis e videiras deverão brotar com regularidade, graças ao frio. Entre os benefícios está o atendimento das necessidades específicas de cada espécie, que além da brotação intensa e regular deverão ter uma abundante florada. A boa notícia é que os dias ensolarados devem estender-se até o fim da semana, retornando a umidade a partir da segunda-feira. De um modo geral, a chuva e o frio no período estão dentro da normalidade. Águeda Marcéi Mezomo Diretora técnica Emater/RS Superintendente técnica Ascar

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LEIA NO PANORAM A GERAL

• O clima e os efeitos sobre a agricultura

LEIA NESTA EDIÇÃO

• Frutas: Preocupação entre produtores depêssegos e de laranjas para suco

N.º 104513 de agosto de 2009

Aqui você encontra:

� Panorama Geral

� Condições Meteorológicas

� Grãos

� Hortigranjeiros

� Criações

� Análise dos Preços Semanais

EMATER/RS-ASCARRua Botafogo,105190150-053 – Porto Alegre – RSFone: (051) 2125-3144Fax: (051) 3231-7414http://www.emater.tche.br

Elaboração: Gerência de Planejamento – GPL

Núcleo de Informações Estruturais e Conjunturais – NIC

Impresso na EMATER/RS

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte

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PANORAM A GERAL

O clima e os efeitos sobre a agricultura

Quem trabalha e vive da agricultura está acostumado aconviver com as mudanças do tempo a toda a hora. Esteano, no RS, estamos vivendo um inverno com todos os seusrigores, e patamares de chuvas retornando ao normal,depois de uma forte estiagem que prolongou-se até o mês demaio.

A chuva torrencial do último fim de semana, por exemplo,ainda que traga alguns prejuízos em pontos isolados, estácontribuindo para a recuperação da produção de leite e degado de corte, mas ainda vai levar algum tempo para queessas atividades retornem à produção normal. A falta depastagens, principal alimento para os animais continua,ainda que a chuva dos últimos dias tenha contribuído paraacelerar o seu desenvolvimento.

As lavouras de trigo são as que mais preocupam, por ficaremem regiões onde a precipitação foi mais intensa. O trigo,nossa principal cultura de inverno, precisa de sol para sedesenvolver, pois do contrário, o desenvolvimento ficaprejudicado e podem ocorrer doenças provocadas porfungos. Os dias frios, porém, são sinal de que um maiorpotencial de produção do trigo pode ser esperado na hora dacolheita, além da qualidade, mas neste momento ainda épreciso cautela.

O intenso frio, com geadas registradas durante diasseguidos, também deixou suas marcas. Enquanto pastagense hortaliças são danificadas com as baixas temperaturas, asfrutas como pêssegos, maçãs, caquis e videiras deverãobrotar com regularidade, graças ao frio. Entre os benefíciosestá o atendimento das necessidades específicas de cadaespécie, que além da brotação intensa e regular deverão teruma abundante florada.

A boa notícia é que os dias ensolarados devem estender-seaté o fim da semana, retornando a umidade a partir dasegunda-feira. De um modo geral, a chuva e o frio noperíodo estão dentro da normalidade.

Águeda Marcéi MezomoDiretora técnica Emater/RS

Superintendente técnica Ascar

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Prioridades para a agricultura

O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, fezdia 07/08, um balanço das prioridades para osetor, no segundo semestre de 2009. Otimista, eleconsidera o cenário para a agricultura bem melhordo que as previsões feitas no fim do ano passadoe lembrou que a desvalorização do real superoumuito a queda das cotações internacionais, o queestimulou o crescimento da exportação que foi de4,5%, nos primeiros quatro meses. "O saldocontinuará positivo em 2009, pois o Brasil é omaior exportador líquido de produtos agrícolas domundo e o valor das exportações é seis vezes ovalor das importações", previu o ministro.Stephanes definiu os temas prioritários da pastaaté dezembro. São eles:Política do Trigo - A produção de trigo deve serfeita dentro de bases econômicas sustentáveis e,para se manter, o produtor precisa ter, àdisposição, preço e mercado. Por isso, o governofederal tem incentivado o aumento da produção docereal no País adotando medidas, como crédito epreços mínimos. Como resultado, em 2009, secolheu a segunda maior safra da história. Alémdisso, por meio da Câmara Setorial de Culturas deInverno, órgão consultivo do Ministério daAgricultura, discutiu-se e foi aprovado um planopara a produção de trigo no Brasil, com previsãode suprir, até 2012, no mínimo, 60%, dasnecessidades do País.O Ministério da Agricultura acompanha, de perto,os mecanismos da comercialização do trigo, quecomeça a ser colhido no fim de agosto, comquantidades maiores em setembro e outubro.Segundo o ministro, se o clima ajudar, o resultadoda colheita também deve ser muito bom. Aprevisão é de crescimento da safra de 5% a 10%.Plano Agrícola e Pecuário - As regras do planodo governo federal para apoiar a próxima safraforam consideradas adequadas pelo ministro. Paraele, a gestão deve ser feita no sentido de que asdecisões, efetivamente, aconteçam em tempo eem volume esperado pelos produtores.Mercado - Stephanes disse que o Ministério tem odesafio de perseguir a ampliação de mercadospara os produtos agropecuários. Para ele, épreciso melhorar as condições com a China, comquem o Brasil continua a negociar a abertura paraa carne suína brasileira; com a África do Sul, paíscom o qual pleiteamos a reabertura para carne defrango e suína (o mercado está fechado desde2005); com a Rússia, com quem discute aampliação de cotas de carnes; e, com o Japão,para onde também pretende vender carne suína.

Código Florestal - Stephanes espera encontraruma solução para a correção de erros no CódigoFlorestal, que, segundo ele, está levandoinsegurança às áreas da agricultura consolidadano País. Para ele, todo o esforço é para avançarna elaboração de uma proposta que congregueamplo acordo entre os setores produtivo eambiental e o governo. O Código Florestal, criadoem 1965, passou por diversas modificações aolongo do tempo que dificultaram o entendimentoda legislação. Isso precisa ser resolvido, masconsiderando o conhecimento e informaçãogerados pela pesquisa e pelos avançostecnológicos para se adequar à realidade atual daagricultura brasileira. Isso significa levar emconsideração áreas, consolidadas há décadas, deprodução agrícola na região Centro-Sul do País."Não faz sentido que as questões de produçãorural e de conservação ambiental estejam emníveis diferentes de importância econômica esocial nas discussões de governo", destacou.Fertilizantes - Stephanes disse que decisõesterão que ser tomadas para o sucesso na PolíticaNacional de Fertilizantes. Para ele, o Brasil nãopode ser o grande país do agronegócioexportador, um grande fornecedor de alimentospara o mundo, importando mais de 75% dosfertilizantes. Com isso, estrategicamente, precisase colocar também como um bom produtor. Noano passado, o Brasil produziu 8,8 milhões detoneladas de fertilizantes, mas tem potencial paraalcançar 9,5 milhões de toneladas. A diferençaentre o produzido e a demanda real terá que serimportada, segundo o ministro e, basicamente, dospaíses tradicionais. Entre as prioridades estão: aconstrução de usinas de nitrogenados para aprodução de ureia, a exploração das jazidas defósforo, já em condições, a pesquisa das jazidasem Mato Grosso e um marco regulatório paraexploração das jazidas de potássio em NovaOlinda, no Amazonas.Fundo de Catástrofe - O ministro informou que iráacompanhar a aprovação, até o fim do ano, doFundo de Catástrofe e a elaboração de uma novapolítica de crédito, preço e seguro. Vale ressaltarque é só a elaboração, ela não entra em vigor emcurto prazo. Pretendemos ter um documento emrelação a isso. O fundo vai ter inicialmente umvalor de R$ 5 bilhões. A princípio, aporte derecursos do governo, que pode ser via títulospúblicos e depois, com os anos, esse fundo vai sesustentar por meio da participação de todos osenvolvidos. Se você tem anos de boas safras issovai contribuir para esse fundo.Desmatamento zero - O projeto derastreabilidade do gado deve estar pronto até o fim

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do ano. O ministro informou que será acontribuição do ministério para o desmatamentozero, em função do avanço da pecuária. Elelembrou que tem sido bastante incisivo ao dizerque não é preciso que se derrubem mais árvoresna Amazônia para garantir o crescimento daagricultura. Para ele, o País tem áreas suficientesocupadas por pastagens que podem serreaproveitadas. Hoje, a área ocupada pelaagricultura representa 7,5% do território brasileiro.Também verificamos que os produtores têmincorporado tecnologias poupadoras do meioambiente, como o plantio direto, a produçãointegrada e o sistema Integração Lavoura-Pecuária-Silvicultura, inclusive com o apoio doMinistério da Agricultura, que está investindonesse projeto.Infraestrutura - Stephanes disse que hánecessidade de definição em relação àinfraestrutura de escoamento da produção doCentro-Oeste. Para ele, os maiores gargaloslogísticos para o agronegócio estão nesta região.Nos últimos anos, o crescimento e a interiorizaçãoda produção agrícola vêm se deslocando para lá,onde as distâncias dos portos exportadores e osmercados consumidores são maiores e ainfraestrutura e logística são deficientes,necessitando de mais atenção. Para minimizaresses problemas, o Mapa tem apoiado ações einvestimentos em expansão e otimização do usodos portos, rodovias, hidrovias, ferrovias e da redearmazenadora, que são determinantes na rendado produtor rural. O resultado já está materializadono Programa de Aceleração do Crescimento(PAC), ao serem inseridas obras importantescomo: dragagem dos portos, eclusa de Tucuruí(PA), Ferrovia Norte Sul, Ferrovia de IntegraçãoLeste-Oeste, Ferrovia de Integração Uruaçu (GO) -Vilhena (RO), Ferronorte, Ferroeste BR 364, BR163, BR 158, BR 242 e BR 174: Fonte Ministérioda Agricultura e Pecuária

8º CBA debate o futuro do agronegócio

Terminou na tarde do dia 12/08, a 8ª edição doCongresso Brasileiro de Agribusiness, promovidopela Associação Brasileira de Agribusiness (Abag),concluindo as novas diretrizes para o 9ºCongresso em 2010, em torno da necessidade dese criar políticas públicas. Nesta edição, asustentabilidade e a crise mundial foram os temasque nortearam os debates, que aconteceramdurante dois dias, no WTC em São Paulo (SP).Durante a cerimônia de abertura, Carlo Lovatelli,presidente da associação, iniciou o discursoexplicando que a palavra crise, quando escrito emchinês, compõe-se de dois caracteres: um

representa perigo e o outro representaoportunidade. Sobre a sustentabilidade, Lovatellidiz que é um processo contínuo, e não pode sebasear apenas em ações pontuais e conhecidas.“É preciso inovar e mudar velhos paradigmas.Sustentabilidade é diferente de responsabilidadesocial, mas a contém, assim como todas aspráticas de manejo ambiental e governançacorporativa. Sustentabilidade envolve diferentespráticas empresariais, mas sempre atreladas aocompromisso com o diálogo, a transparência e oprocesso de comunicação verdadeiro com osagentes envolvidos”.Durante o primeiro painel “Lições da Crise e Visãodo Brasil”, Armínio Fraga, ex-presidente do BancoCentral, ressaltou que entre os anos de 2002 a2007, o mundo viveu uma grande fase de euforiapor conta do crescimento e gerou uma falsa ilusãode que era possível medir e evitar os riscos. Issoprovocou uma euforia das famílias americanas quepararam de poupar, determinando a crise a quechegamos no ano passado. Durante a mesaredonda, na sequência, a senadora Katia Abreudisse que um novo modelo de financiamento deagronegócio deve surgir para que se evitemproblemas como o que o País está atravessando.“Estamos tentando achar um modelo de Simplespara o campo, o que os goianos chamam de‘Pejotação’, ou seja, transformar o produtor empessoa jurídica, para ter transparência e reduçãode carga tributária”. Armando Monteiro, presidenteda CNI, destacou no mesmo painel os problemasde infraestrutura do país. “São dois desafios: oEstado não tem capacidade de investir. O outrogrande desafio é estimular o investimento privado”,disse. Mas ele ressaltou que para a entrada dainiciativa privada faltam marcos regulatórios quedêem segurança jurídica. Já Alexandre Figliolino,diretor do Banco Itaú BBA, finalizou o debatefalando do financiamento do crédito rural, dizendoque cresce com um menor dinamismo e que ogrande vilão é a alta taxa de juros. “É precisocrescer sustentavelmente, com empréstimossaudáveis”.Já no segundo dia do evento, o Ex-Ministro daFazenda Delfim Netto abriu o painel “Questões-Chave para o Agronegócio” e destacou osdesafios que o Brasil tem para os próximos 20anos: a questão demográfica (crescimentopopulacional), climática e o pré-sal. Para o Ex-Ministro, “o petróleo é uma riqueza que gerapobreza quando não usada com inteligência” e,por isso, precisa de uma política cuidadosa. Nasequência Ricardo Guimarães, presidente daThymus Branding, falou sobre marca e imagem daempresa. Segundo ele, é preciso aprender a

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comunicar melhor. Denis Rosenfield, da UFRGS,falou sobre a insegurança jurídica e sobre aquestão da formação da opinião pública. E o Ex-Ministro da Agricultura Roberto Rodrigues finalizouo painel afirmando que os principais obstáculospara o agronegócio são duas questões óbvias:produzir mais e mais barato, com sustentabilidade,e a perda de poder das organizaçõesinternacionais, citando o caso do contencioso doalgodão, que o Brasil ganhou, mas que os EstadosUnidos não reduziram os subsídios.No painel da tarde – “Mercados e Soluções” - foiapresentado por Josué Gomes da Silva,Presidente da Coteminas, que apresentou o “case”China como modelo de desenvolvimento. Segundoele, o país cria políticas públicas imediatas para terresultados eficazes em longo prazo. Mas eleenfatizou que o modelo chinês tem dois grandesproblemas a serem transpostos: as legislaçõesambiental e trabalhista.Na mesa redonda, Marcos Azambuja, Vice-presidente do Centro Brasileiro de RelaçõesInternacionais, explicou a diferença entrebilateralismo e multilateralismo e que o Brasil devefazer uso destas duas ferramentas para sepromover e não ficar vulnerávelinternacionalmente às oscilações de mercado. Elelembrou ainda que o Brasil deve evitar ainternacionalização da Amazônia. Daniel Vargas,Ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos,defendeu que o futuro do Brasil depende de umplanejamento estratégico para o futuro daagricultura brasileira. “Precisamos criar um PlanoNacional de Agricultura (PNA), onde a agriculturafamiliar e o agronegócio sejam um só”. E o painelfoi finalizado com Blairo Maggi, governador doEstado do Mato Grosso, falando sobre odesmatamento na Amazônia. “É possível dobrarou triplicar a produção no Brasil sem mexer naAmazônia”, afirmou o governador.O congresso foi encerrado com o discurso deCarlo Lovatelli. “Precisamos de regras estáveis edefinitivas. É impossível trabalhar sem segurançajurídica e sem respeito ao direito adquirido. Énecessário um grande acordo nacional parareformar a legislação ambiental brasileira, e deixá-la compatível à realidade e às necessidades dedesenvolvimento, geração de emprego e renda noPaís”. Fonte: Suinocultura Industrial.

CONDIÇÕES METEOROLÓGICAS

Período extremamente chuvoso, acumulandograndes volumes em praticamente todas as áreasdo Estado, com exceção da faixa de fronteira com

o Uruguai. Embora as chuvas viessemacompanhadas, eventualmente, por fortes ventose ocorrência de granizo, não houve maiores danosem lavouras e pastagens, ficando os maioresprejuízos mais restritos às zonas urbanas. Emcasos pontuais, foram registrados deslocamentosde famílias residentes próximas a margens de riose arroios que transbordaram. Pelo lado positivo, aschuvas abundantes serviram para renovar erecuperar os mananciais que ainda seencontravam com vazão e seus níveis abaixo donormal. Todavia, ainda persiste certa preocupaçãona Fronteira Oeste e parte da Campanha, onde asbarragens destinadas à irrigação do arroz ainda seencontram com um deficiente acúmulo de águapara esta época do ano. Devido ao excesso deumidade e ao acúmulo de água no solo, asatividades de campo ficaram paralisadas, com osprodutores sendo impedidos de realizarem omanejo das lavouras e pastagens. Apenas nosúltimos dias, com a volta do tempo seco e ogradativo aumento da temperatura, foi possível aretomada das atividades. Segundo a meteorologia,a umidade deverá permanecer em alta no Estado,uma vez que está prognosticada a volta dechuvas, de regular intensidade (entre 50mm e70mm), durante os dias 17 e 22 do corrente mês.Nos quadros a seguir, a precipitação acumuladaaté às 09h do dia 13 e sua comparação com amédia esperada para o mês em curso.

Precipitação Acumulada (mm): agosto/09

Município mm Méd.Hist Desvio(%) Dias Chuva

Iraí 198,0 153,0 29,4 9

SLGonzaga 152,2 149,0 2,1 5

Cruz Alta 245,8 167,0 47,2 6

P Fundo 159,0 170,0 -6,5 10

L Vermelha 159,1 186,0 -14,5 9

Cx do Sul 193,1 178,0 8,5 9

S Maria 137,8 131,0 5,2 6

P Alegre 168,7 140,0 20,5 8

Uruguaiana 31,4 67,0 -53,1 2

Livramento 22,4 110,0 -79,6 6

Bagé 121,2 123,0 -1,5 4

Pelotas 94,4 117,0 -19,3 6

S V Palmar 40,3 114,0 -64,6 4

Média 132,6 138,8 -9,7 6Fonte: 8º DISME/INMET

Elaboração: Emater/RS-Ascar (GPL/NIC)

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GRÃOS

Arroz – Apesar das chuvas ocorridas neste últimoperíodo, ainda existe pouca disponibilidade deágua em boa parte das barragens, principalmentena Fronteira Oeste e municípios próximos àfronteira com o Uruguai, onde vem ocorrendoprecipitações de menor intensidade nos últimosmeses. Segundo informações de EscritóriosMunicipais da Região Administrativa de Bagé, ovolume de água acumulado no momento estáentre 10% (Uruguaiana) e 30% (Barra do Quarai)do volume total das barragens. Os rios Vacacaí eSanta Maria também apresentam baixo volume deágua disponível para irrigação. Apesar dasrecentes chuvas reduzirem o ritmo de preparo dosolo na Fronteira Oeste, boa parte das lavouras dearroz já apresentam o solo preparado ousistematizado. Em áreas mais ao norte e leste, asituação não se encontra tão adiantada. Todavia,o cenário é considerado dentro da normalidadepara esta época do ano.Quanto ao mercado, nesta semana, a cotaçãomédia da saca de 50kg apresentou pequena baixaapós sucessivas altas. A variação foi –1,29%,fixando o valor em R$ 27,46.

Milho –.Para o cultivo referente à safra 2009/2010,os agricultores estão iniciando a aquisição desementes e insumos para o próximo plantio e,também, os encaminhamentos dos financiamentosde custeio da cultura. Conforme os agentesfinanceiros, deverá haver recursos suficientes parafinanciar todos os agricultores que solicitaremcrédito de custeio. Já conforme os agricultores, ospreços de comercialização do grão sãoconsiderados insuficientes para amortizar o custode produção, o que vem causando desânimo juntoaos produtores. Isso tem se refletido numa menorprocura por insumos e sementes, se comparadohá anos anteriores, indicando uma possívelredução de área para a próxima safra. Outro fatorque está sendo considerado pelos integrantes dacadeia do milho, é que o custo de formação daslavouras para esta safra está muito elevado,ficando, inclusive, maior que o da soja. Quanto aopercentual de redução, em relação ao anopassado, é prematuro se estabelecer qualquervalor. O levantamento referente à intenção deplantio deverá estar concluído por parte daEmater/RS-Ascar no fim deste mês.Nesse cenário, os detentores de estoque seguemcomercializando o produto a preços inferiores nacomparação com períodos passados. Durante aúltima semana a cotação média da saca de 60kg

Precipitação - Distribuição semanal (mm): agosto/09

Município 1ª semana 2ª semana 3ª semana 4ª semana

01 - 07 08 - 14 15 - 21 22 - 31

Iraí 114,8 83,2 0,0 0,0

SLGonzaga 22,8 129,4 0,0 0,0

Cruz Alta 53,1 192,7 0,0 0,0

P Fundo 81,0 78,0 0,0 0,0

L Vermelha 80,4 78,7 0,0 0,0

Cx do Sul 41,4 151,7 0,0 0,0

S Maria 11,5 126,3 0,0 0,0

P Alegre 34,6 134,1 0,0 0,0

Uruguaiana 0,0 31,4 0,0 0,0

Livramento 6,5 15,9 0,0 0,0

Bagé 83,6 37,6 0,0 0,0

Pelotas 50,0 44,4 0,0 0,0

S V Palmar 40,3 0,0 0,0 0,0

Média 47,7 84,9 0,0 0,0Fonte: 8º DISME/INMET

Elaboração: Emater/RS-Ascar (GPL/NIC)

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Preço Médio Arroz em 13 de agosto = R$ 27,46 (50 kg)

-17,64

-4,72 -4,85

1,82

-1,29

-25

-20

-15

-10

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Semanaanterior

Mês anterior Ano anterior Média geral Média agosto

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sofreu nova desvalorização, ficando a mesma emR$ 17,22 (-0,17%).

Soja – Continua no Estado o períodocaracterístico da entressafra, estando o solo complantas de cobertura como forragens de inverno eculturas de trigo, cevada e canola. Em algunscasos tem-se observado um desenvolvimentomenor das coberturas de solo que em anosanteriores, fato conseqüente, ainda, dasadversidades climáticas (estiagem) quando daimplantação. Na comercialização, os preços sãoconsiderados satisfatórios pelos agricultores, quenesta semana venderam a saca de 60kg a umpreço médio de R$ 44,02, praticamente estável emrelação ao anterior (+0,02%). Para a safra de2009/2010, os agricultores estão encaminhandoprojetos para financiamentos de custeio, bemcomo adquirindo sementes e insumos paraformação das lavouras. A tendência atual,segundo os técnicos, é de aumento de área emrelação à safra passada, isso devido àpossibilidade de uma maior lucratividade com acultura, se comparada com a do milho. Tambémpara a soja o levantamento quanto à intenção deplantio deverá ser concluído em fins de agosto.

Trigo – A cultura do trigo, no RS, se encontrapredominantemente na fase de desenvolvimentovegetativo, com cerca de 99% da área nessasituação. Apenas 1% já se encontra em floração,demonstrando um atraso, em relação aosanteriores, de seis pontos percentuais.

Safra Atual SafraAnterior

Média*Fases da cultura no RSTrigo

Em13/08

Em06/08

Em13/08

Em13/08

Plantio 100% 100% 100% 100%Germinação/Des. Veget 99% 100% 93% 92%Floração 1% 0% 7% 7%Enchimento de grãos 0% 0% 0% 1%Maduro e por colherColhidoFonte: EMATER/RS-ASCAR*média 2004-08O desenvolvimento da cultura até o momento éconsiderado normal, embora exista certapreocupação com as possíveis conseqüências doelevado índice pluviométrico ocorrido no período Oestado fitossanitário também é considerado normalaté o momento, não evidenciando o aparecimentode sintomas adversos mais intensos e severos.Apenas em pequenas áreas, especialmente emáreas mais baixas, a forte geada das semanas

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Preço Médio Milho em 13 de agosto = R$ 17,22 (60 kg)

-0,17

-3,64

-24,64

-15,75-18,96

-35

-30

-25

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Semanaanterior

Mês anterior Ano anterior Média geral Média agosto

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Preço Médio Soja em 13 de agosto = R$ 44,02 (60 kg)

0,39

13,60

0,02

21,67

14,73

-10

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Semanaanterior

Mês anterior Ano anterior Média geral Média agosto

Variação percentual em relação à...

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anteriores provocou pequenos danos às plantas,sendo que, na maioria dos casos as perdas sãomínimas. As chuvas seqüenciais e de alto volume,também tem causado alguma erosão do solo comlixiviação de nutrientes (principalmente nitrogênio)e alagamento nas áreas baixas das lavouras, oque facilita ou predispõe as plantas à instalaçãode doenças fúngicas, principalmente manchasfolhares e mosaico.Os preços se mantiveram em baixa nos últimosdias, segundo analistas do setor, pressionadospelo estoque existente junto aos consumidores,pelos leilões do governo federal e pelacontinuidade do ingresso de farinha de trigoproveniente da Argentina. O preço médio pagoaos produtores pela saca de 60kg foi de R$ 22,28(-1,11%), apesar de algumas cooperativas nãoterem cotação ou limitarem a compra a pequenoslotes.

HORTIGRANJEIROS

Embora as precipitações deste último períodotenham sido muito boas para melhorar a umidadedo solo e restabelecer grande parte dosmananciais hídricos do Estado - especialmentedas zonas de produção das culturas

hortigranjeiras, e principalmente para as olerícolasproduzidas a céu aberto - elas foram, em algunscasos, prejudiciais. Isso ocorre, pois arrastaram edanificaram canteiros com espécies emdesenvolvimento e aprontamento, trazendoproblemas de perdas e redução de ofertas nosmercados. Além disso, esse segmento produtivo jávinha com redução de qualidade e quantidadesem decorrência do frio intenso e formação degeadas anteriores. Em razão disso, o mercado éoscilante para determinadas culturas, demandas epreços.

Olerícolas

Alface – Em decorrência da ausência deinsolação, a elevada e constante umidade do ar esolo, somado às características de fragilidade daplanta, essa cultura foi uma das que mais sentiuos efeitos climáticos nas áreas de produção daSerra, devendo também se refletir no seudesenvolvimento e sanidade.

Alho - Mantém-se em bom estado as lavourasdeste bulbo, porém com crescimento um tantoretraído em razão das condições meteorológicasna Serra. As práticas culturais ficaraminviabilizadas em função dessa situação.

Batata-doce - Continua a colheita da batata-doceno Centro Sul do RS e até o momento foramcolhidos 46% da área plantada no município daBarra do Ribeiro (300 ha), com uma produtividademédia de 14 t/ha. O preço do produto não sofreuvariações, mantendo-se estabilizado em R$ 8,00 acaixa de 20kg, valor comercializado na lavoura.

Cebola - Pela sensibilidade da planta, a cultura foiafetada pelas imposições do clima, inviabilizandoqualquer prática cultural, travando seudesenvolvimento e surgindo alguns focos defitomoléstias. Porém, de maneira geral, se mantémem bom estado. As sementeiras com maiorvolume foliar foram as mais castigadas, tanto pelofrio como pelas últimas fartas precipitações.No Médio Litoral, as sementeiras permanecemcom bom desenvolvimento vegetativo e boasanidade. Foram transplantadas em torno de 65%da área estimada de 900 ha.Na Zona Sul, maior área de produção deste bulbono estado, o desenvolvimento é normal, em quepese o frio e a menor luminosidade do período.

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Médiaagosto

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Preço Médio Trigo em 13 de agosto = R$ 22,28 (60 kg)

-1,11

-4,66

-21,77

-16,96 -17,39

-35

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

5

Semanaanterior

Mês anterior Ano anterior Média geral Média agosto

Variação percentual em relação à...

%

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Frutas

Banana - Em Mampituba, no Litoral Norte, aocorrência de geadas nos dias 25 e 26 de julho,afetou a produtividade das bananeiras adultas, emrazão da queima das folhas das bananeiras ematé 20% da área plantada, área esta deaproximadamente 2,3 mil ha. Preço médio dasemana que passou, foi de R$ 0,80/kg.

Citros – Na principal área de produção de citrosdo RS, o Vale do Caí, as baixas temperaturasregistradas nas últimas semanas conferem umaexcelente coloração às frutas cítricas. As chuvasocorridas no fim-de-semana, dias 08 e 09 deagosto, atrasaram a colheita que seria vendida nasemana subsequente e causaram a queda,principalmente, das bergamotas das variedadesPonkan e Pareci, que estão com maturaçãobastante adiantada e em final de colheita. Aocorrência de geadas poderá encurtar o períodode colheita das bergamotas e laranjas tardias, poisreduzirá a fixação das frutas nas plantas,obrigando os citricultores a colherantecipadamente.Está praticamente encerrada a colheita das frutascítricas das variedades de ciclo médio, como asbergamotas variedades Caí (comum), Ponkan ePareci (também conhecida como Montenegrina doCedo). As laranjas variedades Céu Precoce eUmbigo Bahia já encerraram definitivamente acolheita. A lima ácida Tahiti (limão da caipirinha),que tem floração todo o ano, mas que concentra acolheita no período de junho a agosto estáencerrando a colheita das frutas resultantes destafloração. Está em início de colheita a bergamotavariedade Montenegrina, fruta com maior área decolheita na região do Vale do Caí e principal frutade exportação, e as laranjas de variedades deciclo tardio, como a Céu Tardia, Umbigo MonteParnaso e Valência.Na região alta do Vale do Taquari, região deexpansão da citricultura, onde são cultivados 550ha de laranjas, principalmente da variedadeValência, as geadas afetaram com maiorintensidade os pomares e já estão causando aqueda de frutos. As perdas já estão sendoestimadas preliminarmente em 20%, antes doinício da colheita, que ainda não começou naquelaárea.Os valores recebidos pelos citricultores têm semantido estáveis para as frutas que já estavam emcolheita na Região do Vale do Caí (quadroabaixo), com elevação do preço da bergamotavariedade Ponkan no final de colheita e redução

do preço da laranja variedade Valência em iníciode colheita. Os valores recebidos peloscitricultores, pela bergamota variedadeMontenegrina, estão bastante elevados quandocomparados com anos anteriores. Nesta safra, opreço médio recebido pelo citricultor pela caixa de24 kg está em R$ 16,50, sendo que no início dasafra de 2008 era de R$ 8,50/kg. Entretanto aquantidade de frutas colhidas neste ano será bemmenor, em decorrência dos vendavais e granizoque atingiram estas plantas quando estavam emfloração no mês de setembro de 2008 e o períodomuito chuvoso na primavera e verão de2008/2009. Calcula-se uma redução daprodutividade na ordem de 30%.Há uma enorme apreensão dos citricultores quepossuem pomares de laranja da variedadeValência, que se destina em parte para indústriade sucos. Na região do Vale do Caí, o municípiode Tupandi tem a maior área de cultivo de citrosde laranja, e toda a parte alta do Vale do Taquaritem na variedade Valência a principal fruta cítrica,com 490ha cultivados, destacando os municípiosde Anta Gorda, Ilópolis e Arvorezinha. Nesta zonamais alta do Vale do Taquari, toda a laranja aindaestá por ser colhida. Os compradores de frutas,que nesta época já estavam percorrendo a região,ainda não apareceram. A principal indústriabeneficiadora de laranjas para suco do Rio Grandedo Sul, localizada em Bento Gonçalves, quenormalmente iniciava o esmagamento no mês dejunho, neste ano ainda não comprou nenhumafruta e nem tem data prevista para o início. Omesmo ocorre com a indústria localizada emMontenegro, que processa bergamotas e laranjaspara suco, e também não iniciou a compra e nãotem previsão para isto.

Fruta% colhido

até07.08.09

R$/cx2ª quinz.

julho

R$/cx1ª sem.agosto

Bergamota Ponkan 98 % 7,00 9,00Bergamota Parecí 90 % 11,00 11,00Bergamota Montenegrina 12 % S/com. 16,50Laranja Céu Paulista (tarde) 55 % 9,00 9,00Laranja Umbigo Mte Parnaso 35 % 11,00 11,00Laranja Valência para mesa 18 % 8,00 7,00Limão Tahiti 95 % 12,00 13,00

Melancia - A fase principal desta cultura ainda é ade preparação do solo. Em função dos problemasocorridos em 2008 (chuva em excesso) e dasbaixas temperaturas registradas nos últimos 20dias, os produtores estão mais cautelosos quantoà antecipação do plantio a campo. Estima-se quea área já plantada sob cobertura individual seja de

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20ha, de um total previsto de 400ha em Arroio dosRatos. No entanto, já existem relatos de replantiosde 40%. A previsão de área nesta safra para azona Carbonífera é de 3,5 mil hectares.

Moranguinho - Com a implantação das últimaslavouras nos locais de maior altitude dos Camposde Cima da Serra - como Vacaria - chega ao finalo plantio da atual safra, devendo repetir-se áreaigual à anterior. Grande parte das mudas sãoimportadas da Argentina e Chile, sendo que umacultivar de recente introdução, a Albion, vêmocupando superfície expressiva, sendo umavarietal de dias neutros.A prática de colocação do filme plástico noscanteiros também está com ritmo adiantado,restando apenas 10 % da área a ser concluída.

Pêssego – Na Zona Sul, a cultura encontra-se emfase de tratos culturais e florescimento. Aindapermanece a preocupação dos produtores emrelação à comercialização da próxima safra, pois aindústria não garante a compra do produto,prevendo diminuição na produção a ser absorvida.A quantidade de produto processado, estocadosdentro das agroindústrias de pêssegos, ainda émuito elevado.

Pequenas Frutas - Inicia a principal práticacultural de inverno na Serra Gaúcha, “a podaseca”. Também, as adubações orgânica e químicaestão sendo implementadas. Quanto às áreas, oscultivos do mirtilo e da framboesa estão sendoincrementados, enquanto que a da Amoreirasofrerá um pequeno recuo. O V SeminárioBrasileiro de Pequenas Frutas está definido, epela primeira vez, será no verão, sendo eleitos osdias 10 e 11 de dezembro.

Comercialização de Hortigranjeiros

Na CEASA/RS de Porto Alegre, dos 35 principaisprodutos analisados em relação a preços pelaGerência Técnica, no período entre os dias04/08/09 a 11/08/09, dezessete se mantiveramestáveis, sete tiveram queda e onze tiveram alta.

PRODUTOS EMBAIXA

04/08/09

(R$)

11/08/09

(R$)

% deBaixa

Banana Caturra 0,83/kg 0,75/kg 9,64Agrião 0,50/mol 0,42/mol 16,00Brócolis híbrido 1,08/und 0,83/und 23,15Couve-flor 1,25/cab 0,83/cab 33,60

Batata branca lisa 1,10/kg 1,04/kg 5,45Beterraba 0,83/kg 0,75/kg 9,64Cenoura 0,89/kg 0,83/kg 6,74

PRODUTOS EMALTA

04/08/09

(R$)

11/08/09

(R$)

% deAumento

Limão Tahiti 1,00/kg 1,75/kg 75,00Repolho verde 0,30/kg 0,33/kg 10,00Chuchu 1,00/kg 1,11/kg 11,00

Milho verde 1,20/scl3 und

1,25/scl3 und 4,17

Pepino salada 1,11/kg 1,39/kg 25,23Pimentão verde 2,20/kg 2,44/kg 10,91Tomate caqui Lvida 1,67/kg 1,75/kg 4,79Vagem 3,13/kg 4,00/kg 27,80Batata rosa lisa 1,00/kg 1,04/kg 4,00Cebola nacional 1,00/kg 1,10/kg 10,00Ovo branco 1,40/dz 1,53/dz 9,29

CRIAÇÕES

Forrageiras. – As precipitações ocorreram deforma generalizada por todo o território gaúcho noperíodo passado. Contudo, os volumes registradosvariaram segundo a zona do Estado. NaCampanha e Fronteira Oeste, as chuvasreduziram parte do déficit hídrico que vinha sendoregistrado, contudo, foram insuficientes pararecompor o nível normal das aguadas e açudes.Melhor resultado de recuperação foi sentido no Suldo RS, onde os volumes registrados forammaiores. Com as precipitações, se recuperam asaguadas e percebesse o retorno da umidadedesejada para que haja um melhor desempenhodas pastagens cultivadas. Como já vinha sendoinformado, está situação se altera do Centro parao Norte, Nordeste, Zona Carbonífera eMetropolitana do Estado. Nestes locais, o volumedas precipitações foi significativamente maior,superando a marca dos 100 mm e em algumaslocalidades acima dos 200 mm. Em algunsmunicípios ocorreu o transbordamento dos rios oque terminou ocasionado prejuízos às áreas depastagem localizadas mais próximas à margem.Outra conseqüência do excesso de chuvas foi oaumento da dificuldade no manejo do rebanho nospiquetes, devido ao excesso de umidade. Emalgumas localidades os criadores evitaram entrarcom os animais nas áreas para evitarem maiores

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prejuízos aos cultivos. A expectativa dosagricultores, passado o efeito imediato causadopelo excesso de umidade, é que o desempenhodas pastagens melhore em decorrências daumidade do solo e o aumento gradativo dastemperaturas. Após as chuvas segue o registro degeadas nas áreas mais baixas e nos altos doplanalto.

Bovinocultura de corte – Com o retorno daschuvas na Campanha, Fronteira Oeste e Sul,ameniza-se o quadro desfavorável pelo qual vinhapassando a pecuária nestas regiões do Estado. Asituação, porém, continua crítica, principalmente,na Campanha e Fronteira Oeste, nesta última, porexemplo, já se registra morte de animais porproblemas nutricionais em algumas localidades. Asituação das barragens e aguadas também sofreupouca alteração persistindo, portanto, o problemade dessedentação dos animais.A alternativa dos criadores segue sendo ofornecimento de palha de arroz e sal proteinadopara amenizar as carências do rebanho bovino.No Sul a recuperação foi maior, graças a um maiorvolume de chuvas registrado. Em algumaslocalidades foi possível restabelecer o volumenormal das águas. As chuvas, no entanto, nãoalteraram o mercado destas zonas, já que a ofertade bois para o abate segue insuficiente e osprodutores especializados na recria continuamretraídos em sua intenção de compra, apesar dopreço estar em baixa, devido à elevada oferta deanimais magros. No Centro, Norte, Nordeste,região Carbonífera e Metropolitana, a situação dapecuária é melhor, mas também não deixa de serpreocupante para os pecuaristas, uma vez que oexcesso de precipitação comprometeu o manejodos animais nas pastagens cultivadas.Principalmente nas áreas mais baixas queapresentam problemas de drenagem e nasvárzeas próximas aos cursos da água. No entanto,a expectativa dos pecuaristas é de que a situaçãomelhore daqui para diante, graças ao bom volumede umidade dos solos e a perspectiva de aumentoda temperatura. O mercado nestas zonas nãodifere da metade Sul do Estado, uma vez que háuma grande oferta de vacas de invernar e demaisanimais de recria, já que os compradores seguemretraídos em sua intenção de compra. É pequenatambém a oferta de animais em condições para oabate. Diante deste quadro o mercado Estadual doboi gordo transcorreu mais um período com seupreço médio inalterado. Segundo o levantamentorealizado junto as principais praças decomercialização o preço médio do boi gordo comoda vaca gorda se mantiveram nos mesmo

patamares registrados no período anterior,respectivamente em R$ 2,69 e R$ 2,42 o kg vivo.

Ovinos – Com o retorno da umidade à zona daCampanha após um período de baixastemperaturas e fortes geadas, combinados àescassez de alimento, está sendo registrado, emalgumas localidades, um aumento no número demorte de cordeiros recém nascidos. A situaçãoestá sendo mais grave nos municípios de Lavrasdo Sul e Rosário do Sul, e ainda sendoconsiderada normal em São Gabriel e Santana doLivramento. Tal situação tem exigindo que oscriadores adotem medidas com vistas a minimizaro impacto causado pelas condições climáticasreinantes. Uma das alternativas tem sidocomplementar as deficiências impostas pelaescassez de pasto através da disponibilização deração e milho triturado, principalmente para orebanho de cria. Outra solução está sendorecolher as ovelhas em parição para galpões oulugares abrigados, onde os animais dispõem demaior proteção aos rigores da estação. Na zonaCentral, a preocupação dos criadores também écom o aumento da umidade, principalmente nesteperíodo em que os nascimentos estão seintensificando. Os produtores temem que istopossa acarretar um crescimento nos índices demortalidade de cordeiros que, até o momento,estavam sendo considerados normais para aépoca. Apesar de o período ser de poucosnegócios no mercado estadual, o preço médiosegue registrando alta em relação ao períododecorrido, passando o produto de R$ 2,16 para R$2,17, com alta de 0,46%

Bovinocultura de leite – O leite segue com seupreço médio inalterado no mercado Estadual, istofoi o que apurou o levantamento de preçosrealizado pela Emater/RS–Ascar nas principaisregiões de produção. A pesquisa verificou que opreço médio pago ao produtor se manteve pormais um período na faixa dos R$ 0,65 o litro doproduto. Também foi constatado pelolevantamento que o preço máximo atualmenteobtido pelo produtor é de R$ 0,76 e o mínimo é deR$ 0,56 o litro. Em relação ao clima, ocorrerampoucas alterações em comparação ao períodoanterior, nas principais zonas de produção doEstado. Na Campanha e Fronteira Oeste, persisteo quadro desfavorável, apesar das precipitaçõesno período decorrido. As chuvas contribuem paraum melhor desenvolvimento das pastagens, porémnão recompõem as aguadas e açudes. Já no Sul,o resultado das chuvas foi mais favorável com aplena recuperação da umidade dos solos, porém a

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produtividade do rebanho segue baixa devido agrande escassez de pasto na região. Os criadoresapostam numa reversão deste quadro, poiscontam com aumento da umidade e associado àredução da ocorrência de geadas e ao aumentoda temperatura, para que haja um melhordesempenho das pastagens cultivadas erecuperação do campo nativo. A mesmaexpectativa é compartilhada pelos criadores dazona Central, Norte, Noroeste e Leste do RS. Noentanto, o resultado imediato das chuvas dificultouainda mais o manejo dos animais sobre aspastagens cultivadas. Muitos optaram por nãoliberar os animais nas pastagens e mantê-los emáreas de menor disponibilidade de forragem paraque, com o pisoteio, não causassem maioresdanos aos cultivos. Em decorrência deste manejo,os produtores se vêem obrigados a lançar mão derações e concentrados para manter os mesmosníveis de produção, o que termina onerando aatividade.

Suinocultura – O preço médio do quilo vivo desuíno tipo carne manteve-se estável no períododecorrido no mercado estadual, conformelevantamento de preços realizado pelaEmater/RS–Ascar nas principais áreas deprodução. O produto manteve seu preço médiofixado em R$ 1,68. O milho continua apresentandopequena redução do seu preço decomercialização no mercado interno.

Pesca artesanal – No município litorâneo deTramandaí as condições do mar segueminadequadas para a prática de diferentes tipos depesca neste último período. As condições de maralto e forte obrigaram pescadores a manterem asredes de cabo fora da água e os botes não foramà pesca. Na tarrafa, praticada na barra do rioTramandaí, assim como na orla, o resultado foimuito fraco. No estuário, a pesca com rede fixatambém não rendeu o esperado, com apenaspoucos bagres e tainhotas, a maioria de pequenotamanho e baixo valor comercial.

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ANÁLISE DOS PREÇOS SEMANAIS RECEBIDOS PELOS PRODUTORES

COMPARAÇÕES ENTRE OS PREÇOS DA SEMANA E PREÇOS ANTERIORES. R$

MÉDIAS DOS VALORES DASÉRIE HISTÓRICA 2004-2008PRODUTOS UNIDADE

SEMANAATUAL

13.AGO.09

SEMANAANTERIOR06.AGO.09

MÊSANTERIOR16.JUL.09

ANOANTERIOR14.AGO.08 GERAL AGOSTO

ARROZ 50 kg 27,46 27,82 26,97 33,34 28,82 28,86FEIJÃO 60 kg 66,98 66,25 66,67 122,61 82,26 81,13MILHO 60 kg 17,22 17,25 17,87 22,85 21,25 20,44SOJA 60 kg 44,02 44,01 43,85 38,75 38,37 36,18SORGO 60 kg 13,70 14,15 14,80 19,40 17,31 17,59TRIGO 60 kg 22,28 22,53 23,37 28,48 26,83 26,97BOI kg v 2,69 2,69 2,66 2,95 2,28 2,45VACA kg v 2,42 2,42 2,40 2,70 2,03 2,19SUÍNO CARNE kg v 1,68 1,68 1,74 2,73 2,46 2,47CORDEIRO kg v 2,17 2,16 2,11 2,33 2,72 2,70LEITE litro 0,65 0,65 0,63 0,61 0,54 0,57P e r í o d o 10/08-14/08 03/08-07/08 13/07-17/07 11/08-15/08 - -

Fonte dos dados / Elaboração: EMATER/RS-ASCAR. Índice de correção: IGP-DI ( FGV ).NOTA: Semana Atual, Semana Anterior e Mês Anterior são preços correntes. Ano Anterior e Médias dos Valores da SérieHistórica são valores corrigidos. Média Geral é a média dos preços mensais do quinqüênio 2003-2007 corrigidos.A última coluna é a média, para o mês indicado, dos preços mensais, corrigidos, da série histórica 2003-2007

OBS:1) Bovinos e ovinos com prazo de pagamento de 20 e 30 dias.2) Leite: preço bruto3) SI, indica sem informação. ST, indica sem transação.