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KELLI GARCIA BONETTI MARIANA VIDAL FOLLETTO MARILANDI ANTUNES PREVENÇÃO DE INJURIAS NÃO INTENCIONAIS NA INFÂNCIA: UMA REVISÃO INTEGRATIVA Trabalho de conclusão de curso apresentado do Curso de Enfermagem da Universidade Federal do Pampa, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Enfermagem. Orientador(a): Msc. Michele Bulhosa de Souza Uruguaiana 2010

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KELLI GARCIA BONETTI

MARIANA VIDAL FOLLETTO

MARILANDI ANTUNES

PREVENÇÃO DE INJURIAS NÃO INTENCIONAIS NA INFÂNCIA: UMA

REVISÃO INTEGRATIVA

Trabalho de conclusão de curso apresentado do

Curso de Enfermagem da Universidade Federal do

Pampa, como requisito parcial para obtenção do

Título de Bacharel em Enfermagem.

Orientador(a): Msc. Michele Bulhosa de Souza

Uruguaiana

2010

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Dedico este trabalho de conclusão de curso aos

nossos amados pais, irmãos, amigos e maiores

incentivadores e fontes inesgotáveis de apoio,

amor e compreensão.

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“Para realizar grandes conquistas devemos não

apenas agir, mas também sonhar, não penas

planejar, mas também acreditar.”

Anatole France

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RESUMO

A infância tem períodos em que a criança manifesta diferentes formas de agir, é marcada por

transformações físicas, emocionais, relacionais, cognitivas e espirituais. Este processo de

desenvolvimento também envolve mudanças, aquisições de habilidades e competências,

sendo que em cada etapa, a criança fica vulnerável a diferentes riscos que podem vir a

ocasionar os acidentes. O trabalho justifica que as injúrias não intencionais são uma

importante causa de morbimortalidade em todo o mundo, e quando falamos em acidentes na

infância, acredita-se que podem ser previsíveis e evitáveis através de medidas educativas e

preventivas. Desta forma teve-se como objetivo sistematizar a produção cientifica nacional

acerca de injúrias não intencionais na infância no período de 2000 a 2010. Método: Revisão

integrativa de literatura baseado no modelo de Mendes, Silveira e Galvão (2008), as bases de

dados utilizadas na pesquisa foram o SCIELO, LILACS e BDENF, sendo selecionados 20

estudos a partir das palavras-chave “prevenção de acidentes e crianças” e chave “prevenção

de acidentes e pré-escolar”. Os resultados encontrados foram organizados por categorias e

subcategorias a fim de melhor esboçá-los. Na primeira categoria, apresenta-se as injúrias não

intencionais que ocorrem com maior freqüência no período do desenvolvimento infantil, na

segunda categoria, discorre-se sobre a influência dos fatores ambientais e socioeconômicos no

acometimento de injúrias, na terceira categoria, expõe-se a percepção dos pais e educadores

frente à ocorrência de injúrias, na quarta categoria, abordam-se as estratégias e ações de

prevenção de injúrias ocorridas em escolas e domicílios. A prevenção de injúrias não

intencionais, após a discussão dos resultados observou-se que possui intervenção direta dos

pais e responsáveis. Para que as injúrias possam ser prevenidas, os pais e responsáveis devem

estar cientes dos riscos aos quais a criança está exposta. Em se tratando do ambiente

educacional, entende-se como fundamental e urgente a necessidade de se desenvolver ações e

estratégias no que se refere à prevenção de injúrias. Para que ocorra a prevenção efetiva de

injúrias não intencionais, deve-se buscar a interdisciplinaridade, em que haja integração de

educadores, trabalhadores da saúde e gestores, buscando tecer redes de cooperação para que

sejam encontrados os caminhos que possibilitem efetivar as diretrizes da Política Nacional de

Redução da Morbimortalidade por Acidentes e Violências. Concluindo, o presente estudo faz-

se relevante, uma vez que traz contribuições para o conhecimento científico sobre as injúrias

não intencionais na infância, uma vez que se identificaram lacunas no que se refere à

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prevenção destas, bem como foram apresentados caminhos estratégicos para que se possam

obter melhorias neste contexto. Assim, permanece o desafio da Enfermagem em aprimorar

oseus conhecimentos, produzir pesquisas e realizar ações estratégicas de educação e

prevenção das injúrias na infância. Destacando-se as intervenções possíveis de serem

implementadas pelo Enfermeiro (a), evidenciando-se entre elas a educação, uma vez que

possibilita levar ao conhecimento de pais e educadores estratégias de prevenção, que

colaborem com a diminuição da incidência do evento injúria não-intencional durante a

infância.

Descritores: Saúde da Criança, acidentes, enfermagem.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 8

1.1 JUSTIFICATIVA ............................................................................................................ 10

1.2. OBJETIVOS .................................................................................................................. 11

1.2.1. Objetivo geral: ........................................................................................................ 11

1.2.2 Objetivos específicos: .............................................................................................. 11

2 REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................................................. 12

2.1 O DESENVOLVIMENTO INFANTIL E SEUS RISCOS PARA OCORRÊNCIA DE

INJÚRIAS NÃO INTENCIONAIS ..................................................................................... 12

2.2 AS INJÚRIAS NÃO INTENCIONAIS ATRAVÉS DO TEMPO E O PAPEL DA

ENFERMAGEM NO CONTEXTO DA PREVENÇÃO ..................................................... 16

3. TRAJETÓRIA METODOLÓGICA ..................................................................................... 20

3.1 REVISÃO INTEGRATIVA ............................................................................................ 20

3.1.1. FASES DA REVISÃO INTEGRATIVA ................................................................ 21

4 RESULTADOS ...................................................................................................................... 24

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTUDOS ........................................................................ 24

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS .................................................................................... 28

4.2.1 INJÚRIAS NÃO INTENCIONAIS QUE OCORREM COM MAIOR

FREQUÊNCIA NO PERÍODO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL ...................... 29

4.2.2 INFLUÊNCIA DOS FATORES AMBIENTAIS E SOCIOECONÔMICOS NO

ACOMETIMENTO DE INJÚRIAS ................................................................................. 32

4.2.3 CONHECIMENTO DOS PAIS E EDUCADORES FRENTE À OCORRÊNCIA

DE INJÚRIAS .................................................................................................................. 33

4.2.4 ESTRATÉGIAS E AÇÕES DE PREVENÇÃO DE INJÚRIAS NA ESCOLA E NO

DOMICÍLIO ..................................................................................................................... 34

4.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............................................................................... 37

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 41

REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 43

ANEXO 1 ................................................................................................................................. 48

ANEXO 2 .................................................................................. Erro! Indicador não definido.

ANEXO 3 .................................................................................. Erro! Indicador não definido.

ANEXO 4 .................................................................................. Erro! Indicador não definido.

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1 INTRODUÇÃO

O crescimento do ser humano é um processo dinâmico e contínuo, que ocorre desde a

concepção até o final da vida, incide no aumento da massa corporal e nas modificações

quantitativas decorrentes dos processos de hipertrofia e hiperplasia celular, podendo ser

mensurável. Consiste também no surgimento e no aperfeiçoamento de habilidades motoras,

cognitivas, psíquicas, e sociais. Os genes e o caráter (modo de perceber, interpretar, organizar

e responder a estímulos) também influenciam no processo de desenvolvimento, o qual segue

etapas que obedecem a um princípio: ocorre na direção céfalo-caudal, próximo distal e do

geral para o específico (RIBEIRO, 2002; BRASIL, 2002).

Todo o indivíduo nasce com potencial genético de crescimento, que poderá ou não ser

atingido, dependendo das condições de vida a que esteja submetido desde a concepção até a

idade adulta. Por tanto, pode-se dizer que o crescimento sofre influências de fatores

intrínsecos, tais como genéticos, metabólicos e malformações e de fatores extrínsecos, dentre

os quais se destacam alimentação, saúde, higiene, habitação e os cuidados gerais com a

criança (BRASIL, 2002).

Durante o período do desenvolvimento e crescimento infantil é característica natural

da criança mudar e se adaptar, para afirmar-se como indivíduo, fazendo com que cada

vivência do dia-a-dia torne-se um aprendizado (WONG, 2006; SCHIMITZ, 2005).

A infância tem períodos em que a criança manifesta diferentes formas de agir, é uma

fase marcada por transformações físicas, emocionais, relacionais, cognitivas e espirituais. Este

processo de desenvolvimento também envolve mudanças, aquisições de habilidades e

competências, sendo que em cada etapa, a criança fica vulnerável a diferentes riscos.

(ISSLER, 2002; RIBEIRO, 2009).

Crianças com até seis anos de idade estão mais expostas aos riscos de acidentes como:

asfixia, afogamento, queimaduras, quedas, contusões, intoxicações, traumas em geral,

fraturas, choque elétrico, atropelamento, picadas e mordeduras. Além das ocorrências citadas

anteriormente, os acidentes que mais ocorrem com crianças de três a cinco anos são: quedas

de lugares altos, acidentes de transito (pedestre ou passageiro), bicicletas, triciclos e patins.

Enquanto, que as crianças entre 6 a 12 anos estão expostas aos acidentes esportivos, agressões

entre crianças, traumatismos dentários, uso de drogas lícitas e ilícitas, armas e violência

(ISSLER, 2002; RIBEIRO, 2009).

Cada criança tem suas peculiaridades, e para promover sua saúde deve-se proporcionar

condições ambientais favoráveis para o seu desenvolvimento e crescimento, envolvendo a

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família, cultura, crenças, valores, alimentação, moradia, educação, renda familiar, saneamento

básico, lazer, transporte, entre outros que influenciam nesse processo de desenvolvimento

(RIBEIRO, 2009; PROENF, 2006).

Assim, entende-se que “(...) proporcionar à criança oportunidades para que tenha um

desenvolvimento adequado é talvez o de mais importante que se pode oferecer à espécie

humana” (BRASIL, 2005, p.10), estas oportunidades precisam ser ofertadas especialmente

nos seis primeiros anos de vida, que são primordiais para o desenvolvimento infantil, pois

nesta etapa da vida a criança desenvolve habilidades e grande parte do potencial mental

(WONG, 2006; SCHIMITZ, 2005).

A criança tem dentre seus direitos fundamentais, o direito à vida, à segurança e

proteção. Estes direitos são constantemente ameaçados pelas injúrias não intencionais

(Estatuto da criança e do adolescente, 1990), pois estes eventos representam cada vez mais

uma importante causa de morbimortalidade em todo o mundo, e quando falamos em acidentes

na infância, acredita-se que podem ser previsíveis e evitáveis. O Brasil juntamente com os

Estados Unidos da América, o México e a Coréia está entre os países com altas taxas de

óbitos por acidentes com crianças de até 15 anos. (MARTINS, 2006; SOUZA, 1999).

Atualmente, a Organização Mundial de Saúde (OMS) desestimula o uso do termo “acidente”,

preferindo a expressão “evento causador de injúria não-intencional”, segundo a classificação

Internacional de Causas Externas de Injúrias (ICECI), a injúria é entendida como um dano

corporal produzido por trocas de energia com efeitos discerníveis e relativamente súbitos, que

pode se apresentar como uma lesão física, ou como um prejuízo da função (BLANK, 2010;

DEL CIAMPO, 1996). No contexto brasileiro, a Política Nacional de Redução de

Morbimortalidade por Acidentes e Violência (2001), ainda adota o termo acidente em vista de

estar consagrado pelo uso, porém não considera o evento como um caso fortuito e eventual,

assumindo que tais acidentes podem ser previníveis e evitáveis ( BRASIL, 2001). No

decorrer deste trabalho utilizaremos o termo injurias não intencionais, por este ser um termo

mais atualizado.

As crianças estão expostas a diversos tipos de injúrias não intencionais, na infância “o

ambiente doméstico é o principal local onde são gerados esses agravos, na adolescência, o

espaço extradomiciliar tem prioridade no perfil epidemiológico.” Assim, o Ministério da

Saúde adota a seguinte classificação estratégica: “injúrias não intencionais domésticas

(quedas, queimaduras, intoxicações, afogamentos e outras lesões) e injúrias não intencionais

extradomiciliares (acidentes de trânsito e de trabalho, afogamentos, intoxicações e outras

lesões)” (BRASIL, 2001, p. 19).

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Durante as práticas disciplinares do curso de Enfermagem, realizadas na unidade

pediátrica do hospital Santa Casa de Caridade de Uruguaiana, observamos um número

elevado de internações por injúrias não intencionais ocasionados por causas externas, além

dos acidentes infantis conhecidos através de meios de comunicação. Neste contexto

questionamos qual a produção cientifica nacional acerca das injurias não intencionais na

infância, no âmbito nacional no período de 2000 a 2010?

1.1 JUSTIFICATIVA

No Brasil, o decreto n° 99.710 da convenção sobre os direitos da criança e do adolescente

normatiza que, deve-se assegurar a todos os setores da sociedade, em especial aos pais e as

crianças, o conhecimento dos princípios básicos de saúde e de ações de prevenção de

acidentes recebendo apoio para aplicação destes conhecimentos. Assim, é responsabilidade do

adulto impedir que o menor fique exposto à riscos tanto no lar quanto nos diversos ambientes

(SCHIMITZ, 2005).

As injúrias não intencionais, representam a principal causa de morte de crianças de 1 a

14 anos no Brasil. Cerca de 6 mil crianças até 14 anos morrem e 140 mil são hospitalizadas

anualmente segundo dados do Ministério da Saúde, configurando-se como uma séria questão

de saúde pública (ABIB, 2004).

Em pesquisa realizada por Malta (2009), em 24 unidades federais, foram

contabilizados 53.788 atendimentos de emergências no ano de 2007, decorrentes de injúrias

não intencionais, por meio do qual constata-se que tais injúrias e a violência na infância são

as principais causas de mortalidade de jovens e crianças, o que requer estudos sobre suas

características e a suas conseqüências na vida das crianças e suas famílias.

Segundo Agop Kayayan (1990), representante no Brasil do Fundo das Nações Unidas

para a Infância (UNICEF), no que diz respeito à promoção e defesa dos Direitos da Criança, o

Brasil foi o primeiro país da América Latina e um dos primeiros do mundo a implementar e

organizar sua legislação com de acordo com a normativa internacional. Acredita-se que é

muito importante o envolvimento da sociedade e o engajamento e comprometimento dos

governantes no âmbito de desenvolvimento de ações e atitudes que promovam a segurança da

criança.

Destaca-se, conforme Schimitz (2005) que a enfermagem desempenha um papel

importante no contexto dos acidentes na infância, no que diz respeito a identificação dos

perigos ambientais, as características comportamentais da criança, na gestão de equipes de

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prevenção de injúrias não intencionais em instituições e comunidades.

1.2. OBJETIVOS

1.2.1. Objetivo geral:

Sistematizar a produção cientifica nacional acerca de injúrias não intencionais na

infância no período de 2000 a 2010.

1.2.2 Objetivos específicos:

1-Conhecer as ações de prevenção das injúrias não intencionais na infância promovidas pela

enfermagem, responsáveis e educadores;

2- Identificar os fatores de risco para a ocorrência de injurias não intencionais na infância;

3. Descrever as principais injurias não intencionais na infância.

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2 REFERENCIAL TEÓRICO

No capítulo 1 aborda-se o desenvolvimento infanil, enfocando as principais injúrias as

quais a criança está exposta e sua vulnerabilidade em relação a fase de evoluçao e

desenvolvimento de suas capacidades, neste período que é de descobertas e adaptações ao

meio.

No capítulo 2 apresentaremos um breve resgate sobre a trajetória do desenvolvimento

das pesquisas que retratam o tema acidentes no Brasil, salientando o despertar do interesse de

estudiosos e dos órgãos públicos, que se refletem no aumento do desenvolvimento de

pesquisas e na construção de políticas de prevenção destas. Destacaremos os fatores que

influenciam no aumento da vulnerabilidade para ocorrência de injúrias, salientando a seguir o

papel da enfermagem no contexto da educação para prevenção.

2.1 O DESENVOLVIMENTO INFANTIL E SEUS RISCOS PARA OCORRÊNCIA DE

INJÚRIAS NÃO INTENCIONAIS

O desenvolvimento infantil pode ser considerado como o aumento da capacidade do

individuo na realização de funções cada vez mais complexas. Este aumento da capacidade

ocorre gradativamente, ou seja, em etapas. Nestas várias etapas do desenvolvimento ocorrem

alterações no grau de maturação motora, cognitiva e psicossocial, destacando-se a sua

imaturidade física e mental, a inexperiência e incapacidade para prever e evitar situações de

perigo, expondo a criança ao risco (ISSLER, 2002; DEL CIAMPO, 1996).

Além disso, a criança tende a imitar e repetir comportamentos sem preocupação

corporal, ignorando os possíveis perigos existentes nas atividades que realiza. A impaciência,

incoordenação motora, imaturidade em ações defensivas, particularidades orgânicas ou

anatômicas, como a desproporção crânio-corpo, e as pequenas dimensões das vias-aéreas

superiores podem predispor a acidentes mais específicos (ISSLER, 2002; DEL CIAMPO,

1996).

A cada etapa do desenvolvimento a criança apresenta vulnerabilidades, desta forma a

gravidade da injúria não intencional está intimamente ligada a idade da criança. Em se

tratando de gênero, o masculino parece estar mais exposto as injúrias não intencionais, pois

estes brincam, geralmente, de forma mais ativa e ousada (DEL CIAMPO, 1996; SCHIMITZ,

2005; BLANK, 2005, 2010; BEE, 2003). Ressaltando ainda Unglert (1987) afirma que, as

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meninas brincam mais dentro do próprio domicílio, sendo que os meninos desfrutam de maior

liberdade, brincando fora do domicílio, tornando-o mais vulnerável.

Como as injúrias não intencionais geralmente estão relacionadas à etapa de

desenvolvimento da criança, parece necessário que os profissionais de saúde estejam aptos a

orientar a família sobre os riscos de cada uma dessas fases.

Geralmente, até o segundo semestre de vida a criança adquire habilidades importantes

como a formação de pinça, que associada a tendência de levar objetos a boca, aumenta o risco

de aspiração de corpos estranhos. Já o desenvolvimento da marcha traz um risco maior de

quedas e contusões. Estão entre os mais comuns acidentes nesta faixa etária, a asfixia (por

sufocação e aspiração por leite, talco ou brinquedo), problemas relacionados com o banho,

como queimaduras e afogamentos; acidentes provocados por terceiros como, quedas,

queimaduras por líquidos que sejam derramados sobre a criança, intoxicação por

medicamentos inadequados ou em doses errôneas (ISSLER, 2002; RIBEIRO, 2009; BRASIL,

2002).

A sufocação, ou obstrução das vias aéreas, é a primeira causa de morte de crianças de

até 1 ano, a ocorrência de asfixia por natureza alimentar representa 70% deste tipo de

acidente, e até os 4 anos de idade, pais e profissionais de saúde precisam atentar para o

reconhecimento dos potenciais riscos para a ocorrência destes acidentes (BITTENCOURT

2010; CRIANÇA SEGURA, 2010).

Em relação a asfixia, crianças em seus primeiros anos de vida ficam mais vulneráveis

a aspiração de pequenos objetos, tanto os que ficam ao seu alcance, quanto as partes que

podem ser removidas de objetos que inicialmente pareciam seguros. Neste momento de

descoberta, a criança adquire capacidade de encontrar sua boca, cabendo aos pais e

cuidadores dispensar especial cuidado com os brinquedos, atentando aos que possuem

pequenas peças que possam ser removidas, chocalhos, animais de pelúcia, bem como roupas

que possuam peças que possam ser engolidas ou facilmente removidas, assim expondo a

criança ao risco de aspiração (WONG, 2006; ISSLER, 2002; RIBEIRO, 2009).

Já a criança em nível pré-escolar tem uma percepção egocêntrica e irreal do seu

ambiente não sendo capaz de aprender noções de segurança. O pensamento mágico que

acompanha esta faixa etária, faz a criança imaginar que pode cair sem se ferir como nos

desenhos animados. Nessa fase as injúrias prevalentes são quedas de lugares altos, traumas

variados e lacerações, afogamentos, queimaduras, intoxicações e atropelamentos (ISSLER,

2002; RIBEIRO, 2009).

As quedas ocupam lugar de destaque nas estatísticas de injúrias não intencionais,

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sendo a principal causas de internação por acidentes entre crianças e adolescentes de 1 a 14

anos no Brasil. Dados do Ministério da Saúde evidenciam que 75.504 crianças de até 14 anos

foram hospitalizadas, vítimas de quedas (CRIANÇA SEGURA, 2010).

A criança tem uma predisposição maior para que ocorra o trauma, pois diferencia-se

do adulto possuindo uma menor massa corpórea, o esqueleto menos calcificado, tornando-o

mais maleável o que pode causar maiores danos internos. Outro fator importante na criança é

a sua faixa etária, e a imaturidade neurológica, com isso as seqüelas psíquicas se tornam

marcantes. O fator socioeconômico influencia na ocorrência do trauma, pois as crianças

provenientes de regiões menos favorecidas economicamente por exemplo, costumam usar

lajes descobertas de suas casas e quintais para brincadeiras e isso expõe ao risco

(BARATELLA, 2010; PAES, 2005).

Além disso, ganhar a primeira bicicleta, tirar as rodinhas e pedalar por conta própria

são momentos inesquecíveis para a criança. Muito mais do que brinquedos, a bicicleta, o

patins, o patinete e o skate representam liberdade e independência e o uso cada vez maior

desses meios de transporte e lazer causam um aumento nos acidentes, principalmente quando

essas crianças estão expostas em vias púbicas (WONG, 2006; CRIANÇA SEGURA, 2010).

Destaca-se, também, injúrias não intencionais por submersão como a segunda causa de

morte e a oitava em hospitalizações, na faixa etária de 1 a 14 anos. Segundo o Ministério da

Saúde em 2005, 1.496 crianças de até 14 anos morreram vítimas de afogamentos. A maioria

dos acidentes por afogamento em crianças ocorrem em água doce, aumentando

significativamente aos fins de semana, feriados e no verão. Salientamos que, para uma

criança que está começando a andar, por exemplo, três dedos de água representam um grande

risco, pois ela pode afogar-se em banheiras, vasos sanitários, baldes e tanques. Já as crianças

de idade entre 1 a 4 anos afogam-se principalmente em piscinas, banheiras, reservatórios, e

mar. Na faixa etária dos 5 a 14 anos os acidentes ocorrem geralmente em piscinas, lagos, rios,

represas e mar (KATAYAMA 2010, CRIANÇA SEGURA, 2010; PAES, 2005). Este

representa um dos acidentes mais letais para crianças e adolescentes, pois ocorre de forma

rápida e silenciosa: assim toda criança está em risco quando próxima a água (CRIANÇA

SEGURA, 2010).

Segundo Costa, (2010), a queimadura é a terceira causa de morte por injúria não

intencional este é um acidente que causa dor e dependendo de sua gravidade, pode ocasionar

seqüelas permanentes e comprometimento da auto-imagem, cujo tratamento é na maioria das

vezes doloroso e prolongado (PAES, 2005).

As queimaduras podem ocorrer por vários fatores, entre os acidentes com menor

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freqüência surgem as injurias por corrente elétrica, produtos químicos, contatos com corpos

superaquecidos e radiação. As lesões por líquidos quentes são as causas mais comuns

principalmente em crianças menores de cinco anos (COSTA, 2010; CRIANÇA SEGURA,

2010; PAES, 2005).

Nesta fase também, o relacionamento com o ambiente ocorre principalmente,

por meio da prática de levar objetos à boca, isso expoem a criança a ingesta de líquidos, tais

como produtos de limpeza ou medicamentos que estejam ao seu alcance. Geralmente, estes

produtos estão acondicionados em frascos coloridos ou garafas de refrigerante, despertando a

curiosidade e fazendo com que a criança fique exposta ao grande risco de envenenamento e

intoxicação não intencional, ressalta-se que em uma residência pode-se encontrar mais de 500

tipos de substâncias tóxicas, sendo que um terço dos envenenamentos ocorrem na cozinha

(RAMOS, 2005; CRIANÇA SEGURA, 2010; WONG, 2006, PRESGRAVE, 2008).

É importante destacar, que a intoxicação não se deve somente pela ingestão, mas

podendo ser também através da inalação, como exemplo, a inalação de vapores de cloro

expelido por produtos de limpeza, ou materiais para piscinas, é importante ter cuidado com a

toxidade passiva de drogas ilícitas causada pelo contato direto com a fumaça destes (WONG,

2006).

Em estudo realizado por Schvartsman no ano de 2005, no Brasil, os acidentes por

intoxicação com medicamentos eram os principais responsáveis pelas injúrias. Atualmente,

Presgrave (2008), refere que os produtos de limpeza doméstica seriam os principais

causadores desses eventos, sendo que, o principal motivo desta injúria pode ser o

armazenamento inadequado dessas substâncias (WONG, 2006). Porém, Schvartsman (2005),

justifica que as reais características deste tipo de acidente ainda são desconhecidas em razão

da imprecisão das notificações e dos registros dos casos.

Podem ser considerados como fatores de intoxicação resíduos de agrotóxicos,

presentes nos alimentos, contato e ingestão de plantas, pois suas folhas e flores atraem

facilmente as crianças, podendo ser arrancadas e ingeridas, estas muitas vezes são colocadas

no chão, facilitando o acesso das das crianças (WONG, 2006; SCHVARTSMAN, 2005).

A criança faixa etária escolar já possui a capacidade de aprender noções de segurança,

mas ainda não tem o pensamento concreto organizado, apresenta comportamento desafiador,

ou seja, constantemente desrespeita regras que visam a sua proteção, e suas capacidades

motoras estão bem além do seu julgamento crítico. Assim, a supervisão de adultos em

situações complexas como no trânsito, torna-se necessária para evitar atropelamentos, a

principal causa de morbimortalidade nesta faixa etária(ISSLER, 2002; RIBEIRO, 2009).

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No ambiente escolar predominam lesões derivadas de agressão entre as crianças,

impacto contra objetos ou outras pessoas, tendo como conseqüência, lacerações, traumatismos

dentários, fraturas e outras lesões (ISSLER, 2002; RIBEIRO, 2009). Enquanto que, na área

rural, os acidentes provavelmente podem estar relacionados a proximidade de crianças com

animais, cavalos, gado e canais de irrigação, instrumentos de trabalho, como tratores e

ferramentas (BRASIL, 2001; PAES, 2010).

2.2 AS INJÚRIAS NÃO INTENCIONAIS ATRAVÉS DO TEMPO E O PAPEL DA

ENFERMAGEM NO CONTEXTO DA PREVENÇÃO

Ao retomar a trajetória sobre as injúrias não intencionais na infância no Brasil, Del

Ciampo, (1996) constatou que a primeira publicação sobre a temática foi em 1951 por

Orlando e Almeida que abordavam o tema na revista “O Brasil Médico”, despertando o

interesse de outros autores para desenvolver estudos sobre esta problemática.

Até parte do século passado, não havia uma preocupação epidemiológica perante a

temática dos acidentes, estes não eram considerados como acontecimentos previsíveis, mas

sim como uma ocorrência do acaso, considerava-se ainda, que as vítimas eram pessoas

descuidadas ou pouco inteligentes, se tratando de crianças a culpa recaia sobre os pais

(BLANK, 2010).

A partir da década de 80, as injúrias não intencionais passaram a ser discutidos como

um problema de saúde pública, quando foi constatado um aumento significativo no número de

óbitos na população, por esta causa, sendo considerada a segunda causa de mortalidade geral

(BRASIL, 2001).

Considerando que as injúrias não intencionais ou lesões não-intencionais representam

a principal causa de morte de crianças de 1 a 14 anos no Brasil (ABIB, 2004) ao buscarmos

dados estatísticos no Departamento de Informática do SUS - DATASUS dos óbitos infantis

sobre a casuística injúrias não intencionais por causas externas na infância no estado do Rio

Grande do Sul (RS) , (Anexo 1, Anexo 2, Anexo 3, Anexo 4), percebeu-se uma redução da

prevalência desta problemática, porém ainda os dados nos levam a questionar sobre como a

prevenção destes agravos precisa ser priorizada no RS.

Para Schimitz, (2005, p.379), “o acidente é resultado da interligação de vários fatores

ligados ao hóspede, ao agente lesivo e ao meio”. Assim, "vetores e o hospedeiro interagem

dentro de um meio ambiente permissivo, sujeito a fatores biossocioeconômicos que podem

tanto manter um equilíbrio quanto quebrá-lo" (WAKSMAN;BLANK;GIKAS, 2010, p. 2).

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No contexto dos acidentes físicos parece relevante abordar conforme Waksman, Blank e

Gikas (2010) o modelo epidemiológico clássico de Haddon associado ao modelo

socioecológico de Bronfenbrenner relacionando fatores socioambientais a ocorrência das

injúrias.

FONTE: WAKSMAN ;BLANK, Danilo; GIKAS Catucci, 2010

Dessa forma a ocorrência das injúrias não intencionais pode ser influenciada por

alguns fatores como os sociais, culturais, de civilização e de ambiente. Dentre os fatores

sociais as situações que estão diretamente relacionadas à vulnerabilidade da criança estão a

superpopulação do domicílio, mudanças de endereço, pobreza, pais jovens, analfabetos e

desempregados. Dos fatores relacionados à civilização incluem-se o trânsito, aparelhos

domésticos, máquinas e defensivos agrícolas; brinquedos perigosos; aglomeração e poluição

(SCHIMITZ, 2005; ZHAO, 2004; BLANK, 2005).

Em um ambiente doméstico a probabilidade da ocorrência dos injúrias não

intencionais aumenta, pois é onde a criança passa grande parte do tempo, estando então

exposta aos riscos do local (PAES, 2005 ; RIBEIRO, 2009). Confirmando o que Paes (2005),

aborda, em uma pesquisa realizada por Filócomo, (2000), a maioria das injúrias não

intencionais ocorreram em ambiente doméstico, este aponta que o ambiente domiciliar é um

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local “perigoso”, onde encontra-se objetos perfuro cortantes, fogão, janelas sem proteção,

medicamentos e produtos de limpeza mal armazenados e animais domésticos.

As injúrias não intencionais em ambiente externo como em uma via urbana são

comuns, pois não há separação física entre veículos e pedestres, e as crianças não são

preparadas e educadas para trafegar nas ruas, seja a pé, automóvel ou mesmo de bicicleta

(CRIANÇA SEGURA, 2010; PAES; MACIEL, 2010). Desejar a independência faz parte do

desenvolvimento da criança, e os adultos muitas vezes, apóiam essa vontade. Em perímetro

urbano, essa autonomia dada a criança deve ser observada e acompanhada, sendo

recomendado não deixar que estas andem sozinhas pelas vias públicas (CRIANÇA SEGURA,

2010).

Outra questão do ambiente, refere-se ao aumento expressivo de automóveis

circulantes, condições precárias de algumas ruas e calçadas, a má sinalização, a deficiência na

educação para o trânsito e a impunidade ao motorista infrator, gera um aumento no risco de

atropelamento das crianças (WAKSMAN, 2010).

Entre os fatores sócio-culturais destacam-se o analfabetismo, produtos inseguros,

transporte de massa insuficiente, armas de mão, ambientes de trabalho sem normas de

segurança, organização comunitária precária, falta de comunicação entre setores sociais,

legislação inadequada, baixa prioridade da segurança entre as ações do governo, escassez de

recursos econômicos e baixo comprometimento acadêmico com o campo da segurança

(SCHIMITZ, 2005; ZHAO, 2004; BLANK, 2005).

Buscando a prevenção de acidentes, o Brasil construiu uma política que tem como

propósito fundamental a redução da morbimortalidade por acidentes e violências, perante o

desenvolvimento de ações educativas de modo a contribuir para a qualidade de vida da

população. Tendo como diretrizes a promoção da adoção de comportamentos e de ambientes

seguros e saudáveis; a monitorização da ocorrência de acidentes e de violências; a

sistematização, ampliação e consolidação do atendimento pré-hospitalar; assistência

interdisciplinar e intersetorial às vítimas de acidentes e de violências; estruturação e

consolidação do atendimento voltado a recuperação e à reabilitação; capacitação de recursos

humanos; apoio ao desenvolvimento de estudos e pesquisas (BRASIL, 2001).

Como funções pertinentes do enfermeiro e de outras equipes da atenção básica deve-se

buscar o seguimento dessas diretrizes bem como a realização das atividades de assistência,

pesquisa e educação, abordando a segurança da criança contra as injúrias que possam vir a

ocorrer (RIBEIRO, 2009; WONG, 2006).

Os enfermeiros precisam ter domínio de conhecimento sobre o desenvolvimento

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infantil, potenciais riscos para cada grupo etário, e saber identificar os principais perigos

ambientais. Através desse conhecimento, a enfermagem ocupará uma posição de fácil acesso

da comunidade na oferta da assistência, atuando como educadora, reforçando orientações

sobre os fatores de riscos junto à família e à sociedade, fortalecendo sua responsabilidade no

cuidado. Nesse sentido destaca-se que cuidar de crianças é um desafio aos pais, educadores e

profissionais, mesmo os que possuem experiência e prática (SOUZA, 1999; RIBEIRO 2009;

WONG; 2006).

A enfermeira precisa desenvolver, implementar e avaliar programas de educação para

grupos de pais e ou responsáveis pela criança sobre sua prevenção de acidentes, fazendo com

que estes reconheçam situações de riscos. Também deve promover a reflexão sobre crenças,

valores e tabus culturais envolvendo a segurança da criança, realizar sugestões de prevenção

que possam ser implementadas. Essas ações de enfermagem podem ser desenvolvidas em

instituições hospitalares, organizações de saúde, escolas, comunidades, unidades básicas e em

quaisquer situações que se façam necessárias (FILÓCOMO, 2000; RIBEIRO, 2009; WONG,

2006)

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20

3. TRAJETÓRIA METODOLÓGICA

Este estudo foi elaborado através de uma revisão integrativa de literatura baseado no modelo

de Mendes, Silveira e Galvão (2008).

3.1 REVISÃO INTEGRATIVA

A revisão integrativa é o método de pesquisa utilizado na Prática Baseada e

Evidencias (PBE), o que segundo Castiel e Póvoa (2002, p.119) é definida “como um

processo sistemático de localizar, avaliar e aplicar achados de investigações com base para

tomada de decisões clínicas, a partir de dados da epidemiologia clínica, complementados por

revisões sistemáticas da literatura.” A PBE preconiza fornecer subsídios científicos no intuito

de guiar a tomada de decisão clínica e assim oferecer o melhor cuidado ao paciente

(STEVENS, 2001).

Este tipo de revisão pode ser considerada a mais ampla abordagem metodológica

referente às revisões, pois permite a inclusão de diversas metodologias (ou seja, investigação

experimental e não experimental) podendo ser usada para o desígnio de definição de

conceitos, revisão de teorias e evidências, e análise de problemas metodológicos de um tópico

particular (WHITTEMORE, 2005; SOUZA, SILVA, CARVALHO, 2010). Tendo como

finalidade “reunir e sintetizar resultados de pesquisas sobre um delimitado tema ou questão,

de maneira sistemática e ordenada, contribuindo para o aprofundamento do conhecimento do

tema investigado” (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008, p759).

No presente estudo optou-se pelo método de revisão integrativa, considerando que este

processo oferece um conteúdo amplo e atualizado de estudos sobre a temática injurias não

intencionais em crianças. Para tanto realizou-se esta revisão conforme as etapas propostas por

Mendes, Silveira e Galvão (2008) sendo que estes utilizaram como referência Cooper (1981),

Whittemore & Knafl (2005) e Ganong (1987), este modelo de revisão integrativa proposto pelos

autores consiste em seis etapas apresentadas a seguir.

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3.1.1. FASES DA REVISÃO INTEGRATIVA

3.1.1.1 PRIMEIRA ETAPA

Na primeira etapa ocorreu a escolha do tema e elaboração da questão norteadora. O

assunto foi definido de maneira clara e específica, sendo que a objetividade inicial da pesquisa

predispõe todo o processo a uma análise direcionada e completa. Com os objetivos bem

delineados a pesquisa leva a conclusões de fácil identificação e aplicabilidade (MENDES;

SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

A temática abordada neste estudo são as injúrias não intencionais na infância, com

enfoque na sua prevenção. Sendo assim, temos como questão norteadora: qual a produção

cientifica acerca das injúrias não intencionais na infância no âmbito nacional, no período de

2000 a 2010?

Desta forma buscou-se identificar os estudos através das palavras chaves “prevenção

de acidentes e criança”, “prevenção de acidentes e pré-escolar”.

3.1.1.2 SEGUNDA ETAPA

Após a escolha do tema pelo revisor e a formulação da questão de pesquisa, na

segunda etapa se inicia a busca nas bases de dados para identificação dos estudos que serão

incluídos na revisão, identificando os critérios utilizados como inclusão e exclusão de estudos

sendo que estes devem ser documentados e justificados na descrição do método da revisão

integrativa (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

Sendo assim a partir dos objetivos desta pesquisa, elencou-se critérios de inclusão e

exclusão, para manter o rigor e a igualdade na escolhas dos textos.

Os critérios para inclusão estabelecidos foram:

Abordar a temática injúrias não intencionais na infância;

Estar indexados nos seguintes bancos de dados: LILACS (Literatura Latino-Americana e do

Caribe em Ciências da Saúde), BDENF (Banco de Dados em Enfermagem), e SCIELO

(Scientific Electronic Library Online);

Apresentar as palavras-chave: “prevenção de acidentes e criança”, “prevenção de acidentes e

pré-escolar” no resumo ou no corpo do texto;

Estudos nacionais publicados no período de 2000 a 2010.

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Critérios de exclusão:

Artigos que não estejam disponíveis on-line na integra;

Dissertações, relatos de experiência, reflexões, ensaio teórico, capítulos de livro e

documentos organizados por órgãos governamentais, tais como Ministério da Saúde e

Organização Mundial da Saúde.

Teses foram exlcuídas pelo difícil acesso ao material.

3.1.1.3 TERCEIRA ETAPA

A Terceira etapa consistiu na organização e sumarização das informações de maneira

concisa, formando um banco de dados com o intuído de facilitar o acesso e manejo das

informações coletadas (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008)

Foi elaborado um instrumento (APÊNDICE 1) para realizar um epítome de informações

contidos nos textos, a fim de organizar e facilitar o desenvolvimento da pesquisa. O

instrumento foi baseado no modelo apresentado por Toledo (2008), e os dados elencados são:

código de identificação do texto, sendo que cada estudo foi identificado pela letra “A”

seguido da sua respectiva numeração. Inclui-se também no instrumento, titulo do artigo, o

autores, titulação dos autores, periódico de publicação, ano de publicação, base de dados em

que o texto esta indexado, característica da população pesquisada, metodologia aplicada,

objetivos, resultados dos artigos.

3.1.1.4 QUARTA ETAPA

A quarta etapa compreendeu a avaliação dos estudos, através de analise crítica,

estatísticas, análises de variáveis ou exclusões (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

Para seleção dos estudos realizou-se uma leitura criteriosa dos textos, observando o seu

contexto no que se refere à objetivos, metodologia, e resultados sendo assim estes mostraram-

se concisos e responderam aos objetivos da pesquisa.

3.1.1.5 QUINTA ETAPA

A quinta etapa da revisão integrativa correspondeu à fase de discussão dos principais

resultados da pesquisa, avaliação crítica dos estudos, comparações com a experiência clínica e

ou com o que é abordado na literatura, e a identificação de lacunas diante da temática

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escolhida (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008).

Nesta fase, realizou-se comparação e aproximação entre os resultados, o que favoreceu

a identificação de conclusões e implicações resultantes da revisão integrativa.

A partir disso, para melhor apresentar os dados obtidos elaborou-se categorias, sendo

estas: Injúrias não intencionais que ocorrem com maior freqüência no período do

desenvolvimento infantil; Influência dos fatores ambientais e socioeconômicos no

acometimento de injúrias não intencionais; Estratégias e ações de prevenção às injúrias não

intencionais nas escolas e no domicílio; prevenções às situações causadoras de injúrias não

intencionais extradomiciliares.

3.1.1.6 SEXTA ETAPA

Na sexta e última etapa são apresentadas as conclusões, e resultados evidenciados, que

devem ser documentados e descritos juntamente com as etapas percorridas para chegar a tais

resultados (MENDES; SILVEIRA; GALVÃO, 2008). Dessa forma, apresenta-se a seguir a

caracterização dos estudos, resultados organizados por meio das categorias, discussão e

considerações finais.

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4 RESULTADOS

4.1 CARACTERIZAÇÃO DOS ESTUDOS

A coleta de dados foi realizada em 10 de Outubro de 2010, sendo utilizadas as palavras-

chave: “prevenção de acidentes, criança”, “prevenção de acidentes, pré-escolar”;

O quadro a seguir demonstra o número de estudos que abrangeram os critérios de inclusão

e exclusão contidos na pesquisa, segundo as bases de dados eletrônicas selecionadas.

Quadro 1 Representação dos Dados

Na LILACS após a seleção das palavras chaves “prevenção de acidentes e criança”, foram

encontrados cinqüenta (50) artigos, sendo que dezenove (19) artigos foram excluídos por

fugirem da temática, e vinte e dois (22) por não possuírem o texto na integra, sendo que

destes, nove (9) foram selecionados. Nesta mesma base porem com as palavras chaves

“prevenção de acidentes e pré-escolar”, foram encontrados vinte e sete (27) estudos, sendo

que onze (11) foram excluídos por se repetirem em outras bases de dados, e dois (2) por

Bases/

Banco de

dados

PALAVRAS

CHAVES

Nº de artigos

encontrados

Pré-

selecionados

Excluídos Incluídos

LILACS

Prevenção de

acidentes e criança

50 11 39 11

LILACS Prevenção de

acidentes e pré

escolar

27 0 27 0

BDENF Prevenção de

acidentes e criança

7 0 7 0

BDENF Prevenção de

acidentes e pré

escolar

4 0 4 0

SCIELO Prevenção de

acidentes e criança

11 9 2 9

SCIELO Prevenção de

acidentes e pré

escola

0 0 0

0

TOTAL 99 20 20

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fugirem da temática, quatorze (14) por não estarem na integra, sendo assim nenhum artigo foi

incluído.

Na base de dados da BDENF foram encontrados sete (7) periódicos com as palavras

chaves “prevenção de acidentes e crianças”, sendo que dois (2) periódicos foram excluídos

por fugir da temática e cinco (5) foram excluídos por não estarem na integra, sendo assim

nenhum artigo foi incluído, com as palavras chave “prevenção de acidentes e pré-escolar”

foram encontrados quatro (4) sendo que dois (2) foram excluídos por não estarem na integra e

dois (2) foram excluídos por fugirem da temática proposta, sendo assim nenhum artigo foi

incluído.

No SCIELO foram encontrados onze (11) artigos com as palavras chaves “prevenção de

acidentes e criança” sendo que um (1) artigo foi excluído por fugir do tema e um (1) não estar

adequado ao tema, sendo que nove (9) artigos foram pré-selecionados, destes nove (9) artigos

foram selecionados.

Na base de dados do SCIELO não foram encontrados estudos com as palavras chave

“prevenção de acidentes e pré-escolar”. O quadro 2 exposto abaixo, exibe os textos que foram

selecionados para a construção do estudo.

Quadro 2- Artigos Selecionados

Nº de

código BASE de

dados

DESCRITORES TÍTULO DO ARTIGO ANO

A 2 SCIELO “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Epidemiologia dos acidentes e violências entre

menores de 15 anos em município da região sul do

Brasil.

2005

A 3 SCIELO “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Estudo dos acidentes na infância em um pronto

socorro pediátrico.

2002

A 4 SCIELO “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Acidentes na infância e adolescência: uma revisão

bibliográfica.

2006

A 5 SCIELO “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

O pediatra e a segurança no trânsito 2005

A 6 SCIELO “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

As injúrias não intencionais no ambiente

domiciliar: a casa segura.

2005

A 7 SCIELO “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Fatores de risco para injúrias acidentais em pré-

escolares.

2002

A 8 SCIELO “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Perfil das intoxicações na infância atendidas pelo

Centro de Informação Toxicológica do Rio Grande

do Sul (CIT/RS), Brasil.

2005

A 9 SCIELO “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Ações de prevenção dos acidentes e violências em

crianças e adolescentes, desenvolvidas pelo setor

público de saúde de Fortaleza, Ceará, Brasil.

2003

A 11 SCIELO “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Análise estatística do trauma ortopédico infanto-

juvenil do pronto socorro de ortopedia de uma

metrópole tropical

2005

A 12 LILACS “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Ações e possibilidades de prevenção de acidentes

com crianças em creches de Fortaleza, Ceará

2009

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No quadro 3 foram distribuídos os periódicos e o ano de publicação dos textos, a partir

disto,observa-se que as fontes de publicação são diversificadas, entretanto o jornal de

Pediatria foi o periódico mais utilizado para a publicação de estudos sobre a temática injúrias

não intencionais na infância. Quanto ao período de publicação salienta-se que no ano de 2005

7 estudos foram publicados, seguido do ano de 2003 com 3 textos publicados,os anos 2000,

2002 e 2008 possuem 2 textos publicados em cada ano, já nos anos 2006, 2007 e 2009 apenas

um estudo foi publicado.

A 13 LILACS “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Prática de mães na prevenção de acidentes na

infância com crianças de 0 a 5 anos de idade

2003

A 14 LILACS “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA

Avaliação dos eventos tóxicos com medicamentos

ocorridos em crianças no Estado de Mato Grosso do

Sul

2008

A 16 LILACS “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Prevenção de acidentes em uma instituição de

educação infantil: o conhecimento das cuidadoras

2008

A 18 LILACS “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Repercussões no contexto familiar de injúrias não-

intencionais em crianças

2007

A 22 LILACS “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Controle de injúrias sob a ótica da pediatria

contextual

2005

A 24 LILACS “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Escola segura 2005

A 26 LILACS “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

A comunidade segura 2005

A 34 LILACS “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Segurança com brinquedos de parques infantis: uma

introdução ao problema

2003

A 40 LILACS “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Perfil das intoxicações agudas exógenas infantis na

cidade de Maringá (PR) e região, sugestões de como

se pode enfrentar o problema

2000

A 45 LILACS “PREVENÇAÕ DE

ACIDENTES“

“CRIANÇA”

Acidentes com crianças e sua evolução na região de

Campinas, SP

2001

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Quadro 3- Periódicos e ano de publicação dos textos

O quadro 4 foi construído com intuito de identificar qual o profissão predominante

quanto a produção de estudos no que diz respeito a temática, sendo assim o profissional

destacado são os enfermeiros, salientando que 21 autores não mencionavam a sua graduação.

Quadro 4-Formação profissional dos autores

PERIÓDICO NÚMERO ANO DE PUBLICAÇÃO

Jornal de Pediatria 6 2000, 2002, 2005, 2005,

2005, 2005

Revista Latino-americana de Enfermagem 4 2002, 2002, 2003, 2005.

Pediatria (São Paulo) 1 2000

Nursing 1 2003

Revista Brasileira de toxicologia 1 2008

Ciência & Saúde coletiva 1 2009

Revista de enfermagem 2 2006, 2008

Acta Sci. Health Sci. 1 2007

Acta Ortopedia Brasileira 1 2005

Caderno de Saúde Pública 2 2003, 2005

FORMAÇÃO DOS

PROFISSIONAIS

NÚMERO

MÉDICOS

18

ENFERMEIROS

20

FARMACEUTICOS

4

NÃO MENCIONA

21

TOTAL:

63

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O quinto quadro foi desenvolvido para demonstrar mais claramente as categorias e

subcategorias utilizadas na pesquisa.

Quadro 5- Categorias e Subcategorias

CATEGORIAS SUBCATEGORIAS

Apresentam-se as injúrias não intencionais que ocorrem com maior freqüência no período do desenvolvimento infantil.

Quedas, acidentes de trânsito, intoxicação, queimaduras, injúrias por corpos estranhos, afogamento, segurança no meio rural e gênero.

Influência dos fatores ambientais e socioeconômicos no acometimento de injúrias.

Perfil socioeconômico e o local onde ocorreram as injúrias não intencionais.

Percepção dos pais e educadores frente à ocorrência de injúrias.

__________

Estratégias e ações de prevenção de injúrias ocorridas em escolas e domicílios.

Prevenções às situações causadoras de injúrias não intencionais, os responsáveis pela prevenção e o posicionamento dos centros educacionais, escolas e creches, frente às prevenções.

4.2 ANÁLISE DOS RESULTADOS

Os resultados encontrados foram organizados por categorias e subcategorias a fim de

melhor esboçá-los. Na primeira categoria, apresentam-se as injúrias não intencionais que

ocorrem com maior freqüência no período do desenvolvimento infantil; e, nas subcategorias,

quedas, acidentes de trânsito, intoxicação, queimaduras, injúrias por corpos estranhos,

afogamento, segurança no meio rural e gênero. Na segunda categoria, discorre-se sobre a

influência dos fatores ambientais e socioeconômicos no acometimento de injúrias, e nas

subcategorias o perfil socioeconômico e o local onde ocorreram as injúrias não intencionais.

Na terceira categoria, expõe-se a percepção dos pais e educadores frente à ocorrência de

injúrias. Por fim, na quarta categoria, abordam-se as estratégias e ações de prevenção de

injúrias ocorridas em escolas e domicílios; e, nas subcategorias, as prevenções às situações

causadoras de injúrias não intencionais, os responsáveis pela prevenção e o posicionamento

dos centros educacionais, escolas e creches, frente às prevenções.

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4.2.1 INJÚRIAS NÃO INTENCIONAIS QUE OCORREM COM MAIOR FREQUÊNCIA

NO PERÍODO DO DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Nesta categoria, apresentam-se subdivididas as injúrias não intencionais que mais

acometem as crianças durante as fases do seu desenvolvimento. Após a pesquisa, evidenciou-

se que as injúrias não intencionais mais freqüentes são as quedas, acidentes de trânsito,

intoxicações, queimaduras, injúrias por corpos estranhos, afogamento e acidentes no meio

rural.

4.2.1.1 QUEDAS

As quedas são a principal causa de internação hospitalar na população pediátrica,

como enfatiza o artigo A6. Essa é a principal injúria ocorrida na infância, conforme

descrevem os artigos A2, A3, A6, A11, A12, A13, A16, A22, A25 e A45. De acordo com os

artigos mencionados, nos lactentes, as quedas geralmente ocorrem da própria altura, como

também de mobília, andador, carrinho, cadeira e colo; esses acidentes podem estar

diretamente correlacionados com a vigilância insuficiente dos responsáveis. Tais quedas

ocorrem porque é nessa fase que a criança adquire habilidade motora para rolar-se no berço,

sentar-se e manter-se em pé, questões essas ressaltadas no artigo A 12.

Em pesquisa divulgada nos artigos A11, A22 e A45 com relação a crianças na fase pré-

escolar e escolar, as quedas geralmente ocorrem de brinquedos com rodas, como bicicletas,

skates e patins, como também por atropelamentos. O artigo A11 ainda destaca as quedas de

móveis domésticos, como cama, televisão e sofá.

Além disso, os artigos A11, A16, A22 e A24 mencionam a escola como um local

favorável às ocorrências de quedas, destacando que estas ocorrem principalmente na hora do

recreio e nas aulas de educação física.

Na maioria dos casos de queda, geralmente a criança sofre ferimentos leves, sendo que

os locais mais acometidos, conforme os artigos A11 e A45 são as extremidades inferiores e

superiores. O artigo A45 ainda destaca que traumas em membros são uma característica de

crianças maiores (9 a 13 anos).

Os autores do artigo A2 discordam dos demais, referindo que a cabeça é o local mais

atingido, sendo destacado no artigo A45 que a maioria dos traumas cefálicos acometem

crianças menores de um ano.

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4.2.1.2 INJÚRIAS NÃO INTENCIONAIS NO TRÂNSITO

Em relação às injúrias no trânsito, os artigos A5, A18 e A22 indicam que há uma maior

incidência na ocorrência de atropelamentos de crianças pré-escolares, complementando os

achados do artigo A2; esse acidente é mais freqüente com ciclistas de 0 a 14 anos.

4.2.1.3 INTOXICAÇÕES

Em relação às intoxicações, os artigos A8, A6, A14, A40 e A45 apontam que os

medicamentos são o principal agente tóxico responsável por esse tipo de injúria. Os resultados

do artigo A45 mostraram que a toxicidade por medicamentos acontece com maior freqüência

na faixa etária de 2 a 5 anos.

O ambiente doméstico é apontado pelos artigos A6 e A8 como o local onde mais

ocorrem intoxicações. Eles justificam que a ocorrência dessa injúria se dá pelo fácil acesso ao

agente causador e também pela curiosidade da criança em descobrir o ambiente a sua volta.

Conforme o artigo A14, a faixa etária em que houve maior incidência de eventos

tóxicos foi a de 1 a 4 anos, período em que as injúrias ocorram possivelmente pelo fato de a

criança já conseguir abrir a maioria dos recipientes e embalagens.

O artigo A40 traça o perfil das intoxicações exógenas na cidade de Maringá (PR),

relatando que, na maioria nas intoxicações estudadas, os pais estavam presentes no local do

acidente. Em relação a esse fator, o artigo A7 considera que a provável ocorrência desse

incidente possa estar relacionada a mães com mais de um filho, dificultando a vigilância e o

cuidado com as crianças.

4.2.1.4 QUEIMADURAS

Em relação às injúrias não intencionais ocasionadas por queimaduras, destaca-se a

escaldadura como a principal causa, seguida de eletrocussão, exposição à fumaça, fogo e

chamas. A cozinha é o ambiente que oferece maior risco para a ocorrência dessa injúria,

conforme citam os artigos A4, A6 e A45. Salienta-se que, em estudo descrito no artigo A45,

de um total de 56 crianças atendidas em um hospital de campinas, 48 foram vítimas de

queimaduras por energia térmica.

Conforme os artigos A4 e A45, crianças menores de 5 anos são as mais acometidas por

essa injúria, sendo, segundo os artigos A4 e A22, em lactentes a sua maior prevalência,

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ocasionada geralmente por terceiros.

4.2.1.5 CORPOS ESTRANHOS

As injúrias não intencionais causadas por corpos estranhos são citadas nos artigos A4,

A12 e A45. Os locais de maior prevalência para injúrias com corpos estranhos, de acordo com

o artigo A45, são as fossas nasais e o conduto auditivo. O artigo A4 refere que a asfixia

representa a maior porcentagem de injúrias em crianças pesquisadas, tendo como principais

causas a ingestão de balas, uvas, pecinhas de brinquedos, chupetas e balões. Conforme o

artigo A45, a idade predominante na ocorrência dessa injúria é de 2 a 5 anos; porém o artigo

A12 destaca crianças menores de um ano como as mais acometidas.

4.2.1.6 AFOGAMENTO

Em pesquisa relatada no artigo A45, injúrias por afogamento têm baixa incidência,

porém apresentam alto índice de mortalidade. Em relação aos locais, o artigo A6 refere que o

afogamento se dá principalmente em piscinas residenciais, banheiras e piscinas portáteis.

4.2.1.7 SEGURANÇA NO MEIO RURAL

Conforme o artigo A6, em relação ao meio rural, as ocorrências de eventos causadores

de injúrias não intencionais efetuam-se em situações de passeio e no trabalho que muitas

vezes a criança desempenha.

4.2.1.8 GÊNERO

Quanto ao gênero, há maior prevalência do masculino, conforme os artigos A2, A3,

A4, A5, A7, A8, A11, A14, A16, A18, A22, A40 e A45.

Tais textos apontam como fator determinante a relação cultural e de distinção entre os

gêneros, além de citarem que a maturidade dos meninos é mais lenta e que os mesmos

adquirem liberdade mais cedo contribuindo a este fato a questão dos meninos terem atitudes e

brincadeiras mais agressivas e por esse motivo, ficam mais expostos.

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4.2.2 INFLUÊNCIA DOS FATORES AMBIENTAIS E SOCIOECONÔMICOS NO

ACOMETIMENTO DE INJÚRIAS

No que diz respeito aos fatores ambientais e socioeconômicos, a ocorrência de injúrias

não intencionais na infância contextualiza as causas multifatoriais. Como determinantes, têm-

se as subcategorias perfil socioeconômico e local onde ocorreram as injúrias não intencionais.

4.2.2.1 PERFIL SOCIOECONÔMICO FAMILIAR

Os artigos A6 e A13 relatam que a maior ocorrência de injúrias não intencionais está

em agrupamentos sociais e de indivíduos em situação de vulnerabilidade. O artigo A13

ressalta ainda o nível de escolaridade dos pais, que influencia diretamente na compreensão e

identificação dos riscos de acidentes dentro do ambiente físico. Foram identificados esses

mesmos fatores no artigo A7, porém ele não considera relevante as associações entre a

ocorrência de injúrias não intencionais e o nível de renda e escolaridade dos pais.

A associação de mortes de crianças e jovens a causas externas em países em

desenvolvimento é evidenciada pelos artigos A4, A18, A22 e A45, que citam fatores de risco

para a ocorrência de injúrias, como pobreza, mães solteiras, pais jovens, baixo nível de

educação materna, condições de habitação, famílias numerosas, uso de álcool e drogas pelos

pais; são citados também e stresse familiar, desemprego, condições de vida e trabalho,

vigilância insuficiente e estilo de vida dos pais. A pobreza possui uma forte associação à

ocorrência de queimaduras, atropelamentos, quedas de bicicleta, quedas em geral e

intoxicações, situações referidas no artigo A22.

4.2.2.2 LOCAL DE OCORRÊNCIA DAS INJÚRIAS

O ambiente doméstico é apontado como o local onde há maior freqüência dos eventos

causadores de injúrias, conforme mencionam os artigos A3, A6, A11, A12, A14, A18 e A24,

tendo como subseqüentes a via pública e o ambiente escolar.

O artigo A11 cita como uma das causas de injúria no ambiente doméstico a falha na

vigilância e a atenção dos responsáveis no que se refere a não adoção de medidas preventivas

no ambiente domiciliar, e aponta a falta de opções de lazer fora do domicílio como uma

justificativa para a maior ocorrência dentro deste.

O artigo A12 salienta que ainda existem vários fatores comumente encontrados no lar que

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favorecem a ocorrência de injúrias, tais como estruturais, químicos, biológicos, culturais e

físicos.

Quanto ao ambiente escolar como um local propício para a ocorrência de injúrias, o artigo

A24 destaca como fatores que predispõem a quedas, muros, cercas, bueiros, rampas, árvores e

janelas sem grades. Nesse artigo, o autor destaca também a localização das escolas, que pode

ser próxima a vias públicas de grande movimento, tornando-se potenciais riscos para

acidentes de trânsito.

Em relação aos parques infantis, o artigo A30 salienta que os parques e seus brinquedos

podem representar riscos para as crianças quando não se encontram adequadamente

estruturados, sendo este um problema freqüentemente ignorado pelos responsáveis. As

injúrias não intencionais em parques infantis geralmente são causadas por quedas, sendo

decorrente de brincadeiras em equipamentos destinados ao desenvolvimento da agilidade ou

em obstáculos, o que favorece o desequilíbrio.

4.2.3 CONHECIMENTO DOS PAIS E EDUCADORES FRENTE À OCORRÊNCIA DE

INJÚRIAS

Nesta categoria aborda-se o conhecimento dos pais e responsáveis sobre as injúrias

não intencionais, esboçando seus conhecimentos, pensamentos e atitudes sobre a temática.

As práticas e ações de prevenção de injúrias não intencionais são de responsabilidade

dos pais e cuidadores, segundo o artigo A6; porém, o artigo A24 evidencia que os pais se

dizem cuidadosos e detentores de conhecimentos acerca da prevenção de injúrias, mas não os

utilizam na prática diária.

Alguns familiares, de acordo com artigo A18, afirmam que não é possível prevenir as

injúrias, ou que essas estão relacionadas aos “desígnios de Deus”. O artigo A16 traz alguns

relatos de educadoras de uma Instituição de Educação Infantil, onde uma grande maioria das

entrevistadas diz não ter tido nenhum tipo de treinamento ou preparo a respeito das injúrias

não intencionais, o que pode influenciar diretamente na organização do ambiente físico em

que os alunos são recepcionados. Tal capacitação poderia ser obtida, e medidas de prevenções

poderiam ser tomadas, diminuindo assim o risco de ocorrência de possíveis injúrias.

O artigo A18 apresenta os conhecimentos dos pais a respeito das medidas de

prevenção adotadas para as injúrias não intencionais. Este discorre que é preciso vigiar,

acompanhar, proteger e educar as crianças durante todas as etapas do seu crescimento. Além

disso, alguns responsáveis consideram importante chamar a atenção da criança; evitar que ela

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fique perto de eletrodomésticos; prestar atenção à criança, orientando, dialogando, mostrando

os perigos. Nessas situações, algumas vezes os responsáveis praticam ações não

recomendadas, como “bater para educar”, o que, em sua visão, muitas vezes é o correto.

4.2.4 ESTRATÉGIAS E AÇÕES DE PREVENÇÃO DE INJÚRIAS NA ESCOLA E NO

DOMICÍLIO

Nesta categoria, abordam-se as estratégias e ações encontradas para a prevenção de

injúrias não intencionais, além de salientar os responsáveis por essa ação.

4.2.4.1 PREVENÇÕES PARA SITUAÇÕES CAUSADORAS DE INJÚRIAS NÃO

INTENCIONAIS EXTRA-AMBIENTAIS

Em relação às estratégias de prevenção de injúrias envolvendo brinquedos com duas

rodas, como bicicleta, skate e patinete, os artigos A5 e A45 salientam o uso de capacetes,

tornozeleiras e cotoveleiras, bem como a realização de programas educacionais, modificações

ambientais, e a atenção as regras de trânsito, como medidas que podem prevenir a maioria das

injúrias que envolvem esses brinquedos. Ressalta ainda a importância do uso de equipamentos

de segurança em automóveis que transportem crianças, tais como air- bag, capacete, cinto de

segurança de três pontas, entre outros.

Os resultados do artigo A30 evidenciam que, em relação às injúrias não intencionais em

parques infantis, no Brasil existem normas de seguranças para esses locais, estabelecidas pela

Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT). Essas normas discorrem sobre o

desempenho mecânico e de carga dos equipamentos, o tipo de acesso aos brinquedos, as

diretrizes de instalação, além de alertar para a necessidade de inspeção desses equipamentos

por organismos competentes, de preferência duas vezes ao ano. Esse artigo destaca ainda que,

na prática, essas normas são pouco respeitadas ou até mesmo desconhecidas pela comunidade,

enfatizando a extrema valia dessas técnicas e a importância de divulgá-las a fabricantes,

comunidade, autoridades, além de pessoas responsáveis pela manutenção desses

equipamentos.

Além das normas da ABNT em parques infantis, o artigo A30 também destaca as

seguintes recomendações para segurança de parques infantis baseadas no Plano de Ação

Nacional para Prevenção de Acidentes em Playgrounds (EUA) de 2000: designar a idade

apropriada para uso de cada brinquedo do parque infantil; instalar superfícies apropriadas

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embaixo e ao redor dos brinquedos; recomendar supervisão adequada para crianças nos

parques infantis; e realizar adequada manutenção dos parques infantis.

4.2.4.2 CENTROS EDUCACIONAIS, ESCOLAS E CRECHES, FRENTE À PREVENÇÃO

As estratégias de prevenção adotadas em creches, segundo o artigo A12, são baseadas

na orientação e educação das crianças por meio de diálogos do cotidiano e de rodinhas de

conversa, com o objetivo de promover a segurança no uso de brinquedos e nas brincadeiras

adotadas. Esse artigo descreve também a utilização de atividades lúdicas como método de

ensino para a prevenção de injúrias no contexto escolar, destacando que as crianças levem

esses ensinamentos para o ambiente doméstico.

A estrutura física das creches é também um fator importante. Conforme o artigo A12,

elas devem estar preparadas para receber as crianças: os brinquedos devem ser classificados

conforme as faixas etária e as mesas devem ser adaptadas, entre outros fatores.

O artigo A24 faz referência às escolas como espaços favoráveis para a promoção da

saúde e também dos julgamentos de segurança, ambos inter-relacionados, trazendo então o

conceito “Escola Segura” como uma proposta para a prevenção de injúrias não intencionais.

Tal estratégia discorre que, para a redução de acidentes e da violência no ambiente escolar e

em seu entorno, é preciso intervir não só na estrutura física da creche ou do colégio, de modo

a torná-los mais seguros, mas também na estrutura física da escola/comunidade, por meio da

educação em saúde, favorecendo e incentivando comportamentos saudáveis.

4.2.4.3 RESPONSÁVEIS PELA PREVENÇÃO

A interdisciplinaridade é vista como uma alternativa eficaz na prevenção e diminuição

dos danos causados pelas injúrias na infância, como expõe o artigo A9. Concordando, o artigo

A6 destaca como estratégia, o preparo dos profissionais de saúde e sua sensibilização quanto

à importância da prevenção e do enfrentamento de injúrias, através de medidas de controle e

abordagens científicas eficazes.

Já o artigo A3 destaca o papel do enfermeiro como educador que está apto a realizar

programas educacionais que envolvam pais e crianças no intuito de conscientizá-los sobre a

necessidade de prevenção de injúrias. Esse artigo destaca que as enfermeiras que trabalham

em ambulatórios, ambientes de educação e instituições de saúde encontram-se em posição

mais propícia para a implementação de programas de prevenção que englobem

esclarecimentos sobre o desenvolvimento neuro-psico-motor pelos qual a criança passa

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durante as fases de crescimento e desenvolvimento e sua relação com os diferentes tipos de

injúrias, salientando a responsabilidade do cuidador e a necessidade de supervisão efetiva.

O artigo A24 menciona, como uma das principais estratégias para a prevenção de

injúrias não intencional, a conscientização dos pais ou responsáveis, pediatras e diretores de

escola sobre os perigos da ocorrência de injúrias.

Além do enfermeiro, o pediatra é reconhecido, nos artigos A22 e A45, como a

primeira fonte de conhecimento sobre prevenção. Também há evidências científicas de que a

orientação das famílias sobre os riscos de injúria inerentes a cada etapa do desenvolvimento

pode aumentar o conhecimento, bem como a adoção de medidas efetivas de segurança. Tais

informações podem ser repassadas aos pais através de material escrito por pediatras ou ainda

através de e-mail, ferramenta mais moderna para a transmissão de informações e que tende a

crescer cada vez mais, inclusive no Brasil, pois tem a grande vantagem de permitir a

comunicação assincrônica, com a transmissão de arquivos, de tamanho praticamente

ilimitado, com material educativo e audiovisual.

Os programas de prevenção devem incluir a orientação de pais e responsáveis.

Conforme os artigos A7, A13 e A45, ela deve ser realizadas através de programas

educacionais, pois a comunicação com os pais quanto às limitações físicas e cognitivas

específicas de cada faixa etária pode ajudar na elaboração de regras claras de segurança, que

evitariam uma série de riscos desnecessários, tendo como foco de atenção o ambiente

doméstico, fazendo com que ocorra uma possível alteração no comportamento familiar,

propondo também alterações físicas do espaço domiciliar para melhorar a segurança desse

ambiente.

No âmbito familiar, o artigo A18 destaca que, nos relatos de familiares, houve

diversidade no que diz respeito à prevenção de injúrias, ou seja, para os familiares, é preciso

vigiar, cuidar, dialogar, “bater”, mostrar os perigos, entre outras prevenções.

O artigo A25 destaca a “comunidade segura”, como uma proposta da OMS para a

prevenção e promoção da saúde. Essa proposta utiliza múltiplas estratégias, direcionadas a

todos os grupos, ambientes e situações, a fim de promover a segurança e prevenir injúrias

intencionais e não intencionais. Segundo ela, uma comunidade segura reconhece que os

cidadãos têm o direito de viver em comunidade segura; participar nas decisões relacionadas à

segurança do seu ambiente; decidir quais recursos deverão ser alocados às intervenções; saber

quais são os riscos à sua segurança e quais são os produtos potencialmente lesivos; e receber

treinamento para o controle de injúrias físicas.

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4.3 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Para Schimitz (2005) as injúrias não intencionais são o resultado da interligação de

vários fatores ligados ao hóspede, ao agente lesivo e ao meio. Assim, "[...] os vetores e o

hospedeiro interagem dentro de um meio ambiente permissivo, sujeito a fatores

biossocioeconômicos que podem tanto manter um equilíbrio quanto quebrá-lo" (WAKSMAN;

BLANK; GIKAS, 2010, p. 2).

Assim sendo, é vista a interferência direta do meio em que a criança habita com a

possível ocorrência de injúrias; portanto, é necessário que se conheça os fatores

predisponentes para a ocorrência de eventos não intencionais, podendo assim evitá-los.

A prevenção de injúrias não intencionais possui intervenção direta dos pais e

responsáveis. Para que as injúrias possam ser prevenidas, os pais e responsáveis devem estar

cientes dos riscos aos quais a criança está exposta. Faz-se necessário que eles conheçam as

fases do desenvolvimento da criança para que assim tenham um entendimento maior sobre

esses riscos, conseguindo então prever e prevenir os possíveis eventos causadores de injúrias.

A prevenção é necessária, pois além de provocar danos à criança e à família, ela gera

gastos desnecessários para a saúde pública. Como destaca Waksman (2004), em 2000, foram

destinados mais de 12% da verba pública à assistência médica, em internações e reabilitações

de pacientes vítimas de injúrias e violência.

As evidências demonstram que a percepção dos pais frente à prevenção de injúrias

difere e pode estar relacionada à realidade socioeconômica na qual a família da criança está

inserida. Entretanto, não se pode afirmar que os pais que possuem uma condição desfavorável

no que se refere ao ensino estejam predispondo seus filhos à ocorrência de injúrias, uma vez

que essa limitação se apresenta no momento de ler bulas, ou instruções em brinquedos, mas

não em relação às medidas de prevenção, que são em muitos casos conhecidas por esses pais.

Os fatores diferenciais para prevenção é a atitude de promovê-la, o zelo dos pais para com seu

filho e a percepção de que a injúria é evitável, e não um acaso ou um castigo.

Vieira (2007) destaca as percepções de pais e familiares a respeito da prevenção que

adotam em relação às injúrias não intencionais. Alguns deles afirmam que essas injúrias estão

relacionadas aos “desígnios de Deus”, porém relatam que é possível prevenir esse tipo de

injúria, e que, para isso, é preciso vigiar, acompanhar, proteger e educar as crianças durante

todas as etapas do seu desenvolvimento, chamando a sua atenção, evitando que ela fique perto

de eletrodomésticos, orientando, dialogando e mostrando-lhe os perigos.

Concorda-se que essa é a melhor forma de pais e familiares evitarem as injúrias não

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intencionais; porém, discorda-se quando eles citam que muitas vezes é preciso “bater para

educar”. Destaca-se que, se os responsáveis agirem como mencionaram - “que é preciso

vigiar, acompanhar, proteger e educar”, não será necessário adotar medidas extremas, como

bater na criança.

Como se pode perceber, o ambiente doméstico é o local de maior vulnerabilidade para

a ocorrência das injúrias infantis. Salienta-se a necessidade de uma redobrada atenção dos

responsáveis para com a criança quando ela estiver em cômodos de maior risco, pois existem

fatores - estruturais, químicos, biológicos, culturais e físicos comumente encontrados no lar

que favorecem a ocorrência de injúrias. (VIEIRA, 2009)

Como apontam Ramos, Targa e Stein (2005), Paes e Gaspar (2005), Matos et al.

(2008), Amador et al. (2000) e Baracat et al. (2000), as intoxicações geralmente são

ocasionadas por medicamentos. Assim sendo, como alternativa de prevenção, evidencia-se a

necessidade de uma atenção maior dos pais ou responsáveis no momento da administração do

fármaco, a fim de evitar que uma dose errada do medicamento seja ingerida pela criança.

Destaca-se ainda que tanto as medicações como outros produtos tóxicos presentes no

ambiente domiciliar devem ser armazenados em lugares seguros, longe do alcance das

crianças (MATOS, 2008; RAMOS; TARGA; STEIN, 2005; PAES, GASPAR, 2005;

AMADOR et al., 2000; BARACAT et al., 2000).

Ao se tratar de queimaduras, por essa ser uma injúria grave que pode ocasionar danos

fisiológicos, estéticos e traumáticos na criança, salienta-se que o cuidado para preveni-la é de

total importância. Considerando que geralmente as queimaduras são ocasionadas por

escaldadura, destaca-se o cuidado no momento em que os pais ou responsáveis estiverem

manuseando líquidos quentes, como água, leite, café, chimarrão, sopas. Ressalta-se ainda o

cuidado em evitar que a criança fique próxima a superfícies quentes, que geralmente estão

localizadas na cozinha.

Questões culturais, também, podem expor as crianças a queimaduras, como por

exemplo, no Rio Grande do Sul, as famílias fazem uso do fogão a lenha, lareira,

churrasqueiras e do chimarrão, que é uma das mais fortes tradições riograndenses, por este

motivo frequentemente nas residências há água em temperatura elevada, aumentando a

exposição das crianças a escaldadura, sendo este um dos acidentes mais comuns (COSTA et

al., 1999).

Quando mencionamos a escola, Liberal et al (2005) a destaca como um ambiente

favorável a ocorrência de injúrias não intencionais, sendo assim, entende-se como

fundamental e urgente a necessidade de se desenvolver ações e estratégias no que se refere à

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prevenção de injúrias neste ambiente.

Os próprios profissionais da educação infantil demonstram a fragilidade do

conhecimento no que diz respeito à prevenção de injúrias. Assim sendo, destaca-se a

importância de projetos visando a formação de educadores frente à prevenção de injúrias não

intencionais, a fim de que eles se sintam preparados para desenvolver ações preventivas e

também educativas, ampliando dessa forma seus conhecimentos sobre esse tema.

É possível também desenvolver uma educação sobre prevenção com os próprios

alunos, sendo necessário que eles, desde cedo, adquiram conhecimento sobre os riscos de

ocorrência de injúrias não intencionais e também passem a adotar medidas de proteção, tanto

em casa como na escola e na hora de brincar.

Para que ocorra a prevenção efetiva de injúrias não intencionais, deve-se buscar a

interdisciplinaridade, em que haja integração de educadores, trabalhadores da saúde e

gestores, buscando tecer redes de cooperação para que sejam encontrados os caminhos que

possibilitem efetivar as diretrizes da Política Nacional de Redução da Morbimortalidade por

Acidentes e Violências.

Assim, ressalta-se a importância de uma intervenção dos profissionais da saúde em

compartilhar sua prática de cuidado com os profissionais do setor da educação, não só

estabelecendo normas sobre prevenção, mas também ampliando o conhecimento sobre

conceitos que contribuam com a promoção da saúde.

Para a construção de estratégias de prevenção, destaca-se a importância do enfermeiro

como um profissional atuante em uma unidade básica de saúde, repassando conhecimento as

famílias, principalmente as que estão em situação de vulnerabilidade, como as de baixo nível

socioeconômico, conforme demonstrado nos resultados.

Outra maneira de atuação do enfermeiro é o desenvolvimento de ações educativas que

ampliem o entendimento dos pais e responsáveis. A partir do momento em que a mãe realiza

as consultas do pré-natal, pode-se atuar preparando e qualificando a família e o ambiente

familiar para receber um novo integrante. Também no puerpério, situação importante, a

enfermeira pode orientar sobre os cuidados com o recém nascido (RN) e esclarecer sobre os

riscos aos quais a criança está exposta nessa fase e durante todo o seu desenvolvimento.

Faz-se necessário salientar que alguns estados brasileiros já adotam políticas para

prevenção de injúrias não intencionais. Pioneiramente, em 2001, a cidade de Recife (PE)

aprovou o Projeto de Lei Municipal nº 16.665/2001, prevendo a instalação das comissões

internas de prevenção de acidentes e violência nas escolas (Cipaves).

A Lei, já sancionada, cria o Programa Permanente de Prevenção de Acidentes nas

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Escolas, a ser implementado pelas Cipaves. Essa é a realização prática do projeto já defendido

pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) desde 1998 e seguido por outras cidades, como

Betim (MG), Salto (SP), Maceió (AL), Natal (RN), Maringá (PR), Três Lagoas (MS), Olinda

(PE); traz como proposta a formação de representações de alunos, pais, professores, diretores

e funcionários das escolas. Tais comissões são paritárias e têm por objetivo observar as

condições e situações de risco de acidentes/violência no ambiente escolar e entorno, além de

promover a conscientização de princípios de segurança voltados para a prevenção na escola,

no lar, no trânsito e no trabalho, solicitando medidas para reduzir e até eliminar esses riscos,

construindo assim uma cultura de paz.

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5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo teve por objetivo sistematizar a produção cientifica nacional acerca de

injúrias não intencionais na infância no período de 2000 a 2010, sendo que o conceito de

Injúrias não-intencionais subsidiou a identificação das evidências nos 20 artigos analisados.

A metodologia utilizada possibilitou a identificação de fatores de risco que predispõe

ao acometimento de injúrias não intencionais, nos 20 artigos selecionados, estando presentes,

evidências relacionadas ao risco do acometimento do evento injúria os quais abrangem as

dimensões: individual, social, ambiental e as relativas aos setores de gestão e educação.

Os elementos presentes na dimensão individual foram: a fase do crescimento e

desenvolvimento infantil, grau de escolaridade dos pais e insuficiência na educação

preventiva, na dimensão social os elementos presentes foram: O contexto socioeconômico no

qual a família apresenta-se inserida. Evidenciam-se, deste modo os aspectos culturais

regionais, onde, por exemplo, percebe-se na cultura gaúcha o costume de as famílias

habitualmente tomarem chimarrão, realizarem fogo para preparar churrasco e cultuarem a

chama crioula, e a utilização de montaria como meio de transporte, o que pode vir a expor a

criança ao eventual risco de acometimento de injúrias.

Em relação ao ambiente, apresentou-se evidente a influência do fator ambiental, sendo

este destacado como determinante à ocorrência das injúrias, nos diversos locais que acriança

ocupa.

Identificou-se nos artigos analisados na presente investigação o déficit de abordagem

sobre as estratégias e cuidados de Enfermagem diante da temática sendo que em se tratando

dos setores de gestão e educação, foram percebidas lacunas evidenciando a falta de

articulação e iniciativas desenvolvidas pelos gestores setoriais na implementação de ações

relativas à temática bem como a percepção dos educadores, em relação ao preparo para

intervir no que se refere a prevenção e adequação ambiental no ambiente de ensino, sendo

este visto como insuficiente pelos mesmos.

O presente estudo faz-se relevante, uma vez que traz contribuições para o

conhecimento científico sobre as injúrias não intencionais na infância, uma vez que se

identificaram lacunas no que se refere à prevenção destas, bem como foram apresentados

caminhos estratégicos para que se possam obter melhorias neste contexto.

Assim, permanece o desafio da Enfermagem em aprimorar seus conhecimentos,

produzir pesquisas e realizar ações estratégicas de educação e prevenção das injúrias na

infância. Destacando-se as intervenções possíveis de serem implementadas pelo Enfermeiro

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(a), evidenciando-se entre elas a educação, uma vez que possibilita levar ao conhecimento de

pais e educadores estratégias de prevenção, que colaborem com a diminuição da incidência do

evento injúria não-intencional durante a infância.

As injúrias já são destacadas como um problema de saúde pública, o que evidencia a

necessidade de valorização deste tema bem como a realização de ações provenientes de

órgãos públicos para que o assunto seja ampliado e que a população torne-se mais sensível ao

tema e perceba que as injúrias não-intencionais na infância são previsíveis e evitáveis

adotando assim, atitudes para garantir segurança e proteção a criança.

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ANEXO 1

Mortalidade por causas externas em menores de 1 ano de idade no Estado do Rio

Grande do Sul

CAUSAS

EXTERNAS/

CID BR-10

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

ACIDENTES DE

TRANSPORTE

05 05 04 04 05 05 05 08

QUEDAS

0 0 0 0 03 03 02 0

AFOGAMENTO E

SUBMERSÕES

03 0 02 02 02 0 0 0

EXPOSIÇÃO A

FUMAÇA/FOGO E

AS CHAMAS

04 01 02 02 0 01 04 0

ENVENENAMENTO

, INTOXICAÇÃO

0 01 0 01 0 01 0 0

TOTAL 12 07 08 09 10 10 11 08

Fonte: DATASUS (acesso em 17 de junho de 201

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ANEXO 2

Mortalidade por causas externas em crianças de 1 a 4 anos no estado do Rio

grande do Sul

CAUSAS

EXTERNAS/

CID BR-10

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

ACIDENTES DE

TRANSPORTE

33 25 27 41 21 27 34 20

QUEDAS

05 03 04 03 02 04 04 02

AFOGAMENTO E

SUBMERSÕES

29 27 21 20 23 08 20 18

EXPOSIÇÃO A

FUMAÇA/FOGO E

AS CHAMAS

26 10 09 12 12 06 06 09

ENVENENAMENTO

, INTOXICAÇÃO

0 0 0 0 01 01 01 03

TOTAL 93 65 61 76 59 46 65 52

Fonte: DATASUS (acesso em 17 de junho de 2010)

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ANEXO 3

Mortalidade por causas externas em crianças de 05 a 09 anos de idade no

estado do Rio Grande do Sul

CAUSAS

EXTERNAS/

CID BR-10

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

ACIDENTES DE

TRANSPORTE

75 44 58 53 55 43 41 23

QUEDAS

04 03 03 01 02 03 0 01

AFOGAMENTO E

SUBMERSÕES

16 19 14 24 06 10 07 06

EXPOSIÇÃO A

FUMAÇA/FOGO E

AS CHAMAS

05 01 03 06 05 03 08 04

ENVENENAMENTO

, INTOXICAÇÃO

0 0 01 0 0 0 0 0

TOTAL 100 67 79 84 68 59 56 34

Dados referentes a óbitos infantis segundo DATASUS (acesso em 17 de junho de

2010)

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ANEXO 4

Mortalidade por causas externas em crianças de 10 a 14 anos de idade no

estado do Rio Grande do Sul

CAUSAS

EXTERNAS/

CID BR-10

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

ACIDENTES DE

TRANSPORTE

48 53 53 58 54 53 46 54

QUEDAS

03 01 04 01 02 02 02 01

AFOGAMENTO E

SUBMERSÕES

33 32 30 26 32 29 33 33

EXPOSIÇÃO A

FUMAÇA/FOGO E

AS CHAMAS

03 02 01 03 03 01 05 01

ENVENENAMENTO

, INTOXICAÇÃO

0 0 01 0 0 01 0 0

TOTAL 87 88 89 88 91 86 86 89

Dados referentes a óbitos infantis segundo DATASUS, (acesso em 17 de junho de

2010)

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APEDÊNDICE 1

CÓDIGO DO

TEXTO:

TÍTULO:

AUTOR:

TITULAÇÃO DO(S)

AUTOR (ES):

ANO:

BASE DE DADOS:

PERIÓDICO:

TIPÓ DE ESTUDO:

QUALITATIVA ( ) QUANTITATIVA ( )

CARACTERISTICAS

DA POPULAÇÃO:

LOCAL DO

ESTUDO:

OBJETIVOS:

MÉTODO:

RESULTADOS:

ASSUNTOS

RELEVANTES A

TEMÁTICA

SIM (X) NAO ( )

CATEGORIZAÇÃO:

Injurias não intencionais que ocorrem com maior freqüência no

período do desenvolvimento infantil ( )

A Influência dos fatores ambientais e socioeconômicos no

acometimento de injurias ( )

A percepção dos pais e educadores frente à ocorrência de injúrias ( )

Estratégias e ações de prevenção às injurias nas escolas e no domicílio

( )

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