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Ano XXX | ed. 345 | Dez | 2013 J O R N A L D O S I N D H O S P A N O S Encontro aconteceu em São Paulo, no último dia 3 de dezembro, e reuniu mais de 200 pessoas. Páginas centrais EVENTO MARCA HOMENAGEM A DANTE MONTAGNANA E LANÇAMENTO DO ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE SES apresenta experiências de sucesso. págs. 8 e 9 Setor de saúde em expansão. pág. 5

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Editorial

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SINDHOSP - Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde, Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas e Demais Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado de São Paulo • Diretoria

| Efetivos • Yussif Ali Mere Jr (presidente) • Luiz Fernando Ferrari Neto (1o vice-presidente) • George Schahin (2o vice-presidente) • José Carlos Barbério (1o tesoureiro) • Antonio Carlos de Carvalho (2o tesoureiro)

• Luiza Watanabe Dal Bem (1a secretária) • Ricardo Nascimento Teixeira Mendes (2o secretário) / Suplentes • Sergio Paes de Melo • Carlos Henrique Assef • Danilo Ther Vieira das Neves • Simão Raskin

• Marcelo Luis Gratão • Irineu Francisco Debastiani • Conselho Fiscal | Efetivos • Roberto Nascimento Teixeira Mendes • Gilberto Ulson Pizarro • Marina do Nascimento Teixeira Mendes / Suplentes

• Maria Jandira Loconto • Paulo Roberto Rogich • Lucinda do Rosário Trigo • Delegados representantes | Efetivos • Yussif Ali Mere Jr • Luiz Fernando Ferrari Neto | Suplentes • José Carlos Barbério

• Antonio Carlos de Carvalho • Escritórios regionais • BAURU (14) 3223-4747, [email protected] | CAMPINAS (19) 3233-2655, [email protected] | RIBEIRÃO PRETO (16) 3610-6529,

[email protected] | SANTO ANDRÉ (11) 4427-7047, [email protected] | SANTOS (13) 3233-3218, [email protected] | SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (17) 3232-3030,

[email protected] | SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (12) 3922-5777, [email protected] | SOROCABA (15) 3211-6660, [email protected] | BRASÍLIA (61) 3037-8919 /

JORNAL DO SINDHOSP | Editora – Ana Paula Barbulho (MTB 22170) | Reportagens – Ana Paula Barbulho • Aline Moura • Fabiane de Sá • Rebeca Salgado | Produção gráfica – Ergon Ediitora (11) 2676-3211

| Periodicidade Mensal | Tiragem 15.000 exemplares | Circulação entre diretores e administradores hospitalares, estabelecimentos de saúde, órgãos de imprensa e autoridades. Os artigos assinados não

refletem necessariamente a opinião do jornal | Correspondência para Assessoria de Imprensa SINDHOSP R. 24 de Maio, 208, 9o andar, São Paulo, SP, CEP 01041-000 • Fone (11) 3331-1555, ramais 245 e 255

• www.sindhosp.com.br • e-mail: [email protected]

“Aprendi que a coragem não é a ausência do medo, mas o triunfo sobre ele”. A frase é de um dos maiores líderes do século XX e também da história recente da humanidade, Nelson Mandela, morto no início de dezembro aos 95 anos. Em uma época de tão poucos líderes carismáticos, Man-diba, como era carinhosamente chamado na África do Sul, conseguiu fazer com que uma Nação totalmente dividida por um regime de segregação racial que durou mais de 40 anos, o apartheid, se unisse. Mas alguns fatores certamente foram fundamentais para que ele se transformasse no líder que foi: acesso à educação, honestidade e ser movido por um ideal social e coletivo.

Nelson Mandela era de origem humilde, mas teve acesso a bons colégios e à única faculdade que ministrava cursos para negros na África do Sul. A batalha pelo conhecimento, pela educação, com certeza foi a primeira que travou na vida, até se formar em Direito e abrir o primeiro escritório advocatício de negros do país. Graças à sua formação, Mandela lutou com inteligência contra o abismo que separava brancos e negros e por um país mais justo, igualitário e democrático.

Poderia ter esmorecido, desistido, durante os 27 anos que ficou preso pelo regime segregacionista. Mas resistiu e afirmava: “sou o dono do meu destino, o capitão da minha alma”. A pressão internacional e a presença de um governo mais conciliador o levaram à liberdade, para que pudesse conduzir o processo que pôs fim ao apartheid. Ganhou o Prêmio Nobel da Paz, em 1994, e foi eleito democraticamente presidente da África do Sul, o primeiro negro a ocupar o posto. Como presidente cultuou seu legado de tolerância e abdicou de todo e qualquer tipo de vingança, semeando paz e fraternidade.

A história de Nelson Mandela é irretocável. Nunca lhe faltou carisma; sempre respondia com um semblante pacificador às provocações; perdoou o passado sangrento pela promessa de um futuro mais justo; deu inúmeras lições de tolerância com um sorriso que era sua marca registrada. Mas, acima de tudo, ele é a prova de que a política pode ser um caminho para o bem-estar coletivo, desde que existam pessoas íntegras à frente e desde que interesses pessoais não sejam colocados acima dos da sociedade. Que esse exemplo possa inspirar os brasileiros.

presidenteYussif Ali Mere Jr

O EXEMPLO DE MANDELA

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Em dia

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Eventos

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Em 14 de novembro, o presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr, esteve com o secretá-rio estadual de Saúde de São Paulo, Davi Uip. A ocasião marcou a entrega de um ofício à Secretaria, solicitando uma mudança na legislação que define o Cadastro Esta-dual de Vigilância Sanitária. O deputado estadual Welson Gasparini, do PSDB, foi quem intermediou a audiência.

Segundo a Portaria CVS no 04, de 21 de março de 2011, toda atividade terceirizada dentro dos estabelecimentos de saúde – sejam elas relacio-nadas à produção, comercialização de produtos, equipamentos ou à prestação de serviços – deve possuir contrato de terceirização. Todos estes con-tratos, segundo a Portaria, devem ser registrados no Cartório de Títulos e Documentos.

Esta exigência, segundo Yussif Ali Mere Jr, traz enormes custos burocráticos para as instituições de saúde, uma vez que a contratação de serviços especia-lizados neste setor é comum e inerente a todas as ativi-dades. “Impor o registro em cartório de todos os con-

tratos de terceirização de serviços gera enorme ônus, sem que isso represente qualquer melhoria na quali-dade dos serviços prestados”, afirmou. Segundo ele, a grande maioria dos hospitais do Estado, filantrópicos ou não, são empresas de médio porte, que sobrevi-vem com grandes dificuldades, e que precisam focar seus recursos para a melhoria da assistência.

O ofício ressalta ainda que a burocracia do registro em cartório não reforça a responsabili-dade de todas as partes envolvidas em relação à qualidade do produto, equipamento ou serviço terceirizados. “Em caso de dano, a legislação já determina que a reparação será de responsa-bilidade de todas as partes envolvidas, que ob-jetivamente assumem esse ônus. O registro em cartório dos contratos em nada altera essa regra que deriva da lei [Código de Defesa do Consu-midor] e não pode ser modificada pelas partes”.

FEHOESP e SINDHOSP solicitaram ao secretário, portanto, a revogação de tal exigên-

PRESIDENTE DO SINDHOSP SE REÚNE COM SECRETÁRIO DE ESTADO DA SAÚDE

cia, alegando inclusive que a fiscalização tem exigido o registro em cartório para a emissão de alvará de funcionamento. David Uip ouviu a solicitação e, de pronto, a avaliou muito pertinente, uma vez que au-menta o custo e a burocracia sem qualquer benefício à qualidade do atendimento.

Da esq. para a dir: Yussif Ali Mere Jr, David Uip e Welson Gasparini

SEMINÁRIO DISCUTE REDUÇÃO TRIBUTÁRIA SOBRE FOLHA DE PAGAMENTOS

A FEHOESP promoveu, na manhã do dia 22 de novembro, o seminário “Redução da carga tributária sobre a folha de pagamentos”. O evento, realizado no

auditório do SINDHOSP, na Capital paulista, contou com diretores jurídicos, proprietários, administra-dores, advogados e outros representantes de esta-

belecimentos prestadores de serviços em saúde.O seminário foi conduzido por Celso Benício

Júnior, professor da Escola Paulista de Direito (EPD) e sócio da Benício Advogados Associados. “Este é um tema que trata da carga futura e recuperação de verbas pagas indevidamente”, explicou o palestrante no início do evento, logo após as boas-vindas do presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr.

O programa do evento abordou tópicos como o conceito de verbas remuneratórias e indenizatórias; decisões administrativas e judiciais sobre o tema; vinculação do CARF e da RFB a decisões do STJ e STF; verbas indenizatórias con-troversas e incontroversas; e desonerações para

o futuro. Também foram abordadas formas de lidar com os créditos, cálculos e obrigações acessórias.

Analisando a jurisprudência existente sobre o tema, segundo o palestrante recente e farta, apontou como a maioria das decisões favoráveis aos contri-buintes (empresas) as questões relacionadas ao aviso prévio indenizado, terço de férias e auxílio-doença, sobre os quais não haveria incidência de contribuição previdenciária, por exemplo.

No entanto, segundo Benício, há uma série de questões envolvendo a tributação sobre a folha de paga-mentos cujas decisões no Judiciário apresentam gran-de disparidade. “Hoje a nossa Justiça tem muitas deci-sões isoladas e poucas decisões em comum”, afirmou.

Após as exposições, foi realizada uma sessão de perguntas com os participantes. Também estiveram presentes no evento Luiz Fernando Ferrari Neto e José Carlos Barbério, diretores da FEHOESP e do SINDHOSP.

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Eventos

Em tempos de pagamento por performance, saber quanto custa cada detalhe de um empreen-dimento complexo como um hospital – ou outro serviço de saúde – parece ser o grande desafio do setor. Este conhecimento, no entanto, não se limita à área assistencial, mas a tudo que representa, efetivamente, custo. Os estabelecimentos de saúde estariam preparados para tamanho controle?

Para Afonso José de Matos, nem sempre. Matos é presidente da Planisa, empresa especializada em modificar a realidade da gestão de organizações. E comandou o I Fórum de Gestão em Saúde, em 26 de novembro, na Capital paulista. Segundo ele, é imprescindível converter os recursos humanos e materiais, a estrutura instalada e o atendimento em números. Em sua opinião, os hospitais precisam dominar mais suas operações, “cuidar da uniformidade de seus processos”, e deixar de ser apenas interme-diários de uma relação “plano de saúde-paciente”.

Uma tentativa de dar maior consonância a este diálogo nasceu com o grupo de trabalho sobre Novo Modelo de Remuneração, criado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). O projeto atualmente está em fase piloto. Para Carlos Figueiredo, que foi gerente da ANS e hoje é diretor executivo da Associação Nacional de Hospitais Privados (Anhap), um dos maiores desa-fios foi, e ainda é, justamente estabelecer a precificação com base em custos. “E isso envolve previsibilidade dos processos assistenciais, mapeamento de intercorrências e, sobretudo, engajamento dos médicos”.

Para Ary Ribeiro, superintendente de Serviços Ambulatoriais do Hospital do Coração (HCor), a mudança do modelo de remuneração implica em mudança de prática as-sistencial. Em sua apresentação, ele destacou a participação fundamental do médico na gestão. “A discussão do uso racional de recursos, privilegiando a qualidade, pode sensibilizar os médicos. Há também a questão dos honorários, que se não for tratada, torna-se um impeditivo para a implantação de qualquer projeto de gestão assistencial”.

Além da gestão interna, é preciso olhar para o que está acontecendo além dos muros. Como analisar as tendências epidemiológicas a fim de se preparar para o que está por vir. “Estudos inter-nacionais apontaram que a gerência efetiva da asma, por exemplo, chegou a reduzir em 79% as internações e em 49% os atendimentos emergenciais”, afirmou Afonso Matos. Ele defendeu a centralização da gestão clínica do cidadão, e mencionou o envelhecimento populacional como um dos maiores desafios para o setor nos próximos anos.

O superintendente executivo do Instituto de Estudos da Saúde Suplementar (IESS), Luis Augusto Carneiro, apre-sentou experiência da Austrália, onde se fazem projeções do impacto do envelhecimento até 2050. “São estabelecidos planos de ação, alinhados à s p r o j e ç õ e s , p a r a promover prevenção e promoção da saúde”. No Brasil, a velocidade do envelhecimento já tem impactado o setor

de saúde, mas não há medidas para mitigar este crescimento. Carneiro defendeu a criação de políticas públicas, baseadas nas projeções do envelhecimento.

A experiência peruana de gestão clínica do câncer foi apresentada por Luz Maria Loo de Li, presidente da Federação Peruana de Administradores de Saúde (Fepas). No Peru, a

transição demográfica também é uma realidade, e tal qual o Brasil, aquele país convive, ao mesmo tempo, com o grave problema das enfermidades transmissíveis entre a população pobre, e com o aumento das doenças crônicas, devido ao envelhecimento. Para agravar, há imensos desafios de acesso. O programa batizado de “Plano Esperança”, no entanto, tem modificado aos poucos a dura realidade peruana, no que diz respeito à prevenção e tratamento do câncer. “A doença é a se-gunda causa de mortalidade no Peru, devido aos diagnósticos tardios. Para se ter ideia, 7 em cada 10 pacientes diagnosticados estão em grau médio ou avançado da doença”, informou. Ini-ciado em 2012, o plano dividiu o pais em 24 regiões, e passou a remunerar os serviços de maneira diferenciada, vinculando-os a protocolos clínicos e gestão de custos.

O presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr, prestigiou o evento, ao lado de Waleska Santos, presidente da Hospitalar Feira e Fórum; José Carlos Abrahão, presidente da Confederação Nacional de Saúde (CNS); Fran-cisco Balestrin, presidente da Anahp e Luiz Aramicy Pinto, pre-sidente da Federação Brasileira de Hospitais (FBH).O I Fórum Planisa abordou ainda pontos estratégicos da gestão, como as Organizações Sociais e as Parcerias Público-Privadas, e a gestão de pessoas dentro das instituições de saúde. Confira outros textos produzidos sobre o evento no site do SINDHOSP, www.sindhosp.com.br.

CONHECER BEM OS CUSTOS É PRIMORDIAL PARA GESTÃO

O evento reuniu cerca de cem participantes

Da esq para a dir: Luz Loo de Li (Fepas), Afonso Matos (Planisa), Yussif Ali Mere Jr (SINDHOSP), Waleska Santos (Hospitalar) e Francisco Balestrin (Anahp)

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SAÚDE EM CRESCIMENTOO avanço da obesidade entre crianças, o

aumento do número de casos de câncer entre a população adulta e o incremento cada vez maior de exames e procedimentos de alta complexida-de são apenas alguns dos fenômenos que têm impulsionado oportunidades de negócios para estabelecimentos privados de saúde. Diferenciar-se para crescer parece ser o mote das instituições que buscam seu lugar ao sol num mercado altamente regulado e competitivo. Prova disso é que, somente na cidade de São Paulo, ao menos R$ 400 milhões de investimentos estão sendo aplicados na expansão de unidades hospitalares e de diagnóstico privadas, entre 2013 e 2014, segundo apuração do Jornal do

SINDHOSP.O Centro Oncológico Antônio Ermírio de

Moraes é um desses exemplos. Inaugurado há seis meses pela Beneficência Portuguesa, já nasceu como um dos maiores e mais completos núcleos para tratamento de câncer no país. Funcionando dentro do Hospital São José, ele agora vai ganhar prédio próprio, de 14 andares, centro cirúrgico, centro de diagnósticos, consultórios, leitos de quimioterapia ambulatorial, quartos de internação e o primeiro pronto-atendimento oncológico privado de São Paulo. O aumento da demanda de pacientes on-cológicos, segundo seus dirigentes, contribuiu para colocar em prática um projeto que consumirá R$ 97 milhões em investimentos. “A inovação nessa área é reflexo de uma demanda crescente da população e resultado da fidelização dos pacientes”, diz Ruy Be-vilacqua, superintendente do Centro Oncológico. A direção estima um incremento de 100% no número de pacientes atendidos com a expansão do serviço.

Na mesma onda vem o Hospital Israelita Albert

Einstein, que inaugurou em dezembro o Centro de Oncologia e Hematologia Família Dayan – Daycoval. Desenhado e estruturado em parceria com o MD Anderson Cancer Center, o espaço carrega como filosofia o bem-estar do paciente, a medicina personalizada e a humanização. Conta com 6,5 mil m2 e chega para atuar na prevenção, tratamento, reabilitação, estudo e pesquisa contra o câncer e as doenças hematológicas. O nome dado ao Centro homenageia a Família Dayan, que mantém o Banco Daycoval e que tornou possível a realização do empreendimento: só na estrutura física foram investidos R$ 6 milhões, e cerca de R$ 32 milhões em equipamentos.

Mas o Einstein não para por aí. Anunciou ao mercado mais R$ 200 milhões em investimentos, destinados à construção de um novo prédio, na região do Morumbi, a fim de ampliar o pronto--socorro e criar 80 novos leitos. A transferência das áreas administrativa e de TI para um prédio alugado, e em reforma, na Av. Faria Lima, ainda vai possibilitar a expansão da maternidade. Segundo Claudio Lottenberg, presidente do Einstein, a obra do novo prédio deve durar de dois a três anos. Também há planos, futuros, de se construir um novo hospital na unidade de Alphaville, que já possui lotação máxima.

O caso do Grupo Santa Joana também é em-blemático. Com a maternidade chegando cada vez mais tarde – e de maneira muito mais planejada por mulheres bem estruturadas psicológica e financeira-mente -, os cuidados pré e pós-nascimento do bebê se tornam latentes, e muito procurados. Talvez esteja aí a chave do sucesso do Grupo, que só cresceu ao longo dos últimos anos, embora as estatísticas mos-trem queda no número de leitos obstétricos na

rede privada. Focando sua exper-

tise em neonatos de alto risco, o hospital decidiu

investir R$ 10 milhões em novos leitos de unidade de terapia intensiva

para bebês prematuros. Passou de 80 para 110, só em 2013, e estuda novas ampliações.

“Mantemos hoje a fatia de 56,4% dos partos realiza-

dos em São Paulo”, diz Antônio Amaro, sócio-diretor.No Hospital Infantil Sabará, que já é um serviço

diferenciado porque atende somente crianças, a novidade é o Centro de Excelência em Obesidade Infantil, o primeiro do gênero no país no escopo da iniciativa privada. Inaugurado em novembro, o local nasce com a proposta de focar no tratamento integrado de crianças e adolescentes obesos, tendo também caráter educativo aos pacientes e seus familiares. Doença prevalente, a obesidade infantil já atinge características epidêmicas. No Brasil, segundo dados do IBGE divulgados no início de 2013, uma em cada três crianças está obesa. “Diante desse contexto, o Hospital Infantil Sabará, sendo exclusivamente pediátrico, com uma média de 130 mil atendimen-tos/ano e referência em saúde infantil, enxergou a necessidade de se preocupar com essa questão e fornecer este serviço de forma pioneira” informa Paulina Basch, diretora médica. Os investimentos fazem parte de um montante de R$ 4 milhões que foram direcionados recentemente a serviços como atendimento, gestão, infraestrutura e qualificação profissional e que levaram o Hospital Infantil Sabará a ser acreditado, em 2013, pela Joint Commission, uma tendência entre as instituições de ponta.

No Salomão Zoppi, a palavra de ordem tam-bém é “expansão”. Pela primeira vez, em 32 anos de existência, o laboratório está captando um em-préstimo bancário de R$ 30 milhões para financiar a duplicação de sua rede de atendimento, que irá se somar aos R$ 10 milhões de recursos próprios. A ideia é chegar a dez unidades até 2015. A estimativa é que o faturamento salte para R$ 300 milhões nos próximos dois anos. Em 2013, a expectativa dos sócios é que o faturamento seja de R$ 162 milhões, crescimento de 23% em relação a 2012. Os sócios atribuem parte deste sucesso à ampliação do portfo-lio de exames, em especial os de alta complexidade. Foram investidos R$ 7 milhões, em 2013, em pesquisa e desenvolvimento. “A tendência na medicina são os tratamentos personalizados. Nem sempre um medicamento oncológico, por exemplo, é eficaz para todos. Os exames de biologia molecular podem detectar como a droga metaboliza no organismo”, explica Luis Salomão, um dos sócios. As novas uni-dades serão abertas na Av. Angélica, na Vila Mariana, zona norte e no Paraíso. O Tatuapé, na zona leste da Capital, foi o primeiro da lista contemplado com a expansão, que já começou.

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Manchete

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JANTAR HOMENAGEIA DANTE MONTAGNANA E LANÇA O ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE

Em jantar da FEHOESP e do SINDHOSP que reuniu mais de 200 representantes do setor de saúde, empresários e autoridades, no último dia 3 de dezembro, na Capital paulista, o médico anestesista Dante Ancona Montagnana, que presidiu o SINDHOSP por 18 anos e foi o fundador da Federação dos Hospitais, Clínicas e Laboratórios do Estado de São Paulo (FEHOESP) foi homenageado com a Comenda Grã Cruz de Ouro da Saúde. O dirigente sindical faleceu em de-zembro de 2012, aos 87 anos, vítima de uma parada cardíaca. O evento também marcou o lançamento do Anuário Brasileiro da Saúde,

uma publicação da FEHOESP e do SINDHOSP feita em parceria com a Public Projetos Editoriais. “Essa é uma noite especial. A homenagem ao dr. Dante era para ter acontecido em 2012 e

é mais do que merecida. Ele foi o responsável pela criação do sistema sindical patronal da saúde no Estado de São Paulo. Graças à fundação da FEHOESP, o Estado mais rico do país passou a ter assento na Confederação Nacional de Saúde. Também estamos lançando o Anuário Brasileiro da Saúde, uma publicação que une a Federação e o Sindicato”, afirmou o presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr.

GRÃ CRUZA Grã Cruz de Ouro da Saúde foi criada durante a gestão de Montagnana, com o objetivo de

homenagear personalidades e instituições que se destacam no setor de saúde, pelo trabalho que desenvolvem e/ou liderança que desempenham. Foi durante a gestão de Dante Montagnana que o SINDHOSP transformou-se no maior sindicato patronal da área da saúde na América Latina. Isso foi possível graças à descentralização que ele promoveu logo que assumiu a presidência da entidade, inaugurando nove escritórios regionais em pontos estratégicos do Interior paulista. Hoje, o SINDHOSP representa aproximadamente 35 mil empresas privadas de saúde só no Estado de São Paulo e registrou crescimento de mais de 45% nos últimos três anos.

Um vídeo produzido pelo departamento de Comunicação do SINDHOSP, feito no ano passado e que traz mensagens de autoridades e fatos da vida de Dante Montagnana, foi exibido. No site do

SINDHOSP – www.sindhosp.com.br – é possível assisti-lo na íntegra. “Esse vídeo está no presente, e mostra que essa homenagem era para ter sido realizada no dia 12 de dezembro de 2012. Mas, infelizmente, o dr. Dante fale-ceu dois dias antes”, explicou Yussif Ali Mere Jr antes da exibição. Com os diretores do SINDHOSP e da FEHOESP, Luiz Fernando Ferrari Neto e José Carlos Barbério, no palco, Yussif chamou o presi-

dente da CNS, José Carlos Abrahão, que foi o mentor da ideia da homenagem a Montag-nana. “Acredito que toda homenagem deve ser realizada em vida. Mas como o destino nos surpreendeu, proponho que cada um de nós saia daqui pensando em uma agenda positiva para a saúde brasileira. Esse com certeza era o espírito do dr. Dante, que não desistia nunca”, afirmou o presidente da CNS.

A Comenda Grã Cruz de Ouro da Saúde foi entregue pelos dirigentes da FEHOESP e do SINDHOSP à família de Montagnana que compareceu ao evento, filhos e netos. Bastante emocionada, a

filha Maria Clara Montagnana falou sobre a homenagem: “Tenho certeza que ele está muito orgulhoso e feliz por ser homenageado hoje, não porque se importasse com isso, mas porque estamos mais uma vez continuando a escrever a história de sua vida”.

A principal homenagem a Dante Montagnana, no en-tanto, ainda estava por vir. Após a cerimônia de entrega da Comenda, Yussif Ali Mere Jr anunciou aos presentes que, por decisão da diretoria da FEHOESP e do SINDHOSP, a Grã Cruz de Ouro da Saúde passa a ser denominada, a partir da próxima homenagem: Comenda Grã Cruz Dante Ancona Montagnana.

HISTÓRIANeto de imigrantes italianos, Dante Montagnana nasceu

em Itatiba, interior de São Paulo, e herdou do avô a paixão pela natureza e pelos esportes. Desde criança manifestava o desejo de se tornar médico. Obstinado, ingressou na Faculdade de Medicina da USP e se formou em 1951. Estudante, deixava com frequência o jaleco branco para vestir os uniformes de bola ao cesto, atletismo, voleibol e, no Tietê dos tempos áureos, competições de remo. Optou pela especialidade da anestesia por influência de um de seus mestres e foi na facul-dade que conheceu dois de seus melhores amigos: Francisco Ubiratan Dellape, que foi o criador da Federação Nacional dos Estabelecimentos de Serviços de Saúde (Fenaess) e da CNS, e Adib Jatene.

Pouco tempo depois de formado, montou o Pronto Socorro Nossa Senhora da Pompeia, com mais quatro só-cios. Anos mais tarde, um hospital com o mesmo nome, na região do ABC paulista. Após estudar e se tornar mestre em Administração Hospitalar ocupou a presidência do Hospital e começou a se interessar por políticas de saúde. Foi diretor da Associação Paulista de Medicina (APM), mais tarde diretor do SINDHOSP, vice-presidente e, enfim, presidente do Sindicato.

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O presidente da CNS, José Carlos Abrahão

O presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr

O secretário adjunto da Secretaria de Estado da Saúde, Wilson Pollara

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Manchete

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Com o crescimento do sistema confederativo da saúde, Montagnana enxergou a necessidade de o Estado de São Paulo possuir uma Federação, que congregasse os hospitais, as clíni-cas, laboratórios e demais serviços de saúde. Foi assim que, em 2003, nasceu a FEHOESP. “Sua dedicação e incan-sável trabalho à frente do Sindicato e também da Federação contribuíram para o fortalecimento do setor de saúde não só em São Paulo, mas em todo o país. Um líder que faz jus a essa homenagem”, finaliza Yussif Ali Mere Jr.

Veja, no site do SINDHOSP, as personalidades e instituições que já foram agraciadas com a Grã Cruz de Ouro da Saúde.

ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDEA publicação, que une as maiores entidades represen-

tativas dos prestadores de serviços de saúde do Estado de São Paulo, o Anuário Brasileiro da Saúde, é feito em parceria com a Public Projetos Editoriais, tem uma tiragem de 15 mil exemplares e será distribuído, a partir da segunda quinzena de janeiro, a todos os hospitais privados do país, maiores clínicas e laboratórios do Estado de São Paulo, operadoras de planos de saúde, autoridades e imprensa. “Com as quatro edições do Anuário SINDHOSP, o veículo já se tornou referência na saúde e nossa expectativa é a de que ele ganhe ainda mais espaço e importância no debate de temas que precisam ser discutidos com seriedade e sem viés ideológico, para que os desafios da saúde sejam superados”, acredita o presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr.

Entidades importantes do setor saúde apoiam a publi-

JANTAR HOMENAGEIA DANTE MONTAGNANA E LANÇA O ANUÁRIO BRASILEIRO DA SAÚDE

O presidente da CNS, José Carlos Abrahão

2013/2014

Diretores do SINDHOSP e familiares de Dante Montagnana após a homenagem

cação, como a Confederação Nacional de Saúde (CNS), Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Comitê de Saúde da Fiesp (ComSaúde), Hospitalar Feira e Fórum, Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecno-logia (Abimed), Associação Brasileira da Indústria Médico--Hospitalar (Abimo), Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), entre outras.

“O Anuário foi eleito, em 2011, pelo Prêmio Allianz Seguros de Jornalismo como uma das cinco melhores publicações de jornalismo corporativo do país. É uma publi-cação inovadora, muito bem elaborada e que conquista cada vez mais espaço, já que é importante para as empresas anunciar em publicações com conteúdos inteligentes, pois isso agrega valor às marcas”, acredita Gilberto Figueira, diretor de Projetos Especiais da Public. Inovação é, realmente, um dos atributos do Anuário Brasi-leiro da Saúde. A publicação foi a primeira da área da saúde a ser totalmente sustentável, a obter o selo Neutro de Carbono, concedido pelo Instituto Brasileiro de Defesa da Natureza (IBDN), e a pioneira na saúde no lançamento da versão digital para tablets e smartphones. A versão digital do Anuário Brasileiro da Saúde será lançada no final de fevereiro de 2014.

CONTEÚDO“A saúde que temos, a saúde que queremos e a que podemos ter”. Esse é o tema central que

norteia o conteúdo do Anuário Brasileiro da Saúde. “É desnecessário falar da importância desse debate, diante dos últimos acontecimentos. As medidas anunciadas pelo governo, como o programa Mais Médicos, deixam claro que na saúde não existem soluções mágicas, simplistas e principalmente marqueteiras”, afirma Yussif Ali Mere Jr.

2013 marcou a comemoração dos 75 anos do SINDHOSP e dos 10 anos da FEHOESP. Paralela-mente, o SUS fez 25 anos e a lei que regulamenta o setor suplementar, a 9656/98, 15. Todas essas datas marcantes são debatidas pela publicação, ao propor a três lideranças e estudiosos da saúde no país um exercício para os próximos 15 ou 20 anos dos cenários ideal, possível e indesejado para a saúde no Brasil. Afinal, o que é preciso fazer já para que alcancemos um cenário ideal em duas décadas? Na área suplementar, como assegurar a sustentabilidade do sistema? Quais as mudanças necessárias? São questões como essas que são levantadas pela publicação. Além disso, um artigo, assinado pelo economista sênior da Área da Saúde do Banco Mundial, André Medici, analisa as manifestações de junho de 2013 no país, que colocaram a saúde como uma das principais reivindicações das ruas.

O custo da burocracia no Brasil é outro tema de destaque no Anuário. Além dos inegáveis transtornos a que os empresários de todos os setores econômicos são submetidos, o texto mostra que cerca de dez companhias já desistiram de realizar pesquisas clínicas no país devido ao longo tempo que o governo leva para autorização das mesmas, que é o dobro da média mundial. O papel do setor de saúde em prol de um planeta mais saudável é outro destaque da publicação, na pauta destinada à sustentabilidade.

Por fim, o Anuário Brasileiro da Saúde mostra que ainda faltam conscientização e investimentos em tecnologias da informação na área da saúde, bem como no desenvolvimento de profissionais de informática específicos para o setor. O papel das instituições de longa permanência, tendência já consolidada em várias partes do mundo mas que, no Brasil, ainda não alcançou o reconhecimento que merece por parte dos compradores de serviços, população e profissionais também é debatido.

“A FEHOESP e o SINDHOSP agradecem a todas as empre-sas e estabelecimentos de saúde que apostaram no projeto do Anuário Brasileiro da Saúde. Acreditamos que levar tendências, informações que possam sinalizar mudanças de rumos na gestão das empresas e debater temas que podem mudar o cenário político da saúde no país são contribuições importan-tes que a FEHOESP e o SINDHOSP dão através do Anuário Brasileiro da Saúde”, finaliza Yussif Ali Mere Jr.

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Evento

SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE PROMOVE FÓRUM Em geral, falar em saúde pública no Brasil é

enfrentar uma enxurrada de críticas, principalmente em relação à dificuldade de acesso. No entanto, o Sistema Único de Saúde (SUS), responsável pelo atendimento de 70% da população brasileira, tam-bém tem seus acertos. Vide a política exitosa de distribuição de medicamentos para o tratamento da Aids, os programas de vacinação, os transplantes de uma forma geral. Mas estas são ações de amplo conhecimento público, reconhecidas até internacio-nalmente. No entanto, iniciativas às vezes anônimas, porém bem-sucedidas, coexistem em diversas cida-des do Estado de São Paulo, encontrando melhores caminhos de gestão para a saúde.

Com o objetivo de disseminar essas boas prá-ticas, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) realizou um Fórum, em 22 de novembro, no Centro de Convenções Rebouças, na Capital. O evento reuniu representantes de todo o Estado. Para o secretário estadual de Saúde, David Uip, as experiências de sucesso mostram que não é preciso reinventar a roda. “Nada se inventa, as experiências estão aí para dar o exemplo e para nos inspirar”, disse, na abertura.

O chefe de Gabinete da SES, Nilson Ferraz Paschoa, ressaltou que o grande problema da pasta, no Estado, é a hierarquização. “Temos doentes complexos sendo internados em hospitais que não têm condições de oferecer a estrutura tecnoló-gica que a medicina moderna pode oferecer. Por outro lado, temos hospitais de ampla tecnologia recebendo casos mais simples. Precisamos, sim, de mais inteligência para o sistema, recuperar essa rede lógica e assistencial de atendimento”, disse. Paschoa ainda ressaltou o objetivo do evento, que era o de mostrar as soluções que já estão sendo implantadas, a fim de sanar essas e outras deficiências. Por meio da apresentação de cases, o Fórum se configurou em diversos grandes temas. Para poder mostrar todas as iniciativas apresentadas no evento, o Jornal do SINDHOSP publicará o que foi debatido no evento em duas matérias sequenciais. Confira, a seguir, a primeira parte do que foi apresentado.

DISTRIBUIÇÃO DE MEDICAMENTOSUma Parceria Público-Privada (PPP), nascida em

2011, espera promover uma verdadeira revolução nos processos logísticos dos medicamentos da SES. Segundo Karina de Oliveira Fatel, farmacêutica da Se-

cretaria, o projeto de elaboração da parceria mobilizou 91 pessoas, e recebeu aprovação inicial do Con-selho Gestor. A ideia é otimizar 43 fluxos de medicamentos, imuno-biológicos e outros insumos, por meio de um programa de logística que integre o programa Remédio em Casa, o abastecimento das unidades hospitalares, e as demais unidades de saúde.

A centralização se dará atra-vés de cinco centros de distri-buição, espalhados pelo Estado, que irão controlar a entrega, por meio de monitoração online e rastreabilidade. “Este é o nosso grande foco”, disse Karina. Segundo ela, a perda por falta de controle (prazo de validade vencido, roubos de cargas, entre outros fatores) chega a R$ 250 milhões/ano. “Com maior rastreabilidade, esperamos que a perda seja de apenas 1%”. As próximas etapas para que a PPP tenha início são a realização de audiência e consulta públicas.

Outra central, a Central Estadual de Armazena-mento e Distribuição de Insumos de Saúde (CEADIS), já se encontra implantada, desde 2010. “O grande foco foi permitir que os hospitais pudessem focar na gestão da assistência, se desobrigando de operar a ca-deia logística dos suprimentos”, explicou Eduardo Ri-beiro Adriano, que está à frente da Coordenadoria de Gestão de Contratos de Serviços de Saúde da SES-SP.

A CEADIS atende nove hospitais, dois ambulató-rios, 7 polos de ostomia, uma farmácia de alto custo e 1750 leitos hospitalares. Movimenta, mensalmente, mais de cinco mil itens diferentes, e recebe 70 mil pe-didos. Através de um sistema denominado Kanban, a reposição dos estoques é feita automaticamente, conforme o consumo. Este, segundo Ribeiro, é o grande diferencial, já que estoque de insumos hospi-talares é recurso que fica imobilizado. “Se o hospital não precisa armazenar aquela quantidade enorme, sem saber se vai realmente precisar, isso representa um ganho econômico”, disse.

No Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, a organização da logística hospitalar também deu o tom das mudanças. E o start foi dado pelos próprios colaboradores do departamento de logística do hospital, que idealizaram uma etiquetadora para os medicamentos dispensados pela farmácia, que

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O secretário de Estado da Saúde, David Uip

precisam ser unitarizados e iden-tificados. “Antes da máquina, eram oito funcionários que conseguiam etiquetar 12 mil medicamentos. Hoje, um funcionário só atinge 25 mil unidades, no mesmo período de trabalho”, conta o diretor ad-ministrativo, Luiz Ventura.

A criação de uma Central de Unitarização de medicamentos - comprimidos, frascos ou am-polas, para pacientes internados, também ajudou no ganho de

escala. “Existe um sistema de dispensação por kit, incluindo medicamentos e materiais de consumo. Ao todo, temos 76 kits e 344 variações desses mesmos kits. O resultado foi que de 2011 para 2012, economizamos R$ 0,30 por unidade de material de consumo”, resume Ventura.

ATENDIMENTO AO CÂNCERNo Hospital Amaral Carvalho, de Jaú, a gestão

dos medicamentos também promoveu economia e melhor adequação dos custos. Especializada em câncer, a instituição estabeleceu um protocolo de medicamentos oncológicos, uma das primeiras medidas administrativas para conter despesas e melhorar a qualidade. Segundo Cristina Moro, diretora do hospital, os recursos economizados foram alocados para áreas deficitárias. Com 290 leitos e dois mil funcionários, o Amaral Carvalho dedica 97% de seus atendimentos aos pacientes do SUS. “Atendemos a 10 mil casos de câncer por ano, realizamos 15 mil cirurgias e somos o hospital que mais realiza transplante de medula óssea”, revelou.

Com a gestão dos medicamentos, e a decisão pela troca dos remédios de marca pelos genéricos, a instituição conseguiu reduzir brutalmente suas despesas: gastava R$ 2,3 milhões com medicamentos oncológicos, agora gasta R$ 320 mil. “Importante lembrar que todas as substituições foram feitas mediante aprovação do Comitê de Padronização de Medicamentos do hospital. E não houve um caso sequer de alteração nos resultados dos tratamentos dos pacientes”, afirmou.

Outras medidas resultaram em ganhos para o Amaral Carvalho. Como o choque de gestão promovido no sistema de agendamento cirúrgico.

IDEIA FOI COMPARTILHAR AS EXPERIÊNCIAS DE SUCESSO IMPLANTADAS NO ESTADO

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Evento

SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE PROMOVE FÓRUM Antes, as cirurgias eram marcadas diretamente com o profissional médico, sem levar em conta a disponibilidade das salas, a disponibilização de ma-teriais e medicamentos etc. “Tínhamos alta taxa de cancelamento por conta disso. Implantamos então o prontuário eletrônico do paciente, por meio do qual todo mundo se comunica, e que permite aos médicos o agendamento das cirurgias”. Novos contratos de prestação de serviços com os médicos também foram estabelecidos, fazendo com que eles se comprometam com a coordenação do processo cirúrgico, com o preenchimento correto dos formulários. “Essas medidas nos renderam R$ 7,2 milhões”, contou Cristina. Hoje, o hospital tem taxa de ocupação de 78%, contra 62% anteriormen-te. “Para o paciente com câncer, que precisa de agilidade, estamos ofere-cendo um serviço muito melhor. Cumprimos os prazos federais que esta-belecem prazo máximo para tratamento do cân-cer, e vamos além: em seis dias o paciente passa pela primeira consulta, em quinze dias tem o tratamento iniciado, ou a cirurgia marcada. É um ganho de qualidade”, en-fatizou a diretora.

Caso da experiên-cia vivida no Centro de Referência da Saúde da Mulher (CRSM), mais conhecido como Hospital Pérola Byington. “Na unidade básica de saúde, a demora no atendimento pode levar dois meses. No nosso hospital, a biópsia e os exames comple-mentares são feitos muitas vezes no mesmo dia em que a paciente se consulta”, afirma Luiz Henrique Gebrim, diretor do serviço. Lá, são realizados 250 exames por dia, e mais de 25 mil mamografias ao ano. Gebrim ressaltou a importância da capacitação dos médicos, para que não peçam mamografias desnecessárias. “Muitas mulheres fazem mamo-grafia muito jovens. Temos uma média de 14 mil encaminhamentos desnecessários. E representam

vagas que poderiam estar sendo ocupadas por mulheres que realmente precisam”, disse.

GESTÃO DA ASSISTÊNCIAQuando Horácio Ramalho, diretor do Hospital

de Base de São José do Rio Preto, assumiu o cargo, a Funfarme (fundação privada sem fins lucrativos que gere todo o complexo) acumulava uma dívida de R$ 22 milhões. “Simplesmente não havia dados, existiam vários sistemas que não conversavam. Não conseguía-mos sequer traçar um diagnóstico”, contou. A opção foi pelo investimento na informatização. “Informati-zamos tudo, hoje somos a segunda maior rede da região. Do agendamento de consultas ao controle de

infecção hospitalar, é tudo online”, afirmou Ramalho. Existe um portal de compras para todo o complexo, painéis de indicadores e de custos hospitalares, wi-fi em toda a instituição, intranet, e serviço de SMS disparado pelo Hemocentro para possíveis doadores. “Nossos custos de Correio diminuíram, de telefonia fixa e móvel, de água e até de energia elétrica”, garante.

Com a economia, conquistada através de um verdadeiro choque de gestão, outras áreas puderam receber investimento, como a criação de leitos de cuidados paliativos para desafogar os leitos de UTI, a implantação de um modelo de segurança do paciente, o investimento em um centro de pesquisa

que possibilitou dobrar o número de estudos, e a melhoria das salas de aula da faculdade, que hoje possui, por exemplo, lousas digitais.

O ponto fraco do Complexo Hospitalar Soroca-ba, Interior de São Paulo, era a UTI. Uma situação caó-tica foi encontrada pelo médico intensivista Edwin Koterba. “Existiam 360 leitos e apenas oito de UTI. Uma sequência de concursos que não conseguiam atrair médicos para o serviço, pacientes entubados ficavam nas enfermarias, e na emergência tinha pacientes com sepse, em choque”, revelou. A saída encontrada foi terceirizar o serviço de UTI. “Em 57 dias saímos de oito para 27 leitos de terapia intensiva, levando em conta o espaço disponível. Passamos a

oferecer salário de mer-cado e a medir o desem-penho global do serviço”, resumiu o médico.

No Hospital Geral de Pedreira, houve um redesenho do serviço de urgência. Segundo o mé-dico Carlos Augusto Dias, a classificação de risco do paciente era inconsistente, gerando enorme espera. “Nossa classificação de Manchester, que é adap-tada ao Brasil, fazia com que os pacientes de alto risco sofressem uma espe-ra inaceitável. Tínhamos uma superlotação clássica, escala de plantão esbura-cada e até 60 macas nos

corredores”. O primeiro passo foi mudar o sistema de classificação de risco, do Manchester para o ESI (Emergency Severity Index). Também houve revisão do espaço físico e dos fluxos de atendimento, e revisão da remuneração, que passou a atender as expectativas dos médicos. Com o sistema ESI, tem sido possível atender mais pessoas em menos tem-po. “Reduzimos de 120 minutos para 80 minutos o tempo de espera. A taxa de desistência dos pacientes, antes do projeto, era de 20%. Agora, é de 14%. A literatura recomenda 2%, mas estamos trabalhando para chegar lá. Há seis meses, não temos uma maca sequer nos corredores”, comemorou Dias.

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NOVA DIRETORIA DA SBPC/ML TOMA POSSE

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SPA TRANSFORMAÇÃO DOS HOSPITAIS PSIQUIÁTRICOS

Há muitos anos os hospitais psiquiátricos vêm sendo parceiros do SUS, na medida em que acolhem doentes mentais graves, promovendo tratamento adequado, salvando vidas e proporcionando bem--estar ao paciente e familiares. Iniciaram um processo de qualificação a partir dos anos 90, se tornando ap-tos a prestar serviços de melhor qualidade. Na época, a maioria dos hospitais psiquiátricos era bem avaliada pelo PNASH – Programa Nacional de Avaliação dos Serviços Hospitalares, demonstrando o grau de matu-ridade adquirido na assistência aos pacientes. Os maus hospitais foram fechados e os que se adequaram às novas necessidades permaneceram na rede, dando conta de uma demanda que não para de crescer.

A melhoria do desempenho hospitalar era sempre um desafio a ser vencido, assim como a luta contra o preconceito por parte dos antimanicomiais, da mídia em geral e de servidores públicos alocados nas três esferas da gestão da saúde. A partir daí de-cidiu-se por não reajustar mais as diárias hospitalares, o que provocou a precarização dos serviços, que não tinham os valores de compra recompostos. Foi então criado o Grupo Suprainstitucional-GSI com partici-pação do SINDHOSP, Pró Saúde Mental e Fehosp, para respaldar e fortalecer as ações de interesse da categoria. Foram realizadas diversas incursões contra essa política asfixiante, nas áreas administrativa, política e judicial, a maioria sem êxito. Os hospitais fazem parte da atenção terciária da rede de atenção integral em saúde mental, mas não são reconhecidos como equipamento integrante da mesma, por parte do Ministério da Saúde.

Existe uma linha de pensamento mundial que defende a desospitalização e, consequentemente, a ambulatorização do paciente, por uma questão de custos e de racionalização. Se por um lado a política é de desinstitucionalização, por outro, há o aumento

Ricardo Mendescoordenador de Saúde Mental do SINDHOSP

da demanda pelo próprio crescimento populacional. Essa necessidade por leitos ocorre numa velocidade maior do que a da construção de meios alternativos e até mesmo substitutivos à da internação psiquiátrica. Outro motivo que pressiona pela necessidade de internar é o aumento da frequência e da comple-xidade dos casos de transtornos mentais. A falta de estrutura sociofamiliar também aumenta a situação de abandono dos pacientes nos serviços, o que acaba por descaracterizar o hospital psiquiátrico como um recurso para o atendimento de pacientes em situação de crise. Todavia, a política nacional de saúde mental vem fechando leitos indiscriminadamente sem, contudo, criar novas formas de atendimento na mesma proporção do aumento da demanda.

Com a diminuição das vagas nos hospitais, as emergências psiquiátricas ficam lotadas, mas esta não parece ser uma preocupação do gestor. A política por fechamento de leitos é mais contundente do que qualquer sofrimento que ela possa causar. Prova disso é o aumento absurdo de pacientes em situação de rua e no sistema prisional. A rede de atenção psicossocial, as chamadas RAPs, vão se delineando e o governo cada vez mais vai precisar menos dos serviços de internação integral. Nesse panorama, o hospital psiquiátrico precisa necessariamente rever sua missão, seus princípios e valores, pois a continuar atuando da mesma forma como vem fazendo há anos está fadado a encerrar as atividades num prazo não muito longo. A sustentabilidade do setor será garantida ao se abrir um leque de outras atividades, bem como na busca de novos clientes que estejam dispostos a pagar por isto.

As representações dos hospitais vêm tentando sensibilizar os dirigentes hospitalares a pensarem sistematicamente em como se adaptar aos novos tempos. Além da internação, há demanda por consultas eletivas realizadas por psiquiatra, psicólogo,

terapeuta ocupacional, demanda também por consultas de urgência em pronto-atendimento, programas de hospital-dia, oficinas terapêuticas, oficinas de trabalho, reabilitação, enfim, várias outras formas de realizar tratamento de qualidade além da internação. Há novos clientes a serem conquistados. Com as recentes edições de atos normativos da Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS, que garantem cobertura em saúde mental, as operadoras de planos de saúde se veem obrigadas a oferecer atendimento, abrindo aí também maiores chances de contratualização. Não é só a política governamental que anseia por novas formas de atenção, o próprio mercado, se é que podemos assim chamar, clama por isso. A transformação dos hospitais deve fazer parte do planejamento estratégico das organizações. Há luz no horizonte, precisamos estar sensíveis para as oportunidades que estão ao nosso redor. A evolução deve constar do nosso cotidiano, sempre no sentido de buscar soluções que só serão alcançadas com esforço e perseverança.

No último dia 6 de dezembro, a sede da SBPC/ML, no Rio de Janeiro, recebeu dezenas de convidados para a cerimônia de posse da presidente eleita para o biênio 2014/2015, Paula Fernandes Távora. O mandato começa em 1o de janeiro. O SINDHOSP e a FEHOESP foram representados pelo vice-presidente Luiz Fernando Ferrari Neto. Veja matéria completa no site do SINDHOSP – www.sindhosp.com.br

A partir da esquerda: Nairo Sumita (dir. Científico SBPC/ML), Luiz Fernando Ferrari Neto (vice-presidente do SINDHOSP); Paula Távora (presidente da SBPC/ML) e Gustavo Campana (dir. de Comunicação da SBPC/ML)

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Em dia

Evento

CLÍNICAS DO INTERIOR PARTICIPAM DE SEMINÁRIOS SOBRE ACREDITAÇÃO

FEHOESP E SINDHOSP PARTICIPAM DA HEALTH 2.0

Dando continuidade ao processo de sensibilização que marca a primeira fase do Projeto Bússola, mais de 150 ges-tores de clínicas de serviços de saúde do Interior do Estado participaram dos seminários sobre acreditação, organizados pela FEHOESP e pelo SINDHOSP. O Bússola objetiva facilitar a obtenção da acreditação por parte das clínicas.

Por se tratar de um projeto-piloto, a ideia é angariar cerca de dez clínicas que estejam dispostas a investir na gestão da qua-lidade. “Por enquanto temos duas clínicas que já estão inscritas e outras 38 prospectadas, o que é um número bem razoável”, acredita o vice-presidente do SINDHOSP e guardião do Bússo-

Realizado pela primeira vez no Brasil, a Health 2.0 reuniu, no auditório do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, nos dias 6 e 7 de dezembro, lideranças do setor para apresentar as experiências das startups na área da saúde, ou seja, empresas que nascem com o DNA da inovação, propondo novos mo-delos de negócios através da internet e da interatividade. A FEHOESP e o SINDHOSP foram apoiadores oficiais do evento, que foi organizado pela Empreender Saúde.

A abertura contou a presença do ministro da Saúde e de lideranças setoriais. “Incorporar tecnologia da informação em saúde é uma grande responsabilidade. O papel da TI é o de aproximar conhecimentos e encurtar distâncias”, disse o mi-nistro Alexandre Padilha, anunciando que o Ministério pagará banda larga para as unidades básicas de saúde e que mais de três mil municípios do país já aderiram ao núcleo de telessaúde.

O presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr, deu exemplo, durante sua explanação, das mudan-ças ocorridas na medicina no último século, seja na cura de doenças ou através de novas terapêuticas. “O nosso desafio é lidar com a inovação e acompanhar a evolução da tecnologia,

la, Luiz Fernando Ferrari Neto. Mais três seminários, que acontecerão em fevereiro de 2014, devem com-pletar essa fase de sensibilização, e serão realizados em São Paulo, São José do Rio Preto e Ribeirão Preto.

“Gerir qualidade pode ser o caminho para a sustentabilidade das empresas e do setor de saúde. Por isso desenvolvemos e estamos investindo nesse projeto”, lembra o presidente da FEHOESP e do SINDHOSP, Yussif Ali Mere Jr. As clínicas participantes têm um custo bem menor quando com-parado ao de mercado e outras facilidades que foram negociadas entre a FEHOESP, SINDHOSP, a ONA (Organização Nacional de Acreditação) e o IBES (Instituto Brasileiro para Excelência em Saúde).

As empresas que queiram aderir ao Projeto Bússola devem obedecer alguns critérios. São eles: serem sócias e/ou contribuintes do SINDHOSP e dos demais sindicatos; serem pessoas jurídicas legalmente constituídas há mais de um ano, com CNPJ, CNES, alvará sanitário e licença de funcio-namento; atuarem nas especialidades de clínica médica geral, alergologia, angiologia, cardiologia,

vascular, cirúrgica, dermatologia, endo-crinologia, gastroenterologia, ginecologia, infectologia, oncologia, ortopedia, otor-rinolaringologia, pediatria, pneumologia, urologia e vacinação; a estrutura da clínica não ser classificada como consultório; terem máximo de 45 a 50 funcionários; e preencherem e enviarem o “Questio-nário Preliminar do Perfil da Clínica”, com a ficha de inscrição, que são entregues durante os eventos. Mais informações pelo tel (11) 3331-1555, ramal 258.

seja na saúde pública ou privada, sem esquecer três aspectos fundamentais: o acesso, a qualidade e o custo. Nem tudo que é novo ou mais moderno é benéfico ao sistema de saúde ou ao nosso paciente. É preciso responsabilidade para avaliar cuidadosamente as novas incorporações para que elas tragam os benefícios esperados”, defendeu.

Uma pergunta bastante provocativa foi estampada nas camisetas dos organizadores do evento: “O que você faria se não estivesse com medo?” Para o superintendente corporativo do Hospital Sírio-Libanês, Gonzalo Vecina Neto, as novas ideias apresentadas no Health 2.0 servem para discutir um jeito diferente de atuar no setor de saúde. “Os desafios são contemporâneos. Temos que de-senvolver um novo modelo assistencial voltado para atender às doenças crônicas, um atendimento horizontal – e não vertical, ter um sistema que seja realmente universal e que gere igualdade social”.

Formar e treinar adequadamente os profissionais da saúde foi o foco defendido pelo ex-presidente da Associação Médica Mundial, José Luiz Gomes do Amaral: “A TI tem transformado a ciência e a ética, pois novos dilemas são diariamente apresentados. Mas a pior coisa que pode acontecer é uma boa tecnologia nas mãos de um médico ruim. Já tecnologia de ponta nas mãos de um bom médico pode operar milagres”, acredita. Dessa mesma preocupação faz coro o professor Rubens Belfort Jr, que no evento representou a Academia Brasileira de Oftalmologia. “Desperdiçamos tempo na for-mação dos nossos recursos humanos. Precisamos acabar com esse modelo acadêmico para sermos mais operacionais”, disse, defendendo que certas funções dentro do sistema de saúde não podem ficar restritas aos médicos. As apresentações das startups autorizadas estarão disponíveis no site da Empreender Saúde – www.empreendersaude.com.br – a partir do início de 2014.

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Os seminários em Santos (esq.) e Campinas

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Em dia

A SAÚDE NAS REDES SOCIAIS

Entramos no Facebook e combinamos um encontro. Chegamos ao lugar e fazemos check-in no Foursquare. Tiramos uma foto e postamos no Instagram. Compartilhamos no Twitter junto com uma dica sobre como foi a experiência. O mundo vive conectado e as empresas sentem a necessidade de acompanhar essa tendência. Na área da saúde não é diferente.

As redes sociais mudaram a forma como as pessoas se comunicam e se relacionam. Segundo dados mais recentes da Comscore, portal que mede a audiência na internet, já somos mais de 50 bilhões de usuários do Facebook, Twitter, Instagram e outras redes ainda desconhecidas no Brasil. Num meio ainda um tanto restrito, os portais de saúde, hospitais, laboratórios e outros órgãos da área tiveram – e ainda têm - de se adaptar às linguagens dos inter-nautas para utilizar as mídias em seu favor na hora de passar informações confiáveis. Tudo pode e está sendo feito de modo online, desde a marcação de consultas, acesso a resultados de exames ou mesmo dicas para o bem-estar e cuidados diários de saúde.

Um dos cases mais citados quando o assunto é saúde nas redes sociais é o do Grupo Fleury, que foi a primeira empresa do mundo a disponibilizar resultados de exames na internet. A presença e engajamento dos internautas com a marca atingem níveis que fazem dela um exemplo de como falar sobre tantos temas complexos no mundo virtual. No Facebook, a página do Grupo, que até o fechamento desta edição acumulava mais de 77 mil curtidores, aborda assun-tos de interesse geral e foca também na necessidade das pessoas cuidarem de sua saúde.

A experiência de sucesso surgiu diante de um problema: uma pessoa com grande número de se-guidores e de alta relevância em seu meio de atuação resolveu postar num blog uma reclamação sobre o atraso de duas horas na entrega de um exame que fizera usando os serviços do laboratório. Desde en-tão, a marca apostou em um monitoramento diário de informações, além de um gerenciamento de crise pioneiro: quando uma reclamação do Grupo é postada nas mídias sociais, profissionais de diferentes áreas entram em ação para reverter o problema.

“As redes sociais servem para gerir riscos, são uma ótima oportunidade para o fortalecimento da

feito por pessoas que já receberam ajuda do Hospital. A campanha feita pela Y&R foi premiada com um Leão de Bronze no Festival de Cannes de 2013. Em apenas uma semana foram alcançadas mais de 800 doações, o que corresponde a um aumento de 23%. Os vídeos também podiam ser compartilhados no Facebook e no Twitter.

O SINDHOSP também acompanhou essa ten-dência e, desde 2011, mantém uma conta no Twitter com posts relacionados a dicas de saúde, gestão, política, decisões governamentais e questões jurídi-cas da área. Reformulado em 2013, o Facebook do Sindicato conta hoje com mais de mil curtidores, um número ainda baixo, tendo em vista outras páginas de referência, mas a equipe de jornalismo do SINDHOSP trabalha diariamente para que as redes sociais possam contribuir para a propagação de notícias relevantes do setor. Ao longo de 2013 algumas campanhas es-peciais trouxeram visibilidade às páginas e atraíram os internautas para a interação com a marca SINDHOSP.

A primeira foi uma campanha de prevenção no “Dia Mundial do Rim”, comemorado em

13 de março. Com banners interativos, mensagens e dicas de prevenção e cuidados, o Facebook do SINDHOSP alcançou mais de 300 opções “curtir”, 5 mil visualizações às postagens feitas e aumentou, em um só dia, 60 seguidores. Durante a Hospitalar Feira e Fórum, em maio, a equipe de jornalismo trabalhou todos os dias da feira com cobertura em tempo real dos congressos e demais eventos. As publicações alcançaram qua-

se 10 mil pessoas ao longo dos quatro dias, além de atrair novos seguidores em suas páginas.

Com galerias de imagens e notas curtas sobre todos os acontecimentos, foram geradas 280 curtidas espalhadas em 44 postagens da feira, representando um aumento de 50% de público perante a semana que antecedeu a Hospitalar.

Aos poucos o SINDHOSP vem crescendo na internet e este trabalho só é possível graças à colaboração dos seguidores, parceiros e as-sociados, que diariamente apresentam ideias e dicas para deixar as redes sociais ainda mais interessantes ao público. E você, já curtiu e seguiu o SINDHOSP online? Acesse www.facebook.com/sindhosp.sp e www.twitter.com/sindhosp e fique por dentro das novidades do setor da saúde!

marca e o aprimoramento dos serviços. Ao longo destes anos descobrimos que podemos interagir com nossos clientes agregando valor às nossas marcas. Fleury e a+, por exemplo, atingiram níveis excelentes de engajamento no ambiente online com posts diários sobre temas relacionados ao bem--estar, saúde e lazer”, afirma William Malfatti, diretor corporativo de Marketing, Relações Institucionais e Intimidade com o Cliente do Grupo Fleury.

Numa parceria com a SEO Marketing, o Hospital Infantil Sabará também se tornou referência nas mídias sociais quando o assunto é saúde da criança. O projeto começou em 2009, com um blog que repassava dicas de saúde, comportamento e bem-estar aos papais e mamães de plantão. Com conteúdo relevante e boas estratégias de marketing, a instituição acumula 231 mil seguidores, entre sua página do Facebook e a conta do Twitter. Segundo Celso Ruggiero, diretor geral

do Sabará,

a experiência de sucesso começou com a intenção apenas de melhorar o site da instituição. “Hoje há comprometimento e paixão nessas ações”, ressalta.

Em outro ponto, a tecnologia vem auxiliando a saúde na criatividade. Neste ano, o Hospital das Clínicas de São Paulo procurou ajuda de uma agência de publicidade para realizar uma campanha diferente de doação de sangue. Com pouca verba disponível, a agência utilizou a tecnologia QR Code a favor: cada doador que se apresentasse voluntariamente ganhava, no local, um adesivo com o código para leitura em smatphones e tablets. Esse adesivo so-licitava um check-in no Facebook e, em seguida, o doador tinha acesso a um vídeo de agradecimento,

COMO AS EMPRESAS ESTÃO SE ADAPTANDO PARA ATINGIR SEU PÚBLICO-ALVO

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