LABORATÓRIO FOTOGRÁFICO - TEXTO

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LABORATÓRIO FOTOGRÁFICO Um filme que contém diversas imagens negativas necessita não só ser copiado, como também "corrigido" e ampliado. Uma boa a ampliação não é um resultado gratuito, é o produto final de todas as opções tomadas em cada etapa de todo o processo fotográfico, envolvendo a qualidade dos materiais, organização, higiene, pesquisa constante e experiência individual. Os cuidados dispensados na conservação dos filmes, em todas as etapas (compra, armazenamento, exposição, revelação, higiene e arquivo) são recompensados por uma cópia ou ampliação menos trabalhosa e de maior qualidade. É a qualidade e higiene do negativo um dos principais fatores que determinarão a qualidade da ampliação; negativos riscados, desfocados, com sujeiras, digitais, manchas, podem inclusive impossibilitar a ampliação. O tamanho da fotografia é também muito importante quando se trata de ampliações onde a definição, a reprodução dos mais finos detalhes são exigências importantes. A ampliação de um negativo pequeno pode mostrar uma granulação excessiva, perda de definição e dos detalhes, além de todos os pequenos defeitos da emulsão que, numa ampliação, se tornam muito visíveis. Um negativo muito denso por superexposição ou excesso de revelação, é contrastado, granulado, possui áreas "chapadas", acarretando ao laboratorista, se assim quiser, um trabalho de correção.

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LABORATÓRIO FOTOGRÁFICO

Um filme que contém diversas imagens negativas necessita não só ser copiado, como também "corrigido" e ampliado.

Uma boa a ampliação não é um resultado gratuito, é o produto final de todas as opções tomadas em cada etapa de todo o processo fotográfico, envolvendo a qualidade dos materiais, organização, higiene, pesquisa constante e experiência individual.

Os cuidados dispensados na conservação dos filmes, em todas as etapas (compra, armazenamento, exposição, revelação, higiene e arquivo) são recompensados por uma cópia ou ampliação menos trabalhosa e de maior qualidade.

É a qualidade e higiene do negativo um dos principais fatores que determinarão a qualidade da ampliação; negativos riscados, desfocados, com sujeiras, digitais, manchas, podem inclusive impossibilitar a ampliação.

O tamanho da fotografia é também muito importante quando se trata de ampliações onde a definição, a reprodução dos mais finos detalhes são exigências importantes. A ampliação de um negativo pequeno pode mostrar uma granulação excessiva, perda de definição e dos detalhes, além de todos os pequenos defeitos da emulsão que, numa ampliação, se tornam muito visíveis.

Um negativo muito denso por superexposição ou excesso de revelação, é contrastado, granulado, possui áreas "chapadas", acarretando ao laboratorista, se assim quiser, um trabalho de correção.

Um negativo muito suave por falta de revelação ou por sub-exposição, é muito transparente, pouco contrastado, e também exige muita perícia para ser corrigido.

Na cópia ou na boa ampliação de um fotograma preto e branco, salvo efeitos especiais, são exigidas áreas em negro e branco, (os cinzas são decorrentes do negativo), o que pressupõem uma exposição escolhida através de uma prova de tempo e contraste, químicas adequadas e procedimentos corretos.

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Ampliador:

O negativo é apenas um estágio intermediário para o produto final, a prova em papel. Tal como para obter esse negativo foi necessária uma máquina, também para a prova em papel se utiliza outra, o ampliador.

Tal como a câmera fotográfica, o ampliador é um instrumento de precisão, de construção delicada e de elevado custo. Ambos têm igual importância no resultado final, e seria bem pouco lógico comprar uma câmera cara e boa, e depois poupar na aquisição de um ampliador de 2a. qualidade.

A função do ampliador é projetar o negativo sobre o papel fotográfico virgem, dando-lhe ao mesmo tempo o grau de aumento ( ou redução) desejado. Para tal é necessário uma fonte luminosa que emita luz para projetar o negativo e um sistema óptico que permita o aumento (ou redução). Estes elementos estão colocados na "cabeça" do aparelho. A imagem projeta-se numa mesa horizontal, onde deve ser fixado o papel.

Para que a distância mesa-cabeça possa variar, a cabeça fica montada numa coluna fixa na mesa. Quanto mais próximo estiver da mesa menor será a ampliação.

Cabeça, coluna e mesa são componentes comuns a qualquer tipo de ampliador.

Cabeça:

A luz que vai projetar o negativo precisa ser concentrada e, sobretudo, uniforme em toda a sua superfície. As diferentes intensidades de luz que chegam ao papel devem depender das diversas densidades do negativo, e não de "manchas" de luz.

No ampliador "direto" a lâmpada é colocada no centro de um refletor esférico e a sua luz passa ainda por dois condensadores.

No ampliador "reflex" o refletor é cilíndrico e utiliza-se um condensador e um espelho.

Nos ampliadores de "luz difusa" (luz fria ou com difusor) a luz não é concentrada em condensadores, mas simplesmente "suavizada".

Tanto no ampliador direto como no reflex se utilizam lâmpadas opalinas, o que já causa uma certa uniformização da luz, pelo menos eliminando a "marca" violenta do filamento incandescente.

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À parte o vidro opalino, as lâmpadas empregadas são as vulgarmente encontradas no comércio. O único cuidado na compra é escolher a potência apropriada para o amplificador, indicada pelo fabricante. Varia entre 75W e 150W nos ampliadores pequenos.

O negativo fica no "porta-negativos", colocado imediatamente, após a face plana do condensador local onde a luz é menos concentrada e mais uniforme.

A função deste porta-negativos não é só firmá-lo na posição ideal, mas também mantê-lo plano. Para isso o negativo fica entre dois vidros, entre um vidro e o próprio condensador, ou entre duas chapas com aberturas.

A objetiva do ampliador reproduz o negativo no papel do mesmo modo que a objetiva da máquina fotográfica reproduz a qualidade no negativo.

A distância cabeça-mesa corresponde à escala de ampliação do negativo: quanto maior a distância maior a ampliação.

Mas a distância negativo-objetiva também tem que variar de modo que a imagem projetada na mesa fique focada tal como na máquina fotográfica; quanto menor a distância cabeça-mesa maior terá que ser a separação entre o filme e a objetiva, ou seja, maior será a distância focal da objetiva. Para fazer o foco a objetiva tem que estar montada numa extensão variável, normalmente um fole ou uma série de tubos metálicos, com montagem telescópica.

Possui diafragma variável que controla a intensidade da luz e compensa a maior ou menor densidade geral do negativo, mantendo a exposição dentro de limites razoáveis. Assim, um negativo muito denso exigirá o diafragma mais aberto, e um negativo muito transparente, o diafragma bem fechado.

A distância focal da objetiva é a normal para o formato do filme a ampliar. Assim, para o 35mm utiliza-se uma 50 e para o 6x6 uma 75. Uma objetiva de distância focal mais curta que a normal provoca distorção na imagem projetada; uma mais longa não dá aberrações, mas o seu pequeno campo abraçado dá uma escala de ampliação menor.

Finalmente, a cabeça do ampliador tem um filtro vermelho móvel e uma gaveta porta-filtros.

O filtro vermelho permite tornar a luz projetada invisível ao papel ortocromático, quando colocado no percurso da imagem. Assim é possível por o papel na mesa sem velá-lo.

A gaveta porta-filtros é utilizada tanto na ampliação em cor, como na branco e preto por permitir a colocação de filtros de correção e contraste, necessários quando utiliza-se papéis resinados e policontraste:

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Formato: 35mm máximo 6x6, 9x12, 6x7 e 13x18 Formato: 6x9AmpliadorIluminação: Concentrada (direto c/ condensadores)Semi-Difusa (reflex)Direto com difusorDifusaLuz fria

"Timer"

No número 1 marca-se milésimos de segundos, no número 2 marca-se os segundos e no número 3 marca-se os minutos.

O Ampliador possui uma objetiva com diafragmas variáveis, mas não necessita de um sistema de obturação, uma vez que os tempos de exposição do papel são longos em relação aos do filme.

Podemos expor o papel fotográfico acendendo e apagando a luz do ampliador através do seu próprio interruptor. Mas, para trabalhos mais criteriosos, emprega-se o TIMER, que é um acessório que permite que a medida de tempo seja rígida e repetida quantas vezes forem necessárias.

O timer, pela possibilidade da repetição do tempo, auxilia na confecção da prova de tempo, permitindo que a escolha da exposição para a ampliação final seja exata. Tanto a objetiva como o timer são equipamentos de laboratório adquiridos à parte do ampliador.

O Papel Fotográfico

Há uma grande variedade de papéis fotográficos e a sua seleção depende não só dos fatores técnicos (densidade do negativo) como também de fatores subjuntivos (assunto, gosto do laboratorista). Os papéis fotográficos possuem quatro camadas: suporte, substrato, emulsão, camada protetora. Se distinguem pelo tipo de emulsão, pelo acabamento da sua superfície (textura), brilho, contraste, cor e peso.

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Podemos classificar em três tipos, segundo a emulsão:

- cloreto de prata.- cloro-brometo de prata.- brometo de prata.

O papel cuja emulsão é de cloreto de prata é empregado nas cópias do contato, por ser pouco sensível e exigir tempos longos de exposição.

O papel cuja emulsão é de cloro brometo é mais rápido, reproduz a imagem com bastante suavidade pelo seu tom quente, algo castanho, que pode ser alterado, conforme o revelador empregado.

O papel cuja emulsão é de brometo de prata é ainda mais rápido, portanto, o mais indicado para ampliações grandes. Revela-se totalmente em 2 minutos a 20 graus em reveladores à base de metol hidroquinona, dando uma imagem de tom negro escuro.

Este papel permite corrigir, melhor que os outros, a densidade do negativo, graças à sua variedade de gradações.

As "famílias" de papéis se subdividem, ainda segundo à sua textura e brilho: liso, textura fina ou grossa, brilhante, semi-mate, mate. Esta escolha depende do grau de definição e reprodução tonal do assunto e do gosto estético do laboratorista.

O papel brilhante tem uma superfície protetora de gelatina - barita - que em contato com a chapa polida esmaltada da secadeira, adquire brilho espelhado.

Este papel chega a um preto máximo mais intenso do que qualquer outra superfície, devido à sua reflexão ser numa só direção.

Os papéis de superfície mate refletem uma luz difusa (em todas as direções) e comparados aos brilhantes dão a sensação de que o seu tom máximo não passa de um "cinza escuro".

Os papéis de superfície brilhante são mais indicados para as fotografias comerciais, jornalísticas, publicitárias (todas as que se destinem à reprodução impressa) e também nas fotografias em que o contraste e o máximo de detalhe sejam fatores importantes.

Os papéis mate não reproduzem tão precisamente os detalhes do negativo, são mais fáceis de retocar, etiquetar, e empregam-se muito mais nas grandes ampliações.

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Da textura do papel somada com o brilho resulta o grau de definição, ou seja, texturas grossas e ásperas oferecem um modo de dissimular ou o grão maior que pode apresentar o negativo ou os detalhes mais finos. Esta perda intencional de detalhes na seleção do papel segue segundo o gosto do laboratorista. A textura e o brilho da superfície do papel vêm definidos, por uma "letra" na sua embalagem.

Como exemplo, na linha de papéis KODAK encontram-se as três "famílias" que na mesma ordem já descritas são: - AZO - EKTALURE - KODABROMIDE- e que podem ter as seguintes texturas e brilhos:

Papéis da KODAKKodabrome Print RC F3 - 18X24cm. Papel branco e preto. Branco liso brilhante contraste duro. Caixa com 50 folhas.Kodabrome Print RC N3 - 20.3X25.4cm. Papel branco e preto. Branco liso mate contraste duro. Caixa com 25 folhas.Kodabrome Print RC N3 - 24X30cm. Papel branco e preto. Branco liso mate contraste duro. Caixa com 25 folhas.

D - semi-mate e textura finaW- semi-mate e textura finaH - semi-mate e lisoEKTALURE:D - semi-mate e textura finaF - brilhante e lisoH - semi-mate e lisoR - semi-mate e textura médiaE - semi-mate e lisoW - semi-mate e textura fina

Papel Ilford Multigrade - envelope com 25 folhas tamanho 20X25 ou 18X24.

A gradação relativa dos papéis se indica com um número e usam-se os termos "duro" - "suave" ou "grande contraste" - "baixo contraste" - para diferenciar essa gradação de cinzas.

As superfícies mates encontram-se nas gradações de 1 a 3, as semi-mates e de superfície lisa e brilhante podem chegar até o grau 4. A gradação de cinzas varia de fabricante para fabricante, a 3 do fabricante X pode eqüivaler à 4 do fabricante Z.

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O objetivo destas gradações é compensar a densidade do negativo; assim um negativo muito "contrastado" pode resultar uma ampliação "normal" se usado um papel de graduação suave, entre o 1 e o 2, o mesmo se dá com um negativo de "baixo contraste" se ampliado em papel de gradação 4. Considera-se as gradações 2 e 3 como de contraste "normal".

Assim, conforme a densidade do negativo, escolhe-se o grau de contraste do papel fotográfico. Encontra-se papéis fotográficos com duas espessuras de suporte - peso simples: emulsão sobre uma cartolina fina que exige maiores cuidados e acabamento posterior; peso duplo: emulsão sobre uma cartolina mais encorpada, mais rígida, ideal para as fotografias sem acabamento, que ficam soltas.

De acordo com o tamanho do papel e da qualidade de folhas, encontram-se diferentes tipos de embalagem e de proteção.

Papéis RC:

São papéis revestidos de polietileno, com uma cor de imagem preta e neutra e com um substrato branco puro.

Permitem uma revelação. Fixação e lavagem muito mais rápida que os tempos normalmente empregados nos papéis usuais, isto porque os produtos químicos são absorvidos normalmente pelo substrato do papel convencional, o que não acontece nos papéis resinados pelo seu revestimento de polietileno.

Não devem ser aquecidos para a secagem, e nem seria necessário, pois a sua secagem é bastante rápida ao natural.

Possui dois sistemas de controle de gradação de cinzas:

1- Cuja gradação de cinzas é indicada por um número como nos papéis usuais.2- Cuja gradação de cinzas é modificável através do uso de filtros para serem empregados em gavetas de filtros nos ampliadores convencionais. São ao todo 7 filtros que permitem 7 gradações de contraste, além de podermos utilizar o papel policontraste RC sem o uso de filtro, o que eqüivaleria a uma gradação 2 nos papéis convencionais.

A emulsão destes papéis se compõe de uma mistura de cristais halóides de prata sensíveis ao azul e cristais sensíveis ao verde. O resultado será uma imagem rica em contraste, quando somente a parte da emulsão sensível ao azul for exposta.

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Por intermédio da variação da quantidade de luz verde e azul pode-se estabelecer o grau de contraste resultante na ampliação, já que os filtros amarelos transparentes bloqueiam a passagem dos raios e permitem a transmissão dos raios verdes da luz do ampliador (branca), produzindo imagens ricas em meios tons e de baixos contraste. Os filtros magenta são usados para o bloqueio dos raios verdes na obtenção de imagens mais contrastadas produzidas pelos raios azuis. No processamento são utilizados os mesmos químicos dos papéis usuais.

Ampliação - Papel

Material necessário para fazer cópias:

1- Três banheiras de 9X12 cm. ou maior.2- Três copos graduados (podem ser utilizados na revelação do filme, contanto que sejam bem lavados).3- Três pinças.4- Revelador de papel.5- Interruptor (ácido acético + água).6- Fixador para papel.7- Papel para as cópias.8- Termômetro (o mesmo usado na revelação do filme).9- Ampliador.

Reveladores para papel:

Revelador DEKTOLRevelador Ilford Multigrade líquidoRevelador Kodak Polimax 

Qualquer um durante um minuto e meio.

Interruptor para papel - Durante um minuto.

Fixador para papel - Durante 5 minutos.

Lavagem - Durante 10 minutos.

Preparo dos químicos:

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1- Preparo do revelador (seguir instruções na embalagem), para uso temperatura por volta de 20°C.2- Preparar interruptor (ácido acético + água) como na revelação do filme.3- Preparar fixador (seguir instruções na embalagem) conforme na revelação de filmes. Obs.: Não utilizar o mesmo usado na revelação do filme, preparar um novo.4- Colocar em banheiras separadas os químicos sempre nesta ordem: revelador, interruptor e fixador. Utilizar uma pinça em cada bandeja para o manuseio do papel.6- Coloque o negativo no porta negativo do ampliador de maneira que o lado brilhante fique voltado para cima, com a luz do ampliador acesa.7- Levante e abaixe o ampliador, afaste e aproxime da mesa do ampliador para encontrar o tamanho desejado para sua ampliação.8- Focalize a imagem e acerte novamente a altura, se necessário.9- Apague a luz do ampliador e coloque o papel na mesa do ampliador. Obs.: O papel só poderá ser manuseado na luz de segurança, nunca na luz branca (luz do ampliador, por exemplo).10- Para escolher a exposição correta faça testes da seguinte maneira: escolha uma abertura na lente do ampliador (entre 5,6 e 11) coloque o papel na mesa do ampliador e cubra-o deixando uma faixa livre de apenas 3 cm. mais ou menos. Exponha a faixa de papel por aproximadamente 5 segundos. Desloque a cartolina por mais 3 cm. e exponha novamente. Repita até completar 5 exposições.11- Coloque o papel com a emulsão para baixo, deixando revelar por aproximadamente um minuto e meio (90 segundos), agitando a bandeja continuamente com o papel completamente mergulhado no químico. Terminado o tempo, retire-o do revelador.12- Coloque o papel no interruptor. Evite que a pinça do revelador entre em contato com o interruptor, deixando por aproximadamente 30 segundos.13- Retire do interruptor e passe para o fixador, deixando por 2 minutos com agitação contínua. Após a fixagem pode-se acender a luz.14- Lavar em água corrente por 2 minutos ou melhor 5 minutos, não deixando que o jato de água atinja diretamente a superfície da foto.15- Secagem: deixe secar até sair totalmente a água da foto. Pode-se pendurá-las ou colocá-las em estufa.

O Processo Fotográfico e a Revelação do Filme

C41 = Processo negativo

E6 = Processo positivo

O estudo do processo pelo qual é possível se realizar uma fotografia foi dividido em três etapas: o processo do ponto de vista óptico, físico/químico e químico.

I - O processo óptico:

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Leonardo da Vinci, além de descobrir que era possível visualizar a imagem de um objeto sobre uma superfície plana através da utilização de uma câmera escura e um pequeno orifício mostrou que esta imagem se formava invertida.

Os raios de luz caminham em linha reta, o que faz com que a luz procedente de um sujeito, ao passar por um pequeno orifício e se projetar no plano oposto, tenha várias características:

1. A imagem se forma invertida de cima para baixo; isto se deve à trajetória retilínea da luz.2. A imagem é muito tênue, porque a maioria dos raios não chegam até o plano de projeção.3. Quanto maior o orifício, menor a definição da imagem. Isto se dá pelo fato de os raios divergentes saídos de um mesmo ponto do sujeito alcançarem pontos diferentes no plano de projeção, criando discos de difusão.4. A utilização de um pequeno orifício e principalmente a utilização de conjuntos de lentes (objetivas) possibilita a formação de uma imagem nítida.

II - O processo físico/químico:

A palavra vem de Foto + grafo (escrever com a luz), sendo o processo pelo qual formamos e fixamos a imagem de um sujeito em material sensível à luz.

Certos materiais são sensíveis à luz, transformando-se sob a sua ação. Podemos citar alguns exemplos, como: a pele humana que escurece pela ação do sol, o papel que deixando ao sol fica amarelo, a prata que com a ação da luz enegrece. Esta característica é chamada de fotossensibilidade.

Foi através do estudo da fotossensibilidade que se chegou à composição dos materiais fotográficos utilizados para a impressão de imagens.

Os filmes e papéis fotográficos contêm uma emulsão formada por gelatina animal e sais de prata (material sensível à luz), que quando expostas à luz gravam a imagem formando o "negativo" que, posteriormente, será utilizado para a confecção da ampliação (positivo).

III - O processo químico:

Enquanto não recebeu luz, o papel fotográfico se encontra "virgem", após sua exposição, passa a possuir uma imagem "latente" que deve ser processada para a revelação e fixação definitiva da imagem. Após a revelação o material deixa de ser sensível à luz.

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O Processamento para Filmes P/B

C41 = Processo negativo

Processamentos:

Ao "bater" uma foto não necessitamos garantir o registro visível da imagem no filme, mas sim, que a exposição transforme suficientemente os haletos de prata, capacitando o aparecimento visível de seu registro após um processamento químico.

Um filme exposto e ainda não processado possuirá uma imagem latente que só irá se tornar visível e estável após ser submetido a uma sucessão de banhos químicos adequados.

O processamento fotográfico e constituído por etapas sucessivas básicas, sem as quais é impossível obter uma imagem visível, sendo as mínimas imprescindíveis as seguintes:

REVELAÇÃO:

Banho químico responsável pela transformação da imagem visível num material fotográfico já exposto. Deve-se salientar que apenas a área atingida pela luz torna-se visível à revelação, continuando o restante fotossensível; portanto até aqui obtivemos imagem, mas a estabilizamos, pois a parte não atingida deve ser removida e a atingida dessensibilizada.

FIXAÇÃO:

Banho químico que retira os haletos não sensíveis e garante a não alteração dos já revelados.

LAVAGEM:

Os resíduos químicos do processamento devem ser totalmente eliminados, caso contrário continuarão agindo sobre a foto, deteriorando-a.

O processamento acima citado, no entanto, não garante a durabilidade dos materiais processados, sendo aconselhável que a ordem seqüencial de banhos químicos seja mais "detalhada", adequando a composição química à obtenção de uma imagem intencionalmente obtida em certas condições.

Material para revelação dos filmes:

1- Tanque de revelação;2- Termômetro de imersão;

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3- Copos graduados para 1.000 cc (para preparar os químicos);4- Garrafas escuras para guardar os químicos;5- Revelador para o filme;6- Interruptor (ácido acético + água);7- Fixador.

Como revelar o seu filme:

1- Preparar o revelador (vide instruções na embalagem) para uso resfriar até 20°C.2- Preparar o interruptor: 17ml. de ácido acético glacial em 1 litro de água.3- Preparar o fixador (vide instruções na embalagem) para uso resfriar até 20°C.Obs.: Guardar o revelador, o interruptor e o fixador em garrafas separadas.4- Em escuridão total retirar o filme de dentro do invólucro. Pode-se também utilizar câmara escura portátil.5- Em escuridão total, colocar o filme no espiral, tomando cuidado para não arranhar a emulsão e não encostar uma volta na outra.6- Em escuridão total colocar o espiral dentro do tanque e fechá-lo corretamente. Após colocar o espiral no tanque e fechá-lo, poderá ascender a luz ou retirá-lo da câmera escura.7- Colocação do revelador: Abrir o orifício na parte superior do tanque, porém sem abrir o tanque, colocando o revelador e tomando cuidado para que o filme fique totalmente imerso no revelador, e fechar o orifício. Observar a temperatura do revelador (de preferência 20°C.Obs.: O tempo de revelação é indicado na bula do filme e varia de acordo com a temperatura do revelador. Agite constantemente durante o primeiro minuto e 5 segundos a cada 30 segundos nos seguintes.8- Terminando a revelação, retirar a tampa do orifício novamente e retirar o revelador (sem abrir o tanque). Observe que o tempo de escoamento do químico deve ser contado como tempo de revelação.9- Coloque o interruptor pelo orifício e agite levemente durante 1 minuto, retirando-o em seguida.10- Colocar o fixador no tanque e agitá-lo conforme indicado para o revelador. Fixar por 10 minutos. Observe que a temperatura do fixador deverá ser a mesma do revelador 20°C.11- Lavagem: Coloque o tanque debaixo de uma torneira em que o jato de água esteja fraco e deixe lavar por 30 minutos.12- Secagem: Pendure o filme em lugar livre de sujeira ou poeira.

Revelador

O REVELADOR É COMPOSTO DE:

São compostos por diversas substâncias que desempenham funções típicas. As substâncias de sua composição são:

1. METOL ou ELON: é o agente revelador de característica suave, produz o detalhe no negativo.

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2. SULFITO DE SÓDIO: agente preservativo (conservante), agente antioxidante, evita a oxidação da solução que ocorre em contato com o ar. A ação preservativa não é total.

3. HIDROQUINONA: agente revelador de características contrastantes, produz o contraste.

As três substâncias acima mais as três substâncias abaixo que são: Alcali catalisador - aceleradores.

1. CARBONATO DE SÓDIO: acelerador de revelação, provoca o amolecimento da emulsão e proporciona à solução o meio alcalino necessário para a ação dos demais componentes.

2. HIDRÓXIDO DE SÓDIO

3. BÓRAX

As seis substâncias acima mais esta abaixo, todas juntas formam o revelador.

1. BROMETO DE POTÁSSIO ou ?BROMETO DE SÓDIO?: agente retardador; contribui para regular a duração da revelação e evita a veladura.

A revelação vai depender da escolha do revelador, da temperatura do químico, da sua vida útil, da agitação dada, e do tempo de revelação escolhido. A escolha do revelador é muito importante, porque existem substâncias reveladoras que agem superficialmente e com lentidão, assim como outras cuja características é a ação rápida e profunda. De acordo com a variedade de agentes reveladores foi criado um sem-número de reveladores diferentes.

TIPOS DE REVELADORES:

A) REVELADORES ENÉRGICOS (de ação rápida e profunda):Na maioria são reveladores que aproveitam ao máximo a velocidade do filme, dando, em tempo de revelação relativamente curto, uma boa gradação de cinza e um ótimo contraste. Por serem de ação energética, provocam um aumento de granulação e um contraste mais duro. Exemplos: Agfa 108, DK-50, HC-110, D-76 pó - Conforme diluição, concentração, etc...

B) REVELADORES BALANCEADOS:Sua ação é mais ou menos superficial e não aumenta o tamanho dos grãos. Existem fórmulas sem acelerador nenhum, tornando a revelação mais lenta.

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Exemplos: D-76 (diluído), Agfa 12, Metol-Sufito D-23, Concedict (conforme diluição), Pandol, ODIM-RCO.

C) REVELADORES SUAVES:São também chamados de reveladores de "ultragrão-fino", por não provocarem quase nenhum grão, de modo que estes negativos proporcionam maiores ampliações. Por exigir tempos de revelação muito longos é aconselhável um aumento de exposição para que não haja uma interferência na granulação.

Revelação:

Após sua exposição à luz, o material sensível é colocado numa banheira contendo Revelador (produto químico diluído em água). Durante esta etapa, os sais de prata que receberam luz enegrecem enquanto aqueles que não foram atingidos continuam inalterados. A revelação é controlada através da diluição do produto químico e do tempo de permanência do material sensível dentro do Revelador.

Revelador D-76 - É um revelador da Kodak, existe líquido e em pó. O pacote para um litro em pó é diluído em água morna. Mais ou menos 13 minutos no revelador, sendo o primeiro minuto com agitação constante; o segundo minuto descansa 5 segundos e agita mais 30 segundos, assim por diante até completar todo o tempo.

Revelador HC-110 - É um revelador concentrado líquido e prepara 3,8 litros, conforme instruções.

Revelador Odin - Similar ao D-76 líquido.

Interruptor

O INTERRUPTOR É COMPOSTO DE:ÁCIDO ACÉTICO GLACIAL ou METABISULFITO ou ÁCIDO CÍTRICO, etc.Todos eles acidulam a emulsão parando a revelação.

Interruptores:

Em geral usa-se uma solução ácida que tem a propriedade de neutralizar imediatamente a ação do revelador; com isso, a revelação pára imediatamente e o filme, ou a cópia, passa para o fixador já livre de grande parte do revelador, o que serve para aumentar consideravelmente a durabilidade do

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fixador. Para interromper o processo de revelação, o material sensível deve ser colocado no Interruptor que é um produto químico à base de ácido acético glacial.

Interruptor Ácido Acético Glacial - Frasco de ½ litro. Uma quantidade de 15cc. dilui-se para um litro. Agita-se durante um minuto.

Fixador

O FIXADOR É COMPOSTO DE:

TIOSULFATO DE SÓDIO (NOME COMERCIAL HIPO-SULFITO DE SÓDIO): agente fixador.TIOSULFATO DE AMÔNIA LÍQUIDO: agente fixador.SULFITO DE SÓDIO: conservante e agente antioxidante.ÁCIDO ACÉTICOENDURECEDORALUMEN DE POTÁSSIO

Fixadores são, juntamente com os reveladores, as soluções mais importantes em todo o processo fotográfico. Deles depende, quase que exclusivamente, a duração de vida da fotografia ou do filme. Sua função é fixar a imagem revelada, fazer com que o filme (ou papel) perca a sensibilidade à luz e dissolver o anti-halo, fazendo o filme torna-se transparente. O negativo deve permanecer no fixador o dobro de tempo necessário para torná-lo completamente claro e transparente; este tempo varia em torno de 10 minutos. Nesta etapa, os sais de prata enegrecidos no Revelador são fixados enquanto os que permaneceram virgens e inalterados na revelação são retirados.

Fixador Kodak em pó ou líquido / Fixador da Ilford líquido - Sempre num período de 10 minutos, sendo no primeiro minuto com agitação constante e do segundo minuto em diante, agita-se 10 segundos e descansa 50 segundos.

ELIMINADOR DE HIPOSSULFITO:

O hipossulfito de sódio, agente fixador, após cumprir sua função de absorver os sais de prata não sensibilizados e, portanto, não enegrecidos na revelação, deve ser eliminado dos materiais fotográficos (filmes e papéis). Por isto, a lavagem prolongada dos materiais torna-se necessária, o que nem sempre pode conter de forma suficientemente eficaz. Certos agentes químicos como o bicarbonato de sódio, água oxigenada, e outros, tem o poder de eliminar, o hipossulfito de sódio, tornando a lavagem menor e mais eficiente. Os fabricantes de produtos químicos fotográficos mantém no mercado

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eliminadores de hipo já manipulados, como o Hipo Clearing Agent (da Kodak), ou o Eliminador de Hipo (da Odin). Este procedimento é muito conveniente nos materiais fotográficos que precisam ser preservados durante muitos anos, pois a permanência do hipossulfito causa manchas amareladas e acaba por inutilizar tanto as ampliações, como também os filmes.

Lavagem

Mais ou menos 30 minutos em água corrente. A fixagem sempre deve ser terminada por uma lavagem radical em água corrente filtrada, para que a conservação do negativo seja prolongada. A lavagem remove os últimos traços do fixador e de todos os demais sais solúveis. A duração da lavagem é dependente da quantidade de água, e do número de negativos, mas costuma-se deixar no mínimo 30 minutos (quando há bastante água) ou sempre fazer uma média de 1 hora, pois é sempre aconselhável prolongar o tempo, particularmente quando se trata da lavagem de diversos filmes.

BANHO UMECTANTE:

A água da lavagem, mesmo sendo filtrada, deixa marcas de gotas no filme após seco. Muitas vezes estas marcas são irremovíveis da emulsão. Para que a secagem seja uniforme, mais rápida e sem marcas de água, costuma-se usar como intermediário entre a lavagem e a secagem, um banho umectante.

Este produto pode ser o Aspergol (da Edict), o Photoflood (da Kodak), e outros. A diluição e o tempo de permanência dos filmes variam conforme o material, portanto, recomenda-se a leitura da bula da cada um destes produtos para sabermos as indicações do fabricante.

Secagem

Depois do banho umectante, os negativos não devem ser manipulados para que as impurezas contidas no ar não colem-se à emulsão. Devem ser secos de preferência, na temperatura ambiente e em local isento de pó. Ao usarmos secadeiras especiais para filmes não devemos ultrapassar 50° graus, pois as altas temperaturas causam curvaturas e deformações ao filme e são prejudiciais à sua durabilidade.

Arquivo

Para melhor conservação dos negativos, deve-se guardá-los em porta negativos feitos de papel manteiga ou vegetal fino. Não deve-se usar porta negativo de plástico por que provocam condensação. Arquivam-se as folhas num fichário de negativos e evita-se o manuseio desnecessário. O fichário de negativos deve ser guardado em um lugar fresco e sem umidade, de preferência longe dos químicos fotográficos.

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Revelação E6 - Processo positivo

O primeiro processo leva cerca de 10 minutos:

1) Primeiro revelador revela o P/B do filme, agitação de 6 minutos: descansa 25’ e agita 5’.2) Lavagem: 2 minutos.3) Banho de reversão: 2 minutos.4) Segundo revelador: revela a cor, com agitação de 6 minutos, descansa 25’ e agita 5’.5) Pré branqueador ou condicionador: 2 minutos.6) Branqueador: com agitação constante durante 6 minutos.7) Lavagem: 2 minutos.8) Fixador: com agitação de 4 minutos, descansa 25’ e agita 5’.9) Terceira lavagem: 4 minutos.10) Rinse final é igual ao fotofloo, durante 30 segundos.