Lagoas do rio

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CAPA

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Estudo sobre as Lagos do RJ

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CAPA

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Sumário

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1. Lagoa de Cima

A delimitação da APA com base somente no corpo d’água da Lagoa de Cima, pode não se mostrar capaz de garantir a preservação da mesma, tanto como ecossistema e patrimônio turístico. Outros atributos ambientais intimamente associados ao corpo d’água devem ser levados em consideraçãopara sua preservação. Isto é o que parte dos dados do Diagnóstico indica, mas é também uma conclusão esperada diante de um olhar crítico sobre qualquer ecossistema que se pretende preservar, mantendo-se características ambientais originais. A seguir estão incluídas diversas conclusões sobre a manutenção dos atributos ambientais de acordo com as atuais demandas de uso. Grande parte das águas que abastecem a Lagoa de Cima tem entrada pelo rio Imbé, que drena a vertente leste da Serra do Desengano, área com considerável e importante cobertura de Mata Atlântica. Sua importância como fonte de água é devido a sua maior área de drenagem e também pela vegetação de mata ainda preservada. Sua importância cresce ainda mais, uma vez que o outro abastecedor, o rio Urubu, tem na sua bacia de drenagem uma região de pouco escoamento e baixo potencial hídrico. Esse último fator, é ainda agravado pela atual distribuição da cobertura vegetal, quase que totalmente modificada para economia agrícola. Com base nessa conclusão, sugere-se forte atenção aos remanescentes de mata primária da Serra do Desengano. Ações nesse sentido devem incluir metas objetivas tais como:

Fiscalização para o estancamento das ações predatórias nas áreas de mata inclusas no município de Campos dos Goytacazes;

Exigência junto aos órgãos estaduais responsáveis pelo Parque Estadual do Desengano de ações de fiscalização em áreas fora do município;

Exigências junto aos órgãos estaduais para a implantação definitiva do Parque Estadual do Desengano;

Valoração do patrimônio ambiental envolvido através do incentivo ao uso sustentável do produto mais fartamente oferecido na região, às belezas naturais.

Com base nas feições geomorfológicas e climáticas, pode-se afirmar que o entorno da LC era predominantemente coberto por vegetação arbórea, Mata Atlântica, sendo esta considerada como a matriz vegetacional da região. Contudo, os resultados obtidos através dos mapas gerados pela classificação digital das imagens de satélite e do estudo florístico dos remanescentes de vegetação arbórea indicam que a cobertura florestal do entorno da LC está extremamente fragmentada. Essa região, predominantemente de morros ou colinas, tem apenas remanescentes florestais de tamanho reduzido e isolados e em sua maioria

2. Lagoa de Piratininga

O número de ligações clandestinas de esgoto na Região Oceânica pode chegar a 2 mil. A poluição despejada nas lagoas atinge também o mar da Praia de Itaipu, que nas últimas semanas apresentou qualidade inadequada para banhistas. Segundo a presidente do Instituto Estadual de Ambiente (Inea), Marilene Ramos, o despejo ilegal de esgoto da rede pluvial é preocupante e contribui para poluição do mar. Marilene Ramos explica que as ligações clandestinas de esgoto na Região Oceânica estão contaminando as lagoas de Piratininga e Itaipu e, como a água naturalmente escoa para o mar, a praia de Itaipu está sofrendo as consequências.

“Nós estamos realizando o programa Se Liga desde janeiro deste ano, em parceria com a Águas de Niterói, onde fazemos operações de combate às ligações clandestinas na rede pluvial. O objetivo é melhorar a qualidade de água de toda a bacia hidrográfica, e, indiretamente, a balneabilidade da praia.

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Estamos notificando os moradores sobre a obrigatoriedade de estabelecerem as ligações na rede formal de esgoto”, afirma, acrescentando que na próxima quarta-feira vai acompanhar pessoalmente a retomada da fiscalização pela equipe do Inea.

Nelson Gomes, superintendente da Concessionária Águas de Niterói, explica que em um primeiro momento, os moradores com imóveis em situação irregular são notificados e é concedido um prazo de 60 dias para a regularização. Caso não resolvam o problema, os moradores podem ser multados em até R$1,5 mil, de acordo com o decreto estadual 41.310, de 2008.

“Em janeiro, 105 imóveis na Região Oceânica foram notificados e esse número pode chegar a 2 mil. Para regularizar a conexão na rede coletora de esgoto sanitário, o morador deve interligar suas instalações no Tubo de Inspeção e Limpeza (TIL) disponibilizado pela Águas de Niterói. Essa conexão é de responsabilidade do morador”, esclarece.

Obras de dragagem

Em dezembro do ano passado, as obras do projeto de execução de desassoreamento da Lagoa de Piratininga foram iniciadas. De acordo com Marilene, a dragagem está evoluindo normalmente e o Inea está concluindo o projeto executivo das melhorias para o sistema de comportas, que vai permitir que haja maior renovação da água no local.

“Niterói é uma das poucas cidades do Brasil que contam com rede de esgoto abrangente, é uma das melhores coberturas de saneamento básico no País. Não é aceitável que a população comprometa a qualidade das águas por falta de conexão à rede de esgoto”, frisa.

Ela revela que não existe uma meta de curto prazo para a balneabilidade na lagoa e destaca que como o fundo é composto de lama, o local não é muito propício para banhos.

“Estamos procurando evitar a mortandade de peixes para que ajude na qualidade da água”, conclui.

O Governo do Estado vai investir um total de R$ 30 milhões nas obras de revitalização do sistema lagunar Piratininga-Itaipu, provenientes do Fundo Estadual de Conservação Ambiental (Fecam).

A primeira etapa da dragagem da Lagoa de Piratininga consiste na criação da “bacia de evolução”, uma área de 30 metros que recebe a máquina anfíbia que é responsável pela dragagem do local. Para instalar o equipamento, a equipe do Inea teve que abrir o caminho para a entrada da carreta que transporta a máquina.

Também foi realizado um trabalho de recuperação das comportas existentes e mais de seis mil metros cúbicos de sedimentos da lagoa e 40 metros cúbicos de pedras do túnel entre a sua embocadura no mar e a ligação com a Lagoa do Tibau já foram retirados.

Outra etapa da revitalização ambiental vai incluir a dragagem mais intensa dos canais centrais das lagoas e a construção de uma estrutura formada por rochas, o molhe, que se estenderá até o oceano em Itaipu, garantindo a integração entre as duas lagoas através do canal de Camboatá.

3. Lagoa de Jaconé

Propícia para pesca de tarrafa e embarcada, possui águas esverdeadas, que se tornam turvas quando há ventos fortes. Ao redor há vegetação típica de mangues e brejos. Muito próxima do mar. Muito próxima da montanha. É magia pura. O início ou o final de Saquarema? Sabe-se lá! Certamente, é bela demais.

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4. Lagoa de Jacarepiá

Consiste em uma lagoa de água doce, próxima ao mar, sendo a única lagoa de água doce da Região dos Lagos. Seu entorno apresenta uma vegetação arbustiva baixa, onde são encontradas algumas espécies raras e outras já em processo de extinção (orquídeas, bromélias, begônias, canela, imbui-pimenta, gravata). A fauna local também preserva alguns animais em extinção como lontras e jacarés de papo amarelo. É um santuário ecológico, com variedades de peixes e animais silvestres. A natureza nos

privilegiou com uma raridade: uma lagoa de água doce próxima ao mar.

Reserva ecológica estadual de jacarepiá (reej)Localizada integralmente em Saquarema, a RESERVA ECOLÓGICA ESTADUAL DE JACAREPIÁ (REEJ) foi criada pela pelo Decreto nº 9.529-A de 15/12/86 (D.O. de 31/01/87), com o objetivo de proteger de forma mais restrita os ecossistemas próximos ou co-relacionados à LAGOA DE JACAREPIÁ até então em bom estado de conservação. Afastada do mar cerca de 1200 metros, a lagoa está cercada por extenso brejo que, em época chuvosa, consiste em área de inundação favorecendo uma flora e fauna bastante diversificada. Situada entre a lagoa e o mar, encontra-se a mata seca de restinga com árvores em torno de 20 metros, de troncos grossos e galhos repletos de epífitas, remanescentes de uma época passada, quando grandes trechos de restinga eram revestidos por pujante floresta, em muitos pontos interligados à Mata Atlântica, formando corredores por onde se cumpria o ciclo vital e evolutivo da migração das espécies da fauna regional, sendo algumas endêmicas, como o Mico-Leão-Dourado. Segundo relatório da FEEMA, nesta Reserva se situa a melhor mata seca de restinga de todo o Estado do Rio de Janeiro, não tendo outra em igual estado de preservação. Após levantamento botânico pôde-se verificar que a maioria das espécies ali encontradas já não existem mais em outras restingas do Estado.A reserva é um refúgio natural para o desenvolvimento de várias espécies representativas de nossa fauna, tanto aquática quanto terrestre, e de nossa flora, assim sendo:

O mico-leão dourado, pequeno primata ameaçado de extinção, que aproveita os antigos ninhos do Pica-Pau dourado (pássaro que constrói seus ninhos e, troncos de árvores na mata seca de restinga), ninhos esses que lhes servem de abrigo e esconderijo protegendo-os dos predadores noturnos;Guaxinins, lontras, cobras d'água e jacarés de papo amarelo estes considerados como os maiores predadores da região e ameaçados de extinção;Inúmeras espécies de aves, tais como: o Pica-Pau dourado, a coruja buraqueira, a batuíra, o gavião da restinga, o sabiá da praia, o quero-quero, o anu branco, o maçarico,

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garças,socós e outros encontrados em brejais.

A ictiofauna se faz representada por espécies de peixes característicos de laguna como: acará, traíra, piaba, e outros, além de inúmeros alevinos, girinos e grande quantidade de sapos, rãs e pererecas que participam da cadeia alimentar de animais de grande porte, como os Guaxinins e as lontras.A flora se faz representar por diversas plantas entre as quais podemos destacar o maracujá da restinga e inúmeras espécies de bromeliáceas. Vários artigos foram publicados em revistas especializadas, assim como reportagens para a mídia envolvendo as espécies lá encontradas, muitas inclusive de grande valor fitoterápico.

5. Lagoa de Itaipú

A lagoa de Itaipu é uma laguna costeira localizada entre as latitudes 22°57’ e 22°59’ S e aslongitudes 43°01’ e 43°03’ W, que faz parte do sistema lagunar Itaipu-Piratininga, localizado na cidade de Niterói (Figura 1). A lagoa de Itaipu possui uma área de cerca de 1 km², e sua profundidade média é inferior a um metro. Encontra-se ligada à lagoa de Piratininga pelo canal de Camboatá, construído para minimizar os problemas de cheias recorrentes na região. Sua ligação com o Oceano Atlântico é feita através do canal de Tibau (Cunha, 1996; Lavenére-Wanderley, 1999; Kuchler et al., 2005). Devido à ação antrópica, a lagoa de Itaipu possui a batimetria bastante alterada. A ação do homem também dificulta a classificação dos processos marinhos que a influenciam e a taxa de sedimentação calculada para os últimos 100 anos é de cerca de 0,28 cm/ano (Lavenére-Wanderley, 1999). Com o crescente processo de alteração de suas características morfométricas, físico-químicas, biológicas e granulométricas, e por fazerem parte de um dos mais importantes pólos de turismo e lazer do Estado do Rio de Janeiro, alguns projetos têm sido criados para monitorar a qualidade de suas águas, como o Projeto lagoas costeiras - Sistema Lagunar ITAIPU – PIRATININGA (FEEMA, 2006) e Recuperação do Sistema Lagunar de Piratininga – Itaipu (SERLA, 2006). Tecas de foraminíferos bentônicos encontradas comumente em sedimentos de baías e outros ambientes costeiros são bastante utilizadas em estudos de diagnóstico ambiental e monitoramento de poluição antrópica em todo o mundo (Alve & Murray, 1995; Brönnimann et al., 1981; Buzas-Stephens et al., 2003; Debenay, 1990; Rodrigues et al., 2003; Scott et al., 2005; Sen Gupta et al., 1996; Silva, 2003). Os foraminíferos são protoctistas (Filo Granuloreticulosa, Classe Foraminifera) portadores de uma carapaça rígida que fica preservada no sedimento após a sua morte e que permitem, através de seu pequeno ciclo reprodutivo e sua alta sensibilidade a mudanças ambientais, a caracterização ambiental relacionada à influência antrópica em análises de baías e outros ambientes costeiros (Alve, 1995; Debenay, 1990; Sen Gupta, 1999).

6. Lagoa de Guarapina

O Sistema Lagunar de Maricá-Guarapina situa-se a cerca de 50 km da cidade do Rio de Janeiro, no município de Maricá, zona turística fluminense, apresentando importância sócio-econômico-ambiental, à nível local e regional. Este sistema é formado por uma série de lagoas costeiras interligadas por canais. As principais atividades antrópicas desenvolvidas na região estão relacionadas à especulação imobiliária, através de um processo de desmembramento de lotes, intenso e desordenado, primeiramente para veraneio, e mais recentemente com vistas a efetiva urbanização; à pecuária equina e bovina; à extração primária de areia.; e à exploração mecanizada de argila, que hoje representa a principal atividade industrial do local. Estas atividades são responsáveis pelo incremento das concentrações de nutrientes e sólidos em suspensão, proporcionando desta forma, a eutrofização e o

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assoreamento do sistema lagunar. A nível sócio-ambiental, observa-se uma pressão antrópica crescente. A falta de planejamento na implantação de redes de serviços públicos, principalmente as relacionadas a distribuição de água, saneamento, malha viária e geração de energia elétrica, vem fazendo com que a área apresente sérias deficiências infra-estruturais. A preservação da flora e fauna silvestres, também encontra-se bastante comprometida, sendo comprovada a redução da produtividade de recursos naturais (principalmente a pesca), devido a destinação dos esgotos refletirem diretamente na salubridade dos cursos fluviais e na sobrevivência das lagoas. A situação atual de degradação ambiental em que a área se encontra, é similar a dos demais sistemas lagunares da região fluminense. A intensificação de estudos ambientais que viabilizem o diagnóstico e o monitoramento da qualidade ambiental de suas águas e de seu entorno, deve ser priorizada numa perspectiva holística. Desta forma, foi considerado como limite operacional, não apenas a porção aquática, mas também toda a sua bacia de drenagem.

O sistema lagunar de Maricá-Guarapina é constituído por quatro lagunas, compreendendo aproximadamente 34,87 km2, atualmente distribuídos de forma prioritária por: Maricá (18,21 km2), Barra (8,12 km2) , Guarapina (6,44 km2) e Padre (2,10 km2). Sua bacia hidrográfica abrange três sub-bacias principais, a do rio Vigário, a do rio Ubatiba e a do rio Caranguejo, e está compreendida entre as latitudes 22o 53’ e 22o 58’ S,e as longitudes 42o 40’ e 43º W Quanto à sua vegetação costeira, a restinga de Maricá apresenta grande diversidade do ponto de vista botânico, sendo ideal para o refúgio de várias espécies da fauna ameaçadas de extinção, e como tal, passou a ser considerada alvo de proteção ambiental pelo decreto estadual no 7230 de 23/4/1984 (FEEMA, 1988). Apesar disto, tem sido continuamente destruída por ações de desmatamentos, queimadas e retirada ilegal de areia. O sistema lagunar vem sendo alvo de diversos estudos ambientais, enfocando temas referentes à sua geomorfologia costeira, sedimentologia, geoquímica de metais pesados das águas, e poluição, dentre outros. Almeja-se, com este trabalho, contribuir com a geração de dados provenientes do uso de técnicas de sensoriamento remoto em base orbital, para a diagnose ambiental referente ao uso do solo de sua bacia hidrográfica, e das plumas de sedimentos de seu espelho d’água, para o início da década de 90. Especificamente, foram gerados planos temáticos contendo as classificações digitais, com vistas a quantificação das áreas abrangidas pelos temas levantados, e os possíveis relacionamentos existentes entre a situação atual de seu corpo d’água e entorno, assim como, a atualização do contorno de suas lagunas,vítimas de ações contínuas, de origem natural e antrópica, modificadoras de seus limites.

7. Lagoa de Imboassica

Limite natural entre os municípios de Macaé e Rio das Ostras, a Lagoa de Imboassica acompanha a Rodovia Amaral Peixoto (RJ-106) em direção a Cabo Frio, estando a 11,5 km da cidade de Macaé. Separada do oceano por estreita faixa de restinga, acaba ligando-se a ele através de uma barra natural (ao sul da lagoa) cuja abertura comanda a tonalidade, temperatura e transparência de suas águas. Apesar de tranqüila, recebe bons ventos para a prática de windsurf e de outros esportes náuticos. Sua área é de 5 km2, havendo praias próximas à barra e um pequeno ancoradouro de madeira no lado oposto. As margens são utilizadas para campismo, futebol de areia e piqueniques (Imprópria para banhos).

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Barra da Lagoa de Imboassica

Garças na Lagoa de Imboassica

8. Lagoa de Jurubatiba

A lagoa de Jurubatiba fica localizada no bairro Lagomar, no município de Macaé, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. É uma das menores lagoas do Parque Nacional da Restinga de Jurubatiba.

Cercada de árvores frutíferas (como cajueiros e pitangueiras), ela se estende por 1 km2 de água morna e tranqüila. As margens são aproveitadas para camping, achando-se sua porção leste muito propícia ao banho - próxima ao encontro com o oceano, à altura da Praia de Lagomar. A pesca pode ser praticada, tanto das margens quanto de pequenas embarcações. A Lagoa de Jurubatiba (ou Comprida) fica junto à Vila de Cabiúnas, a 10,5 km de Barra de Macaé. Para se chegar até ela o caminho é a Rodovia RJ-106 (direção Macaé-Campos).

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9. Lagoa Feia

A Lagoa Feia é a uma segunda maior laguna de água doce do Brasil, sendo superada somente pela Lagoa Mirim (Que é uma Laguna ligada pelo Canal de São Gonçalo).1 Está localizada na divisa dos municípios de Campos dos Goytacazes e Quissamã no estado do Rio de Janeiro.É um eco-sistema ameaçado pela utilização descontrolada de suas águas e pelo avanço de aterros pelas suas margens. Nos últimos cem anos, sua superfície foi reduzida a um terço da área original.

Ao contrário do que significa seu nome, é uma lagoa muito bonita e majestosa. A origem deste nome inapropriado deve-se a ter sido descoberta pelos Sete Capitães em um dia de tempestade, no qual havia um "não sei que de medonho de suas ondas agitadas pelo vento a se quebrarem com fragor pelas suas praias".2 Porém, as suas águas são plácidas e, em dias de tempestades, suas ondas são pequeninas.

A Lagoa Feia é o corpo d’água regulador de uma vasta região hidrográfica, constituída por dezenas de lagoas interconectadas por uma complexa rede de canais naturais e artificiais.

Coube ao célebre engenheiro Francisco Saturnino de Brito desvendar o intricado sistema hídrico da região. Em 1906, ele afirmava: "uma simples mudança do seu regime (da Lagoa Feia), um simples desnivelamento de suas águas, afeta um complicado e extenso sistema hidrográfico, podendo produzir ou o alagamento ou o dessecamento de uma considerável superfície de terrenos apropriados para a lavoura".

Estudos da Comissão de Saneamento da Baixada Fluminense realizados em 1934 afirmaram que a Lagoa Feia comandava hidrologicamente uma superfície de 8.650 km².

É alimentada principalmente pelo rio Macabu, que desagua a noroeste, e pelo rio Ururaí, que desagua ao norte, sendo este o principal abastecedor dulcícula (de água doce). Ambos estão completamente retificados no seu trecho próximo à lagoa Feia, sendo suas águas muito consumidas na irrigação.

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No oeste da lagoa Feia, há a lagoa do Jacaré que é, na verdade, uma antiga enseada da lagoa Feia que foi parcialmente drenada. A lagoa (ou enseada) do Jacaé recebe a água drenada pelo canal dos Tocos, que por sua vez, recebe as águas poluídas do antigo Canal Campos-Macaé provenientes da cidade de Campos dos Goytacazes;

A lagoa recebe, ainda, em torno do seu vasto perímetro, vários córregos e riachos que servem de sangradouros a brejos, alagados e lagoas existentes em suas imediações, embora estes sejam bem menos do que no passado. Estes córregos e riachos faziam também com que a Lagoa Feia recebesse as águas do rio Paraíba do Sul quando o nível deste subia muito nas cheias. Atualmente, a adução do rio Paraíba do Sul é regulada artificialmente por uma série de comportas e diques que controlam o fluxo da rede de canais que corta a baixada Campista.

Há várias lagoas conectadas com a Lagoa Feia, entre as quais se destacam:

ao norte, as lagoas do Jesus, Cacumanga, Piabanha, Olhos d’Água, Sussunga e Tambor, a lagoa de Cima (que alimenta o rio Ururaí);

a sul, a lagoa de Dentro e o rio Iguaçu (que é, na realidade, uma lagoa estreita e comprida); a leste, as lagoas Abobreira, Coqueiros, Goiaba, Salgada, Baixio, Capim e Martinho; a oeste, as lagoas da Ribeira e do Luciano.

Excetuando a lagoa de Cima, as lagoas existentes ao norte são dificilmente reconhecíveis pois são drenadas por uma extensa rede de canais dos quais o mais famoso é o canal Campos-Macaé.

Ao sul, a lagoa é separada do mar por uma restinga na região denominada Flexeiras. A parte sul da lagoa Feia prolonga-se com o formato de um dedo, separando-se deste península do Capivari. A extremidade deste prolongamento é denominada lagoa do Tatu, mas, verdadeiramente, é apenas uma enseada com franca comunicação pela sua extremidade noroeste com a lagoa Feia.

A sudeste, há um labirinto de canais sangradouros formava uma zona alagadiça com cerca de 100 km² entre a lagoa e o mar. Neste alagadiço, há a lagoa de Dentro ou Capivari, que tinha originalmente comprimento de 8 km, largura de 3 km, superfície de 24 km² e profundidade máxima de 1,80 m. Estava separada da Lagoa Feia pelas ilhas dos Pássaros e do Tatu, comunicando-se com ela por meio de três canais: do Major, do Paço e a valeta do Tatu. A lagoa de Dentro está muito reduzida atualmente.

Em 1688, o capitão José de Barcellos Machado abriu um canal artificial, o canal das Flexas ou Furado, na região sudeste, iniciando a drenagem da região da lagoa de Dentro ou Capivari. A mesma origem tem o Canal da Onça ou Vala Grande, que comunica a Lagoa Feia com o rio Açu ou Iguaçu, que, na realidade é uma lagoa muito extensa e com largura de apenas 20 m.

Em 1897, a Comissão de Estudos e Saneamento da Baixada do Estado do Rio de Janeiro abriu o Canal de Jogoroaba visando escoar a lagoa até o mar pelo caminho mais curto. Este canal cortava a restinga desde a extremidade sul da lagoa até praia de Ubatuba (coordenadas 22°08.126'S 41°17.918'O), tendo 4,6 km de comprimento, 9m de largura e 3m de profundidade. A barra deste canal foi mal projetada, e em pouco tempo alargou-se e foi fechada com areia pelo mar.

O canal das Flexas desagua na Barra do Furado a uma distância, pela costa, de 60 km ao sul de Atafona. A ação do vento sudoeste e das correntes litorâneas para o norte fazia com a Barra do Furado fosse fechada periodicamente pela areia. Quando a cota do espelho d’água da lagoa atingia 5 m acima do nível do mar, todos os sangradouros que partiam da lagoa Feia se reuniam na Lagoa de Dentro (ou Capivari) e enchiam o canal das Flexas, que pressionava a Barra do Furado até rompê-la.

Foram feitos estudos de saneamento da baixada Campista entre os anos de 1925 e 1930. Com base nos dados obtidos, o engenheiro Saturnino Brito recomendou uma série de intervenções evitar as enchentes na cidade de Campos dos Goytacazes. Entre outras obras que foram realizadas, em 1948 foi aberto um novo canal das Flexas mais largo e com proteção de molhes na Barra do Furado que o protegem das

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ações do vento e correntes marítimas que fechavam sua saída. O canal das Flexas tornou-se assim o principal sangradouro da lagoa Feia no mar.

Serve como fonte de abastecimento de água potável para toda área urbana do município de Quissamã e para as localidades rurais do seu entorno.

As suas águas são utilizadas para irrigação em plantações de cana-de-açúcar, coco, abacaxi, etc. A região é toda cortada por canais e valas que conduzem a água da Lagoa Feia até as proximidades das plantações.

A Lagoa Feia é a principal fonte de pescado de água doce da região Norte Fluminenes, com exploração de pesca comercial de espécies como tilápia, acará, bagre e morobá.

As indefinições nas prioridades na regulação das cotas de cheia da lagoa levam a freqüentes conflitos locais entre poder público, produtores agrícolas, defensores do meio-ambiente e comunidades locais como a colônia de pescadores de Ponta Grossa dos Fidalgos, em Campos dos Goytacazes.

Tem um papel importante como regulador climático e estabilizador do lençol freático da região.

As áreas marginais da Lagoa Feia possuem uma densa vegetação submersa e flutuante composta por taboas e aguapés. Os locais mais rasos formam brejos com cerca de 200 m de largura. A fauna tem espécies como marrecas e o jacaré de papo amarelo.

A construção do Canal das Flexas aumentou a salinidade nas partes sul e sudoeste da Lagoa Feia e provocou a diminuição do nível da água, sendo responsável pela redução de 100 km² do seu espelho d'água.3

Observa-se na tabela apresentada abaixo que, em 50 anos, a lagoa teve seu espelho d’água reduzido de 370 km² para os atuais 170 a 200 km², o que resulta numa perda de cerca de 50%.

Uma superfície de pelo menos 17.000 ha de terras públicas (antigo espelho d’água), área equivalente ao município de Paracambi, foi anexada pelas propriedades privadas lindeiras. Proprietários vizinhos à lagoa têm-se apropriado do espelho d’água construindo diques, drenando brejos e plantando capim nestas áreas. O capim se entrelaça com as ilhas flutuantes, favorecendo a sedimentação. Além disso, a falta da demarcação definitiva da Faixa Marginal de Proteção, uma exigência da legislação ambiental, tem levado ao avanço da cultura canavieira, principal atividade econômica da região, sobre suas várzeas.

Na área urbana da cidade de Campos dos Goytacazes, o despejo de esgotos domésticos e efluentes industriais são reunidos no chamado Canal da Cula ou Grande Canal, que é uma parte do secular canal Macaé-Campos. As águas poluídas seguem pelo canal Macaé-Campos e pelo canal dos Tocos, que por sua vez desagua na lagoa do Jacaré que se comunica com a lagoa Feia

Dimensões atuais e anteriores da Lagoa Feia

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Área Superf.(km²)

Perímetro(km)

Comprimento(km)

Largura(km)

Prof. Média

(m)

Ano Fonte de Dados

170 - - - 1 a 2 Atual Projeto Jurubatiba5

172 - 22,5 20 1 1993 FEEMA6

203,36 138,10 - - - ? SERLA7

235 198 24 19 - 1979 FAO8

335 - - - - 1929 Saturnino de Brito370 - 32 24 3 a 5 1894-

1902Comissão de Estudos do Estado9

José Carneiro da Silva, 1º Barão e Visconde de Araruama, fez os primeiros estudos da Lagoa Feia registrados em usa obra "Memória Topographica e Histórica sobre os Campos dos Goytacazes de 1819. Segundo ele, as águas da lagoa escoavam para o mar através das barras do "Consenza", "Lagomar" e "Iguassu".10 A barra do Lagomar era o escoadouro mais ao norte do labirinto de rios e córregos que se encontra a sudoeste da lagoa Feia.

Entre 1894 e 1902, a Comissão de Estudos e Saneamento da Baixada do Estado do Rio de Janeiro procedeu a estudos topográficos que atestaram que Lagoa Feia distava cerca de 4.700 m do mar, abrangia cerca de 370 km², tinha comprimento de 32 km no eixo maior e 24 km no eixo menor, e profundidade média entre 3 e 5 m, alcançando 6 m nos locais mais profundos. Então, a superfície da lagoa Feia era um pouco inferior a da Baía de Guanabara e cerca de 1,8 vezes a da lagoa de Araruama.

10. Lagoa de Jacarepaguá

A lagoa de Jacarepaguá é uma lagoa situada no bairro da Barra da Tijuca, na zona Oeste do município do Rio de Janeiro, noBrasil.É imprópria para banho, pesca e prática de esportes náuticos devido à poluição. O monitoramento sistemático de qualidade de água do complexo lagunar de Jacarepaguá é realizado mensalmente em oito estações de amostragem, sendo dois pontos de coleta na lagoa de Jacarepaguá, três na lagoa de Marapendi, um na lagoa do Camorim e dois nalagoa da Tijuca. São analisados os principais indicadores físicos e químicos de qualidade de água, bem como a comunidade fitoplanctônica quanto à sua composição quantitativa e qualitativa. De acordo com esses resultados, são também realizados testes semiquantitativos para detecção de toxinas de cianobactérias (Microcystis aeruginosa) na água, e feitas análises em sedimentos. Ressalta-se que o monitoramento realizado no complexo lagunar pode ser intensificado em função de ocorrências eventuais que alterem a qualidade de suas águas, em especial durante o verão.

As lagoas de Jacarepaguá e da Tijuca costumam ser afetadas por mortandades de peixes. Segundo o biólogo Mario Moscatelli, a espécie atingida é a tilápia. Por causa do vento forte, muitas ficam presas dentro da vegetação do mangue, mas uma boa quantidade pode ser vista boiando no espelho d'água, que costuma ficar borbulhando.

As lagoas de Jacarepaguá revelam que a poluição continua a ameaçar as praias da Barra. As características e a coloração da água levantam a recorrente preocupação de uma eventual contaminação da região por algas potencialmente tóxicas, como a Microcystis aeruginosa. O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) analisou as fotografias feitas pelo jornal e informou que vai analisar amostras de água para saber se a mancha é causada por alguma substância que ofereça riscos para os banhistas.

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O biólogo Mário Moscatelli acompanhou o fotógrafo Custódio Coimbra na visita à região, na manhã de segunda-feira. Ele disse que há um risco concreto de a mancha ser provocada pelas Microcystis, que se reproduzem nas Lagoas de Jacarepaguá há mais de 15 anos.

A poluição das lagoas de Jacarepaguá ameaça as praias da Barra. Imagem de 23/01/2007. (Foto: AE)Mas, de acordo com a Gerência de Qualidade da Água do Inea, o fenômeno foi causado pela mudança da maré, que provoca o deslocamento das algas da lagoa até o mar. Essas algas, segundo o órgão, são comuns na lagoa e, sem a coleta de amostras, não é possível precisar qual a espécie delas.

A gerente de Qualidade da Água do Inea, Fátima Soares, garantiu que as praias e as lagoas da Barra são regularmente monitoradas. Apesar disso, ela afirmou que, se não houver análises recentes do trecho, novas amostras serão coletadas ainda hoje.

"A fotografia retrata uma condição de maré da hora em que foi feita. Naquele horário, a maré era de um metro e meio, vazava muita água da lagoa em direção ao mar", afirmou a diretora do Inea, acrescentando que há outro tipo de alga que cresce nas lagoas e não é tóxica. "A possibilidade de algas potencialmente tóxicas existe. Mas há outra que confere à água exatamente o mesmo aspecto e que nunca se mostrou tóxica em nosso ambiente aquático. Além disso, o mar tem uma hidrodinâmica monstra, que dispersa o material, bem diferente do que acontece na lagoa".

A Praia do Pepê, há alguns anos, já chegou a ser considerada imprópria devido à presença de algas tóxicas, que podem contaminar o pescado e causar câncer. Moscatelli criticou a postura do Inea.

"A atitude correta seria a prevenção. Se você sabe que há uma bactéria dispersa por todas as lagoas, que se reproduz com esgoto e calor, deve adotar ações preventivas. Não se pode brincar com a saúde das pessoas. Uma coisa é o banhista ter uma diarreia ou micose, outra é ter contato com uma substância que pode causar câncer de fígado", afirmou o biólogo, acrescentando que, no primeiro sobrevoo, às 10h, avistou a mancha entre o Quebra-mar e o posto de Grupamento Marítimo dos Bombeiros e, no segundo, por volta de meio-dia, já chegava à Praia do Pepê.

O trecho entre o Quebra-mar e a Praia do Pepê é normalmente considerado impróprio para o banho pelo próprio Inea, depois de uma análise dos níveis de coliformes fecais que chegam com as águas da lagoa ao mar.

11. Lagoa de Juturnaíba

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O Ministério Púbico do Estado do Rio informou que a 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva da cidade de Araruama, na Região dos Lagos, determinou ao Instituto Estadual do Ambiente (Inea) que notifique as empresas Prolagos e Águas de Juturnaíba para que as duas concessionárias recuperem a área contaminada do reservatório composto pela Lagoa de Juturnaíba, situada entre os municípios de Araruama e Silva Jardim, responsável por 97% da água potável que abastece a Região dos Lagos, além da cidade de Silva Jardim. De acordo com o promotor de Justiça Daniel Lima Ribeiro, as duas empresas lançaram diretamente no reservatório, durante anos, o lodo gerado pelo processo de tratamento da água captada, sem o devido tratamento adequado. De acordo com a Promotoria, um estudo feito pela universidade de São Paulo (USP) mostrou que, a partir de 2005, ocorreu uma piora significativa na qualidade da água do local, com a proliferação de algas que podem produzir a toxina microcistina, prejudicial ao ser humano, à fauna e à flora da região. Em maio de 2006, a Câmara Municipal de Silva Jardim instaurou uma CPI contra a concessionária Águas de Juturnaíba, a princípio, por problemas de abastecimento ocorridos na época nos bairros Caxito, Cezário Alvim e Varginha, que deveriam ser atendidos pela empresa, mas que não estavam sendo atendidos.

A comissão composta pelos vereadores Flávio de Dezinho, Wanderson Gimenes e Robson Azeredo (que, na época, presidia a comissão) descobriu algo a mais: Um laudo preliminar feito pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e assinada pelo professor Gustavo Nunam, reforçou ainda mais a tese de poluição na Lagoa, pois foi descoberto uma grande quantidade de hidróxido de alumínio entre outros sedimentos oriundos do tratamento da água que depois seria distribuída.

Essa contaminação pode ter sido a causadora de uma grande mortandade de peixes ocorrida no ano de 2004 e que prejudicou dezenas de famílias que sobrevivem da pesca em Juturnaíba. O caso se estendeu até a concessionária Prolagos, onde cada vez mais a suspeita de poluição ambiental feita pelas firmas, ficava comprovado. A comissão proposta em Silva Jardim buscou respostas junto às concessionárias, Porém, nada foi apurado pelos vereadores. Então, em 2007, após também constatar a forma de descarte dos rejeitos químicos no reservatório de Juturnaíba, o então Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (IBAMA) se manifestou, e alertou para os riscos da contaminação. No ano seguinte, 2008, uma outra análise, desta vez feita pelo Inea indicou que a área onde está o reservatório da Lagoa de Juturnaíba é propícia à proliferação de algas tóxicas e que a população pode ter sim riscos à saúde. Para que a área seja recuperada, o promotor Daniel Ribeiro solicitou ao Inea que exija das empresas Prolagos e Águas de Juturnaíba, a obtenção de uma Licença Ambiental de Recuperação (LAR), de competência do próprio órgão ambiental estadual. O órgão deve ainda fiscalizar as ações de recuperação do passivo ambiental gerado pelo despejo dos resíduos.

Outra exigência feita pelo MP foi à apresentação do diagnóstico atualizado de monitoramento do esgoto lançado em rios que deságuam no reservatório, assim como a comprovação das demais ações e programas previstos no Plano de Bacia Hidrográfica da Região dos Lagos e do rio São João. A Promotoria informou que o Plano é responsável, dentre outra ações, por monitorar e controlar os pontos onde há lançamento de esgotos, uma das possíveis causas para a proliferação de algas. A determinação estabelece um prazo de dez dias para o Inea notifique as empresas e todas as medidas devem ser concluídas em até 180 dias. Caso não sejam atendidas as exigências requeridas, o Ministério Público pode adotar medidas judiciais contra as concessionárias.

Apesar de ser responsável por mais de 90% do abastecimento de água potável para toda a Região dos Lagos, a cidade de Silva Jardim, não recebe nada em troca sobre possíveis benefícios pelos serviços prestados pelas duas concessionárias, tanto pela Prolagos (Que atende cidades como São Pedro da Aldeia, Cabo Frio, Búzios), quanto a Aguas de Juturnaíba (que responde em Araruama, Iguaba Grande e Saquarema). Em Silva Jardim, a Águas de Juturnaíba, pertencente ao consórcio Águas do Brasil, atua

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desde o ano de 1988, responsável pelo abastecimento de água e a coleta e tratamento do esgoto sanitário. No entanto, em vários bairros de Silva Jardim, a falta d’agua ainda é constante e as reclamações só aumentam a cada dia. “Minha família ainda depende de poços no quintal, porque o serviço de água aqui é muito ruim. Só as contas é que chegam em dia.

E cada vez mais caras, com os valores onde muitas das vezes não estão corretos e a insatisfação com a Águas de Juturnaíba é geral”, afirma a dona de casa Jocélia Magalhães, de 68 anos, moradora do bairro Boqueirão. Em Araruama, conforme visto na última edição do Jornal dos Municípios, a empresa é a campeã de reclamações no Serviço de Defesa do consumidor (Procon) da cidade. Cerca de 40 reclamações chegam por mês no órgão que afirma ter muita dificuldade em resolver todos os casos, não por parte do Procon , e sim da própria Águas de Juturnaíba.

12. Lagoa de Marapendi

A Lagoa de Marapendi é uma lagoa que se situa na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do município do Rio de Janeiro, no Brasil.

É imprópria para banho e pesca devido à poluição, apesar de serem atividades ainda presentes. Muito utilizada para a prática deesportes a vela, como windsurf e dingue. Também usada para outros esportes náuticos, como remo e canoagem.

A vegetação mais abundante é o manguezal, com ocorrência do mangue-vermelho e do mangue-branco. Serve de abrigo a diversas espécies nativas, como crustáceos, garças, patos selvagens e o jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris).

É cercada pela Reserva de Marapendi, uma reserva ecológica criada em 1991 na qual podem ser encontrados exemplares de fauna e flora da lagoa circunvizinha.

Com a conclusão das obras do emissário submarino da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá, a lagoa parou de receber o esgoto dos condomínios vizinhos, estando atualmente em processo natural de limpeza das suas águas, já sendo encontradas águas melhores no canal sentido Recreio dos Bandeirantes e o aparecimento de espécies nativas nessa área, como siris, peixes,colhereiros e jacarés.

A bela paisagem da Lagoa de Marapendi, a poucos passos do mar e das futuras instalações olímpicas do Rio-2016, contrasta com o cheiro nauseante de suas águas que, transformadas em ‘latrina’ pelos ricos condomínios vizinhos, causam a mortandade de toneladas de peixes.

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No começo deste mês, quatro toneladas de peixes morreram na lagoa devido à contaminação associada aos 40ºC típicos do verão, explicou o biólogo Mario Moscatelli, em visita da AFP ao local.Quem vive e trabalha às margens da lagoa lembra da época dourada deste rico ecossistema, localizado em meio a edifícios da Barra da Tijuca, próximo de onde serão o Parque Olímpico e a Vila Olímpica para os Jogos de 2016.“Eu vivi até 1985 da pesca na lagoa. Tinha muito robalo, camarão, corvina, pescada... Naquela época não havia muita pescaria em mar aberto porque a lagoa supria. Fomos para o mar aberto quando começou a dar problema porque vieram os grandes condomínios”, relatou Sérgio Borel, 59 anos, pescador há 40.

“Não consigo desenvolver nenhum tipo de projeto que viabilize a sustentabilidade da lagoa porque ninguém quer ficar passeando em cima de esgoto, com cheiro de peixe morto”, revoltou-se Ricardo Herdy, dono da empresa Ecobalsas, que faz o transporte dos moradores da região.

Ricardo disse ter pensado em desistir do negócio, que inclui projetos sustentáveis como passeios educativos-ambientais e aulas de esportes aquáticos, devido à contaminação e à dificuldade da navegação na lagoa, cuja profundidade, que chegou a 12 metros, hoje, em alguns pontos, não passa de alguns centímetros.

O biólogo chama a atenção para o fato de no local não haver favelas, que costumam sofrer com a falta de saneamento. “O esgoto lançado na Lagoa de Marapendi vem de condomínios e loteamentos, sobretudo de classes média e alta”, explicou.

Segundo a Companhia Estadual de Águas e Esgoto (Cedae), o esgoto chega à lagoa por ligações clandestinas, pois até 2007, quando não havia rede oficial de coleta e tratamento na região, os condomínios tratavam seus dejetos em estações próprias.

Atualmente, embora um decreto estadual obrigue os moradores a se ligar à rede existente, que abrange 60% dos imóveis da baixada de Jacarepaguá, muitos resistiriam a se conectar, mesmo estando expostos a ações judiciais.

13. Lagoa de Maricá

A Lagoa de Araçatiba situa-se no município de Maricá na Região Metropolitana da capital do estado do Rio de Janeiro.É própria para pesca e esportes náuticos.

Um problema que age de forma silenciosa e intensa acontece nas lagoas de Maricá: A eutrofização. A Principal causa é o aporte contínuo de esgoto que vem pela rede de águas pluviais e são despejados diretamente nas lagoas de Maricá. Junta-se a isso a quantidade enorme de sedimentos existentes, além do fato de a lagoa ser muito rasa

A bióloga e professora Milena Viegas postou em seu perfil pessoal no facebook, algumas imagens da água da lagoa onde fica claro o problema. “A Eutrofização é o processo de poluição de corpos d´água, como rios e lagos, que acabam adquirindo uma coloração turva ficando com níveis baixíssimos de oxigênio dissolvido na água. Isso provoca a morte de diversas espécies animais e vegetais, e tem um altíssimo impacto para os ecossistemas aquáticos.” Disse.

Milena falou mais sobre o assunto. “Em geral, provém da ação humana corpos d´água geralmente são o destino final de sistemas de tratamento de esgoto, fazendo com que muita matéria orgânica vinda

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desses sistemas seja jogada na água. Outra grande fonte de nutrientes vem da água usada para irrigação em fazendas: com o uso de adubos e pesticidas, muitas substâncias e nutrientes, como sulfatos e nitratos, ficam dissolvidas na água, e acumulam-se no corpo d´água mais próximo.” Contou.

O Sistema ‘Lagoa de Maricá’ é composto de seis lagunas que se intercomunicam, tendo a sua margem sul reta e de areia, aproximadamente 20 quilômetros. As lagunas são Brava, Maricá propriamente dita (ou Largo Grande da Lagoa de Maricá, ou Lagoa de São José, ou simplesmente: Laguna de Maricá), Bacoparí, Barra, Padre e Gururapina ( Ou Guarapina para outros, sendo que o roteiro D.H.N. trás o nome Gururúpirá). A maior lagoa do sistema Lagoa de Maricá está na direção Norte Sul, vem desde Araçatiba até ao Zacarias

Em visita à Maricá, Carlos Minc falou sobre as intervenções da Secretaria de Estado do Ambiente (SEA) para sanear a Lagoa de Maricá, a partir das obras de coleta e tratamento de esgoto na região do entorno do ecossistema – atualmente poluído pelo despejo de esgoto in natura. Com investimentos de R$ 60 milhões, metade das obras já foi executada

De acordo com Minc, as intervenções irão beneficiar cerca de 80% de moradores da região central de Maricá. Posteriormente, chegarão aos demais bairros do primeiro distrito, atendendo a um total de 48 mil moradores. As obras abrangem os bairros de Itapeba e Araçatiba, no Centro de Maricá. A primeira etapa consiste na implantação de 101 km de rede coletora de esgoto e de 11.700 ligações domiciliares, além da construção de oito elevatórias, de uma estação de tratamento de esgoto (ETE) e de um emissário submarino com 4 km mar adentro

Além das obras de saneamento, implementadas pelo Governo do Estado, a Prefeitura de Maricá tenta viabilizar, junto ao Governo Federal, a obtenção de R$ 23 milhões para o saneamento dos distritos de São José de Imbassaí e de Itaipuaçu/Inoã; outras importantes regiões do município. “Com a conclusão das obras previstas, a cidade estará saindo da situação de zero por cento de esgoto sem tratamento para 80% de esgoto tratado”, ressaltou Carlos Minc.

14. Restinga do complexo lagunar Grussaí-Iquipari

A restinga do complexo lagunar Grussaí-Iquipari se localiza no norte fluminense, no município de São João da Barra 1 . Sua cobertura vegetal é composta de gramíneas, moitas, leguminosas, bromélias e cactos2 . Há abelhas nativas dotadas de ferrão como a mamangaba, que poliniza o maracujá-amarelo. Foram encontradas também abelhas da triboCentridini e Euglossini. A região vem sendo degradada por deposição de lixo e extração de areia.

15. Lagoa Rodrigo de Freitas

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Área: 2,2 Km2 Perímetro:7,8km Profundidade Média:2,8m Volume :aprox. 0,0062km3

Rodrigo de Freitas é uma lagoa localizada na Zona Sul da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil1 .

Embora receba as águas de diversos rios tributários que descem das encostas circundantes, entre os quais se destaca o Rio dos Macacos (hoje canalizado), apresenta águas salobras.

A lagoa apresenta duas ilhas:

Ilha Piraquê na margem oeste, abriga o Departamento Esportivo do Clube Naval Ilha Caiçaras na margem sul, abriga o Clube dos Caiçaras, onde se realizaram as provas de esqui

aquático dos Jogos Pan-Americanos de 2007

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Inicialmente habitada pelos índios Tamoios, que a denominavam Piraguá (que significa "enseada de peixe", pela junção de pirá, peixe e kûá, enseada2 ) ou Sacopenapã (caminho dos socós), com a chegada do colonizador português, o governador e capitão-geral da Capitania do Rio de Janeiro, António Salema (1575-1578), pretendeu instalar um engenho de açúcar nas margens da lagoa. Para livrar-se da presença indesejável dos indígenas, recorreu ao estratagema de fazer espalhar roupas anteriormente utilizadas por doentes de varíola às margens da lagoa, vindo assim a exterminá-los. Iniciou-se, então, o plantio de cana-de-açúcare a montagem do Engenho d'El-Rey, onde atualmente funciona o Centro de Recepção aos Visitantes do Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

Posteriormente, essas terras foram adquiridas ao doutor Salema pelo vereador Amorim Soares, passando a lagoa a ser referida como "Lagoa de Amorim Soares". Com a expulsão deste da cidade em 1609, as terras foram vendidas para o seu genro,Sebastião Fagundes Varela, com a consequente alteração da toponímia para "Lagoa do Fagundes". Este latifundiário, por aquisição e invasão, ampliou as suas propriedades na região, de maneira que, em torno de 1620, já era proprietário de todas as terras que se estendem do atual bairro do Humaitá até o atual bairro do Leblon.

Em 1702, a sua bisneta, Petronilha Fagundes, então com 35 anos de idade, casou-se com o jovem oficial de cavalaria português,Rodrigo de Freitas de Carvalho, então com apenas 18 anos de idade, que deu o seu nome à lagoa. Viúvo, Rodrigo de Freitas retornou a Portugal em 1717, onde veio a falecer em 1748.

A região permaneceu em mãos de arrendatários, sem grande expressão até ao início do século XIX, quando, com a chegada da Família Real Portuguesa em 1808, o Príncipe-Regente desapropriou o "Engenho da Lagoa" para construir, no local, uma fábrica depólvora e instalar o "Real Horto Botânico" (atual Jardim Botânico do Rio de Janeiro).

Durante o século XIX, foram cogitadas diversas soluções para o problema da renovação de suas águas, até que, em 1922, aRepartição de Saneamento das Zonas Rurais apresentou um projeto visando a "sanear e embelezar a Capital para as festas do Centenário da Independência". Esse projeto consistia na abertura de um canal, através de dragagem, aprofundando a barra, religando a lagoa ao mar. Com a sua execução, a terra retirada do canal formou a Ilha dos Caiçaras, atual sede do clube de mesmo nome.

Em pouco tempo, surgiram aterros às suas margens que reduziram, paulatinamente, o seu espelho d'água, surgindo o Jockey Club Brasileiro, o Jardim de Alá e a sede esportiva do Clube Naval na Ilha do Piraquê. O canal dragado passou a denominar-se Canal do Jardim de Alá.

A lagoa representa, atualmente, uma das principais atrações turísticas da cidade do Rio de Janeiro. É conhecida como "O Coração do Rio de Janeiro", devido a seu formato semelhante a um coração. O bairro Lagoa recebe sua denominação devido à Lagoa Rodrigo de Freitas. É um bairro de classes média-alta e alta e possui um dos maiores índices de desenvolvimento humano do país.

A lagoa tem uma parte dela aterrada. Isso ocorreu nos meados do século XX (lá pelas décadas de 1940, 1950 e 1960), já que muitos morros, como o da Praia do Pinto, foram ocupados nas margens da lagoa e, por muitos e muitos anos, abrigou favelas com cerca de 50 000 moradores. Só que os barracos erguidos nos morros eram de risco, podendo desabar. Então o governo, depois de mais de vinte anos da ocupação dos morros, expulsou todos os moradores e "desmontou" os morros, aterrando grande parte da cidade. Seus moradores foram para o subúrbio e passaram a morar em conjuntos habitacionais. No lugar dos morros, foram construídos os prédios de apartamentos e parques.

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Com 2,4 milhões de metros quadrados de superfície, sobre o seu espelho d'água praticam-se esportes aquáticos como o remo, ou simplesmente passeia-se de pedalinho. Em seu entorno, encontram-se um estádio de remo (Estádio de Remo da Lagoa), umaciclovia pavimentada, com 7,5 km de extensão, diversos equipamentos de lazer e quiosques de alimentação, que oferecem itens dagastronomia regional e internacional. Aí, se encontram também alguns dos mais importantes clubes da cidade:

Jóquei Clube Brasileiro; Clube Naval na ilha do Piraquê; Paissandu Atlético Clube; Clube dos Caiçaras; Club de Regatas Vasco da Gama (sede náutica); e Botafogo de Futebol e Regatas (sede náutica).

Desde 1995, na época de Natal, há a tradição de se montar uma gigantesca árvore de Natal iluminada, aproveitando o seu espelho d'água.

Embora sobreviva às suas margens uma colônia de pescadores, a lagoa é vítima de um problema crônico de mortandade de peixes, causado pela proliferação de algas (eutrofização) que consomem o oxigênio nas águas. Vários estudos de engenharia hidráulicaforam realizados, podendo -se citar o de Saturnino de Brito, o de Saturnino de Brito Filho realizados no HIDROESB, o do LNEC, em Lisboa e o da Universidade de Lund, na Suécia acompanhados pelos engenheiros brasileiros Jorge Paes Rios e Flavio Coutinho. Todavia nenhuma solução concreta de renovação das águas foi implantado até 2013. Recentemente, a iniciativa de um biólogo tem tido um efetivo sucesso na reintrodução de algumas espécies nativas de manguezal, vegetação nativa de seu entorno

16. Lagoa de Saquarema

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A Lagoa de Saquarema situa-se no município de Saquarema, na Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil.

É própria para banho, pesca e esportes náuticos. Recentemente, foi feita a ligação permanente da lagoa com o mar através da Barra Franca, para que, deste modo, pudesse ser feito normalmente o controle e a regulação do sistema lagunar. Através da lagoa, 3 por cento da população de Saquarema obtém o seu sustento através da pesca artesanal. A Lagoa de Saquarema já foi uma grande produtora de pescados e crustáceos. Espera-se que, com a ligação permanente com o mar (que permite, assim, uma maior oxigenação) e, também, com o tratamento do esgoto que é lançado na lagoa (principalmente o do Rio Bacaxá, que é o principal agente poluidor da lagoa), a Lagoa de Saquarema retorne aos tempos de outrora, quando era possível os pescadores, em apenas uma noite, garantir o sustento para uma semana ou mais.

As máquinas começaram a trabalhar no desassoreamento da Lagoa de Saquarema, retirando toneladas de areia e abrindo passagem para o mar, porém surgiu uma polêmica quanto ao descarte da areia, que está sendo depositada na Barrinha, ao lado da Praia de Itaúna. A preocupação está relacionada ao impacto ambiental: de que maneira essa areia escura e com péssimo odor poderia afetar a praia mais conhecida de Saquarema. Moradores, surfistas e ambientalistas começaram um movimento para questionar os impactos do bota-fora no local. Também preocupados, mas com uma possível paralisação da obra, os pescadores tomaram postura inversa e não querem ver a lagoa agonizando, porque sem o desassoreamento não há renovação da água da lagoa e, sem oxigenação, a lagoa não tem peixe…

Diante disto, foi promovida uma audiência pública, na própria Barrinha, quando a população pôde tirar todas as dúvidas com as autoridades responsáveis. Por ser uma obra do Governo do Estado, orçada em aproximadamente 1 milhão e meio de reais, com recursos da Secretaria Estadual do Ambiente, a audiência foi feita a partir de informações trazidas pelo superintendente regional do Instituto Estadual do Ambiente (INEA), Túlio Vagner, acompanhado pelos secretários municipais de Meio Ambiente, Gilmar Magalhães, Turismo, Esporte e Lazer, Armando Ehrenfreund e Obras, Anderson Martins, que participaram deste debate democrático, com saldo altamente positivo.

Apesar do clima de desconfiança que rondava o encontro e de um tumulto natural, onde opiniões, inclusive políticas e eleitoreiras, foram manifestadas, chegou-se a um consenso entre a comunidade e o superintendente do INEA, que detalhou os objetivos e estudos para a realização da obra, inclusive ressaltando a importância do Comitê de Bacia Hidrográfica Lagos São João, onde acontece o debate e a tomada de decisão para direcionamento dos recursos.

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O descarte da dragagem fez uma montanha de areia na Barrinha, motivo de preocupação para os moradores e ambientalistas com o impacto ambiental

“Esta obra foi aprovada pelo CBHLSJ e pelo Subcomitê da Lagoa de Saquarema, que se reúne periodicamente na Colônia de Pescadores e é aberta a todos os representantes da sociedade civil organizada da cidade”, disse Tulio Vagner, que respondeu também às dúvidas quanto à dragagem e comprometeu-se em levar à presidente do INEA, Marilene Ramos, a reivindicação popular, de transposição da areia para um outro local, numa possível readequação do projeto inicial. O secretário municipal de Meio Ambiente, Gilmar Magalhães, o Gima, cogitou a viabilidade de mudança de local para o descarte e sugeriu um terreno próximo da pista de Auto e Moto Cross, no final de Itaúna, que tem uma cratera que acabou virando uma lagoa fétida, onde funcionou uma antiga Usina de Reciclagem que mais tarde foi interditada.

Na audiência pública, pescadores trouxeram faixas para demonstrar a preocupação com uma possível paralisação da dragagem, para evitar o assoreamento cada vez mais prejudicial às atividades pesqueiras. No final, todos reconheceram que o desassoreamento da Lagoa de Saquarema é uma necessidade indiscutível e concordaram com a importância da obra que favorece a pesca, a balneabilidade e a oxigenação das águas, assim como o turismo e consequentemente o bem-estar de toda a população. Portanto a obra não vai parar e, logo que o INEA tenha uma resposta quanto ao bota-fora da areia, um novo encontro acontecerá para comunicar a decisão.

17. Lagoa da Tijuca

A Lagoa da Tijuca situa-se na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Banha os bairros do Itanhangá e Barra da Tijuca, o Itanhangá Golf Clube, os condomínios Downtown, Cittá América, Le Parc Residential Resort e Península e os centros empresariais Barra Shopping e Mário Henrique Simonsen.

A Lagoa da Tijuca, na Barra, que fica na Zona Oeste, vem sofrendo com o despejo de esgoto sem tratamento e lixo na água. Os objetos jogados na lagoa, que é maior da cidade, e o baixo nível da água estão causando até dificuldades para navegar com pequenos barcos, como mostrou o Bom Dia Rio nesta quinta-feira (21).Gigogas, plantas nativas, estão se multiplicando devido aos dejetos, como explica o biólogo Mário Moscatelli. "Ela se multiplica de forma descontrolada quando você tem uma chegada muito grande de esgoto e nutrientes provenientes do esgoto."Entre o lixo jogado na Lagoa da Tijuca estão pneus, brinquedos, garrafas e até um sofá. Uma possível solução seria a instalação de uma unidade de tratamento de rios, mas o Rio só possui uma, a Arroio Pavuna.A aposentada Diana Martins mora há 4 anos na Barra da Tjuca e diz que não há o costume de fazer dragagem na lagoa. "Vi uma vez. Nunca mais voltou", conta ela.saiba mais

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Comlurb retira 72 toneladas de peixes mortos da Lagoa Rodrigo de Freitas Após mortandade, aumenta o nível de oxigenação de lagoa no Rio Biólogo diz que mortandade de peixes no Rio poderia ter sido evitada Peixes aparecem mortos e boiando na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio

Segundo o biólogo Mário Moscatelli, o esgoto recebido nas lagoas é muito maior do que elas podem reciclar. "Um dos efeitos é a explosão desses microorganismos, as cianobasctérias, e existem espécies, na Baixada de Jacarepaguá, que produzem uma substância que pode causar câncer de fígado, que é a microcistina. O peixe fica contaminado e qualquer consumo desses peixes, seja devido à presença desses esgotos, seja em virtude da presença das microcistes não é indicado."

Apesar disso, pescadores ainda costumam pescar na lagoa. Mas o pescador Maurício Duarte diz que a pesca é muito menos produtiva. "Já foi época da gente vir aqui e pegar uma caixa de peixe em meia hora. Há 25 anos atrás que a gente vinha aqui era muito peixe. A água era muito mais limpa, não era assim. A poluição acabou com tudo."A recuperação do sistema lagunar da Barra da Tijuca e de Jacarepaguá faz parte dos compromissos com o Comitê Olímpico e tem que estar pronta até 2016, como confirmou o secretário estadual de Ambiente, Carlos Minc. Ele conta que mudanças começaram a ser feitas. "Há seis anos 100% do esgoto caía nas lagoas. Hoje 60% já vai para a estação. A gente que limpar os outros 40%. E fazer a operação "rolha ecológica" para os condomínios se conectarem. Agora, além de tirar o esgoto, a gente tem que fazer uma grande dragagem para melhorar a circulação. E uma novidade: cinco estações de barca para garantir o transporte hidroviário da população."A recuperação é feita por diferentes fases como saneamento, que está sendo feito, e desassoreamento, que começa em maio deste ano. Uma ilha será construída nesta fase e vai abrigar uma área de lazer e educação ambiental. O secretário prometeu melhoras até o final de 2015. "Nós já vamos estar com 90% de saneamento e essa dragagem de 5 milhões de metros cúbicos vai oxigenar esse sistema, inclusive com a extensão do quebra-mar. E dois anos, o resultado já começa a aparecer.

18. Laguna Araruama

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A Laguna Araruama, conhecida erroneamente como Lagoa de Araruama, nomenclatura que não se adequa pois tem conexão com o mar através do Canal do Itajuru e é salobra, localiza-se na Região dos Lagos, no estado do Rio de Janeiro, no Brasil. É a maior laguna hipersalina do mundo, sua salinidade gira em torno de 52%, índice que é uma vez e meia a do oceano, e se deve ao fato da característica climática da Região onde a evaporação é grande e chove pouco, além de pouquíssimo riachos desaguarem nela. O 1º defeso da história adotado na Laguna Araruama ocorrerá de 1 de agosto e 31 de outubro.

Possui um grande corpo d'água com saída para o mar através do Canal do Itajuru, banhando os municípios deAraruama, Iguaba Grande, Saquarema, São Pedro D'Aldeia, Cabo Frio e Arraial do Cabo.É separada do Oceano Atlântico por extensos cordões litorâneos, compondo a Restinga de Massambaba.A sua história econômica está relacionada à extração de sal (pela elevada salinidade de suas águas), à pesca(principalmente tainha, carapeba, carapicu e camarões) e à extração de moluscos para moagem.É considerada uma das melhores raias de vento do país, sendo procurada para a prática de esportes náuticos, como o windsurf e o kitesurf.A Lagoa Araruama, com 220 km2 de superfície, é o maior ecossistema lagunar hipersalino em estado permanente do mundo, banhando os municípios de Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, São Pedro da Aldeia, Cabo Frio e Arraial do Cabo. Durante décadas a Lagoa Araruama depurou toneladas de esgotos isentos de qualquer tratamento prévio. O estreitamento do canal de Itajuru, que a liga ao mar, reduziu o volume de troca de água com o oceano. A lenta renovação da lagoa fez com que a poluição orgânica ficasse retida.No verão de 1997 apareceram os sintomas de colapso: uma superproliferação de algas em algumas enseadas assustou a população, dando sinais claros que a capacidade de depuração da lagoa estava se esgotando.A queda da salinidade e a entrada de nutrientes pelos esgotos, associada à falta de dragagem, ao elevado tempo de residência da água, ao manilhamento dos canais e ao estreitamento do canal de Itajuru, causaram sérias consequências.Preservação da Lagoa AraruamaEm 2002, o Consórcio Intermunicipal Lagos São João*, o Poder Concedente, as ONGs, a Agência Reguladora e o Ministério Público definiram mudanças no contrato de concessão da Prolagos no que diz respeito à recuperação da Lagoa Araruama.

Eles entenderam que era impossível executar, em curto prazo, as redes coletoras separadoras que o sistema regional necessitava. Sozinhas, estas redes consumiriam cerca de 70% dos recursos previstos para serem aplicados em esgoto durante toda a concessão.Juntos, definiram pela utilização provisória dos sistemas de drenagem pluvial como coletores, uma vez que os esgotos já estavam lá. Estes seriam direcionados através de tomadas de tempo seco para Estações Elevatórias (EE) e Estações de Tratamento de Esgotos (ETE), o que levaria a uma redução imediata e maciça da carga orgânica que chegava à Lagoa Araruama.Com isso, quase 100% dos esgotos seriam captados e tratados durante 95% do ano (período sem chuvas).(*) fórum intermunicipal que atua na conservação dos recursos naturais e na promoção do desenvolvimento sustentado nas bacias hidrográficas da região formada por representantes de prefeituras, empresas e entidades da sociedade civil

A preocupação com o meio ambiente e ecossistema da Região dos Lagos é constante e por isso, a Prolagos faz o monitoramento da qualidade da água em diferentes pontos da Lagoa Araruama em que há o despejo do efluente tratado das ETEs, a fim de garantir a eficácia do sistema de tratamento empregado.Nos diversos pontos de monitoramento, são analisados os parâmetros físico-químicos, como turbidez, salinidade, oxigênio dissolvido, pH, temperatura, fósforo total, nitrogênio total, DBO e coliformes fecais.Entre as medidas em execução que beneficiam diretamente a Lagoa estão:

- Cinturão coletor no entorno da Lagoa Arauama - Implantação de interceptores de esgoto em Cabo Frio

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- Construção da ETE Jardim Esperança, em Cabo Frio - Ampliação da Estação de Tratamento de Esgoto de São Pedro da Aldeia (antecipada)

Desde então, diversos indicadores comprovam as melhorias na Lagoa, como o aumento da quantidade, do peso e da variedade dos peixes. Outra mudança percebida refere-se à redução das quantidades de nitrogênio e fósforo na água, o que representa maiores índices de despoluição.

19. Referências Bibliográficas

Pedrosa. P. 1999. Padrões de comportamento espaço-temporal do meio líquido da Lagoa de Cima (Campos dos Goytacazes, RJ): Aspectos Físicos, tróficos, metabolismo e organização sistêmica. 179p. Tese (Doutorado em Biociências e Biotecnologia) - Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro. Orientador: Carlos Eduardo Rezende.

[www.diarioaldeense.blogspot.com.br/2013/05/primeiro-defeso-da-historia-da-laguna.html Primeiro defeso da história da Laguna Araruama começa em agosto.]. Diário Aldeense. Página visitada em 08 jul. 2013.

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