L· omatose symetrica familiar - UFRGS
Transcript of L· omatose symetrica familiar - UFRGS
o AliCHIV() Nll~I)ICO 69
nares curadas, e 7, 5,*, de complicaçõesmortaes, ao passo que, depois do uso da vaccina. viu sua estatística melhorada: em 57doeIÍtes sugeitos ás mesmas operações queos anteriores, 17, 5% de complicaçõespulmunares curadas e 1, 75% de mortaes.Lalnbret, depois da vaccina, em 300 casos5~ de c. puIm . curadas e O% de mortaes.
Vaccina de Bazy, caldo de Delbet,inlmuniperos Gren~y etc. entraram, assimno periodo preparativo dos futuros operadose na phase post-operatoria.
Gíraut, Larget, Lamare e lY1oreau, Pauchet e sua escola foranl maís longe, applicando a vaccina, não só antes e depois daoperação, mas durante o acto operatorio,protegendo o peritoneo com compressasembebidas em caldo vaccinado, tamponan-
com compressas embebidas nesse caldotodos os pediculos vasculares ligados, oscotos de ligaduras, as suturas profundas
dente e o transverso, ou o transverso edescendente estão soldados em cano defusil; resecção enfim de outro qualquersegmento intestinal em que haja obstaculo,ou simples entero-anastomo~e, são as intervenções de que o cirurgião se valerá,conforme as indicações de cada caso.
Peritonisação perfeita, ou enxerto epiploico quando possivel, hemostase completa,delicadeza extrema nas manobra::;:, vaccinaantes, durante e depois da operação, sãofactores de cura, associados á gymnasticarespiratoria diaphragmatica, á injecção dehypophisina para provocar o peristaltismointestinal durante as duas ou trez primeiras sen 1anas, assim como á therapeuticapsychica, dos elementos physicos (calor,electrlcidade) (Pauchet). Não esqueceresses doentes têm um endocrinismoficiente.
L· omatose symetrica familiarpor Nino
,\ssistente do do ProL Octavio de SCfuza.1." Clínica Medica da Faculdade de Medicina).
TivenliOS occasião de observar, no servico do íl1ustre Inestre ProL Octavío deS(;uza, dois ÍI·nlã.os, portadores de uma lipOInatose synH~trica e mnhos filhos de umlipOInatoso. O íuteresse dos casos que valHOS apresentar nãlo está sÓIHente no caracter heredi tarjo e fanliliar dos Dleslnos,luas tanlbenl pelas considerações etio-pathogenícas a que dão lugar.
Até HH9, segundo Moreira da Fonseca,havia na litteratura lnedica apenas 4 casoshereditarios de lipOInatose symelríca(Suinhuber, Bran1\vel1, Duhot e Kraske)8 111n unico fanlÍlíar (Strisovver), llen hunl,porénl, como os nossos, hereditarios e 1'anlÍlíares.
F. T., branco, com 33 annos de idade, casadoha 14 allIlos,colono, residente em Caxias, ondenasceu e sempre viveu, de origem italiana.Baixou á Enfermeria DI'. Octavio de Souza, occupando o leito ~~O (interno Hené Marino Flô1'es) , está registrado sob n.O 4303, pesa 61,5e mede 1,68 cms. de altura.
Anamnese. -A primeira manifestação doseu mal data de 5 ou 6 annos atrás, quando notou o apparecimento dos primeiros noduloscervicaes de ambos os lados. lIa 2 annos ellesse tornaram lentamente crescentes, permanecendo, porém, com esta unica locaJiza(;ão até
70 o AHCHIVO MEDICO
adiposas extensas cio que tumores bem delimil.aclos. Os ganglios inguinaes são Ilumerosos,engorgitados, formando uma cadeia renitente.Os axillares ü os de Amici Ilão sào palpaveis.
nervoso da vida cle relação. - Anão é norrnal: o doente canrinha com
as pernas arfastadas uma da outra e o troncolevemente inclinado para a frente deseri-
normaes. Os tün~
lodos exagerados, prineipalmenteo patellaI'. Os cutaneo-abdominaes são quasinullos. Signal de Babinsky: ausente. Signaldo HomlH'rg: negativo, Heflexos pnpillar'esnormaes.
System~ ncmro-vegetativo e endocrinico. facil e abundante. Constipação habi-
tamlWlnCebras cervicaes.lado da cohunna,nodulos peqtlenos e
ele
nivel das (i." e 7. verdo dorso, de eacla
symetricarnente, ]]amais eonsisCentes. Nas recada lado, Ira um lipomacom o rebordo mal deli-
apezar de estar abaixo da pelle.noclulos ha no na região
lIlnbilieal eno pubis, um cada lado da linhafonnando, porém, mais
5 ou 6 mezes atráz. Logo apos começou a sentir difficuldade para a rnarcha, que aos poucosse foi accentuando. Nesta mesma época notouquo novos nodulos se formavanl na pareele doventre e na dorso-lombar, ao mesmotempo em que os noclulos cervicaes augrnentavam de volume e se multiplicavam. Desdeesta occasião a marcha se tem tornado cada vezmais clifficil e as nodosidades, agora já disseminadas e mui tiplas tôm augmentado progressivamente de volume. Estes foram os motivos que determinaram a sna entrada no hospital.
Habitos. -E' alcoolaLra inveterado; usade bebidas alcoolicas: cerca
de a 6 garrafas de vinho por dia, além deaguardente em quantidade consideravel.
Antecedentes morbidos pessoaes.gozou saúde, até o inicio daaetual. foi de robusta,não nenhumamolesLia irnportanteanterior. Não ha anteeedenles ele syphilis ouo1l11'as venereas, nem de Lubereulose.
Antecedentes morbidos familiares. ~ Casaha 14 <lImos. Esposa sadia. 'rem 4 filhos,
o mais velho com 13 annos e o mais moç~o com6, todos gozando saúde. Tem 8 irmãos, todossadios, com de um que amesma O pae paeiente,
elle nodulc)ssimilares mas de exclusivamentesupra-claviClllar.
Exame geral. Denotou-se logo:rodeando o pescoço,deravelmente augmentado nos seusdava á cabeça a forma de uma pyramide truncada, de base inferior (cabeça em pôra V.figs.). Havia um nítido tremôr, não intencional, morrnente dos membros superiores; unicerto grau de ele instabilidade ner-vosa. O bem ao in-
motivo porque este foi dirigido ásua esposa, que o accompanhava. Segundo declarou-nos esta, o estado psychico do pacientesempre foi perfeito, devendo-se a falta de resposta prompta e exacta á natural timidez do colono rude que nunea viera á capital. A marehaera franeamen te a flexão dosmembros se fazia com difficuldade; o doentecaminhava com as pernas affastdas uma elaoutra e o troneo levemente inclinado para adeante, parecendo estar' num estado de equilibrioinstavEd.
A urn exame mais acurado verificamos:Constituicão svstema muscular bern
desenvolvido; me·cliana. O queeharna a de um modo especial, são osnodulos que se encontram dissemi-nados e troneo. No cer-vical. nodosidades ex-tendendo-se sub-mentoneanas e sub-maxi Bares até ás mastoideas e sub-
contornanl o peseoço lateralnl(;ntenmito o seu diarnetr'o transver
sal. nodulos são todos mo]]es, deprimiveis,não dolorosos, nenI adherentes á pelle, que des-liza facilmente elles. Os contornos sãopouco mas nota-se que cadanoclulo, é do visinho. Na nuca,ha abaixo dos nodulos mais dois,
o ARCHIVO MEDICO 71
65,60 %19,25 %12,15 0/02,00 %1,00 0/0
tual. Nunca teve salivação, nauseas ou vomitos. Não enjôa nas viagens de trem, auto oubonde. Apresenta perturbações vaso-motoras,emotivas ou não, com muita facilidade. Nuncateve frieiras. Não se resfria facilmente, nemtem catarrho bronchico habitual.
R. O. C. instavel: 66/76 - 70/70 - 72/68.R. á atropina: nitida, mas pouco intensa.R. á pilocarpina: escassa.Reflexo pilo-motor escasso. Dermographis
mos vermelho e branco: pouco nitidos. Doloroso: ausente.
Craneo pequeno. Atrophia do massiço facial, especialmente do maxillar inferior. Extremidades dos membros normaes. Unhas quebradiças. Barba regular. Falhas nitidas noscabellos. Fronte baixa. Cabellos lisos e sedosos. A distribuição dospellos na região pubiana approxima-se do typo feminino. Peliesecca e fria. Temperatura: em redor de 36°.
Thyroide não visivel ou palpavel. Sella turcica (ver raio X). Metabolismo basico em jejum - 17%. Não ha asthenia e sim indisposição para o trabalho. Orgãos genitaes de apparencia normaes. Sentido genesico normal.Não ha perversão do instincto sexual.
App. digestivo. - Salvo a constipação habitual, nada de anormal. Figado nos limites normaes.
App. respiratorio e App. urinario. Nadade anormal.
App. circlt1atorio. - Pulso 66 a 80, fracoe regular. P. A. 12:112 - 9.
Tons cardiacos longínquos e fracos, mas debôa qualidade. Haras (ntra-systoles, por occasião do exame. Não ha sôpros.
I~XAl\1ES DE LABORATORIO
Metabolismo basico em jejum: - 17 % (DI'.Sarmento Barata).
Hadiographia da sella turcica: ( Prof.Saint-I)astous) .
Dimensão:Diametro antero-posterior: 11 mms.
Media normal:10 a 16 mms.
Dimensão:Diametro vertical: 7 mms.
Medias normaes:8 a 10 mm3.
]~studo anatomo-pathologico dos lipomas.O doente não permittiu que fosse feita a biopsia.
Sangue:R. de \Vasserman: negativo 000 (DI'. Carlos
Geyer) .Dosagem do calcio: 10 mmgs., 99% (DI'. Carlos
Geyer).Dosagem do potasio 22 mmgs., 72% (DI'. Carlos
Geyer).
Dosagem da ehole3terina: 150 mmgs., 01 % (DI'.Carlos· Geyer) .
Dosagem do acido urico: 2 mmgs., 21 % (DI'.Garlos Geyer).
Reserva alcalina em C02: 5~),6 volumes % (DI'.Carlos Geyer).
Contagem de globulos:Vermelhos 4.7G2.500 p. mm3 (I. Oswaldo Cruz)Brancos 5.625 p. mm3 (" " )
Formula leucocytaria:Polynucleares neutrophiJos . . .Grand. e medo mononucleares . . .Lymphocytos . . .F. de transição .F. não caracterizadas . . .
Dosagem da hemoglobina: 70 %.Valôr globular: 0,70.
Urina:Nada de anormal. Pesquizas de lipoides: ne
gativa. (L O. C.).
L,iquor:
Pressão inicial: 18. Depois 15 cc.: 3.R. de Nonne: negativa. R. de Pandy: negativa.lI. do \Veichbrodt: negativa. Dosagem de albumina: 0,47 por litro.H. de benjoim colloidal: negativa. R. de \Vas
sermann: negativa.Exame cytologico: rarissimos lymphocytos.
OBSElIVAÇAO N.o 2
S. T., branco com 35 annos de idade, casado11a 17 annos, colono, residente em Caxias ondenasceu e sempre viveu; de origem italiana.Baixou á Enfermaria DI'. Octavio de Souza, occupando o leito 31 (interno Jlené Marino Flô-
72 o AHCHIVO MEI)ICO
res) , está registrado sob n.O 4567, pesa 56,8 kgs.e mede 168 cms. de altura.
Anamnese. - O inicio remonta a 5 ou 6arlDOS: a primeira manifestação do mal consistiu na apparição de nodosidades sllb-cufaneas no epigastrio, que successivamente se reproduziram na região cervical e no pubis. Durante cerca de 3 annos estes nodulos augmentaram progressivamente de dimensões, permanecendo nestes ultimos dois annos estacionarios, com o volrune que têm actualmente. As leves perturba~:ões da marcha que apresenta datam de 3 mezes, porém são tão pouco sentidaspelo paciente, qrw seus amigos e parentes éque lhe advertiram que sua rnarcha não eranormal. Afóra isso o paciente nada accusasobre manifestações subjectivas.
Habitos. - Bebe consideravelmente: namedia 4 a fi garrafas por dia. Não bebe, porém aguardente. Fuma pouco.
Antecedentes morbidos pessoaes. Decla-ra ser muito sujeito a resfriados e grippes, elequo é atacado com muita frequencia. rrem erises diarrlleicas frequentes. Nega syph ilis ouqualquer outra doença venerea. Não ha antecedentes de tubereulose.
Antecedentes morbidos familiar'es. E'il'lnão do paci"ente da observação n.O LDe sua
que goza perfeita saúde, teve 6 filhos,sadios; o mais velho tem 16 annos e o
mais moco 3. Não houve nenhum aborto ouparto prematuro.
Exame geral. De estatu ra mediana. mos-tra o paeienfe uma face normal na sua expressão physionornica. apenas deformada pelas massa eervicaes, que adiante descreveremos. Oestado psychico é perfeito e o paciente informa bem e com clareza sobre o que lhe interrogamos. O que, porém, desperta a aUenção emprimeiro lugar, á inspecção geral cio pacientesão, como no seu irmão, as massas nodularesdisseminadas pelo seu corpo. Os nodulos cervicaes se extendem pelas supra-hyoidéa, submaxillares, carotidianas, rnastoidéas esub-occivítaes. São nodulos arredondados emunhrosos. mais ou menos das dimensões deum ovo de pomba, flacidos, deprimiveis, nãoadherentes á pelle, de contorno pouco nitido eaffectando no seu conjuncto uma disposição regularmente symetrica.
São semelhantes, pois, aos do que é portador seu irmão, porém mu ito menos desenvolvidos e esta differenca resalta mais ainda.visto as dimensões reduzidas da face deste ultimo. (V. figs.).
Ha, Lambem, nodulos sub-cutaneos no epigastrio, na região umbilical, no pubis e na altura da 7." vertebra cervical; todos, porém,mais extensos, mais diffusos, mais difficeis dedelimiLar, mais com o caracter de infiltraçãogordurosa. Aqui são todos tambem muito reg'ularmente symetricos, situados de cada ladoda linha media, salvo um, que se acha situadonesta linha, logo abaixo do angulo xyphoidêo.
Systema nervoso da vida de relação. - Amarcha, como já dissemos não é perfeitamentenormal (já descripta): o doente caminha comas pernas regulamente affastadas e o troncoinclinado para a frente. As sensibilidades estão normaes. Os reflexos profundos: patelIar,tricipítal nítidos e um pouco exagerados; oEchyllêo é pouco pronunciado; o radial é ni-
tido. Dentro os superficiaes, os eutaneo-abdominaes são quasi nulIos. Signal de Babinsky:ausente. Signal de Romberg: negativo. Reflexos pu pillares normaes.
Systema nerlro-vegetativo e endoerinico.~- Não súa com faeilidade. Constipação alternada com crises diarrheieas mueosas. Apresenta perturbações vaso-motoras, emotivas ounão. eom faeilidade. Nunea teve salivação, nauseas ou vomitos. Não enjôa nas viagens detrem. auto ou bonde. Nunca teve frieiras. Estáhabitualmente resfriado e tem traeheo-brol1chites
li. O. C.: não ha alteração.R. á atropina: Nítida.
R. á pilocarpina: nitida, mas pouco intensa.
Reflexo pilo-motor: escasso. Dermographismo vermelho: nitido. Dermographismobranco: fraeo. Doloroso: ausente.
Craneo pequeno. Atrophia do massiço facial, espeeialmente do maxillar inferior. Extremidades dos membros normaes. Unhas normaes. Barba regular. CabelIos lisos e sedosos. Falhas nitidas entre eIles. Fronte baixa.Não tem pelIos no tronco, axillas e pernas. Adistrilnri~:ão dos pelos no pubis é do typo feminino. Pelle seeca c fria. T'emperatura: emredor de 36.°.
o AIlCIUVO MEDICO 73
Sangue:H. de \Vassermann: negativa 000 (Dl'. Carlos
Geyer).Dosagem de calcio: 10 mmgs., 50 % (Dl'. Car
los Geyer).Dosagern do potassio: 2.2 mmgs.. 01 (10 (1)1'. Car
los Geyer).Dosagem da cholesterina: 155 mmgs., 98 % (DI'.
Carlos Geyer).Dosagem do acido urico: 1 rnmg., 97 % (Dl'.
Carlos Geyer).Heserva alcalina em C02: 57.7 volumes % (Dl'.
Carlos
Medias nor'maes:8 a 10 nuns.
Thyroicle não visivel ou palpavel. Sellatureiea (ver exame de raios X). Metabolismobasieo em jejum 12%. lIa regular ehsposição para o trabalho. Orgãos genitaes de appareneia normaes. Não ha alterações do sentidogenesieo.
App. digestivo. Crises diarrheieas alter-nadas eorYl constipa\~ã.o. P'igad() nos limitesnormaes.
App. respi rat.orio e App. lIrinario: nada,Je anormal.
App. circlllatorio. PrJlso 70 a 80, fracoe lar. 1). A. li ~... 9.
eaJ'cliae()s fra.cos. níasclacle. Enl'as
EXAlVU':S DE LABOHA'I'OIUO
Estudo anatomo-pathologico dos lipomas.O doente não permittiu a biopsia.Metabolismo basico em jejum: - 12% (DI'.Sarmento Barata).
Radiographiá da sella tureica: (ProL SaintPastous) .
Dimensão:Diametro ant.ero-posterior: 14 mms.
Medias normaes:10 a 1() mms.
Dimensão:Diamet.ro vel'lical: 9 mms.
ITrina:Nac1'J. de anorrnal. Pesquiza ele lipoides: ne
gativa.
Lie[IJOr:Pressão inicial: '16. Depois de 15 cc.: 4.H. ele Nonne: negativa. Dosagem da albumi-
na: 0,22 grs. p.litro.R. ele \Vasserrnann: negativa. R. do benjoimcoIloiclal: negativa.
eellu lares: rarissimos lynrphocylos:por mm il .
DIAGNOSrrICO
o diagnostico dos casos que acaban10sde descrever é facil. Os doentes são portadores de Illassas noduIares, que nã.o podem ser confundidas: são incontestavelrnente lipomas. Como são symetrioos eapresenta1n o caracter de fanliliariade, odiagnostico de lipo1natose syrnetrica fa1niliar se impõe. Entretanto, se passarrnosern revi sta as affecções lipomatosas, IH)rquanto as não lip01natosas não lllerece1ndiscussão,;chegaremos á 1neS111a conclusão.
ASSÍlIl, poderemos excluir as lipon1atoses dolorosas: a mlolesiia de Dercul11, quearlresentaalém das dôres, asthenia e perturbações psychicas; a neurolipomatosede Ree1dinghausen; os neurolip01Ilas deAlsberg, etc... O proprio n01ne nos autoriza a l)ôr de lado o syndroma de adiposidade analgesica de Carducci, 1)01' faltar um dos SYlllptomas principaes.
Por sua localizaçã.o especial, não devemos pensar no syndrome articular de Bofer, que consiste no accumulo de gordurasnas capsulas articulares; na lip01natosedescripta por Roch, que COnfOI'Jne seu proprio autor é un1a "liponlatose discreta dosante-braços, coxas e cintura"; nas lipodystrophias (inclusive molestia de Barraques), enl que não ha lipomas e sim umaverdadeira infiltração gordurosa, localizada a cerLos territorios anatomicos,p.ex.: parte inferior do corpo, ventre, etc....
o ARCHIVO MgDICO
UnI typo especial de lipOlnatose, apseudo - lipOl11atose supra-clavicular deVerneuil e Potain, nos interessa e por issochamanlOs a aUenção sobre e11a. Os nos50S doentes não a apresentam, I11as o paedelles é por'tador de dois lipomas situadossymetricanIente nas fossas supra-claviculares direita e esquerda. gstes liponlas sãoos unicos existentes. Infelizrnente não pudemos fazer o estudo deste individuo, dadaa distancia mIl que se achava e que nãopernlittia sua viag8111, devido á idade (80anno,).
Pela sua etiol1ogia especial podemose,xcluir, tarnbem, os lipOl11as traumaticosde Deveaux, que além do mais são aSYl11eticos; os liponlas consecutivos ás nevralgias, secções nervosas, que não existemnos nossos casos.
Quanto á lobesidade e aos syndromasendocrinicos, typo myxoedenla, syndrom~
adiposo-genital, etc.... o aspecto é tãodiverso que não devemos siquer pensarnelles.
gntretanto o diagnostico clinico delipomatose synIetrica ha de parecer a muitos inconlpleto, porquanto fOral11 descriptas liponlatoses symetricas generalizadasou localizadas, diffusasou circumscriptas,carIl predominancia cervical ou abdor11inal, etc. . .. As for111as clinicas ainda hoj e se succedenl e se multi[llicanl ao pontode quererern forçar a sua independencia el11nosologia, cOlno acontece, entre ,outras,oonl o syndronle de Launnois e Berlsaúdeou adeno-liponlatose, corn llreclorninanciacervical. Nada 1nais absurdo. A lipOlnatose syrnetrica é uma só; é U1n syndrorneproduzido 1)01' causas as 111ais diversas. Noentanto, sejarIl quaes forerIl estas causasé sernpre por interrnedio do systeI11a endocrino-vegetativo que ellas agel11, e é especialrnenteo depar'tarnento neuro-vegetativo, conlO verenlOS rnais adiante, que deterrnina a localização de tal 10U qual adiposidade.
A prova do que affirmanl0S sobre 1'01'filas clinicas da lipornatose symetrica estános nossos casos: são lipOlnatoses queapresentarn unI fundo cor11munl fanüliar.Entretanto, o pae apresenta unIa liponlatose circunlscripta ás fossas supra-claviculares; dos filhos, um (obs. 1) apresentauma forma generalizada com predominaneia cervical e o outro (obs. 2), urna forr11atambel11 generalizada, r11as senl predile-
cção para este ou aquelle territorio anato111ico. Ora, si nestes dioen tes, ern que aetiologia do 111al tem todas as probabilidades de ser unla unica, dado o caracterhereditario efarniliar dos nleSl110S, encontramos tres forrnas diversas de lipornatos8 ré que um certo numero de causas, que nós,desconhecmnos em parte, age de nlOdo3differentes sobre o systema nervoso vegetativo, e por seu intermedio deter111ina as.variadas localizações adiposas de cadacaso. Não existe, portanto, motivo paraisolar novos syndronles, que não passamde nléras vari edades de Uln unico, fundamental, e só se prestam para confusões.
gNSAIO PATHOQgNICO
A pathogenia ela liponlatose syrnetricaé bastante conlplexa. Não seri;l num ~iJn
pIes artigo que poc1f:wimnos fazel' a crHiCRdas theorias proposra~ até agora, desde afamosa theoria ganglionar de Launnois eBensaúde, que está hoje conlpletanlcntepor terra. Innunleras foram as hypotheses levantadas para a explicaçã.o de tãoextranho mal. Nenhuma, pOl'énl, r'csistiuá urna critica severa e cuidadosa. P/'ocurarel11os, por isso, estudar os nossos casose clarear sua pathogenia, de (lr;cordo cmnos dados que nos forneceranl os examesclinico e laboratorial dos doen tes, A lu zdas modern as pesquizas sobre as relações.reciprocas entre complexo endocl'ino-vegetativo e metabolis1no das gorduras.
Analysando as observações dos nos5105 pacientes, acü11a c1escriptas, encontrn1nos alguns pontos que nos poderão guiarno difficil canlinho que nos propuzernospercorrer:
ti) Perturbações neuro-endocrinicas.E1Il anlbos os doentes encontral110g.
elernentos bastantes l)ara suppôr, ou melhor, affirmar um desequilibrio endocrino-vegetativo. Para o lado das glandulasde secreção interna, as perturbações funccionaes são nitidas e se relacionam principalrnente á thyroide e á hypophyse.
Em ambos os pacientes notanlos o aspecto secco da pe11e, que era fria e apresentava lnarnlorizações frequentes; a distribuiçã.o quasi ferninina dos pe110s pubianos; a ausencia quasi conlpleta depellos nas axillas, tronco e pernas, etc....Estes dados alliados á prova do metabolisnlO basico ern jejum, baixo em ambos os.casos,pernriUe-nos affirlnar um certo grallde hypofuncção da thyroide.
o AHCHIVO MEDICO 75
Alérn disso, a atrophia do craneo e daface fazmn pensar nurna possivel dysfun~
cção hypophysaria. Infelizmente não nosfoi possivel, por motivos alheios á nossavontade, esclarecer rnelhor o estado funccional deste orgão, com provas laborat,oriaes. A radi ograI)hia da sena turcica nosrevelou, para o doente da observo n.O 1,uma sella pequena, ele dimensões reduzidas; para o doente da ,obs. n.O 2, uma sellade tarnanho norrnal. Sobre este assumpt.o a opinião dos autores não é uniforme.A difficuldade conleça quando se tratade distinguir o normal do pathologico. Asnledias, rnuito variaveis de Uln autor paraoutro, não tôrn valôr para Chaurnet, quenurn rnaterial de 400 radiographias de sellas nornlaes, encontra para o diametroanter,o-posterior 5 a 20 mnlS. e para o vertical, ô a 1ô mms. Alérn disso, uma sellagrande não exclue unla glandula pequena,e esta, apezar de pequena pode ser normalnas suas funcções.
E' difficil, pois, interpretar o estadofunccional da hypophyse pelas dirnensõesque apresenta a sella hucica. Este argurnento só terá vaJôr si associado a outroselenlentos laboratoriaes iOU clinicos e, nlesmo assim, si tiverrnos alguma inforrnaçãosobre o estado hypophysario anterior (.Jeaugeaz). Uma. sella turcica de tmnanJIoreduzido lJode ser encontrada mn individuos norrnaes (Chaurnet), e só se deveriaoonsiderar pathologica quando congenitae num suj eito COln syrnptonlas clinicos(le hypopituitarisnlo.
Ora, o doente da obs. n.O 1 tmn umaselJa pequena e signaes clinicos e laboratoriaes cle valôr lJara suppôr UIna hypofuncção da hypophyse. Poderemos consideraI-a, pois, oorno pathologica e cornonrais Uln elemento enI favôr de Uln deficitfunccional da pituitaria. O mesnlo, noerltanto, não podenlOs dizer do doente daobs. n.O 2, que apresenta unIa sella nOrInalnas suas dirnensões, o que nã.o exclue aI)OssibiJidade de. uma glandula pequenaou alterada, quer anatonlica, quer physiiologicarnente.
Quanto ás outras gJarldulas enc1ocrinas, nã,o ternos elernentos de valôrparapensar IHlIna alteração de sua funcção,
O departaIllerlto Ileuro-vegetativo tarn~
bOIn se lIliostra alterado nos dois pacientes.Pela leitura das observações é facil perceber ern anlbos um abaixanlento do tonusvago-sympathico. Entretanto, os dadosclinicos e laboratoriaes lnostram, que no
doente n.O 1 a hypotonia neuro-vegetativaé mais intensa e que o tonus syrnpathicoestá mais abaixado que o tonus vagaI, (decorre disto um certo grau de vagotoniarelativa, que por sua vez não apresenta caracter de estabilidade) e que no doente n,O2 o equilibrio vago-syrnpathico é mais estavel, isto é, não existem l)hases nitidas depredorninio vagaI ,ou syrnpathico.
Hesumindo: Obs. n.O 1: Hypothyroi-dismo Hypopituitarismo Hypovago-sympathicotonia ~ Vagolabilidade.
Obs. n.02: HypothyroidisnlO - Possivel e provavel hypopituitarislno - Hypovago-sympathicotonia.
2) Hereditariedade e familiaridade daaft'ecção. Ao que nos consta, até agoranunca observadas conjunctarnente, revestem úln aspecto de grande valôr.
"A irnportancia dos factores hereditarios na repetição de desiordens ou anoma-lias analogas nos descentes, assu-menotavel valôr de orientação na selecçãoanalvtica das causas determinantes de UInaadiposidade." (Poggio - Adipositá Pathologiche, pago 130).
E) facil cOlnprehender o alcance daspalavras de Poggio, si attentarlnos nos nossos casos. Elinlinarenl0s, assirn, as affecções adquiridas e collocarernos os doisdoentes sobre unI pedestal conlmunl, o daancnnalia constitucional.
I~sta noçãio tem a sua iInportancia, daelas as idéas das escolas alleInã e itali anasobre adiposes localizadas.
Acham certos autores alleInães (J3auer,BergTnann, Gunther, etc....) que estes desvios ela distribuição das gorduras são devidos a uma elesharnlOnia parcial elo tecido gordo, hereditaria ou então adquiridanluito IH'eoocernente no desenvolvirnenloernbryonario. Haveria, assinl, unIa verdadeira lipophilia ou lipotropislno tissular.Dar-se-ia COln a gordura o que se dá como acido urico nos gottosos, ella seria subtrahida do metabolisnlO geral das graxase accumulada 110S tecidos (Poggio).
Os autores italianos (Pende, Poggio,etc... ), no entanto, não aclInitterl1 "in totUln (( esta explicação. Para elles não setrata de lIIna lipophilia especial dos tecidos e sÍln de "unIa desordenl physico-chilIlica-tissular, que pode ser constitucional,pre-estabelecida no idioplasma do deternlinado, tecido, l11as que necessita para serealizar de unla perturbação neuro-enclocl'inica" .
76 o ARCHIVO
Para explicar o detern1inislno da desordem. adipogenica nas localizações e"'Ih~
ciaes observadas, Montagnani (citado pl r
Poggio) julga existir lllna labilidade ano:'lnal de determinados sectores do systeu,pnervoso vegetativo e do tecido n1esencJ:yIual, existentes na propria constituição doindividuo, hereditariamente ou então aggravada por outrlos estiInulos anornlae3agindo sobre elles. Este estado congenUo, elle denomina de "diathese neuroadijwgenica" .
F~sta concepção é apoiada ])01' factosclinicos e experiInentaes que denionstrarna existencia de vias de conducção sYIllpathica que regulam a distribuiçã,o e a UlObilisação da gordura (Goering).
E', assiIn, sufi'iciente UUI desequilibriona cadeia endocrino-vegetatiTra-tistsular,por incapacidade funccional de um qualquer destes segmentos, para se romper asynergia physiologica existente entre ellese os outros systemas. "Neste caso, as desordens do InetabolisnIlo das gorduras fogen1 a qualquer lei energetico-calorica"(Poggio).
AssiIn seriaIn explicadas as f'ornlaçõesadiposas circuInscriptas, corno os lipornas,e suas localizações especiaes.
Applicando estes conceitos aduüraveisda escola de Pende aos 1Il0SSSOS doentesvernos que e11es se adaptam perfeitanlnteaos casos enl discussão, clareando desternodo a sua pathogenia. De facto, nenhurnelernento nos falta: hereditariedade nl0rbida ~ desorderll endocrinica e clesequilibrio neuro-vegetativo. Até é interessantenotar que no doente enl que o desequilibrio neuro-endocrinico é nlais evidente,corno na obs. n.O 1, a lipoulatose é rnaisintensa, os lipornas uIaiores, acontecendoo contrario ern relaçã.o ao doente n.O 2 noqual os signaes de alteraçã.o endocrino-vegetativa são ulais frustos.
3) Dysbolisrno das gorduras.A discussão pathogenica, entretanto,
não está conl]Jlela. Precisarll<os saber quaesas perturbações metabolicas observadasnos pacientes, a que typo correspondem eoparallelislno existente entre ellas e asdesordens endocrino-vegetativas.
Pende e sua escola, analysando casosde adiposidade constituciollal, notararn aexistencia de dois typos fundarnentaes: unI,0111 que havia unla dysfuncção para lnenosdas glandulas endocrínas, oncarregadasdo catabolismo da materia, e outro en1 quehavia "urna hyperfuncção da constellação
horrnonica que provê o anabolislno dalnateria" .
O 1.0 typo elle denornina de hypocatabolico; nelle ha unla hypo-funeçã.o isolada ou associada das glandulas lhyroide,hypophyse e genitaes (certos horrnonios),productoras dos horIlI,onios catabolicos porexcellencia.
O 2.° typo e11e denonlina de hyperanabolico; nelle ha urna hyper-funcção iso~
lada ou associada das supra-renaes, dopancreas, do thYIlIO, etc... Entre estesdois typos existem IIUlJIeroSOS interrllediarios e rnesmo typos intrincados. A cadaUln delles coresponde um typo clinico especial, cuja physionomia é devida principalrnente ás desordens associadas das glan~
dulas endocrinas e do departarnento neuro-vegetativo.
O hypocatabolico apresenta-se quasisempre com adiposidade do typo segmentar ou localizado, conl força IIluscular deficiente, conl indisposição para o trabalho,com. hypoevolutisnlO cardiaüo (bulhas fracas e longínquas, pressão baixa), ern metabolismo basico enl j ej um inferior ao norrnal, COln hypotonia do systema neuro- vegelati vo, especialnlenle do syrnpathiüo.
O hyperanabolico se apresenta comunI quadro diametralrnente OppoStlO.
Ora, deallte dos quadros luagistralrneute descriptos })or Poggio, e aqui resulnidos, nã.o hesitaIllos ern coHocar os nossos dois lipomatosos no grupo dos hypocalabolicos ou hYlwcrinicos de Pende.
De facto, 10 exaIlIe dos doentes e asconsiderações ha POUflO feitas sobre asdesordens lleuro-endocrinicas apresentadas por elles, nos faz estabelecer uma identidadeperfeita, clinica e etio-pathogenica,entre elles e os individuos do typo hypocalabolico da esüola italiana.
4) Nlnifestações nervosas e alcoolisIUO chronico.
Reunimos debaixo de urn IllesnlO titulo, alcoolisl1liO chronico e nlanifestaçõesnervosas, porque j ulgarllos serenl as ultiluas dependentes exclusivarnente do priIlleiro. Os pacientes apresentaln um exagero dos reflexos tendinosos, especialulentedos patellares, ao ponto de difficultar-Ihesa marcha, dando a el1a o aspecto espasrnodico. Esta hyper-reflectividadepode serproduzida pelo alcoolisIllO. "O alcoolismoexalta. ordinariaIllente a excitabilidade reflexa" (Dej erine). Devemos pensar assirn,tanto mais que o tremor proveniente daIneSllla causa está quasi clesappareciclo COllI
o AHCHIVO MgDICO 77
a suppressão do alcool e a lnarcha dodoente está se approxünando da norn1al,apezar do exagero dos reflexos ainda serfranco.
De facto, a idéa de urn liporna intraracheano produzindo estes syrnptornas,pode ser excluida, porquanto alérn de outros elementos clinicos deveriamos ter adissociação alburnino-cytologica no liquido cephalo-racheano, caracteristica dascompressões lnedullares.
A hypothese de lesões nervosas, cornoa. esclerose em placas ou outra qualqueraffecção, que produzisse esta hyper-reflectividade e ao lnesmo ternpo seria responsavel pela propria lipornatose, não se justifica por nenhum syrnptorna clinico ou laboratorial.
O alcool goza alguln papel no desenvolvintento da lipomatose syrnetrica? glle é encontrado ern grande nunlero de,observações. Para I.iaunnois e Bensaúdeactua em 30 % dos casos; para Madelullgenl 40%; para Kernp ern 34% ; para Astaouroff' em 58%, para Query em 43%; epara alguns a sua influencia é tão notavel(Willianls) que chegarn a affirrnar ser alipornatose syn1etrica tão antiga quarltoo habito de tOlnar cerveja ou alcool (Moreira da Fonseca).
Pela nossa parte, julgarnos ser o alcoolismo apenas urna causa occasional, favorecedora da ruptura de equilibrio neuroendocrinico-tissular.
CONCLUSõES
Os doentes que apresentalnos são })ortadores de un1a lipon1atose sYlnetrica hereditaria; são irmãos e an1bos filhos deUll1 individuo que apresenta, segundo descri}Jção que nos f,oi feita, uma lipOlnatosesupra-clavicular do typo Verneuil e Potain.
A affecção no doente n.O 1 tern predon1ülancia cervical. Este apresenta o seguinte quadro neuro-endocrinico: hypothyroidismo -- hypopituitarismo -- hyp:ovagosYlnpathicotonia vagolabilidade.
No doente n.O 2 não ha preferencia pornenhuIn territorio anatoll1ico e os lipOlnasse acham distribuidos oon1 certa uniforInidade; seu quadro endocrino-vegetativoé o seguinte: hypothyroidisnlO --- possivele provavel hypopituitarismo hypo-vagosympathicotonia.
A lipOlnatose do }Jrirneiro é mais r10tavel do que a do ultüno. As desordens
endocrino-vegetativas são tarnben1 maisinterlsas no doente 11.° 1.
A hereditariedade morbida tissular éevidente em arnbos. A affecçãolipOlnatosados pacientes assenta sobre Ulna base constituci,onal. gxiste nelles uma verdadeira"diathese adipogenica".
Esta, associada aos disturbios endocrino-vegetativos, traz COll10 consequenciauma desordernno rnetabolismo interrnediario das gorduras e na sua distribuiçãono organism,o.
Os nossos pacientes fazen1 parte dogrupo dos hypocatabolicos da escola dePende.
O que orienta as especiaes localizações do accurnulo adiposo é o departanlentiO neuro-vegetativo.
O alcoolismo é UIna das mais frequentes, entre as causas occasionaes, favorecedoras da ruptura do equilibrio neuroendocrino-tissular.
Nem a syphilis, nenl a tuberculose }lOdernpesar na etiologia dos casos ernaIH'eç,o.
O alcoolisnlo é o responsavel pelas r11anifestações nervosas apresentadas pelos110SS0S doentes.
A dosagem no sangue, dos ions Ca eK nos revelarn cifras nOrInaes. O rnesmose dá com a cholesterina e o acido urico.
En1 toda "verdadeira" lipornatose sylnetrica vale rnais unI exan1e cuidadoso esevero do systema neuI'o-endocrinico doque o eXalné arlatomo-})athologico dos lipomas biopsiados.
A presença de ganglios no interiordos lipornas não significa que os r11esrnossejarn de origem gan,gl iunur ou lymphatica. AJérn disso, innurneros 8ã.o os nasosobservados crn que não ha nen}uon. ganglio ou esboço de tecido lynlphatieo nointeri OI' das 111í1SSaS gOl'durosas
A lipOlnatose syrnetri ca serú. lllai sfrequentelnente considerada hercditariaou constitucional, si n1elhor estudada,principahnente sob o ponto de vista desuas relações com o systerna endocrirlOvegetativo.
Nas IJossas observações aqui explanadas o tratanlCnto a ernpregar será, alén1da therapeutica. geral indicada nestes casos, a opotherapia thyroidéa, hypophysaria e genital. Esta ultima, devido ás relações iirtin1as que as glandulas genitaesapresentarn COIn a glandula piluitaria, insufficiente nos nossos doentes.