L a - Midnight Breed 11.5 - Marcado Pela Meia-Noite (Rev PRT)

8/12/2019 L a - Midnight Breed 11.5 - Marcado Pela Meia-Noite (Rev PRT)

1/82

Lara Adrian - Midnight Breed 11.5

Marcado pela Meia-Noite


2/82

Determinado a resolver uma srie de assassinatos brutais em Londres, o

guerreiro vampiro Mathias Rowan forado a buscar a ajuda de Nova, uma

impetuosa tatuadora que acende uma pai!o inesperada, mas ineg"vel, no

sombrio eecutor da #rdem$

%one&es e talentos obscuros de Nova podem ser a melhor esperana de

desmascarar um inimigo traioeiro de Mathias$$$ mas, se apaionar por uma

mulher com seu perigoso passado, colocar" em risco os cora&es e as vidas de

ambos$

2


3/82

CAPTULO 01

O cu noturno sobre Londres estava espesso e sinistro, carregado comnuvens escuras ainda remanescentes da chuva torrencial da noite. O aguaceiro

durou por horas, levando em busca de abrigo a maioria dos moradores da cidade.Era uma vantagem que Mathias Rowan e os trs outros guerreiros da Ordem

que o acompanhavam na patrulha hoe ! noite tiveram pleno uso, conhecendo ocovil de vampiros que locali"aram em #outhwar$ na semana anterior, era quasecerto estar ocupado em meio ! tempestade.

Enquanto Mathias nunca achou uma coisa %&cil matar sua pr'pria espcie, oninho de renegados viciados em sangue ocupando o edi%(cio de tiolosabandonado teve que ser e)terminado. * cole+o de ossos humanos ogados emuma pilha na sala de tr&s do covil nauseabundo tinha sido usti-cativa mais doque su-ciente para as e)ecu+es dos renegados.

Ror/ 0allahan, o guerreiro atr&s do assento do passageiro no Ranger Roverpreto da Ordem que Mathias ocupava, soltou um uivo. 1 orra, aqueles %oramalguns doentes, %odidos sedentos de sangue.

*inda verde e principalmente est3pido sobre a vida, 0allahan se inclinoupara %rente, sorrindo, as pontas de suas presas ainda vis(veis por tr&s de seusl&bios, evidncia da %3ria na batalha que os dominou durante o ataque. 0omomais ovem na equipe, ele no viu su-ciente morte ou violncia ainda para

entender como cada macho da Ra+a estava a um passo da loucura que elesencontraram hoe ! noite.

4o lado de 0allahan, no banco de tr&s, 4eacon, o terceiro membro daequipe e)alou um solene palavro bai)o.

1 Eles estavam matando por um tempo. *inda bem que n's os incineramosantes que -cassem cansados de drenar as pessoas desabrigadas e se mudassempara o bairro residencial onde as pessoas so h&beis em notar a diminui+o doseu rebanho.

Mathias grunhiu em acordo.

*penas Liam 5hane, o guerreiro da Ra+a ao volante do ve(culo em altavelocidade, no disse uma palavra desde que eles -"eram seus neg'cios edei)aram o covil.

Mathias conhecia o macho h& mais de duas dcadas, quando ambos eramparte de uma di%erente, e desde ento dissolvida, organi"a+o de policiamento

6


4/82

para a Ra+a. Mathias tinha servido como diretor em 7oston, em seguida, e 5hanetinha trabalhado em opera+es principalmente secretas em toda a Europa e Reino8nido.

Embora ningum amais %osse chamar o corpulento vampiro de cabelopreto, ovial, essa noite 5hane parecia mais pensativo do que o habitual. Mathias

olhou para ele do assento do passageiro. O cabelo comprido de 5hane estavarecolhido em um rabo na nuca, acentuando o corte severo de suas ma+s dorosto e mand(bula dura. Ele olhava para %rente, sem piscar, com %oco na estradaque seguia escorregadia pela chuva, ! margem do 59misa.

1 Eu conhecia um deles, 1 seu olhar sem piscar, nunca dei)ando aestrada, 1 ele era um bom homem uma ve"... meu primo, :acob.

O ve(culo -cou em silencio com a admisso de 5hane, nada alm do ru(dodo motor do Rover e do vento noturno que soprava do rio golpeando as anelas.

Mathias no o%ereceu desculpa ou simpatia. 5hane no procuraria por issomais do que ele mesmo. Eles eram guerreiros. Eles tiveram um trabalho para%a"er e o -"eram, no importando o quo desagrad&vel.

;o importando o quo pessoal.

Mesmo em circunst9ncias normais, a usti+a da Ordem era r&pida e -nal,quando se tratava de lidar com os assassinos doentes entre a Ra+a. *-nal decontas, tinha passado apenas vinte anos desde que a Ra+a %oi e)posta para ahumanidade ao redor do mundo em um ataque maci+o de renegados. 4i"er que

as rela+es homem


5/82

era uma recente onda de violncia de gangues que tinha alimentado as &guasescuras do rio 59misa com meia d3"ia de corpos, na semana passada.

? medida que o Rover seguia por 7an$side, em #outhwar$, Mathias notouum grupo de ve(culos da policia descendo a beira do rio.

1 0risto, 1 ele murmurou. 1 are+a que a :8#5@# est& pescando outrocorpo na &gua.

1 Aoc quer ir at l& e dar uma olhadaB 1 5hane perguntou.

*o seu aceno de cabe+a, o grande guerreiro saiu da estrada e dirigiu emdire+o ao pequeno grupo de o-ciais humanos e da Ra+a que serviam aoEsquadro de Cor+a 5are%a, iniciativa da :unta de #eguran+a 8rbana.

Eles estacionaram na peri%eria da a+o e caminharam at a cena do crime.Cei)es de lu" triangulares per%uravam a escurido da linha da costa, brilhando

sobre a &gua onde um pequeno barco a motor estava se apro)imando. 8m par deo-ciais com equipamentos de mergulho sentado na popa, um obeto grande,im'vel, envolto em uma lona clara em seus ps.

Mesmo a partir de v&rios metros de dist9ncia, os sentidos da Ra+a agu+adosde Mathias lhe permitiram ver e cheirar, o ser humano morto que haviam retiradoda &gua.

1 Eu teria pensado que a Ordem tem coisas melhores para %a"er do quepercorrer os bairros pobres em #outhwar$.

Mathias virou sua cabe+a na dire+o da estrondosa vo" de bar(tono brit9nicado o-cial da :8#5@# no comando.

Davin #loane era da Ra+a, um macho imponente, de ombros largos, comcabelo loiro escuro e penetrantes olhos a"uis. Ele se apro)imou paracumprimentar Mathias e sua equipe com um aceno de cabe+a e um sorrisopronto.

1 #e no %ssemos amigos de longa data, eu poderia ter que lembrar avoc que n's chegamos aqui primeiro, ento a %esta nossa.

Embora a rela+o entre a Ordem e a :8#5@# ao redor do globo era vigiada,na melhor das hip'teses, #loane parecia entender, como Mathias, o valor de seter aliados atravs das %ronteiras territoriais. Eles tinham compartilhadoin%orma+es de casos, de tempos em tempos, ao longo da 3ltima dcada ouassim, e tinham desenvolvido respeito um pelo outro que ia alm de seusempregos.

F


6/82

;o ano passado, quando #loane -nalmente aceitou sossegar e tomar umacompanheira, ele convidou Mathias para a recep+o %amiliar que aconteceu em4ar$haven. Mathias no sabia quem estava mais nervoso com a presen+a de ummembro da Ordem na celebra+o, se a 0ompanheira da Ra+a de #loane,Gatherine, ou seus irmos o-ciais da :8#5@#.

O sorriso largo de #loane no vacilou quando ele bateu no ombro deMathias em sauda+o e olhou para o conunto de l9minas de tit9nio e armas de%ogo semiautom&ticas nos coldres dos guerreiros para o ataque noturno.

1 *lguma coisa sobre a qual a :8#5@# precisa se preocuparB

1 ;o mais, 1 Mathias disse. Ele gesticulou para o corpo sendodescarregado na margem do rio. 1 *lguma coisa sobre a qual a Ordem precisa sepreocuparB

#loane balan+ou a cabe+a. 1 #' outro escaravelho morto.

* observa+o se re%eria ! tatuagem que cada uma das recentes v(timas daguerra de gangues tinha em comum. Essa morte trou)e a contagem de corpospara sete. Embora no %osse incomum achar um cad&ver nos 6>2 quilmetros derio que os cuspia em uma mdia impressionante de um por semana, o 59misaestava subitamente engasgando com membros de uma desconhecida, masaparentemente letal, nova gangue.

Mathias e sua equipe seguiram #loane at a recupera+o em processo. 5rso-ciais da :8#5@# i+aram o corpo envolto em lona at a beira de concreto do rio. ?

medida que o cad&ver %oi colocado na terra, o pl&stico caiu, revelando um grandemacho humano.

1 0orpo sem identi-ca+o, 1 #loane disse. 1 Aamos veri-car suasimpresses, mas se esse caso seguir os outros seis que estamos processando,esse cara provavelmente no tem uma -cha criminal tambm. *lm da tatuagemcomum em todas as v(timas, no temos muito para seguir em %rente.

O homem morto estava vestido com roupas escuras, encharcadas, seu rostosevero, %eio, p&lido at a morte, contrastando %ortemente contra a cor

avermelhada de sua barba e o cabelo ruivo desgrenhado. Em seus b(ceps, sob asmangas curtas de sua camiseta manchada de sangue, uma srie de tatuagenspercorria o comprimento de seus bra+os musculosos. O escaravelho %eito nascostas de sua mo direita, a mesma marca e posi+o como nos outros seishomens assassinados.

#loane dispensou seus o-ciais da :8#5@# com um aceno curto quandoMathias se apro)imou do cad&ver, estudando suas leses. Os %erimentos m3ltiplos

H


7/82

salpicaram o pesco+o grosso e o t'ra) de barril, per%ura+es pro%undas, muitosdelas concentradas em grupos pr')imos.

Ele %ran"iu o cenho. 1 *s outras v(timas %oram pu)adas para %ora do rio combalas em suas cabe+as. Esse cara %oi apunhalado com alguma coisa.Repetidamente, e com uma %or+a in%ernal. Ou pai)o.

1 Morto morto, 1 0allahan murmurou ao lado de Mathias e do resto daequipe. 1 5alve" sua morte %osse para enviar uma mensagem mais convincentedo que as outras.

#loane deu ombros. 1 I poss(vel.

1 O 3ltimo corpo surgiu h& dois dias, 1 Mathias recordou. *pesar da 'bviacone)o com os outros, algo no parecia certo sobre essa v(tima. Ele olhou para a&gua escura do rio 59misa, ainda revolta pela tempestade anterior. * correnteestava pu)ando %orte na escassa lu" da lua, que mal penetrava a densa coberturade nuvens pesadas. 1 ara onde a mar est& correndoB

1 Cora, 1 4eacon respondeu.

Cora de Londres, ento, em dire+o ao Mar do ;orte.

O olhar pensativo de 5hane disse que tambm estava seguindo a linha deracioc(nio de Mathias. 1 *lgumas voltas a mais e a mar teria levado essecad&ver para o mar aberto. Ele no %oi ogado no rio, enquanto os outros %oram.

1 0om base na condi+o do corpo, 1 #loane interrompeu, 1 n's noesperamos que esse pobre coitado encontraJse morto ! vinte e quatro horas. 1Ele encontrou o olhar de Mathias com um olhar de preocupa+o. 1 Aoc sentealguma coisa %ora do comum aquiB

#eu amigo no estava %alando de palpites de investigador ou provas%orenses. #loane estava %amiliari"ado com a capacidade e)trassensorial deMathias.

5odo vampiro da Ra+a e toda %mea companheira meio humana nasceu comum dom 3nico de percep+o e)trassensorial ou telecinese, alguns deles mais

3teis do que outros. *lguns desses dons eram muito obscuros, mais umamaldi+o.

Mathias estava em algum lugar no meio, embora dada a sua escolha depro-sso, a habilidade de captar os tra+os ps(quicos de violncia dei)ados paratr&s em uma cena em que o dano %oi %eito em algum, lhe deu uma vantagemsobre a maioria dos outros agentes da lei.

K


8/82

*inda assim, ele no tinha certe"a do que %a"er com o corpo de hoe ! noite.1 Eu no sinto nada de anormal aqui, mas isso s' signi-ca que o assassinato noocorreu nas pro)imidades.

1 Mas voc saberia se %osse, 1 #loane instou.

Mathias assentiu. 1 * violncia dei)a uma marca ps(quica em um lugar, damesma %orma que um golpe %(sico dei)a uma contuso. O truque encontr&Jlaantes que ela desapare+a.

8m dos homens de #loane chamou por ele do outro lado do caminho. Elelevantou a mo em reconhecimento, mas manteve o olhar treinado em Mathias.7alan+ando a cabe+a, ele soltou uma risada. 1 Eu te digo, Rowan, a vida no usta. Meu melhor truque de magia a capacidade de amarrar um n' demarinheiro decente sem usar as mos. 8m dom como o seu, eu teria conseguidoser promovido a 0omiss&rio da :8#5@# agora. Em ve" disso, estou preso

ensacando e etiquetando a esc'ria na merda desse lado da cidade.Outro ve(culo entrou em cena, e o o-cial parceiro de #loane gritou por ele

novamente. 1 :& era sem tempo, o mdico legista apareceu, 1 ele murmurou. 1Eu tenho que ir lidar com isso. uanto a voc e sua equipe, sei que no precisodi"erJlhe que a presen+a da Ordem aqui vai dei)ar algumas pessoasdescon%ort&veis e inquietas.

Olhares ansiosos estavam vindo da unidade de o-ciais humanos, da Ra+a edo legista recmJchegado. Mathias resmungou. 1 Eu pensei que descon%ort&vel e

inquieto eram um procedimento operacional padro para vocs :8#5@#.#loane sorriu. 1 #e virem qualquer coisa, me avisem, simB

1 0laro, 1 Mathias concordou. 1 4eus sabe que voc precisa de toda aauda que puder conseguir.

0om uma risada bai)a e a sauda+o de um dedo, #loane se virou e saiupara se untar aos seus colegas.

1 Aoc v toda a tinta sobre esse caraB 1 disse 4eacon, quando osguerreiros estavam so"inhos com o corpo. 1 Ele est& ostentando algumastatuagens e)tremamente elaboradas.

Mathias olhou para a obra de arte elaborada, palavras %rias e s(mbolosenigm&ticos. Os signi-cados de algumas eram bastante %&ceis de compreender,indicadores sinistros da contagem de morte e carni-cina, e)alta+es, descri+essangrentas de violncia e morte.


9/82

Ele pegou seu comunicador e tirou algumas %otos r&pidas do morto e suacole+o de arte corporal.

erscrutando mais perto, Mathias notou algo interessante sobre uma desuas tatuagens.

1 Olhe para a cru" celta em seu antebra+o esquerdo. * estrela de seispontas por tr&s est& %resca.

1 E s' pela metade, 1 5hane acrescentou, olhando para a peleavermelhada e com tinta preta.

Mesmo incompleta, a estrela era complicada, e)ecutada por uma moaltamente quali-cada e por um olho art(stico para o detalhe.

1 Espero que o est3pido %odido no tenha pagado tudo pela metade de umtrabalho, 1 0allahan brincou sem eito.

;enhum dos guerreiros riu unto com ele. 5hane e 4eacon estavam olhandopara Mathias com o mesmo lampeo de possibilidade.

1 *lgo no est& certo sobre toda essa situa+o, 1 disse Mathias, pensandoem vo" alta. 1 #eis membros mortos de uma gangue que ningum nunca ouviu%alar, agora um stimo corpo aparece dias depois. or quB

0allahan deu de ombros. 1 Dangues matam uns aos outros o tempo todo.#e voc me perguntar, devemos dei)&Jlos seguir em %rente e agradecerJlhes pornos poupar do problema.

O garoto tinha ra"o, ainda que errnea. E perigoso, alm disso. #e umagangue tinha ideias sobre tra"er sua guerra na cidade de Mathias, sob vigil9nciada Ordem, eles precisam pensar de novo.

E algo o estava incomodando sobre os assassinatos, antes mesmo de esse3ltimo corpo ser retirado do rio 59misa. *lgo que ele no conseguia colocar odedo na %erida ainda. Ele precisava de mais in%orma+es. arecia para ele, que omelhor lugar para come+ar essa busca era o lugar onde o corpo de hoe pode terpassado algumas das suas horas -nais.

1 Onde quer que ele tenha esse trabalho iniciado %oi provavelmente um dos3ltimos lugares que algum o viu vivo, 1 Mathias disse. 1 Eu quero achar essaloa de tatuagem. 0omo em, hoe ! noite.

4eacon lan+ou um olhar ctico em sua dire+o. 1 Londres est& cheia deloas de tatuagem. ;'s estaremos procurando pela proverbial agulha em umpalheiro.

N


10/82

1 odemos eliminar as armadilhas para turistas e est3dios de ca+adores decelebridades logo de cara, 1 5hane disse. 1 Esse cara %oi para o verdadeironeg'cio. Em algum lugar que ningum iria levantar uma sobrancelha, se umbandido como ele entrasse.

Mathias concordou. 1 0allahan, leve o Rover de volta ! base. 5hane e

4eacon, n's vamos cobrir mais terreno se nos separarmos, cada um de n'svasculhando a cidade uma &rea de cada ve".

Ele virou a cabe+a rio acima, contra a corrente que teria levado o corpo parao mar antes do tempo. * &rea menos pr'spera da cidade de #outhwar$ pairava !sua volta, os edi%(cios escuros em contraste com um cu noturno ainda maisescuro.

Ele supunha que era um lugar to bom para come+ar como qualquer outro.

P


11/82

CAPTULO 02

O "umbido da m&quina de tatuagem vibrou atravs dos dedos enluvados de;ova enquanto ela %echava a linha delicada de uma teia de aranha no peitoral

esquerdo do seu 3ltimo cliente da noite.O desenho um dos %avoritos de muitos que vinham ao Est3dio de O""/,

em #outhwar$, homens e mulheres que conheceram nada alm de lutas emomentos di%(ceis, at mesmo uma longa temporada na priso, como o homemde meia idade sentado na agora cadeira de ;ova.

*s pessoas que %requentavam a loa, um lugar pequeno e simples, no iriamganhar prmios humanit&rios ou as chaves da cidade, mas a maioria deles erampessoas de bom cora+o.

Roupas e)travagantes e grandes manses, brilhantes, no tornam ningumbom. ;ova sabia disso desde muito ovem. Levou mais tempo para reconhecerque havia um monte de gente boa andando por ai com tatuagem por toda suapele e quilmetros de caminhada dura em seus olhos cansados.

O""/ tinha audado nesse aspecto.

;ova olhou para ele, assoprando para a%astar o cabelo com um corteassimtrico, tingido de preto e a"ul que caia em seu rosto ! medida que elatrabalhava. O velho tatuador, magro e grisalho, que era dono da loa, estava

curvado sobre sua mais recente cria+o, sua mo ossuda manchada pela idadeto -rme como uma rocha.

O" estava concentrado no desenho por mais de trs horas agora, um artistade setenta e dois anos de idade trabalhando meticulosamente, com reverncia,como Michelangelo na 0apela #istina. O desenho de O""/ hoe ! noite %oiconcebido magistralmente, tatuagem no bra+o de um e)Jpresidi&rio que perdeu oseu 3nico neto para o c9ncer no -m de semana retrasado.

? mo, O" meticulosamente reprodu"iu o rosto sorridente da crian+a,colocando as %ei+es dela na imagem terna de um duende alado, brincandoalegremente na Qoresta g'tica proibida, que & e)istia no bra+o do homem.

Enquanto O""/ limpava a tinta escorrida e o sangue dos 3ltimos detalhes, oovem aprendi" da loa aproveitou a oportunidade para parar de limpar osequipamentos e dar uma olhada. O rosto sardento de nove anos de idade deEddie se iluminou quando ele viu o proeto acabado.


12/82

1 ue porra incr(vel, O" 1 O esperto menino de rua e)clamou. O""/ pegouo e)Jdelinquente uvenil no ano passado, da mesma maneira que pegou ;ova h&uma dcada. Eddie sorriu com os dentes tortos e um l&bio %erido de uma brigarecente na escola. 1 0ara, eu no posso esperar at que voc me dei)e ter minhapr'pria cadeira e %erro.

1 E eu no posso esperar at que voc limpe o dep'sito e o vaso sanit&rio,1 O" disse, sem perder o ritmo. 1 0uidado com a porra do palavro, enquantoisso.

O""/ era mais pai do que patro, um papel que o velho tinha de alguma%orma entrado direto, mesmo que no tivesse -lhos ou %amiliares.

0omo qualquer -lho malJhumorado, Eddie resmungou sobre a lembran+a desuas tare%as. Enquanto ele se arrastava para o %undo da loa para %a"er o que lhe%oi dito, ;ova parou seu pr'prio trabalho, olhando por cima para admirar a

homenagem mais tocante de seu mentor.1 Lindo trabalho, 1 ela disse, dando um sorriso de aprova+o para o velho.

O""/ sorriu com orgulho, uma raridade, ento voltou para terminar alimpe"a e colocar a tinta %resca.

;ova voltou sua aten+o para seu cliente, e tambm para um homemmoreno, musculoso com uni%orme preto que caminhou at a vitrine de vidro %umda entrada do est3dio.

N!o, n!o simplesmente um homem, ela percebeu no mesmo instante.'m macho da Raa$

'm vampiro$

(ior ainda, um dos membros da #rdem$

Ele entrou, grande e amea+ador, mesmo sem di"er uma palavra. ;ova nose assustou, mas o cliente humano em sua cadeira estremeceu, assim que o seuolhar caiu sobre o grande guerreiro, %ortemente armado.

4adas as origens da maioria dos %requentadores de O""/, ainda quetivessem mantido seus nari"es limpos, nenhum deles estaria ansioso para cru"arcom o letal grupo das Cor+as de a" da Ordem. ;ova no deu e)atamente as boasvindas ! intruso tambm.

*ntes que ela pudesse di"er ao macho da Ra+a que ele estava obviamenteperdido, O""/ deu um estreito olhar sobre o guerreiro do outro lado do pequeno

2


13/82

est3dio. 1 #omente com hora marcada. #em hora marcada. ;o tenho nada paravoc, amigo.

O vampiro inclinou a cabe+a, imperturb&vel, na dire+o da sauda+ogrosseira. 0abelo castanho espesso ondulado, marcantes olhos verdes p&lidos emum rosto muito bonito e aristocr&tico para a sua pro-sso di%(cil. *quele olhar

enervante pairou sobre ;ova, em seguida, passou por ela, -)andoJse em O". 1Eu tenho algumas perguntas para voc e para os outros artistas que trabalhamaqui.

O sotaque no era @ngls como o dela, mas americano. 7oston, se elativesse que adivinhar. #ua vo" era culta e pro%unda, to -rme quanto os m3sculosque ela podia ver ondulando sob sua camisa de combate preta e cal+a ustaenquanto ele andava a passos largos mais para dentro do est3dio, recusandoJse aaceitar a dica de que ele no era bemJvindo.

Os pelos do pesco+o de ;ova se arrepiaram em advertncia. Ela enviou umolhar em dire+o ! O""/, cuo olhar -)o desa-ador estava %urioso agora.

1 ara %a"er perguntas tambm precisa de hora marcada, 1 ele disse aoguerreiro. 1 ;este momento, estamos agendados para depois que o in%ernocongelar.

Enquanto O""/ en%rentava o guerreiro, o seu cliente %e" uma casual, eapressada, sa(da pela porta dos %undos da loa. O cara na cadeira de ;ova pareciano querer nada mais do que %ugir tambm, e provavelmente teria se ela & no

tivesse voltado a trabalhar com ele.O""/ se levantou, cru"ou os bra+os tatuados sobre o peito. 1 * menos que

voc estea aqui pela tatuagem, voc est& no lugar errado, amigo. @nclusiveento, voc est& no lugar errado.

O guerreiro grunhiu, diverso pro%unda no som. 1 ;o muito prestativo.

1 restativo no minha linha de neg'cios, 1 O""/ rosnou.

1 E quanto a vocB

4emorou um momento para ;ova perceber que ele estava %alando com ela.Ela levantou a cabe+a e %oi atingida pelo seu olhar verde astuto. *queles olhospenetraram nos dela, tanto quanto qualquer agulha.

Ela o observou olhar para seu cabelo em dois tons, e as de"enas depiercings que craveavam as bordas e os l'bulos das orelhas. Ela no piscouquando seu olhar se moveu para bai)o, sobre os ombros tatuados e mangascoloridas que continuaram at suas mos enluvadas, sua e)tensa arte corporal

6


14/82

acentuada pelo colete de couro preto que ela usava para trabalhar naquela noite.Ele olhou o "(per do centro, mostrando ainda mais tatuagens, que cavalgavam ossuaves cumes de seus seios.

Ela no poderia se importar menos com o que ele pensava dela ou de todaa sua tatuagem e metal. Ela no se intimidou com o seu olhar ou sua certa

desaprova+o.

1 E quanto a mimB 1 Ela lan+ou de volta "angada, enquanto sua avalia+ovisual prolongada continuava.

Cinalmente, seus olhos voltaram para os dela. 1 Estou ! procura de umartista que %e" um trabalho espec(-co sobre algum recentemente. 5alve" vocsaiba algo sobre ele que poderia me audar.

Ele manteve a e)presso neutra, muito cuidadosamente, mas a pro%unda%or+a em seu olhar era incon%und(vel. Este homem, este um guerreiro da Ra+a,no tinha que recorrer a berros ou a %or+a bruta para conseguir o que queria.

;o, ele era ainda mais perigoso pela maneira como seu comportamentocalmo persuadiu o interesse e a con-an+a dela.

E s' porque ele era atraente e cabe+a %ria no signi-ca que no era ummonstro ! espreita por tr&s de sua boa aparncia de cavaleiro em armadurabrilhante.

Ela %oi contra piores do que ele e saiu ilesa.

)em, na maioria das ve*es$

1 ;ova est& ocupada com um cliente, como voc pode ver, 1 O""/interrompeu. 1 Ela no tem tempo para as suas perguntas.

* suspeita iluminou os olhos do macho da Ra+a. Ele era inteligente, comcerte"a, mas no momento, ;ova viu uma nota de descon-an+a em seu olharperspica". 1 #e a Ordem %echasse essa loa hoe ! noite, vocs dois no teriamnada alm de tempo em suas mos.

O""/ rosnou bai)inho, mas dei)ou o guerreiro continuar. #em esperar pelaautori"a+o, o vampiro pegou seu comunicador no bolso de seu uni%orme preto emostrou uma %oto no visor do dispositivo. 1 Esse parece %amiliar para algumB

Era o close de uma tatuagem, um desenho incompleto. * parte da cru"0elta era mais velha, um trabalho terminado, mas a estrela atr&s da cru" eraapenas um esbo+o com colora+o parcial aplicada.

1 ;o tem certe"aB *qui est& uma %oto di%erente.

>


15/82

O guerreiro clicou em outra %oto, essa tirada ligeiramente mais distante.*ngulo su-ciente para mostrar todo o comprimento do bra+o nu de um homem,abai)o da manga curta de uma camiseta escura encharcada, com as pontas deseus dedos grossos. 0ontra a tatuagem colorida e linhas pretas de suas muitastatuagens, a pele do homem estava estranhamente p&lida e cerosa.

)ranco cad"ver$

O pulso de ;ova disparou.

1 Esse corpo %oi retirado do rio 59misa cerca de uma hora atr&s, 1 oguerreiro con-rmou. 1 #em identi-ca+o. * :8#5@# est& veri-cando antecedentescriminais para ver se eles podem identi-caJlo dessa %orma, mas duvido que v&achar alguma coisa. 5udo o que sabemos com certe"a agora que quemdesenhou a estrela nele %oi provavelmente uma das 3ltimas pessoas a ver essecara vivo. #e no a 3ltima.

;ova largou sua m&quina de tatuagem e borrou a tatuagem no peito do seucliente. 1 Aamos %a"er uma pausa, 1 ela murmurou para ele. 1 A& para a partede tr&s. Eu irei busc&Jlo em alguns minutos.

1 ;ova. 1 * vo" de O""/ vibrou com advertncia.

1 Est& tudo bem, 1 ela garantiu para seu superprotetor che%e e mentor. 1Eu posso lidar com isso.

O macho da Ra+a estava determinado a obter algumas respostas, e bem

intencionado como O""/ era, sua %alta de coopera+o seria respons&vel por lev&Jlos presos. Ou pior.

4epois que seu cliente tinha se arrastado para a sala de descanso esomente O" estava a sua esquerda para lidar com o visitante indeseado na sua%rente, ;ova caminhou at o balco, onde o guerreiro estava. 1 * estrela umtrabalho meu.

Ele no parecia nem mesmo surpreso em ouviJla, nem sequer piscou pelaadmisso.

4e perto, seu rosto era ainda mais %ascinante do que ela pensava. Ma+s dorosto salientes, %ortes, linha da mand(bula protuberante. Olhos verdes p&lidos dacor da s&lvia. 1 4igaJme o que voc sabe sobre o homem morto, ;ova.

O nome dela em seus l&bios enviou um arrepio sens(vel atravs dela queteve que lutar muito para ignorar. Ela deu ombros. 1 Eu no posso di"er muito,e)ceto que ele era um verdadeiro idiota. Aeio aqui ontem ! noite, bbado,agressivo. 1 8ma me)a errante de seu cabelo na altura do quei)o caiu de tr&s da

F


16/82

orelha e no rosto dela, mas ela ignorou isso, com as mos para bai)o em seuslados, envoltas em luvas manchadas de tinta. 1 0omo dissemos, no aceitamossem hora marcada. @sso vale em dobro para bbados sem hora marcada. Masesse cara era insistente. ;o importou o que n's dissemos, ele no iria embora.

1 arece ser um padro, ultimamente, 1 O""/ murmurou, ainda olhando

para o guerreiro.

1 0omo eu disse, 1 ;ova continuou, 1 o cara chegou tarde, quase na horaque est&vamos %echando a noite. Ele se recusou a sair sem ter uma tatuagemnova, algo sobre celebrar os amigos que morreram recentemente.

*gora, o guerreiro parecia surpreso. 8ma de suas sobrancelhas se curvouem rea+o. 1 Ele tinha um monte de tatuagens, pelo que vi. Eu no sou nenhumperito, mas me parece que ele tinha uma arte e)tremamente elaborada nele.0enas de morte. 0ontas de matan+a. *lgum tipo de marca de a-lia+o...

4o outro lado do est3dio, O""/ pigarreou.

1 Eu no estava olhando para ele de perto, 1 ;ova disse. 1 Eu no saberiaque outra tatuagem o cara tinha em seu corpo. Mesmo que eu visse, no %a+oquesto de reparar. @sso o que %a"emos nessa linha de trabalho, especialmentecom o tipo de clientes que entram por aquela porta.

O guerreiro deuJlhe um leve aceno de cabe+a. 1 or que voc no terminoua tatuagemB

1 Eu no tive a chance. Eu no gostei de trabalhar nele. uando disse a eleo pre+o, ele -cou chateado. Realmente chateado. Ele saiu em um acesso de raiva,e no voltou.

1 O -lho da puta saiu sem pagar tambm, 1 O""/ resmungou.

*queles penetrantes olhos verdes no se desviaram dela por um instante.Eles a estudaram, %a"endo sua pele parecer muito quente, muito retesada sob seuolhar.

1 *lm de e)igir uma tatuagem para lembrar seus amigos mortos, e sair

antes que voc pudesse terminar o trabalho, a v(tima disse mais alguma coisapara voc, ;ovaB

Ele %e" de novo, %alou o nome dela naquela pro%unda vo" suave como veludoque a %e" esquecer por um segundo que ele no era apenas um da Ra+a, mas daOrdem tambm. 8ma combina+o perigosa que ela no podia se dar ao lu)o de-car muito perto, por uma centena de ra"es di%erentes.

H


17/82

1 Olha, eu no sei o que mais posso di"er, 1 ela disse, impaciente poracabar com a conversa e voltar para o trabalho. ara sua vida. 1 Eu no passeimuito tempo %alando com o cara, ou olhando para ele. Eu no queria. #' queria%a"er o que %osse preciso para me livrar dele.

1 0omo voc est& %a"endo comigoB 1 O vampiro arrastou as palavras

conscientemente.

;ova olhou para ele, recusandoJse a morder a sua isca. O""/ no lhe deu achance de qualquer maneira.

Ele andou at se untar a ela no balco. 1 Eu tenho um neg'cio%uncionando aqui, e ;ova tem um cliente esperando o seu retorno. 0omo eudisse, n's no aceitamos sem hora marcada e no temos tempo para perguntas.E menos ainda, as perguntas sobre a nossa clientela. #e a Ordem quer reali"aralgum tipo de investiga+o, vou agradecerJlhe de %a"Jlo em seu pr'prio territ'rio,

em seu pr'prio tempo.4emorou um momento antes de o guerreiro aceitar com um gesto -rme. 1

Muito bem.

Ele pegou uma caneta que estava em cima do balco, e anotou algo em umpeda+o de papel. Ele empurrou a nota em dire+o ! ;ova. 1 ;o caso de vocmudar de ideia e quiser conversar mais. Aoc pode me procurar a qualquer hora.

Ela manteve os bra+os ao lado do corpo, os olhos -rmes no olhar perspica"que parecia mais descon-ado do que ele estava mostrando.

Cinalmente, o guerreiro se virou e saiu da loa.

;ova -cou im'vel quando ele saiu pela porta e para a noite. Ento elaesperou mais um pouco, at que tivesse certe"a de que ele tinha ido embora eno voltaria.

#' ento ela conseguiu estender a mo para recuperar o papel queescreveu e-ciente em negrito.

Ele escreveu um n3mero de tele%one e seu nome.

Mathias Rowan.

;ova olhou para a nota por um longo momento.

Em seguida, ela esmagou o papel em sua mo enluvada, e dei)ouJo cair noli)o sob o balco. Ela no tinha nenhuma inten+o de chamar o n3mero.

#e ela tivesse sorte, nunca encontraria o guerreiro novamente.

K


18/82

Ela olhou para O""/, sua vo" calma enquanto %alava. 1 Aoc acha que eleacreditou em mimB


19/82

CAPTULO 0

+la mentiu para ele$

Mathias soube disto antes mesmo de ele dei)ar a loa de tatuagem umas

horas atr&s.

@n%erno, ele sabia disto quase no momento que a delicada, per%urada, obrade arte ambulante, abriu sua dura e pequena boca.

Os sentidos de Ra+a de Mathias iluminaram cerca de um quarteiro doest3dio de O""/, e a impresso de violncia s' -cou mais %orte quanto mais pertochegou da porta.

*lgo ruim aconteceu dentro daquela loa ontem ! noite.

*lgo mais vol&til que uma con%ronta+o simples entre ;ova e a bravobbado tirado mais tarde do 59misa pela unidade de Davin #loane.

#e %ora o assassinato do homem ou um evento preparando o caminho paraisto, Mathias no podia estar certo. #ua habilidade no tradu"iu em termos brancoe preto. Mas depois de conversar com ;ova e seu velho che%e grosseiro na loa detatuagem, Mathias estava certo que o par estava escondendo algo.

Ele pretendia saber a verdade.

ara chegar a isso, ele precisava conversar com ;ova novamente, depre%erncia sem o velho l& para pairar acima dela como um co de guardaraivoso. Era 'bvio que a rela+o do par era mais pro%unda que colegas ou amigos,e baseado na idade do dono da loa, Mathias duvidou que uma ovem ardente devinteJeJpoucosJanos como ;ova estaria compartilhando a cama do homem.

;o, era um tipo de la+o protetor, %amiliar entre eles, no %(sico. or queme)ia at mesmo uma pequena sensa+o de satis%a+o nele, ele no quisconsiderar.

E e)istia mais na mulher ovem que o olho podia ver tambm.

Muito mais, Mathias estava certo.

Ela era ovem, mas dura na queda, di%(cil de compreender. *s mir(ades detatuagens e piercings eram mais intrigantes para ele do que o%ensivas, lhe dandouma bele"a incomum que ele achou di%(cil de ignorar.

N


20/82

E)istia algo sobre ela, aquelas camadas de segredos em seus olhos e emsua pele, isso %e" o investigador nele curioso o su-ciente por saber mais, aindaque seus gostos corressem tipicamente em dire+o a %meas mais convencionais.O tipo que era atraente o su-ciente para estar em seu bra+o ou em sua cama,mas %&cil su-ciente para esquecer uma ve" que seu trabalho o chamasse de voltapara a 3nica pai)o verdadeira que conhecia.

uanto ! ;ova, em primeiro lugar ela era uma pessoa de interesse em suainvestiga+o para saber mais sobre o homem morto.

#e ele achasse que ela era uma pessoa de interesse em qualquer outrosentido, no estava disposto a dei)ar isso no caminho do cumprimento do seudever.

* ruela estreita e escura onde Mathias estava agora escondido da viso, lhedava uma viso limpa para a loa de O""/ do outro lado da rua principal. Ele

estava observando o lugar todo esse tempo, esperando pela oportunidade deencontrar ;ova s'.

O cliente que ela tinha trabalhado quando Mathias estava na loa saiu vinteminutos antes. O 3ltimo compromisso da noite tinha chegado cinco minutos atr&s,e)ceto que o musculoso estivador e)perimentou uma s3bita mudan+a de inten+oa poucos passos de dist9ncia da porta e %ugiu sem se preocupar em cancelar.

Embora humanos tivessem mais ou menos se acostumado ! ideia quecompartilhavam o planeta com vampiros, era ainda surpreendente o que a viso

de presas a-adas e ardentes olhos 9mbar poderiam %a"er para at o mais durodos membros de sua popula+o.

Mathias sorriu quando se a%astou da parede de tiolo em que tinha seapoiado e saiu para a rua principal. Ele deveria chamar seu amigo na :8#5@# paraa pista que ele encontrou mais cedo aquela noite. ;o m(nimo, ele deveria teralertado seus companheiros guerreiros para a situa+o.

*o invs, ele abordou a loa de tatuagem com prop'sito silencioso, sepreparou para %a"er o que precisasse para que ;ova conversasse com ele,con-asse nele sobre o que realmente aconteceu entre ela e o homem encontrado

es%aqueado e Qutuando no rio.

Mathias precisava ganhar sua con-an+a se pudesse.

Ou e)trair a verdade de algum outro modo, se sua con-an+a se provasseenganosa.

Ele entrou, contente por ach&Jla s' na loa. Ela estava de costas para eleenquanto enchia um punhado de garra%as e bandagens em sua esta+o. ;enhum

2P


21/82

sinal de O""/. #ua esta+o estava nitidamente %echada, seu tamborete empurradodebai)o da mesa de trabalho.

1 :& estarei com voc, 1 ;ova %alou por cima de seu ombro colorido.

1 ;o se apresse. Eu esperarei.

Ela surpreendeuJse ao som de sua vo", mas no pequeno momento quelevou para girar, ela deuJlhe uma carranca amea+adora. 1 O que voc queragoraB

8ma d3"ia de respostas pulou em sua mente sem convite, nenhuma dasquais estava disposto a %alar. 1 Eu tenho algumas perguntas a mais para vocsobre o desentendimento que aconteceu aqui ontem ! noite.

#ua carranca apro%undou. 1 Eu no disse nada sobre um desentendimento.

1 Aoc no disseB1 ;o. Eu no disse. 1 #eu acento ingls era %rio com desa-o, ainda que

seu olhar %osse cauteloso quando ele andou a passos largos pelo est3dio, acimade sua esta+o. Mathias no notou a cor de seus olhos claros eram mais cedoSagora ele olhou -)amente em suas (ris a"uis claras rodeadas de (ndigo. Ela cru"ouseus bra+os acima de seus peitos. 1 #e isto tudo que voc veio perguntar,ento sinto muito que se deu ao trabalho de voltar.

Ele encontrou seu olhar plano com um sorriso %&cil. 1 ;enhum trabalhomesmo. 1 #entouJse na cadeira do cliente na %rente dela.

1 Aoc no pode se sentar a(. ;o pode -car.

1 or que noB

Ela ergueu seu quei)o. 1 orque estou trabalhando aqui. orque este oest3dio do O""/, no a sala de interrogat'rio da Ordem.

1 ;'s no temos uma sala de interrogat'rio, realmente. I raro n's termosque recorrer a isto. *s pessoas tendem a con%essar longo antes de sentirmos anecessidade de arrast&Jlos para um interrogat'rio %ormal.

Ele estava brincando, muito. Mas ela no %e" tanto quanto sorrir. ;o, elaestava tomando tudo isto muito seriamente.

Mortalmente srio.

Mathias olhou em torno da loa va"ia. 1 4e qualquer maneira, eu no veoO""/ agora. arece que s' voc e eu, ;ova.

2


22/82

1 Ele est& aqui, 1 ela disse. 1 Est& em cima, no seu apartamento. E nocaso de voc no ouvir da primeira ve", n's no apreciamos ningum entrandoaqui e %a"endo perguntas sobre nosso trabalho ou nossos clientes.

1 Eu ouvi. @maginei apenas se O""/ tinha algo para esconder.

1 Ele no tem, 1 ela respondeu -rmemente.1 ;oB

1 ;o.

Mathias teve que darJlhe crdito. * mentira desli"ou de sua l(ngua sem umasugesto de vacilo. ;enhuma d3vida nisto, esta era uma mulher que aprendeu amanter suas cartas perto. Mas ela aprendeu isto de uma ausncia %ria deconscincia, ou instinto de sobrevivncia cruB

0ontra todo ulgamento, Mathias quis saber a resposta para aquilo, quasetanto quanto quis saber por que suas termina+es nervosas estavam %ormigandocom os tremores ps(quicos de violncia.

* leitura que ele estava obtendo pareceu ter seu pico mais %orte usto ondeele estava sentando agora.

Na cadeira de cliente de Nova$

Ela olhou -)amente para ele enquanto ele correu suas mos pelos gastosbra+os de vinil preto. #eus olhos a"uis revelavam nada, sua posi+o to treinada e

cuidadosa, que ele quase come+ou a duvidar de sua habilidade de %arear a cenade um crime.

Mas no, a impresso estava l&.

Corte, s3bita, incon%und(vel.

1 ;'s precisamos conversar, ;ova.

Ela no %e" mais que vacilar. 1 Eu achei que n's & t(nhamos conversado.

Ele grunhiu, inseguro se devia estar divertido ou en%urecido pelo descuidoaparente da %mea por sua autopreserva+o. Ele no tentou esconder o que era.Ela tinha que saber que provocar um de sua espcie era uma m& ideia.

@n%erno, se ele quisesse, podia hipnoti"&Jla e arrast&Jla para algum lugarimensamente mais privado que isto, em ve" de dei)&Jla tentar seu melhor parabloque&Jlo e evadir suas perguntas.

22


23/82

* ideia teve uma atra+o antinatural, especialmente quando elaobstinadamente a%astouJse, seus bra+os ainda cru"ados como se para bloque&Jlode -sicamente de e)trair qualquer coisa dela. 1 Eu tenho seu n3mero detele%one. #e tiver qualquer outra coisa para di"er, eu no dei)arei de in%ormar.

1 Eu duvido disto. *posto que voc despeda+ou aquela nota no minuto que

eu me %ui.

Ela -cou muda, e ele soube que provavelmente acertou, ou chegoumalditamente perto disto.

Mathias a estudou naquele momento, imerso na imagem completa agoraTtodas as tatuagens e metal em sua pele lisa, o corte a-ado de seu cabelo e a coratrevida que saturou os -os sedosos. Ele no teve nenhuma pista de qual sua cornatural poderia ser, mas achouJse %ascinado e determinado para ter esta respostae mais cem outras onde envolvia esta %mea.

uanto ! sua tatuagem, cada obra de arte tinha sido graciosamente,meticulosamente %eita. O""/, ele sups, tendo reconhecido uma arte querivali"ava com a de ;ova no trabalho do velho em seu nervoso cliente mais cedo!quela noite.

* maior parte da arte era abstrata, bonitos esbo+os de Qores e elementosde desenho criativos. * Qora e %auna coloridas embrulharam seus magros b(cepsmusculosos, tatuagens cobrindoJa dos topos dos ombros !s costas de suas mos,que estavam dobradas em bai)o de seus bra+os cru"ados. Em um de seus

antebra+os, uma vinha de pequenas rosas vermelhas subia o lado de uma paredeparecendo medieval na %orma vaga de uma l&pide, seu cume arredondado corooucom uma anela circular segmentada por batentes e delicados arabescos.

O que as tatuagens de ;ova signi-cavam para elaB

Ele olhou agora para o proeto que estava apenas abai)o da clav(cula.*travs do incha+o atrevido de seus pequenos peitos -rmes, uma %ero" Cni)surgia de um Qoreado de chamas brilhantes. #uas asas desdobradas atravs dot'ra) de ;ova, cada pena to realista que Mathias podia imaginar o p&ssaroindom&vel erguendoJse de sua pele aveludada para subir rapidamente para o

cu, livre e impar&vel.

E e)istia qualquer outra coisa sobre a Cni) que roubou sua aten+o agora.

1 O que... 1 Mathias teve que olhar novamente para certi-carJse do queestava vendo.

26


24/82

*conchegado dentro do peito da ascendente Cni) estava uma marca queno era nenhuma tatuagem. O s(mbolo da pequena lua crescente e da l&grimavermelha era incon%und(vel.

8ma marca de nascen+a que s' uma rara classe de %mea tra"ia em algumlugar em seu corpo. 1 Aoc um 0ompanheira da Ra+a.

;ova piscou, a primeira ve" que notou sua compostura desli"ar desde queele chegou. 1 @mporta se eu %orB

@n%erno sim, importava. ara ele, pelo menos. Ele levantou da cadeira comuma bai)a maldi+o. 1 Aoc sabe o que e escolheu viver no meio de humanosem ve" da Ra+aB

1 Est& certo.

1 I uma escolha arriscada. Especialmente quando escolhe viver aqui, no

meio de pessoas como o bbado que entrou aqui ontem ! noite e tentoumachuc&Jla.

1 Eu nunca disse isto.

Mathias segurou seu olhar perturbado. 1 Aoc no precisou. Eu posso sentirque algo violento aconteceu nesta loa. *inda que eu no pudesse sentir isto,saberia que algo mais aconteceu do que o que voc descreveu. 1 Ele se moveupara mais perto dela, ento. Aarreu um pouco de seu cabelo pretoJeJa"ul longe deseus olhos quando ela no %e" nenhum movimento para %a"er isso. 1 0uidar das

pessoas que precisam de minha auda meu trabalho, ;ova. Eu passei a melhorparte da minha vida tirando monstros da ruaT Ra+a e humano.

Ela escarneceu ligeiramente e a%astouJse dele, empurrando suas mos nosbolsos da cal+a eans preta. 1 8m simples Dalahad, no B 0avalo branco eespada cintilanteB

Ele ignorou sua espetada. Ela no era a primeira mulher a acusaJlo de terum comple)o de her'i. ;ormalmente a acusa+o acompanhou l&grimas de raivade uma amante abandonada que no quis acreditar que seu trabalho, bem comoo dever, vinha em primeiro lugar. *cima de tudo.

0om ;ova, ele soube que a d3vida dela em rela+o a ele vinha de em algumlugar mais %undo. 8m lugar de dor real. 8m lugar de segredos escuros que aindatinham o poder de assombrar.

1 #e voc estiver em apuros, ;ova, eu posso aud&Jla. #e voc me dei)ar.

!alahadera um dos 0avaleiros da 5&vola Redondado Rei *rture um dos trs que conseguiu alcan+ar o #anto Draal.

2>


25/82

1 Eu no preciso de sua auda. 1 #ua resposta %oi r&pida, autom&tica.4e%ensiva. 1 Eu posso muito bem cuidar de mim mesma.

;aquele mesmo momento, passos leves soaram de uma escadaria pr')ima! parte de tr&s da loa. 8m menino ruivo veio ao meio do caminho em cal+a depiamas amarrotada e nada mais. #eu t'ra) era esqueltico, arruinado com

cicatri"es velhas de abuso que ele deve ter so%rido em uma idade muito ovem.

1 O que est& acontecendo, ;ovaB 1 * e)presso sonolenta da crian+atencionou quando ele viu Mathias em p no est3dio. 1 uem eleB

1 Est& tudo bem, Eddie, 1 ;ova disse depressa. #ua vo" era morna, todasua %rie"a pareceu ser reservada para Mathias. 1 Ele apenas um... cliente. Esair& logo. Aolte para a cama agora. Est& tudo bem.

uando o menino se %oi, Mathias olhou para ela. 1 @rmoB

1 erto o su-ciente. O" o pegou no ano passado quando achou Eddiecomendo %ora do 4umpsters, vivendo na rua, so"inho no meio do inverno. *goraEddie vive em cima com O""/.

1 Aoc vive com eles tambmB 1 Mathias perguntou.

Ela deu uma dbil sacudida de sua cabe+a, o corte a-ado de seu escurocabelo bicolor a+oitando contra sua delicada bochecha. 1 Eu tenho meu pr'prioapartamento no piso acima deles. O""/ alugou isto para mim uma ve" que -"de"essete.

1 Aoc tem estado com O""/ durante algum tempo, ento.

1 #im, eu tenho.

uando ela no voluntariou qualquer coisa a mais, Mathias a estudou,procurando por rachaduras em seu e)terior duro. 1 Ele parece muito protetorcom voc. Ele sabe sobre sua marca, e o que isso %a" de vocB

1 Ele sabe tudo sobre mim.

1 Ele gosta de voc.

Ela acenou. 1 Ele gosta. E eu gosto dele tambm. 1 Ela olhou para ele emsilncio por um longo momento, como se debatendo quanto dela mesma precisourevelar a -m de satis%a"er sua curiosidade. uando ela -nalmente %alou, sua vo"era mais suave que nunca. 1 ;o que sea seu neg'cio, mas O" %am(lia paramim. Eddie tambm. Eles so a 3nica %am(lia verdadeira que tenho.

Mathias sentiu que %oi a coisa mais honesta que ela lhe disse a noite toda.

2F


26/82

1 Olhe, 1 ela disse abruptamente, 1 se voc quiser conversar, entoconverse. Mas %a+a isto r&pido. Meu 3ltimo cliente da noite esperado a qualquermomento. 1 Ela pensou por um momento, e suas -nas sobrancelhas pretasenrugaram. 1 Ele est& atrasado, de %ato.

Mathias sabia per%eitamente que o sueito no iria mostrarJse a qualquer

hora hoe ! noite. Ele encolheu os ombros. 1 Ento, eu -carei at que ele chegue.

1 ;o, voc no ir&, 1 ela disse. 1 Eu ainda estou no rel'gio, e tenhobastante trabalho para %a"er antes de %echar. Aoc tem de" minutos.

1 Aoc desatenciosa assim com todos os seus clientesB

Ela dirigiu um impaciente olhar para ele. 1 Aoc no meu cliente.

1 E se eu %osseB

Ela riu. 8ma risada real, desen%reada e genu(na.1 or que isto engra+adoB

1 Aoc di-cilmente o tipo para querer uma tatuagem.

Ele encolheu os ombros.

1 #er& minha primeira.

1 Oh, eu no duvido disto, 1 ela disse, seus olhos a"uis iluminados comhumor.

Mathias gostou de seus olhos. Dostou de sua risada, e tinha a leveconscincia que ele estava apreciando sua companhia mais do que devia. 1 Oque voc sugeririaB

Ela inclinou a cabe+a para ele. 1 Aoc nem mesmo sabe o que querB

1 ;o importa. #urpreendaJme.

1 #urpreender vocB 1 #eu bonito rosto %ran"iu, incrdulo. 1 Ipermanente, sabe.

1 Ento, %a+a algo que eu no lamentarei pelos pr')imos cem anos.

O %antasma de um sorriso tocou ao longo da curva de sua boca. Maldi+o,ela tinha uma boca %ant&stica. * virilha de Mathias apertou quando a assistiumastigar seu l&bio em contempla+o. 1 ualquer coisa que eu quiserB Emqualquer lugar que eu decidirB

2H


27/82

#ua escolha de palavras s' %e" seu deseo chamear muito mais quente. 1ualquer coisa. Em qualquer lugar. Eu estou completamente em suas mos.

Ele observou seus olhos a"uis claros, sabendo muito bem que e)istiamsegredos em suas pro%undidades p&lidas. #egredos escuros que ele ainda estavadeterminado a descobrir.

1 Eu posso con-ar voc, ;ovaB

Ela olhou -)amente para ele por um longo momento. 1 Eu acho que vocter& que esperar para descobrir. 5ire sua camisa.

2K


28/82

CAPTULO 0"

+la cou louca-

Ela devia ter -cado, porque essa era a 3nica e)plica+o para como se achou

empoleirada em seu tamborete umas horas mais tarde, pondo os 3ltimosretoques em uma tatuagem ! mo livre que %e" nas costas de Mathias Rowan.

#uas poderosamente musculosas, totalmente desconcertantes, costas.

;ova no quis notar como -rme e %orte ele se sentiu debai)o de seus dedosenluvados. ;o quis reconhecer o calor de sua pele nua, ou a bele"a dosdermagli%os da Ra+aS elaboradas marcas na pele que %e" todos seus trabalhosp&lidos em compara+o.

Ela podia ter %eito um desenho menor, colocado em algum lugar menos(ntimo, menos demorado. 4eus sabia, ela teria, se tivesse pensado claramente.

Mas conversar com ele ps uma imagem em sua cabe+a que nodesapareceria. uando ele tirou sua camisa e ela viu os Qoreados gmeos degli%os em suas omoplatas, soube que achou o local per%eito.

E ela tinha que admitir, teve mais que um pouco de satis%a+o nopensamento de %a"er a tatuagem na espinha do macho persistente, em ve" dealgum lugar com menos termina+es nervosas debai)o da pele.

4ado quanto tempo o trabalho tomou, ela tambm era grata que nogastou o tempo inteiro debai)o de seu intenso e inquietante olhar. *bai)ando orosto, con%ortavelmente rela)ado na cadeira de trabalho reclinada, o %e" quaseparecer como qualquer outro cliente.

;o que ela & teve um da Ra+a debai)o de seu equipamento.

E no que qualquer cliente humano que entrou ou saiu de O""/ ao longodos anos & a %e" sutilmente autoconsciente como mulher do eito que MathiasRowan %e".

(ensamento perigoso$

Ela aprendeu muito tempo atr&s o quo monstruoso sua espcie podia ser.*t aqueles em que voc mais con-ara.

Especialmente eles, porque tm o poder de machucar voc mais pro%undo.ara violar tudo em que acreditou, tudo que era.

2


29/82

4estruir voc.

1 *lgo errado, ;ovaB 1 * vo" pro%unda de Mathias levouJa para %ora dasescuras espirais de seus pensamentos. 1 Aoc no adormeceu na dire+o a(atr&s, no B

1 ;o. #' terminando.Ela tentou soar casual, calma. Mas sua garganta estava seca e suas mos

estavam tremendo.

Ela no gostou de viaar de volta a seu passado. Era algo que eladeliberadamente evitou, %erimentos que cicatri"aram, mas ainda tinham o poderde cort&Jla em tiras se ela parasse para record&Jlos.

*penas o pensamento do que ela suportou ps um n' %rio de terror em suabarriga. 7(lis queimou em sua garganta, suas orelhas encheram com os sons de

gritos de uma ovem menina.

.eus gritos$

1 Eu estou quase terminando, 1 ela murmurou, a%astando o tremor de seusdedos quando colocou a m&quina de tatuagem acima da pele de Mathiasnovamente. Ela completou a colora+o, sombra e sutil mati"a+o para tra"errealismo ao desenho.

uando %oi terminado, ela limpou o desenho, ento come+ou a cobriJlo. *pele de Ra+a de Mathias & estava curando so"inha, mas ela ainda tirou suas luvase agarrou pomada e bandagens.

uando ela aplicou a primeira, ele ergueu sua cabe+a, volumosos ombrossaindo da mesa. 1 Aoc no vai dei)arJme ver isto antes de cobrirB

Ela o empurrou de volta. 1 Eu pensei que voc quisesse ser surpreendido.

Ele soltou uma risada bai)a. 1 rovavelmente no uma de minhas decisesmais prudentes, considerando tudo.

1 Coi o primeiro. 1 Ela ps o 3ltimo par de bandagens acima da tinta%resca, cuidadosamente batendo levemente no lugar. 1 #e voc me perguntar, s'um idiota ou um lun&tico dei)aria um artista desconhecido ir livre neles por duashoras completas.

Ele grunhiu. 1 Ento, qual voc pensa que eu souB

;ova sorriu apesar. 1 Eu no decidi ainda.

2N


30/82

1 5alve" eu apenas sea um e)celente ui" de car&ter. 1 0om isto, elelevantou e girou ao redor para uma posi+o acomodada na e)tremidade dacadeira.

7om senhor, era desconcertante assistiJlo se movimentar. Ele eramusculoso e com membros longos, bra+os poderosos e ombros espessos

emoldurando um t'ra) esculpido e abdmen de-nido.

Mathias se debru+ou adiante ligeiramente, cotovelos apoiados em seusoelhos. O olhar que ele lhe deu mandou seu pulso saltando em suas veias. 15alve" n's dois precis&ssemos con-ar um no outro um pouco aqui, ;ova. O quevoc di"B

*queles olhos penetrantes que ela evitou o tempo todo enquanto estavatrabalhando nele agora per%uraram nela com a intensidade de lasers gmeos. Ocalor a cauteri"ou, e ela no podia entender isto como qualquer coisa di%erente do

que era.0uriosidade.

0onscincia.

4eseo.

uanto tempo desde que ela sentiu algo como istoB 4eus, ela alguma ve",realmente alguma ve", sentiu tal imediato e ineg&vel atra+o em dire+o a umhomemB

Ela no ousou se dei)ar sentir at agora.

;o com ele.

#eria um engano que ela no poderia des%a"er.

4ei)andoJse chegar perto de um dos guerreiros da Ordem, particularmenteum cua investiga+o o trou)e para sua porta em primeiro lugar, era um enganoque ela recusou %a"er.

Dirando para longe dele, ela come+ou a limpar sua esta+o de trabalho. 1Aoc querer& remover as bandagens depois de umas horas. Eu posso dar a vocum pouco de pomada para usar pelos pr')imos dias, mas o eito que sua espciecura, duvido que precisar& disto.

1 Minha espcie, 1 ele murmurou atr&s dela.

Ela o atirou um olhar por cima do ombro. 1 Eu no acho que tenha quelembr&Jlo para -car longe do sol.

6P


31/82

Ele estava olhando -)amente para ela, e no pareceu contente. 1 Aocest& me despedindo. #empre to &vida para livrarJse de mim. Eu tenho queperguntarJme por que isto.

Ela encolheu os ombros. 1 Aoc pediu uma tatuagem e eu dei a voc uma.Ento, a menos que e)ista qualquer outra coisa...

1 E)iste, ;ova. 1 Ele a segurou em um penetrante olhar -)o estreitado. 1O que voc teme que eu v& descobrirB Aoc e eu, ambos sabemos que o homemque entrou aqui ontem ! noite no saiu do modo que voc e)plicou para mim.

*nsiosa agora, ela empurrou suas mos em seus bolsos e en%rentou oguerreiro da Ra+a. 1 #e voc quiser me acusar de algo, %a+a.

Ele e)alou uma respira+o %orte. 1 Eu no estou pronto para di"er que vocteve algo com sua morte, mas sei que voc no est& me di"endo a verdade. Oque voc sabe sobre os outrosB

0on%uso derramouJse pelo seu medo. 1 ue outrosB

1 Os seis outros homens retirados do 59misa na 3ltima semana, ;ova.

1 Eu no tenho nenhuma ideia do que voc est& %alando. 1 E ela no sabia.Mas ele no estava ble%ando, pelo que ela soube, apenas pela inabal&velseriedade de sua e)presso. 1 or que voc pensaria que eu sei qualquer coisasobre outrosB

1 orque todos os homens, inclusive a pessoa que veio aqui ontem ! noite,tinham uma marca semelhante na parte de tr&s de suas mos direitas. 1 Ele tirouseu comunicador e mostrou uma %otogra-a na tela. 1 Esta tatuagem, ;ova.

Ela no quis olhar, mas no havia como evitar isto. Olhando abai)o, ela viua %orma preta pesada de uma tatuagem que ela imediatamente reconheceu. 1arece um besouro. 8m escaravelho.

1 #im, 1 Mathias disse severamente. 1 :& viu isto antesB

Ela negou, pre%erindo o olhar suspeito dele na viso da pele desbotada do

homem morto e sua %eia marca. 1 Eu disse a voc mais cedo hoe ! noite, emmeu ramo de trabalho, melhor no prestar muita aten+o para o que as pessoastm sobre si.

Ele %e" um som duvidoso atr&s de sua garganta. 1 Eu sei o que voc medisse. Eu tambm sei que haviam seis corpos no identi-cados gelando nonecrotrio com balas em suas cabe+as antes de n's encontrarmos seu amigo hoe! noite. #e voc pode nos dar alguma lu" em de onde eles vieram, ou quem so...

6


32/82


33/82

O corpo recuperado do rio ontem ! noite era prova su-ciente disto.

1 0risto, 1 Mathias murmurou suavemente, como se sentindo o %ardo queela levou. 1 uem machucou vocB 4igaJme, e %arei eles pagarem.

Ele estendeu a mo para ela, suas pontas do dedo ligeiramente passando

em sua bochecha. Ela a%astouJse de uma ve". 1 Eu penso que voc devia iragora, Mathias.

Ele no %alou por um longo momento. ;o se moveu.

Ento estourou uma &spera maldi+o. 1 #im, ser& melhor se eu %or agora.

Ele a%astouJse e colocou a camisa de volta. Enquanto ele se vestiu, ;ovacaminhou para a porta da %rente da loa e abriu. #e ele no sa(sse logo, ela noestava certa de que podia con-ar em si para dei)&Jlo ir.

Ele cru"ou o est3dio, pausando na %rente dela. #ua boca sensual estavatensa, lu" 9mbar ainda ardendo em sua (ris.

Ele a quis, possivelmente tanto quanto queria a verdade.

O conhecimento deveria tJla apavorado. *o invs, dei)ou seu cora+obatendo %reneticamente em seu peito, todo o ar no est3dio carregado com umacorrente de antecipa+o. 4e quente compreenso.

uando Mathias %alou, sua vo" pro%unda era espessa, mais como umgrunhido. 1 O que eu te devo pelo seu trabalhoB

1 ;ada. 1 Ela agitou sua cabe+a, %or+andoJse a segurar seu olhar. 1 Euno quero nada de voc.

or um longo tempo, ele -cou l&, avaliandoJa. Olhando direto por ela. 4eusa audasse se ele visse a verdade.

1 uando voc estiver pronta, eu quero que me diga o que aconteceu aqui,;ova. 5udo. elo resto... 1 #ua vo" pro%unda diminuiu, e ele deu uma sacudidacansada de sua cabe+a. 1 Aoc sabe como me contatar.

Ela a%astouJse da porta aberta. 1 *deus, Mathias.

Ele saiu.

*ssim que ele saiu, ela %echou a porta atr&s dele e trancou.

Ento ela caiu de volta contra o a+o preto dani-cado e lan+ou umarespira+o trmula que tinha estado queimando em seus pulmes.

66


34/82

CAPTULO 05

?s cinco da manh seguinte, ;ova estava do lado de %ora das portas verdesdo escrit'rio dos %orenses de #outhwar$ em uma blusa de moletom, eans cin"a

%olgado e o cabelo escondido sob um gorro de l. Dolpeou duas ve"es, suarespira+o %umegante enquanto esperava no %rio da madrugada.

* porta se abriu, revelando um homem magro envolto em um aleco brancode laborat'rio. #eu cabelo loiro envolto por uma touca que dei)ava ! mostra opesco+o e as pontas de algumas tatuagens que no estavam escondidas pelagola de sua blusa de %rio.

1Obrigada por %a"er isto #tan.

1 ;o se preocupe. 1 4isse seu cliente de muito tempo. 1 #ou o 3nico no

turno neste momento, assim, venha e entre.

Ela ligou para ele a noite, imediatamente depois que Mathias Rowan saiu daloa. #tan no %e" nenhuma pergunta sobre o porqu de ela estar interessada noscad&veres recmJchegados ao necrotrio. ue ela quisesse descer e dar umaolhada %oi e)plica+o su-ciente para um dos %s de O""/.

*inda melhor, #tan no iria e)igir que mostrasse uma identi-ca+o eassinasse nada, assim poderia sua visita passar encoberta.

1 or aqui. 1 4isse levandoJa para dentro de uma c9mara %rigor(-ca dea"uleo branco e a+o ino)id&vel. O lugar cheirava a antissptico e morte. 1 5odosos :oo ;inguns esto nestes re%rigeradores port&teis na parede do %undo, ;ova.Leve o tempo que precisar.

Ela %e" uma inclina+o de cabe+a e logo esperou -car so"inha na sala.

*pro)imouJse de um dos compartimentos e abriuJo. * porta %e" um cliqueenquanto a pu)ava, o 3nico som no lugar, & que havia ali apenas ela e os mortos.

O corpo no re%rigerador de a+o mostrou primeiro os ps, uma etiqueta no

dedo declarandoJo como um no identi-cado homem caucasiano. ;ova pu)ou amaca para %ora todo o resto do caminho e por uns momentos -cou olhando para orosto do homem da noite anterior no O""/.

#rin Do/le$

O nome dei)ou um sabor &cido em sua boca, a lembran+a de sua %eia caretae amea+as horr(veis, a dei)avam mais %ria que o ar %rio do necrotrio.

6>


35/82

Ela no estava interessada nele agora. Ele no era a ra"o pela qual nopde dormir na noite anterior. Ele no era o motivo pelo qual %oi ao escrit'rio dos%orenses em uma misso de investiga+o por sua conta.

5inha que saber mais sobre os outros.

(orque os homens com tatuagens de escaravelho repentinamenteapareceram em Londres-

.abiam que estava ali-

4o/le trope+ou com ela por acidente, mas e se houvesse outras pessoastambm na cidadeB Outros que poderiam procur&Jla se & no estivessem...

;ova tinha mil perguntas, mas apenas uma poderia se resolver ali.

Era um lugar para come+ar, pelo menos. #e tivesse sorte, poderia descobrir

se seu segredo estava a salvo ou se teria que %ugir novamente.Mal podia suportar a ideia de dei)ar O""/, depois de tudo o que %e" por ela.

O velho %oi sua 3nica %am(lia por metade de sua vida. E Eddie, o irmo mais novoque nunca teve.

O cora+o do(a por lembrarJse de outro de seus irmos, um que conhecia h&muito tempo. Mas velho que ela ao parecer, *edan %oi a 3nica bondade em umantigo lar resplandecente cheio de uma brutalidade horr(vel e um abusoinquali-c&vel.

8m varo da Ra+a nascido do monstro que adotou ;ova quando era umacrian+a, *edan nunca soube o que estava acontecendo. Ela se via obrigada asorrir e atuar, para manter os segredos t')icos guardados dentro dela. E logo*edan dei)ou sua casa em 4ar$haven para no voltar nunca mais e desde entoesteve realmente so"inha.

O""/ e Eddie eram a %am(lia que adotou para si mesma desde ento edepois da noite anterior, arrastou O""/ para a violncia e %eiura de seu passadotambm.

;o que ele no soubesse sobre o pior desta poca.Olhou para as tatuagens que %e" com %acilidade no dorso de suas mos

quando %e" de"essete anos. @mplorou para que -"esse a primeira e ele aceitou dem& vontade, apenas porque entendeu o que signi-cava para ela.

* marca na parte posterior de sua mo direita, a tatuagem que ela imploroua O" para esconder, quase no era vis(vel &, escurecida por sua bela arte.

6F


36/82

;ova es%regou seu polegar sobre as Qores e artes eg(pcias e)'ticas que%oram uma ve" uma imagem completamente di%erenteT uma que odiava com cada-bra de seu ser.

8m escaravelho negro, idntico ao que estava na mo direita de Orin 4o/le.

O mesmo que ela sabia que iria encontrar nas mos dos outros homensmortos que estavam neste lugar.

;ova empurrou o corpo de 4o/le novamente para o arm&rio e %echou aporta. *briu o compartimento ao lado dele e pu)ou a maca. O rosto do homemera desconhecido, mas ele tinha a marca de escaravelho na mo, como Mathiasdisse.

;ova abriu dois re%rigeradores mais e encontrou duas tatuagens mais deescaravelho. 5odos os capangas estavam a servi+o de seu pai adotivo.

8m arrepio percorreu sua espinha. ;o queria saber mais, mas no podiaparar agora. or sua pr'pria seguran+a, tinha que entender o que estavaacontecendo.

E para isto, teria que recorrer ! capacidade sombria com a qual nasceucomo uma 0ompanheira da Ra+a.

Estabili"andoJse para o que estava por vir, estendeu a mo direita e tocouos dedos %rios do morto mais perto dela.

8ma sacudida em sua lembran+a a golpeou no instante que o tocou.

;o eram lembran+as suas, mas as dele.

O talento terr(vel que despre"ava no perdeu nada de seu poder. LevantouJse rapidamente, vividamente, dandoJlhe uma imagem cristalina dos momentos-nais do morto.

@magens inundaram sua mente, como se as vivesseT viu coisas escuras nas&guas do 59misa, sob o cu da noite, um grande continer de a+o quedescarregavam no cais.

*lgum %alou com ela, com o homem que morreu h& pouco tempo, palavrasem russo que no podia compreender. Mais homens estavam perto, %alando comurgncia, o que parecia um tipo de acordo, pelo que podia discernir de sualinguagem corporal e gestos.

Ento houve uma %orte raada de disparos perto.

6H


37/82

Dritos ansiosos e a linha de viso de ;ova deu a volta bruscamente quandoo homem cuo olhar estava vendo atravs, de repente voltou a cabe+a. Orin 4o/leestava ali, uma pistola prateada na %rente dos olhos de ;ova.

4o/le sorriu e logo disparou.

* cone)o de ;ova %oi interrompida quando o homem caiu no cho morto atiros a queima roupa por algum que conhecia e con-ava.

1 ue demniosB

4oente por causa de seu dom e pelo que lhe mostrou, soltouJse e %oi paraos outros corpos para repetir o processo. 4o/le o matou tambm, outro disparosoando em outro lugar, ao mesmo tempo, dei)ando cair um dos russos ustoantes da cone)o de ;ova com a v(tima de 4o/le ser cortada.

Ela gemeu incapa" de continuar.

8sar sua habilidade sempre lhe dei)ava com n&useas e %raca. 4epois detantos anos de dist9ncia e depois das vises que acabou de presenciar, tudo que;ova poderia %a"er era devolver os mortos para seus re%rigeradores e %echar tudo.

Ela cambaleou at um banheiro va"io no corredor com a cabe+a lateando%ero"mente, o estmago se rebelava a cada passo.

Entrou e na primeira curva sobre o vaso sanit&rio, vomitou.

Enquanto caia contra a parede met&lica %ria, sua mente girava com ainda

mais perguntas que quando chegou ao necrotrio.

# que Do/le e os outros homens estavam fa*endo no cais-

(orque voltaram0se uns contra os outros-

E o mais preocupante de tudo, como poderia ;ova responder qualquer desuas perguntas sem colocar em risco a si mesma e todos que amavaB

U U U

Recm sa(do da ducha Mathias girou a cabe+a sobre seu ombro para daroutra olhada no espelho para a obra de ;ova em suas costas.

'ma espada, pelo amor de Deus$

8ma relu"ente e per%eita l9mina, de aspecto realista se estendia com aponta para bai)o ao longo de sua coluna vertebral.

* espcie de espada que um cavaleiro usaria.

6K


38/82


39/82

um com sua 0ompanheira da Ra+a em condi+es de v(nculo de sangue, a quemamavam mais que a pr'pria vida. *lguns da Ordem, inclusive haviam gerados-lhos nos vinte anos que Mathias lhes conhecia.

5odas as coisas que nunca aspirou, nunca considerou isto tempo su-cientepara desear.

;o que quisesse isto agora.

E no como uma di%(cil mulher, cheia de segredos como ;ova.

3ue tipo de nome era este de qualquer forma-

3uem era sua fam2lia-

Ela estava vivendo com O""/, pelo menos desde que tinha de"essete anos,de acordo com o pouco que %alou. Mathias sups que estava sob a asa do velho

durante mais tempo que isto. Ele no sabia como e nem o porqu.4o mesmo modo que no sabia quem %oi o respons&vel pelo dano que lhe

mostrou, ainda que brevemente, quando con%essou que nada poderia ser %eitocom ela que & no tivesse so%rido.

3uem, pela merda, lhe feriu t!o profundamente-

0risto, cada ve" que pensava nela, apareciam novas perguntas. *gitandomais sua curiosidade e incitandoJo a que tirasse as in-nitas capas de segredos ecamuQagem na qual parecia se esconder.

Mathias no queria pensar no que teria que %a"er se conseguisse tirar essascamadas e provasse a culpa dela no assassinato do homem que a con%rontou naloa de O""/.

#eria seu dever renunciar a ela para a :unta de #eguran+a 8rbana e dei)arque o sistema decidisse seu destino.

4e alguma maneira, ele no achava que haveria uma pausa ou esperavaque isto acontecesse.

O olhar obstinado e desa-ante de ;ova no est3dio na noite anterior lhedisse muito. ;o, ela iria embora antes que se dei)asse prender. Mas iria %a"eralgo desesperadoB

Mathias temia ter que averiguar.

6N


40/82

#ua cabe+a ainda dava voltas neste cen&rio preocupante quando seutele%one "umbiu com uma chamada. 5irou da parede, reconhecendo o n3mero deDavin #loane.

1 ;o me diga que pescou outro escaravelho no 59misa. 1 Murmurou amodo de sauda+o.

1 ;o. 1 4isse #loane. 1 Mas podemos ter uma pista sobre os setecongelados no necrotrio.

Os sentidos de Mathias -caram tensos em aten+o. 1 0omo istoB

1 5iveram uma visita nesta manh. O laborat'rio %orense tem um v(deo devigil9ncia de uma mulher entrando no necrotrio por um dos empregados doturno da noite. Ela parecia saber sobre algumas v(timas, pois depois saiu do lugarcomo se estivesse uma merda.

O sangue nas veias de Mathias come+ou a golpear %orte em advertncia.*lgo que di"ia que era ;ova com os corpos no necrotrio. Ela pareceu surpresa,inclusive com problemas. Mas poderia conhecer estes homensB oder estarmetida na matan+a, mas de sete delesB

4h, caralho$5udo em Mathias e)igia que contasse suas suspeitas a seuamigo, ali e agora. ;o entanto, havia uma parte dele que queria proteger ;ovadeste tipo de problemas.

ueria ter certe"a antes que a lan+asse da %ogueira.

1 5em alguma descri+o da mulherB 1 erguntou com vo" est&vel,inclusive para seus pr'prios ouvidos.

1 ;o arquivo no tem grande coisa, por desgra+a. 1 4isse #loane. 1 8savaum bon e roupa solta, sem d3vida para esconder sua aparncia.

Mathias apertou o tele%one como se %osse a linha de sua vida, despre"andoJse pelo al(vio que o percorria. 1 Maldi+o, isto muito ruim. oderia ser de audaencontrar esta mulher e tra"Jla para um interrogat'rio, ver se poderia nos dar aidenti-ca+o dos mortos.

#loane riu entre dentes. 1 Encontraremos. O empregado que a dei)ouentrar no est& cooperando, mas vimos a mo da mulher na porta. Ela temtatuagens por todas as partes. ;o se passar& muito tempo para identi-car acadela apenas pelas marcas que recuperamos no v(deo. :& tenho alguns de meushomens trabalhando nisto. Me reunirei com eles to logo o sol se ponha. Aoc esua equipe podem dar uma mo esta noiteB

>P


41/82

1 ;o posso. 1 Respondeu. 1 5emos um... tenho uma pista sobre outroninho de Renegados em Lambeth que preciso analisar. 8ma ve" que minha equipeconcluir, posso lhes enviar.

1 ;ah, no se preocupe com isto. 5emos tudo coberto. 1 #loane riu entredentes. 1 ;o posso pensar em coisas piores que a reali"a+o de e)plora+es do

corpo das mulheres que trabalham em loas de tatuagem pela &rea. A& se divertircom sua ca+a a Renegados. Entro em contato se no untarmos nada esta noite.

#loane desligou e Mathias -cou ali por um longo tempo, olhando para oreQe)o de seu rosto com o cenho %ran"ido no espelho.

O rosto de um homem que acabava de mentir para seu velho amigo e queestava a ponto de desa-ar sua promessa ! Ordem ao enviar uma equipe deguerreiros em uma busca in3til em Lambeth, ainda que apenas para dar a Mathiastempo su-ciente para advertir ;ova que todos seus segredos estavam a ponto de

serem descobertos.

>


42/82

CAPTULO 0#

Ele no desperdi+ou tempo procurandoJa.

0om misses diretivas dadas a sua equipe, nivelada em um arma"m que

sabia que no daria em nada, o pr'prio Mathias partiu para #outhwar$ nomomento em que o sol imergiu abai)o no hori"onte.

uando sua vigil9ncia na lateral da rua da loa de O""/ mostrou a ausnciade ;ova no est3dio aquela noite, Mathias teve uma chance de que poderiaencontr&Jla no apartamento em que ela vivia no terceiro andar.

Ele entrou pela parte de tr&s do edi%(cio de tiolos velhos, mentalmentedestrancando a %echadura com uma %acilidade que toda a Ra+a possu(a. 8maescada na parte de tr&s subia do n(vel do solo. Mathias subiu ao topo no tempo

que levaria um mortal para piscar.

8ma ve" que estava em p na %rente do que tinha que ser o apartamentode ;ova, ele res%riou seus calcanhares e dei)ou suas untas baterem contra aporta sem identi-ca+o. Ouviu um movimento %raco do lado de dentro, psdescal+os sobre o piso de madeira.

* vo" de ;ova soou cansada do outro lado do painel de madeira quando eladestrancou a trava. 1 Eddie, esteve aqui h& cinco minutos. *gora, eu disse avoc, no estou me sentindo bem hoe ! noite, ento, por %avor, apenas dei)eJ

me...#uas palavras interoperam no momento em que ela abriu a porta e viu

Mathias em p l&. * pouca cor que tinha em seu rosto naquele momento drenou.Ela estava vestida para uma noite calma, com um moletom preto %olgado e umacamiseta regata preta. Mathias no sabia o que era mais atraenteT seus seiosrosados compactados no apertado colete de couro preto da noite passada, ou semsuti por bai)o do peda+o de algodo que era tudo que o impedia agora de peg&Jlos em suas mos.

Ele limpou a garganta, mas no pde mascarar a presen+a emergente desuas presas. 1 Espero que voc no se importe se eu entrar.

O quei)o dela ergueu. 1 #im, na verdade, eu realmente me importo. Ei

Ele avan+ou, segurando seus antebra+os enquanto caminhava a passoslargos para dentro. Ele a guiou para a &rea da sala de estar, e %echou a portaatr&s dele com um comando mental duro.

>2


43/82

uando a %echadura clicou de volta no lugar, os olhos a"uis claros rodeadosde (ndigo %oram do choque ! a%ronta. 1 ue diabo voc pensa que est& %a"endoB

1 I isso que vim perguntar a voc, 1 ele rosnou de volta para ela. 1 Ondevoc estava esta manhB

Ela encarou, mas havia um brilho de culpa reQetido em seu olhar. 1 ;odevo satis%a+es a voc.

1 Voe ! noite voc deve ;ova. #e %or esperta, e sei que voc , vai mecontar tudo agora. O que aconteceu na outra noite na loa de O""/, por que voc%oi at o necrotrio esta manh e por que... disso tudo.

Ela engoliu em seco. 1 ;o sei do que est& %alando.

1 Maldi+o, mulher. ;o minta para mim. ;o sou seu inimigo.

1 *inda, 1 ela terminou em vo" bai)a. 1 Eu nem ao menos o conhe+o.Ele pragueou. 1 #im, voc conhece ;ova. *cha que se eu quisesse

machuc&Jla, ou se no me importasse com o que aconteceria com voc, estariaem p aqui agora mesmo, pedindoJlhe para con-ar em mimB

1 or quB 1 #ua vo" era to bai)a, que ele mal ouviu sobre as batidas desua pulsa+o.

1 or que, o quB

1 or que voc se importa MathiasBor um momento, ele no estava certo como responder a isto. ;o podia

apontar qualquer motivo que -"esse sentido para ele, e ainda havia uma centenade coisas sobre esta machucada, mas resistente mulher, que queria entender.ueira apenas que ela lhe desse esta chance.

1 Eu me importo, porque veo uma ovem mulher, bonita e %orte que est&machucada, muito, e quero levar um pouco desta dor para longe, se puder. Aeouma assustada garotinha atr&s de toda esta sua tinta, metal e garras, e quero queela saiba que pode estar segura.

5ernura brilhou nos suaves a"uis dos olhos dela. Ela respondeu com"ombaria, porm, estava amarga. 1 ;o preciso de nenhum maldito cavaleirobranco vindo para me salvar, Mathias. *chei que t(nhamos resolvido isto.

1 #im, n's t(nhamos, 1 ele disse. 1 E agora tenho a tatuagem para provaristo.

>6


44/82

Ela abai)ou a cabe+a, no a tempo de esconder a ligeira curva repentina, deseus l&bios. 1 #uponho que voc odeia isto.

1 ;em um pouco. 1 Ele ergueu o quei)o dela com as pontas dos dedos. 1#e no queria que eu bancasse o cavaleiro galante para sua obstinada senhorita,ento no devia ter colocado a espada de #ir Dalahad em minhas costas.

Ele esperou que ela sorrisse, talve" at risse. Mas, ao invs disso, um olharde dor cru"ou seu rosto ador&vel. 1 ;o posso %a"er isto.

Ela estendeu a mo para a%astar a mo dele da dela, e %oi quando ele viu,realmente vi, o desenho colorido que cobria as costas de sua mo direita. Osolhos a"uis cercados por elaborados redemoinhos e Qoreios pareciam com algumtipo de s(mbolos he)agonais para ele a primeira vista. Ento, ele viu algo maisescondido dentro da marca.

1 :esus 0risto. 1 Ele agarrou seu pulso para mantJla est&vel, enquantodava uma olhada mais de perto. 1 Aoc tem a mesma marca que os homensmortos. osso ver o escaravelho. uta merda, voc tentou enterrar isto debai)odeste outro proeto, mas est& aqui.

C3ria e con%uso %aiscaram nele como um %'s%oro ogado contra palha seca.Mathias sentiu seu olhar esquentar quando a lu" 9mbar de sua raiva acendeu noverde de suas (ris. 1 Aoc um deles, ;ovaB

Ela balan+ou a cabe+a. 1 ;o.

1 Aoc os matouB1 4eus, no 1 Ela gemeu ento, um som apavorado. O som de um animal

pego em uma armadilha. 1 Mathias, por %avor...

Ele segurou rapidamente no pulso dela, recusandoJse a dei)&Jla a%astarJsedele agora. 1 V& um v(deo de voc no escrit'rio do legista esta manh, ;ova.4epois que lhe contei sobre os homens mortos com as tatuagens de escaravelho,voc %oi para o necrotrio para vJlos. 5ocou neles, segurou suas mos. #abiaquem eles eram, ou de onde vieramB Estava lamentando algum delesB

1 ;o, 1 ela respondeu asperamente. Ela lutou contra seu aperto, mas eleno a largou. ;este momento, ele precisava da resposta para aquela 3ltimapergunta mais do que qualquer um do outros. 1 ;o %oi nada disso.

1 Ento como %oiB 4igaJme, ;ova. 0onverse comigo. ;o sou o 3nico quevai %a"er com que e)plique o que voc %e".

>>


45/82

uando ela olhou para ele, questionando em p9nico, ele disse, 1 O v(deo%oi mostrado para o-ciais da :8#5@# hoe. Eles no a identi-caram ainda. 8ma ve"que o empregado que a dei)ou entrar no est& %alando, assumo que ele umamigo. 5udo que ele tem %eito atrasar os policiais de encontr&Jla. Mas eles iro,e voc no apenas ter& que responder pelos assassinatos que estou certo,aconteceram aqui no est3dio, mas pelas outras v(timas que parece ter algumacone)o tambm.

Ela soltou a respira+o, levando um pouco da luta dela unto com isto. 1;o matei o homem que entrou aqui ontem ! noite. Eu quis. Mas ele era mais%orte do que eu. Ele %echou a mo ao redor da minha e %e"... amea+as. Entoagarrou meu cabelo com sua outra mo. Ele no me soltava. 1 Ela e)alou umsuspiro pesado. 1 O""/ s' quis me proteger. Ce" o que qualquer um %aria, o queeu no podia %a"er naquele momento. 4epois que estava morto, O" e eu ogamoso corpo no rio. 5entamos colocar peso nele, mas houve uma tempestade durante

a noite...Mathias escutouJa em silncio, observandoJa con%essar o que no tinha

adivinhado por conta pr'pria e havia um detalhe que ainda o perturbava. 1 Aocdisse que o homem %e" amea+as. ue tipo de amea+as, ;ovaB 1 uando ela norespondeu depois de um momento, ele soltouJa a -m de ro+ar os dedos ao longoda linha tensa de sua mand(bula. 1 Aoc o conhecia, no .

Ela movimentou a cabe+a uma ve". 1 4e... antes. ;o o via h& de" anos,mas teria o reconhecido em qualquer lugar. 5entei -ngir que no... por isso quecomecei a %a"er a tatuagem que ele e)igiu. Entretanto, depois que comecei a

trabalhar nele, ele me reconheceu tambm, embora eu pare+a muito di%erenteagora. Estou muito di%erente agora.

1 Coi ele a pessoa que a machucou... antesB

1 8m deles, 1 ela disse. 1 #eu nome era Orin 4o/le.

Mathias cavaria aquele nome na primeira chance que tivesse. 4eseavaapenas ter uma oportunidade de distribuir um pouco de dor para o bastardopessoalmente, antes de O""/ tJlo es%aqueado. 1 E os outros no necrotrioB

;ova balan+ou a cabe+a. 1 ;o os conhecia. Eles eram associados de4o/le, mas ele os traiu. Ele os e)ecutou a sangue %rio sob uma doca no rio. Vaviaoutros com eles. Estavam %alando russo, acho, %a"endo algum tipo de acordo comos homens de 4o/le. Mas isso tudo pareceu dar errado. elo menos um deles %oiatingido tambm, morto, mas no por 4o/le.

Mathias %ran"iu o cenho, ctico. 1 0omo voc pode saber de tudo issoB

>F


46/82

1 orque isso o que vi quando toquei os corpos. Ai os 3ltimos minutos desuas vidas. Ai como eles morreram. Ai quem %e" isto.

* princ(pio, no estava certo do que ela estava %alando, ento umapercep+o estalou. 1 #eu dom de 0ompanheira da Ra+a uma escurido. ;odeve ser %&cil para voc, ter este tipo de habilidade.

Ela encolheu os ombros, mas sua vo" estava calma, assombrada. 1 ;openso sobre isto. ;o uso isto. ;o a menos que precise.

Ele assentiu solene com a compreenso. or todas as ve"es que amaldi+oousua pr'pria habilidade horrenda, no era nada comparada a que ;ovae)perimentava, quando evocava a dela. E ainda assim ela carregou seu %ardo,todos eles, com -rme coragem. 8ma mulher e)traordin&ria, em todos os sentidos.

uanto ao que ela tinha revelado agora, Mathias suspeitou de algum tipo demassacre, mas as not(cias de russos %a"endo parte de tudo o que aconteceu, erain%orma+o valiosa que a Ordem e a :8#5@# no tinham. *inda assim, apenaslevantou mais questes.

1 Aoc conhece aquele que trou)e 4o/le e aqueles outros homens paraLondresB 4isse que pareceu que algum tipo de neg'cio estava acontecendo, 1ele disse, tentando untar as pe+as. 1 #abe que tipo de neg'cio eraB #abe porque as mortes aconteceramB

1 ;o. @sto no algo que eu possa descobrir com meu dom. 1 Elaencontrou seu olhar solene. 1 ;o sei nenhuma destas respostas, uro para voc.

1 E o escaravelho, ;ovaB

1 O que tem istoB

1 O que a marca signi-caB ;o h& nenhuma gangue conhecida pelaaplica+o da lei que use este s(mbolo, ento a quem pertenceB

Ela balan+ou a cabe+a em silncio, a%astandoJse dele alguns passos. 1 ;o uma gangue. I um s(mbolo de %am(lia. Minha %am(lia.

Ele caminhou em dire+o a ela. #uavemente descansando as mos nosombros dela. 1 4igaJme seu nome, ;ova.

1 *gora, voc est& perguntando demais, 1 ela murmurou. 1 Cugi delesmuito tempo atr&s, por uma boa ra"o. ;o pronunciarei o nome e dei)arei que omal me toque novamente.

>H


47/82

Mathias quis pressionar no assunto, convencJla a desistir do resto de seussegredos. Mas ela estava tremendo sob seu leve toque. * mulher durona, deaparncia -rme estava tremendo como uma %olha %r&gil.

Ele a persuadiu a en%rent&Jlo. 1 Est& certo. ;'s resolveremos isto.

1 Dostaria de acreditar nisto, 1 ela sussurrou. 1 Mas no veo como.Mathias ro+ou seu dedo polegar sobre os l&bios dela, silenciando suas

preocupa+es. ;este momento, pelo menos por um momento, no queria que elativesse medo. Ela olhou -)amente nos olhos dele, e ele reconheceu que no havianada que no -"esse para manter esta mulher segura.

1 Resolveremos isto, 1 ele lhe disse novamente, mais suave desta ve".

Ento curvou a cabe+a at a dela e a beiou.

Ela no resistiu a ele, no o a%astou com palavras de%ensivas ouempurrando. ;o, enrolou seus bra+os ao redor dele, quando ele a pu)ou maispara dentro de seu abra+o. Ela o beiou de volta, com o mesmo calor enecessidade que estava correndo por suas pr'prias veias.

Mathias acariciou a tinta que cobria o bra+o dela, ento agarrou a nuca delacom a mo, enquanto sua l(ngua testava a -ssura dos l&bios dela. Ela os separoupara ele, levouJo para dentro com um suspiro silencioso.

Ele no sabia como dei)ou o momento passar de uma con%ronta+o edescon-an+a, para um de deseo %ero", ineg&vel.

O con%orto que quis o%erecer incinerou, derretendo para algo poderoso. *lgoque ele no era nobre o su-ciente para resistir.

*penas sabia que a queria.

E se no encontrasse %or+a de vontade para re%rear logo, no haveria comoretornar.

U U U

Ela queria a%ast&Jlo.

ueira separar sua boca da dele, retroceder para o outro lado do quarto,%ora de seus bra+os.

Ela queria gritar, mas no era terror ou p9nico que %a"ia seus sentidose)plodirem com a necessidade de escapar. Era deseo.

4eseo cru, %aminto, imposs(vel.

>K


48/82


49/82

Ela implorou a troca da %olga de hoe ! noite, e cancelou todos os seuscompromissos, reivindicando que estava doente. *quela mentira magoaria aindamais, se eles soubessem que estava aqui em cima pensando sobre -car nua comMathias.

# que n!o estava, ela disse a si mesma. N!o estava pensando sobre isto,

ou fa*endo isto$

Ela %echou os olhos, e)alando um %orte suspiro. 1 Outra hora, Eddie, o$B

1 O" mandou que eu veri-casse voc, ter certe"a de que no est&vomitando seus intestinos para %ora ou algo assim.

1 ;o estou, 1 ela disse, lan+ando a Mathias um olhar agu+ado. 1 Aou-car bem, prometo. ;ecessito apenas de algum tempo so"inha, isto tudo. 4iga aO" que no se preocupe comigo.

1 0erto, mas voc sabe que ele vai se preocupar at que a vea por simesmo. Ele disse que voc no -cou doente nenhuma ve", ;ova.

1 4escerei mais tarde, prometo.

1 0erto, ento, 1 ele concordou depois de um momento. 1 4irei a ele.

uando os passos de Eddie en%raqueceram, silenciando, ;ova lan+ou arespira+o contida. 1 ;o posso %a"er isto. Aoc deve partir, Mathias.

Ele moveuJse para mais perto. 1 ;o quero partir.

1 Aoc ouviu Eddie. Ele e O" esto preocupados comigo. Ao se perguntar oque estou aprontando aqui. 1 Ela abai)ou o olhar para evitar os olhos ardentesde Mathias. 1 recisamos parar com isto agora. Aoc precisa partir, e eu devo ir...

1 Aoc no quer ir. 1 Ele guiou o rosto dela de volta para o dele,recusandoJse a dei)&Jla se esconder. #uas cintilantes (ris brilhando com lu"9mbar, as pupilas to -nas que quase %oram engolidas pelo calor de seu deseo.*s pontas de suas presas cintilavam por tr&s da linha sensual de seus l&bios, !medida que %alou. 1 Aoc no quer parar o que est& acontecendo entre n's. ;o

pode negar isto, ;ova. ;o mais do que eu posso.Ela olhou -)amente para ele, in%eli" com a necessidade. Aiu aquela mesma

necessidade escrita na intensidade do olhar dele, na -rme"a de seu quei)oquadrado quando ele separou os l&bios e desceu sobre ela mais uma ve".

Ele reivindicou sua boca desta ve", e ela a%undou nisto de boa vontade,desen%readamente.

>N


5

L a - Midnight Breed 11.5 - Marcado Pela Meia-Noite (Rev PRT)

Documents

Transcript of L a - Midnight Breed 11.5 - Marcado Pela Meia-Noite (Rev PRT)