JUSTIFICAÇÃO

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Justificação James D. McColl, Austrália. A justificação exigida judicialmente “… para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenável diante de Deus” (Rm 3:19). “… para que ele seja justo e justificador daquele que tem fé em Jesus” (Rm 3:26). O ponto central da mensagem de Deus ao mundo, que revela o Seu propósito de redenção, é a condenação e a justificação. Romanos 3:19 proclama, categoricamente, a condenação universal, e Paulo usa a analogia de um tribunal judicial para ilustrar este assunto. Todos já foram julgados perante o tribunal da justiça Divina, e declarados culpados e condenados. A mensagem de Deus também proclama alegremente a justificação para os culpados, mas nesta ordem. Se o homem não é pecador, não há necessidade de justificação. O pano de fundo da graça justificadora de Deus é a culpa da raça humana. Em Romanos 1:18-3:31, Paulo, inspirado pelo Espírito Santo, é visto como o advogado oficial de acusação. Ele identifica três classes na humanidade, e isto inclui todos, sem exceção. Cada membro da raça de Adão é acusado e achado culpado. 1. Ele acusa o pagão pervertido (Rm 1:18-32) Deus revelou-Se a eles na criação, externamente, e nas suas consciências, internamente. O homem, sendo um ser racional e moral, tem a responsabilidade e a capacidade de responder à revelação de Deus na criação, e à voz de Deus na sua própria consciência. Quer ouça ou não o Evangelho, aquela pessoa não tem desculpa e é responsável perante Deus para aprovar o que é certo e rejeitar o que é errado. Os pagãos, ao negligenciarem sua responsabilidade, se tornaram culpados de: i) Perversão “que detêm a verdade em injustiça”, literalmente, “subjugam a verdade em injustiça” (1:18). ii) Irreverência “não O glorificam como Deus” (1:21). iii) Orgulho “se desvaneceram e o seu coração insensato se obscureceu” (1:21b- 22). iv) Idolatria “mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de répteis … mudaram a verdade de Deus em mentira” (1:23, 25). v) Sensualidade “Deus os entregou às concupiscências … paixões infames … sensualidade … sentimento perverso” (1:24, 26-28). vi) Maldade “cheios de toda a iniquidade, prostituição, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda, engano, malignidade …” (1:29). Paulo conclui em 1:32: “… são dignos de morte os que tais coisas praticam”. Ser “dignos de morte” é o veredicto da penalidade de Deus sobre o pecado , e significa a morte eterna. 2. Ele acusa o filósofo polido (Rm 2:1-16) “Portanto, és inescusável quando julgas, ó homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas o outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo” (2:1). Este grupo pode incluir o gentio culto e também o judeu religioso. Havia muitos moralistas cultos e filósofos, na Grécia e em Roma, que não se afundaram nas condições sórdidas mencionadas em Romanos 1, e cujos dons intelectuais eram usados para exaltar sua mitologia pagã, que era realmente a adoração de demônios. Estes atos

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A GLÓRIA DA SUA GRAÇA

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  • Justificao

    James D. McColl, Austrlia.

    A justificao exigida judicialmente

    para que toda boca esteja fechada e todo o mundo seja condenvel diante de Deus (Rm 3:19). para que ele seja justo e justificador daquele que tem f em Jesus (Rm 3:26).

    O ponto central da mensagem de Deus ao mundo, que revela o Seu propsito de

    redeno, a condenao e a justificao. Romanos 3:19 proclama, categoricamente, a

    condenao universal, e Paulo usa a analogia de um tribunal judicial para ilustrar este

    assunto.

    Todos j foram julgados perante o tribunal da justia Divina, e declarados culpados e

    condenados. A mensagem de Deus tambm proclama alegremente a justificao para os

    culpados, mas nesta ordem. Se o homem no pecador, no h necessidade de

    justificao. O pano de fundo da graa justificadora de Deus a culpa da raa humana.

    Em Romanos 1:18-3:31, Paulo, inspirado pelo Esprito Santo, visto como o advogado

    oficial de acusao. Ele identifica trs classes na humanidade, e isto inclui todos, sem

    exceo. Cada membro da raa de Ado acusado e achado culpado.

    1. Ele acusa o pago pervertido (Rm 1:18-32)

    Deus revelou-Se a eles na criao, externamente, e nas suas conscincias,

    internamente. O homem, sendo um ser racional e moral, tem a responsabilidade e a

    capacidade de responder revelao de Deus na criao, e voz de Deus na sua prpria

    conscincia. Quer oua ou no o Evangelho, aquela pessoa no tem desculpa e

    responsvel perante Deus para aprovar o que certo e rejeitar o que errado. Os

    pagos, ao negligenciarem sua responsabilidade, se tornaram culpados de:

    i) Perverso que detm a verdade em injustia, literalmente, subjugam a verdade em injustia (1:18).

    ii) Irreverncia no O glorificam como Deus (1:21).

    iii) Orgulho se desvaneceram e o seu corao insensato se obscureceu (1:21b-22).

    iv) Idolatria mudaram a glria do Deus incorruptvel em semelhana da imagem de homem corruptvel, e de aves, e de quadrpedes, e de rpteis mudaram a verdade de Deus em mentira (1:23, 25).

    v) Sensualidade Deus os entregou s concupiscncias paixes infames sensualidade sentimento perverso (1:24, 26-28).

    vi) Maldade cheios de toda a iniquidade, prostituio, malcia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicdio, contenda, engano, malignidade (1:29).

    Paulo conclui em 1:32: so dignos de morte os que tais coisas praticam. Ser dignos de morte o veredicto da penalidade de Deus sobre o pecado, e significa a morte eterna.

    2. Ele acusa o filsofo polido (Rm 2:1-16)

    Portanto, s inescusvel quando julgas, homem, quem quer que sejas, porque te condenas a ti mesmo naquilo em que julgas o outro; pois tu, que julgas, fazes o mesmo (2:1).

    Este grupo pode incluir o gentio culto e tambm o judeu religioso. Havia muitos

    moralistas cultos e filsofos, na Grcia e em Roma, que no se afundaram nas condies

    srdidas mencionadas em Romanos 1, e cujos dons intelectuais eram usados para

    exaltar sua mitologia pag, que era realmente a adorao de demnios. Estes atos

  • deplorveis de adorao nos lembram que a civilizao e a religiosidade no so

    proteo alguma contra o mal ou a injustia. Este esprito de justia prpria era

    demonstrado no fariseu religioso que agradeceu a Deus por no ser como os demais homens (Lc 18:11).

    Estas pessoas imaginam que esto assentadas no banco do juiz, quando na realidade

    esto em p diante do tribunal, perante o juiz, e expostos mesma condenao.

    3. Ele acusa o fariseu privilegiado (Rm 2:17-3:8)

    Eis que tu que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; e sabes a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instrudo por lei (2:17-18) .

    O judeu ritualista confrontado aqui nos seus prprios termos. Suas reivindicaes,

    privilgios, superioridade e ortodoxia lhe davam a aparncia de estar certo, mas sua vida

    o condenava. Ele abusava da confiana recebida, fazendo com que o nome em que se

    gloriava viesse a ser blasfemado entre os gentios (2:24).

    a) Os privilgios do judeu so examinados (2:17-20)

    O judeu tinha uma linhagem e podia traar sua famlia at Abrao. Saulo de Tarso

    tambm se vangloriava nisto: Circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu (Fp 3:5). O privilgio do judeu tinha se tornado uma capa com a qual ele procurava esconder a sua iniquidade

    e cobia.

    b) As prticas do judeu so expostas (2:21-24)

    O v. 23 diz: Tu, que glorias na lei, desonras a Deus pela transgresso da lei? Seu comportamento contradizia e condenava seu orgulho.

    c) A posio do judeu explicada (2:25-29)

    Se tu s transgressor da lei, a tua circunciso se torna em incircunciso. Aqui, o judeu ritualista foi avisado contra o perigo de descansar num smbolo exterior enquanto

    faltava-lhe a realidade interior.

    O veredicto final sobre o judeu e o gentio aparece em Romanos 3:19-20. Ambos

    eram rus perante o tribunal. A Palavra de Deus, entronizada no selo da justia, resumiu

    o caso e pronunciou a sentena justa: que toda boca esteja fechada e todo mundo seja condenvel diante de Deus (3:19).

    Todas as vozes de defesa e justia prpria foram silenciadas para sempre. Deus podia

    ento falar em misericrdia e graa aos culpados.

    A justificao definida biblicamente

    Os assuntos da culpa humana e da graa de Deus so plenamente e fielmente

    considerados em Romanos caps. 1-4. A graa de Deus, independentemente da lei, tem

    procurado a bno da justificao para cada pecador que cr. Isso foi conseguido pela redeno que h em Cristo Jesus (Rm 3:24).

    Mas o que significa ser justificado? Qual sua definio bblica?

    A palavra justificado muitas vezes definida como se nunca tivesse pecado. Mas isso significaria um estado de inocncia, e esta definio no bblica. A justificao

    sempre est ligada culpa, como Romanos 5:16 claramente explica: E no foi assim o dom como a ofensa. Porque o juzo veio de uma s ofensa, na verdade, para a

    condenao. Paulo est dizendo que aquela uma s ofensa de Ado trouxe o juzo inevitvel, e o veredicto foi condenao. Mas, o dom gratuito de Cristo tratou eficazmente com muitas ofensas, no somente uma e o resultado do veredicto foi absolvio. Ele enfatiza as diferenas entre o terrvel resultado de um s pecado e a

  • tremenda libertao efetuada para muitos pecados e, no final, entre os veredictos de

    condenao e justificao.

    Alm disso, a justificao no significa que o crente feito justo, pois isto o tornaria igual a Deus no Seu carter essencial. De acordo com o Dicionrio de Palavras

    do Novo Testamento de W. E. Vine, ser justificado significa declarado justo ou pronunciado justo.

    Uma considerao cuidadosa de todas as Escrituras ligadas com o assunto nos

    permite compreender que a justificao significa a absolvio dos culpados perante o

    tribunal da justia de Deus, declarados justos e trazidos a um novo e correto

    relacionamento com Ele. A justificao a absolvio legal e formal de culpa, e Deus

    o Juiz. Ser justificado atravs da Pessoa e morte do Senhor Jesus Cristo muito

    ultrapassa, em bnos, o que o ato de Ado e os seus resultados causaram de perda e

    runa.

    A justificao dispensada gratuitamente

    Muitos sculos atrs, Bildade fez duas perguntas importantes. Sua primeira pergunta

    foi: Como, pois, seria justo o homem para com Deus? (J 25:4). A resposta a esta pergunta se encontra em Romanos 5:1-11: Tendo sido, pois, justificados pela f, temos paz com Deus (5:1). Sua segunda pergunta foi: E como seria puro aquele que nasce de mulher? (J 25:4). Encontramos a resposta a esta pergunta em Romanos 5:12-21, Portanto, como por um homem entrou o pecado no mundo assim pela obedincia de um muitos sero feitos [constitudos] justos. J foi estabelecido nos cap. 1-5 que a humanidade culpada e precisa ser justificada, e que sendo culpada est sujeita ao justo

    juzo de Deus por causa do pecado. Vemos claramente que, antes da necessidade do

    pecador poder ser suprida, ainda h a mais urgente questo sobre como satisfazer as

    reivindicaes de Deus. Estas reivindicaes da justia de Deus precisam ser satisfeitas,

    antes que um nico pecador possa ser justificado. Romanos 3:24-26 mostra claramente

    que tais exigncias foram totalmente satisfeitas na Pessoa e sacrifcio propiciatrio do

    Senhor Jesus Cristo. Agora 3:26 declara triunfantemente: para que Ele seja justo e o justificador daquele que tem f em Jesus.

    Est escrito que o crente justificado:

    1. Pela graa sua fonte

    Sendo justificados gratuitamente pela sua graa, pela redeno que h em Cristo Jesus (Rm 3:24).

    Isto dado gratuitamente. A palavra gratuitamente traduzida em Joo 15:25 Odiaram-me sem causa. pela graa, porque a liberalidade espontnea de Deus a nica razo para tal ato da parte de Deus. O Evangelho da graa de Deus conta como

    Ele justifica pecadores por um dom gratuito e por um ato de favor imerecido. No pode

    ser obtido em troca de algo. S pode ser aceito. Visto que pela graa, no pode ser

    merecido. dado e recebido sem nenhum merecimento.

    Soberana graa! Sobre o pecado abundando,

    Almas remidas a nova vo apregoar:

    profunda, qualquer medida desafiando;

    Quem suas dimenses pode contar?

    Nas suas glrias quero sempre meditar.

    J. Kent (traduo literal)

    2. Pelo sangue sua causa

    Logo muito mais agora, tendo sido justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira (Rm 5:9).

  • pelo sangue, porque necessrio haver uma base justa sobre a qual Deus pode agir,

    e uma que dar uma resposta indisputvel ao universo. Esta resposta est no Seu

    sangue: justificados pelo [em, no grego] seu sangue. Esta a aplicao da Sua morte, apropriada pela f, reconhecendo que o Seu sangue foi o preo que foi pago.

    3. Pela f seu meio

    Tendo sido, pois, justificados pela f, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo (Rm 5:1).

    pela f, porque este o princpio pelo qual todas as bnos so recebidas de Deus.

    a mo vazia estendida para receber o dom da justificao. F descansar na Palavra

    de Deus. a certeza de que o que Ele prometeu, Ele far.

    A apresentao magistral de Paulo deste assunto da justificao, na Epstola aos

    Romanos, tem suas origens na parbola contada pelo Senhor Jesus em Lucas 18:9-14. A

    parbola do publicano e do fariseu foi dirigida aos que confiavam em si mesmos, crendo que eram justos, e desprezavam os outros. A histria revela que embora a justificao esteja disponvel a todos, uma atitude apropriada e correta necessria. O

    homem que desceu justificado para sua casa foi aquele que reconheceu que era pecador, e fez a sua splica baseado em um sacrifcio.

    Considere:

    a) A sua aproximao

    Em contraste com o fariseu que se posicionou no trio externo do templo, o

    publicano ficou em p, de longe. Ele percebeu a sua indignidade de estar entre os adoradores, e de estar dentro dos limites sagrados. Ele sabia que, moralmente, ele estava

    longe de Deus.

    b) A sua atitude

    Para ele, o Cu era to santo que ele nem ainda queria levantar seus olhos naquela direo. No era lugar para um homem como ele.

    c) A sua ao

    O publicano batia no peito em auto condenao, estando inteiramente convicto dos seus pecados. Em contraste, o fariseu exibia as suas aparentes virtudes e atos de piedade

    sua orao era egocntrica, chamando ateno a si mesmo. Como Caim, ele trouxe a Deus o produto das suas prprias mos. Ele contou a Deus o que ele no era e o que ele

    fazia, mas ele no disse o que ele era.

    d) O seu apelo

    Deus, tem misericrdia de mim, pecador! Este foi seu nico pedido. L no trio estava o grande altar de bronze, onde o sacrifcio era colocado. Suas palavras tambm

    podem ser traduzidas: Deus, s propcio a mim, pecador! (ARA). O sangue da propiciao a nica esperana para os culpados. O sacrifcio perfeito do Senhor Jesus

    deu a Deus a resposta para a culpa humana e o direito de justificar o culpado.

    e) A absolvio e afirmao

    Digo-vos que este desceu justificado para sua casa, e no aquele. Que palavras preciosas! O Deus que declarou todos culpados, pela virtude do infinito sacrifcio do

    Seu Filho, agora pode declarar o crente justo. O paralelo entre esta parbola em Lucas

    18 e Romanos caps. 1-5 de fato impressionante e muito precioso.

    i) O publicano no tinha mrito pessoal, no ofereceu nenhuma obra, mas foi

    justificado gratuitamente. Isso corresponde a justificados pela graa (Rm 3:24).

    ii) Sua nica esperana era o sacrifcio de propiciao. Isso corresponde a

    justificados pelo sangue (Rm 5:9).

  • iii) Aquele que confessou ser pecador, fazendo a sua petio, foi declarado justo.

    Isso corresponde a justificados pela f (Rm 5:1).

    A justificao decidida irrevogavelmente

    Romanos 8:31-39 a gloriosa consumao da parte doutrinria desta Epstola. O

    escritor j destacou a justia e graa de Deus em relao aos assuntos de condenao,

    justificao, santificao e glorificao, de uma maneira magnfica. Os versculos finais

    do captulo so um resumo maravilhoso, salientando quatro perguntas e respostas

    importantes.

    1. Nenhuma refutao

    Se Deus por ns, quem ser contra ns? (Rm 8:31,32)

    a) A declarao

    Se (sendo que) Deus por ns . Que segurana maravilhosa! Os versculos anteriores deixam este fato muito claro, mostrando que Ele est trabalhando para o bem

    eterno do Seu povo: porque os que dantes conheceu tambm os predestinou para serem conformados imagem de Seu Filho, a fim de que ele seja o primognito entre muitos

    irmos. E aos que predestinou a estes tambm chamou; e aos que chamou a estes

    tambm justificou; e aos que justificou a estes tambm glorificou (Rm 8:29-30).

    Conheceu predestinou chamou justificou glorificou. Estas palavras descrevem o plano Divino em ao. Estes dois versculos (Rm 8:29-30) contm uma

    das mais abrangentes declaraes da Bblia, e contm tambm algumas das palavras

    mas importantes do vocabulrio cristo, e abrangem uma vasta rea dos fatos e

    natureza da f crist. O v. 29 atribui toda a atividade do plano de Deus Sua

    prescincia, enquanto que o v. 30 descreve como o prprio Deus est cumprindo este

    plano no tempo. Foi Ele que conheceu; Ele predestinou, Ele chama; Ele justifica; Ele

    glorifica. Mrito humano, ou justia prpria, ou realizaes esto totalmente

    excludos.

    b) A pergunta

    Quem ser contra ns? Isso no sugere a ausncia de adversrios, mas confirma que nada no universo impedir o cumprimento da vontade de Deus em assegurar o

    eterno bem dos Seus santos.

    c) A resposta

    Aquele que nem mesmo a Seu prprio Filho poupou, antes o entregou por todos ns, como nos no dar tambm com ele todas as coisas? (8:32). A ddiva generosa de Deus, dando Seu Filho singular, a garantia de todos os outros benefcios. A

    magnificncia deste amor somente pode ser medida pela grandeza infinita dAquele que

    descrito como Seu prprio Filho. Isso significa que Deus no tem outro Filho igual, e este relacionamento exclusivo com o Filho colocou-O separado de todos os outros no

    vasto universo de Deus, sejam eles a humanidade redimida ou os anjos no cados.

    2. Nenhuma acusao

    Quem intentar acusao contra os escolhidos de Deus? Deus quem os justifica (Rm 8:3).

    Aqui temos uma referncia clara ao desafio do perfeito Servo de Deus. Perto est o que me justifica; quem contender comigo? Quem meu adversrio? Chegue-se para mim. Eis que o Senhor Deus me ajuda; quem h que me condene? (Is 50:8-9). Quem pode levar ao juzo aqueles que so os eleitos de Deus? Ser que Deus os acusar depois

    de t-los declarado inocentes? Os primeiros captulos de Romanos confirmaram que

    nenhuma acusao ser bem sucedida se Deus, que o Juiz, os declara justos.

  • 3. Nenhuma condenao

    Quem que condena? Pois Cristo quem morreu, ou antes, quem ressuscitou dentre os mortos, o qual est direita de Deus, e tambm intercede por ns (Rm 8:34).

    Neste versculo vemos quatro grandes fatos:

    a) O fato da sua morte

    A nfase est na natureza da Pessoa que morreu. Deus silencia toda condenao

    porque foi Cristo que morreu. Ele no era sujeito penalidade de morte, mas pagou a

    penalidade em prol de outros. Em II Corntios 5:21, Paulo deixa isto muito claro:

    Aquele que no conheceu pecado, o fez pecado por ns; para que nele fssemos feitos justia de Deus. O crente no Senhor Jesus se torna tudo que Deus requer e o que ele nunca poderia ser por si mesmo. nEle que somos considerados justos. A expresso em Romanos 4:11: a fim de que tambm a justia lhes seja imputada pode ser traduzida: a fim de que sejam contados ou considerados justos. A palavra grega logizomai, usada onze vezes em Romanos 4, traduzida de maneiras diferentes:

    atribudo, tomar em conta, imputado. Significa levar em conta ou calcular. A f de Abrao foi imputada como justia. Isso no significa a fim de ser justo, ou no lugar da justia. II Corntios 5:21 est destacando o fato que o crente tem uma posio perfeita no Senhor Jesus Cristo. A f coloca o crente numa unio fundamental com

    Deusem Cristo.

    b) O fato da sua ressurreio

    Quem ressuscitou dentre os mortos . Paulo j mostrou este fato: o qual por nossos pecados foi entregue, e ressuscitou para nossa justificao (Rm 4:25). As preposies por e para neste versculo so tradues de dia (por causa de); Cristo foi entregue para fazer expiao pelos pecados e foi ressuscitado para garantir a

    justificao deles.

    c) O fato da sua ascenso

    O qual est direita de Deus. A ressurreio do nosso Senhor Jesus provou, conclusivamente, que Ele no estava preso morte. A Sua ascenso direita de Deus

    complementa esse fato.

    d) O fato da sua intercesso

    Tambm intercede por ns. Se o Senhor Jesus, a quem todo juzo foi dado, no sentencia o acusado, mas antes intercede por ele, ento no h mais ningum que teria

    uma razo vlida para conden-lo.

    4. Nenhuma separao

    Quem nos separar do amor de Cristo? (Rm 8:35). Paulo agora lana o desafio, e com eloquncia notvel torna o assunto incontestvel. Ele nomeia sete poderes

    ameaadores, mas nenhum deles pode quebrar o vnculo, ou separar o crente do Senhor

    Jesus Cristo. Este o clmax da declarao de Paulo sobre a segurana eterna do salvo.

    A justificao demonstrada pelas evidncias

    Vedes ento que o homem justificado pelas obras e no somente pela f (Tg 2:24).

    Uma leitura superficial desta afirmao parece contradizer a grande doutrina bblica

    de justificao pela f, que tem sido o tema central do nosso estudo. Paulo insiste:

    Conclumos, pois, que o homem justificado pela f sem as obras da lei (Rm 3:28).

    Se Paulo e Tiago esto em conflito, ento o Novo Testamento todo est em runas, e

    a autoridade e unidade das Escrituras esto destrudas. Martinho Lutero descreveu a

    Epstola de Tiago como uma epstola de palha. Mas no h nenhuma contradio!

  • Quando Paulo trata do assunto da justificao, ele foca na experincia inicial, no

    momento quando o pecador aceita o Senhor Jesus como Salvador. Quando Tiago

    escreve sobre a justificao, ele enfatiza a evidncia da f como uma realidade presente

    e prtica. Precisamos deixar muito claro que Tiago no est dizendo que boas obras,

    automaticamente, significam que a pessoa tem uma f genuna. Antes, ele est

    procurando estabelecer, com clareza, o fato que para uma pessoa professar ser crist

    sem qualquer evidncia de boas obras uma profisso falsa. Tiago no est dizendo que

    as boas obras so a causa, mas a consequncia da justificao. Ele ilustra isto com as

    vidas de Abrao e Raabe. Esta passagem em Tiago, que de suma importncia, deve ser

    vista da perspectiva da f. Observe trs assuntos ligados com a f de Abrao:

    1. O princpio da f

    Bem vs que a f cooperou com as suas obras (Tg 2:22). Nesta afirmao Tiago est ligando a f s obras, ele no est separando-as. Ele est concordando plenamente

    com Hebreus 11:17: Pela f ofereceu Abrao a Isaque, quando foi provado. Esta a linguagem de cooperao, no de conflito. Sua f, evidenciada nas suas obras, era uma

    f ativa. No h nesta Epstola como alguns parecem imaginar uma tentativa de colocar as obras contra a f como a base da justificao. Obras nunca so rivais da f.

    2. A prova da f

    Pelas obras a f foi aperfeioada (Tg 2:22). Tiago no est sugerindo que a f de Abrao era de alguma maneira deficiente. A fora desta palavra aperfeioada explicada em II Corntios 12:9: A minha graa te basta, porque o Meu poder se aperfeioa na fraqueza. O poder de Deus no foi produzido pela fraqueza de Paulo, mas foi evidenciado na sua fraqueza. Semelhantemente, a f de Abrao foi

    demonstrada, e provada ser real, pelo seu estupendo ato de obedincia.

    A f sempre se expressa por meio de obras obras da f, no simplesmente em fazer o bem. Sem a evidncia de tais boas obras, as pretenses da f so infundadas,

    porque a f sem obras morta (Tg 2:20). A f o esprito animador da verdadeira vida crist; o sopro vital das obras que glorificam vosso Pai que est nos cus (Mt 5:16).

    3. A promessa da f

    E cumpriu-se a Escritura, que diz: E creu Abrao em Deus, e foi-lhe isso imputado como justia (Tg 2:23). Aqui, Tiago est citando um incidente na vida de Abrao que acontecera trinta anos antes, quando Deus prometera que a sua descendncia seria muito

    grande (Gn 15:6). Quando Paulo enfatizou o grande tema de justificao somente pela

    f, ele tambm usou este mesmo incidente de Gnesis 15. Abrao, pela sua prontido

    em sacrificar Isaque, no acrescentou nada sua justificao pela f, nem contribuiu

    nada a ela. O que temos aqui no f acrescida de obras, mas a evidncia da f. Paulo

    concorda plenamente com este fato. Porque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andssemos nelas (Ef 2:10).

    Em concluso, vamos sempre lembrar que a justificao, como a regenerao, um

    ato singular, isolado, que nunca repetido.

    gozo do justificado, gozo da alma liberta,

    Fui lavado na fonte para mim aberta;

    Em Cristo, meu Redentor, permaneo com satisfao,

    Apontando para o sinal do cravo na Sua mo.

    F. Bottome (traduo literal)