Laranja Edição 2
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8/7/2019 Laranja Edio 2
1/12
Abril 20Xi
LARANPARA ALM DOPRETO E BRANCOAJ
ABRIL 20Xi
CAd
POR BRUNA MARENGONI [181]E RAPHAEL LAEZ [180]
PelofimdA
nAturAlidAdePOR AMANDA MATTA [183.XI],
JLIA CRUZ [183.22]
E THALES COIMBRA [181]
JAChAmosAs
biblioteCAs. eAgorA?
Panorama rerofma (da)Poltica
curtasctricas
8e9
4 e 510 E XI
AsPrestAes,
frum?Tesouraria,Transparncia e a
atual Gesto do XI
de Agosto
STPHANIE SAMAHA [182]
entrevistA: movimento Pr-ACervo 6 e 7
umA PubliCAo movimento resgAte ArCAdAs
Planodiretor
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8/7/2019 Laranja Edio 2
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lArAnJA2 Abril 20XilArAnJA mAro 20Xi2
Panorama
oAmbiente estudAntil do Lar-
go de So Francisco passa porum momento de mudana,
mudana que afeta diretamente a sua for-
ma de encarar a poltica acadmica. D-
-se importncia aos fatos corriqueiros e
que influenciam de fato no dia-a-dia dos
alunos sem que isso signifique esquecer
do lado de fora dos muros da Faculdade.
Assim, essa edio foca-se em pautas co-
tidianas e, em sua maioria, internas So
Francisco.
Buscando desenvolver o pensamen-
to crtico e estimular novas vises de
mundo, o Resgate considera o Laranja,
sem dvida alguma, um importante meio
de politizar as Arcadas do modo como
acreditamos dever ser feito. Tentamos tra-
zer aos estudantes, assim, jornais smbo-
los do que acreditamos ser o verdadeiro
pluralismo: defender as prprias opinies,
sem incorrer em intolerncia; apreciar
opinies diversas, sem cair na neutralida-
de. Demonstramos nossos pontos de vista
sem dicotomias, pr-determinaes ou
preconceitos, os quais andam nas bitolas
da atual situao do que considerado a
esquerda e a direita na poltica.A ordem do dia a Campanha contra
Homofobia e sobre ela no poderamos
deixar de nos manifestar. O jornal traz o
apoio incondicional do Resgate ao com-
bate homofobia, alm de crer acertada a
sua criminalizao. Plural que almejamos
ser, entretanto, reconhecemos que h,
mesmo entre os homossexuais, aqueles
que no acreditam nessa medida como a
melhor soluo possvel. Uma discusso
anterior ao lanamento da campanha pelo
XI que trouxesse os dois lados no se fa-
ria prejudicial em nenhum sentido.
Ainda muito sensvel a um grande
nmero de franciscanos a questo das
bibliotecas. Vivenciamos, em 2010, um
momento histrico nas Arcadas, no qual
em um ato com mais de 1000 pessoas de-
cidiu a Faculdade pela paralisao com-
pleta das aulas at que medidas fossem
tomadas. E medidas foram tomadas. Sem
dvida, uma grande vitria dos alunos.
Passado um ano, porm, e j em 2011 no
se ouve mais falar das bibliotecas. O que
est sendo feito pela Diretoria e pelo nos-
so Centro Acadmico? Qual a situaoatual do acervo? Com uma entrevista ao
movimento pr-acervo, o Laranja busca
esclarecer essas questes, e levar o aluno
realidade do Plano Diretor.
Em mbito nacional, ressurge um
tema que de to batido est quase virando
clich: a reforma poltica. Se banalizado
e exaustivamente discutido, por que mo-
tivos o tema permanece em alta? Por que
a Reforma nunca saiu do papel? E, ainda
mais, qual o papel da Reforma? mudar
a poltica para sempre? A grande questo
no se a reforma vai ser aprovada, mas
qual reforma vai ser aprovada.
Por fim, e entre outros, como no
poderia faltar, o gostinho da fruta se faz
cido nas curtas ctricas.
Queremos uma So Francisco cr-
tica, atuante, interada. Queremos uma
viso alm do preto e branco. Queremos
que os estudantes enxerguem colorido,
mesmo que esse colorido no seja o nos-
so Laranja.
EDITORIAL
CrtiCAs, sugestes, querPArtiCiPAr? [email protected] fACebook movimento resgAte ArCAdAs
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8/7/2019 Laranja Edio 2
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lArAnJA 3Abril 20Xi REFORMA POLTICA
A Reforma
(da) PolticaPOR ANDR TREDEZINI [183.XI], GUILHERME CARVALHO [182],GUILHERME GERMANO [183.22] E JOS PAULO NAVES [183.22]
AdisCusso sobre a reformapoltica no nova. H pelomenos quinze anos j se apon-tavam graves deficincias de nosso sis-
tema poltico-eleitoral. Em 1995, o (en-
to e agora) presidente do Senado, Jos
Sarney, constituiu uma Comisso paraestudar uma possvel reforma poltico-
-partidria. As propostas chegaram a ser
votadas no Senado, mas nunca foram
objeto de deliberao na Cmara. Em
2000, PT e PFL fizeram uma inusitada
aliana para elaborar medidas relativas
reforma. No deu em nada. No primeiro
ano do governo Lula, criou-se uma nova
comisso, desta vez na Cmara, para
condensar propostas relativas reformaque ento tramitavam pelo Congresso
Nacional. O PL 2679/03, entretanto, foi
rejeitado.
Nos ltimos anos, porm, o tema
ganhou fora indita. Em 2009, o Pla-
nalto encaminhou para o Congresso di-
versas propostas que pretendiam alterar
significativamente o sistema eleitoral
brasileiro. Apesar dos projetos terem
se perdido nos corredores da Cmara,ao menos reacenderam a discusso. Em
2010, durante a campanha presidencial,
todos os candidatos afirmaram a neces-
sidade de uma reforma poltica. Em fe-
vereiro deste ano, o Senado e a Cmara
instituram Comisso Especial para es-
tudar o assunto.
A discusso sobre a reforma po-
ltica extensa e complexa. A questo
comea pela definio de quo profun-das devem ser as mudanas. No rol das
possveis alteraes h propostas ambi-
ciosas como o voto distrital ou voto
em lista e pontuais como a diviso
do tempo na televiso. A variedade qua-
se infinita de projetos dificulta o debate
sobre o tema. Para evitar esse problema,
importante, antes de discutir o mrito
de cada ideia, entender o sentido geral
que a reforma toma. Afinal, a reformapoltica surge como resposta a uma s-
rie de deficincias de nosso sistema, e
as solues variaro, portanto, conforme
os diagnsticos. Caso essa perspectiva
mais geral seja esquecida, corre-se o
risco da aprovao de propostas incoe-
rentes entre si.
Apesar dos inmeros problemas
que podem ser apontados em nosso re-
gime poltico, alguns se destacam. O
desconhecimento geral sobre o funcio-
namento do sistema eleitoral provocagraves distores nos resultados das
eleies. O grande nmero de candida-
tos e partidos leva a uma indistino de
planos ideolgicos e a um elevado custo
de campanha. Para cobrir este ltimo,
os polticos rendem-se com frequncia
aos grandes financiadores, vinculando-
-se aos seus interesses. Passadas as elei-
es, fazem-se malabarismos polticos
(e morais) em nome da governabilidade.Uma reforma poltica eficiente deve,
portanto, responder a todos esses defei-
tos de maneira consistente.
A reforma poltica tem grandes
chances de ser aprovada. Afinal, polticos
e eleitores tm interesse na mudana de
nosso sistema poltico. No entanto, cada
qual tem razes diferentes. A questo ade-quada, portanto, no se a reforma polti-
ca ser aprovada, mas antes qual reforma
poltica ser aprovada. A pluralidade de
propostas permite que os parlamentares
simultaneamente atendam ao anseio da
sociedade aprovar uma reforma pol-
tica e criem um sistema que lhes seja
mais favorvel. a que reside o perigo.
Como impedir que a reforma poltica seja
transformada em pretexto para mudar asregras do jogo em favor de determinado
grupo poltico (ou at da classe poltica
como um todo)?
aqui que est a importncia da
mobilizao da sociedade brasileira em
torno dessa pauta. Se bem feita, a reforma
poltica produzir grandes resultados para
nosso pas, talvez renovando as esperan-
as de nossos cidados; por outro lado, se
mal feita, o problema pode tornar-se aindamais grave, aprofundando o abismo entre
polticos e sociedade. A aprovao da Lei
Ficha Limpa, em 2010, mostrou que a mo-
bilizao possvel. fundamental, para
tanto, um amplo debate sobre o tema.
A responsabilidade dos estudantes
nesse contexto imensa. Espera-se que
as Universidades sejam foco intenso de
discusso em torno do tema. impres-
cindvel que o maior nmero possvel deestudantes envolva-se com a pauta, colo-
cando eventuais discordncias e precon-
ceitos de lado em nome dessa causa to
cara. Quantas vezes no reclamamos de
nossa poltica, quantas vezes no deseja-
mos que ela fosse diferente! Ao contrrio
do que dizem muitos, isso no imposs-
vel. tnue a linha entre o ceticismo e o
conformismo. A oportunidade da mudan-
a est a. Esperamos que ns, estudan-tes, saibamos reconhecer o papel que nos
cabe nesse processo e no nos furtemos
nossa responsabilidade.
A questo adequada,
portanto, no se areforma poltica seraprovada, mas antesqual reforma polti-ca ser aprovada.
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lArAnJA4 Abril 20XiBIBLIOTECAS
J encontramos a
Biblioteca. E agora?Tranferidas ano passado sem qualquer planejamento, asbibliotecas iniciam o ano abertas. Suas condies, no en-
tanto, so precrias e muito aqum do padro de quali-
dade ao qual deveria se ater a maior biblioteca jurdica da
Amrica Latina. No deveramos nos movimentar?
POR STPHANIE SAMAHA [182]
AmAior biblioteCA jurdica da
Amrica Latina enfrentou gran-
des dificuldades ao longo de2010. Depois de uma atabalhoada transfe-
rncia para um prdio sem a menor estru-
tura fsica, um vazamento que danificou
alguns livros e um grande ato no Ptio,
finalmente parte do acervo voltou ao pr-
dio Histrico e as Bibliotecas reabriram.
inegvel que toda a movimenta-
o de 2010 trouxe muitas conquistas e
mudanas substanciais para as Bibliote-
cas. Hoje aquele cenrio catico de livrosencaixotados expostos ao sol em um pr-
dio caindo aos pedaos no existe mais.
O prdio Anexo IV j possui alvars de
segurana, no existem mais livros nos
andares destrudos e todo o acervo j est
em prateleiras e organizado nos departa-
mentos, disponveis para os alunos.
Para quem acompanhou o processo
de perto, chega a ser um alvio ver as coi-
sas dessa maneira - ao mesmo tempo em
que se percebe que claramente isso no
o suficiente. Ainda existem problemas
muito graves e que precisam ser resolvi-
dos. Em conversa com funcionrios da
Biblioteca, temos a informao de que
a consulta ao acervo diminuiu vigorosa-mente depois da transferncia. Essa di-
minuio j deveria ser esperada, j que
o acervo est divido em dois prdios, o
que dificulta muito o acesso imagine-
-se a dificuldade que se teria numa pes-
quisa interdisciplinar. Alm disso, faltam
salas de estudos adequadas atualmente,
a Biblioteca conta apenas com um tmido
esboo de sala de estudos no Prdio Ane-
xo IV (leia-se: apenas uma mesa com ca-pacidade para 6 ou 8 pessoas estudarem).
Muitos livros foram extraviados desde a
transferncia, o que faz com que os alu-
nos tenham que recorrer a outras biblio-
tecas ou at mesmo tenham que compr-
-los. Por fim, h uma grande dificuldade
de consultar e encontrar livros, especial-
mente nas bibliotecas departamentais que
esto no Prdio Histrico, onde o espao
muito apertado e h uma clara desorga-nizao das prateleiras.
E os problemas no param por a.
H uma grande dificuldade de acesso ao
Prdio Anexo IV, uma vez que no h ele-
vadores ou rampas. Mais que isso, nossa
biblioteca no cumpre mais sua precpua
funo de maior biblioteca jurdica pbli-
ca do pas: o acesso ainda se mantm res-
trito comunidade USP, excluda a possi-
bilidade de consulta por demais pessoas,
estudiosos e profissionais, alheios Uni-
versidade. O Movimento Pr Acervo das
Arcadas, que teve uma atuao relevante
em 2010, discute essas e outras questes
na entrevista (pg. 6).
Em 2010, em meio a toda confuso
das bibliotecas, foi criada uma Comisso
Especial das Bibliotecas, presidida pelo
professor Lus Virglio Afonso da Silva,
que contava com a presena de dois Re-
presentantes Discentes (um da graduao
e outro da ps graduao), alm de de-
mais professores e da prpria diretora das
bibliotecas. Desde junho do ano passado,
no entanto, no se ouviu mais falar dessa
comisso. Seu presidente licenciou-se no
exterior e os trabalhos foram paralisados
at a sua volta. A comisso voltou a se
reunir? A comisso considerou satisfat-
ria a situao atual das bibliotecas e en-
cerrou suas atividades?
E o Congresso Interno? Em setem-
bro de 2010, organizamos, enquanto ges-
to do XI e em parceria com a Represen-
tao Discente, uma semana de debates
sobre a Universidade. Seu resultado: um
documento, elaborado no ltimo ms da
gesto anterior, com premissas para que
se discuta um Plano Diretor srio para
nossa Faculdade; algumas delas bastantesimples, com possibilidade imediata de
efetivao.
Infelizmente, ao que parece, tanto o
Congresso Interno, quanto nossas biblio-tecas caram num silncio ensurdecedor,
no marasmo e esquecimento. Talvez isso
tenha acontecido pela aparente sensao
de problema resolvido, afinal, as biblio-
tecas j esto abertas. Outros consideram
o assunto so last season. E nesse con-
texto que no vemos uma postura ativa e
responsvel de nosso Centro Acadmico
XI de Agosto e da Representao Discen-
te no sentido de trazer as discusses e os
problemas da Biblioteca para os alunos.
O esquecimento da gesto Frum
da Esquerda em relao a essa pauta to
cara aos alunos um tanto quanto inco-
Nossas bibliotecas ca-ram num silncio en-
surdecedor, no maras-
mo e esquecimento.
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lArAnJA 5Abril 20Xi BIBLIOTECAS
erente. Afinal, quem no se lembra dos
adesivos Cad a Biblioteca?, usados a
todo momento para relembrar os alunos
da situao difcil que a Biblioteca estava
passando? Quem no se lembra de uma
carta programa recheada de iniciativas do
grupo, como reunies abertas e comis-
ses permanentes, para tocar a pauta das
Bibliotecas e do Plano Diretor, ao longo
da gesto? Ser que o prprio Frum da
Esquerda esqueceu que se elegeu sob a
mxima Vote em quem sempre defendeu
a Biblioteca com voc, presente em in-
meros cartazes afixados nas Arcadas, nos
dias de eleio para o XI? A Biblioteca e
os interesses dos alunos ainda precisam
ser defendidos. H muito ainda a ser feito.
E s o que vemos uma postura passiva
da gesto Frum da Esquerda diante dos
acontecimentos.
Mas que acontecimentos?
quemfrequentAoprdio AnexoIV certamente j se deparou comum banner com os seguintes di-
zeres: Este prdio est em reforma paramelhor atend-lo. Entre as melhorias
propostas est a construo de amplas sa-
las de leitura, reunio e palestras, espao
para estudos individuais, sala multimdia,
acessibilidade, oficina de restaurao e
conservao de obras, entre outros. De
fato parece um avano. Mas algum sabia
que a Biblioteca estava em reforma? Os
alunos, juntos com o XI, RD e Comisso
de Bibliotecas no iriam participar da ela-borao e discusso de um projeto de re-
forma? Essa no seria uma das vertentes
do to falado Plano Diretor?
Em conversa com o Diretor, Anto-
nio Magalhes Gomes Filho, nos foram
esclarecidos alguns pontos. A Biblioteca
no est em reforma ainda. Na verdade, os
banners foram uma iniciativa da Diretora
da Biblioteca e de sua existncia o pr-
prio Diretor da Faculdade desconhecia,
afinal, no existe nada em andamento.
Isso mostra um claro descompasso entre
a Diretoria da Faculdade e a Diretoria da
Biblioteca. Nesse momento inevitvel
no se perguntar: se no h reforma, por
que os cartazes? Ser que eles so apenas
uma forma de evitar que os alunos per-
cebam que os problemas no esto sendo
resolvidos?
Segundo o Diretor, o projeto final
para a Biblioteca ainda est sendo elabo-
rado e as licitaes para a reforma(como
as necessrias construo de elevadores e
melhoria da acessibilidade) sero realiza-
das pela Coordenadoria de Espaos Fsi-
cos da USP (COESF). Alguns engenhei-
ros da COESF j estiveram na Faculdade
para ver o Prdio Anexo IV e tambm
tratar de outras obras necessrias.
O que realmente ser um problema
que a Faculdade de Direito no possui
recursos nem para iniciar a reforma, por
isso ter que contar com a boa vontadeda Universidade para obter tais recursos,
... E algum acredita que haver alguma
boa vontade de Joo Grandino Rodas em
disponibilizar algum recurso para a So
Francisco? Da, por exemplo, a impor-
tncia de uma postura mais pr-ativa de
nossos representantes.
Tudo isso s mostra que a reforma
algo bem mais distante do que pens-
vamos, afinal, no existem nem recursospara a obra. Sempre existe a possibilidade
de recorrer ao capital privado, mas de-
pois da tentativa de nomeao das salas
Pinheiro Neto e Pedro Conde, grandes
escritrios tm receio de patrocinar qual-
quer reforma na So Francisco. Alm
disso, inexiste um claro posicionamento,
sequer dos alunos, acerca de qual deve ser
a relao entre a Universidade Pblica e a
iniciativa privada e, at agora, salvo o
Congresso Interno de 2010, ningum sus-
citou essa discusso, em momento algum.
E essa questo parece ser um tabu para
alguns setores dos alunos da Faculdade,
j que todas as tentativas de fazer uma
discusso qualificada acerca do uso de
capital privado na Universidade Pblica
sempre so boicotadas.
Da surge a necessidade da So
Francisco retomar (mais) uma discusso
esquecida: o Plano Diretor, bem como os
debates do Congresso Interno de 2010.
fundamental que sejam definidas
algumas premissas e regras para a modifi-
cao do nosso espao fsico, que seja feita
uma discusso qualificada sobre o projeto
poltico-pedaggico que queremos para a
So Francisco, e que seja garantida a par-
ticipao efetiva dos alunos nesse proces-
so (ver box na pg. 7). Ficou evidente, ao
longo de 2010, que h uma demanda por
parte dos estudantes de discutir em con-
junto com a Diretoria um projeto para a
Biblioteca. Porm, essas questes j esto
em andamento, sem o conhecimento do
corpo discente mais uma vez. bastan-
te desolador que o atual grupo gestor do
XI, que tanto se orgulhou por considerar a
si mesmo o grande defensor das reformas
na Faculdade na poca das eleies, tenhafeito tudo cair num esquecimento aptico.
fundamental que todos voltem a
encarar a questo como um problema e
se mobilizem em torno dessa causa, que
muito maior do que uma mera promessa
eleitoral vazia e que est correndo o risco
de ser esquecida. Todos devem partici-
par da elaborao de um projeto que seja
mais do que um tapa buraco. Afinal,
a reforma deve ser encarada no apenas
como uma resposta falta de espao, mas
como oportunidade de trazer s nossas bi-
bliotecas as melhorias de infraestrutura e
tecnologia necessrias e condizentes com
a melhor Faculdade de Direito do pas.
A Biblioteca e os interes-
ses dos alunos ainda pre-cisam ser defendidos. H
muito ainda a ser feito.
Ficou evidente, ao longo de
2010, que h uma demandapor parte dos estudantes
de discutir em conjunto
com a Diretoria um pro-jeto para a Biblioteca.
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lArAnJA6 Abril 20XiBIBLIOTECAS
Entrevista com o Movimento
Pr-Acervo das ArcadasA ntegra da entrevista pode ser conferida no blog http://182-21.blogspot.com/Resgate: Quais eram os objeti-
vos do Movimento Pr-Acervo?
Movimento Pr-Acervo: O gru-
po no era ambicioso quanto aos seus
objetivos, uma vez que metas de longo
prazo exigiriam grupos com maior arti-
culao. Pareceu-nos mais eficaz tentarreunir os coletivos j existentes em torno
de um objetivo comum, superando even-
tuais obstculos ideolgicos. Elegemos,
ento, trs metas, mesmo sob o risco de
sermos criticados: 1) a proteo de nos-
so acervo, afastando-o imediatamente
de situao de risco e de danos irrever-
sveis; 2) a disponibilizao do acervo,
preocupando-nos especialmente com os
pesquisadores e com os colegas que ela-boravam suas teses de lurea; 3) a livre
manifestao de ideias e opinies afi-
nal, era isso que estvamos colocando
em prtica e percebemos algumas ini-
ciativas negativas, que precisavam ser
enfrentadas.
Vocs consideram que esses ob-
jetivos foram cumpridos?
Como Franciscanos, certamente noestamos satisfeitos com os resultados. No
entanto, preciso reconhecer que aquele
risco imediato cessou e, por essa limita-
da perspectiva, seria possvel dizer que o
Pr-Acervo atingiu seus objetivos. Mas h
que se comemorar a histrica oportunida-
de experimentada por toda uma gerao
de Franciscanos, que se uniram em prol do
presente e do futuro da Academia, refor-
ando valores h muito construdos. Somomentos de unio, como aqueles que vi-
venciamos, que elevam o esprito do Fran-
ciscano para muito alm da mediocridade.
Boa parte do acervo retornou
ao prdio histrico e hoje a Biblio-
teca est dividida. Vocs acreditam
queas bibliotecas esto em boas
condies? Quais so os grandes
desafios que devero ser enfren-
tados para que a Biblioteca volte ater condies adequadas, tanto de
armazenamento dos livros quanto
de consulta? O que devemos cobrar
da Diretoria e da Comisso de Bi-
bliotecas?
Correndo o risco de incorrer em
inexatides e simplificaes, responde-
remos a estas questes tentando mirar
em sua essncia. As medidas paliativas
implementadas reduziram os riscos ir-
reparveis e iminentes a que o Acervo
se submetia. Por sua natureza provis-
ria, decerto tais medidas no supriram
as necessidades e falhas apontadas no
incio da mobilizao e, consequente-
mente, subsiste a necessidade de res-
postas concretas da Instituio. So in-
meros os problemas identificados, que
vo desde o cumprimento da legislao
relativa segurana e ao acesso de pes-
soas com deficincia, at a elaborao
de ampla discusso de um projeto que
v alm de um remendo. A mudan-
a para um novo edifcio no deve ser
apenas uma resposta falta de espao
para salas de aula, mas a oportunidade
de trazer s nossas bibliotecas as me-
lhorias de infraestrutura e tecnologia
que as preparariam para o futuro. Porfim, importante observar que se as
condies ainda no so as ideais, h de
se ressaltar que, no fosse a ao dos
funcionrios das bibliotecas, com certe-
za a situao seria muito pior: houve a
instalao de mesas na BCI e na sala de
estudos do prdio na Senador Feij, o
servio de reserva de livros on-line tem
sido eficaz e a unificao e a moderni-
zao do sistema de emprstimo de li-vros est funcionando.
O Movimento Pr-Acervo no
ligado a nenhum grupo poltico
da Faculdade. Qual o papel dos
alunos nesse processo? Como fazer
as cobranas necessrias? Como
incluir os calouros nessa discus-
so, j que eles no participaram
das movimentaes de maio?
Houve consenso de que o Pr-
-Acervo deveria buscar a neutralidade
para manter nossa agenda transparen-
te, evitando a natural polarizao da
poltica na Faculdade. Como alunos e
cidados, cada um de ns tem suas con-
vices e simpatias polticas, exercidas
livremente, sem prejuzo da persecuo
dos objetivos eleitos. Afinal, no seria o
fato de utilizarmos camisetas de cores
diferentes que nos afastaria de termos
interesses em comum. Talvez o cami-
nho para incluir os Novos Franciscanos
nessa e noutras discusses relevantes
para o nosso futuro seja identificar o
que vem a ser o verdadeiro esprito
Franciscano. Quem sabe seja possvel
incluir na agenda novas formas de ini-
ciar os calouros no porqu de nos or-gulharmos tanto de sermos parte desta
Academia, abraando todas as ideolo-
gias, doutrinas e partidos.
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lArAnJA 7Abril 20Xi BIBLIOTECAS
Vocs pretendem continuar
atuando em 20XI?
Como movimento ou coletivo, o
Pr-Acervo esgotou-se em seus ob-
jetivos. Nossas ltimas visitas s bi-bliotecas mostraram-nos que houve
progressos, infelizmente muito aqum
do que desejvamos. Novas preocu-
paes esto surgindo, no sabemos
se h uma luz no fim do tnel ou se o
que se aproxima nos derrubar. Preci-
samos reconhecer o trabalho de servi-
dores dedicados que se preocupam como acervo, mas igualmente necessrio
assinalar que lhes faltam meios, que
precisam ser providos pela Instituio.
Contudo, resta reforada a convico de
que, quando so nobres e legtimos os
valores, unem-se as vozes e mais uma
vez se revelam os verdadeiros Francis-
canos que imaginvamos pertencer aopassado, mas que percebemos presentes
em cada um de ns, participemos destes
movimentos ou no.
O que ?
Trata-se de uma proposta levada Diretoria da Faculdade,
em 2010, pelas gestes de ento do XI e da RepresentaoDiscente. Propunha-se, que fossem elaboradas diretrizes
vinculantes que especificassem as reformas, fsicas e peda-
ggicas, de que a Faculdade tanto necessita: reestruturao
da grade curricular, remodelagem do sistema de ensino,
planejamento de reformas fsicas.
Congresso Interno?
Realizamos, em conjunto com a RD, entre os dias 20 e 23 de se-
tembro de 2010. Foram discutidos temas como Ensino, Interdis-
ciplinariedade, Grade Curricular, Pesquisa, Avaliao Docente,
Extenso, Internacionalizao e intercmbios, entre outros. Foielaborado um documento final, que compilou os pontos discu-
tidos e elencou os pontos urgentes para reforma, algumas das
quais poderiam ter sido feitas ainda no incio de 20XI.
Quais as propostas mais urgentes e de im-
plementao imediata?
Excesso de aulas: temos uma quantidade excessiva de
aulas no currculo. Embora as medidas mais extremas de-
vam ser discutidas num segundo momento (alteraes no
nmero de semestres ou currculo integral nos primeiros
anos), algumas delas poderiam ter sido implementadas no
incio do ano. A principal delas seria expandir a possibili-
dade de se cumprirem crditos em disciplinas e atividades
fora da sala de aula tradicional, atravs da extenso (DJ,
SAJU, Clnica), pesquisa(Iniciao Cientfica, PET) e es-
tgio facultativo. Hoje, h um limitado nmero de crditos
em que se permitem atividades extra-aula.
Desorganizao (total, absoluta e irrestrita) da Gradua-
o: qualquer veterano sabe a confuso que se tornou re-
alizar sua matrcula num semestre da Graduao. Grade
horria que nunca sai, disciplinas conflitantes, falta de sa-
las de aula, desarticulao entre os 09 Departamentos da
Faculdade. Uma proposta simples, importante e igualmen-
te esquecida seria a contratao de um coordenador peda-
ggico, com a criao de uma Comisso de Coordenao
de Curso (COC). J h muitos anos patente a necessidade
de um profissional responsvel nica e exclusivamente emfazer o curso funcionar, resolver problemas e dvidas dos
alunos, alm de prestar uma orientao pedaggica, como
ocorre na POLI.
PLANO DIRETOR
Quais as conseqncias de o esquecermos?
A) J perdemos o prazo para sugerir alteraes pontuais em
nossa grade curricular (expanso de crditos-extenso e cr-
ditos-pesquisa; possibilidade de se atriburem crditos a ativi-
dades realizadas em outras Faculdades da USP), que expirou
no ltimo dia 31 de maro. Assim, essas primeiras, simples eimediatas propostas, sugeridas no ltimo Congresso Interno, j
no podero ser mais aplicadas no 2 semestre de 2011. Espe-
ramos que no se perca tambm o prazo para alteraes para o
prximo ano (30 de setembro).
B) Os quintoanistas, bem como os demais veteranos, sentiram
na pele a verdadeira misso impossvel que foi realizar a ma-
trcula nesse semestre. Quantas matrculas infernais os alunos
tero que ter para que o XI e a RD pressionem a contratao de
um coordenador pedaggico que faa nosso curso funcionar?
Divulgao dos projetos de Pesquisa da Faculdade: infeliz-
mente, nem a Faculdade, nem o XI ou a RD cumprem essa
importante diretriz retirada no ltimo Congresso Interno.
Incentivos aos projetos de extenso por meio de bolsas-au-
xlio: tema no qual o XI pode ter grande influncia, mas que
infelizmente, a atual Gesto deixou de lado. No tem nego-
ciado com a Faculdade para, por exemplo, institucionalizar o
estgio e extenso no Juizado Especial Federal de nossa Fa-
culdade. Alm disso, a Clnica de Direitos Humanos contava
com bolsas-auxlio da USP a negociao pela renovao se
estendeu por 2010 e, ao que parece, tambm foi esquecida pela
Gesto do XI.
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lArAnJA8 Abril 20Xi
Tesouraria, Transparncia e a
atual Gesto do XI de AgostoPOR BRUNA MARENGONI [181.21] E RAPHAEL LAVEZ [180]ANTIGOS TESOUREIROS DO CENTRO ACADMICO XI DE AGOSTO - GESTO 2010
JquAserepetitivo lembrar comoas eleies de 2010 trouxeramuma verdadeira transformao aogrupo Frum da Esquerda: no melhor
estilo FHC e suas teses sociolgicas so-
bre subdesenvolvimento e dependncia,
aquilo que em outros tempos defendi,
no defendo mais. E os exemplos no
so poucos.
O Frum da Esquerda, depois do
estardalhao que fez na questo do con-
trato do Poro em 2010, assinou, em
plenas frias, um contrato de locao
no Campo do XI que vinculou 40% das
receitas do XI e entidades pelas prxi-
mas 25 gestes, sem que qualquer aluno
tivesse a mnima noo sobre o assun-
to. Num genuno saem strippers, entra
Bonde do Tigro, a Gesto mostrou
incoerente a velha crtica vermelha s
festas opressoras. Abandonou sem
qualquer cerimnia a promessa eleitoral
de um debate minimamente qualificado
e plural. Engavetou as pautas das Biblio-
tecas, justamente o grupo que sempre
defendeu as bibliotecas com voc!.Todos elementos evidentes de que, por
coerncia, grupo nenhum faria uma opo-
sio mais contundente atual Gesto do
XI que o prprio Frum da Esquerda do
ano passado.
No entanto, no foi s no mbito da
atuao poltica que o ex-presidente tu-
cano fez escola aos vermelhos.
A vitoriosa campanha dos verme-
lhos em 2010 teve um tom muito mar-cante: severas e contundentes crticas
Tesouraria do XI daquela Gesto Resga-
te estratgia eleitoral bastante oportuna
e conveniente, j que o candidato a pre-
sidente adversrio foi tesoureiro daquele
ano.
As crticas giravam em trs eixos:
i) ataques estrutura do Fundo do XI,
bem como denncias de falta de trans-
parncia; ii)explorao da mo-de-obra
dos professores do Centro de Idiomas,
uma vez que no eram contratados sob
o regime da CLT, o que consideravam
os vermelhos uma ilegalidade, alm de
afronta aos direitos; e iii) falta de trans-
parncia, deficincias nas prestaes de
contas, realizao de apenas uma reu-
nio aberta de tesouraria.
Aps terem sido lanadas crticas s
vsperas das eleies, era de se esperar
que assistssemos a profundas reformas
no mecanismo do Fundo do XI. No en-tanto, as transformaes anunciadas na
campanha eleitoral no se concretiza-
ram. No houve qualquer alterao no
regulamento do Fundo. No houve qual-
quer alterao das empresas que assesso-
ram o XI de Agosto. No houve qualquer
alterao no tocante transparncia das
operaes. Em verdade, nada se concre-
tizou justamente porque, de duas, uma:
ou Frum da Esquerda se convenceu queo modelo praticado pela gesto anterior
era o mais adequado, esvaziando sua
crtica eleitoral ou, simplesmente, o que
propunham em outubro no era factvel.
Criticava-se a alocao dos inves-
timentos entre renda fixa e varivel. E
o que foi feito? Mais uma vez a Gesto
Frum da Esquerda manteve rigorosa-
mente as regras e mecanismos desenvol-
vidos nas gestes anteriores do Resgate.
Felizmente, o Frum abandonou as crti-
cas eleitorais. O modelo do Fundo do XI,
nosso maior patrimnio, que j hoje cor-
responde a R$ 7,5 milhes, foi delibera-
do pelos alunos em Assemblia Geral e
implementado ao longo de 2009 e 2010.
E se revelou um modelo bastante satis-
fatrio! At o final da Gesto anterior, o
Fundo do XI apresentou um rendimen-
to, ao longo de 2009 e 2010, superior a
35%, ou seja, por esses dois anos, o FIXI
bancou as entidades e, ainda, teve um
expressivo aumento em seu capital.
O conceito do Fundo, qual seja, re-
tiradas mensais que permitam, tambm,
um acrscimo ao capital principal no
final do ms justamente o mecanismo
que nos traz a segurana da manuteno
de todas nossas atividades XI e entida-des por longussimo prazo.
Quanto ao nosso Centro de Idio-
mas, desde sua criao, em 2008, o F-
rum da Esquerda tem criticado o regime
de contratao dos professores. Ora, se
os vermelhos criticavam as Gestes Res-
gate por essa questo, por que no apro-
veitaram a oportunidade que tm, sendo
Gesto do XI, e no sanaram esse vcio
que outrora consideraram inadmissvel?De duas, uma: ou constataram que era
uma crtica sem fundamento, que de fato
estvamos certos quanto ao regime dos
Grupo nenhum faria uma
oposio mais contundente
atual Gesto do XI queo prprio Frum da Es-
querda do ano passado.
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professores (e da, falta a honestidadepoltica de prestar contas aos alunos que
neles votaram esperando a alterao); ou
criticavam por criticar, num vazio polti-
co que objetivava to somente desgastar
seu adversrio eleitoral.
E, novamente, a nova Gesto do
XI manteve o modelo das Gestes an-
teriores, um modelo que foi vital para a
consolidao do nosso curso de idiomas.
Importante lembrar que, ainda na Gestoanterior, obtivemos a autorizao da Fa-
culdade para que as aulas do C.I. ocor-
ressem no prprio prdio da Faculdade.
Alm de trazer a economia nos aluguis
do atual espao, uma importante con-
quista que garantiria uma grande expan-
so do oferecimento de vagas e cursos!
Quanto s prestaes de contas e
transparncia, a situao se agrava. O
Frum da Esquerda, nas ltimas eleies,
foi contundente nessa questo. Acusava
os membro do Resgate, a torto e a direi-
to, de falta de transparncia. Nessa seara,
propunham a publicao de prestaes de
contas rigorosamente pontuais, reunies
abertas peridicas de tesouraria e o lana-
mento de uma verdadeira maravilha tec-
nolgica: o Portal da Transparncia, espa-
o virtual em que seriam publicadas todas
as movimentaes (leia-se, cada cheque
emitido) da Tesouraria, alm de presta-
es, infogrficos, planilhas, entre outros.
E o que aconteceu? Mais uma vez,
as proposta eleitorais no se concretiza-ram. No tivemos nenhuma prestao
de contas at o momento. O Portal da
Transparncia ningum viu. A primeira
vez que a Gesto toca no assunto de Te-
souraria e Transparncia, pautas que lhe
eram to caras na campanha, somente
no incio de Abril, numa Reunio Aberta
que, alm de tardia, no faz sentido, vez
que no h nenhuma prestao de contas
publicada para que dvidas possam sersanadas.
Como antigos tesoureiros, temos
em mente que pequenos atrasos nas pu-
blicaes de prestaes so tolerveis
ao contrrio do que, alis, fez o Frum
enquanto oposio. Entretanto, algumas
questes so muito preocupantes. O per-
odo dezembro-janeiro , de longe, aquele
de mais simples e pequenas movimenta-
es. Assim, por que o atraso, j que so
as mais simples prestaes de todo o ano?
Mais que isso, por que um grupo que se
mostrava to caro, preocupado e diligen-
te com a questo negligenciou-a logo em
sua primeira oportunidade na Gesto? J
estamos h mais de 30 dias sem as de-
vidas prestaes, ao menos do bimestre
dezembro-janeiro. Os alunos sequer ima-
ginam qual o planejamento financeiro
do XI. O Portal da Transparncia, at esta
altura, na quase metade da Gesto, no
passou de mais uma promessa.
Essa incoerncia bastante preocu-
pante pois, justamente em matria de Te-souraria, nos traz uma grande inseguran-
a: por que essa negligncia? O que h
na Tesouraria 20XI do XI que o Frum
quer esconder? Se o site est fora do ar (e
dessa forma est desde janeiro), por que
no transformar o Portal da Transparn-
cia, num simples, modesto e bem mais
eficiente Mural da Transparncia, afixan-
do-se os dados e prestaes nas paredes
da Faculdade? Uma Reunio Aberta detesouraria marcadas s depois de quase
5 meses de gesto, sem a publicao de
nenhuma prestao de conta, sequer a de
dezembro de 2010, est, no mnimo, bas-
tante atrasada.
Uma Tesouraria transparente mais
que uma questo meramente administra-
tiva ou burocrtica. Tesouraria poltica.
Abrir as contas do XI permitir que os
alunos possam conhecer a realidade de
seu Centro Acadmico. Transparncia
garante que os alunos possam compreen-
der, debater, criticar e apresentar propos-
tas quanto viabilidade de todas as ativi-
dades da Faculdade. Por que determinada
entidade deste ou daquele jeito?
Mais que isso, comprometimento
e transparncia fundamental para que
haja uma accountability em nosso XI.
Seu oramento bastante significativo e
imperativo que se garantam mecanismos
que o mantenha inclume de operaes
de moralidade bastante duvidosa.
Ademais, a atual gesto do Centro Acadmico alterou
a distribuio dos investimentos entre renda fixa e vari-
vel estabelecida na Assembleia de 2008: havia sido de-
cidido que no mnimo 67% do capital seria investido em
renda fixa e o restante em renda varivel [na verdade,
foi decidido justamente o contrrio!]; hoje, mais de 80%
do valor do Fundo encontra-se investido em renda vari-
vel (Frum da Esquerda, Carta Programa 20XI, p. 8)
PORTAL DA TRANSPARNCIA uma ferramenta online que
tem por objetivo promover a transparncia de gesto e estimular,
por meio do acompanhamento da execuo financeira de programas
e aes, a participao e o controle social. () Comprometido comuma gesto transparente e responsvel, o Frum da Esquerda apli-
car esse bem-sucedido modelo tambm no Centro Acadmico XI
de Agosto. O sistema contar com a Tesouraria Online, espao onde
sero publicizadas as movimentaes financeiras da gesto. Alm dis-
so, disponibilizar as seguintes informaes: balancetes pontualmente
bimestrais do Centro Acadmico, obrigao estatutria da Diretoria
do XI, contendo grficos e notas explicativas sobre as receitas e as
despesas (Frum da Esquerda, Carta Programa 20XI, p. 9).
DIZIA O FRUMDA ESQUERDA...
Fundo do XI
Transparncia
POLTICA ACADMICA
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lArAnJA10 Abril 20Xi
Pelo fm da
naturalidadeA homossexualidade ganha cada vez mais espao na so-
ciedade em media contrria homofobia, que vem cada
vez menos sendo tolerada. Notcias de grande repercusso
como a agresso aos homossexuais na Paulista e a volta
do Projeto de Lei 122 puxaram a pauta, qual o XI res-
pondeu com o Ato contra a Homofobia. O Resgate no
poderia deixar de se manifestar.
POR AMANDA MATTA [183.XI],
JLIA CRUZ [183.22]
E THALES COIMBRA [181]
No vou discutir promiscuida-
de com quem quer que seja. No corro
esse risco porque os meus filhos foram
muito bem educados e no viveram em
ambientes como lamentavelmente o
teu. A frase dirigida pelo deputado Jair
Bolsonaro cantora Preta Gil fez com
que critic-lo, nos ltimos dias, tenha se
tornado regra. Infelizmente, Bolsonaro
parece no ter entendido a indignao
nacional, j que em nota de esclareci-
mento reforou sua postura preconcei-
tuosa ao esclarecer que no estava se
referindo a negros, mas a homossexu-
ais. A atitude sintomtica, na medida
em que demonstra como grupos igual-
mente discriminados ainda so tratados
como diferentes. A real preocupao do
deputado no superar preconceitos,
mas negar ter proferido uma frase racis-
ta conduta criminalizada e condenada
pela sociedade.
Para combater tal incoerncia do
Estado, que condena certos tipos de
discriminao mas se cala quanto a ou-tros, foi proposto o PLC 122. Ele altera
a lei nmero 7716/89 e o 3 do artigo
140 do Cdigo Penal para punir, alm
do preconceito de raa, cor, etnia e re-
ligio, incluir o sde origem, condio
de pessoa idosa ou com deficincia,
gnero, sexo, orientao sexual ou iden-
tidade de gnero. Embora polmico,
o projeto de lei um passo necessriopara a concretizao da igualdade no
apenas formal, mas tambm material e
efetiva.
A igualdade, este valor to caro
democracia, inexiste enquanto duas pes-
soas ainda enfrentam diferentes graus
de obstculos para o acesso aos mes-
mos direitos. Ela negada e continuar
sendo sumariamente violada enquanto a
orientao sexual de uma pessoa servir
como fato gerador de danos. Danos es-
tes de natureza material, na medida em
que so vedados os direitos a penso e
previdncia, por exemplo. Mas princi-
CAMPANHA CONTRA A HOMOFOBIAEm 2009, o Resgate, enquanto 107 diretoria do XI, criou um grupo de estudos sobre a diversidade sexual, o GEDS. O que
comeou com encontros descolados em que se conversava sobre experincias sobre ser gay acabou ficando srio. Tantoque em 2010 o GEDS passou a funcionar como grupo de extenso. As atividades envolviam um grupo de estudos, agra-
dveis noites de conversa no Tmulo, uma parceria com o Centro de Combate Homofobia da Prefeitura de So Paulo,
a exibio de filmes e a participao na matrcula dos calouros de 2010. O grupo refletia a sede dos alunos (de calouros a
veteranos) por um espao de diversidade sexual institucionalizado, o que, ao que parece, mudou a cara da Faculdade. J tem
gente, inclusive, que chame a Sanfran de gay friendly.
Mas, no devemos nos enganar. A formao sobre a sexualidade (de heteros ou no-heteros) ainda precria tanto que
h gente que ainda acredita na existncia de uma opo sexual assim como a abordagem em sala de aula que quase
sempre cai num vazio legalismo. Por isso, o Resgate, de forma coerente com a sua atuao nos ltimos anos, expressa
seu apoio campanha do XI de Agosto contra a homofobia e se coloca disposio para discutir a questo em pro-fundidade junto com a Gesto e com os demais alunos. Acreditamos que as formas de atuao e os fins da campanha
devam ser discutidos amplamente com os alunos. Por isso, pedimos que a Gesto abra um espao de discusso o mais rpido
possvel, seja atravs de reunies abertas ou uma comisso permanente.
HOMOFOBIA
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Abril 20Xi lArAnJAmAro 20Xi Xi
palmente danos imateriais: hostilizao
familiar, humilhao pblica, presso
psicolgica e tratamento diminutivo a
uma minoria. So todas situaes com
as quais um dito Estado Democrtico deDireito no pode ser conivente. A demo-
cracia, neste caso, no est em respeitar
a opinio da maioria sobre o assunto,
mas em afirmar a garantia inviolvel de
uma minoria dignidade.
lamentvel que seja necessrio
ao legislador especificar cada minoria
no corpo da lei, mas esta pormenorie-
dade um preo baixo a ser pago se amudana tornar-se efetiva. O enraiza-
mento de comportamentos homofbi-
cos na sociedade torna naturais posturas
discriminatrias. Diante deste cenrio,
para que a naturalidade seja rompida,
faz-se necessrio um baque, um cho-
que de realidade. Poderiam s-lo, esse
baque, as falas do deputado. Mas elas
no foram o suficiente. Os conhecidos
relatos de agresso
fsica no foram o
suficiente. Os vdeos
chocantes registrando
leses corporais no
foram o suficiente. A
divulgao do nvel de
suicdios entre jovens
homossexuais no foi
o suficiente. As mor-
tes de ativistas ho-
mossexuais no foram
o suficiente. Quanto
mais precisa ser perdido para que a ho-
mofobia cotidiana passe a ser, de fato,
condenada?
O Estado no pode continuar ne-
gligenciando tais fatos. Para mostrar
sociedade a necessidade de mudana,talvez seja a lei o nico caminho pos-
svel para se trazer tona a pauta da
discriminao e negao de direitos
aos grupos LGBTT. com esta propos-
ta que dialoga o PL122, equiparando a
homofobia a outras formas de discrimi-
nao (como a decorrente de raa ou re-
ligio). Embora muitotenha se dito quanto
a um suposto cercea-
mento da liberdade de
expresso, o Projeto de
Lei vem, na verdade,
apenas para determinar
que tambm a discri-
minao homofbica
punvel de acordo coma lei 7.716 e com o arti-
go 140 do Cdigo Penal. Nos artigos da
primeira, fica explcito o tipo de discri-
minao a que se alude: a ttulo exem-
plificativo, pode-se citar o art. 5 (recu-
sar ou impedir acesso a estabelecimento
comercial, negando-se a servir, atender
ou receber cliente ou comprador), mui-
to similar aos que o seguem. Embora
no se possa negar que
se trata de uma restrio
da liberdade individual
do prestador de servio,
ela at mesmo esperada
frente ao princpio con-
traposto: a dignidade hu-
mana. Da mesma forma,
o art. 20, que criminaliza
a prtica, induo ou in-
citao da discriminao,
um limite liberdade
de expresso plenamente
justificvel em nossa ordem jurdica,
visto que visa garantia democrtica de
tutela dos direitos das minorias. No se
v, portanto, embasamento na defesa de
que o PL seria um ataque liberdade de
opinio, visto que sua redao enfoca asprticas discriminatrias, e no valores
individuais.
Embora seja extremamente vlida
uma discusso sobre a eficcia da cri-
minalizao de determinadas condutas,
incoerente que se trave tal discusso
apenas no tocante homofobia. No s
o prprio PL 122, comotambm a legislao bra-
sileira j positivada trata
como crimes prticas dis-
criminatrias relativas
a religio ou raa, por
exemplo. Se a sociedade
se prope a reavaliar esta
dimenso de nosso orde-
namento, h que faz-lode forma qualificada e
coesa, e no apenas relativamente a um
grupo. Isto apenas refora a diminuio
da minoria em questo.
Incoerncias como esta demons-
tram que a possvel aprovao do PL
no , de forma alguma, o fim da luta
pelos direitos da populao LGBTT.
Uma lei que criminaliza a homofo-
bia refora a legitimao dos direitos
desse grupo, mas no vai impedir, por
exemplo, que pais probam seus filhos
de irem brincar na casa de amiguinhos
possivelmente gays e nem vai conceder
definitivamente aos homossexuais os
direitos unio civil. No entanto, ela
educativa por criar um ambiente hostil
ao preconceito, em que o diferente no
estigmatizado. Um meio tolerante per-
mite que mais homossexuais se sintam
vontade para assumirem suas reais
condies e o consequente convvio
com o diferente estimula ainda mais tal
tolerncia.
A consolidao de um ambiente re-
ceptivo ao antes estigmatizado no f-
cil: so necessrias ainda mais mudanas
na legislao e a realizao de polticaspblicas, principalmente educacionais. A
aprovao da lei no a soluo, mas ,
sem dvida, um comeo.
O enraizamento de
comportamentos ho-mofbicos na socie-
dade torna naturais
posturas discrimina-trias. Diante deste
cenrio, para quea naturalidade seja
rompida faz-se neces-
srio um baque, umchoque de realidade.
Embora seja ex-
tremamente vlida
uma discusso sobrea eficcia da crimi-
nalizao de deter-
minadas condutas, incoerente que se
trave tal discusso
apenas no tocan-
te homofobia.
HOMOFOBIA
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Transparncia
Prestaes de contas sempre
pontuais. Foi o que prometeu o
Frum da Esquerda em sua Carta
Programa do ano passado, en-quanto injustamente acusava o
Resgate de faltar com a trans-
parncia. Completos 4 meses de
gesto, no entanto, as prestaes
bimestrais ainda no saram.
Parcialidade
Falta no ltimo jornal do XI o texto do om-
budsman, reafirmando mais uma vez, comperdo da redundncia, sua parcialidade.
Problemas na gesto a serem criticados no
faltam e, ainda assim, ele abstm-se de apon-
tarem-nos.
Cartazes Depredados
Boa parte dos 50 cartazes do Resgate co-
lados na ltima semana pela Faculdade foi
rasgada, arrancada, amassada e depredada.
Sabemos que alguns deles foram retirados
por um funcionrio da Faculdade junto com
todas as outras publicaes nas paredes,
mas esse, infelizmente, no foi o destino da
grande maioria deles. Pedimos a todos que
respeitem nossos textos. Caso discordem de
nossas ideias, publiquem vocs mesmo tex-
tos de resposta e, se assim desejarem, colem-
-nos pela Faculdade, tendo a certeza de que
no arrancaremos nenhum.
Jornal Rasgado
Vimos um membro da atual gesto do Centro Acadmico rasgando um exem-
plar de nosso primeiro Laranja. Mais uma vez, pedimos que respeitem nossaspublicaes. Justificava-se a pessoa dizendo que escrevamos mentiras. O
gesto denota intolerncia, pois, para o intolerante, s verdade aquilo que
ele prprio acredita, taxando de mentira todas as ideias a ele contrrias. O
fato s reafirma a importncia da defesa de um ambiente plural nas Arcadas.
Primrio a isso, o jornal foi rodado com a cota livre de xrox do prprio XI.
O livreda expresso, entretanto, no significa ilimitado e irrestrito, muito
menos desonerado. Tudo o que rodado sai do patrimnio do Centro Acad-
mico. Rasgar nosso jornal , portanto, e antes de tudo, desrespeitar o patri-
mnio do XI de Agosto e, por conseguinte, dos alunos.
Apoio Campanha Contra a Homofobia
O Resgate apoia toda e qualquer manifestao de repdio a todo e qualquer
tipo de preconceito, inclusive homofobia. O ensejo parece fcil e oportunis-
ta, mas realmente acreditamos ser louvvel a iniciativa do Centro Acadmico
de promover tal ato. Manifestamos, por meio desta nota, nosso apoio, com a
esperana de que bandeiras dessa magnitude e importncia possam superar di-
ferenas ideolgicas entre os partidos para ganharem, como merecem, o Largo
de So Francisco por inteiro.
Crtica Campanha Contra a Homofobia
Tendo manifestado nosso apoio incondicional causa
LGBTT, temos, no entanto, crticas ao modo de conduo
da campanha. Questionamos, por exemplo, a presena de
Marta Suplicy no ato de lanamento, quando em sua cam-
panha insinuou-se uma suposta orientao sexual do ento
concorrente Kassab como sendo relevante para a disputa.
Atentamos ainda absoluta falta de discusso acerca da
criminalizao da homofobia. Ainda que apoiemos a causa,entendemos que mesmo dentre os homossexuais a pauta
no consenso. Seria rico para o debate e respeitoso com
as opinies diversas que esse outro lado fosse trazido.
Para qu Canhoto...
...se agora temos O Onze de Agosto? Esse parece ser
o pensamento da atual gesto quanto ao jornal institu-
cional do Centro Acadmico. Durante nossa gesto do
ano passado, estava em vias de consolidao um proje-
to de jornal que previa a criao de um Conselho Edi-
torial independente para a realizao de publicaes
verdadeiramente dos alunos. O Frum, no entanto, re-
chaou nossa proposta e descontinuou o projeto, acre-
ditando de maneira nada institucional que a verdadeira
vocao d O Onze de Agosto servir de instrumento
do partido para transmisso de seus ideais.
Kassab EngraadinhoDepois da inusitada criao de um novo partido (que alguns consideram nascido para mor-
rer), nosso prefeito voltou a nos deliciar com suas plulas de sabedoria. Logo aps se au-
todefinir como "um poltico sem ambio", essa semana, no Roda Viva (da TV Cultura), o
lder do PSD lanou: "So Paulo, embora tenha trnsito, uma cidades maravilhosa, cheia
de lugares lindos pra se visitar!"
Curtas Ctricas
lArAnJA12 Abril 20XiCURTAS CTRICAS