Kirchner

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Marzella (1909- 10)

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Trabalho elaborado por Ana Lourenço

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Auto-Retrato (1919)

Ernst Ludwig Kirchner (Alemanha, 1880 - Davos, Suíça, 1938) foi um pintor expressionista alemão. Foi um dos fundadores do grupo de pintura expressionista Die Brücke. Influenciado pelo cubismo e fauvismo, o pintor alemão deu formas geométricas às cores e despojou-as da sua função decorativa por meio de contrastes agressivos, com o fim de manifestar sua verdadeira visão da realidade.

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Die Brücke, grupo formado em 1905 por quatro estudantes de arquitectura (incluindo Kirchner), cujo principal ideal era libertar a arte dos valores formais e tradicionais. A xilogravura foi uma técnica muito utilizada pelo grupo, Kirchner era o executor das xilogravuras para os cartazes e catálogos do Brücke, técnica que aprendeu aos 15 anos com o seu pai.

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A técnica exige que se entalhe a madeira, com a ajuda de um instrumento cortante, a figura ou a forma que se pretende imprimir. Em seguida usa-se um rolo de borracha embebida em tinta, pintando só as partes elevadas do entalhe. O final do processo é a impressão em relevo, em papel ou pano especial, que fica impregnado com a tinta, revelando a figura.

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Teórico e guia espiritual do grupo, Kirchner é também o membro mais instável, hipersensível e conflitual: aspectos que determinarão a dissolução do grupo em 1913 devido aos seus excessos de protagonismo. O período de Dresden traz novidades significativas: a descoberta da arte tribal, a adopção das técnicas gráficas da tradição alemã como água-forte e a xilogravura, e a reflexão acerca da natureza como lugar de pureza e de liberdade primordiais.

Escola de Dança (1914)

Brandenburger Tor (1915)

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A simplificação tribal ligava-se de resto também à adopção do ângulo agudo, às ogivas do gótico alemão que se encontram nas pinceladas segmentadas e angulosas com que Kirchner descreve as paisagens e até as figuras. Se as fontes da sua pintura – que ecoa indiferentemente a história alemã ou a escultura tribal – são, portanto, compósitas, os temas que Kirchner prefere em Dresden são sobretudo retratos e nus femininos.Kirchner no seu estúdio em Berlim (1915)

Auto-Retrato como soldado (1915) Auto-Retrato como uma pessoa doente (1918)

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As cores da sua paleta tornam-se cada vez mais acres, gritantes, as linhas verticais vibram em cada canto do quadro, ficam mais frenéticas, agudas; o próprio artista definirá como «linhas de força», baseando-se evidentemente no conhecimento das novas ideias futuristas. O protagonista das suas obras é o próprio sentimento de solidão do homem na cidade, nas ruas, no circo, nos cabarets. O mito do progresso tecnológico e do progresso urbano incorporado por outras vanguardas, torna-se em Kirchner mais um conflito entre pólos opostos: natureza e cidade, individuo e sociedade, matéria e espírito, normalidade e alienação.

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A experiência da Primeira Guerra Mundial exaspera e aumenta as causas do sofrimento interior do artista que chega a ter um esgotamento nervoso do qual nunca conseguirá recuperar. Nem o isolamento na Suíça, na aldeia de camponeses de Davos, onde volta à sua contemplação romântica da natureza, consegue desviá-lo das perturbações que o levam ao suicídio, em 1938. A peça final parece ter derivado da sua inclusão na exposição da «arte degenerada», promovida por Adolf Hitler para condenar e submeter ao escárnio público a arte moderna.

Artillerymen (1915)

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A Toilette1912-13, Parigi, Musée Nazional d’Art Moderne

A crítica oficial recusa categoricamente a constante desarmonia, as cores violentas, a deformação das figuras, e a própria brutalidade das pinceladas, nervosas e rápidas da linguagem expressionista. É este o repertório visual que se encontra na imagem da Toilette, cuja protagonista parece efectivamente esculpida em madeira, aludindo à forte simplificação do gosto primitivista.

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Uma mulher, ou talvez duas, aparecem no espaço comprimido, ao mesmo tempo irreal, de um quarto.

Ambas se tornam protagonistas da obra, e nenhum dos dois mostra um tratamento mais realista que o outro.

O modelo que vemos de costas, contraído e instável no banco em frente ao espalho, dobra os braços na nuca, com um gesto difícil e pouco natural, enquanto o outro, que aparece no reflexo, mostra uma forte inclinação do busto para a frente, e uma mão claramente levada para o rosto.

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O elemento central é o espelho, ou até mesmo o acto da reflexão deformada, como que a dizer que a realidade é outra que não o que se vê, e que muitas vezes esconde verdades insondáveis e angustiantes. Expediente típico da pintura impressionista e pós-impressionista, o espelho exprimia múltiplas atitudes, implicitamente negadas no quadro de Kirchner: a exibição de um virtuosismo técnico na representação dos objectos; a capacidade de dilatar a visão, multiplicando os pontos de vista e as angulações da cena com a geral orquestração dos tons luminosos e por fim, a representação de intimidades domésticas imbuídas de encanto feminino.

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A cena é descrita com tons escuros, entre azuis e castanhos dominantes, apenas clareados pelo branco da roupa interior da mulher ou pelos escassos tons de verde dos objectos e do tapete. As pinceladas são rápidas, quase rugosas, angulosas, assim como são oblíquas e aguçadas as linhas que percorrem toda a composição.

Acima de tudo, o espelho de Kirchner reflecte um espaço fechado, claustrofóbico e vazio.

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Bibliografia:

-A Grande História da ARTE, Século XX: Cubismo, Expressionismo e Surrealismo, volume 14 (editora Público)

-Wikipédia (http://en.wikipedia.org/wiki/Ernst_Ludwig_Kirchner)

Trabalho Realizado por: Ana Lourenço nº2 12ºF