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ASPECTOS H ISTÓRICOS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

( Anthonom us grandis Bohernan)

Campina Grande - PB 1984

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Bpresa Brasileira de Fesquisa Agmpecu&ia - M R A P A Vinculada ao Ministério da Agricultura Gentm Nacional de Pesquisa do Aigodão - CNPA Campina Grande, ~araiTba

ASPECTOS HI ST~RICOS 00 BICUDO DO ALGODOEI R 0 Unthaamus guma0 lM#ltml

Centro h k i d & Pesquisa do Algodão Ccmpina Grande-PB

1984

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Tiragem: 2.000 exemplares

Carnitê de Publicação Pres. Jok Ribeiro Crisõstanw, Sec. Pedm Naia Guimarães

W r o s Eltan Oliveira &s Santos Nãpoleão Esberard de M. Beltrão ~ívia Marta Soares Canes Orozimbo Silveira Carvalho

Fmpresa Brasileira de Pesquisa ~gropedria. Centro Nacional de 'Pesquisa do Algodao, Campina Grande, PB . Aspectos históricos do bicudo do algodoeiro (An

t~~ grcmdz's, Bohenan) por Maurice Jamç Luke fahr , Sebastião Barbosa e Rainrndo Braga Sobrinho: Campina Grande, 1984.

8 p. (EMRAPA-CNPA. Documentos, 28) 1. AZgodão - Pragas - Ricudo. 2. Anthunmus gran

d is Bcheman. I. Lukefahr , Maurice J ~ T W S . colab. Ir Barbosa, Sebastião, colab. III. Braga Sobrinho, Rai - mundo. colab. IV. ~ í t u l o . V. Série

ÇpD 633,512

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ASPECTOS HIST~RICOS DO BICUDO DO ALGODOEIRO

O b i cudo do algodoei m (~nthonormcs pm&8, Bohman, Co leoptera: Curcul i onidae) provavelmente f o i c01 etado pela prí niei ra vez entre 1831 e 1835. O famoso coleopterologistã francês Chevrolat, patrocinou una expedição de coleta ao Mé x i co. consti turda pelo entmlogis ta Vasselet. pela entanolõ gista Sal le e seu fi 1 ho Augusto. A expedição chegou ao PO; t o de Coatzacoalcos em 1831, permanecendo no S x i c o até 1834 ano em que retomou à Europa, partindo do Porto de Tampico, apõs coletas de besouros. efetwdas nas zonas costeiras do Estado de Vera Cruz.

Nos registros fe i tos pelos membros da expedição constava apenas a locali dade Vera Cruz, sem nenhuma menção ao hospe dei ro, em que o b i cudo fui coletado. Após o retorno da expe d i ção à França, Chevrol a t enviou os- b i cudos eara o especi ã lista swco Boheman, que publicou sua descriçao em 1843, se6 do esta rnantida cano a uni ca publicação acerca do inseto ate' 1880, quando o bicudo f o i encontrado danificando algodão cul ti vado perto de Moncl ava, Estado da Coahui 1 a, no %xi co. L; go em segui da, o i nseto f o i re istrado atacando a1 godoais em vári as regiões produtoras do dxi co. causando séri os prejuy o

ZOS , Gn 1892 o bicudo iniciou sua invasão ã zona algodoeira

dos Estados Uni dos, sendo detectado em algodoais prõximos à c1 dade de Browmvi 1 le , no Estado do Texas . Em poucos anos. espalhcu-se para o sudoeste desse país , abrangendo qrande parte do c i nturão do a1 godão, trazendo graves consequenci as econÔmicas e sociais, bem documentadas na literatura algodo e i ra americana. Sua disseminação continuou não só nos EUA; mas em outros parses do continente americano, e o mais recen

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te registro f o i no Brasil, em fevereiro & 1983. *

Os primeiros pesquisadores que trabalharam com o bicudo imagl naram que os algodoeiros perenes do Mexi co e da A6ri ca Central ser1 am seus hospedei ros primãri os. Eram suposições baseadas no fato de o bicudo não ter sido encontrado. ate en tão. em pi antas que não pertencessem ao gênero m8sypiun: Na verdade, há evidências suficientes a indi car que a associ

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ação entre Aw e &88&t0~ tenha ocorrido talvez 6 apenas 100 anos Senão, observeinos bem a discussão que se segue,

Em 1513, quando os espanhóis conquistaram o Mexiw. os Tndi os ktecas produzi m mai s de 50 m i 1 toneladas de .a1 godãu anualmente (Raniey, 1966). Todo aquele algodão era provavel mente oriundo de a1 odoei ros perenes, ainda encontrados e i algmas partes do g x i c o . Parece impossível que tanto algo dão pudesse ser produzido m plantas perenes, se o bicudo e3

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tivesse presente já naquela época. Entre 1800e 1850houve inúmras introduções de ge-

p l asma de a1 godão mexi cano para os programas amri canos de ml horanento gen6ti co das atuais cultivares anuais (Moore, 1 956) . E I ógi co i magi nar que os botãni cos encarregados da busca de gemolasma de algodão no México tivessem notado o dano ocasionado 5s plantas pelo bicudo, caso este inseto jã estivesse relacionado com a r e fe r i da planta.

Chama grande atenção o 1 ivm *E1 Algodón em 6 x i coM, de Ruiz e Sandoval, publicado em 1884, que l l s ta as grandes re giÕes produtoras de algodão do País e dá infomaçoes detalhã das sobre rendimntos, qualidade de f ibras e prciblemas causa dos por pragas e doenças. Em nenhuma parte do 1 i v r o os autõ res mencionam a presença de qualquer inseto que possa asse melhar-se ao bicudo ou se reportam a qualquer dano parecido cm aqueles causados pela praga em consideração. A natureza dos - danos causados torna quase imposs'ivel que a praga escape a atenção dos pr6pv-I os cotoni cul tares . A não c i taçao do b i cudo no l i v r o de Ruiz e Sandoval pode ser unia grande i ndlca

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çâo de que, na época de sua publicação, o inseto ainda nao causava danos ao algodaei ro.

Ate' 1952 não havia registro da ocor6ncia de infestaçks naturais de blcudo em plantas 'que não pertencessrm ao gênero Gzssypiun. Foi quando SzmkowSkl(1952 e 1953). na Venezuela detectou o inseto infestando duas espécies de mlvãceas do gênerv, C5enwgosia. Hoje, sabe-se que o b i cudo se desenvol ve em o i t o especies de ~ h e s p e d ~ (Cmss e t at 1975). ~ s t a s plantas. entretanto. não sao consideradas de grande importãn c i a na distribuição e manutenção do bicudo, una uez que s6 apresentam i nfestadas apenas quandovegetam nas praximi dades de '1 avouras de a1 godão .

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h 1966, o Dr. Paul Fryxell, botânico da Divisão de Pes quisa Fitotecnica do Departamento de Agricultura dos Estado; Unidos. Iniciou uma revisão de outms gêneros da f d l i a mZ uaoscre, próximos a ~oasypim. Encontrou ma grande afinidá de entm o gênero Rmpa . da família B m b u c c ~ o e a e e o gêner6 taes&m. Após alguns estudos, fi cou patente que o gênero B ~ Q estava mal colocado na f d l i a Bmbã~ad~ae. passando a pertencer à famTlia ~atvuroeoe. Pesquisando os locais de coletas dos espécines em herbário, o Dr. Fryxcll notou que a espécie R. mtA& ocorri a nae msnias 'áreas onde a expedi ção francesa cpletara o bicudo entre 1831 e 1834. Esta sus pe i ta mot i vou sua v i s i t a . em setembro de 1966. a vãrias 56 as no Estado de Vera Cruz, onde H. nutr*t&tz foi encontrada em grande incidência. Os arredores das cidades de Coatzoco alcos. Sand Andres. Tuxtla e Martinez de Ia Torre aprese; tavam-se com a1 tas populações de H-&. Un exame real izadõ nas plantas encontradas nos locais acima referi dos acusou i n festações do b i cudo. As plantas de R a m p a local i zadas p 6 x f mo a Martinez de l a Torre apresentav@n-se com vrande nÚm6 de insetos, apesar de o plant io mais ~ 6 x i r n o de algodão es tar a mais de 200 h de distância. Wao houve düvidas. por tanto, de que o bicudo conseguia manterse em metz tota? mnte independente de ~ossyp im para sua sobrevivenci a e mu1 I t i p l icação.

R. nutf i& é ma planta que vegeta em abundância em en costas, ao lado de certas e outras localidades, com pouca i n terferencia humana. As ãrvores, que chegam ã a i tura de 12 metros, são diõicas e as plantas masculinas produzem abundan tes botões nos pontos de crescjnier.to dos galhos reprodutí vos. h pequeno ga1 ho aval i ado aoresentou 236 botões f i 6 rais, 8 flores e, no mTnimo, 39 f lores já haviam secado e cá Tdo. A planta feminina produz h mnos botiks florais que aniascullna, com uns floração bemmais tardia. As cápsulas th M di h t r o de 2.5m e precisam de 5 mses para sua com pl eta maturação. A parte temi na1 do funTculo da semente expande-se em arilo. que c o n t h unia substiincia adocicada e atrai vári as espéci es de pássaros. Aparentemente, os pãssa ms canem as senientes, mas apenas o ari 10 Q digerido, exp6 lindo as semntes com as fezes. Parece que ecte é un mecã nism eficiente de dispersão das plantas. una vez que são e i contradas plantas novas ao longo & cercas e 1 i nhas de árvi I

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duto a1 cansou no mrcado mundI a1 . A União, tendo bloqueado os portos confederados, dificultou a sarda de algodáo dos Es tados sulistas para a Inglaterra, onde o preço da f i b r a aT cantou 3 dólares por 1 i bra-peso. Aquele preço, a1 tamnt6 compensador, motivou o Méxido a expandir sua área plantada, o que levou o algodoeiro paraáreas onde existiam ~ m p a e o b i cudo. estabelecendo-se, a í , b h rel aci onamnto entre o i 9 seto e seu novo hospedei ro monói co. Apõs a aqui sicão de no vo hospedeiro, o inseto pode estender sua distribuição mui t6 a l h da área ocupada por B-a, para outras ãreas plantadas can algodoeiro, inclusive outros paises .

t6 16 espécies de B m p ~ no 6 x i c o . na Mrica Central e norte da AmGrica do Sul. E interessante notar que a d i s t r i - buição de Bampea nessas ááreas é a msma do bicudo.

A teoria de que o bicudo tenha se associado ao algodoei ro apenas há pouco mais de um sécuco, náo tem aceitação unâ nim. Warner & Sni t h (1968) encontraram un bicudo dentro d5 uma masã de algodoeiro em uma escavação levada a efeito na caverna Gui l a Naquitz, próxima à cidade de M i t l a. no Estado mexicano de Oaraca. Aquela rnaçá fo i encontrada na camada A, cuja data de colocação f o i estimada em 900 anos d.C. Entre tanto. i s t o foi uma suposição apenas, baseada na idade de c6 râmi cas encontradas no mesmo 1 oca1 , uma ver que nem a maçã nem o bicudo foram datados através de carbono 14. Além d i s so, aquela ãrea do Estado de Oaxaca é habitada por ratos d6 campo que apwsentam o comportamento t r p i co de esconderem ob jetos, podendo eles terem escondjdo a maçã de algodoeiro nã camada A, em data muito recente. Na verdade, vários cientis tas examinaram a maçã encontrada na caverna e não detectarai nenhum s inal de deterioramento da f i b r a e todas as evidênci as fisi cas indicaram que tanto a maçã quanto o b i cudo al i t6 r i a m s i do colocados mui t o wcentemente. Outra indicação é i de que a maçã encontrada era do mesmo t i p o de algodão que ho j e plantado, mesmo em fundos de quintal . naquela área do Méxi èo .

Na ausência de dados mais conclusivos, a autenticidade do materjal encontrado em Oaxaca deve ser guestionado e por I s s o não ê suficiente para descartar a hipotese de que H m p o f o i O hospedeiro original do bi cudo e que sua assodaçãõ cm o algodoei ro ocorreu apenas há pouco mal s de um s~culo.

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LITERATURA CITADA

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