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Laboratório de Controlo de Qualidade Fátima, 21 de Setembro de 2017 Isabel Lopes

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Laboratório de Controlo de Qualidade

Fátima, 21 de Setembro de 2017

Isabel Lopes

METODOLOGIAS ANALÍTICAS EM ALIMENTAÇÃO ANIMAL

Análises e Controlo de Qualidade

➢ Avaliar especificações nutricionais de matérias primas

➢ Cumprir aspetos legislativos (Ex. PAT’s)

➢ Detetar atempadamente eventuais contaminações (ex. no âmbito das substâncias indesejáveis)

➢ Controlar pontos críticos e garantir a segurança alimentar

➢ Garantir a especificação nutricional do produto acabado

➢ Otimizar a produção (custo/benefício)

Realizam-se análises para:

SEGURANÇA ALIMENTAR

• Reg.(CE) nº 183/2005 de 12 Jan 2005, que estabelece os requisitos de higiene dos alimentos para animais

• Diretiva 2002/32 de 7 maio de 2002, relativa às substâncias indesejáveis em alimentos para animais

• Sistemas certificadores de segurança alimentar (NP EN ISO 22000; FSSC 22000; FAMI QS; GMP+; HACCP; …)

Análises e Controlo de Qualidade

PCQ-Planos de Controlo de Qualidade

H P F G C A AçFN

DFAD

Grãos de Cereais

Aveia; Cevada; Milho; Trigo;

Triticale

Subprod. Cereais

Farinha de Bolacha

Melaços

Proteínas Ori. Vegetal

B. Soja(1); B. Colza;

B. Palmiste

H-Humidade; P-Proteína; F-Fibra; G-Gordura; C-Cinza; A-Amido; Aç-Açucares;

FND-Fibra Neutro Detergente; FAD-Fibra Ácido Detergente

(1): Atividade Ureásica; Solub.KOH; Lisina

(1): Lisina, cloretos, cálcio, fósforo (2): lactose, pH, cloretos; (3): impurezas, ac oleica, peróxidos

H C Ca Na P

Minerais

Carbonato de Cálcio

Bicarbonato de Sódio

Fosfato Bicálcico

Sal Forragens H P F C A Digest FND G FAD ADL

Sil. Milho

Sil. Azevém

Sil. Erva

Sil. Luzerna

H P F G C Aç FND FADMat. Fibrosas

Luzerna

Casca de Soja

Alfarroba

B. Azeitona

Polpa Citrinos

Polpa Beterraba

Proteínas Animais

Farinha de Pescado (1)

Produtos Lácteos (2)

Soro Doce

Soro Reengordurado

Soro Deslactosado

Gorduras (3)

Banhas

Óleos Vegetais

Gorduras Compostas

Planos de Rotina (Matérias primas, produto acabado, mercadorias, …)

(avaliação nutricional; pesquisa de substâncias indesejáveis; parâmetros de obrigatoriedade legal; etc.)

Análises Extra-Plano

(problemas fabrico; problemas nas explorações, etc.)

Amostragem

Amostra: Porção Representativa do ‘’todo’’. Um saco?. Um camião?. Um armazém?

Em geral, o laboratório tem a função de analisar/avaliar resultados, não sendo responsável pela amostragem.

Técnicas Adequadas de Amostragem

Qualidade do resultado analítico=f (qualidade da amostragem; qualidade dos

dados analíticos)

NP EN ISO 24333:2016 - Cereais e produtos derivados- amostragem

NP ISO 6497: 2011 – Alimentos para animais – amostragem

UE N.º 691/2013 – Métodos de amostragem e análise para o controlo oficial de alimentos para animais.

REG. (CE) N. 401/2006 - Estabelece os métodos de amostragem e de análise para o controlo oficial dos teores de micotoxinas nos géneros alimentícios

“A amostragem é um procedimento que requer métodos e equipamentos adequados para a tarefa. Qualquer análise das características de um lote e qualquer interpretação dos resultados será inútil se a amostra não for representativa do lote de onde é retirada.A amostragem é um procedimento que requer grande cuidado. É fortemente recomendado que esta tarefa seja desempenhada por pessoal treinado, utilizando o equipamento adequado.”

Amostragem

Garantir tanto quanto possível que o parâmetro que pretendemos medir está uniformemente distribuído (os alimentos são heterogéneos e devemos assumir que o são, mas uma amostra representativa é o espelho do sistema que pretendemos conhecer)

O erro da amostragem deve pesar menos do que o erro decorrente de não se ter procedido a uma colheita representativa (a não ser que pretendamos uma amostra de conveniência).

(Amostragem para obtenção da massa mínima de amostra para laboratório deGrãos, exemplo de distribuição dos pontos de amostragem em 25 pontos para

lotes ou sub-lotes de 500 < m ≤ 1 500 toneladas); acc. NP EN ISO 24333:2009

Receção no laboratório

Há que assegurar que não vão ocorrer alterações na composição entre a amostragem e a análiseAmostra representativa

NO LABORATÓRIO:Receção da amostra Identificação Motivo/Objetivo da análiseEncaminhamento correto

MoerS? N?

SepararS? N?

MicrobiologiaS? N?

Frio?S? N?

NIR? Química Clássica?S? N?

An. Externa?S? N?

A importância dos laboratórios

Aplicar o método adequado

Coerente com o objetivo procurado (ex.: GB vs GA)

De preferência, métodos validados (gama de aplicação, ...)

Aplicar sistemas que assegurem a qualidade dos resultados

(procedimentos/normas reconhecidas; programas de avaliação interlaboratoriais; uso de materiais de referência)

acreditação NP EN ISO/IEC 17025Ensaios ASFAC; Ensaios FAPAS;

Ensaios LGC

A importância dos laboratórios

ENSAIOS INTERLABORATORIAIS

A importância dos laboratórios

NP ISO 5984:2014 Determinação da Cinza Bruta

NP ISO 6492:2014 Determinação da Gordura Bruta

NP EN ISO 16472:2013 Determinação do teor de fibra neutro-detergente tratada com amilase (aNDF)

NP EN ISO 6497:2011 Alimentos para animais. Amostragem

NP EN ISO 15914:2010 Determinação enzimática do teor total de amido

NP EN ISO 5983-2:2009 Determinação do teor de azoto e cálculo do teor de proteína bruta. Parte 2: Método mineralização em bloco e destilação pelo vapor

NP EN ISO 16634-1:2009

Determinação do azoto total, por combustão, segundo o método de Dumas e cálculo do teor de proteína bruta. Parte 1:Sementes de oleaginosas e alimentos para animais

NP EN ISO 6865:2009 Determinação do teor de celulose bruta. Método da filtração intermédia

NP EN ISO 5983-1:2007 Determinação do teor de azoto e cálculo do teor de proteína bruta. Parte 1: Método de Kjeldahl

NP EN ISO 6869:2007 Determinação dos teores de cálcio, cobre, ferro, magnésio, manganês, potássio, sódio e zinco. Método por espectrometria de abosrção atómica

NP 874:2000 Determinação do fósforo total. Método espectrofotométrico

NP 875:1994 Determinação do teor de humidade

NP 2972:1994 Determinação do teor de cloretos solúveis na água. Técnica de Charpentier-Volhard

NP 2971:1992 Determinação do teor em cinza insolúvel no ácido clorídrico

NP 4040:1990 Determinação da humidade nas gorduras e óleos animais e vegetais

NP 3997:1989 Determinação da actividade ureásica dos produtos derivados da soja

NP2026:1987 Determinação do teor de amido. Método polarimétrico

NP 2027:1987 Determinação do teor de lactose. Método de Luff-Schroorl

NP 1785:1986 Determinação do teor de açucares. Método de Luff-Schroorl

NP 2028:1983 Determinação do teor de proteína digestível

NP EN ISO 24333:2016 Cereais e Produtos-Amostragem

NORMAS/PROCEDIMENTOS

EXATIDÃO,PRECISÃO,INCERTEZA

O verdadeiro valor não se pode conhecer com toda a certeza, mas pode conhecer-se com uma determinada incerteza

«INCERTEZA: Um parâmetro associado ao resultado de uma medição, que caracteriza a dispersão dos valores quepodem com razoabilidade ser atribuídos ao mensurando». Pode ser um desvio padrão (ou um múltiplo) ou a largurade um intervalo de confiança. (EURACHEM)

Quando se realizam várias medições e não se conhece o valor de referência apenas se podem calcular as incertezas relativas.

Medidas mais afastadas uma das outras: Maior incerteza

Medidas mais próximas uma das outras: Menor incerteza

Erro=Ivalor medido – valor verdadeiroI

PRECISÃO

O grau de concordância entre ensaios independentes obtidos sob condições estipuladas

Medidas de precisão extremas:

• A reprodutibilidade (R) que proporciona uma maior variabilidade (interlaboratorial). A diferença absoluta entre dois ensaios independentes, obtidos utilizando o mesmo método em amostras idênticas, em laboratórios diferentes com diferentes operadores usando diferentes equipamentos, não deverá exceder em mais do que 5% dos casos o R.

• A repetibilidade (r) que proporciona uma menor variabilidade (ensaios repetidos sem variar fatores. Intralaboratorial). A diferença absoluta de dois ensaios independentes, obtidos utilizando o mesmo método de análise em amostras idênticas no mesmo laboratório, pelo mesmo operador, usando o mesmo equipamento num curto intervalo de tempo, não deve exceder em mais de 5% dos casos o limite de repetibilidade r.

• Em geral, a variação intralaboratorial é de ½ a 2/3 da variação interlaboratorial. (retirado de NP ISO 6865:2009)

Critérios de Aceitação de Resultados

Parâmetro Repetibilidade (r) Reprodutibilidade (R)

Proteína Bruta (PB)

(Kjeldahlx6.25)

PB<20% - 0.2% em valor absoluto

20<PB<40% - 1% em valor relativo

PB>40% - 0.4% em valor absoluto

PB<20% - 0.3% em valor absoluto

20<PB<40% - 1.5% em valor relativo

PB>40% - 0.6% em valor absoluto

Gordura Bruta (GB) GB<5% - 0.2% em valor absoluto

5<GB<10% - 4% em valor relativo sobre o valor

mais alto

GB>10% - 0.4% em valor absoluto

GB<10% - 0.6% em valor absoluto

GB>10% - 1% em valor absoluto

Fibra Bruta (FB) FB<10% - 0.3% em valor absoluto

FB≥10% - 3% em valor relativo sobre o valor mais

alto

FB<10% - 0.8% em valor absoluto

FB≥10% - 8% em valor relativo sobre o valor mais

alto

Cinza Bruta (CB) CB<3% - 0.3% em valor absoluto

3<GB<5% - 10% em valor médio

5<GB<20% - 0.5% em valor absoluto

20<GB<45% - 2.5% em valor médio

GB>40% - 1% em valor absoluto

CB<20% - 0.5% em valor absoluto

Para resultados válidos:

1. Equipa com formação e experiência

2. Técnicas Validadas/equipamentos adequados

- Manutenção- Calibração- Ensaios interlaboratoriais- Amostra de referência- Adequação de

procedimentos experimentais

3. Correta interpretação de resultados

Exemplo de critérios de aceitação de resultados obtidos em duplicado.

Análises de componentes maioritários. Fracionamento

A soma dos componentes só será 100% quando um deles se determine por diferença.

Noutros casos, determinam-se analiticamente todas as frações, e a

soma aproxima-se a 100%.

Alimento

Humidade Matéria Seca

Matéria Orgânica Cinza Bruta (matérias minerais)

Proteína Bruta Gordura Bruta Fibra Bruta Extrativos não azotados(extrato etéreo)

Esquema de Weende

Hum Cinza Prot Gord Fibra

7,0 3,4 16,0 44,6 28,8

= 99,8%

Análises de componentes maioritários. Fracionamento

Carbohidratos

Análises de componentes maioritários. Fracionamento

FibrososCarbohidratos Não

Fibrosos

Açúcar Amido

NDF

Hemicelulose

ADF

Celulose Lenhina

Técnicas Analíticas

CLÁSSICAS INSTRUMENTAIS ALTERNATIVAS

. Humidade. Gordura

. Fibra. Acidez oleica

. Índice de peróxidos

Téc. gravimetriavolumetria

• Fósforo

• Metais

Espectrofotometria

(Abs. Atómica, UV/VIS)

não destrutivas…NIR

(Near InfraredRefletance )

Humidade

Metodologia (existem vários métodos):

Habitualmente, secagem em estuda 102-105°/16h (maior parte das amostras), 104°/3h, 125°/4h, 135°/2-3h (grãos);

ISO 6496:1999 – Determinação da humidade e materiais voláteis em alimentos para animais

REG. CE 827/2000; Anexo IV –Determinação da qualidade dos cereais

ISO 665:2000-Determinação da humidade e matérias voláteis em oleaginosas

NP 4040:1990-Determinação da humidade nas gorduras e óleos animais e vegetais

Métodos alternativos à secagem em estufa:

Balança de Infravermelhos

Medidores por condutividade elétrica

Humidade e matérias voláteis

Precauções indicadas no método oficial:

- Cereais e farinhas à base de cereais, a secagem é feita a 130ºC. É necessário uma pré-secagem em grãos e alimentos com humidade muito alta (ex.: milhos de campanha)

- Alimentos, óleos e gorduras: 103ºC.

- Alimentos com mais de 4% de sacarose ou lactose, alimentos com mais de 25% de minerais que contenham água de cristalização: em estufa a 80-85ºC (sob vácuo).

Outras considerações a ter em conta:

- Problema da decomposição de ureia. Não deve ultrapassar 104ºC/3h para os alimentos ricos em ureia.

- Uma secagem em estufa, em muitos casos, pode ser um problema devido:

i. Perda de água de cristalização por fosfatos (a partir dos 40ºC, lentamente, e a 100ºC é perdida muito rapidamente).

ii. O bicarbonato de sódio começa a decompor-se a partir de 60ºC.

- Determinam-se também as substâncias voláteis presentes (ex.: ácidos orgânicos voláteis, amónia, p. ej.)

- Esta análise deve efetuar-se imediatamente depois de abrir as embalagens que contém as amostras;

- A reação de Maillard liberta água durante a desidratação e é acelerada a elevadas temperaturas

TGA

Humidade e atividade da água (𝒂𝒘)

. A Atividade da Água (𝒂𝒘) visa unicamente medir a água que se encontra disponível para ser incorporada nos processos químicos e fisiológicos, que são vitais para o desenvolvimento da flora microbiana, enquanto que o teor da água / humidade de um substrato contabiliza tanto a água livre como a água que se encontra fortemente ligada ao substrato.

. É importante saber a 𝒂𝒘 pois os fungos são sensíveis aos seus níveis o que nos permite definir intervalos para o desenvolvimento dos diferentes grupos em função da temperatura.

.Para que não ocorram contaminações fúngicas severas, 𝒂𝒘 ≤ 0,65, o que corresponde a uma humidade (água livre) de sensivelmente 13,5% nos grãos de cereais (ex. milho, trigo, cevada), a 11,5% no grão de soja e a 8,5% no amendoim e girassol.

Aparelho que permite determinar a atividade da água, modelo de bancada.

Proteína Bruta

. Entende-se por Proteína Bruta o teor de Azoto x fator (dependente do produto).

O fator internacional de conversão baseia-se na composição média dos aminoácidos presentes nas proteínas dos alimentos.

Proteína = N x Fator multiplicativo convencionado (ex.: 6,25* p/ a maioria dos casos; 5,70 para grãos de trigo; 6,38 para leite e produtos lácteos).

… de 𝑆𝑂2/𝑆𝑂3, halogéneos e 𝐶𝑂2

Redução de 𝑁𝑂𝑥a 𝑁2Eliminação de excesso de 𝑂2

c/ cobre

Remoção de humidade (c/ anidrona)

Deteção e Quantificação de N numa célula

termoconductimetrica

Amostra(ca.0,2g)

Método Dumas [NP EN ISO 16634:2009]:

Remoção de água Combustão (900 -950ºC)

*6,25=100/16,0(% N existente na proteína)

Proteína Bruta

Método Kjeldahl [ISO 5983-2:2009]: Comparação do Mét. Dumas vs Mét Kjeldahl:

Esquema referente ao método de Kjeldahl.

Comparação de resultados entre o método de Dumas e o método de Kjeldahl.

N orgânico total (proteico e não proteico*)*-(ureia/clorofila/Trimetilaminas/vit.B12…)

NO3-; NH4+…são tb convertidos…

Gordura Bruta

𝑮𝑨 (sem hidrólise ácida)

- Cereais (milho, trigo, cevada, etc.)- Alguns bagaços

𝑮𝑩 (c/ hidrólise prévia em meio ácido, HCl3N, a quente)

- Matérias primas origem animal, incluindo produtos lácteos

- Glúten; leveduras; proteínas de soja e de batata, alimentos tratados termicamente, extrudidos.

- Alimentos compostos em que pelo menos 20% de gordura venha da maioria dos produtos referidos anteriormente.

Montagem automática de 6 posições – extração com o principio de Soxhlet.

. Entende-se por Gordura Bruta o teor das substâncias que se se solubilizam em éter de petróleo e se conseguem medir por um processo de destilação, seguido de secagem e pesagem do extrato obtido. [NP ISO 6492:2014]

A hidrólise ácida gera, maioritariamente, resultados superiores de gordura, especialmente em alimentos sujeitos a tratamento térmico ou de origem animal.

Gordura Bruta

Gordura A vs Gordura B, dados Eurocereal 2016-17.

Gordura Bruta

Óleo/Gordura

Ác.gordos

Lípidos

Saponificáveis Insaponificáveis

Glicerol livre

Esteróides (esterois; hormonas)

Terpenos (pigmentos, vitaminas, extratos veg.)

Eicosanóides

Simples Complexos

Fosfolípidos

Glucolípidos

Esfingolípidos

Aminolípidos

Acilgliceróis

. Monoacilgliceróis.Diacilgliceróis.Triacilglieróis

Cêras

Contêm Não contêm ácidos gordos

Unidades básicas dos lípidos

Humidade

Impurezas

97-99%

Ácidos gordos livres

Oxidação & Rancificação

Rancificação Hidrolítica : a gordura hidrolisa-se formando mono-, diacilglicérideos, ácidos gordos livres e glicerol.

. Através de um catalisador em meio aquoso.

. Ou através da ação de enzimas hidrolíticas (lípases, lipoxidases e lipoxigenases) produzidas por microrganismos.

Peroxidação lipídica oxidativa do ranço: processo completo de oxidação mediante a formação de radicais livres. É necessário um fator que inicie a reação em cadeia (calor, metais, oxidantes, etc.)

Métodos analíticos baseados em:

. Aumento da acidez. Os ácidos fórmicos e propiónicos são solúveis em água, éter, álcool.

. Aumento da fase inicial e intermédia dos peróxidos.

. Formação de compostos polares (degradação).

. Formação de aldeídos em fases terminais da oxidação.

te

tempo

Índice de Acidez

Determinação da acidez por titulação ácido-base.

Cálculo da % acidez (em ácido oleico) = Τ2,82 ∗𝑉𝑔𝑎𝑠𝑡𝑜𝑠𝑚

Amostra

Titulação em NaOH 0,1N ou KOH 0,1N na presença da solução alcoólica de fenolftaleína

Diluição em mistura alcoólica 50% (álcool etílico + éter etílico)

. Entende-se por Acidez Oleica - [NP 903:1987], a percentagem de ácidos gordos livres de uma gordura ou óleo expressa em % ácido oleico .

. Entende-se por Índice de Acidez, a quantidade em base (KOH ou NaOH) necessários para neutralizar os ácidos gordos leves presentes em 1g de gordura, (mgKOH/g) . RELAÇÃO: índice de acidez= % acidez oleica x 1,99

Índice de Peróxidos

Titulação Iodométrica

Cálculo IP= Τ10∗(𝑉𝑏 −𝑉1)𝑚

𝑉𝑏- valor do titulante usado no ensaio em branco

Amostra

Junção de Iodeto de Potássio (KI)

Dissolução c/ Clorofórmio + Ác. Acético

Titula-se c/ Tiossulfato de Sódio (V1) (Na2S2O3) na presença do amido como

indicador

tiossulfato de sódio

amostra + mistura diluente + KI + indicador

. Entende-se por Índice de Peróxidos (IP) a quantidade de oxigénio ativo, expresso em miliequivalentes contido em 1 kg de gordura ou óleo (meqO2/kg) - [NP 904:1987]

IP<10 meq O2/kg acc. FEDNA

Amido

Amostra Bm1 (g)

. Entende-se por Amido, o polissacarídeo constituído principalmente de amilose (uni. glicose alfa – 1,4 – amilose) e amilopectina (glicose ligada por pontes glicosidicas alfa – 1,4 – e – 1,6 ). A amilopectina, menos hidrossolúvel que a amilose, é o principal constituinte dos polissacarídeos.

Açucares

Insolubilizaçãodo Amido

Digestão do amido e açucares c/ HCl a quente

Açucares + amido

Leitura da Amostra A

(αA) e Amostra B

(αB)

Amostra Am2 (g)

Leitura da rotatividade ótica

Amido (%)= ൗ2000𝛼𝐷20 + [

2,5𝛼𝐴

𝑚1-5𝛼𝐵

𝑚2]

Polarimetria [NP 2026:1987] :

αD20

=o valor da rotatividade específica do amido puro medido a 589,3 nm

Ex.: 184,6 amido de milho; 182,7 amido de trigo; 181, 5 amido de cevada

Polarímetro usado para a quantificação do amido.

uma substância opticamente ativa

roda o plano de polarização da luz

Amido

Método enzimático deve de ser usado especialmente nestes casos:

• Prod. derivados de beterraba

• Polpa citrinos

• Sementes linho; bagaço-linho (obtido por

extração ou por pressão)

• Polpa de batata

• Colza; bagaço-colza; bagaço-girassol

• Produtos ricos em inulina

• Leveduras desidratadas

• Prod. Soja

• Cromatografia Líquida (HPLC)ou

• Espectrofotometria (UV/V)

Hidrólise enzimática (especifica, α-amílase e amiloglucosidase)

Glucose

Amido Dados Eurocereal/ASFAC 2016/2017

Método Enzimático [REG.121-2008;REG 2017/68] :

A glucose libertada após a degradação enzimática é doseada usando o método de glucose-oxidase. A intensidade da

coloração, medida a 505 nm, é proporcional à quantidade de glucose presente na amostra.

Fibra Bruta

Tratamentos prévios para:❖ Amostras c/ >10% Gordura❖ Amostras c/ >5% Carbonatos

Equipamentos semi-automáticos para determinação da fibra bruta.

Secagem e pesagem (P1)Incineração (550º)

Pesagem do Resíduo (P2)

Cálculo da Fibra % = Τ(𝑃1 −𝑃2)𝑚 x 100%

AmostraAtaque básico

(KOH 0,23N fervura, 30min)

Ataque ácido(𝐻2𝑆𝑂4 0,26N

fervura, 30min)

Aplicação: Alimentos p/ animais c/ fibra bruta >1%. Entende-se por Fibra Bruta o teor de carbohidratosresistentes ao tratamento sucessivo com ácidos (𝐻2𝑆𝑂4-retira amido, açucares, pectina e hemic. ) e bases diluídos (KOH-retira proteínas, pectina, hemic. e parte lenhina)

[NP EN ISO 6865:2009]

Quimicamente a fibra é um agregado de compostos e não uma entidade química.

Proteína bruta

Extrato etéreo

Extratos livres de N

Fibra bruta

Cinza bruta

ProteínaN não proteico

lípidosPigmentos

AçucaresÁcidos orgânicos

PectinasHemicelulose

Lenhina solúvel em sol. alcalinas

Lenhina insolúvel em sol. alcalinaN ligado à fibra

celulose

Minerais insolúveis em detergenteMinerais solúveis em detergente

Solúveis em detergente neutro

Lenhina

FND

FAD

Analise proximal(Weende)

Componente Químico

Análise de van Soest

• FND, Fibra Neutro-Detergente

[ NP EN ISO 16472:2013 ]

• FAD, Fibra Ácido-Detergente

[ NP EN ISO 13906:2008 ]

• ADL, Lenhina Ácido-Detergente

[ NP EN ISO 13906:2008 ]

Outras Fibras: FND, FAD, ADL Metodologia de Weende e van Soest

FND, FAD, ADL Metodologia de Weende e van Soest

Metodologia de Van Soest

- Hemicelulose-Celulose-Lenhina-Cutina-Minerais Insolúveis-N Ligado a fibras

Solução Neutro – Detergente(lauril (ou dodecil)) sulfato de sódio(Desengorduramento prévio; tratamento em α-amílase Termoestável)

-Lenhina-Cutina

-Minerais

-Celulose-Lenhina-Cutina-Minerais Insolúveis-N Ligado a fibras

Solução ácido - Detergente

Resíduo Mineral

550º

P1

P2

P3

• FND = Τ(𝑃1 −𝑃4)𝑚 x 100%

• FAD = Τ(𝑃2 −𝑃4)𝑚 x 100%

• ADL = Τ(𝑃3 −𝑃4)𝑚 x 100%

P4

A solução detergente solubiliza as proteínas, sendo que o sulfato de sódio, eventualmente utilizado, ajuda também a remover alguma matéria azotada.

A solução detergente remove os hidratos de carbono ácido-lábeis, proteínas não complexadas em produtos de Maillard (danificadas pelo calor) e gorduras

72% 12M

FND

Cinza Bruta

Método Termogravimétrico para a determinação da humidade e cinza bruta (método sequencial).

𝑚𝐴

Resíduo (Teor de Cinza)

• Mufla, 550°C• Incineração

até estabilização de peso

. Cinza Bruta: resíduo remanescente após incineração a 550ºC , onde se encontram os compostos inorgânicos (macrominerais, microminerais, oligoelementos) - [ISO 5984:2014]

% Cinza Bruta = Τ𝑚𝑟𝑒𝑠í𝑑𝑢𝑜𝑚𝐴 ∗ 100

Cinza Bruta

Cuidados a ter em conta - [ISO 5984:2014] :

1. Os cloretos podem volatilizar-se à temperatura do forno (500°- 600°C).

2. Os fosfatos a 325°C formam pirofosfato com perda de peso. E alguns reagem com carbonatos

3. Os bicarbonatos decompõem-se e formam carbonatos. O carbonato de sódio até aos 700°C permanece inalterado.

4. Os silicatos presentes podem esconder ou adsorver algumas frações de elementos. Pode ser uma fonte de erro se se procura analisar determinados elementos a partir das cinzas.

Cinza insolúvel em Ácido Clorídrico [ ISO 2971:1992 ]

A cinza insolúvel em ácido clorídrico é determinada gravimetricamente; o resíduo resultante da determinação da cinza bruta é digerido em ácido clorídrico fervente. A solução é filtrada e o resíduo é seco e incinerado sendo o resíduo remanescente valorizado como cinza insolúvel (útil, por exemplo, na verificação da presença de terras em algumas matérias primas).

Metais (Ca, Cu, Fe, Mg, K, Na, etc)Es

pec

tro

fotó

met

ro d

e ab

sorç

ão a

tóm

ica.

𝑚1 matéria mineral

Incineração

Fe

Na

K Mg

Zn Mn

Ca

Cu

- Método Gravimetria - Método Espectrofotometria UV/VIS- Método ICP (Cromatografia Indução Plasma)- Absorção Atómica (grafite ou chama)

Solubilização em meio ácido

[NP EN ISO 6869:2007]

O Mn como indicador de homogeneidade

Os testes de homogeneidade destinam-se a verificar a correta distribuição das matérias primas e dos aditivos numa mistura.A sua realização é obrigatória para todos os fabricantes de aditivos, pré-misturas e alimentos compostos, registados ou aprovados ao abrigo do REG.(CE) 183/2005.

O manganês (Mn) é um oligoelemento muito usado para esta avaliação, analisando-se num conjunto de amostras representativas da mistura (em geral, 9 a 20 amostras) . Trata-se de um método indireto (baseado na concentração); considera-se uma distribuiçãonormal; a homogeneidade é expressa em função do coeficiente de correlação e assume-se mistura correta com CV<10%.

A análise do Mn pode fazer-se por absorção atómica (chama), indução de plasma ou absorção molecular.

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12Amostras

Teo

r M

n(m

g/K

g) Média (mg/kg) 83.0

Desvio-Padrão (mg/kg) 5.9

Coef.de Variação,CV(%) 7.17.1

Mistura homogénea de acc. com critério

Teor de Cloretos

Método com eléctrodos (Chloride Analyser M926). Método por titulação (técnica de Charpentier-Volhard).

. Teor de Cloretos: é determinado com base na reação de precipitação do ião 𝐶𝑙− com o nitrato de prata.

[NP 2972:1994]

Fósforo

Espetrofotómetro UV/VIS, análise do Fósforo (P).

𝑚1

Cinzas

Incineração

P

Espectrofotometria de absorção molecular (UV/VIS) -(Reagente vanadomolíbdico + P= Complexo amarelo)leitura a 430 nm

Solubilização em HCl

•A: absorvância•l é a distância que a luz atravessa•c é a concentração de substância absorvente no meio•α é a absortividade molar da substância

0

10

20

30

40

0 0,2 0,4 0,6 0,8

Conc vs ABS

Lei de Lambert-Beer:A=αlc

[NP 874:2000]

Açucares

Esquema reacional da análise de açucares pelo método de Luff – Schoorl.

Método de Luff-Schoorl

Lactose

Açucares

Método Luff - Schoorl

+ solubilização com etanol 40%, 1h

Det. Açucares Totais

Remoção de interferentes com solução Carriez I e II

Det. Açucares Redutores

Lactose

𝑚1

Tratado quente + HCl

+ 𝐻2𝑆𝑂46N + 𝐾𝐼𝑠𝑎𝑡 + amido

𝑁𝑎2𝑆2𝑂3 0,1N

Solubiliza-se em água quente, faz-se

reagir com levedura

(Saccharomycescerevisiae)

𝑚2

Açucares Totais e Redutores

Lactose intacta

Remoção de interferentes com

Carriez I e II

Açucares totais e redutores [NP 1785:1986], lactose [ NP 2027:1987])

Açucares

Perfil cromatográfico da mistura de carboidratos. Amostra de açucares e lactose, HPLC.

Desvantagens do método de Luff-Schrool: Falta de especificidade

➢ Alternativa: HPLC

A separação do tipo de açucares pode ser importante para a avaliação nutricional .

Relatório de Ensaio

Análise Rápida via NIR

Os métodos físico-químicos são o suporte para a análise rápida via NIR. - [NP ISO DIS 12099:2016]-Equações robustas precisam de métodos analíticos válidos e pessoas treinadas!

As redes NIR são uma mais valiaNIR: Resposta Rápida; Redução Custo

Analítico, Mét. isento reagentes…

Obrigado pela atenção